INTRODUÇÃO AO MEIO AMBIENTE
DE TRABALHO E A
INSALUBRIDADE.
DR. THIAGO TRINDADE ABREU DA SILVA MENEGALDO
Advogado trabalhista, sócio no escritório de advocacia Geromes e Menegaldo
Sociedade de advogados, professor em diversos cursos de pós graduação,
especialista em direito material e processual do trabalho pela Escola Paulista de
Direito – EPD, ex-presidente da comissão de direito do trabalho da 39ª Subseção da
OAB de São Bernardo do Campo – SP (2016/2018). Foi profissional de Recursos
Humanos por 13 anos, atuando em vários subsistemas deste departamento.
@thiago_menegaldo
A Constituição Federal reconheceu que as condições de trabalho têm uma relação direta com
a saúde e, portanto, com a qualidade de vida do trabalhador, até porque é no trabalho que a
maioria dos seres humanos passa grande parte da vida.
Por isso, os direitos trabalhistas passaram a ter um respaldo constitucional ainda mais amplo:
Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – PREVISÃO
CONSTITUCIONAL
INSALUBRIDADE – PREVISÃO LEGAL
Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações
insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade,
os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo
máximo de exposição do empregado a esses agentes.
Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção
do organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides
tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos.
Art.196 - Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de
insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da
respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do Trabalho, respeitadas
as normas do artigo 11.
As normas de segurança e medicina do trabalho são de ordem pública e aderem ao
contrato individual de trabalho, integrando o Direito Tutelar do Trabalho.
A saúde e a incolumidade física do trabalho são fatores integrantes do próprio direito
à vida. A vida humana possui um valor inestimável e deve ser protegida através de
todos os meios. A medicina e segurança do trabalho é uma matéria de grande valia,
como instrumental técnico-jurídico, a valorizar e dignificar a vida humana, além do
patrimônio jurídico do trabalhador, o qual é representado pela sua força de trabalho.
O Art . 154 da CLT assim determina:
A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capitulo, não
desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à
matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos
Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem
como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.
NORMAS REGULAMENTADORAS
NORMAS REGULAMENTADORAS
NR 1 – Disposições gerais;
NR 2 – Inspeção prévia;
NR 3 – Embargos e interdição;
NR 4 – Serviço Especializado em
Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMET);
NR 5 – Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes (CIPA);
NR 6 – Equipamentos de Proteção
Individual (EPI);
NR 7 – Exames médicos;
NR 8 – Edificações;
NR 9 – Riscos ambientais;
NR 10 – Instalações e serviços de
eletricidade;
NR 11 – Transporte, armazenagem,
movimentação e manuseio de materiais;
NR 12 – Máquinas e equipamentos;
NR 13 – Caldeiras e recipientes sob
pressão;
NR 14 – Fornos;
NR 15 – Atividades e operações
insalubres;
NR 16 – Atividades e operações perigosas;
NR 17 – Ergonomia;
NR 18 – Obras de construção, demolição e
reparos;
NR 19 – Explosivos;
NR 20 – Combustíveis líquidos e
inflamáveis;
R 21 – Trabalho a céu aberto;
NR 22 – Trabalhos subterrâneos;
NR 23 – Proteção contra incêndios;
NR 24 – Condições sanitárias nos
locais de trabalho;
NR 25 – Resíduos industriais;
NR 26 – Sinalização de segurança;
NR 27 – Registro de profissionais;
NR 28 – Fiscalização e penalidades;
NR 29 – Trabalho portuário;
NORMAS REGULAMENTADORAS
NR 30 – Trabalho aquaviário;
NR 31 – Trabalho na agricultura,
pecuária, silvicultura, exploração
florestal e aquicultura;
NR 32 – Trabalho em serviços de
saúde;
NR 33 – Trabalho em espaços
confinados;
NR 34 − Trabalho na indústria naval;
NR 35 – Trabalho em Altura.
