Administração da Produção e Materiais (PETROBRAS) Aula Demonstrativa
Prof. Renato Fenili
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Professor Renato Fenili
Prezado(a) amigo(a),
Iniciamos aqui nossa jornada rumo a um excelente resultado nas
questões de Administração da Produção e Materiais, no concurso para
Administrador(a) Júnior da PETROBRAS. Tenho total certeza de que
estas aulas poderão aproximá-lo da tão desejada aprovação, por dois
motivos.
Primeiramente, eu estava no seu lugar há quase cinco anos. Estudava
para o concurso de Analista Legislativo – atribuição material e patrimônio, da
Câmara dos Deputados. Eram mais de 7 mil candidatos para apenas 11
vagas. E foi a primeira vez que tive contato com o material do Ponto dos
Concursos. Não tive tempo, e não vi motivo de estudar por outras fontes as
matérias de AFO, Administração Pública, Administração de Materiais e Direito
Constitucional. Resultado: consegui a aprovação em 6º lugar. Começa daí
minha crença pela seriedade do material que disponibilizamos aqui.
Outro motivo é direto: comprometi-me pessoalmente com a missão de
ajudá-lo.
Meu nome é Renato Ribeiro Fenili, sou natural de São Paulo e tenho 35
anos. Atualmente sou Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Antes
disso, fui Oficial da Marinha do Brasil, servia embarcado em navio, tendo
exercido o cargo de Chefe de Máquinas por cerca de dois anos. Fazia cerca
de 120 dias de mar por ano, o que não me deixava alternativa a não ser
estudar sozinho... não era fácil!
Bom, feitas as apresentações, creio que seja hora de começarmos o
estudo. A Administração da Produção e Materiais, apesar de não ser uma das
disciplinas mais “densas” que encontramos em concursos públicos, tem suas
particularidades, capazes de pegarem os desavisados de “calças curtas”.
Pessoalmente, creio que a necessidade de se aliar um conceito bem definido
com o raciocínio lógico (e matemático!) seja um dos desafios que a Gestão
de Materiais apresenta aos concursandos. Mas que vamos, a partir de agora,
enfrentar juntos.
Nosso curso será construído com base em uma exposição bastante
sólida da teoria, seguida de um trabalho intensivo de resolução de exercícios.
Aula 00 – Aula Demonstrativa
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Ao longo do curso, serão resolvidas cerca de 400 questões, esgotando,
sempre que possível, as questões propostas pela CESGRANRIO. No
entanto, haja vista a restrição quantitativa de questões da CESGRANRIO,
nosso curso será suplementado com questões de outras bancas – em
especial do CESPE, que possui o acervo mais robusto de questões da
disciplina.
Vejamos como será a estrutura do curso:
AULA CONTEÚDO
1 Administração de Material (noções gerais)
2 Gestão de Estoques (parte 1)
3 Gestão de Estoques (parte 2)
4 Gestão de Estoques (parte 3)
5 Planejamento e Controle da Produção.
6 Higiene Industrial e Segurança no Trabalho
7 Gestão da Qualidade
8 Revisão em exercícios
Por fim, gostaria de registrar uma coisa: há cerca de 4 anos venho me
especializando no ensino da Administração Geral e de Recursos Materiais.
Nos últimos 18 meses, as bancas mostraram uma estabilidade, em termos
de maturidade e consenso, na cobrança dos tópicos constantes desta
disciplina. Posso afirmar que hoje este curso é o mais completo que
você pode dispor, e tornará de você um candidato extremamente
competitivo nesta disciplina.
Proponho, assim, que arregasse suas mangas e que, sem mais demora,
ingresse comigo em uma aula demonstrativa!
Ressalto que esta aula, por ser apenas uma demonstração da didática de
nosso curso, é consideravelmente mais curta que as demais, ok? Ainda, friso
que seu conteúdo aborda tópicos das aulas 02 e 03, que serão vistos com
profundidade ao longo do curso.
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1. O CONCEITO DE ESTOQUE
A presenta aula demonstrativa inicia-se apresentando o conceito de
estoque. De modo geral, podemos adotar a seguinte definição:
Estoque é toda e qualquer porção armazenada de material, com valor
econômico para a organização, que é reservada para emprego em momento
futuro, quando se mostrar necessária às atividades organizacionais.
