Guia de Estudo - Português II
Guia de Estudo
Português II
Graduação Geral
2013
Porto Velho/RO 24/03/2009
Guia de Estudo - Português II
JOÃO JOSÉ DE OLIVEIRA
GUIA DE ESTUDO
PORTUGUÊS II
Este Guia de Estudo servirá como base teórica complementar à bibliografia especificada no Plano de Ensino para a disciplina de Português II da Fa-culdade São Lucas. O Guia deverá ser utilizado em conjunto com a bibliografia apontada e, tam-bém, com outras fontes de pesquisa desenvolvi-
das pelo acadêmico.
Porto Velho/RO
2013
Guia de Estudo - Português II
Guia de Estudo - Português II
Faculdade São Mateus Faculdade São Lucas
Coordenação de Educação a Distância - EAD
Faculdade de Tecnologia São Mateus - FATESM Rua. Alexandre Guimarães, 1927 - Areal
Porto Velho - RO - 78.916-450 Fone: (69) 3211-8076
Centro de Ensino São Lucas Rua. Alexandre Guimarães, 1927 - Areal
Porto Velho - RO - 78.916-450 Fone: (69) 3211-8076
Porto Velho/RO 2013
Guia de Estudo - Português II
DIRETORA GERAL Maria Eliza de Aguiar e Silva
VICE-DIRETORA
Eloá de Aguiar Gazola
COORDENADORA DE EAD
Hélia Cardoso Gomes da Rocha
SUPERVISORA PEDAGÓGICA Hélia Cardoso Gomes da Rocha
DESGIN INSTRUCIONAL
Humberta Gomes Machado Porto
REVISOR DE TEXTO João José de Oliveira
SUPERVISORA DE TECNOLOGIA
Sara Luíze Oliveira Duarte
ADMINISTRADOR DO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
José Gomes de Morais Neto Tarcísio Andril Pinto da Costa
DESIGN/DIAGRAMAÇÃO Diênife Silva de Miranda
O AUTOR
JOÃO JOSÉ DE OLIVEIRA
Graduado em Letras com habilitação em Língua Portuguesa e respectivas Literaturas pela Universidade Federal de Rondônia, UNIR/RO, em 1989, Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Federal de Rondônia, UNIR/RO, em 1995, e Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Rondônia, UNIR/RO, em 2004. Atualmente exerce docência como professor universitário em várias Instituições de Ensino Superior de Porto Velho.
Guia de Estudo - Português II
ÍCONES
Realize. Determina a existência de atividade a ser realizada. Este ícone indica que há um exercício, uma tarefa ou uma prática para ser reali-zada. Fique atento a ele.
Pesquise. Indica a exigência de pesquisa a ser realizada na busca por mais in-formação.
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Conclusão. Todas as conclusões sejam de ideias, partes ou unidades do curso virão precedidas desse ícone.
Importante. Aponta uma observação significativa. Pode ser encarado como um sinal de alerta que o orienta para prestar atenção à informação indicada.
Hiperlink. Indica um link (ligação), seja ele para outra página do módulo impres-so ou endereço de Internet.
Exemplo. Esse ícone será usado sempre que houver necessidade de exemplifi-car um caso, uma situação ou conceito que está sendo descrito ou estudado.
Sugestão de Leitura. Indica textos de referência utilizados no curso e também faz sugestões para leitura complementar.
Aplicação Profissional. Indica uma aplicação prática de uso profissional ligada ao que está sendo estudado.
CheckList ou Procedimento. Indica um conjunto de ações para fins de verifica-ção de uma rotina ou um procedimento (passo a passo) para a realização de uma tarefa.
Saiba Mais. Apresenta informações adicionais sobre o tema abordado de forma a possibilitar a obtenção de novas informações ao que já foi referenciado.
Revendo. Indica a necessidade de rever conceitos estudados anteriormente
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Conteúdo
1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 7
2 A DISCIPLINA ................................................................................................. 8
2.1 Ementa .................................................................................................. 8
2.2 Interdisciplinaridade .............................................................................. 8
2.3 Considerações Iniciais .......................................................................... 8
2.4 Objetivos ............................................................................................... 9
2.5 Metodologia ........................................................................................... 9
UNIDADE 1 - TEXTO E CONTEXTO ............................................................... 10
UNIDADE 2 - INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS.................................................... 40
UNIDADE 3 - COERÊNCIA TEXTUAL ............................................................. 48
UNIDADE 4 - COESÃO TEXTUAL ................................................................... 62
UNIDADE 5 - TIPOLOGIA TEXTUAL E COLOCAÇÃO DA IDEIA NO PAPEL
......................................................................................................................... 83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 100
Guia de Estudo - Português II
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1 APRESENTAÇÃO
Prezado(a) Acadêmico(a), seja bem-vindo(a)!
Iniciaremos mais um semestre de estudos e é muito prazeroso tê-lo (a) nesta
disciplina de Português II. Este guia contém textos para análise, reflexão, charges e
exercícios dinamizados que objetivam auxiliá-lo (a) durante sua trajetória neste se-
mestre.
A disciplina de Português II será ministrada em regime semipresencial pelo
Laboratório de Educação a Distância - LED. O Guia traz, de forma bem didática, in-
formações que facilitarão na sua compreensão, interpretação e produção de texto
com mais segurança e autonomia. Foram disponibilizados a você diversos conteú-
dos sobre noção de texto, contexto, os princípios básicos do texto: redução, extrapo-
lação, contradição.
Ainda, de maneira simples, objetiva e otimizada, o Guia de Estudo primou em
apresentar as interfaces para a produção de um texto bem redigido, como, uso dos
pronomes demonstrativos, coerência textual, elementos da coesão, pois, para a
maioria das pessoas transcreverem as ideias para o papel é como vencer barreiras e
ganhar batalhas, pois é possível ter experiências exitosas e avançar nesse processo
gradual de aprendizagem.
Um estudo de excelência a você!
Prof. Me. João José de Oliveira
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2 A DISCIPLINA
2.1 Ementa
Conceitos de texto e contexto. Texto verbal e texto-não-verbal. Compreensão
e interpretação textuais. Leitura do texto e leitura de mundo. Intertextualidade. Prin-
cípios básicos de interpretação textual: redução, extrapolação e contradição. Infor-
mações implícitas (pressupostos e subentendidos) no texto. Análise de textos. Coe-
rência textual. Mecanismos de conexão do texto: coesão textual. Elementos de coe-
são do texto. Pronomes demonstrativos como elementos de coesão textual. Tipolo-
gia textual. Distinção entre tema e título. Elementos básicos do texto escrito: Introdu-
ção, desenvolvimento e conclusão. Produção de texto.
2.2 Interdisciplinaridade
A Língua Portuguesa promove um encontro interdisciplinar com as demais
disciplinas e é considerada uma forma de pensamento que procura explicar os fatos
sob diferentes pontos de vista. Daí resulta que a linguagem, objeto para o qual con-
vergem as diversas disciplinas, pode ser estudada, por exemplo, entre outras abor-
dagens do ponto de vista epistemológico, consistindo no método de pesquisa em
que haja comunicação entre as demais disciplinas, num processo que pode ir da
simples comunicação de ideias até a integração recíproca de finalidades, objetivos,
conteúdos. Na língua portuguesa, a interdisciplinaridade é um campo aberto para
que, de uma prática fragmentada por especialidades, haja o estabelecimento de no-
vas competências e habilidades. “Escrever é praticar a magia delirante da lingua-
gem. É seduzir, encantar, atiçar o sonho no coração humano” (Stella Moris Resen-
de). A língua portuguesa promove esse encontro mediante a interdisciplinaridade,
pois, para se escrever bem, são imprescindíveis leituras sistematizadas, objetivando
conhecer os elementos estruturais que compõem o texto e seus conectivos.
2.3 Considerações Iniciais
Convido você para adentrar na disciplina de Português II, a fim de ampliar seu
conhecimento sobre texto, contexto e, principalmente, entender os elementos que
compõem o texto escrito.
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2.4 Objetivos
Ao final da disciplina o aluno deverá ser capaz de:
Compreender o que é texto e contexto, texto verbal e texto-não-verbal, com-
preensão e interpretação textuais, leitura do texto e leitura de mundo;
Reconhecer intertextualidade;
Perceber, no texto, as informações implícitas, detectando os pressupostos e
subentendidos nas entrelinhas textuais;
Interpretar textos selecionados, tendo como apoio os princípios básicos de in-
terpretação textual: redução, extrapolação e contradição;
Perceber a coerência e coesão que um texto deve apresentar;
Empregar elementos que permitam a coesão textual;
Distinguir os tipos de composição textual;
Estabelecer diferença entre tema e título;
Produzir texto dissertativo;
Resolver questões do ENADE, ENEM e de processos seletivos de universi-
dades.
2.5 Metodologia
Serão realizadas várias atividades de estudos teóricos e práticos, por meio de
exposições de vídeos, questões no AVA, produção de texto dissertati-
vo/argumentativo, bem como, exercícios complementares com orientação do profes-
sor.
Então, agora, arregace as mangas, busque aquela força interior que você pos-
sui e bom estudo.
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UNIDADE 1 - TEXTO E CONTEXTO
Ao final do estudo desta unidade o(a) acadêmico(a) deve-
rá ser capaz de:
Estabelecer diferença entre texto e contexto;
Diferenciar o texto verbal do não-verbal;
Identificar as especificidades de um texto;
Distinguir as diferenças entre compreensão e interpretação
textuais;
Distinguir as diferenças entre leitura do texto e leitura de mun-
do;
Reconhecer intertextualidade;
Interpretar textos selecionados, obedecendo aos princípios bá-
sicos de análise textual: extrapolação, redução e contradição.
Resolver questões do ENADE, ENEM e de processos seletivos
de universidades.
1. O texto
1.1 O que é um texto?
Texto é tudo aquilo que nos permite uma leitura, ou se-
ja, uma interpretação, podendo ser verbal ou não-verbal.
O texto verbal é aquele que se utiliza da palavra (escri-
ta ou falada) para nos transmitir alguma mensagem, alguma
informação. É uma ocorrência linguística falada ou escrita, de
qualquer extensão, dotada de uma unidade sociocomunicati-
va, semântica e formal. O texto não-verbal possui a mesma
função do texto verbal, mas sem fazer uso da palavra, isso
quer dizer que o texto não-verbal não pode ser falado nem
escrito, já que não faz uso da palavra (escrita nem falada). O
texto não-verbal pode ser representado através de imagens,
sons, cores, gestos etc., desde que esses elementos transmi-
tam uma mensagem, uma informação a quem o está lendo.
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1.2 O que é um contexto?
O contexto é uma unidade linguística maior onde se
encaixa uma unidade linguística menor. Isso significa que ele
é um todo significativo, mantendo uma unidade formal. Seus
constituintes linguísticos devem se mostrar reconhecidamen-
te integrados, de modo a permitir que ele seja percebido,
compreendido como um todo, pois as partes de um texto são
entrelaçadas, interrelacionadas. Daí, podermos falar em tex-
tura ou tessitura de um texto – rede de relações que garan-
tem sua unidade. É um todo significativo e não fragmentos
isolados justapostos. É sempre bom lembrar que a palavra
texto provém do latim textum, que significa “tecido”, “entrela-
çamento”. Há, portanto, uma razão etimológica para nunca
esquecermos de que o texto resulta da ação de tecer, entre-
laçar unidades e partes a fim de formar um todo interrelacio-
nado a que chamamos de contexto. Existe diferença entre
compreensão e interpretação de um texto? Houaiss, em
seu dicionário, define “Compreender: apreender (algo) inte-
lectualmente, utilizando a capacidade de compreensão, en-
tendimento, perceber, atinar. Interpretar: determinar o signifi-
cado preciso de (texto, lei etc.)”.
Compreensão é a apreensão dos signos, significados
e sentidos apenas de um determinado objeto, por exemplo,
de um texto, sem ser capaz de relacioná-lo com seu con-
texto cultural e histórico ou com outros textos. Interpre-
tação é ir além do texto, entendendo o porquê dele, os seus
fundamentos teóricos e metodológicos no caso de texto aca-
dêmico. O contexto histórico-cultural determinante da biogra-
fia e da obra do autor, além de ser capaz de estabelecer rela-
ções intertextuais, demanda estudos muito mais profundos do
que simplesmente compreender.
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Para se compreender bem é necessário que o leitor
conheça os recursos linguísticos. Por exemplo, a regência
verbal não compreendida pelo leitor pode levá-lo ao erro. Ve-
ja: Aspiro o fruto é diferente de aspiro ao fruto. No primeiro
caso, a pessoa cheira o fruto; no segundo, deseja o fruto.
Perceba as referências geográficas, mitológicas, lendárias,
econômicas, religiosas, políticas e históricas para que possa
fazer possíveis associações; esteja familiarizado com as cir-
cunstâncias históricas em que o texto foi escrito. Para ilustrar
o que foi dito, leia o poema abaixo, de Gonçalves Dias.