NR 36 – Segurança e saúde no
trabalho em empresas de abate e
processamento de carnes e derivados
São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condição ou métodos de trabalho, exponham os empregados a
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados de acordo
com a natureza e a intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus
efeitos (art. 189, CLT).
INSALUBRIDADE
AGENTES FÍSICOS;
AGENTES QUÍMICOS;
AGENTES BIOLÓGICOS;
INSALUBRIDADE
FATORES INFLUENTES
• Concentração
• Tempo de Exposição
• Agentes nocivos à saúde
• Previsão na NR 15
INSALUBRIDADE
Súmula 460 do STF
Para efeito do adicional de insalubridade, a perícia judicial, em reclamação
trabalhista, não dispensa o enquadramento da atividade entre as
insalubres, que é ato da competência do Ministro do Trabalho e
Previdência Social.
SÚMULA – 47 - INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente,
não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo
adicional.
INSALUBRIDADE
RECURSO DE EMBARGOS. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - TRABALHO EM LOCAIS DESTINADOS
AO ATENDIMENTO SÓCIOEDUCATIVO DO MENOR INFRATOR - FUNDAÇÃO CASA - NÃO
ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE NO ROL PREVISTO NO ANEXO 14 DA NR 15 DO MTE -
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 4, I, DA SBDI-1. Nos termos do item I da Orientação Jurisprudencial
nº 4 da SBDI-1, "Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o
empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na
relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho". Sendo assim, além da constatação, por laudo pericial,
do contato do empregado com agente insalubre, é necessário o enquadramento de sua atividade no rol
taxativo contido no Anexo 14 da NR 15 do MTE. Posto isso, convém observar que esta Corte vem
entendendo que o contato com pacientes ou materiais infecto-contagiosos em locais destinados ao
atendimento sócioeducativo do menor infrator não se encontra previsto na referida norma, pelo que é
indevido o adicional de insalubridade, sendo errônea a equiparação de tais ambientes com aqueles
destinados a pacientes em isolamento, hospitais ou outros estabelecimentos destinados aos cuidados da
saúde humana. Recurso de embargos conhecido e desprovido. (E-RR - 1600-72.2009.5.15.0010 , Relator
Ministro: Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 13/10/2016, Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 05/05/2017).
INSALUBRIDADE – CRITÉRIOS PARA CARACTERIZAÇÃO
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA
Acima dos limites de tolerância previstos nos seguintes anexos da NR15.
Nestes casos o perito deve levar em consideração a natureza, a intensidade e o
tempo de exposição.
Anexo 01 – Limites de tolerância para ruídos contínuos e intermitentes;
Anexo 02 – Limites de tolerância para ruídos de impacto;
Anexo 03 – Limites de tolerância para exposição ao calor;
Anexo 05 – Limites de tolerância para Radiações Ionizantes*;
Anexo 08 – Vibrações**;
Anexo 11 – Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de
tolerância e inspeção no local de trabalho;
Anexo 12 – Limites de tolerância para poeiras minerais.
*a Norma CNEN-NE-3.01: "Diretrizes Básicas de Radioproteção", de julho de 1988, aprovada, em caráter
experimental, pela Resolução CNEN n.º 12/88, ou daquela que venha a substituí-la.
** A perícia, visando à comprovação ou não da exposição, deve tomar por base os limites de tolerância
definidos pela Organização Internacional para a Normalização - ISO, em suas normas ISO 2631 e ISO/DIS
5349 ou suas substitutas.
INSALUBRIDADE – CRITÉRIOS PARA CARACTERIZAÇÃO
EMENTA: PROVA PERICIAL OBRIGATÓRIA. INEXISTÊNCIA DE MEDIÇÃO
EXIGIDA EM NORMA REGULAMENTADORA. REALIZAÇÃO DE NOVA PERÍCIA.
