GEOGRAFIA
Didatismo e Conhecimento 1
GEOGRAFIA
NOΓΓES BΓSICAS DE CARTOGRAFIA: ORIENTAΓΓO: PONTOS CARDEAIS;
LOCALIZAΓΓO: COORDENADAS GEOGRΓFICAS (LATITUDE E
LONGITUDE); REPRESENTAΓΓO: LEITURA, ESCALA, LEGENDAS E
CONVENΓΓES.
Uma breve introdução sobre a CiΓͺncia CartogrΓ‘fica
Quando o objeto de estudo Γ© a Cartografia percebe-se, desde os primΓ³rdios da humanidade, que o Homem busca meios de se orien-tar no espaΓ§o terrestre. Γ medida que o mesmo foi ampliando sua capacidade tΓ©cnica, a busca por se localizar e se movimentar am-parado por referΓͺncias foi se tornando uma necessidade ainda mais evidente. Isso porque, muitas vezes, conhecer caminhos era questΓ£o de sobrevivΓͺncia, seja para buscar Γ‘reas fΓ©rteis para a produção de alimentos, seja para se proteger de invasΓ΅es de outros povos.
Ainda nesse processo de evolução, outras açáes exigiam co-nhecimentos cartogrΓ‘ficos, como para estabelecer rotas de nave-gação e de atividades comerciais, definir estratΓ©gias de guerra, delimitar espacialmente a ocorrΓͺncia de recursos etc. Enfim, a so-ciedade, historicamente e com seus recursos disponΓveis, procurou fazer uso da cartografia. Esta pode ser entendida como a ciΓͺncia da representação grΓ‘fica da superfΓcie terrestre, tendo como produtos finais mapas, maquetes, cartas etc. Ou seja, Γ© a ciΓͺncia que trata da concepção, produção, difusΓ£o, utilização e estudo desses materiais, principalmente de mapas (amplamente utilizados). Para isso, as representaçáes do espaΓ§o podem ser acompanhadas de um amplo conjunto de informaçáes, como figuras geomΓ©tricas, sΓmbolos, uso de cores, linhas e diversos outros elementos.
E, conforme jΓ‘ foi mencionado, nota-se uma evolução muito grande dessas tΓ©cnicas ao longo da histΓ³ria. As prΓ‘ticas da cartogra-fia remontam Γ PrΓ©-HistΓ³ria, quando rΓΊsticos desenhos eram usados para delimitar territΓ³rios de caΓ§a e de pesca; na BabilΓ΄nia (Antigui-dade), os mapas do mundo jΓ‘ eram impressos em madeira (mapas, obviamente, a partir das tΓ©cnicas limitadas da Γ©poca, muito dife-rentes das projeçáes atuais). A evolução ainda passa pelas ideias de Ptolomeu, na Idade MΓ©dia e dos mapas relativamente complexos da Γ©poca das Grandes Navegaçáes. Foi aproximadamente nesse pe-rΓodo que algumas projeçáes de superfΓcies curvas passaram a ser impressas em superfΓcies planas. A mais conhecida foi a de Mer-cator.
Hoje, com os amplos avanΓ§os da ciΓͺncia cartogrΓ‘fica, os instru-mentos para a obtenção de informaçáes e elaboração de materiais sΓ£o mais modernos e precisos. O uso de fotografias aΓ©reas, imagens de satΓ©lites, digitalização de imagens, cruzamento de informaçáes, realização de mapas temΓ‘ticos, sempre com maior precisΓ£o e menor distorção, garantem maior eficiΓͺncia e confiabilidade aos produtos apresentados.
Noçáes de Orientação
Existem diferentes maneiras de se localizar no espaço terrestre. Entre elas, uma das mais utilizadas é a rosa dos ventos. Antes, a rosa dos ventos não estava associada aos pontos cardeais, mas sim à direção dos ventos. Posteriormente, foi utilizada para delimitar a direção de pontos. São eles (o ponto e os graus dentro dos 360º):
βΊ Cardeais: N - Norte (0ΒΊ) S - Sul (180ΒΊ) L - Leste β ou Este (90ΒΊ) O - Oeste (270ΒΊ)
βΊ Colaterais: NE - Nordeste (45ΒΊ) SE - Sudeste (135ΒΊ) NO - Noroeste (315ΒΊ) SO - Sudoeste (225ΒΊ)
βΊ Subcolaterais: NNE - Nor-nordeste (22,5ΒΊ) ENE - Leste-nordeste (67,5ΒΊ) ESE - Leste-sudeste (112,5ΒΊ) SSE - Sul-sudeste (157,5ΒΊ) SSO - Sul-sudoeste (202,5ΒΊ) OSO - Oeste-sudoeste (247,5ΒΊ) ONO - Oeste-noroeste (292,5ΒΊ) NNO - Norte-noroeste (337,5ΒΊ)
Esses pontos são representados pela Rosa, que pode ter diferen-tes formas de representação. Eis um exemplo:
Como forma de orientação/localização, tambΓ©m podem ser usa-das as coordenadas geogrΓ‘ficas (ou terrestres), que sΓ£o linhas imagi-nΓ‘rias que se cruzam e dΓ£o a localização geogrΓ‘fica de um determi-nado ponto na superfΓcie. AtravΓ©s do βcruzamentoβ entre o paralelo e o meridiano de um lugar, ficamos sabendo sua localização exata na superfΓcie terrestre.
Os paralelos estΓ£o relacionados com as latitudes, ou seja, a va-riação em graus a partir da Linha do Equador, para o Norte e para o Sul (variam de 0ΒΊ a 90ΒΊ).Para alguns paralelos foram estabelecidos nomes especiais, como TrΓ³picos de CΓ’ncer e CapricΓ³rnio e CΓrculo Polares Γrtico e AntΓ‘rtico. Nota-se que a variação latitudinal possui vΓ‘rias funçáes, entre elas, a de delimitar as zonas tΓ©rmicas do planeta.
JÑ as longitudes estão relacionadas aos meridianos (variação em graus a partir do Meridiano de Greenwich, para Oeste e para Leste (de 0 a 180 para cada extremo). O meridiano de Greenwich e as lon-gitudes são muito importantes na definição dos fusos horÑrios das diversas partes do planeta.
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GEOGRAFIAQuando se cruza um paralelo com um meridiano, tem-se a coordenada de um ponto, por exemplo: Ponto X: 30º lat N; 60º long O.Veja alguns exemplos na ilustração a seguir:
O ponto D, por exemplo, estaria a 60º de Latitude Norte e 30º de Longitude Oeste. Nenhum outro ponto do planeta possui essa locali-zação.
Ressalta-se que os sistemas de coordenadas e a própria rosa dos ventos são conhecimentos-chave para a utilização de tecnologias e equipamentos modernos utilizados atualmente, como os aparelhos receptores de GPS.
Representação da realidadeExistem diferentes maneiras de se representar a realidade. Entre elas, uma das mais utilizadas é o mapa. Os mapas vão muito além de
simples ilustraçáes, meros desenhos, pois são carregados de informaçáes, e, por meio de uma boa leitura, transmitem vÑrios aspectos sobre a realidade mapeada.
Fica evidente que, por mais técnicas que se usem, mesmo extremamente modernas, os mapas representam as realidades, mas não são elas. Por isso, algumas informaçáes são suprimidas e/ou distorcidas, dependendo das técnicas e ideologias utilizadas.
O mapa representa a realidade com o uso de uma escala, que nada mais é do que uma relação de proporção entre o mapa e a realidade mapeada (dimensáes reais). As escalas podem ser numéricas ou grÑficas.
β’ A escala numΓ©rica pode ser representada por uma fração ordinΓ‘ria (1 / 200.000), ou por uma razΓ£o (1: 200.000, onde se lΓͺ βum para duzentos milβ). Na escala de 1 : 200.000, a Γ‘rea representada foi diminuΓda 200 mil vezes; isso quer dizer que 1 cm no mapa equivale a 200.000 cm no terreno; ou que um metro no mapa equivalem a 200.000 Km na realidade. Nota-se que a escala Γ© uma relação de proporção, independente da unidade utilizada.
⒠JÑ a escala grÑfica é representada por uma linha reta dividida em partes iguais; essa escala conta com a vantagem de possibilitar que as distÒncias sejam percebidas diretamente no mapa, sem a necessidade de fazer cÑlculos, como na escala numérica. Ela permite a vi-sualização dessa distÒncia. Veja a seguir um exemplo dessa forma de representação da escala.
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GEOGRAFIAIndependente da escala utilizada percebe-se que a Cartografia trabalha com escalas de redução, fazendo com que a realidade possa ser
representada em projeçáes menores do que ela.As escalas nΓ£o sΓ£o proporçáes definidas aleatoriamente. Escalas diferentes estΓ£o associadas a funçáes diferentes dos mapas. Observe:β’ Quanto Γ natureza da representação:CADASTRAL - AtΓ© 1:25.000: As cadastrais sΓ£o representaçáes em escala grande, geralmente planimΓ©trica e com maior nΓvel de deta-
lhamento, apresentando grande precisão geométrica. Normalmente é utilizada para representar cidades e regiáes metropolitanas, nas quais a densidade de edificaçáes e arruamento é grande.
GERAL TOPOGRΓFICA - De 1:25.000 atΓ© 1:250.000: Carta elaborada a partir de levantamentos aerofotogramΓ©trico e geodΓ©sico original ou compilada de outras cartas topogrΓ‘ficas em escalas maiores. Inclui os acidentes naturais e artificiais, em que os elementos pla-nimΓ©tricos (sistema viΓ‘rio, obras, etc.) e altimΓ©tricos (relevo atravΓ©s de curvas de nΓvel, pontos colados, etc.) sΓ£o geometricamente bem representados.
GEOGRΓFICA - 1:1:000.000 e menores: Carta em que os detalhes planimΓ©tricos e altimΓ©tricos sΓ£o generalizados, os quais oferecem uma precisΓ£o de acordo com a escala de publicação. A representação planimΓ©trica Γ© feita atravΓ©s de sΓmbolos que ampliam muito os objetos correspondentes,alguns dos quais muitas vezes tΓͺm que ser bastante deslocados. A representação altimΓ©trica Γ© feita atravΓ©s de curvas de nΓvel, cuja equidistΓ’ncia apenas dΓ‘ uma ideia geral do relevo e, em geral, sΓ£o empregadas cores hipsomΓ©tricas.
Projeçáes CartogrÑficas
Uma das tarefas mais Γ‘rduas da Cartografia Γ© projetar a superfΓcie da Terra, que Γ© arredondada, nos mapas, que sΓ£o planos. Por conta disso, acabam sendo utilizadas diferentes tΓ©cnicas de projeçáes, cada uma proporcionando distorçáes diferentes. Nota-se que as projeçáes tambΓ©m possuem uma função ideolΓ³gica, pois algumas Γ‘reas sΓ£o valorizadas em detrimento de outras, conforme a tΓ©cnica adotada. Nota-se que os sistemas de projeçáes constituem-se de uma fΓ³rmula matemΓ‘tica que transforma as coordenadas geogrΓ‘ficas, a partir de uma su-perfΓcie esfΓ©rica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo correspondΓͺncia entre elas. O uso deste artifΓcio geomΓ©trico das projeçáes consegue reduzir as deformaçáes, mas nunca eliminΓ‘-las. Vejam as principais projeçáes a seguir:
Projeção de Mercator
Os meridianos e paralelos que se cortam em Γ’ngulos retos. Γ uma projeção cilΓndrica conforme, que acaba exagerando as regiΓ΅es po-lares e o hemisfΓ©rio Norte em geral.
Projeção de Peters
Arno Peters, em 1973, propΓ΄s uma Projeção tambΓ©m cilΓndrica, mas equivalente, que determina uma distribuição dos paralelos com intervalos decrescentes desde o Equador atΓ© os pΓ³los. Ela compromete a forma dos continentes, mas permite proporçáes mais adequadas em relação Γ Mercator.
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Projeção de Mollweide
No caso de Mollweide, os paralelos sΓ£o linhas retas e os meridianos, linhas curvas. Sua Γ‘rea Γ© proporcional Γ da esfera terrestre, tendo a forma elΓptica. As zonas centrais apresentam grande exatidΓ£o, tanto em Γ‘rea como em configuração, no entanto, as extremidades apresentam grandes distorçáes. Observe a mesma a seguir:
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GEOGRAFIAProjeção de Goode
Γ uma projeção descontΓnua, e usa essa descontinuidade para eliminar vΓ‘rias Γ‘reas oceΓ’nicas, e, com isso, reduzir as distorçáes.
TambΓ©m existem projeçáes cΓ΄nicas, nas quais os meridianos convergem para os polos e os paralelos, sΓ£o arcos concΓͺntricos situados a igual distΓ’ncia uns dos outros. Elas apresentam pouca distorção para as chamadas latitudes mΓ©dias. TambΓ©m existem as projeçáes azimutais que consiste na tomada de um determinado ponto e a delimitação de Γ‘reas tangentes a partir deste (muito usada para mapear as Γ‘reas polares, por exemplo.
Destaca-se que, no caso da Terra, a maneira mais adequada (mas nem sempre possΓvel) de representΓ‘-la Γ© a partir do Globo, pois este, a partir de uma escala, procura fazer uma representação prΓ³xima ao formato original da Γ‘rea mapeada.
A Leitura dos Mapas
Um dos primeiros a ser observado em um mapa Γ© o seu tΓtulo. Seguramente ele trarΓ‘ duas informaçáes importantes, de imediato: o que foi mapeado e em que lugar (e em alguns casos a data/perΓodo em questΓ£o). NΓ£o observar o tΓtulo de um mapa pode comprometer toda a sua anΓ‘lise.
Ademais, para que possa ser realizada uma boa leitura das informaçáes presentes nos mapas, a legenda acaba sendo uma ferramenta fundamental, pois esta vai expressar valores e aspectos diversos presentes dentro do mapa, como linhas, cores, figuras geomΓ©tricas etc. No mapa, estas informaçáes nΓ£o seriam apresentadas, pois seria gerada uma poluição visual desnecessΓ‘ria, o que comprometeria sua leitura. Diante disso, alguns aspectos sem significado explΓcito no mapa acabam sendo identificados por meio da legenda. Em resumo, a legenda decodifica sΓmbolos usados no mapa. Veja um exemplo a seguir, no qual a legenda auxilia no entendimento das Γ‘reas delimitadas no mapa.
