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Filosofia

O pensador , de Auguste Rodin, representação clássica de um homem imerso em pensamentos.

Filosofia (do grego Φιλοσοφ!, literalmente "amor # sa$edoria%& ' o estudo de pro$lemas undamentais relacionados # e)ist*ncia, ao conhecimento, # +erdade, aos+alores morais e est'ticos, # mente e # linguagem.- Ao a$ordar esses pro$lemas, a

ilosoia se distingue da mitologia e da religião por sua *nase em argumentos racionais/ por outro lado, dierencia0se das pes1uisas cient2icas  por geralmente não recorrer a procedimentos emp2ricos em suas in+estigaç3es. 4ntre seus m'todos, estão a análiseconceptual, as e)peri*ncias de pensamento, a argumentação l5gica e outros m'todos a

 priori.

Introdução

As in6meras ati+idades a 1ue nos dedicamos cotidianamente pressup3em a aceitação dedi+ersas crenças e +alores de 1ue nem sempre estamos cientes. Acreditamos ha$itar um

mundo constitu2do de dierentes o$7etos, de di+ersos tamanhos e di+ersas cores.Acreditamos 1ue esse mundo organi8a0se num espaço tridimensional e 1ue o tempo segue a sua marcha ine)orá+el numa 6nica direção. Acreditamos 1ue as pessoas aoredor são em tudo semelhantes a n5s, +eem as mesmas coisas, t*m os mesmossentimentos e sensaç3es e as mesmas necessidades. 9uscamos interagir com outras

 pessoas, e encontrar algu'm com 1uem compartilhar a +ida e, tal+e8, constituir am2lia, pois tudo nos le+a a crer 1ue essa ' uma das condiç3es para a nossa elicidade. :eriodicamente reclamamos de a$usos na tele+isão, em propagandas e noticiários, nacrença de 1ue há certos +alores 1ue estão sendo transgredidos por puro sensacionalismo.4m todos esses casos, nossas crenças e +alores determinam nossas aç3es e atitudes sem1ue eles se1uer nos passem pela ca$eça. ;as eles estão lá, proundamente arraigados e

e)tremamente inluentes. 4n1uanto estamos ocupados em tra$alhar, pagar as contas oudi+ertir0nos, não +emos necessidade de 1uestionar essas crenças e +alores. ;as nada

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impede 1ue, em determinado momento, açamos uma rele)ão prounda so$re osigniicado desses +alores e crenças undamentais e so$re a sua consist*ncia. < nesseestado de esp2rito 1ue ormularemos perguntas como= >? 1ue ' a realidade em simesma@, >? 1ue há por trás da1uilo 1ue +e7o, ouço e toco@, >? 1ue ' o espaço@ 4 o1ue ' o tempo@, >Be o 1ue aconteceu há um cent'simo de segundo atrás 7á ' passado,

será 1ue o presente não ' uma icção@, >Berá 1ue tudo o 1ue acontece ' sempreantecedido por causas@, >? 1ue ' a elicidade@ 4 como alcançá0la@, >? 1ue ' o certo eo errado@, >? 1ue ' a li$erdade@.

:aul Cauguin, De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? (-DEFGED&.

4ssas perguntas são tipicamente ilos5icas e reletem algo 1ue poder2amos chamar deatitude ilos5ica perante o mundo e perante n5s mesmos. < a atitude de nos +oltarmos

 para as nossas crenças mais undamentais e esorçar0nos por compreend*0las, a+aliá0lase 7ustiicá0las. ;uitas delas parecem ser tão 5$+ias 1ue ningu'm em sã consci*nciatentaria sinceramente 1uestioná0las. :oucos colocariam em 1uestão má)imas como>;atar ' errado, >A democracia ' melhor 1ue a ditadura, >A li$erdade de e)pressão ede opinião ' um +alor indispensá+el. ;as, a atitude ilos5ica não reconhece dom2niosechados # in+estigação. ;esmo em relação a crenças e +alores 1ue consideramosa$solutamente inegociá+eis, a proposta da ilosoia ' a de su$met*0los ao e)ame cr2tico,racional e argumentati+o, de modo 1ue a nossa adesão se7a resta$elecida em no+o

 patamar. 4m outras pala+ras, a proposta ilos5ica ' a de 1ue, se ' para sustentarmoscertas crenças e +alores, 1ue se7am sustentados de maneira cr2tica e reletida.

;uitos autores identiicam essa atitude ilos5ica com uma esp'cie de ha$ilidade oucapacidade de se admirar com as coisas, por mais prosaicas 1ue se7am. Ha $ase dailosoia, estaria a curiosidade t2pica das crianças ou dos 1ue não se contentam comrespostas prontas. :latão, um dos pais undadores da ilosoia ocidental, airma+a 1ue osentimento de assom$ro ou admiração está na origem do pensamento ilos5ico=

IA admiração ' a +erdadeira caracter2stica do il5soo. Hão tem outra origem ailosoia.I

 J :latão, Teeteto.K

 Ha mesma linha, airma+a Arist5teles=

I?s homens começam e sempre começaram a ilosoar mo+idos pela admiração.I J Arist5teles, Metafísica, L K.M

4m$ora essa capacidade de admirar0se com a realidade possa estar na origem do

 pensamento ilos5ico, isso não signiica 1ue tal admiração pro+o1ue apenas e tãosomente ilosoia. ? sentimento religioso, por e)emplo, pode igualmente surgir dessa

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disposição= a aparente pereição da nature8a, as sincronias dos processos naturais, acomple)idade dos seres +i+os podem causar prounda impressão no indi+2duo e le+á0loa indagar se o responsá+el por tudo isso não seria uma Lntelig*ncia Buperior. Nma

 paisagem 1ue a todos parecesse comum e sem atrati+os poderia atrair de modo singularo olho do artista e a8*0lo criar uma o$ra de arte 1ue re+elasse nuances 1ue escaparam

ao olhar comum. Analogamente, em$ora a 1ueda de o$7etos se7a um enOmenocorri1ueiro, se nenhum cientista ti+esse considerado esse enOmeno surpreendente oudigno de nota, não sa$er2amos nada a respeito da gra+idade. 4sses e)emplos sugerem1ue, al'm de certa atitude em relação # nossa e)peri*ncia da realidade, há um modo deinterpelar a realidade e nossas crenças a seu respeito 1ue dierenciariam essain+estigação da religião, da arte e da ci*ncia.

Ao contrário da religião, 1ue se esta$elece entre outras coisas so$re te)tos sagrados eso$re a tradição, a ilosoia recorre apenas # ra8ão  para esta$elecer certas teses e reutaroutras. Pomo 7á mencionado acima a ilosoia não admite dogmas. Hão há, em

 princ2pio, crenças 1ue não este7am su7eitas ao e)ame cr2tico da ilosoia. Qisso não

decorre um conlito irreconciliá+el entre a ilosoia e a religião. á il5soos 1ueargumentam em a+or de teses caras #s religi3es, como, por e)emplo, a e)ist*ncia deQeus e a imortalidade da alma. ;as um argumento propriamente ilos5ico em a+or daimortalidade da alma apresentará como garantias apenas as suas pr5prias ra83es= eleapelará somente ao assentimento racional, 7amais # ' ou # o$edi*ncia.S

?s artistas assemelham0se aos il5soos em sua tentati+a de des$anali8ar a nossae)peri*ncia do mundo e alcançar assim uma compreensão mais prounda de n5smesmos e das coisas 1ue nos cercam. ;as a orma em 1ue apresentam seus resultados '

 $astante dierente. ?s artistas recorrem # percepção direta e # intuiçãoT/ en1uanto ailosoia tipicamente apresenta seus resultados de maneira argumentati+a, l5gica ea$strata.

