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Informativo STF

Brasília, 23 a 27 de junho de 2008 - Nº 512.  SUMÁRIO

Plenário

Efeito Suspensivo a RE: Base de Cálculo da CSLL e Repercussão Geral1ª TurmaComplementação de Precatório: Citação da Fazenda e Erro Material - 52ª TurmaRepercussão GeralClipping do DJInovações Legislativas 

Efeito Suspensivo a RE: Base de Cálculo da CSLL e Repercussão Geral

O Tribunal referendou decisão proferida pelo Min. Celso de Mello em ação cautelar, da qual relator,que deferira liminar para conceder efeito suspensivo a recurso extraordinário em que se discute a

constitucionalidade ou não da inclusão, na base de cálculo das Contribuições Sociais sobre o LucroLíquido - CSLL, das receitas oriundas das operações de exportação, tendo em conta o disposto noinciso I do § 2º do art. 149 da CF, incluído pela EC 33/2001 (“Art. 149. ... § 2º. As contribuiçõessociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o ‘caput’ deste artigo... I - nãoincidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;”). Salientou-se o reconhecimento daexistência da repercussão geral da matéria, no âmbito do RE 564413/SC (DJE de 14.12.2007), econsideraram-se precedentes da Corte no mesmo sentido da decisão submetida a referendo.Alguns precedentes citados: AC 1738 MC/SP (DJE de 19.10.2007); AC 1890 MC/SC (DJE de12.12.2007); AC 1891 MC/SC (DJE de 22.2.2008); AC 1951 MC/PR (DJE de 3.3.2008).AC 2073 QO/ES, rel. Min. Celso de Mello, 26.6.2008. (AC-2073)

Complementação de Precatório: Citação da Fazenda e Erro Material - 5

Em conclusão de julgamento, a Turma acolheu segundos embargos de declaração opostos, comefeitos modificativos, contra acórdão que mantivera decisão monocrática do Min. Carlos Britto que,em recurso extraordinário do qual relator, interposto pelo Estado de São Paulo, determinara aexpedição de novo precatório e de nova citação da Fazenda estadual — v. Informativo 461. Anteas premissas do acórdão do STJ, considerou-se que o recurso extraordinário não possuíacondições de ter seguimento, já que aquela Corte assentara certa moldura fática a revelar queteria havido a anterior citação da Fazenda Pública. Ademais, aduziu-se que, de qualquer modo,não houvera emissão de entendimento sequer à luz do § 4º do art. 100 da CF e que, se violênciaocorresse à Constituição, seria intermediada pelo descumprimento do art. 730 do CPC, reputada

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inocorrente, no caso. O Min. Carlos Britto reajustou seu voto.RE 402636 ED-ED/SP, rel. Min. Carlos Britto, 24.6.2008. (RE-402636)

R E P E R C U S S Ã O G E R A L

DJE de 27 de junho de 2008

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 576.967-PRRELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSAEMENTA: SALÁRIO-MATERNIDADE - INCLUSÃO NA BASE DE CÁCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIALPREVIDENCIÁRIA - ART. 28, § 2º, I da LEI 8.212/1991 - NOVA FONTE DE CUSTEIO DASEGURIDADE SOCIAL - VIOLAÇÃO DOS ARTS. 195, CAPUT E § 4º E 154, I DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL. 

C L I P P I N G D O DJ

27 de junho de 2008

RE N. 358.956-RJREL. P/ O ACÓRDÃO: MIN. GILMAR MENDESEMENTA: Recurso Extraordinário. 2. Decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiroque reconheceu a imunidade prevista no art. 155, § 2º, X, b, da Constituição Federal. 3.Incidência do ICMS sobre a operação de bombeamento e tancagem de combustível. 4. Nãocomprovação de venda do produto em outros Estados. 5. Não caracterização da operaçãotancagem como operação de destinação. 6. Afronta ao art. 155, § 2º, X, b, CF/88 por máaplicação. 7. Recurso extraordinário provido para denegar a segurança.* noticiado no Informativo 402

INOVAÇÕES LEGISLATIVAS

23 a 27 de junho de 2008

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - Contribuição para o Financiamento da SeguridadeSocial (COFINS) - Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI) -PIS/PASEP

Medida Provisória nº 436, de 27 de junho de 2008 – Altera as Leis nos 10.833, de 29 de dezembrode 2003, e 11.727, de 23 de junho de 2008, relativamente à incidência do Imposto sobre ProdutosIndustrializados - IPI, da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamentoda Seguridade Social - COFINS, incidentes no mercado interno e na importação, sobre produtosdos Capítulos 21 e 22 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI,aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006. Publicada no DOU de 27/6/2008,Seção 1, p. 2.

Informativo STF

Brasília, 16 a 20 de junho de 2008 - Nº 511.  SUMÁRIO

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Repercussão GeralIPI: Isenção ou Alíquota Zero e Compensação de Créditos - 1IPI: Isenção ou Alíquota Zero e Compensação de Créditos - 2IPI: Isenção ou Alíquota Zero e Compensação de Créditos - 3IPI: Isenção ou Alíquota Zero e Compensação de Créditos - 4IPI: Isenção ou Alíquota Zero e Compensação de Créditos - 5Art. 4º da LC 118/2005 e Reserva de Plenário

Repercussão Geral: Cláusula Constitucional da Reserva do Plenário - 3ICMS: Repasse aos Municípios e Incentivos Fiscais - 1ICMS: Repasse aos Municípios e Incentivos Fiscais - 2Clipping do DJ

IPI: Isenção ou Alíquota Zero e Compensação de Créditos - 1

O Tribunal iniciou julgamento de recurso extraordinário interposto pela União contra acórdão doTRF da 4ª Região em que se discute a possibilidade de o contribuinte creditar-se ou compensar-sedo IPI quando há incidência do tributo sobre os insumos ou matérias-primas utilizados naindustrialização de produtos isentos ou tributados com alíquota zero. Na espécie, o acórdãoimpugnado reconhecera o direito de a empresa recorrida compensar os créditos do IPI, atédezembro 1998, superando a limitação estabelecida no art. 174 do Decreto 2.637/98, com baseno princípio da não-cumulatividade, e ao fundamento de que, a partir de 1º.1.99, com o adventoda Lei 9.779/99, isso teria se tornado possível, mediante requerimento à Receita Federal. O Min.Ricardo Lewandowski, relator, negou provimento ao recurso. Salientou, inicialmente, estar-sediante de hipótese diversa da examinada anteriormente pela Corte (RE 370682/SC e RE353657/PR, j. em 25.6.2007), em que assentada a impossibilidade do creditamento do IPI nasoperações realizadas com insumos ou matérias-primas isentos ou tributados com alíquota zero.RE 562980/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2008. (RE-562980)

IPI: Isenção ou Alíquota Zero e Compensação de Créditos - 2

Teceu considerações a respeito da natureza jurídica do IPI e ressaltou que esse tributo é seletivoem função da essencialidade do produto e rege-se pelo princípio da não-cumulatividade que visa,em última análise, impedir que se repasse, ao consumidor, integralmente, a carga tributária

incidente em cada etapa necessária à fabricação do produto. Aduziu que esse princípio encontraexpressão no art. 153, § 3º, II, da CF e no art. 49 do Código Tributário Nacional - CTN, sendoabrigado também pelo art. 146, do Regulamento do IPI - RIPI (Decreto 2.637/98). Afirmou que,diversamente do que ocorre com o ICMS, não há previsão quanto a condição ou limite àcompensação do IPI pago nas operações antecedentes, não sendo a este aplicável a vedaçãoprevista no art. 155, § 2º, II, b, da CF, inserida pela EC 23/83. No ponto, asseverou que o fato denão ter sido essa vedação incorporada ao regime constitucional do IPI deveria ser interpretado nãocomo omissão do constituinte derivado, mas como “silêncio eloqüente” do legislador.RE 562980/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2008. (RE-562980)

IPI: Isenção ou Alíquota Zero e Compensação de Créditos - 3

Em seguida, afastou a alegação de ofensa ao art. 155, § 2º, da CF, haja vista não se tratar, nocaso, da outorga de subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito

presumido, anistia ou remissão, sem a correspondente autorização legislativa. Considerou estar-sea analisar se o dispositivo regulamentar impugnado impede ou não a realização do princípio danão-cumulatividade, ao que concluiu positivamente. Tal preceito violaria tanto a CF quanto o CTN,impedindo a concretização não só daquele princípio, mas também o da própria seletividade. Para orelator, o acórdão recorrido teria corretamente reputado inconstitucional o art. 174 do Decreto2.637/98 ao fundamento de que a vedação do creditamento, na hipótese, transformaria ocontribuinte de direito em contribuinte de fato, uma vez que os encargos fiscais do IPI dirigem-seunicamente ao consumidor, destinatário último da cadeia de produção, bem como tornaria o IPIum autêntico imposto direto e cumulativo em relação ao industrial, inviabilizando a concessão de

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isenções durante todo o processo.RE 562980/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2008. (RE-562980)

IPI: Isenção ou Alíquota Zero e Compensação de Créditos - 4

O relator assentou que o art. 11 da Lei 9.779/99 acabou por acolher o entendimentopredominante na doutrina e na jurisprudência no tocante à matéria em questão, ensejando o

aproveitamento dos créditos do IPI, mediante compensação com outros tributos devidos eadministrados pela Secretaria da Receita Federal, nos termos dos artigos 73 e 74 da Lei 9.430/96.Entendeu ser patente que o direito ao aproveitamento de créditos decorrentes de insumostributados, no caso de produtos isentos ou tributados à alíquota zero, não teria surgido apenascom a promulgação da Lei 9.779/99, já que derivado diretamente do princípio da não-cumulatividade, previsto na CF/88 e em Cartas anteriores, sendo inadmissível que lei ordinária ousimples regulamento pudessem obstaculizá-lo. Ressaltou que a retroação dos efeitos da Lei9.779/99 estaria implícita, porque esse diploma configuraria verdadeira “lei interpretativa”, vistonão criar direito novo, mas apenas explicitar as conseqüências advindas do princípio constitucionalda não-cumulatividade, revestindo-se, pois, de um caráter eminentemente declaratório (CTN, art.106, I). Rejeitou, de igual modo, a assertiva de que o contribuinte deveria ter comprovado quenão repassara o tributo, tendo em conta não se estar diante de restituição de indébito, não seaplicando à espécie o art. 166 do CTN, concluindo que, se sobre o produto final não incide o IPI,seria de se presumir nada ter sido repassado ao seu adquirente, invertendo-se, assim, o ônus daprova. Por fim, reportando-se ao que decidido no RE 282120/PR (DJU de 6.12.2002), acrescentouque, em casos como o presente, o Supremo estaria admitindo a correção monetária, tendo emconta que o contribuinte estaria sendo obrigado a recorrer ao Judiciário ante a resistência do Fiscoem permitir o creditamento de valores, fundado em norma inconstitucional e ilegal.RE 562980/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2008. (RE-562980)

IPI: Isenção ou Alíquota Zero e Compensação de Créditos - 5

Em divergência, o Min. Marco Aurélio deu provimento ao recurso para, reformando o acórdãorecorrido, limitar o creditamento, com as conseqüências próprias, ao período posterior à vigênciada Lei 9.779/99. Afirmou que, presente o princípio da não-cumulatividade, do qual só se poderiafalar quando houvesse a dupla incidência, sobreposição, o direito do contribuinte ao crédito, nocaso, somente teria surgido com a edição da Lei 9.779/99, a qual não implicaria mera explicitaçãode um direito. Após, pediu vista dos autos o Min. Eros Grau.RE 562980/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2008. (RE-562980)

Art. 4º da LC 118/2005 e Reserva de Plenário

Por vislumbrar ofensa ao princípio da reserva de Plenário (CF, art. 97), o Tribunal deu provimentoa recurso extraordinário, afetado ao Pleno pela 2ª Turma, interposto pela União contra acórdão doSTJ que, em sede de recurso especial no qual se discutia o termo inicial da contagem do prazoprescricional para as ações de restituição de indébito tributário, afastara a aplicação da 2ª partedo art. 4º da Lei Complementar 118/2005 (“...observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art.106, inciso I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.”) com baseem precedente de sua Primeira Seção — v. Informativo 473. RE provido para que a matéria sejadevolvida ao órgão fracionário do STJ, a fim de que seja observado o art. 97 da CF. Precedentescitados: RE 240096/RJ (DJU de 21.5.99); RE 544246/SE (DJU de 8.6.2007).

RE 482090/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 18.6.2008. (RE-482090)Repercussão Geral: Cláusula Constitucional da Reserva do Plenário - 3

O Tribunal aprovou o Enunciado da Súmula Vinculante 10 nestes termos: “Viola a cláusula dereserva de Plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora nãodeclare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afastasua incidência no todo ou em parte”. A edição do verbete ocorreu após o julgamento de recursoextraordinário interposto contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que, sem observância dacláusula de reserva de Plenário, afastara, em decisão de Turma, a incidência da Lei Complementar118/2005, segundo a qual o prazo para repetição do indébito tributário fluiria do recolhimento

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indevido do tributo, para reconhecer incidente o prazo de 5 anos para fins de repetição do indébitotributário, contado do termo final previsto no art. 105, § 4º, do CTN (tese dos 5 + 5) — v.Informativos 502 e 510.RE 580108 QO/SP, rel. Min. Ellen Gracie, 18.6.2008. (RE-580108)

ICMS: Repasse aos Municípios e Incentivos Fiscais - 1

O Tribunal negou provimento a recurso extraordinário interposto pelo Estado de Santa Catarinacontra acórdão do tribunal de justiça local que provera apelação do Município de Timbó, no qual sesustentava ser lícito ao Estado postergar o repasse da parcela do imposto a que se refere o art.158, IV, da CF (“vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobreoperações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporteinterestadual e intermunicipal e de comunicação.”), em virtude da concessão de incentivos fiscaisa particulares. Considerou-se, inicialmente, que, a fim de que a autonomia política conferida aosentes federados pela Constituição seja real, efetiva, e não virtual, é imprescindível que suaautonomia financeira seja preservada, não se permitindo, quanto à repartição de receitastributárias, condicionamento arbitrário por parte do ente responsável pelos repasses a que elestêm direito.RE 572762/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2008. (RE-572762)

