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INFORMATIVOINFORMATIVOINFORMATIVOJURÍDICORecife - Pernambuco - Edição trimestral - fevereiro, março e abril de 2008 - Nº 01

Publicação do Escritório:

enti-me muito honrado com o convite que me dirigiu oprofessor Misael Montenegro Filho para que prefaciasseeste seu Código de Processo Civil - Comentado e Interpretado. Misael é um dos mais talentososprocessualistas do que se convencionou chamar de“nova geração”. Esta é, na verdade, a geração de processualistas a que eu próprio pertenço, e da qual sou uma espécie de “decano”.

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por artigo é hercúleo. Afinal são mais de mil e duzentos artigos, muitos deles com parágrafos, incisos e alíneas.Além disso, o fato de que o Código de Processo Civilvem, de meados de 1990, sendo reformado faz com queaquele que se dedique a uma empreitada como estase veja como um Sísifo, a rolar montanha acima a pedraque teima rolar montanha abaixo.

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S

dedicar pelo menos uma parte de seu labor intelectual à p r o d u ç ã o d e o b r a s d e e x p o s i ç ã osistemática do direito processual civil. Incluo-me neste grupo, autor que sou de modestas Lições de Direito Processual Civil. Neste grupo esta,também, o professor Misael Montenegro Filho, autorde um já consagrado Curso de Direito Processual Civil. Misael, porém, foi além de todos os outros integrantesdesta “nova geração” e, já tendo produzido seu curso,dedicou-se agora a elaborar um Código de ProcessoCivil Comentado e Interpretado. O trabalhode comentar o Código de Processo Civil artigo

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O que mais me fascina nessa nova geração de processualistas é adiversidade. Somos todos muitodiferentes. Há entre nós os que se dedicam quase que exclusivamenteao es tudo de temas l i gadosa o a s s i m c h a m a d o d i r e i t o constitucional processual. Outros dedicaram-se quase que de modoexclusivo a tratar das reformas doC ó d i g o d e P r o c e s s o C i v i l (e isto só já é suficiente para enchero tempo de toda uma v ida ,dado o gigantismo dessa reforma). Muitos outros se dedicaram aos estudosde vários outros temas esparsos.Alguns de nós, porém, resolveram

Misael Montenegro Filho, porém, logrou exíto em sua empreitada.Seu trabalho objetivo, direto, ep r e o c u p a d o e m a f i n a r o s conhecimentos teóricos à utilidadeprática, cumpre f ielmente seu propósito: apresentar ao leitor uma v i são de cada um dos d i s p o s i t i v o s d o C P C q u e permita a solução dos inúmeros p rob lemas que a p rá t i ca do processo civil gera, através da aplicação do conhecimento teórico. Sei que alcançar este resultadonão é fácil, pois eu mesmo já tentei uma vez escrever comentárioscomo estes e confesso que desisti ao

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Alexandre Freitas Câmara - Advogado. Professor de Direito Processual Civil da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual e do Instituto Ibero-Americano de Direito Processual.

chegar ao artigo 18 do CPC, desanimado com asinúmeras reformas legislativas que enviariam o t é r m i n o d o m e u t r a b a l h o p a r a a s sobrecarregadíssimas calendas gregas. Parabenizo a Edi tora At las por t razer à comunidadejurídica obra que já é essencial para todos aqueles que se dedicam ao processo civil, como objetode estudo ou ferramenta de trabalho, e parabenizo o autor por mais esta empreitada de sucesso.

Prefácio da obra:

Lançamento do Código de Processo Civil

Comentado e Interpretado de autoria do

Prof . Misael Montenegro Filho, publicado pela

Editora Atlas, acontece em todo Brasil

º

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EditorialMisael Montenegro Filho

O objetivo da informação jurídica

Por Thiago Bandeira

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Escritórios AssociadosEscritórios AssociadosEscritórios Associados