Vejamos como o este conceito é abordado em concursos:
1. (CESPE / SERPRO / 2013) Os computadores armazenados de
forma improdutiva durante seis meses em um depósito são
caracterizados como estoque.
A questão refere-se a uma porção de material (computadores), com
valor econômico para a organização, reservado para emprego em momento
oportuno. Ou seja, trata-se de um estoque.
O fato de os computadores estarem ociosos (sem emprego produtivo)
não é relevante para a análise da questão. A assertiva está correta.
A manutenção de estoques é onerosa às organizações. Os custos,
conforme veremos nesta aula, são relativos a diversos fatores – roubos,
furtos, aluguel de espaços físicos, seguros, entre outros – podendo chegar a
níveis altíssimos e insuportáveis.
No entanto, mesmo se a organização optar por uma política de
minimização de estoques, visando à economia de seus recursos, ainda
trabalha-se com o chamado estoque mínimo ou de segurança, capaz de
prover a continuidade do processo de trabalho (ou produtivo)
independentemente de ocorrências contingenciais.
Na próxima seção, veremos com maior profundidade os custos
envolvidos na gestão de estoques.
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2. OS CUSTOS DE ESTOQUES
Além do próprio custo dos itens de material que compõem o estoque
(gasto da compra ou na produção dos bens), há outros custos relacionados
aos estoques, que podem ser didaticamente divididos em três categorias:
Custos diretamente proporcionais
Custos inversamente proporcionais
Custos independentes.
Vamos nos aprofundar um pouco sobre cada uma delas.
Custos diretamente proporcionais
Estes custos crescem com o aumento da quantidade média em estoque
(por isso são ditos diretamente proporcionais). São também chamados de
custos de carregamento, pois são decorrentes da necessidade de se
manter ou carregar estoques. Seguem alguns exemplos:
Quanto mais
estoque...
...maior necessidade de área para armazenagem =
custo de espaço físico
...maior probabilidade de perdas = custo de
perdas
...maior probabilidade de furtos e roubos = custo
de furtos e roubos
...maior probabilidade dos itens em estoque
tornarem-se obsoletos = custo de obsolescência
...maior gasto com seguros dos itens em estoque
= custo com seguro para o estoque
...maior o valor perdido com a desvalorização dos
bens permanentes em estoque = custos de
depreciação
...
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Os custos inerentes às potenciais perdas, furtos, roubos, avarias e
obsolescência podem ser agrupados sob a denominação custos de riscos de
estoques, OK?
Os exemplos da tabela acima formam o que se chama de custo de
armazenagem, um dos tipos dos custos de carregamento.
Ainda fazendo parte dos custos de carregamento, temos o custo de
capital. Podemos definir como custo de capital os juros (geralmente anuais)
que incidem sobre o valor de compra ou de produção item estocado. É o
valor que se “perde” pela opção de imobilizarmos um capital que poderia ser
investido de forma distinta.
Eis a síntese dos custos diretamente proporcionais:
CKCACC
Onde:
CC = custo de carregamento
CA = custo de armazenagem
CK = custo de capital
Ainda, podemos equacionar o custo de capital da seguinte forma:
PjCK *
Onde:
j = taxa de juros, por determinado período (geralmente anual)
P = custo estimado para a produção do item de estoque
Numa situação hipotética na qual o custo de armazenagem anual
para um item de estoque é R$ 10,00, com preço estimado de produção de
R$ 7,00 e taxa de juros anual de 11%, podemos calcular os custos de
carregamento da seguinte forma:
77,1000,7*11,000,10 CC
Assim, os custos de carregamento são R$ 10,77/item.ano.
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Atenção!! Apesar de os custos de armazenagem serem categorizados como
diretamente proporcionais, caso o nível de estoque seja nulo, estes custos
não serão eliminados. Há uma parcela dos custos de armazenagem que será
perpetuada, como, por exemplo, um eventual aluguel de um armazém.