ICMS: Repasse aos Municípios e Incentivos Fiscais - 2

No que respeita à titularidade dos impostos compartilhados, esclareceu-se que o tributo já nasce,por expressa determinação constitucional, com dois titulares no que tange ao produto de suaarrecadação, e que o fato de o Estado-membro possuir competência tributária em relação ao ICMSnão lhe confere superioridade hierárquica relativamente ao Município quanto à participação decada entidade no produto de arrecadação desse imposto. Afastou-se, ademais, a alegação de queo direito do Município estaria condicionado ao efetivo ingresso do tributo no erário estadual, hajavista que somente nesse momento é que passaria a existir como receita pública. Após salientarque receita pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas,condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo epositivo, concluiu-se que a parcela do ICMS prevista no art. 158, IV, da CF, embora arrecadadapelo Estado, integra de pleno direito o patrimônio do Município, não podendo o ente maior deladispor ao seu arbítrio, sob pena de grave ofensa ao pacto federativo, sanável mediante o empregodo instituto da intervenção federal (CF, art. 34, V, b). Por fim, entendeu-se que a lei em questãoainda viola o disposto no art. 155, § 2º, g, da CF. Precedentes citados: ADI 2405 MC/RS (DJU de17.2.2006); ADI 1179/SP (DJU de 19.12.2002); ADI 2376 MC/RJ (DJU de 4.5.2001); ADI 2377MC/MG (DJU de 7.11.2003).RE 572762/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2008. (RE-572762)

C L I P P I N G D O DJ

20 de junho de 2008 MED. CAUT. EM ADI N. 4.062-SCRELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSAEMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA CAUTELAR. LEI COMPLEMENTAR

ESTADUAL. INICIATIVA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUAL. EMENDA PARLAMENTAR. AUMENTODE DESPESA. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA.CAUTELAR DEFERIDA.A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que gera inconstitucionalidade formal aemenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa do Tribunal de Justiça Estadual que importaaumento de despesa. Precedentes. Medida cautelar deferida.* noticiado no Informativo 509

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 7.456-RSRELATOR: MIN. MENEZES DIREITO

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EMENTA: Conflito negativo de competência. Superior Tribunal de Justiça. Tribunal Superior doTrabalho. Contribuição sindical. Emenda Constitucional nº 45/04.1. A discussão relativa à legitimidade do sindicato para receber a contribuição sindical representamatéria funcional à atuação sindical, enquadrando-se, diante da nova redação dada pela EmendaConstitucional nº 45/04 ao artigo 114, III, da Constituição Federal, na competência da Justiça doTrabalho. Tratando-se de competência absoluta, em razão da matéria, produz efeitos imediatos, apartir da publicação da referida emenda, atingindo os processos em curso, incidindo o teor do

artigo 87 do Código de Processo Civil.2. Aplica-se, portanto, o posicionamento adotado no CC nº 7.204-1/MG, Pleno, Relator o MinistroCarlos Britto, DJ de 9/12/05, que definiu a existência de sentença de mérito na Justiça Comumestadual, proferida antes da vigência da EC nº 45/04, como o fator determinante para fixar acompetência da Justiça Comum, daí a razão pela qual mantém-se a competência do SuperiorTribunal de Justiça.3. Conflito conhecido para declarar competente o Superior Tribunal de Justiça.

 SÚMULAS VINCULANTES

Crédito tributário - Prescrição

Súmula vinculante nº 8 - São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº

1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência decrédito tributário. Publicada no DOU de 20/6/2008, Seção 1, p.1.

Informativo STF

Brasília, 9 a 13 de junho de 2008 - Nº 510.  

SUMÁRIO

PlenárioRepercussão Geral: Cláusula Constitucional da Reserva do Plenário - 2COFINS e Majoração de AlíquotaRepercussão Geral e Recursos AnterioresPrescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 1Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 2Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 3Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 4Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 5Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 6Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 7

Ação Civil Pública em Defesa da Ordem Tributária e Legitimidade do Ministério PúblicoITCD e Alíquotas ProgressivasClipping do DJ

REPERCUSSÃO GERAL

Repercussão Geral: Cláusula Constitucional da Reserva do Plenário - 2

Em conclusão, o Tribunal acolheu questão de ordem, suscitada pela Min. Ellen Gracie, para

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assentar procedimento próprio para análise da repercussão geral e implantação doscorrespondentes efeitos, relativamente às matérias com jurisprudência dominante na Corte, e paranegar a distribuição de recurso extraordinário interposto contra acórdão da 2ª Turma, do SuperiorTribunal de Justiça, que, sem observância da cláusula de reserva de Plenário, afastou, em decisãode Turma, a incidência da Lei Complementar 118/2005, segundo a qual o prazo para repetição doindébito tributário fluiria do recolhimento indevido do tributo, para reconhecer incidente o prazo de5 anos para fins de repetição do indébito tributário, contado do termo final previsto no art. 105, §

4º, do CTN (tese dos 5 + 5) — v. Informativo 502. QO resolvida no sentido de negar a distribuiçãodo RE, por envolver questão em que constatada a repercussão geral, bem como de todos osdemais recursos que versem essa mesma matéria, com devolução dos autos à origem, paraadoção do novo regime de julgamento, previsto no art. 543-B, do CPC. Vencido o Min. MarcoAurélio que rejeitava a questão de ordem, para assentar o não cabimento da devolução,salientando que a jurisprudência da Corte, quanto à matéria, sequer estaria pacificada medianteverbete de súmula.RE 582108 QO/SP, rel. Min. Ellen Gracie, 11.6.2008. (RE-582108)

COFINS e Majoração de Alíquota

O Tribunal acolheu questão de ordem, suscitada pela Min. Ellen Gracie em agravo de instrumento,do qual relatora, para reconhecer a existência de repercussão geral da matéria debatida emrecurso extraordinário interposto contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ªRegião que declarara a constitucionalidade do art. 8º da Lei 9.718/98, que elevou de dois paratrês por cento a alíquota da COFINS. Preliminarmente, reputando atendidos os pressupostos deadmissibilidade, deu-se provimento ao agravo, convertendo-o, de imediato, em recursoextraordinário, com base no art. 544, §§ 3º e 4º do CPC, uma vez que presentes, nos autos, todosos subsídios necessários ao exame da controvérsia, salientando que o agravante teria cumprido,na inicial do apelo extremo, a exigência processual da formal e expressa defesa da repercussãogeral da matéria. Entendeu-se, no mais, indiscutível a existência de repercussão geral do tema,diante da sua relevância econômica, social e jurídica, asseverando ser fato público e notório aexpectativa, por grande parcela do segmento empresarial brasileiro, de um claro e definitivopronunciamento da atual composição da Corte sobre o impasse quanto à alíquota a serconsiderada no cálculo da COFINS. Ademais, considerou-se que a noção de abrangência do temaestaria reforçada em face da recente afetação da controvérsia ao Plenário, pela 2ª Turma, no RE527602 AgR/SP (v. Informativo 486).AI 715423 QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 11.6.2008. (AI-715423)

Repercussão Geral e Recursos Anteriores

Em seguida, o Tribunal, por maioria, acolheu outra questão de ordem, suscitada pelo Min. GilmarMendes, Presidente, no sentido de assentar a aplicabilidade do regime previsto no art. 543-B doCPC e, em especial, nos seus §§ 1º e 3º, aos recursos extraordinários interpostos de acórdãospublicados anteriormente a 3.5.2008, e aos agravos de instrumento respectivos, ficando, quantoaos mesmos, afastada a incidência do disposto no § 2º do referido artigo que trata da negativa deprocessamento fundada em ausência de repercussão geral. Em conseqüência, ficariam autorizadosos tribunais, turmas recursais, e de uniformização, a adotar os procedimentos de sobrestamento,retratação e declaração de prejudicialidade de recursos extraordinários e de agravos deinstrumento correspondentes. Vencido o Min. Marco Aurélio que rejeitava a questão de ordem pornão aplicar o art. 543-B a recursos interpostos antes da regulamentação do instituto da

repercussão geral.AI 715423 QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 11.6.2008. (AI-715423)

Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 1

O Tribunal negou provimento a recursos extraordinários interpostos pela Fazenda Nacional contraacórdãos do Tribunal Regional Federal da 4ª Região para confirmar a proclamadainconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, daCF/88, e do parágrafo único do art. 5º do Decreto-lei 1.569/77, em face do § 1º do art. 18 daCF/67, com a redação dada pela EC 1/69 (Lei 8.212/91: “Art. 45. O direito da Seguridade Socialapurar e constituir seus créditos extingue-se após 10 (dez) anos contados:... Art. 46. O direito de

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cobrar os créditos da Seguridade Social, constituídos na forma do artigo anterior, prescreve em 10(dez) anos.”; DL 1.569/77: “Art. 5º Sem prejuízo da incidência da atualização monetária e dos

 juros de mora, bem como da exigência da prova de quitação para com a Fazenda Nacional, oMinistro da Fazenda poderá determinar a não inscrição como Dívida Ativa da União ou a sustaçãoda cobrança judicial dos débitos de comprovada inexeqüibilidade e de reduzido valor. Parágrafoúnico - A aplicação do disposto neste artigo suspende a prescrição dos créditos a que se refere.”).Atribuiu-se, à decisão, eficácia ex nunc apenas em relação aos recolhimentos efetuados antes de

11.6.2008 e não impugnados até a mesma data, seja pela via judicial, seja pela administrativa.Vencido, no ponto, o Min. Marco Aurélio, que votava contra a modulação, ressaltando a existênciade jurisprudência da Corte, desde 1992, no sentido da necessidade de lei complementar paradispor sobre a matéria em exame.RE 560626/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-560626)RE 556664/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-556664)RE 559882/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-559882)

Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 2

Ao salientar, inicialmente, que o Código Tributário Nacional - CTN (Lei 5.172/66), promulgadocomo lei ordinária, foi recebido, como lei complementar, tanto pela CF/67 quanto pela CF/88, asquais exigiram o uso de lei complementar para as normas gerais de Direito Tributário, afastou-se aalegação de que somente caberia à lei complementar a função de traçar diretrizes gerais quanto àprescrição e à decadência tributárias e que a fixação dos prazos prescricionais e decadenciaisdependeriam de lei da própria entidade tributante, já que seriam assuntos de peculiar interessedas pessoas políticas. Asseverou-se, no ponto, que a Constituição não definiu normas gerais deDireito Tributário, mas adotou expressão utilizada no próprio CTN, sendo razoável presumir que oconstituinte acolheu a disciplina do CTN, inclusive referindo-se expressamente à prescrição edecadência. Assim, a restrição do alcance da norma constitucional expressa defendida pelaFazenda Nacional fragilizaria a própria força normativa e concretizadora da Constituição, que, deforma clara, pretendeu a disciplina homogênea e estável da prescrição, da decadência, daobrigação e do crédito tributário.RE 560626/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-560626)RE 556664/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-556664)RE 559882/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-559882)

Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 3

Ressaltou-se, ainda, que, não obstante a doutrina não tivesse se desenvolvido muito no sentido dabusca da adequada definição para “normas gerais”, seria possível extrair, na interpretação dosdiversos dispositivos constitucionais que estabeleceram reserva de matéria à disciplina de leicomplementar, que a esta espécie legislativa foi dada a incumbência de fixar normas com âmbitode eficácia nacional e não apenas federal. Aduziu-se que não se justificaria, ao menos mediantelegislação ordinária, a criação de hipóteses de suspensão ou interrupção, nem o incremento ouredução de prazos, sob pena de se admitirem diferenciações em cada um dos Estados e Municípiose para cada espécie tributária, mesmo dentro de uma mesma esfera política, com evidenteprejuízo à vedação constitucional de tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem emsituação equivalente e à segurança jurídica.RE 560626/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-560626)RE 556664/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-556664)

RE 559882/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-559882)Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 4

Citou-se, em seguida, a jurisprudência dominante da Corte no sentido da exigência de leicomplementar para a disciplina dos institutos da prescrição e da decadência tributárias, inclusivequanto à definição de prazos e hipótese de suspensão da correspondente fluência e afirmou-senão haver mais dúvida de que as contribuições, mesmo as destinadas à Seguridade Social,possuem natureza tributária e se submetem ao regime jurídico-tributário. De igual modo, rejeitou-se o argumento de que as contribuições de Seguridade Social, por se sujeitarem ao disposto noart. 195 da CF, estariam excluídas da obrigatoriedade prevista no art. 146, III, b, da CF (“Art.

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146. Cabe à lei complementar:... III - estabelecer normas gerais em matéria de legislaçãotributária, especialmente sobre:... b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadênciatributários;”), haja vista que a norma matriz das diversas espécies de contribuição seria o art. 149da CF, que estabelece que as contribuições de Seguridade Social estão sujeitas, também, e nãoexclusivamente, às regras definidas no art. 195 da CF. Portanto, não haveria incompatibilidadeentre esses dispositivos, que seriam complementares e não excludentes.RE 560626/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-560626)

RE 556664/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-556664)RE 559882/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-559882)

Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 5

Considerou-se, ademais, que, se o texto do § 1º do art. 18 da CF/67 ensejava questionamentoacerca da função da lei complementar sobre normas gerais, a CF/88 teria eliminado qualquerpossibilidade de se acolher a teoria dicotômica, ao elencar, em incisos diferentes, normas gerais,conflitos de competência e limitações ao poder de tributar, e ao esclarecer que, dentre as normasgerais, a lei complementar teria de tratar especialmente de obrigação, crédito tributário,prescrição e decadência. Assim, se a Constituição Federal reservou à lei complementar a regulaçãoda prescrição e da decadência tributárias, julgando-as de forma expressa normas gerais de DireitoTributário, não haveria espaço para que a lei ordinária atuasse e disciplinasse a mesma matéria.Em razão disso, refutou-se a assertiva de que o CTN teria previsto a possibilidade de lei ordináriafixar prazo superior a 5 anos para a homologação, pelo fisco, do lançamento feito pelo contribuinte(CTN, art. 150, § 4º), pois, em razão de ser anterior à exigência de lei complementar para disporsobre normas gerias de Direito Tributário, evidentemente não poderia estabelecer que uma leicomplementar fosse necessária para definir prazo diverso à ação fiscal na constituição do crédito.Por isso, a interpretação que daí se seguiria é a de que a “lei” a que tal dispositivo legal se refereseria uma lei complementar.RE 560626/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-560626)RE 556664/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-556664)RE 559882/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-559882)

Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 6

Da mesma forma, repeliu-se a alegação de que a norma que estabelece as situações deinterrupção ou suspensão da prescrição na pendência do processo seria de natureza processual eque, por isso, não poderia ter sido reconhecida a prescrição, já que a matéria não estaria sob areserva da lei complementar. No ponto, foi dito que normas que dispõem sobre prescrição oudecadência sempre são de direito substantivo, as quais — quando fixam prazos decadenciais eprescricionais, seus critérios de fluência —, alcançam o próprio direito material debatido, seja paradefinir situações de extinção ou casos de inexigibilidade, sendo certo que, em Direito Tributário,ambos os institutos implicam a extinção de direitos para a Fazenda Pública. Ao frisar que asuspensão do curso do prazo prescricional, ainda que expressamente contemplada em leicomplementar, não poderia conduzir à imprescritibilidade do crédito fiscal, reputou-seimprocedente o argumento da recorrente de que, por estar impedida de perseguir seu crédito, quese enquadra dentre os de pequeno valor, a prescrição não poderia correr durante o período dearquivamento. Esclareceu-se que o princípio da economicidade não abrigaria esse efeito, pois, senão oportuna nem conveniente a busca do crédito pela Fazenda Pública em juízo, pela sua mínimasignificância ante o custo da cobrança, disso não decorreria a suspensão da fluência do prazo

prescricional, sob pena de se criar regra absolutamente contraditória frente aos créditos de maiorvalor. Essa situação sequer seria de suspensão da exigibilidade do crédito, porque não impediriaque a Fazenda Nacional utilizasse outras formas, menos onerosas, para obtenção do respectivopagamento. Assim, nada haveria de inconstitucional no arquivamento sem baixa dos autos, nessescasos, estando o vício no parágrafo que, invadindo o campo reservado à lei complementar, prevêhipótese de suspensão da prescrição e cria situação de imprescritibilidade, que também não possuifundamento constitucional.RE 560626/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-560626)RE 556664/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-556664)RE 559882/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-559882)

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Prescrição e Decadência Tributárias: Lei Complementar - 7

Com base na decisão acima, o Tribunal, por maioria, resolveu deliberar sobre a proposta deSúmula Vinculante acerca da matéria. Vencido, na questão, o Min. Marco Aurélio que entendia sernecessário, como regra, submeter o teor do verbete proposto à Comissão de Jurisprudência doTribunal para uma reflexão maior, a fim de se evitarem percalços, tendo em conta o que decidido.Após, o Tribunal aprovou o Enunciado da Súmula Vinculante 8 nestes termos: “São

inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei 1.569/77 e os artigos 45 e 46 daLei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Precedentes citados no

 julgamento dos recursos extraordinários: RE 138284/CE (DJU de 28.8.92); RE 396266/SC (DJU de27.2.2004); RE 456750/SC (DJU de 13.2.2007); RE 534856/PR (DJU de 22.3.2007); RE544361/RS (DJU de 11.6.2007); RE 548785/RS (DJU de 15.8.2007); RE 552824/PR (DJU de14.8.2007); RE 559991/SC (DJU de 29.8.2007); RE 560115/PR (DJU de 19.9.2007); RE537657/PR (DJU de 1º.8.2007); RE 552710/SC (DJU de 10.9.2007); RE 546046/PR (DJU de8.8.2007); RE 540704/RS (DJU de 8.8.2007); RE 106217/SP (DJU de 12.9.86).RE 560626/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-560626)RE 556664/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-556664)RE 559882/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 11 e 12.6.2008. (RE-559882)

Ação Civil Pública em Defesa da Ordem Tributária e Legitimidade do Ministério Público

O Tribunal, por maioria, acolheu questão de ordem, suscitada pelo Min. Ricardo Lewandowski emrecurso extraordinário do qual relator, para sobrestar as causas relativas ao Termo de Acordo deRegime Especial - TARE em curso no STJ e no TJDFT até o deslinde da matéria pelo Plenário doSTF, comunicando-se àquelas Cortes o teor da presente decisão. Inicialmente, o Tribunal assentouque os sobrestamentos podem ser determinados pelo relator, monocraticamente, com base no art.328 do RISTF, na redação dada pela Emenda Regimental 21/2007 (“Protocolado ou distribuídorecurso cuja questão for suscetível de reproduzir-se em múltiplos feitos, a Presidência do Tribunalou o(a) Relator(a), de ofício ou a requerimento da parte interessada, comunicará o fato aostribunais ou turmas de juizado especial, a fim de que observem o disposto no art. 543-B do Códigode Processo Civil, podendo pedir-lhes informações, que deverão ser prestadas em 5 (cinco) dias, esobrestar todas as demais causas com questão idêntica.”). Quanto ao mérito, entendeu-se haverrelação de prejudicialidade entre o que vier a ser decidido no presente recurso e os processos queversam sobre matéria idêntica em trâmite nas instâncias inferiores. Considerou-se, ademais, ofato de existirem mais de 700 feitos em curso e precedente da Corte no sentido da suspensãoprocessual em situação análoga (RE 556644 QO/RS, j. em 11.7.2007). Vencido o Min. MarcoAurélio que rejeitava a questão de ordem ao fundamento de que não se poderia, simplesmente,em processo subjetivo, afirmar que as partes que estão litigando na origem, sem serem ouvidas,ficariam com os processos dos quais participam sobrestados, não dando o Estado a seqüência queé própria à garantia de acesso ao Judiciário.RE 576155 QO/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 11.6.2008. (RE-576155)

ITCD e Alíquotas Progressivas

O Tribunal iniciou julgamento de recurso extraordinário interposto pelo Estado do Rio Grande doSul em que se discute a constitucionalidade do art. 18 da Lei 8.821/89, daquele Estado-membro,que prevê sistema progressivo de alíquotas para o imposto sobre a transmissão causa mortis edoação - ITCD. O Min. Ricardo Lewandowski, relator, desproveu o recurso por entender que,

apesar de consubstanciar instrumento para a obtenção de efeitos extrafiscais, a progressividade,no caso de impostos reais, em nosso ordenamento legal, só pode ser adotada se houver expressaprevisão constitucional, e desde que não se baseie, direta ou exclusivamente, na capacidadeeconômica do contribuinte. Asseverou, em suma, que a vedação da progressividade dos impostosde natureza real, constante do art. 145, § 1º, da CF, ao lado dos princípios da legalidade, dairretroatividade, da anterioridade, da isonomia e da proibição do confisco, configura garantiaconstitucional e direito individual do contribuinte, que não podem ser afastados por lei ordináriaestadual. Após, pediu vista dos autos o Min. Eros Grau.RE 562045/RS, rel.Min. Ricardo Lewandowski, 12.6.2008. (RE-562045)

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C L I P P I N G D O DJ

13 de junho de 2008

 Inq N. 2.591-SPRELATOR: MIN. MENEZES DIREITOEMENTA: Penal. Processo penal. Crime contra as finanças públicas. Crime de responsabilidade deprefeito. Programa RELUZ. Atipicidade da conduta. Precedentes da Corte. 1. O pedido dearquivamento formulado pelo Ministério Público, quando tem por fundamento a prescrição ou aatipicidade da conduta, não vincula o Magistrado. 2. A Lei nº 11.131/05 alterou a MedidaProvisória nº 2.185-31 para admitir que as operações de crédito relativas ao Programa RELUZ nãose submetam aos limites ordinários de refinanciamento das dívidas dos municípios. 3. A disposiçãolegal está a indicar que referidas operações são autorizadas por lei, afastando-se, assim, oelemento normativo do tipo “sem autorização legislativa” mencionado no caput do artigo 359 doCódigo Penal. 4. A previsão contida na Lei nº 11.131/05 autoriza descaracterizar qualquer violaçãoem torno dos incisos VIII, XVII e XX do artigo 1º da Lei de Responsabilidade Fiscal. 5. Inquéritoarquivado.

Informativo STF

Brasília, 2 a 6 de junho de 2008 - Nº 509.  SUMÁRIO

PlenárioEmenda Parlamentar e Aumento de Despesa 1ª TurmaQuadrilha e Crimes contra a Ordem Tributária: Autonomia - 4

Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos e Gratuidade - 3 

Emenda Parlamentar e Aumento de Despesa

O Tribunal deferiu pedido de medida liminar formulado em duas ações diretas ajuizadas peloProcurador-Geral da República para suspender a eficácia das expressões “e Tubarão” e “Tubarão”,contidas, respectivamente, no inciso I e no caput do art. 1º, da Lei Complementar 398/2007, e “eTubarão”, contida no inciso I do art. 1º da Lei Complementar 399/2007, ambas do Estado deSanta Catarina, resultantes de emenda parlamentar. A primeira norma impugnada transforma,cria e extingue cargos do Quadro da Magistratura e dos Serviços Auxiliares do Poder JudiciárioEstadual, e eleva para entrância especial a Comarca de Tubarão. A segunda trata sobre a elevaçãode Promotorias de Justiça e a reclassificação, criação e extinção de cargos na carreira do MinistérioPúblico do Estado de Santa Catarina, e também eleva a Comarca de Tubarão para entrânciaespecial. Considerou-se que os preceitos impugnados, em princípio, afrontam a jurisprudênciapacífica da Corte no sentido de serem cabíveis emendas parlamentares aos projetos de lei deiniciativa do Chefe do Poder Executivo, dos Tribunais, do Ministério Público, dentre outros, apenasquando não importarem aumento de despesa e quando tratarem de matéria que encontrapertinência com o objeto do projeto de lei.ADI 4062 MC/SC, rel. Min. Joaquim Barbosa, 4.6.2008. (ADI-4062)ADI 4075 MC/SC, rel. Min. Joaquim Barbosa, 4.6.2008. (ADI-4075)

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Quadrilha e Crimes contra a Ordem Tributária: Autonomia - 4

Em conclusão de julgamento, a Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus impetrado contra atodo STJ que denegara igual medida, em que se pretendia o trancamento de ação penal instauradacontra denunciados pela suposta prática de crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/90, art.1º, c/c o art. 12), em concurso formal impróprio e de forma continuada, bem como porinfringência do art. 288, do CP (“Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando,

para o fim de cometer crimes:...”) — v. Informativos 355, 358 e 476. Asseverou-se que, nessafase de simples recebimento da denúncia, poder-se-ia extrair dessa inicial fartura de detalhescaracterizadores do fumus comissi delicti, autorizador da persecução penal em relação ao delito dequadrilha. Salientou-se que a jurisprudência do STF admite excepcionalmente o trancamento daação penal por habeas corpus quando ausente qualquer situação de iliquidez ou de dúvida objetivaquanto aos fatos subjacentes à acusação penal, inocorrentes na espécie. Considerou-seimprocedente a assertiva de que inexistiria o elemento subjetivo do tipo do art. 288, do CP, tendoem conta que o fato de os pacientes estarem na gerência da empresa não impediria que, nessacondição, viessem a se associar para o fim de cometer crimes. Por fim, com base no entendimentoda Corte no sentido de que o crime de quadrilha ou bando, por ser delito autônomo e formal, seconsuma no momento em que se concretiza a convergência de vontades e independe darealização ulterior do fim visado, concluiu-se que a suspensão da ação penal pelo crime desonegação fiscal, decorrente da adesão a programa de recuperação fiscal, não implicaria falta de

 justa causa para acusação pelo crime de quadrilha. Vencido o Min. Cezar Peluso que deferia

parcialmente a ordem para determinar o trancamento da ação penal quanto à acusação deformação de quadrilha ou bando. O Min. Eros Grau retomou os fundamentos do seu votooriginário.HC 84223/RS, rel. Min. Eros Grau, 3.6.2008. (HC-84223)

Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos e Gratuidade - 3

Em continuação de julgamento, a Turma, por proposta do Min. Marco Aurélio, decidiu afetar aoPlenário exame de recurso ordinário em mandado de segurança no qual instituição beneficente deassistência social pretende, para gozar da imunidade prevista no art. 195, § 7º, da CF (“§ 7º - Sãoisentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência socialque atendam às exigências estabelecidas em lei.”), a renovação do seu certificado de entidade defins filantrópicos, pedido este indeferido pelo Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS,porquanto não comprovada a aplicação anual de, pelo menos, 20% da receita bruta em gratuidade— v. Informativo 418. Alega-se, na espécie, que o Decreto 752/93, ao determinar a aplicação doaludido percentual, possui natureza autônoma, haja vista a inexistência de lei que estabeleça talobrigatoriedade. Nesse sentido, aduz-se que a imunidade constitui limitação ao poder de tributar eque a expressão “em lei”, contida na parte final do citado § 7º, deve ser entendida como leicomplementar, em razão do que estabelece o art. 146, II, da CF (“Art. 146. Cabe à leicomplementar: ... II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;”). Assim, na faltade lei complementar específica disciplinando as condições a serem preenchidas pelas entidadesbeneficentes, devem incidir apenas os requisitos dispostos nos artigos 9º e 14 do CTN. Sustenta-se, também, ofensa à orientação adotada pelo STF no julgamento da ADI 2028 MC/DF (DJU de16.6.2000), em que suspensa a eficácia do art. 55, III, da Lei 8.212/91.RMS 24065/DF, rel. Min. Eros Grau, 3.6.2008. (RMS-24065)

R E P E R C U S S Ã O G E R A L

DJE de 6 de junho de 2008

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 569.056-PARELATOR: MIN. MENEZES DIREITOEMENTAProcesso Trabalhista. Competência para executar as contribuições previdenciárias decorrentes detodo o período laboral. Artigo 114, § 3º, da Constituição Federal.

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Informativo STF

Brasília, 26 a 30 de maio de 2008 - Nº 508.

SUMÁRIO

C L I P P I N G D O DJ

30 de maio de 2008

AG. REG. NA INTERVENÇÃO FEDERAL N. 3.352-RJRELATORA: MINISTRA PRESIDENTEINTERVENÇÃO FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL. DESCUMPRIMENTO DE LIMINAR PELO ESTADODO RIO DE JANEIRO. CUMPRIMENTO DO ATO OBJETO DA ORDEM JUDICIAL. PEDIDOPREJUDICADO.1. Ocorre a perda de objeto do pedido de intervenção federal quando há o cumprimento dadecisão judicial que lhe deu causa.2. Eventuais diferenças de valores, decorrentes do atraso na implementação da liminar concedidano mandado de segurança, devem ser buscadas na via apropriada.3. Agravo regimental improvido.

RE N. 179.893-SPRELATOR: MIN. MENEZES DIREITOEMENTAÁlbum de figurinha. Imunidade tributária. art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal. Precedentesda Suprema Corte.1. Os álbuns de figurinhas e os respectivos cromos adesivos estão alcançados pela imunidadetributária prevista no artigo 150, VI, “d”, da Constituição Federal.2. Recurso extraordinário desprovido.

RE N. 427.761-CERELATOR: MIN. MARCO AURÉLIODESAPROPRIAÇÃO - VERBA INDENIZATÓRIA - DECISÃO JUDICIAL. O cumprimento de decisão

 judicial na qual vencida entidade pública faz-se mediante precatório. Essa forma estácompreendida nas exceções versadas na cláusula final do inciso XXIV do artigo 5º da ConstituiçãoFederal.

Informativo STF

Brasília, 19 a 23 de maio de 2008 - Nº 507.

