Ana Margarida Pires Carreira Conceição
Joana Margarida Ramos Gomes
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
E
NETWORKING
Lisboa, janeiro de 2017
Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 2
Índice Índice de Figuras ...................................................................................................................................... 2
1 Introdução/ Sinopse ........................................................................................................................ 3
2 Desenvolvimento ............................................................................................................................. 4
2.1 Inteligência Emocional ............................................................................................................ 4
2.2 Networking .............................................................................................................................. 7
2.3 Inteligência Emocional e Networking: A relação dos conceitos ............................................ 12
3 Benchmarking ................................................................................................................................ 14
4 Discussão e Conclusão ................................................................................................................... 17
5 Referências .................................................................................................................................... 19
6 Anexos ........................................................................................................................................... 22
Índice de Figuras
Figura 1 Classificação da inteligência emocional .................................................................................... 5
Figura 2 Matrix Swot pessoal ................................................................................................................ 11
Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 3
1 Introdução/ Sinopse
No presente contexto económico de crise, marcado pelo elevado grau de incerteza no sector
empresarial, tem levado a uma percentagem demasiado elevada de desemprego. A procura de
oportunidades deixou de se basear apenas nas habilitações académicas, nem tão pouco na
performance intelectual demonstrada ao longo desta mesma aprendizagem. Para além disso, até
ao século XX, as empresas eram motivadas por números, produção em escala e com rigorosas
metas. Era uma altura de crescimento de mercado com mercados homogéneos de forte controlo
administrativo. Até essa data, o objetivo maior das organizações era a conveniência da empresa
e não do cliente. No entanto, a nova realidade é marcada pela imprevisibilidade no mercado de
trabalho. A competição empresarial, a exigência cada vez maior do consumidor e o
desenvolvimento veloz das tecnologias, obrigam a uma visão estratégica para o sucesso
profissional e empresarial, uma atualização constante, uma contínua melhoria dos serviços e da
sua qualidade. O enfoque passou a ser no cliente e por este motivo, as empresas atuais procuram
os profissionais, que para além da sua inteligência técnica, tenham sensibilidade externa, sejam
empreendedores, que tenham visão abrangente e sejam capazes de conviver com incertezas,
tenham agilidade e raciocínio, sem perder a sensibilidade e humanismo. Para além disso, nos
últimos anos, temos assistido a uma crescente valorização dos processos comunicativos
enquanto elementos essenciais da vida em sociedade. A comunicação constitui, na sociedade
informacional em que nos encontramos, uma das chaves da vida em sociedade e da vivência
humana. As organizações têm vindo a deparar-se com a crescente necessidade de redefinir as
suas estratégias por forma a atingirem de forma mais rentável os mercados onde atuam, assim
como obterem o crescimento sustentável perante o mercado global. Assim, encontram no
Networking e no marketing pessoal ferramentas para acalçarem maiores níveis de visibilidade
perante todos os mercados, obtendo assim benefícios profissionais e pessoais.
Deste modo, o presente estudo apresenta como principal objetivo analisar as características da
Inteligência Emocional e relacioná-las com a prática do Networking. Pretende-se demonstrar
que a inteligência emocional está diretamente relacionada com a aptidão social e a capacidade
de estabelecer uma rede de contactos como estratégia para o sucesso profissional.
Inteligência Emocional e Networking
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2 Desenvolvimento
2.1 Inteligência Emocional
O termo Inteligência Emocional foi usado pela primeira vez por Mayer e Salovey (1990). Os
autores fizeram uma análise de pesquisas científicas que visavam demonstrar a existência de
uma habilidade relativamente distinta, que referiram como Inteligência Emocional. Definiram
Inteligência Emocional como uma subclasse da inteligência social, cujas habilidades estariam
relacionadas como controlo dos próprios sentimentos e dos sentimentos dos outros, na
descriminação de ambos e na utilização desta informação para guiar o pensamento e as ações.
“A Inteligência Emocional é a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao
pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros”
Mayer e Salovey (1990).
No entanto, o conceito de Inteligência Emocional tornou-se amplamente conhecido quando em
1995, Daniel Goleman publicou o livro “Inteligência Emocional” onde lançou uma teoria
revolucionária que redefine o que é ser inteligente. O enfoque principal dizia respeito à
contestação em relação crença que valorizava somente a inteligência convencional (QI), ou
seja, a capacidade mental de um indivíduo como preditor de sucesso.
Goleman definiu Inteligência Emocional como “a capacidade de a pessoa se motivar a si mesma
e persistir a despeito das frustrações; de controlar os impulsos e adiar a recompensa; de regular
o seu próprio estado de espírito e impedir que o desânimo subjugue a faculdade de pensar; de
sentir empatia e esperança”.
Para Goleman, “há numerosas exceções à regra de que o QI prediz êxito; na realidade, são mais
as exceções do que a regra. Na melhor das hipóteses, o QI contribui com cerca de 20% para os
fatores que determinam o êxito na vida, o que deixa 80% para outras forças”.
Fez referência a um estudo com alunos de Harvard, nos anos 40, uma época em que as principais
universidades eram frequentadas por pessoas com uma gama de QI mais elevada. Estes alunos
foram acompanhados até à meia idade e verificou-se que aqueles que tinham obtido as notas
mais elevadas na universidade, não eram particularmente melhor sucedidos, em comparação
com os colegas menos dotados. O mesmo tipo de estudo até à meia idade foi feito com 450
rapazes em que dois terços provinham de famílias que recebiam assistência social. Também
neste caso, o QI mostrou ter pouca relação com o êxito que tiveram na vida e no trabalho.
Concluíram que a capacidade de lidar com as frustrações, controlar as emoções e capacidade
de relacionamento com as outras pessoas tinha uma importância significativamente maior.
Inteligência Emocional e Networking
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Por sua vez, Mayer e Salovey (1997) enfocaram que o entendimento, assimilação e a regulação
das emoções são capazes de promover o crescimento emocional e intelectual do indivíduo.
Bar-On (2006) afirma que se pode prever o sucesso através de uma investigação das habilidades
sociais e emocionais dos indivíduos.
Num estudo realizado por David McClelland (1996) com uma empresa global de comidas e
bebidas, o autor descobriu que quando os gestores sénior ultrapassavam um nível crítico de
capacidades de inteligência emocional, as suas secções ultrapassavam os objetivos de lucros
anuais em 20%. Estas descobertas verificaram-se nas operações norte-americanas, na Ásia e
Europa.
