HIV e SIDA
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Qual é a diferença entre HIV e SIDA?
HIV é o vírus que ataca o sistema imune do organismo
SIDA sinifica Síndroma de Imuno Deficiência Adquirida” e constitui uma fase avançada da infecção com HIV
Quando se detecta que uma determinada pessoa tem SIDA, esta deve iniciar o tratamento com a medicação antiretroviral
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HIV
Vírus da Imunodeficiência Humana H -ataca os seres humanos I - sistema imunológico não esta a funcionar V - vírus
Pertence a classe dos retrovirus Apresenta período de latência clínica Existem 2 subtipos: HIV1 e HIV2( o HIV 1 é mais
frequente em Moçambique) Após longo período aparecem os sinais e
sintomas
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Formas de Transmissão do HIV
Relações sexuais não protegidas com pessoa infectada Heterosexuais Homosexuais Oral, vaginal, anal
Transmissão Vertical de mãe para o filho Durante período de gravidez Durante trabalho de parto e pós parto Durante período de amamentação
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Formas de Transmissão do HIV
Agulhas, seringas e materiais pérfuro-cortantes contaminados com sangue infectado
Transfusões de sangue ou hemoderivados infectados
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CD4 = Linfócitos
Compõem o sistema imunológico ”soldados de defesa”
Actuam na defesa do organismo HIV ataca as células CD4 destruindo-as e
danifica o sistema imunológico Sem defesa o organismo esta sujeito a todo tipo
de infecção
Estadios da OMS
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Estadios da OMS
O sistema desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a infecção pelo HIV em adultos e adolescentes em 4 estadios clínicos Estadio I: Assintomático Estadio II: Sintomas menores (imunodeficiência leve) Estadio III: Sintomático do HIV (sintomas severos) Estadio IV: Evolução da SIDA (sintomas gravíssimos)
A pessoa infectada transmite o vírus em todos os estadios da infecção pelo HIV.
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Estadio I: Assintomático
Síndrome retroviral Algumas semanas depois de contrair a infecção pelo
HIV, a pessoa pode apresentar Síndrome Retroviral Aguda
Febre Erupção cutânea Úlceras orais e/ou genitais Inchaço dos gânglios linfáticos Dor de garganta Mialgia (dor muscular) Fadiga
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Estadio II: Sintomas Menores
A pessoa apresenta: Perda de peso involuntária menor de 10% Manifestações cutâneas
Dermatite seborréica Molusco contagioso Micoses recorrentes Prurigo Herpes zoster
Infecções do tracto respiratório superior recorrente Bronquite Otite Amigdalite
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Estadio III: Sintomas Severos
A pessoa apresenta: Perda de peso maior de 10% Diarréia crônica Febre por mais de um mês Doenças específicas como:
Candidíase oral Candidíase vulvovaginal Tuberculose pulmonar Infecções bacterianas severas e recorrentes, como pneumonia
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Estadio IV: Evolução para SIDA (sintomas gravíssimos)
A pessoa pode apresentar: Cancros oportunistas como o Sarcoma de Kaposi Infecções oportunistas como cryptococose
neuromeníngea Toxoplasmose cerebral Pneumocystose pulmonar (jiroveci ou antigamente
chamado carinii) Candidíase esofágica Herpes simplex de mais de um mês de duração Tuberculose extra-pulmonar
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Distribuição de Estadios
A pirâmide do HIV/SIDA representa a distribuição de pessoas com HIV em cada estadio A maioria das pessoas infectadas no primeiro estadio sente-se bem e nem sabe que estã infectadas
Infecções Transmissíveis Sexualmente
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O que são ITS ?
