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Didatismo e Conhecimento 1

GEOGRAFIA

NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA: ORIENTAÇÃO: PONTOS CARDEAIS;

LOCALIZAÇÃO: COORDENADAS GEOGRÁFICAS (LATITUDE E

LONGITUDE); REPRESENTAÇÃO: LEITURA, ESCALA, LEGENDAS E

CONVENÇÕES.

Uma breve introdução sobre a CiΓͺncia CartogrΓ‘fica

Quando o objeto de estudo Γ© a Cartografia percebe-se, desde os primΓ³rdios da humanidade, que o Homem busca meios de se orien-tar no espaΓ§o terrestre. Γ€ medida que o mesmo foi ampliando sua capacidade tΓ©cnica, a busca por se localizar e se movimentar am-parado por referΓͺncias foi se tornando uma necessidade ainda mais evidente. Isso porque, muitas vezes, conhecer caminhos era questΓ£o de sobrevivΓͺncia, seja para buscar Γ‘reas fΓ©rteis para a produção de alimentos, seja para se proteger de invasΓ΅es de outros povos.

Ainda nesse processo de evolução, outras açáes exigiam co-nhecimentos cartogrΓ‘ficos, como para estabelecer rotas de nave-gação e de atividades comerciais, definir estratΓ©gias de guerra, delimitar espacialmente a ocorrΓͺncia de recursos etc. Enfim, a so-ciedade, historicamente e com seus recursos disponΓ­veis, procurou fazer uso da cartografia. Esta pode ser entendida como a ciΓͺncia da representação grΓ‘fica da superfΓ­cie terrestre, tendo como produtos finais mapas, maquetes, cartas etc. Ou seja, Γ© a ciΓͺncia que trata da concepção, produção, difusΓ£o, utilização e estudo desses materiais, principalmente de mapas (amplamente utilizados). Para isso, as representaçáes do espaΓ§o podem ser acompanhadas de um amplo conjunto de informaçáes, como figuras geomΓ©tricas, sΓ­mbolos, uso de cores, linhas e diversos outros elementos.

E, conforme jÑ foi mencionado, nota-se uma evolução muito grande dessas técnicas ao longo da história. As prÑticas da cartogra-fia remontam à Pré-História, quando rústicos desenhos eram usados para delimitar territórios de caça e de pesca; na Babilônia (Antigui-dade), os mapas do mundo jÑ eram impressos em madeira (mapas, obviamente, a partir das técnicas limitadas da época, muito dife-rentes das projeçáes atuais). A evolução ainda passa pelas ideias de Ptolomeu, na Idade Média e dos mapas relativamente complexos da época das Grandes Navegaçáes. Foi aproximadamente nesse pe-ríodo que algumas projeçáes de superfícies curvas passaram a ser impressas em superfícies planas. A mais conhecida foi a de Mer-cator.

Hoje, com os amplos avanΓ§os da ciΓͺncia cartogrΓ‘fica, os instru-mentos para a obtenção de informaçáes e elaboração de materiais sΓ£o mais modernos e precisos. O uso de fotografias aΓ©reas, imagens de satΓ©lites, digitalização de imagens, cruzamento de informaçáes, realização de mapas temΓ‘ticos, sempre com maior precisΓ£o e menor distorção, garantem maior eficiΓͺncia e confiabilidade aos produtos apresentados.

Noçáes de Orientação

Existem diferentes maneiras de se localizar no espaço terrestre. Entre elas, uma das mais utilizadas é a rosa dos ventos. Antes, a rosa dos ventos não estava associada aos pontos cardeais, mas sim à direção dos ventos. Posteriormente, foi utilizada para delimitar a direção de pontos. São eles (o ponto e os graus dentro dos 360º):

β–Ί Cardeais: N - Norte (0ΒΊ) S - Sul (180ΒΊ) L - Leste – ou Este (90ΒΊ) O - Oeste (270ΒΊ)

β–Ί Colaterais: NE - Nordeste (45ΒΊ) SE - Sudeste (135ΒΊ) NO - Noroeste (315ΒΊ) SO - Sudoeste (225ΒΊ)

β–Ί Subcolaterais: NNE - Nor-nordeste (22,5ΒΊ) ENE - Leste-nordeste (67,5ΒΊ) ESE - Leste-sudeste (112,5ΒΊ) SSE - Sul-sudeste (157,5ΒΊ) SSO - Sul-sudoeste (202,5ΒΊ) OSO - Oeste-sudoeste (247,5ΒΊ) ONO - Oeste-noroeste (292,5ΒΊ) NNO - Norte-noroeste (337,5ΒΊ)

Esses pontos são representados pela Rosa, que pode ter diferen-tes formas de representação. Eis um exemplo:

Como forma de orientação/localização, tambΓ©m podem ser usa-das as coordenadas geogrΓ‘ficas (ou terrestres), que sΓ£o linhas imagi-nΓ‘rias que se cruzam e dΓ£o a localização geogrΓ‘fica de um determi-nado ponto na superfΓ­cie. AtravΓ©s do β€œcruzamento” entre o paralelo e o meridiano de um lugar, ficamos sabendo sua localização exata na superfΓ­cie terrestre.

Os paralelos estão relacionados com as latitudes, ou seja, a va-riação em graus a partir da Linha do Equador, para o Norte e para o Sul (variam de 0º a 90º).Para alguns paralelos foram estabelecidos nomes especiais, como Trópicos de CÒncer e Capricórnio e Círculo Polares Ártico e AntÑrtico. Nota-se que a variação latitudinal possui vÑrias funçáes, entre elas, a de delimitar as zonas térmicas do planeta.

JÑ as longitudes estão relacionadas aos meridianos (variação em graus a partir do Meridiano de Greenwich, para Oeste e para Leste (de 0 a 180 para cada extremo). O meridiano de Greenwich e as lon-gitudes são muito importantes na definição dos fusos horÑrios das diversas partes do planeta.

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GEOGRAFIAQuando se cruza um paralelo com um meridiano, tem-se a coordenada de um ponto, por exemplo: Ponto X: 30º lat N; 60º long O.Veja alguns exemplos na ilustração a seguir:

O ponto D, por exemplo, estaria a 60º de Latitude Norte e 30º de Longitude Oeste. Nenhum outro ponto do planeta possui essa locali-zação.

Ressalta-se que os sistemas de coordenadas e a própria rosa dos ventos são conhecimentos-chave para a utilização de tecnologias e equipamentos modernos utilizados atualmente, como os aparelhos receptores de GPS.

Representação da realidadeExistem diferentes maneiras de se representar a realidade. Entre elas, uma das mais utilizadas é o mapa. Os mapas vão muito além de

simples ilustraçáes, meros desenhos, pois são carregados de informaçáes, e, por meio de uma boa leitura, transmitem vÑrios aspectos sobre a realidade mapeada.

Fica evidente que, por mais técnicas que se usem, mesmo extremamente modernas, os mapas representam as realidades, mas não são elas. Por isso, algumas informaçáes são suprimidas e/ou distorcidas, dependendo das técnicas e ideologias utilizadas.

O mapa representa a realidade com o uso de uma escala, que nada mais é do que uma relação de proporção entre o mapa e a realidade mapeada (dimensáes reais). As escalas podem ser numéricas ou grÑficas.

β€’ A escala numΓ©rica pode ser representada por uma fração ordinΓ‘ria (1 / 200.000), ou por uma razΓ£o (1: 200.000, onde se lΓͺ β€œum para duzentos mil”). Na escala de 1 : 200.000, a Γ‘rea representada foi diminuΓ­da 200 mil vezes; isso quer dizer que 1 cm no mapa equivale a 200.000 cm no terreno; ou que um metro no mapa equivalem a 200.000 Km na realidade. Nota-se que a escala Γ© uma relação de proporção, independente da unidade utilizada.

β€’ JΓ‘ a escala grΓ‘fica Γ© representada por uma linha reta dividida em partes iguais; essa escala conta com a vantagem de possibilitar que as distΓ’ncias sejam percebidas diretamente no mapa, sem a necessidade de fazer cΓ‘lculos, como na escala numΓ©rica. Ela permite a vi-sualização dessa distΓ’ncia. Veja a seguir um exemplo dessa forma de representação da escala.

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GEOGRAFIAIndependente da escala utilizada percebe-se que a Cartografia trabalha com escalas de redução, fazendo com que a realidade possa ser

representada em projeçáes menores do que ela.As escalas nΓ£o sΓ£o proporçáes definidas aleatoriamente. Escalas diferentes estΓ£o associadas a funçáes diferentes dos mapas. Observe:β€’ Quanto Γ  natureza da representação:CADASTRAL - AtΓ© 1:25.000: As cadastrais sΓ£o representaçáes em escala grande, geralmente planimΓ©trica e com maior nΓ­vel de deta-

lhamento, apresentando grande precisão geométrica. Normalmente é utilizada para representar cidades e regiáes metropolitanas, nas quais a densidade de edificaçáes e arruamento é grande.

GERAL TOPOGRÁFICA - De 1:25.000 até 1:250.000: Carta elaborada a partir de levantamentos aerofotogramétrico e geodésico original ou compilada de outras cartas topogrÑficas em escalas maiores. Inclui os acidentes naturais e artificiais, em que os elementos pla-nimétricos (sistema viÑrio, obras, etc.) e altimétricos (relevo através de curvas de nível, pontos colados, etc.) são geometricamente bem representados.

GEOGRÁFICA - 1:1:000.000 e menores: Carta em que os detalhes planimΓ©tricos e altimΓ©tricos sΓ£o generalizados, os quais oferecem uma precisΓ£o de acordo com a escala de publicação. A representação planimΓ©trica Γ© feita atravΓ©s de sΓ­mbolos que ampliam muito os objetos correspondentes,alguns dos quais muitas vezes tΓͺm que ser bastante deslocados. A representação altimΓ©trica Γ© feita atravΓ©s de curvas de nΓ­vel, cuja equidistΓ’ncia apenas dΓ‘ uma ideia geral do relevo e, em geral, sΓ£o empregadas cores hipsomΓ©tricas.

Projeçáes CartogrÑficas

Uma das tarefas mais Γ‘rduas da Cartografia Γ© projetar a superfΓ­cie da Terra, que Γ© arredondada, nos mapas, que sΓ£o planos. Por conta disso, acabam sendo utilizadas diferentes tΓ©cnicas de projeçáes, cada uma proporcionando distorçáes diferentes. Nota-se que as projeçáes tambΓ©m possuem uma função ideolΓ³gica, pois algumas Γ‘reas sΓ£o valorizadas em detrimento de outras, conforme a tΓ©cnica adotada. Nota-se que os sistemas de projeçáes constituem-se de uma fΓ³rmula matemΓ‘tica que transforma as coordenadas geogrΓ‘ficas, a partir de uma su-perfΓ­cie esfΓ©rica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo correspondΓͺncia entre elas. O uso deste artifΓ­cio geomΓ©trico das projeçáes consegue reduzir as deformaçáes, mas nunca eliminΓ‘-las. Vejam as principais projeçáes a seguir:

Projeção de Mercator

Os meridianos e paralelos que se cortam em Γ’ngulos retos. Γ‰ uma projeção cilΓ­ndrica conforme, que acaba exagerando as regiΓ΅es po-lares e o hemisfΓ©rio Norte em geral.

Projeção de Peters

Arno Peters, em 1973, propôs uma Projeção também cilíndrica, mas equivalente, que determina uma distribuição dos paralelos com intervalos decrescentes desde o Equador até os pólos. Ela compromete a forma dos continentes, mas permite proporçáes mais adequadas em relação àMercator.

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Projeção de Mollweide

No caso de Mollweide, os paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. Sua Ñrea é proporcional à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas centrais apresentam grande exatidão, tanto em Ñrea como em configuração, no entanto, as extremidades apresentam grandes distorçáes. Observe a mesma a seguir:

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GEOGRAFIAProjeção de Goode

Γ‰ uma projeção descontΓ­nua, e usa essa descontinuidade para eliminar vΓ‘rias Γ‘reas oceΓ’nicas, e, com isso, reduzir as distorçáes.

TambΓ©m existem projeçáes cΓ΄nicas, nas quais os meridianos convergem para os polos e os paralelos, sΓ£o arcos concΓͺntricos situados a igual distΓ’ncia uns dos outros. Elas apresentam pouca distorção para as chamadas latitudes mΓ©dias. TambΓ©m existem as projeçáes azimutais que consiste na tomada de um determinado ponto e a delimitação de Γ‘reas tangentes a partir deste (muito usada para mapear as Γ‘reas polares, por exemplo.

Destaca-se que, no caso da Terra, a maneira mais adequada (mas nem sempre possível) de representÑ-la é a partir do Globo, pois este, a partir de uma escala, procura fazer uma representação próxima ao formato original da Ñrea mapeada.

A Leitura dos Mapas

Um dos primeiros a ser observado em um mapa é o seu título. Seguramente ele trarÑ duas informaçáes importantes, de imediato: o que foi mapeado e em que lugar (e em alguns casos a data/período em questão). Não observar o título de um mapa pode comprometer toda a sua anÑlise.

Ademais, para que possa ser realizada uma boa leitura das informaçáes presentes nos mapas, a legenda acaba sendo uma ferramenta fundamental, pois esta vai expressar valores e aspectos diversos presentes dentro do mapa, como linhas, cores, figuras geométricas etc. No mapa, estas informaçáes não seriam apresentadas, pois seria gerada uma poluição visual desnecessÑria, o que comprometeria sua leitura. Diante disso, alguns aspectos sem significado explícito no mapa acabam sendo identificados por meio da legenda. Em resumo, a legenda decodifica símbolos usados no mapa. Veja um exemplo a seguir, no qual a legenda auxilia no entendimento das Ñreas delimitadas no mapa.

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GEOGRAFIAAlgumas informaçáes abordadas no mapa e suas respectivas representaçáes ficam a critério do organizador do mapa. Por outro lado,

outras acabam respeitando convençáes cartogrΓ‘ficas regionais, nacionais e internacionais, pois estas buscam universalizar alguns significa-dos e facilitar a interpretação dos mapas. Γ‰ o caso de sΓ­mbolos especΓ­ficos para ferrovias, aeroportos, hospitais, usinas nucleares etc. Vejam alguns exemplos de convençáes adotados pelo DAER-RS:

Ainda com relação à leitura dos mapas, alguns pontos merecem destaque, como, por exemplo, as isolinhas. No caso da Cartografia, as mais utilizadas são as curvas de nível (isoípsas), que ligam pontos de mesma altitude; as isóbaras (linhas com pontos de mesma pressão); isoieta (mesma precipitação pluviométrica em um determinado período); isoterma (mesma temperatura) etc. Veja um exemplo das curvas de nível e da construção de um perfil topogrÑfico a partir delas:

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ASPECTOS FÍSICOS E MEIO AMBIENTE NO BRASIL (GRANDES

DOMÍNIOS DE CLIMA, VEGETAÇÃO, RELEVO E HIDROGRAFIA;

ECOSSISTEMAS).

