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Doenças do Milho: etiologia, sintomatologia, epidemiologia e controle
Fitopatologia Aplicada
Daniel Diego Costa Carvalho
Mestre em Fitopatologia (UFLA)
Doutor em Fitopatologia (UnB)
F2v004
Introdução
●Reino: Plantae
●Classe: Liliopsida
●Ordem: Poales
●Família: Poaceae
●Gênero: Zea
●Espécie: Z. Mays
http://www.esalq.usp.br/cprural/noticiastempo/mostra/1040/o-excesso-de-chuvas-e-a-cultura-do-milho.html
Introdução
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfw70AJ/trabalho-milho-pronto
● O milho é um dos principais cereais cultivado
● Produção de milho em duas épocas de
● Diversas formas de utilização
● Desenvolvimento da produção e do mercado do milho
● Mais de 20 doenças identificadas
● A produção de milho é prejudicada
Introdução
http://ruralcentro.uol.com.br/analises/balanco-do-mercado-de-milho-rural-centro-avalia-numeros-da-conab-e-do-usda-2405
1. Doenças causadas por virusMosaico comum
(Sugarcane mosaic virus - SCMV)
●Família: Potyviridae
●Gênero: Potyvirus
As partículas de SCMV possuem comprimento de 730-755 nm dediâmetro, contendo uma única fita de RNA, senso positivo (Pinto,2011).
Gonçalves et.al, 2007
Figura 3- (A) Micrografia eletrônica de transmissão de extrato foliar de milho sintomas de mosaico e riscasmostrando partículas virais isométricas e partículas alongado-flexuosa. (B) Micrografia eletrônica detransmissão de corte ultrafino de folhas de milho com sintomas de mosaico e riscas, apresentandoinclusões citoplasmáticas cilíndrica: cataventos (CT) e agregados laminares (AL).
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Figura 1. Micrografia eletrônica de secções ultrafinas de parênquimasfoliar de milho infectado com o isolado SCMV Campinas, com inclusõescilíndricas citoplasmáticas: agregadas laminares (AL), “scrolls” (S) e cata-ventos (CT) barra de escala= 300nm
Gonçalves et.al, 2011
Sintomatologia
● Machas verde claro misturadas com verde normal
● Plantas menores em altura
● Menores espigas
https://www.embrapa.br/milho-e-sorgo
Gonçalves et. al, 2007
Epidemiologia
● Os insetos vetores adquirem o vírus -> em poucos segundos ou minutos
os vírus são transmitidos -> transmissão pode ser feita mecanicamente
● Mais de 250 espécies de gramíneas são hospedeiros
Epidemiologia● É feita por várias espécies de pulgões
Rhopalosiphum maidis
http://www.nbair.res.in/Aphids/Rhopalosiphum-maidis.php
Schizaphis graminum
http://www.agrolink.com.br/agricultura/problemas/busca/pulgao-dos-cereais_335.html
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Myzus persicae
http://www.agrolink.com.br/agricultura/problemas/busca/pulgao-verde_327.html
Medidas de controle do Mosaico comum :
1 - A utilização de cultivares resistentes
2 - A eliminação de outras plantas hospedeiras
3 – Aplicação de inseticidas
2. Doenças foliares causadas por fungos da parte aérea
Costa et al., 2009.
Antracnose do MilhoColletotrichum graminicola
CercosporioseCercospora zeae-maydis
Mancha de phaeosphaeria Phaeosphaeria maydis
Ferrugem PolissoraPuccinia polysora
Costa et al., 2009.
Ferrugem Tropical ou Ferrugem Branca
Physopella zeae
Ferrugem Comum Puccinia sorghi
Franco & Carvalho, 2015.
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Helmintosporiose Bipolaris maydis
Costa et al., 2009. Carvalho et al., 2014.
Carvalho et al., 2014.
Escape: condições ambientais favoráveis
Exclusão: sementes certificadas, tratamento de sementes
Erradicação: tratamento de sementes, rotação de culturas,
Regulação: densidade de plantio, nutrição equilibrada
Imunização: cultivares resistentes
Carvão do milho (Ustilago maydis)
Foto: S.M.Bonaldo (2015)http://www.sbfito.com.br/
Manejo:
1 – Erradicação – rotação
2 – Regulação – doses de N, injúrias
3 – Imunização - empalhamento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ustilago
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Mildio Peronosclerospora sorghi
● Ordem: Peronosporales
● Família: Peronosporaceae
● Gênero: Peronosclerospora
● Espécie: P. sorghi
https://www.researchgate.net/figure/226647903_fig3_Figure-4-A-mature-conidiophore-of-Peronosclerospora-sorghi-showing-the-basal-cell-the
● Os esporangióforos são hialinos, eretos, ramificados dicotomicamente ->
com 180 a 300 μm de comprimento
● Os esporângios, hialinos e ovais a esféricos -> medem de 14,4-27,3 x 15-
28,9 μm.