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GEOGRAFIAAlgumas informaçáes abordadas no mapa e suas respectivas representaçáes ficam a critério do organizador do mapa. Por outro lado,
outras acabam respeitando convençáes cartogrΓ‘ficas regionais, nacionais e internacionais, pois estas buscam universalizar alguns significa-dos e facilitar a interpretação dos mapas. Γ o caso de sΓmbolos especΓficos para ferrovias, aeroportos, hospitais, usinas nucleares etc. Vejam alguns exemplos de convençáes adotados pelo DAER-RS:
Ainda com relação Γ leitura dos mapas, alguns pontos merecem destaque, como, por exemplo, as isolinhas. No caso da Cartografia, as mais utilizadas sΓ£o as curvas de nΓvel (isoΓpsas), que ligam pontos de mesma altitude; as isΓ³baras (linhas com pontos de mesma pressΓ£o); isoieta (mesma precipitação pluviomΓ©trica em um determinado perΓodo); isoterma (mesma temperatura) etc. Veja um exemplo das curvas de nΓvel e da construção de um perfil topogrΓ‘fico a partir delas:
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ASPECTOS FΓSICOS E MEIO AMBIENTE NO BRASIL (GRANDES
DOMΓNIOS DE CLIMA, VEGETAΓΓO, RELEVO E HIDROGRAFIA;
ECOSSISTEMAS).
Grandes DomΓnios ClimΓ‘ticos no BrasilQuando se fala em classificação climΓ‘tica, Γ© importante ressaltar que existem diversas metodologias para tal, e os resultados acabam
sendo igualmente diferentes. Entre elas, podem ser citadas as classificaçáes de Kâppen, de Lysia Bernardes e de Strahler. Esta última classificação baseia-se no estudo das dinÒmicas das massas de ar e é amplamente abordada em concursos. Vejamos alguns detalhes desta classificação, primeiro mostrando as massas de ar atuando no Brasil em diferentes momentos e, posteriormente, a classificação a partir deste critério:
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A seguir, algumas caracterΓsticas de cada tipo climΓ‘tico identificado:β’ Equatorial Γmido: Γ o clima da maior parte da AmazΓ΄nia. Γ controlado pela massa Equatorial continental e caracterizado pela
combinação de temperaturas sempre elevadas, chuvas abundantes e pequena amplitude tΓ©rmica.β’ Clima LitorΓ’neo Γmido β Ocorre no litoral leste (regiΓ΅es Nordeste e Sudeste) e Γ© controlado principalmente pela massa tropical
atlΓ’ntica. No litoral da RegiΓ£o Sudeste, principalmente nos trechos em que a Serra do mar avanΓ§a sobre o mar, as chuvas sΓ£o muito intensas. A localidade de ItapanhaΓΊ, no litoral de Bertioga (SP), detΓ©m o recorde de chuvas no paΓs, com o Γndice de 4.514 mm em um ano.
β’ Clima Tropical com duas Estaçáes β Γ o mais caracterΓstico do Brasil. Abrange uma vasta porção do paΓs que inclui a maior parte das RegiΓ΅es Centro-Oeste e Sudeste, grande parte do Nordeste e o Estado do Tocantins. A principal caracterΓstica desse clima Γ© a exis-tΓͺncia de duas estaçáes bem diferenciadas: verΓ΅es quentes e chuvosos e invernos secos.
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GEOGRAFIAβ’ Clima Tropical Semi Γrido β Abrange o sertΓ£o nordestino e o norte de Minas Gerais. Caracteriza-se por apresentar temperaturas
muito elevadas e chuvas escassas e mal distribuΓdas durante o ano. Apresenta os menores Γndices pluviomΓ©tricos do paΓs.β’ Clima Subtropical Γmido β Ocorre na RegiΓ£o Sul do paΓs. Γ controlado pela Massa Polar AtlΓ’ntica. Esse clima apresenta chu-
vas bem distribuΓdas no decorrer do ano, possui as estaçáes do ano bem diferenciadas e apresenta invernos relativamente rigorosos. A forte penetração do ar frio no inverno acarreta quedas de temperatura acompanhada por geadas e, Γ s vezes, por queda de neve nas Γ‘reas mais elevadas, como por exemplo, SΓ£o Joaquim,em Santa Catarina.
Outra classificação bastante abordada em concursos é a da Geógrafa Lysia Bernardes, que adapta a classificação de Kâppen à realidade brasileira. Divide o Brasil em cinco climas bÑsicos:
Clima equatorial: Com mΓ©dias tΓ©rmicas e pluviomΓ©tricas elevadas, chuvas bem distribuΓdas ao longo do ano, como na AmazΓ΄nia;Clima Tropical: Com chuvas de verΓ£o e estiagem no inverno. E o clima da regiΓ£o Centro-Oeste, parte do Nordeste e Norte Ocidental.Clima SemiΓ‘rido: Caracterizado por chuvas escassas e mal distribuΓdas ao longo do ano; Γ© o clima do PolΓgono das Secas ou sertΓ£o do
Nordeste.Clima Tropical de altitude: Semelhante ao clima tropical, mas com acentuadas quedas de temperatura no inverno. Ocorre nos trechos
mais elevados do Sudeste e no sul do Mato Grosso do Sul, influenciado pelo fator altitude.Clima Subtropical: Γ o clima do sul do paΓs; apresenta mΓ©dias tΓ©rmicas menores de 20ΒΊ C, devido Γ influΓͺncia da massa polar atlΓ’ntica.
A chuva Γ© bem distribuΓda ao longo do ano, sem uma grande seca definida.Muito se comenta, no Mundo em geral, sobre as chamadas mudanΓ§as climΓ‘ticas. A sociedade, de modo geral, promove uma intensa
exploração de recursos naturais, incorrendo em mudanΓ§as drΓ‘sticas na paisagem e na emissΓ£o de gases potencializadores do Efeito Estuda natural da Terra, podendo levar, entre outros aspectos, ao aumento nas temperaturas mΓ©dias do Planeta. O Brasil, nesse sentido, nΓ£o estΓ‘ dissociado das causas, tampouco imune Γ s consequΓͺncias.
A figura a seguir mostra alguns impactos a serem observadas no Brasil a partir das mudanças climÑticas:
Fonte: http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/147
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GEOGRAFIARelevo Brasileiro
O relevo brasileiro foi classificado por diferentes autores, sen-do que os critérios adotados acabam sendo distintos. Além disso, as classificaçáes foram realizadas em momentos diferentes, com recursos e tecnologias igualmente distintas. Portanto, é importante compreender qual é a classificação solicitada, para evitar a utili-zação errônea de conceitos. Seguem, a seguir, as principais clas-sificaçáes.
Um dos pioneiros na classificação do relevo brasileiro foi Aroldo de Azevedo, ainda nos anos 1940. Baseava-se na altime-tria, dividindo que dividia o Brasil em planΓcies, Γ‘reas de atΓ© 200 metros de altitude, e planaltos, Γ‘reas superiores a 200 metros de altitude. O autor dividiu o Brasil em quatro planaltos (das Guianas, AtlΓ’ntico, Central e Meridional) e quatro planΓcies (AmazΓ΄nica, do Pantanal, Costeira e GaΓΊcha). O mapa a seguir apresenta a clas-sificação de Azevedo:
JΓ‘ no final dos anos 1950, outra importante classificação ga-nha destaque, ou seja, a do geΓ³grafo Aziz Nacib AbβSΓ‘ber. O autor baseou-se na abordagem morfoclimΓ‘tica, considerando os efeitos do clima sobre o relevo. A classificação engloba sete planaltos (Planalto das Guianas, Planalto Central,
Planalto Meridional, Planalto Nordestino, Planalto do Mara-nhΓ£o-PiauΓ, Planalto Uruguaio Sul Rio grandense, Serras e Pla-naltos do Leste e Sudeste) e trΓͺs planΓcies (PlanΓcie AmazΓ΄nica, PlanΓcie do Pantanal e PlanΓcie Costeira), conforme mostra o mapa a seguir:
Mais recentemente, no final da dΓ©cada de 1980 (89), surge uma nova classificação, elaborada por Jurandyr Sanches Ross, da USP. Com base em dados do Projeto Radam Brasil, o autor di-vidiu o Brasil em 28 unidades de relevo, considerando caracte-rΓsticas morfoestruturais (estruturas geolΓ³gicas), morfoclimΓ‘ticas e as caracterΓsticas morfoesculturais do relevo (ação dos agentes externos). A grande diferenΓ§a dessa classificação fica por conta da introdução do conceito de depressΓ£o, que nΓ£o estava presente nas classificaçáes anteriores. Portanto, no relevo do Brasil, segundo Ross, existem Planaltos, PlanΓcies e DepressΓ΅es.
Os planaltos, segundo a classificação de Jurandyr Ross, cor-respondem Γ s estruturas que cobrem a maior parte do territΓ³rio e sΓ£o consideradas formas residuais, ou seja, constituΓdas por rochas que resistiram ao trabalho de erosΓ£o. SΓ£o onze planaltos, divididos em quatro grupos:
- Planaltos em Bacias Sedimentares: constituΓdos por rochas sedimentares e circundados por depressΓ΅es perifΓ©ricas ou margi-nais.
- Planaltos dos CinturΓ΅es OrogΓͺnicos: originados pela erosΓ£o sobre os antigos dobramentos sofridos na Era PrΓ©-Cambriana pelo territΓ³rio brasileiro.
- Planaltos em NΓΊcleos Cristalinos Arqueados: estruturas que, embora isoladas e distantes umas das outras, possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada.
- Planaltos em intrusáes e coberturas residuais da plataforma (escudos):formaçáes antigas da era Pré-Cambriana que possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares.
Nas planΓcies, espaΓ§os onde a sedimentação Γ© predominante, as constituiçáes das rochas se diferenciam dos planaltos e das de-pressΓ΅es por serem formadas por sedimentação recente, com ori-gem no QuaternΓ‘rio. SΓ£o seis no Brasil: PlanΓcie do Rio Amazo-nas, PlanΓcie do Rio Araguaia, PlanΓcie e Pantanal do Rio GuaporΓ©, PlanΓcie e Pantanal Matogrossense, PlanΓcie da Lagoa dos Patos e Mirim, PlanΓcie e Tabuleiros LitorΓ’neos.
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GEOGRAFIAAs depressáes Ñreas rebaixadas por erosão que circundam as bordas das bacias sedimentares, interpondo-se entre estas e os maciços
cristalinos. São subdivididas em:- Depressão Periférica: estabelecidas nas regiáes de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas.- Depressão InterplanÑltica: estabelecidas em Ñreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam.- Depressão Marginal: margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas.
O mapa a seguir mostra a classificação do relevo brasileiro segundo Ross:
Vegetação no BrasilAinda com relação Γ caracterização fΓsica do territΓ³rio brasileiro, outro tema amplamente abordado em concursos sΓ£o as caracterΓsticas
dos biomas que cobrem o territΓ³rio. Segundo o prΓ³prio IBGE, um Bioma Γ© um conjunto de tipos de vegetação que abrange grandes Γ‘reas contΓnuas, em escala regional, com flora e fauna similares, definida pelas condiçáes fΓsicas predominantes nas regiΓ΅es. Esses aspectos cli-mΓ‘ticos, geogrΓ‘ficos e litolΓ³gicos (das rochas), por exemplo, fazem com que um bioma seja dotado de uma diversidade biolΓ³gica singular, prΓ³pria. No Brasil, os biomas existentes sΓ£o (da maior extensΓ£o para a menor): a AmazΓ΄nia, o cerrado, a Mata AtlΓ’ntica, a Caatinga, o Pampa e o Pantanal.
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GEOGRAFIAA seguir, conheça cada bioma do Brasil (informaçáes do IBGE).
β’ AmazΓ΄niaTrata-se da a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma do Brasil β ocupando quase metade (49,29%) do territΓ³rio
nacional. Cobre totalmente cinco Estados (Acre, AmapΓ‘, Amazonas, ParΓ‘ e Roraima), quase totalmente RondΓ΄nia (98,8%) e parcialmente Mato Grosso (54%), MaranhΓ£o (34%) e Tocantins (9%). Γ dominado pelo clima quente e ΓΊmido (com temperatura mΓ©dia de 25 Β°C) e por florestas. As chuvas sΓ£o torrenciais e bem distribuΓdas durante o ano e rios com fluxo intenso. Γ marcado pela bacia amazΓ΄nica, que escoa 20% do volume de Γ‘gua doce do mundo.
A vegetação caracterΓstica Γ© de Γ‘rvores altas. Nas planΓcies que acompanham o Rio Amazonas e seus afluentes, encontram-se as matas de vΓ‘rzeas (periodicamente inundadas) e as matas de igapΓ³ (permanentemente inundadas). Estima-se que esse bioma abrigue mais da meta-de de todas as espΓ©cies vivas do Brasil.
β’ CerradoO segundo maior bioma da AmΓ©rica do Sul e cobre 22% do territΓ³rio brasileiro. Ocupa totalmente o Distrito Federal e boa parte de
GoiΓ‘s (97%), de Tocantins (91%), do MaranhΓ£o (65%), do Mato Grosso do Sul (61%) e de Minas Gerais (57%), alΓ©m de cobrir Γ‘reas menores de outros seis Estados. Γ no Cerrado que estΓ‘ a nascente das trΓͺs maiores bacias da AmΓ©rica do Sul (AmazΓ΄nica/Tocantins, SΓ£o Francisco e Prata), o que resulta em elevado potencial aquΓfero e grande biodiversidade. Esse bioma abriga mais de 6,5 mil espΓ©cies de plantas jΓ‘ catalogadas.
Predominam formaçáes da savana e clima tropical quente sub ΓΊmido, com uma estação seca e uma chuvosa e temperatura mΓ©dia anual entre 22 Β°C e 27 Β°C. AlΓ©m dos planaltos, com extensas chapadas, existem nessas regiΓ΅es florestas de galeria, conhecidas como mata ciliar e mata ribeirinha, ao longo do curso dβΓ‘gua e com folhagem persistente durante todo o ano; e a vereda, em vales encharcados e que Γ© composta de agrupamentos da palmeira buriti sobre uma camada de gramΓneas (estas sΓ£o constituΓdas por plantas de diversas espΓ©cies, como gramas e bambus).
β’ Mata AtlΓ’nticaΓ um complexo ambiental que engloba cadeias de maciΓ§os antigos, vales, planaltos e planΓcies de toda a faixa continental atlΓ’ntica leste
brasileira, alΓ©m de avanΓ§ar sobre o Planalto Meridional atΓ© o Rio Grande do Sul. Ocupa totalmente o EspΓrito Santo, o Rio de Janeiro e Santa Catarina, 98% do ParanΓ‘ e Γ‘reas de mais 11 Unidades da Federação.
Tem como principal tipo de vegetação a floresta ombrΓ³fila densa, basicamente composta por Γ‘rvores altas e relacionada a um clima quente e ΓΊmido. A Mata AtlΓ’ntica jΓ‘ foi um dos mais ricos e variados conjuntos florestais pluviais da AmΓ©rica do Sul, mas atualmente Γ© reconhecida como o bioma brasileiro mais descaracterizado, fruto dos intensos desmatamentos relacionados aos episΓ³dios de colonização no Brasil e os ciclos de desenvolvimento do paΓs levaram o homem a ocupar e destruir parte desse espaΓ§o (cana de açúcar, cafΓ©, pecuΓ‘ria, urbanização, industrialização etc.).