Grandes Domínios ClimÑticos no BrasilQuando se fala em classificação climÑtica, é importante ressaltar que existem diversas metodologias para tal, e os resultados acabam

sendo igualmente diferentes. Entre elas, podem ser citadas as classificaçáes de Kâppen, de Lysia Bernardes e de Strahler. Esta última classificação baseia-se no estudo das dinÒmicas das massas de ar e é amplamente abordada em concursos. Vejamos alguns detalhes desta classificação, primeiro mostrando as massas de ar atuando no Brasil em diferentes momentos e, posteriormente, a classificação a partir deste critério:

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A seguir, algumas caracterΓ­sticas de cada tipo climΓ‘tico identificado:β€’ Equatorial Úmido: Γ‰ o clima da maior parte da AmazΓ΄nia. Γ‰ controlado pela massa Equatorial continental e caracterizado pela

combinação de temperaturas sempre elevadas, chuvas abundantes e pequena amplitude tΓ©rmica.β€’ Clima LitorΓ’neo Úmido – Ocorre no litoral leste (regiΓ΅es Nordeste e Sudeste) e Γ© controlado principalmente pela massa tropical

atlÒntica. No litoral da Região Sudeste, principalmente nos trechos em que a Serra do mar avança sobre o mar, as chuvas são muito intensas. A localidade de Itapanhaú, no litoral de Bertioga (SP), detém o recorde de chuvas no país, com o índice de 4.514 mm em um ano.

β€’ Clima Tropical com duas Estaçáes – Γ‰ o mais caracterΓ­stico do Brasil. Abrange uma vasta porção do paΓ­s que inclui a maior parte das RegiΓ΅es Centro-Oeste e Sudeste, grande parte do Nordeste e o Estado do Tocantins. A principal caracterΓ­stica desse clima Γ© a exis-tΓͺncia de duas estaçáes bem diferenciadas: verΓ΅es quentes e chuvosos e invernos secos.

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GEOGRAFIAβ€’ Clima Tropical Semi Árido – Abrange o sertΓ£o nordestino e o norte de Minas Gerais. Caracteriza-se por apresentar temperaturas

muito elevadas e chuvas escassas e mal distribuΓ­das durante o ano. Apresenta os menores Γ­ndices pluviomΓ©tricos do paΓ­s.β€’ Clima Subtropical Úmido – Ocorre na RegiΓ£o Sul do paΓ­s. Γ‰ controlado pela Massa Polar AtlΓ’ntica. Esse clima apresenta chu-

vas bem distribuídas no decorrer do ano, possui as estaçáes do ano bem diferenciadas e apresenta invernos relativamente rigorosos. A forte penetração do ar frio no inverno acarreta quedas de temperatura acompanhada por geadas e, às vezes, por queda de neve nas Ñreas mais elevadas, como por exemplo, São Joaquim,em Santa Catarina.

Outra classificação bastante abordada em concursos é a da Geógrafa Lysia Bernardes, que adapta a classificação de Kâppen à realidade brasileira. Divide o Brasil em cinco climas bÑsicos:

Clima equatorial: Com mΓ©dias tΓ©rmicas e pluviomΓ©tricas elevadas, chuvas bem distribuΓ­das ao longo do ano, como na AmazΓ΄nia;Clima Tropical: Com chuvas de verΓ£o e estiagem no inverno. E o clima da regiΓ£o Centro-Oeste, parte do Nordeste e Norte Ocidental.Clima SemiΓ‘rido: Caracterizado por chuvas escassas e mal distribuΓ­das ao longo do ano; Γ© o clima do PolΓ­gono das Secas ou sertΓ£o do

Nordeste.Clima Tropical de altitude: Semelhante ao clima tropical, mas com acentuadas quedas de temperatura no inverno. Ocorre nos trechos

mais elevados do Sudeste e no sul do Mato Grosso do Sul, influenciado pelo fator altitude.Clima Subtropical: Γ‰ o clima do sul do paΓ­s; apresenta mΓ©dias tΓ©rmicas menores de 20ΒΊ C, devido Γ  influΓͺncia da massa polar atlΓ’ntica.

A chuva é bem distribuída ao longo do ano, sem uma grande seca definida.Muito se comenta, no Mundo em geral, sobre as chamadas mudanças climÑticas. A sociedade, de modo geral, promove uma intensa

exploração de recursos naturais, incorrendo em mudanΓ§as drΓ‘sticas na paisagem e na emissΓ£o de gases potencializadores do Efeito Estuda natural da Terra, podendo levar, entre outros aspectos, ao aumento nas temperaturas mΓ©dias do Planeta. O Brasil, nesse sentido, nΓ£o estΓ‘ dissociado das causas, tampouco imune Γ s consequΓͺncias.

A figura a seguir mostra alguns impactos a serem observadas no Brasil a partir das mudanças climÑticas:

Fonte: http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/147

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GEOGRAFIARelevo Brasileiro

O relevo brasileiro foi classificado por diferentes autores, sen-do que os critérios adotados acabam sendo distintos. Além disso, as classificaçáes foram realizadas em momentos diferentes, com recursos e tecnologias igualmente distintas. Portanto, é importante compreender qual é a classificação solicitada, para evitar a utili-zação errônea de conceitos. Seguem, a seguir, as principais clas-sificaçáes.

Um dos pioneiros na classificação do relevo brasileiro foi Aroldo de Azevedo, ainda nos anos 1940. Baseava-se na altime-tria, dividindo que dividia o Brasil em planícies, Ñreas de até 200 metros de altitude, e planaltos, Ñreas superiores a 200 metros de altitude. O autor dividiu o Brasil em quatro planaltos (das Guianas, AtlÒntico, Central e Meridional) e quatro planícies (Amazônica, do Pantanal, Costeira e Gaúcha). O mapa a seguir apresenta a clas-sificação de Azevedo:

JΓ‘ no final dos anos 1950, outra importante classificação ga-nha destaque, ou seja, a do geΓ³grafo Aziz Nacib Ab’SΓ‘ber. O autor baseou-se na abordagem morfoclimΓ‘tica, considerando os efeitos do clima sobre o relevo. A classificação engloba sete planaltos (Planalto das Guianas, Planalto Central,

Planalto Meridional, Planalto Nordestino, Planalto do Mara-nhΓ£o-PiauΓ­, Planalto Uruguaio Sul Rio grandense, Serras e Pla-naltos do Leste e Sudeste) e trΓͺs planΓ­cies (PlanΓ­cie AmazΓ΄nica, PlanΓ­cie do Pantanal e PlanΓ­cie Costeira), conforme mostra o mapa a seguir:

Mais recentemente, no final da década de 1980 (89), surge uma nova classificação, elaborada por Jurandyr Sanches Ross, da USP. Com base em dados do Projeto Radam Brasil, o autor di-vidiu o Brasil em 28 unidades de relevo, considerando caracte-rísticas morfoestruturais (estruturas geológicas), morfoclimÑticas e as características morfoesculturais do relevo (ação dos agentes externos). A grande diferença dessa classificação fica por conta da introdução do conceito de depressão, que não estava presente nas classificaçáes anteriores. Portanto, no relevo do Brasil, segundo Ross, existem Planaltos, Planícies e Depressáes.

Os planaltos, segundo a classificação de Jurandyr Ross, cor-respondem às estruturas que cobrem a maior parte do território e são consideradas formas residuais, ou seja, constituídas por rochas que resistiram ao trabalho de erosão. São onze planaltos, divididos em quatro grupos:

- Planaltos em Bacias Sedimentares: constituΓ­dos por rochas sedimentares e circundados por depressΓ΅es perifΓ©ricas ou margi-nais.

- Planaltos dos CinturΓ΅es OrogΓͺnicos: originados pela erosΓ£o sobre os antigos dobramentos sofridos na Era PrΓ©-Cambriana pelo territΓ³rio brasileiro.

- Planaltos em NΓΊcleos Cristalinos Arqueados: estruturas que, embora isoladas e distantes umas das outras, possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada.

- Planaltos em intrusáes e coberturas residuais da plataforma (escudos):formaçáes antigas da era Pré-Cambriana que possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares.

Nas planícies, espaços onde a sedimentação é predominante, as constituiçáes das rochas se diferenciam dos planaltos e das de-pressáes por serem formadas por sedimentação recente, com ori-gem no QuaternÑrio. São seis no Brasil: Planície do Rio Amazo-nas, Planície do Rio Araguaia, Planície e Pantanal do Rio Guaporé, Planície e Pantanal Matogrossense, Planície da Lagoa dos Patos e Mirim, Planície e Tabuleiros LitorÒneos.

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GEOGRAFIAAs depressáes Ñreas rebaixadas por erosão que circundam as bordas das bacias sedimentares, interpondo-se entre estas e os maciços

cristalinos. São subdivididas em:- Depressão Periférica: estabelecidas nas regiáes de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas.- Depressão InterplanÑltica: estabelecidas em Ñreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam.- Depressão Marginal: margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas.

O mapa a seguir mostra a classificação do relevo brasileiro segundo Ross:

Vegetação no BrasilAinda com relação à caracterização física do território brasileiro, outro tema amplamente abordado em concursos são as características

dos biomas que cobrem o território. Segundo o próprio IBGE, um Bioma é um conjunto de tipos de vegetação que abrange grandes Ñreas contínuas, em escala regional, com flora e fauna similares, definida pelas condiçáes físicas predominantes nas regiáes. Esses aspectos cli-mÑticos, geogrÑficos e litológicos (das rochas), por exemplo, fazem com que um bioma seja dotado de uma diversidade biológica singular, própria. No Brasil, os biomas existentes são (da maior extensão para a menor): a Amazônia, o cerrado, a Mata AtlÒntica, a Caatinga, o Pampa e o Pantanal.

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GEOGRAFIAA seguir, conheça cada bioma do Brasil (informaçáes do IBGE).

β€’ AmazΓ΄niaTrata-se da a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma do Brasil – ocupando quase metade (49,29%) do territΓ³rio

nacional. Cobre totalmente cinco Estados (Acre, AmapΓ‘, Amazonas, ParΓ‘ e Roraima), quase totalmente RondΓ΄nia (98,8%) e parcialmente Mato Grosso (54%), MaranhΓ£o (34%) e Tocantins (9%). Γ‰ dominado pelo clima quente e ΓΊmido (com temperatura mΓ©dia de 25 Β°C) e por florestas. As chuvas sΓ£o torrenciais e bem distribuΓ­das durante o ano e rios com fluxo intenso. Γ‰ marcado pela bacia amazΓ΄nica, que escoa 20% do volume de Γ‘gua doce do mundo.

A vegetação característica é de Ñrvores altas. Nas planícies que acompanham o Rio Amazonas e seus afluentes, encontram-se as matas de vÑrzeas (periodicamente inundadas) e as matas de igapó (permanentemente inundadas). Estima-se que esse bioma abrigue mais da meta-de de todas as espécies vivas do Brasil.

β€’ CerradoO segundo maior bioma da AmΓ©rica do Sul e cobre 22% do territΓ³rio brasileiro. Ocupa totalmente o Distrito Federal e boa parte de

GoiΓ‘s (97%), de Tocantins (91%), do MaranhΓ£o (65%), do Mato Grosso do Sul (61%) e de Minas Gerais (57%), alΓ©m de cobrir Γ‘reas menores de outros seis Estados. Γ‰ no Cerrado que estΓ‘ a nascente das trΓͺs maiores bacias da AmΓ©rica do Sul (AmazΓ΄nica/Tocantins, SΓ£o Francisco e Prata), o que resulta em elevado potencial aquΓ­fero e grande biodiversidade. Esse bioma abriga mais de 6,5 mil espΓ©cies de plantas jΓ‘ catalogadas.

Predominam formaçáes da savana e clima tropical quente sub ΓΊmido, com uma estação seca e uma chuvosa e temperatura mΓ©dia anual entre 22 Β°C e 27 Β°C. AlΓ©m dos planaltos, com extensas chapadas, existem nessas regiΓ΅es florestas de galeria, conhecidas como mata ciliar e mata ribeirinha, ao longo do curso d’Ñgua e com folhagem persistente durante todo o ano; e a vereda, em vales encharcados e que Γ© composta de agrupamentos da palmeira buriti sobre uma camada de gramΓ­neas (estas sΓ£o constituΓ­das por plantas de diversas espΓ©cies, como gramas e bambus).

‒ Mata AtlÒnticaÉ um complexo ambiental que engloba cadeias de maciços antigos, vales, planaltos e planícies de toda a faixa continental atlÒntica leste

brasileira, além de avançar sobre o Planalto Meridional até o Rio Grande do Sul. Ocupa totalmente o Espírito Santo, o Rio de Janeiro e Santa Catarina, 98% do ParanÑ e Ñreas de mais 11 Unidades da Federação.

Tem como principal tipo de vegetação a floresta ombrófila densa, basicamente composta por Ñrvores altas e relacionada a um clima quente e úmido. A Mata AtlÒntica jÑ foi um dos mais ricos e variados conjuntos florestais pluviais da América do Sul, mas atualmente é reconhecida como o bioma brasileiro mais descaracterizado, fruto dos intensos desmatamentos relacionados aos episódios de colonização no Brasil e os ciclos de desenvolvimento do país levaram o homem a ocupar e destruir parte desse espaço (cana de açúcar, café, pecuÑria, urbanização, industrialização etc.).

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GEOGRAFIAβ€’ CaatingaO nome Γ© de origem indΓ­gena e significa β€œmata clara e aberta”. Γ‰ exclusivamente brasileira e ocupa cerca de 11% do paΓ­s. Γ‰ o principal

bioma da Região Nordeste, ocupando totalmente o CearÑ e parte do Rio Grande do Norte (95%), da Paraíba (92%), de Pernambuco (83%), do Piauí (63%), da Bahia (54%), de Sergipe (49%), do Alagoas (48%) e do Maranhão (1%). A caatinga também cobre 2% de Minas Gerais. Apresenta uma grande riqueza de ambientes e espécies, que não é encontrada em nenhum outro bioma. A seca, a luminosidade e o calor característicos de Ñreas tropicais resultam numa vegetação de savana estépica, espinhosa e decidual (quando as folhas caem em determina-da época). HÑ também Ñreas serranas, brejos e outros tipos de bolsão climÑtico mais ameno. Esse bioma estÑ sujeito a dois períodos secos anuais: um de longo período de estiagem, seguido de chuvas intermitentes e um de seca curta seguido de chuvas torrenciais (que podem faltar durante anos). Dos ecossistemas originais da caatinga, 80% foram alterados, em especial por causa de desmatamentos e queimadas.