Doenças causadas por: Vírus Bactérias Outros micróbios
Transmitem-se principalmente nas relações sexuais
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ITS
Grave problema de saúde pública Facilitam a transmissão sexual do HIV Não diagnosticadas e tratadas
complicações graves até óbito
Gestantes abortamento e malformações
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Conseqüências
Esterilidade Inflamação impotência Infecção trompas, ovários e útero Aumenta as chances de câncer de colo e de
pênis Morte fetal Natimorto Prematuridade
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Tratamento
Adequado em unidades sanitárias Medicação correta, rigidez no horário e
continuidade Evitar relações sexuais ou usar preservativo Acompanhamento clínico e laboratorial Exame de prevenção Tratamento de parcerias sexuais
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Prevenção das ITS
Sexo Seguro Não compartilhar agulhas e seringas Controle do sangue e hemoderivados
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Preocupações mais freqüentes
Transmissão Assintomática Medo de ser julgado ou rejeitado Solidão depressão e baixa auto estima Efeitos potenciais sobre a reprodução
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Diferentes Tipos de ITS
Doenças que Causam Corrimentos No homem
Gonorréia Clamidia Ardência ao urinar
Na mulher Corrimentos Vaginais Vaginose bacteriana Candidíase Corrimentos cervicais
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Diferentes Tipos de ITS
Doenças que Causam Feridas Sífilis Herpes Anogenital Papilomavírus Humano – HPV Linfogranuloma venéreo
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Investigação de Outras ITS
Infecção pelo HIV Sífilis Infecção pelo vírus da Hepatite B
HIV e Infecções Oportunistas
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Infecções Oportunistas
Ao longo dos anos de infecção pelo HIV, o número de linfócitos CD4+ diminui causando imunodeficiência imunodeficiência CD4+ < 500 células por mm3
À medida que o nível de CD4+ diminui, o risco de contrair infecções oportunistas aumenta CD4+ < 200 células/mm3, o paciente está susceptível
a infecções oportunistas, que podem ser graves
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Infecções Oportunistas
As Infecções Oportunistas (IO) são causadas por organismos que não causariam doenças em pessoas com o sistema imunológico em bom funcionamento
Pessoas com HIV são vítimas de IO, porque o sistema de defesa do corpo delas não consegue lutar eficientemente contra os agentes infecciosos invasores
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Infecções Oportunistas (3)
Existem diversas infecções oportunistas causadas por: Fungos Bactérias Parasitas Vírus
Monitorar a quantidade de células CD4+ ajuda a equipa de saúde a prevenir IOs
Importante usar medicamentos para prevenir IOs As diferentes IOs são clasificadas pelo sistema
de estadios de OMS.
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Tratamento
Em unidades sanitárias Medicação correcta Pessoal de saúde capacitados Acompanhamento clínico e laboratorial
Identificar as infecções Tratar as infecções Classificar as infecções em fase clínica da OMS, para
um possível início do TARV
Conselheiro deve referir o paciente ao médico quando suspeitar de uma IO não tratada
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TB e HIV
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O que é Tuberculose?
Tuberculose (TB) é uma doença contagiosa causada por uma bactéria. Ela ataca qualquer parte do corpo, mas é mais comum nos pulmões
Pessoas infectadas pelo HIV têm alta probabilidade de desenvolver TB, devido ao seu sistema imunológico debilitado Uma pessoa infectada pelo HIV tem 50% de chance de
contrair a doença.
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Tuberculose (TB)
Suspeitar se o paciente apresenta: Tosse há mais de duas semanas Febre ou sudorese/suores (geralmente nocturna) Perda de apetite e peso Dores torácicas Escarris sanguinolentos
Em pessoas com supressão imune, o diagnóstico da TB pode ser difícil: Sintomas atípicos Mudanças mínimas no raio-X
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TB e HIV
É de vital importância que pessoas com HIV positivo recebam tratamento se estiverem com TB activa. Curar e prevenir a transmissão do TB para outros
Mesmo em sítios onde o TARV não é ainda disponível ou acessível, é crucial que o sistema de saúde seja capaz de oferecer os antibióticos necessários para pessoas com HIV+.
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TB (2)
A infecção é transmitida pela tosse, espirro, fala,
que propaga a micobactéria dos pulmões para o ar As pessoas que se encontram no mesmo espaço que a
pessoa infectada por TB podem inalar a micobactéria Para evitar a transmissão as pessoas devem manter a
ventilação do local e evitar contato próximo.
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Qual a relação entre TB e HIV?