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GEOGRAFIAβ’ CaatingaO nome Γ© de origem indΓgena e significa βmata clara e abertaβ. Γ exclusivamente brasileira e ocupa cerca de 11% do paΓs. Γ o principal
bioma da RegiΓ£o Nordeste, ocupando totalmente o CearΓ‘ e parte do Rio Grande do Norte (95%), da ParaΓba (92%), de Pernambuco (83%), do PiauΓ (63%), da Bahia (54%), de Sergipe (49%), do Alagoas (48%) e do MaranhΓ£o (1%). A caatinga tambΓ©m cobre 2% de Minas Gerais. Apresenta uma grande riqueza de ambientes e espΓ©cies, que nΓ£o Γ© encontrada em nenhum outro bioma. A seca, a luminosidade e o calor caracterΓsticos de Γ‘reas tropicais resultam numa vegetação de savana estΓ©pica, espinhosa e decidual (quando as folhas caem em determina-da Γ©poca). HΓ‘ tambΓ©m Γ‘reas serranas, brejos e outros tipos de bolsΓ£o climΓ‘tico mais ameno. Esse bioma estΓ‘ sujeito a dois perΓodos secos anuais: um de longo perΓodo de estiagem, seguido de chuvas intermitentes e um de seca curta seguido de chuvas torrenciais (que podem faltar durante anos). Dos ecossistemas originais da caatinga, 80% foram alterados, em especial por causa de desmatamentos e queimadas.
β’ PampaEstΓ‘ presente somente no Rio Grande do Sul, ocupando 63% do territΓ³rio do Estado. Ele constitui os pampas sul-americanos, que se
estendem pelo Uruguai e pela Argentina e, internacionalmente, sΓ£o classificados de Estepe. O pampa Γ© marcado por clima chuvoso, sem perΓodo seco regular e com frentes polares e temperaturas negativas no inverno.
Predomina uma vegetação constituΓda de ervas e arbustos, recobrindo um relevo nivelado levemente ondulado. Formaçáes florestais nΓ£o sΓ£o comuns nesse bioma e, quando ocorrem, sΓ£o do tipo floresta ombrΓ³fila densa (Γ‘rvores altas) e floresta estacional decidual (com Γ‘rvores que perdem as folhas no perΓodo de seca).
β’ PantanalCobre 25% de Mato Grosso do Sul e 7% de Mato Grosso e seus limites coincidem com os da PlanΓcie do Pantanal, mais conhecida como
Pantanal mato-grossense. O Pantanal Γ© um bioma praticamente exclusivo do Brasil, pois apenas uma pequena faixa dele adentra outros paΓ-ses (o Paraguai e a BolΓvia). Caracterizado por inundaçáes de longa duração (devido ao solo pouco permeΓ‘vel) que ocorrem anualmente na planΓcie, e provocam alteraçáes no ambiente, na vida silvestre e no cotidiano das populaçáes locais. A vegetação predominante Γ© a savana. A cobertura vegetal original de Γ‘reas que circundam o Pantanal foi em grande parte substituΓda por lavouras e pastagens, num processo que jΓ‘ repercute na PlanΓcie do Pantanal.
Uma outra forma de abordar o conceito vegetação refere-se Γ delimitação exclusivamente das coberturas vegetais. Nesse caso, o Brasil possui cinco Formaçáes Florestais, trΓͺs formaçáes arbustivas e herbΓ‘ceas e duas formaçáes complexas, conforme ilustra o quadro a seguir:
Hidrografia Brasileira
O Brasil Γ© um paΓs de grande extensΓ£o territorial (mais de 8,5 milhΓ΅es de Km2), tendo uma extensa rede hidrogrΓ‘fica. Algumas carac-terΓsticas dessa rede se destacam:
- Genericamente, os rios brasileiros sΓ£o de planalto, o que potencializa a produção de energia por hidrelΓ©tricas, mas por outro lado, dificulta a navegação fluvial (carece de eclusas para a ligação desses desnΓveis);
- Existe um predomΓnio de rios com regime pluvial, ou seja, abastecidos basicamente por Γ‘guas das chuvas. Existem exceçáes, como o Rio Amazonas, que Γ© de regime misto (tambΓ©m recebe Γ‘gua do derretimento de neve oriunda dos Andes, no seu alto curso);
- No geral, os rios brasileiros sΓ£o exorreicos, ou seja, a drenagem das Γ‘guas tem como destino os oceanos. Ressalta-se que, mesmo que a Γ‘gua de um rio desΓ‘gue em um rio no interior (exemplo, o Rio TietΓͺ desaguando no Rio ParanΓ‘), esse volume hΓdrico irΓ‘ posteriormente ao oceano, mantendo o carΓ‘ter exorreico.
Didatismo e Conhecimento 14
GEOGRAFIA- Com exceção do rio Amazonas, que apresenta uma foz mis-
ta, de delta e estuΓ‘rio, e do rio ParnaΓba, que apresenta foz em delta, os rios brasileiros β que desΓ‘guam livremente no oceano for-mam estuΓ‘rios.
- No geral, os rios brasileiros são perenes, ou seja, possuem Ñgua corrente o ano todo. No semiÑrido nordestino alguns rios são intermitentes, ou seja, secam e parte do ano, na estação seca.
A seguir, seguem as principais caracterΓsticas das grandes ba-cias hidrogrΓ‘ficas brasileiras. Destaca-se que sΓ£o vΓ‘rios os critΓ©-rios para as definiçáes das bacias. A classificação adotada foi a da ANEEL (AgΓͺncia Nacional de Energia ElΓ©trica):
- Bacia do Rio Amazonas
A Bacia AmazΓ΄nica abrange uma Γ‘rea de drenagem da ordem de 6.112 .000 KmΒ², ocupando cerca de 42 % da superfΓcie do terri-tΓ³rio nacional. Γ a maior rede hidrogrΓ‘fica mundial, estendendo-se dos Andes atΓ© o Oceano AtlΓ’ntico. Engloba cerca de 42% da su-perfΓcie brasileira, ocupando tambΓ©m Γ‘reas da Venezuela e BolΓvia.
O principal rio Γ© o Amazonas (6.570 km). Com nascente hΓ‘ cerca de 5.000m acima do nΓvel do mar. Entra no Brasil na con-fluΓͺncia com o rio Javari, somente a partir da confluΓͺncia com o rio Javari, prΓ³ximo a Tabatinga, sendo, entΓ£o, chamado de SolimΓ΅es e, somente a partir da confluΓͺncia com o rio Negro, passa a ser deno-minado de Amazonas. PrΓ³ximo a Manaus, bifurca-se com o ParanΓ‘ do Careiro, estimando-se aΓ uma largura da ordem de 1.500m e pro-fundidade em torno de 35 m. Entre a confluΓͺncia do rio Negro e a regiΓ£o das ilhas, prΓ³ximo a desembocadura, Γ© conhecido por Baixo Amazonas. Em virtude de sua posição geogrΓ‘fica, praticamente pa-ralela ao Equador, o regime do Amazonas Γ© influenciado pelos dois mΓ‘ximos de pluviosidade dos equinΓ³cios, sendo, por isso conheci-do como regime fluvial de duas cheias.
A bacia AmazΓ΄nica estΓ‘ sujeita ao regime de interferΓͺncia, por-tanto tem contribuintes dos hemisfΓ©rios Norte e Sul, coincidindo a cheia de um hemisfΓ©rio com a vazante do outro.
- Bacia do Tocantins-Araguaia Trata-se de uma importante bacia brasileira, com uma vazΓ£o
mΓ©dia anual de 10.900m3/s e uma Γ‘rea de drenagem de 767.000Km2 (7,5% do territΓ³rio nacional). Majoritariamente no Centro Oeste, engloba Γ‘reas dos estados do Tocantins e GoiΓ‘s (58%), Mato Gros-so (24%), ParΓ‘ ( 13%) e MaranhΓ£o (4%), alΓ©m do DF ( 1%).
- Bacia do AtlΓ’ntico trechos Norte/Nordeste
A Bacia do AtlΓ’ntico - Trecho Norte/Nordeste banha extensas Γ‘reas dos Estados do AmapΓ‘, MaranhΓ£o, PiauΓ, CearΓ‘, Rio Grande do Norte, e parte do Estado da ParaΓba, Pernambuco, ParΓ‘ e Ala-goas. Inclui-se nesta regiΓ£o o ponto mais oriental do PaΓs, Ponta do Seixas na ParaΓba. A Bacia do AtlΓ’ntico - Trecho Norte/Nordeste, possui uma vazΓ£o mΓ©dia anual de 6.800 m3/s e uma Γ‘rea de dre-nagem de 996.000 KmΒ² composta por dois trecho: Norte e Nordes-te. O Trecho Norte corresponde a Γ‘rea de drenagem dos rios que desΓ‘guam ao norte da Bacia AmazΓ΄nica, incluindo a bacia do rio Oiapoque. A drenagem da bacia Γ© representada por rios principais caudalosos e perenes, que permanecem durante o ano com razoΓ‘vel vazΓ£o, se comparados aos da regiΓ£o semi-Γ‘rida nordestina. O se-gundo trecho - Nordeste, corresponde a Γ‘rea de drenagem dos rios que desΓ‘guam no AtlΓ’ntico, entre a foz do rio Tocantins e a do rio SΓ£o Francisco.
- Bacia do SΓ£o Francisco
Possui uma vazΓ£o mΓ©dia anual de 3.360m3/s, volume mΓ©dio anual de106Km3 e uma Γ‘rea de drenagem de 631.000Km2 , que representa 7,5% do territΓ³rio nacional; onde 83% da Γ‘rea da bacia distribuem-se nos Estados de Minas Gerais e Bahia, 16% nos Esta-dos de Pernambuco, Alagoas e Sergipe , e o restante 1% no Estado de GoiΓ‘s e Distrito Federal.
O rio que dΓ‘ o nome Γ Bacia, O SΓ£o Francisco,tem uma ex-tensΓ£o de 2.700 Km, nascendo na Serra da Canastra, em Minas Gerais, percorrendo a longa depressΓ£o encravada entre o Planalto AtlΓ’ntico e as Chapadas do Brasil Central, segue a orientação sul-norte atΓ© aproximadamente a cidade de Barra, dirigindo-se entΓ£o para Nordeste atΓ© atingir a cidade de CabrobΓ³, quando inflete para Sudeste para desembocar no Oceano AtlΓ’ntico. Γ importΓ’ncia nΓ£o sΓ³ pelo volume de Γ‘gua transportado numa regiΓ£o semi-Γ‘rida mas, principalmente, pela sua contribuição histΓ³rica e econΓ΄mica na fixação das populaçáes ribeirinhas e na criação das cidades hoje plantadas ao longo do vale, bem como pelo potencial hΓdrico pas-sΓvel de aproveitamento em futuros planos de irrigação dos exce-lentes solos situados Γ sua margem.
- Bacia dos Rios da RegiΓ£o do AtΓ’ntico Sul trecho Leste
Engloba parte dos territΓ³rios dos estados de SΓ£o Paulo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, alΓ©m dos estados do Rio de Janeiro e EspΓ-rito Santo. Esta bacia compreende a Γ‘rea de drenagem dos rios que desΓ‘guam no AtlΓ’ntico, entre a fΓ³z do rio SΓ£o Francisco, ao norte, e a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e SΓ£o Paulo, ao sul. Possui uma vazΓ£o mΓ©dia anual de 3.690m3/s, volume mΓ©dio anual de117 Km3 em uma Γ‘rea de drenagem calculada em 569.000Km2.
- Bacia do Rio ParanΓ‘
Importante bacia brasileira, possui uma vazΓ£o mΓ©dia anual de 15.620 m3/s, volume mΓ©dio anual de 495 Km3 e uma Γ‘rea de drenagem de1.237.000 Km2. Possui importantes rios em sua com-posição, como o ParanΓ‘ (nome da Bacia), Grande, Paranapanema, TietΓͺ etc. Γ fortemente utilizada para a produção de energia e para a navegação.
- Bacia do Rio Uruguai
Abrange uma Γ‘rea de aproximadamente 384.000 km2, dos quais 176.000 km2 situam-se em territΓ³rio nacional, compreen-dendo 46.000Km2 do Estado de Santa Catarina e 130.000Km2 no Estado do rio Grande do Sul. Possui uma vazΓ£o mΓ©dia anual de 3.600m3/s, volume mΓ©dio anual de 114 Km3.
Em sua porção nacional, encontra-se totalmente na regiΓ£o sul, possuindo as sub-bacias Canoas, Pelotas, Forquilha, Ligeiro, Pei-xe, Irani, Passo Fundo, ChapecΓ³, da VΓ‘rzea, Antas, Guarita, ItajaΓ, Piratini, IbicuΓ, alto Uruguai e MΓ©dio Uruguai.
- Bacia dos Rios do AtlΓ’ntico Sul - trecho Sudeste
Com uma Γ‘rea de 224.000 Km2 , banha extensas Γ‘reas do Es-tado do Rio Grande do Sul e parte dos Estados de Santa Catarina, ParanΓ‘ e SΓ£o Paulo. Abarca os rios Ribeira do Iguape, ItajaΓ, Mam-pituba, JacuΓ, Taquari, JaguarΓ£o (e seus respectivos afluentes), la-goa dos Patos e lagoa Mirim.
Didatismo e Conhecimento 15
GEOGRAFIA
AS ATIVIDADES ECONΓMICAS E A ORGANIZAΓΓO DO ESPAΓO AGRΓRIO:
MODERNIZAΓΓO E CONFLITOS; ESPAΓO URBANO: ATIVIDADES ECONΓMICAS,
EMPREGO E POBREZA; A REDE URBANA E AS REGIΓES METROPOLITANAS.
Nessa etapa, serão abordados diferentes aspectos ao espaço econômico brasileiro, seja no campo ou nas Ñreas urbanas.
EspaΓ§o AgrΓ‘rio Brasileiro β Breve HistΓ³rico da Estrutura FundiΓ‘ria
A estrutura fundiΓ‘ria, ou seja, o modo como as propriedades rurais estΓ£o dispersas pelo territΓ³rio e seus respectivos tamanhos, mostra que o Brasil Γ© amplamente desigual nesse quesito, ou seja, βpoucaβ gente concentra a maior parte das Γ‘reas (grandes latifΓΊndios), enquanto uma grande maioria fica com uma fatia significativamente menor do espaΓ§o agrΓ‘rio. Isso mostra, portanto, uma imensa desigualdade no acesso Γ terra no Brasil.
Essa estrutural fundiÑria configura-se como um dos principais problemas do espaço agrÑrio brasileiro, uma vez que interfere direta-mente na quantidade de postos de trabalho, valor de salÑrios e, diretamente, nas condiçáes de trabalho e o modo de vida (qualidade) dos trabalhadores rurais.
Diante das informaçáes, fica evidente que no Brasil ocorre uma discrepΓ’ncia em relação Γ distribuição de terras, uma vez que alguns de-tΓͺm uma elevada quantidade de terras e outros possuem pouca ou nenhuma, esses aspectos caracterizam a concentração fundiΓ‘ria brasileira.