Belo Horizonte - MG Recife - PE

Projetos de lei e informações jurídicas de interesse geral

O direito não é uma ciência estática. A mudança do comportamento dos mem-bros da sociedade impõe a alteração constante da lei. No caso da norma pro-cessual, o legislador infraconstitucionalvem realizando modificações no CPCdesde o ano de 1994, para que o conflito de interesses seja resolvido em menorespaço de tempo possível. Todas essasmodificações reclamam atualização porparte dos membros da comunidade jurí-dica, incluindo estudantes de graduação,advogados, magistrados, membros doMinistério Público e procuradores Fazendários. Eduardo Couture já nos advertia que o advogado que não se atualiza é cada dia menos advogado. Essa preocupação motiva a veiculação do periódico que é enviado a vocês. Nosso objetivo é contribuir para o incre-mento das discussões jurídicas, em temasnovos e relevantes, transportando infor-mações. A partir dessa edição, veiculare-mos o periódico trimestralmente, desta-cando temas que interessam não apenasao mercado jurídico de Pernambuco, masa todo o Brasil. Esperamos receber con-tribuições que permitam a qualificaçãodo conteúdo das veiculações. .

Publicação Trimestral - Ano 01 - nº01Distribuição gratuita e dirigidaTiragem 3.000 exemplares.

Editoração - Certa PromoçõesOs artigos assinados são de inteiraresponsabilidade de seus autores.

Efeito Suspensivo - Tramita na Câmara dos Deputadosprojeto de lei (PL - 3605/2004) de autoria do deputadoColbert Martins (PPS/BA) que visa garantir mais efetivi-dade às decisões judiciais de primeira instância, ao pas-so em que altera os efeitos da apelação interposta contrasentença proferida pelo juiz de primeiro grau. A propostaaprovada define que o recurso de apelação não poderá mais interromper o cumprimento da sentença, exceto noscasos em que a execução da decisão possa causar danosirreparáveis ou de difícil reparação. O projeto além de con-ferir mais efetividade à decisão de primeira instância, trarámais celeridade, permitindo que iniciativas meramente pro-telatórias sejam rechaçadas. O projeto altera o art. 520 doCPC.

Art.475-J do CPC na CLT - A 3ª Turma do TST, baseadaem voto da Ministra Maria Cristina Peduzzi, entendeu quea multa de 10% prevista no art. 475-J do CPC não se apli-ca nas execuções trabalhistas. De acordo com a Ministra relatora, a fixação da penalidade, que não está prevista nalegislação trabalhista, configura possível violação ao princí-pio do devido processo legal, previsto no inciso LIV, do art.5º, da Constituição Federal de 1988. (Proc. nº TST-RR765/2003-00813-41.8).

43 milhões - É o número de processos que aguardam julgamento pela Justiça Brasileira. Desse montante, 33 mi-lhões estão emperrados na primeira instância e a algoz desse quadro é a Justiça Estadual, pois 32 milhões de pro-cessos aguardam decisão dos juízes. (Justiça em númerosIndicadores Estatísticos do Poder Judiciário divulgado em 04.02.2008 pela Ministra Ellen Gracie).

Pensão - Filho maior de idade, desempregado, mas comcapacidade de exercer atividades profissionais, não tem di-reito a pensão alimentícia. O entendimento é da 1ª CâmaraCível do TJMG. Os desembargadores negaram o recursointerposto por um homem com 30 anos, objetivando a modifi-cação da decisão de primeira instância que suspendeu o pa-gamento da pensão alimentícia. O relator do recurso, juiz subs-tituto José Mauro Bianchini Fernandes, destacou que a decisão de primeira instância teve como base a comprovada maioridadedo filho e a constatação de que o pai está com grave doençae passa por tratamento médico, além de o filho não ter com-provado a impossibilidade de trabalhar.

Gravidez adquirida durante aviso prévio - “Com o prévioaviso do término da relação de emprego, o pacto passa ater contornos de prazo determinado, uma vez que o termofinal já está fixado.” Estes foram os termos utilizados pela 3ªCâmara do TRT 15ª Região para negar provimento a recursoordinário de uma empregada que perseguia o reconheci-mento do direito à estabilidade gestante em virtude de gravi-dez iniciada durante o aviso prévio. A decisão que confirmoua sentença foi unânime. (Proc. nº 1362-2006-086-15-00-6 RO).