SUMÁRIO

PlenárioImunidade Tributária: Cemitério e Extensão de Entidade de Cunho ReligiosoImunidade Tributária: Cemitérios e Exploração Comercial - 1Imunidade Tributária: Cemitérios e Exploração Comercial - 2

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Imunidade Tributária: Cemitérios e Exploração Comercial - 3Imunidade Tributária: Cemitérios e Exploração Comercial - 41ª TurmaICMS: Redução da Base de Cálculo e Estorno de CréditoRegistro de Empresa: Apresentação de CND e Débito de SócioR E P E R C U S S Ã O G E R A L

Imunidade Tributária: Cemitérios e Extensões de Entidades de Cunho Religioso

O Tribunal deu provimento a recurso extraordinário interposto pela Sociedade da Igreja de SãoJorge e Cemitério Britânico contra acórdão da Câmara Cível Especializada do Tribunal de Justiça doEstado da Bahia que entendera que a imunidade tributária prevista no art. 150, VI, b, da CF nãose aplicaria aos cemitérios, porque estes não poderiam ser equiparados a templos de culto algum.Distinguindo a situação dos cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunhoreligioso da daqueles que são objeto de exploração comercial por empresas que alugam ouvendem jazigos, asseverou-se que apenas a primeira hipótese estaria abrangida pela aludidaimunidade tributária. Considerou-se que o cemitério analisado seria uma extensão da capeladestinada ao culto da religião anglicana, situada no mesmo imóvel, e que a recorrente seria umaentidade filantrópica sem fins lucrativos, titular do domínio útil desse imóvel, dedicada àpreservação da capela, do cemitério e dos jazigos, bem assim do culto da religião anglicana

professada nas suas instalações. Reportou-se ao que decidido no RE 325822/SP (DJU de14.5.2004), no sentido de que a imunidade do art. 150, VI, b, da CF contemplaria não apenas osprédios destinados ao culto, mas o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com asfinalidades essenciais das entidades mencionadas nesse preceito, e que a regra do seu § 4ºserviria de vetor interpretativo dos textos das alíneas b e c do seu inciso VI. Assim, tendo emconta tratar-se, na espécie, de mesmo imóvel, parcela do patrimônio da recorrente, entendeu-seque o cemitério seria alcançado pela garantia contemplada no art. 150, a qual seria desdobrada dodisposto nos artigos 5º, VI e 19, I, todos da CF. Aduziu-se, ao final, que a imunidade dos tributos,de que gozam os templos de qualquer culto, é projetada a partir da proteção aos locais de culto ea suas liturgias e da salvaguarda contra qualquer embaraço ao seu funcionamento. Daí, dainterpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo dos referidos artigos,concluiu-se que, no caso, o IPTU não incidiria.RE 578562/BA, rel. Min. Eros Grau, 21.5.2008. (RE-578562)

Imunidade Tributária: Cemitérios e Exploração Comercial - 1

O Tribunal iniciou julgamento de recurso extraordinário interposto contra acórdão do extintoPrimeiro Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo, que reputara válida a incidência do IPTUsobre imóvel, pertencente à recorrente, alugado a empresa que o explorava como cemitérioprivado. Sustenta-se que a propriedade imóvel em questão é imune, nos termos do art. 150, VI,b, da CF, e que a expressão “templos” deve ser interpretada de forma a abranger não apenas osedifícios destinados à celebração pública dos ritos religiosos, mas também os respectivos anexos,haja vista que em frente aos túmulos são prestadas homenagens e desenvolvidos ritos queconfiguram o culto previsto na norma constitucional. O Min. Joaquim Barbosa, relator, negouprovimento ao recurso, no que foi acompanhado pelos Ministros Cármen Lúcia, RicardoLewandowski, Cezar Peluso e Marco Aurélio. Ressaltando que a propriedade imóvel que sepretende imune pertenceria a uma pessoa natural e laica; teria sido alugada a uma empresaprivada sem qualquer vínculo com as finalidades institucionais típicas de entidade eclesiástica;bem como utilizada em atividade econômico-lucrativa cujo produto não seria destinado àmanutenção de atividades institucionais essenciais a qualquer entidade religiosa, entendeu nãoaplicável, à espécie, a orientação fixada pelo STF em vários precedentes e constante do Enunciadoda Súmula 724, no sentido de que não pode haver tributação de imóveis pertencentes a entidadesimunes, ainda quando alugadas a terceiros, sempre que a renda obtida seja empregada nasatividades essenciais dessas entidades.RE 544815/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 21.5.2008. (RE-544815)

Imunidade Tributária: Cemitérios e Exploração Comercial - 2

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O Min. Joaquim Barbosa rejeitou, em seguida, a alça da do terreno em exame à condição detemplo de qualquer culto. Ressaltou, no ponto, que a expressão “templo” abrangeria os anexos eoutras construções nos quais a entidade religiosa desempenhasse atividades essenciais àconsecução de seus objetivos institucionais, mas que não seria coerente, partindo dessa premissa,concluir que terrenos explorados comercialmente por entidades não eclesiásticas, para fins quenão são necessariamente próprios à expressão da crença, fossem considerados templos. Além

disso, ressaltou que a propriedade imóvel de que se trata seria destinada à prestação de serviçosfunerários e ao sepultamento, e sendo o serviço funerário atividade de interesse público,especificamente de saúde pública e de saneamento, não se trataria ontologicamente de questãode índole religiosa. Aduziu que, para reformar o acórdão recorrido, também seria necessárioreconhecer que a pessoa que explora o terreno se dedicasse inexoravelmente à prática de ritosreligiosos fúnebres, o que não estaria comprovado nos autos, sendo, ademais, lícito presumir quea execução de ritos religiosos não seria obrigatória, porque o cemitério não seria exclusivo aosepultamento de fiéis de uma ou outra religião. Afirmou, ademais, que o serviço funerário sesubmeteria à regra que o exclui da imunidade se desempenhado por particular em regime deconcessão ou delegação (CF, art. 150, §§ 2º, 3º e 4º), devendo, por isso, ser tributado o terrenoutilizado para tal atividade.RE 544815/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 21.5.2008. (RE-544815)

Imunidade Tributária: Cemitérios e Exploração Comercial - 3

O relator reputou, ainda, adequado prosseguir no exame da questão, trazendo ponderações sobrea racionalidade subjacente à construção do campo de imunidade aplicável aos templos de qualquerculto, a capacidade contributiva, a livre iniciativa e a livre concorrência. Disse que a imunidadetributária dos templos de qualquer culto se distanciaria das demais normas de imunizaçãotributária em função da postura constitucional imposta à atuação do Estado em relação à liberdadede culto. Para ele, a imunidade tributária dos templos de qualquer culto seria uma salvaguarda àneutralidade do Estado em relação à liberdade religiosa, servindo como mecanismo para impedirque a cobrança de impostos operasse como instrumento de pressão às confissões religiosas, epara desestimular o arrefecimento das atividades institucionais que lhe são peculiares. Dessaforma, a tributação de bens de terceiros aplicados com intuito econômico ou individual não trarianenhum risco à neutralidade do Estado em matéria de religião. Por outro lado, a não tributaçãoredundaria em chapada vantagem econômica ao particular que decidiu explorar economicamente oseu bem. Fugiria, portanto, à racionalidade extraída da Constituição o uso da imunidade tributáriacomo instrumento que viesse a beneficiar atividades desenvolvidas por entidades não eclesiásticasexercidas com inequívoco intuito lucrativo individual.RE 544815/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 21.5.2008. (RE-544815)

Imunidade Tributária: Cemitérios e Exploração Comercial - 4

Reportando-se ao voto-vista que proferira no julgamento do RE 451152/RJ (DJU de 27.4.2007), orelator concluiu que não estariam presentes, na hipótese, nenhum dos requisitos objetivos ousubjetivos necessários ao reconhecimento da imunidade tributária. Em suma, o terreno nãopertenceria a entidade eclesiástica, não seria utilizado por entidade eclesiástica, nem em atividadeinerente à atividade eclesiástica. Além disso, a tributação do terreno não traria qualquer risco àliberdade de culto, sendo que tanto a pessoa natural titular do domínio do terreno que o exploraeconomicamente, como a pessoa jurídica, que também o faz, mediante a comercialização de

 jazigos, demonstrariam capacidade contributiva e finalidade não religiosa. Por fim, a nãotributação implicaria, ainda, risco à livre concorrência, à livre iniciativa e à isonomia. Emdivergência, o Min. Carlos Britto deu provimento ao recurso, por entender, conjugando a regra deimunidade de templos de qualquer culto (art. 150, VI, b) com a do art. 5º, VI, que a Constituiçãoteria por objetivo favorecer, proteger o local de culto, caracterizador de uma liberdade individualque ela tem por inviolável. Ressaltou que esse local de culto valeria por si mesmo, nada tendo aver com a entidade que eventualmente o vitalizasse, inclusive economicamente. Assim, aConstituição, sem esperar pela lei, já teria consagrado a imunidade aos templos, ou seja, locais,espaços físicos, de qualquer culto, sendo esse pronome “qualquer” da maior abrangência material,institucional, possível, alcançando o cemitério, local de reverência, adoração e veneração depessoas queridas. Haveria, portanto, uma preponderância do religioso sobre o econômico. Após,

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pediu vista dos autos o Min. Celso de Mello.RE 544815/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 21.5.2008. (RE-544815)

ICMS: Redução da Base de Cálculo e Estorno de Crédito

Aplicando o precedente firmado no RE 174478/SP (DJU de 30.9.2005), no sentido de que aredução na base de cálculo configura isenção fiscal parcial que autoriza o estorno proporcional docrédito do ICMS, a Turma, por maioria, reformou acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de SãoPaulo. A Corte de origem rejeitara a possibilidade de estorno da parcela correspondente à reduçãoproporcional pela circunstância de não haver verificado, no caso, a ocorrência da hipótese previstano inciso IV do art. 41 da Lei estadual 6.374/89 (“Artigo 41 - O contribuinte deve proceder aoestorno do imposto de que se tenha creditado, sempre que o serviço tomado ou a mercadoriaentrada no estabelecimento: ... IV - venha a ser utilizada em fim alheio à atividade doestabelecimento;”), bem como pelo fato de a ora recorrente haver optado pela redução da base decálculo, o que afastaria o aproveitamento de quaisquer créditos. Considerou-se que, caracterizadaa isenção parcial, não seria razoável vedar-se o estorno proporcional com base nas exceçõespostas pelo acórdão impugnado, a tanto equivalendo malferir-se o princípio da não-cumulatividade. RE provido para autorizar o estorno proporcional. Vencido o Min. Marco Aurélioque negava provimento ao recurso por não reputar possível o estorno de parte do crédito,considerada a operação anterior com tributação normal.RE 205262/SP, rel. Min. Menezes Direito, 20.5.2008. (RE-205262)

Registro de Empresa: Apresentação de CND e Débito de Sócio

Transgride o que assegurado no art. 5º, XIII, da CF (“é livre o exercício de qualquer trabalho,ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;”) exigir que ossócios estejam em dia com o Fisco para poderem constituir sociedade. Com base nesseentendimento, a Turma, por maioria, proveu recurso extraordinário interposto por empresacontribuinte em face do Estado de Minas Gerais que impunha a apresentação de Certidão Negativade Débito - CND perante a fazenda dessa unidade da federação para o registro de empresa daqual sócio inadimplente, pessoa natural, faria parte. Reputou-se, no caso, abusiva a exigência dese condicionar a criação de empresa, com a participação de sócio devedor, à liquidação do débito.Assentou-se que essa conduta configuraria coação política e que eventual inadimplência com o

Fisco poderia ser cobrada por intermédio de sanções apropriadas. Vencido o Min. Menezes Direito,relator, que negava provimento ao recurso por considerar que essa exigência não ofenderia oaludido preceito constitucional.RE 207946/MG. rel. orig. Min. Menezes Direito, rel. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio,20.5.2008. (RE-207946)

R E P E R C U S S Ã O G E R A L

DJE de 23 de maio de 2008

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 565.886-PRRELATOR: MIN. MARCO AURÉLIOPIS E COFINS - IMPORTAÇÃO - LEI Nº 10.865/2004 - APLICAÇÃO NO TEMPO - BASE DE CÁLCULO

DOS TRIBUTOS - NATUREZA DA DISCIPLINA - LEI COMPLEMENTAR. Possui repercussão geralcontrovérsia sobre a aplicação da lei no tempo e a base de cálculo dos tributos considerada adisciplina mediante lei ordinária.

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 575.093-SPRELATOR: MIN. MARCO AURÉLIOCOFINS - SOCIEDADES CIVIS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - LEI Nº 9.430/96 - PROCESSOLEGISLATIVO - ISENÇÃO - DISCIPLINA MEDIANTE LEI ORDINÁRIA - RESERVA DE PLENÁRIO.Possui repercussão geral controvérsia sobre a observância do processo legislativo e do princípio da

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reserva de Plenário, considerada revogação de isenção por meio de lei ordinária.

Informativo STF

Brasília, 12 a 16 de maio de 2008 - Nº 506.

