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  • Guia Prticoda Habitao

    Ministrio da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Territrio

  • Guia Prticoda Habitao

    Ministrio da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Territrio

  • ttulo Guia Prtico da Habitao (edio revista e aumentada)

    Edio instituto da Habitao e da Reabilitao urbana, i.P.

    PRoduo direco de informao, Estudos e Comunicaodepartamento de Relaes internacionais, Comunicao e divulgao

    autoRia ashif Juma lvaro Manso (arranjos exteriores)

    REviso dE tExto

    Maria Joo MartinsFotoGRaFias E dEsEnHos

    sandra BentodEsiGn GRFiCo

    www.tvmdesigners.pt

    instituto da Habitao e da Reabilitao urbana i.P., 2010

    iHRu instituto da HaBitao E da REaBilitao uRBana, i.P.

    sede: avenida Columbano Bordalo Pinheiro, n.o 5 1099-019 lisboatel. 21 723 15 00 i Fax 21 726 07 29

    delegao: Rua d. Manuel ii, n.o 296, 6.o andar 4050-344 Portotel. 22 607 96 70 i Fax 22 607 96 79

    siPa sistema de informao para o Patrimnio arquitectnicoForte de sacavm, Rua do Forte do Monte Cintra 2685-141 sacavmtel. 21 942 77 80 i Fax 21 942 77 89

    linha verde 800 201 684 i e-mail: [email protected] i www.portaldahabitacao.pt

  • 5i n t R o d u o

    Introduo

    adquirir uma casa representa, normalmente, o maior investi-mento de uma vida.

    nos ltimos anos, com a banalizao do conhecimento tornou- -se mais fcil o acesso informao, e o cidado comum tomou cons-cincia de diversos factores que podem influenciar a sua qualidade de vida e o seu consequente conforto.

    Moralizar e educar o mercado habitacional no sentido de no comprar gato por lebre e aconselhar na melhor escolha escolha racional o um dos objectivos deste guia.

    de facto, esta obra pretende ainda auxiliar e apoiar todos os inter-venientes no processo imobilirio, desde os tcnicos que aprovam os licenciamentos, promotores, projectistas, construtores e, por fim, todos aqueles que iro usufruir das condies de habitabilidade.

    Para os estudantes de arquitectura e engenharia esta obra pode servir de manual para consolidar e sistematizar algumas das matrias relacionadas com a construo de casas em Portugal.

    o Guia Prtico da Habitao direccionado a casas situadas em meios urbanos, sendo contudo, possvel adapt-lo para habita-es localizadas em zonas semi-urbanas e rurais.

    neste guia referem-se as tcnicas construtivas tradicionalmente utilizadas na construo de habitao em Portugal. assim, no se analisam, por exemplo, construes em prefabricado de madeira, mais utilizadas nos pases nrdicos, nem edifcios com a fachada em estruturas envidraadas, mais utilizadas entre ns na construo de escritrios, assim como as estruturas construtivas tradicionais em alvenaria de pedra.

    Houve a preocupao de referir alguns aspectos importantes no que diz respeito ao conforto ambiental e poupana de energia, nomeadamente em matria de legislao relacionada com a certifi-cao energtica, inseridos no captulo da Construo sustentvel

  • 6 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    que so tratados mais sistematicamente em manuais especficos, mas, ainda assim valorizados neste guia.

    no que respeita a indivduos com necessidades especiais ou deficincias apresentado um captulo referente a Acessibilidades nas habitaes e nas envolventes, que dever ser complementado, consultando a legislao e publicaes especficas sobre a matria. Convm, no entanto, salientar, que muitas das recomendaes neste mbito so teis para famlias com crianas, ou para pessoas com problemas de deslocao.

    Esta obra est subdividida em captulos, iniciando-se com O que deve saber antes de comprar casa nova. aqui pode encontrar os principais factores a que deve atender antes de adquirir casa nova, nomeadamente, a envolvente da habitao onde se salienta a loca-lizao dos edifcios, cuja segurana pode ser afectada quando se situam em leitos de cheia, prximos de declives ou em solos instveis. Para alm da localizao so abordadas as principais caractersticas que todos os compartimentos de uma casa devem ter, assim como as zonas comuns.

    a seguir, e complementarmente ao captulo anterior, em O que deve saber antes de comprar casa usada pode encontrar conselhos que decerto iro auxiliar na procura de casa usada, tais como detec-tar infiltraes que possam provocar problemas de humidade, assim como detectar anomalias nas canalizaes.

    se houver necessidade de fazer obras em casa consulte Obras em casa e ser elucidado sobre o melhor caminho que deve seguir.

    se necessitar de construir casa prpria e no tiver experincia no ramo, leia Construo etapa por etapa e, em catorze lies, ficar com uma ideia sobre os principais passos a seguir e assim, poder ficar apto a fiscalizar o desenvolvimento da obra.

    se tiver dvidas sobre o significado de algumas palavras usadas na construo, tais como aduela, algeroz, etc., consulte Aprenda a linguagem da construo.

    Em Quem quem na construo civil saber diferenciar um arvorado de um encarregado e ficar com uma noo sobre os pro-fissionais que constroem a sua casa.

  • 7no captulo Manuteno e patologias de uma casa descrevemos as principais no conformidades que pode encontrar numa habita-o, assim como as formas de as debelar.

    Referimos ainda algumas operaes de manuteno peridica que necessrio efectuar numa habitao, porque convm no esquecer que todos aqueles que utilizam uma casa tm direitos, mas tambm deveres.

    Fazemos referncia aos aspectos mais relevantes da Ficha tcnica da habitao que podero auxiliar os promitentes-compra-dores a realizar uma escolha consistente do bem imvel que vo adquirir.

    se necessitar de consolidar as ideias poder sempre consultar o RGEu Regulamento de Edificaes urbanas, decreto-lei n. 38382 de 7 de agosto de 1951, que contm um conjunto de regras e reco-mendaes para a construo e manuteno de edifcios.

    Para alm deste regulamento, existem outras normas e regu-lamentos aplicveis a certos locais e tipos de edifcios de que se salienta: As Recomendaes Tcnicas para Habitao Social, des-pacho n. 41/MEs/85 de 14 de Fevereiro (ii srie 3. suplemento). no texto so feitas algumas referncias que nos pareceram teis, mas que no dispensam o conhecimento da legislao especfica para cada caso.

    Esperamos que o nosso contributo permita melhorar a quali-dade de vida das pessoas e do mercado habitacional.

    Ashif Juma

    i n t R o d u o

  • 8 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    ndice

  • Introduo 3

    O que deve saber antes de comprar casa nova 8Enquadramento da habitao 9atributos gerais da habitao 16Espao de entrada e corredores 26Cozinhas 28salas 44Quartos 51instalaes sanitrias 58varandas e terraos 69Zonas comuns 71novo regulamento de segurana contra incndios 84

    O que deve saber antes de comprar casa usada 98Zonas comuns 99Principais factores a ter em conta quando procurar casa usada 101

    Como se l um projecto 104noes de projecto 105

    Construo etapa por etapa 114Como se desenvolve uma obra 115

    Quem quem na construo civil 128Profissionais da construo civil 129

    Aprenda a linguagem da construo 132Principais termos da construo civil 133

    Obras em casa 142Como contratar obras em casa 143

    Manuteno e patologias de uma casa 148Conservao e manuteno de uma casa 149

    Ficha tcnica da habitao 172Principais aspectos da ficha tcnica da habitao 173

    Acessibilidades 186novo regulamento da acessibilidade 187via pblica 187Edifcios 191

    A construo sustentvel 210Energias renovveis e o novo regulamento 211de certificao energtica

  • 10 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    O que deve saberantes de comprarcasa nova

  • 11o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    ENQUADRAMENTO DA HAbITAO

    o valor da casa est to dependente do stio como da casa em si. Quando decidir comprar casa no se fixe apenas nos atributos da habitao propriamente dita, mas tambm no conjunto de atributos que o stio deve compreender.

    Preste especial ateno aos seguintes aspectos:

    1. infra-estruturas;2. ordenao urbanstica;3. acessos virios;4. transportes colectivos;5. lugares de estacionamento pblicos;6. Proximidade de escolas, comrcio, jardins, etc.;7. Poluio sonora;8. Recolha de lixo;9. Espaos verdes.

    1. Infra-estruturasverifique se o local abasteci-

    do pelas principais infra-estrutu-ras tais como:

    Electricidade; abastecimento pblico

    de gua; Escoamento dos esgotos

    domsticos e pluviais (chuva) separados;

    linhas de telefone e acessibilidade de tv;

    abastecimento de gs (gs de cidade ou gs natural).

    DIsTRIbUIO DE EsGOTOs, GUA, ENERGIA E TElECOMUNICAEs

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    2. Ordenao urbansticaantes de comprar casa verifique se o edifcio est inconveniente-

    mente localizado, nomeadamente:

    Junto a leitos de rio e zonas de linhas de gua (podem estar sujeitos a inundaes);

    nas encostas ou declives instveis (em caso de derrocada ou escorregamento provocam danos irreversveis).

    Quando as distncias entre fachadas opostas dos edifcios in-ferior sua altura ou quando as janelas do edifcio esto localizadas predominantemente no quadrante norte, a exposio solar dimi-nuta, nomeadamente no inverno, pelo que estas situaes devero ser evitadas

    uma vista agradvel mar, espaos verdes e paisagens natural e urbana interessantes , proporcionar decerto um conforto visual

    muito apreciado, assim como uma valorizao da casa que pretende adquirir.

    jUNTO A ARRIbAs[DEsFAvORvEl]

    TERRENO COM REsIsTNCIA ADEQUADA[FAvORvEl]

    EM DEClIvEs ACENTUADOs [DEsFAvORvEl]

    NAs ENCOsTAs[DEsFAvORvEl]

    EsCOlAs

    EsPAOsvERDEs

    EsTACI

    ONAMEN

    TO

    TRANsPORTEsCOlECTIvOs

    ACEssO A sERvIOs EssENCIAis

  • 13o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    locais com uma densidade populacional elevada superior a 200 habitantes/km2 quando no rodeados de espaos verdes ou zo-nas suficientes amplas provocam, normalmente, distrbios nefastos aos moradores.

    verifique se o edifcio possui licena de habitabilidade (licena de utilizao para habitao).

    3. Acessos viriosum local com bons acessos um elemento que valoriza o imvel

    assim como proporciona grande conforto aos moradores.saiba quais os acessos aos principais eixos virios do local, tal

    como auto -estradas, itinerrios principais, vias rpidas, estradas nacionais, etc. afira ainda se o arruamento de acesso habitao permite a passagem adequada de viaturas e pees, isto , tenha uma largura superior a 5,50 m e 1,00 m de passeio.

    4. Transportes colectivosum local bem servido de transportes colectivos

    aquele em que a paragem de uma carreira regular no se encontra a uma distncia superior a 500 m.

    nas zonas urbanas verifique como est servi-do dos principais transportes colectivos, e quais os percursos que ter de realizar no quotidiano da sua famlia.

