D. Duarte Rei de Portugal
D. Duarte I Rei de Portugal
•Nasceu em Viseu, a 31 de Outubro de 1391
•Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre
•Décimo-primeiro Rei de Portugal
•Cognominado o Eloquente ou o Rei-Filósofo
•Preparado para reinar como primogénito da ínclita geração desde cedo
•Em 1433 sucedeu a seu pai
•Numa expedição mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro
•Reinou durante um curto período de 5 anos
•Escreveu várias obras, entre elas o “Leal Conselheiro” e o “Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela”
•Morreu, vitimado pela peste, em Tomar, a 9 de Setembro de 1438
III
“AS QUINAS”
PRIMEIRA
D. DUARTE, REI DE PORTUGAL
D.DUARTE, REI DE PORTUGAL
Meu dever fez-me, como Deus ao mundo.A regra de ser Rei almou meu ser,Em dia e letra escrupuloso e fundo. Firme em minha tristeza, tal vivi.Cumpri contra o Destino o meu dever.Inutilmente? Não, porque o cumpri.
Dentro do “Brasão” e depois dos “Campos” e dos “Castelos”, Fernando Pessoa segue o seu esquema simbólico-heráldico apresentando--nos “As Quinas”.
1ª EstrofeMeu dever fez-me, como Deus ao mundo.D. Duarte foi criado Rei, como o mundo
A regra de ser Rei almou meu ser,Ser Rei preencheu o vazio que ele sentia
Em dia e letra escrupuloso e fundo.E dedicou-se por inteiro só à governação e à escrita, de uma forma empenhada e profunda
2ª EstrofeFirme em minha tristeza, tal vivi.Um Rei triste com o seu reinado, assim ele viveu.
Cumpri contra o Destino o meu dever.Cumprindo contra todas as adversidades, o seu dever.
Inutilmente? Não, porque o cumpri.Não inutilmente, porque pelo menos ele cumpriu o seu dever.
Análise do poema•Métrica
2 tercetosVersos decassilábicos
• Esquema rítmicoRima aba cbc
•Número de versos6
•Discurso na 1ªpessoa
•Uso exagerado de adjectivos possessivos
(ex: “Meu dever”)
•Uso de comparações
(ex: “Meu dever fez-me, como Deus ao mundo.”)
•Antítese
(ex: “A regra de ser Rei almou meu ser” e “Cumpri contra o Destino o meu dever”)
•Hipérbato
(ex: “Firme em minha tristeza, tal vivi.)
• Interrogação retórica (ex: “Inutilmente? Não porque o cumpri”)