SUMÁRIO

PlenárioADC e ICMS na Base de Cálculo da COFINS e do PIS/PASEPMedida Provisória e Abertura de Crédito Extraordinário - 41ª TurmaImunidade Tributária: Art. 150, VI, d, da CF e Peças SobressalentesRepercussão GeralClipping do DJ 

ADC e ICMS na Base de Cálculo da COFINS e do PIS/PASEP

O Tribunal iniciou julgamento de ação declaratória de constitucionalidade proposta pelo Presidenteda República que tem por objeto o art. 3º, § 2º, I, da Lei 9.718/98 (“Art. 3º O faturamento a quese refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. ... § 2º Para fins dedeterminação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluem-se da receitabruta: I – as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobreProdutos Industrializados – IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadoriase sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação -ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição desubstituto tributário.”). Pretende-se, na espécie, com essa declaração, legitimar-se a inclusão, nabase de cálculo da COFINS e do PIS/PASEP, dos valores pagos a título de ICMS e repassados aosconsumidores no preço dos produtos e serviços, desde que não se trate de substituição tributária.Inicialmente, resolvendo a questão de ordem suscitada pelo Min. Marco Aurélio no sentido de seprosseguir com o julgamento do RE 240785/MG (v. Informativo 437), e não de se iniciar o daADC, tendo em conta o disposto no art. 138 do RISTF (“Preferirá aos demais, na sua classe, oprocesso, em mesa, cujo julgamento tenha sido iniciado.”), o Tribunal, por maioria, considerandoque o referido dispositivo regimental faz menção à preferência entre processos de mesma classe,deliberou pela precedência do julgamento da ADC. O Min. Celso de Mello, no ponto, ressaltou queo caráter objetivo do processo de fiscalização abstrata imporia e justificaria a precedência do

 julgamento da ADC em face de um processo de índole meramente subjetiva, sobretudo seconsiderada a natureza, a extensão e a vinculatividade da decisão que emerge dos processos decontrole normativo abstrato. Vencidos, no ponto, o suscitante e os Ministros Ricardo Lewandowskie Cezar Peluso, que o acompanhavam. Em seguida, o Min. Menezes Direito rejeitou a preliminarde não-conhecimento da ação, alegada ao fundamento de inconstitucionalidade supervenienteante a modificação substancial da redação original do art. 195, da CF, pela EC 20/98. O relatorentendeu não ter havido alteração substancial do parâmetro de controle de constitucionalidade, noque foi acompanhado pelos Ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, JoaquimBarbosa, Carlos Britto, Cezar Peluso e Ellen Gracie. Após, pediu vista dos autos o Min. MarcoAurélio.ADC 18 MC/DF, rel. Min. Menezes Direito, 14.5.2008. (ADC-18)

Medida Provisória e Abertura de Crédito Extraordinário - 4

Em conclusão, o Tribunal, por maioria, deferiu cautelar pleiteada em ação direta proposta peloPartido da Social Democracia Brasileira - PSDB para suspender a vigência da Medida Provisória405/2007, estendendo a decisão a sua lei de conversão (Lei 11.658/2008), que abre crédito

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extraordinário, em favor da Justiça Eleitoral e de diversos órgãos do Poder Executivo — v.Informativos 502 e 505. Entendeu-se haver um patente desvirtuamento dos parâmetrosconstitucionais que permitiriam a edição de medidas provisórias para a abertura de créditosextraordinários. Salientou-se, inicialmente, que a abertura de crédito extraordinário por meio demedida provisória não seria vedada, em princípio, pela Constituição Federal (art. 62, § 1º, I, d).Afirmou-se, entretanto, que a Constituição, além dos requisitos de relevância e urgência (art. 62),imporia que a abertura do crédito extraordinário fosse feita apenas para atender a despesas

imprevisíveis e urgentes, sendo exemplos dessa imprevisibilidade e urgência as despesasdecorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública (CF, art. 167, § 3º). Considerou-seque, pela leitura da exposição de motivos da Medida Provisória 405/2007, os créditos abertosseriam destinados a prover despesas correntes que não estariam qualificadas pelaimprevisibilidade ou pela urgência. Asseverou-se que, não obstante fosse possível identificarsituações específicas caracterizadas pela relevância dos temas, como créditos destinados àredução dos riscos de introdução da gripe aviária, às operações de policiamento nas rodoviasfederais e de investigação, repressão e combate ao crime organizado e para evitar a invasão deterras indígenas, fatos que necessitariam, impreterivelmente, de recursos suficientes para evitar odesencadeamento de uma situação de crise, seriam aportes financeiros destinados à adoção demecanismo de prevenção em relação a situações de risco previsíveis, ou seja, situações de criseainda não configurada. Vencidos os Ministros Menezes Direito, Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso,Joaquim Barbosa e Ellen Gracie que indeferiam a cautelar. O relator reformulou a parte dispositivado seu voto, tendo em conta a publicação da lei de conversão da medida provisória impugnada em

data posterior ao início do julgamento. Salientando não ter havido alteração substancial no textooriginal da medida provisória em exame, reiterou a orientação da Corte no sentido de que a lei deconversão não convalida os vícios existentes na medida provisória.ADI 4048 MC/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 14.5.2008. (ADI-4048)

PRIMEIRA TURMA

Imunidade Tributária: Art. 150, VI, d, da CF e Peças Sobressalentes

A Turma iniciou julgamento de recurso extraordinário em que se discute a abrangência normativada imunidade tributária a que se refere o art. 150, VI, d, da CF (“Art. 150. Sem prejuízo de outrasgarantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicípios: ... VI - instituir impostos sobre: ... d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado asua impressão.”). No caso, a União sustenta a exigibilidade dos seguintes impostos: sobrecirculação de mercadorias – ICMS, sobre produtos industrializados – IPI e de importação - II nodespacho aduaneiro de peças sobressalentes de equipamento de preparo e acabamento de chapasde impressão off set para jornais. O Min. Menezes Direito, relator, aplicando precedentes da Corteno sentido de que as peças sobressalentes para equipamento de impressão de jornais não estãoalcançadas pela imunidade prevista no art. 150, IV, d, da CF, deu provimento ao recurso.Enfatizou que somente os insumos diretos estariam incluídos nessa benesse e que, na espécie,tratar-se-ia de equipamento acessório. O Min. Ricardo Lewandowski acompanhou o voto dorelator. Em divergência, os Ministros Carlos Britto e Marco Aurélio, ao conferirem interpretaçãoteleológica ao aludido dispositivo constitucional, desproveram o recurso por considerar que oobjetivo maior da norma seria viabilizar, sem ônus maiores, a divulgação de idéias. Assim, aimunidade conferida a livros, jornais e periódicos abrangeria todo e qualquer insumo ouferramenta indispensável à edição desses veículos de comunicação. Após, o julgamento foi adiadoa fim de se aguardar o voto de desempate da Min. Cármen Lúcia.RE 202149/RS, rel. Min. Menezes Direito, 13.5.2008. (RE-202149)

R E P E R C U S S Ã O G E R A L

DJE de 16 de maio de 2008

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 562.980-SCRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI. INSUMOSTRIBUTADOS E PRODUTO FINAL SUJEITO À ALÍQUOTA ZERO OU ISENTO. PRETENSÃO AO

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APROVEITAMENTO DO CRÉDITO.I - O tema apresenta relevância do ponto de vista jurídico e econômico.II - Repetição em múltiplos feitos com fundamento em idêntica controvérsia.III - Repercussão geral reconhecida.

 REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 573.540-MG

RELATOR: MIN. GILMAR MENDESEMENTA: Contribuição para o custeio da assistência médico-hospitalar. Cobrança. Matéria sobapreciação do Plenário no julgamento da ADI 3.106, Rel. Eros Grau. Existência da repercussãogeral.

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 574.706-PRRELATORA: MIN. CÁRMEN LÚCIAEmenta: Reconhecida a repercussão geral da questão constitucional relativa à inclusão do ICMS nabase de cálculo da COFINS e da contribuição ao PIS. Pendência de julgamento no Plenário doSupremo Tribunal Federal do Recurso Extraordinário n. 240.785. REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 582.525-SPRELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSAEMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO E IMPOSTO

SOBRE A RENDA. DEDUÇÃO DO VALOR EQUIVALENTE À CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRODA BASE DE CÁLCULO DA CSLL E DO IRPJ. MANIFESTAÇÃO ENCAMINHADA PELA PRESENÇA DOREQUISITO DA REPERCUSSÃO GERAL.

C L I P P I N G D O DJ

RE N. 233.582-RJREL. P/ O ACÓRDÃO: MIN. JOAQUIM BARBOSAEMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL TRIBUTÁRIO. RECURSO ADMINISTRATIVO DESTINADOÀ DISCUSSÃO DA VALIDADE DE DÍVIDA ATIVA DA FAZENDA PÚBLICA. PREJUDICIALIDADE EMRAZÃO DO AJUIZAMENTO DE AÇÃO QUE TAMBÉM TENHA POR OBJETIVO DISCUTIR A VALIDADEDO MESMO CRÉDITO. ART. 38, PAR. ÚN., DA LEI 6.830/1980. O direito constitucional de petição eo princípio da legalidade não implicam a necessidade de esgotamento da via administrativa paradiscussão judicial da validade de crédito inscrito em Dívida Ativa da Fazenda Pública. Éconstitucional o art. 38, par. ún., da Lei 6.830/1980 (Lei da Execução Fiscal - LEF), que dispõe que

 “a propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo [ações destinadas à discussão judicial da validade de crédito inscrito em dívida ativa] importa em renúncia ao poder de recorrerna esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto”. Recurso extraordinárioconhecido, mas ao qual se nega provimento.* noticiado no Informativo 476HC N. 84.224-DFREL. P/ O ACÓRDÃO: MIN. JOAQUIM BARBOSA

Informativo STF

Brasília, 05 a 09 de maio de 2008 - Nº 505.

SUMÁRIO

Plenário

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Medida Provisória e Abertura de Crédito Extraordinário - 3Indústria de Cigarros: Cancelamento de Registro Especial e Obrigação Tributária - 1Indústria de Cigarros: Cancelamento de Registro Especial e Obrigação Tributária - 2Indústria de Cigarros: Cancelamento de Registro Especial e Obrigação Tributária - 3Repercussão GeralClipping do DJInovações Legislativas

Medida Provisória e Abertura de Crédito Extraordinário - 3

O Tribunal retomou julgamento de ação direta proposta pelo Partido da Social DemocraciaBrasileira - PSDB em que se pleiteia a declaração da inconstitucionalidade da Medida Provisória405/2007, que abre crédito extraordinário, em favor da Justiça Eleitoral e de diversos órgãos doPoder Executivo — v. Informativo 502. Após o pregão, o julgamento foi suspenso em virtude dopedido de vista da Min. Ellen Gracie.ADI 4048 MC/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 7.5.2008. (ADI-4048)

Indústria de Cigarros: Cancelamento de Registro Especial e Obrigação Tributária - 1

O Tribunal iniciou julgamento de mérito de recurso extraordinário interposto por indústria decigarros no qual se discute a validade de norma que prevê interdição de estabelecimento, pormeio de cancelamento de registro especial, em caso do não cumprimento de obrigações tributárias(Decreto-lei 1.593/77). Trata-se de recurso interposto contra acórdão do Tribunal Regional Federalda 2ª Região que entendera que o rigor fiscal se ampararia nas características da indústria docigarro, dentre as quais a circunstância de a tributação ter papel extrafiscal no arrefecimento doconsumo e no aparelhamento do Estado para combater a nocividade do produto à saúde pública.Alega a recorrente que o art. 2º, II, do referido decreto consubstanciaria uma sanção política nãorecepcionada pela Constituição, por contrariedade ao direito à liberdade de trabalho, de comércioe indústria e aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade (CF, artigos 5º, XIII e LIV, e170). O Min. Joaquim Barbosa, relator, conheceu do recurso, mas lhe negou provimento.Salientou, inicialmente, que a Corte tem confirmado e garantido a proibição constitucional àssanções políticas, invocando o direito ao exercício de atividades econômicas e profissionais lícitas,a violação do substantive due process of law (a falta de proporcionalidade e razoabilidade demedidas gravosas que se predispõem a substituir os mecanismos de cobrança de créditostributários) e a violação do devido processo legal manifestado no direito de acesso aos órgãos doExecutivo ou do Judiciário tanto para controle da validade dos créditos tributários quanto paracontrole do próprio ato que culmina na restrição. Asseverou que essa orientação não serviria,entretanto, de escusa ao deliberado e temerário desrespeito à legislação tributária, não havendose falar em sanção política se as restrições à prática de atividade econômica combatessemestruturas empresariais que se utilizassem da inadimplência tributária para obter maior vantagemconcorrencial. Assim, para ser reputada inconstitucional, a restrição ao exercício de atividadeeconômica deveria ser desproporcional e não-razoável.RE 550769/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 7.5.2008. (RE-550769)

Indústria de Cigarros: Cancelamento de Registro Especial e Obrigação Tributária - 2

O relator aduziu que o desate do caso seria, no entanto, mais sutil do que o reconhecimento, purae simplesmente, do art. 2º, II, do Decreto-lei 1.593/77 como sanção política ou como salvaguardada saúde pública e do equilíbrio concorrencial. Ou seja, a questão de fundo consistiria em saber sea interpretação específica adotada pelas autoridades fiscais, no caso concreto, caracterizariasanção política, dada a ambigüidade do texto normativo em questão. Tendo em conta essaambigüidade e a conseqüente falta de calibração expressa, a norma extraída a partir dainterpretação do aludido dispositivo legal seria inconstitucional se atentasse contra um dos 3parâmetros constitucionais: 1) a relevância do valor dos créditos tributários em aberto, cujo nãopagamento implicaria a restrição ao funcionamento da empresa; 2) manutenção proporcional erazoável do devido processo legal de controle do ato de aplicação da penalidade; 3) manutençãoproporcional e razoável do devido processo legal de controle de validade dos créditos tributários

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cujo não-pagamento importaria na cassação do registro especial. O relator julgou atendidas essas3 salvaguardas constitucionais, e concluiu que a interpretação dada pela Secretaria da ReceitaFederal não reduziria a norma ao status de sanção política.RE 550769/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 7.5.2008. (RE-550769)

Indústria de Cigarros: Cancelamento de Registro Especial e Obrigação Tributária - 3

Ressaltou que seriam relevantes tanto o montante dos créditos cuja compensação não forahomologada quanto o montante total do débito tributário atribuído à empresa. Além disso, o riscoà efetividade da tutela jurisdicional relativa à cassação do registro especial, existente por ocasiãodo julgamento da AC 1657 MC/SP (DJU de 11.5.2007), enfraqueceria com o julgamento de méritoda questão, já que, realizado o controle de constitucionalidade incidental da norma, não haveriamais expectativa juridicamente relevante de reversão da penalidade. Ademais, não restariademonstrado o risco à efetividade da tutela jurisdicional, no que se refere ao controle de validadedos créditos tributários cujo não-pagamento levaria à cassação do registro especial. Considerou,ainda, ausente a plausibilidade da tese que defenderia a possibilidade de compensação de créditosreferentes às antigas obrigações do Estado, cujos títulos foram denominados “moeda podre”, emvirtude de sua duvidosa liquidez e de restrições postas pela legislação ordinária. Enfatizoupesarem, também, alegações gravíssimas contra a recorrente. Para o relator, diante do contextoexcepcional, a parte deveria ter demonstrado com precisão os motivos que a levaram àsistemática e contumaz inobservância das normas de tributação, não bastando apontar ainconstitucionalidade absoluta do dispositivo analisado. Por fim, reputou que a assertiva imprecisada existência de discussão sobre o sistema de tributação da indústria do cigarro com o IPI,encapsulada na suposta inconstitucionalidade da tributação via pautas de preços fixos, não teriasido parte do quadro apresentado ao tribunal de origem, não podendo o argumento ser usado paraconfirmar a plausibilidade da tese que sustenta a violação do direito ao livre exercício de atividadeeconômica lícita. Após, pediu vista dos autos o Min. Ricardo Lewandowski.RE 550769/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 7.5.2008. (RE-550769)

R E P E R C U S S Ã O G E R A L

DJE de 9 de maio de 2008

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 566.259-RSRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: CONSTITUCIONAL. CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA -CPMF. INCIDÊNCIA SOBRE RECEITAS DE EXPORTAÇÃO. ART. 149, § 2º, I, DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Questão relevante do ponto de vista econômicoe jurídico.

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 570.680-RSRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: CONSTITUCIONAL. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO. RESOLUÇÃO CAMEX 15/2001. ART. 153,§ 1º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Questão relevante doponto de vista econômico e jurídico.