Mais do que a inteligência medida pelo QI, uma sondagem feita pela Career Builder (2011),
empresa de recrutamento americana, demonstrou que 71% dos 2662 executivos de RH,
afirmam valorizar mais a inteligência emocional do que o QI dos funcionários. Os inquiridos
explicam que os funcionários com elevada inteligência emocional conseguem manter a calma
sob pressão, sabem resolver conflitos, têm empatia com as equipas, lideram bem pelo exemplo
e tomam decisões bem pensadas.
Salovey e Mayer (2000), classificam a Inteligência Emocional em cinco domínios principais,
classificação esta também utilizada por Daniel Goleman (1997) e aplicada ao contexto
empresarial pelo mesmo autor (2007), tal como observado no Figura 1.
Auto-consciência: capacidade de reconhecer e compreender os próprios estados de espírito,
emoções e motivações, assim como o seu efeito nos outros. É a atenção continuada dada aos
nossos estamos íntimos. Nessa consciência autorreflexiva, a mente observa e investiga ela
própria as experiências, incluindo as emoções. É a dimensão do “eu conheço-me” que nos
Figura 1 Classificação da inteligência emocional
Inteligência Emocional e Networking
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consciencializa para os nossos pontos fortes e as nossas limitações. As pessoas com um grau
elevado de auto-consciência reconhecem como os seus sentimentos as afetam, às outras pessoas
e ao seu desempenho no trabalho. A auto-consciência entende-se a um conhecimento que a
pessoa tem dos seus valores e objetivos. Alguém que é bastante auto-consciente sabe para onde
vai e porquê. Esta auto-consciência revela-se frequentemente no processo de contratação. Os
candidatos auto-conscientes serão francos em admitir que falharam. Em contrapartida, as
pessoas com uma baixa auto-consciência interpretam a mensagem de que precisam de melhorar
como uma ameaça ou um sinal de fracasso.
Auto-controlo: capacidade de controlar ou redirecionar impulsos e estados de espírito que
possam causar ruturas. A tendência para pensar antes de agir. O auto-controlo é o elemento da
inteligência emocional que nos liberta da prisão dos nossos sentimentos. As pessoas que
controlam os seus os seus sentimentos e impulsos (consideradas razoáveis), são capazes de criar
um ambiente de confiança e de justiça. Além disso, o auto-controlo é importante por razões de
competitividade. Hoje em dia o mundo dos negócios é caracterizado pela ambiguidade e
mudança rápida. A tecnologia transforma o trabalho a uma velocidade vertiginosa. As pessoas
que dominam as suas emoções são capazes de acompanhar as mudanças, não entrando em
pânico.
Motivação: paixão pelo trabalho por motivos que ultrapassam o dinheiro ou o estatuto.
Tendência para tentar alcançar objetivos com energia e persistência. Estas pessoas procuram
desafios criativos, adoram aprender e orgulham-se bastante de um trabalho bem feito. Para além
disso, estão sempre a elevar a fasquia de desempenho e gostam de avaliar os resultados,
permanecendo otimistas mesmo quando os resultados são desfavoráveis.
Empatia: capacidade de compreender o perfil emocional das outras pessoas. Aptidão para tratar
as pessoas de acordo com as suas reações emocionais. A empatia nasce da autoconsciência;
quanto mais abertos formos às nossas próprias emoções, mais capazes seremos de ler os
sentimentos dos outros. Esta capacidade tem um papel fundamental em várias áreas da vida. A
chave para intuir os sentimentos dos outros reside na habilidade de ler os canais não verbais: o
tom de voz, o gesto, a expressão facial, etc.
Ao exercer empatia, aumentamos a nossa capacidade de estabelecer rapport: o entrosamento
ou afinidade que existe ou se cria entre as pessoas numa determinada interação. Para
estabelecermos raport precisamos de deixar temporariamente de lado a nossa programação
emocional, para podermos captar os sinais da outra pessoa.
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Aptidão social: capacidade de gerir relações e construir redes sociais. Capacidade de encontrar
interesses comuns e de estabelecer comunicação empática. A aptidão social é uma espécie de
simpatia direcionada: fazer com que as pessoas se movam na direção que se deseja. As pessoas
com aptidão social tendem a ter um vasto círculo de conhecidos e jeito para encontrarem algo
em comum com todo o tipo de pessoas. Estas pessoas, segundo Goleman, têm uma rede
organizada quando chega o tempo de agir.
A evolução do conceito de inteligência emocional, desde a primeira escala de inteligência, por
Binet e Simon, passando pelos autores Gardener, Mayer, salovey e Goldeman atraiu atenção
generalizada, sendo um conceito com grande divulgação, as relações entre as cognições e
emoções ganham destaque nas ciências sociais. Seja o que for, a inteligência emocional
interpela-nos, os verdadeiros valores talvez sejam o autocontrolo, e a leitura dos nossos
sentimentos, o otimismo e a empatia, valores já reconhecidos sem dúvida, mas num plano
secundário, no anexo nº 1 verifica-se um teste de autodiagnostico sobre a inteligência emocional
mais do que uma prova científica com fiabilidade, sensibilidade, vai permitir-nos fazer uma
reflexão sobre nós próprios, os outros, desenvolver um espirito afetivo tanto ao nível laboral e
pessoal… (Martineaud S & Engelhart, D 2002; Branco, 2004).
2.2 Networking
Networking implica a construção de relações pessoais e profissionais para criar um sistema de
informação, contacto e apoio crucial para o sucesso (Rasdi, R., Garavan, T. & Maimunah, I.
(2013). Para os autores Forret & Dougherty (2004), o networking é um comportamento proativo
que pode ser definido como “tentativa dos indivíduos desenvolverem e manterem
relacionamentos com outras pessoas que têm o potencial de ajudá-los no seu trabalho ou
carreira”.
O conceito de networking na segunda metade do século XX foi promovido para ajudar os
empresários a construir seu capital social. Nos EUA, os defensores da equidade no local de
trabalho encorajaram a criação de redes de negócios por membros de grupos marginalizados
(por exemplo, mulheres, afro-americanos, etc.) para identificar e enfrentar os desafios que
impedem o sucesso profissional. A literatura corrente adotou subsequentemente os termos e os
conceitos para a concretização de carreiras profissionais de sucesso. Desde a década noventa
"networking" tornou-se um termo aceite e integrado na sociedade americana, enquanto na
entrada do século XIX expandiu-se para além das suas raízes como uma prática empresarial,
abarcando outras áreas, tais como programas educacionais (wikipedia, s/d).
