História da Arte catarinense
Estudar Arte é um exercício que ajuda a transformar as pessoas e a
abrir a sensibilidade para a vida.(Jandira Lorenz)
Pré-HistóriaSanta Catarina foi ocupada por três
culturas distintas, em diferentes períodos: os povos caçadores e coletores, os
itararés e os guaranis.
Sambaquis (Tambá - “concha” e qui – “monte”), que são montes de conchas, depósitos de cascas de ostras, ossos
de peixes, aves, mamíferos, e que pela altura, serviam para avistar os
cardumes de peixes e afastar os animais peçonhentos.
Caçadores e coletoresA chegada desse povo ocorreu há
5000 anos, iniciando o povoamento catarinense. Foram eles responsáveis
pelos sambaquis.
Confeccionavam utensílios de pedra polida, ossos e conchas; para o
acabamento das peças, utilizavam as oficinas líticas (pedras nos costões com
marcas de fio).
Arte
Os objetos de arte mais conhecidos desse grupo são os zoólitos, esculturas que representam elementos da fauna
local.
Zoólitos (zoo- “animal”; litos-“pedra”)
Itararés
Mais de 4000 anos depois da chegada dos povos caçadores e coletores, surgiram no litoral catarinense os
primeiros indivíduos da tradição itararé. Sobreviviam da caça e da pesca e
produziam pequenas peças de cerâmica, a qual servia para o preparo dos
alimentos, com tonalidades que variam do pardo ao preto.
Guaranis Foram o último grupo pré-colonial a
ocupar o litoral catarinense e são conhecidos também como carijós. Eles chamavam a ilha de
Santa Catarina de Jurerê-Mirim, que significa “boca-pequena”. A maior peça artesanal produzida pelos Guaranis era a canoa de
guarapuvu. A cerâmica era produzida para a preparação e estocagem de alimentos e, após o
uso, era usada como urna funerária, também conhecida como igaçaba, “recipiente que serve para guardar água” (ig - “líquido”, “água” e çaba
– “receptor”).
ArteOs guaranis produziam adereços
como colares e tembetás de madeira, ossos, fibras vegetais, pedras e dentes,
assim como cestas, redes e cordas. Criaram vários instrumentos musicais.
Hoje os guaranis produzem e comercializam artesanato que retrata animais, como onças e tamanduás
talhados em madeira, e passa por um processo de queima, gerando contraste
de cores.
Índios da aldeia do Morro dos Cavalos, em Palhoça, continuam esculpindo a coruja em madeira para dar sorte, o tucano simbolizando beleza, a onça-
pintada com sinônimo de força.
Arte rupestre
São os desenho feitos sobre as rochas. Os motivos variam de naturalistas até linhas
abstratas.Os sítios ocorreram na faixa litorânea, nas praias
que ficam de frente para o Oceano Atlântico. As técnicas são:
Pictoglifos – feitos com pigmentos naturais extraídos de sementes (nas cores vermelho,
amarelo, branco e preto.Petroglifos – consistem no uso de grafites como
instrumentos de percussão ou abrasão.
Arte rupestre de Santa Catarina
Praia do Santinho
Praia do Santinho. Grafismo constituído por longas linhas paralelas.
Painel de arte rupestre com monumento rochoso ao fundo
Grafismos SI-4, Santinho Norte - Lindo painel formado por linhas onduladas paralelas verticais. Conservação boa. Tamanho 166 x 69
cm. Frente sudoeste. Foto de Agosto de 1986.
Sinalação SII-9 e SII-10, Santinho Norte - Painel no chão constituído por uma máscara com 54 x 40 cm, conservação ruim, e uma ampulheta com 23 x 39 cm, conservação boa. Frente leste. Foto de Janeiro de 1988.
Ingleses. Grafismo constituído por linhas paralelas que formam o losango sagrado no meio e os princípios feminino e masculino nos triângulos superior e inferior da gravura.
Sinalação SI-2, Ponta das Canas - Semivestígio de um conjunto de círculos com divisões internas. Conservação: vestígio. Tamanho 60 x 30 cm. Frente oeste. Foto de Maio de 1996. Sítio descoberto por Edmar Hoerhan.
SV-A-2, Ilha do Campeche, lado esquerdo do painel do letreiro - enorme figura, parcialmente destruída, constituída por uma dupla máscara, circundada por 2 linhas paralelas. Conservação ruim. Tamanho 168 x 142 cm. Frente sudeste. Foto de Maio
de 1993.