    5. lugares de estacionamento Em meio urbano com o uso crescente do automvel a garantia

    de existncia de parqueamento p-blico tornou -se num factor de grande conforto.

    verifique se no local fcil encon-trar espao para parquear o carro. se utilizar um veculo de duas rodas veri-fique se dispe de um local para o esta-cionar.

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    6. Proximidade de escolas, comrcio, jardins, etc.a proximidade da habitao s principais

    atraces da vivncia diria um factor impor-tante a analisar quando adquirir nova habita-o.

    uma casa bem localizada deve ter na sua proximidade:

    infantrio e ensino primrio; Comrcio local diversificado; Posto de correio ou marco de correio; Espaos verdes (em meio urbano) e jogos para crianas.

    dever tambm ter em conta a distncia a que se encontram: Centro de sade; Farmcia; Escola Preparatria e secundria; outros locais importantes para o seu quotidiano.

    7. Poluio sonorainforme -se se existem fontes de rudo na envolvente e no local

    que possam ser incomodativas para o seu bem -estar, tanto durante o dia como durante a noite.

    8. Recolha de lixoa recolha de lixo um sinto-

    ma de evoluo da zona, pelo que dever aferir se este servio as-segurado diariamente e verificar a limpeza dos locais de recolha.

    PlsTICO vIDRO PAPEl

  • 15o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    9. Espaos exteriores pblicoso valor do stio o valor do enquadramento e da qualidade de

    vida que se usufrui. Para isso contribui o valor da paisagem e da quali-dade do espao exterior. Este no pode ser valorizado objectivamen-te. H que estar atento qualidade de vida de que se pode usufruir e s estruturas e componentes bsicas que o espao exterior (localiza-do) pode oferecer.

    a proximidade e a possibilidade de utilizao de um jardim, um espao verde, uma praceta ajardinada ou um parque urbano so de-terminantes para a nossa qualidade de vida.

    Parques infantisassegure -se que nos recintos de recreio, o piso e os aparelhos existentes respondem aos requisitos e normas de segurana ne-cessrios boa utilizao do espao.o parque infantil importante para o desenvolvimento psicomo-tor do seu filho e os desa-fios que os equipamentos lhe proporcionam devem estar de acordo com a ida-de do praticante. o parque deve ter bem assinalado os escales etrios a que se destina e a sinaltica mar-car as reas destinadas.

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    reas de recreio e lazera humanizao do espao pblico tambm passa pela criao de espaos de recreio e lazer.Estes espaos devem apresentar diferentes ofertas e desafios,

    destacando -se, como as mais impor-tantes para o convvio, as zonas de estar com conforto micro -climtico, as reas para desportos informais, os terreiros para jogos tradicionais (chin-quilho, malha...), bem como outros ti-pos de recreio activo ou passivo.

    Pracetas ajardinadasEm reas densamente construdas e habitadas, onde no poss-vel haver jardins, importante a existncia de, pelo menos, pra-cetas ajardinadas.as pracetas ajardinadas, na proximidade da habitao, oferecem o convvio com amigos, os jogos tradicionais, a descompresso ao fim da tarde numa noite de vero, o recreio prximo, brinca-deiras quando as crianas ou os pais no tm autonomia para se deslocarem ao parque ou jardim distante.

    Espaos ajardinados, jardins e parques urbanoso contacto directo com a natureza determinante para a nossa qualidade de vida. os ciclos de vida, o correr das estaes, as co-res, as formas, os aromas, as componentes estticas do jardim so to importantes como a sade do nosso corpo. a comunho com a natureza tem um efeito tranquilizador no homem.os espaos ajardinados so um valor. a empatia com a natureza determinante para o homem e exerce uma notvel influncia sobre a alma e o nosso estado de esprito.

  • 17o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    Condomniosavalie a sustentabilidade do espao exterior do condomnio. Per-ceba que um local s caractersticas ecolgicas do stio tem me-nores custos de manuteno e conservao. o uso de materiais inertes nacionais (exemplo: pedra de calcrio ou granito) de mais fcil aquisio no mercado nacional e, em caso de necessi-dade, de substituio.

    o emprego da vegetao mediterrnica tambm determinan-te para que no disparem os consumos de gua para rega, nem os custos de jardinagem necessria manuteno do jardim. Para alm das questes anteriores, os jardins de condomnio privado devero ser dimensionados e projectados para poderem supor-tar a utilizao simultnea por, pelo menos, 30% dos habitantes.assim, certifique-se sobre o nmero de habitantes e veja se as re-as do jardim utilizveis (e no de enquadramento) piscinas, cam-po de jogos podem suportar a sua utilizao sem se degradarem. informe -se sobre o seu impacto nos custos de condomnio.

    Piscinasveja a localizao da piscina, o grau de insolao, a sua exposio e orientao, bem como se o solrio estar bem dimensionado para o nmero previsto de utentes.Por questes de segurana, as piscinas das crianas devem ter um afastamento mnimo de 7 m da dos adultos. Estas piscinas devem ter um tratamento de gua diferenciado e separado do dos adultos.

  • 18 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Certifique -se que o tratamento da gua das piscinas seguro e que combate todo o espectro de bac-trias. as piscinas e solrios deve-ro beneficiar de radiao solar di-recta (importante pela vitamina d, especialmente para as crianas).os solrios e os pisos prximos das piscinas devem ser anti--derrapantes. dever ser acautelada a segurana ao redor do plano de gua, ao longo de todo o ano e deve ser reforado, prin-cipalmente, na poca estival.

    ATRIbUTOs GERAIs DA HAbITAO

    Orientao dos fogoso nosso pas caracterizado por um clima temperado onde os

    locais expostos nos diversos quadrantes tm as seguintes particula-ridades:

    sul: exposio solar durante todo o ano, sendo confortveis no vero e no inverno;

    Norte: exposio solar fraca, sendo muito frios no inverno e frescos no vero;

    Nascente: exposio solar durante a parte da manh; Poente: exposio solar durante o perodo da tarde sendo

    muito quentes no vero.

    CAsA COM ORIENTAO NAsCENTE / POENTE

  • 19o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    A exposio solar de uma casa condiciona o seu conforto

    Norte: lado pouco exposto ao sol, frio no inverno, humidades.Este: alguma exposio solar, quando em posio baixa. local muito fresco no inverno mas bastante agradvel no vero.sul: o melhor lado da casa, proporciona uma boa insolao. Be-neficiaro do sol em posio baixa no inverno. utilizar protec-es solares do tipo: palas, telheiros, e outros obstculos de origem natural por forma a que o sol no vero, em posio alta, no aquea demasiado a casa.Oeste: local poente, nos perodos da tarde e insolado pelo sol quando este se encontra em posio baixa. localizao ideal para plantar rvores.

    sUGEsTEs PARA ORIENTAO DAs DIvIsEs DE UMA CAsA

    oficinaateliGinsio solrioEntradavestirioCozinha/copaQuarto de hspedesinstalaes sanitrias

    GaragemdespensaZonas frias

    PiscinaQuartosZonas de refeiesterraos e varandasvestbulo de entrada

    EscadasEscritrioBibliotecaCirculaesZonas sociaisvarandas e terraos

  • 20 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    P -direitonos projectos de construo a altu-

    ra entre o pavimento e o tecto denomina--se p -direito livre. o Regulamento Geral das Edificaes urbanas (RGEu) deter-mina que a altura mnima de p -direito livre em edifcios destinados a habitao com tectos horizontais de 2,40 m, sen-do aconselhvel 2,60 m.

    Excepcionalmente, em despensas e arrecadaes, instalaes sanitrias e circulaes, ser admissvel que se re-duza a 2,20 m.

    Porta de entrada do fogoas habitaes devem ser concebidas de modo a proporcionar

    uma adequada segurana aos moradores, nomeadamente, contra intruses indesejveis.

    os pontos vulnerveis de uma porta convencional so:

    dobradias; Fechadura; Elementos situados na zona superior e na zona inferior da

    fechadura.

    as portas de madeira devero ter espessura e resistncia suficientes.

    as portas com estrutura interna mais ligeira com favos de madeira reforados tornam -se ina-dequadas quando aplicadas na porta de entrada.

    Em termos de segurana, a melhor soluo passa pela utilizao de portas blindadas com chapa de ao e acabamento superficial em ambas as faces. se o acabamento for em madeira ter o aspecto de uma boa porta macia.

    P

    -diR

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    E

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  • 21o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    a qualidade de uma porta de segurana blindada est relaciona-da com as seguintes caractersticas:

    nmero de pontos de cravamento (tranca vertical e horizontal);

    Qualidade da fechadura; Fixao do aro com as dobradias (soluo ideal o aro

    ser incorporado na parede aquando da execuo da obra).

    Potncia elctricasegundo as necessidades de cada consumidor podem ser con-

    tratadas entidade fornecedora de energia, as potncias de baixa tenso a seguir indicadas:

    instalaoamperes (a)

    monofsica (kva) trifsica (kva)

    1,1 5

    6,6 10

    3,3 9,9 15

    13,2 20

    16,5 25

    6,6 19,8 30

    26,4 40

    9,9 45

    33,0 50

    39,6 60

    o encargo para o consumidor tanto maior quanto maior for a potncia disponvel, potncia essa que deve variar de acordo com o tipo de habitao, ou seja dos aparelhos fortemente consumidores de electricidade (foges e aquecedores elctricos, mquinas de la-var e principalmente arcas e frigorficos) j que a potncia necessria iluminao diminuta.

  • 22 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Caixilhariaos caixilhos devem apresentar as seguintes caractersticas: Estanquidade chuva e ao vento; isolamento trmico e acstico; Resistncia corroso.

    a estanquidade ao ar e chuva consegue -se principalmente pela utilizao de vedantes adequados.

    o aumento do isolamento trmico consegue -se principalmente com a utilizao de vidros duplos.

    Para se obter um bom isolamento acstico o caixilho deve ser cuidadosamente analisado tendo presente os seguintes factores:

    tipo de material usado na construo do caixilho (alumnio, PvC, madeira, etc.);

    Existncia ou no, no caixilho, de elementos amovveis (quanto menos aberturas melhor);

    utilizao de vidros duplos ou muito espessos (quanto mais melhor).

    um vidro de 4 mm pouco atenua o rudo. se utilizarmos o mesmo caixilho com um vidro duplo de 4 mm, o isolamento acstico subs-tancialmente superior.

    Hoje em dia, os caixilhos so normalmente fabricados em alum-nio ou PvC, estando em desuso a utilizao de caixilhos em madeira ou em ferro, devido conservao peridica de que estes materiais necessitam.

    o alumnio pode ser protegido por anodizao ou lacagem pelo que comummente designado de alum-nio anodizado ou alumnio lacado.

    possvel medir o grau de pro-teco de anodizao em mcrons, sendo recomendvel uma proteco superior a 15 mcrons.

    vidRo duPlo

    Caixa dE aR

    CaixilHo

    vEdantE

    PEdRa dE REMatE

    tEla iMPERMEvEl

    isolaMEnto tRMiCo PElo ExtERioR

  • 23o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    a lacagem o tipo de proteco de alumnio que permite aos projectistas uma maior opo de cores. tem a desvantagem de ter um custo superior ao da anodizao.