Inteligência Emocional e Networking
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Na revisão bibliográfica é inevitável a associação com os conceitos de marketing pessoal e
marketing boca-a-boca, a proliferação “da sociedade em rede”. Atualmente, vivemos num
mundo completamente interconectado, assim e segundo Carrera (2011), encontramo-nos
rodeados de informação, podemos comprar, vender, alugar ou até dar informação em tempo
real, sendo impossível nos dias de hoje imaginar uma sociedade sem tais possibilidades.
O mesmo autor brinda-nos com o conceito de rede social, como sendo uma estrutura social
constituída por entidades podendo estas ser indivíduos ou organizações, estando interligados de
diversas maneiras e partilhando valores, ideais, fluxos financeiros, ideias, sentimentos
amorosos, amizades, laços familiares, entre outros, ou seja, todo o tipo de permutas. Acrescenta
ainda que as redes sociais na internet têm vindo a conhecer um crescimento acentuado, uma
vez que milhões e milhões de pessoas estão a aderir, criando assim uma extensão delas numa
plataforma on-line (Carrera, 2011;Youssef, & Youssef, 2011).
Este fenómeno surge associado ao aparecimento do termo da Web 2. onde o utilizador deixa
de ser figura passiva e recetora de conteúdos, para passar a ser um agente ativo no
desenvolvimento Web, esta colaboração passa a ser a palavra de ordem, permitindo a criação
de uma extensão virtual de organizações e pessoas, mudando comportamentos e atitudes face
ao papel da internet nas nossas vidas (Carrera, 2011; Youssef & Youssef, 2011).
Contudo convém desmistificar o conceito de que “quanto maior a rede de contactos maior será
o seu valor” (DeBusk, 2008). Nesse sentido Carrera (2011) menciona que uma rede não vale
pelo número de contactos, mas sim pelo grau de envolvimento que se possui com esses mesmos
contactos, senão tudo não passará de uma mera “coleção de cromos de bola”.
A globalização e competitividade dos mercados cria um imperativo para as organizações de
considerarem participar em redes e refletir sobre a importância estratégica das mesmas (Forret.
& Dougherty, 2004).
Segundo o autor Pereira (2015), o networking apresenta cada vez mais relevo nos dias de hoje,
assumindo-se como uma forma de trabalho extremamente decisiva no tempo e economia
moderna. Para Carrera (2011), falar de networking é, pois, falar de uma alavancagem social,
algo que poderá ser responsável pelos nossos futuros sucessos pessoais e profissionais.
Os comportamentos de networking poderão abranger cinco tipos: para manutenção de
contactos, para socialização, para participação em atividades profissionais, para participação
em atividades da comunidade, ou para o aumento de visibilidade (Forret. & Dougherty, 2004).
Misner (2012 como citado em Pereira, 2015) destaca cinco passos essenciais de forma a
construir um networking eficaz através de redes e do marketing boca-a-boca, podendo ser
observados na Tabela 1:
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Networking Eficaz
Saber como pedir referências: Aprender e desenvolver técnicas específicas que
irão ajudar a aprimorar a capacidade de pedir as referências desejadas;
Não ser fechado: Sair e conhecer pessoas;
Conscientemente selecionar pelo menos três grupos empresariais ou de redes
para aderir (câmaras de comércio, grupos de serviço à comunidade,
associações comerciais, entre outras.);
Desenvolver um incentivo criativo para incentivar as pessoas a referenciar-nos;
Ter uma atitude positiva e de apoio, a necessidade de aprender a utilizar
efetivamente as ferramentas que a rede tem ao seu dispor, e por fim, encarar o
networking como uma habilidade adquirida.
Tabela 1 Networking eficaz
Outro passo essencial na direção de um networking eficaz passa pela composição que a rede
deverá primar no número e tipo de pessoas a ela associada, ou seja o seu capital social que é
construído com ideias, conhecimentos, informações, oportunidades, contactos e referências
(Pereira, 2015; DeBusk, 2008). Apesar dos empreendedores reclamarem cada vez mais um
palco importante para este fenómeno, continuam a existir muitos empresários a subvalorizar
construindo algumas ideias erróneas em torno deste como acontece a associação “a afamada
cunha”, ou a simples distribuição de cartões em massa (Carrera, 2011). Sendo o networking um
termo bastante mais amplo, e para uma melhor delimitação teórica importa observar o
fenómeno de networking numa perspetiva de cara- a cara, marketing pessoal e marca pessoal.
O conceito de networking presencial, ou simplesmente a sua definição de “cara a cara”, no
que respeita ao processo relacional em análise, é deveras eficaz, permitindo a visualização de
gestos, olhares, emoções ou até mesmo de simples expressões de insegurança, de dúvida ou
concordância. Este conceito necessita de um elevado nível de confiança para atingir o sucesso
(Carrera, 2011; Pereira, 2015).
Outro conceito em análise é o marketing pessoal, na perspetiva de que este é um Marketing
de Referências e nos permite uma melhor compreensão de todo o fenómeno de networking, que
vai geralmente levar a obtenção de visibilidade, credibilidade e rentabilidade. (Muscanell, &
Guadagno, 2011).
O marketing pessoal contribui para o fortalecimento do crescimento pessoal e profissional da
“marca pessoal”. Tal é explicado pelo facto de esta tipologia de marketing se traduzir,
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essencialmente, na capacidade individual de atrair e manter relacionamentos pessoais e
profissionais de forma permanente, para através destes se tornar possível responder às
necessidades existentes, alcançando assim um nível geral de satisfação. O autor acrescenta
ainda que o processo do marketing pessoal é em tudo similar àquele utilizado no marketing de
produtos/serviços (Agre, 2015). A gestão de uma rede de contactos requer um trabalho contínuo
e sistematizado da parte do “networker”. Existem várias oportunidades que podem ser criadas
ou às quais o “networker” se pode associar, nomeadamente, as conferências. Com a vantagem
de reunir participantes com interesses comuns, os workshops/formações, que permitem um
alargamento de contactos não só entre formadores e formados, assim como entre os próprios
formandos. Existem os “speednetworking”, sendo estes eventos “profissionalizados”, nos quais
os participantes dispõem, em média, de dois minutos e meio para explicarem aos seus
interlocutores o que fazem e o que pretendem com a sua abordagem. Além disso, verifica-se
ainda a existência de grupos/associações que podem ter um carácter mais pessoal ou
profissional, mas têm como base uma identificação com os seus ideais e valores, sendo de
destacar a existência do social media, ou as redes na web (Linkedin, XING, Plaxo, The star
tracker), como um conjunto de ferramentas que permitem uma gestão eficaz e em tempo real
da rede de contactos, (Carrera, 2011; Forret, & Dougherty, 2004; Phil Agre, 2015; Muscanell,