;as, se essa insist*ncia na ra8ão dierencia a ilosoia da religião e da arte, o 1ue adierenciaria das ci*ncias, uma +e8 1ue tam$'m essa pri+ilegia uma a$ordagemmet5dica e racional dos enOmenos@ A dierença ' 1ue os pro$lemas tipicamenteilos5icos não podem ser resol+idos por o$ser+ação e e)perimentaçãoU. Hão háe)perimentos e o$ser+aç3es emp2ricas 1ue possam decidir 1ual seria a noção de>direitos humanos mais ade1uada do ponto de +ista da ra8ão. ? mesmo +ale paraoutras noç3es, tais como >li$erdade, >7ustiça ou >alta moral. Hão há como resol+erem la$orat5rio 1uest3es como= >1uando tem in2cio o ser humano@, >os animais podem

ser su7eitos de direitos@, >em 1ue medida o 4stado pode intererir na +ida doscidadãos@, >As entidades microsc5picas postuladas pelas ci*ncias t*m o mesmo graude realidade 1ue os o$7etos da nossa e)peri*ncia cotidiana (pessoas, animais, mesas,cadeiras, etc.&@. 4m resumo, 1uando um t5pico ' deendido ou criticado comargumentos racionais, e essa deesa ou ata1ue não pode contar com o$ser+aç3es ee)perimentos para a sua solução, estamos diante de um de$ate ilos5ico.

A definição de filosofia

Etimologia

A pala+ra IilosoiaI (do grego& ' uma composição de duas pala+ras= philos (φλοV& e sophia (σοφ!&. A primeira ' uma deri+ação de philia (φιλ!& 1ue signiica ami8ade,

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amor raterno e respeito entre os iguais/ a segunda signiica sa$edoria ou simplesmentesa$er. Wilosoia signiica, portanto, ami8ade pela sa$edoria, amor e respeito pelo sa$er/ eo il5soo, por sua +e8, seria a1uele 1ue ama e $usca a sa$edoria, tem ami8ade pelosa$er, dese7a sa$er .F

A tradição atri$ui ao il5soo :itágoras de Bamos (1ue +i+eu no s'culo X a.P.& a criaçãoda pala+ra. Ponorme essa tradição, :itágoras teria cunhado o termo para modestamenteressaltar 1ue a sa$edoria plena e pereita seria atri$uto apenas dos deuses/ os homens,no entanto, poderiam +enerá0la e amá0la na 1ualidade de il5soos.F

A pala+ra philosophía não ' simplesmente uma in+enção moderna a partir de termosgregos,D/ mas, sim, um empr'stimo tomado da pr5pria l2ngua grega. ?s termosφιλοσοφοV ( philosophos& e φιλοσοφYιZ ( philosophein& 7á teriam sido empregados poralguns pr'0socráticosE (eráclito, :itágoras e C5rgias& e pelos historiadores er5doto e[uc2dides. 4m B5crates e :latão, ' acentuada a oposição entre σοφ! e φιλοσοφ!, em1ue o 6ltimo termo e)prime certa mod'stia e certo ceticismo em relação ao

conhecimento humano.

O conceito de filosofia

? conceito de IilosoiaI soreu, no transcorrer da hist5ria, +árias alteraç3es e restriç3esem sua a$rang*ncia. As concepç3es do 1ue se7a a ilosoia e 1uais são os seus o$7etos deestudo tam$'m se alteram conorme a escola ou mo+imento ilos5ico. 4ssa +ariedade

 presente na hist5ria da ilosoia e nas escolas e correntes ilos5icas torna praticamenteimposs2+el ela$orar uma deinição uni+ersalmente +álida de ilosoia. Qeinir a ilosoia' reali8ar uma tarea metailos5ica. 4m outras pala+ras, ' a8er uma ilosoia da

ilosoia. ? soci5logo e il5soo alemão Ceorg Bimmel ressaltou esse ponto ao di8er 1ueum dos primeiros pro$lemas da ilosoia ' o de in+estigar e esta$elecer a sua pr5prianature8a. [al+e8 a ilosoia se7a a 6nica disciplina 1ue se +olte para si mesma dessamaneira. ? o$7eto da 2sica não ', certamente, a pr5pria ci*ncia da 2sica, mas osenOmenos 5pticos e el'tricos, entre outros. A ilologia ocupa0se de registros te)tuaisantigos e da e+olução das l2nguas, mas não se ocupa de si mesma. A ilosoia, noentanto, mo+e0se neste curioso c2rculo= ela determina os pressupostos de seu m'todo de

 pensar e os seus prop5sitos atra+'s de seus pr5prios m'todos de pensar e prop5sitos. Hão há como apreender o conceito de ilosoia ora da ilosoia/ pois somente a ilosoia pode determinar o 1ue ' a ilosoia.-\

:latão e Arist5teles concordam em caracteri8ar a ilosoia como uma ati+idade racionalestimulada pelo assom$ro ou admiração. ;as, para :latão, o assom$ro ' pro+ocado pelainsta$ilidade e contradiç3es dos seres 1ue perce$emos pelos sentidos. A ilosoia, no1uadro platOnico, seria a tentati+a de superar esse mundo de coisas e*meras e mutá+eise apreender racionalmente a realidade 6ltima, composta por  ormas eternas e imutá+eis 1ue, segundo :latão, s5 podem ser captadas pela ra8ão. :ara Arist5teles, ao contrário,não há separação entre, de um lado, um mundo apreendido pelos sentidos e, de outrolado, um mundo e)clusi+amente captado pela ra8ão. A ilosoia seria uma in+estigaçãodas causas e princ2pios undamentais de uma 6nica e mesma realidade. ? il5soo,segundo Arist5teles, >conhece, na medida do poss2+el, todas as coisas, em$ora não

 possua a ci*ncia de cada uma delas por si. A ilosoia alme7aria o conhecimento

uni+ersal, não no sentido de um ac6mulo enciclop'dico de todos os atos e processos1ue se possam in+estigar, mas no sentido de uma compreensão dos princ2pios mais

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undamentais, dos 1uais dependeriam os o$7etos particulares a 1ue se dedicam asdemais ci*ncias, artes e o2cios. Arist5teles considera 1ue a ilosoia, como ci*ncia dascausas e princ2pios primordiais, aca$aria por identiicar0se com a teologia, pois Qeusseria o princ2pio dos princ2pios.--

As deiniç3es de ilosoia ela$oradas depois de :latão e Arist5teles separaram a ilosoiaem duas partes= uma ilosoia te5rica e uma ilosoia prática. Pomo rele)o da $usca por sal+ação ou redenção pessoal, a ilosoia prática oi gradati+amente se tornando umsuced]neo da ' religiosa e aca$ou por ganhar preced*ncia em relação # parte te5rica dailosoia. A ilosoia passa a ser conce$ida como uma arte de +i+er, 1ue orneceria aoshomens regras e prescriç3es so$re como agir e como se portar diante das inconst]nciasdo mundo. 4ssa concepção ' muito clara em di+ersas correntes da ilosoia helen2stica,como, por e)emplo, no estoicismo e no neoplatonismo.--

 Filósofo em Meditação, 5leo de Rem$randt.

