ŀ
FÁBIO SAMPAIO ROSAS
INDICADORES DE IMPACTO, VISIBILIDADE E COLABORAÇÃO
PARA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA PÓS-GRADUAÇÃO
BRASILEIRA: um estudo nos programas de excelência na área de
Zootecnia
Marília, SP
2013
FÁBIO SAMPAIO ROSAS
INDICADORES DE IMPACTO, VISIBILIDADE E COLABORAÇÃO
PARA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA PÓS-GRADUAÇÃO
BRASILEIRA: um estudo nos programas de excelência na área de
Zootecnia
Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação
em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Marília, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em Ciência da
Informação.
Área: "Informação, Tecnologia e Conhecimento".
Linha de pesquisa: Produção e Organização da Informação
Orientadora: Profa. Dra. Maria Cláudia Cabrini Grácio
Marília, SP
2013
Rosas, Fábio Sampaio. R789i Indicadores de impacto, visibilidade e colaboração
para a produção científica da Pós-graduação brasileira: um estudo nos programas de excelência na área de Zootecnia / Fábio Sampaio Rosas. – Marília, 2013.
148 f. ; 30 cm.
Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, 2013.
Bibliografia: f. 116-123 Orientador: Maria Cláudia Cabrini Grácio.
1. Indicadores. 2. Produção científica. 3. Pós-
Graduação em Zootecnia. 4. Análise de domínio. 5. Bibliometria. 6. Resdes de colaboração científica. I. Autor. II. Título.
CDD 020.1
FÁBIO SAMPAIO ROSAS
INDICADORES DE IMPACTO, VISIBILIDADE E COLABORAÇÃO
PARA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA PÓS-GRADUAÇÃO
BRASILEIRA: um estudo nos programas de excelência na área de
Zootecnia
Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação, da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Campus de Marília, como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Ciência da Informação, sob a orientação da Dra. Maria Cláudia
Cabrini Grácio.
Área de concentração: Informação, Tecnologia e Conhecimento. Linha de Pesquisa:
Produção e Organização da Informação.
Aprovado em: 16 de agosto de 2013.
Membros da Banca Examinadora:
Titular 1: Orientadora: Profa. Dra. Maria Cláudia Cabrini Grácio (UNESP/Marília-SP).
___________________________________________________________________.
Titular 2: Profa. Dra. Ely Francina Tannuri de Oliveira (UNESP/Marília-SP).
___________________________________________________________________.
Titular 3:Prof. Dr. João de Melo Maricato (Universidade Federal de Goiás – UFG).
___________________________________________________________________.
Suplente:Prof. Dr. José Augusto Chaves Guimarães(UNESP/Marília-SP).
___________________________________________________________________.
Suplente:Prof. Dr. Leandro Innocentini Lopes de Faria (UFSCar/ São Carlos)
___________________________________________________________________.
Marília, 16 de agosto de 2013
Dedicatória
A Jesus Cristo, autor e consumador da minha fé, que tornou possível aquilo
que parecia impossível.
À minha amada esposa, Priscila, e meus amados filhos, Filipe e Luana, que
compreenderam minha ausência durante a realização da pesquisa e me apoiaram
incondicionalmente.
Aos meus pais, Irineu e Marlene, pelo amor e educação investidos em minha pessoa
durante toda minha vida. Os frutos estão sendo colhidos.
Ao meu sogro, Odail, e minha sogra, Nicinha, pelo apoio, investimento e incentivos
constantes em todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
A Deus, em primeiro lugar, criador de todas as coisas, que me deu forças em meio
às lutas e dificuldades, sempre me confortando por meio do Espírito Santo e me
capacitando dia após dia. À minha família, pelo amor, carinho, dedicação e paciência
expressos durante todo o processo desta pesquisa.
À minha orientadora, Profa. Dra. Maria Cláudia Cabrini Grácio, pela dedicação,
paciência e cordialidade, pelo comprometimento e conhecimento que me transmitiu, sem
medir esforços, sempre pronta e receptiva na orientação e condução deste estudo. Obrigado
pelo seu profissionalismo e, principalmente, pela sua amizade.
Às importantes contribuições dos pesquisadores Profa. Dra. Ely Francina Tannuri de
Oliveira, Prof. Dr. João de Melo Maricato (UFG), Prof. Dr. José Augusto Chaves Guimarães,
Prof. Dr. Joseph Tennis (University of Washington - EUA), Prof. Dr. Elias Sanz Casado
(Universidade Carlos III de Madrid - Espanha) e Prof. Dr. Adolfo Alonso Arroyo (Universidad
de Valencia – Espanha).
Aos professores e pesquisadores que me incentivaram pessoal, profissional e
academicamente: Profa. Dra. Marta Lígia Pomim Valentim, Prof. Dr. Oswaldo Francisco de
Almeida Júnior, Profa. Dra. Mariângela Spotti Lopes Fujita eProf. Dr. Walter Moreira.
Aos servidores da biblioteca, Fábio Gandolfi e Eridiane Mazano, e das demais áreas,
e aos docentes do Campus Experimental de Dracena (UNESP), em especial os professores
Dr. Mário Arrigoni e Dr. Paulo Alexandre M. de Figueiredo, pelo apoio. Ao pessoal da CGB,
em especial a Flávia Maria Bastos (Coordenadora) e a Dilnei Fátima Fogolin (minha grande
incentivadora).
A todos os membros do Grupo de Pesquisa “Estudos Métricos em Informação”,
coordenado pela Profa. Dra. Maria Cláudia Cabrini Grácio e pela Profa. Dra. Ely Francina
Tannuri de Oliveira, com quem encontrei companheirismo, adquiri conhecimento, formei
amigos. Juntos, pudemos participar de eventos, estudos e contribuições para o crescimento
da pesquisa em Estudos Métricos em Ciência da Informação.
À professora Élide pela revisão de português. Aos amigos que encontrei e cultivei na
pós-graduação: vocês são especiais! Aos meus irmãos em Cristo que me apoiaram com
suas orações. Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização
desta pesquisa, o meu muito obrigado!
Há tempo para todas as coisas...
"Tudo tem o seu tempo determinado, e tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de saltar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz."
Eclesiastes 03:01-08 (Bíblia)
O importante é viver sabendo que para tudo na vida há um tempo e um propósito.
ROSAS, F. S. Indicadores de impacto, visibilidade e colaboração para a
produção científica da pós-graduação brasileira: um estudo nos programas de
excelência na área de Zootecnia. 2013. 148f. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista,
Marília, 2013.
RESUMO
O objetivo desta pesquisa é analisar os indicadores de citação e colaboração
aplicados à produção científica dos programas da área de Zootecnia, com conceito
de excelência internacional, no triênio 2007-2009, contribuindo para o
aprimoramento da avaliação da pós-graduação brasileira. Mais especificamente,
objetiva-se identificar o impacto e a visibilidade da produção científica destes
programas, por meio da análise das citações recebidas pelos artigos publicados em
periódicos Qualis A1 e A2, e investigar a contribuição de dois indicadores de citação
para a análise do impacto científico dos programas de pós-graduação: Fator de
Impacto e Índice h. Ainda, objetiva-se descrever e analisar a rede de colaboração
científica, tanto em âmbito nacional como internacional, por meio de análise de
coautoria, identificando as instituições e países que cooperaram com a produção do
conhecimento novo nestes programas, no período em estudo. A produção científica
foi coletada nos Cadernos de Indicadores da CAPES; as citações, extraídas da base
SCOPUS; e as coautorias, coletadas nas primeiras páginas dos artigos. Para
construção das redes de colaboração científica, foi utilizado o software Pajek 2.00.
Aplicou-se a correlação de Pearson entre os indicadores estudados. Como
resultado,considerou-se que o Índice h e o Fator de Impacto (FI) são indicadores
importantes na avaliação qualitativa de programas de pós-graduação brasileiros,
pois descrevem diferentes atributos da produção científica dos programas
analisados.Verificou-se que os programas se relacionam com as principais
instituições e países que produzem o conhecimento novo na área de Zootecnia. A
aplicação da correlação de Pearson entre os indicadores revelou que o FI do
periódico (sua visibilidade) pode influenciar no número de citações
(consequentemente no impacto). Observou-se, também, uma correlação positiva,
embora fraca,entre o número de citações recebidas e o número de países coautores
do artigo. Ainda, apontou-se a importância dos convênios com instituições nacionais
e internacionais, que propiciam se estabelecer cooperação científica e artigos em
coautoria, podendo assim contribuir para o impacto das pesquisas na pós-graduação
brasileira.
Palavras-chave: Produção científica; Pós-Graduação; Indicadores de citação; Fator
de Impacto; Índice h; Colaboração; Redes de Colaboração.
ABSTRACT
The aim of research is to analyze the citation and collaboration indicators applied to
the scientific production of Graduate Programs in the area of Animal Science with the
concept of international excellence in the 2007-2009 triennium, contributing to
improving the assessment of Brazilian graduate courses. More specifically, the
objective is to identify the impact and visibility of scientific production of these
programs, through the analysis of citations received by articles published in journals
with Qualis A1 and A2, and investigate the contribution of two citation indicators for
analyzing the scientific impact of graduate programs: h-index and Impact Factor (IF).
Still, the objective is to describe and analyze the scientific collaboration network, both
nationally and internationally these programs through co-authorship analysis,
identifying the institutions and countries that cooperated with the production of new
knowledge in these programs during the study period. The scientific production were
collected in books of indicators provided by CAPES, the quotations from the base
SCOPUS, and co-authorship collected in the first pages of articles. For construction
of scientific collaboration networks, was used the software Pajek 2.00. Applied the
Pearson correlation between the indicators studied. As a result, it was found that the
index h and the Impact Factor (IF) are important indicators in the qualitative
evaluation of Brazilian graduate programs, because they describe different attributes
of scientific programs analyzed. It was also observed that the programs relate with
main institutions and countries that produce new knowledge in the field of Animal
Science. The application of the Pearson correlation between the indicators revealed
that the Impact Factor of the journal (visibility) can influence the number of citations
(therefore in the impact). It was observed also a positive correlation, although weak,
between the number of citations and the number of countries co-authors of the
article. Also it was pointed out the importance of partnerships with national and
international institutions that enable to establish scientific cooperation and co-
authored in articles and may thus contribute to the impact of research on Brazilian
graduate.
Keywords: Scientific production; Graduate Programs; Citation Indicators; Impact
Factor, h-index; Interlocution; Collaboration Network.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Diagrama da inter-relação entre as quatro metodologias:
Bibliometria (A), Cientometria (B), Informetria (C) e Webometria (D).
(VANTI, 2002 apud NORONHA e MARICATO, 2008, com adaptações) 48
Figura 2. Relações entre os métodos bibliométricos. (NORONHA E
MARICATO, 2008) 49
Figura 3. Média de produção de artigos/docente publicados em periódicos
A1 e a2 no triênio 2007-2009 79
Figura 4. Estados com pesquisadores coautores da produção da
UNESP/Jab. 93
Figura 5. Estados com pesquisadores coautores da produção da UFV 98
Figura 6. Estados com pesquisadores coautores da produção da USP 101
Figura 7. Rede de Colaboração Institucional da UFV, UNESP e USP 104
Figura 8. Estados com pesquisadores com artigo em coautoria com a
UFV, UNESP e USP 105
Figura 9. Rede dos países colaboradores dos três programas 106
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Conceitos dos Programas de Pós-Graduação pela CAPES 27
Quadro 2. Quesitos de avaliação dos programas de pós-graduação
acadêmicos em Zootecnia e seus respectivos pesos 28
Quadro 3. Classificação dos periódicos da Área de Zootecnia e Recursos
Pesqueiros 31
Quadro 4. Perfil dos programas de pós-graduação de excelência em
Zootecnia 34
Quadro 5. Cálculo do Fator de Impacto 63
Quadro 6. Artigos mais citados de cada Programa 87
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Periódicos utilizados para publicação pelos PPGZ 80
Tabela 2. Fator de Impacto dos periódicos utilizados para publicação e
número de artigos por PPGZ 82
Tabela 3. Distribuição dos artigos publicados em Qualis A1 e A2, por
intervalo de FI e instituição 83
Tabela 4. Número de citações recebidas pelos artigos, por programas e
ano de publicação 85
Tabela 5. Total e média de citações recebidas pelos programas, por ano 86
Tabela 6. Impacto dos Programas de Pós-Graduação 89
Tabela 7. Indicadores dos três programas de pós-graduação (2007-2009) 91
Tabela 8. Colaboração por País, da UNESP 94
Tabela 9. Colaboração Institucional da UFV 95
Tabela 10. Países Colaboradores da UFV 98
Tabela 11. Colaboração Institucional da USP 100
Tabela 12. Colaboração por País, da USP 102
Tabela 13. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de
citações recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi
publicado, número de países distintos colaboradores no artigo, ano de
publicação, para o conjunto de 125 artigos (independente do PPGZ) 107
Tabela 14. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de
citações recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi
publicado, número de países distintos colaboradores no artigo, ano de
publicação, para o conjunto de 31 artigos do Programa de Pós-Graduação
UFV 108
Tabela 15. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de
citações recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi
publicado, número de países distintos colaboradores no artigo, ano de
publicação, para o conjunto de 57 artigos do Programa de Pós-Graduação
da UNESP 109
Tabela 16. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de
citações recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi
publicado, número de países distintos colaboradores no artigo, ano de
publicação, para o conjunto de 37 artigos do Programa de Pós-Graduação
da USP 110
Tabela 17. Indicadores dos três programas de pós-graduação (2007-
2009) 111
LISTA DE SIGLAS
AD - Análise de Domínio
ANCP - Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores
APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
ARS - Análise de Redes Sociais
C&T - Ciência e Tecnologia
C,T&I - Ciência, Tecnologia e Inovação
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CEPTA - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais
CI - Ciência da Informação
CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CTC-ES - Conselho Técnico Científico de Ensino Superior
DOI - Digital Object Identifier
EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EUA – Estados Unidos da América
FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FBN - Leibniz Institute for Farm Animal Biology
FI - Fator de Impacto
FIPERJ - Fundação Instituto da Pesca do Estado – RJ
INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
INRA - Institut National de la Recherche Agronomique
INTA-EEA - Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, Estación Experimental Agropecuaria
IRTA - Instituto de Recerca Tecnología Agroalimentaries
ISI - Institute for Scientific Information
JCR – Journal Citation Report
PPGZ – Programas de Pós-Graduação em Zootecnia
RCB - Rationalization des Choix Budgetairies
SCI - Science Citation Index
SNPG - Sistema Nacional de Pós-Graduação
UFAM - Universidade Federal do Amazonas
UFCG- Universidade Federal de Campina Grande
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFSCar - Universidade Federal de São Carlos
UFSM – Universidade Federal de Santa Maria
UFV - Universidade Federal de Viçosa
UnB – Universidade de Brasília
UNCPBA - Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires
UNESP - Universidade Estadual Paulista
UniABC - Universidade do Grande ABC
Uniara - Centro Universitário de Araraquara
UNIC - Universidade de Cuiabá
UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
USDA - United States Department of Agriculture
USP - Universidade de São Paulo
15
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17
1.1 Justificativa e Problema de Pesquisa .................................................................. 20
1.2 Objetivos e Hipóteses ......................................................................................... 22
2 PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL ........................................................................... 25
2.1 Avaliação dos Programas de Pós-Graduação no Brasil: o papel da CAPES ...... 26
2.2 Avaliação dos Periódicos de Disseminação dos Programas de Pós-Graduação
Brasileiros: critério Qualis .......................................................................................... 29
2.3 A área de Zootecnia e sua Pós-Graduação no Brasil ......................................... 31
2.3.1 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFV ......................................... 35
2.3.2 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP .................................... 36
2.3.3 Programa de Pós-Graduação Ciência Animal e Pastagens - USP .................. 38
3 A ANÁLISE DE DOMÍNIO E OS ESTUDOS BIBLIOMÉTRICOS .......................... 40
3.1 Análise de Domínio ............................................................................................. 40
3.2 Produção Científica e Bibliometria ...................................................................... 43
3.3 Indicadores Bibliométricos ................................................................................... 51
3.3.1 Indicadores de citação: impacto e visibilidade da produção científica .............. 55
3.3.2 Colaboração científica ...................................................................................... 68
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 74
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................................................. 79
5.1 Produção e Visibilidade dos PPGZ ..................................................................... 79
5.2 Impacto das Publicações em Qualis A1 e A2 dos PPGZ .................................... 84
5.3 Fator de Impacto e Índice h dos Programas ........................................................ 88
5.4 Colaboração dos Programas ............................................................................... 90
5.4.1 Colaboração científica: Programa de Zootecnia da UNESP/Jaboticabal ......... 90
5.4.2 Colaboração científica: Programa de Zootecnia da UFV.................................. 95
16
5.4.3 Colaboração científica: Programa de Ciência Animal e Pastagem da USP ..... 99
5.4.4 Redes de colaboração dos PPGZ .................................................................. 103
5.5 Correlação de Pearson: Impacto, Colaboração e Visibilidade........................... 107
5.6 Síntese dos Indicadores dos Programas de Pós-Graduação em Zootecnia ..... 110
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 113
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 116
ANEXOS ................................................................................................................. 124
Anexo 1. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência Animal e Zoologia
(1996) ...................................................................................................................... 124
Anexo 2. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência Animal e Zoologia
(2010) ...................................................................................................................... 125
Anexo 3. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência Animal e Zoologia
(1996-2010) ............................................................................................................. 126
Anexo 4. Planilha Comparativa de Avaliação Trienal CAPES na área de Zootecnia /
Recursos Pesqueiros (2007-2009) .......................................................................... 127
Anexo 5. Recuperação dos indicadores de citação de cada artigo. ........................ 128
Anexo 6. Visualização da quantidade de citações recebidas pelo artigo recuperado.
................................................................................................................................ 129
Anexo 7. Recuperação do periódico para verificação do seu impacto. ................... 130
Anexo 8. Recuperação do país de origem do periódico. ......................................... 131
apêndices ................................................................................................................ 132
Apêndice A. Listagem dos artigos utilizados na pesquisa ....................................... 132
Apêndice B. Planilha de coleta de dados ................................................................ 141
Apêndice C. Planilha para Cálculo do Índice h........................................................ 142
Apêndice D. Entrevista com os coordenadores dos Programas de Pós-Graduação
em Zootecnia ........................................................................................................... 143
17
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios, o homem preocupou-se em registrar seu
conhecimento como forma de socializá-lo. As relações estabelecidas entre o homem
e outros indivíduos, ou mesmo com a natureza, formam e constroem o
conhecimento humano, cuja construção é um processo social, efetuado a partir das
relações sociais, por meio de trabalhos coletivos. Este conceito é compartilhado por
diversos autores, tais como: Hjørland (2003, 2008), Bourdieu (2004); Burke(2003);
Meadows (1999); Ziman (1979); Maia e Caregnato (2008), entre outros. Nesta
perspectiva, o conhecimento é fruto de relações sociais, sobre um "certo consenso
social” (GUIMARÃES, 2000),e para sua socialização é necessário que o mesmo seja
integrado àqueles já existentes, por meio de seu registro documental.
Esses registros do conhecimento, socializados em formato impresso por
meio de papiros (como eram registrados nos primórdios), livros, artigos, etc., ou
mesmo no formato eletrônico por meio de arquivos digitalizados armazenados em
bases de dados, têm sido objeto de estudo da Organização do Conhecimento, no
âmbito da Biblioteconomia e Ciência da Informação. O crescimento cada vez maior
dos registros do conhecimento humano tem estimulado cada vez mais o
mapeamento do conhecimento socializado.
Na ciência, o conhecimento socializado registrado em forma de documentos
é denominado de produção científica. Oliveira e Grácio (2009) definem produção
científica como um “conjunto de publicações gerado durante a realização e após o
término das pesquisas, por um pesquisador, grupo, instituição ou país, nas
diferentes áreas e registradas em diferentes suportes”.
Desse modo, a extensão do conhecimento científico gerado por um país
pode ser evidenciada por sua produção bibliográfica, e a análise desse conjunto de
informações é um dos papéis da Ciência da Informação (MUGNAINI, 2006), que, por
meio dos estudos bibliométricos, propicia análises objetivas do saber construído e
subsidia políticas científicas. Dentre as inúmeras formas de socializar o
conhecimento científico, Mugnaini (2006, p.23) destaca o artigo científico, publicado
em periódicos, ao afirmar que “a evolução histórica da comunicação científica
expressa a consolidação do artigo científico [...] como o principal veículo de
informação técnico-científica”.
18
O crescimento da produção científica em seus diversos formatos e áreas do
conhecimento tem gerado a necessidade de se avaliar o comportamento da ciência,
a fim de contribuir para a visualização do seu desenvolvimento, evidenciando frentes
de pesquisa, institucionais, de países ou temáticas, além de oferecer subsídios para
políticas governamentais e institucionais. Oliveira e Grácio (2009) observam a
necessidade do uso de metodologias adequadas para a análise da produção
científica de um grupo de pesquisadores, instituição, área do conhecimento ou país,
quando o seu volume passa a ser visível, a fim de se obter parâmetros que
subsidiem tomadas de decisões que viabilizem um replanejamento das estratégias
de crescimento.
Nesse contexto, Noronha, Kiyotani e Juanes (2002) destacam a importância
dos estudos bibliométricos e cienciométricos para o conhecimento do que está
sendo pesquisado e a influência dessa produção no meio científico, para tomadas
de decisões em políticas científicas e tecnológicas.
Uma forma de se estudar essa dinâmica de produção científica é por meio
dos indicadores bibliométricos e cientométricos. O interesse por esses indicadores
difundiu-se na década de 1970 em diversos países, com o objetivo de planejar,
monitorar e avaliar as atividades em Ciência e Tecnologia (VELHO, 1997). Neste
contexto, Spinak (1998) afirma que a Cientometria, “Ciência da ciência”, se esforça
na elaboração de metodologias para a formulação desses indicadores, em que a
ciência é tida como um sistema de geração e difusão de conhecimentos que possui
insumos e resultados.
A construção de indicadores tem se mostrado no cenário científico como
uma importante fonte de informação no norteamento de tomadas de decisões
(SPINAK,1998). Os indicadores podem evidenciar “os pesquisadores, temáticas, as
áreas do conhecimento, as redes de colaboração entre cientistas, grupos,
instituições ou países e as redes de citação ou cocitação” (OLIVEIRA e GRÁCIO,
2009).
Assim, considera-se que as análises bibliométricas têm se apresentado
como fontes de informações confiáveis, que, por meio dos seus indicadores, sejam
de produção, ligação ou citação, explicitam a produtividade, a relevância e o impacto
de autores, periódicos, instituições, grupos ou países, em diversas áreas do
conhecimento (OLIVEIRA; GRACIO, 2011).
19
Dentre os indicadores de produção e de citação, destacam-se o total de
publicações, o total de citações e o fator de impacto, este determinado pelo número
médio de citações recebidas pelos artigos de um pesquisador, revista ou país.
Em virtude das questões e críticas voltadas a esses indicadores,
pesquisadores têm buscado novos indicadores que melhor representem e
evidenciem a inserção e o impacto de um autor, instituição ou país, na comunidade
científica. Entre as novas propostas, destaca-se o Índice h.
Em 2005, o físico Jorge E. Hirsch, da Universidade da Califórnia, propôs um
novo indicador bibliométrico de citação, denominado Índice h, com o objetivo de
estimar simultaneamente a quantidade acumulada de produção científica de um
pesquisador e seu impacto na comunidade (HIRSCH, 2005). Desde então, este
indicador já foi utilizado para se analisar o impacto da produção científica de
pesquisadores, periódicos, grupos de pesquisa e países, entre outros, e tem se
mostrado de grande relevância.
Entre os indicadores de ligação, destacam-se aqueles de colaboração
científica, considerando que o processo de construção do conhecimento se
potencializa por meio das relações entre indivíduos, do compartilhamento de ideias,
de recursos e de objetivos, bem como do trabalho coletivo, configurado na
cooperação entre pesquisadores, instituições e países. Neste sentido, Silva (2002)
afirma que faz parte do passado a imagem do pesquisador isolado, pois o processo
de produção científica requer “associações, negociações e estratégias para interligar
o maior número de elementos possíveis”. Essa união de esforços somada à junção
de competências e compartilhamento de informações, de acordo com Balancieri et
al. (2005), estimulam e incrementam a produção científica.
A evolução tecnológica tem contribuído para o aumento do número de
pesquisas compartilhadas, por meio das redes de colaborações, seja em nível de
indivíduos, instituições ou países (GLÄNZEL, 2002; MEADOWS, 1999). Portanto,
com o crescimento das colaborações entre pesquisadores, cresce também o atrativo
em analisar esse comportamento científico. De acordo com Cronin (2005) e Lee e
Bozeman (2005), a colaboração científica proporciona o aumento da produtividade
dos pesquisadores e, conforme Glänzel (2002), os trabalhos que possuem
colaboração internacional apresentam maior impacto e maior visibilidade.
20
1.1 Justificativa e Problema de Pesquisa
Atuando, desde 2003, como bibliotecário responsável por uma biblioteca
especializada em Zootecnia, no Campus Experimental de Dracena, da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP, tem-se observado o contínuo
crescimento da Zootecnia, no âmbito das Ciências Agrárias. Trata-se de uma
importante área geradora de conhecimentos que contribuem na produção de
alimentos de origem animal para consumo interno (em âmbito nacional) e externo
(no que tange às exportações).
A produção agrícola e pecuária, num contexto geral, tem apresentado
constante crescimento nas últimas décadas, levando o Brasil ao patamar de um dos
maiores produtores e exportadores de alimentos, ficando atrás apenas dos EUA e
da União Europeia (LANDIM, 2010). Entre os elementos que contribuíram para essa
posição, destaca-se, a partir dos anos de 1950, na área agrícola, a implantação de
sistemas de informação, como o da EMBRAPA, que possibilitaram a construção de
um “ambiente adequado para a problematização das questões que motivaram as
pesquisas e criaram a demanda para a formação de uma massa crítica” (MIRANDA;
BARRETO, 1999/2000).
Nesse ambiente de crescimento, Balmant e Saldana (2013) afirmam que as
Ciências Agrárias “conquistam destaque mundial e alçam as universidades do País
a suas melhores posições em rankings internacionais”. No artigo, os autores
destacam os trabalhos da USP e UFV.
Nesse cenário de expansão, observa-se a ascensão da Zootecnia, disciplina
integrante das Ciências Agrárias, que apoia tecnicamente as “cadeias produtivas ou
negociais de produtos e serviços de origem animal” (FERREIRA, 2006). Dados
oferecidos pelo SJR-Scimago mostram que, em 1996 (Anexo 01), o Brasil ocupava a
14º colocação no ranking mundial da produção científica em Animal Science and
Zoology; em 2010 (Anexo 02), passou a ocupar o expressivo 2º lugar, o que
evidencia a importância da produção científica em Zootecnia em âmbito
internacional, colocando o Brasil em posição de destaque em relação à maioria dos
países.
Paralelamente, a partir da década de 1970, tem se observado a grande
expansão das universidades e centros de pesquisa brasileiros, com a implantação
21
de novos cursos de pós-graduação, importantes contribuintes para o crescente
desenvolvimento das pesquisas e construção do conhecimento novo, no Brasil
(NORONHA; MARICATO, 2008).
A pós-graduação, apesar da relevância para a ciência brasileira, tem obtido
pouca atenção dos estudos bibliométricos. O estudo dos indicadores da produção
científica dos programas de pós-graduação contribui no norteamento de decisões
político-científicas, uma vez que “com o passar dos anos, os programas de pós-
graduação tornaram-se o maior polo gerador da produção científica brasileira”
(POBLACIÓN; NORONHA, 2002, p.98). Segundo Araújo e Alvarenga (2011, p.51), a
bibliometria tem um papel importante na análise da produção científica de um país,
pois seus indicadores “retratam o grau de desenvolvimento de uma área do
conhecimento de um campo científico ou de saber”.
Apesar da contribuição que o conjunto de indicadores (produção, citação e
colaboração) pode oferecer para a avaliação da ciência produzida, em âmbito de
pós-graduação, somente os indicadores de produção têm tido ênfase para a análise
dos programas.
Os fatos expostos motivaram a proposição da presente pesquisa, que
apresenta como foco o uso dos indicadores de citação, especialmente o Índice h e o
Fator de Impacto, e de colaboração científica para a avaliação da produção científica
da pós-graduação brasileira, tendo como universo de aplicação a produção científica
dos Programas de Pós-Graduação da área de Zootecnia, com conceito em
excelência internacional (nota 7) pela CAPES.
Como universo de análise, consideram-se os artigos completos Qualis A dos
programas de pós-graduação em Zootecnia, com conceito de excelência, indexados
na SCOPUS. Esta é uma base de dados multidisciplinar, com aproximadamente 49
milhões de registros, contemplando mais de 20.500 títulos de 5.000 editoras de todo
o mundo. Ela tem se consolidado como a maior cobertura de resumos, citações e
textos completos da literatura científica internacional e brasileira, além de sua
atuação pioneira na implementação do Índice h como ferramenta bibliométrica do
seu banco de dados (SCOPUS, 2012, LIMA; VELHO; FARIA, 2012).
O estudo dos indicadores de citação e colaboração no âmbito dos
programas de pós-graduação em Zootecnia contribui também para o estudo da
22
produção científica da pós-graduação e seus indicadores, como um todo. É preciso
considerar que os resultados desta pesquisa podem motivar outros estudos nas
diferentes áreas da pós-graduação, evidenciando as especificidades de cada uma
delas não somente em relação aos indicadores de produção científica, mas de
colaboração e impacto científico.
Pretende-se que este estudo possa contribuir para a reflexão e consolidação
de tais indicadores para avaliação de programas de pós-graduação brasileiros, haja
vista a escassez de estudos bibliométricos que contribuam para esta finalidade. No
âmbito da Ciência da Informação, justifica-se a contribuição metodológica na
elaboração de estudos bibliométricos de indicadores em programas de pós-
graduação.
1.2 Objetivos e Hipóteses
O objetivo geral desta pesquisa é analisar os indicadores de citação e
colaboração aplicados à produção científica dos programas da área de Zootecnia,
com conceito de excelência internacional, no triênio 2007-2009, a fim identificar o
impacto, a visibilidade e a cooperação científica dos artigos científicos produzidos,
contribuindo para o aprimoramento da avaliação da pós-graduação brasileira.
De forma mais especifica, objetiva-se:
- Identificar as citações recebidas pelos artigos disseminados em periódicos
classificados como A1 e A2, bem como obter o fator de impacto dos periódicos nos
quais essa produção foi disseminada, a fim de se visualizar os periódicos mais
utilizados para socializar a informação.
- Avaliar o Fator de Impacto e o Índice h de cada programa, a fim de se
evidenciar o impacto internacional dos programas com conceito de excelência pela
CAPES.
- Descrever e analisar a rede de colaboração científica em âmbito nacional e
internacional destes programas, por meio de análise de coautoria, identificando as
instituições e países que colaboraram com os programas de pós-graduação no
período analisado.
23
- Analisar a contribuição dos indicadores de citação e colaboração,
apresentados neste estudo, como quesitos de avaliação da produção científica dos
programas de pós-graduação.
As hipóteses verificadas nesta pesquisa podem ser assim apresentadas:
H1: Os indicadores utilizados atualmente para a avaliação da produção científica são
insuficientes para se distinguir os programas de pós-graduação de excelência no
país.
H2: Indicadores de citação e colaboração científica podem contribuir para uma maior
completude da avaliação dos programas de pós-graduação brasileiros.
A fim de atingir os objetivos propostos, esta dissertação se apresenta
estruturada em seis capítulos.
O Capítulo 1 apresenta uma introdução, que aborda a expansão da
produção científica nas últimas décadas e a importância dos programas de pós-
graduação na construção de novos conhecimentos, no Brasil, gerando a
necessidade de aplicação do estudo de indicadores de produção, citação e
colaboração científica, no mapeamento da ciência, no caso específico desta
pesquisa na área de Zootecnia, disciplina também em grande expansão no Brasil.
Este capítulo apresenta também a justificativa, o problema, os objetivos gerais e
específicos da pesquisa, assim como a forma como a pesquisa está organizada em
capítulos e seções.