    Recentemente a utilizao de caixilhos em PvC tem tido larga aceitao devido s caractersticas de ausncia de manuteno, du-rabilidade, bom isolamento trmico e acstico e boa resistncia corroso.

    apresenta -se, de seguida, um quadro com as principais vantagens e desvantagens de cada um dos materiais na execuo de caixilharias:

    materiais vantagens desvantagens

    Madeira aspecto agradvel Pouca condensao

    superficial Permite ventilao natural

    Exige conservao Estanquidade deficiente

    ao vento e chuva Custo elevado

    alumnio no exige manuteno cuidada

    Preo competitivo

    limpeza regular Bom isolamento s com

    vidros duplos Condensaes superficiais

    Ferro Grande resistncia Preo competitivo

    isolamento deficiente Manipulao ruidosa obriga a manuteno

    regular

    PvC Bons isolamentos trmico e acstico

    aspecto atraente Pouca manuteno

    oneroso descolorao da superfcie

    CAIxIlHARIA EM AlUMNIO CAIxIlHARIA EM PvC

  • 24 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Tubagens de guaas canalizaes que se utilizam na distribuio de gua num edif-

    cio devem ser robustas, silenciosas e resistentes corroso. durante muitos anos o principal material de aplicao foi o ferro galvanizado, utilizando -se ainda em menor escala as tubagens em cobre e em ao inoxidvel.

    Recentemente, o aparecimento dos materiais sintticos, no-meadamente, o polietileno reticulado, vulgarmente designado por PEx, tem tido grande aceitao, devido a factores de ordem tcni-ca e econmica.

    Este sistema tem como base o sistema de enfiamento da tuba-gem numa manga, podendo enfiar ou desenfiar aquando da eventual ruptura.

    CAIxA DE TERMINAIs PEx

  • 25o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    tipo de tubagem vantagens desvantagens

    tubo em ferro galvanizado

    Economia Existe pessoal especializado Possui diversidade

    de acessrios Facilidade de execuo

    Fcil corroso Colocao morosa obrigatrio isolar tubo

    de gua quente Ruidoso sem acessibilidade

    tubo de cobre

    no corrosivo vida til longa

    Preo elevado Exige pessoal especializado sem acessibilidade Execuo onerosa

    tubo em ao inoxidvel

    no corrosivo vida til longa

    Preo elevado no existe variedade

    de acessrios sem acessibilidade Execuo onerosa

    Polipropileno Boa resistncia a altas temperaturas

    Evita rudos no h risco de corroso

    Preo elevado sem acessibilidade

    PEx no necessita de isolamento na tubagem de gua quente

    Evita rudos substituvel sem necessidade

    de demolies vida til longa

    Mais oneroso que a tubagem metlica

    Possibilidade de ruptura por perfurao quando a tubagem colocada no pavimento

    tubo em chumbo

    no h vantagens Este tipo de tubagem pode prejudicar a sade pelo que dever ser substitudo

  • 26 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Estores e portadas(interiores e exteriores)o obscurecimento total da luz solar pode ser efectuado por es-

    tores ou por meio de portadas.devem apresentar resistncia adequada e durabilidade satisfa-

    tria face s solicitaes a que estes elementos esto sujeitos.admitem -se como solues adequadas as seguintes:

    Enrolveis em rguas horizontais em PvC rgido ou em alumnio;

    Portadas em madeira; Estores exteriores com lminas horizontais.

    os estores com lminas horizontais admitem regular a sua orientao permitindo uma boa entrada de luz natural e maior con-forto.

    Para um adequado conforto trmico e acstico os estores en-rolveis em alumnio podem ter incorporado um isolamento ade-quado.

    a manobra dos estores enrolveis pode ser efectuada manu-almente por meio de fita, manpulo indicado para vos grandes ou por meio elctrico estores elctricos.

    PORTADAs EsTOREs

  • 27o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    Aquecimentoa instalao de aquecimento numa habitao tem como prin-

    cipal objectivo elevar a temperatura interior dos compartimentos fechados para um nvel superior ao do exterior, sendo aceitvel um valor que ronde os 21 C a 1,70 m de altura.

    o sistema de aquecimento pode ser:

    Central; individual.

    o sistema de aquecimento central caracteriza -se pelo facto de existir um produtor de calor por exemplo, caldeira que alimen-ta posteriormente, em circuito fechado, todos os compartimentos da habitao.

    o sistema de aquecimento individual aquele em que cada com-partimento aquecido independentemente dos outros.

    a distribuio pode ser efectuada por intermdio de equipamen-to, nomeadamente, radiadores, convectores ou painis radiantes.

    RADIADOR

    CAlDEIRA CIRCUITO DE DIsTRIbUIO DE GUA QUENTE

    CIRCUITO DE AQUECIMENTO

    TOAlHEIRO

  • 28 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    os radiadores emitem o calor por convexo ou radiao, existindo no mercado nacional inmeros modelos de dimen-ses variadas sendo normal-mente constitudos em ferro ou alumnio.

    o melhor local para a sua ins-talao por baixo das janelas ou em parede de pouca insolao.

    os convectores elctri-cos empregam a electricidade para produzir calor pelo que ne-cessitam simplesmente de uma tomada de electricidade para funcionarem.

    nas casas de banho muito usual a utilizao de radiadores elctricos de infravermelhos fixados parede. de notar que o aquecimento elctrico, embora muito utilizado, mais caro em ter-mos de consumo energtico.

    o aquecimento do ambiente interior por painis radiantes caracteriza -se por utilizar as grandes superfcies que limitam um compartimento tectos, parede e pavimentos para irradiar, por intermdio de painis emissores, um calor radiante.

    EsPAO DE ENTRADA E CORREDOREs

    o espao de entrada de uma habita-o, quando individualizada, designada por hall ou vestbulo de entrada.

    os corredores destinam -se essencial-mente circulao, no entanto podem ser aproveitados para arrumao (estantes e armrios).

    RADIADOR A GUA QUENTE

    RADIADOR ElCTRICO TOAlHEIRO ElCTRICO

    HAll DE ENTRADA DE HAbITAO

  • 29o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    Estes espaos, que permitem a transio entre o exterior e os diversos compartimentos da habitao, devem dispor das seguintes caractersticas:

    iluminao natural, por meio de janelas, ou atravs dos envidraados das portas que comuniquem com a sala e a cozinha;

    a rea mnima do hall de entrada deve ser de 1,20 x 1,40 m, sendo recomendvel uma superfcie superior;

    Quando a soleira da porta de entrada est desnivelada permite evitar entradas de sujidade e guas do exterior;

    os corredores devem ter uma largura superior a 1,10 m.

    no que se refere aos revestimentos destas zonas, so aceitveis os seguintes acabamentos:

    Tectosos tectos do vestbulo e dos corredores podem ser estucados e pintados a tinta plstica, complementados por sanca em gesso trabalhado.Para conferir alguma sumptuosidade a esta zona devem colocar- -se tectos falsos em rgua de madeira ou em placas de gesso car-tonado com iluminao embutida.

    intERioR do FoGo Zona CoMuM

    PORTA DE ENTRADA sOlEIRA EM PEDRA

    DEsNvElNECEssRIO

    PORTA EM CONTACTO COM A zONA COMUM HAll DE ENTRADA

  • 30 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Paredesas paredes so normalmente estucadas e pintadas a tinta plsti-ca, podendo ter, ainda, um lambril em azulejo ou madeira.

    Pavimentos a zona de maior desgaste da habitao devendo o pavimento ser resistente e antiderrapante.

    EscadasQuando a habitao se desenvolve em mais do que um piso,

    importante salvaguardar os seguintes aspectos relacionados com a segurana dos utilizadores:

    a largura mnima da escada deve ter entre 80 e 90 cm;

    os degraus devem ter uma profundidade de 25 cm e uma altura de 19 cm;

    a escada deve ter corrimo; Por questes de segurana

    desaconselhvel que a ligao entre pisos se faa exclusivamente por uma escada de caracol estreita;

    aconselhvel que o cobertor do degrau seja antiderrapante.

    COzINHAs

    a cozinha assume grande importncia na avaliao da qualidade de uma casa j que se trata de um compartimento onde as pessoas esto, em mdia, duas ou trs horas, quando se encontram em casa.

    Para avaliar a qualidade da cozinha, o comprador da habitao dever prestar especial ateno aos seguintes aspectos:

    CObERTOR

    EsPElHO

  • 31o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    1. orientao, rea, circulao e disposio da cozinha;2. tampo de trabalho, lava -louas e fogo;3. acabamento de paredes, pavimentos e tectos;4. arrumos e espaos para instalar electrodomsticos;5. iluminao e potncia elctrica;6. sada de fumos e vapores;7. Equipamentos de aquecimento.

    1. Orientao, rea, circulao e disposio da cozinha

    Orientaoa prtica demonstra que a orientao que melhor se adapta localizao de uma cozinha quando esta se situa no quadrante norte/Este, uma vez que as melhores orientaes Este/sul/oes-te sero mais bem aproveitadas para a sala e para os quartos.

    reaa rea mnima deste compartimento deve ser avaliada em fun-o do nmero de pessoas que a utilizam diariamente. independentemente das solues do tipo kitchenette, a rea m-nima que dever ocupar a cozinha de 6 m2.a dimenso e a configurao deste compartimento devero ser consonantes com os hbitos da famlia.

    NORTE

    sUl

    OEsTE EsTE

    REA: 3 x 2 = 6m 2

  • 32 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    CirculaoPara um bom funcionamento, a cozinha deve ter:

    ligao directa com a porta de entrada da habitao; ligao directa com um espao de refeies formal

    (sala de jantar); Espao para tomar refeies informais (dirias); Zona anexa para lavagens (lavar, secar e passar a ferro).

    DisposioRegra geral os elementos que compem uma cozinha podem ser agrupados da seguinte forma:

    COzINHA EM lINHA COzINHA EM PARAlElO COzINHA EM FORMA DE l COzINHA EM FORMA DE U

    Em linha; Em paralelo;

    Em forma de l; Em forma de u.

    as cozinhas bem estruturadas dispem normalmente de cinco zonas funcionais com interligao entre si:

    Zona de armazenagem e conservao de alimentos (despensa e frigorfico);

    Zona de preparao de alimentos (tampo de trabalho); Zona de cozedura (fogo); Zona de limpeza e lavagem (lava -loua); Zona de armazenamento de utenslios (mveis de cozinha).

