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FAMILIA, ESCOLA E COMUNIDADE
Mensagens a um educador familiar.
Antonio Carlos Gomes da Costa.
“ A educação interdimensional como base.
A inovação em conteúdo, método e gestão como meio.
A formação do jovem autônomo solidário e competente como fim.
E o desenvolvimento do Ensino Médio, como metassíntese”.
A educação interdimensional a base.
A inovação em conteúdo, método estão como meio.
A formação do jovem autônomo, solidário e competente como fim.
E o desenvolvimento do como metassíntese
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Começo de conversa
- As três faces da educação:
1 - A educação familiar.
2 – A educação escolar.
3 – A educação comunitária.
A nossa escola
A família é a base de tudo. A humanidade, até hoje, não foi capaz de inventar nada que
substitua uma boa educação familiar. Os agentes mais importantes da educação familiar
são os pais. Porém, não são eles os únicos educadores da família. Os avôs, tios, primos,
irmãos mais velhos, quando exercem uma influência benéfica sobre a vida de uma
criança, de um adolescente ou de uma jovem são também, sem dúvida alguma,
educadores.
A lei chama de pais ou responsáveis aqueles que respondem, junto ao Sistema de
Ensino, pela educação de uma criança ou de um adolescente.
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Por que ESTAS MENSAGENS SÃO DIRIGIDAS AOS EDUCADORES FAMILIARES e não aos
pais ou responsáveis?
Pai e mãe são aqueles que geraram uma criança ou a tomaram como filho ou
filha, por adoção. No entanto, isso não pressupõe que estas pessoas possam ser
automaticamente consideradas educador ou educadora familiar.
Todos nós conhecemos exemplos de pais e mães que não assumiram o papel de
educadores dos próprios filhos. Por outro lado, sabemos também de adultos que,
embora não sendo pais e mães, se responsabilizaram pela educação de crianças e
adolescentes, como tutores ou simplesmente guardiães dessas vidas, dedicando-lhes o
melhor de si.
Estas mensagens, por isso mesmo, são dirigidas àquelas pessoas que, verdadeiramente,
se responsabilizam e assumem a educação de crianças, adolescentes e jovens por elas
geradas ou a elas confiados por outros meios.
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Educador familiar é aquele que, além de educar no sei da família, assume a
RESPONSABILIDADE pela criança ou adolescente perante a lei, a justiça e o sistema
escolar.
Dois elementos são primordiais para que a criança seja bem preparada para dar
certo na vida: a família e a escola. As igrejas, antes que a educação fosse considerada um
direito de todos, também desempenharam e ainda desempenham um papel muito
importante. No caso dos jovens, o serviço militar e o aprendizado de um ofício são
também considerados formas de educação para cidadania, para o trabalho e para a vida.
Nos tempos atuais, a comunidade (ambientes frequentados pelos jovens, fora da família e
da escola) pode exercer influências tanto positivas (educativas) como negativas
(deseducativas) em suas vidas. O mesmo acontece com os meios de comunicação (jornais,
revistas, livros, rádio, televisão, cinema e internet).
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Como se pode ver são muitas as influências sobre as novas gerações. Porém, se
a família e a escola dão certo, cumprem a sua missão com zelo e competência, relação
das crianças, adolescentes e jovens com os demais participantes do processo educativo
(comunidade e meios de comunicação) poderá ser muito boa, porque eles estarão
capacitados para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos.
Estas mensagens têm o objetivo de contribuir para que os educadores
escolares e educadores familiares atuem numa parceria produtiva e eficaz, a fim de que
sejam garantidas aos jovens todas as condições para que dêem certo na ESCOLA e na
VIDA.
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1 - A educação familiar.
A família é um grupo de pessoas unidas por vínculos sanguíneos, por vínculos jurídicos
(casamento, adoção), por vínculos de afeto (amor entre seus membros), por vínculos
materiais (moradia) e por vínculos econômicos (sua manutenção e seu patrimônio). A
PALAVRA VÍNCULO SIGNIFICA LAÇO. Por isso, a família pode ser definida como um
enlace de seres humanos unidos por diversos tipos de entrelaçamento. Nem sempre
todos esses vínculos estão presentes, mas nem por isso a família deixa de ser família.
A educação familiar é tudo aquilo que os adultos (pais, responsáveis e
outros parentes) passam às crianças, aos adolescentes e jovens, para ajudá-los a
desenvolver o potencial que cada um trouxe consigo ao vir para este mundo.
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O potencial de cada ser humano é aquilo que ele pode ser. As pessoas
podem ter potenciais diferentes, mas todos nascemos com um potencial e temos o
direito de desenvolvê-lo. O meio encontrado pela humanidade, desde os tempos mais
remotos, para desenvolver o potencial das pessoas, foi a educação. E a educação
familiar é a primeira, é a pedra angular, a base de tudo o que virá depois.