No capítulo 2, apresenta-se a contextualização dos programas de pós-
graduação no Brasil, como também o sistema de avaliação dos programas,realizada
pela CAPES e divulgado por meio de seu portal, e a avaliação dos periódicos
nacionais e internacionais, divulgada por meio do Qualis. O capítulo também traz um
panorama nacional dos programas de Pós-Graduação em Zootecnia, suas linhas de
pesquisa e objetivos.
No capítulo 3, apresenta-se a Análise de Domínio e os Estudos
Bibliométricos, ressaltando a importância do diálogo dos dois temas. É abordada a
contribuição dos pesquisadores Hjørland e Tennis, que mostram a importância de se
conhecer o domínio analisado e o estudo dos indicadores bibliométricos, levando em
consideração o contexto em que estão inseridos. Apresenta também o referencial
24
teórico sobre os indicadores, no geral, e, mais especificamente, os indicadores de
impacto, visibilidade e de colaboração científica, que são objetos desta pesquisa.
O capítulo 4 apresenta os procedimentos metodológicos da pesquisa,
iniciados com a definição da abrangência do estudo, fontes utilizadas para coleta de
dados, softwares utilizados, até a análise contextual e discussão dos resultados
obtidos.
No capítulo 5, apresentam-se os resultados da pesquisa obtidos com a
análise dos indicadores de impacto, visibilidade e colaboração, bem como o cálculo
de correlação linear de Pearson entre os indicadores, a fim de se analisar a
associação entre os mesmos.
No último capítulo, apresentam-se as considerações finais mediante os
objetivos traçados e sobre questões associadas à incorporação de indicadores de
citação e colaboração científica na análise de programas de pós-graduação e
possibilidades para a superação dos mesmos.
25
2 PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL
No cenário brasileiro, a Pós-graduação iniciou seus primeiros passos na
década de 1930, com a proposta do Estatuto das Universidades Brasileiras, na qual
Francisco Campos sugere a implantação de uma pós-graduação seguindo os
padrões europeus (SANTOS, 2003). Esse modelo foi implantando primeiramente em
três locais: no curso de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, na Faculdade
Nacional de Filosofia e na Universidade de São Paulo.
Todavia, foi na década de 1940 que a terminologia “Pós-graduação” foi
formalmente utilizada no Artigo 71 do Estatuto da Universidade do Brasil. De acordo
com Santos (2003), na década seguinte (1950), os primeiros acordos entre Brasil e
Estados Unidos foram firmados e apresentavam vários convênios entre as
universidades e escolas dos dois países, por meio dos quais foram realizados
intercâmbios de estudantes, pesquisadores e professores.
Em 1965, com o Parecer nº 977,do Conselho Federal de Educação, ocorreu
a implantação formal dos cursos de pós-graduação brasileiros, estabelecendo
padrão norte-americano de pós-graduação para o Brasil. Nesse modelo, a pós-
graduação stricto sensu se daria em dois níveis independentes (mestrado e
doutorado) e sem relação de pré-requisitos entre eles. A primeira parte dos cursos
seria constituída por aulas e a segunda, pela elaboração do trabalho científico de
conclusão (dissertação ou tese). Os currículos eram compostos pela área de
concentração e pelas matérias conexas (SANTOS, 2003).
Desse modo, destaca-se a forte influência norte-americana durante a
implantação dos cursos de pós-graduação no Brasil, no que tange a estrutura. Mas,
os critérios de avaliação dos programas ficaram mais semelhantes aos modelos
europeus “não-anglo-saxões” (SANTOS, 2003).
Desde a implantação, os programas de pós-graduação têm contribuído
significativamente para o desenvolvimento da ciência brasileira, com grande
explosão documental nas últimas décadas, levando à necessidade da avaliação
desse novo conhecimento construído (NORONHA; MARICATO, 2008). Nesse
contexto, são necessários estudos que evidenciem as temáticas, instituições e
pesquisadores de destaque nas diversas áreas do conhecimento, bem como as
26
fragilidades e necessidades desse ambiente científico basilar brasileiro, a fim de
propiciar amplas condições para o seu desenvolvimento e contribuir para o avanço
coletivo da ciência no país.
Atualmente, os programas de pós-graduação brasileiros estão classificados
em 48 diferentes áreas, entre elas a área de Zootecnia/Recursos pesqueiros, da
qual foram coletados os dados para esta pesquisa. A CAPES recomenda, no triênio
de 2010, um total de 2658 programas de pós-graduação nas diversas áreas do
conhecimento, com conceitos variando entre 3 (mínimo recomendado) e 7 (máximo).
Destes, 116 programas possuem conceito 7, de excelência internacional, o que
equivale a, aproximadamente, 4,5% do número total de programas recomendados.
2.1 Avaliação dos Programas de Pós-Graduação no Brasil: o papel
da CAPES
A CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
- é uma agência de fomento à pesquisa, no Brasil. Uma diferença entre ela e outras
agências federais ou estaduais está na avaliação trienal que realiza em todos os
programas de pós-graduação no país. É, portanto, a única entidade que tem tradição
na determinação do credenciamento e descredenciamento dos cursos que não
apresentam um bom desempenho em suas notas.
Exerce um papel de fundamental importância para a expansão e
consolidação dos programas de pós-graduação, nos níveis de mestrado e
doutorado. Na busca de um padrão de excelência acadêmica, a CAPES utiliza um
sistema de avaliação que tem evoluído ao longo do tempo e cujos resultados têm
reflexos nas políticas científicas das universidades, bem como na distribuição de
fomentos, como bolsas e auxílios (CASTANHA; GRÁCIO, 2012).
O sistema de avaliação da pós-graduação foi implantado pela CAPES em
1976 e compreende a realização de um acompanhamento anual e a avaliação
trienal do desempenho dos programas e cursos que integram o Sistema Nacional de
Pós-Graduação (SNPG). As notas inicialmente eram dadas na escala alfabética: A,
B, C D, E, sendo os programas com nota A os melhores conceituados e aqueles
com nota E os menos conceituados.
27
Desde 1998, como resultado desse processo, atribuem-se notas na escala
de 1 a 7 aos cursos de pós-graduação, as quais fundamentam a deliberação
CNE/MEC quanto à renovação do "reconhecimento" desses cursos, a vigorar no
triênio subsequente (CAPES, 2007).
Nessa avaliação, quanto maior a nota melhor o desempenho, e cursos que
recebem nota (conceito) 1 e 2 deixam de ser recomendados pela CAPES. Assim, a
recomendação de renovação do “reconhecimento” dos programas, pela CAPES,
ocorre para cursos que obtêm a partir do conceito 3. Programas que oferecem
apenas o curso de mestrado não alcançam nota superior a 5. Já os programas que
oferecem curso de doutorado podem obter até o conceito 7. Notas 6 e 7 são
atribuídas a programas que apresentam desempenho equivalente ao dos centros
internacionais de excelência, tenham um nível de desempenho altamente
diferenciado e de liderança nacional em relação aos demais programas da área. O
Quadro 1 sintetiza a descrição dos conceitos atribuídos pela CAPES aos programas
de pós-graduação brasileiros.
Quadro 1. Conceitos dos Programas de Pós-Graduação pela CAPES.
Conceito Descrição Observação
01 e 02 Não recomendado pela CAPES
03 Regular. Em consolidação Recomendação pela CAPES a partir deste conceito.
04 Bom
05 Muito bom / Ótimo Limite de conceito aos programas que só possuem mestrado
06 Excelência Nacional Somente para programas que também possuem doutorado
07 Excelência Internacional Conceito máximo
Fonte: Adaptação de Miguel (2005) e Portal Capes
Para avaliar o desempenho dos programas, a CAPES utiliza atualmente
cinco quesitos de avaliação, que possuem pesos diferentes para a composição final
das notas. São eles: 1 - Proposta do programa; 2 - Corpo Docente; 3 – Corpo
discente, teses e dissertações; 4 – Produção intelectual; e 5 – Inserção social.
Destaca-se que a soma dos pesos de todos os quesitos deve ser igual a 100,
28
podendo, todavia, variar os pesos de cada quesito nas diferentes áreas do
conhecimento. Como se observa no Quadro 2, os maiores pesos na composição
final da nota de um programa estão nos quesitos “Corpo Discente, Teses e
Dissertações” e “Produção Intelectual”. Na área de Zootecnia, foco desta pesquisa,
esses quesitos somam 70% da nota final atribuída aos programas de pós-graduação
acadêmicos.
Cada quesito apresenta de três a cinco itens de avaliação, com pesos
diferentes dentro de cada um. O quesito 4, referente à “Produção intelectual”, é
composto por quatro itens de avaliação, sendo o de maior peso na média ponderada
das produções qualificadas em livros, capítulos e periódicos dos docentes
permanentes, bem como em trabalhos completos em anais.
Quadro 2. Quesitos de avaliação dos programas de pós-graduação acadêmicos em Zootecnia e seus respectivos pesos.
QUESITO DE AVALIAÇÃO PESO DO ITEM NA NOTA FINAL
1) Proposta do Programa 0 (Sem peso)
2) Corpo Docente 20
3) Corpo Discente, Teses e Dissertações
30
4) Produção Intelectual 40
5) Inserção Social 10
Fonte: Documento de área (CAPES) – Zootecnia e Recursos Pesqueiros – 2007-20091
No quesito 4, para a avaliação da produção intelectual, a CAPES utiliza um
conjunto de procedimentos, cujo resultado é o estabelecimento de uma
estratificação dos periódicos utilizados para a disseminação e socialização do
conhecimento científico pelos programas de pós-graduação, denominada Qualis.
1Disponível em: http://www.capes.gov.br/avaliacao/documentos-de-area-/3270
29
2.2 Avaliação dos Periódicos de Disseminação dos Programas de
Pós-Graduação Brasileiros: critério Qualis
O sistema de avaliação dos programas de pós-graduação, no Brasil, sinaliza
a produção intelectual dos docentes e discentes que os integram, como os principais
indicadores de qualidade dos programas. Com o aumento do volume da produção
científica, ocorrido nas últimas décadas, e a grande diversidade de veículos
disseminadores dessas publicações, entre eles os periódicos, a CAPES teve a
iniciativa de estabelecer padrões de qualidade nas publicações científicas, criando o
Qualis, com sua primeira aplicação no triênio 1998 a 2000 (CAMPOS, 2010).
O Qualis tem sua base no conjunto de informações fornecidas por meio do
aplicativo Coleta de Dados. Como produto final, a CAPES disponibiliza uma lista
com a classificação de todos os periódicos utilizados pelos programas de pós-
graduação "stricto sensu" para a divulgação de sua produção científica. A relevância
do artigo é medida de forma indireta, uma vez que o Qualis avalia a importância e
impacto dos periódicos científicos para cada área do conhecimento.
Em sua primeira concepção, até o ano de 2007, o Qualis considerava duas
dimensões para classificar os periódicos: abrangência e qualidade. Na dimensão
abrangência, um periódico podia ser classificado como internacional, nacional e
local; na dimensão qualidade, eram estabelecidos três estratos: A, B e C. Com a
junção desses dois critérios de classificação, os periódicos ficavam assim
categorizados: periódico internacional A, internacional B, e internacional C; nacional
A, nacional B e nacional C; periódico local A, local B e local C.
De acordo com Campos (2010),
[...] um periódico nacional, sem fator de impacto, classificado no
estrato A, estava em seu ponto máximo. No sistema, as três classes
de abrangência não eram explicitamente colocadas em uma mesma
escala de valores; contudo, mesmo considerando a independência
das três dimensões, havia uma implícita percepção de prestígio, que
era considerada nos critérios de avaliação da produção intelectual.
Cabe ressaltar que o periódico nacional com fator de impacto, nesse modelo
de classificação, poderia ser considerado como internacional.
30
Em algumas áreas no triênio 2005 a 2007, muitas revistas científicas ficaram
concentradas na classificação A, até então a melhor classificação deste modelo.
Periódicos claramente nacionais acabaram sendo classificados como internacionais.
Com esse critério, a discriminação entre a qualidade dos periódicos ficava
dificultada. Notando este problema, a CAPES reformulou a classificação do Qualis, a
fim de se obter um critério considerado mais minucioso e distintivo.
A partir do dia 16 de abril de 2008, o Conselho Técnico Científico de Ensino
Superior (CTC-ES) deliberou a reestruturação do Qualis (CAMPOS, 2010). Com a
reestruturação, a classificação Qualis dos periódicos constituiu-se em oito estratos,
em uma ordem decrescente de relevância para a área, assim estabelecida: A1, A2,
B1, B2, B3, B4, B5 e C. Ressalta-se que a CAPES recomendou maior rigor na
classificação dos estratos A1 e A2, tidos como os mais elevados. A definição dos
estratos tem utilizado o fator de impacto dos periódicos, podendo variar o valor de
referência para inclusão em cada um deles, de acordo com a área do conhecimento,
em virtude da natureza de cada uma delas.
Como consequência desse novo formato de estratificação, ficou explicitada a
relatividade dos valores entre nacional e internacional, que no modelo anterior só era
observada nos critérios de avaliação. A comunidade científica considerou que o
novo formato de estratificação sugeria um desprestígio para os periódicos nacionais,
gerando críticas ao novo formato.
Para a avaliação da produção científica dos programas de pós-graduação na
área de Zootecnia e Recursos Pesqueiros, na modalidade acadêmica, em estudo
nesta pesquisa, no triênio 2007-2009, a CAPES estabeleceu a classificação de seus
periódicos conforme os critérios apresentados no Quadro 3.
31
Quadro 3. Classificação dos periódicos da Área de Zootecnia e Recursos
Pesqueiros.
Qualis Pesos Critérios
A1 100 Fator de impacto JCR maior ou igual a 2,000
A2 85 Fator de impacto JCR entre 0,750 e 1,999
B1 70 Fator de impacto JCR entre 0,100 e 0,749
B2 55 Indexado em pelo menos quatro bases
B3 40 Indexado em pelo menos três bases
B4 25 Indexado em pelo menos duas bases
B5 10 Indexado em uma base
C 0 Não relevante para a área
Fonte: Documento de área (CAPES) – Zootecnia e Recursos Pesqueiros – 2007-2009
A partir do Quadro 3, observa-se que, na avaliação do quesito 4 dos
programas de pós-graduação pela CAPES, um artigo publicado em um periódico
com classificação Qualis A1 equivale à publicação de: 10 artigos publicados em
periódicos Qualis B5; ou 4 artigos Qualis B4; ou 2,5 artigos publicados em periódicos
Qualis B3; ou 1,8 artigo publicado em Qualis B2; ou 1,4 artigo publicado em Qualis
B1; ou aproximadamente 1,2 artigo publicado em periódicos A2 (CASTANHA;
GRÁCIO, 2012), explicitando assim o forte incentivo à política científica de
internacionalização do conhecimento científico brasileiro na área de Zootecnia.
2.3 A área de Zootecnia e sua Pós-Graduação no Brasil
Dentro do cenário brasileiro de expansão do conhecimento, impulsionado
também pelo aumento do número de programas de pós-graduação, destaca-se a
produção na área Agrícola e Pecuária, com um constante crescimento nas últimas
décadas, o que tem contribuído para que o país seja um dos maiores produtores e
exportadores de alimentos, sejam de origem agrícola ou pecuária, e ocupe o terceiro
lugar no ranking mundial, com um crescimento anual de 18%, ficando atrás apenas
dos EUA e da União Europeia (LANDIM, 2010).
Lyra e Guimarães (2007) destacam que as pesquisas em Ciências Agrárias
têm contribuído para o aumento da produção de alimentos e para o cumprimento
32
das exigências dos mercados internacionais “na inserção de produtos derivados da
agropecuária e para a garantia de emprego no campo”.
Observa-se um grande crescimento da Zootecnia, disciplina integrante da
grande área de Ciências Agrárias, que apoia tecnicamente as “cadeias produtivas ou
negociais de produtos e serviços de origem animal” (FERREIRA, 2006).
As Ciências Agrárias, incluindo a Zootecnia, surgiram formalmente na
Europa, como consequência ao impulso dado pela Revolução Industrial, e “definiram
rapidamente seu objeto de trabalho tanto como Ciências da órbita acadêmica quanto
como profissões específicas” (FERREIRA, 2006).
Com o surgimento das profissões agrárias, nomeadas de agricultura
científica, que eram bem diferentes da agricultura prática, tentava-se articular os
desenvolvimentos regidos nas ciências básicas (química, biologia, botânica, zoologia
e genética) à solução dos problemas práticos de natureza das atividades
agropecuárias. Ferreira (2006) afirma que
alguns autores têm sugerido que a consolidação das Ciências
Agrárias e de suas profissões associadas, além das novas práticas
agrícolas que surgiram a partir de seu desenvolvimento, foi possível
porque a sociedade europeia estava procurando mudanças nas
técnicas agropecuárias.
Especificamente, a Zootecnia, área de estudo desta pesquisa, nasceu em
1848, na França, com a criação de uma cadeira destinada ao estudo dos animais
domésticos, no Instituto Agronômico de Versailles, por Conde de Gasparin. Cadeira
essa composta de um corpo independente de doutrinas denominada como
Zootechnie (Zootecnia na língua portuguesa), desligando assim da Agricultura Geral,
onde estava inserida.
A expressão Zootecnia foi adotada somente pelos povos de origem latina e
alemã. Nos países de língua inglesa, o termo foi substituído por Animal Science
(FERREIRA, 2006). No Brasil, o primeiro curso de graduação surgiu em 1968, por
meio da Lei nº 5.550, de 4 de dezembro do mesmo ano.
A Zootecnia, definida, por Ferreira (2006), como a “arte e ciência da criação
dos animais úteis ao homem e da produção de seus produtos e serviços”, trabalha
33
com a produção organizada de animais para o trabalho do campo, para esporte,
lazer, alimentação em escala, e é um fator econômico que se integra com as
atividades agrícolas. Tem contribuído bastante com seus trabalhos científicos para o
crescimento da produção pecuária.
Nos últimos anos, tem-se observado significativo aumento da produção
científica na área de Zootecnia (Animal Science na língua inglesa), como também da
produção brasileira.Leite, Mugnaini e Leta (2011) afirmam que a ciência brasileira
tem aumentado rapidamente nas últimas décadas, e citam, como exemplo, o
crescimento da participação do país na publicação científica mundial dentro das
principais bases de dados internacionais.
Dados oferecidos pelo SJR-Scimago mostram que, em 1996 (Anexo 1), o
Brasil ocupava a 14º colocação no ranking mundial da produção científica em Animal
Science and Zoology. Em 2010, passou a ocupar o expressivo 2º lugar, ficando atrás
somente dos EUA (Anexo 2). No acumulado 1996-2010, a produção científica
brasileira em Animal Science and Zoology ocupou o 4º lugar no ranking mundial
(Anexo 3). Isto mostra a importância da Zootecnia em âmbito internacional,
colocando o Brasil em posição de destaque em relação à maioria dos países.
Ainda, em 2009, o INEP/MEC registrou o número de 93 cursos de
graduação em Zootecnia em todo o território nacional. A Associação Brasileira de
Zootecnia estima que, atualmente, o número de cursos de graduação em Zootecnia
já está em torno de 110 cursos.
A Zootecnia é uma área em ascensão no Brasil, que contribui
expressivamente para o desenvolvimento tecnológico do setor agropecuário por
meio de seus estudos. Estima-se que 74% dos cursos de graduação em Zootecnia
estão disponíveis em universidades públicas, podendo este fato estar relacionado ao
alto custo de implantação e manutenção deste curso.
Em nível de pós-graduação, a Zootecnia também tem crescido nas últimas
décadas, contribuindo com os resultados de seus estudos para melhorias no manejo
animal e para melhor qualidade dos produtos exportados e consumidos
internamente. De acordo com Lyra e Guimarães (2007), comparando-se programas
de pós-graduação em Ciências Agrárias com os de Zootecnia, no período de 1996 a
2007, verifica-se que o crescimento na área de Zootecnia (105,9%) foi maior que o
34
observado na área de Ciências Agrárias como um todo (91,8%). A maior
concentração de programas em Zootecnia está nas regiões Sudeste e Nordeste do
Brasil, as duas correspondendo a mais de 58% dos programas.
De acordo com o documento de área da CAPES de 2009, o Brasil conta com
48 programas de pós-graduação na área de Zootecnia e Recursos Pesqueiros,
sendo 26 de mestrado (23 acadêmicos e 3 profissionais), 21 programas de mestrado
e doutorado e um programa apenas com doutorado. Destaca-se que, nos últimos
dez anos, a área apresentou um crescimento de 10% no número de programas,
contribuindo fortemente para a produção científica na área de Ciências Agrárias.
O primeiro programa de Pós-Graduação em Zootecnia, no Brasil, foi criado
na Universidade Federal de Viçosa (UFV), com o mestrado iniciado em 1962 e o
doutorado, dez anos depois, em 1972.
Dentre os 48 programas listados pela CAPES (Anexo 4), destacam-se três
com conceito 7, de excelência internacional. São eles: Ciência Animal e Pastagens,
da USP (Universidade de São Paulo), Zootecnia da UFV (Universidade Federal de
Viçosa), e Zootecnia da UNESP (Universidade Estadual Paulista), sendo esses os
objetos de estudo desta pesquisa. No Quadro 4, apresenta-se o perfil desses
programas quanto ao ano de início dos seus cursos e número de docentes
permanentes.
Quadro 4. Perfil dos programas de pós-graduação de excelência em Zootecnia.
Sigla da instituição
Início do Mestrado
Início do Doutorado
Nº de docentes permanentes
UFV 1962 1972 29
UNESP/JAB 1976 1984 34
USP/ESALQ 1966 1997 18
Fonte: CAPES – Planilha comparativa da Avaliação Trienal 2007 e 2010 – Zootecnia e Recursos Pesqueiros
Paralelamente ao crescimento do número de programas em Zootecnia e
Recursos Pesqueiros, tem-se observado um constante crescimento da publicação
de artigos brasileiros nessas áreas em âmbito internacional, decorrente tanto da
35
internacionalização dos periódicos brasileiros como da divulgação dos artigos
brasileiros em periódicos estrangeiros da área, com alto fator de impacto.
A excelência internacional dos programas com conceito 7 na Área de
Zootecnia justifica o estudo do impacto e da visibilidade da produção científica dos
mesmos, propiciando uma visualização mais completa da contribuição deste saber
socializado para a comunidade científica.
Para melhor visualização e entendimento dos três programas brasileiros com
conceito de excelência em Zootecnia, apresenta-se nas próximas subseções uma
breve descrição de cada programa, com informações retiradas dos documentos
“Proposta do Programa – 2007” e “Linhas de Pesquisa – 2007”2.
2.3.1 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFV
O programa de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal de
Viçosa (UFV), teve seu início em 1962, em nível de mestrado, e em 1972, o
doutorado. O curso nesses níveis vem sendo avaliado em sua estrutura acadêmica
e sistematicamente redirecionado para atender às necessidades atuais e futuras da
ciência zootécnica, sendo credenciado e habilitado pelo Conselho Federal de
Educação (CFE). Nas avaliações da CAPES, a pós-graduação em Zootecnia obteve
nota 7 nos triênios 2004-2006 e 2007-2009, sendo reconhecida nos meios
acadêmicos e de pesquisa entre os melhores do Brasil.
O objetivo do programa é a “formação de uma massa crítica de recursos
humanos, altamente qualificada, habilitada e capaz de desenvolver projetos que
visem solucionar os problemas da área zootécnica” (CAPES, 2007).
As nove linhas de pesquisa do programa são:
- Avaliação de Alimentos para Animais:análise da composição dos
alimentos e, por meio dela, cálculo do valor energético dos mesmos (Tabela
Brasileira de Composição de Alimentos). Ainda, envolve pesquisas com o objetivo
de testar o uso de alimentos alternativos.
- Avaliação Genética Animal: estudos de variações genéticas e de ambiente
sobre o ganho genético, interações genótipo x ambiente, métodos de estimação de
2 Disponível em: http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/CadernoAvaliacaoServlet
36
componentes de variância e o uso da simulação na avaliação de métodos de
seleção.
- Avaliação, Produção e Conservação de Forragens: avaliação de
alimentos conservados (silagem e feno) e de subprodutos da agroindústria, na
alimentação de ruminantes, visando à suplementação dos rebanhos no período de
escassez de forragem.
- Bioclimatologia Animal: contempla estudos da influência do ambiente
térmico sobre os animais por meio de modificações em respostas fisiológicas e
hormonais, visando correlacionar essas respostas com índices climáticos.
- Biotecnologia Animal: estudos de genes candidatos e marcadores
moleculares com ferramentas nos programas de Melhoramento Animal. Identificação
e sequenciamento de QTLs de importância genética/econômica em animais
domésticos.
- Exigências Nutricionais dos Animais: têm sido estudadas as exigências
nutricionais de energia proteína, aminoácidos e minerais, visando obter ganhos para
gerar uma Tabela Brasileira de Exigências Nutricionais para os animais domésticos.
- Fisiologia e Reprodução Animal: estudos e avaliações dos fatores
nutricionais e seu efeito sobre os parâmetros reprodutivos e a lactação dos animais.
- Manejo dos Animais: desenvolver tecnologias para produção de ciclo curto
(intensivo) na forma de estratégias de manejo nas áreas de nutrição e reprodução,
elaborando tecnologias que documentam a eficiência bioeconômica do processo
produtivo.
- Manejo e Avaliação de Plantas Forrageiras e Pastagens: são
desenvolvidos estudos de avaliação de características morfogênicas de espécies
forrageiras em ensaios de corte e pastejo, visando à obtenção de indicadores que
possibilitem o entendimento para um manejo mais adequado das forrageiras.
2.3.2 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP
O Programa de Pós-graduação em Zootecnia (Produção Animal), da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP, Campus de Jaboticabal,
37
teve início no ano de 1976, em nível de Mestrado, e no ano de 1984, em nível de
Doutorado. Contribui para a formação de profissionais qualificados para as
diferentes regiões do Brasil e países da América Latina.
O objetivo do programa é a formação de recursos humanos, especialistas
nas áreas de conhecimento que compõem suas linhas de pesquisa, para atender à
demanda de docentes e/ou pesquisadores das Universidades, Empresas de
Pesquisa e iniciativa privada, bem como ajudar na busca de novos conhecimentos,
desenvolvimento de técnicas e ajudar a solucionar os problemas encontrados pela
sociedade na área de Zootecnia (CAPES, 2007).
As nove linhas de pesquisa do programa são:
- Avaliação de Alimentos para Animais: determinação da eficiência de
utilização e da qualidade de alimentos, assim como a avaliação dos principais
aditivos utilizados na nutrição animal e seus efeitos sobre desempenho de animais.
- Biologia do Desenvolvimento Animal: estudar o crescimento e a
interação entre fatores que possibilitam a expressão do genótipo nos animais. O
ambiente atua como importante variável, pois influencia nos mecanismos
bioquímicos e hormonais responsáveis pela hiperplasia ou hipertrofia tecidual.
- Biotecnologia Animal:visa identificar os genótipos de organismos animais
e vegetais mediante o sequenciamento e a identificação dos genes que compõem o
genoma.
- Criação e Manejo de Animais e Gerenciamento da Produção: avaliação
das práticas de manejo com vistas ao aumento da produtividade, assim como
desenvolvimento e avaliação de tecnologias para o aproveitamento de resíduos de
origem animal. Também visa à comercialização de animais e produtos
agropecuários.
- Ecologia dos Animais e Etologia: engloba projetos que estudam os
efeitos do clima sobre o desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. Objetiva
também o estudo e a avaliação do comportamento de animais submetidos a
diversas práticas de manejo.
- Exigências Nutricionais de Animais: estimar as exigências em proteína,
energia e minerais dos animais.
38
- Genética e Melhoramento Animal: desenvolver e adaptar metodologias e
programas de avaliação genética; conhecer a população do ponto de vista genético;
e estimar parâmetros básicos para trabalhos de melhoramento genético animal.
Engloba também os projetos de cruzamento e endogamia.
- Metabolismo Animal: os processos metabólicos que determinam as vias
preferenciais do organismo são regulados em função do tipo de ambiente que é
oferecido ao animal. Assim, o estudo das vias metabólicas propicia o entendimento
do metabolismo animal.
- Plantas Forrageiras (Produção, Manejo e Conservação): estudos dos
fatores que interferem na produção e qualidade de plantas forrageiras, assim como
estudos dos métodos de conservação e práticas de manejo das pastagens.
2.3.3 Programa de Pós-Graduação Ciência Animal e Pastagens -
USP
O Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e Pastagens da
USP/ESALQ é um programa antigo, cujo mestrado foi implantado em 1966 e o
doutorado em 1997. Até 1997, quando da autorização para funcionamento do curso
de doutorado, o curso de mestrado sempre recebeu avaliação máxima da CAPES,
inicialmente correspondente ao conceito A e depois 5. Com o início do curso de
doutorado, em 1998, e buscando a inserção no Programa de Excelência da CAPES
(PROEX), uma série de ações foram e vêm sendo implementadas com o intuito de
melhorar a grade de disciplinas oferecidas aos alunos, otimizar o uso da
infraestrutura disponível, reduzir o tempo médio de titulação, aumentar a qualidade
das pesquisas e dos trabalhos publicados, buscar inserção e padrão internacional e
assegurar uma coordenação tranquila e institucional do programa. O programa da
USP obteve o conceito 7 no triênio 2007-2009.
O objetivo do Programa é alcançar a excelência no ensino de pós-graduação
e na pesquisa na área de Ciência Animal e Pastagens, por meio de reconhecimento
nacional e internacional, ratificando e consolidando a posição de liderança e
vanguarda da ESALQ como geradora e difusora de conhecimento científico e
39
competência na formação de profissionais capacitados e formadores de opinião, de
conformidade e em atendimento à demanda social (CAPES, 2007).
As três linhas de pesquisa do programa são:
- Melhoramento, Bioestatística e Genética Molecular: estudo voltado ao
aprimoramento genético de animais não ruminantes, melhoramento de animais não-
ruminantes e bioestatística.
- Produção de Monogástricos e Aquicultura: estudo voltado para
avicultura, suinocultura e aquicultura.
- Produção de Ruminantes: estudo direcionado para bovinocultura de
corte, bovinocultura de leite, fisiologia de sistemas, forragicultura e pastagens,
metabolismo animal, nutrição animal, ovinocultura e caprinocultura.
40
3 A ANÁLISE DE DOMÍNIO E OS ESTUDOS BIBLIOMÉTRICOS
Os estudos bibliométricos formam uma abordagem confiável e objetiva, que
associada a análises contextuais, permitem um diagnóstico real e amplo da
produção científica, seja ela de uma área de especialidade, de instituições ou
países, de um grupo específico, ou mesmo de produtores da ciência e tecnologia
(GRÁCIO e OLIVEIRA, 2011).
Cada vez mais, os indicadores produzidos pelos estudos bibliométricos
mostram-se importantes fontes para tomadas de decisões em corporações,
instituições de pesquisa e ensino. Spinak (1998) afirma que grande parte do esforço
dos estudos métricos está centrada na elaboração de “metodologias apropriadas
para a formulação destes indicadores”. Ao conceituar Bibliometria, Cienciometria e
Informetria com base em métodos quantitativos, Macias-Chapula (1998, p.137)
afirma que a ciência é um processo social no qual ações e comportamentos estão
ligados ao contexto, e que “números não falam por si mesmos; ao contrário,
precisam ser interpretados, considerando-se as tendências reais e falsas nos dados
e no método usado para computá-los”.
Neste sentido, os estudos bibliométricos devem se sustentar também na
Análise de Domínio (AD) a fim de oferecer uma visão sócio-contextual dos
resultados obtidos, fomentando o interesse em análises não somente quantitativas,
mas qualitativas, que levem em consideração aspectos econômicos, políticos e
sociais na análise dos indicadores.
3.1 Análise de Domínio
Para se avaliar questões de produtividade científica, a AD aparece como
principal base teórica e metodológica, utilizada pela primeira vez em 1980, na área
de Ciência da Computação, por Neighbors (KERR, 2003).
A AD descreve o estudo das áreas do conhecimento como uma prática
importante para a CI a fim de contribuir para a compreensão das estruturas de
informação dentro das diferentes áreas científicas. Segundo Hjørland (2002), o
41
objetivo de um sistema de informação é "[...] identificar e comunicar o conhecimento
necessário [...]" pelos profissionais dentro de um domínio para cumprir sua tarefa.