Independente da quantidade de estoque nele, a organização paga a mesma
quantia todo o mês. Trata-se de um custo independente, que veremos
posteriormente.
Custos inversamente proporcionais
Os custos decrescem com o aumento da quantidade média em
estoque (eis o motivo da denominação “inversamente proporcionais”). São
também conhecidos como custos de pedido, caso os itens sejam adquiridos
nos mercados, ou custos de produção, caso sejam produzidos internamente.
Assume-se, neste caso, que o preço por emissão de pedido de
compras (no caso dos custos de obtenção) seja fixo, independente da
quantidade pedida. Esse custo de pedido abrange mão de obra, telefone, luz,
material de escritório e quaisquer outros recursos necessários para que se
efetue o pedido.
Veja o exemplo abaixo, admitindo-se um custo por pedido de
compras equivalente a R$ 100,00, para um item cuja demanda anual seja de
20 mil unidades:
Empresa
Número de
pedidos por
ano
Tamanho do
pedido
Estoque
médio
(=pedido/2)
Custo de
pedido anual
X 1 20.000 itens 10.000 itens R$ 100,00
Y 4 5.000 itens 2.500 itens R$ 400,00
Z 10 2.000 itens 1.000 itens R$ 1.000,00
Podemos ver que, quanto menor o estoque médio, maior o custo de
pedido, computado ao longo de um ano.
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Custos independentes
Trata-se de um valor fixo, que independe da quantidade de itens em
estoque. Seria o caso, por exemplo, do custo de manutenção dos depósitos e
pátios de montadoras de automóveis. Independente da quantidade de peças
e automóveis estocados, as despesas de manutenção permanecem
constantes.
Outro exemplo seria o custo com a mão de obra para a
administração de almoxarifados. Mesmo que o estoque seja zerado, o salário
de seguranças, almoxarifes, carregadores e demais auxiliares deverá ser
pago.
Estes custos (independentes) somam-se aos custos de
armazenagem. Como dito anteriormente, caso o nível de estoque seja
zerado, a organização ainda incorrerá em custos de armazenagem que são
independentes de estoque.
Poderíamos, ainda, fazer menção a uma categoria adicional às três já
citadas: os custos por falta de estoque. Na tentativa de minimizarem seus
estoques, as empresas aumentam os riscos do não cumprimento de prazos,
podendo incorrer em multas, ou, até mesmo, na perda de cliente, sendo este
um custo difícil de mensurar.
Após toda essa exposição teórica, vejamos algumas questões de
concursos:
2. (CESPE / IFB / 2011) O custo de estoque é composto por
vários custos: do item, de manutenção, de capital, de
armazenamento, de riscos e de pedidos.
Como vimos, além do próprio custo do item, os custos de estoque
podem ser assim categorizados:
custos diretamente proporcionais = custos de armazenagem (ou de
armazenamento) e de capital. Os custos de riscos estão inseridos nos
custos de armazenagem, mas não é propriamente uma incorreção do
enunciado fazer a menção expressa deste tipo de custo.
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custos inversamente proporcionais = custos de pedido
custos independentes = são os custos de manutenção, citados no
enunciado.
Assim, como vemos, a questão está correta.
3.1. O Lote Econômico de Compras
A preocupação sobre o tamanho do lote de compra não é algo novo da Administração de Recursos Materiais.
Já vimos que a quantidade de material em estoque gera custos, bem como cada vez que fazemos um pedido de compra incorremos em custos
inversamente proporcionais ao estoque médio.
Visando a achar um quantitativo de itens constante do lote de compras
que implicasse a mínima combinação entre custos de armazenamento e custos de pedido, determinou-se o que se chama de Lote Econômico de
Compras (LEC), regido pela seguinte relação:
√
Onde:
Cp = custo do pedido
D = demanda
Ca = custo de carregamento (ou de manutenção)
Dessa forma, devemos fixar o seguinte conceito:
Lote econômico de compra1 (LEC)= é a quantidade de material a ser
comprada pela organização, de modo que os custos totais de estoque sejam minimizados.
1 Caso a empresa opte por produzir ou fabricar seus materiais, falamos em Lote Econômico de Fabricação ou Lote
Econômico de Produção (LEF / LEP).