Tratando-se de prova obrigatória, em que o juiz depende de conhecimento técnico,
não se deve negar validade ao laudo pericial produzido, exceto em casos de
equívoco ou engano manifesto, o que impõe a realização de nova perícia (artigo
479 do CPC/2015). Embora o magistrado não esteja adstrito às conclusões
periciais, sendo necessária a atuação do experto, a teor do artigo 195 da CLT,
somente o profissional especializado na área de atuação pode atestar acerca da
existência ou não de condições insalubres no local de trabalho. Se o perito do Juízo
deixa de realizar medição exigida em norma regulamentadora para que se possa
apurar a existência ou não de insalubridade, a hipótese equivale a perícia não
realizada e, por conseguinte, a prova técnica inexistente, fazendo-se indispensável
a realização de nova perícia, a fim de que o artigo 195, da CLT tenha aplicação
garantida, tratando-se de norma de ordem pública. (TRT da 3.ª Região; Processo:
0000172-48.2015.5.03.0020 RO; Data de Publicação: 08/06/2017; Órgão Julgador:
Quarta Turma; Relator: Paula Oliveira Cantelli; Revisor: Convocada Ana Maria Espi
Cavalcanti)
INSALUBRIDADE
AVALIAÇÃO QUALITATIVA
Na caracterização dos agentes de forma qualitativa o MTE não fixou limites de
tolerância para esses agentes agressivos, contudo o perito observará o tempo e a
forma de exposição bem como o tipo de proteção utilizada, são eles:
Anexo 07 – Radiações não-ionizantes;
Anexo 09 – Frio;
Anexo 10 – Umidade;
Anexo 13 – Agentes Químicos.
INSALUBRIDADE
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ENQUADRAMENTO NO ANEXO 13 DA NR-15 DO
MINISTÉRIO DO TRABALHO. O laudo pericial esclarece que as tarefas executadas pelo
reclamante exigiam contato com substâncias químicas nocivas, enquadrando-se nas
atividades listadas no Anexo 13 da Norma Regulamentar n. 15 do Ministério do Trabalho. Não
há que se cogitar da irregularidade do exame técnico pela ausência de indicativos de níveis
de tolerância, porquanto a caracterização da insalubridade, para o caso retratado nos autos,
perfaz-se apenas com a análise qualitativa das substâncias nocivas, a teor do que dispõe a
Norma Regulamentar. Nesse contexto, e uma vez constatado que os equipamentos de
proteção fornecidos pela empresa eram insuficientes à neutralização dos agentes prejudiciais
à saúde, faz jus o autor ao adicional de insalubridade em grau médio. Sentença confirmada.
(TRT 13ª Região - 2ª Turma - Recurso Ordinário nº 0000926-73.2017.5.13.0009, Redator(a):
Desembargador(a) do Trabalho Francisco De Assis Carvalho E Silva, Julgamento: 02/05/2018,
Publicação: DJe 07/05/2018).
INSALUBRIDADE
AVALIAÇÃO QUANTITATIVAS DE RISCOS INERENTES A ATIVIDADE
Algumas atividades não há meios de eliminar ou neutralizar os riscos, certo que a
insalubridade será caracterizada pela atividade desenvolvida de acordo com a
perícia realizada.
Anexo 06 - Trabalhos sob condições hiperbáricas;
Anexo 13 - Agentes Químicos;
Anexo 14 – Agentes Biológicos.
Riscos Físicos
• Ruído
• Radiação Não-Ionizantes
• Umidade
• Temperaturas Extremas (Frio e Calor)
• Vibrações
INSALUBRIDADE
INSALUBRIDADE – RISCO FÍSICO
RUÍDO - Anexo I – NR 15
ANALISANDO O NÍVEL DE ATENUAÇÃO DO EPI
Quando se faz a avaliação de ruído, utiliza-se um medidor de pressão
sonora integrado ao analisador de frequência de banda de oitava.
Com os valores de atenuação do protetor auricular e o desvio padrão para
cada frequência (dados fornecidos pelo fabricante do EPI), calcula-se sua
atenuação.