Birger Hjørland, estudioso da Organização do Conhecimento, principalmente
na Ciência da Informação (CI), tem realizado estudos sob o ponto de vista
sociológico e tem trazido uma abordagem diferenciada, contextual e relevante para a
área. Seus trabalhos focam aspectos sócio-contextuais, de uma forma historicista e
pragmática. O autor defende uma visão analítica de domínio, no âmbito da Ciência
da Informação. Em trabalho publicado em 2002, Hjørland trouxe onze abordagens
de AD em Ciência da Informação, descritas abaixo. Dentre elas, para o contexto
desta pesquisa, destaca-se a abordagem específica dos estudos bibliométricos:
1) Produção de guias literários e portais de assuntos.
2) Produção de tesauros e classificações especializadas.
3) Pesquisa sobre indexação e recuperação especializada.
4) Estudos empíricos de usuários.
5) Estudos Bibliométricos.
6) Estudos históricos.
7) Estudos de gênero e documentais.
8) Estudos críticos e epistemológicos.
9) Estudos terminológicos e estudos de discursos.
10) Estudos de estruturas e instituições de comunicação científica.
11) Análise de domínio em cognição profissional e inteligência artificial.
Hjørland (2002) afirma que a Bibliometria pode ser usada de várias
maneiras, sugerindo-a como estudo em uma de suas abordagens de AD, e que é
eficaz porque “mostra muitos detalhes e conexões reais entre documentos
individuais”, com “forte abordagem de análise de domínio”, sendo, portanto, empírica
e baseada em análises detalhadas das conexões entre documentos individuais.
Para o autor, a melhor forma de interpretar os indicadores é associá-los aos
estudos históricos, epistemológicos e críticos,uma vez que os números por si só
nada podem dizer. Na análise de um domínio durante uma pesquisa de caráter
42
bibliométrico, Hjørland (2002) destaca a importância de se atentar a quatro fatores
que afetam os resultados desse tipo de pesquisa. São eles:
1- as bases de dados disponíveis e a seleção dos periódicos que formam
essa base são de extrema importância na construção de um mapa;
2- os mapas são dependentes do comportamento de citação dos autores;
3- muitas pesquisas podem ser realizadas usando
abordagens/metodologias escolhidas pela facilidade de utilização ou pela
conveniência de aplicação dos pesquisadores;
4- algumas teorias podem se popularizar em comparação a outras teorias,
podendo se tornar certo modismo no meio científico.
Tennis (2008), também estudioso da Organização do Conhecimento, afirma
que a construção e o desenvolvimento do domínio estão atrelados pelas formas em
que as descobertas são estruturadas em metodologias e teorias adequadas. Afirma
que deve haver uma coerência entre aspectos epistemológicos, teóricos e
metodológicos.
Considera-se que a apresentação de dois eixos, com dois parâmetros cada,
foi uma das grandes contribuições de Tennis (2003) para a organização do
conhecimento, contribuindo para uma melhor análise de um domínio. Propõe,
portanto, uma metodologia que antecede a análise de domínio e que facilita o
trabalho dos analistas de domínio.
Em discussão,o autor traz a importância do delineamento do domínio com
precisão e afirma que isto deve ser feito antes de se dar início à análise desse
mesmo domínio. Para isso, sugere o estabelecimento de critérios para a delimitação
do domínio, apresentando dois eixos: áreas de modulação e graus de
especialização. Na área de modulação, definida como a extensão do domínio (eixo
horizontal), Tennis (2003) considera dois parâmetros: a indicação do que é coberto
na análise de domínio (extensão) e o que é a nomeação (nomenclatura deste
domínio). Em relação a segundo eixo, graus de especialização (eixo vertical), o autor
afirma que só é possível defini-lo a partir da clareza da cobertura do domínio
estudado. O grau de especialização consiste da intensão (intensidade) ou da
profundidade que se dá dentro dos limites que já foram estabelecidos. Entende-se,
portanto, que quanto maior a extensão de um domínio, menor será sua intensão. E
43
de outro modo, quanto maior a intensão ou profundidade de um domínio, menor é a
extensão do mesmo.
Desse modo,para a realização de estudos bibliométricos, é preciso definir a
extensão do domínio e seu grau de especialização, e para se obter um resultado
mais fidedigno, mais próximo da realidade, é recomendável a aplicação das
abordagens propostas por Hjørland (2002).
3.2 Produção Científica e Bibliometria
A pesquisa e o desenvolvimento científico são fatores determinantes na
geração de renda e na promoção de bem-estar social do país em que estão
inseridos. Muitas nações se referem à C&T como uma questão de poder, capaz de
dividir o mundo entre os países produtores de conhecimento e aqueles que, no
máximo, conseguem reproduzi-los (PNPG, 2010).
A C&T compõe uma dimensão estruturante do desenvolvimento mundial.
Seu crescimento teve grande impulso, principalmente nos últimos 40 anos, com
consequente desenvolvimento das universidades e centros de pesquisa, começando
a consolidar-se a partir da década de 1970, época em que houve a criação dos
cursos de pós-graduação strictu sensu em diferentes áreas do conhecimento
(NORONHA E MARICATO, 2008).
O desenvolvimento da infraestrutura científica e tecnológica do Brasil e a
expansão da comunidade acadêmica nacional são eventos muito recentes. Esse
processo de crescimento e desenvolvimento deu-se a partir da fundação das
agências de fomento, no período de 1950 a 1960, que contribuíram com a
infraestrutura das instituições pesquisadoras. Em consequência, no período seguinte
(1970-1980), o país consolidou políticas públicas focadas nos recursos humanos,
que resultaram na expansão dos programas de pós-graduação. Mais recentemente,
o governo brasileiro tem investido mais significativamente na educação científica nos
cursos de graduação, com elevação do número de bolsas de iniciação científica,
como forma de melhorar a formação de cientistas e de preparar os estudantes para
obterem melhores desempenhos na pós-graduação (LETA; GLÄNZEL; THIJS,
2006).
44
Assim, a consolidação da ciência brasileira vem acontecendo,
principalmente, em função dos investimentos em cursos de pós-graduação, que
resultam em uma maior participação das publicações do país em importantes bases
de dados científicas, como o ISI (LEITE; MUGNAINI; LETA, 2011). Em 1967, a
presença de publicações científicas brasileiras na base de dados ISI, que era de
0,16%,aumentou para 2,5%, em 2010 (REGALADO, 2010 apud LEITE; MUGNAINI;
LETA, 2011). Tais dados demonstram uma internacionalização científica crescente
do Brasil.
A CAPES tem exercido importante papel na internacionalização da ciência
brasileira, por meio da avaliação periódica dos programas de pós-graduação
brasileiros, que leva os pesquisadores a terem uma rotina de publicação, em função
das exigências quantitativas de publicações em revistas internacionais (LEITE;
MUGNAINI; LETA, 2011), contribuindo para que a ciência brasileira ganhe mais
visibilidade em âmbito internacional.
Leite, Mugnaini e Leta (2011) elaboraram um indicador denominado Índice
de Publicação Internacional para verificar o peso real das publicações do Brasil em
âmbito internacional. Nessa nova abordagem de investigação científica, os
pesquisadores encontraram evidências de que o desempenho brasileiro
internacional é uma variável dependente do campo/área. Campos como a Biologia,
Engenharias e Ciências Exatas e da Terra apresentaram um número mais elevado
no Índice de Publicação Internacional de seus pesquisadores. Por outro lado,
campos que se dedicam à resolução de problemas locais e nacionais -
Humanidades, Ciências Sociais e Linguística e Artes -apresentaram valores
menores para esse índice. Observaram, ainda, que o processo de
internacionalização não é tão rápido, uma vez que os pesquisadores levam tempo
para conhecer os caminhos para publicar em revistas internacionais, assim como
para estabelecer suas redes de cooperação e obter o devido reconhecimento
(LEITE; MUGNAINI; LETA, 2011).
Ainda segundo esses autores, quase toda produção científica brasileira
advém das universidades, reiterando o importante papel dos programas de pós-
graduação na geração do conhecimento novo. Os pesquisadores apontam também
que a capacidade institucional de C&T brasileira é concentrada em um pequeno
45
número de instituições, principalmente nos estados mais ricos, e destacam os
campos da Física, Agricultura e Biológicas como os mais produtivos.
Desse modo, a evolução tecnológica, a propagação dos cursos de pós-
graduação, o incentivo do governo nas universidades e o aumento das colaborações
entre pesquisadores, instituições e/ou países potencializaram a velocidade e volume
da produção científica e consolidaram a necessidade de se mensurar e avaliar a
informação provinda de diversos campos científicos. Esse aumento da produção
científica alavancou a necessidade de se criar metodologias para a avaliação da
ciência, particularmente de instituições de pesquisas e pesquisadores, nas quais o
desenvolvimento da ciência se encontra mais diretamente relacionado ao sistema de
educação superior (PNPG, 2010).
Segundo Meadows (1999, p.161), a pesquisa científica e a divulgação de
seus resultados são atividades inseparáveis. Nesse sentido, Vessuri (1987)
considera que a pesquisa científica que não é publicada não existe, uma vez que
uma pesquisa deve ter seus resultados divulgados nos principais canais de
disseminação científica da área, a fim de se verificar o reconhecimento da relevância
atribuída pela comunidade científica ao conhecimento novo produzido. Ainda,
segundo Macias-Chapula (1998), “publicar os resultados de suas pesquisas é um
compromisso que os cientistas são compelidos a cumprir”, e
[...] a ciência necessita ser considerada como um amplo sistema
social, no qual uma de suas funções é disseminar conhecimentos.
Sua segunda função é assegurar a preservação de padrões, e a
terceira é atribuir crédito e reconhecimento para aqueles cujos
trabalhos têm contribuído para o desenvolvimento das ideias em
diferentes campos (MACIAS-CHAPULA, 1998, p.136).
A produção científica é parte essencial da comunicação científica, e uma
forma de se estudar a dinâmica da produção é por meio da análise bibliométrica,
que fornece indicadores relevantes para o seu monitoramento, possibilitando, entre
outras análises, uma estimativa de como os países contribuem com a Ciência
mainstream (VANZ e STUMPF, 2010).
Segundo Noronha e Maricato (2008), “para se entender a evolução da
ciência, como forma de expressão do conhecimento humano produzido, são
46
utilizadas técnicas de medição”.
As técnicas quantitativas de medição da produção científica têm algumas
décadas de existência, mas não estão completamente consolidadas (SPINAK,
1998).Em 1969, Pritchard descreveu a Bibliometria como sendo "[...] a aplicação de
métodos matemáticos e estatísticos a livros e outros meios de comunicação".
Para Tague-Sutcliffe (1992),a Bibliometria estuda os aspectos quantitativos
da produção, disseminação e uso da informação registrada, utilizando seus
resultados para elaborar previsões e apoiar tomadas de decisão.
Inicialmente, os estudos bibliométricos eram voltados à análise de
documentos, em que destacavam seus principais indicadores:
[...] crescimento quantitativo da literatura; obsolescência da
informação; eficiência em serviços e produtos de informação em
ciência e tecnologia e produção; eficiência de sistemas de
informação e estabelecimento de informações em geral; papel de
diferentes tipos de documentos, bem como seu significado na
comunicação científica; pertinência e relevância da informação;
ranking de publicações periódicas por vários parâmetros; papel dos
canais informais na comunicação científica; sobreposição de
assuntos contidos entre periódicos e publicações seriadas; hábitos
de citação de cientistas e crescimento do papel da análise de citação
e relações intradisciplinares e interdisciplinares como determinado
nas bases de referências bibliográficas. (MORALES GARCÍA, 1992
apud BUFREM; PRATES, 2005).
Para Price (1963), a Bibliometria é um termo genérico, que reúne uma série
de procedimentos estatísticos que visam quantificar os processos de comunicação
escrita.
Os estudos bibliométricos se aproximam e se interceptam da Cientometria,
Informetria e Patentometria, por utilizarem métodos quantitativos, mas se
diferenciam quanto aos objetos de estudo e quanto aos objetivos. Conforme Grácio
e Oliveira (2011), os estudos bibliométricos “evidenciam o referencial teórico-
epistemológico dominante na área, as relações existentes, constituindo um dos
47
instrumentos metodológicos que contribuem para a visualização do comportamento
da ciência em um dado campo”.
A Cientometria é aciência que estabelece medidas e indicadores que
permitem traçar um perfil da produção do conhecimento, tanto em âmbito local,
nacional ou internacional, de uma área, grupo ou instituição. Estuda os aspectos
quantitativos da ciência como disciplina ou atividade econômica, centrada no estudo
de diferentes atividades científicas, sendo importante para o desenvolvimento de
políticas científicas.
Broadus (1987) distingue a Cientometria da Bibliometria: o objeto de estudo
da Bibliometria é o estudo de livros ou revistas científicas que objetiva compreender
as atividades de comunicação da informação;a Cientometria tem como objeto de
estudo “os aspectos quantitativos da criação, difusão e utilização e informação
científica e técnica e por objetivo a compreensão dos mecanismos de pesquisa
como atividade social”.
Santos (2003) define a Cientometria como
[...] um dispositivo de medida, baseado em técnicas estatísticas, que
tem por objetivo identificar e tratar as informações contidas nas
publicações científicas e técnicas, disponíveis nos sistemas de
informação, essencialmente, referências bibliográficas de artigos,
livros e de patentes.
Para os autores Noronha e Maricato (2008), a cientometria, denominada
“cienciometria” pelos mesmos, tem como objeto de estudo as disciplinas, campos,
áreas e assuntos específicos.
Mugnaini (2006) afirma que a Cientometria analisa de forma abrangente o
aparato científico-tecnológico, por meio do uso de indicadores, com a preocupação
de garantir a validade desses indicadores e facilitar o entendimento desse universo.
Ainda segundo o autor, a cientometria não se prende somente às publicações, mas
também engloba o sistema de pesquisa como um todo, objetivando associar causas
e efeitos dentro do sistema.
A Informetria estuda os processos quantitativos da informação em geral,
incorporando, utilizando e ampliando as fronteiras da Bibliometria e da Cientometria.
48
Nas últimas décadas, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs)
têm dado novas oportunidades para os estudos bibliométricos. A partir daí, um novo
campo surgiu, a Webometria, que visa mensurar as atividades na web,
especialmente pela análise de links. Recentemente, surgiu também a Patentometria,
que, tomando as patentes como objeto de análise, “mede o grau de tecnologia e
inovação de um país ou de um setor da indústria, além de permitir a busca de
relações entre o conhecimento científico e sua contribuição ou transformação em
conhecimento tecnológico” (NORONHA E MARICATO, 2008, p.124). As Figuras 1 e
2 sintetizam as interfaces entre as metodologias apresentadas, segundo a visão de
alguns estudiosos da área.
Figura 1. Diagrama da inter-relação entre as quatro metodologias: Bibliometria (A), Cientometria (B),
Informetria (C) e Webometria (D). (VANTI, 2002 apud NORONHA e MARICATO, 2008, com
adaptações).
49
Figura 2. Relações entre os métodos bibliométricos (NORONHA E MARICATO, 2008).
Alguns autores consideram a Informetria como a área que engloba todas as
outras: Bibliometria, Cientometria, Webometria e Patentometria. Todavia, a
Bibliometria e a Cientometria são aquelas mais estudadas e consolidadas, estando
na Bibliometria a raiz de todas elas. Assim, apesar de cada área ter seus objetos e
especificidades, os estudos são chamados usualmente de pesquisas bibliométricas,
pela comunidade científica.
A Bibliometria possui extensa aplicação, e são muito os seus procedimentos,
bem como os objetos e o objetivo da análise a ser realizada. Glänzel (2003), um dos
precursores dos estudos dos campos bibliométricos, reconhece três fins das
análises bibliométricas, segundo os quais são definidos os grupos-alvo da
Bibliometria, a saber:
1) Bibliometria para especialistas em bibliometria: grupo de estudos
voltados para a investigação bibliométrica básica, ou seja, pesquisa
destinada para a teoria e desenvolvimento metodológico da própria área.
2) Bibliometria para disciplinas científicas: grupo de pesquisas realizadas
em diferentes disciplinas científicas, visando obter conhecimento sobre a
comunidade científica.
50
3) Bibliometria para a política e gestão científica: pesquisas bibliométricas
que visam à avaliação da pesquisa, atualmente o tópico mais
importante da Bibliometria, com o fim de subsidiar tomadas de decisão
em política científica. Estudam-se estruturas institucionais da ciência.
Esta pesquisa perpassa os três grupos: Grupo-alvo 1 (Bibliometria para
especialistas em bibliometria), ao analisar a adequação do uso de indicadores de
impacto, visibilidade e colaboração para a avaliação da produção científica dos
programas de pós-graduação, quanto o Grupo 2 (Bibliometria para disciplinas
científicas), ao contribuir para uma melhor compreensão do impacto e da
colaboração das pesquisas desenvolvidas no âmbito dos programas de pós-
graduação de excelência na área de Zootecnia, no Brasil e, em relação ao Grupo 3
(Bibliometria para a política e gestão científica), ao contribuir para as tomadas de
decisão político-científicas das universidades em estudo, no âmbito do impacto da
produção dos seus programas de pós-graduação.
Hjørland (2002) reconhece a Bibliometria como uma das várias abordagens
que podem ser utilizadas dentro da AD. O uso da bibliometria para a AD ainda não
foi completamente tratado, havendo, portanto,um vasto campo de trabalho neste
sentido (HJØRLAND, 2002).
A avaliação do trabalho científico por meio de estudos bibliométricos dentro
da A.D. é um tema que vem ganhando cada vez mais espaço em estudos
acadêmicos, uma vez que o estudo da atividade científica contribui para a Análise de
Domínio.
A Bibliometria tem sido reconhecida como uma ferramenta eficiente dentro
da CI, mais comumente para o estudo de publicações em diferentes áreas
científicas, e raramente tem sido utilizada como abordagem analítica de domínio, ou
seja, como uma metodologia de análise de um domínio. A abordagem analítica de
domínio é, portanto, a adoção de uma perspectiva social no estudo de práticas de
informação (HJØRLAND, 2002).
51
3.3Indicadores Bibliométricos
Um indicador pode ser definido como “um resumo satisfatório de uma noção
mais abstrata e mais ampla”, propondo uma medida dessa noção por meio da forma
pela qual se distribuem seus valores (COMBESSIE, 2004, p.115). Ainda, a uma
mesma noção podem ser associados vários indicadores (COMBESSIE, 2004).
O manual Rationalization des Choix Budgetairies (RCB) editado pelo
Governo Francês, define um indicador como
um dado relativo a uma variável significativa que caracteriza um
fenômeno e que serve de indicação para que se possa atuar sobre
tal fenômeno. Ainda segundo esse manual, para se tirar o máximo
proveito, a formulação e análise de indicadores devem ser
articuladas em níveis segundo a sua utilização: de entrada, de saída,
de estado e de gestão. Além dessas categorias, os indicadores ainda
podem ser classificados em simples e complexos (SANCHES,1997).
Liberal (2005) afirma que os indicadores, além de identificarem a natureza,
estado e evolução de um fenômeno, representam, descrevem e o caracterizam.
Os indicadores podem ser simples ou complexos. Conforme Sanches
(1997), o indicador simples é aquele que tem o seu valor obtido através de uma
medida direta, de uma enumeração física ou material. O indicador complexo tem o
seu valor obtido por meio de uma medida indireta. Por exemplo: indicadores que são
resultado de vários indicadores (Índices) ou indicadores que são fruto da relação
entre dois indicadores (Coeficientes).
Devido sua natureza,os indicadores devem apresentar uma diversidade de
fatores, pois representam especificidades de um aspecto complexo. Eles mostram
aquilo que já passou e perspectivas para o futuro. Portanto, devem ser analisados
de forma contextual e não puramente quantitativa.
Além disso, considerando a existência de vários indicadores para
caracterizar uma mesma noção, distinguem-se três formas possíveis de tratá-los:
como intercambiáveis; como complementares, necessitando-se compará-los para
precisar suas especificidades, medir suas relações e discriminar suas
52
especificidades; e pela construção de índices estatísticos globais que integrem ou
acumulem as informações de cada indicador (COMBESSIE, 2004).
Os indicadores bibliométricos emergiram na década de 1970 em diversos
países, com o objetivo de planejar, monitorar e avaliar as atividades em C&T
(VELHO, 1997). Esses indicadores constituem parâmetros utilizados no processo de
avaliação de uma atividade e, normalmente, emprega-se um conjunto deles, cada
um dos quais revelando uma faceta do objeto de avaliação (VELHO, 1997). Esses
parâmetros são empregados como medidas indiretas da atividade da pesquisa
científica e contribuem para a compreensão dos objetivos da pesquisa, das
estruturas da comunidade científica, do seu impacto social, político e econômico
(VELHO, 1997).
Santos (2005) define indicadores como
[...] dados estatísticos usados para avaliar as potencialidades da
base científica e tecnológica dos países, monitorar as oportunidades
em diferentes áreas e identificar atividades e projetos mais
promissores para o futuro, de modo a auxiliar as decisões
estratégicas dos gestores da política científica e tecnológica e
também para que a comunidade científica conheça o sistema no qual
está inserida.
Nos estudos bibliométricos, segundo Pinto e Matias (2011, p.2), os
indicadores “[...] permitem obter uma visão da produção científica e dependem de
processos adequados de organização e de representação do conhecimento”. O
autor destaca que há distinção entre as áreas, em virtude de suas particularidades e
seus modelos de produção. Recomenda que os indicadores devam ser “[...] flexíveis,
que considerem estas particularidades de cada área e que não sejam
generalizados”.
Os mesmos autores (2011, p.4) consideram que os indicadores
bibliométricos evidenciam os principais pesquisadores e temáticas científicas da
área para a comunidade, ao medir “prêmios honoríficos, citações recebidas e
inclusive índices de eficiência dos pesquisadores (índice-h e índice-g) frente às
áreas de concentração”.
53
Considerando que a atividade científica precisa ser interpretada e analisada
no contexto em que está inserida, os indicadores e as avaliações de desempenho
científico devem levar em conta o contexto social, histórico e econômico da
realidade em que estão inseridos (SPINAK, 1998).
Nesse sentido, Macias-Chapula (1998, p.136) afirma que “[...] a ciência
necessita ser considerada como um amplo sistema social”. Portanto, indicadores de
atividade científica devem levar em conta esse contexto social.
Cada comunidade científica, em suas diversas áreas ou subáreas, “utiliza
meios e veículos específicos para disseminar os resultados de pesquisa, atribuir
prioridades e crédito” (SANTOS, 2005). Desse modo, os indicadores bibliométricos
devem identificar os comportamentos diferenciados entre as áreas. Áreas como
ciências exatas e biológicas priorizam a socialização da informação em artigos
científicos, ao passo que a área de ciências sociais prioriza a socialização da
informação em livros (SPINAK, 1998; MACIAS-CHAPULA, 1998). De acordo com
Santos (2005),
Não é adequado, portanto, na produção de indicadores, universalizar
critérios de avaliação da produção científica com base em hábitos de
apenas um campo do saber. Ao contrário, deve-se reconhecer,
inicialmente, as especificidades de cada área antes de proceder à
coleta e análise de dados.
Os indicadores da produção científica socializada nos periódicos “permitem
vincular conhecimentos e suas estruturas às suas escolas de pensamento e suas
evoluções” (PRICE, 1963). Do ponto de vista da prática, segundo Price
(1963),consiste de uma síntese bibliométrica relativa a um fenômeno científico.
Na visão de Rostaing (1996), os indicadores bibliométricos contribuem para a
gestão de biblioteca, e os indicadores cientométricos, para os estudos da ciência.
Para Santos (2003), o sufixo metria possui dois sentidos: métrica e medida.
Para Rostaing (1996), o conceito de medida está relacionado à utilização de
indicadores univariáveis, em que um elemento é medido conforme uma dimensão
escolhida. O conceito de métrica está relacionado a indicadores relacionais (que
envolvem fatores influentes) e não restritos a uma só dimensão (SANTOS, 2003).
54
Dutheiul (1991) distingue métrica de medida:
A métrica aplica-se a um conjunto para o qual se aceita uma
convenção, permitindo definir as “distâncias” entre os elementos, o
que se constitui em classificar por semelhança ou dessemelhança. A
medida é a avaliação de uma grandeza criada a partir de sua relação
com outra grandeza de mesma espécie adotada para unidade e
como comparação.
A análise da produção científica de um país, de uma região ou instituição
específica envolve um conjunto expressivo de indicadores bibliométricos. Eles
podem ser agrupados em indicadores de produção, indicadores de citação e
indicadores de ligação (OKUBO, 1997; SPINAK, 1998; NARIN; OLIVASTRO;
STEVENS, 1994; COURTIAL, 1990; CALLON; COURTIAL; PENAN, 1993). Os
indicadores de produção científica são construídos a partir da contagem do número
de publicações por tipo de documento (livros, artigos, publicações científicas,
relatórios, etc.), por instituição, área de conhecimento, país, etc. (FAPESP, 2005).
Segundo Macias-Chapula (1998), a criação do Science Citation Index, em
1963, permitiu uma medição mais ampla da ciência por meio de indicadores
objetivos.
Segundo Spinak (1998), os indicadores podem ser abordados como insumos
e resultados. A medição desses insumos, ditos Input e resultados, ditos Output, são
as bases dos indicadores científicos. Insumo (Input) é uma combinação de fatores
que viabilizam a produção de determinada quantidade de resultados científicos
(Output) (POBLACIÓN e OLIVEIRA, 2006).
A fim de orientar e analisar a dinâmica científica, órgãos nacionais e
internacionais de fomento à pesquisa têm incentivado cada vez mais o
desenvolvimento de indicadores quantitativos como meio de subsidiar o
planejamento de políticas científicas e avaliar seus resultados. Os indicadores de
produção científica, juntamente aos indicadores de insumos para C&T, vêm
contribuindo de forma decisiva para a análise do desempenho e melhoria da
eficiência dos sistemas nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I). Nesse
sentido, observa-se o crescente interesse de especialistas e autoridades
governamentais por indicadores quantitativos, que, além de auxiliar o entendimento
55
da dinâmica de C&T, funcionam como instrumentos para o planejamento de políticas
e tomadas de decisões no setor científico (FAPESP, 2005).
Nos estudos bibliométricos, vários indicadores são utilizados para analisar a
produção científica. Mugnaini, Carvalho e Campanatti-Ortiz (2006) reuniram um
grande conjunto de indicadores e variáveis sob a visão de diversos autores. Dentre
esses, destacam-se alguns a título de ilustração: indicadores de produtividade;
número de artigos científicos (por país, disciplina, autor); número de publicações
(inclusive em revistas indexadas); número de autores e procedência institucional
e/ou geográfica; coautoria, cooperação entre autores e índice de colaboração;
número de artigos publicados com colaboração internacional, etc.
Dentre os diversos tipos de indicadores, esta pesquisa aborda a utilização e
análise dos indicadores, impacto, visibilidade e de colaboração, apresentados a
seguir.
3.3.1 Indicadores de citação:impacto e visibilidade da produção
científica
Para se mensurar a produção científica de um pesquisador, instituição ou
país, um indicador básico utilizado é o registro do número de publicações
produzidas. Todavia, o uso isolado deste indicador nem sempre reflete o impacto e a
visibilidade do pesquisador, instituição ou país na comunidade científica. Nesse
sentido, a análise de citação é uma importante área dentro da Bibliometria que, por
meio dos seus indicadores, entre eles o total e a média de citações, objetiva
identificar o impacto e a visibilidade dos trabalhos produzidos (ARAÚJO, 2006).
A análise de citação é feita tendo como base as referências bibliográficas
arroladas no final de cada trabalho científico. Por meio da contagem dessas
referências, é possível identificar características da comunicação científica,
evidenciando as tendências de uma área do conhecimento, sua frente de pesquisa,
as principais instituições e países produtores, bem como seus periódicos nucleares
(VANZ; CAREGNATO, 2003).
Desse modo, a análise de citação constitui um procedimento objetivo para o
estudo da comunicação científica, que permite: evidenciar os pesquisadores e
56
publicações de maior impacto; identificar aqueles de “vanguarda” que constroem o
novo conhecimento de uma área;apontar seus conceitos, objetos e métodos
próprios, contribuindo para a compreensão e visualização de uma comunidade
científica (OLIVEIRA; GRACIO, 2011, VANZ; CAREGNATO, 2003).
Segundo Macias-Chapula (1998), a criação do Science Citation Index, no
ano de 1963, permitiu uma abertura de caminho para uma medição mais ampla da
ciência por meio de métodos quantitativos e objetivos.
Desta forma, os índices de citações foram criados e desenvolvidos partindo
do pressuposto que as referências citadas por um determinado autor identificam de
forma mais precisa o relacionamento entre documentos que abordam o mesmo
assunto (GARFIELD, 1955 apud STREHL, 2003). Os índices de citação passaram a
ser utilizados também pelos “responsáveis pela elaboração de políticas científicas
para avaliação da performance dos cientistas” (STREHL, 2003).
Observadas em um contexto social,as citações são úteis para se medir a
qualidade de um trabalho, considerada a partir do impacto na comunidade científica,
como reflexo de um consenso social. Neste sentido, Strehl (2003) destaca a
definição de qualidade feita por Cole e Cole (1973):
A definição social é formada a partir de um ponto de vista filosófico
pautado na premissa de que a verdade absoluta não existe, é, sim,
construída socialmente. Assim sendo, o que pode ser considerado
verdadeiro hoje, talvez não possa ser reconhecido amanhã [...].
Portanto, a qualidade de um trabalho é definida como o que está
sendo útil para a comunidade em um dado momento. Se os
cientistas encontram uma ideia particular que seja útil para o seu
trabalho, esta ideia encerra em si um valor e, por este motivo, ela
pode ser considerada de alta qualidade. Nesta concepção, a
definição da qualidade de um trabalho é feita a partir do consenso
social (COLE e COLE, 1973, apud STREHL, 2003).
O conceito de qualidade atribuído na perspectiva social está associado ao
contexto em que está inserido. Portanto, é necessário considerar que as citações
podem sofrer interferência de variáveis subjetivas e incontroláveis, como afirma
Frost (1979 apud STREHL, 2003).
57
A medição da quantidade de citações recebidas pelas publicações serve
como parâmetro para definição de qualidade dos trabalhos no atual sistema de
avaliação científico, como afirmam Aleixandre-Benavent et al. (2010). Qualidade
essa também aferida considerando o veículo de socialização em que foram
publicados, levando-se em conta seu impacto na comunidade, ou seja, sua
visibilidade.
Apesar da contribuição da análise de citação para a avaliação da
visibilidade, impacto e influência de uma publicação, autor, instituição ou país, junto
à comunidade científica, alguns pesquisadores têm apontado questões associadas
aos estudos baseados na análise de citação que atuam sobre seus resultados. Entre
elas, destacam-se: o motivo para a citação; a natureza da publicação (revisão ou
original); as barreiras linguísticas e a origem da publicação (países mainstream ou
periféricos); as questões relativas à natureza das áreas do conhecimento, com
diferentes preferências quanto à tipologia documental científica e à quantidade de
citações sustentando a proposição do conhecimento novo (VELHO, 1985, VANZ;
CAREGNATO, 2003, OLIVEIRA; GRACIO, 2011).
Nesse contexto, também são apontadas questões relativas às autocitações,
condenadas por alguns estudiosos por considerá-las uma forma de um pesquisador
reforçar sua posição na comunidade científica, na medida em que inflaciona seus
indicadores de citação, não revelando muito sobre o impacto da pesquisa na
comunidade científica. Por outro lado, há aqueles que as consideram uma parte
essencial da comunicação científica, por revelar aspectos interessantes do papel do
pesquisador, indicando uma atividade de publicação dinâmica e exitosa, desde que
a quantidade de autocitação no conjunto de citações não exceda a extensão normal.
Nesse sentido, em geral, não há razão para condenar as autocitações (GLÄNZEL,
2003).