Existem pais ou responsáveis que, mesmo analfabetos, são grandes educadores
familiares.
Existem pais ou responsáveis que, apesar de terem muito estudo, são
péssimos educadores familiares. NA EDUCAÇÃO FAMILIAR, O QUE MAIS CONTA NÃO É
TANTO O ESTUDO, O PREPARO INTELECTUAL DE QUEM EDUCA, MAS A QUALIDADE DA
RELAÇÃO QUE SE ESTABELECE ENTRE AS PESSOAS E AS GERAÇÕES. Se os pais sabem se
relacionar com seus filhos e exercem sobre eles boas influências, a educação familiar
realizou o seu primeiro e maior objetivo.
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Para cumprir este OBJETIVO CENTRAL DA EDUCAÇÃO FAMILIAR, nem sempre todos os
tipos de vínculos estão presentes. Existem, hoje, muitos tipos de família: um casal
criando seus filhos numa relação de casamento ou sem essa relação; pessoas, casadas
ou não, criando os filhos uns dos outros; mães ou pais criando, sozinhos, filho de um
ou de mais de um parceiro; avós criando netos; tios criando sobrinhos; irmãos mais
velhos assumindo a educação dos mais novos; famílias agregadas, em que os avós,
tios e tias convivem com seus filhos, netos e sobrinhos; enfim, há uma infinidade de
exemplos para tipos de família. Nenhum deve ser considerado incompleto ou
desestruturado. QUALQUER TIPO DE FAMILIA PODE SER CONSIDERADO COMPLETO E
ESTRUTURADO DESDE QUE CONSIGA, JUNTO COM A ESCOLA E A COMUNIDADE,
CUMPRIR SUA MISSÃO DE EDUCAR AS CRIANÇAS, OS ADOLESCENTES E JOVENS PARA
A VIDA.
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2. A educação escolar.
A educação escolar é um direito de todas as crianças e adolescentes, bem
como um dever da Família, do Estado e da Sociedade. Vemos, portanto, que o mundo
adulto está aqui triplamente responsabilizado pelo direito à educação escolar: a
responsabilidade familiar, a responsabilidade do Estado (poder público) e a
responsabilidade da sociedade (cidadania).
ENQUANTO O EIXO CENTRAL DA EDUCAÇÃO FAMILIAR SÃO AS CRENÇAS,
VALORES E ATITUDES DIANTE DA VIDA, O EIXO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR GIRA EM TORNO
DA TRANSMISSÃO SISTEMÁTICA DO SABER, DO CONHECIMENTO QUE A HUMANIDADE
FOI GERANDO E ACUMULANDO AO LONGO DOS TEMPOS. Isto, no entanto, não quer
dizer que a família não deve se preocupar com o conhecimento ou que a escola não
deva se preocupar com crenças, valores, atitudes e habilidades para a vida.
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Quando dizemos que a família também é responsável pela transmissão de
conhecimento, isto não quer dizer que os pais devam ser capazes de estudar juntos
com os filhos e ensinarem a eles o que os professores ensinam. Não é isso. Qualquer
pai ou responsável, no entanto, pode desenvolver atitudes que favoreçam o sucesso
escolar de seus filhos. Como?
2.1 Mesmo que não tenham recebido muita educação escolar, os pais devem
levar os filhos a valoriza a importância da escola em suas vidas, contando-lhes
história, transmitindo exemplos, mostrando interesse pela vida escolar da criança
ou do adolescente.
2.2 Incentivar o filho a criar hábitos de estudo (por exemplo, reservar uma parte
do dia para a realização das tarefas escolas).
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2.3 Visitar a escola para conhecer o diretor/diretora, professores, funcionários e
procurar saber de que forma ela está organizada e como funciona no dia-a-dia.
Marque um horário com a direção, a fim de não criar algum transtorno ao trabalho
ali desenvolvido.
2.4 Procurar conhecer o que diz a lei sobre o direito de ter direitos e o dever de ter
deveres, tanto dos educadores escolares, como dos educadores familiares e dos
próprios educandos.
2.5 Solicitar à escola que o Regime Interno seja distribuído aos pais ou, se isso não
for possível, que alguns exemplares possam ser disponibilizados para consulta na
Biblioteca da Escola ou na Secretaria.
2.6 Solicitar que a direção da escola convoque os pais para reuniões, para que lhes
sejam explicados o Regimento e o Projeto Pedagógico da instituição de ensino.
Essas reuniões devem acontecer logo no início do ano letivo.
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2.7 Demonstrar interesse em saber o que é e como deve funcionar a Gestão
Democrática da Escola e qual a participação dos pais nesse processo.
Perguntar sempre ao filho como foi o seu dia na escola, do que gosta mais e o que
aprendeu de mais importante.