  • 33o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    2. Tampo de trabalho, lava -louas e fogo

    Tampo de trabalho imprescindvel que tenha: Boa iluminao (natural

    e artificial); duas a trs tomadas de

    electricidade a 30 cm do tampo para ligao de pequenos electrodomsticos (cafeteiras, batedeiras);

    Estar prximo do lava -loua e do fogo/forno; uma profundidade de 60 cm, um comprimento superior

    a 90 cm; um tampo de pedra natural (granito ou mrmore) ou

    termolaminado, ou de materiais prensados base de resinas e pedra, tais como o Corian, Silestone, etc.;

    uma pea de proteco entre o tampo e a parede para evitar infiltraes de gua para os mveis inferiores.

    lava -louaos lava -louas podem ter uma ou duas cubas com ou sem escor-redor e podem ser fabricadas em ao inoxidvel, plstico, pedra natural, Silestone e Corian.as principais caractersticas dos lava -louas so:

    a ordem lgica das operaes que se realizam nesta zona da direita para a esquerda, sendo, por isso, aconselhvel que a cuba do lava -louas se situe no centro, com o escorredor no lado esquerdo, colocando -se no lado oposto a bancada de trabalho.

    o escorredor deve possuir uma ligeira inclinao por forma a escoar as guas para a zona da cuba.

  • 34 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    ao inoxidvel

    a maioria dos lava-louas so feitos deste material devido ao seu baixo custo, grande resistncia e pela variedade de dimenses e modelos existentes no mercado.

    na colocao podem ser encastrados na parede ou pode optar-se pela colocao com uma pestana sobre o mvel.

    o grande inconveniente o som metlico que produz quando batido pela gua.

    aconselhvel a utilizao de ao-inox, relao cromo-nquel 18/10 e com uma espessura de oito dcimas.

    Porm, e por razes de custo, normalmente aplicado o ao inox com uma relao de 18/10 mas com uma espessura inferior a oito dcimas.

    plstico normalmente so de polietileno ou polister reforados com fibra de vidro.

    so de grande resistncia ao uso e inalterveis presena de produtos qumicos.

    so de custo elevado e reduzida variedade disponvel no mercado.

    Relativamente ao lava-loua de ao inoxidvel, este tem vantagem devido ao seu aspecto esttico e, ainda, ausncia de rudo no seu uso.

    pedra natural

    ultrapassados, estes foram utilizados durante muitos anos.

    Eram fabricados em mrmore, com grande resistncia e uma vida quase ilimitada.

    s se utilizam hoje em dia para efeitos decorativos, tendo como grande inconveniente o elevado peso, o que dificulta muita a sua colocao.

  • 35o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    comum haver um recipiente ou um espao para a recolha de lixo localizado sob o lava -loua.

    algumas autarquias tm pro-porcionado aos seus muncipes es-quemas de separao dos diversos tipos de lixo, fornecendo invlucros e sacos para tal fim, pelo que facili-tar a previso de espao adequado para o seu armazenamento.

    a instalao de trituradores de lixo acoplados ao lava -louas permite a reduo drstica de lixo orgnico restos de alimentos permitindo a sua conduo directa e fcil para o esgoto.

    Fogoa localizao do fogo deve obedecer s seguintes exigncias:

    no deve estar encostado ao frigorfico ou outro equipamento sensvel a altas temperaturas;

    deve estar separado, pelo menos, 60 cm do lava -loua.

    Com o intuito de melhorar os espaos, foram introduzidas no mercado placas de fogo colocadas na bancada de trabalho.as placas podem ser:

    vitrocermicas e induo; Mistas;

    Elctricas; Gs.

    o acabamento da placa pode ser de chapa esmaltada ou ao inox, tendo esta ltima uma durabilidade ilimitada.

    TRITURADOR DE lIxOsEPARADOR DE lIxO

    ElCTRICAs Gs vITROCERMICAs E INDUO

  • 36 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    3. Acabamento de paredes, pavimentos e tectos

    Paredesde acordo com os regulamentos da construo, as paredes das cozinhas devem ser revestidas com materiais impermeveis e resistentes aos detergentes, com uma altura nunca inferior a 1,50 m.Com o melhoramento global da qualidade da habitao, o reves-timento final das paredes da cozinha termina no tecto propor-cionando, desta forma, uma melhor higiene do local.tradicionalmente as paredes das cozinhas so revestidas com os seguintes materiais:

    Azulejocermicovantagens: fcil limpeza; fcil substituio; econmico.desvantagens: obriga a limpeza peridica das juntas entre os mesmos.

    Mrmorevantagens: qualidade superior; durabilidade.desvantagens: caro; difcil substituio.

    Granitovantagens: qualidade de luxo; durabilidade.desvantagens: muito caro; difcil substituio.

    Pinturasvantagens: econmico; fcil execuo.desvantagens: conotado com habitao modesta, maiores cuidados de limpeza.

  • 37o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    Pavimentoso revestimento do piso da cozinha no deve ser escorregadio para que possa proporcionar uma maior segurana aos seus uti-lizadores. aconselhvel que o piso da cozinha esteja 1 cm abaixo dos res-tantes espaos contguos, por forma a minimizar estragos em caso de inundaes.

    admitem -se como aceitveis os seguintes acabamentos de pisos nas cozinhas:

    Mosaicos e ladrilhos cermicos; Mosaicos e ladrilhos hidrulicos; Pedra natural (granito, mrmore, moleanos, lioz ,etc.).

    GRANITOs MRMOREs

    PROTECO CONTRA zONAs HMIDAs

    vEstBuloCoZinHa

    PORTA

    DEsNvEl DE 1 cm

  • 38 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    o pavimento em pedra natural aplicado em habitaes de aca-bamentos mais requintados. tem a desvantagem de ser mais oneroso e mais frio no inverno., no entanto, um material de grande resistncia e de limpeza f-cil, e de manuteno quase inexistente.as pedras que melhor resistem so o granito, a lioz e os mrmo-res. as dimenses no devem ser superiores a 60 x 60 cm, com acabamento polido ou amaciado.

    Tectosnormalmente, os tectos das cozinhas so acabados em estuque com uma pintura final.

    aconselhvel, no sentido de evitar patologias no futuro, que esta pintura seja efectuada com tinta antifungos que proporciona um acabamento acetinado facilmente lavvel, e permite ainda uma alta resistncia aos fungos;

    nos casos em que haja necessidade de colocar iluminao embutida nos tectos comum executar tectos falsos em placas de gesso cartonado com acabamento em pintura.

    4. Arrumos e espaos para instalar electrodomsticos

    Arrumosa localizao da despensa e do frigorfi-co ser tanto mais prtica quanto estiver junto porta de acesso da cozinha, para permitir um rpido transporte, descarga e arrumo.a porta da despensa deve ter uma largura mnima de 60 cm, sendo recomendvel 70 ou 80 cm e abrir para fora. recomendvel que a rea da despensa seja superior a 1,20 m2 (1,00 m x 1,20 m = 1,20 m2).

    50 cm

    60 cm

    30 cm

  • 39o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    as prateleiras das despensas so normalmente fabricadas em madeira natural, termolaminado ou MdF, com largura de 60 cm (prateleiras inferiores) e 30 cm (prateleiras superiores). o espa-o entre prateleiras dever ter no mnimo 50 cm.Para o armazenamento de garrafas, as despensas devem ter gar-rafeiras executadas em material cermico ou plstico.

    Armrios de cozinhaos materiais tradicionalmente utilizados na fabricao dos m-veis de cozinha so:

    Madeira macia; aglomerados ou MdF folheado; termolaminado ou Postforming.

    Madeiramaciaapresenta as desvantagens de ser sensvel a variaes de temperatura e de estar sujeita a eventuais empenos quando em contacto com a gua.

    AglomeradosouMDFfolheadoQuando no protegidos correctamente podem sofrer as vicissitudes da humidade e da rpida deteriorao. tem a vantagem de ser mais econmico do que outros materiais usados no fabrico dos mveis de cozinha.

  • 40 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    TermolaminadoouPostforming o material por excelncia na fabricao dos mveis de co-zinha. apresenta grande resistncia aos impactos, humidade e manchas tendo ainda uma inigualvel dureza comparativa-mente com outros materiais.

    os mveis superiores e inferiores da cozinha devero ter as se-guintes dimenses:

    os armrios superiores so menos profundos do que os inferiores, porque a diferena facilita o acesso por parte do utilizador;

    o rodap do mvel deve ser colocado ligeiramente recuado, permitindo ocultar os ps amovveis do mvel, promovendo ainda um melhor acabamento desta zona.

    Espaos para instalar electrodomsticosdevem ser previstos os seguintes espaos para a instalao e uso adequado dos equipamentos de cozinha:

    equipamento largura profundidade altura

    Frigorfico 60 cm 60 cm 1,45 a 1,70 m

    Fogo 60 cm 60 cm 80 a 90 cm

    Mquina de lavar roupa

    60 cm 55 a 60 cm 80 a 90 cm

    Mquina de lavar loia

    60 a 70 cm 55 a 60 cm 80 a 90 cm

  • 41o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    5. Iluminao e instalao elctrica

    Iluminaouma cozinha deve dispor de iluminao natural (luz solar) e arti-ficial (electricidade).a iluminao natural a mais indicada para os trabalhos que se desenvolvem na cozinha nomeadamente, por factores de ordem econmica e psquica, sendo imprescindvel que este espao te-nha janelas para o exterior.no entanto, a utilizao de luz artificial sempre indispensvel devido utilizao nocturna da cozinha, pelo que deve ser pre-vista a iluminao mais adequada, nomeadamente com lmpa-das fluorescentes ou de halogneo localizadas nas reas de tra-balho, fogo, bancada e tampo.os materiais de acabamento que revestem a cozinha so outro dos factores a ter em ateno no estudo desta rea, devido re-flexo que podem produzir.assim, o acabamento das paredes com azulejo branco, estuque ou pintura de esmalte possui um coeficiente de reflexo de 80%.um ladrilho cermico azul ou vermelho s possui uma reflexo que varia entre 20 e 30%, pelo que no recomendvel a sua apli-cao quando a luz natural no abundante.uma cozinha considera -se iluminada naturalmente, de uma for-ma equilibrada, quando as reas das janelas (vos) representam entre 1/4 e 1/5 da rea total.

    MQUINA DE lAvAR lOIAFOGO MQUINA DE lAvAR ROUPAFRIGORFICO

  • 42 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Electricidade e potnciaos principais equipamentos instalados na cozinha so alimenta-dos a gs ou a electricidade.

    os frigorficos ou as arcas congeladoras requerem somente uma tomada de corrente rede elctrica e uma potncia que varie entre 100 e 400 W;

    Por razes de segurana, importante verificar se a mquina de lavar roupa e a de lavar a loua tm ligao terra. tambm o quadro elctrico deve estar preparado com um fusvel de 16 amperes e com uma potncia disponvel de 200 a 300 W;

    no que se refere ao forno e ao fogo, estes podem ser alimentados a gs ou a electricidade.

    a potncia elctrica para estes equipamentos deve rondar os 800 a 3000 W.