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que disfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
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Analisando o poema acima, para compreendê-lo, é preci-
so entender que o advérbio aqui corresponde a Portugal e lá
está se referindo ao Brasil. É necessário que você saiba onde
o poeta escreveu o poema naquela época (o poeta estava em
Coimbra, Portugal). Também, para entender o texto verifique
se há nele intertextualidade (ocorre intertextualidade
quando há uma referência explícita ou implícita de um texto
em outro. Também pode ocorrer com outras formas além do
texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma
obra fizer alusão à outra acontece a intertextualidade por
meio de paráfrase (na paráfrase, as palavras são mudadas,
porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão
ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns senti-
dos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi
dito), paródia (A paródia é uma forma de contestar ou ridicu-
larizar outros textos, há uma ruptura com as ideologias im-
postas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da
língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação,
a voz do texto original é retomada para transformar seu sen-
tido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades in-
contestadas anteriormente, com esse processo há uma inda-
gação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela
verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, fre-
quentemente os discursos de políticos são abordados de ma-
neira cômica e contestadora, provocando risos e também re-
flexão a respeito da demagogia praticada pela classe domi-
nante) ou citação. Veja, a seguir, uma paráfrase e uma paró-
dia, respectivamente, tomando como base o poema Canção
do Exílio, de Gonçalves Dias.
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Texto Original
Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”.)
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham /saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra… Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”.)
Paródia
Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar os passarinhos daqui não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”.)
Nessa paródia, o nome Palmares, escrito com letra mi-
núscula, substitui a palavra palmeiras, havendo um contexto
histórico, social e racial neste texto: Palmares é o quilombo
liderado por Zumbi, (esse quilombo dizimado em 1695). Há
uma inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído
pela crítica à escravidão existente no Brasil.
No poema analisado, Canção do Exílio, de Gonçalves Dias,
há uma citação de versos do Hino Nacional brasileiro:
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“Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores”.
A interpretação é a conclusão, a mensagem deduzida a
partir dos dados coletados no texto. Interpretar é saber ex-
plicar o que você entendeu. Existe diferença entre essas coi-
sas. Muitas vezes você consegue entender um texto, entende
a moral da história, mais não sabe explicar para alguém o
porquê da conclusão da mensagem deduzida.
Do poema de Gonçalves Dias pode-se inferir, deduzir que
o autor escreve Sabiá, com inicial maiúscula, fazendo uma
alusão a si mesmo: o poeta é o Sabiá que canta a sua terra –
o Brasil. Sente-se exilado de sua pátria e afirma que os poe-
tas de Portugal não escrevem, não poetizam suas ideias co-
mo os poetas brasileiros.
Resumindo: compreensão e interpretação do texto são
coisas distintas, enquanto a compreensão é apenas a apre-
ensão das informações contidas no texto, a interpretação
é a análise que cada leitor – com sua experiência – faz a
respeito das informações contidas no texto. Interpretar é,
então, utilizar a experiência de leitor (leitura de mundo) para
entender as mensagens deixadas no texto pelo autor (lei-
tura do texto).
2. A análise do texto
Para se analisar um texto, o leitor lança mão de sua
leitura de mundo e deve levar em conta as seguintes obser-
vações:
a) Uma boa leitura nunca pode basear-se em fragmentos
isolados do texto, já que o significado das partes sem-
pre é determinado pelo contexto dentro do qual se en-
caixam.
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b) Uma boa leitura nunca pode deixar de apreender o
pronunciamento contido (a mensagem, a informa-
ção) por trás do texto, já que sempre se produz um
texto para marcar posição frente a uma questão
qualquer.
ATIVIDADES
I – Texto para se comentar
Tiro certeiro: Estado americano limita porte de armas
No começo de 1981, um jovem de 25 anos chamado
John Hinckley Jr. entrou numa loja de armas de Dallas, no
Texas, preencheu um formulário do governo com endereço
falso e, poucos minutos depois, saiu com um Saturday Night
Special – nome criado na década de 60 para chamar um tipo
de revólver pequeno, barato e de baixa qualidade. Foi com
essa arma que Hinckley, no dia 30 de março daquele ano,
acertou uma bala no pulmão do presidente Ronald Reagan e
outra na cabeça de seu porta-voz, James Brady. Reagan re-
cuperou-se totalmente, mas Brady desde então está preso a
uma cadeira de rodas. (...)
(Revista Veja)
II – Texto para análise
Leia o texto abaixo e responda às questões extraídas da obra
de Platão e Fiorin (2003).
Os desastres de Sofia
1. Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele o
2. abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente
3. a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele.
4. O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros
5. contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros
6. contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro,
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7. com um fio de ouro encimando o nariz grosso e romano. E
8. eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu
9. silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em nos
10. ensinar e que, ofendida, eu adivinhara. Passei a me
11. comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com os
12. colegas, interrompia a lição com piadinhas, até que ele
13. dizia, vermelho:
14. -Cale-se ou expulso a senhora da sala.
15. Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me
16. mandar! Ele não mandava, senão estaria me obede-
17. cendo. Mas eu o exasperava tanto que se tornara
18. doloroso para mim ser o objeto do ódio daquele homem
19. que de certo modo eu amava. Não o amava como a
20. mulher que eu seria um dia, amava-o como uma crian-
21. ça que tenta desastradamente proteger um adulto, com a
22. cólera de quem ainda não foi covarde e vê um homem
23. forte de ombros tão curvos. (...)
(Clarice Lispector)
1. Nas linhas 4 e 5, a narradora afirma que o professor tinha
“ombros contraídos”. Essa característica, fora do contexto
em que está inserida, pode sugerir várias interpretações,
como, por exemplo:
a) que o professor era velhinho;
b) que era frágil fisicamente;
c) que era corcunda:
d) que era acovardado e submisso às pressões sociais.
Mas, levando em conta o contexto, apenas uma des-
sas possibilidades contém uma interpretação adequada. Indi-
que, entre as alternativas acima, qual é essa possibilidade e,
com outras passagens do texto, justifique a sua escolha.
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2. Segundo o texto, os sentimentos da aluna pelo professor
eram ambíguos, isto é, eram sentimentos que se contrari-
avam.
a) Cite uma passagem em que se manifesta essa contra-
dição.
b) Qual o motivo dessa ambiguidade?
3. Na linha 14, o professor diz: “- Cale-se ou expulso a senho-
ra da sala”.
Perante essa explosão, a aluna tem dupla reação. Procure
explicar:
a) Por que ela se sentiu ferida?
b) Por que ela se sentiu triunfante?
4. Na linha 20 do texto, a menina diz que amava o professor
“com a cólera de quem ainda não foi covarde”. Explique o
significado de ainda nesse contexto.
5. Segundo o texto, em que consistia a covardia do profes-
sor?
6. Como se sabe, todo texto contém um pronunciamento
(uma mensagem) que revela a visão de mundo de quem o
produziu. No caso desse texto, pode-se dizer que ele foi
produzido para mostrar que:
a) todo aluno nutre pelo professor um grande afeto e se
irrita quando não é correspondido.
b) o professor não tinha mais condições físicas para exe-
cutar o seu trabalho.
c) todo professor se dedica à tarefa de ensinar com ex-
tremo cuidado e prazer.
d) a relação professor e aluno é sempre tensa e contradi-
tória.
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e) as condições da vida prática e a necessidade de seguir
regras e normas podem levar o homem a reprimir suas
emoções.
3. Princípios básicos de interpretação textual
3.1 Extrapolação
Trata-se de um erro muito comum. Ocorre quando sa-
ímos do contexto, acrescentando ideias que não estão pre-
sentes no texto. A interpretação fica comprometida, pois pas-
samos a criar sobre aquilo que foi lido. Frequentemente, rela-
cionamos fatos que conhecemos, mas que eram realidade
em outros contextos e não naquele que está sendo analisado
no momento.
3.2 Redução
É um erro oposto à extrapolação. Ocorre quando da-
mos atenção apenas a uma parte ou aspecto do texto, es-
quecendo a totalidade do contexto. Privilegiamos, desse mo-
do, apenas um fato ou uma relação que podem ser verdadei-
ros, porém insuficientes se levarmos em consideração o con-
junto das ideias.
3.3 Contradição
É o mais comum dos erros. Ocorre quando chegamos
a uma conclusão que se opõe ao texto. Associamos ideias
que, embora presentes, não se relacionam entre si. Muitas
vezes, os testes de interpretação apresentam palavras e ex-
pressões do texto, relacionando-as de modo equivocado. Por
isso, a alternativa parece ser verdadeira quando, na verdade,
não o é.
Guia de Estudo - Português II
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ATIVIDADES
I – Fragmento comentado
(FT/CAMP) A autoridade de que se reveste o Estado para
impor sacrifícios à coletividade é uma decorrência da capaci-
dade que revela no atendimento das necessidades e anseios
dos membros que compõem o organismo social. O funda-
mento do direito de tributar, por exemplo, repousa no princí-
pio de que a produção dos serviços e bens públicos é o pro-
cesso econômico que garante a máxima satisfação social
com o mínimo de sacrifício para os contribuintes.
Considere as seguintes afirmações sobre o trecho acima:
a) A capacidade que o Estado revela no atendimento das
necessidades dos cidadãos decorre da autoridade que
ele tem para impor sacrifícios.
- A afirmação é falsa. Observe que a construção está
invertida. O correto é “a autoridade que o Estado tem
para impor sacrifícios decorre da capacidade que ele
revela no atendimento das necessidades dos cidadãos.
b) O Estado só tem o direito de tributar quando os contri-
buintes acatam voluntariamente a tributação.
- A afirmação é falsa: a ideia de que o “Estado tem o di-
reito de tributar quando os contribuintes ACATAM VO-
LUNTARIAMENTE a tributação” não está no texto.
Observe, aí, que houve uma extrapolação.
c) A tributação imposta pelo Estado aos contribuintes de-
ve reverter, com vantagens, em benefício destes.
- A afirmação é verdadeira.
d) A produção de serviços e bens públicos é um direito do
Estado, assim como usufruir desses serviços e bens é
um dever do contribuinte.
- A afirmação é falsa. Observe que as ideias de “direito”
e “dever” estão invertidas. Houve, nesse caso, contra-
dição.
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II – Fragmento para análise
Leia o fragmento abaixo e coloque, no parênteses, V, se a
afirmação for correta, e F, caso o que se afirma seja falso,
observando os princípios básicos de interpretação textual.
“Naquele dia, Pedro chegou do trabalho no horário de cos-
tume. Brigou com a mulher e foi ao cinema”.
a) Pedro é um trabalhador. ( )
b) Pedro desentendeu-se com a mulher. ( )
c) Pedro brigou com a mulher para ir ao cinema. ( )
d) Pedro brigou com a mulher porque ela não queria ir ao
cinema com ele. ( )
e) Pedro chegou ao trabalho no horário de costume para ir
ao cinema. ( )
Respostas desta atividade: V, V, F, F, F.
Obs.: Se você errou alguma alternativa, releia o texto e refaça
a atividade.
III - FRAGMENTOS PARA INTERPRETAÇÃO
Nas questões seguintes, assinale apenas uma alternativa.
1. “Se a mulher não participa nada, ou muito pouco, da vida
social, isto não é devido a uma razão biológica inerente a
seu sexo, mas sim a razões sociais que criaram obstácu-
los à sua participação até agora. A revolta que atualmen-
te anima as mulheres é precisamente uma reação contra
esta situação criada pela “sociedade dos homens adul-
tos”.
(Hernan S. Martin)
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Infere-se do texto que:
a) A mulher participa pouco da vida social por razões bio-
lógicas e psicológicas inerentes a seu sexo.
b) Houve razões sociais que criaram obstáculos à partici-
pação da mulher na vida social.
c) A revolta que atualmente anima as mulheres ocorre por
razões biológicas e psicológicas.
d) A mulher não participa da vida social porque está revol-
tada com sua condição biológica.
2. “Em todo o mundo, as plantas medicinais voltam a suscitar
grande interesse. Preocupado com os excessos das civili-
zações industriais e com as ameaças que esses excessos
trazem à saúde física e moral, um número cada vez maior
de pessoas recorre a diferentes tipos de medicinas natu-
rais, num movimento de reconciliação com a natureza.
(Jean-Marie Pelt)
Infere-se do texto que:
a) A indústria de plantas medicinais gera excessos que
ameaçam a saúde física e moral das pessoas.
b) Preocupado com os excessos das plantas medicinais,
um número cada vez maior de pessoas recorre a diferen-
tes tipos de medicinas naturais.
c) Os excessos das civilizações industriais ameaçam a sa-
úde física e moral, fazendo com que muitas pessoas re-
corram a diferentes tipos de medicinas naturais.
d) N.d.a.
3. ”Há não muitos anos (...), a função da educação no sentido
de uma contribuição para a prevenção do uso de drogas
era praticamente ignorada. A ação baseava-se em outros
meios como a ação judiciária e a repressão do tráfico. De-
pois da guerra, a própria evolução do fenômeno levou os
Guia de Estudo - Português II
23
especialistas ao reconhecimento de que era preciso mobi-
lizar também a educação para tentar solucionar esse pro-
blema. Assim começou o desenvolvimento da educação
preventiva.”
(M. Raw)
Infere-se do texto que:
a) Educação preventiva não ajuda a resolver o problema
da droga.
b) Há muitos anos, a educação era praticamente ignora-
da.
c) A ação judiciária e a repressão do tráfico depois da
guerra constituem o que os especialistas chamam de
educação preventiva.
d) Os especialistas perceberam, após a guerra, que a
educação também deveria ser mobilizada na tentativa
de solucionar o problema da droga.
4. “Para todos os países, especialmente os países em de-
senvolvimento, as novas tecnologias da comunicação e da
informação oferecem um potencial enorme e possibilida-
des inimagináveis. Se não puderem gozar dessas vanta-
gens os países correm o risco de permanecer na periferia
do mundo, e suas populações de ficar à margem das
grandes correntes do mundo contemporâneo.”