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Direito Marítimo cresce junto com o Porto de Suape

A importância do conhecimento de cargapara o comércio marítimo internacional

Raros juristas se detiveram no estudo de um tema,

pouco conhecido na área do Direito e, ainda, dificul-

tado, em função de uma legislação desatualizada e

com pontos obscuros e contraditórios, a respeito de

um título de crédito impróprio e representativo de

mercadorias transportadas por via marítima, comu-

mente conhecido por: Conhecimento de Frete, Co-

nhecimento de Embarque, Nota de Embarque, Co-

nhecimento de Transporte ou Conhecimento de

Carga, sendo esta última expressão adotada pela

Aduana e utilizada no Regulamento Aduaneiro.

Na formalização de um contrato de transporte ma-

rítimo, o Conhecimento de Carga é reconhecido in-

ternacionalmente por sua denominação no idioma

inglês: “Bill of Lading” (B/L), a qual também é utili-

zada, na prática, pelos agentes que atuam no

transporte marítimo internacional.

Tal instrumento jurídico representa a titulariadade

das mercadorias custodiadas que se encontram sob

os cuidados de terceiros não-proprietários, a que se

acostumou chamar de título representativo, pois e-

xerce uma função meramente documental e, ainda,

pode ser considerado um título de crédito, na medi-

da em que possibilita ao proprietário da mercadoria

custodiada a negociação com o valor que ela tem,

sem prejuízo da custódia.

O Conhecimento de Frete foi regulamentado inicial-

mente pelo Decreto nº 19.473/30 (alterado pelo De-

creto nº 19.754/31) e também pelo Código Civil (CC)

e Código Comercial (Ccom). Sua emissão cabe às

empresas de transporte por água, terra ou ar. A fina-

lidade originária deste instrumento é a prova do re-

cebimento da mercadoria pela empresa transporta-

dora e da obrigação que assume de entregá-la em

lugar certo. O Conhecimento, no entanto, possibilita

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ao proprietário da mercadoria despachada negociarcom o valor dela, mediante endosso no título.Não obstante, o Decreto s/n.º de 24 de abril de 1991 revogou, entre outros, os Decretos 19.473/30 e 19.754/31, como parte do então Programa Nacionalde Desregulamentação, sendo, entretanto, mantidos, pela prática comercial, os conceitos existentes nalegislação revogada. Estudos recentes dão conta da não revogação dos Decretos mencionados (Artigo do

advogado Eugênio Aquino dos Santos, publicado na Revista Consulex, nº 262 de 15/12/2007, páginas 61/63).

Posto isto, o Conhecimento de Carga, internacional-mente designado pela sigla B/L, se reveste de extre-ma importância nas negociações que utilizam otransporte marítimo, sendo seus requisitos formais eintrísecos, a sua transmissibilidade e outros aspec-tos específicos regulados por dispositivos da legisla-ção comercial e civil, sem prejuízo da aplicação das normas tributárias quanto aos respectivos efeitos fis-cais, cosntantes do Regulamento Aduaneiro, deven-do-se estender a abrangência do problema para o Direito Comercial Marítimo, caracterizando-se, assim,como o principal documento utilizado na formalizaçãode um transporte marítimo de linha regular.Tal documento apresenta as seguintes funções bási-cas: recibo de mercadorias embarcadas; evidência de um contrato de transporte e título de crédito im-próprio, sendo aplicáveis as regras do direito cambial e estando inserido na legislação tributária federal eestadual, demonstrando a sua importância para o despacho aduaneiro e o comércio marítimo interna-cional. .

José Armando Bonfadini - advogado especialista em Direito Empresarial e Marítimo, associado do escritórioMisael Montenegro Advocaciae mail: [email protected]

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Caso Serrambi

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Bruno LacerdaAdvogado da Assistência do MP no “Caso Serrambi”,associado do escritório Misael Montenegro Advocacia

Á r e a s d e A t u a ç ã o

• Responsabilidade Civil

• Direito Comercial

• Direito Bancário

• Responsabilidade Civil

• Direito Comercial

• Direito Bancário

• Direito Imobiliário

• Direito do Consumidor

• Direito Criminal

• Direito Imobiliário

• Direito do Consumidor

• Direito Criminal

• Direito de Família

• Direito Trabalhista

• Direito Marítimo

• Direito de Família

• Direito Trabalhista

• Direito Marítimo

M

Rua Cel. Anísio Rodrigues Coelho, 464, sala 902, Boa Viagem - Recife/PE - CEP. 51021-130. Fone/Fax: (81) 3328.1861 e-mail: [email protected]