As deiniç3es de ilosoia ormuladas na Antiguidade persistiram na 'poca de

disseminação e consolidação do cristianismo, mas isso não impediu 1ue as concepç3escristãs e)ercessem inlu*ncia e moldassem no+as maneiras de se entender a ilosoia. Asdeiniç3es de ilosoia ela$oradas durante a Ldade ;'dia oram coordenadas aosser+iços 1ue o pensamento ilos5ico poderia prestar # compreensão e sistemati8ação da' religiosa. Qesse modo, a ilosoia passa a ser conce$ida como >ser+a da teologia(ancilla theologiae&/ e +ários te5logos importantes $uscam harmoni8ar a doutrinasagrada com o pensamento ilos5ico pagão.--

?s medie+ais manti+eram a acepção de ilosoia como sa$er prático, como uma $uscade normas ou recomendaç3es para se alcançar a plenitude da +ida. Banto Lsidoro deBe+ilha, ainda no s'culo XLL, deinia a ilosoia como >o conhecimento das coisas

humanas e di+inas com$inado com uma $usca pela +ida moralmente $oa -K

[anto na Ldade ;'dia como em 1ual1uer outra 'poca da hist5ria ocidental, acompreensão do 1ue ' a ilosoia relete uma preocupação com 1uest3es essenciais paraa +ida humana em seus m6ltiplos aspectos. As concepç3es de ilosoia do Renascimentoe da Ldade ;oderna não são e)ceç3es. [am$'m a2 as noç3es do 1ue se7a a ilosoiasinteti8am as tentati+as de oerecer respostas su$stanti+as aos pro$lemas maisin1uietantes da 'poca. ? ad+ento da era moderna e8 ruir as pr5prias $ases da sa$edoriatradicional/ e impOs aos intelecturais a tarea de encontrar no+as ormas deconhecimento 1ue pudessem resta$elecer a coniança no intelecto e na ra8ão. :araWrancis 9acon 0 um dos primeiros il5soos modernos 0 a ilosoia não de+eria se

contentar com uma atitude meramente contemplati+a, como 1ueriam os antigos emedie+ais/ ao contrário, de+eria $uscar o conhecimento das ess*ncias das coisas a im

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de o$ter o controle so$re os enOmenos naturais e, portanto, su$meter a nature8a aosdes2gnios humanos.-M :ara Qescartes, a ilosoia, na 1ualidade de meta2sica, ' ain+estigação das causas primeiras, dos princ2pios undamentais. 4sses princ2pios de+emser claros e e+identes, e de+em ormar uma $ase segura a partir da 1ual se possamderi+ar as outras ormas de conhecimento. < nesse sentido, entendendo0se a ilosoia

como o con7unto de todos os sa$eres e a meta2sica como a in+estigação das primeirascausas, 1ue se de+e ler a amosa metáora de Qescartes= >Assim, a Wilosoia ' umaár+ore, cu7as ra28es são a ;eta2sica, o tronco a W2sica, e os ramos 1ue saem do troncosão todas as outras ci*ncias.-S

Ap5s Qescartes, a ilosoia assume uma postura cr2tica em relação a suas pr5priasaspiraç3es e conte6dos. ?s empiristas $rit]nicos, inluenciados pelas no+as a1uisiç3esda ci*ncia moderna, dedicaram0se a situar a in+estigação ilos5ica nos limites do 1ue

 pode ser a+aliado pela e)peri*ncia. Begundo a orientação empirista, argumentostradicionais da ilosoia, como as demonstraç3es da e)ist*ncia de Qeus, da imortalidadeda alma e de ess*ncias imutá+eis seriam in+álidos, uma +e8 1ue as ideias com 1ue

operam não são ade1uadamente deri+adas da e)peri*ncia. Qe maneira análoga, ^ant, aoela$orar sua doutrina da ilosoia transcendental, re7eita a possi$ilidade de tratamentocient2ico de muitos dos pro$lemas da ilosoia tradicional, uma +e8 1ue a ade1uadasolução deles demandaria recursos 1ue ultrapassam as capacidades do intelecto humano.

? empirismo $rit]ncio e o idealismo de ^ant acentuam uma caracter2sticare1uentemente destacada na ilosoia= a de ser um Ipensar so$re o pensamentoI-T ouum Iconhecer o conhecimentoI.-U 4sse concepção rele)i+a da ilosoia, do

 pensamento 1ue se +olta para si mesmo, inluenciará +ários autores e escolas ilos5icas,tanto do s'culo _L_ como do s'culo __. A enomenologia, por e)emplo, considerará ailosoia como um empreendimento eminentemente rele)i+o. Begundo 4dmundusserl 0 o undador da enomenologia 0 a ilosoia ' uma ci*ncia rigorosa dosenOmenos tal como nos aparecem, ou se7a, tal como ' a nossa consci*ncia deles. :aradescre+*0los, o il5soo de+e pOr entre par*nteses todas as suas pressuposiç3es e

 preconceitos (at' mesmo a certe8a de 1ue os o$7etos e)istem& e restringir0se apenas aosconte6dos da consci*ncia.

Pom a +irada lingu2stica do in2cio do s'culo __, muitos il5soos passam a considerar ailosoia como uma análise de conceitos. :ara `ittgenstein, os pro$lemas ilos5icostradicionais são todos resultantes de conus3es lingu2sticas/ e a tarea do il5soo seria ade esclarecer o modo como os conceitos são empregados a im de e)plicitar tais

conus3es. Huma a$ordagem mais positi+a so$re a ati+idade ilos5ica, Btrason considera 1ue a ilosoia ' análoga # gramática= assim como os estudiosos da gramáticae)plicitam as regras 1ue os alantes inconscientemente empregam, a ilosoiae)plicitaria conceitos0cha+e 1ue, na construção de nossas concepç3es e argumentos,adotamos sem ter plena consci*ncia de suas implicaç3es e relaç3es.-F

Os métodos da filosofia

?s tra$alhos ilos5icos são reali8ados mediante t'cnicas e procedimentos 1ue integramos c]nones do pensamento racional. [radicionalmente, a ilosoia destaca e pri+ilegia aargumentação l5gica, em linguagem natural ou em linguagem sim$5lica, como aerramenta por e)cel*ncia da apresentação e discussão de teorias ilos5icas. Aargumentação l5gica está associada a dois elementos importantes= a articulação rigorosa

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dos conceitos e a correta concatenação das  premissas e conclus3es, de modo 1ue essas6ltimas se7am deri+aç3es incontestá+eis das primeiras. [oda a ideia ilos5ica rele+ante' ine+ita+elmente su$metida a escrut2nio cr2tico/ e a presença de alhas na argumentação' re1uentemente o primeiro al+o das cr2ticas. Qesse modo, o destino de uma tese1ual1uer 1ue não este7a amparada por argumentos s5lidos e con+incentes será,

re1uentemente, a se+era re7eição por parte da comunidade ilos5ica. 4m$ora arele)ão so$re os princ2pios e m'todos da l5gica s5 tenha sido reali8ada por Arist5teles,a *nase na argumentação l5gica e na cr2tica # solide8 dos argumentos ' umacaracter2stica 1ue acompanha a ilosoia desde os seus prim5rdios. A pr5pria rupturaentre o pensamento m2tico0religioso e o pensamento racional ' assinalada pela adoçãode uma postura argumentati+a e cr2tica em relação #s e)plicaç3es tradicionais. buandoAna)imandro re7eitou as e)plicaç3es de seu mestre [ales de ;ileto  e propOsconcepç3es alternati+as so$re a nature8a e estrutura do cosmos, 1ue pro+a+elmente aseu 7u28o seriam mais corretas 1ue as do antigo mestre, o pensamento humano da+a seus

 primeiro passos em direção ao de$ate ranco, p6$lico e a$erto de ideias, orientadoapenas por crit'rios racionais de correção, como orma destacada de se apereiçoar o

conhecimento/ e a$andona+a, assim, as narrati+as tradicionais so$re a origem ecomposição do uni+erso, apoiadas na autoridade in1uestioná+el da tradição ou emensinamentos esot'ricos.-D