O quadro a seguir mostra algumas caracterΓsticas da estrutura fundiΓ‘ria brasileira.
Outra forma de concentração de terras no Brasil, mais recentemente,Γ© proveniente de um processo de expropriação, ou seja, a venda de pequenas propriedades rurais para grandes latifundiΓ‘rios com intuito de pagar dΓvidas (muitas geradas em emprΓ©stimos e financiamentos bancΓ‘rios) ou por nΓ£o conseguir competitividade econΓ΄mica frente Γ concorrΓͺncia de grandes propriedades. Esse processo como um todo favorece o Γͺxodo rural, uma vez que muitos trabalhadores nΓ£o conseguem se fixar no campo.
Esse cenÑrio traz diferentes problemas: o campo, centrado na produção de matérias-primas exportÑveis, diversas vezes não consegue suprir o mercado interno com itens bÑsicos da alimentação, inflacionando o preço dos alimentos por uma relação de maior demanda frente a uma menor oferta. Ainda, potencializa os conflitos no campo, sobretudo aqueles encabeçados por movimentos sociais de luta pela terra, que almejam uma estrutura fundiÑria mais inclusiva e com mais espaço à agricultura familiar frente ao agronegócio.
Produção no Espaço AgrÑrio Brasileiro
O Brasil se destaca no mercado mundial como exportador de alguns produtos agrΓcolas como o cafΓ©, o açúcar, soja e suco de laranja. Entretanto, para abastecer o mercado interno de consumo,hΓ‘ a necessidade de importação de alguns produtos, com desta que para o trigo (dos EUA, CanadΓ‘ e Argentina, por exemplo), cuja Γ‘rea plantada foi reduzida a partir de 1990.
Ao longo da histΓ³ria do Brasil, a polΓtica agrΓcola tem dirigido maiores subsΓdios aos produtos agrΓcolas de exportação, cultivados nos grandes latifΓΊndios, em detrimento da produção do mercado interno, obtida em pequenas e mΓ©dias propriedades. Alguns dos principais produtos:
Didatismo e Conhecimento 16
GEOGRAFIASoja β O cultivo da soja desenvolveu-se no Brasil na Re-
giΓ£o Sul pelos imigrantes alemΓ£es no sΓ©culo XIX. AtΓ© a dΓ©cada de 1960, ela permaneceu nessa regiΓ£o,considerada de clima mais favorΓ‘vel ao seu desenvolvimento, ao mesmo tempo em que o pe-queno consumo interno nΓ£o incentivava o aumento da produção. JΓ‘ no final da dΓ©cada de 1960, a soja do Brasil foi colocada no mer-cado internacional. Incentivada pela demanda externa, a Γ‘rea de cultivo expandiu-se bastante, especialmente pelos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, GoiΓ‘s, SΓ£o Paulo. Hoje,o produto Γ© cultivado inclusive em estados da regiΓ£o Norte e Nordeste, com forte extensΓ£o para uma Γ‘rea do paΓs denominada βMAPITOBAβ (Γ‘rea que une parte dos estados do MaranhΓ£o, PiauΓ, Tocantins e Bahia. Os principais produtores sΓ£o Rio Grande do Sul, ParanΓ‘ e Mato Grosso.
CafΓ© β O cafΓ© chegou ao Brasil em 1727, trazido por Francis-co de Melo Palheta e introduzido inicialmente em BelΓ©m, no ParΓ‘. Na AmazΓ΄nia, nΓ£o encontrou condiçáes favorΓ‘veis para se desen-volver devido ao clima superΓΊmido e aos solos facilmente esgotΓ‘-veis. No inΓcio do sΓ©culo XIX, comeΓ§ou a ser plantado na Baixada Fluminense e se espalhou por todo o Vale do ParaΓba, atingindo as encostas da Mantiqueira e as contra encostas da serra do Mar. Por volta de 1860, a regiΓ£o de Campinas transformou-se na mais importante Γ‘rea cafeeira paulista, expandindo-se pelas manchas de terra roxa da depressΓ£o perifΓ©rica paulista. O cafΓ© sofreu inΓΊmeras crises, tanto de superprodução, como tambΓ©m perdas por causa das geadas. Atualmente, o estado de Minas Gerais domina ampla-mente a produção nacional, com cerca de 47% do total, seguido do EspΓrito Santo e de SΓ£o Paulo.
Cacau β Continua sendo importante produto de exportação. Γ originΓ‘rio da AmΓ©rica e seu desenvolvimento data do sΓ©culo XVIII quando comeΓ§ou a ser plantado no litoral da Bahia. O cacau adap-tou-se bem Γ s condiçáes de solo da Bahia,expandindo-se e vindo a representar, em fins do sΓ©culo passado, o principal produto da regiΓ£o e do estado. A Bahia e o EspΓrito Santo dominam a produ-ção brasileira.
AlgodΓ£o β Γ uma das mais tradicionais culturas agrΓcolas do paΓs, quer como fornecedor de matΓ©ria-prima para a indΓΊstria tΓͺx-til, que como fornecedor de matΓ©ria-prima para a indΓΊstria de Γ³leos comestΓveis. Temos dois tipos de produção: o algodΓ£o arbΓ³reo,pre-dominante no Nordeste, e o algodΓ£o arbustivo, encontrado no Nor-deste e no Sudeste. A cultura algodoeira requer investimentos de capital, pois devem ser observados os seguintes itens:* a Γ©poca;* o uso de inseticidas e fertilizantes;* a prΓ‘tica adequada de conser-vação e preparo dos solos.
Cana-de-açúcar β Essa cultura data da Γ©poca colonial. A em-presa agrΓcola canavieira no Brasil apareceu como uma solução para que os portugueses ocupassem efetivamente as terras desco-bertas e ao mesmo tempo mantivessem um fluxo de bens perma-nentes para a Europa. De 1532 a 1660 a produção de cana-de-açú-car cresceu,conquistando o papel de maior fornecedor de açúcar no mercado internacional. Em 1660 a cana-de-açúcar, no Brasil, sofreu a sua grande crise devido Γ entrada no mercado interna-cional do açúcar das Antilhas. Durante o inΓcio do sΓ©culo XVIII, a economia canavieira sofreu uma lenta recuperação, retornando ao ritmo normal sΓ³ na segunda metade do sΓ©culo XVIII, quando ressurgiram os grandes engenhos, tornando-se o açúcar o primeiro produto de nossa economia. Hoje, a cana-de-açúcar sofre a con-corrΓͺncia do açúcar de beterraba no mercado internacional, onde a beterraba atende a35% do consumo mundial do açúcar. SΓ£o Paulo detΓ©m 60% da produção nacional, seguido de Alagoas e Pernam-buco.
Milho β Nativo da AmΓ©rica, o milho Γ© cultivado em todos os estados brasileiros, pois adapta-se facilmente Γ s mais variadas condiçáes climΓ‘ticas. Entre as principais variedades cultivadas temos: amarelo,pΓ©rola, catete, goiano, cristalino, etc. O milho Γ© consumido no Brasil inteiro como produto complementar da ali-mentação, sendo que em algumas regiΓ΅es toma o lugar de produto bΓ‘sico. ParanΓ‘, Rio Grande do Sul e Minas Gerais sΓ£o principais produtores.
FeijΓ£o β O feijΓ£o ocupa mais de 4 milhΓ΅es de hectares culti-vados no Brasil, o que corresponde a 11% do total da Γ‘rea ocupada pelas lavouras. Com essa cifra, ocupa o quarto lugar em Γ‘rea culti-vada no Brasil. PorΓ©m muitas vezes temos que fazer a importação do produto para abastecer o mercado interno.
Arroz β Planta originΓ‘ria da Γsia, especialmente do VietnΓ£,In-donΓ©sia, Γndia e China. Γ uma planta conhecida desde a antigui-dade e constitui o alimento bΓ‘sico de bilhΓ΅es de seres humanos. Apesar de ser um dos alimentos bΓ‘sicos da população brasileira, durante muitos anos a nossa produção nΓ£o foi suficiente para aten-der Γ s necessidades do mercado interno. A partir de 1920, as plan-taçáes de arroz se desenvolveram no Brasil, sendo que hoje o paΓs ocupa um lugar de destaque entre outros produtores mundiais. SΓ£o cultivadas, no Brasil, duas variedades: o arroz de vΓ‘rzea e o arroz de sequeiro ou de encosta. O arroz de vΓ‘rzea Γ© cultivado principal-mente no Rio Grande do Sul, nos vales dos rios JacuΓ e Uruguai, sendo que o arroz de sequeiro Γ© cultivado especialmente em Minas Gerais e Mato Grosso.
Mandioca β Um dos produtos mais antigos, jΓ‘ era cultivado pelos Γndios e teve grande importΓ’ncia econΓ΄mica no perΓodo co-lonial e mesmo depois da independΓͺncia. Basta lembrar, que nossa primeira Constituição foi chamada de βConstituição da Mandio-caβ, pois esse produto foi tomado como referΓͺncia para estabelecer quem seria eleitor, haja vista, que o voto era censitΓ‘rio. A Bahia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais sΓ£o os principais produtores nacionais.
Trigo β A introdução do trigo no Brasil data da primeira expe-dição colonizadora, que trouxe sementes da Europa. Em 1556, ten-tou-se o seu cultivo na capitania de SΓ£o Vicente. No Rio Grande do Sul, a cultura do trigo foi introduzida em1749, por colonos vindos dos AΓ§ores. Apesar de todas as pesquisas realizadas, o Brasil ainda nΓ£o Γ© auto suficiente e atΓ© tem diminuΓdo sua produção nos ΓΊltimos anos. Depois do petrΓ³leo, esse cereal Γ© o produto que mais onera a nossa pauta de importaçáes. Aliado aos problemas de ordem tΓ©cni-ca, temos tambΓ©m os problemas de ordem climΓ‘tica. ParanΓ‘ e Rio Grande do Sul possuem a maior produção.
PecuΓ‘ria no Brasil
De acordo com a classificação das atividades econΓ΄micas uti-lizadas pela ONU (Organização das Naçáes Unidas), a pecuΓ‘ria compreende a criação de gado (bovino, suΓno, equino, etc.), aves,-coelhos e abelhas. A criação do gado bovino Γ© a mais difundida mundialmente,devido Γ utilidade que apresenta para o homem, ou seja, forΓ§a de trabalho, meio de transporte e, principalmente o for-necimento de carne, leite e couro.
Γreas de Pastagens
No Brasil, cerca de 20% do territΓ³rio Γ© constituΓdo pelas pas-tagens naturais e artificiais. Essa cifra tem aumentado nos ΓΊltimos anos, embora de maneira lenta. As pastagens artificiais apresentam um suporte de 1,0 cabeΓ§a de gado por hectare.
Didatismo e Conhecimento 17
GEOGRAFIAA maior parte do rebanho brasileiro estΓ‘ com pastos insufi-
cientes, significando que sΓ£o insuficientemente alimentados. A re-giΓ£o Sul do Brasil, pelas suas caracterΓsticas morfolΓ³gicas,Γ© a que apresenta melhores condiçáes para o desenvolvimento dogado.
A regiΓ£o Centro-Oeste possui um rebanho bovino muito nu-meroso, sendo essa regiΓ£o responsΓ‘vel por boa parte do abasteci-mento de carne para diversas partes do paΓs.
Por outro lado, o rebanho suΓno, que Γ© o segundo mais nume roso do paΓs, concentra-se especialmente na regiΓ£o Sul, sendo o estado do ParanΓ‘, aquele que possui o maior e melhor rebanho.
Podemos ainda observar que os rebanhos caprino e ovino apa-recem predominantemente nas regiΓ΅es Nordeste e Sul, sendo que 90% do gado caprino estΓ‘ no Nordeste e a maior parte do gado suΓno na regiΓ£o Sul.
O rebanho bovino
Introduzido no Brasil por volta de 1530 em SΓ£o Vicente, e logo depois no Nordeste (Recife e Salvador), o gado bovino espa-lhou-se com o tempo para as diversas regiΓ΅es do paΓs da seguinte forma:
* de SΓ£o Vicente, o gado atingiu o interior paulista e daΓ diri-giu-se Γ s regiΓ΅es Sul e Centro-Oeste;
* do litoral nordestino, o gado espalhou-se pelo Vale do SΓ£o Francisco, SertΓ£o nordestino (PiauΓ, MaranhΓ£o), regiΓ£o Norte(ParΓ‘) e Minas Gerais.
A partir do século XIX as raças indianas (zebu) foram intro-duzidas na região Sudeste, principalmente em Minas Gerais,onde adaptaram-se bem e expandiram-se. Seu cruzamento com raças na-cionais de qualidade inferior, originou o gado mestiço indubrasil.
No final do sΓ©culo XIX iniciou-se a importação de raΓ§as eu-ropeias selecionadas (hereford, devon, shorthorn),principalmente para o Sul do paΓs, regiΓ£o que permitiu boa aclimatação e grande expansΓ£o.
O gado bovino Γ© criado de forma predominantemente extensi-va, amplamente utilizada em regiΓ΅es inΓ³spitas para garantira posse da terra. Em regiΓ΅es afastadas dos principais centros de consumo, onde hΓ‘ deficiΓͺncia no sistema de transportes, ou quando o solo nΓ£o oferece boas condiçáes de utilização agrΓcola e,portanto,pro-dução de ração, a pecuΓ‘ria intensiva Γ© economicamente inviΓ‘vel. As principais consequΓͺncias econΓ΄micas dessa realidade sΓ£o:
- baixo aproveitamento da terra;- predomΓnio de gado rΓΊstico (zebu);- alta incidΓͺncia de doenΓ§as e subnutrição;- baixos Γndices de fertilidade;- baixa rentabilidade;- obtenção de carne de baixa qualidade, o que dificulta a ex-
portação;- desmatamento de vastas Γ‘reas florestadas.As principais Γ‘reas do paΓs que apresentam essa realidade
sΓ£o a periferia da AmazΓ΄nia, o cerrado dos estados de Mato Gros-so,Mato Grosso do Sul, GoiΓ‘s, Tocantins e Minas Gerais, alΓ©m do SertΓ£o nordestino e do Pantanal Mato-Grossense.
Produção leiteira no Brasil
A principal Γ‘rea produtora de leite no Brasil situa-se na Re-giΓ£o Sudeste, compreendendo as bacias leiteiras do Rio de Janeiro, SΓ£o Paulo e Minas Gerais, trΓͺs dos maiores centros consumidores do paΓs, e o complexo industrial de laticΓnios da zona de Minas Gerais com o Vale do ParaΓba.