N. & Guadagno, R. 2011).
O mesmo autor Carrera (2011) defende a necessidade de desenvolvermos três departamentos,
entre eles, o financeiro (estabilidade, não confundir com riqueza, para que possamos trabalhar
de forma concentrada), formação (deve ser alinhada com os objetivos que estabelecemos para
nós, numa ótica de continuidade) e de marketing que não poderá só limitar-se autopromoção
pessoal (ex., entrega de cartões de visita mais rápida que a concorrência), antes deveremos ser
responsáveis por definir muito claramente o nosso produto e quais são os seus aspetos
diferenciadores em relação a concorrência, só depois estaremos em condições para pensar em
outras dimensões, tais como:
Qual vai ser o preço dos nossos serviços ou salários?
A quem vamos vender em exclusivo ou não?
Como nos vamos promover?
Em suma, temos que trabalhar o nosso marketing mix, só deste modo vamos obter um
networking eficaz. Além da elaboração do markenting-mix, para se tornar possível alcançar
um bom desempenho ao nível do marketing pessoal, o individuo deverá efetuar uma análise
de forma a perceber os seus pontos fortes, as suas fraquezas, assim como as oportunidades e
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ameaças que poderá ter de enfrentar (análise SWOT), como se pode verificar na Figura 2 Matrix
Swot pessoal
(Pereira, 2015):
Só estabelecendo uma estratégia o individuo consegue atingir os objetivos pretendidos,
focando-se em definir a sua estratégia competitiva, o que ao longo do tempo irá permitir, a
realização de uma gestão estratégica. A análise SWOT, tem o intuito de sistematizar o processo
de criação de estratégias e eliminar a subjetividade e a intuição da escolha da melhor alternativa
para a organização (Pereira, 2015).
Torna-se agora essencial abordar a temática de marketing boca-a-boca, pois é a tipologia de
marketing mais utilizada no networking presencial. Englel (2000), como referido em Pereira
(2015), afirma que esta tipologia de marketing verifica-se quando os consumidores procuram
outros, especialmente amigos ou familiares, para obter opiniões sobre produto/serviços.
(Andrade, 2006). O verdadeiro poder reside no fato de ao compartilharem as suas experiências
com famílias, amigos e até com completos estranhos, tal publicidade é realizada não por
incentivos financeiros, mas pela qualidade do produto ou serviço. (Pereira, 2015; Andrade,
2006).
Como referido anteriormente, o conceito de networking é um verdadeiro desafio ser analisado
em toda a sua plenitude, para efeitos, do presente trabalho, focamos os aspetos, mais relacionais
com as habilidades e dimensões da inteligência emocional que ao longo da revisão bibliográfica
nos foi orientando.
Contudo, achamos pertinente construir algumas ideias chaves em anexo inspirados em alguns
vultos mundiais do “Networking, tais como Filipe Carrera (anexo nº 2.1) e Raquel Rodrigues
Oportunidades
/Opportunities
Forças/StrenghFraquezas
/Weaknesses
Ameaças /Theats Oportunidades/
opportunities
Figura 2 Matrix Swot pessoal
Inteligência Emocional e Networking
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(anexo nº 2.2), que tiveram como principal finalidade uma vertente mais prática do networking
na hora de ser um verdadeiro networker de sucesso num mercado competitivo.
2.3 Inteligência Emocional e Networking: A relação dos conceitos
Após decorreremos de forma isolada estas áreas tão atuais e presentes na cultura organizacional
importa ressalvar a sua estrita ligação.
Partindo da premissa que as redes são a soma total das relações, tanto formais quanto informais
em que os utilizadores participam e atraem benefícios como empresários ou como organização,
os autores Mutoko & Nzonzo (2016) argumentam que as redes são ferramentas cruciais na fase
inicial de uma empresa e durante o processo de crescimento. Assim, o networking empresarial
fornece uma plataforma para estabelecer e manter redes profissionais eficazes.
No contexto organizacional a rede é composta por laços interpessoais diretos e indiretos, ao
nível social compreendem fortes laços interpessoais, por exemplo, família e amigos próximos,
enquanto os laços interpessoais fracos, tais como concorrentes, conhecidos e colegas. Daqui
decorre, uma importante análise, em concordância com a maioria dos autores, que cada um de
nós deverá ter uma pequena coleção de laços diretos, embora, o essencial seja uma grande
coleção de laços indiretos, tentando aumentar ou ampliar e fortalecer os laços indiretos para
maximizar os benefícios da nossa rede. Infelizmente, a maioria de nós está demasiado ocupado
nas suas atividades e reservam pouco tempo para diversificar a própria rede (Mutoko & Nzonzo,
2016; Torres-Coronas, Vidal-Blasco & Sánchez, 2015).
Na afinidade entre a Inteligência Emocional e o Networking, evidencia-se o capital social que
pode ser considerado a forma mais importante de capital que permite as organizações terem a
oportunidade de colaborar com outros, desenvolver oportunidades de negócios e facilitar a
resolução de problemas. Neste contexto em desenvolvimento, o capital social fornece um
mecanismo para que os empreendedores exponham as suas ideias de negócios à comunidade
empresarial (Mutoko & Nzonzo 2016; Muscanell, & Guadagno, 2011;Pereira, 2015).
A capacidade de trabalhar em rede está intimamente ligada a convicções pessoais em alcançar
metas e melhores resultados. Vários estudos sugerem que as habilidades socais e interpessoais
podem ser treinadas/apreendidas e que podem ser vitais para o todo o processo. Além disso,
várias habilidades foram identificadas como tendo fortes indicadores de sucesso, incluindo
perceber com precisão os outros, fazer boas primeiras impressões e a capacidade de persuadir
ou influenciar as outras pessoas (Mutoko & Nzonzo 2016; Torres-Coronas, Vidal-Blasco &
Sánchez, 2015).