;as não se podem restringir os m'todos da ilosoia apenas # *nase geral naargumentação l5gica e na cr2tica sistemática #s teorias apresentadas. Has grandestradiç3es da hist5ria da ilosoia, podem ser identiicadas duas orientaç3es $ema$rangentes, cu7os o$7eti+os e t'cnicas tendem a dierir radicalmente= e)istem as escolas1ue pri+ilegiam uma a$ordagem analítica dos pro$lemas ilos5icos e a1uelas 1ueoptam por uma a$ordagem predominantemente sinttica ou sinóptica.-

A orientação anal2tica ' e)empliicada nos tra$alhos ilos5icos 1ue se dedicam #decomposição de um conceito em suas partes constituintes e ao e)ame criterioso dasrelaç3es l5gicas e conceptuais e)plicitadas pela análise. ? e)emplo clássico ' a análisedo conceito de conhecimento. A rele)ão so$re a nature8a do conhecimento le+ou osil5soos a decompor a noção de conhecimento em tr*s noç3es associadas= crença,+erdade e  7ustiicação. :ara 1ue algo se7a conhecimento ' imprescind2+el 1ue se7a antesuma crença em outras pala+ras, o conhecimento ' uma esp'cie dierenciada do g*neromais a$rangente da crença. A pergunta 5$+ia 1ue essa primeira constatação sugere '= o1ue dierencia, então, o conhecimento das demais ormas de crença@ Hesse ponto, oe)ame do conceito condu8 a duas noç3es distintas. 4m primeiro lugar, chega0se # noção

de +erdade. Lntuiti+amente sa$emos 1ue acreditar 1ue a ua gira em torno da [erra 'dierente de acreditar 1ue :apai Hoel e)iste a primeira crença ' +erdadeira/ a segunda,alsa. :ortanto, para 1ue se7a promo+ida # condição de conhecimento, a crença de+e ser+erdadeira. 4m segundo lugar, chega0se # noção de 7ustiicação. Al'm de sustentar umacrença +erdadeira, o su7eito de+e ser capa8 de apresentar os meios ou as ontes,consideradas uni+ersalmente leg2timas, 1ue lhe propiciaram chegar # crença em 1uestão.Weito esse e)ame, a conclusão ' a c'le$re 5rmula= o conhecimento crença verdadeira

 !ustificada.-E  Hesse e em muitos outros casos en+ol+endo noç3es ilosoicamenterele+antes, o tra$alho de análise ' capa8 de e)plicitar pressupostos importantesimplicitamente presentes no uso dos conceitos.

A outra orientação a sint'tica percorre o caminho oposto ao da análise. ?s adeptosdessa orientação $uscam ela$orar uma s2ntese de +árias noç3es rele+antes e apresentá0

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las como um todo harmOnico.- s +e8es chamada de >ilosoia especulati+a, essaorientação ilos5ica pretende re+elar princ2pios uni+ersais 1ue possam reunirorganicamente +ário elementos d2spares, 1ue aparentemente não guardam relaç3esrele+antes entre si.K\ Nm caso paradigmático dessa orientação ' a ilosoia hegeliana,cu7o ito ' integrar numa din]mica pante2sta a e+olução das mais di+ersas ormas de

maniestação da cultura humana artes, leis, go+ernos, religi3es, ci*ncias e ilosoias.

Disciplinas filosóficas

A ilosoia ' geralmente di+idida em áreas de in+estigação espec2ica. 4m cada área, a pes1uisa ilos5ica dedica0se # elucidação de pro$lemas pr5prios, em$ora se7am muitocomuns as intercone)3es. As áreas tradicionais da ilosoia são as seguintes=

• Epistemologia ou teoria do conhecimento= ' a área da ilosoia 1ue estuda anature8a do conhecimento, sua origem e seus limites. Qessa orma, entre as

1uest3es t2picas da epistemologia estão= >? 1ue dierencia o conhecimento deoutras ormas de crença@, >? 1ue podemos conhecer@, >Pomo chegamos a terconhecimento de [email protected]

• Ética ou filosofia moral= ' a área da ilosoia 1ue trata das distinç3es entre ocerto e o errado, entre o $em e o mal. :rocura identiicar os meios maisade1uados para aprimorar a +ida moral e para alcançar uma +ida moralmente

 $oa. [am$'m no campo da 'tica dão0se as discuss3es a respeito dos princ2pios edas regras morais 1ue norteiam a +ida em sociedade, e so$re 1uais seriam as

 7ustiicati+as racionais para adotar essas regras e princ2pios.K-

• Filosofia da Arte ou Estética= entre as in+estigaç3es dessa área, encontram0sea1uelas so$re a nature8a da arte e da e)peri*ncia est'tica, so$re como ae)peri*ncia est'tica se dierencia de outras ormas de e)peri*ncia, e so$re o

 pr5prio conceito de $elo.K-

• Lógica= ' a área 1ue trata das estruturas ormais do racioc2nio pereito ou se7a,da1ueles racioc2nios cu7a conclusão preser+a a +erdade das premissas. Ha l5gicasão estudados, portanto, os m'todos e princ2pios 1ue permitem distinguir osracioc2nios corretos dos racioc2nios incorretos.KK

Metafsica= ocupa0se da ela$oração de teorias so$re a realidade e so$re nature8aundamental de todas as coisas. ? o$7eti+o da meta2sica ' ornecer uma +isãoa$rangente do mundo uma +isão sin5ptica 1ue re6na em si os di+ersosaspectos da realidade. Nma das su$áreas da meta2sica ' a ontologia (literalmente, a ci*ncia do IserI&, cu7o tema principal ' a ela$oração de escalasde realidade. Hesse sentido, a ontologia $uscaria identiicar as entidades $ásicasou elementares da realidade e mostrar como essas se relacionam com os demaiso$7etos ou indi+2duos 0 de e)ist*ncia dependente ou deri+ada.K-

E!olução histórica

"ensamento mtico e pensamento filosófico

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Pomo em muitas outras sociedades antigas, as narrati+as m2ticas desempenha+am umaunção central na sociedade grega. Al'm de esta$elecer marcos importantes na +idasocial, os mitos gregos promo+iam uma concepção de mundo de nature8a religiosa 1ue

 propicia+a respostas #s principais indagaç3es e)istenciais 1ue desde sempre in1uietaramo esp2rito humano. ?s e+entos hist5ricos, os enOmenos naturais e os principais e+entos

da +ida humana (nascimento, necessidades, doença e morte& eram entrelaçados #shist5rias tradicionais so$re conlitos entre deuses, interc]m$ios entre deuses e homens eeitos memorá+eis de semideuses.