(M. Abdulaziz)
Infere-se do texto que:
a) Devido a uma série de possibilidades inimagináveis, os
países correm o grande risco de permanecer na perife-
ria do mundo.
b) Se os países não puderem gozar das novas tecnologi-
as da comunicação e da informação, vão correr o risco
Guia de Estudo - Português II
24
de depender dos progressos que ocorrem na periferia
do mundo em desenvolvimento.
c) Os países que não puderem gozar das novas tecnolo-
gias da comunicação e da informação correm o risco de
permanecer na periferia do mundo.
d) N.d.a.
5. “Sem dúvida, a língua escrita, sob forma literária, sem-
pre se diferenciou das diversas modalidades de língua cor-
rente. É, porém, certo que, se em todas as épocas tiveram
os escritores a seu alcance uma soma de recursos intensi-
ficadores da expressão, modernamente esses mesmos re-
cursos como que se multiplicaram, passando a exigir da
parte de quem escreve maior aptidão para deles se benefi-
ciar.”
O autor desse texto diz que:
a) há duas modalidades de comunicação: a língua cor-
rente e a língua do dia a dia.
b) a língua, como forma de comunicação, é imutável.
c) Atualmente, torna-se mais difícil ser escritor, porque os
recursos da expressão são mais numerosos.
d) a língua culta é um reflexo da fala popular.
e) as alternativas a e d são corretas.
6. “É alarmante o número de pessoas com curso superior
que estão desempregadas. Entre as circunstâncias que
determinam esta situação aponta-se a ausência de pes-
quisas que permitam aos estudantes conhecer as muta-
ções e as tendências de mercado de trabalho. A criação
indiscriminada de escolas contribui também para a elevada
Guia de Estudo - Português II
25
taxa de desemprego. Alguns dados colhidos sem o neces-
sário rigor podem levar os estudantes a alimentar ilusões
sobre determinada carreira, o que fatalmente lhes causará
frustração quando souberem da realidade.”
Da leitura deste comentário jornalístico, infere-se que:
a) é muito difícil obter um emprego após terminar o cur-
so superior.
b) a má escolha da carreira, por falta de informação cor-
reta sobre o mercado de trabalho, leva muitos recém-
formados a sentirem frustrações com relação à sua
vida profissional.
c) para obter logo um emprego são necessários compe-
tência e apadrinhamento.
d) antes de escolher uma carreira, os estudantes devem
pesquisar as mutações no mercado de trabalho.
e) o número excessivo de escolas é a causa principal
da saturação no mercado de trabalho.
7. “As novas ofertas de emprego que surgem nas diver-
sas atividades, básicas ou auxiliares, que se expan-
dem com o uso de robôs na indústria, ou naquelas
que recebem a mão-de-obra por ela liberada, só se
traduzirão em aumento do emprego se forem superio-
res em número ao total dos empregos que se perde-
ram quando a máquina substituiu o homem.”
De acordo com o texto:
a) a robotização da indústria exigirá a criação de novas
indústrias para fabricação de robôs, fato que só poderá
beneficiar a mão-de-obra humana.
Guia de Estudo - Português II
26
b) os empregos que aparecem em consequência da au-
tomatização da indústria serão vantajosamente supri-
dos pelos robôs.
c) a substituição do homem pela máquina, na indústria,
será causa de desemprego generalizado, uma vez que
deixará sem outra aplicação a mão-de-obra conse-
quentemente liberada.
d) a expansão do número de robôs que substituirão o
homem na indústria será acompanhada de considerá-
vel aumento do número de empregos em outras ativi-
dades, a não ser que se libere a criação de novas in-
dústrias.
e) a utilização de robôs na indústria será vantajosa para a
mão-de-obra humana desde que se repita na oferta,
em novas atividades, de um número de empregos que
ultrapasse o dos lugares ocupados pelos robôs.
IV – Texto para análise
Levando em conta o contexto político brasileiro atual, leia
o texto abaixo e, depois, assinale, em cada questão, apenas
uma alternativa.
Política e politicalha
1. A política afina o espírito humano, educa os povos no
2. conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos a
3. atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia,
4. cria, apura, eleva o merecimento.
5. Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacida-
6. de, a que entre nós se deu a alcunha de politicagem. Esta
7. palavra não traduz ainda todo o desprezo do objeto signifi-
8. cado. Não há dúvida que rima bem com criadagem e paro-
9. lagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo
Guia de Estudo - Português II
27
10. vigor de expressão que os seus consoantes. Quem lhe
11. dará com o batismo adequado? Politiquice? Politiquismo?
12. Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejora-
13. tivo queima como um ferrete, e desperta ao ouvido uma
14. consonância elucidativa.
15. Política e politicalha não se confundem, não se pare-
16. cem, não se relacionam uma com a outra. Antes se ne-
17. gam, se excluem, se repulsam mutuamente.
18. A política é a arte de gerir o Estado, segundo princí-
19. pios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições
20. respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o be-
21. nefício de interesses pessoais. Constitui a política uma
22. função, ou o conjunto das funções do organismo nacional:
23. é o exercício normal das forças de uma nação consciente
24. e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o
25. envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos
26. pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a
27. higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a
28. malária dos povos de moralidade estragada.
(Rui Barbosa)
1. De acordo com o texto:
a) A política transformou-se em um jogo de intrigas e inca-
pacidades nos dias atuais, pois educa os povos no co-
nhecimento de si mesmos.
b) O termo politicagem traduz perfeitamente todo o desejo
do objeto significado.
c) O termo politicagem rima com parolagem e ladroagem,
possuindo o mesmo vigor de expressão que seus con-
soantes.
d) N.d.a.
Guia de Estudo - Português II
28
2. O termo “politicalha”:
a) É o mesmo que politicagem.
b) Assim como “politiquice” desperta ao ouvido uma con-
sonância elucidativa.
c) Confunde-se com “política”.
d) Define, com o necessário vigor, o contrário de “política”.
3. Política e politicalha:
a) São distintas.
b) Relacionam-se intimamente uma com a outra.
c) Confundem-se.
d) Causam repulsa.
4. Lendo o texto, no seu todo, pode-se concluir que:
a) Apesar de desenvolver a imoralidade, a politicalha não
se confunde com a política que se define segundo prin-
cípios e regras morais negligentes.
b) Por se constituir no envenenamento crônico dos povos
negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas
inexoráveis, a politicalha diverge da política, que se ba-
seia em princípios definidos, regras morais e leis escri-
tas.
c) A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios
definidos, regras morais e leis escritas, tendo, portanto,
estreita relação com a politicalha.
d) N.d.a.
V – Ainda, em relação ao texto Política e Politicalha , respon-
da às questões com base no código abaixo, colocando a
letra correspondente no parênteses em branco. Obs.: §
significa parágrafo.
Guia de Estudo - Português II
29
A – Se apenas um item for verdadeiro.
B – Se apenas I e II forem corretos.
C – Se apenas I e III forem corretos.
D – Se apenas II e III forem corretos.
E – Se todos os itens forem corretos.
1. Segundo Rui Barbosa, caracteriza a política:
I. o aperfeiçoamento do espírito humano (§ 1).
II. certa semelhança com a politicalha (§ 2).
III. o jogo da intriga, da inveja e da incapacidade (§ 2).
( )
2. O autor preferiu usar politicalha a politicagem porque:
I. a segunda, embora expresse o desprezo do objeto sig-
nificado, é muita corriqueira entre nós.
II. politicagem é mais suave do que seus consoantes cria-
dagem, parolagem, afilhadagem e ladroagem.
III. o sufixo pejorativo de politicalha traz à palavra maior
precisão de significado.
( )
3. Verifique o(s) par(es) que mostra(m) uma oposição de sig-
nificado:
I. “arte de gerir o Estado” (§ 4) / “jogo da intriga, da inveja”
(§ 2).
II. “sufixo pejorativo” (§ 2) / “um ferrete” (§ 2).
III. “malária dos povos” (§ 4) / “conjunto das funções” (§ 4).
( )
Guia de Estudo - Português II
30
4. Indique o(s) caso(s) em que a palavra sublinhada foi cor-
retamente substituída pelo seu sentido contextual.
I. “Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os
seus consoantes” (§ 2) = palavras que rimam.
II. “...o sufixo pejorativo queima...” (§ 2) = insuportável
III. “é o envenenamento crônico dos povos negligentes...”
( 4) = entranhado
( )
VI – Nas questões seguintes, extraídas do ENADE e do
ENEM, assinale apenas uma alternativa.
QUESTÃO 1
Observe a charge a seguir:
Jornal do Brasil, 3 ago. 2005
1. Tendo em vista a construção da ideia de nação no Brasil, o
argumento da personagem expressa:
a) a afirmação da identidade regional.
b) a fragilização do multiculturalismo global.
c) o ressurgimento do fundamentalismo local.
d) a destruição da unidade do território nacional.
e) o fortalecimento do separatismo estadual.
Guia de Estudo - Português II
31
QUESTÃO 2
Observe, no gráfico abaixo, a desigual repartição da popula-
ção mundial, quando ainda existia a URSS (União das Repú-
blicas Socialistas Soviéticas).
A partir da análise, é correto concluir:
a) A URSS, os EUA e o Brasil são países de elevada
densidade demográfica.
b) A China é um país pouco populoso.
c) O Japão é subpovoado.
d) Nem todos os países populosos do mundo são bem
povoados, assim como nem todos os países bem po-
voados são populosos.
e) A Índia apresenta baixa concentração populacional.
Guia de Estudo - Português II
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QUESTÃO 3
Observe as charges abaixo e depois assinale a alternativa
correta.
(Laerte. O condomínio)
(Laerte. O condomínio.)
Disponível em: http://www2.uol.com.br/laerte/tiras/index-condomínio.html
As duas charges de Laerte são críticas a dois problemas atu-
ais da sociedade brasileira, que podem ser identificados pela
crise:
a) na saúde e na segurança pública.
b) na assistência social e na habitação.
c) na previdência social e pelo desemprego.
d) na educação básica e na comunicação.
e) nos hospitais e pela epidemia urbana.
Guia de Estudo - Português II
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QUESTÃO 4
A pintura é um meio de se transmissão da mensagem, utili-
zando-se o texto não-verbal. O pintor Cândido Portinari re-
presentou em suas obras muitos problemas sociais do Brasil
de sua época, como, o que se vê no quadro abaixo.
O quadro acima, intitulado Café, faz uma representação exa-
gerada dos pés e mãos dos trabalhadores. Tal exagero cum-
pre a função de sugerir que os trabalhadores:
a) ganhavam pouco pelos serviços prestados.
b) usavam muita força física no trabalho rural.
c) plantavam e colhiam para seu próprio benefício.
d) eram solidários na divisão do trabalho.
Guia de Estudo - Português II
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QUESTÃO 5
Quando o homem não trata bem a natureza, a nature-
za não trata bem o homem.
Essa afirmativa reitera a necessária interação das dife-
rentes espécies, representadas na imagem a seguir.
Disponível em http://curiosidades.spaceblog.com.br
Depreende-se dessa imagem a:
a) atuação do homem na clonagem de animais pré-históricos.
b) exclusão do homem na ameaça efetiva à sobrevivência do
planeta.
c) ingerência do homem na reprodução de espécies em cati-
veiro.
d) mutação das espécies pela ação predatória do homem.
e) responsabilidade do homem na manutenção da biodiversi-
dade.
Guia de Estudo - Português II
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QUESTÃO 6
A foto a seguir, da americana Margaret Bourke-White
(1904-71), apresenta desempregados na fila de alimentos
durante a Grande Depressão, que se iniciou em 1929.
STRICKLAND, Carol; BOSWELL, John. Arte Comentada: da pré-história ao pós-moderno.
Rio de Janeiro: Ediouro [s.d.].
Além da preocupação com a perfeita composição, a artista,
nessa foto, revela:
a) a capacidade de organização do operariado.
b) a esperança de um futuro melhor para negros.
c) a possibilidade de ascensão social universal.
d) as contradições da sociedade capitalista.
e) o consumismo de determinadas classes sociais.
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QUESTÃO 7
Revista Istoé Independente. São Paulo: Ed. Três [s.d.].
O alerta que a gravura acima pretende transmitir refe-
re-se a uma situação que:
a) atinge circunstancialmente os habitantes da área rural do
País.
b) atinge, por sua gravidade, principalmente as crianças da
área rural.
c) preocupa no presente, com graves consequências para o
futuro.
d) preocupa no presente, sem possibilidade de ter conse-
quências no futuro.
e) preocupa, por sua gravidade, especialmente os que têm
filhos.
Guia de Estudo - Português II
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QUESTÃO 8
Entre 1508 e 1512, Michelangelo pintou o teto da Ca-
pela Sistina, no Vaticano, um marco da civilização ocidental.
Revolucionária, a obra chocou os mais conservadores, pela
quantidade de corpos nus, possivelmente, resultado de se-
cretos estudos de anatomia, uma vez que, naquele tempo,
era necessária a autorização da Igreja para a dissecação de
cadáveres. Recentemente, perceberam-se algumas peças
anatômicas camufladas entre as cenas que compõem o teto.
Alguns pesquisadores conseguiram identificar uma grande
quantidade de estruturas internas da anatomia humana, que
teria sido a forma velada de como o artista "imortalizou a co-
munhão da arte com o conhecimento". Uma das cenas mais
conhecidas é "A criação de Adão". Para esses pesquisado-
res, ela representaria o cérebro num corte sagital, como se
pode observar nas figuras a seguir.
BARRETO, Gilson e OLIVEIRA, Marcelo G. de. A arte secreta de
Michelangelo — Uma lição de anatomia na Capela Sistina. ARX.