Pierro (2013) afirma que países com grande extensão territorial e com
grande número de periódicos científicos tendem a ter maior número de autocitações,
que também estão relacionadas a contextos histórico-políticos. Cita, como exemplo,
países que ao longo da história apresentaram sistemas políticos fechados, como Irã
e Cuba. As autocitações também podem refletir o perfil de trabalhos que visam
contribuir para a resolução de problemas locais e nacionais. De acordo com o autor
citado (2013), no Brasil, as áreas agrícolas e de saúde pública são setores que se
58
voltam ao local, mas que “ao mesmo tempo, produzem artigos reconhecidos
internacionalmente”.
Outro aspecto a ser observado nas análises de citações refere-se à questão
das citações negativas, que constituem críticas a outros trabalhos. Entretanto, em
grande frequência, esse tipo de citação pode mostrar um trabalho relevante, ainda
que criticado pelos pares, pois, se o mesmo não tivesse valor ou importância, não
teria muitas citações, mesmo que negativas (VANZ; CAREGNATO, 2003).
Apesar das questões apontadas, a análise de citação tem se consolidado
em âmbito internacional como um procedimento objetivo e útil para a medição do
impacto e da influência das publicações, autores, instituições e país, oferecendo
subsídios para a avaliação da nova ciência produzida (GLÄNZEL, 2003). Além disso,
sob todas as óticas de análise, as citações são fontes importantes na elaboração de
indicadores, uma vez que refletem o processo de construção do conhecimento novo
pelo pesquisador,seu perfil e meio profissional (MACIAS-CHAPULA, 1998). Ao
permitir identificar o impacto e a visibilidade dos autores, instituições e até mesmo
de países, a análise das citações tem se mostrado uma importante ferramenta
norteadora para tomada de decisões político-científicas por instituições.
Estudos realizados por MacRoberts e MacRoberts (1989, 1996 apud
STREHL, 2003) afirmam que, até então, os críticos dos estudos de citações não
tinham conseguido demonstrar a importância e significância das variáveis subjetivas.
Por esse motivo, tem-se adotado como válidas as análises de qualidade das
publicações que usam o critério de quantidade de citações (STREHL, 2003).
Isso justifica o fato de esta pesquisa enfocar a quantidade de citações
recebidas pela produção científica dos programas de pós-graduação, por meio do
cálculo da média de citações (citações por documento), Índice h e Fator de Impacto
dos periódicos utilizados para socialização da informação, a fim de se evidenciar o
impacto e visibilidade dos programas.
Nesta pesquisa, entende-se impacto como o reconhecimento atribuído pela
comunidade científica aos artigos, evidenciado pelas citações recebidas e a
visibilidade como o impacto dos periódicos que foram utilizados para a socialização
das pesquisas científicas.
59
O termo impacto tem o significado de “Impressão causada, em alguém ou
algo” (FERREIRA, 2008). Na comunidade científica, a expressão está associada à
repercussão de uma ideia ou de um novo conhecimento socializado, disseminados
por meio das publicações científicas, e que reflete o reconhecimento da comunidade
científica.
Na avaliação de pesquisa, para Glänzel (2003), as citações tornaram-se
uma medida amplamente utilizada para se avaliar o impacto das publicações
científicas. Portanto, as citações recebidas por um artigo, pesquisador, grupo,
instituição ou país constituem um indicador de impacto.
Neste contexto, considera-se que o interesse de uma comunidade científica
por uma determinada publicação é refletido pelo seu impacto e medido pelas
citações recebidas.
Segundo Meadows (1999),
[...] uma forma de avaliar a qualidade de uma publicação consiste em
verificar o nível de interesse dos outros pela pesquisa. O método
mais simples para obter essa medida se dá por meio da quantidade
de citações dessa pesquisa na bibliografia ulterior.
A afirmação de Meadows (1999) reforça a compreensão de que a qualidade
de um artigo pode ser medida pela quantidade de citações que ele recebe.
A fim de propor um conjunto de variáveis e indicadores para avaliar com
precisão a atividade científica do sistema universitário espanhol, Lascurain-Sánchez,
García-Zorita e Sanz-Casado (2011) definem como indicador de impacto o número
total de citações recebidas pelas universidades e a média de citações por
pesquisador. Também na visão destes autores, o impacto científico está relacionado
à quantidade de citações recebidas.
Por outro lado, a visibilidade científica está associada ao veículo (periódico)
selecionado pelo pesquisador para a disseminação do conhecimento novo.
De acordo com Packer e Meneghini (2006),
A visibilidade da produção científica de um país, de uma
universidade, de uma área temática, de um grupo de pesquisa e de
um pesquisador individual está relacionada diretamente com a
60
visibilidade dos periódicos nos quais são publicados os resultados de
suas pesquisas.
Lara (2006) define a visibilidade como “a capacidade de exposição de uma
fonte de informação influenciar seu público alvo e ser acessada para responder a
uma demanda”.
Lascurain-Sánchez, García-Zorita e Sanz-Casado (2011) adotam como
indicador de visibilidade científica das universidades espanholas a porcentagem de
artigos publicados no primeiro quartil do FI do Journal Citation Report (JCR).
Evidencia-se, portanto, que os periódicos com maior FI são aqueles
considerados de maior visibilidade e que possuem artigos que mais influenciam os
pares, motivando-os a citá-los.
Desse modo, a visibilidade científica é um indicador que oferece uma
expectativa do impacto que um pesquisador, instituição ou país pode obter junto à
comunidade científica, diante do impacto que um periódico selecionado para a
disseminação do conhecimento possui nesta comunidade, medido pelas citações
que o periódico tem recebido pelos artigos publicados. Todavia, em relação ao
próprio periódico, o Fator de Impacto é uma medida de impacto quando o indivíduo
analisado é um pesquisador, instituição ou país; o Fator de Impacto do periódico é
uma medida da visibilidade que o pesquisador, instituição ou país terá, indicando,
neste caso, quão visível é o canal de comunicação escolhido para expor o
conhecimento gerado, sugerindo um impacto provável para o artigo. Constitui,
assim, um indicador indireto de citação para o pesquisador.
De acordo com Mueller (2006), um sistema de avaliação baseado em
diversos indicadores, como quantidade de publicações, índices de citações e
visibilidade (por meio do FI), tem mantido a posição de prestígio tanto dos cientistas
quanto dos periódicos.
Por fim, nos estudos de análise de citação, como forma de evidenciar
impacto e visibilidade, a comunidade científica tem utilizado duas maneiras de
investigação, abordadas no tópico a seguir.
61
3.3.1.1 Análise de citação sincrônica versus análise de citação
diacrônica
Os métodos de estudos sincrônicos e diacrônicos são duas maneiras de
investigação, nas análises de citação (STINSON; LANCASTER, 1987). Para Line e
Sandison (1974 apud STREHL, 2003), a abordagem sincrônica “consiste na análise
da idade das referências citadas (ou dos materiais usados em uma biblioteca, por
exemplo) em um dado momento”.Na abordagem diacrônica “tem-se uma
configuração diversa, pois um grupo particular de itens é estudado a partir de
sucessivas observações realizadas em diversas datas”.
Glänzel (2003) afirma que a abordagem sincrônica tem um formato
retrospectivo, do presente para o passado, enquanto os estudos com abordagem
diacrônica se preocupam com o uso de um determinado conjunto de publicações em
anos consecutivos. Para o autor, as análises sincrônicas são mais utilizadas por
serem de fácil aplicação, uma vez que não requerem a observação de citações em
uma grande janela de tempo, como 10 ou 15 anos, por exemplo.
A facilidade de uso da abordagem sincrônica, motivando sua maior
utilização, também é observada por Stinson e Lancaster (1987). Segundo esses
autores, até a década de 1960, estudos diacrônicos de grande escala não eram
viáveis, por não haver índices de citações que permitissem facilitar a aplicação desta
última abordagem, uma vez que o crescimento contínuo da literatura dificultava a
obtenção de dados sem o auxílio desses índices.
Os estudos de citação que utilizam a abordagem sincrônica são baseados
na análise das listas de referências constantes em um conjunto de publicações
selecionadas. Neste caso, segundo Glänzel (2003), a janela de citação é fixa e o
período de publicação é variável.
Embora as terminologias sincrônica e diacrônica estejam, mais usualmente,
relacionadas a estudos de obsolescência da informação, Glänzel (2003) afirma que
esses termos também são utilizados, atualmente, em um contexto mais geral de
análises de citação, não estando, portanto, diretamente relacionados ao
envelhecimento.
62
A presente pesquisa não enfoca a obsolescência dos artigos analisados e,
por esse motivo, tal abordagem não é aprofundada. O estudo do impacto e da
visibilidade dos programas de pós-graduação em Zootecnia, em uma janela
equivalente ao triênio 2007-2009,se faz com abordagem diacrônica, no contexto
mais amplo do uso do termo, em análise de citação (GLÄNZEL, 2003). O cálculo do
Índice h depende do período em que as citações foram coletadas e, por
consequência, apresenta possibilidade de mudança de valor com o passar do
tempo. Da mesma forma, Strehl (2003) afirma que o Fator de Impacto também é um
indicador diacrônico, pois sua concepção é baseada em janelas de períodos (dois
anos).
Dentre os indicadores derivados das análises de citação, listados por Spinak
(1998), o Fator de Impacto (FI) destaca-se por ser amplamente usado como uma
medida significativa da importância, da influência e da visibilidade de um periódico
na comunidade científica (SPINAK, 1996). Mais recentemente, o Índice h, criado por
Hirsch (2005) tem obtido destaque nos estudos. Tais indicadores são abordados a
seguir.
3.3.1.2 Fator de Impacto
A possibilidade de medição do impacto das investigações só foi concretizada
em virtude da criação de um método de cálculo para esse fim. Na década de 1960, o
Institute for Scientific Information (ISI) criou o Fator de Impacto - FI, que constitui
uma das estatísticas disponibilizadas por esta base de dados na compilação do
Science Citation Index (SCI) (GARFIELD; SHER, 1963) e consolidou-se no Journal
Citation Reports (JCR), depois de 1975, com a reunião dos dados do SCI e SSCI
(1994). O cálculo é determinado pelas citações recebidas anualmente pelos
periódicos.
O FI para um periódico em um determinado ano constitui uma média obtida
pelo quociente entre o número de citações recebidas, naquele ano, pelos artigos
publicados no periódico nos dois anos anteriores e o número total de artigos
publicados pelo periódico nesses dois anos (STREHL, 2005).
63
Portanto, por meio do cálculo da média de citações recebidas, por um
periódico, durante um determinado período, obtém-se o indicador FI. Para facilitar a
compreensão do cálculo do FI, apresenta-se o Quadro 5.
Quadro 5. Cálculo do Fator de Impacto
Fator de Impacto de um determinado periódico no ano de 2010
Ano Citações recebidas Artigos Publicados
2008 62 115
2009 38 115
Total 100 230
Cálculo do FI Total de citações ÷ artigos publicados = FI
100 ÷ 230 = 0,434
Fonte: elaborado pelo autor.
A força e o uso sistemático do FI, como importante indicador de citação para
os periódicos científicos, decorrem da sua independência da quantidade de artigos
publicados pela revista, de ser facilmente compreensível (como o comportamento
médio de citação de um artigo de um dado periódico em um determinado ano), da
sua robustez e estabilidade (dado que mudanças anuais no FI mostraram não serem
dramáticas), sua rápida disponibilidade e reprodutibilidade. Em decorrência dessas
características, o FI tornou-se rapidamente popular e amplamente usado (GLÄNZEL,
2003).
Desde sua proposição, os estudiosos da área têm estendido o conceito de
FI, calculando-o também para outros intervalos de tempo, como períodos de três ou
cinco anos, e aplicando-o para a avaliação de outros elementos de análise
bibliométrica, como autores e países.
Alguns estudiosos levantam questões relacionadas ao FI. Entre eles,
Mugnaini (2006) afirma que o cálculo do FI, quando realizado em uma base
específica, limita a validade desse indicador àquele universo, o que restringe a
representatividade do impacto àquela realidade e sua abrangência. O autor cita
como exemplo o próprio ISI, que apresenta um contexto com forte predominância de
revistas americanas em sua base, num percentual de quase 50%, fato esse que
64
prejudica a fidedignidade e a legitimidade da medida como indicador do real impacto
de uma revista brasileira junto à comunidade científica.
Glänzel e Moed (2002) apresentam outras limitações do FI: falta de
normalização das práticas referenciais; ausência de discriminação de artigos de
revisão (que possuem altos índices de citação); e falta de distinção da natureza e
mérito do periódico citante. Eles apontam a importância de não se utilizar um único
indicador a fim de se avaliar os padrões de citação nas revistas,e consideram que
sua utilização pode não ser suficiente para descrever os padrões de citação dos
periódicos científicos.
A área temática bem como a janela de citação são outros fatores que podem
interferir no valor do FI, como afirmam Bordons, Fernandez e Gómez (2002). Os
autores acrescentam que o grande número de artigos não citados de um periódico
prejudica o FI.
Há pesquisadores que acreditam que o impacto científico de uma
investigação não significa necessariamente que a mesma tenha qualidade
(SANCHO, 1990; MOED, 2002). Por esse motivo, Sancho (1990) afirma que o
impacto dos periódicos é uma medida útil quando calculado cuidadosamente. No
mesmo sentido,segundo Garfield (1963 apud MUGNAINI, 2006), o autor mais citado
nem sempre merece um prêmio Nobel (prêmio dado às pessoas que fizeram
pesquisas importantes, que criaram técnicas pioneiras ou que deram contribuições
destacadas à sociedade).
Apesar das limitações apontadas em relação ao FI, Vinkler (2002) considera
que este indicador ainda é a medida mais apropriada para a avaliação dos
periódicos científicos em nível internacional, porém deve haver cuidado nas
comparações. Estas devem ser feitas em conjuntos de periódicos da mesma
subárea, uma vez que a tendência dos valores do FI pode variar entre áreas e
subáreas diferentes, bem como em função de outros fatores contextuais.
O FI tem sido considerado um indicador determinante durante o processo de
geração e difusão do conhecimento científico, pois influencia diretamente o dia a dia
de autores, editores e administradores da ciência (TODOROV; GLÄNZEL, 1988,
STREHL, 2005), que o utilizam, respectivamente, para identificação de periódicos
com grande prestígio; para o acompanhamento da evolução do impacto das
65
revistas; e como parâmetro na seleção de títulos relevantes para a composição dos
acervos.
Strehl (2005) afirma que as agências de fomento, grandes responsáveis pela
elaboração de políticas científicas, consultam assiduamente o FI disponibilizado pelo
ISI, pois o utilizam na avaliação dos pesquisadores e na identificação das
instituições que melhor se ajustam às metas por elas estabelecidas. Essa posição,
adotada pelas agências fomenta, entre os autores, bibliotecários e editores, a busca
e o uso desse indicador em suas decisões pela opção de canal de disseminação do
conhecimento novo gerado, na aquisição de títulos novos, bem como nas políticas
editoriais que incrementem a visibilidade e impacto da revista, gerando um sistema
que se retroalimenta.
Lara (2006) assinala a importância de se observar a qualidade e
credibilidade e a presença dos periódicos em índices que tenham prestígio
internacional e nacional.
Packer e Meneghini (2006) consideram que o reconhecimento dos
periódicos acontece em duas dimensões: ser referência de qualidade e de
credibilidade; e estar indexado em índices de prestígio. Tais características
contribuem para um crescimento no número de citações e, como consequência, o
aumento no FI, elevando o número de acesso ao periódico e criando uma média de
leitura, aumentando o impacto do periódico.
Alcançar impacto e prestígio com qualidade e credibilidade não é uma tarefa
fácil e rápida. Parte de um longo processo, que ocorre de acordo com a evolução do
periódico (PACKER e MENEGHINI, 2006).
Em função da consolidação da utilização do FI como uma medida do
impacto das publicações científicas, considera-se que ele pode contribuir para a
avaliação dos Programas de Pós-Graduação, ampliando o conjunto de indicadores
para além dos indicadores de produção, os únicos até o momento utilizados pela
CAPES, ao abranger também indicadores de citação, e aprimorando o processo
avaliativo, ao torná-lo mais abrangente e preciso.
Outro indicador derivado da análise de citação é o Índice h. Em decorrência
das questões apontadas ao FI, os pesquisadores têm buscado propor novos
66
indicadores, que, agregados aos já existentes, possibilitem uma visualização mais
ampla, exata e completa comportamento da ciência.
3.3.1.3 Índice h
Em 2005, Jorge Hirsch propôs um novo indicador de citação, denominado
Índice h, com o objetivo de caracterizar a contribuição, o reconhecimento e o
impacto acumulado de um pesquisador por meio de um valor que estima,
simultaneamente, a extensão e o impacto da sua produção científica. O autor define
o Índice h como “a scientist has index h if h of his /her Np papers have at least h
citations each, and the other (Np-h) papers have no more than h citation each”
(HIRSCH, 2005, p. 1), sendo Np o número total de artigos do pesquisador.
O cálculo do Índice h é realizado da seguinte maneira: constrói-se uma lista
com duas colunas: numa delas atribuem-se números em ordem crescente aos
artigos publicados por um determinado autor; e na coluna paralela, o total de
citações recebidas pelos artigos em ordem decrescente. O Índice h será encontrado
onde o número de citações do artigo for maior ou igual ao número de ordem que é
ocupado pelo artigo.
Desse modo, o Índice h caracteriza a produção científica acumulada de um
pesquisador e apresenta algumas características marcantes: seu valor nunca
decresce durante a vida do pesquisador, uma vez que leva em conta a distribuição
acumulada das citações para o conjunto da obra do pesquisador durante sua
trajetória científica, porém, quanto maior o valor deste índice, maior é o esforço
científico necessário para obtê-lo; está fortemente associado ao número de citações,
embora não seja totalmente influenciado pelo número de trabalhos publicados, não
apresentando crescimento linear (OLIVEIRA; GRÁCIO, 2011). Desse modo, o Índice
h é uma medida que tende a valorar o esforço científico, uma vez que leva em conta
o percurso acadêmico de um pesquisador de forma cumulativa.
O valor do Índice h depende da área do conhecimento e que pesquisadores
de áreas que não são mainstream, “não alcançarão valores altos de índice h, como
aqueles que trabalham em áreas mais destacadas da ciência” (OLIVEIRA; GRÁCIO,
2011). Assim, o valor do Índice h pode apresentar grande variação entre as áreas,
67
refletindo características distintas entre as mesmas, e não deve ser usado para
comparar pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, pois pode levar a
conclusões equivocadas relativas à superioridade científica de pesquisadores,
instituições e grupos de pesquisa (LIMA; VELHO; FARIA, 2012).
Rousseau (2008) também apresenta as vantagens e as desvantagens
relacionadas ao Índice h. Entre as primeiras, destaca que o Índice h encoraja
trabalhos de alta qualidade, dado que combina um indicador de produção (número
de publicações) e outro de impacto (número de citações). Entre as desvantagens, o
autor aponta que um maior número de coautores pode potencializar o Índice h e
que, pela natureza do índice de acúmulo do número de citações, pode aumentar,
ainda que o pesquisador nada mais produza.
Outros estudiosos apresentam pesquisas relativas ao aumento da aplicação
do Índice h para além de pesquisadores individualmente, como para periódicos
(BRAUN, GLÄNZEL e SCHUBERT, 2006), para países (CSAJBÓK et al, 2007) e
para as diferentes áreas (IGLESIAS e PECHARROMÁN, 2007). Destacam-se, ainda,
as pesquisas comparando o comportamento do Índice h com os indicadores
clássicos na descrição do desempenho científico, nas diferentes áreas do
conhecimento, entre eles: Grupo Scimago (2006), Cronin e Meho (2009), Van Raan
(2006), Kulasegarah e Fenton (2009) e Mugnaini, Packer e Meneghini (2008).
Considerando que o Índice h transfere o foco da avaliação do impacto do
periódico para o impacto do pesquisador, constituindo uma medida complexa que
leva em conta simultaneamente produção e impacto do pesquisador por meio de um
valor simples de se calcular, esse índice tem sido adotado por diversos órgãos
financiadores, tanto nacionais quanto internacionais, como subsídio em políticas
científicas e tecnológicas, bem como para alocação de recursos, benefícios e
avanço na carreira científica (LIMA; VELHO; FARIA, 2012).
Embora Hirsch (2005) aponte que, individualmente, o Índice h é preferível a
outros indicadores tradicionalmente usados para se avaliar o desempenho científico,
como o número de artigos publicados, o total e a média de citações, o autor afirma
que apenas um indicador jamais será suficiente para a descrição multifacetada de
um pesquisador, sendo necessária a utilização de mais de um indicador a fim de se
retratar plenamente o seu perfil científico.
68
Portanto, acredita-se que, para se estudar um determinado domínio, a
análise simultânea de um conjunto de indicadores pode revelar de forma mais ampla
e representativa as características do mesmo, subsidiando as políticas científicas.
Neste contexto, entende-se como importante, no estudo e avaliação de um domínio,
além dos indicadores de produção e de colaboração científica, a utilização de
indicadores de citação, mais especificamente o FI e Índice h.
3.3.2 Colaboração científica
Embora o primeiro artigo publicado em coautoria seja datado de 1665, por
Hone, Oldenburg, Cassini e Boyle (VANZ; STUMPF, 2010), os estudos relativos à
colaboração científica se destacaram na década de 1960, quando se observou que a
colaboração científica se dava em grande parte nas relações entre orientadores e
orientados, principalmente em “colégios invisíveis” (OLIVEIRA e GRÁCIO, 2009).
Desde então, existe um crescente interesse em estudar as redes de
colaboração científica (também conhecidas como redes de cooperação científica).
As redes de colaboração científica podem ser consideradas indicadores de conexão
social, sendo uma das principais manifestações a conexão entre dois ou mais
cientistas por meio de publicações de trabalhos em coautoria.
O termo “colaboração” origina-se do latim, collabore. De acordo com Ferreira
(2008), significa “Trabalho em comum com uma ou mais pessoas. Ajuda, auxílio.”
O conceito de colaboração científica é vasto na literatura. Para Vanz e
Stumpf (2010), o “pleno entendimento do seu significado está longe de ser
alcançado” e “[...] pode variar muito de acordo com a área do conhecimento e, até
mesmo, conforme a percepção pessoal do cientista”.
Katz e Martin (1997) definem colaboração como “[...] o trabalho conjunto de
pesquisadores para atingir um objetivo comum de produzir novos conhecimentos
científicos”. Afirmam que a colaboração científica ocorre quando dois pesquisadores
compartilham dados, equipamentos ou ideias em um projeto, na maioria das vezes
em experimentos e análises de pesquisa, que são publicados em forma de artigo.
Balancieri et al. (2005) afirmam que a junção de competências,
compartilhamento de informações e a união de esforços entre os pesquisadores
69
impulsionam a produção de conhecimento. Maia e Caregnato (2008) consideram
que o trabalho científico compartilhado culmina em economia de tempo, recursos
financeiros e materiais, obtendo maior estímulo das agências financiadoras de
pesquisas.
Hilário e Grácio (2011) consideram que a colaboração científica acontece “a
partir do trabalho intelectual coletivo de pesquisadores, instituições ou países,
formado pela rede de colaboradores, que ao unir esforços tende a identificar
semelhanças e traçar diferenças para que se criem novas ideias”.
Sonnenwald (2008) define colaboração como a interação entre dois ou mais
cientistas que, além de aperfeiçoar e potencializar o desenvolvimento das
atividades, favorece a compreensão das mesmas diante dos objetivos
compartilhados. Ao entender a colaboração dentro de um contexto social da ciência,
a autora elenca alguns elementos contribuintes para a colaboração, como: colégios
invisíveis, políticas científicas nacionais e internacionais, revisão por pares, e
normas presentes de forma tácita no campo disciplinar e em instituições de
pesquisa, como também em universidades.
Oliveira e Grácio (2009) consideram a colaboração científica como a
ampliação do repertório de abordagens e ferramentas, que advém do
intercâmbio de informações e da produtividade que se verifica
quando grupos, pesquisadores ou instituições distintas juntam
esforços no sentido de determinada meta, promovendo a interação
entre os pesquisadores.
Segundo Silva (2002), a imagem do pesquisador isolado faz parte do
passado e, atualmente, o processo de produção científica requer associações,
negociações e estratégias que possibilitem a interligação de um maior número de
elementos, sejam eles pessoas, instituições ou mesmo países.
Vanz e Stumpf (2010) apresentam 17 possíveis motivos que levam à
concretização da colaboração científica, a saber:
1. Aumentar a popularidade científica, a visibilidade e o reconhecimento
pessoal;
2. Aumentar a produtividade;
70
3. Tornar mais eficaz o uso da mão de obra científica e do tempo que é
dispensado à pesquisa;
4. Reduzir possibilidades de erro;
5. Obter e/ou ampliar financiamentos, recursos, equipamentos especiais,
materiais;
6. Aumentar a especialização na Ciência;
7. Permitir a possibilidade de “ataque” (grifo do autor) a grandes problemas
de pesquisa;
8. Aumentar a profissionalização da ciência;
9. Aumentar a própria experiência através da experiência de outros
cientistas;
10. Motivar o desejo de realização de pesquisa multidisciplinar;
11. Unir forças, evitando competição;
12. Treinar pesquisadores e orientandos;
13. Obter opiniões externas para confirmar ou avaliar um problema;
14. Possibilitar maior divulgação da pesquisa;
15. Manter a concentração e a disciplina na pesquisa até a entrega dos
resultados ao restante da equipe;
16. Compartilhar o entusiasmo de uma pesquisa com alguém;
17. Trabalhar fisicamente próximo a outros pesquisadores, por amizade e
desejo de estar com quem se gosta.
Oliveira e Grácio (2009) afirmam que a colaboração científica
reflete um rol possível de intercâmbios e trocas entre os
pesquisadores e constitui um procedimento significativo, sendo
medida pelo número de publicações em colaboração entre autores,
instituições ou países e empregada para identificar e mapear a
cooperação regional, nacional ou internacional.
71
Smith (1958 apud BALANCIERI et al., 2005) foi um dos primeiros
pesquisadores a observar o crescimento dos trabalhos publicados em coautoria e a
sugerir o uso da coautoria como medida de colaboração em âmbito
micro(pesquisadores), meso (instituições) ou macro (países). E aponta que autores
filiados a grandes departamentos e universidades tendem a ter maior participação
em grupos de pesquisas em relação a autores de universidades menores, fator esse
que contribui para o crescimento da coautoria (VANZ e STUMP, 2010).
Segundo Hilário e Grácio (2011), a forma mais utilizada para se medir a
colaboração científica é por meio da análise de coautorias.
Para Spinak (1996), a coautoria se dá quando em um documento, como nos
artigos científicos, dois ou mais autores assinam como responsáveis pela sua
elaboração.
Apesar de na literatura os termos coautoria e colaboração serem, muitas
vezes, tratados como sinônimos, alguns estudiosos, como Vanz e Stumpf (2010),
consideram que a coautoria é apenas uma forma de se retratar a colaboração
científica.
Segundo Katz e Martin (1997), os termos coautoria e colaboração não
devem ser usados como sinônimos, pois nem sempre os sujeitos registrados como
autores fizeram parte intelectualmente do trabalho, e assim a coautoria não reflete
fielmente a complexidade e totalidade da colaboração.
Bordons e Gómez (2000 apud VANZ e STUMP, 2010) afirmam que nem
todas as colaborações resultam em publicação de artigos em coautoria, pois alguns
colaboradores publicam separadamente seus resultados em revistas de sua área
específica.
De acordo com Luukkonen, Persson e Siverstsen (1992), em muitos casos a
“coautoria indica a íntima cooperação entre os parceiros, mais íntima e mais ativa do
que a troca de material, informação e comentários, que geralmente aparecem, por
exemplo, nos agradecimentos”.
Observa-se, desse modo, a pluralidade de entendimentos acerca do
conceito de colaboração científica. Neste sentido, Katz e Martin (1997) consideram
que as "percepções com respeito às fronteiras da colaboração variam
72
consideravelmente entre instituições, campos de pesquisa, setores e países tanto
quanto ao longo do tempo".
No entanto, pesquisadores como Glänzel (2003) afirmam que as limitações e
problemáticas apresentadas por alguns autores, entre eles Katz e Martin (1997), são
relevantes quando se leva em consideração a análise da colaboração
intrainstitucional, ou seja, dentro da própria instituição. Todavia, quando se estuda
colaboração científica em níveis mais amplos, como entre diferentes instituições ou
países, essas críticas não procedem.
Os estudos de coautoria têm sido muito utilizados por pesquisadores da área
de bibliometria e cientometria, mapeando colaboração entre pesquisadores,
determinadas disciplinas (GLÄNZEL, 2002; NEWMAN, 2004; entre outros),
instituições e países (ARROYO-ALONSO, 2005; GLÄNZEL, 2001; entre outros). Tais
estudos têm revelado o aumento das coautorias em todas as disciplinas. Mas, como
afirmam Meadows (1999), Cronin (2005) e Katz e Martin (1997), o grau de
colaboração entre as disciplinas é diferenciado e há uma incidência maior de
colaboração científica em áreas de natureza experimental,e que trabalhos teóricos
geralmente tendem a ter menos autores.
Quanto ao impacto e visibilidade dos trabalhos em colaboração científica,
Glänzel (2002) aponta que artigos publicados em coautoria internacional obtêm
maior impacto e visibilidade, observado pelo maior número de citações. Também
Persson, Glänzel e Danell (2004) constataram a influência da quantidade
autores/instituições na disseminação dos trabalhos publicados, ao observarem a
tendência de quanto maior o número de autores/instituições maior será o alcance do
trabalho e, como consequência, o aumento na possibilidade de citações.
Neste sentido, Katz e Martin (1997) afirmam que, além do impacto, a
colaboração se relaciona com a aceitação do artigo submetido, por causa do grau de
competência que é exposto na multiautoria.
Essas observações ressaltam, portanto, a importância de os
pesquisadores/instituições se relacionarem com pesquisadores/instituições de outros
países, principalmente aqueles que se destacam na área de atuação desejada, bem
como para o fato de a colaboração alavancar a produtividade dos pesquisadores
(CRONIN, 2005; LEE e BOZEMAN, 2005).
73
Nesse contexto, a coautoria pode “incrementar a produção científica e
visibilidade do país”, o que promove diversas iniciativas governamentais na direção
de um comportamento mais colaborativo entre os pesquisadores (GRÁCIO e
OLIVEIRA, 2012).
Os trabalhos realizados em coautoria formam redes sociais, sejam elas de
pesquisadores, instituições ou países, e para obter melhor entendimento dessas
redes faz-se uso de estudos de colaboração científica baseados na Análise de
Redes Sociais, uma metodologia que se fundamenta na Sociologia, na Matemática,
na Estatística e na Computação, a fim de se estudar e visualizar as relações
estabelecidas entre entidades, sejam elas pessoas, instituições, etc. (MATHEUS;
SILVA, 2009).
Estudos sobre as redes sociais de colaboração científica por meio de
coautoria, de acordo com Maia e Caregnato (2008), possibilitam “[...] uma visão
abrangente das interações entre as partes [...]” destacando “[...] relações, vínculos,
influências e interações entre [...] empresas, organizações, instituições ou nações”,
possibilitando a captação da colaboração científica.
Wasserman e Faust (1994) definem uma “rede social” como sendo um
“conjunto de atores e as ligações entre eles”. A Análise de Redes Sociais (ARS) é
focada na análise dos relacionamentos entre os atores, embora não prescinda da
análise dos atores constituintes do grupo. Esses atores podem ser indivíduos,
páginas de Web, instituições, países ou até mesmo neurônios do cérebro. Esses
relacionamentos podem acontecer por trocas materiais, que envolvem
movimentação ou proximidade, por exemplo, ou por trocas não materiais, como
informação ou sinais elétricos.
Na visão de Wasserman e Faust (1994),o ator é definido como: “[...] uma
unidade discreta que pode ser de diferentes tipos, como uma pessoa ou um conjunto
discreto de pessoas agregadas em uma unidade social coletiva, como subgrupos,
organizações e outras coletividades”.
Os indicadores de colaboração científica são importantes fontes de
informação na estruturação de políticas nas instituições, pois eles permitem
visualizar os relacionamentos científicos entre autores, instituições, grupos e países,
trazendo um cenário no contexto social em que estão inseridos.