O gado leiteiro localiza-se prΓ³ximo aos centros consumidores devido:
* Γ maior exigΓͺncia de administração e da assistΓͺncia tΓ©cnica;* ao fato de ser a atividade mais intensiva;* Γ maior necessidade de capital;* Γ maior dificuldade de conservação do leite consumido in
natura;* Γ menor distΓ’ncia para transporte do produto, cujo forneci-
mento Γ© contΓnuo;* Γ maior facilidade da aquisição de insumos para a produção.Vale a pena lembrar que a regiΓ£o Sul, devido Γ s condiçáes de
clima e solo, apresenta grandes extensΓ΅es de campos que repre-sentam Γ‘reas para pastos naturais de grande qualidade. O rebanho gaΓΊcho Γ© de alta qualidade e Γ© representado pelas raΓ§as hereford, devon, olled angus e shorthorn para corte. Em Γ‘reas prΓ³ximas Γ s grandes cidades criam-se os gados holandΓͺs, Jersey e normando para a produção leiteira. As principais Γ‘reas de criação sΓ£o as se-guintes:
- Campanha GaΓΊcha β RS- Planalto Norte GaΓΊcho β RS- Campos de Vacaria β RS- Campos de Lajes β SC- Campos Gerais de Guarapuava β PR
PecuΓ‘ria de Corte
O rebanho de corte da regiΓ£o Sudeste estΓ‘ concentrado princi-palmente no estado de Minas Gerais e em SΓ£o Paulo. Γ uma ativi-dade em expansΓ£o, porΓ©m nΓ£o tem mostrado significativa melhoria nas tΓ©cnicas de criação e produtividade dos rebanhos,guardando a sua caracterΓstica de exploração tradicional de carΓ‘ter extensivo e de baixo nΓvel tecnolΓ³gico.
No estado de Minas Gerais, destacamos as regiáes do TriÒn-gulo Mineiro, região do rio Doce e rio Mucuri, o médio Jequi-tinhonha e a região de Montes Claros. No estado de São Paulo, destacamos a Alta Noroeste e a Alta Sorocaba, com destaque para as cidades de Barretos e Araçatuba.
A especialização que se desenvolveu no Brasil Central pe-cuΓ‘rio, tendo SΓ£o Paulo como o grande centro de engorda e de industrialização de carne e os estados de GoiΓ‘s, Mato Grosso do Sul e parte de Minas Gerais como os fornecedores de gado magro,-comeΓ§a a se modificar com a implantação de frigorΓficos nas Γ‘reas de produção e com a expansΓ£o e a melhoria do sistema rodoviΓ‘rio que, atingindo esses estados, permite o fluxo contΓnuo da carne para os centros consumidores.
Sistemas de Criação β HΓ‘ dois sistemas de criação: o intensivo e o extensivo.
Sistema de criação intensivo β Γ© a criação que ocupa Γ‘reas limitadas, com rebanhos pouco numerosos. Apresenta alto ren-dimento em qualidade graΓ§as Γ aplicação de mΓ©todos cientΓficos. Representa, em geral, a criação destinada Γ produção de leite e aparece no sul de Minas Gerais, no vale do ParaΓba e como jΓ‘ vi-mos, em regiΓ΅es prΓ³ximas aos grandes centros urbanos.
Sistema de criação extensivo β Γ© a criação que ocupa extensas Γ‘reas, com rebanhos numerosos e pastagens naturais em sua maio-ria; apresenta rendimento de baixa qualidade. Representa a pecuΓ‘-ria destinada ao corte e Γ© o tipo de criação predominante no Brasil.
Urbanização Brasileira
O processo de urbanização é o aumento proporcional da popu-lação urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana
Didatismo e Conhecimento 18
GEOGRAFIAΓ© superior ao crescimento da população rural. Esse processo estΓ‘ associado ao chamado Γͺxodo rural, ou seja, a transferΓͺncia de pes-soas dos ambientes rurais para os ambientes urbanos.
Somente na segunda metade do sΓ©culo XX, em meados da dΓ©cada de 1960, o Brasil tornou-se um paΓs urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da dΓ©cada de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, principalmente, Γ intensifi-cação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, como parte da βpolΓtica desenvolvimentistaβ do governo Juscelino Kubitschek.
Industrialização e Urbanização estiveram ligadas de maneira bastante intensa no Brasil, pois as unidades fabris buscavam im-portantes fatores locacionais, como infraestrutura, disponibilidade de mΓ£o de obra e presenΓ§a de mercado consumidor. Ainda, desta-ca-se o fato da industrialização brasileira ter se pautado no mode-lo denominado substituição de importaçáes, ou seja, no momento que os investimentos no setor agrΓcola, especialmente no setor ca-feeiro, deixavam de ser rentΓ‘veis, alΓ©m das dificuldades de impor-tação ocasionadas pela Primeira Guerra Mundial e pela Segunda, passou-se a empregar mais investimentos no setor industrial.
Os diferentes estabelecimentos comerciais, como a tΓͺxtil e a alimentΓcia, concentraram-se principalmente no Sudeste, notada-mente nos Estados de SΓ£o Paulo e Rio de Janeiro. Esse acelerado desenvolvimento industrial necessitava de grande contingente de mΓ£o-de-obra para trabalhar nessas fΓ‘bricas, na construção civil, no comΓ©rcio ou nos serviΓ§os, o que atraiu milhares de migrantes do campo para as cidades (Γͺxodo rural).
O processo de urbanização brasileiro apoiou-se basicamente no Γͺxodo rural. O campo, por vΓ‘rios aspectos jΓ‘ abordados no texto sobre a estrutura fundiΓ‘ria brasileira, acabou se transformando em um espaΓ§o de repulsΓ£o populacional. O trabalhador, na ausΓͺncia de oportunidades no campo, migrou para as cidades, levando a um enorme crescimento de muitos espaΓ§os urbanos no Brasil, dando origem a enormes metrΓ³poles e Γ multiplicação de cidades mΓ©dias.
Atualmente, a participação da população urbana no total da população brasileira atinge nΓveis prΓ³ximos aos paΓses desenvolvi-dos e com uma urbanização mais antiga. Em 1940, cerca de 30% do total da população do paΓs viviam em cidades. Esse percentual cresceu aceleradamente, sendo que em meados da dΓ©cada de 1960 a população urbana jΓ‘ era superior Γ rural. Em 2000, a população urbana era de cerca de 81% e, em 2013, cerca de 85% de pessoas vivem em cidades no Brasil. De acordo com projeçáes, atΓ© 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para quase 95%, o que mostra que o Brasil ainda vive um processo de urbanização.
Destaca-se, ainda, o fato do processo de urbanização no Bra-sil possuir singularidades em relação ao europeu, sobretudo pela diferenΓ§a de velocidade no seu crescimento. Na Europa esse pro-cesso Γ© mais antigo. Com exceção da Inglaterra, ΓΊnico paΓs que se tornou urbanizado na primeira metade do sΓ©culo XIX, a maioria dos paΓses europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade do sΓ©culo XIX e a primeira metade do sΓ©culo XX. Ainda, nesses paΓses a urbanização foi mais ordenada, nΓ£o colhendo na mesma intensidade os reflexos de uma urbanização acelerada e, muitas vezes, desordenada.
Entre os problemas acumulados em razΓ£o do crescimento de-sordenado das cidades, alguns merecem destaque, quais sejam:
⒠Favelização: multiplicação de moradias irregulares, muitas em Ñreas de risco, fruto de um amplo déficit habitacional e da desigualdade econômica dos ambientes urbanos. Cerca de ¼ da população brasileira vive em favelas, sobretudo em grandes centros;
⒠TrÒnsito: o acelerado aumento na circulação de auto-móveis, associados a sistemas viÑrios insuficientes, bem como a falta de serviços de transporte coletivo adequados, faz com que os problemas de mobilidade urbana se multipliquem;
β’ As cidades, no seu processo de crescimento desorde-nado, ampliam o problema denominado de macrocefalia urbana, ou seja, um aumento populacional alΓ©m das estruturas disponΓveis (como nos jΓ‘ citados casos de dΓ©ficit habitacional e mobilidade urbana, alΓ©m da falta de escolas, rede de saΓΊde, espaΓ§os para entre-tenimento, seguranΓ§a pΓΊblica, saneamento bΓ‘sico etc.
Nos últimos anos, a rede urbana brasileira vem apresentando significativas mudanças, fruto de um amplo processo de integração dos mercados a partir da Globalização.
Estas cidades sΓ£o ligadas umas as outras e dependentes entre si dentro das novas tendΓͺncias do mercado (produção, circulação, consumo e os diversos aspectos das relaçáes sociais).
Até a década de 1970 a rede urbana brasileira caracterizava-se por uma menor complexidade funcional dos seus centros urba-nos, ou seja, por um pequeno grau de articulação entre estes, com interaçáes espaciais predominantemente regionais. A partir desse momento,a criação de novos núcleos urbanos, a crescente comple-xidade funcional dos jÑ existentes, a mais intensa articulação entre centros e regiáes, a complexidade dos padráes espaciais da rede e as novas formas de urbanização, entre outros aspectos, modificam a rede urbana, tornando-a mais complexa. As cidades brasileiras estão bem mais integradas.
Nessa rede urbana, algumas cidades se destacam hierarqui-camente. SΓ£o Paulo, por exemplo, Γ© considerada uma MetrΓ³pole Global, pois sua influΓͺncia transcende o territΓ³rio Nacional. Desta-ca-se nessa perspectiva, a cidade do Rio de Janeiro, que vem cres-cendo em visibilidade, sobretudo por conta dos inΓΊmeros eventos jΓ‘ realizados e ainda por realizar, que acabam atraindo vultosos investimentos pΓΊblicos e privados. Ademais, existem as metrΓ³po-les nacionais, como Belo Horizonte, Curitiba e BrasΓlia, com papel de destaque no paΓs. Ainda, existem as MetrΓ³poles Regionais, que acabam por exercer grande influΓͺncia em determinadas regiΓ΅es, como BelΓ©m e Campinas. Por ΓΊltimo, alguns centros regionais aca-bam exercendo influΓͺncia sobre as cidades no seu entorno (Bauru--SP, MaringΓ‘-PR, UberlΓ’ndia-SP etc.).
Algumas informaçáes atuais sobre a economia brasileira
O Brasil nasceu no seio do sistema colonial, e por sΓ©culos dedicou-se quase que exclusivamente Γ produção de gΓͺneros agrΓ-colas para a exportação. Mais tarde, ao longo da primeira metade do sΓ©culo XX, o paΓs passa por uma entΓ£o modesta industrializa-ção, com vistas a produzir internamente gΓͺneros que, antes, eram importados. Γ o chamado modelo da substituição das importaçáes, como os aplicados no MΓ©xico, Argentina etc.
Na segunda metade do sΓ©culo XX, aliado Γ forte entrada de capitais internacionais, o paΓs passa a diversificar sua produção in-dustrial, inclusive com a produção de bens de consumo durΓ‘veis. O processo de industrialização se intensificou ao longo do regime militar, inclusive com momentos de grande euforia e crescimento da economia (milagre econΓ΄mico).
Didatismo e Conhecimento 19
GEOGRAFIAMais tarde, na dΓ©cada de 1980, o paΓs passa por graves crises
econΓ΄micas, acumulando fracassos em planos econΓ΄micos, convi-vendo com nΓveis extremamente elevados de inflação e com uma indΓΊstria nacional significativamente atrasada frente aos grandes centros.
No inΓcio dos anos 90, o paΓs passa por um processo de aber-tura econΓ΄mica a produtos estrangeiros, inclusive com vistas a aumentar a concorrΓͺncia interna e estimular o investimento e o crescimento. Paralelo a isso, o paΓs passa por privatizaçáes, dimi-nuindo a participação do estado em alguns ramos e setores.
Com a estabilização da moeda (Plano Real, a partir de 1994), a economia passa por momentos mais estΓ‘veis e de crescimento, incentivando a ascensΓ£o em vΓ‘rios setores, fazendo o paΓs a ocupar uma posição de destaque na economia mundial.
Atualmente, o Brasil ocupa uma posição de emergente no cenΓ‘rio internacional, inclusive Γ© membro do BRICS, um grupo que reΓΊne algumas das economias que mais crescem no planeta. No entanto, os ΓΊltimos dados sobre o crescimento da economia brasileira estΓ£o aquΓ©m das mΓ©dias desses emergentes. Enquanto RΓΊssia, Γfrica do Sul e Γndia cresceram, em mΓ©dia, cerca de 4% (e a China quase 8%), o Brasil teve um modesto crescimento de 0,9%. Isso se deve a problemas que a gestΓ£o econΓ΄mica enfrentam em equacionar crescimento econΓ΄mico a controle da inflação. Ain-da, merece destaque o fato da estrutura brasileira (portos, aeropor-tos, produção de energia e matΓ©rias-primas em geram aumentarem significativamente o chamado βCusto Brasilβ, dificultando a con-corrΓͺncia no mercado externo. Mais investimentos nesses setores seriam fundamentais para dinamizar a economia nacional.
Na composição de seu PIB, a maior participação estÑ relaciona-da ao setor terciÑrio (comércio e serviços). O grÑfico a seguir mostra a participação dos setores da economia na composição do PIB.
PIB 2015 ComposiçãoIndΓΊstria β 22,7%ServiΓ§os β 72,1%AgropecuΓ‘ria β 5,2%Fonte: IBGE
O Brasil, atualmente, apresenta uma balanΓ§a comercial supe-ravitΓ‘ria, mesmo sendo majoritariamente um exportador de bens primΓ‘rios e importador de gΓͺneros industrializados. Seguem al-guns dos principais produtos da pauta de exportaçáes/importaçáes brasileira.
Exportaçáes: US$ 191,1 bilháes (2015) - queda de 14,1% em relação ao ano anterior.
Importaçáes: US$ 171,5 bilháes (2015) - queda de 24,3% em relação ao ano anterior.
Saldo da balança comercial (2015): SuperÑvit de US$ 19,69 bilháes
PaΓses que o Brasil mais importou (2015): Estados Unidos , China, Argentina e Alemanha
PaΓses que o Brasil mais exportou (2015): China, Estados Uni-dos, Argentina, Holanda e JapΓ£o
Principais produtos exportados pelo Brasil (2015): minério de ferro, ferro fundido e aço; óleos brutos de petróleo; soja e deri-vados; automóveis; açúcar de cana; aviáes; carne bovina; café e carne de frango.
Principais produtos importados pelo Brasil (2015): petrΓ³leo bruto; circuitos eletrΓ΄nicos; transmissores/receptores; peΓ§as para veΓculos, medicamentos; automΓ³veis, Γ³leos combustΓveis; gΓ‘s na-tural, equipamentos elΓ©tricos e motores para aviação.
Organizaçáes comerciais que o Brasil pertence: Mercosul, Unasul e OMC (Organização Mundial de Comércio).
A economia brasileira Γ© bastante heterogΓͺnea com relação Γ‘ territΓ³rio. No Sudeste concentra seu maior parque industrial, as maiores montadoras e siderΓΊrgicas do paΓs e tem os serviΓ§os e o comΓ©rcio mais sofisticados e diversificados.
Na região Norte funciona principalmente o extrativismo ve-getal de madeira, lÑtex, açaà e castanha. A mineração também é muito forte na região com foco na extração de ferro, cobre e ouro. Destaca-se também a Zona Franca de Manaus, que atrai empresas por conta de incentivos fiscais que o Governo Federal oferece.