Guia de Estudo - Português II
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Considerando essa hipótese, uma ampliação interpreta-
tiva dessa obra-prima de Michelangelo expressaria:
a) o Criador dando a consciência ao ser humano, manifesta-
da pela função do cérebro.
b) a separação entre o bem e o mal, apresentada em cada
seção do cérebro.
c) a evolução do cérebro humano, apoiada na teoria darwinis-
ta.
d) a esperança no futuro da humanidade, revelada pelo co-
nhecimento da mente.
e) a diversidade humana, representada pelo cérebro e pela
medula.
RESPOSTAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS NA UNIDADE 1
Atividade I: Comentário com o professor, na aula presencial.
Atividade II
1. Alternativa d.
Frases que comprovam a alternativa assinalada:
“... passara pesadamente a ensinar no curso primário.”
“Em vez de nó na garganta, tinha ombros contraídos.”
“... controlada impaciência...”
“... um homem forte de ombros tão curvos (...).”
2. a. “E eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu
silêncio e pela controlada impaciência...” / “Ferida, triunfan-
te...” / “Mas eu o exasperava tanto que se tornara doloroso
para mim ser o objeto do ódio daquele homem que de certo
modo eu amava.”
b. A menina descobriu que o professor não era autêntico, ver-
dadeiro e passou a incomodá-lo para que ele demonstrasse
sua verdadeira personalidade.
Guia de Estudo - Português II
39
3. a. A aluna sentiu-se ferida por causa da reação agressiva do
professor.
b. Porque conseguiu a reação do professor.
4. O advérbio ainda demonstra que a aluna assume a possibilida-
de de um dia vir a ser covarde como o professor o é.
5. O professor era acovardado e não reagia perante as pressões
sociais.
6. Alternativa “e”.
Atividade III Atividade IV Atividade V Atividade VI
1. B 1. D 1. 1. A
2. C 2. D 2. 2. D
3. D 3. A 3. 3. A
4. C 4. B 4. 4. B
5. C - - 5. E
6. B - - 6. D
7. E - - 7. C
- - - 8. A
Obs.: Se você acertou mais de 85% das questões, trabalhe a
Unidade 2. Caso contrário, releia a Unidade 1 e refaça
as atividades propostas.
Guia de Estudo - Português II
40
UNIDADE 2 - INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS
Ao final do estudo desta unidade o(a) acadêmico(a) deve-
rá ser capaz de:
Compreender o significado dos pressupostos e subentendidos
contidos no texto;
Analisar textos, buscando, nas entrelinhas desses, informações
que permitam interpretá-los.
Resolver questões do ENADE, ENEM e de processos seletivos
de universidades.
Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um tex-
to é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece
não estar dizendo. Além das informações explicitamente
enunciadas, existem outras que ficam subentendidas. Para
realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os da-
dos explícitos quanto os implícitos.
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entreli-
nhas. Caso contrário, ele pode passar por cima de significa-
dos importantes e decisivos ou – o que é pior – pode concor-
dar com coisas que rejeitaria se as percebesse. Alguns textos
exploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses as-
pectos subentendidos e pressupostos.
1. Pressupostos
Os pressupostos são ideias não expressas de maneira
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certos
dados linguísticos (palavras, expressões, sinais de pontua-
ção) contidos na frase.
Dessa forma, quando se diz “O dia continua chuvo-
so”, comunica-se, de maneira explícita, que, no momento da
fala, o tempo é de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo
Guia de Estudo - Português II
41
continuar deixa perceber a informação implícita (o pressu-
posto) de que, antes, já estava chovendo.
Na frase “Daniel deixou de fumar”, diz-se explicita-
mente que, no momento da fala, Daniel não fuma. O verbo
deixar, todavia, transmite a informação (o pressuposto) de
que Daniel fumava antes.
Na leitura e interpretação de um texto, é muito impor-
tante detectar os pressupostos, pois seu uso é um dos recur-
sos utilizados com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar
o que está sendo comunicado.
Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio
de vários indicadores linguísticos, como, por exemplo:
a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até
nós.
Pressupostos: Os resultados da pesquisa já deveriam ter
chegado até nós.
Os resultados da pesquisa vão chegar mais
tarde.
b) certos verbos
O caso do contrabando tornou-se público.
Pressuposto: O caso do contrabando não era de conheci-
mento público antes.
c) os adjetivos
Os partidos radicais acabarão com a democracia no
Brasil.
Guia de Estudo - Português II
42
Pressupostos: Existem partidos radicais no Brasil.
No Brasil, existem partidos que não são radi-
cais.
Os partidos brasileiros que não são radicais
manterão a democracia em nosso país.
d) As orações adjetivas
Oração adjetiva é aquela iniciada por um pronome re-
lativo: o qual, a qual, os quais, as quais, que (quando puder
ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais), cu-
jo(s), cuja(s), quanto, onde (= em que). É classificada em:
1) Restritiva: restringe, limita os termos aos quais ela se re-
fere. Não possui vírgula.
2) Explicativa: generaliza, totaliza os termos aos quais ela
se refere. Possui vírgula.
Observe a oração adjetiva que fuma nos períodos
abaixo:
O homem que fuma vive pouco.
O homem, que fuma, vive pouco.
No primeiro caso, significa que somente o homem que
fuma vive pouco. O homem que não fuma vive mais tempo.
Aqui, há homens que não fumam.
No segundo período, todos os homens vivem pouco,
pois todos eles fumam.
Guia de Estudo - Português II
43
2. Subentendidos
Os subentendidos são as insinuações escondidas por
trás de uma afirmação. Não há nenhum marcador para identi-
ficar qual é a mensagem que se quer passar, por isso pode
ser questionado. Permite ambiguidade. Se você está lan-
chando e alguém chega e fala: “Me dá uma mordida?”, pe-
dindo um pedaço do seu lanche, você pode, literalmente, dar-
lhe uma mordida, alegando que ele pediu uma mordida e não
um pedaço de seu lanche. Isso é possível porque não há
nenhuma palavra ou expressão no enunciado que remeta
diretamente ao sentido de que o interlocutor solicitou a você
um pedaço do lanche.
ATIVIDADES
I – Qual das pessoas abaixo desmoraliza toda a classe de
pescadores? Explique por quê.
Pessoa A: “Os pescadores, que contam mentiras, não de-
vem ser levados a sério.”
Pessoa B: “Os pescadores que contam mentiras não de-
vem ser levados a sério.”
II – Explique se há diferença de sentido nas frases abaixo,
com ou sem uso das vírgulas.
a) O advogado do acadêmico, Pedro de Sousa, requereu
ontem ao Superior Tribunal de Justiça a revogação da
prisão temporária de seu cliente.
c) O advogado do acadêmico Pedro de Sousa requereu
ontem ao Superior Tribunal de Justiça a revogação da
Guia de Estudo - Português II
44
prisão temporária de seu cliente.
III – Suponha que, a respeito dos acadêmicos de uma certa
Instituição de Ensino Superior , sejam dadas duas ver-
sões para um mesmo fato.
NOTÍCIA A: Os acadêmicos que foram contaminados pelo
vírus H1N1 serão enviados ao Cemetron.
NOTÍCIA B: Os acadêmicos, que foram contaminados pelo
vírus H1N1, serão enviados ao Cemetron.
Qual delas subentende que, na Instituição de Ensino
Superior, continuará havendo acadêmicos? Justifique sua
resposta.
IV – Leia o trecho abaixo e responda às questões propostas
sobre ele.
Reduit é leite puro e saboroso.
Reduit é saudável, pois nele quase toda a gordura é reti-
rada, permanecendo todas as outras qualidades nutricionais.
Reduit é bom para os jovens, adultos e dietas de baixas calo-
rias.
(Texto em uma embalagem de leite em pó.)
1. No texto acima, a gordura pode ser entendida também co-
mo uma qualidade nutricional? Justifique sua resposta,
transcrevendo do texto a expressão mais pertinente.
2. As qualidades nutricionais de um produto, segundo o texto,
sempre fazem bem à saúde? Justifique sua resposta.
Guia de Estudo - Português II
45
V – Os acidentados foram socorridos num pronto-socorro do
SUS, mas saíram de lá sãos e salvos.
O efeito de humor e o tom satírico desse enunciado é produ-
zido pelo uso inusitado da conjunção mas. Explique esse
uso.
VI – Observe, com atenção, o texto não-verbal reproduzido
abaixo. Com base nos princípios das informações implí-
citas, resolva a questão proposta sobre ele, assinalando
apenas uma resposta.
Analisando-se, atentamente, essa imagem infere-se dela
que:
a) se pretende chamar a atenção do homem para o pro-
blema do desmatamento.
b) a árvore e o pássaro cortados sugerem uma reação
em cadeia, pois, com a falta das árvores, os pássaros
não têm onde fazer seus ninhos e também desapare-
cem.
c) o desmatamento provoca uma série de consequências
negativas para o meio ambiente, para as aves e, por
extensão, também para os seres humanos.
d) se pretende denunciar as graves consequências do
Guia de Estudo - Português II
46
desmatamento para o ecossistema e nos leva a refletir
sobre nossas ações.
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
RESPOSTAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS NA UNIDA-
DE 2
Atividade I
Alternativa A, pois generaliza toda a classe de pescado-
res, afirmando que todos contam mentiras, uma vez que se
trata de oração adjetiva explicativa. Na alternativa B, so-
mente alguns pescadores contam mentiras, pois a oração
é restritiva.
Atividade II
Na letra “a”, Pedro de Sousa é o nome do advogado.
Na letra “b”, Pedro de Sousa é o nome do acadêmico.
Atividade III
Na letra A, nem todos os acadêmicos foram contami-
nados pelo vírus H1N1, pois se trata de uma oração adjetiva
restritiva; assim, continuará havendo acadêmicos na Institui-
ção de Ensino Superior.
Na letra B, todos os acadêmicos foram contaminados pelo
vírus H1N1 e, por isso, todos serão encaminhados ao Ceme-
tron, esvaziando-se a Instituição de Ensino Superior, pois se
trata de uma oração adjetiva explicativa.
IV – 1. Sim, pois nem toda a gordura é retirada, permane-
cendo apenas aquela que é benéfica à saúde.
2. Não, pois, no texto, diz-se “...quase toda a gordura é
retirada...”, mostrando que nem toda gordura e bené-
fica à saúde.
Guia de Estudo - Português II
47
V – A conjunção mas indica adversidade, ideia contrária do
que se afirma na oração que a antecede. Isso quer dizer
que o SUS não presta um bom atendimento a quem o
procura.
VI – Alternativa e.
Obs.: Se você acertou mais de 85% das questões, trabalhe a
Unidade 3. Caso contrário, releia a Unidade 2 e refaça
as atividades propostas.
Guia de Estudo - Português II
48
UNIDADE 3 - COERÊNCIA TEXTUAL
Ao final do estudo desta unidade o(a) acadêmico(a) deve-
rá ser capaz de:
Diferenciar um texto coerente do não coerente;
Entender a logicidade das ideias presentes no texto.
Resolver questões do ENADE, ENEM e de processos seletivos
de universidades.
Coerência deve ser entendida como unidade do texto.
Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas
as partes se encaixam de maneira complementar de modo
que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditó-
rio, nada desconexo. No texto coerente, não há nenhuma
parte que não esteja ligada com as demais.
ATIVIDADES
I – Explique por que nos trechos abaixo há falta de coe-
rência.
1. “É realmente apropriado que nos reunamos aqui, hoje,
para homenagear Abraham Lincoln, o homem que
nasceu numa cabana que ele construiu com suas pró-
prias mãos.”
(Político, em um discurso, homenageando Lincoln)
2. “Damos cem por cento na primeira parte do jogo e, se
isso não for suficiente, na segunda parte, damos o res-
to.
(Yogi Berra, jogador norte-americano, famoso por suas declara-
ções esdrúxulas)
Guia de Estudo - Português II
49
3. “Nós não temos censura. O que temos é uma limitação
do que os jornais podem publicar.”
(Louis Net, ex-vice-ministro da Informação da África do Sul)
4. “Cuidado! Tocar nestes fios provoca morte instantâ-
nea. Quem for flagrado fazendo isso será processado.”
(Tabuleta numa estação ferroviária)
5. “Este é um grande dia para a França!”
(Presidente Nixon, ao comparecer ao enterro de Charles De Gaulle)
II – A figura abaixo é uma tela e a tradução do que se encon-
tra nela escrito é “Isto não é um cachimbo”. O texto verbal
(a frase escrita) tem coerência com o que nos apresenta
o texto não-verbal (a figura)? Explique sua resposta.
_________________________________________________
_________________________________________________
III – Com base nos princípios da coerência textual, assinale
apenas uma alternativa nas questões abaixo, extraídas
do ENADE, ENEM e de processos seletivos para uni-
versidades.
Guia de Estudo - Português II
50
QUESTÃO 1
Leia o texto a seguir.
No Brasil, a condição cidadã, embora dependa da leitura e da
escrita, não se basta pela enunciação do direito, nem pelo
domínio desses instrumentos, o que, sem dúvida, viabiliza
melhor participação social. A condição cidadã depende, segu-
ramente, da ruptura com o ciclo da pobreza, que penaliza um
largo contingente populacional.
Formação de leitores e construção da cidadania, memória e presença do PROLER. Rio de
Janeiro. Fevereiro, 2008.
Ao argumentar que a aquisição das habilidades de leitura e
escrita não são suficientes para garantir o exercício da cida-
dania, o autor:
a) critica os processos de aquisição da leitura e da escrita.
b) fala sobre o domínio da leitura e da escrita no Brasil.
c) incentiva a participação efetiva na vida da comunidade.
d) faz uma avaliação crítica a respeito da condição cidadã
do brasileiro.
e) Define instrumentos eficazes para elevar a condição
social da população do Brasil.