β€’ PampaEstΓ‘ presente somente no Rio Grande do Sul, ocupando 63% do territΓ³rio do Estado. Ele constitui os pampas sul-americanos, que se

estendem pelo Uruguai e pela Argentina e, internacionalmente, sΓ£o classificados de Estepe. O pampa Γ© marcado por clima chuvoso, sem perΓ­odo seco regular e com frentes polares e temperaturas negativas no inverno.

Predomina uma vegetação constituída de ervas e arbustos, recobrindo um relevo nivelado levemente ondulado. Formaçáes florestais não são comuns nesse bioma e, quando ocorrem, são do tipo floresta ombrófila densa (Ñrvores altas) e floresta estacional decidual (com Ñrvores que perdem as folhas no período de seca).

β€’ PantanalCobre 25% de Mato Grosso do Sul e 7% de Mato Grosso e seus limites coincidem com os da PlanΓ­cie do Pantanal, mais conhecida como

Pantanal mato-grossense. O Pantanal é um bioma praticamente exclusivo do Brasil, pois apenas uma pequena faixa dele adentra outros paí-ses (o Paraguai e a Bolívia). Caracterizado por inundaçáes de longa duração (devido ao solo pouco permeÑvel) que ocorrem anualmente na planície, e provocam alteraçáes no ambiente, na vida silvestre e no cotidiano das populaçáes locais. A vegetação predominante é a savana. A cobertura vegetal original de Ñreas que circundam o Pantanal foi em grande parte substituída por lavouras e pastagens, num processo que jÑ repercute na Planície do Pantanal.

Uma outra forma de abordar o conceito vegetação refere-se Γ  delimitação exclusivamente das coberturas vegetais. Nesse caso, o Brasil possui cinco Formaçáes Florestais, trΓͺs formaçáes arbustivas e herbΓ‘ceas e duas formaçáes complexas, conforme ilustra o quadro a seguir:

Hidrografia Brasileira

O Brasil Γ© um paΓ­s de grande extensΓ£o territorial (mais de 8,5 milhΓ΅es de Km2), tendo uma extensa rede hidrogrΓ‘fica. Algumas carac-terΓ­sticas dessa rede se destacam:

- Genericamente, os rios brasileiros são de planalto, o que potencializa a produção de energia por hidrelétricas, mas por outro lado, dificulta a navegação fluvial (carece de eclusas para a ligação desses desníveis);

- Existe um predomínio de rios com regime pluvial, ou seja, abastecidos basicamente por Ñguas das chuvas. Existem exceçáes, como o Rio Amazonas, que é de regime misto (também recebe Ñgua do derretimento de neve oriunda dos Andes, no seu alto curso);

- No geral, os rios brasileiros sΓ£o exorreicos, ou seja, a drenagem das Γ‘guas tem como destino os oceanos. Ressalta-se que, mesmo que a Γ‘gua de um rio desΓ‘gue em um rio no interior (exemplo, o Rio TietΓͺ desaguando no Rio ParanΓ‘), esse volume hΓ­drico irΓ‘ posteriormente ao oceano, mantendo o carΓ‘ter exorreico.

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Didatismo e Conhecimento 14

GEOGRAFIA- Com exceção do rio Amazonas, que apresenta uma foz mis-

ta, de delta e estuΓ‘rio, e do rio ParnaΓ­ba, que apresenta foz em delta, os rios brasileiros – que desΓ‘guam livremente no oceano for-mam estuΓ‘rios.

- No geral, os rios brasileiros são perenes, ou seja, possuem Ñgua corrente o ano todo. No semiÑrido nordestino alguns rios são intermitentes, ou seja, secam e parte do ano, na estação seca.

A seguir, seguem as principais caracterΓ­sticas das grandes ba-cias hidrogrΓ‘ficas brasileiras. Destaca-se que sΓ£o vΓ‘rios os critΓ©-rios para as definiçáes das bacias. A classificação adotada foi a da ANEEL (AgΓͺncia Nacional de Energia ElΓ©trica):

- Bacia do Rio Amazonas

A Bacia AmazΓ΄nica abrange uma Γ‘rea de drenagem da ordem de 6.112 .000 KmΒ², ocupando cerca de 42 % da superfΓ­cie do terri-tΓ³rio nacional. Γ‰ a maior rede hidrogrΓ‘fica mundial, estendendo-se dos Andes atΓ© o Oceano AtlΓ’ntico. Engloba cerca de 42% da su-perfΓ­cie brasileira, ocupando tambΓ©m Γ‘reas da Venezuela e BolΓ­via.

O principal rio Γ© o Amazonas (6.570 km). Com nascente hΓ‘ cerca de 5.000m acima do nΓ­vel do mar. Entra no Brasil na con-fluΓͺncia com o rio Javari, somente a partir da confluΓͺncia com o rio Javari, prΓ³ximo a Tabatinga, sendo, entΓ£o, chamado de SolimΓ΅es e, somente a partir da confluΓͺncia com o rio Negro, passa a ser deno-minado de Amazonas. PrΓ³ximo a Manaus, bifurca-se com o ParanΓ‘ do Careiro, estimando-se aΓ­ uma largura da ordem de 1.500m e pro-fundidade em torno de 35 m. Entre a confluΓͺncia do rio Negro e a regiΓ£o das ilhas, prΓ³ximo a desembocadura, Γ© conhecido por Baixo Amazonas. Em virtude de sua posição geogrΓ‘fica, praticamente pa-ralela ao Equador, o regime do Amazonas Γ© influenciado pelos dois mΓ‘ximos de pluviosidade dos equinΓ³cios, sendo, por isso conheci-do como regime fluvial de duas cheias.

A bacia AmazΓ΄nica estΓ‘ sujeita ao regime de interferΓͺncia, por-tanto tem contribuintes dos hemisfΓ©rios Norte e Sul, coincidindo a cheia de um hemisfΓ©rio com a vazante do outro.

- Bacia do Tocantins-Araguaia Trata-se de uma importante bacia brasileira, com uma vazΓ£o

mΓ©dia anual de 10.900m3/s e uma Γ‘rea de drenagem de 767.000Km2 (7,5% do territΓ³rio nacional). Majoritariamente no Centro Oeste, engloba Γ‘reas dos estados do Tocantins e GoiΓ‘s (58%), Mato Gros-so (24%), ParΓ‘ ( 13%) e MaranhΓ£o (4%), alΓ©m do DF ( 1%).

- Bacia do AtlΓ’ntico trechos Norte/Nordeste

A Bacia do AtlΓ’ntico - Trecho Norte/Nordeste banha extensas Γ‘reas dos Estados do AmapΓ‘, MaranhΓ£o, PiauΓ­, CearΓ‘, Rio Grande do Norte, e parte do Estado da ParaΓ­ba, Pernambuco, ParΓ‘ e Ala-goas. Inclui-se nesta regiΓ£o o ponto mais oriental do PaΓ­s, Ponta do Seixas na ParaΓ­ba. A Bacia do AtlΓ’ntico - Trecho Norte/Nordeste, possui uma vazΓ£o mΓ©dia anual de 6.800 m3/s e uma Γ‘rea de dre-nagem de 996.000 KmΒ² composta por dois trecho: Norte e Nordes-te. O Trecho Norte corresponde a Γ‘rea de drenagem dos rios que desΓ‘guam ao norte da Bacia AmazΓ΄nica, incluindo a bacia do rio Oiapoque. A drenagem da bacia Γ© representada por rios principais caudalosos e perenes, que permanecem durante o ano com razoΓ‘vel vazΓ£o, se comparados aos da regiΓ£o semi-Γ‘rida nordestina. O se-gundo trecho - Nordeste, corresponde a Γ‘rea de drenagem dos rios que desΓ‘guam no AtlΓ’ntico, entre a foz do rio Tocantins e a do rio SΓ£o Francisco.

- Bacia do SΓ£o Francisco

Possui uma vazΓ£o mΓ©dia anual de 3.360m3/s, volume mΓ©dio anual de106Km3 e uma Γ‘rea de drenagem de 631.000Km2 , que representa 7,5% do territΓ³rio nacional; onde 83% da Γ‘rea da bacia distribuem-se nos Estados de Minas Gerais e Bahia, 16% nos Esta-dos de Pernambuco, Alagoas e Sergipe , e o restante 1% no Estado de GoiΓ‘s e Distrito Federal.

O rio que dΓ‘ o nome Γ  Bacia, O SΓ£o Francisco,tem uma ex-tensΓ£o de 2.700 Km, nascendo na Serra da Canastra, em Minas Gerais, percorrendo a longa depressΓ£o encravada entre o Planalto AtlΓ’ntico e as Chapadas do Brasil Central, segue a orientação sul-norte atΓ© aproximadamente a cidade de Barra, dirigindo-se entΓ£o para Nordeste atΓ© atingir a cidade de CabrobΓ³, quando inflete para Sudeste para desembocar no Oceano AtlΓ’ntico. Γ‰ importΓ’ncia nΓ£o sΓ³ pelo volume de Γ‘gua transportado numa regiΓ£o semi-Γ‘rida mas, principalmente, pela sua contribuição histΓ³rica e econΓ΄mica na fixação das populaçáes ribeirinhas e na criação das cidades hoje plantadas ao longo do vale, bem como pelo potencial hΓ­drico pas-sΓ­vel de aproveitamento em futuros planos de irrigação dos exce-lentes solos situados Γ  sua margem.

- Bacia dos Rios da RegiΓ£o do AtΓ’ntico Sul trecho Leste

Engloba parte dos territΓ³rios dos estados de SΓ£o Paulo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, alΓ©m dos estados do Rio de Janeiro e EspΓ­-rito Santo. Esta bacia compreende a Γ‘rea de drenagem dos rios que desΓ‘guam no AtlΓ’ntico, entre a fΓ³z do rio SΓ£o Francisco, ao norte, e a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e SΓ£o Paulo, ao sul. Possui uma vazΓ£o mΓ©dia anual de 3.690m3/s, volume mΓ©dio anual de117 Km3 em uma Γ‘rea de drenagem calculada em 569.000Km2.

- Bacia do Rio ParanΓ‘

Importante bacia brasileira, possui uma vazΓ£o mΓ©dia anual de 15.620 m3/s, volume mΓ©dio anual de 495 Km3 e uma Γ‘rea de drenagem de1.237.000 Km2. Possui importantes rios em sua com-posição, como o ParanΓ‘ (nome da Bacia), Grande, Paranapanema, TietΓͺ etc. Γ‰ fortemente utilizada para a produção de energia e para a navegação.

- Bacia do Rio Uruguai

Abrange uma Γ‘rea de aproximadamente 384.000 km2, dos quais 176.000 km2 situam-se em territΓ³rio nacional, compreen-dendo 46.000Km2 do Estado de Santa Catarina e 130.000Km2 no Estado do rio Grande do Sul. Possui uma vazΓ£o mΓ©dia anual de 3.600m3/s, volume mΓ©dio anual de 114 Km3.

Em sua porção nacional, encontra-se totalmente na região sul, possuindo as sub-bacias Canoas, Pelotas, Forquilha, Ligeiro, Pei-xe, Irani, Passo Fundo, Chapecó, da VÑrzea, Antas, Guarita, Itajaí, Piratini, Ibicuí, alto Uruguai e Médio Uruguai.

- Bacia dos Rios do AtlΓ’ntico Sul - trecho Sudeste

Com uma Γ‘rea de 224.000 Km2 , banha extensas Γ‘reas do Es-tado do Rio Grande do Sul e parte dos Estados de Santa Catarina, ParanΓ‘ e SΓ£o Paulo. Abarca os rios Ribeira do Iguape, ItajaΓ­, Mam-pituba, JacuΓ­, Taquari, JaguarΓ£o (e seus respectivos afluentes), la-goa dos Patos e lagoa Mirim.

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Didatismo e Conhecimento 15

GEOGRAFIA

AS ATIVIDADES ECONΓ”MICAS E A ORGANIZAÇÃO DO ESPAΓ‡O AGRÁRIO:

MODERNIZAÇÃO E CONFLITOS; ESPAΓ‡O URBANO: ATIVIDADES ECONΓ”MICAS,

EMPREGO E POBREZA; A REDE URBANA E AS REGIΓ•ES METROPOLITANAS.

Nessa etapa, serão abordados diferentes aspectos ao espaço econômico brasileiro, seja no campo ou nas Ñreas urbanas.

EspaΓ§o AgrΓ‘rio Brasileiro – Breve HistΓ³rico da Estrutura FundiΓ‘ria

A estrutura fundiΓ‘ria, ou seja, o modo como as propriedades rurais estΓ£o dispersas pelo territΓ³rio e seus respectivos tamanhos, mostra que o Brasil Γ© amplamente desigual nesse quesito, ou seja, β€œpouca” gente concentra a maior parte das Γ‘reas (grandes latifΓΊndios), enquanto uma grande maioria fica com uma fatia significativamente menor do espaΓ§o agrΓ‘rio. Isso mostra, portanto, uma imensa desigualdade no acesso Γ  terra no Brasil.

Essa estrutural fundiÑria configura-se como um dos principais problemas do espaço agrÑrio brasileiro, uma vez que interfere direta-mente na quantidade de postos de trabalho, valor de salÑrios e, diretamente, nas condiçáes de trabalho e o modo de vida (qualidade) dos trabalhadores rurais.

Diante das informaçáes, fica evidente que no Brasil ocorre uma discrepΓ’ncia em relação Γ  distribuição de terras, uma vez que alguns de-tΓͺm uma elevada quantidade de terras e outros possuem pouca ou nenhuma, esses aspectos caracterizam a concentração fundiΓ‘ria brasileira.

O quadro a seguir mostra algumas caracterΓ­sticas da estrutura fundiΓ‘ria brasileira.