Pessoas infectadas pelo HIV têm alta probabilidade de desenvolver TB, devido ao seu sistema imunológico debilitado TB é a principal causa de morte entre pessoas
infectadas pelo HIV TB é responsável por mais de um terço das mortes de
pessoas com SIDA no mundo Quando o indivíduo é infectado pelo TB, a chance
de desenvolver a doença é muitas vezes maior se ele tem HIV+ Uma pessoa infectada pelo HIV tem 50% a 70% de
chance de desenvolver a doença em algum momento
Nutrição e HIV/SIDA
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Círculo vicioso da desnutrição associada ao HIV
Alimentação deficiente, (perda de peso, fraqueza, deficiências nutricionais)
Deficiência imunológica, dificuldade em reagir contrao HIV
Maior vulnerabilidade a infecções(ex: TB)
Aumento das necessidadesnutricionais, redução daingesta e perda de nutrientesessenciais
HIV
Source: Adapted from RCQHC and FANTA 2003
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Necessidades nutricionais
Acesso Disponibilidade
Acesso e disponibilidade de alimentos
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Cuidados Nutricionais e estratégias para apoiar TARV
Promover dieta nutricionalmente adequada Qualidade Diversidade Quantidade
Promover água e alimentos seguros Promover práticas de higiene Encorajar o aumento de ingestão de líquidos Entender implicações da alimentação e nutrição
com os medicamentos Dar respostas apropriadas e apoio aos utentes
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Promover alimentação segura e prevenir doenças alimentares
Orientar aos utentes que evitem: Carne mal cozida ou crua Produtos com validade vencida Produtos armazenados em condições sanitárias
inadequadas
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Mitos sobre nutrição e HIV
Desmistificar que é preciso uma alimentação especial para fazer tratamento O utente pode manter sua alimentacao normal, dando
especial atenção para ter variedade e boa higiene Dieta diversificada, com alimentos de diferentes grupos e de
diferentes funções no corpo é importante para todas as pessoas
Excepções de alimentos são discutidas com o médico Acabar com os mitos do que é proibido
Açúcar, refrigerante entre outros alimentos.
Fazer orientações alimentares especiais diante de alguns sintomas (diarreia, náuseas...)
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Como uma dieta pode ajudar nos medicamentos
Reduzir os efeitos secundários indesejáveis dos medicamentos Balancear refeições
Promover adesão Evitar beber álcool com medicamentos Falar sobre a importância da segurança alimentar
com o utente
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Interação entre alimentos e medicamentos
Alteração da eficácia dos medicamentos Evitar alimentos gordurosos com a toma do Efavirenz.
Harmonização dos efeitos adversos com alimentos Para falta de apetite, fazer refeições pequenas e
frequentes
Dificuldade em manter o aporte nutricional (círculo vicioso)
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Importância do conselheiro
Durante as sessões de aconselhamento, conversar com o utente e verificar: Acesso à comida e dificuldades Aspecto nutricional e dificuldades Aspectos de higiene no preparo dos
alimentos Referir utente ao médico caso ele
apresente reações adversas a um medicamento específico
Estabelecer ligações e sistema de indicações para outros programas e serviços que tratam da questão nutricional e alimentar das pessoas.
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Segurança alimentar
A segurança alimentar da família é importantíssima: Para o cuidado nutricional eficaz, além de informação e
conhecimento sobre alimentos, é necessário garantir segurança alimentar (acesso, disponibilidade e higiene)
Provedores de apoio nutricional precisam avaliar: Segurança alimentar Identificar opções viáveis de alimentos Ajudar a atender questões de produção do alimento
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Segurança alimentar
Insegurança alimentar pode afectar a habilidade do utente de: Iniciar TARV Aderir ao TARV
O papel do conselheiro e discutir com o utente suas opções alimentares para auxiliar a melhorar sua alimentação.
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Interacção entre TARV e Alimentos
Alguns anti-retrovirais devem ser tomados com alimentos; outros, com o estômago vazio
Alguns anti-retrovirais reduzem a absorção dos nutrientes ou metabolismo Pode requerer nutrientes específicos ou suplementos
nutricionais
Alguns anti-retrovirais causam efeitos colaterais que afectam o consumo de alimentos; por outro lado, alguns efeitos secundários podem ser melhorados com uma alimentação específica
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Ajudando a controlar os sintomas com a dieta
Falta de apetite: Refeições pequenas e frequentes
Lesões orais: Alimentos em forma de pasta, frios ou a temperatura
ambiente. Evitar piri piri ou açúcar
Prisão de ventre: Alimentos fibrosos e maior ingestão de líquido
Azia e formação de gases: Refeições pequenas e frequentes. Evitar alimentos que formem gases
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Ajudando a controlar os sintomas com a dieta
Diarréia: Maior ingestão de líquido e alimentos pouco fibrosos
Náusea: Refeições pequenas. Evitar deitar após a alimentação
Febre: Maior ingestão de líquidos. Dar preferência a caldos
ricos em energia
Anemia: Alimentos de fonte animal (carne) ou vegetais verdes.
Ferro suplementar
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Batata africana
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Batata africana
Estudo revelou que a batata africana (Hypoxis hemerocallidea) pode interferir no metabolismo dos Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa (Nevirapina e Efavirenz) e dos Inibidores da Protease.
Deve ser evitada concomitante ao TARV
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AIDS: volume 19 (1) January, 2005