74
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste estudo, realiza-se uma pesquisa bibliográfica3, descritiva4 e analítica,
fundamentada no referencial teórico-metodológico da Bibliometria, articulada com as
análises qualitativas. Tem por finalidade obter-se uma visualização mais ampla e
consistente dos aspectos relacionados ao impacto, visibilidade e cooperação das
publicações científicas dos programas de pós-graduação, com excelência
internacional, no triênio 2007-2009, por meio dos artigos publicados em periódicos
Qualis A1 e A2.
Inicialmente, identificaram-se os Programas de Pós-Graduação em
Zootecnia com conceito de excelência, no triênio 2007-2009, por meio das planilhas
comparativas da Avaliação trienal 2010, da CAPES (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), na área de Zootecnia e Recursos
Pesqueiros (Anexo 4). Foram identificados três programas com conceito 7, a saber:
Ciência Animal e Pastagens da USP (Universidade de São Paulo), Zootecnia da
UFV (Universidade Federal de Viçosa) e Zootecnia da UNESP (Universidade
Estadual Paulista).
Por meio dos cadernos de indicadores de produção da avaliação de pós-
graduação, disponíveis no site da CAPES, coletou-se a produção científica (artigos
completos) publicada em periódicos com Qualis A1 e A2 dos três programas.
Recuperou-se um total de 125 artigos (Apêndice A), sendo 37 artigos da USP (20
publicados em periódicos Qualis A1 e 17 em Qualis A2), 31 artigos da UFV(10 em
Qualis A1 e 21 em Qualis A2), e 57 artigos da UNESP (23 artigos em Qualis A1 e 34
em Qualis A2).
Em 10 de junho de 2012, para cada programa de pós-graduação em estudo,
as citações recebidas pelos artigos analisados foram levantadas na base de dados
SCOPUS, por meio da ferramenta de busca “Document Search”. Cada artigo
analisado foi localizado na base, por meio da combinação de busca nos campos
“Authors” (autores), “Article Title” (título do artigo) e “Source Title” (nome da
revista/periódico), utilizando o operador booleano “and” (Anexo 5). As citações
3A pesquisa bibliográfica abrange toda a bibliografia tornada pública em relação ao tema em estudo (MARKONI; LAKATOS, 2007). 4 A pesquisa descritiva tem por objetivo a descrição das características de uma população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 1999).
75
recebidas pelos artigos foram visualizadas na última coluna do resultado de busca,
denominada “Cited by” (Anexo 6).
Os dados levantados foram cuidadosa e criteriosamente conferidos e
organizados em planilhas no software Excel (Apêndice B).
O fator de impacto de cada programa de pós-graduação foi calculado pela
média de citações, obtida dividindo-se o número de citações recebidas pelos artigos
no triênio pelo número de artigos publicados no período.
Para o cálculo do Índice h de cada programa, foi listado em uma coluna o
número de artigos publicados em ordem crescente (do primeiro ao último) e, em
outra coluna (Apêndice C), as citações recebidas em cada artigo em ordem
decrescente, obtendo-se o valor no equilíbrio entre o número de publicações e o
número de citações (HIRSCH, 2005).
O impacto dos periódicos em que esses artigos foram publicados, foi
extraído da base SCimago Journal & Country Rank, entre os dias 11 e 17 de junho
de 2012. A busca foi realizada na ferramenta “Journal Search”, na qual foi digitado o
nome do periódico no campo “Journal Title” (Anexo 07). Foi considerado o FI do ano
de 2010, ano da divulgação do triênio estudado.
No que diz respeito ao país de origem dos periódicos utilizados para
publicação dos artigos, preferiu-se coletar os dados na base Ulrichs Web Global
Serials Directory, por ser uma ferramenta atualizada e muito utilizada nas rotinas de
biblioteca na obtenção de informações dos periódicos (Anexo 08).
Quanto à colaboração científica realizada pelos três programas de pós-
graduação,foram coletados dados em dois níveis de análise: instituição e país de
origem do colaborador. Para tanto, foram consultadas todas as primeiras páginas
dos artigos nas bases de dados em que os mesmos estavam indexados e
armazenados. Os artigos foram localizados nas seguintes bases de dados: Science
Direct, Wiley, Springer, Cambridge Journal, bem como nos próprios portais de
alguns periódicos. Os dados coletados foram armazenados em arquivos DOC
(Microsoft Word), para posterior tabulação no Excel construção das matrizes
simétricas de coautoria. Cada item coletado foi cuidadosamente analisado,
identificando os nomes dos autores, ano de publicação, título dos periódicos e
origem dos autores do artigo.
76
As instituições foram consideradas num todo, independente de seus
campi/unidade. Por exemplo, USP/Ribeirão e USP/Piracicaba foram consideradas
como USP, esse mesmo procedimento foi adotado para a EMBRAPA, e assim com
outras instituições.
Utilizou-se o software Microsoft Excel para a tabulação dos dados e o
software Pajek 2.00 para a construção das redes de colaboração científica.
Na construção da rede de instituições colaboradoras, a fim de se retirar a
sobrecarga de informação visual e permitir melhor visualização das principais
instituições que cooperam com a produção científica dos programas em estudo,
foram consideradas somente aquelas que tiveram um número igual ou superior a2
artigos em coautoria com os programas analisados, perfazendo um total de
19instituições colaboradoras.
Para a construção da rede de países colaboradores, foram considerados
aqueles que tiveram pelo menos um trabalho em coautoria, perfazendo um total de
20 países colaboradores com os 3 programas.
Para a análise da relevância dos países colaboradores dos programas
analisados (os mais produtivos na temática Animal Science), no cenário científico
internacional na área em estudo, foi utilizada a base de dados SJR SCimago Journal
& Country Rank.
Na busca para o ícone “Subject Area” foi escolhida a área “Agricultural and
Biological Sciences”, e em “Subject Category” foi selecionada “Animal Science and
Zoology”, que é a categoria onde se enquadra a Zootecnia.
Afim de verificar se há correlação entre os indicadores analisados (FI do
periódico, número de citações recebidas pelo artigo, número de países
colaboradores no artigo e ano de publicação do artigo), foi calculado o coeficiente de
correlação linear de Pearson5 entre os mesmos.A correlação de Pearson pode ser
usada em situações em que há interesse em observar a correlação entre duas
variáveis quantitativas (BARBETTA, 1999; LEVIN; 1987).
5Para uma apresentação mais detalhada deste procedimento estatístico, sugere-se consulta aos livros: BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às Ciências Sociais. Florianópolis: Ed UFSC, 1999 e LEVIN, J. Estatística aplicada a Ciências Humanas. 2.ed. São Paulo: Harbra,1987.
77
A correlação entre duas variáveis pode ser classificada como positiva ou
negativa. A correlação positiva entre duas variáveis X e Y indica que valores
pequenos observados para a variável X tendem a estar relacionados a valores
pequenos na variável Y, ao passo que valores grandes de X tendem a estar
relacionados a valores grandes de Y (BARBETTA, 1999; LEVIN; 1987). Por outro
lado, uma correlação negativa entre duas variáveis X e Y indica que valores
pequenos de X tendem a estar relacionados a valores grandes de Y e valores
grandes de X tendem a estar relacionados a valores pequenos de Y (BARBETTA,
1999; LEVIN; 1987).
Independentemente do sentido (positivo ou negativo), o coeficiente de
correlação linear de Pearson, denotado por r, varia quanto à força: partindo de uma
ausência de correlação (r = 0) até uma correlação muito forte ou até mesmo perfeita
(r = -1 ou r = 1). Se r for igual ao valor 1, pode-se dizer que as duas variáveis (X e Y)
têm correlação perfeita positiva; e se r for igual a -1, pode-se afirmar que as duas
variáveis têm correlação perfeita negativa. Quanto mais próximo o coeficiente de
correlação (r) for do valor 1, maior será a correlação entre as duas variáveis. Se r for
igual a zero, não existe correlação entre as duas variáveis, isto é, a correlação entre
elas é nula (BARBETTA, 1999; LEVIN; 1987).
A representação de Barbetta (1999, p.251), a seguir, apresenta os possíveis
valores de coeficiente (r) e a interpretação em relação ao sentido (positivo ou
negativo), como também da intensidade dessa força (iniciando em ausente e
chegando ao nível máximo denominado forte, conforme o valor).
Valor de r
←⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅→
-1 0 1
Sentido:negativa positiva
Força: forte moderada fraca ausência fraca moderada forte
Cabe destacar que a coeficiente de correlação de Pearson mostra somente a
tendência de correlação entre os valores das variáveis X e Y, não indicando,
necessariamente, que o comportamento da variável X influencia o comportamento
78
da variável Y, ou seja, não se pode afirmar uma relação de causa e efeito entre as
duas variáveis.
Finalizando os procedimentos metodológicos, foi enviado e-mail com uma
entrevista composta de nove questões,aos coordenadores de cada programa
estudado (Apêndice D),em consonância com a metodologia de Análise de Domínio
proposta por Hjørland (2002), identificadas por meio das coautorias realizadas
durante o triênio, observadas nos artigos analisados.Considerou-se de grande
relevância para a pesquisa contar com a participação de especialistas
(coordenadores dos programas) na área em estudo, a fim de melhor compreender o
domínio estudado.
Apenas o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal
e Pastagens, da USP, respondeu ao contato, através de e-mail, apesar de não ter
respondido à entrevista.
Os professores do PPG-CAP têm autonomia plena para decidir e
definir as políticas de publicação e de co-autoria que utilizam.
Discentes participam da grande maioria das publicações uma vez
que os trabalhos são frutos de programas de mestrado e de
doutorado. Assim, se quiser compreender como cada um dos
docentes se organiza em termos de publicação e de co-autoria,
sugiro que entre em contato diretamente com cada um deles (e-mail
recebido em 31/05/2013).
Como seria inviável o contato com cada docente por causa da escassez de
tempo, e dado o insucesso na resposta à solicitação das entrevistas, optou-se por
analisar as propostas dos programas enviadas à CAPES no triênio 2007-2009
(disponíveis no portal), a fim de se obter subsídios para uma melhor
contextualização das redes de colaboração, quanto às parcerias, convênios,
intercambio de pós-graduandos e docentes, entre outros.
5 ANÁLISE DOS RESULTAD
5.1 Produção e visibilidade dos PPG
No triênio 2007-
Universidade Federal de Viçosa (UFV), “Zootecnia” da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (
Animal e Pastagens” da Escola Superior de Agricultu
Universidade de São Paulo (USP), produziram um total de 125 artigos em periódicos
com Qualis A1 e A2, resultando
conjunto de artigos está assim distribuído: 31 artigos das UFV, 57 da
da USP.
Com um total de 81 docentes permanentes no triênio, sendo 29 da UFV, 34
da UNESP e 18 da USP, a Figura1apresenta a média de artigos publicados por
docente, pelos três programas, na qual se observa uma variação entre:
por docente (UFV); 1,7
(USP), em periódicos Qualis
Figura 3. Média de produção de artigos
0
0,5
1
1,5
2
2,5
UFV
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Produção e visibilidade dos PPGZ
-2009, os Programas de Pós-Graduação
Universidade Federal de Viçosa (UFV), “Zootecnia” da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) - Campus de Jaboticabal, e “Ciência
Animal e Pastagens” da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Universidade de São Paulo (USP), produziram um total de 125 artigos em periódicos
A1 e A2, resultando uma média de 41,7 artigos por programa.
conjunto de artigos está assim distribuído: 31 artigos das UFV, 57 da
Com um total de 81 docentes permanentes no triênio, sendo 29 da UFV, 34
e 18 da USP, a Figura1apresenta a média de artigos publicados por
docente, pelos três programas, na qual se observa uma variação entre:
1,7 artigo por docente (UNESP); e 2,1 artigos por docente
Qualis A1 e A2, no triênio estudado.
Média de produção de artigos/docente publicados em periódicos A1 e a2
no triênio 2007-2009.
UFV UNESP USP
79
raduação em Zootecnia da
Universidade Federal de Viçosa (UFV), “Zootecnia” da Universidade Estadual
Campus de Jaboticabal, e “Ciência
ra Luiz de Queiroz, da
Universidade de São Paulo (USP), produziram um total de 125 artigos em periódicos
uma média de 41,7 artigos por programa. Esse
conjunto de artigos está assim distribuído: 31 artigos das UFV, 57 da UNESP e 37
Com um total de 81 docentes permanentes no triênio, sendo 29 da UFV, 34
e 18 da USP, a Figura1apresenta a média de artigos publicados por
docente, pelos três programas, na qual se observa uma variação entre: 1,1 artigo
e 2,1 artigos por docente
publicados em periódicos A1 e a2
80
Desse modo, apesar de o programa da USP apresentar o menor número de
docentes no período, foi o que registrou a maior média de publicação por docente,
correspondente a 2,1artigos/docente no triênio.
A partir da Tabela 1, observa-se que, para a disseminação e socialização
dessa produção científica em periódicos Qualis A1 e A2, os programas de pós-
graduação utilizaram 31 periódicos, sendo 10holandeses, 10 do Reino Unido, 6 dos
EUA, 4 da Alemanha e um da Austrália, o que sugere significativa
internacionalização da pesquisa científica brasileira na área em estudo.
Ainda, 13 (42%) periódicos concentram 101 (80%) dos artigos analisados,
com pelo menos 3 artigos publicados no período analisado, cada um, o que
corresponde a uma média igual ou maior a um artigo por ano. Destaque-se, todavia,
que esses periódicos disseminaram, principalmente, artigos publicados pela UNESP
e pela USP.
Tabela 1. Periódicos utilizados para publicação pelos PPGZ.
Periódico (País) Qualis FI UFV UNESP USP Total
Journal of Animal Science (EUA) A1 2,22 7 11 6 24 Livestock Science (Holanda) A2 1,27 6 3 4 13
Aquaculture Nutrition (Reino Unido) A2 1,13 - 4 5 9
Veterinary Parasitology (Holanda) A1 2,31 - 6 3 9
Animal Feed Science and Tec. (Holanda) A2 1,73 3 4 - 7
Reprod. in Domestic Animals (Alemanha) A2 1,39 6 1 - 7
Animal Genetics (Reino Unido) A1 1,72 1 2 3 6
Animal Reproduction Science (Holanda) A2 1,7 4 2 - 6
Journal of Dairy Science (EUA) A1 2,4 - 1 4 5
Aquaculture (Holanda) A2 2,07 - 3 1 4
Aquaculture Research (Reino Unido) A2 1,13 - 3 1 4
Small Ruminant Research (Holanda) A2 1,39 - 3 1 4
BMC Genomics (Reino Unido) A1 3,96 - 2 1 3
Animal (Reino Unido) A2 1,39 - 1 1 2
Comparative Biochemistry and Physiol. Part A, Mol. & Integ. Phys. (EUA)
A2 2,04 - 2 - 2
Grass and Forage Science (Reino Unido) A2 1,01 - 1 1 2
Journal of Animal Breeding and Genetics (Alemanha)
A2 1,36 2 - - 2
Reprod. Fertil. Dev. (Austrália) A1 2,1 2 - - 2
World's Poultry Sci. Journal (Reino Unido) A2 1,67 - 1 1 2
Applied Anim. Behaviour Science (Holanda) A2 1,54 - 1 - 1
81
Biological Conservation (Holanda) A1 3,69 - - 1 1
Epidemiology and Infection (Alemanha) A2 2,34 - 1 - 1
Fish Phys. and Biochemistry (Holanda) A2 1,5 - 1 - 1
Genetics Selection Evolution (Reino Unido) A2 1,6 - - 1 1
Journal of Dairy Research (Reino Unido) A1 1,71 - - 1 1
Journal of Thermal Biology (Reino Unido) A2 1,35 - 1 - 1
Meat Science (Holanda) A1 2,57 - 1 - 1
Parasitology Research (Alemanha) A2 1,86 - 1 - 1
Physiological Genomics (EUA) A1 3,39 - - 1 1
Poultry Science (EUA) A2 1,58 - 1 - 1
Rangeland Ecology & Management (EUA) A2 1,49 - - 1 1
Total de artigos 31 57 37 125 Fonte: elaborado pelo autor.
O periódico mais utilizado pelos três programas para a disseminação da sua
produção científica foi “Journal of Animal Science”, com Qualis A1, publicado pelos
EUA, em um total de 24 (19,2%) artigos. Especificamente, em cada programa, a
publicação neste periódico foi assim distribuída: 6 (19,4%) artigos da USP, 7 (18,9%)
da UFV e 11 (19,3%) da UNESP, o que sugere que a preferência por esse periódico,
como principal canal de disseminação do conhecimento novo produzido, é similar
entre os três programas.
A Tabela 2 apresenta os periódicos em que os programas publicaram os
artigos, ordenados por suas visibilidades, medida pelo FI. Observa-se que os FIs
variaram de 1,01 a 3,96, sendo que: somente 3 (10%) periódicos apresentaram FI
acima de 3; 8 (25,5%) periódicos possuem FI entre 2 e 3; e 20 (64,5%) periódicos
possuem FI com valor entre 1 e 2.
O periódico com o maior FI identificado na pesquisa, “BMC Genomics”,
disseminou apenas três (2,4%) dos artigos publicados pelos programas, sendo dois
artigos da UNESP e um artigo da USP. Outros dois periódicos com alto FI, acima de
três, publicaram um artigo da USP, cada.
82
Tabela2. Fator de Impacto dos periódicos utilizados para publicação e número de
artigos por PPGZ.
Nº de artigos
Periódico FI UFV UNESP USP Total de artigos
BMC Genomics 3,96 - 2 1 3 Biological Conservation 3,69 - - 1 1
Physiological Genomics 3,39 - - 1 1
Meat Science 2,57 - 1 - 1
Journal of Dairy Science 2,4 - 1 4 5
Epidemiology and Infection 2,34 - 1 - 1
Veterinary Parasitology 2,31 - 6 3 9
Journal of Animal Science 2,22 7 11 6 24
Reprod. Fertility and Development 2,1 2 - - 2
Aquaculture 2,07 - 3 1 4
Comparative Bioch. and Phys. Part A, Molecular & integrative physiology
2,04 - 2 - 2
Parasitology Research 1,86 - 1 - 1
Animal Feed Science and Technology 1,73 3 4 - 7
Animal Genetics 1,72 1 2 3 6
Journal of Dairy Research 1,71 - - 1 1
Animal Reproduction Science 1,7 4 2 - 6
World's Poultry Science Journal 1,67 - 1 1 2
Genetics Selection Evolution 1,6 - - 1 1
Poultry Science 1,58 - 1 - 1
Applied Animal Behaviour Science 1,54 - 1 - 1
Fish Physiology and Biochemistry 1,5 - 1 - 1
Rangeland Ecology & Management 1,49 - - 1 1
Aquaculture Nutrition 1,46 - 4 5 9
Reproduction in Domestic Animals 1,39 6 1 - 7
Small Ruminant Research 1,39 - 3 1 4
Animal 1,39 - 1 1 2
Journal of Animal Breeding and Genetics 1,36 2 - - 2
Journal of Thermal Biology 1,35 - 1 - 1
Livestock Science 1,27 6 3 4 13
Aquaculture Research 1,13 - 3 1 4
Grass and Forage Science 1,01 - 1 1 2
Total 31 57 37 125 Fonte: elaborado pelo autor.
83
O periódico mais utilizado pelos três programas para a disseminação da sua
produção científica foi “Journal of Animal Science”, com FI igual a 2,22. Outros
periódicos mais utilizados pelos programas foram: Aquaculture Nutrition, FI=1,46
(cinco artigos da USP e quatro da UNESP); Livestock Science, FI=1,27 (seis artigos
da UFV e quatro da USP); Veterinary Parasitology, FI=2,31 (seis artigos da UNESP);
Journal of Dairy Science, FI=2,4 (quatro artigos da USP); Animal Feed Science and
Technology, FI=1,73 (quatro artigos da UNESP); Animal Reproduction Science,
FI=1,7 (quatro artigos da UFV); e Reproduction in Domestic Animals, FI=1,39 (seis
artigos da UFV).
A Tabela 3 apresenta a distribuição de frequência dos artigos publicados por
intervalos de classe dos valores dos FI dos periódicos, por universidade e geral.
Observa-se, inicialmente, que os periódicos com FI com valores entre 1 e 1,99
disseminaram a maioria (58%) do total de artigos analisados. Somente 4% dos
artigos foram publicados em periódicos com FI acima de 3.
Tabela 3. Distribuição dos artigos publicados em Qualis A1 e A2, por intervalo de FI
e instituição.
FI UFV % UNESP % USP % Total % 1 a 1,99 22 71 30 53 20 54 72 58 2 a 2,99 9 29 25 44 14 38 48 38 3 a 3,99 - - 2 4 3 8 5 4 Total 31 100 57 100 37 100 125 100
Fonte: elaborado pelo autor.
Em relação aos programas de pós-graduação, individualmente, observa-se
que a USP e a UNESP apresentaram tendência de publicação semelhante à geral,
ou seja, pouco mais da metade dos seus artigos foi publicada em periódicos com FI
entre 1 e 1,99, com porcentagem significativa (em torno de 40%) de publicações em
periódicos com FI entre 2 e 2,99, e pequena porcentagem de artigos em periódicos
com maiores FIs. O programa de pós-graduação da UFV não publicou em periódicos
com FI acima de 3 e concentrou a publicação dos seus artigos em periódicos com FI
entre 1 e 1,99. O periódico com maior Fator de Impacto utilizado por esse programa
foi o “Journal Animal Science”, que recebeu o maior número de publicações dos três
programas, como já mencionado.
84
Em função dos resultados relativos aos FIs dos periódicos, observa-se que a
produção científica dos programas tem alcançado alta visibilidade. Pelo menos
2periódicos mais utilizados pelos programas estão entre os 20 periódicos com maior
FI na categoria Animal Science, em nível mundial, no ano de 2010, de acordo com
SCImago Journal & Country Rank. São eles: o periódico Journal of Animal Science e
o Journal of Dairy Science, ambos publicados nos EUA, o país com o maior FI na
área. Com um total de 319 periódicos na categoria, a média de FI desses periódicos
é de 0,87. Portanto, os programas de pós-graduação em Zootecnia brasileiros têm
disseminado sua produção científica em veículos com alto FI. Todos os periódicos
utilizados pelos programas ultrapassaram a média de FI dos periódicos da área.
5.2 Impacto das publicações em Qualis A1 e A2 dos PPGZ
A Tabela 4 apresenta a distribuição dos artigos por número de citações
recebidas, por ano de publicação e programa, em que se observa que todos os
artigos da USP foram citados pelo menos uma vez e uma porcentagem muito pouco
significativa dos artigos da UFV e da UNESP não recebeu citação. Ainda, a maior
parte dos artigos dos três programas recebeu entre uma e cinco citações: 48,6% dos
artigos da UFV, 61,4% dos artigos da UNESP e 67,7% dos artigos da USP. Esse
desempenho está focado, principalmente, nos artigos publicados mais
recentemente, 2008 e 2009.
Durante o período analisado, apenas 2 artigos da USP/ESALQ receberam
mais de 20 citações: um publicado em 2007, em um periódico Qualis A1, com 32
citações; e outro publicado em 2009, em um periódico Qualis A1, com 29 citações.
Em relação ao Programa de Pós-Graduação da USP, observa-se a seguinte
frequência de artigos com mais de cinco citações: das publicações de 2007, seis
artigos (75%); em 2008, quatro artigos (36%); e em 2009, seis artigos (33%).
Quanto aos 57 artigos publicados pela UNESP, o artigo mais citado foi
publicado em 2008 em um periódico A1, com 19 citações, e 4 (7%) artigos ainda não
foram citados: 1 publicado em 2007, 2 em 2008 e outro em 2009. Quanto aos artigos
que receberam mais de cinco citações, por ano, observa-se: em 2007, seis (50%)
artigos; em 2008, dez (41%) artigos; e em 2009, dois (10%) artigos.
85
Tabela 4. Número de citações recebidas pelos artigos, por programas e ano de publicação.
Nº de artigos
UFV UNESP USP
Nº de citações
2007 2008 2009 2007 2008 2009 2007 2008 2009 Total de artigos
Nenhuma - - 3 1 2 1 - - - 7
1 a 5 3 8 7 5 12 18 2 7 12 74
6 a 10 - 6 - 2 7 1 2 4 2 24
11 a 15 1 1 2 2 1 - 3 - 3 13
16 a 20 - - - 2 2 1 - - - 5
21 a 25 - - - - - - - - - -
26 a 30 - - - - - - - - 1 1
+ de 30 - - - - - - 1 - - 1
Total de artigos
4 15 12 12 24 21 8 11 18 125
Total de citações
24 81 44 100 130 74 94 45 109
Fonte: elaborado pelo autor.
No Programa de Pós-Graduação da UFV, 3 artigos (todos publicados em
2009) ainda não foram citados, e o artigo mais citado foi publicado em 2007, com 13
citações, em periódico Qualis A1. Em relação à distribuição dos artigos que
receberam mais de cinco citações, por ano, observa-se: das publicações de 2007,
um artigo (25%); em 2008, 7 artigos (47%); e em 2009, dois artigos (17%).
Observa-se, nos três programas, que artigos mais novos – publicados em
2009 – tenderam a ser menos citados, uma vez que a maioria desses artigos
recebeu até 5 citações: 67% dos artigos da USP, 83% dos artigos da UFV e 90%
dos artigos da UNESP, evidenciando que esses ainda estão em fase de assimilação
pela comunidade científica. Por outro lado, na USP e na UNESP, os artigos mais
antigos – publicados em 2007 – tenderam a ser mais citados (mais de 5 citações),
correspondendo a 75% e 50%, respectivamente, das publicações.
A Tabela 5 apresenta o total e a média de citações recebidas pelos
programas, por ano de publicação. Inicialmente, observa-se que, no Programa de
86
Pós-Graduação da UNESP, as citações recebidas se concentram nos artigos
publicados nos anos de 2007 e 2008, correspondendo a 76% das citações.
Tabela 5. Total e média de citações recebidas pelos programas, por ano.
2007 2008 2009
Programa Total Média Total Média Total Média Total
UNESP 100 8,3 130 5,4 74 3,5 304
USP 94 11,8 45 4,1 109 6,1 248
UFV 24 6,0 81 5,4 44 3,6 149
Fonte: elaborado pelo autor.
Em relação ao Programa de Pós-Graduação da USP, observa-se que a
maior parte das citações recebidas (44%) é referente a artigos publicados mais
recentemente, no ano de 2009. O Programa de Pós-Graduação da UFV concentra
54% das citações recebidas nos artigos publicados em 2008.
Nos programas de pós-graduação da UNESP e da UFV há uma associação
entre o ano de publicação e a média de citações recebidas: artigos publicados há
mais tempo tendem a receber, em média, maior número de citações. Na UNESP, os
artigos publicados em 2007 receberam, em média, 2,4 vezes mais citações que
aqueles publicados em 2009. Na UFV, os artigos publicados em 2007 receberam,
em média, 1,7 vezes mais citações que aqueles publicados em 2009, indicando que
nesses dois programas o tempo de assimilação do conhecimento novo pela
comunidade científica é semelhante.
A maior média de citações por artigo é observada, em 2007, para o
Programa de Pós-Graduação da USP, igual a 11,8 citações por artigo publicado.
Neste programa, diferentemente dos outros dois analisados, não há uma associação
significativa entre o ano de publicação e a média de citações recebidas, uma vez
que os artigos publicados em 2009 receberam, em média, maior número de citações
do que aqueles publicados em 2008.
O Quadro 6 traça um perfil dos três artigos mais citados de cada Programa
de Pós-Graduação, trazendo a informação em sua última coluna da condição dos
autores do artigo.
87
Quadro 6. Artigos mais citados de cada Programa.
Descrição Item6 Qualis do
Periódico
Ano de
Publicação
Total de
Citações
Houve colaboração
científica internacional?
Perfil dos
autores7
Artigo 1 – UFV 02 A1 2007 13 Sim (EUA) D, PE
Artigo 2 – UFV 16 A2 2008 11 Sim (EUA) E, PE
Artigo 3 – UFV 31 A2 2009 11 Não D, Di, PE
Artigo 1 – UNESP 10 A2 2007 18 Não D, E, PE
Artigo 2 – UNESP 13 A1 2008 19 Sim (Canadá, EUA, Índia
e Alemanha) D, PE
Artigo 3 – UNESP 15 A1 2008 18 Não D, Di, PE
Artigo 1 – USP 01 A1 2007 32 Sim (Países Baixos) D, Di, E, PE
Artigo 2 – USP 02 A1 2007 29 Não D, Di, PE Artigo 3 – USP 03 A1 2007 14 Sim (EUA) D, PE
Fonte: elaborado pelo autor.
Dentre os três artigos mais citados do PPGZ da UFV, apenas um não possui
colaboração científica internacional, como também é o único a possuir discentes
(doutorado) como autores. É interessante destacar que o segundo artigo mais citado
tem autoria de Egresso do programa e de Participante externo (de outra instituição),
não sendo observada a participação de docente.
O PPGZ da UNESP apresenta a maior variedade de países representados
na colaboração internacional (Artigo 2 - UNESP). Ainda, dentre os três artigos mais
citados do programa, dois não tiveram colaboração internacional. Assim como o
programa da UFV, dos três artigos relacionados, somente um possui a categoria
discente (doutorado) presente em sua autoria.
O Programa de Ciência Animal e Pastagens da USP, em seus três artigos
mais citados, foi o que mais apresentou a participação da categoria discente
(mestrado e doutorado), presente em dois artigos. Assim como o Programa da
UNESP, em seu artigo mais citado, teve em sua coautoria a participação da
categoria Egresso.
Dentre os 9 artigos mais citados, analisados na presente pesquisa, 67%
foram publicados em periódicos de grande visibilidade com Qualis A1. Destes, dois
6 Ver listagem dos artigos utilizados na pesquisa – Apêndice A.
7 Legenda: D = Docente; Di = Discente; E = Egresso; PE = Participante Externo
88
artigos foram publicados no periódico Journal of Animal Science (Qualis A1) e dois
no periódico Veterinary Parasitology (Qualis A1).
Em todos os artigos mais citados dos três programas,ressalta-se a
colaboração por meio de coautoria de participantes externos à instituição, tanto
nacional como internacionalmente. Os artigos com participação somente de autores
brasileiros também obtiveram valores expressivos de citação, o que pode evidenciar
o reconhecimento da comunidade científica internacional em relação à pesquisa
brasileira (BALMANT; SALDANA, 2013).
5.3 Fator de Impacto e Índice h dos Programas
A Tabela 6 apresenta o FI e o Índice h dos programas, calculados com base
nas citações recebidas pelos artigos publicados entre 2007-2009. Inicialmente,
destaca-se que o Programa de Pós-Graduação da USP apresentou o maior FI:em
média, cada artigo publicado no triênio recebeu 6,7 citações. Todavia, a diferença
em relação ao Programa da UFV, com o menor FI (4,8 citações por artigo), não foi
considerada muito significativa: em média, os artigos da USP tenderam a receber
1,9 citações a mais do que os artigos publicados pelo programa da UFV, no triênio
analisado. Em relação ao Programa da UNESP, em média, os artigos publicados
pelo programa da USP receberam 1,4 citações a mais, no período de 2007 a 2009.
Desse modo, constata-se que o FI representa um atributo distinto do total
de citações recebidas pelos programas ao se medir o impacto internacional dos
programas, uma vez que elimina a dependência/influência da quantidade de artigos
publicados, conforme já apontado por Glänzel (2003).
89
Tabela 6. Impacto dos Programas de Pós-Graduação
Programa Fator de Impacto Índice h
UNESP 5,3 10
USP 6,7 9
UFV 4,8 7
Fonte: elaborado pelo autor.
OFI dos três programas de pós-graduação está bastante acima do patamar
utilizado pela área para classificar um periódico como Qualis A1 - Fator de impacto
JCR maior ou igual a 2,000 -, indicando que os artigos publicados por esses
programas, em média, obtiveram um impacto acima do esperado para as revistas
Qualis A1 da área. Ainda: os fatores de impacto de todos os programas estão acima
do FI de todas as revistas em que os programas de pós-graduação publicaram seus
artigos, uma vez que o periódico BMC Genomics foi aquele com o maior FI (igual a
3,96). Essa observação indica que a produção científica dos programas de pós-
graduação analisados tem se apresentado, em média, acima do impacto médio dos
artigos dos periódicos em que os mesmos foram publicados, sugerindo um alto
prestígio para o conhecimento gerado pela comunidade científica internacional.
