Disciplina - História A
Andreia Pacheco ((:
Portefólio de História
Módulo 5O liberalismo- ideologia e revolução, modelos e práticas nos séculos XVIII e XIX
Unidade 4A implantação do liberalismo em Portugal
4.1 Antecedentes e conjuntura da Revolução Liberal portuguesa (1808-1810)
A expansão interna dos ideais liberais
o As ideias liberais difundiram-se em Portugal graças a um conjunto de fatores, dos quais se podem destacar:
–A ação dos estrangeirados;
–Exilados franceses ( fugidos do regime do Terror);
–Exilados portugueses em França e Inglaterra;
–Maçonaria;
–A divulgação em cafés ,jornais ,panfletos …
o Divulgados por todos estes meios, os ideais liberais, apelidados de jacobinismo (que designavam todos os simpatizantes do liberalismo), encontravam-se bem difundidos entre a elite intelectual portuguesa, bem como na boémia dos cafés e botequins da capital.
As invasões francesas e a dominação inglesa em Portugal .
Entre 1807 e 1811, Portugal foi alvo de três invasões francesas.
Fig.1 As invasões francesas em Portugal
Razões: Consequências:
Bloqueio continental; Fuga da família real para o brasil;
Politica francesa agressiva. Destruições e vandalismo;
Governo entregue aos ingleses;
Portugal reduzido a colónia;
Abalo profundo na economia.
Tab.1 Razões e consequências das três invasões francesas( de autoria própria)
O agravamento da situação económica e o desencadear da Revolução .
Fuga da família real para o Brasil, que assume a posição de metrópole (abertura dos portos ao comércio – 1808 e tratado comercial com Inglaterra (1810);
Dificuldades financeiras. Governo de Beresford e agravamento das más condições
económicas. Conspiração de Gomes Freire de Andrade e formação do
Sinédio.
Fig.3 William Beresford Fig.4 General Gomes F. de Andrade
4.2 A Revolução de 1820 e as dificuldades de implantação da ordem liberalA revolução de 24 de Agosto
Os revoltosos liderados pelo Sinédrio, saem à rua no Porto e declaram a independência face ao governo inglês;
A revolta segue para Lisboa, onde é criada a Junta Provisional do Reino (presidida por António da Silveira), com o fim de: Terminar com a dominação inglesa; Forçar D. João VI e a família real a regressar do Brasil; Consolidar o novo governo, pondo fim ao Absolutismo e
instaurando uma Monarquia Constitucional; Preparar as eleições para as Cortes Constituintes
(elaboração da Constituição).
Pôs fim aos princípios do Antigo Regime: Abolição da dízima eclesiástica; Abolição das prestações feudais; Extinção da Inquisição e da Censura; Instituição da liberdade de ensino.
Fig.5 Alegoria ao dia 24 de Agosto de 1820, no Porto.
A constituição de 1822 e o “vintismo”.
Terminada em Setembro, foi jurada pelo Rei; Estipulava os direitos e deveres dos cidadãos; Estabelecia a igualdade perante a lei; Instituía a liberdade de pensamento e propriedade; Garantia a soberania da nação e a separação tripartida de
poderes.
Poder executivo
Rei
Governo
(Ministros do estado)
Poder legislativo
Cortes ( deputados eleitos por dois anos)
Poder Judicial
Tribunais
Eleitores
( Sufrágio direto com restrições)
(Nomeia)
(Elege)
Esq.1 Constituição de 1822 ( de autoria própria)
A oposição ao liberalismo Oposição de membros da família real à Constituição de
1822, jurada pelo Rei D. João VI; Instabilidade político-militar: a Vila Francada e a Abrilada;
Divergências entre as fações liberais: vintistas e cartistas defensores de dois modelos constitucionais distintos;
Usurpação do poder por D. Miguel e restauração do absolutismo, provocando o exílio de liberais e o desencadear de conflitos militares entre liberais e absolutistas;
Conjuntura externa desfavorável à nova ordem liberal.
Fig.6 D. João VI Fig.7 D. Miguel
A revolução liberal
Independência do Brasil (1822) Morte de D. João VI / sucessão ao trono Abdicação de D. Pedro em favor de sua
filha Outorga da Carta Constitucional (1826)
Fig.8 Carta Constitucional 1826, frontispício
Fig.9 D. Pedro
A Carta Constitucional de 1826 Não afirmava a soberania nacional; Concedia ao Rei o poder moderador; Estipulava os direitos e deveres dos cidadãos; Estabelecia a igualdade perante a lei; Instituía o bicameralismo; Garantia a separação de poderes.