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 577.494-PRRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: PIS/PASEP. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 12 DA LC 7/70 E DO ART. 3º DA LC8/70. ART. 173, § 1º, II, DA CF. TRATAMENTO MAIS GRAVOSO PARA AS EMPRESAS PÚBLICAS ESOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA QUE EXPLOREM ATIVIDADE ECONÔMICA, POR SESUJEITAREM À CONTRIBUIÇÃO AO PASEP, EM RELAÇÃO ÀS EMPRESAS PRIVADAS, QUERECOLHEM A CONTRIBUIÇÃO AO PIS. RELEVÂNCIA JURÍDICA E ECONÔMICA. EXISTÊNCIA DEREPERCUSSÃO GERAL.

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 578.695-RSRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.EXECUÇÃO: FRACIONAMENTO. CUSTAS: PAGAMENTO POR REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR.

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QUESTÃO RELEVANTE DO PONTO DE VISTA ECONÔMICO E JURÍDICO QUE ULTRAPASSA OINTERESSE SUBJETIVO DA CAUSA. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.

C L I P P I N G D O DJ

ADI N. 3.660-MSRELATOR: MIN. GILMAR MENDES

EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Efeito repristinatório da declaração deinconstitucionalidade. 3. Custas judiciais. Destinação a entidades privadas. Inconstitucionalidade.O Supremo Tribunal Federal já manifestou, por diversas vezes, o entendimento de que é vedada adestinação dos valores recolhidos a título de custas e emolumentos a pessoas jurídicas de direitoprivado. Precedentes. 4. Ação julgada procedente. Tendo em vista razões de segurança jurídica ede excepcional interesse social, aplica-se o art. 27 da Lei n° 9.868/99, para atribuir à declaraçãode inconstitucionalidade efeitos a partir da Emenda Constitucional n° 45, de 31.12.2004.* noticiado no Informativo 498

QUEST. ORD. EM RE N. 556.664-RSRELATOR: MIN. GILMAR MENDESEMENTA: Questão de Ordem. 2. Inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, e doart. 5º, parágrafo único, do Decreto-Lei nº 1.569/77 declarada pelo Plenário do TRF - 4ª Região.3. Determinação de suspensão do envio ao STF dos RE’s e AI’s que versem sobre a

constitucionalidade dos referidos dispositivos.* noticiado no Informativo 479

Informativo STF

Brasília, 28 de abril a 02 de maio de 2008 - Nº 504.

SUMÁRIO

PlenárioCompensação de Créditos de ICMS - 3Clipping do DJ

Compensação de Créditos de ICMS - 3

Em conclusão de julgamento, o Tribunal, por maioria, desproveu recurso extraordinário em que sediscutia se filial de empresa localizada em Duque de Caxias-RJ, contribuinte de ICMS, poderiaabater, do valor do imposto devido pela venda de produto acabado (óleo lubrificante), os créditosdecorrentes das operações de outra filial, situada em São Cristóvão-RJ, quando da aquisição deinsumos. Cuidava-se, na espécie, de recurso extraordinário interposto contra acórdão do Tribunalde Justiça do Estado do Rio de Janeiro que, mantendo a sentença proferida pelo juízo de primeirograu, cancelara os créditos de ICMS obtidos na compra de insumos, ao fundamento de que nasoperações realizadas entre os estabelecimentos da recorrente não incidiria o imposto, razão porque aplicável o disposto no art. 155, § 2º, II, b, da CF (“II - a isenção ou não incidência, salvodeterminação em contrário da legislação: ... b) acarretará a anulação do crédito relativo àsoperações anteriores;”) — v. Informativos 241 e 413. Salientou-se que os insumos adquiridos pelafilial de São Cristóvão serviriam para preparar o óleo lubrificante que seria vendido pela filial deDuque de Caxias tanto no mercado interno quanto no interestadual, sendo que haveria incidênciado ICMS somente no primeiro caso. O Min. Carlos Velloso, tendo em conta que o créditodecorrente da aquisição de tais insumos somente poderia ser aproveitado se o produto acabado

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fosse vendido exclusivamente no mercado interno, entendeu que o acórdão impugnado deveria sermantido, porque, apesar do recolhimento com lançamento do crédito, quando da entrada dosinsumos, a recorrente, não teria comprovado, na saída do produto final, quais os créditos dessesinsumos utilizados num e noutro caso. O Min. Celso de Mello o acompanhou quanto a essefundamento. O Min. Marco Aurélio se baseou no auto de infração que anulara os créditosprovenientes da compra de insumos, haja vista que, a recorrente, como contribuinte de direito, nasaída do produto final, nada teria recolhido. Tal contexto, portanto, atrairia o previsto na alínea b

do inciso II do § 2º do art. 155 da CF. Vencidos os Ministros Nelson Jobim, Carlos Britto, CezarPeluso e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso, por considerar que não teria havidoisenção ou não-incidência, mas substituição tributária, com diferimento da cobrança do imposto,motivo pelo qual o acórdão recorrido, ao vedar a compensação dos créditos obtidos pelarecorrente, teria violado o princípio constitucional da não-cumulatividade (CF, art. 155, § 2º, I). OMin. Joaquim Barbosa reformulou seu voto para acompanhar a divergência iniciada pelo Min.Maurício Corrêa.RE 199147/RJ, rel. orig. Min. Nelson Jobim, rel. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio,16.4.2008. (RE-199147)

CL I P P I N G D O DJ

2 de maio de 2008

ADI N. 1.593-PEREL. P/ O ACÓRDÃO: MIN. MENEZES DIREITOEMENTAAção Direta de Inconstitucionalidade. Precatórios judiciais. Letras Financeiras do Tesouro doEstado de Pernambuco. Artigo 4º da Lei nº 11.334/96 do Estado de Pernambuco.1. O art. 4º da Lei nº 11.334, de 24 de abril de 1996, do Estado de Pernambuco, contémexpressões em antinomia com o art. 33 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,permitindo ao administrador estadual grau de discricionariedade que o texto constitucional nãoautorizou. Inconstitucionalidade da expressão “prioritamente”, pois conduz à interpretação depreferencial, de importante, abrindo a possibilidade de escapar do comando constitucional, quenão prevê exceção, dispondo expressamente que os recursos obtidos com a emissão de títulos dadívida pública se destinam apenas ao pagamento de precatórios judiciais pendentes de liquidaçãona data da promulgação da Constituição Federal. Inconstitucionalidade da expressão “mesmo quede exercício anteriores”, pois autoriza o pagamento de precatórios em data posterior à dataprevista no dispositivo constitucional.2. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente para declarar inconstitucionais asexpressões “prioritariamente” e “mesmo que de exercícios anteriores”, constantes do art. 4º daLei nº 11.334, de 24/4/96, do Estado de Pernambuco.* noticiado no Informativo 487

Informativo STF

Brasília, 22 a 25 de abril de 2008 - Nº 503.

SUMÁRIO

Repercussão Geral

R E P E R C U S S Ã O G E R A L

DJE de 25 de abril de 2008

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REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 566.622-RSRELATOR: MIN. MARCO AURÉLIOREPERCUSSÃO GERAL - ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - IMUNIDADE -CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS - ARTIGO 195, § 7º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Admissão peloColegiado Maior.

Informativo STF

Brasília, 14 a 18 de abril de 2008 - Nº 502.

SUMÁRIO

PlenárioADI e Débitos de Pequeno ValorMedida Provisória e Abertura de Crédito Extraordinário -1

Medida Provisória e Abertura de Crédito Extraordinário -2

ADI e Débitos de Pequeno Valor

Entendendo caracterizada, à primeira vista, a usurpação de competência privativa de lei para adefinição dos débitos de pequeno valor (CF, art. 100, §§ 3º e 5º), o Tribunal, por maioria,concedeu medida cautelar requerida em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelaGovernadora do Estado do Pará para suspender, com eficácia ex nunc, a execução e aplicabilidadeda Portaria 219/2006, editada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, que regulamenta,para os fins do § 3º do art. 100 da CF, o procedimento a ser adotado, no âmbito daquela Corte,nas execuções de pequeno valor contra entes públicos, estabelecendo os parâmetros para adefinição de “pequeno valor” (CF: “Art. 100. ... § 3º O disposto no caput deste artigo,

relativamente à expedição de precatórios,não se aplica aos pagamentos de obrigações definidasem lei como de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal deva fazerem virtude de sentença judicial transitada em julgado. ...§ 5º A lei poderá fixar valores distintospara o fim previsto no § 3º deste artigo, segundo as diferentes capacidades das entidades dedireito público.”). Vencido o Min. Marco Aurélio que indeferia a cautelar por considerar que anorma impugnada teria apenas repetido, ipsis literis, o que contido no art. 87 do ADCT, não setratando de ato normativo abstrato. Precedente citado: ADI 3057 MC/RN (DJU de 19.3.2004).ADI 4015 MC/PA, rel. Min. Celso de Mello, 16.4.2008. (ADI-4015)

Medida Provisória e Abertura de Crédito Extraordinário - 1

O Tribunal iniciou julgamento de ação direta proposta pelo Partido da Social Democracia Brasileira- PSDB em que se pleiteia a declaração da inconstitucionalidade da Medida Provisória 405/2007,

que abre crédito extraordinário, em favor da Justiça Eleitoral e de diversos órgãos do PoderExecutivo. Preliminarmente, o Tribunal, por maioria, conheceu da ação, por entender estar-sediante de um tema ou de uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato — independentedo caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto — de inegável relevância

 jurídica e política, que deveria ser analisada a fundo. Asseverou-se que os atos do Poder Públicosem caráter de generalidade não se prestam ao controle abstrato de normas, eis que a própriaConstituição adotou como objeto desse processo os atos tipicamente normativos, ou seja, aquelesdotados de um mínimo de generalidade e abstração. Considerou-se, entretanto, que outra deveriaser a interpretação no caso de atos editados sob a forma de lei. Ressaltou-se que essas leisformais decorreriam ou da vontade do legislador ou do próprio constituinte, que exigiria que certosatos, mesmo que de efeito concreto, fossem editados sob a forma de lei. Assim, se a Constituição

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submeteu a lei ao processo de controle abstrato, meio próprio de inovação na ordem jurídica einstrumento adequado de concretização da ordem constitucional, não seria admissível que ointérprete debilitasse essa garantia constitucional, isentando um grande número de atosaprovados sob a forma de lei do controle abstrato de normas e, talvez, de qualquer forma decontrole. Aduziu-se, ademais, não haver razões de índole lógica ou jurídica contra a aferição dalegitimidade das leis formais no controle abstrato de normas, e que estudos e análises no plano dateoria do direito apontariam a possibilidade tanto de se formular uma lei de efeito concreto de

forma genérica e abstrata quanto de se apresentar como lei de efeito concreto regulaçãoabrangente de um complexo mais ou menos amplo de situações. Concluiu-se que, em razão disso,o Supremo não teria andado bem ao reputar as leis de efeito concreto como inidôneas para ocontrole abstrato de normas. Vencido, no ponto, o Min. Cezar Peluso que não conhecia da ação,por reputar não se tratar no caso de uma lei, sequer no aspecto formal.ADI 4048 MC/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 17.4.2008. (ADI-4048)

Medida Provisória e Abertura de Crédito Extraordinário - 2

No mérito, o Min. Gilmar Mendes, relator, acompanhado pelos Ministros Eros Grau, CármenLúcia, Carlos Britto e Marco Aurélio, deferiu a cautelar, ao fundamento de haver um patentedesvirtuamento dos parâmetros constitucionais que permitem a edição de medidas provisórias

para a abertura de créditos extraordinários. Salientou, inicialmente, que a abertura de créditoextraordinário por meio de medida provisória não é vedada, em princípio, pela ConstituiçãoFederal (art. 62, § 1º, I, d). Afirmou, entretanto, que a Constituição, além dos requisitos derelevância e urgência (art. 62), impõe que a abertura do crédito extraordinário seja feita apenaspara atender a despesas imprevisíveis e urgentes, sendo exemplos dessa imprevisibilidade eurgência as despesas decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública (CF, art. 167,§ 3º). Considerou que, pela leitura da exposição de motivos da Medida Provisória 405/2007, oscréditos abertos seriam destinados a prover despesas correntes que não estariam qualificadas pelaimprevisibilidade ou pela urgência. Asseverou que, não obstante fosse possível identificarsituações específicas caracterizadas pela relevância dos temas, como créditos destinados àredução dos riscos de introdução da gripe aviária, às operações de policiamento nas rodoviasfederais e de investigação, repressão e combate ao crime organizado e para evitar a invasão deterras indígenas, fatos que necessitariam, impreterivelmente, de recursos suficientes para evitar odesencadeamento de uma situação de crise, seriam aportes financeiros destinados à adoção de

mecanismo de prevenção em relação a situações de risco previsíveis, ou seja, situações de criseainda não configurada. Em divergência, o Min. Ricardo Lewandowski indeferiu a cautelar, porconsiderar não estar presente o periculum in mora. Aduziu se tratar de medida provisória emmatéria orçamentária sob o prisma do controle abstrato da constitucionalidade, portanto, ato deefeitos concretos imediatos que iriam se exaurir no tempo, e que o periculum in mora, por isso,estaria invertido e militaria em favor da Administração. Além desse fundamento, o Min. JoaquimBarbosa indeferiu a cautelar por entender que o Supremo, em sede de cautelar, não poderia sesubstituir ao Congresso Nacional para rejeitar uma medida provisória por este já aprovada. Namesma linha dessa divergência se posicionou o Min. Cezar Peluso. Após, o julgamento foisuspenso.ADI 4048 MC/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 17.4.2008. (ADI-4048)

Informativo STF

Brasília, 7 a 11 de abril de 2008 - Nº 501.

SUMÁRIO

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PlenárioConflito de Competência e Contribuições Sindicais Repercussão GeralClipping do DJ

Conflito de Competência e Contribuições Sindicais

O Tribunal, por unanimidade, conheceu de conflito de competência, e, por maioria, firmou acompetência do STJ para processar e julgar recurso interposto nos autos de ação de consignaçãoem pagamento, em que se discute sobre o sindicato legitimado a receber contribuições sindicais.Tratava-se, na espécie, de conflito negativo de competência estabelecido entre o STJ e o TST.Entendeu-se que a discussão relativa à legitimidade do sindicato para receber a contribuiçãosindical representaria matéria funcional à atuação sindical, enquadrando-se, ante a nova redaçãodada pela Emenda Constitucional 45/2004 ao art. 114, III, da CF, na competência da Justiça doTrabalho. Não obstante, considerou-se a orientação firmada no CC 7204/MG (DJU de 9.12.2005),que definira, por uma questão de política judiciária, a existência de sentença de mérito na JustiçaComum Estadual, proferida antes da vigência da referida EC, como fator determinante para fixar acompetência da Justiça Comum, o que ocorrera no caso concreto. Vencido o Min. Marco Aurélio,que firmava a competência da Justiça do Trabalho.CC 7456/RS, rel. Min. Menezes Direito, 7.4.2008. (CC-7456)

REPERCUSSÃO GERAL

DJE de 11 de abril de 2008

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 565.048-RSRELATOR: MIN. MARCO AURÉLIOREPERCUSSÃO GERAL - DÉBITO FISCAL - IMPRESSÃO DE NOTAS FISCAIS - EXIGÊNCIA DEGARANTIA. Admissão pelo Colegiado Maior.