Em relação ao Índice h, que evidencia a relação entre número de
publicações e citações acumuladas ao longo do período, o programa da UNESP se
destaca com a média de dez artigos publicados no período de 2007-2009, citados
pelo menos dez vezes, o que indica um maior impacto cumulativo na comunidade
científica internacional. Todavia, esse programa tem o maior corpo docente e o
maior total de artigos publicados em periódicos Qualis A1 e A2 dentre os estudados,
evidenciando uma relativa dependência do tamanho da produção científica,
conforme já apontado por Glänzel (2006) e Oliveira e Grácio (2011).
Considera-se importante a utilização de ambos indicadores – FI e Índice h -
na análise do impacto da produção científica de programas de pós-graduação, uma
vez que cada um descreve uma característica/propriedade, contribuindo para uma
descrição e visualização mais ampla do perfil científico multifacetado dos programas
de pós-graduação, ratificando a constatação de Hirsch (2005) e mais alguns
pesquisadores.
90
5.4 Colaboração dos Programas
Quanto aos indicadores de colaboração científica dos Programas de Pós-
Graduação em Zootecnia, com conceito de excelência, na próxima seção serão
apresentadas e analisadas as colaborações ocorridas por meio de autoria dos três
programas, distribuídas em três níveis: colaboração institucional (instituições de
origem dos pesquisadores que colaboraram em coautoria nos artigos publicados
pelos programas), colaboração de estados brasileiros (origem dos pesquisadores) e
colaboração de países (origem das instituições colaboradoras).
5.4.1 Colaboração científica: Programa de Zootecnia da
UNESP/Jaboticabal
O Programa de Zootecnia de Jaboticabal publicou artigos em colaboração
científica com 49 instituições, no triênio estudado. Destas, 11 (23%) instituições
realizaram 2 ou mais artigos científicos com o programa de pós-graduação da
UNESP.
Na Tabela 7, visualizam-se as instituições que colaboraram com o Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia da UNESP, Campus de Jaboticabal, entre as quais
se destaca a USP, com 15 artigos publicados em parceria com o programa, no
triênio 2007-2009.
91
Tabela 7. Colaboração Institucional da UNESP
Instituição Número de Colaborações
USP 15
APTA 11
EMBRAPA 08
Texas A&M University (EUA) 04
UFSCar 03
UFSM 03
Instituto de Zootecnia (Sertãozinho) 02
UEM 02
UFPR 02
UnB 02
Universidade do Sudoeste da Bahia 02
Fonte: elaborado pelo autor.
Destacam-se, ainda, outras duas instituições que mais colaboraram com a
pesquisa científica do programa da UNESP: APTA (Agência Paulista de Tecnologia
dos Agronegócios, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo), com 11 artigos, e a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), com 8 artigos em coautoria.
A estreita relação do programa com a EMBRAPA e com a APTA ocorre
porque alguns pesquisadores destas instituições fazem parte do corpo permanente
de docentes do programa (ministram aula somente na pós-graduação), fato esse
que facilita e possibilita uma colaboração mais forte entre as instituições.
É importante também salientar a expressiva cooperação científica entre o
programa e a Texas A&M University, com um total de quatro artigos em colaboração,
significando uma média anual de 1,3 artigos em coautoria com esta instituição. No
ano de 2009, no relatório mundial SIR – Scimago Institutions Rankings, a Texas
A&M University ocupou o significativo 73° lugar no ranking mundial em produção
científica, com a UNESP ocupando a 210ª posição, neste mesmo relatório. Destaca-
se que a vinda de docentes da Texas A&M University (EUA) para ministrar
disciplinas condensadas no programa contribuiu para o bom relacionamento entre as
instituições e consequente desenvolvimento de pesquisas em coautoria.
92
Desse modo, as colaborações presentes na Tabela 7 evidenciam a
expressiva cooperação científica da UNESP com os principais institutos de pesquisa
na agropecuária brasileira e paulista, EMBRAPA e APTA, respectivamente. O
mesmo acontece com outras instituições de destaque internacional na área, como a
USP, com o 1° lugar em produção científica em Ciências da Vida (que inclui
Agricultura e Biologia), no ranking ibero-americano SIR, de 2010, e uma
universidade dos EUA.
Salientam-se, ainda, os três artigos em colaboração com a UFSCar –
Universidade Federal de São Carlos - e com a UFSM – Universidade Federal de
Santa Maria-, significando uma média de um artigo por ano em coautoria com essas
universidades, no período em estudo. O programa tem convênio com a Universidade
Federal de São Carlos/SP por meio de um docente na qualidade de Professor Tutor
no CESCar (Colégio Educador de São Carlos, Araraquara, Jaboticabal e região).
Ainda, em relação à UFSM, observa-se que docentes desta universidade
ministraram disciplinas no programa, durante o triênio.
O programa de Jaboticabal publicou pesquisa em colaboração científica com
outras instituições que não constam na Tabela 7 por terem um único artigo em
coautoria no período, a saber: CNPQ (DF), CEPTA (SP), Centre for Cellular and
Molecular Biology (Índia), Bayer Health Care (Alemanha), Bayer S. A. do Brasil (SP),
Aval Serviços Tecnológicos S/C, ANCP, Alta Genetics Brazil (MG), USDA (EUA),
University of Veterinary Medicine (Áustria), University of Stirling (Escócia), University
of Concepción (Chile), University of Califórnia (EUA), University of Plymouth
(Inglaterra), University of Alberta (Canadá), Université de Liège (Bélgica), Université
d’Abomey Calavi (República de Benim), Universitat Autònoma de Barcelona
(Espanha), Universidad Politécnica de Valencia (Espanha), UNIOESTE (PR),
Universidade do Algarve (Portugal), UNIC (MT), UNIARA (SP), UniABC (SP), UFRJ
(RJ), UFCG (PB), UFAM (AM), PRDTA (SP), Parco Tecnológico Padano (Itália),
National Bureau of Animal Genetic Resources (Índia), Invert do Brasil Veterinária
Ltda., IRTA (Espanha), Institute of Agro-Food Research Technology (Espanha),
Instituto Adolfo Lutz (SP), INPA (AM), Frederico II University (Itália), FIPERJ, e FBN
(Alemanha).
Em relação ao estado brasileiro de origem dos coautores da produção da pós-
graduação em Zootecnia, da UNESP de Jaboticabal, destaca-se a grande variedade
de estados com os quais o programa desenvolveu pesquisas em cooperação
científica, identificadas por
Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Amazonas e
Paraíba (Campina Grande
universidades presentes
na colaboração na produção científica
ministraram disciplinas no progr
presença deste programa de pós
Centro-Oeste, indicando
as regiões do país, conforme pode ser observ
Figura 4. Estados com pesquisadores coautores da produção da
Quanto à colaboração ci
visualizar os países com os quais o P
publicou em coautoria, no triênio 2007
de estados com os quais o programa desenvolveu pesquisas em cooperação
científica, identificadas por meio das coautorias, entre eles: São Paulo, Rio de
Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Amazonas e
Paraíba (Campina Grande). No triênio estudado, o programa capacitou
presentes em alguns estados identificados, o que pode ter contribuído
na colaboração na produção científica, somado aos docentes de estados que
ministraram disciplinas no programa. Esse comportamento mostra a significativa
presença deste programa de pós-graduação no Norte, Nordeste, S
Oeste, indicando a interlocução das suas pesquisas com cientistas de todas
as regiões do país, conforme pode ser observado na Figura 4.
Estados com pesquisadores coautores da produção da
Quanto à colaboração científica internacional, a partir da
lizar os países com os quais o Programa de Zootecnia da
publicou em coautoria, no triênio 2007 – 2009, em que se observam 12 países
93
de estados com os quais o programa desenvolveu pesquisas em cooperação
meio das coautorias, entre eles: São Paulo, Rio de
Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Amazonas e
capacitou docentes de
dentificados, o que pode ter contribuído
, somado aos docentes de estados que
mostra a significativa
no Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e
a interlocução das suas pesquisas com cientistas de todas
Estados com pesquisadores coautores da produção da UNESP/Jab.
entífica internacional, a partir da Tabela 8, pode-se
rograma de Zootecnia da UNESP/Jaboticabal
em que se observam 12 países
94
colaboradores, sendo 6 do continente europeu, 4 da América, um da Ásia e outro da
África.
Destacam-se os Estados Unidos, com oito artigos em coautoria, e a
Espanha, com três coautorias. Os países Alemanha, Bélgica, Itália e Reino Unido
(Inglaterra e Escócia) colaboraram na produção de dois artigos científicos, cada um,
durante o triênio. Os demais países foram coautores da UNESP em apenas um
artigo publicado. No total, foram 25 colaborações internacionais, uma expressiva
média de 8,4 colaborações científicas internacionais, por ano, desenvolvidas pelo
programa da UNESP.
Tabela 8. Colaboração por País, da UNESP.
País Número de Colaborações
EUA 08
Espanha 03
Alemanha 02
Bélgica 02
Itália 02
Reino Unido 02
Áustria 01
Canadá 01
Chile 01
Índia 01
Portugal 01
República de Benim 01
Fonte: elaborado pelo autor.
Cabe destacar que, na temática Ciência Animal e Zoologia (na qual a
Zootecnia está classificada) na base de dados SJR SCimago Journal & Country
Rank, os países mais produtivos com seus respectivos Índices h, são: Estados
Unidos (Índice H=137), Reino Unido, considerando Inglaterra e Escócia, (Índice
H=107), Canadá (Índice H=86), Alemanha (Índice H=78), França (Índice H=78),
Austrália (Índice H=77), Espanha (Índice H=60), Japão (Índice H=60), Bélgica (Índice
H=57), Itália (Índice H=54), Brasil (Índice H=49) e Índia (Índice H=32). Isto mostra
que o Programa de Zootecnia, da UNESP/Jaboticabal, fez coautoria com os maiores
95
produtores científicos da área com elevados Índices H, o que explicita sua
visibilidade internacional e consolidação na área.
A presença desses países na colaboração da produção científica foi possível
com intercâmbios e convênios estabelecidos em pesquisas, por meio de: forte
incentivo ao “doutorado sanduíche”, no qual o aluno participa de disciplinas em
outras instituições internacionais (EUA, Espanha); estágios realizados pelos
discentes no exterior (como EUA, Espanha e Portugal); disciplinas ministradas
por docentes oriundos de tais países (Espanha, EUA, Reino Unido, Itália,
Portugal); participação em eventos, como simpósios, congressos, etc. (Bélgica,
Chile); e projetos de pesquisa em parceria (Canadá).
5.4.2 Colaboração científica: Programa de Zootecnia da UFV
O programa de Zootecnia da UFV publicou sua produção científica em
coautoria com 17 instituições e com um profissional autônomo, totalizando 18 artigos
em colaboração científica externa ao programa. Destas, 9 (53%) instituições
cooperaram com a produção de 2 ou mais artigos. A partir da Tabela 9, destacam-se
as três instituições que mais colaboraram com a produção científica da UFV, a
saber: Eutheria Foundation e University of Wisconsin, com oito colaborações no
período, cada uma, e Texas A&M University, com cinco coautorias, sendo as três
instituições dos Estados Unidos da América– EUA, o que demonstra o estreito
relacionamento do programa com as instituições americanas.
Tabela 9.Colaboração Institucional da UFV
Instituição Número de Colaborações
Eutheria Foundation 08
University of Winsconsin 08
Texas A&M University 05
EMBRAPA 04
INRA 04
Iowa State University 03
Ajinomoto Eurolysine 02
UFPE 02
UnB 02
Fonte: elaborado pelo autor.
96
O expressivo relacionamento do programa com a universidade americana de
Wisconsin pode também ser destacado pela média anual de 2,7 coautorias entre o
programa e esta instituição. No ano de 2009, no relatório mundial SIR, a University
of Wisconsin ocupou o expressivo 26° lugar no ranking mundial de produção
científica. Durante o triênio, foi ministrado um curso por um docente da University of
Wisconsin em evento do programa.
Salienta-se a significativa colaboração científica com outra universidade
americana -Texas A&M University - que ocupou no mesmo ano o 73° lugar neste
ranking mundial. Com essa universidade,o programa da UFV apresenta um forte
relacionamento por meio de “doutorado sanduíche”.
O programa realizou, ainda, pesquisas em colaboração com um dos principais
institutos de pesquisa na agropecuária brasileira, a EMBRAPA, em um total de
quatro coautorias, como também dois artigos em cooperação científica com a Unb e
a Universidade Federal de Pernambuco. Tais instituições ocuparam os 42° e 47°
lugar, respectivamente,em quantidade de produção científica em Ciências da Vida
no ranking ibero-americano SIR, de 2010, e trabalham em parceria com o programa
em suas pesquisas.
Colaboraram também com o programa as seguintes instituições: Institut
National de la Recherche Agronomique - INRA (França), que ocupa o 81° lugar no
ranking mundial em produção científica, com quatro colaborações (destaca-se que
essa instituição enviou palestrante em evento do programa); Iowa State University
(EUA), que ocupa o 153° lugar no mesmo ranking, com três colaborações; e a
Ajinomoto Eurolysine (França), com duas colaborações, com a qual o programa
mantém convênio de fluxo contínuo e obtém recursos financeiros para pesquisas.
O programa de pós-graduação da UFV publicou, ainda, em coautoria com
outras instituições, que não constam na rede apresentada na Tabela 9 por terem
colaborado somente em um artigo, a saber: University of Califórnia (EUA),
Universidade Federal de Goiás, PIC USA (EUA), Colorado State University (EUA),
Universidade Católica de Brasília, UNESP, Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Southern Plains Agricultural Research Centre (EUA), além do profissional
autônomo.
97
A Figura 5 apresenta a distribuição dos estados brasileiros ao quais estão
vinculados os pesquisadores colaboradores da produção científica do Programa de
Zootecnia, da UFV. Observa-se que as coautorias estão concentradas com autores
das regiões Sudeste, Nordeste e Região Centro-Oeste do Brasil, não aparecendo
cooperação científica com pesquisadores de estados das regiões Norte e Sul do
país.
No total, foram 13 colaborações com pesquisadores, segundo os estados
brasileiros. A maior cooperação científica ocorreu com pesquisadores do Distrito
Federal (DF), com cinco coautorias: duas com a EMBRAPA, Brasília; duas com a
UnB (Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária); e uma com a Universidade
Católica de Brasília (Programa de Pós-Graduação em Ciências Genômicas e
Biotecnologia). O segundo estado com maior colaboração científica com o programa
da UFV foi o estado de Pernambuco(PE), com três coautorias: duas com a
Universidade Federal de Pernambuco e uma com a Universidade Federal do Vale do
São Francisco. Ainda, pesquisadores dos estados de Goiás (GO), Ceará (CE), Mato
Grosso do Sul (MS), São Paulo (SP) e Minas Gerais (MG) publicaram apenas um
artigo em coautoria com o programa.
As instituições colaboradoras citadas no parágrafo anterior enviaram alguns
de seus docentes/pesquisadores para serem capacitados no programa da UFV. Fato
esse que pode ter contribuído para a formação de parcerias e, consequentemente,
colaboração na produção científica.
Figura 5. Estados com pesquisadores coautores da produção da
A Tabela 10 apre
Programa de Zootecnia,
com os EUA, país mais produtivo na temática Ciência Animal e Zoologia, conforme
dados da SJR SCimago
da UFV realizou uma expressiva cooperação científica com os EUA, com
autorias, bastante acima daquela observada entre a
Tabela 10
País
EUA
França
O programa da UFV também publicou
científica com a França, país que ocupa a 5ª
Estados com pesquisadores coautores da produção da
apresenta a colaboração científica em âmbito internacional do
, da UFV, na qual se observa um estreito relacionamento
com os EUA, país mais produtivo na temática Ciência Animal e Zoologia, conforme
SJR SCimago Journal & Country Rank, com Índice h = 137. O programa
da UFV realizou uma expressiva cooperação científica com os EUA, com
autorias, bastante acima daquela observada entre a UNESP e este país.
Tabela 10 – Países Colaboradores da UFV
Número de Colaborações
18
04
Fonte: elaborado pelo autor.
programa da UFV também publicou quatro artigos em colaboração
a França, país que ocupa a 5ª posição no ranking de produção
98
Estados com pesquisadores coautores da produção da UFV
em âmbito internacional do
da UFV, na qual se observa um estreito relacionamento
com os EUA, país mais produtivo na temática Ciência Animal e Zoologia, conforme
ndice h = 137. O programa
da UFV realizou uma expressiva cooperação científica com os EUA, com 18
e este país.
Número de Colaborações
18
04
artigos em colaboração
posição no ranking de produção
99
científica na temática Ciência Animal e Zoologia e apresenta Índice h=78.
Diferentemente do programa da UNESP, que publicou em coautoria com diversos
países, o programa da UFV apresentou cooperação internacional com apenas dois
países, concentrando-se principalmente nos EUA. Destaca-se que a França não
publicou em coautoria com a UNESP no triênio estudado.
Estima-se que o “doutorado sanduíche” tenha sido um grande contribuinte
no estreito relacionamento entre o Programa de Zootecnia, da UFV, e os EUA e
França, além da parceria de instituições financiadoras de projetos de pesquisa
oriundas desses países, como a já citada anteriormente.
5.4.3 Colaboração científica: Programa de Ciência Animal e
Pastagem da USP
O programa de Ciência Animal e Pastagem, da USP, publicou os artigos
científicos analisados em coautoria com 42 instituições. Destas, 7 (17%) instituições
colaboraram duas vezes ou mais. Observa-se que as 4instituições que mais
colaboraram com a USP foram: EMBRAPA, com 11 artigos em coautoria no período
(com quem mantém parceria formalizada e possui diversos pesquisadores egressos
da USP); UNESP, com 8 artigos(com quem possui parcerias, por meio de
oferecimento de disciplinas e projetos de estudo do clã e da genética da atividade
das enzimas dessaturases, bem como na área de Genômica de Aves), e United
States Department of Agriculture – USDA (com quem mantém parceria em projetos
nas área de genômica de bovinos e aves) e APTA (que possui egressos do
programa da USP), ambos com 3 artigos cada, conforme observa-se na Tabela 11.
É importante destacar a colaboração científica do programa da USP com o
USDA, com pelo menos uma colaboração anual. No ano de 2009, no relatório
mundial SIR – Scimago Institutions Rankings -, o USDA ocupava o expressivo 27°
lugar no ranking mundial em produção científica (a USP neste mesmo relatório
ocupou a 19ª posição). A rede de colaboração, na Figura 10, evidencia o significativo
relacionamento científico da USP com os principais institutos de pesquisa na
agropecuária brasileira, EMBRAPA, com a qual realizou o maior número de
colaborações, e APTA, com três coautorias. Ainda, realizou pesquisas em
100
colaboração com a UNESP, que ocupou o 3° lugar em produção científica em
Ciências da Vida (que inclui Agricultura e biologia) no ranking ibero-americano SIR,
de 2010.
Tabela 11. Colaboração Institucional da USP
País Número de Colaborações
EMBRAPA 11
UNESP 08
APTA 03
USDA 03
Roslin 02
US Meat Animal Research Center 02
Utrecht University 02
Fonte: elaborado pelo autor.
O programa realizou também dois artigos em colaboração com as três
seguintes instituições: Utrecht University (Países Baixos), 42° lugar em produção
científica em Ciências da Vida no ranking ibero-americano SIR, de 2010; Roslin
Institute and Royal School of Veterinary Studies (Reino Unido); e US Meat Animal
Research Center (EUA).
Outras instituições que não apareceram na rede de colaboração institucional,
com apenas um artigo: Estação Experimental Agrozootécnica Hildegard Georgina
Von Pritzelwitz, Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR, Reserva Brasil,
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –IBAMA,
Iowa State University (EUA), Aviagen Limited (Reino Unido), The Hebrew University
of Jerusalem (Israel), Virginia Polytechnic Intitute and State University (EUA),
University of Arizona (EUA), University of California-Davis (EUA), University of
Guyana (Nigéria), Escuela de Medicina Veterinaria y Zootecnia (México), The Ohio
State University (EUA), Texas A&M University (EUA), Instituto de Zootecnia (Nova
Odessa), New Mexico State Univesity (México), University of Nottingham School of
Biosciences (Reino Unido), University of Helsink (Finlândia), Universidade Federal
do Amazonas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, CNPq, University of
Delaware (EUA), Vita Plus Corporation (EUA), Michigan State University (EUA),
George Mason University
Federal do Rio Grande do Sul
(França), Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, Estación Experimental
Agropecuaria - INTA-EEA
Provincia de Buenos Aires
Zelândia), e duas instituições não identificadas, sendo uma da Áustria e a outra do
México.
Figura 6. Estados
Quanto às colaborações científicas com pesquisadores, por estado da
federação brasileira (Figura
da USP se concentrou nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Destaca
o programa realizou pesquisas colaborativas com pelo menos um estado de cada
região do país. Foram 41
de seus pesquisadores, s
Paulo, com 28 colaboraçõe
por ano. Cabe destacar que o Es
rge Mason University (EUA), University of Wisconsin (EUA),
Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Santa Catarina
Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, Estación Experimental
EEA (Argentina), Universidad Nacional del Centro de la
Provincia de Buenos Aires - UNCPBA (Argentina), Massey University
), e duas instituições não identificadas, sendo uma da Áustria e a outra do
Estados com pesquisadores coautores da produção da
Quanto às colaborações científicas com pesquisadores, por estado da
federação brasileira (Figura 6), a maioria das pesquisas em coautoria do programa
da USP se concentrou nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Destaca
o programa realizou pesquisas colaborativas com pelo menos um estado de cada
Foram 41 colaborações envolvendo os estados brasileiros por meio
s, sendo a maior concentração oriunda
colaborações, uma média de, aproximadamente
. Cabe destacar que o Estado de São Paulo abriga a
101
(EUA), Universidade
Universidade Federal de Santa Catarina, INRA
Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria, Estación Experimental
Universidad Nacional del Centro de la
Massey University (Nova
), e duas instituições não identificadas, sendo uma da Áustria e a outra do
s da produção da USP.
Quanto às colaborações científicas com pesquisadores, por estado da
), a maioria das pesquisas em coautoria do programa
da USP se concentrou nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Destaca-se, todavia, que
o programa realizou pesquisas colaborativas com pelo menos um estado de cada
colaborações envolvendo os estados brasileiros por meio
do Estado de São
aproximadamente, 9,4 colaborações
tado de São Paulo abriga a UNESP, algumas
102
unidades da EMBRAPA e APTA, com quem o programa tem forte relacionamento,
conforme a Tabela 11. Em seguida, registram-se: SC, com quatro colaborações, MG
com três e MS com duas colaborações.
Os demais estados - PR, AM, BA e RS - colaboraram apenas uma vez cada
um com o programa.
Tabela 12. Colaboração por País, da USP
País Número de Colaborações
EUA 12
Reino Unido 04
Holanda 02
Argentina 01
Áustria 01
Finlândia 01
França 01
Guiana 01
Israel 01
México 01
Nigéria 01
Nova Zelândia 01
Fonte: elaborado pelo autor.
Na Tabela 12, visualizam-se as colaborações internacionais do programa da
USP, na qual se observam 12 países que publicaram em coautoria com o programa
no triênio, sendo 5 deles europeus e 4 do continente americano. Destaca-se, assim
como nos outros programas, a grande proximidade com os EUA, maior produtor de
trabalhos científicos em Ciência Animal e Zoologia, com um total de 12 coautorias
com pesquisadores deste país. Em relação a esse país, o programa recebeu visitas
de docentes, enviou docentes para participação em eventos, apresentou projetos em
parceria, alunos com bolsa sanduíche e egressos que atuam em diversas
instituições.
O Reino Unido constituiu outro importante colaborador do programa da USP,
com quatro colaborações no triênio. Na temática Ciência Animal e Zoologia, esse
103
país é o segundo maior em produções científicas no ranking do JSR Scimago
Journal & Country Rank, período acumulado de 1996-2010, com um Índice h=112. A
Holanda também colaborou com duas coautorias. No ranking mencionado, a
Holanda ocupou a 13ª posição, com Índice h=84.
Com o Reino Unido, o programa da USP realizou convênios por meio de
suas pesquisas e bolsas sanduíche, enviando alunos para estudar disciplinas em
universidades do país.
5.4.4 Redes de colaboração dos PPGZ
A Figura 7 apresenta a junção das redes de colaboração científica
institucional dos três programas, na qual se observam fortes laços entre os
programas e a EMBRAPA, sendo esta a única instituição da rede conectada
diretamente a todos os programas de excelência internacional em Zootecnia do
Brasil.
A rede institucional evidencia que não há artigos em coautoria entre a UFV e
a UNESP, tendo, entre os dois programas, a EMBRAPA, UnB e Texas A&M
University (EUA) como instituições-ponte. Observa-seque, no período, também não
houve artigos em coautoria entre a UFV e a USP, tendo somente a instituição
EMBRAPA como mediadora entre esses dois programas.Percebe-se, portanto, um
isolamento da UFV em relação aos demais programas de nível de excelência em
Zootecnia, no Brasil, fato esse que se repete em relação aos países colaboradores,
como demonstrado e comentado, a seguir, na rede de colaboração por país de
origem.
A UNESP apresentou laços fortes com a EMBRAPA, APTA e USP. A rede
apresenta também dois cliques (WASSERMAN e FAUST, 1999), um formado pelas
instituições USP, EMBRAPA e UNESP, com laços fortes entre elas, e o outro
formado pelas instituições USP, UNESP e APTA, sendo que há laços fortes entre
UNESP e USP e UNESP e APTA, mas um laço fraco entre as instituições APTA e
USP.
104
Figura 7. Rede de Colaboração Institucional da UFV, UNESP e USP.
A colaboração científica dos três programas, relativa aos estados brasileiros
de origem do pesquisador, visualizada na Figura 8, mostra a colaboração de
pesquisadores de 15 estados, sendo os estados de São Paulo e de MG aqueles
com interlocução com todos os programas. São Paulo é o estado onde estão
localizados os programas analisados.
Na região Sudeste, o Espírito Santo foi o único estado que não apresentou
pesquisadores que publicaram em coautoria com os programas analisados; na
região Norte, somente o estado do Amazonas teve pesquisadores que publicaram
artigos em coautoria com os programas, com duas colaborações, sendo um artigo
com a UNESP e o outro com a USP, não tendo colaborado com a UFV, no período.
105
Figura 8. Estados com pesquisadores com artigo em coautoria com a UFV, UNESP
e USP.
Na Figura 9, apresenta-se a colaboração científica internacional dos
programas em conjunto, por meio da coautoria com os 21 países identificados na
coleta dos dados.
Observa-se, inicialmente, que o principal país colaborador dos 3programas
de excelência em Zootecnia, no Brasil, foram os EUA, em um total de 38
colaborações com os programas, sendo a maioria (48%) com o programa de
Zootecnia da UFV.
106
Figura 9. Rede dos países colaboradores dos três programas.
O Reino Unido, segundo maior em produções científicas no ranking do JSR
Scimago Journal & Country Rank, na temática Ciência Animal e Zoologia, com
Índice h=112, foi o segundo país que mais colaborou com os programas, no triênio
em estudo, com um total de seis colaborações. Cabe ressaltar que a França (quinta
colocada no mesmo ranking, Índice h=78), que colaborou com o programa da USP
e, principalmente, com o programa da UFV, não colaborou com a UNESP. Fica
evidenciado que os programas obtiveram colaboração com os principais produtores
científicos da área.Além dos EUA, Áustria e Reino Unido também desenvolveram
pesquisa colaborativa com a USP e com a UNESP.
Dos três programas analisados, a UNESP foi aquela que apresentou menos
coautoria com os EUA, mas em contrapartida, assim como a USP, pesquisou em
colaboração com grande diversidade de países (12 países), conforme pode ser
observado na Figura 9.
A UNESP apresentou uma grande presença colaborativa de países da
Europa, sendo o programa com o maior número de países europeus colaboradores,
perfazendo um total 52%.Das 74 colaborações em coautoria recebidas por todos os
programas, 34% foram com países europeus. Cabe destacar que o continente
107
Europeu foi o maior produtor científico na temática Ciência Animal e Zoologia
durante o triênio estudado, conforme dados do ranking do JSR Scimago Journal &
Country Rank. O Continente Europeu com os EUA somam juntos 72% das
colaborações com os programas.
A UFV demonstrou um comportamento isolado, anteriormente demonstrado
(Figura 7), por não ter colaboração da USP e UNESP. Tal fato se repetiu quando
foram considerados os países de origem das instituições colaboradoras, em que a
colaboração se fez apenas com EUA e França. Isso confirma o resultado já
observado por Lima, Velho e Faria (2007, p.107), em pesquisa sobre colaboração
institucional, na qual a UFV com a Universidade Federal de Lavras e a EMBRAPA
aparecem isoladas na análise. Isto ocorre em virtude da possível existência de um
viés institucional na pesquisa brasileira realizada nas áreas de Bioprospeção,
Ciências Agrárias e Veterinárias.
5.5 Correlação de Pearson: Impacto, Colaboração e Visibilidade
A Tabela 13 apresenta os resultados obtidos com a aplicação da correlação de
Pearson nos indicadores dos 125 artigos analisados, dos 3 Programas de Pós-
Graduação em Zootecnia, no triênio 2007-2009.
Tabela 13. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de citações
recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi publicado, número de
países distintos colaboradores no artigo, ano de publicação, para o conjunto de 125
artigos (independente do PPGZ).
Correlação de Pearson FI Nº citações Nº países Ano
FI (do periódico) 1 0,44** 0,25** -0,05
Nº citações (recebidas pelo artigo) 0,44** 1 0,17 -0,28**
Nº países colaboradores 0,25** 0,17 1 -0,02
Ano (de publicação do artigo) -0,05 -0,28** -0,02 1
** Correlação significante ao nível de 0.01.
Fonte: elaborado pelo autor.
108
Na avaliação independente do programa, pode-se afirmar que há uma
correlação positiva, moderada, estatisticamente significante entre o número de
citações recebidas pelo artigo e o fator de impacto da revista em que ele foi
publicado. Há, ainda, uma correlação positiva estatisticamente significante, todavia
fraca, entre número de países coautores no artigo e número de citações recebidas
pelo mesmo: há uma tendência, ainda que fraca, de que a medida que aumenta o
número de países coautores, mais citações o artigo tende a receber. Observa-se
também outra associação fraca estatisticamente significante, todavia negativa, entre
ano de publicação do artigo e número de citações recebidas: quanto mais recente o
artigo, menos citações ele recebe.
A Tabela 15 apresenta os resultados obtidos no cálculo de correlação dos
indicadores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal
de Viçosa.
Tabela 14. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de citações
recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi publicado, número de
países distintos colaboradores no artigo, ano de publicação, para o conjunto de 31
artigos do Programa de Pós-Graduação UFV.
Correlação de Pearson FI Nº Citações Nº Países Ano
F
I
FI 1 0,02 0,08 -0,20
Nº Citações 0,02 1 0,17 -0,26
Nº Países 0,08 0,17 1 -0,07
Ano -0,20 -0,26 -0,07 1
Fonte: elaborado pelo autor.
No PPGZ, da UFV, não se observa correlação estatisticamente significante
entre os indicadores analisados.
A seguir, na Tabela 16, veem-se os resultados obtidos no cálculo de
correlação dos indicadores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, da
UNESP.
109
Tabela 15. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de citações
recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi publicado, número de
países distintos colaboradores no artigo, ano de publicação, para o conjunto de 57
artigos do Programa de Pós-Graduação da UNESP.
Correlação de Pearson FI Nº Citações Nº Países Ano
FI 1 0,25 0,51** 0,11
Nº Citações 0,25 1 0,19 -0,34**
Nº Países 0,51** 0,19 1 0,03
Ano 0,11 -0,34** 0,03 1
** Correlação significante ao nível de 0.01.
Fonte: elaborado pelo autor.
Pode-se afirmar que há uma correlação positiva, moderada (maior quando
se compara os três programas conjuntamente), estatisticamente significante entre
número de países coautores no artigo e número de número de citações recebidas
pelo mesmo: há uma tendência moderada de que a medida que aumenta o número
de países coautores, mais citações o artigo do PPGZ, da UNESP, tende a receber.