Inteligência Emocional e Networking
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Os mesmos autores realizaram um estudo com uma amostra de empresários que possuem
pequenas e médias empresas no Botswana, através de entrevistas pessoais estruturadas, onde
concluíram que a Inteligência Emocional desempenha um papel relevante no desenvolvimento
das redes profissionais. Os autores identificaram que um empresário de sucesso é aquele que se
concentra em analisar os fatores macro e micro que impedem ou promovem a eficácia do
negócio, bem como aumentar o desenvolvimento das redes profissionais. Descobriram que
quanto maior a Inteligência Emocional dos empresários, mais eles são capazes de produzir
ideias criativas e úteis, eficazmente. Além disso, 90% dos inquiridos destacaram que a obtenção
de ajuda lhes permitiu desenvolver competências profissionais em rede. Por outro lado, os
autores concluíram que baixos níveis de inteligência emocional dos empresários podem afetar
negativamente a sua capacidade de Networking.
Num estudo realizado por Teresa Torres-Coronas, Maria-Arant Zazu Vidal-Blasco & Jorge de
Andrés Sanchez (2015), com empresários residentes em Tarragona (Espanha), os autores
concluíram que o desenvolvimento de contactos através do Networking é fundamental para
iniciar um negócio e para a sua sobrevivência, crescimento e desenvolvimento futuro.
Verificaram que um número significativo dos empresários que demonstraram ter um
comportamento proativo em Networking, foram identificados como tendo uma elevada
Inteligência Emocional.
Segundo Hélder Falcão (2013), a inteligência emocional está muito relacionada com o destaque
que certos empresários têm dos restantes, tornando-se networkers especiais. Tornando-se
criativo, inovador, surpreendente, o networker com elevado QE (Quociente Emocional)
consegue alavancar uma riqueza incrível do seu capital social e construir um negócio próspero
através do passa palavra.
De forma conclusiva, estes dois conceitos estão interconectados entre si, ao considerarmos que
o networking é a soma dos atributos intangíveis do empresário, que inclui atitudes, valores,
crenças, conhecimentos, habilidades, personalidade, sabedoria, perícia e propensões
comportamentais, assim os empresários/empreendedores que mostram maior empenho no
desenvolvimento das suas redes tendem a ter um melhor o desempenho em comparação com
os que não cultivam esta prática. A Inteligência emocional pode desempenhar um papel
criterioso nas organizações na hora de atrair e apresentar-se aos investidores, aos novos clientes,
amigos e familiares, a fim de obter financiamento e melhorar as suas capacidades no mercado
tão competitivo.
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3 Benchmarking
Quando falamos de casos de sucesso, quando ouvimos uma nova invenção ou ideia
inevitavelmente deparamos-mos com este pensamento: «Mas eu já tinha pensado nisso…!».
Provavelmente pensou, contudo, a principal diferença reside na motivação, maior resiliência,
aliado a experiencia e dinheiro para a concretizar, faz a diferença no verdadeiro empreendedor,
inventor/criador, capitalista. De seguida, apresentamos alguns casos de sucesso, onde estas
características estiveram presentes.
1 º Num caso de sucesso, exemplificado por Daniel Goleman, o autor descreve: “Considere o
caso de um executivo no departamento de estratégia de uma empresa global de computadores.
Em 1993, estava convencido de que o futuro da empresa passaria pela Internet. Durante o ano
que se seguiu, encontrou pessoas com quem tinha afinidade e usou as suas aptidões sociais para
criar uma comunidade virtual que atravessava níveis, departamentos e nações. Depois, usou de
facto a sua equipa para estabelecer um web site empresarial, entre os primeiros de uma grande
empresa. E, por sua própria iniciativa, sem orçamento nem estatuto formal, inscreveu a empresa
para participar numa convenção anual da industria da Internet. Chamando os seus aliados e
persuadindo vários departamentos a doar fundos, recrutou mais de cinquenta pessoas de uma
dúzia de unidades diferentes para representar a empresa na convenção. A direção reparou: um
ano depois da convenção, a equipa do executivo formou a base do primeiro departamento de
Internet da empresa e ele foi formalmente encarregado de o chefiar. Para chegar aí, o executivo
ignorou os limites convencionais, criando e mantendo ligações com pessoas de todas as áreas
da empresa.”
2º - O nosso segundo caso optámos por falar de uma personalidade de sucesso Christopher
Barrat considerado um orador conceituado, respeitado, consultor e autor no desenvolvimento
de habilidades operacionais. O seu conhecimento é baseado na sua real experiência no mundo
onde ocupou diversas funções entre elas, gerente de vendas, gerente de negócios e diretor de
compras. A sua experiência trouxe-lhe credibilidade no trabalho que ele oferece, bem como
uma visão única de ambos os lados, tanto do consumidor, como do empresário/vendedor.
Atualmente, Christopher é diretor da Greystone Management, uma consultoria que trabalha
para reunir pessoas, processos e tecnologia para alcançar e maximizar a eficácia do negócio.
Ele também é um orador popular em convenções internacionais, um escritor assíduo para
crónicas e revistas de negócios. Desta panóplia, destaca-se a coautoria de um livro
Inteligência Emocional e Networking
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encomendado pela grande editora norte-americana John Wiley & Sons 'Buying for Business',
estando para breve o lançamento do seu segundo livro 'Mosaic Management'.
O vídeo que se segue é um verdadeiro caso de sucesso no TED, intitulado de “Successful
Networking - the ultimate guide | Christopher Barrat | TEDxAmRingSalon”, acesso em:
https://www.youtube.com/watch?v=NAWN8U3q7eQ.
Neste vídeo Christopher partilha alguns dos seus conhecimentos úteis sobre como podemos
identificar imediatamente os principais pontos de conexão/as ligações certas para fortalecer a
sua rede em eventos sociais/profissionais. Poderá compreender que existem premissas básicas,
“um caminho universal” que nos conduz em direção aos objetivos/ as vendas através de um
conjunto de habilidades socais, como por exemplo uma conversa divertida e perspicaz.
3º O nosso terceiro caso, optámos pelo Lego, pois exemplifica algumas das habilidades do
fundador que foram abordadas ao longo do trabalho, nomeadamente resiliência, motivação,
autoconsciência, e autocontrolo que permitiram a sobrevivência e evolução de uma grande
empresa. Ole Kirk Christiansen em 1916 abriu uma carpintaria em Billund, na Dinamarca, e
nos seus tempos livres talhava brinquedos em madeira para os filhos. Em 1934 formou uma
empresa, a que chamou Lego, a contração das palavras dinamarquesas leg godt, «brincar bem».
Após a II Guerra Mundial, Christiansen descobriu a magia do plástico para produzir brinquedos
e criou umas pedras que se podiam interligar, a que chamou «tijolos de ligação automática».