Poder executivo
Rei
Poder moderador
Rei
Poder judicial
Tribunais
Governo (ministros do estado )
Eleitores ( sufrágio censitário)
Poder legislativoCamara dos pares
( hereditário e vitalício)Camara dos deputados ( eleitos por dois anos)
( elege)
(Nomeia)
(Nomeia)
Esq.2 Constituição de 1826 ( de autoria própria)
A guerra civil
Proposta de casamento de D. Miguel com D. Maria e juramento da Carta.
Regresso de D. Miguel e restabelecimento do Absolutismo.
Convocação das cortes à maneira tradicional.
Fig.10 Representação da Guerra Civil
Fig.11 D. Miguel
A guerra civil
Reorganização do Estado e perseguição aos liberais. Fuga dos liberais para a Terceira, formando o núcleo de
resistência. Regresso de D. Pedro à Terceira e desembarque no Mindelo
(Porto). Cerco do Porto.
Fig.13 Estátua de D. Pedro IV, Porto
Fig.14 Desembarque do Mindelo
A guerra civil
Lutas liberais absolutistas (D. Pedro / D. Miguel). Convenção de Évora Monte Exílio de D. Miguel / morte de D. Pedro. Entrega do trono a D. Maria II.
Fig.15 Lutas liberais absolutistas
4.3. O novo ordenamento politico, social e económico
A ação reformadora de Mouzinho da Silveira : Ministro da Fazenda e da Justiça, promulgou a liberalização da
propriedade agrária e da economia, estabelecendo uma legislação a favor da Burguesia.
Aboliu os velhos direitos senhoriais: Abolição dos morgadios com rendimentos inferiores a
200.000 reais; Revogação de doações dos bens da coroa; A abolição da dízima eclesiástica; Extinção das sisas, exceto em vendas ou trocas de bens de
raiz do dízimo eclesiástico e dos forais; Supressão do direito exclusivo da Companhia dos Vinhos e
do Alto Douro; Supressão do pagamento das portagens.
Fig.16 Mouzinho da Silveira
O projeto Setembrista (1836-42) Levantamento popular iniciado pelos irmãos Passos, a 9 de
Setembro de 1836, com o objetivo de repor a Constituição de 22;
O movimento defendia a supremacia da soberania popular e a consolidação da liberdade; defesa da ordem pública e da legalidade constitucional;
a reorganização da fazenda e a reforma da administração pública, bem como o desenvolvimento económico: agricultura, comércio e indústria e a promoção do ensino.
Fig.17 Passos Manuel
O projeto setembrista
O novo ministério, liderado pelo Conde de Lumiares: Sá da Bandeira na Fazenda e Passos Manuel no reino, governou até à convocação de novas Cortes Constituintes:
Alargou a representação burguesa; Promoveu o ensino; Estipulou a liberdade de pensamento e de imprensa; Protegeu o comércio e fomentou o desenvolvimento
colonial; Concedeu linhas de crédito às empresas e incentivou a
criação de associações; Desenvolveu uma política de austeridade financeira.
Fig.18 Sá da Bandeira
A constituição setembrista (1838)
Inspiração da constituição de 22 e da carta de 26. As suas características fundamentais são:
o princípio clássico da separação tripartida dos poderes (1822),
o bicameralismo das Cortes (Câmara dos Senadores e Câmara dos Deputados 1826),
o veto absoluto do rei.
Esta Constituição reafirma a soberania nacional (1822), restabelece o sufrágio universal direto (embora censitário – 1826) e elimina o poder moderador.
O projeto Cabralista (1842-51 )
A instabilidade criada durante a fase setembrista leva à atribuição da pasta da justiça a Costa Cabral, que se torna o homem forte do governo;
Em 1842, Cabral lidera um golpe de estado que repõe a Carta Constitucional de 1826.
Fig.19 Costa Cabral
O projeto Cabralista (1842-51 )
Exerceu uma política ditatorial e repressiva, que conduziu a uma violenta guerra civil:
A revolta da Maria da Fonte (1846) – conduz à saída de Cabral do governo;
A revolta da Patuleia (1847), concluída com a ajuda dos espanhóis (Convenção de Gramido).
Costa Cabral regressa mas, em 1851, um golpe idealizado por Alexandre Herculano e levado a cabo por forças setembristas depõe Cabral e institui a Regeneração (Fontes Pereira de Melo).