2.8 Indagar de seu filho se ele tem problemas de relacionamento com colegas ou
educadores e procurar orientá-lo a agir com bom senso e equilíbrio, mas sem
abrir mão de seus direitos e, ao mesmo tempo, sem descumprir com seus
deveres.
2.9 Se o seu filho apresentar problemas de conduta, saúde ou de relacionamento
na família ou na comunidade, comunique à escola para se certificar de como isso
pode estar afetando o seu desempenho. Peça ajuda sobre a maneira como escola
e família, juntas possam enfrentar a situação.
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2.10 Se o seu filho apresentar problemas de conduta, saúde ou de relacionamento
na família ou na comunidade, comunique à escola para se certificar de como isso
pode estar afetando o seu desempenho. Peça ajuda sobre a maneira como escola
e família, juntas possam enfrentar a situação.
2.11 Se você notar que o desempenho escolar (notas ou conceitos) de seu filho
não está bom, não espere ser chamado. Vá à escola, procure a coordenação
pedagógica, entre em contato com o professor/professores da disciplina em que
ele não vai bem e tente saber o que está acontecendo. Siga a orientação dos
educadores escolares sobre como você deve atuar para superar o problema.
2.12 Não hesite em procurar conhecer o que o serviço social e a área de apoio
psicológico podem fazer para orientá-lo na ajuda a seu filho, em eventuais
situações de risco pessoal ou social em que ele, porventura, se envolver.
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2.13 Nunca deixe de ir às reuniões, festividades, exposições e feiras promovidas
pela escola. Aproveite essas ocasiões para relacionar-se com os educadores de
seu filho.
2.14 Procure ler ou peça a seu filho que lhe explique o conteúdo do guia
mensagens a um jovem educando, a fim de que você entenda a filosofia de vida
que a escola está lhe propondo.
2.15 Se tiver alguma habilidade que possa ser útil para a escola resolver
problemas e situações do dia-a-dia, se você gosta de fazer trabalhos voluntários,
ofereça-se para ajudar quando for preciso. Junto com outros pais, forme grupos
tipo “amigos da escola” e colabore. Além de prazeroso, isto pode torna-se um
motivo a mais de orgulho para seu filho.
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2.16 Quando houver eleição para os pais participarem de associações e conselhos
escolares, se você for candidato, procure apresentar uma boa proposta; se não
for, procure cotar em alguém que tenha.
2.17 Se o seu filho reclamar de algum educador ou colega e lhe pedir que faça
alguma coisa ou que interfira na situação, procure sempre conhecer a visão de
todas as partes. Nunca haja com precipitação. O regimento interno, bem como a
conduta objetiva e equilibrada são os melhores caminhos para enfrentar tais
situações.
2.18 Procure conhecer as atribuições do Conselho Tutelar em relação à família e à
escola. Fique ciente de como ele pode intervir em favor do sei filho ou pupilo,
numa situação de dificuldade familiar ou escolar que viole ou ameace de violação
os seus direitos.
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2.19 Solicite à direção da escola – quando julgar necessário – que promova
reuniões de orientação e apoio sócio-familiar com os pais dos jovens em
dificuldade pessoal, social ou escolar e com os professores e especialistas da
escola, a fim de evitar que os problemas se acumulem. Isto possibilitará, ainda,
que a família e a escola desenvolvam uma verdadeira parceria em favor dos
jovens.
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3. Educação Comunitária.
Anísio Teixeira, no pórtico da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Escolar
(LDB) escreveu: “A educação é direito de todos e dever do Estado e será dada no lar e
na escola”.
A comunidade não era mencionada. Tratava-se – parece-nos hoje – que ela
era vista como o espaço físico a ser percorrido pelo educado entre o lar e a escola,
entre a escola e o lar.
Atualmente, essa visão mudou e o professor Darcy Ribeiro, principal autor
da LDB de 1996, estabeleceu que a educação abrange todas as atividades formativas:
Na família,Nos estabelecimentos de ensino e pesquisa,No mundo do trabalho,Nos movimentos sociais,Nas organizações sociais,Nas atividades culturais.
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Como se pode ver a ideia, hoje, é que os lugares para educar aumentaram
consideravelmente. Isto é bom para os jovens. Isto é bom para a educação.
Quanto maior o entrosamento entre a escola e a comunidade, com suas
diversas oportunidades, melhor será para os educandos, os educadores e a
educação.
Hoje, a comunidade não deve ser mais vista como espaço de ir e vir, ela deve ser
considerada como um agente educativo (educador) empenhado em contribuir para o
desenvolvimento do jovem como pessoa, como cidadão e futuro profissional.
O que acabamos de mostrar é apenas parte do que pode e deve ser feito, se a escola
participar na vida.