O Nordeste possuΓ uma economia bem diversificada, com uma grande presenΓ§a de indΓΊstrias, como nas metrΓ³poles Recife, Salvador e Fortaleza, alΓ©m de turismo, agronegΓ³cio e a explora-ção de petrΓ³leo. Seu principal produto agrΓcola Γ© a cana de açúcar, tambΓ©m existindo uma crescente fruticultura irrigada no Vale do Rio SΓ£o Francisco.
O Centro-Oeste tem uma economia que se relaciona dire-tamente com agropecuΓ‘ria (soja, milho, etc.), pecuΓ‘ria bovina e indΓΊstrias. Contudo, muitas industriais se instalaram nessa regiΓ£o atualmente, como nas cidades de CatalΓ£o, AnΓ‘polis, GoiΓ’nia, Bra-sΓlia, entre outras.
A regiΓ£o Sul, tem a maior parte das riquezas proveniente do setor de serviΓ§os. JΓ‘ no ramo industrial Γ© representada principal-mente, pelos setores metalΓΊrgico, automobilΓstico, tΓͺxtil e alimen-tΓcio, com destaque para Curitiba e Porto Alegre. Outras Γ‘reas in-dustriais, como Blumenau, Joinville, MaringΓ‘ e Londrina tambΓ©m apresentam destaque. A agropecuΓ‘ria Γ© forte na regiΓ£o, como na produção de soja, milho, carne de frango e de porco etc.
A pobreza no BrasilA pobreza no Brasil vem diminuindo nos ΓΊltimos anos, mas o
paΓs ainda apresenta uma grande quantidade de pessoas em condi-çáes de misΓ©ria.
Didatismo e Conhecimento 20
GEOGRAFIAO Brasil, em função de seu histórico de colonização, desen-
volvimento tardio e dependΓͺncia econΓ΄mica, alΓ©m dos problemas internos antigos e recentes, possui uma grande quantidade de pes-soas vivendo abaixo da linha da pobreza. Assim, por representar um paΓs subdesenvolvido emergente, a pobreza no Brasil apresen-ta elevados patamares.
Segundo um dado oficial do MinistΓ©rio de Desenvolvimento de Combate Γ Fome datado de 2011, existiam no Brasil atΓ© esse ano cerca de 16,27 milhΓ΅es de pessoas em condição de βextre-ma pobrezaβ, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pessoa. Vale lembrar que ultrapassar esse valor nΓ£o significa abandonar a pobreza por completo, mas somente a po-breza extrema.
Γ preciso dizer, porΓ©m, que a pobreza nΓ£o Γ© uma condição exclusiva de uma regiΓ£o ou outra, como se costuma pensar. Prati-camente todas as cidades do paΓs (principalmente as periferias dos grandes centros metropolitanos) contam com pessoas abaixo da linha da pobreza.
No entanto, Γ© vΓ‘lido ressaltar que, apesar dos problemas his-tΓ³ricos, o Brasil vem avanΓ§ando na Γ‘rea de combate Γ fome e Γ pobreza no paΓs. Segundo um relatΓ³rio divulgado pelo Instituto de Pesquisa EconΓ΄mica Aplicada (Ipea), o nΓΊmero de pessoas que abandonaram a pobreza no Brasil em 2012 ultrapassou os 3,5 mi-lhΓ΅es. Nesse estudo, o critΓ©rio para pobreza extrema era, inclusi-ve, mais alto que o acima mencionado: R$75,00 por membro da famΓlia.
Outra boa notΓcia Γ© a de um relatΓ³rio apresentado pela As-sembleia das Naçáes Unidas em 2013 que colocou o Brasil como o 13ΒΊ paΓs que mais investe no combate Γ pobreza no mundo, em um ranking composto por 126 paΓses em desenvolvimento. As-sim, o paΓs investe mais do que todos os demais membros do BRI-CS (RΓΊssia, Γndia, China e Γfrica do Sul), mas ainda estΓ‘ atrΓ‘s de naçáes como Argentina e Venezuela. Ao todo, segundo o relatΓ³rio, o Brasil gasta quase US$ 4 mil dΓ³lares por ano para cada pessoa 1.
O carro-chefe atual das polΓticas pΓΊblicas de combate Γ fome no Brasil Γ© o programa Bolsa FamΓlia, criado em 2003. Trata-se de uma polΓtica assistencialista de transferΓͺncia de renda, em que o governo oferece subsΓdio para famΓlias em condiçáes de pobreza ou misΓ©ria acentuada. Apesar das muitas crΓticas e polΓͺmicas na esfera polΓtica, o programa vem recebendo elogios por parte de sociΓ³logos e economistas, uma vez que gasta muito pouco (0,5% do PIB) e contribui substantivamente para a melhoria da qualidade vida. Segundo o Ipea, a estimativa Γ© a diminuição de 28% da misΓ©-ria do paΓs em 2012 somente pelo Bolsa FamΓlia.
Recentemente, um apontamento do Banco Mundial revelou que o Brasil vem servindo de modelo e exemplo no que diz res-peito ao combate Γ pobreza no mundo, com a redução da misΓ©ria, a diminuição de dependentes do prΓ³prio Bolsa FamΓlia e com a criação do Cadastro Γnico, que visa a identificar a quantidade de pessoas em extrema pobreza no paΓs2. Tais medidas vΓͺm sendo estudadas e atΓ© copiadas por especialistas e governantes de outras localidades do mundo.
Por outro lado, hΓ‘ uma grande quantidade de pessoas que ain-da vivem Γ margem da sociedade no Brasil, problema que dificil-mente se resolverΓ‘ somente com a promoção de programas assis-tencialistas. Os principais desafios estΓ£o em vencer os problemas nas Γ‘reas de saΓΊde e educação, que vΓͺm recebendo tΓmidos avan-Γ§os, e ampliar a qualificação profissional e a oferta de emprego no paΓs.
1 Development Initiatives. Investiments to End Poverty. 2013.2 The World Bank, 22/03/2014. Como reduzir a pobreza: uma nova lição do Brasil para o mundo?
AlΓ©m disso, para muitos especialistas, diminuir o nΓΊmero de pessoas que vivem com menos de US$1,25 por dia β critΓ©rio ela-borado pelo Banco Mundial e pela ONU para definir a pobreza extrema β nΓ£o Γ© o suficiente. A ideia seria a de elevar esse valor na definição de misΓ©ria e traΓ§ar uma nova meta para a redução da po-breza no Brasil, principalmente atravΓ©s de medidas que nΓ£o taxem tanto as classes mΓ©dia e baixa e que consigam encontrar formas de diminuir a desigualdade social e a concentração de renda, que ainda sΓ£o muito acentuadas no Brasil.
*Texto adaptado por Rodolfo F. Alves Pena
A rede urbana do BrasilA rede urbana de uma região envolve as relaçáes entre o cam-
po e a cidade e as relaçáes entre os diferentes tipos de cidades. A existΓͺncia de uma rede de transportes e de comunicação Γ© funda-mental para que uma rede urbana seja integrada.
A rede urbana brasileira tem como principal caracterΓstica as disparidades regionais, pois enquanto ela Γ© bem articulada no Su-deste, o mesmo nΓ£o ocorre nas regiΓ΅es Norte e Centro-Oeste.
Sudeste - a mais importante do paΓs, porque possui as maiores e as principais cidades. Bem mais articulada, Γ© integrada por rodo-vias, aeroportos, portos, ferrovias e infovias.
Sul - à a segunda do Brasil. Possui duas metrópoles nacionais (Porto Alegre e Curitiba) e boa infraestrutura de transportes e co-municaçáes,
Nordeste - Γ a terceira mais importante. A Γ‘rea litorΓ’nea (Zona da Mata) concentra as principais cidades incluindo Salvador, Reci-fe e Fortaleza), portos, indΓΊstrias, rodovias e aeroportos.
Norte e Centro-Oeste - SΓ£o desarticuladas, com poucas ci-dades importantes, pequena malha rodoviΓ‘ria e baixa densidade urbana e industrial.
A hierarquia das cidades brasileirasDentro da rede urbana brasileira, encontramos uma hierarquia
na qual as menores cidades estΓ£o subordinadas Γ s grandes cidades, que, por sua vez, estΓ£o subordinadas Γ s duas metrΓ³poles globais do Brasil.
Segundo o Atlas nacional do Brasil, publicado em 2000 pelo IBGE, temos no Brasil um esquema de hierarquia urbana que clas-sifica as cidades conforme sua grande Γ‘rea de influΓͺncia: metrΓ³po-le global, metrΓ³pole nacional metrΓ³pole regional, centro regional, centros sub-regional 1 e centros Sub-regional 2.
Regiáes metropolitanas do BrasilA anÑlise da composição das regiáes metropolitanas do Brasil,
às quais foi acrescentada a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (Ride), revela as diferentes escalas do proces-so de urbanização brasileiro. Segundo o IBGE, entre as regiáes metropolitanas podemos distinguir Ñreas metropolitanas plenas e Ñreas metropolitanas emergentes. Os critérios para diferenciÑ-las são internacionais: a população e a estrutura produtiva.
O complexo metropolitano brasileiroO fenΓ΄meno do surgimento das megalΓ³poles nΓ£o se encontra
restrito ao hemisfΓ©rio norte ou aos paΓses desenvolvidos. O Brasil Γ© o ΓΊnico paΓs subdesenvolvido a apresentar uma aglomeração ur-bana que Γ© resultado de conurbação das duas metrΓ³poles globais brasileiras, isto Γ©, o Complexo Metropolitano do Sudeste: eixo Rio de Janeiro β SΓ£o Paulo.
Didatismo e Conhecimento 21
GEOGRAFIAEsse complexo possui caracterΓsticas que indicam tratar-se
do esboΓ§o da primeira megalΓ³pole brasileira. Abriga mais de 30 milhΓ΅es de habitantes (aproximadamente 20% da população bra-sileira) concentrados entre as Γ‘reas metropolitanas de SΓ£o Paulo e do Rio de Janeiro, ligadas pela mais movimentada rodovia do paΓs, a Via Dutra. AlΓ©m disso, em seu eixo - o Vale do ParaΓba - estΓ‘ localizado um dos principais tecnopolos brasileiros: a cidade de SΓ£o JosΓ© dos Campos, no estado de SΓ£o Paulo. A abrangΓͺncia do Complexo Metropolitano do Sudeste ultrapassa os limites do Vale do ParaΓba e incorpora as Γ‘reas de Campinas (outro importante tecnopolo), JundiaΓ, Santos (o principal porto do paΓs), que tem nas rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Anchieta e Imigrantes impor-tantes vias de circulação de pessoas e mercadorias.
Principais problemas sociais das metrópoles brasileirasA intensa e acelerada urbanização brasileira resultou em sé-
rios problemas sociais urbanos, entre os quais, podemos destacar:- Aumento do número de favelas e cortiços que ocupam, mui-
tas vezes, Γ‘reas de mananciais ou Γ‘reas florestais consideradas re-giΓ΅es de risco. Isso significa que os mananciais, isto Γ©, as fontes de abastecimento de Γ‘gua, podem ser poluΓdos. Nas
Γ‘reas florestais, o desmatamento de encostas pΓ΅e em risco a vida das pessoas.
- A falta de infraestrutura acompanha o crescimento das fa-velas. A rede de esgotos, de coleta do lixo, de Ñgua encanada, de luz, de telefones é insuficiente ou clandestina. Além de os objetos serem jogados em rios ou em Ñreas de mananciais, soma se o risco de contaminação por roedores e insetos.
- Todas as formas de violΓͺncia estΓ£o presentes nos centros urbanos: homicΓdios, sequestros, assaltos, filas para atendimento mΓ©dico, acidentes de trΓ’nsito, desemprego, etc.
*Texto adaptado por Miguel Jeronymo Filho
DINΓMICA DA POPULAΓΓO BRASILEIRA (FLUXOS MIGRATΓRIOS, ΓREAS DE CRESCIMENTO E DE PERDA
POPULACIONAL).
População Brasileira β aspectos iniciais
População Γ© o conjunto de pessoas que residem em determi-nado territΓ³rio, que pode ser uma cidade, um estado, um paΓs ou mesmo o planeta como um todo. Ela pode ser classificada segunda sua religiΓ£o, nacionalidade, local de moradia (urbana e rural), ati-vidade econΓ΄mica (ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condiçáes de vida retratados atravΓ©s de indicadores sociais, como taxas de natalidade, mortalidade, expectativa de vida, Γndi-ces de analfabetismo, participação na renda, etc.
O Brasil, em 2013, ultrapassou a casa dos 200 milhΓ΅es de ha-bitantes. (aproximadamente 201 milhΓ΅es). Γ um paΓs populoso, o quinto maior do planeta, porΓ©m, nΓ£o Γ© densamente povoado (den-sidade demogrΓ‘fica de aproximadamente 23,6 hab/km2. Segundo o IBGE, o paΓs tem atualmente 201,032 milhΓ΅es de habitantes, contra 199,242 milhΓ΅es em 2012, um crescimento de cerca de 1 por cento. Em 2000, a população brasileira era de 177,448 milhΓ΅es de habitantes.
O Brasil e a entrada de imigrantes
Antes da colonização, a população do atual territΓ³rio brasilei-ro era, segundo estimativas, de dois a cinco milhΓ΅es de Γndios, per-tencentes a vΓ‘rios grupos. Os grupos mais numerosos, e que ocu-pavam as maiores extensΓ΅es territoriais, eram o jΓͺ e o tupi guarani.
A partir da colonização, a população indΓgena passa a convi-ver com dois novos grupos no territΓ³rio, no caso, os portugueses enquanto colonizadores e os negros africanos sob a condição (ma-joritariamente) de mΓ£o de obra escrava.
O inΓcio oficial da imigração no Brasil ocorreu em 1808, com a assinatura, por D. JoΓ£o VI, de um decreto que permitia a posse de terra por estrangeiro. Quando esse decreto foi assinado, o Brasil tinha 1,2 milhΓ£o de brancos e 2 milhΓ΅es de negros.
Apesar da imigração livre e oficial ter se iniciado em 1808, poucos imigrantes entraram no Brasil até 1850. O elevado contin-gente de escravos e a facilidade do trÑfico negreiro desestimularam a vinda de imigrantes.
De fato, foi somente a partir de 1850, com a proibição do trÑ-fico negreiro e a expansão da cafeicultura e principalmente a partir de 1888 (Abolição da Escravatura) que a imigração se intensificou.
No perΓodo de 1808 a 1980, o Brasil recebeu cerca de 5,5 mi-lhΓ΅es de imigrantes, dos quais cerca de 4,2 milhΓ΅es permanecem no paΓs.
O principal motivo da nΓ£o-fixação definitiva de 1,3 milhΓ£o de imigrantes foi o contraste entre a propaganda enganosa que o Brasil fazia no exterior para atrair o imigrante e as reais condiçáes de vida e de trabalho que o imigrante encontrava no paΓs.