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 568.647-RSRELATOR: MIN. MARCO AURÉLIOREPERCUSSÃO GERAL - TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL - UNICIDADE - FAZENDA PÚBLICA -ARTIGO 100, § 1º E § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Admissão pelo Colegiado Maior.REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 570.122-RSRELATOR: MIN. MARCO AURÉLIOREPERCUSSÃO GERAL - COFINS - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 135/2003 - CONVERSÃO NA LEI Nº10.833/2003. Admissão pelo Colegiado Maior.REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 572.762-SCRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: CONSTITUCIONAL. ICMS. REPASSE CONSTITUCIONAL DEVIDO AOS MUNICÍPIOS. ART.158, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Questão relevantedo ponto de vista político, econômico e jurídico.REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 573.202-AM

RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA REGIDAPOR LEGISLAÇÃO LOCAL ANTERIOR À CF/88. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DA CAUSA.EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. QUESTÃO RELEVANTE DO PONTO DE VISTA SOCIAL EJURÍDICO QUE ULTRAPASSA O INTERESSE SUBJETIVO DA CAUSA.REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 573.675-SCRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKICONTRIBUIÇÃO PARA CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. ART. 149-A DA CF.LIMITES À COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS E DO DF. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. RELEVÂNCIAJURÍDICA E ECONÔMICA. MATÉRIA NÃO JULGADA NO STF. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.

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REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 573.872-RSRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: CONSTITUCIONAL. PRECATÓRIO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE DÉBITOS DA FAZENDAPÚBLICA. VIOLAÇÃO AO ART. 100 DA CONSTITUIÇÃO. EMENDA CONSTITUCIONAL 30/2000.EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Precedentes nesta Corte quanto à matéria. Questãorelevante do ponto de vista econômico, social e jurídico que ultrapassa o interesse subjetivo dacausa.

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 576.189-RSRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIDA CONSTITUCIONALIDADE DOS ENCARGOS PREVISTOS NA LEI 10.438/2002. NATUREZAJURÍDICA. TARIFA OU TRIBUTO. RELEVÂNCIA ECONÔMICA E JURÍDICA. QUANTIDADEEXTRAORDINÁRIA DE RECURSOS. NÚMERO ELEVADO DE PROCESSOS JUDICIAIS. EXISTÊNCIA DEREPERCUSSÃO GERAL.REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 576.920-RSRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: CONSTITUCIONAL. NATUREZA DO CONTROLE EXTERNO EXERCIDO PELO TRIBUNAL DECONTAS ESTADUAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Questão relevante do ponto de vistapolítico- jurídico que ultrapassa o interesse subjetivo da causa.Decisões Publicadas: 12

C L I P P I N G D O D J

11 de abril de 2008

ADI N. 1.903-RR RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: ADI CONTRA O DECRETO LEGISLATIVO Nº 009/98, QUE DISPÕE SOBRE A INDICAÇÃOÀS VAGAS DE CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RORAIMA E DÁ OUTRASPROVIDÊNCIAS. ALEGADA AFRONTA AO PARÁGRAFO 1º DO ART. 14 DO ADCT, E AO ART. 235 EINCISO III DA CARTA MAGNA. INOCORRÊNCIA. ESTADO CRIADO QUANDO DA PROMULGAÇÃO DACONSTITUIÇÃO DE 1988. AÇÃO IMPROCEDENTE. I - Alegação de afronta ao parágrafo 1º do art.14 do ADCT, e ao art. 235 e inciso III da Constituição Federal. II - A criação do Estado do Roraimadeu-se com a promulgação da Constituição de 1988, ou seja, em 5/10/1988, tendo a suainstalação se projetado no tempo. III - O Decreto Legislativo 009/98 da Assembléia local foieditado quando já decorridos 10 (dez) anos da criação do Estado, razão pela qual não estavaobrigada a observar os parâmetros inscritos no art. 235 da Carta Magna. IV - Distinção entrecriação e instalação de Estado revelada no julgamento da ADI 1.921. V - Inconstitucionalidadeafastada. VI - Ação julgada improcedente.* noticiado no Informativo 497

ADI N. 3.315-CERELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMENTA: ADI CONTRA O ART. 16 DO ADCT DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ, QUETRANSFORMA, NA APOSENTADORIA, OS PROCURADORES DO TRIBUNAL DE CONTAS EMPROCURADORES DE JUSTIÇA, VINCULANDO-OS AO MINISTÉRIO PÚBLICO.INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA. AFRONTA AOS ARTS. 37, II, 73, § 2º, I, e 130 DA CF.I - Segundo precedente do STF (ADI 789/DF), os Procuradores das Cortes de Contas são ligadosadministrativamente a elas, sem qualquer vínculo com o Ministério Público comum. II - Além deviolar os arts. 73, § 2º, I, e 130, da Constituição Federal, a conversão automática dos cargos deProcurador do Tribunal de Contas dos Municípios para os de Procurador de Justiça - cujainvestidura depende de prévia aprovação em concurso público de provas e títulos - ofendetambém o art. 37, II, do texto magno. III - Ação direta julgada procedente.* noticiado no Informativo 497

 RE N. 229.096-RSREL. P/ O ACÓRDÃO: MIN. CÁRMEN LÚCIAEMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 DO

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ACORDO GERAL DE TARIFAS E COMÉRCIO. ISENÇÃO DE TRIBUTO ESTADUAL PREVISTA EMTRATADO INTERNACIONAL FIRMADO PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. ARTIGO 151,INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ARTIGO 98 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL.NÃO CARACTERIZAÇÃO DE ISENÇÃO HETERÔNOMA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO EPROVIDO. 1. A isenção de tributos estaduais prevista no Acordo Geral de Tarifas e Comércio paraas mercadorias importadas dos países signatários quando o similar nacional tiver o mesmobenefício foi recepcionada pela Constituição da República de 1988. 2. O artigo 98 do Código

Tributário Nacional “possui caráter nacional, com eficácia para a União, os Estados e osMunicípios” (voto do eminente Ministro Ilmar Galvão). 3. No direito internacional apenas aRepública Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados (art. 52, § 2º, daConstituição da República), dela não dispondo a União, os Estados-membros ou os Municípios. OPresidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe deEstado, o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, inc.III, da Constituição. 4. Recurso extraordinário conhecido e provido.* noticiado no Informativo 476Acórdãos Publicados: 448

Informativo STF

Brasília, 31 de março a 4 abril de 2008 - Nº 500. ____________________________________________________________________ 

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SUMÁRIO

Plenário ADI: Questão Tributária e Competência do Tribunal de ContasServiços de Água e Saneamento Básico - 32ª Turma

Fornecimento de Água e Esgoto e Remuneração

ADI: Questão Tributária e Competência do Tribunal de Contas

Por vislumbrar afronta ao art. 70 da CF, que prevê caber ao Congresso Nacional, mediantecontrole externo, e ao sistema de controle interno de cada Poder, a fiscalização contábil,financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administraçãodireta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções erenúncia de receitas, o Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação direta proposta peloGovernador do Estado do Paraná para declarar a inconstitucionalidade do § 3º do art. 78 daConstituição estadual que estabelece que as decisões fazendárias de última instância contrárias aoerário serão apreciadas, em grau de recurso, pelo Tribunal de Contas estadual. Entendeu-se nãocompetir ao Legislativo apreciar recursos interpostos contra decisões tomadas em processos

administrativos em que se discute questão tributária, nada justificando a atuação, neste campo,do Tribunal de Contas (CF, art. 71). Precedente citado: ADI 461/BA (DJU de 6.9.2002).ADI 523/PR, rel. Min. Eros Grau, 3.4.2008. (ADI-523)

Serviços de Água e Saneamento Básico - 3

O Tribunal retomou julgamento de medida liminar em ação direta ajuizada pelo Partido dosTrabalhadores - PT contra dispositivos da Constituição do Estado da Bahia, na redação dada pelaEmenda Constitucional 7/99 — v. Informativos 166 e 418. O Min. Gilmar Mendes, em voto-vista,

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na linha do que expôs no julgamento acima mencionado, acompanhou o voto do Min. IlmarGalvão, relator, para suspender a expressão “assim considerados aqueles cuja execução tenhainício e conclusão no seu limite territorial, e que seja realizado, quando for o caso, exclusivamentecom seus recursos naturais”, do inciso V do art. 59 e do caput do art. 228 da Constituiçãoestadual, declarando a subsistência das normas ordinárias editadas e dos atos administrativosimplementados na forma dos dispositivos suspensos, até o julgamento definitivo da presente ação.Considerou pertinente ponderar que as alterações promovidas pela EC 7/99 sustentariam atos

legislativos e administrativos que seriam indispensáveis para a continuidade da prestação doserviço de saneamento básico. Assim, a suspensão dos referidos dispositivos constitucionais, semressalvar a legislação ordinária editada e eventuais contratos de concessão, poderia resultar naimediata interrupção do serviço público de saneamento básico, com graves conseqüências para apopulação e para a saúde pública. Após, o julgamento foi adiado em virtude do pedido de vista doMin. Ricardo Lewandowski.ADI 2077 MC/BA, rel. Min. Ilmar Galvão, 3.4.2008. (ADI-2077)

Fornecimento de Água e Esgoto e Remuneração

A Turma, acolhendo proposta suscitada pelo Min. Eros Grau, deliberou remeter ao plenário julgamento de recurso extraordinário, do qual relator, em que se discute se o fornecimento deágua e esgoto constitui prestação a ser remunerada mediante o pagamento de taxa ou de tarifa. O

Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE, ora recorrente, sustenta, na espécie, que omencionado serviço de água seria remunerado pelo pagamento de tarifa, razão pela qual oinstituto da prescrição tributária não incidiria sobre o direito de cobrá-la.RE 518256/RS, rel. Min. Eros Grau, 1º.4.2008. (RE-518256)

Informativo STF

Brasília, 17 a 28 de março de 2008 - Nº 499. ____________________________________________________________________ 

 _ SUMÁRIO

PlenárioReclamação e Seqüestro de Rendas Públicas

Reclamação e Seqüestro de Rendas Públicas

O Tribunal iniciou julgamento de reclamação ajuizada pelo Município de Santo André contradecisão proferida pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que deferirapedido de seqüestro de rendas públicas, tendo em conta o fato de ter sido ultrapassado ovencimento para pagamento total do décimo do débito, de acordo com o disposto no art. 78, § 4º,

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT. O Min. Ricardo Lewandowski, relator,conheceu em parte da reclamação, no que se refere à alegada violação ao que decidido peloSupremo no julgamento da ADI 1662/SP (DJU de 19.9.2003), e, nessa parte, julgou improcedentea ação. Considerou o que decidido pelo Plenário na Rcl 3293 AgR/SP (DJU de 13.4.2007), e emoutros precedentes, no sentido de não ter havido, no julgamento da aludida ação direta, emissãode entendimento quanto à legitimidade do § 4º do art. 78 do ADCT, ficando, dessa forma,afastada a adequação de medida reclamatória formalizada a pretexto de se ter respeitada aautoridade do acórdão prolatado. Ademais, salientou-se, no ponto, que a inserção do art. 78 doADCT (14.9.2000) seria posterior ao ajuizamento da ADI 1662/SP (28.8.97). Quanto à assertivade usurpação de competência do Supremo, em razão de o Presidente do Tribunal de Justiça ter

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deferido pedido de seqüestro enquanto em trâmite, aqui, agravo de instrumento interposto dedecisão que negara seguimento a recurso extraordinário, asseverou que, em que pese a discussãotravada naqueles autos tratar do valor devido a título de complementação de décimos, tal recursoseria destituído de efeito suspensivo, o que viabilizaria, desde já, a execução da decisãoimpugnada. Após, pediu vista dos autos o Min. Eros Grau.Rcl 3084/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 27.3.2008. (Rcl-3084)

Informativo STF

Brasília, 10 a 14 de março de 2008 - Nº 498.

SUMÁRIO

Plenário

Apropriação Indébita Previdenciária e NaturezaVinculação de Receitas e Fundo de Reaparelhamento - 3Destinação de Custas Judiciais e Efeito Repristinatório das Decisões no ControleAbstrato - 3

Apropriação Indébita Previdenciária e Natureza

O Tribunal negou provimento a agravo regimental interposto contra decisão do Min. Marco Aurélio,que determinara o arquivamento de inquérito, do qual relator, em que apurada a suposta práticado delito de apropriação indébita previdenciária (CP, art. 168-A: “Deixar de repassar à previdênciasocial as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:”).Salientando que a apropriação indébita previdenciária não consubstancia crime formal, masomissivo material — no que indispensável a ocorrência de apropriação dos valores, com inversão

da posse respectiva —, e tem por objeto jurídico protegido o patrimônio da previdência social,entendeu-se que, pendente recurso administrativo em que discutida a exigibilidade do tributo,seria inviável tanto a propositura da ação penal quanto a manutenção do inquérito, sob pena depreservar-se situação que degrada o contribuinte.Inq 2537 AgR/GO, rel. Min. Marco Aurélio, 10.3.2008. (Inq- 2537)

Vinculação de Receitas e Fundo de Reaparelhamento - 3

O Tribunal retomou julgamento de ação direta ajuizada pelo Procurador-Geral da República, emque se pretende a declaração de inconstitucionalidade do inciso V do art. 28 da Lei Complementar166/99, com a redação conferida pela Lei Complementar 181/2000, do Estado do Rio Grande doNorte, que determina que os recursos provenientes da cobrança efetuada em todos osprocedimentos extrajudiciais, todos os serviços notariais e de registro, estabelecidos com os

respectivos valores na forma de tabelas anexas, constituirão recursos financeiros do fundo dereaparelhamento do Ministério Público do referido Estado-membro — v. Informativo 485. Chamadoo feito para continuação do julgamento, pediu vista dos autos a Min. Cármen Lúcia.ADI 3028/RN, rel. Min. Marco Aurélio, 13.3.2008. (ADI-3028)

Destinação de Custas Judiciais e Efeito Repristinatório das Decisões no ControleAbstrato - 3

Em conclusão de julgamento, o Tribunal, por maioria, atribuiu, à declaração de

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inconstitucionalidade da “Tabela J” do anexo da Lei 1.936/98, na sua redação vigente, dada pelaLei 3.002/2005, e na sua redação original, e do art. 53 e da Tabela V da Lei 1.135/91, todas doEstado de Mato Grosso do Sul, efeitos a partir da EC 45/2004 — v. Informativo 472. Vencidos, noponto, os Ministros Marco Aurélio e Joaquim Barbosa, que aplicavam efeitos ex tunc.ADI 3660/MS, rel. Min. Gilmar Mendes, 13.3.2008. (ADI-3660)

