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1.Principais Correntes de Interpretação. 4. Conclusão.

1.1 Corrente Espiritualista;

1.2 Corrente Humanista;

1.3 Corrente Reformada.

2.Método de interpretação Bíblica

1.1 Princípios para examinar uma passagem.

3. Aspectos da interpretação.

3.1 Introdução;

3.2Aspecto Pneumológico;

3.3 Aspecto Teológico.

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1.PRINCIPAIS CORRENTES DE INTERPRETAÇÃO.

Observando as diferentes ênfases,tendências, princípios e práticas deinterpretação das Escrituras adotados no cursoda história da Igreja, pode-se perceber pelomenos três correntes gerais nas quais as diversasescolas podem ser de certo modo agrupadas:

Corrente Espiritualista;

Corrente Humanista;

Corrente Reformada.

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1.PRINCIPAIS CORRENTES DE INTERPRETAÇÃO.

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1.1 Corrente Espiritualista.

Muitos grupos na história da interpretação bíblica se caracterizaram por superenfatizar ocaráter espiritual (místico) das Escrituras, em detrimento do seu caráter humano. Esta correntedistingue-se especialmente pela insatisfação generalizada com o sentido natural, literal dasEscrituras. Dois dos textos mais explorados são 2 Coríntios 3.6: ‘‘...a letra mata, mas o Espíritovivifica’’ e 1 Coríntios 2.7.

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Hermenêutica Alegórica.

Trata-se de um dos métodos de interpretação mais antigos. Fortementeinfluenciados pelo platonismo e pelo alegorismo judaico, os defensores desse método deinterpretação atribuíam diversos sentidos ao texto das Escrituras, enfatizando o sentidochamado de alegórico.

Este método pode fornecer esplêndidas interpretações, mas rouba o realsignificado do texto, desviando a atenção do leitor do seu verdadeiro sentido, que o EspíritoSanto intentou transmitir.

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Hermenêutica Indutiva.

Muitos são consciente ou inconscientemente adeptos desta corrente de interpretaçãobíblica. Também chamados de impressionistas, os hermeneutas intuitivos caracterizam-se poridentificar a mensagem do texto com os pensamentos que lhes vêm à mente ao lê-lo, semcontudo dar a devida atenção à gramática, ao contexto e às circunstâncias históricas,geográficas, culturais, religiosas, etc.

Uma versão moderna do método de interpretação intuitiva pode ser verificada naprática de abrir as Escrituras ao acaso para pregar ou encontrar uma mensagem para umaocasião específica, sem o devido estudo do texto e do seu contexto histórico.

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Hermenêutica Existencialista.

Para a hermenêutica existencialista o importante mesmo não é o texto, mas o que estápor trás dele. Não interessa tanto o que o texto diz (historicamente), mas o que ele quer dizer(existencialmente). Logo, as Escrituras só serão interpretadas realmente se lidasexistencialmente, se forem experimentadas. Ou seja, as Escrituras não são objetivamente aPalavra de Deus, elas se tornam Palavra de Deus, quando nos falam subjetivamente.

Talvez as principais críticas à hermenêutica existencialista sejam que ela rejeita oelemento sobrenatural das Escrituras (milagres, encarnação, ressurreição, etc.)

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1.PRINCIPAIS CORRENTES DE INTERPRETAÇÃO.

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1.1 Corrente Humanista.

No extremo oposto da corrente espiritualista encontra-se a corrente que se pode chamar de humanista. Esta corrente caracteriza-se por dar ênfase excessiva ao caráter humano das Escrituras e por uma aversão ao seu caráter sobrenatural. A ênfase dessa corrente está no método, na técnica, nos aspectos literários ou históricos das Escrituras, em detrimento do seu caráter divino, espiritual e sobrenatural.

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1.1 Corrente Reformada.

A corrente reformada de interpretação das Escrituras (objeto específico deste estudo) posiciona-se entre as duas correntes extremas já consideradas. Ela (a corrente reformada) caracteriza-se pelo equilíbrio resultante do reconhecimento do caráter divino-humano das Escrituras.

A interpretação reformada rejeita, por um lado, a alegorização indevida das Escrituras e, por outro, repudia uma postura primariamente crítica com relação a elas.

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Método Gramático-Histórico.