De acordo com a nacionalidade, os cinco grupos mais nume-rosos de imigrantes que entraram no Brasil atΓ© o final dos anos 2000 foram, pela ordem: portugueses, italianos, espanhΓ³is, ale-mΓ£es e japoneses.
Atualmente, o cenΓ‘rio imigração/emigração apresenta infor-maçáes importantes. A crise econΓ΄mica a partir de 2008 gerou gra-ves problemas econΓ΄micos em diversos paΓses que constantemente recebiam brasileiros, como JapΓ£o, EUA e diversos da Europa. Essa dificuldade em conseguir empregos e salΓ‘rios esperados fez com que o fluxo de brasileiros para o exterior reduzisse significativa-mente.
Ademais, o Brasil passou a receber um fluxo significativo de imigrantes. Destaque para imigrantes de paΓses da prΓ³pria AmΓ©-rica do Sul, como bolivianos e paraguaios. Ainda, um assunto de bastante destaque na mΓdia atualmente Γ© a entrada de imigrantes haitianos, que fogem das condiçáes sociais complexas em seu paΓs. Ressalta-se que esses imigrantes (haitianos, bolivianos, paraguaios etc.) por diversas vezes fazem parte de fluxos clandestinos, atuan-do em trabalhos nΓ£o assistidos por leis, muitos em condiçáes ina-dequadas. Os especialistas discutem que o Brasil precisa de um maior controle fronteiriΓ§o, regularizando a entrada desses imigran-tes e garantindo, se for o caso de incentivar tais fluxos, condiçáes mais dignas de vida e trabalho.
Com relação aos fluxos migratórios internos, alguns aspectos merecem destaque:
β’ A grande concentração de pessoas no Nordeste Brasileiro ao longo do PerΓodo Colonial deve-se Γ forte dinΓ’mica da cultura aΓ§ucareira na Γ©poca;
β’ A descoberta de ouro na regiΓ£o das Minas, no sΓ©culo XVIII, somada ao declΓnio da cultura canavieira, fez com que o Nordeste passasse por um processo de repulsΓ£o populacional (per-da de população);
Didatismo e Conhecimento 22
GEOGRAFIA⒠O Nordeste também perdeu muita população para o Su-
deste, sobretudo pela atração econômica gerada pelo crescimento de cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro;
β’ O Sul do Brasil apresenta marcantes caracterΓsticas dos imigrantes europeus (italianos, alemΓ£es, eslavos etc.), fruto de um modelo de ocupação baseado em pequenas propriedades e volta-das ao consumo interno; Atualmente, Γ© grande o nΓΊmero de su-listas que migram para o Centro-Oeste e Norte, no processo de expansΓ£o da fronteira agrΓcola brasileira;
β’ Apesar de serem as menores regiΓ΅es em população no Brasil, o Norte (quarta menor) e o Centro-Oeste (quinta menor) sΓ£o as regiΓ΅es que proporcionalmente mais crescem no Brasil. Isso se deve, entre outros aspectos, pela expansΓ£o da frente pioneira, o avanΓ§o da fronteira agrΓcola, a construção de BrasΓlia, a dispersΓ£o de empresas em busca de novos fatores locacionais etc.
A figura comentada a seguir apresenta informaçáes sobre as migraçáes mais recentes no Brasil:
O primeiro mapa (A) mostra a repulsΓ£o populacional da Re-giΓ£o Nordeste com destino ao Sudeste Brasileiro, sobretudo por conta do crescimento urbano-industrial de cidades como Rio de Janeiro e SΓ£o Paulo; JΓ‘ o segundo mapa (B) mostra que a repul-sΓ£o populacional do Nordeste persiste, mas com a ampliação dos destinos (Sudeste e, tambΓ©m, Centro-Oeste e Nordeste), alΓ©m de mostrar a existΓͺncia de fluxos populacionais do Sul e Sudeste para o Centro-Oeste e Norte do Brasil (expansΓ£o da fronteira agrΓcola e da urbanização), fato que se acentua na terceira imagem (mapa C).
População Economicamente Ativa e Inativa no BrasilQuanto à questão da produção ou do trabalho, a população de
um paΓs pode ser dividida inicialmente, em dois principais grupos: a população economicamente ativa e a população economicamen-te nΓ£o ativa.
A população economicamente ativa é a parcela que compreen-de as pessoas que exercem atividades extra domésticas e remune-radas.
A população não economicamente ativa é a parcela que não exerce atividade remunerada ou que não estÑ empenhada na pro-cura de trabalho remunerado, como crianças, estudantes, donas-de-casa etc.
No Brasil, a participação da população economicamente Γ© crescente, mas ainda inferior Γ de muitos paΓses desenvolvidos.
De acordo com a atividade que exerce, a população ativa é classificada nos seguintes setores:
- PrimÑrio: abrange as seguintes atividades: agricultura, pe-cuÑria, silvicultura, caça e pesca.
- SecundÑrio: abrange as seguintes atividades: indústrias de transformação, construção civil e extração mineral complexa.
- TerciÑrio: abrange diversas atividades relacionadas à pres-tação de serviços e comércio, tais como: lojas, bancos, funciona-lismo público, atividades liberais, transportes, comunicação, edu-cação etc.
Aqui Γ© importante considerar que quanto maior o nΓvel do atraso sΓ³cio-econΓ΄mico de um paΓs, maior Γ© a população ativa no setor primΓ‘rio. Γ medida que o paΓs vai se industrializando e se urbanizando, vΓ£o aumentando os ativos nos setores secundΓ‘rio e terciΓ‘rio.
Nos paΓses subdesenvolvidos Γ© muito comum o fenΓ΄meno do inchaΓ§o do terciΓ‘rio. Trata-se de um crescimento exagerado ou ir-real deste setor, pois na verdade a população nele empregada nΓ£o corresponde ao seu crescimento real β muitas estΓ£o empregadas ou subempregadas mas poucas de fato trabalhando. O Brasil se encaixa de certa forma nessas condiçáes.
Nesses paΓses, o intenso Γͺxodo rural nΓ£o foi acompanhado por uma oferta de empregos equivalente. AlΓ©m disso, como a ativida-de industrial Γ© geralmente restrita e nΓ£o elΓ‘stica, as indΓΊstrias nΓ£o absorvem os grandes contingentes de migrantes.
Se dividirmos a população ativa por setores econΓ΄micos, ve-remos que uma grande maioria estΓ‘ no setor TerciΓ‘rio, existindo um equilΓbrio entre a população do setor PrimΓ‘rio e do setor Se-cundΓ‘rio.
A população brasileira apresenta distribuição geogrΓ‘fica bas-tante irregular, mostrando de inΓcio um enorme contraste entre a fachada litorΓ’nea, onde se encontra o grosso da população, e o interior do paΓs, muito vasto mas fracamente povoado.
Duas razΓ΅es sΓ£o importantes para explicar este fato: 1 β A condição do Brasil como ex-colΓ΄nia e a consequente
dependΓͺncia econΓ΄mica e necessidade de contato com o exterior. 2 β A concentração das principais atividades e da urbanização
na porção oriental do paΓs (prΓ³ximas Γ faixa litorΓ’nea). Do ponto de vista etΓ‘rio costuma-se dividir a população nas
seguintes faixas: jovens (0 a 19), adultos (20 a 59) e idosos (60 ou mais).
Estrutura da população
Quando se estuda a população, inegavelmente, é importante compreender sua dinÒmica de crescimento, ou seja, se ele cresce mais rapidamente o mais vagarosamente, ou mesmo se ela efetiva-mente cresce. Ainda, é importante perceber, dentro da composição dessa população, o percentual de jovens, adultos e crianças. Essas informaçáes são bem visualizadas nas chamadas pirÒmides etÑrias, ou seja, grÑficos que mostram a composição de uma população a partir do sexo e das faixas etÑrias. Observe os exemplos a seguir:
Didatismo e Conhecimento 23
GEOGRAFIA
A pirΓ’mide 1 mostra uma base mais estreita, o que mostra um nΓΊmero menor de jovens, quando comparada com a pirΓ’mide 2, que possui uma base bem mais larga. Por um outro lado, o topo da pirΓ’mide 1 Γ© mais largo que o da pirΓ’mide 2, mostrando que no paΓs representado por ela Γ© maior o nΓΊmero de idosos. O que se pode concluir? A pirΓ’mide 1 mostra a presenΓ§a de uma população com menor taxa de natalidade, mas com maior expectativa de vida, exatamente o oposto da realidade representada pela pirΓ’mide 2.
A partir do entendimento das pirΓ’mides, Γ© possΓvel perceber as caracterΓsticas das populaçáes representadas e algumas situaçáes que merecem destaque: uma sociedade com baixa taxa de natalidade consegue repor satisfatoriamente sua população economicamente ativa? Ela tambΓ©m consegue garantir com qualidade os serviΓ§os de previdΓͺncia social? E a sociedade representada pela pirΓ’mide 2, quais sΓ£o os proble-mas sociais que levam a uma reduzida expectativa de vida? Por quΓͺ as mulheres geram tantos filhos? SΓ£o questΓ΅es que podem ser estudadas a partir dessas pirΓ’mides.
Algumas sociedades estão em um momento de transição entre as realidades das pirÒmides 1 e 2. à o caso da sociedade brasileira, que apresenta uma redução na natalidade e um aumento na expectativa de vida. A pirÒmide a seguir representa a sociedade brasileira em dois momentos, representando essa transição:
Didatismo e Conhecimento 24
GEOGRAFIAEm 2013, importantes dados foram apresentados sobre a evolução da dinÒmica populacional brasileira. A população este ano ultrapassa
a marca de 200 milháes de habitantes, de acordo com estimativa IBGE divulgada em setembro, que projeta um pico populacional em 2042 antes de começar a recuar nos anos seguintes.
O ritmo de crescimento da população vem diminuindo nos ΓΊltimos anos, segundo o IBGE, devido Γ menor fecundidade e Γ maior espe-ranΓ§a de vida. Com isso, a população deve atingir seu pico em 2042, com estimadas 228,4 milhΓ΅es de pessoas. A partir deste ano, haverΓ‘ um processo de redução da população do paΓs. A redução esperada do nΓvel de crescimento da população estarΓ‘ associada, sobretudo, Γ queda do nΓΊmero mΓ©dio de filhos por mulher, que vem decrescendo desde a dΓ©cada de 1970.
A projeção do IBGE mostra que o nΓΊmero mΓ©dio de filhos por mulher Γ© de 1,77 em 2013. Em 2020, esse Γndice chegarΓ‘ a 1,61 filho em mΓ©dia por mulher, recuando para 1,5 filho em 2030, o menor a ser observado. Isso, tambΓ©m, porque as mulheres tenderΓ£o a retardar a chegada dos filhos. Em 2013, a mΓ©dia gira em torno dos 26,9 anos. Pelas projeçáes, atingirΓ‘ 28 anos em 2020 e 29,3 anos em 2030.
A esperança de vida ao nascer atingiu 71,2 anos para homens e 74,8 para mulheres em 2013. Em 2060, espera-se um significativo au-mento (77,8 anos para homens e de 81 anos para mulheres, configurando um ganho médio de 6,6 anos de vida para homens e de 6,2 anos para mulheres).
Segundo o IBGE, a caracterizada transição demogrÑfica altera significativamente a estrutura etÑria da população. A queda da fecundida-de, acompanhada do aumento na expectativa de vida, vem provocando um envelhecimento acelerado da população brasileira, representado pela redução da proporção de crianças e jovens, frente a um aumento na proporção de idosos na população.
Após atingir o pico em 2042, o IBGE projetou que em 2060 a população brasileira recuarÑ para 218,173 milháes de pessoas, sendo 106,1 milháes de homens e 112 milháes de mulheres.
FORMAΓΓO TERRITORIAL E DIVISΓO POLΓTICO-ADMINISTRATIVA: DI-
VISΓO POLΓTICO-ADMINISTRATIVA; ORGANIZAΓΓO FEDERATIVA.
Brasil: Formação Territorial
O espaço brasileiro é resultado de uma sucessão/acumulação de tempos históricos. Somam-se, por exemplos, dinÒmicas associadas à maciça ocupação litorÒnea e, mais tarde, à interiorização da ocupação do território.
Num primeiro momento efetivo, apΓ³s o curto perΓodo PrΓ©-Colonial, o processo de formação territorial do Brasil estΓ‘ associado Γ em-presa colonizadora, principalmente relacionada Γ produção da cana de açúcar. As primeiras mudas de cana foram trazidas ao Brasil por Martim Afonso de Sousa, em 1531. Mais tarde (cerca de dois anos depois), seria construΓdo o primeiro engenho de açúcar da colΓ΄nia, em SΓ£o Vicente. A Zona da Mata, por seu clima tropical ΓΊmido e pelo seu rico solo MassapΓ©, foi amplamente convidativa Γ cultura canavieira.A partir daΓ, outras Γ‘reas do nordeste foram se solidificando na produção do açúcar.
No sΓ©culo XVII, novas atividades econΓ΄micas foram implantadas, e a fronteira produtiva do territΓ³rio colonial foi se interiorizando. Isso porque a cana ocupou novas Γ‘reas, e as jΓ‘ existentes criaçáes de gado foram se interiorizando ainda mais. A pecuΓ‘ria se expandiu na direção do Rio SΓ£o Francisco e do Rio ParnaΓba.
A interiorização do Brasil buscava a diversificação de atividades. Na segunda metade do século XVII, a principal finalidade das expe-diçáes bandeirantes era a localização Ñreas produtoras de metais preciosos, inclusive com o apoio da Coroa Portuguesa.
No final do sΓ©culo XVII, com a confirmação da existΓͺncia de metais preciosos nas regiΓ΅es planΓ‘lticas de Minas Gerais, Mato Grosso e GoiΓ‘s,o afluxo populacional foi grande para essas regiΓ΅es, interiorizando a ocupação do paΓs cada vez mais. Vila do PrΓncipe,Vila Rica de Ouro Preto, CaetΓ©, Mariana,Arraial do Tijuco sΓ£o exemplos de nΓΊcleos urbanos que se desenvolveram na regiΓ£o.
JΓ‘ na metade do sΓ©culo XVIII, os limites traΓ§ados no Tratado de Tordesilhas estavam amplamente βdesrespeitadosβ. O Tratado de Utrecht (1713), era um reconhecimento dos espanhΓ³is do domΓnio portuguΓͺs na ColΓ΄nia de Sacramento. Em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, foi oficializada a incorporação de vastas Γ‘reas outrora espanholas ao territΓ³rio colonial portuguΓͺs.
Outros tratados pΓ³s o de Madri foram realizados, como:a) Tratado de El Pardo (1761): suspende o de Madri;c) Tratado de Santo Ildefonso (1777): acaba com as lutas no sul, entre portugueses e espanhΓ³is. A ColΓ΄nia do Sacramento e as MissΓ΅es
passam à Espanha e Portugal fica com a Ilha de Santa Catarina. O território de São Pedro do Rio Grande fica cortado ao meio, no sentido longitudinal, passando o limite nas imediaçáes da Santa Maria atual;
d) Tratado de Badajoz (1801): confirma o Tratado de Madri. Posteriormente, novos tratados e acordos foram firmados, como a compra do Acre (da BolΓvia) no inΓcio do SΓ©culo XX, fazendo com
que o pais chegasse a uma Γ‘rea superior a 8,5 milhΓ΅es de Km2.