Numa feira de brinquedos, em 1954, Godtfred, filho de Christiansen, encontrou um comprador
que se queixou da inexistência de um sistema de brinquedos multifacetado e elaborou uma lista
de requisitos que esse sistema deveria respeitar: proporcionar possibilidades ilimitadas para
rapazes e raparigas de todas as idades, durante todo o ano. O brinquedo teria de ser estimulante
e absorvente, proporcionando horas infinitas de entretenimento, estimulando a imaginação,
criatividade e desenvolvimento das crianças. Quantos mais brinquedos, maior deveria ser o seu
valor. Sempre atual deveria ser seguro e de qualidade. Dos mais de 200 produtos que a Lego
produzia, apenas os «tijolos de ligação automática» satisfaziam os requisitos, por isso em 1955
lançaram o produto com o nome Lego System of Play.
Quando Ole Christiansen faleceu, em 1958, o Lego tinha-se já tornado o brinquedo mais
popular na Europa. Em 1961 chegou aos Estados Unidos, onde foi louvado por crianças, pais e
psicólogos.
A história da Lego poderia ter aqui um final feliz, mas Godtfred tinha uma outra visão: um
parque temático para crianças, inteiramente construído com Lego. Em 1968, a Legolândia abriu
Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 16
as portas em Billund. Hoje é uma das mais populares atrações turísticas dinamarquesas, com
um milhão de visitantes por ano. Em 1996, abriu outra Legolândia, perto de Windsor, na
Inglaterra. E no próximo ano abrirá um parque em Carlsbad, na Califórnia.
4º O quatro exemplo aborda sobretudo as características da inovação e da criatividade
identificadas em indivíduos com coeficiente emocional superior. O Tupperware - Uma festa
de vendas. O inventor autodidata Earl Tupper convenceu a DuPont, em 1939, a vender-lhe
algumas sobras de material sintético. Desenvolveu um novo processo de refinação que
purificava essa massa malcheirosa de resíduos de polietileno, transformando-a num plástico
flexível, inquebrável, não tóxico, claro, leve e fácil de limpar.
Em 1947 começou a produzir e comercializar caixas para alimentos. Até que um dia, em 1949,
atendeu um telefonema de Brownie Wise, a sua distribuidora na Florida. Ela queixava-se da
lentidão na entrega das mercadorias, que bloqueava a expansão do negócio. Tupper ficou
surpreendido com os seus volumes de vendas e perguntou-lhe qual o seu segredo. A resposta,
de uma só frase — «vendo os produtos em festas» —, mudaria a forma como as donas de casa
armazenam os seus alimentos, faria com que a Tupperware se tornasse uma marca
mundialmente conhecida e com que Earl Tupper fosse milionário (as receitas globais são
superiores a 1,5 mil milhões de dólares). Hoje, em cada três segundos, algures no mundo inicia-
se uma festa Tupperware.
Em troca da descoberta do melhor método de venda do seu produto, e reconhecendo que era a
pessoa ideal para dirigir as operações, até porque as mulheres constituíam a força de vendas da
empresa, em 1951 Tupper tornou Wise vice-presidente e directora-geral da empresa. Quando
ela assumiu funções, a empresa tinha 200 dealers independentes; três anos depois eram já nove
mil.
Em 1958 Tupper vendeu a empresa à Rexall Drug Company, por nove milhões de dólares.
Nesse mesmo ano Wise deixou a empresa. Tupper reformou-se e foi viver para a Costa Rica,
onde faleceu, em 1983.
Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 17
4 Discussão e Conclusão
A primeira conclusão que nos permite retirar da elaboração deste relatório, prende-se com a
delimitação teórica de ambos os conceitos, pois não sendo o principal enfoque do trabalho, foi
possível constatar uma evolução das conceções da inteligência, a complexidade e o alargamento
do conceito o reconhecimento do seu interesse crescente pelo estudo da inteligência emocional.
Verificámos que esta evolução é acompanhada pelo mundo empresarial que procurou adotar
estas conceções de inteligência, às várias práticas empresárias, como a liderança, o proliferar
conferencias/ seminários com a temática central das emoções e sobre a forma como desenvolver
o Quociente Emocional.
Ainda dentro da mesma área de dificuldade, ou seja, a complexidade de ambos os conceitos, e
da sua tenra idade: se por um lado Inteligência emocional encontra-se na sua adolescência com
o borbulhar entusiasta de várias abordagens, o networking dá os seus primeiros passos na sua
pura definição. Esta última limitação revelou uma dificuldade crescente em selecionar as
principais correntes e/ou perspetivas abordar. Pois o delimitar-se a revisão teórica poderemos
entrar numa produção contraproducente, relevando umas perspetivas em detrimento de outras.
Aliás, no decorrer da elaboração da discussão dos resultados, deparamos-mos com a corrente
de Bar-On (1997, referenciado por Branco 2004), que pretende responder à questão: “porquê é
que alguns indivíduos estão mais aptos a obter o sucesso na vida do que outros?” Ao refletir
sobre esta questão, rapidamente apercebemo-nos que poderia ter sido o “epígrafe” deste
relatório. Desde a revisão teórica sobre os conceitos, a sua interligação, os casos de sucesso na
verdade procuramos perceber como determinadas características, como a aptidão social e a
capacidade de estabelecer uma rede de contactos como estratégia pode contribuir para o sucesso
profissional. Esta mesma ideia é defendida por Bar-On em que estuda os traços de
personalidade mais relacionados com o sucesso da vida e identifica cinco áreas e habilidades
intrapessoais e interpessoais, tais como adaptabilidade ou a gestão ao stress. Neste contexto, a
inteligência emocional abarca o agregado de habilidades e competências que representam uma
coleção de conhecimentos usados para lidar com a vida de forma “eficaz”. Assim, em futuros
trabalhos seria pertinente alargar a revisão bibliográfica a uma maior diversidade de correntes
e perspetivas e decorrer sobre os mesmos de forma mais detalhada e as suas associações
/implicações ao nível do networking.
O networking é de facto, mais que uma moda ou estrangeirismo. É um conceito que se encontra
cada vez mais enraizado no universo empresarial, pois promove os negócios em conjunto,
Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 18
promove as parcerias, intercâmbios de conhecimento e acima de tudo a visibilidade do
individuo.
Outra temática explorada no trabalho ao nível das estratégias de marketing a promoção do
marketing boca-a-boca, pode revelar-se como a aposta mais acertada, já que, esta tipologia do
marketing é ainda nos dias de hoje vista como uma das mais eficazes.