Guia de Estudo - Português II
51
QUESTÃO 2
Leia o esquema abaixo.
Com base na análise das informações acima, uma
campanha publicitária contra a prática do conjunto de ações
apresentadas no esquema poderia utilizar a seguinte chama-
da:
a) Indústria farmacêutica internacional, fora!
b) Mais respeito às comunidades indígenas!
c) Pagamento de royalties é suficiente!
d) Diga não à biopirataria, já!
e) Biodiversidade, um mau negócio?
1 Coleta de plantas nativas, animais silvestres, microrganis-mos e fungos da floresta amazônica.
2 Saída da mercadoria do país, por portos e aeroportos, ca-muflada na bagagem de pessoas que se disfarçam de turis-tas, pesquisadores ou religiosos.
3 Venda dos produtos para laboratórios ou colecionadores que patenteiam as substâncias provenientes das plantas e dos animais.
4 Ausência de patente sobre esses recursos, o que deixa as comunidades indígenas e as populações tradicionais sem os benefícios dos royalties.
5 Prejuízo para o Brasil!
Guia de Estudo - Português II
52
QUESTÃO 3
Leia as afirmações abaixo.
I. A Austrália é a sensação do momento. Se você
gosta de natureza e esporte, a terra dos cangurus
é o passeio indicado.
II. Se você se encaixa no segundo caso, há opções
de cursos variados em universidades com exce-
lente padrão de ensino.
III. Esta simpática ilha do tamanho de um continente
é habitada por um povo caloroso que recebe bem
quem chega lá para passear ou estudar.
IV. Os preços dos cursos de inglês, especialmente,
são muito atraentes nesta época. De qualquer
forma, você pode aproveitar tudo a que tiver direi-
to. A Austrália é o que você imagina e muito mais.
A sequência que organiza os trechos num texto coerente
é:
a) III – II – I – IV
b) I – IV – II – III
c) IV – I – III – II
d) I – III – II – IV
e) III – I – IV – II
Guia de Estudo - Português II
53
QUESTÃO 4
Leia o gráfico, em que é mostrada a evolução do nú-
mero de trabalhadores de 10 a 14 anos, em algumas regiões
metropolitanas brasileiras, em dado período:
http://www1.folha/uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u85799.shtml, acessado em 2 out. 2009.
(Adaptado)
Leia a charge:
www.charges.com.br, acessado em 15 set. 2009.
Há relação entre o que é mostrado no gráfico e na char-
ge?
Guia de Estudo - Português II
54
a) Não, pois a faixa etária acima dos 18 anos é aquela res-
ponsável pela disseminação da violência urbana nas grandes
cidades brasileiras.
b) Não, pois o crescimento do número de crianças e adoles-
centes que trabalham diminui o risco de sua exposição aos
perigos da rua.
c) Sim, pois ambos se associam ao mesmo contexto de pro-
blemas socioeconômicos e culturais vigentes no país.
d) Sim, pois o crescimento do trabalho infantil no Brasil faz
crescer o número de crianças envolvidas com o crime or-
ganizado.
e) Ambos abordam temas diferentes e não é possível se es-
tabelecer relação mesmo que indireta entre.
Guia de Estudo - Português II
55
QUESTÃO 5
O escritor Machado de Assis (1839-1908) retratou na
sua obra de ficção as grandes transformações políticas que
aconteceram no Brasil nas últimas décadas do século XIX. O
fragmento do romance Esaú e Jacó, a seguir transcrito, refle-
te o clima político-social vivido naquela época.
Os personagens a seguir estão presentes no imaginá-
rio brasileiro, como símbolos da Pátria.
I
II
III
Podia ter sido mais turbulento. Conspiração houve, decerto, mas uma barricada não faria mal. Seja como for, venceu-se a campanha. (...) Deodoro é uma bela figura. (...) Enquanto a cabeça de Paulo ia formulando essas ideias, a de Pedro ia pensando o contrário; chamava o movimento um crime. — Um crime e um disparate, além de ingratidão; o imperador devia ter pegado os principais cabeças e mandá-los executar.
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. In:_. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979. v. 1, cap. LXVII (Fra-gmento).
Guia de Estudo - Português II
56
Das imagens acima, as figuras referidas no fragmento
do romance Esaú e Jacó são:
a) I e III
b) I e V
c) II e III
d) II e IV
e) II e V
QUESTÃO 6
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar.
Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Algu-
ma poesia. In: Poesia Completa. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 23.
Cidadezinha cheia de graça... Tão pequenina que até causa dó! Com seus burricos a pastar na praça... Sua igrejinha de uma torre só...
Nuvens que venham, nuvens e asas, Não param nunca nem num se-gundo... E fica a torre, sobre as velhas casas, Fica cismando como é vasto o mundo!...
Eu que de longe venho perdido, Sem pouso fixo (a triste sina!) Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda a vida poder morar! Cidadezinha... Tão pequenina Que toda cabe num só olhar...
QUINTANA, Mário. A rua dos cataventos. In: Poesia completa. Org. Tânia Franco Carva-lhal. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006, p. 107
IV
V
Guia de Estudo - Português II
57
Ao se escolher uma ilustração para esses poemas,
qual das obras abaixo estaria de acordo com o tema neles
dominante?
A
Di Cavalcanti
B
Tarsila do Amaral
C
Taunay
D
Manezinho Araújo
E
Guignard
Guia de Estudo - Português II
58
QUESTÃO 7
Observe a imagem abaixo.
Os amigos são um dos principais indicadores de bem-estar
na vida social das pessoas. Da mesma forma que em outras
áreas a internet também inovou as maneiras de vivenciar a
amizade. Da leitura do infográfico, depreendem-se dois tipos
de amizade virtual, a simétrica e a assimétrica, ambas com
seus prós e contras. Enquanto a primeira se baseia na rela-
ção de reciprocidade, a segunda:
a) reduz o número de amigos virtuais, ao limitar o acesso à
rede.
b) parte do anonimato obrigatório para se difundir.
c) reforça a configuração de laços mais profundos de amiza-
de.
d) facilita a interação entre pessoas em virtude de interesses
comuns.
e) tem a responsabilidade de promover a proximidade física.
Guia de Estudo - Português II
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QUESTÃO 8
Analise o gráfico abaixo.
Programas de reintrodução de animais consistem em soltar
indivíduos, criados em cativeiro, em ambientes onde sua es-
pécie se encontra ameaçada ou extinta. O mico-leão-dourado
da Mata Atlântica faz parte de um desses programas. Como
faltam aos micos criados em cativeiro habilidades para so-
breviver em seu habitat, são formados grupos sociais desses
micos com outros capturados na natureza, antes de soltá-los
coletivamente. O gráfico mostra o número total de animais,
em uma certa região, a cada ano, ao longo de um programa
de reintrodução desse tipo.
A análise do gráfico permite concluir que o sucesso do
programa deveu-se:
a) à adaptação dos animais nascidos em cativeiro ao ambien-
te natural, mostrada pelo aumento do número de nascidos
na natureza.
Guia de Estudo - Português II
60
b) ao aumento da população total, resultante da reintrodução
de um número cada vez maior de animais.
c) à eliminação dos animais nascidos em cativeiro pelos nas-
cidos na natureza, que são mais fortes e selvagens.
d) ao pequeno número de animais reintroduzidos, que se
mantiveram isolados da população de nascidos na nature-
za.
e) à grande sobrevivência dos animais reintroduzidos, que
compensou a mortalidade dos nascidos na natureza.
RESPOSTAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS NA UNIDA-
DE 3
Atividade I
1. A incoerência acontece por se afirmar que Abraham Lin-
coln nas numa cabana em que ele construiu com as pró-
prias mãos. É impossível construir com as próprias mãos
o lugar onde se vai nascer.
2. Cem por cento é o esforço físico máximo que se pode dar
em jogo; logo, não sobre esforço físico nenhum para a
segunda parte do jogo.
3. Limitação do que os jornais podem publicar é um tipo de
censura.
4. Morto não pode ser processado.
5. O enterro de qualquer pessoa não é um grande dia para
ninguém e, sim, um dia triste, principalmente em se tra-
tando de uma pessoa muito querida por seu povo como
foi o presidente francês Charles de Gaulle.
Guia de Estudo - Português II
61
Atividade II
O texto verbal (a frase “Isto não é um cachimbo”) está coe-
rente com o texto não-verbal (a imagem), pois o que existe na
tela é a imagem, a figura de um cachimbo e, não, um ca-
chimbo, fisicamente falando.
Atividade III
1. D
2. D
3. D
4. C
5. C
6. E
7. D
8. A
Obs.: Se você acertou mais de 85% das questões, trabalhe a
Unidade 4. Caso contrário, releia a Unidade 3 e refaça
as atividades propostas.
Guia de Estudo - Português II
62
UNIDADE 4 - COESÃO TEXTUAL
Ao final do estudo desta unidade o(a) acadêmico(a) deve-
rá ser capaz de:
Conceituar coesão textual;
Entender os mecanismos de ligação das ideias de um texto;
Aplicar os elementos de coesão no texto.
Resolver questões do ENADE, ENEM e de processos seletivos
de universidades.
Coesão é o nome que se dá à conexão interna entre
os vários enunciados presentes no texto. Diz-se, assim, que
um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão
organicamente articulados entre si, quando há ligação entre
eles. As palavras ou expressões que promovem as relações
entre os vários enunciados de um texto são chamados de
elementos de coesão ou conectivos. Em síntese, Para que
um texto apresente coesão, devemos escrever de maneira
que as ideias se liguem umas às outras, formando um fluxo
lógico e contínuo. Quando um texto está coeso, temos a sen-
sação de que sua leitura se dá com facilidade.
Dispomos de vários mecanismos para conectar e rela-
cionar as partes de um texto. Abaixo, citamos os principais:
1. Coesão referencial
Alcançamos a coesão referencial utilizando termos
anafóricos (ou retomada de termos – palavras ou expres-
sões usadas no lugar de outras que foram ditas ou escritas
anteriormente) ou termos catafóricos (antecipação de ter-
mos – palavras ou expressões que antecipam nossas ideias
– são usadas para indicar que algo será dito, citado).
Guia de Estudo - Português II
63
Veja os casos a seguir.
onde: indica a noção de "lugar" e pode substituir ou-
tras palavras.
Ex.: São Paulo é uma cidade onde a poluição atinge
níveis muito altos. (No caso, onde retoma a pala-
vra cidade.)
cujo: pode estabelecer uma relação de posse entre
dois substantivos.
Ex.: Raul Pompeia é um escritor cujas obras lemos
com prazer.
que: pode substituir (e evitar a repetição de) palavras
ou uma oração inteira.
Ex.: Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, o que
permitiu aos portugueses ampliarem seu império
marítimo.
2. Coesão lexical – também é o uso de termos anafóricos
(uso de palavras e expressões que substituem outras já escri-
tas anteriormente no texto).
Permite evitar a repetição de palavras e, também,
unir partes de um texto. Esse tipo de coesão pode ser al-
cançado utilizando-se sinônimos - palavras semelhantes que
podem ser usadas em diferentes contextos, mas sem alterar
o que o texto pretende transmitir.
Ex.: O presidente do Palmeiras, Silvano Eustáquio, afirmou
que o time tem todas as condições para ganhar o cam-
peonato. Segundo o dirigente, com Miudinho na zaga, o
gol palmeirense será impenetrável. Na opinião do carto-
la, a torcida só terá motivos de alegria.
Guia de Estudo - Português II
64
3. Coesão sequencial
Trata-se de estabelecer relações lógicas entre as ideias
do texto. Para tanto, utilizamos os chamados conectivos ou
elementos de coesão (principalmente preposições e conjun-
ções. Veja alguns casos.
Consequência (ou conclusão): por isso, logo, portan-
to, pois, assim, então, de modo que, por conseguinte,
em vista disso, desse modo, dessa maneira, devido a
isso, em vista disso.
Ex.: Ela é muito competente, por isso (logo, portanto,
assim, desse modo, dessa maneira etc.) conse-
guiu a vaga no trabalho desejado.
Causa: porque, pois, visto que, já que, dado que, co-
mo, uma vez que, porquanto, por, por causa
de, em vista de, em virtude de, devido a, por
motivo de, por razões de.
Ex.: Ela conseguiu a vaga, já que (pois, visto que etc.)
é muito competente.
Oposição (conjunções adversativas): mas, porém, to-
davia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante.
Ex.: Alexandre tinha tudo para ganhar a corrida, mas
(porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto)
sofreu um acidente de carro no dia competição.
Condição: se, caso, desde que, contanto que, salvo
se, sem que, dado que, a menos que, a
não ser que).
Guia de Estudo - Português II
65
Ex.: Você pode ir brincar, desde que (contanto que)
faça todas as tarefas que lhe destinaram.
(Você pode ir brincar, se fizer todas as tarefas
que lhe destinaram.)
Finalidade: indica objetivo (são as chamadas conjun-
ções subordinativas finais): afim de (que),
para (que), com o objetivo de, com o intui-
to de.
Ex.: Alexandre estudava oito horas por dia afim de
(com o intuito de, com o objetivo de, com a finali-
dade de, para) conseguir a vaga no trabalho de-
sejado.
Concessão: indicam uma concessão, admitem uma
contradição, um fato inesperado. Traz,
em si, uma ideia de apesar de (são as
chamadas conjunções subordinativas
concessivas): embora, apesar de, ain-
da que, mesmo que, se bem que.