Outra forma de concentração de terras no Brasil, mais recentemente,Γ© proveniente de um processo de expropriação, ou seja, a venda de pequenas propriedades rurais para grandes latifundiΓ‘rios com intuito de pagar dΓ­vidas (muitas geradas em emprΓ©stimos e financiamentos bancΓ‘rios) ou por nΓ£o conseguir competitividade econΓ΄mica frente Γ  concorrΓͺncia de grandes propriedades. Esse processo como um todo favorece o Γͺxodo rural, uma vez que muitos trabalhadores nΓ£o conseguem se fixar no campo.

Esse cenÑrio traz diferentes problemas: o campo, centrado na produção de matérias-primas exportÑveis, diversas vezes não consegue suprir o mercado interno com itens bÑsicos da alimentação, inflacionando o preço dos alimentos por uma relação de maior demanda frente a uma menor oferta. Ainda, potencializa os conflitos no campo, sobretudo aqueles encabeçados por movimentos sociais de luta pela terra, que almejam uma estrutura fundiÑria mais inclusiva e com mais espaço à agricultura familiar frente ao agronegócio.

Produção no Espaço AgrÑrio Brasileiro

O Brasil se destaca no mercado mundial como exportador de alguns produtos agrícolas como o café, o açúcar, soja e suco de laranja. Entretanto, para abastecer o mercado interno de consumo,hÑ a necessidade de importação de alguns produtos, com desta que para o trigo (dos EUA, CanadÑ e Argentina, por exemplo), cuja Ñrea plantada foi reduzida a partir de 1990.

Ao longo da história do Brasil, a política agrícola tem dirigido maiores subsídios aos produtos agrícolas de exportação, cultivados nos grandes latifúndios, em detrimento da produção do mercado interno, obtida em pequenas e médias propriedades. Alguns dos principais produtos:

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Didatismo e Conhecimento 16

GEOGRAFIASoja – O cultivo da soja desenvolveu-se no Brasil na Re-

giΓ£o Sul pelos imigrantes alemΓ£es no sΓ©culo XIX. AtΓ© a dΓ©cada de 1960, ela permaneceu nessa regiΓ£o,considerada de clima mais favorΓ‘vel ao seu desenvolvimento, ao mesmo tempo em que o pe-queno consumo interno nΓ£o incentivava o aumento da produção. JΓ‘ no final da dΓ©cada de 1960, a soja do Brasil foi colocada no mer-cado internacional. Incentivada pela demanda externa, a Γ‘rea de cultivo expandiu-se bastante, especialmente pelos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, GoiΓ‘s, SΓ£o Paulo. Hoje,o produto Γ© cultivado inclusive em estados da regiΓ£o Norte e Nordeste, com forte extensΓ£o para uma Γ‘rea do paΓ­s denominada β€œMAPITOBA” (Γ‘rea que une parte dos estados do MaranhΓ£o, PiauΓ­, Tocantins e Bahia. Os principais produtores sΓ£o Rio Grande do Sul, ParanΓ‘ e Mato Grosso.

CafΓ© – O cafΓ© chegou ao Brasil em 1727, trazido por Francis-co de Melo Palheta e introduzido inicialmente em BelΓ©m, no ParΓ‘. Na AmazΓ΄nia, nΓ£o encontrou condiçáes favorΓ‘veis para se desen-volver devido ao clima superΓΊmido e aos solos facilmente esgotΓ‘-veis. No inΓ­cio do sΓ©culo XIX, comeΓ§ou a ser plantado na Baixada Fluminense e se espalhou por todo o Vale do ParaΓ­ba, atingindo as encostas da Mantiqueira e as contra encostas da serra do Mar. Por volta de 1860, a regiΓ£o de Campinas transformou-se na mais importante Γ‘rea cafeeira paulista, expandindo-se pelas manchas de terra roxa da depressΓ£o perifΓ©rica paulista. O cafΓ© sofreu inΓΊmeras crises, tanto de superprodução, como tambΓ©m perdas por causa das geadas. Atualmente, o estado de Minas Gerais domina ampla-mente a produção nacional, com cerca de 47% do total, seguido do EspΓ­rito Santo e de SΓ£o Paulo.

Cacau – Continua sendo importante produto de exportação. Γ‰ originΓ‘rio da AmΓ©rica e seu desenvolvimento data do sΓ©culo XVIII quando comeΓ§ou a ser plantado no litoral da Bahia. O cacau adap-tou-se bem Γ s condiçáes de solo da Bahia,expandindo-se e vindo a representar, em fins do sΓ©culo passado, o principal produto da regiΓ£o e do estado. A Bahia e o EspΓ­rito Santo dominam a produ-ção brasileira.

AlgodΓ£o – Γ‰ uma das mais tradicionais culturas agrΓ­colas do paΓ­s, quer como fornecedor de matΓ©ria-prima para a indΓΊstria tΓͺx-til, que como fornecedor de matΓ©ria-prima para a indΓΊstria de Γ³leos comestΓ­veis. Temos dois tipos de produção: o algodΓ£o arbΓ³reo,pre-dominante no Nordeste, e o algodΓ£o arbustivo, encontrado no Nor-deste e no Sudeste. A cultura algodoeira requer investimentos de capital, pois devem ser observados os seguintes itens:* a Γ©poca;* o uso de inseticidas e fertilizantes;* a prΓ‘tica adequada de conser-vação e preparo dos solos.

Cana-de-açúcar – Essa cultura data da Γ©poca colonial. A em-presa agrΓ­cola canavieira no Brasil apareceu como uma solução para que os portugueses ocupassem efetivamente as terras desco-bertas e ao mesmo tempo mantivessem um fluxo de bens perma-nentes para a Europa. De 1532 a 1660 a produção de cana-de-açú-car cresceu,conquistando o papel de maior fornecedor de açúcar no mercado internacional. Em 1660 a cana-de-açúcar, no Brasil, sofreu a sua grande crise devido Γ  entrada no mercado interna-cional do açúcar das Antilhas. Durante o inΓ­cio do sΓ©culo XVIII, a economia canavieira sofreu uma lenta recuperação, retornando ao ritmo normal sΓ³ na segunda metade do sΓ©culo XVIII, quando ressurgiram os grandes engenhos, tornando-se o açúcar o primeiro produto de nossa economia. Hoje, a cana-de-açúcar sofre a con-corrΓͺncia do açúcar de beterraba no mercado internacional, onde a beterraba atende a35% do consumo mundial do açúcar. SΓ£o Paulo detΓ©m 60% da produção nacional, seguido de Alagoas e Pernam-buco.

Milho – Nativo da AmΓ©rica, o milho Γ© cultivado em todos os estados brasileiros, pois adapta-se facilmente Γ s mais variadas condiçáes climΓ‘ticas. Entre as principais variedades cultivadas temos: amarelo,pΓ©rola, catete, goiano, cristalino, etc. O milho Γ© consumido no Brasil inteiro como produto complementar da ali-mentação, sendo que em algumas regiΓ΅es toma o lugar de produto bΓ‘sico. ParanΓ‘, Rio Grande do Sul e Minas Gerais sΓ£o principais produtores.

FeijΓ£o – O feijΓ£o ocupa mais de 4 milhΓ΅es de hectares culti-vados no Brasil, o que corresponde a 11% do total da Γ‘rea ocupada pelas lavouras. Com essa cifra, ocupa o quarto lugar em Γ‘rea culti-vada no Brasil. PorΓ©m muitas vezes temos que fazer a importação do produto para abastecer o mercado interno.

Arroz – Planta originΓ‘ria da Ásia, especialmente do VietnΓ£,In-donΓ©sia, Índia e China. Γ‰ uma planta conhecida desde a antigui-dade e constitui o alimento bΓ‘sico de bilhΓ΅es de seres humanos. Apesar de ser um dos alimentos bΓ‘sicos da população brasileira, durante muitos anos a nossa produção nΓ£o foi suficiente para aten-der Γ s necessidades do mercado interno. A partir de 1920, as plan-taçáes de arroz se desenvolveram no Brasil, sendo que hoje o paΓ­s ocupa um lugar de destaque entre outros produtores mundiais. SΓ£o cultivadas, no Brasil, duas variedades: o arroz de vΓ‘rzea e o arroz de sequeiro ou de encosta. O arroz de vΓ‘rzea Γ© cultivado principal-mente no Rio Grande do Sul, nos vales dos rios JacuΓ­ e Uruguai, sendo que o arroz de sequeiro Γ© cultivado especialmente em Minas Gerais e Mato Grosso.

Mandioca – Um dos produtos mais antigos, jΓ‘ era cultivado pelos Γ­ndios e teve grande importΓ’ncia econΓ΄mica no perΓ­odo co-lonial e mesmo depois da independΓͺncia. Basta lembrar, que nossa primeira Constituição foi chamada de β€œConstituição da Mandio-ca”, pois esse produto foi tomado como referΓͺncia para estabelecer quem seria eleitor, haja vista, que o voto era censitΓ‘rio. A Bahia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais sΓ£o os principais produtores nacionais.

Trigo – A introdução do trigo no Brasil data da primeira expe-dição colonizadora, que trouxe sementes da Europa. Em 1556, ten-tou-se o seu cultivo na capitania de SΓ£o Vicente. No Rio Grande do Sul, a cultura do trigo foi introduzida em1749, por colonos vindos dos AΓ§ores. Apesar de todas as pesquisas realizadas, o Brasil ainda nΓ£o Γ© auto suficiente e atΓ© tem diminuΓ­do sua produção nos ΓΊltimos anos. Depois do petrΓ³leo, esse cereal Γ© o produto que mais onera a nossa pauta de importaçáes. Aliado aos problemas de ordem tΓ©cni-ca, temos tambΓ©m os problemas de ordem climΓ‘tica. ParanΓ‘ e Rio Grande do Sul possuem a maior produção.

PecuΓ‘ria no Brasil

De acordo com a classificação das atividades econômicas uti-lizadas pela ONU (Organização das Naçáes Unidas), a pecuÑria compreende a criação de gado (bovino, suíno, equino, etc.), aves,-coelhos e abelhas. A criação do gado bovino é a mais difundida mundialmente,devido à utilidade que apresenta para o homem, ou seja, força de trabalho, meio de transporte e, principalmente o for-necimento de carne, leite e couro.

Áreas de Pastagens

No Brasil, cerca de 20% do território é constituído pelas pas-tagens naturais e artificiais. Essa cifra tem aumentado nos últimos anos, embora de maneira lenta. As pastagens artificiais apresentam um suporte de 1,0 cabeça de gado por hectare.

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Didatismo e Conhecimento 17

GEOGRAFIAA maior parte do rebanho brasileiro estΓ‘ com pastos insufi-

cientes, significando que são insuficientemente alimentados. A re-gião Sul do Brasil, pelas suas características morfológicas,é a que apresenta melhores condiçáes para o desenvolvimento dogado.

A regiΓ£o Centro-Oeste possui um rebanho bovino muito nu-meroso, sendo essa regiΓ£o responsΓ‘vel por boa parte do abasteci-mento de carne para diversas partes do paΓ­s.

Por outro lado, o rebanho suΓ­no, que Γ© o segundo mais nume roso do paΓ­s, concentra-se especialmente na regiΓ£o Sul, sendo o estado do ParanΓ‘, aquele que possui o maior e melhor rebanho.

Podemos ainda observar que os rebanhos caprino e ovino apa-recem predominantemente nas regiΓ΅es Nordeste e Sul, sendo que 90% do gado caprino estΓ‘ no Nordeste e a maior parte do gado suΓ­no na regiΓ£o Sul.

O rebanho bovino

Introduzido no Brasil por volta de 1530 em SΓ£o Vicente, e logo depois no Nordeste (Recife e Salvador), o gado bovino espa-lhou-se com o tempo para as diversas regiΓ΅es do paΓ­s da seguinte forma:

* de SΓ£o Vicente, o gado atingiu o interior paulista e daΓ­ diri-giu-se Γ s regiΓ΅es Sul e Centro-Oeste;

* do litoral nordestino, o gado espalhou-se pelo Vale do SΓ£o Francisco, SertΓ£o nordestino (PiauΓ­, MaranhΓ£o), regiΓ£o Norte(ParΓ‘) e Minas Gerais.

A partir do século XIX as raças indianas (zebu) foram intro-duzidas na região Sudeste, principalmente em Minas Gerais,onde adaptaram-se bem e expandiram-se. Seu cruzamento com raças na-cionais de qualidade inferior, originou o gado mestiço indubrasil.

No final do século XIX iniciou-se a importação de raças eu-ropeias selecionadas (hereford, devon, shorthorn),principalmente para o Sul do país, região que permitiu boa aclimatação e grande expansão.

O gado bovino Γ© criado de forma predominantemente extensi-va, amplamente utilizada em regiΓ΅es inΓ³spitas para garantira posse da terra. Em regiΓ΅es afastadas dos principais centros de consumo, onde hΓ‘ deficiΓͺncia no sistema de transportes, ou quando o solo nΓ£o oferece boas condiçáes de utilização agrΓ­cola e,portanto,pro-dução de ração, a pecuΓ‘ria intensiva Γ© economicamente inviΓ‘vel. As principais consequΓͺncias econΓ΄micas dessa realidade sΓ£o:

- baixo aproveitamento da terra;- predomΓ­nio de gado rΓΊstico (zebu);- alta incidΓͺncia de doenΓ§as e subnutrição;- baixos Γ­ndices de fertilidade;- baixa rentabilidade;- obtenção de carne de baixa qualidade, o que dificulta a ex-

portação;- desmatamento de vastas Ñreas florestadas.As principais Ñreas do país que apresentam essa realidade

sΓ£o a periferia da AmazΓ΄nia, o cerrado dos estados de Mato Gros-so,Mato Grosso do Sul, GoiΓ‘s, Tocantins e Minas Gerais, alΓ©m do SertΓ£o nordestino e do Pantanal Mato-Grossense.

Produção leiteira no Brasil

A principal Γ‘rea produtora de leite no Brasil situa-se na Re-giΓ£o Sudeste, compreendendo as bacias leiteiras do Rio de Janeiro, SΓ£o Paulo e Minas Gerais, trΓͺs dos maiores centros consumidores do paΓ­s, e o complexo industrial de laticΓ­nios da zona de Minas Gerais com o Vale do ParaΓ­ba.