Outra observação importante está relacionada com a crescente necessidade de construiremos
redes eficazes seja traves dos relacionamentos próximos; familiares, amigos, ou outras ligações
mais fracas/fortes; seja com clientes, fornecedores, investidores, administração pública ou
instituições, porque o desenvolvimento de contactos em rede é importante para a nossas
sobrevivência, crescimento e desenvolvimento futuro. Em consequência em trabalhos futuros,
investigar comportamentos em termos práticos e preditores torna-se essencial, bem como
avaliar comportamentos proactivos é um preditor de alto potencial e de Inteligência emocional.
Outra nota reflexiva está associada a constante necessidade de nos envolveremos num processo
exploratório das novas tecnologias e aplicações, aumentar a nossa participação nas tecnologias
e soluções oferecidas pela WB 2.o e redes sociais, como Linkedin, facebook, twitter,
mypodcasts e myspace, entre outras redes mais específicas e profissionais.
Embora pareça haver uma relação clara e em concordância de todos os autores, a Inteligência
emocional e o desenvolvimento de instrumentos de medição de networking, que possam
mostrar as contribuições de cada variável para o sucesso empresarial, precisam de ser
contextualizadas. A prática tem demonstrado que a exigência dessas habilidades nos processos
de seleção tem gerado bons resultados. Nas empresas que valorizam também a inteligência
emocional, além da técnica e do raciocínio lógico, equilibra-se emoção e razão. O mundo
corporativo percebe pouco a pouco que os sentimentos e habilidades humanas são alavancas
para o bom desempenho da empresa e, por este motivo, a inteligência emocional é hoje tão
importante quanto a carreira ou um bom doutoramento.
Assim, devemos concentrarmos no futuro na compreensão do ambiente empresarial específico,
desenvolver técnicas de inteligência emocional e habilidades de perspicácia empresarial, uma
vez que, pelos inúmeros estudos elaborados, a relação entre sucesso e inteligência emocional é
clara, pelo que, a valorização dada pelas empresas a esta valência deverá ser cada vez mais
considerada nos processos de seleção.
Em nota conclusiva é necessário não nos esqueceremos que a inteligência emocional, como
área independentemente, tem apenas uma dúzia de anos, com diversas publicações/autores.
Estaremos perante um tema promissor de ser estudado e abraçado a novas áreas como acontece
Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 19
com o networking, que visam ajudar o ser humano a reencontrar um certo equilíbrio que se foi
perdendo ao longo dos tempos, em tempos de crise financeiras e de valores, quando a razão
dominou demasiado o coração. Assim recomenda-se aos empresários e às empresas que
fomentem o networking, seja ele ao nível interno, ou externo, pois num mundo empresarial cada
vez mais global este fator revela ser de toda a importância.
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Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 22
6 Anexos
Anexo nº 1:
AUTODIAGNÓSTICO: TESTE SUA INTELIGÊNCIA
EMOCIONAL
Denize Dutra - Consultora do Instituto MVC.
Sou uma pessoa...
1) ...que persiste quando está frente a um novo desafio, não
desistindo nas primeiras dificuldades ...
( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Jamais
2) ...que procura se colocar no lugar do outro, sendo
compreensiva em relação aos momentos difíceis de outra pessoa... ( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Jamais
3) ...que consegue manifestar suas emoções de acordo com as
pessoas, situações e o momento oportuno... ( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Jamais
4) ...que consegue controlar suas emoções, mantendo a calma nos
momentos difíceis...
( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Jamais
5) ... que tem uma visão realista de si mesmo, com adequada
percepção de suas potencialidades e limitações... ( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Às vezes
Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 23
( ) Raramente
( ) Jamais
6) ...que consegue superar seus sentimentos de frustração quando
alguma coisa não dá certo, procurando aprender com as
experiências negativas...
( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Jamais
7) ...que quando tem alguma dificuldade com outra pessoa,
procura conversar diretamente com ela, evitando fofocas e mal
entendido ...
( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Jamais
8) ... que é muito difícil perder a paciência com as pessoas de que
gosto. Se perco, logo recupero e me arrependo de ter perdido… ( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Jamais
9)... que consegue expressar suas opiniões de forma clara e
percebe que é ouvida com atenção ... ( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Jamais
10) ... que se sente segura diante das outras pessoas... ( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Jamais
AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
Jamais Raramente Às vezes Quase sempre Sempre 1 2 3 4 5
Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 24
41 a 50 pontos = Sua INTELIGÊNCIA EMOCIONAL é bastante alta. Você não deve
ter dificuldades para fazer amigos, e nem de relacionar-se com os outros de forma bem
harmoniosa e produtiva.
31 a 40 pontos = Sua INTELIGÊNCIA EMOCIONAL é bastante desenvolvida , mas
se você aprender a observar atentamente as pessoas poderá desenvolvê-la ainda mais.
21 a 30 pontos = Sua INTELIGÊNCIA EMOCIONAL precisa "deslanchar" . Converse
um pouco mais consigo mesmo, ouça o que os outros dizem com sinceridade de você.
Treine seus sentimentos de empatia e aprenda a observar com mais respeito os defeitos
de outras pessoas.
11 a 29 pontos = Seu grau de empatia e relacionamentos não é bom. Procure ouvir mais
e falar menos. Saiba gostar até mesmo de particularidades que outras pessoas
apresentam e que você critica.
10 pontos ou menos = Sua INTELIGÊNCIA EMOCIONAL é bastante baixa. Procure
compartilhar mais seus sentimentos e ideias Acredite que melhorar seus
relacionamentos não é difícil, mas exige trabalho persistente, e muita disponibilidade
para o outro. Procure aprender com todas as experiências, mesmo que sejam negativas,
evitando repetir situações que promovam frustrações.