?riginalmente, a pala+ra grega m"thos signiica+a simplesmente pala+ra ou ala/KM maso termo remetia tam$'m # noção de uma pala+ra proerida com autoridade.KS Ashist5rias 'picas de omero, permeadas de inter+enç3es so$renaturais, ou a teogonia dees2odo eram m"thos no sentido de serem an6ncios re+estidos de autoridade, dignos decr'dito e re+er*ncia. Cradualmente, o termo oi assumindo outro sentido e 7á # 'poca de:latão e Arist5teles o m"thos era empregado para caracteri8ar hist5rias ict2cias oua$surdas 1ue se aastariam do logos 0 isto ', do discurso racional.KT Arist5teles, por

e)emplo, considera+a a ilosoia como um empreendimento intelectual completamentedistinto das ela$oraç3es mitol5gicas. Ha Metafísica, ao tratar do pro$lema daincorrupti$ilidade, Arist5teles menciona es2odo e, logo em seguida, descarta

 peremptoriamente suas opini3es, pois, segundo ele, >não precisamos perder tempoin+estigando seriamente as sutile8as dos criadores de mitos.KU

:ode0se di8er 1ue a ilosoia surge como uma esp'cie de rompimento com a +isãom2tica do mundo. 4n1uanto os mitos se organi8a+am em narraç3es, imagens e seres

 particulares, a ilosoia inaugura+a o discurso argumentati+o, a$strato e uni+ersal. Al'mdisso, ao contrário dos autores de mitos, os il5soos gregos tentaram com aincoela$orar concepç3es de mundo 1ue ossem isentas de contradiç3es e impereiç3esl5gicas.

Qesse modo, não ' sem ra8ão 1ue muitos autores enati8am o caráter de ruptura edi+erg*ncias ao comparar o ad+ento da ilosoia com a tradição m2tica da Cr'cia antiga.;as, em$ora se7am inegá+eis as dierenças, mais recentemente +ários estudiosos t*mapontado os pontos de continuidade e semelhança entre as primeiras elucu$raç3esilos5icas dos gregos e as suas concepç3es mitol5gicas.KF :ara esses autores, as

 peculiaridades da tradição m2tica grega a+oreceram o surgimento da ilosoia grega eos primeiros il5soos empenharam0se numa esp'cie dessacrali8ação edespersonali8ação das narrati+as tradicionais so$re o surgimento e organi8ação do

cosmos.

Filosofia antiga

#er artigo principal$  Pr%socr&ticos e  Filosofia antiga

A ilosoia antiga te+e in2cio no s'culo XL a.P. e se estendeu at' a decad*ncia doimp'rio romano no s'culo X d.P. :ode0se di+idi0la em 1uatro per2odos= (-& o per2ododos pr'0socráticos/ (K& um per2odo humanista, em 1ue B5crates e os soistas trou)eramas 1uest3es morais para o centro do de$ate ilos5ico/ (M& o per2odo áureo da ilosoiaem Atenas, em 1ue despontaram :latão e Arist5teles/ (S& e o per2odo helen2stico. s

+e8es se distingue um 1uinto per2odo, 1ue compreende os primeiros il5soos cristãos e

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os neoplatonistas.KD ?s dois autores mais importantes da ilosoia antiga em termos deinlu*ncia posterior oram :latão e Arist5teles.

?s primeiros il5soos gregos, geralmente chamados de pr'0socráticos, dedicaram0se aespeculaç3es so$re a constituição e a origem do mundo. ? principal intuito desses

il5soos era desco$rir um elemento primordial, eterno e imutá+el 1ue osse a mat'ria $ásica de todas as coisas. 4ssa su$st]ncia imutá+el era chamada de  ph"sis (pala+ragrega cu7a tradução literal seria nature8a, mas 1ue na concepção dos primeiros il5sooscompreendia a totalidade dos seres, inclusi+e entidades di+inas&,KE e, por essa ra8ão, os

 primeiros il5soos tam$'m oram conhecidos como os ph"siologoi (literalmente>isi5logos, isto ', os il5soos 1ue se dedica+am ao estudo da ph"sis&.M\ A 1uestão daess*ncia material imutá+el oi a primeira eição assumida por uma in1uietação 1ue

 percorreu praticamente toda a ilosoia grega. 4ssa in1uietação pode ser tradu8ida naseguinte pergunta= e)iste uma realidade imutá+el por trás das mudanças ca5ticas dosenOmenos naturais@ fá os pr5prios pr'0socráticos propuseram respostas e)tremas a essa

 pergunta. :arm*nides de 4leia deendeu 1ue a perene mutação das coisas não passa de

uma ilusão dos sentidos, pois a ra8ão re+elaria 1ue o Ber ' 6nico, imutá+el e eterno.M- eráclito de <eso, por outro lado, deendeu uma posição diametralmente oposta= a

 pr5pria ess*ncia das coisas ' mudança, e seriam +ãos os esorços para $uscar umarealidade imutá+el.MK

[ais especulaç3es, 1ue com$ina+am a oposição entre realidade e apar*ncia com a $uscade uma mat'ria primordial, culminaram na ilosoia atomista de eucipo e Qem5crito. :ara esses il5soos a su$st]ncia de todas as coisas seriam part2culas min6sculas ein+is2+eis os átomos em perene mo+imentação no +ácuo. 4 os enOmenos 1uetestemunhamos cotidianamente são resultado da com$inação, separação e recom$inaçãodesses átomos.

A teoria de Qem5crito representou o ápice da ilosoia da ph"sis, mas tam$'m o seuesgotamento. As transormaç3es sociopol2ticas, especialmente em Atenas, 7á impunhamno+as demandas aos sá$ios da 'poca. A democracia ateniense solicita+a no+asha$ilidades intelectuais, so$retudo a capacidade de persuadir. < nesse momento 1ue sedestacam os il5soos 1ue se dedicam 7ustamente a ensinar a ret5rica e as t'cnicas de

 persuasão os soistas. ? o2cio dessa no+a esp'cie de il5soos tra8ia como pressuposto a ideia de 1ue não há +erdades a$solutas. ? importante seria dominar ast'cnicas da $oa argumentação, pois, dominando essas t'cnicas, o indi+2duo poderiadeender 1ual1uer opinião, sem se preocupar com a 1uestão de sua +eracidade. Qe ato,

 para os soistas, a $usca da +erdade era uma pretensão in6til. A +erdade seria apenasuma 1uestão de aceitação coleti+a de uma crença, e, a princ2pio, não ha+eria nada 1ueimpedisse 1ue o 1ue ho7e ' tomado como +erdade, amanhã osse considerado umatolice.MM

? contraponto a esse relati+ismo dos soistas oi B5crates. 4m$ora partilhasse com ossoistas certa indierença em relação aos +alores tradicionais, B5crates dedicou0se #

 $usca de +alores perenes. B5crates não dei)ou nenhum registro escrito de suas ideias.[udo o 1ue sa$emos dele chegou0nos atra+'s do testemunho de seus disc2pulos econtempor]neos. Begundo di8em, B5crates teria deendido 1ue a +irtude ' conhecimentoe as altas morais pro+*m da ignor]ncia.MS ? indi+2duo 1ue ad1uirisse o conhecimento

 pereito seria ine+ita+elmente $om e eli8. :or outro lado, essa $usca simult]nea doconhecimento e da $ondade de+e começar pelo e)ame proundo de si mesmo e das

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crenças e +alores aceitos acriticamente. Begundo contam, B5crates oi um in1uiridorimplacá+el e e8 ama por sua ha$ilidade de le+ar # e)asperação os seus antagonistas.Ao concidadão 1ue se di8ia 7usto, B5crates pergunta+a >? 1ue ' a 7ustiça@, e depois sededica+a a demolir todas as tentati+as de responder # pergunta.

 ' Morte de (ócrates, fac1ues0ouis Qa+id, -FDF.