O gado leiteiro localiza-se prΓ³ximo aos centros consumidores devido:

* Γ  maior exigΓͺncia de administração e da assistΓͺncia tΓ©cnica;* ao fato de ser a atividade mais intensiva;* Γ  maior necessidade de capital;* Γ  maior dificuldade de conservação do leite consumido in

natura;* Γ  menor distΓ’ncia para transporte do produto, cujo forneci-

mento é contínuo;* à maior facilidade da aquisição de insumos para a produção.Vale a pena lembrar que a região Sul, devido às condiçáes de

clima e solo, apresenta grandes extensΓ΅es de campos que repre-sentam Γ‘reas para pastos naturais de grande qualidade. O rebanho gaΓΊcho Γ© de alta qualidade e Γ© representado pelas raΓ§as hereford, devon, olled angus e shorthorn para corte. Em Γ‘reas prΓ³ximas Γ s grandes cidades criam-se os gados holandΓͺs, Jersey e normando para a produção leiteira. As principais Γ‘reas de criação sΓ£o as se-guintes:

- Campanha GaΓΊcha – RS- Planalto Norte GaΓΊcho – RS- Campos de Vacaria – RS- Campos de Lajes – SC- Campos Gerais de Guarapuava – PR

PecuΓ‘ria de Corte

O rebanho de corte da regiΓ£o Sudeste estΓ‘ concentrado princi-palmente no estado de Minas Gerais e em SΓ£o Paulo. Γ‰ uma ativi-dade em expansΓ£o, porΓ©m nΓ£o tem mostrado significativa melhoria nas tΓ©cnicas de criação e produtividade dos rebanhos,guardando a sua caracterΓ­stica de exploração tradicional de carΓ‘ter extensivo e de baixo nΓ­vel tecnolΓ³gico.

No estado de Minas Gerais, destacamos as regiáes do TriÒn-gulo Mineiro, região do rio Doce e rio Mucuri, o médio Jequi-tinhonha e a região de Montes Claros. No estado de São Paulo, destacamos a Alta Noroeste e a Alta Sorocaba, com destaque para as cidades de Barretos e Araçatuba.

A especialização que se desenvolveu no Brasil Central pe-cuÑrio, tendo São Paulo como o grande centro de engorda e de industrialização de carne e os estados de GoiÑs, Mato Grosso do Sul e parte de Minas Gerais como os fornecedores de gado magro,-começa a se modificar com a implantação de frigoríficos nas Ñreas de produção e com a expansão e a melhoria do sistema rodoviÑrio que, atingindo esses estados, permite o fluxo contínuo da carne para os centros consumidores.

Sistemas de Criação – HΓ‘ dois sistemas de criação: o intensivo e o extensivo.

Sistema de criação intensivo – Γ© a criação que ocupa Γ‘reas limitadas, com rebanhos pouco numerosos. Apresenta alto ren-dimento em qualidade graΓ§as Γ  aplicação de mΓ©todos cientΓ­ficos. Representa, em geral, a criação destinada Γ  produção de leite e aparece no sul de Minas Gerais, no vale do ParaΓ­ba e como jΓ‘ vi-mos, em regiΓ΅es prΓ³ximas aos grandes centros urbanos.

Sistema de criação extensivo – Γ© a criação que ocupa extensas Γ‘reas, com rebanhos numerosos e pastagens naturais em sua maio-ria; apresenta rendimento de baixa qualidade. Representa a pecuΓ‘-ria destinada ao corte e Γ© o tipo de criação predominante no Brasil.

Urbanização Brasileira

O processo de urbanização é o aumento proporcional da popu-lação urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana

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GEOGRAFIAΓ© superior ao crescimento da população rural. Esse processo estΓ‘ associado ao chamado Γͺxodo rural, ou seja, a transferΓͺncia de pes-soas dos ambientes rurais para os ambientes urbanos.

Somente na segunda metade do sΓ©culo XX, em meados da dΓ©cada de 1960, o Brasil tornou-se um paΓ­s urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da dΓ©cada de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, principalmente, Γ  intensifi-cação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, como parte da β€œpolΓ­tica desenvolvimentista” do governo Juscelino Kubitschek.

Industrialização e Urbanização estiveram ligadas de maneira bastante intensa no Brasil, pois as unidades fabris buscavam im-portantes fatores locacionais, como infraestrutura, disponibilidade de mão de obra e presença de mercado consumidor. Ainda, desta-ca-se o fato da industrialização brasileira ter se pautado no mode-lo denominado substituição de importaçáes, ou seja, no momento que os investimentos no setor agrícola, especialmente no setor ca-feeiro, deixavam de ser rentÑveis, além das dificuldades de impor-tação ocasionadas pela Primeira Guerra Mundial e pela Segunda, passou-se a empregar mais investimentos no setor industrial.

Os diferentes estabelecimentos comerciais, como a tΓͺxtil e a alimentΓ­cia, concentraram-se principalmente no Sudeste, notada-mente nos Estados de SΓ£o Paulo e Rio de Janeiro. Esse acelerado desenvolvimento industrial necessitava de grande contingente de mΓ£o-de-obra para trabalhar nessas fΓ‘bricas, na construção civil, no comΓ©rcio ou nos serviΓ§os, o que atraiu milhares de migrantes do campo para as cidades (Γͺxodo rural).

O processo de urbanização brasileiro apoiou-se basicamente no Γͺxodo rural. O campo, por vΓ‘rios aspectos jΓ‘ abordados no texto sobre a estrutura fundiΓ‘ria brasileira, acabou se transformando em um espaΓ§o de repulsΓ£o populacional. O trabalhador, na ausΓͺncia de oportunidades no campo, migrou para as cidades, levando a um enorme crescimento de muitos espaΓ§os urbanos no Brasil, dando origem a enormes metrΓ³poles e Γ  multiplicação de cidades mΓ©dias.

Atualmente, a participação da população urbana no total da população brasileira atinge níveis próximos aos países desenvolvi-dos e com uma urbanização mais antiga. Em 1940, cerca de 30% do total da população do país viviam em cidades. Esse percentual cresceu aceleradamente, sendo que em meados da década de 1960 a população urbana jÑ era superior à rural. Em 2000, a população urbana era de cerca de 81% e, em 2013, cerca de 85% de pessoas vivem em cidades no Brasil. De acordo com projeçáes, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para quase 95%, o que mostra que o Brasil ainda vive um processo de urbanização.

Destaca-se, ainda, o fato do processo de urbanização no Bra-sil possuir singularidades em relação ao europeu, sobretudo pela diferença de velocidade no seu crescimento. Na Europa esse pro-cesso é mais antigo. Com exceção da Inglaterra, único país que se tornou urbanizado na primeira metade do século XIX, a maioria dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX. Ainda, nesses países a urbanização foi mais ordenada, não colhendo na mesma intensidade os reflexos de uma urbanização acelerada e, muitas vezes, desordenada.

Entre os problemas acumulados em razΓ£o do crescimento de-sordenado das cidades, alguns merecem destaque, quais sejam:

β€’ Favelização: multiplicação de moradias irregulares, muitas em Γ‘reas de risco, fruto de um amplo dΓ©ficit habitacional e da desigualdade econΓ΄mica dos ambientes urbanos. Cerca de ΒΌ da população brasileira vive em favelas, sobretudo em grandes centros;

β€’ TrΓ’nsito: o acelerado aumento na circulação de auto-mΓ³veis, associados a sistemas viΓ‘rios insuficientes, bem como a falta de serviΓ§os de transporte coletivo adequados, faz com que os problemas de mobilidade urbana se multipliquem;

‒ As cidades, no seu processo de crescimento desorde-nado, ampliam o problema denominado de macrocefalia urbana, ou seja, um aumento populacional além das estruturas disponíveis (como nos jÑ citados casos de déficit habitacional e mobilidade urbana, além da falta de escolas, rede de saúde, espaços para entre-tenimento, segurança pública, saneamento bÑsico etc.

Nos últimos anos, a rede urbana brasileira vem apresentando significativas mudanças, fruto de um amplo processo de integração dos mercados a partir da Globalização.

Estas cidades sΓ£o ligadas umas as outras e dependentes entre si dentro das novas tendΓͺncias do mercado (produção, circulação, consumo e os diversos aspectos das relaçáes sociais).

Até a década de 1970 a rede urbana brasileira caracterizava-se por uma menor complexidade funcional dos seus centros urba-nos, ou seja, por um pequeno grau de articulação entre estes, com interaçáes espaciais predominantemente regionais. A partir desse momento,a criação de novos núcleos urbanos, a crescente comple-xidade funcional dos jÑ existentes, a mais intensa articulação entre centros e regiáes, a complexidade dos padráes espaciais da rede e as novas formas de urbanização, entre outros aspectos, modificam a rede urbana, tornando-a mais complexa. As cidades brasileiras estão bem mais integradas.

Nessa rede urbana, algumas cidades se destacam hierarqui-camente. SΓ£o Paulo, por exemplo, Γ© considerada uma MetrΓ³pole Global, pois sua influΓͺncia transcende o territΓ³rio Nacional. Desta-ca-se nessa perspectiva, a cidade do Rio de Janeiro, que vem cres-cendo em visibilidade, sobretudo por conta dos inΓΊmeros eventos jΓ‘ realizados e ainda por realizar, que acabam atraindo vultosos investimentos pΓΊblicos e privados. Ademais, existem as metrΓ³po-les nacionais, como Belo Horizonte, Curitiba e BrasΓ­lia, com papel de destaque no paΓ­s. Ainda, existem as MetrΓ³poles Regionais, que acabam por exercer grande influΓͺncia em determinadas regiΓ΅es, como BelΓ©m e Campinas. Por ΓΊltimo, alguns centros regionais aca-bam exercendo influΓͺncia sobre as cidades no seu entorno (Bauru--SP, MaringΓ‘-PR, UberlΓ’ndia-SP etc.).

Algumas informaçáes atuais sobre a economia brasileira

O Brasil nasceu no seio do sistema colonial, e por sΓ©culos dedicou-se quase que exclusivamente Γ  produção de gΓͺneros agrΓ­-colas para a exportação. Mais tarde, ao longo da primeira metade do sΓ©culo XX, o paΓ­s passa por uma entΓ£o modesta industrializa-ção, com vistas a produzir internamente gΓͺneros que, antes, eram importados. Γ‰ o chamado modelo da substituição das importaçáes, como os aplicados no MΓ©xico, Argentina etc.

Na segunda metade do século XX, aliado à forte entrada de capitais internacionais, o país passa a diversificar sua produção in-dustrial, inclusive com a produção de bens de consumo durÑveis. O processo de industrialização se intensificou ao longo do regime militar, inclusive com momentos de grande euforia e crescimento da economia (milagre econômico).

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GEOGRAFIAMais tarde, na dΓ©cada de 1980, o paΓ­s passa por graves crises

econômicas, acumulando fracassos em planos econômicos, convi-vendo com níveis extremamente elevados de inflação e com uma indústria nacional significativamente atrasada frente aos grandes centros.

No inΓ­cio dos anos 90, o paΓ­s passa por um processo de aber-tura econΓ΄mica a produtos estrangeiros, inclusive com vistas a aumentar a concorrΓͺncia interna e estimular o investimento e o crescimento. Paralelo a isso, o paΓ­s passa por privatizaçáes, dimi-nuindo a participação do estado em alguns ramos e setores.

Com a estabilização da moeda (Plano Real, a partir de 1994), a economia passa por momentos mais estÑveis e de crescimento, incentivando a ascensão em vÑrios setores, fazendo o país a ocupar uma posição de destaque na economia mundial.

Atualmente, o Brasil ocupa uma posição de emergente no cenΓ‘rio internacional, inclusive Γ© membro do BRICS, um grupo que reΓΊne algumas das economias que mais crescem no planeta. No entanto, os ΓΊltimos dados sobre o crescimento da economia brasileira estΓ£o aquΓ©m das mΓ©dias desses emergentes. Enquanto RΓΊssia, África do Sul e Índia cresceram, em mΓ©dia, cerca de 4% (e a China quase 8%), o Brasil teve um modesto crescimento de 0,9%. Isso se deve a problemas que a gestΓ£o econΓ΄mica enfrentam em equacionar crescimento econΓ΄mico a controle da inflação. Ain-da, merece destaque o fato da estrutura brasileira (portos, aeropor-tos, produção de energia e matΓ©rias-primas em geram aumentarem significativamente o chamado β€œCusto Brasil”, dificultando a con-corrΓͺncia no mercado externo. Mais investimentos nesses setores seriam fundamentais para dinamizar a economia nacional.

Na composição de seu PIB, a maior participação estÑ relaciona-da ao setor terciÑrio (comércio e serviços). O grÑfico a seguir mostra a participação dos setores da economia na composição do PIB.

PIB 2015 ComposiçãoIndΓΊstria – 22,7%ServiΓ§os – 72,1%AgropecuΓ‘ria – 5,2%Fonte: IBGE

O Brasil, atualmente, apresenta uma balanΓ§a comercial supe-ravitΓ‘ria, mesmo sendo majoritariamente um exportador de bens primΓ‘rios e importador de gΓͺneros industrializados. Seguem al-guns dos principais produtos da pauta de exportaçáes/importaçáes brasileira.

Exportaçáes: US$ 191,1 bilháes (2015) - queda de 14,1% em relação ao ano anterior.

Importaçáes: US$ 171,5 bilháes (2015) - queda de 24,3% em relação ao ano anterior.

Saldo da balança comercial (2015): SuperÑvit de US$ 19,69 bilháes

PaΓ­ses que o Brasil mais importou (2015): Estados Unidos , China, Argentina e Alemanha

PaΓ­ses que o Brasil mais exportou (2015): China, Estados Uni-dos, Argentina, Holanda e JapΓ£o

Principais produtos exportados pelo Brasil (2015): minério de ferro, ferro fundido e aço; óleos brutos de petróleo; soja e deri-vados; automóveis; açúcar de cana; aviáes; carne bovina; café e carne de frango.

Principais produtos importados pelo Brasil (2015): petróleo bruto; circuitos eletrônicos; transmissores/receptores; peças para veículos, medicamentos; automóveis, óleos combustíveis; gÑs na-tural, equipamentos elétricos e motores para aviação.

Organizaçáes comerciais que o Brasil pertence: Mercosul, Unasul e OMC (Organização Mundial de Comércio).

A economia brasileira Γ© bastante heterogΓͺnea com relação Γ‘ territΓ³rio. No Sudeste concentra seu maior parque industrial, as maiores montadoras e siderΓΊrgicas do paΓ­s e tem os serviΓ§os e o comΓ©rcio mais sofisticados e diversificados.

Na região Norte funciona principalmente o extrativismo ve-getal de madeira, lÑtex, açaí e castanha. A mineração também é muito forte na região com foco na extração de ferro, cobre e ouro. Destaca-se também a Zona Franca de Manaus, que atrai empresas por conta de incentivos fiscais que o Governo Federal oferece.