O método de interpretação adotado e praticado pela corrente reformada ou protestanteconservadora é conhecido pelo nome de método gramático-histórico; o método de interpretaçãohonrado pelo tempo, no dizer de M. Lloyd-Jones. Trata-se de um método fundamentado empressuposições bíblicas quanto à própria natureza das Escrituras, que emprega princípios gerais emétodos lingüísticos e históricos coerentes com o caráter divino-humano da Palavra de Deus.

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1.PRINCIPAIS CORRENTES DE INTERPRETAÇÃO.

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Precursores: Escola de Antioquia e Agostinho.

Os reformadores não criaram este método de interpretação bíblica do nada. Eles sefundamentaram no próprio ensino bíblico sobre a sua natureza e na prática apostólica. As origensda interpretação reformada também são encontradas na escola de Antioquia da Síria.

Agostinho também pode ser considerado precursor do método gramático-histórico deinterpretação bíblica. Ele não parece haver sido consistente na aplicação do seu método. De fato,sua distinção de quatro sentidos das Escrituras foi tão influente que prevaleceu por toda a IdadeMédia.

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Princípios de Agostinho:

1. A fé é um pré-requisito fundamental para o intérprete da Palavra de Deus.2. Deve-se considerar o sentido literal e histórico do texto.3. O Antigo Testamento é um documento cristológico.4. O propósito do expositor é descobrir o sentido do texto e não atribuir-lhe sentido.5. O credo ortodoxo deve controlar a interpretação das Escrituras.6. O texto não deve ser estudado isoladamente, mas no seu contexto bíblico geral.7. Se o texto for obscuro, não pode se tornar matéria de fé. As passagens obscuras devem dar lugar às passagens claras.8. O Espírito Santo não dispensa o aprendizado das línguas originais, geografia, história, ciências naturais, filosofia, etc.9. As Escrituras não devem ser interpretadas de modo a se contradizerem. Para isso, deve-se considerar a progressividade da revelação.

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1.Método de interpretação Bíblica.

A Bíblia é a Palavra de Deus. Mas, algumasdas interpretações derivadas dela não são.Existem muitas seitas, cultos e grupos cristãosque usam a Bíblia declarando que as suasinterpretações são as corretas. Muitofrequentemente, no entanto, as interpretaçõesnão apenas diferem dramaticamente umas dasoutras, como são claramente contraditórias. Istonão significa que a Bíblia seja um documentocontraditório. Antes, o problema está naquelesque a interpretam e/ou nos métodos que elesusam.

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1.Método de interpretação Bíblica

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1.1 Princípios para examinar uma passagem.

1. Quem escreveu/falou a passagem e para quem era endereçada?2. O que a passagem diz?3. Existe alguma palavra ou frase nesta passagem que precise ser examinada?4. Qual é o contexto imediato?5. Qual é o contexto mais amplo exposto no capítulo e no livro?6. Quais são os versículos relacionados ao assunto da passagem e como eles afetam acompreensão desta?7. Qual é o fundo histórico e cultural?8. Qual a conclusão que eu posso tirar desta passagem?9. As minhas conclusões concordam ou discordam de áreas relacionadas nas Escrituras ou comoutras pessoas que já estudaram esta passagem?10. O que eu posso aprender e aplicar à minha vida?

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2.1 Introdução.

O objetivo é estudar alguns aspectos dainterpretação que são fundamentais para umacorreta compreensão das Escrituras. São aspectosque devem ser levados em conta pelo intérprete aoprocurar chegar ao sentido da Palavra de Deus.Estes aspectos decorrem do fato que a Bíblia é umlivro divino e humano ao mesmo tempo. Destaforma, alguns dos aspectos são pertinentessomente à interpretação da Bíblia, enquanto queoutros, à interpretação de textos antigos em geral.

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A BÍBLIA É UM LIVRO DIVINO

Portanto, devemos levar em consideração o aspecto "espiritual" dainterpretação. Ou seja, precisamos considerar o papel do Espírito Santo nainterpretação (aspecto pneumológico).

A BÍBLIA É UM LIVRO HUMANO

Portanto, devemos levar em consideração que a Bíblia, sendo um textoantigo, demanda considerações gramaticais, literárias, históricas eteológicas para sua interpretação.

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2.1 Introdução.