    6. sada (extraco) de fumos e vaporesos fumos e vapores de gua produzidos na cozinha podem ser

    extrados de trs formas distintas:

    Extraco natural por meio de chamin tradicional (trmica); Extraco artificial (mecnica); Extraco mista (natural e artificial).

    na extraco natural, os vapores produzidos pelo fogo so canalizados para o exterior por meio de um apanha fumos ou por uma conduta com uma tubagem vertical.

    no caso da extraco mecnica, a evacuao dos fumos viciados efectuada por meio de um extractor ventilador colocado no topo da chamin ou, ainda, utilizando um exaustor colocado junto ao apanha fumos Hote.

    ExTRACO NATURAl

  • 43o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    Quando a sada dos fumos se faz mecanicamente, essencial prever uma abertura para o exterior, que promova a entrada de ar puro para compensar o ar viciado extrado.

    7. Equipamentos de aquecimentoExistem vrios tipos de equipamentos de aquecimento, nomea-

    damente para o aquecimento das guas de instalaes sanitrias da cozinha, assim como do aquecimento central, dos quais podem destacar -se os seguintes:

    Equipamentos de aquecimento instantneo:

    Esquentador a gs; Caldeira a gs.

    Equipamentos de aquecimento cumulativo:

    termoacumuladores a gs; termoacumuladores elctricos; Painis solares.

    ExTRACO MECNICA

    CAlDEIRA

  • 44 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    equipamento vantagens desvantagens

    Caldeiras Bom rendimento aquecimento simultneo

    da gua e do ambiente Pouco espao

    ventilao do local e chamin

    instalao por tcnico especializado

    Poluente

    Esquentadores Pouco oneroso Montagem simples Pouco espao sem isolamento trmico

    Pouco rendimento Fornece gua a uma

    temperatura fixa, varivel apenas com o caudal

    ventilao do local e chamin para extraco de gases

    Poluente no atinge temperaturas

    superiores a 65

    termo- -acumuladores

    Comodidade instalao simples sem chamin automtico temperaturas superiores

    a 50 Econmico (na tarifa

    nocturna) sem ventilao do local

    Manuteno cara Electricidade mais cara

    que o gs antieconmico se

    o consumo for superior a 150 litros

    Potncia mnima de 3 Kw tempo excessivo de

    reciclagem de gua quente Espao para instalao isolamento trmico

    Colectores solares

    Baixo consumo no poluente

    insuficiente, por si s, necessita de complemento tradicional

    instalao por tcnico especializado

    Espao para instalao

    a opo entre equipamentos de aquecimento instantneo e cumulativo depende de vrios factores. Cada um dos sistemas tem vantagens e desvantagens, das quais realamos:

  • 45o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    tipo vantagens desvantagens

    Equipamento de aquecimento instantneo

    aquecimento praticamente instantneo

    a temperatura da gua inversamente proporcional ao caudal (maior temperatura, maior caudal)

    de dimenses reduzidas

    dificilmente atinge temperaturas superiores a 70 C

    Rendimento baixo

    Equipamento de aquecimento cumulativo

    temperatura uniforme, independentemente do caudal

    Consumo mais econmico

    Grandes espaos para a sua colocao

    a potncia do acumulador limita o tempo de aquecimento

    a quantidade de gua disponvel disponibilizada em funo do volume do depsito

    8. Torneirasas torneiras podem ter diversas designaes de acordo com o

    seu funcionamento, podendo sistematizar-se :

    torneiras independentes de gua fria e quente; torneiras misturadoras e monoblocos; torneiras monocomando ou termostticas.

    nas torneiras misturadoras tradicionais, a temperatura de gua conseguida pelos movimentos executados nos manpulos de gua quente e fria.

    TORNEIRA MIsTURADORA MONOblOCO

    TORNEIRAs DE GUA QUENTE E FRIA

    TORNEIRA MONOCOMANDO

  • 46 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    as torneiras monobloco, evoluo da misturadora tradicional, permitem, com um s manpulo, a mistura de gua quente e fria.

    o ltimo desenvolvimento tecnolgico introduziu a torneira monocomando, que com um nico manpulo, movimentado em di-versas posies, regula o fluxo, a temperatura, a abertura e o fecho.

    Por fim, as torneiras termostticas permitem, por incorporao de um dispositivo, a regulao prvia da temperatura desejada.

    verifique sempre o funcionamento de todas as torneiras.

    sAlAs

    as salas sala de estar, sala de jantar e sala comum fazem par-te do que normalmente se designa a zona social de uma habitao, por nela se desenvolverem actividades to diversas como convvio, lazer, leitura, reunies, refeies formais, etc.

    PlANTA DE PIsO-TIPO

    sAlA

    QUARTO

    QUARTO

    CIRCUlAO

    HAll

    COzINHA

    Hall como zona independente

    ligao directada cozinha com a sala

    superfcie de envidraado 10% da rea til

    superfcie de envidraado 10% da rea til

    superfcie de envidraado 10% da rea til

  • 47o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    a tendncia actual para que a sala de jantar espao de carc-ter fixo para tomar as refeies formais seja substituda por uma rea polivalente denominada de sala comum.

    Por vezes a cozinha assume as funes da sala de refeies. os factores a atender na aferio deste espao so os seguintes:

    1. rea, disposio e orientao solar;2. ventilao;3. acabamento de tectos, paredes e pavimentos;4. Conforto visual e isolamento trmico e acstico;5. Fogo de sala;6. instalao elctrica e de comunicao;7. sistemas de aquecimento e arrefecimento.

    1. rea, disposio e orientao solar

    reade acordo com o Regulamento Geral das Edificaes urbanas, as reas mnimas, em conformidade com a tipologia das habita-es, so as seguintes:

    t0 e t1 10 m2

    T2, T3 e T4 12 m2

    T5 e T6 16 m2

    sendo a sala o compartimento da habitao onde se rene o maior nmero de pessoas, aceitvel admitir as seguintes reas, de acordo com a sua lotao:

    sala para 4 a 6 pessoas 16 a 20 m2

    sala para 6 a 8 pessoas 20 a 24 m2 sala que comporta mais de 8 pessoas 30 a 35 m2

  • 48 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Disposioa disposio e a forma da sala devem permitir:

    Fcil acesso, por forma a evitar percursos indesejveis aos visitantes, assim como maior privacidade do fogo.

    Em relao s restantes zonas da casa:

    Comunicao com a cozinha; acesso a uma instalao sanitria sem passagem pela zona

    privada da habitao, quando se dispe de mais do que uma casa de banho.

    nota: tanto a largura como o comprimento da sala devem ser superiores a 3 m.

    dever ser evitado:

    o acesso sala unicamente atravs da cozinha; o hall de entrada na prpria sala; a sala ser a zona de passagem para outro compartimento.

    Orientao solara melhor orientao para este compartimento no quadrante sul, sendo ainda aceitveis salas que estejam posicionadas entre sudeste e oeste.

    2. ventilaoPara uma adequada renovao do ar viciado e eliminao de cheiros indesejveis da habitao, as salas e os quartos devero ter as seguintes caractersticas:

    superfcie da janela superior a 10% da rea da sala; Entrada de ar do exterior atravs de abertura a executar

    na parede da fachada ou na tampa de caixa de estore.

  • 49o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    adequando estes compartimentos a estas caractersticas, a re-novao do ar viciado faz -se por arejamento, contribuindo ainda para disponibilizar ar para o funcionamento dos diversos equipa-mentos de aquecimento por combusto, nomeadamente, larei-ras, esquentadores, etc.

    3. Acabamentos de tectos, paredes e pavimentos

    Tectos e paredesnormalmente, os tectos e as paredes das salas, assim como os dos quartos so acabados a estuque (projectado ou tradicional) e pintados a tinta plstica.Em habitaes de qualidade melhorada comum dotar este compartimento de sancas em estuque trabalhado, proporcio-nando, desta forma, um enquadramento visual muito apreciado.

    Pavimentostal como os revestimentos mencionados para os quartos, as sa-las podem utilizar os dos seguintes pavimentos:

    soalho em madeira; Pavimento flutuante; Parquete ou tacos em madeira; ladrilhos em aglomerado de cortia.

    PAvIMENTO EM MADEIRA

    RIPADO EM MADEIRAbETONIlHA DEREGUlARIzAO

    lAjE EM bETO

    sOAlHO EM MADEIRA

  • 50 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Para uma melhor compreenso sobre as vantagens e inconve-nientes de cada um dos revestimentos descritos, consultar o cap- tulo Quartos.

    todavia, em habitaes de qualidade superior comum haver pavimentos em pedra natural, nomeadamente lioz, moleanos, grani-to, mrmore, etc., ou ainda pavimentos em mosaicos.

    a pedra natural proporciona pavimentos de grande qualidade e resistncia, demonstrando, no entanto, algum desconforto no pe-rodo de inverno.

    das pedras referidas, as que resistem melhor ao uso so o grani-to, a lioz e os mrmores, podendo estas ter acabamento polido, ama-ciado ou vitrificado.

    o polimento das pedras pode ser efectuado na fbrica; no entan-to, se o polimento for efectuado no local, depois de colocadas as pe-dras, proporciona maior uniformidade, embora seja mais oneroso.

    PAvIMENTO FlUTUANTE

    FElTRO IsOlANTEOU CORTIAbETONIlHA DEREGUlARIzAO

    lAjE EM bETO

    PAvIMENTO FlUTUANTE

    TACOs EM MADEIRA

    sUPERFCIE ADERENTE

    bETONIlHA DEREGUlARIzAO

    lAjE EM bETO

    TACOs EM MADEIRA

  • 51o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    4. Conforto visual e isolamento acstico

    Conforto visualsendo um espao privilegiado para o convvio, lazer e reunies de famlia exigvel que as salas tenham um amplo campo visual para o exterior, com janelas de sacada ou janelas com peitoril baixo, proporcionando desta forma uma agradvel relao com a envol-vente do fogo.

    Isolamento acsticoa sala, como espao propcio a alguma turbulncia ruidosa, obri-ga a que sejam criadas condies de condicionamento acstico deste compartimento com os compartimentos contguos, no-meadamente executando paredes de maior espessura e peso (inrcia).

    5. Fogo de salao fogo de sala tem uma dupla funo:

    Permitir um maior conforto atravs de um meio de aquecimento natural;

    ser um elemento decorativo.

    , por norma, alimentado a carvo ou lenha, sendo a sada dos fumos feita por uma chamin situada no interior das paredes, elevando -se at acima do ponto mais elevado da co-bertura.

  • 52 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    o fogo de sala deve ter as seguintes caractersticas:

    Construo em tijolo refractrio; Revestimento a pedra natural,

    no sendo aconselhvel que a sua envolvente seja acabada a estuque ou reboco;

    assentamento sobre uma base de pedra ou mosaico, elevados 2 cm acima do pavimento da sala.

    a conduta de sada de fumos dever ter um percurso o mais recto possvel, com os cantos arredondados;

    a mesma conduta de fumos no dever servir mais do que um fogo de sala;

    as dimenses da referida conduta devero ser superiores a 1/10 da rea da boca da lareira, no mnimo de 20 x 20 cm (quadrada) ou 25 cm (redondas);

    a face oposta frente da lareira deve possuir uma inclinao para a frente e ser mais alta do que a boca;

    Para um bom funcionamento dever ser prevista uma entrada de ar independente do exterior at ao fogo;

    Para verificar se a lareira tem uma boa tiragem de fumos acenda uma vela ou um isqueiro e afira se a chama sobe.