O Nordeste possuí uma economia bem diversificada, com uma grande presença de indústrias, como nas metrópoles Recife, Salvador e Fortaleza, além de turismo, agronegócio e a explora-ção de petróleo. Seu principal produto agrícola é a cana de açúcar, também existindo uma crescente fruticultura irrigada no Vale do Rio São Francisco.

O Centro-Oeste tem uma economia que se relaciona dire-tamente com agropecuΓ‘ria (soja, milho, etc.), pecuΓ‘ria bovina e indΓΊstrias. Contudo, muitas industriais se instalaram nessa regiΓ£o atualmente, como nas cidades de CatalΓ£o, AnΓ‘polis, GoiΓ’nia, Bra-sΓ­lia, entre outras.

A regiΓ£o Sul, tem a maior parte das riquezas proveniente do setor de serviΓ§os. JΓ‘ no ramo industrial Γ© representada principal-mente, pelos setores metalΓΊrgico, automobilΓ­stico, tΓͺxtil e alimen-tΓ­cio, com destaque para Curitiba e Porto Alegre. Outras Γ‘reas in-dustriais, como Blumenau, Joinville, MaringΓ‘ e Londrina tambΓ©m apresentam destaque. A agropecuΓ‘ria Γ© forte na regiΓ£o, como na produção de soja, milho, carne de frango e de porco etc.

A pobreza no BrasilA pobreza no Brasil vem diminuindo nos ΓΊltimos anos, mas o

país ainda apresenta uma grande quantidade de pessoas em condi-çáes de miséria.

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GEOGRAFIAO Brasil, em função de seu histórico de colonização, desen-

volvimento tardio e dependΓͺncia econΓ΄mica, alΓ©m dos problemas internos antigos e recentes, possui uma grande quantidade de pes-soas vivendo abaixo da linha da pobreza. Assim, por representar um paΓ­s subdesenvolvido emergente, a pobreza no Brasil apresen-ta elevados patamares.

Segundo um dado oficial do MinistΓ©rio de Desenvolvimento de Combate Γ  Fome datado de 2011, existiam no Brasil atΓ© esse ano cerca de 16,27 milhΓ΅es de pessoas em condição de β€œextre-ma pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pessoa. Vale lembrar que ultrapassar esse valor nΓ£o significa abandonar a pobreza por completo, mas somente a po-breza extrema.

Γ‰ preciso dizer, porΓ©m, que a pobreza nΓ£o Γ© uma condição exclusiva de uma regiΓ£o ou outra, como se costuma pensar. Prati-camente todas as cidades do paΓ­s (principalmente as periferias dos grandes centros metropolitanos) contam com pessoas abaixo da linha da pobreza.

No entanto, é vÑlido ressaltar que, apesar dos problemas his-tóricos, o Brasil vem avançando na Ñrea de combate à fome e à pobreza no país. Segundo um relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o número de pessoas que abandonaram a pobreza no Brasil em 2012 ultrapassou os 3,5 mi-lháes. Nesse estudo, o critério para pobreza extrema era, inclusi-ve, mais alto que o acima mencionado: R$75,00 por membro da família.

Outra boa notícia é a de um relatório apresentado pela As-sembleia das Naçáes Unidas em 2013 que colocou o Brasil como o 13º país que mais investe no combate à pobreza no mundo, em um ranking composto por 126 países em desenvolvimento. As-sim, o país investe mais do que todos os demais membros do BRI-CS (Rússia, Índia, China e África do Sul), mas ainda estÑ atrÑs de naçáes como Argentina e Venezuela. Ao todo, segundo o relatório, o Brasil gasta quase US$ 4 mil dólares por ano para cada pessoa 1.

O carro-chefe atual das polΓ­ticas pΓΊblicas de combate Γ  fome no Brasil Γ© o programa Bolsa FamΓ­lia, criado em 2003. Trata-se de uma polΓ­tica assistencialista de transferΓͺncia de renda, em que o governo oferece subsΓ­dio para famΓ­lias em condiçáes de pobreza ou misΓ©ria acentuada. Apesar das muitas crΓ­ticas e polΓͺmicas na esfera polΓ­tica, o programa vem recebendo elogios por parte de sociΓ³logos e economistas, uma vez que gasta muito pouco (0,5% do PIB) e contribui substantivamente para a melhoria da qualidade vida. Segundo o Ipea, a estimativa Γ© a diminuição de 28% da misΓ©-ria do paΓ­s em 2012 somente pelo Bolsa FamΓ­lia.

Recentemente, um apontamento do Banco Mundial revelou que o Brasil vem servindo de modelo e exemplo no que diz res-peito ao combate Γ  pobreza no mundo, com a redução da misΓ©ria, a diminuição de dependentes do prΓ³prio Bolsa FamΓ­lia e com a criação do Cadastro Único, que visa a identificar a quantidade de pessoas em extrema pobreza no paΓ­s2. Tais medidas vΓͺm sendo estudadas e atΓ© copiadas por especialistas e governantes de outras localidades do mundo.

Por outro lado, hΓ‘ uma grande quantidade de pessoas que ain-da vivem Γ  margem da sociedade no Brasil, problema que dificil-mente se resolverΓ‘ somente com a promoção de programas assis-tencialistas. Os principais desafios estΓ£o em vencer os problemas nas Γ‘reas de saΓΊde e educação, que vΓͺm recebendo tΓ­midos avan-Γ§os, e ampliar a qualificação profissional e a oferta de emprego no paΓ­s.

1 Development Initiatives. Investiments to End Poverty. 2013.2 The World Bank, 22/03/2014. Como reduzir a pobreza: uma nova lição do Brasil para o mundo?

AlΓ©m disso, para muitos especialistas, diminuir o nΓΊmero de pessoas que vivem com menos de US$1,25 por dia – critΓ©rio ela-borado pelo Banco Mundial e pela ONU para definir a pobreza extrema – nΓ£o Γ© o suficiente. A ideia seria a de elevar esse valor na definição de misΓ©ria e traΓ§ar uma nova meta para a redução da po-breza no Brasil, principalmente atravΓ©s de medidas que nΓ£o taxem tanto as classes mΓ©dia e baixa e que consigam encontrar formas de diminuir a desigualdade social e a concentração de renda, que ainda sΓ£o muito acentuadas no Brasil.

*Texto adaptado por Rodolfo F. Alves Pena

A rede urbana do BrasilA rede urbana de uma região envolve as relaçáes entre o cam-

po e a cidade e as relaçáes entre os diferentes tipos de cidades. A existΓͺncia de uma rede de transportes e de comunicação Γ© funda-mental para que uma rede urbana seja integrada.

A rede urbana brasileira tem como principal caracterΓ­stica as disparidades regionais, pois enquanto ela Γ© bem articulada no Su-deste, o mesmo nΓ£o ocorre nas regiΓ΅es Norte e Centro-Oeste.

Sudeste - a mais importante do paΓ­s, porque possui as maiores e as principais cidades. Bem mais articulada, Γ© integrada por rodo-vias, aeroportos, portos, ferrovias e infovias.

Sul - Γ‰ a segunda do Brasil. Possui duas metrΓ³poles nacionais (Porto Alegre e Curitiba) e boa infraestrutura de transportes e co-municaçáes,

Nordeste - Γ‰ a terceira mais importante. A Γ‘rea litorΓ’nea (Zona da Mata) concentra as principais cidades incluindo Salvador, Reci-fe e Fortaleza), portos, indΓΊstrias, rodovias e aeroportos.

Norte e Centro-Oeste - SΓ£o desarticuladas, com poucas ci-dades importantes, pequena malha rodoviΓ‘ria e baixa densidade urbana e industrial.

A hierarquia das cidades brasileirasDentro da rede urbana brasileira, encontramos uma hierarquia

na qual as menores cidades estΓ£o subordinadas Γ s grandes cidades, que, por sua vez, estΓ£o subordinadas Γ s duas metrΓ³poles globais do Brasil.

Segundo o Atlas nacional do Brasil, publicado em 2000 pelo IBGE, temos no Brasil um esquema de hierarquia urbana que clas-sifica as cidades conforme sua grande Γ‘rea de influΓͺncia: metrΓ³po-le global, metrΓ³pole nacional metrΓ³pole regional, centro regional, centros sub-regional 1 e centros Sub-regional 2.

Regiáes metropolitanas do BrasilA anÑlise da composição das regiáes metropolitanas do Brasil,

às quais foi acrescentada a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (Ride), revela as diferentes escalas do proces-so de urbanização brasileiro. Segundo o IBGE, entre as regiáes metropolitanas podemos distinguir Ñreas metropolitanas plenas e Ñreas metropolitanas emergentes. Os critérios para diferenciÑ-las são internacionais: a população e a estrutura produtiva.

O complexo metropolitano brasileiroO fenΓ΄meno do surgimento das megalΓ³poles nΓ£o se encontra

restrito ao hemisfΓ©rio norte ou aos paΓ­ses desenvolvidos. O Brasil Γ© o ΓΊnico paΓ­s subdesenvolvido a apresentar uma aglomeração ur-bana que Γ© resultado de conurbação das duas metrΓ³poles globais brasileiras, isto Γ©, o Complexo Metropolitano do Sudeste: eixo Rio de Janeiro – SΓ£o Paulo.

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GEOGRAFIAEsse complexo possui caracterΓ­sticas que indicam tratar-se

do esboΓ§o da primeira megalΓ³pole brasileira. Abriga mais de 30 milhΓ΅es de habitantes (aproximadamente 20% da população bra-sileira) concentrados entre as Γ‘reas metropolitanas de SΓ£o Paulo e do Rio de Janeiro, ligadas pela mais movimentada rodovia do paΓ­s, a Via Dutra. AlΓ©m disso, em seu eixo - o Vale do ParaΓ­ba - estΓ‘ localizado um dos principais tecnopolos brasileiros: a cidade de SΓ£o JosΓ© dos Campos, no estado de SΓ£o Paulo. A abrangΓͺncia do Complexo Metropolitano do Sudeste ultrapassa os limites do Vale do ParaΓ­ba e incorpora as Γ‘reas de Campinas (outro importante tecnopolo), JundiaΓ­, Santos (o principal porto do paΓ­s), que tem nas rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Anchieta e Imigrantes impor-tantes vias de circulação de pessoas e mercadorias.

Principais problemas sociais das metrópoles brasileirasA intensa e acelerada urbanização brasileira resultou em sé-

rios problemas sociais urbanos, entre os quais, podemos destacar:- Aumento do número de favelas e cortiços que ocupam, mui-

tas vezes, Γ‘reas de mananciais ou Γ‘reas florestais consideradas re-giΓ΅es de risco. Isso significa que os mananciais, isto Γ©, as fontes de abastecimento de Γ‘gua, podem ser poluΓ­dos. Nas

Γ‘reas florestais, o desmatamento de encostas pΓ΅e em risco a vida das pessoas.

- A falta de infraestrutura acompanha o crescimento das fa-velas. A rede de esgotos, de coleta do lixo, de Ñgua encanada, de luz, de telefones é insuficiente ou clandestina. Além de os objetos serem jogados em rios ou em Ñreas de mananciais, soma se o risco de contaminação por roedores e insetos.

- Todas as formas de violΓͺncia estΓ£o presentes nos centros urbanos: homicΓ­dios, sequestros, assaltos, filas para atendimento mΓ©dico, acidentes de trΓ’nsito, desemprego, etc.

*Texto adaptado por Miguel Jeronymo Filho

DINΓ‚MICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA (FLUXOS MIGRATΓ“RIOS, ÁREAS DE CRESCIMENTO E DE PERDA

POPULACIONAL).

População Brasileira – aspectos iniciais

População é o conjunto de pessoas que residem em determi-nado território, que pode ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta como um todo. Ela pode ser classificada segunda sua religião, nacionalidade, local de moradia (urbana e rural), ati-vidade econômica (ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condiçáes de vida retratados através de indicadores sociais, como taxas de natalidade, mortalidade, expectativa de vida, índi-ces de analfabetismo, participação na renda, etc.

O Brasil, em 2013, ultrapassou a casa dos 200 milhΓ΅es de ha-bitantes. (aproximadamente 201 milhΓ΅es). Γ‰ um paΓ­s populoso, o quinto maior do planeta, porΓ©m, nΓ£o Γ© densamente povoado (den-sidade demogrΓ‘fica de aproximadamente 23,6 hab/km2. Segundo o IBGE, o paΓ­s tem atualmente 201,032 milhΓ΅es de habitantes, contra 199,242 milhΓ΅es em 2012, um crescimento de cerca de 1 por cento. Em 2000, a população brasileira era de 177,448 milhΓ΅es de habitantes.

O Brasil e a entrada de imigrantes

Antes da colonização, a população do atual territΓ³rio brasilei-ro era, segundo estimativas, de dois a cinco milhΓ΅es de Γ­ndios, per-tencentes a vΓ‘rios grupos. Os grupos mais numerosos, e que ocu-pavam as maiores extensΓ΅es territoriais, eram o jΓͺ e o tupi guarani.

A partir da colonização, a população indígena passa a convi-ver com dois novos grupos no território, no caso, os portugueses enquanto colonizadores e os negros africanos sob a condição (ma-joritariamente) de mão de obra escrava.

O início oficial da imigração no Brasil ocorreu em 1808, com a assinatura, por D. João VI, de um decreto que permitia a posse de terra por estrangeiro. Quando esse decreto foi assinado, o Brasil tinha 1,2 milhão de brancos e 2 milháes de negros.

Apesar da imigração livre e oficial ter se iniciado em 1808, poucos imigrantes entraram no Brasil até 1850. O elevado contin-gente de escravos e a facilidade do trÑfico negreiro desestimularam a vinda de imigrantes.

De fato, foi somente a partir de 1850, com a proibição do trÑ-fico negreiro e a expansão da cafeicultura e principalmente a partir de 1888 (Abolição da Escravatura) que a imigração se intensificou.

No perΓ­odo de 1808 a 1980, o Brasil recebeu cerca de 5,5 mi-lhΓ΅es de imigrantes, dos quais cerca de 4,2 milhΓ΅es permanecem no paΓ­s.

O principal motivo da não-fixação definitiva de 1,3 milhão de imigrantes foi o contraste entre a propaganda enganosa que o Brasil fazia no exterior para atrair o imigrante e as reais condiçáes de vida e de trabalho que o imigrante encontrava no país.

De acordo com a nacionalidade, os cinco grupos mais nume-rosos de imigrantes que entraram no Brasil atΓ© o final dos anos 2000 foram, pela ordem: portugueses, italianos, espanhΓ³is, ale-mΓ£es e japoneses.