Observa-se também uma associação fraca e negativa, estatisticamente significante,
entre ano da publicação do artigo e número de citações recebidas: quanto mais
recente o artigo publicado pelo programa da UNESP, menos citações ele recebeu
(essa correlação é mais intensa quando se considera todos os programas em
conjunto).
A seguir, na Tabela 17, veem-se os resultados obtidos no cálculo de
correlação dos indicadores do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e
Pastagens, da USP.
110
Tabela 16. Correlação de Pearson entre os indicadores: número de citações
recebidas pelo artigo, FI do periódico no qual o artigo foi publicado, número de
países distintos colaboradores no artigo, ano de publicação, para o conjunto de 37
artigos do Programa de Pós-Graduação da USP.
Correlação FI Nº Citações Nº Países Ano
FI 1 0,69** 0,08 -0,20
Nº Citações 0,69** 1 0,15 -0,26
Nº Países 0,08 0,15 1 -0,10
Ano -0,20 -0,26 -0,1 1
** Correlação significante ao nível de 0.01.
Fonte: elaborado pelo autor.
Pode-se afirmar que há uma correlação positiva, moderada (maior que
quando se considera os três programas conjuntamente), tendendo a forte,
estatisticamente significante entre o número de citações recebidas pelo artigo da
USP e o Fator de Impacto da revista em que ele foi publicado: o número de citações
aumentou à medida que aumentou o FI da revista em que o artigo foi publicado.
5.6 Síntese dos Indicadores dos Programas de Pós-Graduação em
Zootecnia
A Tabela 13 apresenta uma síntese do desempenho científico, em termos de
alguns indicadores da produção científica Qualis A1 e A2 dos três programas, no
triênio 2007-2009, apresentados nas seções anteriores, na qual se observa que
cada programa se sobressai em indicadores distintos.
Assim, destaca-se a necessidade de se estudar diversos indicadores dos
programas de pós-graduação, a fim de se obter uma visualização mais ampla e real
do seu perfil acadêmico-científico. Considera-se que indicadores distintos e
complementares, entre eles o FI e Índice h, propiciam uma avaliação mais
111
consistente dos programas, ao contribuir significativamente na avaliação da
produção científica.
A partir da Tabela 13, verifica-se que o programa de Zootecnia da UNESP
se sobressai em alguns indicadores de produção e de citação, como número de
artigos Qualis A1 e A2, número de países colaboradores, total de citações recebidas
e Índice h. O programa da USP destaca-se quanto à média de artigos por docente
(indicador de produção), número de países colaboradores e FI do programa
(indicador de citação). O programa de pós-graduação da UFV é aquele com ano de
início mais antigo, tanto em nível de mestrado como doutorado, mostrando que essa
instituição apresenta tradição nas pesquisas em Zootecnia, no Brasil. Ainda, o
programa da UFV foi aquele que apresentou o número mais expressivo de
colaboração científica com outro país (EUA).
Tabela 17. Indicadores dos três programas de pós-graduação (2007-2009).
Descrição do Programa (triênio 2007-2009)
UFV UNESP USP
Ano de Início 1962 (M), 1972 (D) 1976 (M), 1984 (D) 1966 (M), 1997 (D)
Docentes permanentes 29 34 18
Nº de artigos A1 e A2 31 57 37
Média de artigos por docente
1,1 1,7 2,1
Periódico mais utilizado para disseminação do conhecimento
Journal of Animal Science
(7 artigos)
Journal of Animal Science
(11 artigos)
Journal of Animal Science
(6 artigos)
Periódico com maior FI utilizado pelo programa
Journal of Animal Science (FI=2,22)
BMC Genomics(FI=3,96)
BMC Genomics(FI=3,96)
Citações recebidas 149 304 248
Fator de Impacto do programa
4,8 5,3 6,7
Índice h do programa 7 10 9
Principal instituição colaboradora
Eutheria Foundation e University of Wisconsin
(8 coautorias cada)
USP
(15 coautorias)
EMBRAPA
(11 coautorias)
Nº de países colaboradores
2 12 12
112
Principal país colaborador do programa
EUA
(18 coautorias)
EUA
(8 coautorias)
EUA
(12 coautorias)
Correlação de Pearson Sem correlação estatisticamente significante entre
os indicadores
1) Quanto mais países coautores,
mais citações.
2) Quanto mais recente o artigo
publicado, menos citações.
Quanto maior o FI do periódico onde
se publicou o artigo, maior a quantidade de
citações.
Fonte: elaborado pelo autor.
Quanto ao indicador de visibilidade “Periódico com maior fator de impacto
utilizado pelo programa”, os programas da UNESP e da USP utilizaram o mesmo
periódico, com maior FI. Cabe destacar que a UNESP publicou dois artigos e a USP
publicou um artigo neste periódico.
O periódico mais utilizado para a disseminação e socialização das pesquisas
foi o mesmo em relação aos três programas de pós-graduação. Os EUA foram o
principal país colaborador destes programas. Supõe-se que eles sejam requisitados
em virtude da consolidação científica e da produção científica, inclusive na área
desta pesquisa em particular. Salienta-se que o periódico Journal of Animal Science,
apesar de não possuir o maior fator de impacto, demonstrou ser um periódico de
grande visibilidade e o principal canal formal de comunicação utilizado pelos
programas na socialização de suas pesquisas científicas.
Quanto à principal instituição coautora dos programas, evidenciou-se a
diversidade de relações colaborativas estabelecidas pelos programas, uma vez que
as principais colaboradoras do programa da UFV foram duas instituições
americanas, e as principais instituições parceiras dos programas da UNESP e da
USP são brasileiras: USP e EMBRAPA, respectivamente.
Observa-se no item “Correlação de Pearson” da Tabela 13, a correlação
entre quantidade de países coautores (colaboração), idade do artigo e o FI de
impacto dos periódicos (visibilidade) e quantidade de citações recebidas (impacto)
pelos artigos produzidos, em alguns dos programas de pós-graduação.
113
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados obtidos, observou-se que os Programas de Pós-
Graduação em Zootecnia brasileiros, com conceito de excelência da CAPES,
apresentam significativo impacto na comunidade científica internacional, uma vez
que, com poucas exceções, referentes principalmente a artigos mais recentes, os
artigos analisados já foram citados; muitos deles com um número expressivo de
citações.
O Programa de Pós-Graduação da UNESP apresentou a maior produção, o
maior número de citações, bem como o maior Índice h. Mostra-se, portanto, o
programa com reconhecimento da comunidade científica e o maior impacto
acumulado, que valoriza seu esforço científico, uma vez que o Índice h leva em
conta o percurso de forma cumulativa.
Por outro lado, o Programa da USP apresentou o maior Fator de Impacto no
triênio. Esses resultados indicam a necessidade de se analisar diversos indicadores
a fim de se descrever os diferentes atributos da produção científica dos programas
de pós-graduação brasileiros.
Considera-se que o Índice h e o Fator de Impacto são indicadores de
extrema importância na avaliação de programas de pós-graduação. Eles revelam o
esforço científico, bem como o impacto, o reconhecimento e a percepção da
comunidade quanto à relevância e contribuição da produção dos programas para o
avanço e expansão do conhecimento científico na área.
É evidente que os valores do Índice h e do Fator de impacto dos programas,
obtidos nesta pesquisa, consistem de um recorte de um único triênio. Por isso,
esses indicadores devem ser continuamente avaliados, contribuindo para o
acompanhamento diacrônico da evolução dos programas, tal como é feito com
periódicos e autores. Nesta proposição, o programa de pós-graduação é
considerado um indivíduo, isto é, um ser coletivo, e a análise dos indicadores é
baseada no programa como “um todo” e não na reunião do desempenho individual
dos seus pesquisadores.
Como ainda não há ferramentas que calculem esses indicadores de forma
automática, os cálculos de Fator de Impacto e Índice h dos programas de pós-
114
graduação nesta pesquisa foram feitos manualmente. Sabe-se que há uma imensa
quantidade de programas de pós-graduação no Brasil e que o cálculo manual seria
impraticável. Por outro lado, acredita-se que já há tecnologias suficientes que podem
utilizar os dados coletados e realizar de forma automática o cálculo desses índices,
como também o auxílio do DOI, que otimizaria a recuperação dos artigos, facilitando
a obtenção dos dados relativos às citações recebidas, tanto no triênio da publicação
como nos triênios seguintes.Para isso, sugere-se também a criação de um banco de
dados, que possa viabilizar o cálculo desses indicadores.
Quanto à colaboração científica, os resultados obtidos demonstraram que,
em nível nacional, os três programas de pós-graduação fazem coautoria com as
principais instituições de pesquisa da área, como EMBRAPA e APTA, bem como
com pesquisadores de praticamente todas as regiões do país. Em âmbito
internacional, os programas desenvolvem pesquisa em cooperação, principalmente
com países europeus e da América, publicando em coautoria com os principais
países produtores de pesquisa nesta área, como EUA, Reino Unido, Austrália,
França, entre outros.
O isolamento do programa de pós-graduação da UFV em relação aos
programas de pós-graduação da USP e UNESP, percebido nas redes de
colaboração institucional (por não colaborar em coautoria com estas instituições), e
as colaborações somente com instituições de dois países (mas com grande
intensidade) ratificam as considerações de Lima, Velho e Faria (2007, p.107). Eles
afirmam que isso pode ocorrer em virtude da possível existência de um viés
institucional na pesquisa brasileira realizada nas áreas de Bioprospeção, Ciências
Agrárias e Veterinárias.
Quanto à correlação dos indicadores, observou-se que o Fator de Impacto
do periódico, ou seja, sua visibilidade pode influenciar no número de citações
(consequentemente no impacto). Como também há uma tendência, ainda que fraca,
que à medida que aumenta o número de países coautores (colaboração), mais
citações o artigo tende a receber. Esse fato já havia sido sinalizado por Glänzel
(2003), quando afirma em sua pesquisa que os trabalhos que possuem colaboração
internacional apresentam maior impacto e maior visibilidade.
A pesquisa também pôde identificar a relevância e importância de convênios
com instituições nacionais e internacionais, a realização de doutorados sanduíche
115
com universidades de outros países, participação em eventos, oferecimento de
cursos de capacitação para docentes, parcerias com empresas, manutenção do
relacionamento com egressos, visita de alunos estrangeiros, etc., para a composição
das colaborações científicas, bem como no impacto das pesquisas na pós-
graduação brasileira.
Ainda, com base nos resultados obtidos, considera-se que os indicadores de
citação e colaboração científica podem contribuir para uma maior completude da
avaliação dos programas de pós-graduação brasileiros.
Por outro lado, a fim de se obter resultados mais amplos quanto ao perfil de
impacto científico dos programas de excelência, sugere-se a extensão desta
pesquisa a um número maior de programas de pós-graduação, analisando também
cursos que obtiveram conceitos menores, para se obter uma visualização
comparativa entre o impacto e visibilidade dos programas de diferentes conceitos.
Finalizando, os dados apresentados nesta pesquisa evidenciam a
consolidação das pesquisas científicas dos programas, tanto em âmbito nacional
como internacional, expressa por meio da coautoria com os principais países na
área e com as principais instituições no país. Registre-se também o significativo
impacto dos artigos na comunidade científica, projetando a produção brasileira na
área e propulsando o Brasil como importante produtor do conhecimento em
Zootecnia.
116
REFERÊNCIAS
ALEXANDRE-BENAVENT, R. et al. Producción e impacto científico de las becas de investigación de la Sociedad Española de Cardiología y la Fundación Española Del Corazión (2000-2006). Valencia: CSIC, 2010.
ARAUJO, C. A. Bibliometria: evolução história e questões atuais. Em questão, v.12, n.1, p.11-32, jan./jun. 2006.
ARAÚJO, R. F.; ALVARENGA, L. A bibliometria na pesquisa científica da pós-graduação brasileira de 1987 a 2007. Encontros Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, v. 16, n. 31, p.51-70, 2011.
ARROYO-ALONSO, A. Estudio cientométrico de la colaboración científica em la Universidad Politécnica de Valencia, Espanha. Information Research, Lund, v.11, n.1, 2005. Disponível em: <http://InformationR.net/ir/11-1/paper245.html>. Acesso em: 10 fev. 2013.
BALANCIERI, R. et al. A análise de redes de colaboração científica sob as novas tecnologias da informação e comunicação: um estudo da Plataforma Lattes. Ciência da Informação, Brasília, v.34, n.1, p.64-77, 2005.
BALMANT, O.; SALDANA, P. Agrárias põem Brasil entre universidades tops. O Estado de São Paulo, São Paulo, 01 jun. 2013. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,agrarias-poem-brasil-entre-universidades-tops,1037835,0.htm>. Acesso em: 15 jun. 2013.
BORDONS, M.; FERNÁNDEZ, M. T.; GÓMEZ, I. Advantages and limitations in the use of impact factor measures for the assessment or research performance in peripheral country. Scientometrics, v.53, n.2, p.196-206, 2002.
BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: UNESP, 2004.
BRAUN, T., GLÄNZEL, W.; SCHUBERT, A.A Hirsch-type index for journals. Scientometrics, v.69, n.1, p.169-173, 2006.
BROADUS, R. N. Toward a definition of bibliometrics. Scientometrics, v.12, n.6, p.373-379, 1987.
BUFREM, L.; PRATES, Y. O saber científico registrado e as práticas de mensuração da informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 34, n. 2, p. 9-25, maio/ago. 2005.
BURKE, P. Uma história social do conhecimento: Gutenberg a Diderot. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
CALLON, M.; COURTIAL, J-P.; PENAN, H. In: LA SCIENTOMETRIE. Paris: Presses Universitaires de France, 1993. 126p. (Collection Que sais-je?, v.2727).
117
CAMPOS, J. N. B. Qualis periódicos: conceitos e práticas nas Engenharias I. RBPG, Brasília, v. 7, n. 14, p. 477-503, dez. 2010.
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. 2007. Disponível em: < http://www.capes.gov.br/>. Acesso em: 15 ago. 2012.
CASTANHA, R. C. G.; GRÁCIO, M. C. C. Indicadores de avaliação de programas de pós-graduação: um estudo comparativo na área de matemática. Em Questão, v.18, número especial, p.81-97, 2012.
COLE, J.; COLE, S. Measuring the quality of scientific research. In: _________. Social stratification in science. Chicago: The University of Chicago Press, c1973. cap. 2, p. 21-36.
COMBESSIE, Jean-Claude. O método em sociologia: o que é, como faz. São Paulo: Loyola, 2004.
COURTIAL, J. P. Introduction à lascientométrie: de labibliométrie à laveilletechnologique. Paris: Anthropos, 1990.
CRONIN, B. The hand of science:academic writing and rewards. Oxford: Scarecrow Press, 2005. 214p.
CRONIN, B.; MEHO, L.I. Receiving the French: a bibliometric snapshot of the impact of 'French Theory' on information studies. Journal of Information Science, v.35, n.4, p.398-413, 2009.
CSAJBÓK, E.et al. Hirsch-index for countries based on Essential Science Indicators data. Scientometrics, v.73, p.91–117, 2007.
DUTHEUIL, C. L’état de l’art de la bibliométrie et de la scientométrie em France et à l’étranger. Rapport pour Le compte Du SGDN, n.24, 1991.
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADODE SÃO PAULO - FAPESP. Análise da produção cientifica a partir de indicadores bibliométricos. 2005. p.1-44.Disponível em: http://www.fapesp.br/indicadores2004/volume1/cap05_vol1.pdf>. Acesso em: 12dez. 2012.
FERREIRA, A. B. H. Miniaurélio: o minidicionário da língua portuguesa. 7.ed. Curitiba: Positivo, 2008.
FERREIRA, W. M. (Org.). Zootecnia brasileira: quarenta anos de história e reflexões. Viçosa – MG: Dimensão & Arte, 2006.
GARFIELD, E.; SHER I. H. 1961 Science Citation Index. Philadelphia: Institute for Scientific Information, 1963. 2672 p.
GLÄNZEL, W. Bibliometrics as a research field: a course on theory and application of bibliometric indicators. [S.l.]: Coursehandouts, 2003.
________. National characteristics in international scientific co-authorship. Scientometrics, v.51, p.69-115, 2001.
118
GLÄNZEL, W.; MOED, H. F. Journal impact measures in bibliometric research. Scientometrics, v. 53, n.2, p.171-193, 2002.
GLÄNZEL, W.; SCHUBERT, A. Analysing scientific networks through co-autorship. In: MOED, H. F.; GLÄNZEL, W.; SCHMOCH, U. Handbook of quantitative science and technology research. Netherlands: kluwer Academic, 2004. p. 257-276.
GRÁCIO, M. C. C. A; OLIVEIRA, E. F. T. A inserção e o impacto internacional da pesquisa brasileira em “estudos métricos”: uma análise na base Scopus. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 13., 2012, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: [s.n]: 2012. Disponível em: <http://www.enancib2012.icict.fiocruz.br/>. Acesso em: 13 fev. 2013.
________. Produção e comunicação da informação em CT&I – GT7 da ANCIB: análise bibliométrica no período 2003/2009. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v.7, n.1, março 2011. p. 248–263.
GRUPO SCIMAGO. El índice h de Hirsch: su aplicación a algunos de los científicos españoles más destacados. El profesional de la información, v.15, n.4, p. 304-306, jul./ago. 2006.
GUIMARÃES, J. A. C. Perspectivas de ensino e pesquisa em organização do conhecimento em cursos de biblioteconomia do Mercosul: uma reflexão. In: ENCUENTRO DE EDIBCIC, 5., 2000, Granada. La formación de profesionales e investigadores de la información para la sociedad del conocimiento: actas... Granada: Universidad de Granada, Facultad de Biblioteconomía y Documentación, 2000. p. 206-216.
HIRSCH, J. E. An index to quantify an individual’s scientific research output.ArXiv:physics/0508025v5, Sep. 2005. Disponível em: <http://arxiv.org/abs/physics/0508025>. Acesso em: 25 jun. 2010.
HILÁRIO; C. M.; GRÁCIO, M. C. C. Colaboração científica na temática “redes sociais”: análise bibliométrica do ENANCIB no período 2009-2010. Revista EDICIC, v.1, n.4, p.363-375, out./dez. 2011. Disponível em: <http://www.edicic.org/revista/>. Acesso em: 10 fev. 2013.
HJÖRLAND, B. Fundamentals of Knowledge organization. Knowledge Organization, v.30, n.2, 2003.
________. Domain analysis in information science: eleven approaches – traditional as well as innovative. Journal of Documentation, London, v. 58, n. 4, p. 422- 462, 2002.
________. What is knowledge organization (KO)? Knowl.Org., v.35, n.2-3, 2008.
INGLESIAS, Juan E.; PECHARROMÁN, Carlos. Scaling the h-index for different scientific ISI fields. Scientometrics, v.73, n.3, p.303-320, 2007.
KATZ, J. S.; MARTIN, B. R. What is research collaboration? Research Policy, v.26, p.1-18, 1997.
119
KERR, E. S. Ketib: um processo de representação de informações para textos complexos. Dissertação (Mestrado Profissional em Ciência da Computação) – Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.
KULASEGARAH, J.; FENTON, J. E. Comparison of the h index with standard bibliometric indicators to rank influential otolaryngologists in Europe and NorthAmerica. European Archives of Otorhinolaryngology, v.267, p. Jun. 455-458, 2009.
LANDIM, R.Brasil já é o terceiro maior exportador agrícola do mundo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 06 mar. 2010. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/economia,brasil-ja-e-o-terceiro-maior-exportador-agricola-do-mundo,520500,0.htm>. Acesso em: 12 jan. 2011.
LARA, M. L. G. Termos e conceitos da área de comunicação e produção científica. In: POBLACIÓN, D. A.; WITTER, G. P.;SILVA, J. F. M. Comunicação & produção científica: contexto,indicadores e avaliação. São Paulo: Angellara, 2006. p.387-414.
LASCURAIN-SÁNCHEZ, M. L.; GARCÍA-ZORITA, J. C., SANZ-CASADO, Elías. Creación de un observatorio para evaluar la actividad científica del sistema universitario. EDICIC, v. 1, n. 4, p.1-15, 2011,
LEE, S.; BOZEMAN, B. The impact of research collaboration on scientific productivity. Social Studies of Science, New York, v.35, n.5, p.673-702, 2005.
LEITE, P.; MUGNAINI, R.; LETA, J. A new indicator international visibility: exploring Brazilian scientific community. Scientometrics, v.88, p.311-319, 2011.
LETA, J.; GLÄNZEL, W.; THIJS, B. Science in Brazil. Part 2: sectorial and institutional research profiles. Scientometrics, v.67, n.1, p.87–105, 2006.
LIBERAL, C. G.Indicadores de ciência e tecnologia: conceitos e elementos históricos. Ciência & Opinião, Curitiba, v. 2, n. 1/2, jan./dez. 2005.
LIMA, R. A.; VELHO, L. M. L. S.; FARIA, L. I. L. Bibliometria e “avaliação” da atividade científica: um estudo sobre o Índice h. Perspectivas em Ciência da Informação, v.17, n.3, p.3-17, 2012.
LLOYD, C.As estruturas da história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
LUUKKONEN, T.; PERSSON, O.; SIVERTSEN, G. Understanding patterns ofinternational scientific collaboration. Science, Technology & Human Values, Thousand Oaks, v. 17, n.1, p. 101-126, Winter 1992.
LYRA, T. M. P.; GUIMARÃES, J. A. Produção científica brasileira em comparação com o desempenho mundial em Ciências Agrárias. Revista Planejamento e Políticas Publicas – PPP-IPEA, n.30, jun./dez. 2007.
MACIAS-CHAPULA, C. A. O papel da informetria e da cienciometria e sua perspectiva nacional e internacional. Ciência da Informação, Brasília, v.27, n.2, p.134-40, maio/ago. 1998.
120
MAIA, M. F.; CAREGNATO, S. E. Co-autoria como indicador de redes de colaboração científica. Perspectivas em Ciência da Informação, v.13, n.2, p.18-31, maio/ago. 2008.
MATHEUS, R. F.; SILVA, A. B. O. Fundamentação básica para a análise de redes sociais: conceitos, metodologia e modelagem matemática. In: POBLACIÓN, D. A.; MUGANAINI, R.; RAMOS, L. M. S. V. C. Redes sociais e colaborativas em informação científica. São Paulo: Angellara, 2009.
MEADOWS, A. J. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.
MIRANDA, A.; BARRETO, A. A. Pesquisa em Ciência da Informação no Brasil: síntese e perspectiva. Revista de Biblioteconomia de Brasilia, v.23-24, n.3, p.277-92, 1999/2000. Número Especial.
MOED, H. F. The impact-factors debate: the ISI’s uses and limits. Nature, v.415, n.6873, p. 731-732, 2002.
MUELLER, S.A comunicação científica e o movimento de acesso livre ao conhecimento. Ciência da Informação, Brasília, DF, v.35, n.2, p.27-38, maio/ago. 2006.
MUGNAINI, R. Caminhos para adequação da avaliação da produção científica brasileira: impacto nacional versus internacional. 2006. 253f. Tese de doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universidade de São Paulo.
MUGNAINI, R.; CARVALHO, T.; CAMPANATTI-ORTIZ, H. Indicadores de produção científica: uma discussão conceitual. In: POBLACION, D. A.; WITTER, G. P.; MODESTO DA SILVA, J. F. Comunicação e produção científica: contexto, indicadores e avaliação. São Paulo: Angellara, 2006.
MUGNAINI, R.; PACKER, A. L.; MENEGHINI, R. Comparison of scientists of the Brazilian Academy of Sciences and of the National Academy of Sciences of the USA on the basis of the h-index. Brazilian Journal of Medical and Biological Research,v.41, n.4, p.258-262, abr. 2008.Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bjmbr/v41n4/6971.pdf >. Acesso em: 20 jan. 2013.
NARIN, F.; OLIVASTRO, D.; STEVENS, K. S. Bibliometrictheory, practice and problem. Evaluation Review, v.18, n.1, 1994.
NEWMAN, M. E. J. Coauthorship networks and patterns of scientific collaboration. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, Washington, v.101, sup. 1, p.5200-5205, Apr. 2004.
NORONHA, D. P.; KIYOTANI, N. M.; JUANES, I. A. S. Produção científica de docentes na área de comunicação. In: ENCONTRO NACIONAL DE CENTROS DE INFORMAÇÃO DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO, 16. 2002, Salvador. Anais_Salvador, 2002.
121
NORONHA, D. P.; MARICATO, J. M. Estudos métricos da informação: primeiras aproximações. Encontros Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, n. esp., 1º sem. 2008.
OKUBO, Y. Bibliometric Indicators and analysis of research systems: methods and examples. Paris: OECD, 1997, 69 p. (STI Working Papers, 1997/1).
OLIVEIRA, E. F T.; GRÁCIO, M. C. C. A produção científica em organização e representação do conhecimento no Brasil: uma análise bibliométrica do GT-2 da ANCIB. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA DA ANCIB, ENANCIB, 10., 2009, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ANCIB, 2009.
________. Indicadores bibliométricos em Ciência da Informação: análise dos pesquisadores mais produtivos no tema estudos métricos na base Scopus. Perspectivas em Ciência da Informação, v.16, n.4, p.16-28, out./dez. 2011.
PACKER, A.; MENEGHINI, R. Visibilidade da produção científica. In: POBLACION, Dinah Aguiar (org). Comunicação & produção científica: contexto, indicadores e avaliação. São Paulo: Angellara, 2006. p. 237-259.
PERSON, O.; GLÄNZEL, W.; DANNELL, R. Inflationary bibliometric values: the role of scientific collaboration and the need for relative indicators in evaluative studies. Scientometics, v.60, p.421–432, 2004.
PNPG 2011-2020. Plano Nacional de Pós-Graduação – PNPG 2011-2020. v.1. In: CAPES - COORDENAÇÃO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Brasília, DF: CAPES, 2010. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/plano-nacional-de-pos-graduacao/pnpg-2011-2020>. Acesso em: 18 jan. 2013.
PIERRO, B. Conhecimento ilhado: economias emergentes registram autocitação nacional excessiva e chamam atenção para os efeitos do isolamento. Pesquisa FAPESP,v.204, p.30-33, 2013.
PINTO, A. L.; MATIAS, M. Indicadores científicos e as universidades brasileiras. Inf. Inf., Londrina, v. 16 n. 3, p. 1– 18., jan./ jun. 2011.
POBLACION, D. A.; NORONHA, D. P. Produção da literatura “branca” e “cinzenta” pelos docentes/doutores dos programas de pós-graduação em ciência da informação no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v. 31, n. 2, p. 98-106, maio/ago.2002.
POBLACIÓN, D.A.; OLIVEIRA, M. Input e output: insumos para o desenvolvimento da pesquisa. In: POBLACION, D.A.; WITTER, G.P.; SILVA, J.F.M. (Orgs.). Comunicação e produção científica: contexto, indicadores e avaliação. 1.ed.São Paulo: Angellara, 2006. p.57-79.
PRICE, D. S. Little Science, Big Science. New York: Columbia Univ. Press, 1963.
PRITCHARD, A. Statistical bibliography or bibliometrics? Journal of Documentation, v.25, n.4,p.348-349, 1969.
122
ROSTAING, H. La bibliométrie et ses techniques. Tolouse: Sciences de la Société, 1996.
ROUSSEAU, R. Reflections on recent developments of the h-index and h-type indices. Collnet Journal of Scientometrics and Information Management, v.2, n.1, p.1-8, Jun.,2008.
SANCHES, O. M.Dicionário de orçamento, planejamento e áreas afins. 1. ed. Brasília: Prisma, 1997, 295p.
SANCHO, R. Indicadores bibliometricos utilizados en la evaluación de la ciencia y la tecnología: revisión bibliográfica. Rev. Esp. Doc. Cient., v.13, n.3-4, p.842-865, 1990.
SANTOS, C. M. dos. Tradições e contradições da pós-graduação no Brasil. Educ. Soc., Campinas, v. 24, n. 83, p. 627-641, ago. 2003.
SANTOS, R. N. M. Aspectos metodológicos da produção de indicadores em ciência e tecnologia. In: ENCONTRO NACIONAL DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 6., 2005, Salvador. Anais... Salvador: [s.n.], 2005. Disponível em: < http://www.cinform.ufba.br/vi_anais/>. Acesso em: 13 fev. 2013.
SCOPUS. About Scopus. 2012. Disponível em: <http://www.info.sciverse.com/scopus/about>. Acesso em: 10 set. 2012.
SENGUPTA, I. N. Bibliometrics, informetrics, scientometrics and librametrics: an overview. Libri, v. 42, n. 2, p. 75-98, abr./jun. 1992.
SILVA, E. L. Rede científica e a construção do conhecimento. Informação e Sociedade: estudos, João Pessoa, v.12, n.1, p.120-48, 2002.
SONNENWALD, D. H. Scientific collaboration. Annual Review of Information Science and Technology, New York, v.42, n.1, p.643-681, 2008.
SPAGNOLO, F.; SOUZA, V. C. O que mudar na avaliação da CAPES? R B P G, v. 1, n. 2, p. 8-34, nov. 2004
SPINAK, E. Dicionário enciclopédico de bibliometria, cienciometria e informetria. Caracas: UNESCO, 1996.
________. Indicadores cienciométricos. Ciência da Informação, v. 27, n. 2, p. 141-148, 1998.
STINSON, E. R.; LANCASTER, F. W. Synchronous versus diachronous methods in the measurement of obsolescence by citation studies. Journal of Information Science, v.13, p.65-74, 1987.
STREHL, L. O fator de impacto do ISI e a avaliação da produção científica: aspectos conceituais e metodológicos. Ciência da Informação, Brasília, v.34, n.1, p.19-27, jan./abr. 2005.
123
________. Relação entre algumas características de periódicos de física e seus fatores de impacto. 2003. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Informação)- Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2003.
TAGUE-SUTCLIFFE, J.An introduction to infometrics. Information Processing & Management. Oxford, v. 28, n. 1, p. 1-3, 1992.
TENNIS, J. T. Two Axes of Domains for Domain Analysis. Knowledge Organization, v.30, n.3-4, p.191-195, 2003.
________. Epistemology, theory and methodology in Knowledge Organization: toward a classification, metatheory, and research framework. Knowledge Organization, v. 35, n. 2-3, p. 160-182, 2008.
TODOROV, R.; GLÄNZEL, W. Journal citation measures: a concise review. Journal Information Science, Amsterdam, v. 14, p. 47-56, 1988.
VAN RAAN, A. F. J. Comparison of the Hirsch index with standard bibliometric indicators and with peer judgment for 147 chemistry research groups. Scientometrics, v.67, n.3, p.491-502, 2006.
VANZ, S. A. S.; STUMPF, I. R. C. Procedimentos e ferramentas aplicados aos estudos bibliométricos. Informação & Sociedade: Est., João Pessoa, v.20, n.2, p. 67-75, maio/ago. 2010.
VANZ, S. A. de S.; CAREGNATO, S. E. Estudos de citação: uma ferramenta para entender a comunicação científica. Em questão, Porto Alegre, v.9, n.2, p.295-307, jul./dez. 2003.
VELHO, L. M. L. S. Como medir a Ciência? Revista Brasileira de Tecnologia, Brasília, v. 16, n.1, p. 35-41, jan./fev. 1985.
________.Indicadores de C&T no Brasil: antecedentes e estratégia. Brasília: [s.n.], 1997. Documento foi produzido por solicitação da Secretaria de Acompanhamento e Avaliação do Ministério de Ciência e Tecnologia.
VESSURI, H. La Revista Cientifica Periférica: el caso de Acta Científica Venezolana. Interciencia, v.12, n.3, p.124-134, 1987.
VINKLER, P. Subfield problems in applying the Garfield (impact) factors in practice. Scientometrics, v.53, n.2, p.267-279, 2002.
WASSERMAN, S.; FAUST, K. Social network analysis: methods and applications. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.
ZIMAN, J. M. Conhecimento público. Belo Horizonte: Itatiaia, 1979.