    6. Tomadas elctricas e instalao de somRecomenda -se a existncia de trs a cinco tomadas elctricas e

    de tv em paredes opostas, possibilitando um adequado funciona-mento deste compartimento.

    Em habitaes de alta qualidade exigvel que existam tomadas elctricas cravadas no pavimento, possibilitando um aproveitamen-to em zonas distantes das paredes.

  • 53o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    QUARTOs

    uma casa bem planeada aquela em que a zona ntima (quartos) est separada fisicamente da zona de trabalho (cozinha) e da zona social (sala de estar).

    nos quartos principais (quarto de casal) exige -se uma grande privacidade.

    os quartos secundrios tm normalmente reas inferiores.a qualidade destes compartimentos pode ser avaliada atenden-

    do aos seguintes factores:

    1. reas, dimenses, disposio e arrumos;2. orientao solar e ventilao;3. acabamentos de tectos, paredes e pavimentos;4. isolamento acstico e visual;5. Estores (portadas) e tomadas elctricas.

    1. reas, dimenses, disposio e arrumos

    reassegundo a legislao Portuguesa, independentemente da tipo-logia, os compartimentos de habitao destinados a quartos de-vero possuir as seguintes reas mnimas:

    Quarto de casal: 10,50 m2; Quarto para 2 camas simples: 9 m2; Quarto simples: 6,5 m2.

    QUARTO DE CAsAl QUARTO COM 2 CAMAs sIMPlEs QUARTO sIMPlEs

  • 54 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    a melhoria global e o conforto exigidos pelos utilizadores, assim como a utilizao dos quartos num maior nmero de actividades (leitura, estudo, trabalho e lazer), conduzem a uma oferta de ha-bitaes em que a dimenso mdia dos quartos tem vindo a au-mentar, em particular no que se refere ao quarto principal.Considera -se que nos actuais padres so aceitveis as seguintes reas:

    Quarto de casal: 14 m2; Quarto com 2 camas simples: 12 m2; Quarto simples: 9 m2.

    DimensesEstudos desenvolvidos sobre este compartimento demonstram que a forma quadrada a que melhor se adequa para a circulao e utilizao racional deste espao.assim, vantajoso que as dimenses da largura e do comprimen-to no sejam muito diferentes.nos quartos com reas superiores a 15 m2 o comprimento no deve exceder o dobro da largura.nos quartos com reas inferiores a 15 m2 a largura no pode ser inferior a 2,10 m, sendo o mnimo aconselhvel 2,40 m.

    Disposio e arrumosQuartos bem estruturados devero ter:

    Roupeiros embutidos ou salientes com dimenses de 0,60 m x 1,60 m;

    acesso e comunicao facilitados casa de banho, ou ter este espao contguo ao quarto (suite);

    um maior conforto conseguido com reas de vestir intercaladas entre o dormitrio e as instalaes sanitrias.

  • 55o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    devero ser evitadas as seguintes situaes:

    Camas situadas junto parede exterior; Camas localizadas por baixo das janelas

    (evitar correntes de ar); Roupeiros encostados parede exterior

    (para evitar humidade e condensaes); Parte lateral das camas encostada s paredes

    (dificultando o seu arranjo).

    2. Orientao solar e ventilao

    Orientao solar aconselhvel que os quartos de dormir tenham uma exposio solar voltada para nascente ou sul, devendo evitar -se a localiza-o a Poente ou norte.

  • 56 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    ventilaoCom o intuito de satisfazer as condies de salubridade, as boas normas da construo sugerem que a renovao do ar se faa adequando este compartimento s seguintes caractersticas:

    rea das janelas superior a 10% da superfcie do quarto; abertura para entrada de ar exterior, independente das

    reas das janelas correctamente dimensionadas se os caixilhos forem totalmente estanques.

    3. Acabamentos de tectos, paredes e pavimentos

    Tectos e paredesos tectos e as paredes deste compartimento so tradicional-mente revestidas com ligantes hidrulicos, rebocos acabados a estuque, permitindo deste modo, um conforto adequado sua funo.o acabamento normalmente feito a tinta de gua ou, em casos muito espordicos, com papel de parede.

    Pavimentosadmitem -se como aceitveis os seguintes revestimentos para os pavimentos dos quartos:

    soalho em madeira; Pavimento flutuante em madeira; Parquete em madeira; ladrilho em aglomerado de cortia; alcatifa.

  • 57o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    tipo de pavimento vantagens desvantagens

    soalhoem madeira

    Bom condicionamento acstico

    Boa resistncia Reparvel

    Pouco econmico Exigncia de acabamento

    no local Exigncia de grandes

    espessuras

    Pavimento flutuante

    Fornecido com acabamento final

    aplicao com espessuras mnimas

    irreparvel Pessoal especializado

    Parquete Reparvel aplicao directa por

    colagem Facilidade de manuteno

    Exigncia de acabamento no local

    desprendimento na presena de humidade

    ladrilho em cortia

    Econmico Bom isolante trmico

    e acstico aplicao com espessuras

    mnimas

    Conotado com habitao modesta

    desprendimento na presena de humidade

    alcatifa Econmico Confortvel Bom isolante trmico

    e acstico

    dificuldade de limpeza Conotada como

    responsvel por acumular p, susceptvel de causar alergias

    4. Conforto acstico e visual

    Conforto acsticonos ltimos anos, o rudo tem sido a maior causa de queixa dos cidados provedoria do ambiente.o quarto, como espao reservado por excelncia ao descanso e vida ntima, dever corresponder a um bem -estar acstico ade-quado sua funo.as exigncias do conforto acstico dependem principalmente dos seguintes factores:

    tipo de construo utilizado (tradicional, prefabricada, tipo tnel);

  • 58 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Materiais e processos construtivos (paredes duplas, caixilhos com vidros duplos, pavimentos com isolamento acstico);

    organizao do fogo e da sua relao com os outros apartamentos (cozinha junto aos quartos);

    Conflitualidade com os elementos das zonas comuns (localizao da casa das mquinas dos elevadores, equipamentos de ventilao; bombas de gua e esgoto, etc.).

  • 59o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    de acordo com o regulamento do rudo, os locais podem ser con-siderados:

    locais muito ruidosos (superior a 75 db) rudo numa rua de grande trfego: 70 a 90 db; locais ruidosos (entre 65 a 75 db) rudo numa rua de pouco trfego: 50 a 65 db; locais pouco ruidosos (inferior a 65 db) rudo num jardim: 20 a 30 db.

    o decibel (db) representa a intensidade acstica que indica a menor mudana de nvel sonoro que o ouvido pode perceber.

    Conforto visualEste compartimento deve ter uma boa iluminao natural (jane-la com dimenses de 1/10 da rea do quarto) e uma racional dis-tribuio de luz artificial, nomeadamente, sobre o espelho.Especialistas recomendam uma luminosidade artificial superior a 70 lux (20 watts).Recomenda -se ainda que tectos e paredes sejam pintados com cores claras e no rugosas.a existncia de um campo exterior agradvel (mar, rio, serra, es-pao verde) um elemento importante para complementar o descanso.

    5. Estores ,portadas e tomadas elctricas

    Estores e portadas imprescindvel que os estores, portadas ou black out possibi-litem o obscurecimento total da luz solar, quando se pretende, nos dormitrios. Hoje em dia est muito em voga a utilizao de telas amovveis colocadas como decorao, proporcionando o mesmo efeito de opacidade.(ver seco correspondente Atributos Gerais da Habitao).

  • 60 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Tomadas elctricasuma distribuio equilibrada de tomadas elctricas e de tv em paredes opostas possibilita um aproveitamento e funcionamen-to adequados a este compartimento.Recomenda -se a existncia de 2 a 4 tomadas.

    INsTAlAEs sANITRIAs

    as instalaes sanitrias devem proporcionar um ambiente quente e acolhedor, em que os diversos elementos estejam orde-nados de uma forma racional, possibilitando um uso cmodo, com uma iluminao e ventilao equilibradas, permitindo, ainda limpeza e conservao fceis.

    PORTADA DE AbRIR PORTADA DE CORRER PERsIANA ROlANTE

  • 61o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    no obstante outros parmetros, a qualidade de uma instalao sanitria caracterizada pelos seguintes factores:

    1. reas, orientao e disposio;2. iluminao, electricidade e aquecimento;3. ventilao;4. Equipamentos sanitrios, torneiras e acessrios;5. acabamento de paredes, pavimentos e tectos.

    1. reas, orientao e disposio

    reassegundo a legislao em vigor, em cada habitao as instalaes

    sanitrias sero quantitativamente proporcionais ao nmero de compartimentos, tendo como mnima uma instalao com uma ba-nheira, lavatrio, sanita e bid.

    nos fogos com mais compartimentos habitveis, as instalaes sa-nitrias so constitudas por duas casas de banho independentes, sen-do uma completa e a outra apenas com uma retrete e um lavatrio.

    assim, so impostas as seguintes reas mnimas:

    T0, T1 e T2: 3,5 m2; t3 e t4: 4,5 m2; t5 e t6: 6,0 m2.

    Orientao aceitvel a orientao das instalaes sanitrias no quadrante norte, por este no as prejudicar.Por outro lado, deixa os outros quadrantes disponveis para os compartimentos que necessitem de incidncia solar.

    Disposioo lavatrio dever estar localizado junto janela para receber uma boa iluminao e/ou dispor de iluminao complementar prpria.

  • 62 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    o bid deve estar situado prximo da sanita ou a uma distncia sufi-ciente para permitir uma cmoda utilizao (pelo menos 20 cm). a porta de acesso das instalaes sanitrias no deve ser visvel da entrada e sada do apartamento. nas banheiras e bases de duche impe -se uma distncia mnima de 50 cm na sua envolvente sem quaisquer obstculos.nos restantes equipamentos essa distncia dever situar -se en-tre 40 e 50 cm.as distncias entre paredes opostas no deve ser inferior a 1,30 m nas instalaes completas e 80 cm nos compartimentos s com bacia de retrete e lavatrio.Quando, por motivo de falta de espao, no possvel prever estas distncias, deve optar -se por equipamentos sanitrios em consola, isto , que no sejam fixados ao pavimento, facilitando desta forma o normal uso e limpeza do compartimento.

    2. Iluminao, electricidade e aquecimentoa legislao em vigor recomenda que as instalaes sanitrias devem possuir iluminao e renovao permanente de ar asse-gurada directamente do exterior do edifcio.a rea total do envidraado da janela dever ser superior a 0,50 m2.a localizao da janela determina, na maior parte, dos casos, a distribuio dos aparelhos sanitrios.sugere -se, assim, que o lavatrio esteja sempre localizado di-reita da janela, por forma a que a luz natural entre pela esquerda evitando deste modo o reflexo das sombras.