Atualmente, o cenÑrio imigração/emigração apresenta infor-maçáes importantes. A crise econômica a partir de 2008 gerou gra-ves problemas econômicos em diversos países que constantemente recebiam brasileiros, como Japão, EUA e diversos da Europa. Essa dificuldade em conseguir empregos e salÑrios esperados fez com que o fluxo de brasileiros para o exterior reduzisse significativa-mente.

Ademais, o Brasil passou a receber um fluxo significativo de imigrantes. Destaque para imigrantes de países da própria Amé-rica do Sul, como bolivianos e paraguaios. Ainda, um assunto de bastante destaque na mídia atualmente é a entrada de imigrantes haitianos, que fogem das condiçáes sociais complexas em seu país. Ressalta-se que esses imigrantes (haitianos, bolivianos, paraguaios etc.) por diversas vezes fazem parte de fluxos clandestinos, atuan-do em trabalhos não assistidos por leis, muitos em condiçáes ina-dequadas. Os especialistas discutem que o Brasil precisa de um maior controle fronteiriço, regularizando a entrada desses imigran-tes e garantindo, se for o caso de incentivar tais fluxos, condiçáes mais dignas de vida e trabalho.

Com relação aos fluxos migratórios internos, alguns aspectos merecem destaque:

β€’ A grande concentração de pessoas no Nordeste Brasileiro ao longo do PerΓ­odo Colonial deve-se Γ  forte dinΓ’mica da cultura aΓ§ucareira na Γ©poca;

β€’ A descoberta de ouro na regiΓ£o das Minas, no sΓ©culo XVIII, somada ao declΓ­nio da cultura canavieira, fez com que o Nordeste passasse por um processo de repulsΓ£o populacional (per-da de população);

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GEOGRAFIAβ€’ O Nordeste tambΓ©m perdeu muita população para o Su-

deste, sobretudo pela atração econômica gerada pelo crescimento de cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro;

β€’ O Sul do Brasil apresenta marcantes caracterΓ­sticas dos imigrantes europeus (italianos, alemΓ£es, eslavos etc.), fruto de um modelo de ocupação baseado em pequenas propriedades e volta-das ao consumo interno; Atualmente, Γ© grande o nΓΊmero de su-listas que migram para o Centro-Oeste e Norte, no processo de expansΓ£o da fronteira agrΓ­cola brasileira;

β€’ Apesar de serem as menores regiΓ΅es em população no Brasil, o Norte (quarta menor) e o Centro-Oeste (quinta menor) sΓ£o as regiΓ΅es que proporcionalmente mais crescem no Brasil. Isso se deve, entre outros aspectos, pela expansΓ£o da frente pioneira, o avanΓ§o da fronteira agrΓ­cola, a construção de BrasΓ­lia, a dispersΓ£o de empresas em busca de novos fatores locacionais etc.

A figura comentada a seguir apresenta informaçáes sobre as migraçáes mais recentes no Brasil:

O primeiro mapa (A) mostra a repulsΓ£o populacional da Re-giΓ£o Nordeste com destino ao Sudeste Brasileiro, sobretudo por conta do crescimento urbano-industrial de cidades como Rio de Janeiro e SΓ£o Paulo; JΓ‘ o segundo mapa (B) mostra que a repul-sΓ£o populacional do Nordeste persiste, mas com a ampliação dos destinos (Sudeste e, tambΓ©m, Centro-Oeste e Nordeste), alΓ©m de mostrar a existΓͺncia de fluxos populacionais do Sul e Sudeste para o Centro-Oeste e Norte do Brasil (expansΓ£o da fronteira agrΓ­cola e da urbanização), fato que se acentua na terceira imagem (mapa C).

População Economicamente Ativa e Inativa no BrasilQuanto à questão da produção ou do trabalho, a população de

um país pode ser dividida inicialmente, em dois principais grupos: a população economicamente ativa e a população economicamen-te não ativa.

A população economicamente ativa é a parcela que compreen-de as pessoas que exercem atividades extra domésticas e remune-radas.

A população não economicamente ativa é a parcela que não exerce atividade remunerada ou que não estÑ empenhada na pro-cura de trabalho remunerado, como crianças, estudantes, donas-de-casa etc.

No Brasil, a participação da população economicamente é crescente, mas ainda inferior à de muitos países desenvolvidos.

De acordo com a atividade que exerce, a população ativa é classificada nos seguintes setores:

- PrimÑrio: abrange as seguintes atividades: agricultura, pe-cuÑria, silvicultura, caça e pesca.

- SecundÑrio: abrange as seguintes atividades: indústrias de transformação, construção civil e extração mineral complexa.

- TerciÑrio: abrange diversas atividades relacionadas à pres-tação de serviços e comércio, tais como: lojas, bancos, funciona-lismo público, atividades liberais, transportes, comunicação, edu-cação etc.

Aqui Γ© importante considerar que quanto maior o nΓ­vel do atraso sΓ³cio-econΓ΄mico de um paΓ­s, maior Γ© a população ativa no setor primΓ‘rio. Γ€ medida que o paΓ­s vai se industrializando e se urbanizando, vΓ£o aumentando os ativos nos setores secundΓ‘rio e terciΓ‘rio.

Nos paΓ­ses subdesenvolvidos Γ© muito comum o fenΓ΄meno do inchaΓ§o do terciΓ‘rio. Trata-se de um crescimento exagerado ou ir-real deste setor, pois na verdade a população nele empregada nΓ£o corresponde ao seu crescimento real – muitas estΓ£o empregadas ou subempregadas mas poucas de fato trabalhando. O Brasil se encaixa de certa forma nessas condiçáes.

Nesses paΓ­ses, o intenso Γͺxodo rural nΓ£o foi acompanhado por uma oferta de empregos equivalente. AlΓ©m disso, como a ativida-de industrial Γ© geralmente restrita e nΓ£o elΓ‘stica, as indΓΊstrias nΓ£o absorvem os grandes contingentes de migrantes.

Se dividirmos a população ativa por setores econômicos, ve-remos que uma grande maioria estÑ no setor TerciÑrio, existindo um equilíbrio entre a população do setor PrimÑrio e do setor Se-cundÑrio.

A população brasileira apresenta distribuição geogrÑfica bas-tante irregular, mostrando de início um enorme contraste entre a fachada litorÒnea, onde se encontra o grosso da população, e o interior do país, muito vasto mas fracamente povoado.

Duas razΓ΅es sΓ£o importantes para explicar este fato: 1 – A condição do Brasil como ex-colΓ΄nia e a consequente

dependΓͺncia econΓ΄mica e necessidade de contato com o exterior. 2 – A concentração das principais atividades e da urbanização

na porção oriental do país (próximas à faixa litorÒnea). Do ponto de vista etÑrio costuma-se dividir a população nas

seguintes faixas: jovens (0 a 19), adultos (20 a 59) e idosos (60 ou mais).

Estrutura da população

Quando se estuda a população, inegavelmente, é importante compreender sua dinÒmica de crescimento, ou seja, se ele cresce mais rapidamente o mais vagarosamente, ou mesmo se ela efetiva-mente cresce. Ainda, é importante perceber, dentro da composição dessa população, o percentual de jovens, adultos e crianças. Essas informaçáes são bem visualizadas nas chamadas pirÒmides etÑrias, ou seja, grÑficos que mostram a composição de uma população a partir do sexo e das faixas etÑrias. Observe os exemplos a seguir:

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Didatismo e Conhecimento 23

GEOGRAFIA

A pirÒmide 1 mostra uma base mais estreita, o que mostra um número menor de jovens, quando comparada com a pirÒmide 2, que possui uma base bem mais larga. Por um outro lado, o topo da pirÒmide 1 é mais largo que o da pirÒmide 2, mostrando que no país representado por ela é maior o número de idosos. O que se pode concluir? A pirÒmide 1 mostra a presença de uma população com menor taxa de natalidade, mas com maior expectativa de vida, exatamente o oposto da realidade representada pela pirÒmide 2.

A partir do entendimento das pirΓ’mides, Γ© possΓ­vel perceber as caracterΓ­sticas das populaçáes representadas e algumas situaçáes que merecem destaque: uma sociedade com baixa taxa de natalidade consegue repor satisfatoriamente sua população economicamente ativa? Ela tambΓ©m consegue garantir com qualidade os serviΓ§os de previdΓͺncia social? E a sociedade representada pela pirΓ’mide 2, quais sΓ£o os proble-mas sociais que levam a uma reduzida expectativa de vida? Por quΓͺ as mulheres geram tantos filhos? SΓ£o questΓ΅es que podem ser estudadas a partir dessas pirΓ’mides.

Algumas sociedades estΓ£o em um momento de transição entre as realidades das pirΓ’mides 1 e 2. Γ‰ o caso da sociedade brasileira, que apresenta uma redução na natalidade e um aumento na expectativa de vida. A pirΓ’mide a seguir representa a sociedade brasileira em dois momentos, representando essa transição:

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Didatismo e Conhecimento 24

GEOGRAFIAEm 2013, importantes dados foram apresentados sobre a evolução da dinÒmica populacional brasileira. A população este ano ultrapassa

a marca de 200 milháes de habitantes, de acordo com estimativa IBGE divulgada em setembro, que projeta um pico populacional em 2042 antes de começar a recuar nos anos seguintes.

O ritmo de crescimento da população vem diminuindo nos últimos anos, segundo o IBGE, devido à menor fecundidade e à maior espe-rança de vida. Com isso, a população deve atingir seu pico em 2042, com estimadas 228,4 milháes de pessoas. A partir deste ano, haverÑ um processo de redução da população do país. A redução esperada do nível de crescimento da população estarÑ associada, sobretudo, à queda do número médio de filhos por mulher, que vem decrescendo desde a década de 1970.

A projeção do IBGE mostra que o número médio de filhos por mulher é de 1,77 em 2013. Em 2020, esse índice chegarÑ a 1,61 filho em média por mulher, recuando para 1,5 filho em 2030, o menor a ser observado. Isso, também, porque as mulheres tenderão a retardar a chegada dos filhos. Em 2013, a média gira em torno dos 26,9 anos. Pelas projeçáes, atingirÑ 28 anos em 2020 e 29,3 anos em 2030.

A esperança de vida ao nascer atingiu 71,2 anos para homens e 74,8 para mulheres em 2013. Em 2060, espera-se um significativo au-mento (77,8 anos para homens e de 81 anos para mulheres, configurando um ganho médio de 6,6 anos de vida para homens e de 6,2 anos para mulheres).

Segundo o IBGE, a caracterizada transição demogrÑfica altera significativamente a estrutura etÑria da população. A queda da fecundida-de, acompanhada do aumento na expectativa de vida, vem provocando um envelhecimento acelerado da população brasileira, representado pela redução da proporção de crianças e jovens, frente a um aumento na proporção de idosos na população.

Após atingir o pico em 2042, o IBGE projetou que em 2060 a população brasileira recuarÑ para 218,173 milháes de pessoas, sendo 106,1 milháes de homens e 112 milháes de mulheres.

FORMAÇÃO TERRITORIAL E DIVISΓƒO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA: DI-

VISΓƒO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA; ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA.

Brasil: Formação Territorial

O espaço brasileiro é resultado de uma sucessão/acumulação de tempos históricos. Somam-se, por exemplos, dinÒmicas associadas à maciça ocupação litorÒnea e, mais tarde, à interiorização da ocupação do território.

Num primeiro momento efetivo, após o curto período Pré-Colonial, o processo de formação territorial do Brasil estÑ associado à em-presa colonizadora, principalmente relacionada à produção da cana de açúcar. As primeiras mudas de cana foram trazidas ao Brasil por Martim Afonso de Sousa, em 1531. Mais tarde (cerca de dois anos depois), seria construído o primeiro engenho de açúcar da colônia, em São Vicente. A Zona da Mata, por seu clima tropical úmido e pelo seu rico solo Massapé, foi amplamente convidativa à cultura canavieira.A partir daí, outras Ñreas do nordeste foram se solidificando na produção do açúcar.

No século XVII, novas atividades econômicas foram implantadas, e a fronteira produtiva do território colonial foi se interiorizando. Isso porque a cana ocupou novas Ñreas, e as jÑ existentes criaçáes de gado foram se interiorizando ainda mais. A pecuÑria se expandiu na direção do Rio São Francisco e do Rio Parnaíba.

A interiorização do Brasil buscava a diversificação de atividades. Na segunda metade do século XVII, a principal finalidade das expe-diçáes bandeirantes era a localização Ñreas produtoras de metais preciosos, inclusive com o apoio da Coroa Portuguesa.

No final do sΓ©culo XVII, com a confirmação da existΓͺncia de metais preciosos nas regiΓ΅es planΓ‘lticas de Minas Gerais, Mato Grosso e GoiΓ‘s,o afluxo populacional foi grande para essas regiΓ΅es, interiorizando a ocupação do paΓ­s cada vez mais. Vila do PrΓ­ncipe,Vila Rica de Ouro Preto, CaetΓ©, Mariana,Arraial do Tijuco sΓ£o exemplos de nΓΊcleos urbanos que se desenvolveram na regiΓ£o.

JΓ‘ na metade do sΓ©culo XVIII, os limites traΓ§ados no Tratado de Tordesilhas estavam amplamente β€œdesrespeitados”. O Tratado de Utrecht (1713), era um reconhecimento dos espanhΓ³is do domΓ­nio portuguΓͺs na ColΓ΄nia de Sacramento. Em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, foi oficializada a incorporação de vastas Γ‘reas outrora espanholas ao territΓ³rio colonial portuguΓͺs.

Outros tratados pΓ³s o de Madri foram realizados, como:a) Tratado de El Pardo (1761): suspende o de Madri;c) Tratado de Santo Ildefonso (1777): acaba com as lutas no sul, entre portugueses e espanhΓ³is. A ColΓ΄nia do Sacramento e as MissΓ΅es

passam à Espanha e Portugal fica com a Ilha de Santa Catarina. O território de São Pedro do Rio Grande fica cortado ao meio, no sentido longitudinal, passando o limite nas imediaçáes da Santa Maria atual;

d) Tratado de Badajoz (1801): confirma o Tratado de Madri. Posteriormente, novos tratados e acordos foram firmados, como a compra do Acre (da BolΓ­via) no inΓ­cio do SΓ©culo XX, fazendo com

que o pais chegasse a uma Γ‘rea superior a 8,5 milhΓ΅es de Km2.