124
ANEXOS
Anexo 1. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência
Animal e Zoologia (1996)
Fonte: SJR SCimago Journal & Country Rank
125
Anexo 2. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência
Animal e Zoologia (2010)
Fonte: SJR SCimago Journal & Country Rank
126
Anexo 3. Ranking de Produção Científica na Categoria Ciência
Animal e Zoologia (1996-2010)
Fonte: SJR SCimago Journal & Country Rank
127
Anexo 4. Planilha Comparativa de Avaliação Trienal CAPES na área
de Zootecnia / Recursos Pesqueiros (2007-2009)
Fonte: Portal Capes
129
Anexo 6. Visualização da quantidade de citações recebidas pelo
artigo recuperado.
Fonte: Base de Dados Scopus
130
Anexo 7. Recuperação do periódico para verificação do seu
impacto.
Fonte: SJR SCimago Journal & Country Rank
132
APÊNDICES
Apêndice A. Listagem dos artigos utilizados na pesquisa
Item Referência Instituição Citações Recebidas
01 CHIZZOTTI M. L. et al. Energy and protein requirements for growth and maintenance of F1 Nellore x Red Angus bulls, steers, and heifers. Journal of Animal Science, v.85, p. 197-1981, maio 2007.
UFV 5
02 CASTRO BULLE, F. C. P. et al. Growth, carcass quality, and protein and energy metabolism in beef cattle with different growth potentials and residual feed intakes. Journal of Animal Science, v.85, p. 928-936, maio 2007.
UFV 13
03 FONSECA, J.F. et al. Progesterone and behavioral features when estrous is induced in Alpine goats. Animal Reproduction Science, v.103, p.366–373, 2008.
UFV 5
04 GUIMARAES, S.E.F. et al. SNP discovery, expression and association analysis for the SDHD gene in pigs. J. Anim. Breed. Genet., v.124, p.246–253, 2007.
UFV 1
05 CHIZZOTTI, M. L.; TEDESCHI, L. O.; VALADARES FILHO, S. C. A meta-analysis of energy and protein requirements for maintenance and growth of Nellore cattle. Journal of Animal Science, v.86, p.1588–1597, mar. 2008.
UFV 6
06 GINTHER, O. J. et al. Induction of haemorrhagic anovulatory follicles in mares. Reproduction, Fertility and Development, v.20, p.947–954 2008.
UFV 7
07 GINTHER, O. J. et al. Effects of age on follicle and hormone dynamics during the oestrous cycle in mares. Reproduction, Fertility and Development, v.20, p.955–963, 2008.
UFV 8
08 CHIZZOTTI, F. H. M. et al. Effects of dietary non protein nitrogen on performance, digestibility, ruminal characteristics, and microbial efficiency in crossbred steers. Journal of Animal Science, v.86, p.1173-1181, fev. 2008.
UFV 2
09 AMORIM, E.A.M. et al. The hypoosmotic swelling test in fresh rabbit spermatozoa. Animal Reproduction Science,v.111,p.338–343, 2009.
UFV 4
10 GINTHER, O. J. et al. Follicle and systemic hormone interrelationships during spontaneous and ablation-inducedovulatory waves in mares. Animal Reproduction Science,v.106,p.181–187, 2008.
UFV 9
11 DETMANN, E. et al. Prediction of the energy value of cattle diets based on the chemical composition of the feeds under tropical conditions. Animal Feed Science and Technology v.143,p.127–147, 2008.
UFV 7
12 FONSECA, J.F. et al. Progesterone and behavioral features when estrous is induced in Alpine goats. Animal Reproduction Science, v.103,p.366–373, 2008.
UFV 5
13 SOLLERO, B.P. et al. Genetic diversity of Brazilian pig breeds evidenced by microsatellite markers. Livestock
UFV 3
133
Science, 2008.
14 PEREIRA, Dalton H. et al. Nutrient intake and digestibility and ruminal parameters in beef cattle fed diets containing Brachiaria brizantha silage and concentrate at different ratios. Animal Feed Science and Technology, v.140,p.52–66, 2008.
UFV 1
15 CHIZZOTTI, Mario Luiz. et al. Determination of creatinine excretion and evaluation of spot urine sampling in Holstein cattle. Livestock Science, v.113,p.218–225, 2008.
UFV 6
16 JACOB, JC. et al. Temporal relationships and repeatability of follicle diameters and hormone concentrations within individuals in mares. Reprod. Dom. Anim.,v.44, p.92–99, 2009.
UFV 11
17 SILVA, B.A.N. et al. Effect of floor cooling and dietary amino acids content on performance and behaviour of lactating primiparoussows during summer. Livestock Science,v.120p.25–34, 2009.
UFV 5
18 GINTHER, O. J. et al. Development of one vs multiple ovulatory follicles and associated systemichormone concentrations in mares. Reprod. Dom. Anim.,v.44, p.441–449, 2009.
UFV 3
19 JACOB, JC. et al. Follicle deviation in ovulatory follicular waves with one or two dominant follicles in mares. Reprod. Dom. Anim., v.44, p.248–254, 2009.
UFV 4
20 BREDA, F.C. et al. Genetic parameters estimation for milk yield of buffaloes Murrah breed using parametric functions. Journal of Animal Science, v. 87, p.205-205, 2009.
UFV 0
21 SILVA, B. A. N. et al. Effects of dietary protein concentration and amino acid supplementation on the feeding behavior of multiparouslactating sows in a tropical humid climate. Journal of Animal Science, v. 87, p.2104-2112, 2009.
UFV 5
22 SOUZA, C. A. Iberian origin of Brazilian local pig breeds based on Cytochrome b(MT-CYB) sequence. Animal Genetics, v.40, p.759–762, 2009.
UFV 3
23 SILVA, B. A. N. et al. Effects of dietary protein level and amino acid supplementation on performance of mixed-parity lactating sows in a tropical humid climate. Journal of Animal Science, v. 87, p.4003-4012, 2009.
UFV 1
24 JACOB, JC. et al. Follicle deviation in ovulatory follicular waves with one or two dominant follicles in mares. Reprod. Dom. Anim., v.44, 2009.
UFV 4
25 SIQUEIRA, J.B. et al. Immotile Short-Tail sperm defect in nelore (bos taurus indicus) breed bulls. Reprod. Dom. Anim., v.45, p.1122–1125, 2010.
UFV 0
26 JACOB, JC. et al. Temporal relationships and repeatability of follicle diameters and hormone concentrations within individuals in mares. Reprod. Dom. Anim., v.44, p.92–99, 2009.
UFV 11
27 CHIZZOTTI, Mario Luiz. et al. Net requirements of calcium, magnesium, sodium, phosphorus, and potassium for growth of Nellore × Red Angus bulls, steers, and heifers. Livestock Science, v.124, p.242–247, 2009.
UFV 1
134
28 SILVA, B.A.N. Effect of floor cooling and dietary amino acids content on performance and behaviour of lactating primiparoussows during summer. Livestock Science,v.120, p. 25–34, 2009.
UFV 5
29 PINA, D.S. et al. Influence of calcium oxide level and time of exposure to sugarcane on in vitro and in situ digestive kinetics. Animal Feed Science and Technology,v.153, p.101–112, 2009.
UFV 0
30 RAMOS, A.M. et al. Analysis of the mouse high-growth region in pigs. J. Anim. Breed. Genet.,v.126, p.404–412, 2009.
UFV 3
31 DETMANN, Edenio. et al. Parameterization of ruminal fibre degradation in low-quality tropical forageusing Michaelis–Menten kinetics. Livestock Science,v.126, p.136–146, 2009.
UFV 11
01 CALEGARE, L. et al. Energy requirements and cow/calf efficiency of Nellore and Continental and British Bos taurus × Nellore crosses. Journal of Animal Science, v. 85, p.2413–2422, 2007.
UNESP 4
02 FERNANDES, M. H. M. R. et al. Energy and protein requirements for maintenance and growth of Boer crossbred kids. Journal of Animal Science, v. 85, p.1014-1023, 2007.
UNESP 8
03 FORNI, S. et al. Analysis of beef cattle longitudinal data applying a nonlinear model. Journal of Animal Science, v. 85, p.3189-3197, 2007.
UNESP 6
04 ABIMORAD, E.G.; CARNEIRO, D.J. Digestibility and performance of pacu (Piaractus mesopotamicus) juveniles — fed diets containing different protein, lipid and carbohydrate levels. Aquaculture Nutrition,v.13, p.1–9, 2007.
UNESP 17
05 ABIMORAD, Eduardo Gianini; CARNEIRO, Dalton Jose; URBINATI, Elisabeth Criscuolo. Growth and metabolism of pacu (Piaractus mesopotamicus Holmberg 1887) juveniles fed diets containing different protein, lipid and carbohydrate levels. Aquaculture Research, v.38, p.36-44, 2007.
UNESP 12
06 ANDRADE, Jaqueline Inês Alves de et al. Influence of diets supplemented with vitamins C and Eon pirarucu (Arapaima gigas) blood parameters. Comparative Biochemistry and Physiology, Part A, v.146, p. 576–580, 2007.
UNESP 15
07 BARROS, L. S. S. et al. Potential microbiological contamination of effluents in poultry and swine abattoirs. Epidemiol. Infect.,v.135, p.505–518, 2007.
UNESP 5
08 BRUNO, L.D.G. Influence of early qualitative feed restriction and environmental temperature on long bone development of broiler chickens. Journal of Thermal Biology,v.32, p.349–354, 2007.
UNESP 3
09 KOZLOSKI, G.V. Intake and digestion by lambs fed a low-quality grass hay supplemented or not with urea, casein or cassava meal. Animal Feed Science and Technology, v.136,p.191–202, 2007.
UNESP 5
10 OLIVEIRA, Simone Gisele de. Effect of tannin levels in sorghum silage and concentrate supplementation on apparent digestibility and methane emission in beef cattle. Animal Feed Science and Technology, v.135 p.236–248,
UNESP 18
135
2007
11 RIBEIRO, Andréa R. Bueno et al. Effects of sire breed-grazing system and environmental parameters on the behaviour of beef calves just after birth. Applied Animal Behaviour Science, v.107, p.198–205, 2007.
UNESP 0
12 SILVA, A.M.A. Net and metabolizable protein requirements for bodyweight gain in hair and wool lambs. Small Ruminant Research, v.67, p.192–198, 2007.
UNESP 5
13 AMARAL, M Elisabete J. et al. A first generation whole genome RH map of the river buffalo with comparison to domestic cattle. BMC Genomics, v.9, n.631, 2008.
UNESP 19
14 BOLIGON, A. A. et al. Models for genetic evaluation of Nelore cattle mature body weight. Journal of Animal Science, v.86, p.2840-2844, 2008.
UNESP 4
15 BORGES, F.A. et al. Endectocide activity of a new long-action formulation containing2.25% ivermectin + 1.25% abamectin in cattle. Veterinary Parasitology, v.155 p. 299–307, 2008.
UNESP 18
16 ANDRADE, P. C. et al. Association of an insulin-like growth factor 1 gene microsatellite with phenotypic variation and estimated breeding values of growth traits in Canchim cattle. Animal Genetics, v.39, p.480–485, 2008.
UNESP 9
17 CALEGARE, L. et al. Cow/calf preweaning efficiency of Nellore and Bos taurus × Bos indicus crosses. Journal of Animal Science, v.87, p.740-747, 2009.
UNESP 3
18 OLIVEIRA, M.C.S. et al. Detection of Babesia bigemina in cattle of different genetic groups and in Rhipicephalus (Boophilus) microplus tick. Veterinary Parasitology,v.155, p.281–286, 2008.
UNESP 1
19 NEGRÃO, J. A.Hormone release and behavior during suckling and milking in Gir,Gir × Holstein, and Holstein cows. J. Anim. Sci.,v. 86 (Suppl. 1), p.21–26, 2008.
UNESP 1
20 BONILHA, S. F. M. Evaluation of carcass characteristics of Bos indicus and tropically adapted Bostaurus breeds selected for post-weaning weight. Journal of Animal Science, v.86, p.1770-1780, 2002.
UNESP 7
21 SKEWES, O. et al. Carcass and meat quality traits of wild boar (Sus scrofa s. L.) with 2n = 36karyotype compared to those of phenotypically similar crossbreeds (2n = 37and 2n = 38) raised under the same farming conditions Fatty acid profile and cholesterol. Meat Science,v.83, p.195–200, 2009.
UNESP 1
22 FERRAZ, André L.J. et al. Transcriptome architecture across tissues in the pig. BMC Genomics, v.9, n.173, 2008.
UNESP 10
23 ANDRADE, P. C. et al. Association of an insulin-like growth factor 1 gene microsatellite with phenotypic variation and estimated breeding values of growth traits in Canchim cattle. Animal Genetics, v.39, p.480–485, 2008.
UNESP 9
24 TAVIAN, A. F.Description of the semen of Red-winged Tinamous (Rhynchotus rufescens) treated with vitamin e and selenium. World's Poultry Science Journal, v. 64, n.2, p.598-598, 2008.
UNESP 0
136
25 COSTA, M.J.R. Paranhos da; SCHMIDEK, A.; TOLEDO, L.M. Mother–Offspring Interactions in Zebu Cattle. Reprod. Dom. Anim.,v.43 (Suppl. 2), p.213–216, 2008.
UNESP 2
26 ABIMORAD, E. G.; SQUASSONI, G. H.; CARNEIRO, D.J. Apparent digestibility of protein, energy, and amino acids in some selected feed ingredients for pacu Piaractus mesopotamicus. Aquaculture Nutrition, v.14, , p.374-380, 2008.
UNESP 6
27 FERNANDES, M.H.M.R. et al. Predicting the chemical composition of the body and the carcass of 3/4Boer× ¼ Saanen kids using body components. Small Ruminant Research,v.75, p.90–98, 2008.
UNESP 4
28 LIMA, L.D. et al. Effect of harvesting period on the nutritive value of rice grass (Echinochloa sp.) hay given as sole diet to lambs. Small Ruminant Research, v.75, p.217–225, 2008.
UNESP 0
29 OLIVEIRA, A.A.M.A. Phosphorus bioavailability in diets for growing horses. Livestock Science, v.116, p.90–95, 2008.
UNESP 1
30 CHIESA, A. P. Ruggia. et al. Age of regrowth as a factor affecting the nutritive value of hay of kikuyu grass (Pennisetum clandestinum) offered to lambs. Grass and Forage Science, v.63, p.193–201, 2008.
UNESP 2
31 NOFFS, M. D. et al. Dietary fish oil replacement with lard and soybean oil affects triacylglycerol and phospholipid muscle and liverdocosahexaenoic acid content but not in the brainand eyes of surubim juveniles Pseudoplatystoma sp.Fish Physiol. Biochem., v.35, p.399–412, 2009.
UNESP 2
32 URBINATI, Elisabeth Criscuolo et al. Larval performance of matrinxa˜, Brycon amazonicus (Spix & Agassiz 1829), after maternal triiodothyronine injection or egg immersion. Aquaculture Research, v.39, p.1355-1359, 2008.
UNESP 1
33 FAGUNDES, Michele; URBINATI, Elisabeth Criscuolo. Stress in pintado (Pseudoplatystoma corruscans) during farming procedures. Aquaculture,v.276, p.112–119, 2008.
UNESP 6
34 YOKOO, M.J. et al. Genetic and environmental factors affecting ultrasound measures of longissimus muscle area and backfat thickness in Nelore cattle. Livestock Science,v.117,p.147–154, 2008.
UNESP 10
35 JOMORI, Rosângela Kiyoko et al. Stable carbon (d13C) and nitrogen (d15N) isotopes asnatural indicators of live and dry food in Piaractusmesopotamicus (Holmberg, 1887) larval tissue. Aquaculture Research, v.39, p.370-381, 2008.
UNESP 12
36 GBANGBOCHE, A. B. et al. Comparison of non-linear growth models to describe the growth curve in West African Dwarf sheep. Animal, v.2, n.7, p.1003–1012, 2008.
UNESP 2
37 BIGNARDI, A. B. et al. Parametric correlation functions to model the structure of permanent environmental (co)variances in milk yield random regression models. J. Dairy Sci., v.92, p.4634–4640, 2009.
UNESP 1
38 LOPES, Welber Daniel Zanetti et al. Anthelmintic efficacy of oral trichlorf on solution against ivermectin resistant nematode strains in cattle. Veterinary Parasitology,v.166, p.98–102, 2009.
UNESP 4
137
39 SHIOTSUKI, L. et al. Genetic associations of sexual precocity with growth traits and visual scores of conformation, finishing, and muscling in Nelore cattle. Journal of Animal Science, v.87, p.1591-1597, 2009.
UNESP 3
40 CALEGARE, L. et al. Preweaning performance and body composition of calves from straight red Nellore and Bos taurus × Nellore crosses. Journal of Animal Science, v.87, p.1814-1820, 2009.
UNESP 3
41 OLIVEIRA, M.C.S. et al. Gastrointestinal nematode infection in beef cattle of different genetic groups in Brazil. Veterinary Parasitology, v.166, p.249–254, 2009.
UNESP 7
42 FORNI, S. et al. Comparison of different nonlinear functions to describe Nelore cattle growth. Journal of Animal Science, v.87, p.496-506, 2009.
UNESP 3
43 SANTOS, T.R. Prevalence of anti-Toxoplasma gondii antibodies in dairy cattle, dogs, and humans from the Jauru micro-region, Mato Grosso state, Brazil. Veterinary Parasitology,v.161, p.324–326, 2009.
UNESP 17
44 CALEGARE, L. et al. Cow/calf preweaning efficiency of Nellore and Bos taurus × Bos indicus crosses. Journal of Animal Science, v.87, p.740-747, 2009.
UNESP 3
45 MOCHI, Dinalva Alves. Susceptibility of adult and larval stages of the horn fly, Haematobiairritans, to the entomopathogenic fungus Metarhizium anisopliaeunder field conditions. Veterinary Parasitology,v.166, p.136–143, 2009.
UNESP 0
46 LOPES, W.D.Z. et al. Semen variables of sheep (Ovis aries) experimentallyinfected with Toxoplasma gondii. Animal Reproduction Science,v.111, p.312–319, 2009.
UNESP 5
47 ABIMORAD, E. G. et al. Dietary digestible lysine requirement and essentialamino acid to lysine ratio for Piaractus mesopotamicus. Aquaculture Nutrition, v.16, p.370–377, 2009.
UNESP 1
48 ABIMORAD, Eduardo Gianini et al. Dietary supplementation of lysine and/or methionine on performance, nitrogenretention and excretion in pacu Piaractus mesopotamicus reared in cages. Aquaculture,v.295,p.266–270, 2009.
UNESP 3
49 OLIVEIRA, Simone Gisele de. et al. Fermentative characteristics and aerobic stability of sorghum silages containing different tannin levels. Animal Feed Science and Technology,v.154,p.1–8, 2009.
UNESP 2
50 COLEONE, A.C. et al. Role of brain nitric oxide in the thermoregulation of broiler chicks. Comparative Biochemistry and Physiology, Part A, v.154,p.204–210, 2009.
UNESP 2
51 BIGNARDI, Annaiza Braga et al. Random regression models to estimate test-day milk yield genetic parameters Holstein cows in Southeastern Brazil. Livestock Science, v.123, p.1–7, 2009.
UNESP 5
52 MAI, Mônica Giacometti et al. Co-feeding of live feed and inert diet from first-feeding affects Artemia lipid digestibility and retention in Senegalese sole (Solea senegalensis)
UNESP 3
138
larvae. Aquaculture,v.296, p.284–291, 2009.
53 BARREIRO, F. R. et al. Densitometric and biochemical values of broiler tibias at different ages. Poultry Science,v.88,p.2644–2648, 2009.
UNESP 3
54 BRESCIANI, K. D. S. et al. Transplacental transmission of Toxoplasma gondii in reinfected pregnant female canines. Parasitol. Res.v.104, p.213–1217, 2009.
UNESP 3
55 CARCIOFI, Aulus Cavalieri et al. Comparison of micronized whole soybeans to common protein sources in dry dog and cat diets. Animal Feed Science and Technology, v.151, p. 251–260, 2009.
UNESP 3
56 HONORATO, C. A. et al. Effects of processing on physical characteristics of diets with distinct levels of carbohydrates and lipids: the outcomes on the growth of pacu (Piaractus mesopotamicus). Aquaculture Nutrition, v.122, v.16, p.91-99, 2010.
UNESP 1
57 SÁ FILHO, M.F. et al. Effect of recombinant bovine somatotropin (bST) on follicular population and on in vitro buffalo embryo production. Animal Reproduction Science, v.113, p.51–59, 2009.
UNESP 2
01 BRICARELLO, P.A. et al. Field study on nematode resistance in Nelore-breed cattle. Veterinary Parasitology, v.148, p.272–278, 2007.
USP 13
02 CALEGARE, L. et al. Energy requirements and cow/calf efficiency of Nellore and Continentaland British Bos taurus × Nellore crosses. Journal of Animal Science, v. 85, p.2413–2422, 2007.
USP 4
03 COUTINHO, Luiz L. et al. Discovery and profiling of bovine microRNAs from immune-related and embryonic issues. Physiol. Genomics, v.29, p.35-43, 2007.
USP 32
04 GASPARIN, G. et al. Mapping of quantitative trait loci controlling tick [Riphicephalus (Boophilus) microplus] resistance on bovine chromosomes 5, 7and 14. Animal Genetics, v.38, p.453–459, 2007.
USP 12
05 HAYASHI, Amanda Aparecida et al. Conjugated linoleic acid (CLA) effects on pups growth, milk composition and lipogenic enzymes in lactating rats. Journal of Dairy Research, v.74, p.160–166, 2007.
USP 9
06 PALMEIRA, Francesca B.L. et al. Cattle depredation by puma (Puma concolor) and jaguar (Panthera onca) in central-western Brazil. Biological Conservation, v.141, p.118–125, 2008.
USP 14
07 JORGE, E.C. et al. Contributions and perspectives of chicken genomics in Brazil: from biological model to export commodity. World’s Poultry Science Journal, v. 63, dez. 2007
USP 2
08 YE, Xianghai et al. Associations of myostatin genepolymorphisms with performance and mortality traits in broiler chickens. Genet. Sel. Evol., v.39,p.73–89, 2007.
USP 8
09 TAGARI, H. et al. Mammary Uptake, Portal-Drained Visceral Flux, and Hepatic Metabolismof Free and Peptide-Bound Amino Acids in Cows Fed Steam-Flakedor Dry-Rolled
USP 3
139
Sorghum Grain Diets. J. Dairy Sci.,v.91, p.679–697, 2008.
10 ARAUJO, R. C. et al. Milk yield, milk composition, eating behavior, and lamb performance of ewes fed diets containing soybean hulls replacing coastcross (Cynodon species) hay. Journal of Animal Science, v. 86, p.3511-3521, 2008.
USP 9
11 BRICARELLO, P.A. et al. Immunological responses and cytokine gene expression analysisto Cooperia punctata infections in resistant and susceptible Nelore cattle. Veterinary Parasitology,v.155,p.95–103, 2008.
USP 8
12 CALEGARE, L. et al. Cow/calf preweaning efficiency of Nellore and Bos taurus × Bos indicus crosses. Journal of Animal Science, v. 87, p.740-747, 2009.
USP 3
13 BONILHA, S. F. M. et al. Evaluation of carcass characteristics of Bos indicus and tropically adapted Bos taurus breeds selected for postweaning weight. Journal of Animal Science, v. 86, p.1770-1780, 2008.
USP 7
14 GOULART, R. C. D. et al. Cattle Grazing Distribution and Efficacy of Strategic Mineral Mix Placement in Tropical Brazilian Pastures. Rangeland Ecology & Management, v.61, p. 656-660, nov. 2008.
USP 1
15 SAMPAIO-OLIVEIRA, A. M. B. M.; CYRINO, J.E.P. Digestibility of plant protein-based diets by largemouth bass Micropterus salmoides. Aquaculture Nutrition, v.14, p.318–323, 2008.
USP 2
16 SILVA, Saulo da Luz e et al. Fatty acid composition of intramuscular fat from Nellore steers fed dry or high moisture corn and calcium salts of fatty acids. Livestock Science, v. 122, n. 2-3, p. 290-295, jun. 2009
USP 1
17 GAMA, M.A.S. et al. Diet-induced milk fat depression: Association with changes in milk fatty acid composition and fluidity of milk fat. Livestock Science,v.115, p.319–331, 2008.
USP 9
18 A.C.B. OLIVEIRA et al. Determination of apparent digestibility coefficient in fish by stable carbon isotopes. Aquaculture Nutrition,v.14, p.10–13, 2008.
USP 1
19 BORGUESI, R. et al. Apparent digestibility coefficient of protein and aminoacids of acid, biological and enzymatic silage for Nile tilapia Oreochromis niloticus. Aquaculture Nutrition, v.14, p.242–248, 2008.
USP 1
20 CALEGARE, L. et al. Cow/calf preweaning efficiency of Nellore and Bos taurus × Bos indicus crosses. Journal of Animal Science, v. 87, p.740-747, 2009.
USP 4
21 CALEGARE, L. et al. Preweaning performance and body composition of calves from straight red Nellore and Bos taurus × Nellore crosses. Journal of Animal Science, v. 87, p.1814-1820, 2009.
USP 3
22 CAMPOS, R. L. R. et al. Quantitative trait loci associated with fatness in a broiler–layer cross. Animal Genetics, v.40, p.729–736, 2009.
USP 11
23 BIGNARDI, A. B. et al. Parametric correlation functions to model the structure of permanent environmental (co)variances in milk yield random regression models. J.
USP 1
140
Dairy Sci.,v.92,p.4634–4640, 2009.
24 MARI, L.J. et al. An evaluation of the effectiveness of Lactobacillus buchneri 40788 to alter fermentation and improve the aerobic stability of corn silage in farm silos. Journal of Dairy Science, v.92, n.3, p. 1174–1176, mar. 2009.
USP 11
25 AMARANTE, A.F.T. et al. Resistance of Santa Ines and crossbred ewes to naturally acquired gastrointestinal nematode infections. Veterinary Parasitology,v.165,p.273–280, 2009.
USP 12
26 McDANELD, Tara G. et al. MicroRNA transcriptome profiles during swine skeletal muscle development. BMC Genomics,v.10, n.77, 2009.
USP 29
27 AMBO, M. et al. Quantitative trait loci for performance traits in a broiler layer cross. Animal Genetics, v.40, p.200–208
USP 8
28 RODRIGUES, A. C. O. et al. Evaluation of an on-farm test to estimate somatic cell count. J. Dairy Sci.,v.92, p.990–995, 2009.
USP 2
29 RODRIGUES, A. P. O. et al. Intestinal morphology and histology of the striped catfish. Aquaculture Nutrition, v.15, p.559-563, 2009.
USP 2
30 BIGNARDI, Annaiza Bragaet al. Random regression models to estimate test-day milk yield genetic parameters Holstein cows in Southeastern Brazil. Livestock Science, v.123,p.1–7, 2009.
USP 5
31 MELO, C. M. R. de. et al. Genetic parameters for test day milk yields of first lactationHolstein cows by random regression models. Animal,v.1, p.325–334, 2007.
USP 3
32 ARAUJO, R.C. et al. Postpartum ovarian activity of Santa Inês lactating ewes fed diets containing soybean hulls as a replacement for coastcross (Cynodon sp.) hay. Small Ruminant Research, v.81,p.126–13, 2009.
USP 2
33 SILVA, Saulo da Luz e et al. Fatty acid composition of intramuscular fat from Nellore steers fed dry or high moisture corn and calcium salts of fatty acids. Livestock Science,v.122,p.290–295, 2009.
USP 1
34 LEMAIRE, G. et al. Interactions between leaf lifespan and defoliation frequency in temperate and tropical pastures: are view. Grass and Forage Science, v.64, p.341–353, 2009.
USP 8
35 BORGUESI, R. et al. Apparent digestibility coefficients of selected feed ingredients for dourado Salminus brasilienesis. Aquaculture Nutrition, v.15, , p.453-458
USP 3
36 BICUDO, Álvaro José de Almeida; SADO,RicardoYuji; CYRINO, José Eurico Possebon. Growth and haematology of pacu, Piaractusmesopotamicus, fed diets with varying protein to energy ratio. Aquaculture Research, v.40, 486-495, 2009.
USP 1
37 BICUDO, Álvaro José de Almeida; SADO, RicardoYuji; CYRINO, José Eurico Possebon. Dietary lysine requirement of juvenile pacu Piaractusmesopotamicus (Holmberg, 1887). Aquaculture, v.297,p.151–156, 2009.
USP 3
143
Apêndice D. Entrevista com os coordenadores dos Programas de
Pós-Graduação em Zootecnia
Aplicou-se o modelo abaixo para cada um dos programas com seus respectivos
dados. Os dados abaixo, como exemplo, são do PPGZ da UFV.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Prezado Professor Dr. xxxxxxxx,
Sou aluno do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP),
Campus de Marília, e minha dissertação tem por objetivo analisar os indicadores de
citação e colaboração aplicados à produção científica dos programas da área de
Zootecnia, com conceito de excelência internacional (nota 7), no triênio 2007-2009, a
fim identificar o impacto, a visibilidade e a cooperação científica dos artigos
científicos produzidos, contribuindo para o aprimoramento da avaliação da pós-
graduação brasileira.
Neste momento, estou na fase de interpretação da estrutura colaborativa
presente nas redes de coautoria construídas, a partir dos artigos publicados em
periódicos Qualis A1 e A2 pelos programas, no triênio analisado. Segundo a
metodologia de Análise de Domínio, proposta por Hjørland (2002)8, é de grande
relevância para a pesquisa contar com a participação de especialistas na área em
estudo, por meio de entrevistas, a fim de contribuir para uma melhor compreensão
do domínio estudado.
Nesse sentido, gostaria de contar com a sua colaboração para a análise
qualitativa das relações de coautoria presentes no conjunto de publicações
8 HJØRLAND, B. Domain analysis in information science: eleven approaches-traditional as well as
innovative. Journal of Documentation, v.58, n.4, p. 422-462, 2002.
144
científicas Qualis A1 e A2, triênio 2007-2009, do seu Programa de Pós-Graduação
em Zootecnia, por meio de uma entrevista.
Outrossim, embora na entrevista apresente a metodologia utilizada para a
obtenção dos dados quantitativos provenientes da coleta da pesquisa, encaminho,
desde já, as colaborações em coautoria construídas, bem como o roteiro da
entrevista que será utilizada.
Aguardando sua resposta quanto à possibilidade da realização da entrevista e
das possíveis datas de agendamento, agradeço antecipadamente sua atenção e
colaboração.
Cordialmente,
Fábio Sampaio Rosas
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação.
Maria Cláudia Cabrini Grácio
Orientadora
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
145
Identificação:
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia: UFV
ENTREVISTA
As Tabelas 1, e 2 e a Figura 1 apresentam as colaborações em coautoria do
programa de pós-graduação em Zootecnia, geradas a partir dos artigos publicados
em periódicos Qualis A1 e A2, no triênio 2007-2009. A partir dessas considerações,
que contribuições podem ser realizadas:
Tabela 1.Colaboração em coautoria Institucional da UFV, artigos em periódicos
Qualis A1 e A2, triênio 2007-2009.
Instituição Número de Colaborações
Eutheria Foundation 08
University of Winsconsin 08
Texas A&M University 05
EMBRAPA 04
INRA 04
Iowa State University 03
Ajinomoto Eurolysine 02
UFPE 02
UnB 02
146
01 - O que o programa de pós-graduação tem de interesse em comumcom as suas
principais instituições colaboradoras?
02 - Qual a motivação das parcerias com estas instituições?
03 – Comentários adicionais sobre a rede presente na Tabela 1:
Figura 1. Estados com pesquisadores c
04 - O que o programa de pós
estados brasileiros com os quais o programa desenvolveu pesquisa em coautoria?
05 - Qual a motivação das parcerias com pesquisadores destes estados?
06– Comentários adicionais sobre a rede presente na Figura 1:
. Estados com pesquisadores coautores da produção da UFV.
O que o programa de pós-graduação tem de interesse em
estados brasileiros com os quais o programa desenvolveu pesquisa em coautoria?
Qual a motivação das parcerias com pesquisadores destes estados?
Comentários adicionais sobre a rede presente na Figura 1:
147
oautores da produção da UFV.
graduação tem de interesse em comum com os
estados brasileiros com os quais o programa desenvolveu pesquisa em coautoria?
Qual a motivação das parcerias com pesquisadores destes estados?