http://agritech.tnau.ac.in/crop_protection/sorghum_disease/sorghum_d5.html
Sintomatologia
● Plantas cloróticas
● Os colmos apresentam-se mais finos acamados, e possuem uma quantidade
maior de raízes adventícias
https://www.embrapa.br/milho-e-sorgo
● Folhas com estrias esbranquiçadas
● É frequente encontrar folhas que apresentam uma divisão transversal nítida
entre o tecido doente e o sadio
https://www.embrapa.br/milho-e-sorgo
● manchas irregulares de coloração pardacenta a violácea na página superior das folhas e crescimento micelial de aspecto cotonoso branco-acinzentado
Fig. 10. Sintomas típicos de infecção localizada do míldio do sorgo
https://www.embrapa.br/milho-e-sorgo
Epidemiologia● Produção de esporângio na superfície das folhas infectadas
● Temperatura de 26 a 24ºC -> penetração direta, formação de
apressório
● Sobrevivem no solo e infectam folhas suscetíveis
http://slideplayer.com.br/slide/9762530/
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Medidas de controle Mildio
1- O uso de cultivares resistentes é o método de controle mais eficiente
2- Tratamento de sementes com fungicidas sistêmicos
3- Eliminação de plantas doentes da cultura
4- Rotação de cultura com espécies não-hospedeiras
5- Plantio precoce
Agrios, 2005.
3. Doenças causadas por bactériasEnfezamento do milho (Spiroplasma kunkelii)
Manejo:
1 – Escape
2 – Exclusão
3 – Erradicação
4 – Imunização
Podridão Bacteriana do colmo Erwinia chrysanthemi pv. zeaeErwinia carotovora var. zeae
● Família: Enterobacteriaceae
● Gênero: Pectobacterium
● Espécie: E. chrysanthemi e E. carotovora
file:///C:/Users/CLIENTE/Downloads/AAPCA-V2-Revisao-04.pdf
http://www.faktailmiah.com/2010/10/02/erwinia.html
Erwinia chrysanthemi pv. zeae apresenta dimensões de 0,6-0,9 x 0,8-1,7 μm apresentam flagelos
E. chrysanthemi
E. carotovora
http://www.usu.edu/westcent/microstructure_food/Erwinia.htm
http://fineartamerica.com/featured/2-erwinia-bacteria-sem-power-and-syred.html
● encharcamento dos tecidos
● perda de firmeza ou rigidez dos tecidos
do colmo
https://phytusclub.com
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● plantas tombadas -> seca prematura de plantas
https://www.embrapa.br/milho-e-sorgo
● Penetração por ferimentos -> Altas temperaturas e alto teor de umidade ->
Transmissão ocorre pelo solo e substrato -> Material de propagação
vegetativa
● Sobrevivem e plantas hospedeiras -> restos culturais -> material de plantio
http://ba.olx.com.br/grande-salvador/industria-comercio-e-agro/esterco-curtido-216813483
Medidas de controle Podridão Bacteriana do colmo
1 – Uso de cultivares resistentes ( JM 2M77, RB9006 PRO)
2 - Manejo adequado da irrigação
3 - Evitar semeaduras sucessivas
http://aprosojams.org.br/verNoticia?id=1186&tit=Irriga%C3%A7%C3%A3o-eleva-produtividade-de-milho-e-soja-em-60-.html
Bibliografia citada e recomendada:
AGRIOS, G.N. Plant Pathology. 5 th ed. San Diego, Academic Press,2005, 948p.
CARVALHO, D.D.C.; OLIVEIRA, A.M.E.; LAGO, H.M.S.; RODRIGUES, F.Incidência de Bipolaris bicolor em sementes de sorgo granífero no Brasil.Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.13, p.240-247, 2014.
COSTA, R.V.; CASELA, C.R.; COTA. L.V. Cultivo do Milho: Doenças .Sistemas de produção, 2. 5º edição. 2009. Disponível em:http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/milho_5_ed/doencas.htm
FRANCO, A.P.F.; CARVALHO, D.D.C. Ocorrência e caracterização dePuccinia sorghi Schwein em milho (Zea mays L.) no estado de Goiás.Revista de Agricultura, v.90, n.3, p.300-306, 2015.
GONÇALVES, M.C.; SANTOS, A.S.; MAIA, I.G.; CHAGAS, C.M.;HARAKAVA, R. Caracterização de um isolado do Sugarcane mosaicvirus que quebra a resistência de variedades comerciais de cana-de-açúcar. Fitopatologia Brasileira, v.32, n.1, p.32-39, 2007.
Leitura Obrigatória:
CARVALHO, R.V.; PEREIRA, O.A.P.; CAMARGO, L.E.A. Doenças doMilho. In: AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.;CAMARGO, L.E.A. Manual de Fitopatologia: Doenças das plantascultivadas. v.2, 5 ed. Ouro Fino: Agronômica Ceres, 2016, p.549-560.