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Didatismo e Conhecimento 25

GEOGRAFIABrasil: Localização GeogrÑfica

O Brasil Γ© o quinto maior paΓ­s do planeta em extensΓ£o, com 8.515.767,049 km2, ocupando aproximadamente 47% da AmΓ©rica do Sul. Fica totalmente localizado no HemisfΓ©rio Ocidental, e dividido entre os HemisfΓ©rios Norte e Sul (7% e 93%, respectivamente).

Grande parte do paΓ­s estΓ‘ localizado na Zona Intertropical (mais de 90%). O restante estΓ‘ localizado ao Sul do TrΓ³pico de CapricΓ³rnio, na Zona Temperada Sul.

O Brasil possui aproximadamente 4.300 Km de distΓ’ncia, tanto nos entre os extremos Leste/Oeste como nos extremos Norte/Sul, sendo considerado, portanto, um paΓ­s equidistante.

O Brasil possui cerca de 15.700 Km de fronteiras terrestres. Excetuando Chile e Equador, o Brasil faz fronteira com todos os demais paΓ­ses da AmΓ©rica do Sul.

Com relação às fronteiras marítimas, o Brasil possui cerca de 7.360 Km. Desde a Foz do Rio Oiapoque (Norte) até a Barra do Arroio Chuí (Sul). No litoral, o Brasil tem acesso a uma ZEE (Zona Econômica Exclusiva (aproximadamente 4,3 milháes de km2 em mar aberto).

O Brasil possui algumas ilhas oceÒnicas na composição de seu território. São elas: Atol das Rocas, Trindade e Martim Vaz, Arquipé-lagos de Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo.

Com relação aos fusos horΓ‘rios, o Brasil possui, a partir de 2008, trΓͺs fusos (-2, -3 e -4 GMT), conforme ilustra o mapa a seguir:

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Didatismo e Conhecimento 26

GEOGRAFIADivisΓ£o PolΓ­tico-Administrativa do Brasil

A divisão A divisão política e administrativa do Brasil nem sempre foi a mesma, baseada nos mesmos critérios. Do século XVI ao século XX, o país teve diversos arcabouços político-administrativos: donatarias, as capitanias hereditÑrias, as Províncias e finalmente os Estados, os Distritos e os municípios. O quadro a seguir mostra momentos distintos:

Atualmente, segundo o IBGE, o Brasil estΓ‘ dividido com base na seguinte estrutura:β€’ Distrito Federal: Γ© a unidade onde tem sede o Governo Federal, com seus poderes: JudiciΓ‘rio, Legislativo e Executivo;β€’ Estados: em nΓΊmero de 26, constituem as unidades de maior hierarquia dentro da organização polΓ­tico-administrativa do PaΓ­s. A

localidade que abriga a sede do governo denomina-se Capital;β€’ MesorregiΓ£o: uma Γ‘rea individualizada em uma Unidade da Federação, que apresenta formas de organização do espaΓ§o geogrΓ‘fico

definidas pelas seguintes dimensΓ΅es: o processo social, como determinante, o quadro natural, como condicionante e, a rede de comunicação e de lugares, como elemento da articulação espacial. Estas trΓͺs dimensΓ΅es possibilitam que o espaΓ§o delimitado como mesorregiΓ£o tenha uma identidade regional. Esta identidade Γ© uma realidade construΓ­da ao longo do tempo pela sociedade que ali se formou.

Criadas pelo IBGE, sΓ£o utilizadas apenas para fins estatΓ­sticos. NΓ£o se constituem em entidades polΓ­tico-administrativas autΓ΄nomas.β€’ MicrorregiΓ΅es foram definidas como parte das mesorregiΓ΅es que apresentam especificidades quanto Γ  organização do espaΓ§o.

Essas especificidades nΓ£o significam uniformidade de atributos, nem conferem Γ s microrregiΓ΅es auto suficiΓͺncia e tampouco o carΓ‘ter de serem ΓΊnicas, devido Γ  sua articulação a espaΓ§os maiores, quer Γ  mesorregiΓ£o, Γ  Unidade da Federação, quer Γ  totalidade nacional. Essas especificidades se referem Γ  estrutura de produção: agropecuΓ‘ria, industrial, extrativismo mineral ou pesca. Essas estruturas de produção diferenciadas podem resultar da presenΓ§a de elementos do quadro natural ou de relaçáes sociais e econΓ΄micas particulares.

β€’ MunicΓ­pios: os municΓ­pios constituem as unidades de menor hierarquia dentro da organização polΓ­tico-administrativa do Brasil. A localidade onde estΓ‘ sediada a Prefeitura Municipal tem a categoria de cidade;

β€’ Distritos: sΓ£o unidades administrativas dos municΓ­pios. A localidade onde estΓ‘ sediada a autoridade distrital, excluΓ­dos os distritos das sedes municipais, tem a categoria de Vila.

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GEOGRAFIAA seguir, alguns dados do IBGE com base no Censo de 2010:

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GEOGRAFIAQUESTΓ•ES

01) (PUCRJ) Observando-se a projeção cartogrÑfica apresen-tada, conclui-se que:

a) o planeta Terra Γ© uma esfera dividida somente por paralelos. b) na latitude de 90Β° N, os meridianos se encontram no pΓ³lo

norte. c) as representaçáes latitudinais e longitudinais se encontram

sempre a 0Β°. d) hΓ‘ um maior distanciamento entre os paralelos nas faixas

mais setentrionais da Terra. e) a dimensΓ£o territorial dos EUA e do CanadΓ‘ se deforma

devido aos meridianos e paralelos.

02) (IFPE) Um professor do Curso de Licenciatura em Geo-grafia do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) entregou aos seus alunos um mapa feito na escala 1:1.000.000 cuja distΓ’ncia em linha reta entre duas cidades Γ© de 5 cm. O professor pergunta: qual a distΓ’ncia real, em km, entre as cidades?

a) 10b) 20c) 50d) 500e) 5.000

03)(UFRO) Sobre aspectos cartogrΓ‘ficos, assinale a afirmati-va correta.

a) As elevaçáes do relevo são representadas por linhas iso-bÑricas que ligam pontos ou cotas de igual altitude em intervalos iguais.

b) O elemento que estabelece a relação ou a proporção entre a dimensão real de um lugar e sua representação no mapa é deno-minado escala.

c) Uma escala pequena (1/2.000 ou 1/10.000) Γ© utilizada para os mapas de Γ‘reas urbanas, uma escala grande (1/1.000.000 ou 1/50.000.000) para os de Γ‘reas de estados, paΓ­ses, continentes ou mesmo o mapa-mΓΊndi.

d) Os mapas temΓ‘ticos tratam de temas especΓ­ficos como re-levo, clima, solo, hidrografia, sem abordar temas econΓ΄micos, po-lΓ­ticos e sociais.

e) Uma escala grÑfica é representada sob a forma de uma ra-zão (1:50.000) ou de uma proporção (1/50.000), uma numérica se expressa por meio de uma linha reta graduada.

04)(FGV-SP) A urbanização - o aumento da parcela urbana na população total - é inevitÑvel e pode ser positiva. A atual con-centração da pobreza, o crescimento das favelas e a ruptura social nas cidades compáem, de fato, um quadro ameaçador. Contudo, nenhum país na era industrial conseguiu atingir um crescimento econômico significativo sem a urbanização. As cidades concen-tram a pobreza, mas também representam a melhor oportunidade de se escapar dela.

Situação da População Mundial 2007: desencadeando o po-tencial de crescimento urbano. Fundo de População das Naçáes Unidas (UNFPA), 2007, p. 1.

Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação coerente com os argumentos do texto:

a) No mundo contemporΓ’neo, os governos devem substituir polΓ­ticas pΓΊblicas voltadas ao meio rural por polΓ­ticas destinadas ao meio urbano.

b) A urbanização sΓ³ terΓ‘ efeitos positivos nas economias mais pobres se for controlada pelos governos, por meio de polΓ­ticas de restrição ao Γͺxodo rural.

c) A concentração populacional em grandes cidades é uma das principais causas da disseminação da pobreza nas sociedades con-temporÒneas.

d) Nos países mais pobres, o processo de urbanização é res-ponsÑvel pelo aprofundamento do ciclo vicioso da exclusão eco-nômica e social.

e) Os benefícios da urbanização não são automÑticos, pois hÑ necessidade da contribuição das políticas públicas para que eles se realizem.

05)(FGV) O bioma, que ocupa 22% do territΓ³rio brasileiro, jΓ‘ perdeu quase 1 milhΓ£o de quilΓ΄metros quadrados, cerca de 48% de sua cobertura total. Somente entre 2002 e 2008, foram des- mata-dos 85 075 quilΓ΄metros quadrados, segundo dados do MinistΓ©rio do Meio Ambiente.

Em todo o bioma, a expansão das lavouras de cana-de-açúcar e de soja, além da produção de carvão e das queimadas (naturais ou provocadas), são os principais fatores de desmatamento. A pe-cuÑria também tem contribuição significativa para a sua destrui-ção, principalmente por causa do modelo de produção extensivo, que chega a destinar mais de um hectare para cada boi.

( h t t p : / / n o t i c i a s . a m b i e n t e b r a s i l . c o m . b r / c l i -pping/2010/09/16/60444-)

O texto refere-sea) Γ  caatinga.b) Γ  mata atlΓ’ntica. c) ao cerrado. d) ao pantanal. e) aos campos.

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Didatismo e Conhecimento 29

GEOGRAFIA06)(UNIOESTE) Sobre o domínio de vegetação formado pela

Mata AtlΓ’ntica, assinale a alternativa correta.a) A floresta atlΓ’ntica Γ© fisionomicamente semelhante ao do-

mΓ­nio de vegetação do cerrado.b) Em toda sua extensΓ£o de abrangΓͺncia a rede hidrogrΓ‘fica

caracteriza-se pela predominΓ’ncia de rios intermitentes e sazonais.c) Originalmente, antes de ter a maior parte de sua Γ‘rea devas-

tada, o território ocupado por esse tipo de vegetação estendia-se da faixa litorÒnea da região sul até a fronteira com a Bolívia, domi-nando a paisagem do centro-oeste brasileiro.

d) Desenvolve-se predominantemente em Γ‘reas de baixo Γ­ndi-ce pluviomΓ©trico e de solo arenoso.

e) Apesar da redução significativa de sua Γ‘rea de abrangΓͺn-cia, ao longo de sΓ©culos de ocupação, ainda destaca-se pela gran-de biodiversidade encontrada por hectare nos fragmentos de mata preservados.

07)A RegiΓ£o Sul diferencia-se das demais regiΓ΅es brasileiras por suas caracterΓ­sticas naturais, polΓ­ticas e populacionais, entre outras.

Pode(m)-se, entΓ£o, afirmar: I. Tem grande importΓ’ncia geopolΓ­tica, pois Γ© uma regiΓ£o de

fronteiras com Argentina, Uruguai e Paraguai, favorecendo o in-tercΓ’mbio comercial e cultural.

II. A unidade de relevo mais importante Γ© o Planalto da Bacia do ParanΓ‘, de origem vulcΓ’nica, drenado por afluentes da margem esquerda dos rios ParanΓ‘ e Uruguai.

III. Γ‰ a terceira regiΓ£o mais populosa, mas Γ© a de menor rit-mo de crescimento populacional do paΓ­s, principalmente por mu-danΓ§a no comportamento reprodutivo e por migraçáes para outras regiΓ΅es.

EstΓ‘(Γ£o) correta(s)a) apenas I.b) apenas II.c) apenas III.d) apenas I e II.e) I, II e III.

08)(Ufam) Os maiores centros industriais da regiΓ£o Nordeste sΓ£o:

a) Recife, MaceiΓ³ e SΓ£o LuΓ­s.b) JoΓ£o Pessoa, MaceiΓ³ e Salvador.c) SΓ£o LuΓ­s, Natal e Teresina.d) Fortaleza, Salvador e Recife.e) Salvador, Fortaleza e JoΓ£o Pessoa.

09) (UECE) Analise as seguintes afirmaçáes que tratam do processo de industrialização no Brasil.

I. No governo de Getúlio Vargas, foram criadas determina-das condiçáes de infraestrutura necessÑrias para a industrialização brasileira.

II. O governo de Juscelino Kubitschek priorizou a construção de rodovias e obras para geração de energia.

III. A década de 1990 foi marcada pela globalização da econo-mia e pela consolidação do Brasil como grande produtor e expor-tador de tecnologia.

EstΓ‘ correto o que se afirma ema) III b) I e II c) II d) I e III e) I

10) (Espcex (Aman) 2013) β€œA agricultura Γ© hoje o maior ne-gΓ³cio do paΓ­s. (...) Apenas [em 2005], a cadeia do agronegΓ³cio gerou um Produto Interno Bruto de 534 bilhΓ΅es de reais.”

(Faria, 2006 in: Terra, AraΓΊjo e GuimarΓ£es, 2009).

A atual expansΓ£o da agricultura e do agronegΓ³cio no Brasil deve-se, entre outros fatores ao(Γ )

a) forte vinculação da agricultura à indústria, ampliando a participação de produtos com maior valor agregado no valor das exportaçáes brasileiras, como os dos complexos de soja e do setor sucroalcooleiro.

b) expansΓ£o da fronteira agrΓ­cola no Centro-Oeste e na Ama-zΓ΄nia e ao emprego intensivo de mΓ£o de obra no campo, nessas Γ‘reas, determinando o aumento da produtividade agrΓ­cola.

c) difusão de modernas tecnologias e técnicas de plantio na maioria dos estabelecimentos rurais do País, contribuindo para a expansão das exportaçáes brasileiras.

d) modelo agrícola brasileiro, pautado na policultura de ex-portação e na concentração da propriedade rural.

e) Revolução Verde, que, disseminada em larga escala nas pequenas e médias propriedades do País, incentivou a agricultura voltada para os mercados interno e externo.

Gabarito:01-B02-C03-B04-E05-C06-E07-E08-D09-B10-A

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 30

GEOGRAFIA

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 31

GEOGRAFIA

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 32

GEOGRAFIA

ANOTAÇÕES

β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”

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Didatismo e Conhecimento 33

GEOGRAFIA

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 34

GEOGRAFIA

ANOTAÇÕES

β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”β€”

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Page 40: GEOGRAFIA - Nova · PDF fileORIENTAÇÃO: PONTOS CARDEAIS; LOCALIZAÇÃO: COORDENADAS GEOGRÁFICAS (LATITUDE E LONGITUDE); REPRESENTAÇÃO: LEITURA, ESCALA ... que o Homem busca meios

Didatismo e Conhecimento 38

GEOGRAFIA

ANOTAÇÕES

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