Didatismo e Conhecimento 25
GEOGRAFIABrasil: Localização GeogrÑfica
O Brasil Γ© o quinto maior paΓs do planeta em extensΓ£o, com 8.515.767,049 km2, ocupando aproximadamente 47% da AmΓ©rica do Sul. Fica totalmente localizado no HemisfΓ©rio Ocidental, e dividido entre os HemisfΓ©rios Norte e Sul (7% e 93%, respectivamente).
Grande parte do paΓs estΓ‘ localizado na Zona Intertropical (mais de 90%). O restante estΓ‘ localizado ao Sul do TrΓ³pico de CapricΓ³rnio, na Zona Temperada Sul.
O Brasil possui aproximadamente 4.300 Km de distΓ’ncia, tanto nos entre os extremos Leste/Oeste como nos extremos Norte/Sul, sendo considerado, portanto, um paΓs equidistante.
O Brasil possui cerca de 15.700 Km de fronteiras terrestres. Excetuando Chile e Equador, o Brasil faz fronteira com todos os demais paΓses da AmΓ©rica do Sul.
Com relação Γ s fronteiras marΓtimas, o Brasil possui cerca de 7.360 Km. Desde a Foz do Rio Oiapoque (Norte) atΓ© a Barra do Arroio ChuΓ (Sul). No litoral, o Brasil tem acesso a uma ZEE (Zona EconΓ΄mica Exclusiva (aproximadamente 4,3 milhΓ΅es de km2 em mar aberto).
O Brasil possui algumas ilhas oceÒnicas na composição de seu território. São elas: Atol das Rocas, Trindade e Martim Vaz, Arquipé-lagos de Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo.
Com relação aos fusos horΓ‘rios, o Brasil possui, a partir de 2008, trΓͺs fusos (-2, -3 e -4 GMT), conforme ilustra o mapa a seguir:
Didatismo e Conhecimento 26
GEOGRAFIADivisΓ£o PolΓtico-Administrativa do Brasil
A divisΓ£o A divisΓ£o polΓtica e administrativa do Brasil nem sempre foi a mesma, baseada nos mesmos critΓ©rios. Do sΓ©culo XVI ao sΓ©culo XX, o paΓs teve diversos arcabouΓ§os polΓtico-administrativos: donatarias, as capitanias hereditΓ‘rias, as ProvΓncias e finalmente os Estados, os Distritos e os municΓpios. O quadro a seguir mostra momentos distintos:
Atualmente, segundo o IBGE, o Brasil estΓ‘ dividido com base na seguinte estrutura:β’ Distrito Federal: Γ© a unidade onde tem sede o Governo Federal, com seus poderes: JudiciΓ‘rio, Legislativo e Executivo;β’ Estados: em nΓΊmero de 26, constituem as unidades de maior hierarquia dentro da organização polΓtico-administrativa do PaΓs. A
localidade que abriga a sede do governo denomina-se Capital;⒠Mesorregião: uma Ñrea individualizada em uma Unidade da Federação, que apresenta formas de organização do espaço geogrÑfico
definidas pelas seguintes dimensΓ΅es: o processo social, como determinante, o quadro natural, como condicionante e, a rede de comunicação e de lugares, como elemento da articulação espacial. Estas trΓͺs dimensΓ΅es possibilitam que o espaΓ§o delimitado como mesorregiΓ£o tenha uma identidade regional. Esta identidade Γ© uma realidade construΓda ao longo do tempo pela sociedade que ali se formou.
Criadas pelo IBGE, sΓ£o utilizadas apenas para fins estatΓsticos. NΓ£o se constituem em entidades polΓtico-administrativas autΓ΄nomas.β’ MicrorregiΓ΅es foram definidas como parte das mesorregiΓ΅es que apresentam especificidades quanto Γ organização do espaΓ§o.
Essas especificidades nΓ£o significam uniformidade de atributos, nem conferem Γ s microrregiΓ΅es auto suficiΓͺncia e tampouco o carΓ‘ter de serem ΓΊnicas, devido Γ sua articulação a espaΓ§os maiores, quer Γ mesorregiΓ£o, Γ Unidade da Federação, quer Γ totalidade nacional. Essas especificidades se referem Γ estrutura de produção: agropecuΓ‘ria, industrial, extrativismo mineral ou pesca. Essas estruturas de produção diferenciadas podem resultar da presenΓ§a de elementos do quadro natural ou de relaçáes sociais e econΓ΄micas particulares.
β’ MunicΓpios: os municΓpios constituem as unidades de menor hierarquia dentro da organização polΓtico-administrativa do Brasil. A localidade onde estΓ‘ sediada a Prefeitura Municipal tem a categoria de cidade;
β’ Distritos: sΓ£o unidades administrativas dos municΓpios. A localidade onde estΓ‘ sediada a autoridade distrital, excluΓdos os distritos das sedes municipais, tem a categoria de Vila.
Didatismo e Conhecimento 27
GEOGRAFIAA seguir, alguns dados do IBGE com base no Censo de 2010:
Didatismo e Conhecimento 28
GEOGRAFIAQUESTΓES
01) (PUCRJ) Observando-se a projeção cartogrÑfica apresen-tada, conclui-se que:
a) o planeta Terra Γ© uma esfera dividida somente por paralelos. b) na latitude de 90Β° N, os meridianos se encontram no pΓ³lo
norte. c) as representaçáes latitudinais e longitudinais se encontram
sempre a 0Β°. d) hΓ‘ um maior distanciamento entre os paralelos nas faixas
mais setentrionais da Terra. e) a dimensΓ£o territorial dos EUA e do CanadΓ‘ se deforma
devido aos meridianos e paralelos.
02) (IFPE) Um professor do Curso de Licenciatura em Geo-grafia do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) entregou aos seus alunos um mapa feito na escala 1:1.000.000 cuja distΓ’ncia em linha reta entre duas cidades Γ© de 5 cm. O professor pergunta: qual a distΓ’ncia real, em km, entre as cidades?
a) 10b) 20c) 50d) 500e) 5.000
03)(UFRO) Sobre aspectos cartogrΓ‘ficos, assinale a afirmati-va correta.
a) As elevaçáes do relevo são representadas por linhas iso-bÑricas que ligam pontos ou cotas de igual altitude em intervalos iguais.
b) O elemento que estabelece a relação ou a proporção entre a dimensão real de um lugar e sua representação no mapa é deno-minado escala.
c) Uma escala pequena (1/2.000 ou 1/10.000) Γ© utilizada para os mapas de Γ‘reas urbanas, uma escala grande (1/1.000.000 ou 1/50.000.000) para os de Γ‘reas de estados, paΓses, continentes ou mesmo o mapa-mΓΊndi.
d) Os mapas temΓ‘ticos tratam de temas especΓficos como re-levo, clima, solo, hidrografia, sem abordar temas econΓ΄micos, po-lΓticos e sociais.
e) Uma escala grÑfica é representada sob a forma de uma ra-zão (1:50.000) ou de uma proporção (1/50.000), uma numérica se expressa por meio de uma linha reta graduada.
04)(FGV-SP) A urbanização - o aumento da parcela urbana na população total - Γ© inevitΓ‘vel e pode ser positiva. A atual con-centração da pobreza, o crescimento das favelas e a ruptura social nas cidades compΓ΅em, de fato, um quadro ameaΓ§ador. Contudo, nenhum paΓs na era industrial conseguiu atingir um crescimento econΓ΄mico significativo sem a urbanização. As cidades concen-tram a pobreza, mas tambΓ©m representam a melhor oportunidade de se escapar dela.
Situação da População Mundial 2007: desencadeando o po-tencial de crescimento urbano. Fundo de População das Naçáes Unidas (UNFPA), 2007, p. 1.
Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação coerente com os argumentos do texto:
a) No mundo contemporΓ’neo, os governos devem substituir polΓticas pΓΊblicas voltadas ao meio rural por polΓticas destinadas ao meio urbano.
b) A urbanização sΓ³ terΓ‘ efeitos positivos nas economias mais pobres se for controlada pelos governos, por meio de polΓticas de restrição ao Γͺxodo rural.
c) A concentração populacional em grandes cidades é uma das principais causas da disseminação da pobreza nas sociedades con-temporÒneas.
d) Nos paΓses mais pobres, o processo de urbanização Γ© res-ponsΓ‘vel pelo aprofundamento do ciclo vicioso da exclusΓ£o eco-nΓ΄mica e social.
e) Os benefΓcios da urbanização nΓ£o sΓ£o automΓ‘ticos, pois hΓ‘ necessidade da contribuição das polΓticas pΓΊblicas para que eles se realizem.
05)(FGV) O bioma, que ocupa 22% do territΓ³rio brasileiro, jΓ‘ perdeu quase 1 milhΓ£o de quilΓ΄metros quadrados, cerca de 48% de sua cobertura total. Somente entre 2002 e 2008, foram des- mata-dos 85 075 quilΓ΄metros quadrados, segundo dados do MinistΓ©rio do Meio Ambiente.
Em todo o bioma, a expansão das lavouras de cana-de-açúcar e de soja, além da produção de carvão e das queimadas (naturais ou provocadas), são os principais fatores de desmatamento. A pe-cuÑria também tem contribuição significativa para a sua destrui-ção, principalmente por causa do modelo de produção extensivo, que chega a destinar mais de um hectare para cada boi.
( h t t p : / / n o t i c i a s . a m b i e n t e b r a s i l . c o m . b r / c l i -pping/2010/09/16/60444-)
O texto refere-sea) Γ caatinga.b) Γ mata atlΓ’ntica. c) ao cerrado. d) ao pantanal. e) aos campos.
Didatismo e Conhecimento 29
GEOGRAFIA06)(UNIOESTE) Sobre o domΓnio de vegetação formado pela
Mata AtlΓ’ntica, assinale a alternativa correta.a) A floresta atlΓ’ntica Γ© fisionomicamente semelhante ao do-
mΓnio de vegetação do cerrado.b) Em toda sua extensΓ£o de abrangΓͺncia a rede hidrogrΓ‘fica
caracteriza-se pela predominΓ’ncia de rios intermitentes e sazonais.c) Originalmente, antes de ter a maior parte de sua Γ‘rea devas-
tada, o territΓ³rio ocupado por esse tipo de vegetação estendia-se da faixa litorΓ’nea da regiΓ£o sul atΓ© a fronteira com a BolΓvia, domi-nando a paisagem do centro-oeste brasileiro.
d) Desenvolve-se predominantemente em Γ‘reas de baixo Γndi-ce pluviomΓ©trico e de solo arenoso.
e) Apesar da redução significativa de sua Γ‘rea de abrangΓͺn-cia, ao longo de sΓ©culos de ocupação, ainda destaca-se pela gran-de biodiversidade encontrada por hectare nos fragmentos de mata preservados.
07)A RegiΓ£o Sul diferencia-se das demais regiΓ΅es brasileiras por suas caracterΓsticas naturais, polΓticas e populacionais, entre outras.
Pode(m)-se, entΓ£o, afirmar: I. Tem grande importΓ’ncia geopolΓtica, pois Γ© uma regiΓ£o de
fronteiras com Argentina, Uruguai e Paraguai, favorecendo o in-tercΓ’mbio comercial e cultural.
II. A unidade de relevo mais importante Γ© o Planalto da Bacia do ParanΓ‘, de origem vulcΓ’nica, drenado por afluentes da margem esquerda dos rios ParanΓ‘ e Uruguai.
III. Γ a terceira regiΓ£o mais populosa, mas Γ© a de menor rit-mo de crescimento populacional do paΓs, principalmente por mu-danΓ§a no comportamento reprodutivo e por migraçáes para outras regiΓ΅es.
EstΓ‘(Γ£o) correta(s)a) apenas I.b) apenas II.c) apenas III.d) apenas I e II.e) I, II e III.
08)(Ufam) Os maiores centros industriais da regiΓ£o Nordeste sΓ£o:
a) Recife, MaceiΓ³ e SΓ£o LuΓs.b) JoΓ£o Pessoa, MaceiΓ³ e Salvador.c) SΓ£o LuΓs, Natal e Teresina.d) Fortaleza, Salvador e Recife.e) Salvador, Fortaleza e JoΓ£o Pessoa.
09) (UECE) Analise as seguintes afirmaçáes que tratam do processo de industrialização no Brasil.
I. No governo de Getúlio Vargas, foram criadas determina-das condiçáes de infraestrutura necessÑrias para a industrialização brasileira.
II. O governo de Juscelino Kubitschek priorizou a construção de rodovias e obras para geração de energia.
III. A década de 1990 foi marcada pela globalização da econo-mia e pela consolidação do Brasil como grande produtor e expor-tador de tecnologia.
EstΓ‘ correto o que se afirma ema) III b) I e II c) II d) I e III e) I
10) (Espcex (Aman) 2013) βA agricultura Γ© hoje o maior ne-gΓ³cio do paΓs. (...) Apenas [em 2005], a cadeia do agronegΓ³cio gerou um Produto Interno Bruto de 534 bilhΓ΅es de reais.β
(Faria, 2006 in: Terra, AraΓΊjo e GuimarΓ£es, 2009).
A atual expansΓ£o da agricultura e do agronegΓ³cio no Brasil deve-se, entre outros fatores ao(Γ )
a) forte vinculação da agricultura à indústria, ampliando a participação de produtos com maior valor agregado no valor das exportaçáes brasileiras, como os dos complexos de soja e do setor sucroalcooleiro.
b) expansΓ£o da fronteira agrΓcola no Centro-Oeste e na Ama-zΓ΄nia e ao emprego intensivo de mΓ£o de obra no campo, nessas Γ‘reas, determinando o aumento da produtividade agrΓcola.
c) difusΓ£o de modernas tecnologias e tΓ©cnicas de plantio na maioria dos estabelecimentos rurais do PaΓs, contribuindo para a expansΓ£o das exportaçáes brasileiras.
d) modelo agrΓcola brasileiro, pautado na policultura de ex-portação e na concentração da propriedade rural.
e) Revolução Verde, que, disseminada em larga escala nas pequenas e mΓ©dias propriedades do PaΓs, incentivou a agricultura voltada para os mercados interno e externo.
Gabarito:01-B02-C03-B04-E05-C06-E07-E08-D09-B10-A
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Didatismo e Conhecimento 30
GEOGRAFIA
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Didatismo e Conhecimento 31
GEOGRAFIA
ANOTAΓΓES
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Didatismo e Conhecimento 32
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Didatismo e Conhecimento 33
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Didatismo e Conhecimento 35
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Didatismo e Conhecimento 36
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Didatismo e Conhecimento 37
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Didatismo e Conhecimento 38
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