Nota: Análise com atenção e verifique exatamente quais são os pontos que pode
aprimorar. Pense que forma estes aspetos podem causar impacto positivo ou negativo
no seu desempenho profissional e nas suas relações com o mudo
Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 25
ANEXO N º 2
Algumas dicas mais práticas, exemplos concretos para colocar em prática e ser um verdadeiro
networking:
2.1 As 10 dicas para fazer Networking
1. Liste as pessoas que já fazem parte da sua rede, por categoria (família, amigos, colegas
de trabalho, ex-colegas de escola) ou outro critério que considere pertinente (localização
geográfica, actividade, etc.);
2. Mantenha o contacto regular com a sua rede actual, promovendo encontros presenciais
ou online, o importante é estar presente na vida das pessoas e organizações pelas quais se
interessa;
3. Peça referências aos seus contactos actuais a fim de ampliar a sua rede, rapidamente esta
irá multiplicar-se;
4. Crie uma lista de contactos a que aspira e defina um plano de acção para chegar até essas
pessoas, o impossível torna-se possível;
5. Trave conhecimentos com pessoas, na qualidade de amigos, não só profissionalmente;
6. Faça voluntariado profissional, entregue-se a uma causa que aprecie, irá certamente
desenvolver a sua rede;
7. Assuma cargos de liderança nos hobbies, faça do que gosta um motivo para estar conectado
e visível;
8. Participe em eventos e formações para fazer novos contactos e cultivar os existentes;
9. Faça parte de grupos de antigos estudantes, de uma associação de pais, de um clube
recreativo, cultural ou desportivo;
10. Crie as oportunidades de contacto, crie momentos especiais para estar com as pessoas da
sua rede actual e/ou potencial, como sugere Keith Ferrazi "nunca almoce sozinho".Enfim,
procure sair da sua zona de conforto (ou melhor, de passividade), vá à luta! Todos estamos
ligados de alguma forma, todos precisamos uns dos outros.
Inteligência Emocional e Networking
Ana Conceição e Joana Gomes 26
2.2 -Networking é sobre sair da zona de conforto
É um processo de construção de relacionamentos com práticas, técnicas e habilidades a
serem desenvolvidas que nos tornam pessoas melhores. Para isso, precisamos estar dispostos
a aprender, a trocar e a servir, entender que os primeiros beneficiados somos nós mesmos.
Networking em de 10 frases clichês, essas repetidas à exaustão que muitas vezes foram
ditas ao mesmo tempo por Albert Einstein, Rubem Alves, Plutarco, Clarice Lispector ou Martha
Medeiros.
1. Qualidade é melhor que quantidade
Como tudo na vida, não é mesmo? Deverá procurar sempre boas ligações e manter contato
com aquelas pessoas que sentiu simpatia e sinergia, pois são elas as que têm potencial de se
transformar em amizade e oportunidades. Acreditar-se que se é popular por ter milhares de
amigos no Facebook não significa que conhece verdadeiramente essas pessoas e que se importa
com eles.
2. Devagar se vai ao longe
Na sociedade tornou-se imediatista, “para ontem” . Muitos ao estabelecerem ligações e
conhecerem pessoas já pensam nas vantagens que podem tirar, disparam cartões de visita e
panfletos sem se preocupar com o contexto do outro, na sua mente constam apenas metas,
resultados, recompesas e comissões. Para provar a nossa credibilidade e gerar confiança leva
tempo e que o imediatismo pr vezes leva-nos a ter alguns comportamentos pouco prudentes, e
a sensaçãode desconfiança ou que estamos a ser ultrapassado. Para mudar esta perspectiva, a
escuta ativa e obervação de todas as formas com quêm pode colaborar, dar um passo de cada
vez.
3. Faça o bem sem ver a quem
O bem faz bem, ponto. Quando podemos oferecer o que temos de melhor pelo outro. E,
acreditar, que o universo encarrega-se de retornar todos os nossos gestos de generosidade,
quando menos esperamos. Procure um trabalho voluntariado, envolva-se em alguma causa com
que se identifique, contribua com sua comunidade.
4. Todos temos as mesmas 24 horas
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E escolhemos o que fazer com elas para trabalhar a qualidade, para ir devagar, para ser
voluntário e até para desenvolver um Networking inteligente. Uma pesquisa mostrou que os
profissionais gastam cerca de 6h30 semanais em atividades relacionadas ao Networking. Para
uns será bastante, outros acharão normal, poucos se dedicarão mais, não importa. Um bom
contato na semana, preferencialmente presencial, pode significar muito.
5. Seja mais forte do que sua melhor desculpa
Já parou para contar quantas desculpas damos e recebemos por dia? Engraçadas são as
justificativas para nossos egos, como começar a dieta na próxima segunda-feira ou só mais meia
horinha na cama porque está frio lá fora. Parece que temos um glossário delas na ponta da
língua.. Se não quer fazer, seja fiel a si próprio .Agora, se quer fazer, comece, faça
acontecer. São poucas as coisas que caem do céu, oportunidades não são uma delas.
6. Feito é melhor que perfeito
Comece com os recursos que tem hoje, NEM SEMPRE, temos as condições ideais, vai sempre
surgir alguma adeversidade. Podemos assumir o controlo e realizar o que está no nosso
alcance, seja um email, um telefonema ou um café.
7. A primeira impressão é a que fica
Em partes, sim. Por um lado, às vezes não estamos no nosso melhor dia e acabamos por nos
comportar de forma estranha. Por outro, o nosso cérebro aciona o modo julgamento e começa
a tirar várias conclusões que não correspondem exatamente com a realidade. Quantas vezes
quis ter uma segunda oportunidade? Então, porque não oferecê-la a quem ficou com o pé
atrás? Nem que seja para confirmar sua intuição.
8. Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve
O Networking inteligente é estruturado com objetivos claros, pessoais ou profissionais. Se
a ideia é priorizar a qualidade e ter uma agenda produtiva, não adianta querer participar de todos
os eventos, agarrar todos os cartões de visita, participar de todos os grupos de discussão e viver
de spam. Se procura uma reciclagem profissional? Porque não falar diretamente com quem nos
pode ajudar? Quer o contato numa certa empresa? procure na sua rede quem poderá fazer esse
meio campo!. Quer ampliar sua atuação em determinado segmento? Procure os melhores
eventos sobre o assunto.
9. Os dispostos se atraem
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De facto, torna-se tudo mais fácil quando estamos rodeados por pessoas que compartilham dos
mesmos ideais, procuram os mesmos significados, querem os mesmos resultados. Flui o que é
ótimo não precisasamos de explicar muito, nem de sair do imaginário para a ação e realizar.
As pessoas dispostas a evoluir conscientemente atraem outras na mesma energia e o contrário
é verdadeiro. Networking é sobre ajuda mútua, tu ofereces/ajudas e alguém retribui num
maravilhoso círculo virtuoso. Experimente.
10. Acreditar em si prroprio é o primeiro passo
Você pode tudo o que quiser com determinação e merecimento. Como falei no início,
Networking é sobre sair da zona de conforto. “Insanidade é continuar fazer a mesma coisa…”
“Algumas vezes, um clichê é a melhor forma de se explicar um ponto de vista”.
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