O aspecto da interpretação é um sistema de interpretação que:

Está historicamente associado ao método gramático histórico de interpretação, adotado, usado e defendido pelo Reformadores;

Tem como pressuposto a inspiração e veracidade das Escrituras;

Procura estar sensível aos estudos modernos de ciências correlatas que podem trazer algum auxílio à interpretação do texto bíblico.

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2.2 Aspecto Pneumológico.

Podemos dividir em duas etapas a obra do Espírito Santoem comunicar a verdade de Deus:

Revelação, que foi o primeiro estágio, objetivo em suanatureza. Consistiu na atuação do Espírito nos autoresbíblicos e no texto que produziram, de tal forma a termoso registro infalível da Palavra de Deus;

Iluminação, que é subjetivo, consiste na iluminação denossa mente para compreender a verdade revelada nasEscrituras.

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2.2 Aspecto Pneumológico.

É necessário orar e labutar (o lema de Calvino) para entendermos corretamente as Escrituras;

Quanto mais alguém entristece o Espírito de Deus, desobedecendo as Escrituras e diminuindoo respeito por sua autoridade, mais e mais tenderá a torcer o texto (2 Pe 3.15-16);

Os que crêem que o Espírito de Deus intervém de forma direta no mundo, estarão em melhorcondição de interpretar os relatos bíblicos sobre profecias e milagres;

O objetivo da exegese não é somente adquirir conhecimento, mas sermos transformados pelopoder do Espírito, através da Palavra. (2 Co 3.18);

Não devemos pressupor que nossa exegese será correta se simplesmente orarmos e somosespirituais. O castigo para a preguiça e falta de estudo sério será uma exegese forçada esuperficial. O Espírito de Deus não me transmitirá miraculosamente conhecimentos que euposso adquirir estudando.

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2.3 Aspecto Teológico.

Um outro importante aspecto dentro dos princípios de interpretação da Bíblia é a influência dos pressupostos, da experiência e de outros fatores inconscientes na leitura do texto sagrado, especialmente daquilo que cremos em relação a Deus e às Escrituras.

Na tabela a seguir mencionamos alguns dosprincipais pressupostos teológicos que nos dãoperspectivas dentro das quais podemos interpretar asEscrituras com competência:

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A existência de Deus Deus existe e atua na história. Milagres e profecia são possíveis. Portanto, podemos interpretar os relatos da atividade sobrenatural de Deus como história e não mito. Nada impede que o Cristo da fé tenha sido o mesmo Jesus da história.

Revelação Progressiva Deus se revelou progressivamente. A revelação não foi dada de uma única vez, da mesmaforma, numa mesma época e às mesmas pessoas. Portanto, devo ler o texto bíblicocomparando as suas diferentes partes, considerando que as mesmas têm uma unidade básicamas que existe desenvolvimento dentro delas.

Inspiração e Autoridade Os escritores bíblicos foram movidos pelo Espírito, de tal forma que seus escritos sãoinspirados por Deus. Portanto, são autoritativos e infalíveis.

História da Redenção A Bíblia deve ser lida como o registro dos atos redentores de Deus na história. Estes atosforam interpretados e registrados por escritores inspirados por Deus. Portanto, a Bíblia deve ser lida, não como um manual de ciências, astronomia, geografia ou física, mas como um livro teológico.

Cristo Devemos ler a Bíblia sabendo antecipadamente que Cristo é a substância de todos os tipos e símbolos do AT, do pacto da graça e de todas as promessas. Que os sacramentos, genealogias e cronologias da Escritura nos mostram as épocas e tempos de Cristo. Cristo, portanto, é a própria substância, centro, escopo e alma das Escrituras.

Cânon O cânon protestante das Escrituras é a coleção feita pela Igreja de livros que ela reconheceu que foram dados pela inspiração de Deus. Cada livro deve ser lido e entendido dentro deste contexto canônico, que é o contexto apropriado para a interpretação.

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As palavras da Bíblia, interpretadas no sentido original, são palavras de Deus. Porém, interpretadasconforme a nossa vontade, podem tornar-se perigosas. Portanto, quando você estudar a Bíblia, deixe-afalar por si mesma. Não lhe acrescente nem lhe subtraia nada.

Que o Senhor Deus te use grandemente.

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, parainstruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boaobra.” 2Timóteo 3;16-17.

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