Ex.: Foi à festa, embora (ainda que, mesmo que etc.)
estivesse cansada.
(Foi à festa apesar de estar cansada.)
Apesar de ter chovido, fui ao cinema.
(Embora tivesse chovido, fui ao cinema.)
Guia de Estudo - Português II
66
4. PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Os pronomes demonstrativos podem agir como conec-
tivos (ou elementos de coesão) e merecem um estudo espe-
cial.
Quanto à posição do emissor (falante) e receptor
(ouvinte) da mensagem
1. Este/esta/isto: referem-se a algo que está próximo do
falante e longe do ouvinte.
Ex.: Pedro disse a Paulo:
– Esta camisa que estou vestindo é minha.
2. Esse/essa/isso: referem-se a algo que está perto do
ouvinte e longe do falante.
Ex.: Pedro disse a Paulo:
– Essa camisa que você está vestindo é sua.
3. Aquele/aquela/aquilo: referem-se a algo que está lon-
ge do falante e do ouvinte.
Ex.: Pedro disse a Paulo:
– Aquela camisa que José está vestindo é dele.
Quanto à citação
1. Este/esta/isto: referem-se a algo que será citado, dito
(termos catafóricos ou antecipação de termos: pa-
lavras ou expressões que indicam que algo será ci-
tado, dito).
Guia de Estudo - Português II
67
Ex.: Lavoisier afirmou isto: “Na natureza, nada se
perde, nada se cria; tudo se transforma.”
2. Esse/essa/isso: referem-se a algo que já foi citado,
dito (termos anafóricos ou retomada de termos: pa-
lavras ou expressões que indicam que algo foi cita-
do, dito).
Ex.: “Na natureza, nada se perde, nada se cria; tudo
se transforma” – Lavoisier afirmou isso.
Quanto à substituição de termos na oração
1. Este/esta/isto: referem-se ao termo mais próximo (o
último escrito e depois substituído na
oração).
2. Aquele/aquela/aquilo: referem-se ao termo mais dis-
tante (o primeiro escrito e de-
pois substituído na oração).
Ex.: José e Renato, apesar de serem gêmeos, são
muito diferentes. Por exemplo, este é calmo,
aquele é explosivo.
OBSERVAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O BOM USO DOS
ELEMENTOS DE COESÃO
Cuidado para não quebrar a coesão, como nos exem-
plos abaixo.
O homem que tenta mostrar a todos que a corrida ar-
mamentista que se trava entre as potências é uma
loucura.
Guia de Estudo - Português II
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Correção: “O homem tenta mostrar a todos que a corri-
da armamentista que se trava entre as po-
tências é uma loucura”, pois o conectivo
que deixou o texto incompreensível.)
Ao dizer que todo o desejo de que os amigos viessem
à sua festa desaparecera, uma vez que seu pai se
opusera à realização dela.
Correção: o trecho está incompreensível, pois não se
concluiu a ideia. Eis duas correções possí-
veis:
1. Ao dizer que todo o desejo de que os amigos vies-
sem à sua festa desaparecera, uma vez que seu pai
se opusera à realização dela, entrou para o quarto e
não saiu mais de lá.
2. Disse que todo o desejo de que os amigos viessem
à sua festa desaparecera, uma vez que seu pai se
opusera à realização dela.
Cuidado para não causar ambiguidade pelo mau uso
do elemento de coesão, como nos exemplos seguintes:
Exemplo A
O PT entrou em desacordo com o PMDB por causa de
sua proposta de aumento de salário.
No caso acima, o pronome possessivo sua causou
ambiguidade, ou seja, deu duplo sentido à frase. Podemos
corrigi-lo de acordo com a mensagem que desejamos trans-
Guia de Estudo - Português II
69
mitir:
1. A proposta de aumento de salário formulada pelo
PT provocou desacordo com o PMDB.
2. A proposta de aumento de salário formulada pelo
PMDB provocou desacordo com o PT.
EXEMPLO B
Via ao longe a lua e a árvore florida, que tingia a paisa-
gem com suas variadas cores.
Nesse segundo exemplo, a ambiguidade foi causada
pelo uso do conectivo que (Quem tingia a paisagem com su-
as variadas cores? A lua ou a árvore florida?). Neste caso,
uma das possíveis formas para se corrigir a frase, eliminando
a ambiguidade, é a substituição do conectivo que por um
pronome demonstrativo, como se demonstra a seguir:
1. Via ao longe a lua e a árvore florida; esta tingia a
paisagem com suas variadas cores.
2. Via ao longe a lua e árvore florida; aquela tingia a
paisagem com suas variadas cores.
ATIVIDADES
I – Nas questões de 1 a 4, apresentamos alguns segmentos
de discurso separados por ponto final. Retire o ponto final
e estabeleça entre eles o tipo de relação que lhe parecer
compatível, usando, para isso, o elemento de coesão
(conectivo) adequado.
1. O solo do Nordeste é muito seco e aparentemente ári-
do. Quando caem as chuvas, imediatamente brota a
vegetação.
Guia de Estudo - Português II
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2. Uma seca desoladora assolou a região sul, principal
celeiro do país. Vai faltar alimento e os preços vão dis-
parar.
3. Vai faltar alimento e os preços vão disparar. Uma seca
desoladora assolou a região sul, principal celeiro do
país.
4. O trânsito em Porto Velho ficou completamente parali-
sado dia 15, das 14 às 18 horas. Fortíssimas chuvas
inundaram a cidade.
II – As questões seguintes apresentam problemas de coesão
por causa do mau uso do conectivo, isto é, da palavra ou
expressão que estabelece a conexão entre os enuncia-
dos. A palavra ou expressão conectiva inadequada vem
em destaque. Re-escreva os trechos, substituindo a forma
errada pela correta.
1. Em São Paulo, já não chove há mais de dois meses,
apesar de que já se pense em racionamento de água
e energia elétrica.
2. As pessoas caminham pelas ruas, despreocupadas,
como se não existisse perigo algum, mas o policial
continua folgadamente tomando o seu café no bar.
3. Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e São Paulo,
pois o estado do gramado do Maracanã não é dos pio-
res.
Guia de Estudo - Português II
71
4. Uma boa parte das crianças mora muito longe, vai à
escola com fome, onde ocorre o grande número de
desistências.
III – É compreensível o conteúdo do período que segue?
Explique por quê.
Chegaram instruções repletas de recomendações para
que os participantes do congresso, que, por sinal, acabou
não se realizando por causa de fortes chuvas, que inundaram
a cidade e paralisaram todos os meios de comunicação.
IV – Leia o texto abaixo e responda às questões propostas
sobre ele.
Uma leitura eficiente do texto pressupõe, entre outros
cuidados, o de depreender as conexões estabelecidas pelos
conectivos e anafóricos. O texto que segue, de Mauro Santa-
yana, traz bons exemplos desses elementos.
Pulo do gato
1. O grande perigo do jornalista que começa é o de cair
2. na presunção sociológica. É claro que, tratando da socie-
3. dade, o jornalismo é também um pouco de sociologia –
4. mas a sociologia deve ir para o lugar próprio, os artigos
5. elaborados com mais tempo, os editoriais e tópicos e, bem
6. digerida em texto fluido, a reportagem.
7. Jornalismo é razão e emoção. O texto apenas racional
8. é frio, e só comunica aos que se encontrem diretamente
9. interessados no assunto. O texto deve saber dosar emo-
10. ção e razão, e é nesse equilíbrio que está o chamado “pu-
Guia de Estudo - Português II
72
11. lo do gato”. Muitos jornalistas acreditam que o adjetivo
12. emociona. Enganam-se. Quanto mais despida uma frase,
13. mais cortante o seu efeito.
14. “E amolou o machado, preparou um toco para servir de
15. cepo, chamou o menino, amarrou-lhe as mãos, fez-lhe
16. um sinal para que ficasse calado, e rachou o seu corpo
17. em sete pedaços. O menino P., de cinco anos, não era
18. seu filho e F. descobrira isso poucos minutos antes,
19. quando discutia com a mulher.” Leads como esse são
20. sempre possíveis na reportagem de polícia: não necessi-
21. tam de adjetivos. As tragédias, como os cantores famo-
21. sos, dispensam apresentações.
Obs.: Antes de começar a resolver as questões propostas,
atente-se para a palavra lead, usada no jornalismo pa-
ra indicar um pequeno texto de apresentação de um
texto maior.
1. Qual é o antecedente a que se refere o pronome relati-
vo que na linha 1?
2. Na frase “O grande perigo do jornalista que começa é
o de cair na presunção sociológica”, o o em destaque
é um pronome demonstrativo. A que elemento do
texto ele se refere?
3. Na linha 15, a quem se refere o lhe que ocorre em
“amarrou-lhe as mãos” e “fez-lhe um sinal”?
4. Na linha 16, está dito: “e rachou o seu corpo”; na linha
18, afirma-se: “não era seu filho”. A que termos refere-
se o pronome possessivo seu em cada caso?
Guia de Estudo - Português II
73
5. Na linha 18, afirma-se “F. descobrira isso poucos mi-
nutos antes...”
a. O pronome isso faz referência a que elemento do
texto?
b. O advérbio antes reporta a que tempo?
6. Em “Leads como esse”, linha 19, o pronome esse a
que se refere? Por que o autor usou esse e não este?
V – Re-escreva o texto abaixo, substituindo a palavra golfi-
nhos por outros termos anafóricos.
O golfinho nada velozmente e sai da água em grandes
saltos, fazendo acrobacias. É mamífero e, como todos os
mamíferos, só respira fora da água. O golfinho vive em
grupos e comunica-se com outros golfinhos através de
gritos estranhos que são ouvidos a quilômetros de dis-
tância. É assim que o golfinho pede ajuda quando está
em perigo ou avisa os golfinhos onde há comida. O gol-
finho aprende facilmente os truques que o homem ensi-
na e é por isso que muitos golfinhos são aprisionados e
exibidos em espetáculos em quase todo o mundo.
VI – Com base no princípio da coesão textual, assinale ape-
nas uma alternativa nas questões seguintes, extraídas
do ENADE, ENEM e de processos seletivos para uni-
versidades.
Guia de Estudo - Português II
74
QUESTÃO 01
“Embora um tapa e um espancamento sejam diferentes, o
princípio que rege os dois tipos de atitude é exatamente o
mesmo.”
O sentido da frase acima permanecerá inalterado, se substi-
tuirmos a conjunção embora por:
a) contanto que.
b) desde que.
c) uma vez que.
d) por mais que.
QUESTÃO 02
Os pronomes, muitas vezes, retomam palavras enuncia-
das no texto (termos anafóricos), constituindo uma opção
para que se evitem repetições enfadonhas ao longo dele.
Considere, em relação ao uso do pronome isso no anún-
cio “Motoqueiro, o capacete é sua segurança: ponha isso
na cabeça”, as afirmações que seguem:
I. O pronome isso retoma “capacete”, conscien-
tizando, assim, o leitor a que se use esse pro-
tetor na cabeça.
II. O pronome isso retoma toda a ideia “o capa-
cete é sua segurança”, insistindo, dessa for-
ma, em que o leitor adira a esse princípio de
ação.
III. O anúncio perde em força apelativa, na me-
dida em que o emprego de isso leva o desti-
natário da mensagem a uma leitura ambígua.
IV. O chamariz apelativo encontra-se, precisa-
mente, no fato de o uso de isso desencadear
uma leitura ambígua.
Guia de Estudo - Português II
75
Dessas afirmativas, são verdadeiras apenas:
a) I e II.
b) III e IV.
c) I, III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
QUESTÃO 03
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas
do quadro abaixo.
Por favor, dê-me ____________ caneta que está aí perto
de você; ___________ aqui não serve para eu escrever.
a) aquela, esta
b) esta, esta
c) essa, esta
d) essa, essa
e) aquela, essa
QUESTÃO 04
O Ministério do Meio Ambiente, em junho de 2009, lançou
campanha para o consumo consciente de sacolas plásticas,
que já atingem, aproximadamente, o número alarmante de 12
bilhões por ano no Brasil.
Guia de Estudo - Português II
76
Veja o slogan dessa campanha:
O possível êxito dessa campanha ocorrerá porque:
I. se cumpriu a meta de emissão zero de gás carbônico
estabelecida pelo Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente, revertendo o atual quadro de elevação
das médias térmicas globais.
II. deixaram de ser empregados, na confecção de sacolas
plásticas, materiais oxibiodegradáveis e os chamados
bioplásticos que, sob certas condições de luz e de ca-
lor, se fragmentam.
III. foram adotadas, por parcela da sociedade brasileira,
ações comprometidas com mudanças em seu modo de
produção e de consumo, atendendo aos objetivos pre-
conizados pela sustentabilidade.
IV. Houve redução tanto no quantitativo de sacolas plásti-
cas descartadas indiscriminadamente no ambiente,
como também no tempo de decomposição de resí-
duos acumulados em lixões e aterros sanitários.
Estão CORRETAS somente as afirmativas:
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV
Guia de Estudo - Português II
77
QUESTÃO 05
Numere o conjunto de sentenças de modo que cada par
forme uma sequência coesa e coerente. Em seguida, as-
sinale a alternativa que apresenta a sequência numérica
obtida.
(1) Cumpre, inicialmente, distinguir a higiene do trabalho
da segurança do trabalho.
(2) Na evolução por que passou a teoria do risco profissi-
onal, abandonou-se o trabalho profissional como ponto
de referência para colocar-se, em seu lugar, a ativida-
de empresarial.
(3) Há que se fazer a distinção entre acidentes do trabalho
e doença do trabalho.