Informativo STF

Brasília, 03 a 07 de março de 2008 - Nº 497.SUMÁRIO

PlenárioComposição de Tribunal de Contas e Criação de Estado2ª TurmaImunidade Tributária e Serviço de Impressão Gráfica - 1

Imunidade Tributária e Serviço de Impressão Gráfica - 2 

Composição de Tribunal de Contas e Criação de Estado

O Tribunal julgou improcedente pedido formulado em ação direta proposta pelo Partido da FrenteLiberal - PFL em que se objetivava a declaração de inconstitucionalidade do Decreto Legislativo9/98, da Assembléia Legislativa do Estado de Roraima, que dispõe sobre a indicação às vagas deConselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Roraima e dá outras providências. Na linha do quedecidido pela Corte no julgamento da ADI 1921/TO (DJU de 20.8.2004), e salientando que acriação do Estado de Roraima se dera com a promulgação da Constituição Federal em 5.10.98, eque apenas a sua instalação se projetara no tempo, entendeu-se não haver afronta ao art. 235,III, da CF, haja vista que a norma impugnada fora editada quando já decorridos os dez anos decriação desse Estado-membro (CF: “Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serãoobservadas as seguintes normas básicas:... III - o Tribunal de Contas terá três membros,nomeados, pelo Governador eleito, dentre brasileiros de comprovada idoneidade e notóriosaber;”).ADI 1903/RR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 6.3.2008. (ADI-1903)

Imunidade Tributária e Serviço de Impressão Gráfica - 1

A Turma iniciou julgamento de agravo regimental interposto contra decisão do Min. Cezar Pelusoque dera provimento a recurso extraordinário, do qual relator, para afastar a imunidade tributáriasobre prestação de serviços de confecção/impressão (insumos intangíveis) de jornais paraterceiro. A empresa jornalística, ora agravante, sustenta que a decisão questionada derainterpretação restritiva ao Enunciado 657 da Súmula do STF (“A imunidade prevista no art. 150,VI, d, da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de

 jornais e periódicos.”) e que os serviços de impressão gráfica seriam imprescindíveis à fabricaçãode  jornais e periódicos.RE 434826 AgR/MG, rel. Min. Cezar Peluso, 4.3.2008. (RE-434826)

Imunidade Tributária e Serviço de Impressão Gráfica - 2

O Min. Cezar Peluso negou provimento ao recurso por considerar que o requisito da gravidade da

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tributação do serviço não fora cumprida, critério este cujo atendimento deve ser cumulativo com oda indispensabilidade desse mesmo serviço. Inicialmente, asseverou que, embora a imunidadeprevista no art. 150, VI, d, da CF (“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas aocontribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: ... VI - instituirimpostos sobre: ... d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.”) pareçaabranger apenas as publicações e o papel destinado à impressão, a jurisprudência da Corte lhe foiconferindo maior alcance à luz da singularidade de cada caso. Entendeu que a espécie trataria de

situação em que o serviço seria essencial, mas o negócio ou a atividade em si não sofreria com atributação. Assinalou que a correta interpretação do preceito estaria em subordinar a incidência danorma constitucional de imunidade à coexistência, como suporte fático, de um fato jurídico emsentido lato, que seria a natureza da instituição ou do negócio normativamente previsto, com umpreciso fato econômico representado pela conseqüência teórica de eventual tributação colocar emrisco ou, até, inviabilizar a atividade econômica do contribuinte por conta do encarecimentoexacerbado de custos e da correlata formação de preços exorbitantes. Ressaltou que outraexegese, nos seus extremos, transformaria em subjetiva a imunidade a que a Constituiçãoatribuíra feição objetiva. Assim, concluiu que da indispensabilidade do serviço em relação aodesempenho do negócio não adviria automaticamente a imunidade pretendida pela agravante,uma vez que, não obstante necessário o serviço de impressão gráfica, sua tributação nãoimplicaria risco de inviabilidade da atividade de confecção de jornais. Após, pediu vista dos autos oMin. Eros Grau.RE 434826 AgR/MG, rel. Min. Cezar Peluso, 4.3.2008. (RE-434826

Informativo STF

Brasília, 25 a 29 de fevereiro de 2008 - Nº 496.

SUMÁRIO

2ª TurmaPresidente da CAMEX e Expedição de ResoluçãoImunidade Tributária e Entidade Beneficente

Presidente da CAMEX e Expedição de Resolução

A Turma deu provimento a recurso ordinário em mandado de segurança em que empresasimpugnavam a Resolução 2/2001, da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, que impôs direitosantidumping sobre determinados medicamentos contendo substância importada. As recorrentessustentavam: a) negativa de prestação jurisdicional; b) incompetência do Presidente da CAMEXpara praticar o ato; c) excesso dos direitos aplicados; d) superação do prazo legal para aconclusão do processo e aplicação dos direitos antidumping; e e) vício de motivação. Entendeu-seque haveria nulidade na aludida resolução, porquanto esse ato normativo fora editadomonocraticamente pelo Presidente da CAMEX sem que houvesse concordância dos demaismembros do órgão, conforme restara demonstrado na impetração. Asseverou-se que a regra é nosentido de que as decisões da CAMEX sejam tomadas pelo seu colegiado, com quórum qualificado.Entretanto, nos casos em que se vislumbre relevância e urgência, cabe ao Presidente, comautorização prévia dos seus demais membros, a prática, ad referendum do colegiado, do atoadministrativo. Nesse sentido, citaram-se o art. 5º, parágrafo 2º, do Decreto 3.756/2001, bemcomo o art. 7º do Regimento Interno da CAMEX (Resolução 12/2001) que, nesses casos, exigemexplicitamente a prévia concordância dos demais membros da câmara. Concluiu-se que tal vícioseria suficiente para contaminar o ato questionado, ficando prejudicados os demais argumentos.RMS 26967/DF, rel. Min. Eros Grau, 26.2.2008. (RMS-26967)

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Imunidade Tributária e Entidade Beneficente

A Turma, resolvendo questão de ordem, referendou liminar concedida pelo Min. Gilmar Mendesque, em ação cautelar da qual relator, concedera efeito suspensivo a recurso extraordináriointerposto por entidade hospitalar contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado doRio Grande do Sul. O acórdão impugnado, ao afastar a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da

CF, reformara sentença declaratória da inexigibilidade de IPTU sobre os imóveis da autora, bemcomo de ISS sobre serviços por ela prestados nos moldes estabelecidos no seu estatuto social.Inicialmente, consideraram-se presentes os requisitos configuradores da atribuição de efeitosuspensivo ao recurso extraordinário, já em processamento nesta Corte. Entendeu-se que acircunstância de a requerente ter jus à classificação de entidade assistencial no plano federal,inclusive quanto às contribuições sociais, indicaria, em princípio, a plausibilidade jurídica da tesede sua imunidade em relação ao IPTU e ao ISS. Ademais, salientou-se que o STF possuientendimento consolidado no sentido de que as entidades de assistência social sem fins lucrativosgozam de imunidade dos aludidos impostos, nos termos do art. 150, VI, c, da CF (“Art. 150. Semprejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, aoDistrito Federal e aos Municípios: ... VI - instituir impostos sobre: ... c) patrimônio, renda ouserviços... das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos osrequisitos da lei;”). Precedentes citados: RE 325822/SP (DJU de 14.5.2004) e AI 481586 AgR/MG(DJU de 24.2.2006).

AC 1864 QO/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 26.2.2008. (AC-1864) 

C L I P P I N G D O D J

29 de fevereiro de 2008

ADI N. 820-RSRELATOR: MIN. EROS GRAUEMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 202 DACONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. LEI ESTADUAL N. 9.723.MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO PÚBLICO. APLICAÇÃO MÍNIMA DE

35% [TRINTA E CINCO POR CENTO] DA RECEITA RESULTANTE DE IMPOSTOS.DESTINAÇÃO DE 10% [DEZ POR CENTO] DESSES RECURSOS À MANUTENÇÃO ECONSERVAÇÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS. VÍCIO FORMAL. MATÉRIAORÇAMENTÁRIA. INICIATIVA PRIVATIVA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO. AFRONTAAO DISPOSTO NOS ARTIGOS 165, INCISO III, E 167, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃODO BRASIL. 1. Preliminar de inviabilidade do controle de constitucionalidade abstrato. Alegaçãode que os atos impugnados seriam dotados de efeito concreto, em razão da possibilidade dedeterminação de seus destinatários. Preliminar rejeitada. Esta Corte fixou que “adeterminabilidade dos destinatários da norma não se confunde com a sua individualização, que,esta sim, poderia convertê-lo em ato de efeitos concretos, embora plúrimos” [ADI n. 2.135,Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 12.5.00]. 2. A lei estadual impugnada consubstancialei-norma. Possui generalidade e abstração suficientes. Seus destinatários são determináveis, enão determinados, sendo possível a análise desse texto normativo pela via da ação direta.Conhecimento da ação direta. 3. A lei não contém, necessariamente, uma norma; a norma não é

necessariamente emanada mediante uma lei; assim temos três combinações possíveis: a lei-norma, a lei não norma e a norma não lei. Às normas que não são lei correspondem leis-medida[Massnahmegesetze], que configuram ato administrativo apenas completável por agente daAdministração, portando em si mesmas o resultado específico ao qual se dirigem. São leis apenasem sentido formal, não o sendo, contudo, em sentido material. 4. Os textos normativos de que secuida não poderiam dispor sobre matéria orçamentária. Vício formal configurado — artigo 165, III,da Constituição do Brasil — iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo das leis quedisponham sobre matéria orçamentária. Precedentes. 5. A determinação de aplicação de parte dosrecursos destinados à educação na “manutenção e conservação das escolas públicas estaduais” vinculou a receita de impostos a uma despesa específica — afronta ao disposto no artigo 167,inciso IV, da CB/88.

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6. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade do § 2o do artigo 202 daConstituição do Estado do Rio Grande do Sul, bem como da Lei estadual n. 9.723, de 16 desetembro de 1.992.* noticiado no Informativo 459

Informativo STF

Brasília, 1° a 15 de fevereiro de 2008 - Nº 494.

SUMÁRIO

PlenárioServiços Notariais e de Registro e Imunidade - 31ª Turma

Obrigação Tributária: Decisões Contraditórias e Coisa Julgada - 1Obrigação Tributária: Decisões Contraditórias e Coisa Julgada - 2

Serviços Notariais e de Registro e Imunidade - 3

Em conclusão de julgamento, o Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado emação direta proposta pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil - ANOREG/BR paradeclarar a inconstitucionalidade dos itens 21 e 21.01 da lista de serviços anexa à LeiComplementar federal 116/2003, que autorizam os Municípios a instituírem o ISS sobre osserviços de registros públicos, cartorários e notariais — v. Informativos 441 e 464. Entendeu-setratar-se, no caso, de atividade estatal delegada, tal como a exploração de serviços públicosessenciais, mas que, enquanto exercida em caráter privado, seria serviço sobre o qual incidiria oISS. Vencido o Min. Carlos Britto, relator, que, salientando que os serviços notariais e de registro

seriam típicas atividades estatais, mas não serviços públicos, propriamente, julgava o pedidoprocedente por entender que os atos normativos hostilizados afrontariam o art. 150, VI, a, da CF,que veda que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituam impostos sobrepatrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.ADI 3089/DF, rel. orig. Min. Carlos Britto, rel. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, 13.2.2008. (ADI-3089)

  Obrigação Tributária: Decisões Contraditórias e Coisa Julgada - 1

A Turma julgou procedente pedido formulado em reclamação ajuizada por empresa contribuintepara determinar que delegado da Receita Federal em Uberlândia/MG cumpra decisão proferida poresta Corte que, em agravo de instrumento (AI 458027/MG, DJU de 11.12.2006), proveraparcialmente recurso extraordinário com o fim de declarar a inconstitucionalidade da majoração ou

alargamento da base de cálculo da PIS/COFINS, trazidos pela Lei 9.718/98. No caso, foramproferidas, com trânsito em julgado, duas decisões contraditórias em dois mandados de segurançaenvolvendo as mesmas partes, causa de pedir e pedido. No primeiro writ, reformara-se acórdão doTRF da 1ª Região na parte em que reputara válida a ampliação da base de cálculo da COFINS,sendo, tempos depois, tal decisão aditada para incluir a base de cálculo relativa ao PIS.Posteriormente, a mesma empresa impetrara outro mandado de segurança, idêntico àquele, quetivera o mesmo desfecho. A Fazenda Nacional, então, apelara, tendo sido provido seu recurso paraassentar a inexistência de inconstitucionalidade na mencionada Lei 9.718/98. Na fase dehabilitação de crédito, promovida pela contribuinte, a autoridade reclamada negara cumprimento àdecisão do Supremo ao argumento de existência de coisa julgada, em face do trânsito do último

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mandado de segurança. Ocorre que o acórdão prolatado nesse writ fora posterior à rejeição dopedido de desistência formulado pela empresa, que o teria impetrado por equívoco, em virtude daconstituição de novos advogados.Rcl 5151/MG, rel. Min. Menezes Direito, 12.2.2008. (Rcl-5151)

Obrigação Tributária: Decisões Contraditórias e Coisa Julgada - 2

Inicialmente, ressaltando que as decisões proferidas versaram sobre o mérito do mandado desegurança, aduziu-se que seus efeitos atingiriam impetrante e impetrado, previamente definidos.Sendo assim, cuidando-se de ações individuais, não competiria à autoridade reclamada questionara decisão prolatada pelo Supremo, cabendo-lhe dar cumprimento ao que decidido em recursoextraordinário. Mencionou-se, ainda, que a coisa julgada poderia ter sido impugnada mediante oajuizamento de ação rescisória pela parte interessada em desconstituir a decisão ilegal oucontrária à jurisprudência. Ademais, em se tratando de obrigação tributária, sendo ré a FazendaPública, deveria prevalecer, na espécie, a interpretação normativa feita pelo STF, tendo em vista aredação do parágrafo único do art. 741, do CPC, nos termos da Lei 11.232/2005 (“Art. 741. Naexecução contra a Fazenda Pública, os embargos só poderão versar sobre: ... Parágrafo único.Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título

 judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo TribunalFederal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo SupremoTribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.”). Assim, concluiu-se serdesnecessário adentrar discussão teórica e doutrinária concernente à coisa julgada contrária àmanifestação do STF, coisa julgada inconstitucional, haja vista estar-se em sede de reclamação.Rcl 5151/MG, rel. Min. Menezes Direito, 12.2.2008. (Rcl-5151)

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