A atitude de B5crates aca$ou por lhe custar a +ida. Beus ad+ersários conseguiram le+á0lo a 7ulgamento por impiedade e corrupção de 7o+ens. B5crates oi condenado # morte mais especiicamente, a en+enenar0se com cicuta. Begundo o relato de :latão, o seumais amoso disc2pulo, B5crates cumpriu a sentença com a$soluta serenidade edestemor.

Pou$e a :latão le+ar adiante os ensinamentos do mestre e superá0los. :latão reali8a a primeira grande s2ntese da ilosoia grega. 4m seus diálogos, com$inam0se as antigas1uest3es dos pr'0socráticos com as urgentes 1uest3es morais e pol2ticas, o discurso

racional com a intuição m2stica, a elucu$ração l5gica com a o$ra po'tica, os mitos coma ci*ncia.

Begundo :latão, os nossos sentidos s5 nos permitem perce$er uma nature8a ca5tica, em1ue as mudanças e a di+ersidade aparentam não o$edecer a nenhum princ2pio regulador/mas a ra8ão, ao contrário, ' capa8 de ir al'm dessas apar*ncias e captar as ormasimutá+eis 1ue são as causas e modelos de tudo o 1ue e)iste. A geometria ornece um

 $om e)emplo. Ao demonstrar seus teoremas os geOmetras empregam igurasimpereitas. :or mais acurado 1ue se7a o compasso, os desenhos de c2rculos sempreconterão irregularidades e impereiç3es. As iguras sens2+eis do c2rculo estão semprea1u'm de seu modelo e esse modelo ' a pr5pria ideia de c2rculo, conce$2+el apenas

 pela ra8ão. ? mesmo ocorre com os demais seres= os ca+alos 1ue +emos são todosdierentes entre si, mas há um princ2pio uniicador a ideia de ca+alo 1ue nos a8chamar a todos de ca+alos. Pom os +alores, não seria dierente. As dierentes opini3esso$re 1uest3es morais e est'ticas de+em0se a uma +isão empo$recida das coisas. ?s 1ueempreenderem uma $usca sincera alcançarão a concepção do 9elo em si mesmo e do9em em si mesmo.

Ao contrário do 1ue o termo >ideias possa sugerir, :latão não as considera como merasconstruç3es psicol5gicas/ ao contrário, ele lhes atri$ui realidade o$7eti+a. As ideiasconstituem um mundo suprassens2+el ou se7a, uma dimensão 1ue não podemos +er etocar, mas 1ue podemos captar como os >olhos da ra8ão. 4ssa ' a amosa teoria dasideias de :latão. 4le a ilustra numa alegoria igualmente c'le$re a alegoria da ca+erna.

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:latão nos con+ida a imaginar uma ca+erna em 1ue se acham +ários prisioneiros. 4lesestão amarrados de tal maneira 1ue s5 podem +er a parede do undo da ca+erna. scostas dos prisioneiros há um muro da altura de um homem. :or trás desse muro,transitam +árias pessoas carregando estátuas de di+ersas ormas todas elas são r'plicasde coisas 1ue +emos cotidianamente (ár+ores, pássaros, casas etc.&. á tam$'m uma

grande ogueira, atrás desse muro e dos carregadores. A lu8 da ogueira a8 com 1ue assom$ras das estátuas se7am pro7etadas so$re o undo da parede. ?s $arulhos e alas doscarregadores re+er$eram no undo da ca+erna, dando aos prisioneiros a impressão de1ue são oriundos das som$ras 1ue eles +eem. Hessa situação imaginária, os prisioneiros

 pensariam 1ue as som$ras e os ecos constituem tudo o 1ue e)iste. Pomo nunca puderam+er nada al'm das som$ras pro7etadas na parede da ca+erna, acreditam 1ue apenas assom$ras são reais.

Ap5s apresentar esse cenário, :latão sugere 1ue, se um desses prisioneiros conseguissese li$ertar, +eria, com surpresa, 1ue as estátuas 1ue sempre esti+eram atrás dos

 prisioneiros são mais reais do 1ue a1uelas som$ras. Ao sair da ca+erna, a lu8 o

ouscaria/ mas, ap5s se acostumar com a claridade, +eria 1ue as coisas da super2cie sãoainda mais reais do 1ue as estátuas. 4sse prisioneiro 1ue se li$erta ' o il5soo, e a sua

 7ornada em direção # super2cie representa a o percurso da ra8ão em sua lenta ascensãoao conhecimento pereito.

A  )scola de 'tenas, de Raael, representa os mais importantes il5soos, matemáticos ecientistas da Antiguidade.

Arist5teles, disc2pulo de :latão e preceptor de Ale)andre, o Crande, re7eitou a teoria dasideias. :ara ele, a hip5tese de uma realidade separada e independente, constitu2daapenas por entidades intelig2+eis, era uma duplicação do mundo a$solutamente

desnecessária. MT Ha +isão de Arist5teles, a ess*ncia de uma coisa não consiste numaideia suplementar e separada, mas numa orma 1ue lhe ' imanente. 4ssa orma imanente' o 1ue dá organi8ação e estrutura # mat'ria, e propicia, no caso dos organismos +i+os, oseu desen+ol+imento conorme a sua ess*ncia. Arist5teles tam$'m di+ergiu de :latãoso$re o +alor da e)peri*ncia na a1uisição do conhecimento. 4n1uanto na ilosoia

 platOnica, há uma perene desconiança em relação ao sa$er deri+ado dos sentidos, nailosoia aristot'lica o conhecimento ad1uirido pela +isão, audição, tato etc. 'considerado como o ponto de partida do empreendimento cient2ico.

Arist5teles oi um pes1uisador inatigá+el, e seus interesses a$arca+am praticamentetodas as áreas do conhecimento. Woi o undador da $iologia/ e o criador da l5gica comodisciplina. We8 contri$uiç3es originais e duradouras em meta2sica e teologia, 'tica e

 pol2tica, psicologia e est'tica. Al'm de ter contri$u2do nas mais di+ersas disciplinas,

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Arist5teles reali8ou a primeira grande sistemati8ação das ci*ncias, organi8ando0asconorme seus m'todos e a$rang*ncia. 4m cada uma das disciplinas 1ue criou, oua7udou a criar, Arist5teles cunhou uma terminologia 1ue at' ho7e está presente no+oca$ulário cient2ico e ilos5ico= como e)emplos, podem0se mencionar as pala+rassu$st]ncia, categoria, energia, princ2pio e orma.MU

Filosofia medie!al

#er artigo principal$  Filosofia medieval 

Bão [omás de A1uino

A ilosoia medie+al ' a ilosoia da 4uropa ocidental e do ?riente ;'dio durante a

Ldade ;'dia. Pomeça, apro)imadamente, com a cristiani8ação do Lmp'rio Romano eencerra0se com a Renascença. A ilosoia medie+al pode ser considerada, em parte,como prolongamento da ilosoia greco0romanaMF e, em parte, como uma tentati+a deconciliar o conhecimento secular e a doutrina sagrada.MD

A Ldade ;'dia carregou por muito tempo o ep2teto depreciati+o de Iidade das tre+asI,atri$u2do pelos humanistas renascentistas/ e a ilosoia desen+ol+ida nessa 'poca

 padeceu do mesmo despre8o. Ho entanto, essa era de apro)imadamente mil anos oi omais longo per2odo de desen+ol+imento ilos5ico na 4uropa e um dos mais ricos. forgeCracia deende 1ue >em intensidade, soisticação e a1uisiç3es, pode0se corretamentedi8er 1ue o lorescimento ilos5ico no s'culo _LLL ri+ali8a com a 'poca áurea da

ilosoia grega no s'culo LX a. P.ME.