(4) O Direito do Trabalho reconhece a importância da fun-
ção da mulher no lar.
(5) Motivos de ordem biológica, moral, social e econômica
encontram-se na base da regulamentação legal do
trabalho do menor.
( ) A culminação desse processo evolutivo encontra-se no
conceito de risco social e na ideia correlata de res-
ponsabilidade social.
( ) Daí as restrições da jornada normal e ao trabalho no-
turno.
( ) A necessidade de trabalhar não deve prejudicar o
normal desenvolvimento de seu organismo.
( ) Enquanto esta é inerente a determinados ramos de
atividade, os primeiros são aqueles que ocorrem pelo
exercício do trabalho, provocando lesão corporal.
( ) Constitui aquela o conjunto de princípios e regras des-
tinados a preservar a saúde do trabalhador.
Guia de Estudo - Português II
78
A sequência numérica correta obtida é:
a) 1, 3, 4, 5, 2
b) 3, 2, 1, 5, 4
c) 2, 5, 3, 1, 4
d) 5, 1, 4, 3, 2
e) 2, 4, 5, 3, 1
QUESTÃO 06
"As palavras, paralelamente, iam ficando sem vida.
Já a oração era morna, depois fria, depois inconsciente..."
(Machado de Assis, Entre santos)
"Nas feiras, praças e esquinas do Nordeste, costuma-se ferir
a madeira com o que houver à mão: gilete, canivete ou prego.
Já nos ateliês sediados entre Salvador e o Chuí, artistas cul-
tivados preferem a sutileza da goiva ou do buril."
(Veja, 17/08/94, p. 122)
“Ele só se movimenta correndo e perdeu o direito de brincar
sozinho na rua onde mora – por diversas vezes já atraves-
sou-a com sinal fechado para pedestres, desviando-se de
motoristas apavorados.” (Veja, 24/08/94, p.60)
Nos textos acima, o termo já exprime, respectivamente, a
ideia de:
a) tempo, causalidade, intensificação
b) oposição, espaço, tempo
c) tempo, oposição, intensificação
d) intensificação, oposição, tempo
e) tempo, espaço, tempo
Guia de Estudo - Português II
79
QUESTÃO 07
Atente-se para as seguintes afirmações:
I. Todo homem tem amor-próprio.
II. O amor-próprio é uma marca da natureza.
III. As marcas da natureza são incontornáveis.
As afirmações acima articulam-se de modo claro, coeso e
coerente na frase:
a) Sendo uma marca da natureza, todo homem tem
amor-próprio, incontornável como os demais.
b) Todo homem tem amor-próprio, que é uma das marcas
da natureza, mesmo quando são incontornáveis.
c) Por serem incontornáveis as marcas da natureza, o
mesmo ocorre com todo homem que tem amor-
próprio.
d) Como marca da natureza, o amor-próprio é incontor-
nável, tal como acontece com os homens.
e) O amor-próprio, que tem todo homem, é uma marca da
natureza, incontornável como as outras.
Guia de Estudo - Português II
80
RESPOSTAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS NA UNIDA-
DE 4
Atividade I
1. O solo do Nordeste é muito seco e aparentemente ári-
do, mas (porém, todavia, contudo, no entanto, entre-
tanto, não obstante), quando caem as chuvas, imedia-
tamente brota a vegetação.
2. Uma seca desoladora assolou a região sul, principal
celeiro do país, portanto (logo, por isso, assim, desse
modo, dessa maneira etc.) vai faltar alimento e os pre-
ços vão disparar.
3. Vai faltar alimento e os preços vão disparar porque
(pois,) uma seca desoladora assolou a região sul, prin-
cipal celeiro do país.
(Vai faltar alimento e os preços vão disparar devido a
uma seca desoladora que assolou a região sul, princi-
pal celeiro do país.)
4. O trânsito em Porto Velho ficou completamente parali-
sado dia 15, das 14 às 18 horas porque (pois, quan-
do) fortíssimas chuvas inundaram a cidade.
(O trânsito em Porto Velho ficou completamente para-
lisado dia 15, das 14 às 18 horas devido a fortíssimas
chuvas que inundaram a cidade.)
Atividade II
1. Em São Paulo, já não chove há mais de dois meses,
por isso, logo, portanto, dessa maneira, desse mo-
do, assim etc.) já se pensa em racionamento de água
e energia elétrica.
2. As pessoas caminham pelas ruas, despreocupadas,
como se não existisse perigo algum, enquanto (e) o
policial continua folgadamente tomando o seu café no
bar.
Guia de Estudo - Português II
81
3. Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e São Paulo,
embora (apesar de etc.) o estado do gramado do Ma-
racanã não seja dos piores.
(Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e São Paulo,
apesar de o estado do gramado do Maracanã não ser
dos piores.)
4. Uma boa parte das crianças mora muito longe, vai à
escola com fome, por isso (logo, portanto, dessa
maneira, desse modo, assim etc.) ocorre o grande
número de desistências.
Atividade III
Não é compreensível o conteúdo do texto, pois o primeiro
período não foi concluso (Quais são as instruções, as reco-
mendações?). Não se concluiu a primeira ideia e passou-se a
falar da não realização do progresso por causa das fortes
chuvas, que inundaram a cidade e paralisaram todos os mei-
os de comunicação.
Atividade IV
1. O pronome relativo que se refere a jornalista.
2. O pronome demonstrativo o (a palavra o e a palavra a fun-
cionam como pronome demonstrativo quando puderem
ser substituídas, respectivamente, por aquele e aquela)
refere-se ao grande jornalista.
3. A palavra lhe refere-se a menino.
4. O pronome possessivo seu, na linha 15, refere-se ao me-
nino e, na linha 16, refere-se a F., suposto pai do menino
P.
5. a. O pronome demonstrativo isso faz referência ao fato de
F. ter descoberto que o menino P. era filho de outro
homem.
b. O advérbio antes reporta aos momentos anteriores ao
Guia de Estudo - Português II
82
assassinato, quando F. descobriu que o menino P. era
filho de outro homem.
6. O pronome demonstrativo esse se refere ao lead transcrito
(“E amolou o machado, preparou um toco para servir de
cepo, chamou o menino, amarrou-lhe as mãos, fez-lhe um
sinal para que ficasse calado, e rachou o seu corpo em se-
te pedaços. O menino P., de cinco anos, não era seu filho
e F. descobrira isso poucos minutos antes, quando discu-
tia com a mulher.”).
O autor usou esse em vez de este porque refere-se a
algo que já foi citado, escrito (no caso, refere-se ao lead
transcrito).
Atividade V
(Sugestão de resposta)
O golfinho nada velozmente e sai da água em grandes
saltos, fazendo acrobacias. É mamífero e, como todos os
mamíferos, só respira fora da água. Esse animal vive em
grupos e comunica-se com outros de sua classe através
de gritos estranhos que são ouvidos a quilômetros de dis-
tância. É assim que ele pede ajuda quando está em peri-
go ou avisa os outros de sua espécie onde há comida.
Ele aprende facilmente os truques que o homem ensina e
é por isso que muitos animais dessa natureza são apri-
sionados e exibidos em espetáculos em quase todo o
mundo.
Atividade VI
1. D 5. E
2. D 6. C
3. C 7. E
4. E
Obs.: Se você acertou mais de 85% das questões, trabalhe a
Unidade 5. Caso contrário, releia a Unidade 4 e refaça
as atividades propostas.
Guia de Estudo - Português II
83
UNIDADE 5 - TIPOLOGIA TEXTUAL E
COLOCAÇÃO DA IDEIA NO
PAPEL
Ao final do estudo dessa unidade o (a) acadêmico (a) de-
verá ser capaz de:
Identificar os tipos de composição textual;
Diferenciar tema de título;
Reconhecer as partes que compõem o texto escrito;
Produzir texto dissertativo.
Resolver questões do ENADE, ENEM e de processos se-
letivos de universitários.
TIPOLOGIA TEXTUAL
Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de re-
dação ou composição textual. Basicamente, existem três ti-
pos de redação: narração (base em fatos), descrição (base
em caracterização) e dissertação (base em argumentação).
Cada um desses tipos redacionais mantém suas peculiarida-
des e características.
1. Narração
Modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou
não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolven-
do certos personagens. Estamos cercados de narrações des-
de que nos contam histórias infantis, como, Chapeuzinho
Vermelho ou Bela Adormecida, até as picantes piadas do co-
tidiano.
Guia de Estudo - Português II
84
Ex.: Numa tarde de primavera, a moça caminhava a passos
largos em direção ao convento. Lá estariam a sua espe-
ra o irmão e a tia Dalva, a quem muito estimava. O pro-
blema era seu atraso e o medo de não mais ser espera-
da...
2. Descrição
Tipo de texto em que se enumerando características
físicas e/ou psicológicas de um lugar, uma pessoa, um
animal ou um objeto, A classe de palavras mais utilizada
nessa produção é o adjetivo, por sua função caracterizadora.
Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sen-
sações ou sentimentos.
Ex.: Seu rosto era claro e estava iluminado pelos belos
olhos azuis e contentes. Aquele sorriso aberto re-
cepcionava com simpatia a qualquer saudação, ainda
que as bochechas corassem ao menor elogio. Assim
era aquele rostinho de menina-moça da adorável Do-
rinha.
Obs.: Normalmente, narração e descrição mesclam-se nos
textos, sendo difícil, muitas vezes, encontrar textos ex-
clusivamente descritivos.
3. Dissertação
Estilo de texto com posicionamentos pessoais e ex-
posição de ideias. Tem por base a argumentação, apresen-
tada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto
de vista. É a modalidade mais exigida nos concursos em ge-
ral, por promover uma espécie de “raio-X” do candidato no
tocante a suas opiniões. Nesse sentido, exige dos candidatos
mais cuidado em relação às colocações, pois também revela
Guia de Estudo - Português II
85
um pouco de seu temperamento, numa espécie de teste psi-
cotécnico.
Ex.: Tem havido muitos debates em torno da ineficiência do
sistema educacional do Brasil. Ainda não se definiu, en-
tretanto, uma ação nacional de re-estrutura do processo
educativo, desde a base ao ensino superior.
4. Informação
É o tipo de texto jornalístico, que informa o leitor sobre al-
gum fato.
5. Injunção
É aquele escrito de forma imperativa, característicos das
receitas de culinária, que indica como realizar determina-
da ação.
A DISSERTAÇÃO: DIFERENÇA ENTRE TEMA E TÍTULO
Agora você estudará a dissertação. Fazer uma disser-
tação consiste em defender uma ideia. Para organizá-la, con-
vém seguir certas instruções que iremos fornecer-lhe agora.
O primeiro passo, antes de começar a redigir um texto, é re-
conhecer a diferença entre um tema e um título. O tema é
um assunto sobre o qual você irá escrever, ou seja, a ideia
que irá ser defendida ao longo de sua composição. Por
outro lado, o título é a expressão, geralmente curta, colo-
cada no início do trabalho; ele é, na verdade, apenas uma
vaga referência ao assunto que você abordará. Observe a
diferença entre eles nos exemplos abaixo:
Guia de Estudo - Português II
86
TÍTULO
O jovem e a política
TEMA
Ultimamente, temos notado um enorme interesse da
maioria dos jovens em participar da vida política da
nação.
TÍTULO
A importância da Península Arábica
TEMA
Entendemos que a comunidade internacional deva
preocupar-se com os acontecimentos que envolvam a
Península Arábica, já que grande parte do petróleo
que o mundo consome sai desta região.
TÍTULO
As contradições na era da comunicação
TEMA
Vivendo a era da comunicação, o homem contemporâ-
neo está cada vez mais só.
É evidente que, para cada um dos títulos, poderiam ca-
ber inúmeros outros temas diferentes dos que foram apresen-
tados. Da mesma forma, para cada um dos temas também
poderiam ser criados outros títulos. Por exemplo, para o título
O jovem e a política poderíamos, caso, preferíssemos, esta-
belecer outro tema bastante divergente do anterior, como:
“Infelizmente constatamos que a maioria dos jovens não
só não se interessa pela vida política, mas também des-
conhece quase todo o mecanismo que conduz ao poder e
que determina os rumos da nação”.
Guia de Estudo - Português II
87
A partir dos exemplos apresentados anteriormente,
constatamos que existem as seguintes diferenças entre tema
e título:
TÍTULO
1. É uma referência vaga a um assunto.
2. É uma expressão mais curta que o tema.
3. Na maioria das vezes, não contém verbo.
TEMA
1. É uma afirmação sobre determinado assunto, em que se
percebe uma tomada de posição.
2. É uma oração que apresenta um começo, meio e fim.
3. Por ser uma oração, deve apresentar ao menos um verbo.
O ESQUEMA BÁSICO DA DISSERTAÇÃO
Imagine que você queira dissertar sobre o seguinte
tema:
Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não
conseguiu resolver graves problemas que preocupam a
muitos.
Sua primeira providência deve ser copiar este tema em
uma folha de rascunho e fazer a pergunta: POR QUÊ?
Ao iniciar sua reflexão sobre o tema proposto e sobre
uma possível resposta para a questão, procure recordar-se
do que já leu e ouviu a respeito dele. É quase certo que você
tenha ao menos uma noção acerca de qualquer tema que lhe
vier a ser apresentado.
O ideal, para que sua dissertação explore suficiente-
Guia de Estudo - Português II
88
mente o assunto, é que você obtenha duas ou três “respos-
tas” para a questão formulada. Estas “respostas” chamam-
se argumentos. Vejamos agora quais argumentos podería-
mos encontrar para este tema. Uma possibilidade é pensar
que um dos sérios problemas que o homem não consegue
resolver é o da miséria. Assim, já teríamos o primeiro ar-
gumento:
1.