  • 63o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    as lmpadas a utilizar po-dem ser incandescentes, fluorescentes ou de halo-gneo para criar ambiente. Como iluminao mnima, recomenda -se a colocao de quatro pontos de luz in-candescente de 25 W cada ou um tubo florescente de 40 W. a altura admitida pelos especia-listas como ideal para a colocao dos apliques de iluminao de 1,50 m a 1,60 m do pavimento.

    Aquecimentoa instalao sanitria por norma o comparti-mento onde o desconforto mais notado, devido principalmente ao tipo de revestimentos utiliza-dos nos acabamentos de paredes e pavimentos.no sentido de minimizar esse desconforto, hoje em dia muito apreciada a utilizao de equi-pamentos de aquecimento e climatizao tais como radiadores, aquecedores de toalhas e aquecimento por infravermelhos.

    3. ventilaoa extraco de ar viciado das instalaes sanitrias pode ser efectuada utilizando trs processos distintos:

    ventilao natural; ventilao artificial ou mecnica; ventilao mista.

    Quando no existe janela, para se promover uma ventilao num determinado espao, torna -se necessrio criar uma corrente de ar que proporcione a substituio do ar viciado por ar novo, pelo que o efeito bsico da ventilao eliminar a concentrao dos produtos que afectam a pureza do ar.

    IlUMINAO NO TECTO REAl IlUMINAO NO TECTO FAlsO

  • 64 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    a ventilao natural funciona devido diferena de temperatura entre o exterior (normalmente mais frio) e o interior (mais quente), que possi-bilite a ocorrncia de uma corrente de ar.a no colocao de aberturas na fa-chada provocar uma deficiente re-novao de ar.Esta renovao do ar normalmente efectuada a partir dos compartimen-tos sociais e de lazer, quartos e salas para as zonas de servio, cozinhas e casas de banho.o ar interior conduzido por meio de condutas at zona mais elevada do edifcio.Para proporcionar uma maior efi-ccia neste sistema de ventilao, recomenda -se a introduo de equi-pamentos mecnicos complemen-tares que minimizem eventuais de-ficincias.Este sistema denominado de venti-lao mista.o sistema de ventilao mecnica tem, como princpio -base, a utiliza-o de equipamentos mecnicos que insuflam o ar novo para o interior, ex-traindo o ar viciado por meio de equi-pamentos denominados de extracto-res.

    sada dE aR

    EntRada dE aR

  • 65o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    4. Equipamento sanitrio

    banheirasas banheiras disponveis no circuito comercial podem ter como material de fabrico:

    Ferro fundido recoberto com esmalte porcelnico; Chapa de ao com acabamento em esmalte vitrificado; Banheiras em material acrlico.

    Qualquer uma das banheiras referidas tem di-menses que variam entre 1,20 m a 1,70 m de comprimento e 60 a 70 cm de largura.as banheiras em ferro fundido tm como prin-cipal caracterstica a sua grande resistncia e obtm -se a partir do material em estado lqui-do vertido posteriormente sobre um molde que lhe dar forma. tem larga aplicao em habitaes de carcter social devido s suas caractersticas de longa vida til. tm como principais inconvenientes o seu elevado pre-o, assim como o peso substancialmente su-perior a de outro tipo de banheira. as banheiras em chapa de ao caracterizam -se pela sua leveza cerca de 30% relativamente s banheiras de ferro fundido permitindo ainda um acabamento de melhor qualidade.no entanto, no permitem, em quaisquer circunstncias, repa-raes, pelo que tem cado em desuso a sua utilizao nas habi-taes.Com o desenvolvimento tecnolgico, nos dias de hoje, vulgari-zou-se a utilizao de banheiras em material plstico.so fabricadas, predominantemente, com resinas de polister reforadas com fibra de vidro e resinas acrlicas.Este tipo de banheira tem largas vantagens relativamente s de ferro fundido e chapa de ao das quais se destacam:

  • 66 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Grande robustez e resistncia; leveza (1/3 da chapa esmalte e 1/9 do ferro fundido); Permite reparaes em caso de dano; Facilidade na aplicao; disponibilidade em diversos modelos, design e cores; ptimos acabamentos e grande facilidade de conservao; durao ilimitada; Permisso de colocao de torneiras na prpria banheira.

    a utilizao de banheiras em material plstico permite ainda um consumo de energia substancialmente inferior, comparativa-mente s banheiras metlicas, uma vez que nestes casos o calor da gua temperada absorvida pelo metal.Por esse motivo, deve aquecer -se um pouco mais a gua para compensar tais perdas.as banheiras de acrlico, apesar da superfcie lisa e brilhante, no so escorregadias como as banheiras produzidas com materiais tradicionais, proporcionando uma superfcie antiderrapante.a utilizao de banheiras de hidromassagem obriga a uma ma-nuteno peridica, pelo que dever existir um acesso fcil ao motor.Este tipo de equipamento possui dimenses superiores s de uma banheira vulgar.

    bases de ducheQuando, por razes de espao, no possvel colocar uma banheira, pode optar -se pela base de duche que, regra geral, possui uma superfcie com dimen-ses que variam entre 0,70 m x 0,70 m a 1,20 m x 1,20 m.tem uma profundidade de 15 a 20 cm e pode ser fabricada com o mesmo tipo de material usado no fabrico de banheiras.deve ter, normalmente, um piso anti-

  • 67o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    derrapante, que conseguido por meio de umas ranhuras situ-adas no fundo da base.

    PolibanComo o prprio nome indica, trata -se de um equipamento sani-trio polivalente que combina, numa s pea, a base do chuveiro, o lava -ps e o bid, permitindo desta forma uma grande econo-mia de espaos, recomendando -se, por isso, a sua utilizao em instalaes sanitrias de dimenses reduzidas.

    lavatriosos lavatrios, vulgarmente aplicados na habitao, so caracte-rizados da seguinte forma:

    lavatrios de coluna; lavatrios em consola; lavatrio de encastrar; lavatrio de embutir.

    Estudos ergonmicos demonstram que a altura ideal para a colo-cao do lavatrio varia entre 83 e 85 cm do pavimento.a zona superior do lavatrio comercialmente designada por cuba, sendo corrente os lavatrios possurem uma s cuba. no en-tanto, fabrica -se este tipo de equipamentos com duas cubas.o lavatrio de coluna formado por uma nica pea, incluindo uma cuba que se apoia numa coluna (p) fixada ao pavimento.

    lAvATRIO DE COlUNA lAvATRIO EM CONsOlA lAvATRIO DE EMbUTIR

  • 68 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    o tubo de descarga do esgoto colocado no interior da coluna onde encaminhado para o esgoto geral.o lavatrio de consola tem a vantagem relativamente ao anterior de permitir um efeito esttico muito apreciado pelos utilizado-res, tendo ainda a vantagem da facilidade na limpeza.Quando existe espao suficiente e se pretende usufruir de maior conforto e qualidade na instalao sanitria, pode optar-se pela instalao de uma bancada, normalmente fabricada em pedra natural, onde sero colocados os lavatrios.optando por esta soluo, os lavatrios podem ser de dois ti-pos:

    de encastrar superiormente; de embutir inferiormente.

    no primeiro caso, o lavatrio ser encastrado superiormente ao tampo, apoiando -se simplesmente neste. o prprio lavatrio tem prevista uma furao para a colocao da torneira.optando -se pelo lavatrio de embutir, este ser fixado inferior-mente ao tampo, por meio de grampos metlicos ou colados com cola de pedra. Esta soluo obriga a abertura no tampo de uma furao para a colocao da torneira, assim como o acaba-mento no topo inferior da boca do lavatrio.os tampos tm espessuras variveis de acordo com o compri-mento e o tipo de pedra escolhidos, podendo variar entre 3 cm e 4 cm.na zona inferior ao tampo comum instalar um mvel de arru-mao e apoio higiene pessoal.

    sanita e bida sanita pode ser fixada no pavimento sanita clssica ou na parede, sendo, neste caso, designada por sanita em consola.a descarga da sanita pode ser efectuada utilizando diversos sis-temas, destacando -se:

  • 69o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    autoclismos: saliente; encastrado; Fluxmetros.

    Tampos de sanita e bido tampo de sanita minimiza os maus odores, tendo, ainda, um efeito decorativo.so normalmente fabricados em plstico ou em madeira enver-nizada.Recentemente, surgiram no mercado tampos de bid para efei-tos decorativos.

    Torneiras e acessriosEste assunto foi j tratado no ponto Cozinhas.no entanto, e no que se refere s torneiras co-locadas junto s banheiras, importante sa-lientar que estas possam ser fixas ou mveis.no primeiro caso, esto instaladas a uma altura que varia entre 1,85 e 1,90 m e podem dispor de um rtulo para dar uma certa inclinao.

    sANITA ClssICA sANITA EM CONsOlA

    bID ClssICO bID EM CONsOlA

  • 70 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Quando so chuveiros mveis, tm um tubo flexvel de material plstico ou metlico que possibilita uma grande amplitude de movimentos. Este tipo de chuveiro conhecido por telefone, pela semelhana com este dispositivo.Recentemente, foi lanado no mercado o chuveiro de fluxo tur-bulento que proporciona um duche em que a gua projectada atravs de milhares de gotas em vez de jactos de chuveiro clssico, permitindo uma poupana de gua de 15 a 20 litros por minuto. Para uma maior segurana nas entradas e sadas do banho, re-comendvel a fixao parede de apoios para as mos. de grande utilidade ter aberturas laterais junto banheira para limpeza e substituio do sifo.Quando previstos, os espelhos incorporados no revestimento das paredes das instalaes sanitrias devem ser resistentes humidade.

    5. Acabamento de paredes, pavimentos e tectos

    Paredesa legislao em vigor sugere que as paredes deste compartimen-to sejam revestidas com um material impermevel, de superfcie aparente lisa e resistentes aco da gua e dos detergentes, com uma altura nunca inferior a 1,50 m.o azulejo um material com larga aplicao no revestimento de paredes de instalaes sanitrias, devido sua resistncia ao va-por de gua, facilidade de limpeza e ao efeito decorativo.o assentamento do azulejo pode ser efectuado esquadria (ngulo de 90 com a horizontal) ou meia esquadria (ngulo de 45 com a horizontal).a utilizao de pedra natural (lioz, granito, mrmore), ou moldu-ras de azulejo, pode proporcionar um acabamento requintado.

    Pavimentosnas zonas hmidas dos fogos, os pavimentos so tradicional-mente revestidos com mosaicos cermicos ou pedra natural.

  • 71o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    Por forma a facilitar a limpeza e a minimizar danos em caso de inundaes, a boa prtica da construo aconselha a que o pavi-mento deste compartimento seja rebaixado 1 cm relativamente aos pavimentos contguos.