Fig.20 Revolta de Maria da Fonte
Fim da Unidade 4Webgrafia: •http://erhos.cadernovirtual.net/?page_id=1899•http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_portuguesa_de_1822•http://sitiosdahistoria11.blogspot.pt/2010/02/4-implantacao-do-liberalismo-em.html•http://srec.azores.gov.pt/dre/sd/115152010600/depart/dcsh/ilp_ficheiros/frame.htm
Bibliografia:
Cadernos da História A5 2ª Parte
Unidade 5O legado do liberalismo na primeira metade do século XIX
5.1 O Estado como garante da ordem liberal; a secularização das instituições; o cidadão, ator
politicoNo contexto das revoluções liberais nasce o
liberalismo como uma ideologia política, económica e social que surgiu com a filosofia
iluminista e as revoluções liberais- séculos XVIII e XIX- opõem-se ao absolutismo defendendo:
os princípios burgueses a liberdade como objetivo final da sociedade
em todas as suas formas: pensamentos, religião, política, associação, negócio, concorrência, etc.
a soberania da nação os direitos individuais dos cidadãos a igualdade perante a lei a propriedade privada
Testemunho 1: Só a propriedade fornece o lazer indispensável á
aquisição das luzes e á retidão do julgamento. Somente ela toma os homens capazes de exercerem os direitos políticos.
Benjamin Constant (1767-1830), Cours de Politique Constitutionelle
Testemunho 2: Através da propriedade, Deus civilizou o mundo e
conduziu o homem do deserto á cidade, da crueldade á doçura, da ignorância ao saber, da barbárie á civilização.
Thiers, Sobre a Propriedade,1848
Doc.1 O direito á propriedade, segundo o liberalismo
Fig.21 Adolphe Thiers Fig. 22 Benjamin Constant
Defensor dos direitos e das liberdades individuais, o Liberalismo reage contra qualquer forma de tirania política e económica. Do ponto de vista económico defende os princípios orientadores gerais de todo o liberalismo, predomínio da liberdade e iniciativa privada, liberdade de produção e concorrência com a teoria do fisiocratismo de Quesnay, defende a liberdade de concorrência e estabelecimento das leis da oferta e da procura defendidas por Adam Smith, o Estado devia ser o grande organismo coordenador e facilitador da iniciativa privada, não devendo intervir na atividade económica.
Fig.23 François Quesnay Fig.24 Adam Smith
5.2 O romantismo, expressão da ideologia liberal. A revalorização das raízes históricas das nacionalidades
e exaltação da liberdade
O Romantismo é um movimento cultural que surgiu no século XIX.
Caracteriza-se pela sensibilidade, paixão, enaltecimento dos sentidos, relação entre o homem e a natureza, liberdade, instinto e irracionalidade, idealismo, fantasia e imaginação, busca do antigo e misterioso e pelo patriotismo.
Recusa os modelos clássicos contrapondo modelos individuais, valoriza o sentimento e os sentidos, a Idade Média, apresenta uma espiritualidade cristã e defende a pátria e os sentimentos de união que ela provoca.
O romantismo, tantas vezes mal definido, é afinal de contas- e esta é a sua definição real – o liberalismo na literatura. (…) A liberdade na arte, a liberdade na sociedade, eis o duplo fim para o qual devem tender todos os espíritos consequentes e lógicos. (…) Esta voz alta e poderosa do povo , que se assemelha á de Deus, pretende, doravante, que a poesia tenha a mesma divisa que a politica: tolerância e liberdade.
Doc.2 Romantismo e liberalismo
Literatura Artes Plásticas Música
Géneros:• poesia lírica e bucólica;•Crónica de viagens;•Romance sentimental;•Histórico;•Teatro.
Pintura e escultura:•Variedade temática;•Seu tratamento emocional;•Atualidade político-social da época;•Carater interventivo;
Sentimental e emocional ,oscilou entre:•A expressão intima e idílica;•A propensão para o teatral, quase bélico
Prosa ou poesia.Defende ideias e causas a favor da liberdade, enaltece a natureza e o povo simples e rústico.
•Diversidade de execução técnico formal;•Expressão mais espontânea;•Subjetividade
Linguagem musical:•Sinfonia- o poema sinfónico•Técnica instrumental
•Herói do romantismo literário: * ser sensível, apaixonado, sonhador, utópico, abnegado, …*ser injustiçado, solitário, incompreendido, fatalista, rebelde…
Na arquitetura:•Revivalismos historicistas
NeomedievalismosExotismos
Foi um dos momentos mais expressivos e ricos da música ocidental.
Tab.2 A explosão do sentimento na literatura, nas artes plásticas e na música( de autoria própria)
Fig.25 Almeida Garrett
Fig.27 Eugène Delacroix
Fig.26 Richard Wagner
Fim da Unidade 5Webgrafia: •http://diario-de-historia.blogspot.pt/2010/03/o-legado-do-liberalismo-na-1-metade-do.html•http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/o-Legado-Do-Liberalismo-Na-Primeira/226509.html•http://www.opusculo.com/pt/o-romantismo-em-portugal/•http://www.biography.com/people/richard-wagner-9521202
Bibliografia:•Cadernos de História A5 2ª Parte