Existem populações imersas em completa miséria.
Pensando um pouco mais nos problemas que enfrenta-
mos, poderíamos formular o segundo argumento:
2.
A paz é interrompida frequentemente por conflitos inter-
nacionais.
Refletindo um pouco mais sobre as questões que afligem
a humanidade, logo lembramos do desequilíbrio ecológico,
que pode ser nosso terceiro argumento:
3.
O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério dese-
quilíbrio ecológico.
Viu como foi fácil? Os argumentos selecionados são
exaustivamente noticiados por qualquer meio de comunica-
ção.
TEMA
Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não
conseguiu resolver graves problemas que preocupam a
todos.
Guia de Estudo - Português II
89
POR QUÊ?
1. Existem populações imersas em completa miséria.
2. A paz é interrompida frequentemente por conflitos inter-
nacionais.
3. O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério de-
sequilíbrio ecológico.
Você pode encontrar outros argumentos além desses
apresentados que justifiquem a afirmação proposta pelo te-
ma. A única exigência é que eles se relacionem com o assun-
to sobre o qual está escrevendo.
Uma vez estabelecido o tema e os três argumentos, vo-
cê já dispõe do necessário para, agora, na folha definitiva,
começar a redigir sua dissertação. Deverá constar de três
partes fundamentais: Introdução, Desenvolvimento e Con-
clusão.
Vamos agora redigir o primeiro parágrafo, ou seja, a In-
trodução, baseando-nos no que foi exposto. Para compô-la,
basta que você copie o tema e a ele acrescente os três ar-
gumentos, assim como aparecem no quadro anterior. Veja
como poderia ser:
Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não con-
seguiu resolver graves problemas que preocupam a muitos,
pois existem populações imersas em completa miséria, a paz
é interrompida frequentemente por conflitos internacionais e,
além do mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por
sério desequilíbrio ecológico.
Observe que, na Introdução, os argumentos são ape-
nas mencionados. Neste primeiro parágrafo, informamos o
assunto de que a dissertação vai tratar: cada argumento se-
rá convenientemente desenvolvido nos parágrafos seguin-
Guia de Estudo - Português II
90
tes: um parágrafo para cada argumento. Repare nas pala-
vras pois, e além do mais, colocadas neste texto para ligar
as diferentes partes da Introdução. São elas que reúnem o
tema aos argumentos: são conectivos ou elementos de co-
esão. Depois de terminado o parágrafo da Introdução, você
poderá passar ao Desenvolvimento, explicando cada um
dos argumentos expostos acima. Cada argumento será ex-
plicado, desenvolvido em um parágrafo diferente.
Assim, no próximo parágrafo, escreva tudo o que souber
sobre o fato de existirem populações miseráveis, que é
nosso primeiro argumento.
Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis -
estas, mal distribuídas, quer entre Estados, quer entre indiví-
duos - encontramos legiões de famintos em pontos específi-
cos da Terra. Nos países de Terceiro Mundo, sobretudo em
certas regiões da África, vemos, com tristeza, a falência da
solidariedade humana e da colaboração entre as nações.
Como você pode perceber, convém, vez por outra, lan-
çar mão de certos exemplos para comprovar suas afirma-
ções.
No parágrafo seguinte, desenvolve-se o segundo ar-
gumento:
Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido,
com certa preocupação, aos inúmeros conflitos internacio-
nais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste
lembrança das guerras do Vietnã e da Coreia, as quais pro-
vocaram grande extermínio. Em nossos dias, testemunha-
mos conflitos na antiga Iugoslávia, em alguns países mem-
bros da Comunidade dos Estados Independentes, sem falar
da Guerra do Golfo, que tanta apreensão nos causou.
Guia de Estudo - Português II
91
Note a expressão “além disso”, no início do parágra-
fo, que estabelece a ligação com o parágrafo anterior. Ela
deve ser colocada para evidenciar o fato de que os parágra-
fos se relacionam entre si. Esse tipo de elemento de coesão
recebe o nome de elemento relacionador, pois relaciona
parágrafos.
Falaremos agora do terceiro argumento:
Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico,
provocado pela ambição desmedida de alguns, que promo-
vem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos
rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em
virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em
local inabitável.
Observe a expressão Outra preocupação constante,
colocada no início desse parágrafo. Ela é o elemento de liga-
ção com o parágrafo anterior do Desenvolvimento (é, tam-
bém, um elemento relacionador). Estabelece a conexão en-
tre os argumentos apresentados.
Para que sua dissertação fique completa, falta apenas
elaborar um último parágrafo que se denomina Conclusão.
Para isso, é preciso que analisemos suas partes constituti-
vas.
A Conclusão pode iniciar-se com uma expressão que
remeta ao que foi dito nos parágrafos anteriores (expressão
inicial). A ela deve seguir-se uma reafirmação do tema pro-
posto no inicio da redação. No final do parágrafo, é interes-
sante colocar uma observação, fazendo um comentário so-
bre os fatos mencionados ao longo da dissertação.
Com base nessa orientação, já podemos redigir o pa-
rágrafo final, ou seja, a Conclusão.
Guia de Estudo - Português II
92
[EXPRESSÃO INICIAL] [REAFIRMAÇÃO DO TEMA]
Em virtude dos fatos mencionados, acredita-se que o ho-
mem está muito longe de solucionar os grandes problemas
que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade
e indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária.
Deseja-se que algo seja feito no sentido de conter essas for-
ças ameaçadoras para que se possa suportar as adversida-
des e construir um mundo que, por ser justo e pacífico, será
mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.
[OBSERVAÇÃO (COMENTÁRIO) FINAL]
OBSERVAÇÃO:
Caso você deseje, é possível que a conclusão seja forma-
da apenas pelo comentário final, dispensando o início, consti-
tuído pela expressão inicial e reafirmação do tema; eles atu-
am apenas como reforço, como ênfase ao problema aborda-
do.
Guia de Estudo - Português II
93
Agora, reunindo todos os parágrafos escritos, temos a dissertação completa, acrescida de um título:
Terra: uma preocupação constante
Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu
resolver graves problemas que preocupam a muitos, pois existem
populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida
frequentemente por conflitos internacionais e, além do mais, o meio
ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.
Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis - estas,
mal distribuídas, quer entre Estados, quer entre indivíduos - encon-
tramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos
países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África,
vemos, com tristeza, a falência da solidariedade humana e da co-
laboração entre as nações.
Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com cer-
ta preocupação, aos números conflitos internacionais que se suce-
dem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do
Vietnã e da Coreia, as quais provocaram grande extermínio. Em
nossos dias, testemunhamos conflitos na antiga Iugoslávia, em
alguns países membros da Comunidade dos Estados Independen-
tes, sem falar da Guerra do Golfo, que tanta apreensão nos cau-
sou.
Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, pro-
vocado pela ambição desmedida de alguns, que promovem des-
matamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitu-
des contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas
agressões, acabe por se transformar em local inabitável.
Em virtude dos fatos mencionados, acredita-se que o homem
está muito longe de solucionar os grandes problemas que afligem
diretamente uma grande parcela da humanidade e indiretamente a
qualquer pessoa consciente e solidária. Deseja-se que algo seja
feito no sentido de conter essas forças ameaçadoras, para que se
possa suportar as adversidades e construir um mundo que, por ser
justo e pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vin-
douras.
Obs.: Caso você deseje fazer uma dissertação um pouco menor, basta usar dois argumentos em vez de três.
Guia de Estudo - Português II
94
ATIVIDADES
I – Crie um tema para o título abaixo:
O computador no cotidiano
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_________________________________________________
II – Nas questões seguintes, assinale apenas uma alternati-
va.
1. Assinale a afirmação correta em relação ao texto abaixo.
“Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos
alguns instantes, mudos, inconsoláveis. Indaguei de Virgí-
lia, depois ficamos a conversar uma meia hora. No fim des-
se tempo, vieram trazer-lhe uma carta; ele leu-a, empalide-
ceu muito e fechou-a com a mão trêmula.” (Machado de Assis,
in Memórias Póstumas de Brás Cubas)
a) É texto dissertativo com alguns elementos descritivos.
b) Não se trata de texto narrativo, pois não há persona-
gens.
c) É um texto descritivo, com alguns elementos narrati-
vos.
d) O texto não apresenta personagem-narrador.
e) Trata-se de uma narração, sem nenhum traço disserta-
tivo.
2. Assinale o trecho com características dissertativas.
a) Era um homem alto, escuro, vestindo paletó cinza-
claro.
b) Encontrei os dois amigos numa pracinha perto daqui.
c) Os ajudantes levaram a mesa para o palco.
d) Nossa rua sempre foi escura, com muitas árvores nas
duas calçadas.
e) É importante manter o equilíbrio, pois só assim conse-
guimos resolver os problemas.
Guia de Estudo - Português II
95
3. Assinale o trecho com características narrativas.
a) O ideal é que todos colaborem. Caso contrário, o Brasil
continuará sem rumo.
b) Rodrigo e Julieta estavam na sala, quando ocorreu a
explosão.
c) Ela tem olhos azuis e cabelos louros. Não parece bra-
sileira.
d) Minha casa tem dois andares. Os quartos ficam na
parte de cima.
e) A inteligência humana deve ser usada para o bem.
4. Leia o texto abaixo para responder à questão proposta
sobre ele.
BOTAFOGO ETC.
"Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arbo-
rizado das avenidas marinhas sem sol. Losangos tênues de
ouro bandeira nacionalizavam os verdes montes interiores.
No outro lado azul da baía a Serra dos Órgãos serrava.
Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gos-
tosas. Rolah ia vinha derrapava em túneis. Copacabana era
um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas
da cidade”.
Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação à sua
organização, os textos podem ser compostos de descri-
ção, narração e dissertação; no entanto é difícil encon-
trar-se um trecho que seja só descritivo, apenas narrati-
vo, somente dissertativo.
Levando-se em conta tal afirmação, selecione uma das
alternativas abaixo para classificar o texto de Oswald de An-
drade:
Guia de Estudo - Português II
96
a) Narrativo-descritivo, com predominância do descritivo.
b) Dissertativo-descritivo, com predominância do disser-
tativo.
c) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo.
d) Descritivo-dissertativo, com predominância do disser-
tativo.
e) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrati-
vo.
5. Leia o parágrafo abaixo:
Dona Julieta chamou os filhos mais novos para uma
conversa séria. Era uma manhã de domingo, o dia estava
claro e ensolarado. Pediu a eles que compreendessem a si-
tuação do pai, que não tinha no momento condição de co-
locá-los em uma escola melhor.
Qual a tipologia textual do trecho apresentado acima?
a) Dissertação
b) Descrição
c) Narração com alguns traços descritivos
d) Dissertação com alguns traços descritivos
e) Narração com alguns traços dissertativos
Guia de Estudo - Português II
97
PRODUÇÃO DE TEXTO (adaptação do ENADE – 2011)
Leia, com atenção, o texto a seguir.
A Educação a Distância (EaD) é a modalidade de ensino que
permite que a comunicação e a construção do conhecimento
entre os usuários envolvidos possam acontecer em locais e
tempos distintos. São necessárias tecnologias cada vez mais
sofisticadas para essa modalidade de ensino não presencial,
com vistas à crescente necessidade de uma pedagogia que
se desenvolva por meio de novas relações de ensino-
aprendizagem.
O Censo da Educação Superior de 2009, realizado pelo
MEC/INEP, aponta para o aumento expressivo do número de
matrículas nessa modalidade. Entre 2004 e 2009, a participa-
ção da EaD na Educação Superior passou de 1,4% para
14,1%, totalizando 838 mil matrículas, das quais 50% em
cursos de licenciatura. Levantamentos apontam ainda que
37% dos estudantes de EaD estão na pós-graduação e que
42% estão fora do seu estado de origem.
Disponível em http://portal.inep.gov.br/provas-e-gabaritos/2011 Acesso em: 04/02/2013
Considerando as informações acima, enumere três van-
tagens de um curso a distância, justificando brevemente cada
uma delas.
A partir da leitura do texto motivador acima, delimite um
tema e redija uma dissertação fundamentada em dois ar-
gumentos.
Procure utilizar os conhecimentos adquiridos, ao longo
de sua formação, sobre o tema proposto.
Guia de Estudo - Português II
98
Observações:
• Seu texto deve ser dissertativo-argumentativo (não deve,
portanto, ser escrito em forma de poema ou de narração).
• A sua proposta deve estar apoiada em dois argumentos.
• O texto deve ter entre 12 e 20 linhas.
• O texto deve ser redigido na modalidade escrita padrão da
língua portuguesa.
• Os textos motivadores não devem ser copiados.
• Dê um título a seu texto.
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Guia de Estudo - Português II
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RESPOSTAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS NA UNIDA-
DE 5
Atividade I (Resposta pessoal, onde se deverá produzir um
tema para o título mencionado, obedecendo-se à técnica
apresentada neste Guia de Estudo.)
Atividade II
1. E
2. E
3. B
4. A
5. C
Atividade III (Resposta pessoal, onde se deverá produzir
uma dissertação com um parágrafo para a Introdução, dois
parágrafos para o Desenvolvimento e um parágrafo para a
Conclusão, obedecendo-se à técnica apresentada neste
Guia de Estudo.)
Obs.: Se você acertou mais de 85% das questões, para-
béns. Caso contrário, releia a Unidade 5 e refaça as
atividades propostas.
Chegamos ao final de nosso trabalho. Para realizar
a Avaliação Presencial, reveja todas as Unidades deste
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Guia de Estudo - Português II
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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