    Tectosos tectos das instalaes sanitrias devem suportar a aco do vapor de gua pelo que so acabados normalmente com estuque e pintados a tinta de esmalte ou antifungos.

    vARANDAs E TERRAOs

    as varandas e os terraos privativos so elementos indispens-veis para ampliar para o exterior a vivncia que se desenvolve no in-terior da habitao.

    devem ter as seguintes particularidades:

    Proteco contra ventos dominantes; orientao tendo em conta a luz solar; varandas e ptios entre 5,00 m2 e 10,00 m2; dimenses mnimas entre 1,50 m2 e 4,00 m2 (varandas); Proteco contra rudos exteriores; vistas interessantes / panormicas; localizao que evite vistas que devassem a privacidade

    do lar.

  • 72 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Para usufruir da vista no aconselhvel que as proteces das varandas guarda de varanda se-jam totalmente opacas.

    Em termos de segurana, esta soluo tem ainda o inconveniente de ser um convite curiosidade das crianas, sendo responsvel por in-meros acidentes.

    Quando as proteces das varan-das so executadas com elementos metlicos, exigido que cumpram os seguintes regulamentos:

    o intervalo mximo entre elementos verticais no deve ser superior a 11 cm, sendo o recomendvel 10 cm;

    a altura da guarda da varanda deve estar situado entre 90 cm e 1 m;

    devem ser evitados elementos horizontais nas guardas que auxiliem a escalada das crianas

    aos pavimentos das varandas exige -se que tenham uma inclina-o adequada (pendente) at ao ralo, evitando desta forma a acumu-lao de guas e posteriores inundaes.

    Por outro lado, e complementando esta inclinao, indispens-vel que o pavimento da varanda esteja num nvel mais baixo (4 ou 5 cm) relativamente ao piso do interior da habitao.

    Por questes de segurana dever ser evitada a colocao de pesos excessivos na varanda (livros, equi-pamentos, etc).

  • 73o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    zONAs COMUNs

    Acabamentos da fachadaas fachadas dos edifcios de habitao so tradicionalmente re-

    vestidas com os seguintes acabamentos:

    Reboco com acabamento a pintura; Pedra natural; Mosaicos; Mistos (pedra natural com reboco e pintura ou mosaico com pedra natural).

    as principais exigncias para os revestimentos exteriores resumem -se a:

    Estanquidade gua; Facilidade de limpeza; Resistncia aos agentes atmosfricos (chuva, vento, poluio); verticalidade.

    Quando o revestimento final tem acabamento a pintura, podem aplicar -se tintas plsticas ou tintas texturadas, vulgarmente conheci-das como tintas de areia.

    a durabilidade de uma tinta para exterior pode ser melhorada se a mesma for permevel ao vapor de gua ou promover a respirao do vapor de gua do interior para o exterior. assim, ultimamente, tem sido muito utilizada a tinta flexvel im-permeabilizante, dotada de grande elasti-cidade, boas propriedades de impermea-bilizao e de fcil aplicao.

    o revestimento de paredes das fa-chadas com cantarias de pedra natural por natureza um acabamento nobre, por possibilitar uma longevidade superior a outros revestimentos, necessitando ainda

    PAREDE DUPlA

  • 74 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    de uma reduzida manuteno e conservao ao longo da vida til do edifcio.

    o tipo de pedra natural normalmente aplicado a lioz, o granito e moleanos.

    os revestimentos exteriores em mosaico permitem, tal como a pedra natural, um acabamento nobre e uma longa vida til.

    tem, todavia, o inconveniente de poder soltar -se quando mal aplicado, ou quando sujeito a variaes bruscas de temperatura.

    trio comum e escadas do edficio

    trio comumo trio do edifcio dever ter acabamentos consensuais e equi-librados, nomeadamente revestimentos resistentes ao desgaste e ao uso, tais como pavimentos em mosaico cermico ou pedra natural lioz, granito, mrmores e paredes com acabamentos lavveis.a dimenso do trio comum est relacionada com o nmero de fogos do edifcio, sendo no entanto aceitveis reas compreen-didas entre 4 e 8 m2 e com um p -direito mnimo de 2,50 m.a largura mnima da porta de entrada do edifcio dever ser de 90 cm, sendo no entanto mais adequada uma largura mnima de 1,20 m.Este espao deve ter ilu-minao natural caixi-lhos e de um comando para abertura da porta de entrada do edifcio.Por razes de segurana e comodidade devem exis-tir instalaes de inter-comunicao (por vdeo- -porteiro ou telefone).

  • 75o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    Escadas e acessosQuando a distncia a percorrer entre a porta de uma habitao e o acesso escada mais prxima exceder 15 m, os edifcios devem dispor de duas escadas. de contrrio aceitvel que o edifcio possa ser servido somente por uma escada.segundo o regulamento que rege as construes (RGEu), as es-cadas dos edifcios devem ter as seguintes caractersticas:

    serem bem iluminadas e ventiladas; nos edifcios para habitao colectiva a largura da escada

    dever ser de 1,20 cm; os degraus das escadas devero ter uma profundidade

    cobertor de 28 cm e altura espelho de 19 cm; Quando existirem grades de escadas, estas devero estar

    distanciadas umas das outras 12 cm no mximo, evitando -se deste modo o risco de quedas de crianas pequenas;

    a altura da guarda de escada dever ser superior a 90 cm; devem ser previstos acessos para deficientes, pessoas com

    problemas temporrios de locomoo, e ainda para crianas pequenas cujos pais utilizam carrinhos de beb;

    nos acessos aos edifcios devero ser previstas rampas com larguras superiores a 1 m e com uma inclinao inferior a 6%;

    aconselha -se a consulta de legislao especfica e ainda de associaes para a defesa dos deficientes.

    CObERTOR

    EsPElHO

  • 76 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Instalao de intercomunicao e telefonesnos edifcios para habitao so normalmente previstas instala-

    es de comunicao com o exterior, que podero ser:

    sinalizao por campainha: instalao simples de sinalizao, utilizada durante dcadas, em tubo saliente ou embutido;

    sinalizao e intercomunicao dos apartamentos com a porta dos edifcios: constitudo por botoneira, telefone de porta e intercomunicador na habitao;

    vdeo-porteiro: evoluo natural do sistema anterior que permite visualizar a presena de pessoas no exterior.

    Elevadores e monta -cargasnos edifcios destinados a habitao colectiva quando a altura

    do ltimo piso exceder 11,50 m, ou o nmero de pisos for superior a 3, para alm do r/c. aconselhvel a instalao de elevadores para transporte de pessoas e cargas.

    Estes equipamentos podem funcionar:

    Electricamente: elevadores elctricos (os mais utilizados); Hidraulicamente: elevadores hidrulicos ou oleomecnicos.

    os elevadores hidrulicos utilizam -se nos seguintes casos:

    Para elevar grandes cargas (monta -autos e monta -cargas de grandes dimenses);

    Em edifcios com percurso curto; Em edifcios onde no possvel

    construir casa de mquinas no topo do edifcio;

    vDEO-PORTEIRO

    ElEvADOREs DE PAssAGEIROs

  • 77o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    Quando a caixa do elevador de reduzidas dimenses; Comparativamente aos elctricos apresenta vantagens,

    nomeadamente:- Economia de conservao e manuteno, funcionando

    com elementos de menor desgaste; - Funcionamento suave, com aceleraro e desacelerao

    confortveis.

    Constata -se que o elevador hidrulico tem vantagens sobre o elctrico, ficando no entanto diminudo em dois pontos funda-mentais, que so a velocidade e o custo. as dimenses e velocidades dos elevadores elctricos variam de acordo com a qualidade do edifcio, sendo aceitveis os seguin-tes valores:

    carga (kg) velocidade (m/segundo) rea (m2)

    300 0,60/0,70/1,00 0,90

    450 0,75/1,00/1,20 1,30

    600 0,75/1,00/1,20 1,60

    os comandos dos elevadores podem ser:

    Comando automtico simples: o ascensor s recebe a chamada quando a cabina se encontra livre. indica quando existe trfego reduzido.

    Comando automtico simples duplo: o boto comum aos dois ascensores e responde chamada apenas a cabina livre. utiliza -se quando existem dois ascensores contguos num edifcio com o mximo de dez pisos.

    Comando selectivo: recomendado em elevadores com mais de dez pisos. as chamadas so registadas independen-temente de os elevadores estarem ou no ocupados. Quan-do sobe, o elevador pra sucessivamente nos comandos re-gistados, e s descer aps satisfazer todos os pedidos.

  • 78 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Coberturas, impermeabilizaes e isolamentostoda a cobertura dever ser estanque gua, permitir um bom

    isolamento trmico e acstico e ainda possuir boa resistncia, asse-gurando a visita cobertura em boas condies de segurana.

    as coberturas podem ser de dois tipos:

    Em telhado; Em terrao.

    Cobertura em telhadoneste tipo de cobertura, a estrutura que vai suportar o revesti-mento final pode ser executada em madeira, beto ou metal.Quando se verifica a necessidade de aproveitamento do espao entre a cobertura e o ltimo piso, aconselha -se a que a estrutura do revestimento da cobertura seja executada em laje de beto armado ou laje aligeirada.o revestimento da cobertura pode ser efectuado por telhas lusa, marselha, canudo ou com chapa de fibrocimento.a telha o tipo de revestimento tradicionalmente utilizado em edifcios de habitao devido sua longa durao, isolamento e fcil colocao.as chapas de fibrocimento tm o inconveniente de deixar passar boa parte do calor, o que poder ser atenuado atravs de ade-quada ventilao.

    CObERTURA EM TElHADO CObERTURA EM TERRAO

  • 79o Q u E d E v E s a B E R a n t E s d E C o M P R a R C a s a n o va

    Coberturas em terraoa cobertura em terrao permite uma rea suplementar de apoio aos edifcios para logradouros, espaos de lazer ou estendais de roupa.so normalmente executadas em lajes praticamente horizontais de beto armado ou lajes aligeiradas.o escoamento das guas pluviais chuva obtido por meio de pendentes inclinaes que conduzem as guas para ralos ou caleiras.a cobertura em terrao torna -se mais onerosa que as coberturas inclinadas, pela necessidade de uma boa impermeabilizao.

    Impermeabilizaesimpermeabilizar o termo que na construo significa criar con-dies para que a gua no se introduza no interior dos compar-timentos.Pode ser executada utilizando dois tipos de sistemas distintos:

    Telas de impermeabilizao asflticas: telas colocadas por camadas.

    Telas de impermeabilizao termoplsticas: ficam flutu-antes em relao base e apenas so coladas nas costuras.

    no mercado esto disponveis com as mais variadas espessuras sendo as mais utilizadas as de 4 ou 5 mm.

    TElA AsFlTICA

  • 80 G u i a P R t i C o d a H a B i ta o

    Isolamentos

    Isolamento trmicodevido s reduzidas espessuras adoptadas nos diversos elemen-tos de construo, nomeadamente, nas paredes e no