4ntre os principais pro$lemas discutidos nessa 'poca estão a relação entre ' e ra8ão, ae)ist*ncia e unidade de Qeus, o o$7eto da teologia e da meta2sica, os pro$lemas doconhecimento, dos uni+ersais e da indi+iduali8ação.

4ntre os il5soos medie+ais do ocidente, merecem desta1ue Agostinho de ipona,9o'cio, Anselmo de Pantuária, :edro A$elardo, Roger 9acon, 9oa+entura de9agnoregio, [omás de A1uino, foão Quns 4scoto, Cuilherme de ?cham e fean9uridan/ na ci+ili8ação isl]mica, A+icena e A+errois/ entre os 7udeus, ;ois's;aimOnides.

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[omás de A1uino (-KKT0-KFS&, undador do tomismo, e)erceu inlu*ncia inigualá+el nailosoia e na teologia medie+ais. 4m sua o$ra, ele deu grande import]ncia # ra8ão e #argumentação, e procurou ela$orar uma s2ntese entre a doutrina cristã e a ilosoiaaristot'lica. A ilosoia de [omás de A1uino representou uma reorientação signiicati+ado pensamento ilos5ico medie+al, at' então muito inluenciado pelo neoplatonismo e

sua reinterpretação agostiniana.

Filosofia do #enascimento

#er artigo principal$  Filosofia do *enascimento

? omem +itru+iano, de eonardo Qa Xinci, resume +ários dos ideais do pensamentorenascentista.

A transição da Ldade ;'dia para a Ldade ;oderna oi marcada pelo Renascimento e pelo umanismo.S\ Hesse per2odo de transição, a redesco$erta de te)tos da

AntiguidadeS-

 contri$uiu para 1ue o interesse ilos5ico sa2sse dos estudos t'cnicos del5gica, meta2sica e teologia e se +oltasse para estudos ecl'ticos nas áreas da ilologia,da moralidade e do misticismo. ?s estudos dos clássicos e das letras rece$eram uma*nase in'dita e desen+ol+eram0se de modo independente da escolástica tradicional. A

 produção e disseminação do conhecimento e das artes dei)am de ser uma e)clusi+idadedas uni+ersidades e dos acad*micos proissionais, e isso contri$ui para 1ue a ilosoia +áaos poucos se des+encilhando da teologia. 4m lugar de Qeus e da religião, o conceito dehomem assume o centro das ocupaç3es art2sticas, literárias e ilos5icas.SK

? renascimento re+igorou a concepção da nature8a como um todo org]nico, su7eito #compreensão e inlu*ncia humanas. Qe uma orma ou de outra, essa concepção está

 presente nos tra$alhos de Hicolau de Pusa, Ciordano 9runo, 9ernardino [elesio eCalileu Calilei. 4ssa reinterpretação da nature8a ' acompanhada, em muitos casos, deum intenso interesse por magia, hermetismo e astrologia  considerados então comoinstrumentos de compreensão e manipulação da nature8a.

medida 1ue a autoridade eclesial cedia lugar # autoridade secular e 1ue o oco dosinteresses +olta+a0se para a pol2tica em detrimento da religião, as ri+alidades entre os4stados nacionais e as crises internas demanda+am não apenas soluç3es práticasemergenciais, mas tam$'m uma prounda rele)ão so$re 1uest3es pertinentes # ilosoia

 pol2tica. Qesse modo, a ilosoia pol2tica, 1ue por +ários s'culos este+e dormente,rece$eu um no+o impulso durante o Renascimento. Hessa área, destacam0se as o$ras de

 Hicolau ;a1uia+el e fean 9odin.SM

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Filosofia moderna

#er artigo principal$  Filosofia do sculo +#,,  e  ,luminismo

Ren' Qescartes, undador da ilosoia moderna e do racionalismo.

A ilosoia moderna ' caracteri8ada pela preponder]ncia da epistemologia so$re ameta2sica. A 7ustiicati+a dos il5soos modernos para essa alteração esta+a, em parte,na ideia de 1ue, antes de 1uerer conhecer tudo o 1ue e)iste, seria con+eniente conhecero 1ue se pode conhecer .SS

?s principais de$ates dessa 'poca oram, portanto, de$ates epistemol5gicos. ?racionalismo, a escola 1ue ressalta o papel da ra8ão na a1uisição do conhecimento, te+ecomo seu principais protagonistas Ren' Qescartes, 9aruch Bpino8a e Cottried ei$ni8.:or outro lado, a escola empirista, 1ue deende 1ue a nossa 6nica onte de conhecimento' a e)peri*ncia, te+e como deensores Wrancis 9acon, fohn oce, Qa+id ume eCeorge 9erele.

4m -FFD, Lmmanuel ̂ ant pu$licou a sua amosa -rítica da *a.ão Pura, em 1ue re7eitaa1uelas duas correntes e prop3e uma alternati+a. Begundo ^ant, apesar de o nossoconhecimento depender de nossas percepç3es sensoriais, essas não constituem todo onosso conhecimento, pois e)istem determinadas estruturas do su7eito 1ue as antecedeme tornam poss2+el a pr5pria ormação da e)peri*ncia. ? espaço, por e)emplo, não ' uma

realidade 1ue passi+amente assimilamos a partir de nossas impress3es sensoriais. Aocontrário, somos n5s 1ue impomos uma organi8ação espacial aos o$7etos. Qo mesmomodo, o su7eito não aprende, ap5s in6meras e)peri*ncias, 1ue todas as ocorr*ncias

 pressup3em uma causa/ antes, ' a estrutura peculiar do su7eito 1ue imp3e aosenOmenos uma organi8ação de causa e eeito. Nma das conse1u*ncias da ilosoiaantiana ' esta$elecer 1ue as coisas em si mesmas não podem ser conhecidas. Aronteira de nosso conhecimento ' delineada pelos enOmenos, isto ', pelos resultadosda interação da realidade o$7eti+a com os es1uemas cogniti+os do su7eito.

 Ha Wrança, diundiram0se as ideias do empirismo ingl*s/ e o entusiasmo com as no+asci*ncias le+ou os intelectuais ranceses a deender uma ampla reorma cultural, 1ue

remodelasse não s5 a orma de se produ8ir conhecimento, mas tam$'m as ormas deorgani8ação social e pol2tica. 4sse mo+imento amplo e contestat5rio icou conhecido

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como Lluminismo. ?s il5soos iluministas re7eita+am 1ual1uer orma de crença 1ue se $aseasse apenas na tradição e na autoridade, em especial as di+ulgadas pela Lgre7aPat5lica. Nm dos marcos do Lluminismo ranc*s oi a pu$licação da 4ncclop'die.4la$orada so$ a direção de fean le Rond dAlem$ert e Qenis Qiderot, essa o$raenciclop'dica ino+adora incorporou +ários dos +alores deendidos pelos iluministas e

contou com a cola$oração de +ários de seus nomes mais destacados, como Xoltaire,;ontes1uieu e Rousseau.