www.misaelmontenegroadv.com.br

uito se fala, mas pouco se sabe sobre o case Serrambi. Mitos foram criados, factóides circularam pe-la Internet e até a imprensa cogitou a possibilidade de al-gum traço folhetinesco, envolvendo personagens da highsociety. Ao que parece - este é mais um aspecto perversodo caso -, era preciso que houvesse algum glamour em torno da causa, e este deveria, necessariamente, consti-tuir-se na figura de algum moço rico como suspeito doscrimes. Todavia, quase cinco anos passados dos trucida-mentos das jovens Tarsila Gusmão Vieira de Melo eMaria Eduarda Lacerda Dourado, e depois de três inqué-ritos realizados por policiais reconhecidamente sérios, um deles a cargo da Polícia Federal (só faltou o FBI ou a Scotland Yard apurar os homicídios), a mesma conclu-são foi invariavelmente obtida: trata-se de crime efetiva-mente cometido pelos irmãos Marcelo e Valfrido Liracom o móvel de ocultar e garantir a impunidade de deli-to sexual, inexistindo qualquer vinculação com a festa o-corrida, na noite anterior, na casa de Serrambi, onde elasestavam hospedadas (mesmo porque as meninas foramvistas por dezenas de pessoas no dia seguinte, inclusivepouco antes do desaparecimento, e há registro de telefo-nema dado pelas mesmas na tarde do dia subseqüente).Nem há também qualquer ligação com uso de substân-cia entorpecente, menos ainda com irrelevantes escritosproduzidos, anos antes, por adolescentes rivais, questõesexploradas na mídia pela defensoria pública como mera manobra diversionista, visando a criar um efeito de cortinade fumaça, mesmo sem guardar a menor relação com ofato criminoso. E bastou o caso passar às mãos de dois isentos Promotores de Justiça (o próprio Procurador -Geral afirmou publicamente que o Dr. Miguel Sales nãopossuía condições de atuar no feito, por ser notória a suapretensão eleitoral em Ipojuca) para que o processamentocriminal e a prisão dos kombeiros viessem a ser decididospela séria e preparada Juíza titular da Vara Criminal da comarca, vindo-se finalmente a acolher os idênticos

objetos da queixa supletiva de denúncia que co-subscrevi, representando os pais de Tarsila, e ajuizei ainda no recuadodia 02.10.2003. Eis algumas provas conducentes à certezaprocessual da responsabilidade criminal dos irmãos Lira:identidade de marca e cor (amarela) entre o aparelho debarbear encontrado no local dos crimes e o utilizado habi-tualmente por Marcelo Lira; coincidência de característi-cas entre os papéis dos bombons e os fios de nylon encon-trados, tanto no local quanto na kombi de Marcelo; perfei-ta semelhança de textura, cor e espessura entre os fios de cabelo encontrados na kombi e na escova de Maria Eduarda; reconhecimento pela prova testemunhal tanto das caracterís-ticas da kombi de Marcelo quanto do kombeiro Valfrido;ocultação e descaracterização da kombi, ocorridoslogo após a descoberta dos corpos das me-ninas; identidade de modus operandi (condu-ção das vítimas na kombi para um canavial, onde forammortas a disparos de arma de fogo, após o delito sexual)com o homicídio da cunhada dos kombeiros, Iraquitânia,cujo processo foi reaberto contra Marcelo, após se ficar sabendo que ele havia coagido testemunhas para confir-mar o alíbi que forjara; óculos de sol de Tarsila vistos empoder de Valfrido; portarem os acusados personalidadesviolentas e antecedentes criminais - além de atitudes sus-peitas, contradições flagradas e numerosos outros dadosincriminadores sediados nos volumosíssimos autos doprocesso. Por conseguinte, parafraseando passagem deartigo subscrito por Bráulio Lacerda, meu genitor, sóciona Banca e igualmente advogado de José Vieira, publi-cado anos atrás no Jornal do Commercio, cumpre inda-gar se, diante de todas essas evidências, alguém, em sãconsciência, ainda permitiria que a sua filha, máxime ànoite e em trajes de praia (em decorrência de terem sidoabandonadas em Maracaípe após um passeio de lancha),embarcasse na kombi dos monstros de Serrambi. Se alguém consentir, neste caso, queira aceitar as minhas antecipadas condolências.


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