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Vejamos como a CESGRANRIO já cobrou este tópico em seus
certames:
3. (CESGRANRIO / PETROBRAS / 2014) Um gerente de
suprimentos de uma empresa recebe a tarefa de balancear os custos dos estoques de certa mercadoria. Para isso, consegue
a coleta de dados referentes à quantidade demandada em um período, ao custo do pedido e ao custo de posse no estoque.
Com os dados, ele consegue calcular a quantidade ideal de cada compra, minimizando os custos totais que atingem os
estoques.
A técnica possível de ser utilizada com os dados é chamada de:
a) cálculo de estoques de lote b) lote econômico de compra
c) lote econômico kanban
d) kanban
e) compras just in time
Como vimos, a técnica que, ao determinar a quantitade ideal de cada compra, com vistas à minimização dos custos de estoque, é a adoção do lote
econômico de compra (LEC) como parâmetro. Resposta: B
4. (CESGRANRIO / BNDES / 2013) Um revendedor de tintas
obtém seu produto principal de um único fornecedor, sendo a demanda por esse produto aproximadamente constante ao
longo do ano. No ano passado, o revendedor vendeu 400 litros do produto. Os custos estimados de colocação de um pedido
são de cerca de R$ 12,50 cada vez que um pedido é colocado, e
os custos anuais de manutenção de estoque por litro são equivalentes a 25% do custo de aquisição.
Se o revendedor adquire o produto a R$ 36,00 por litro, quantos litros a loja deve pedir por vez, considerando a fórmula do Lote
Econômico de Compra (LEC)?
a) 3,00 b) 3,33
c) 30,00 d) 33,33
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e) 60,00
Pelos dados do enunciado, podemos atribuir valor às seguintes
variáveis:
Demanda = D = 400 litros/ano.
Preço = P = R$ 36,00
Custo de pedido = R$ 12,50/pedido
Custo de manutenção = Cc = 0,25*P = R$ 9,00/litro.ano
Assim, teremos:
√
√
Dessa maneira, o Lote Econômico de Compras é constituído por 33,33
litros por pedido, sendo que a alternativa D está correta.
Bom, ficaremos por aqui nesta aula demonstrativa. No próximo
encontro, ingressaremos em uma aula de noções gerais sobre a
administração de materiais, capaz de prover uma visão macro sobre
a disciplina.
Forte abraço e bons estudos!
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QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA
1. (CESPE / SERPRO / 2013) Os computadores armazenados de
forma improdutiva durante seis meses em um depósito são
caracterizados como estoque.
2. (CESPE / IFB / 2011) O custo de estoque é composto por
vários custos: do item, de manutenção, de capital, de
armazenamento, de riscos e de pedidos.
3. (CESGRANRIO / PETROBRAS / 2014) Um gerente de
suprimentos de uma empresa recebe a tarefa de balancear os custos dos estoques de certa mercadoria. Para isso, consegue
a coleta de dados referentes à quantidade demandada em um período, ao custo do pedido e ao custo de posse no estoque.
Com os dados, ele consegue calcular a quantidade ideal de cada compra, minimizando os custos totais que atingem os
estoques.
A técnica possível de ser utilizada com os dados é chamada de:
a) cálculo de estoques de lote b) lote econômico de compra
c) lote econômico kanban
d) kanban e) compras just in time
4. (CESGRANRIO / BNDES / 2013) Um revendedor de tintas
obtém seu produto principal de um único fornecedor, sendo a demanda por esse produto aproximadamente constante ao
longo do ano. No ano passado, o revendedor vendeu 400 litros do produto. Os custos estimados de colocação de um pedido
são de cerca de R$ 12,50 cada vez que um pedido é colocado, e os custos anuais de manutenção de estoque por litro são
equivalentes a 25% do custo de aquisição.
Se o revendedor adquire o produto a R$ 36,00 por litro, quantos litros a loja deve pedir por vez, considerando a fórmula do Lote
Econômico de Compra (LEC)?
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a) 3,00 b) 3,33
c) 30,00 d) 33,33
e) 60,00
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GABARITO
1- C
2- C
3- B
4- D