Filosofia do século $I$

#er artigo principal$  Filosofia do sculo +,+ 

Ceralmente se considera 1ue depois da ilosoia de ^ant tem in2cio uma no+a etapa dailosoia, 1ue se caracteri8aria por ser uma continuação e, simultaneamente, uma reação# ilosoia antiana. Hesse per2odo desen+ol+e0se o idealismo alemão (Wichte, Bchelling e egel&, 1ue le+a as ideias antianas #s 6ltimas conse1u*ncias. A noção de 1ue há umuni+erso inteiro (a realidade em si mesma& inalcançá+el ao conhecimento humano,le+ou os idealistas alemães a assimilar a realidade o$7eti+a ao pr5prio su7eito no intuitode resol+er o pro$lema da separação undamental entre su7eito e o$7eto. Assim, pore)emplo, egel postulou 1ue o uni+erso ' esp2rito. ? con7unto dos seres humanos, suahist5ria, sua arte, sua ci*ncia e sua religião são apenas maniestaç3es desse esp2ritoa$soluto em sua marcha din]mica rumo ao autoconhecimento.ST

4n1uanto na Alemanha, o idealismo apodera+a0se do de$ate ilos5ico, na Wrança,Auguste Pomte retoma+a uma orientação mais pr5)ima das ci*ncias e inaugura+a o

 positi+ismo e a sociologia. Ha +isão de Pomte, a humanidade progride por tr*s estágios=

o estágio teol5gico, o estágio meta2sico e, por im, o estágio positi+o. Ho primeiroestágio, as e)plicaç3es são dadas em termos mitol5gicos ou religiosos/ no segundo, ase)plicaç3es tornam0se a$stratas, mas ainda carecem de cientiicidade/ no terceiroestágio, a compreensão da realidade se dá em termos de leis emp2ricas de >sucessão esemelhança entre os enOmenos.SU :ara Pomte, a plena reali8ação desse terceiroestágio hist5rico, em 1ue o pensamento cient2ico suplantaria todos os demais,representaria a a1uisição da elicidade e da pereição.SF

[am$'m no campo do desen+ol+imento hist5rico, ;ar) e 4ngels da+am uma no+aormulação ao socialismo. 4les a8em uma releitura materialista da dial'tica de egelno intuito de analisar e condenar o sistema capitalista. Qesen+ol+em a teoria da mais0

+alia, segundo a 1ual o lucro dos capitalistas dependeria ine+ita+elmente da e)ploraçãodo proletariado. Bustentam 1ue o estado, as ormas pol2tico0institucionais e asconcepç3es ideol5gicas orma+am uma superestrutura constru2da so$re a $ase dasrelaç3es de produçãoSD e 1ue as contradiç3es resultantes entre essa $ase econOmica e asuperestrutura le+ariam as sociedades ine+ita+elmente # re+olução e ao socialismo.

Filosofia do século $$

#er artigo principal$  Filosofia do sculo ++ 

 Ho s'culo __, a ilosoia tornou0se uma disciplina proissionali8ada das uni+ersidades,semelhante #s demais disciplinas acad*micas. Qesse modo, tornou0se tam$'m menosgeral e mais especiali8ada. Ha opinião de um proeminente il5soo= >A ilosoia tem se

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tornado uma disciplina altamente organi8ada, eita por especialistas para especialistas.? n6mero de il5soos cresceu e)ponencialmente, e)pandiu0se o +olume de pu$licaç3ese multiplicaram0se as su$áreas de rigorosa in+estigação ilos5ica. o7e, não s5 o campomais amplo da ilosoia ' demasiadamente +asto para uma 6nica mente, mas algosimilar tam$'m ' +erdadeiro em muitas de suas su$áreas altamente especiali8adas.SE

? matemático e il5soo $rit]nico 9ertrand Russell, um dos undadores da ilosoiaanal2tica.

 Hos pa2ses de l2ngua inglesa, a ilosoia anal2tica tornou0se a escola dominante. Ha primeira metade do s'culo, oi uma escola coesa, ortemente modelada pelo positi+ismol5gico, uniicada pela noção de 1ue os pro$lemas ilos5icos podem e de+em serresol+idos por análise l5gica. ?s il5soos $rit]nicos 9ertrand Russell e Ceorge 4dard;oore são geralmente considerados os undadores desse mo+imento. Am$os romperamcom a tradição idealista 1ue predomina+a na Lnglaterra em ins do s'culo _L_ e

 $uscaram um m'todo ilos5ico 1ue se aastasse das tend*ncias espiritualistas etotali8antes do idealismo. ;oore dedicou0se a analisar crenças do senso comum e a

 7ustiicá0las diante das cr2ticas da ilosoia acad*mica. Russell, por sua +e8, $uscoureapro)imar a ilosoia da tradição empirista $rit]nica e sintoni8á0la com as desco$ertase a+anços cient2icos. Ao ela$orar sua teoria das descriç3es deinidas, Russell mostroucomo resol+er um pro$lema ilos5ico empregando os recursos da no+a l5gicamatemática. A partir desse no+o modelo proposto por Russell, +ários il5soos secon+enceram de 1ue a maioria dos pro$lemas da ilosoia tradicional, se não todos, nãoseriam nada mais 1ue conus3es propiciadas pelas am$iguidades e imprecis3es dalinguagem natural. buando tratados numa linguagem cient2ica rigorosa, esses

 pro$lemas re+elar0se0iam como simples conus3es e mal0entendidos.

Nma postura ligeiramente dierente oi adotada por udig `ittgenstein, disc2pulo deRussell. Begundo ̀ ittgenstein, os recursos da l5gica matemática ser+iriam para re+elaras ormas l5gicas 1ue se escondem por trás da linguagem comum. :ara `ittgenstein, al5gica ' a pr5pria condição de sentido de 1ual1uer sistema lingu2stico.T\ 4ssa ideia estáassociada # sua teoria pict5rica do signiicado, segundo a 1ual a linguagem ' capa8 derepresentar o mundo por ser uma iguração l5gica dos estados de coisas 1ue comp3em arealidade.

Bo$ a inspiração dos tra$alhos de Russell e de `ittgenstein, o P2rculo de Xiena passou adeender uma orma de empirismo 1ue assimilasse os a+anços reali8ados nas ci*ncias

ormais, especialmente na l5gica. 4ssa +ersão atuali8ada do empirismo tornou0seuni+ersalmente conhecida como neopositi+ismo ou positi+ismo l5gico. ? P2rculo de

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Xiena consistia numa reunião de intelectuais oriundos de di+ersas áreas (ilosoia, 2sica,matemática, sociologia, etc.& 1ue tinham em comum uma prounda desconiança emrelação a temas de teor meta2sico. :ara esses il5soos e cientistas, ca$eria # ilosoiaela$orar erramentas te5ricas aptas a esclarecer os conceitos undamentais das ci*ncias ere+elar os pontos de contatos entre os di+ersos ramos do conhecimento cient2ico. Hessa

tarea, seria importante mostrar, entre outras coisas, como enunciados altamentea$stratos das ci*ncias poderiam ser rigorosamente redu8idos a rases so$re a nossae)peri*ncia imediata.T-

%ronologia &'sica

#er p&gina ane/a$ -ronologia 0&sica da filosofia

(er tam&ém

• ista de il5soos

• ista de t5picos ilos5icos

• ;ulheres na ilosoia

• ist5ria da ilosoia

• Wilosoia da li$ertação

• Wilosoia oriental

• Wilosoia da ci*ncia

• Wilosoia cl2nica

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 4sconder  

+  e

Filosofia

Wilosoia oriental , Wilosoia ocidental

-istória

Antiga9udista , Phinesa , Crega , elen2stica , indu , fainista , :ersa

Medie!alPristã , Lsl]mica , fudaica

Moderna4mpiricismo , Racionalismo%ontempor.neaAnal2tica , Pontinental

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Listas[5picos $ásicos , ista de t5picos , Wil5soos , Wilosoias , Clossário , ;o+imentos , 

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#amos 4st'tica , <tica , 4pistemologia , 5gica , ;eta2sica

Filosofia da

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