Isso se leva em consideração algumas informações que tornam a análise,
para um leigo, um tanto quanto complexa pois deve ser observado, por
exemplo, algumas informações: Frequência Central (HZ), Nível de dB (A),
Atenuação do Protetor Auricular, Desvio Padrão (x2), Atenuação efetiva
(dB) (3-4), Níveis de Ruído Atenuados, etc.
MÉTODO SIMPLIFICADO DE ANÁLISE DE ATENUAÇÃO DE RUÍDO
Este método simplificado consiste num fator de atenuação global obtido
de acordo com a Norma ANSI 12.6 – 1197-B.
O NRRsf é a redução obtida em teste de laboratório feito com pessoas
sem treinamento, apenas com a leitura das instruções das
embalagens.
Seu nível de confiabilidade é de 84% contra 98% do método tradicional.
O Ministério do Trabalho e Emprego adotou esse método de ensaio para
certificar os protetores auriculares (portaria nº 48 de 25/03/2003 – MTE).
ANALISANDO O NÍVEL DE ATENUAÇÃO DO EPI
PROTETOR AURICULAR
As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas dentro dos
limites fixados pelo MTE (art. 178).
OJ 173 – SDI-I. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ATIVIDADE A CÉU ABERTO. EXPOSIÇÃO
AO SOL E AO CALOR. (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em
14.09.2012) – Res. 186/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a céu
aberto, por sujeição à radiação solar (art. 195 da CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria Nº 3.214/78
do MTE).
II – Tem direito ao adicional de insalubridade o trabalhador que exerce atividade exposto ao calor
acima dos limites de tolerância, inclusive em ambiente externo com carga solar, nas condições
previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE.
CONFORTO TÉRMICO
CALOR ANEXO 03 – NR 15
TIPO DE ATIVIDADE IBUTG EM ºC
REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE
COM DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE
TRABALHO (por hora)
LEVE MODERADA PESADA
Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0
45 minutos trabalho
15 minutos descanso30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
30 minutos trabalho
30 minutos descanso30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
15 minutos trabalho
45 minutos descanso31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
Não é permitido o trabalho, sem a adoção de
medidas adequadas de controleacima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
CONFORTO TÉRMICO
CALOR ANEXO 03 – NR 15
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho
intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de
serviço.
QUADRO 01
CONFORTO TÉRMICO
CALOR ANEXO 03 – NR 15
TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h
SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia).
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir).
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços.
125
150
150
TRABALHO MODERADO
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas.
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação.
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma
movimentação.
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar.
180
175
220
300
TRABALHO PESADO
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção
com pá).
Trabalho fatigante
440
550
QUADRO 03
CONFORTO TÉRMICO
CALOR ANEXO 03 – NR 15
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com
período de descanso em outro local (local de descanso).
1. Para os fins deste item, considera-se como local de descanso ambiente termicamente mais
ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.
2. Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro n.º 2.
M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG (ºC)
175
200
250
300
350
400
450
500
30,5
30,0
28,5
27,5
26,5
26,0
25,5
25,0
O anexo 9 da Norma Regulamentadora nº. 15 da portaria 3.214/78 do Ministério do
Trabalho e Emprego define como insalubre a exposição ao frio “as atividades ou
operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que
apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a
proteção adequada...”
A NR 36 assim indica:
36.13.1.1 - Considera-se artificialmente frio, o que for inferior, na primeira, segunda e
terceira zonas climáticas a 15º C, na quarta zona a 12º C, e nas zonas quinta, sexta e
sétima, a 10º C, conforme mapa oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística –IBGE.
CONFORTO TÉRMICO – FRIO
ANEXO 09
CONFORTO TÉRMICO – FRIO
ANEXO 09
EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AMBIENTE FRIO. Revelando a prova pericial que o trabalho da
reclamante nas câmaras de resfriados e de congelados, locais com temperaturas inferiores a 12ºC e
considerados ambiente frio para fins de classificação da insalubridade na quarta zona climática, ocorria em tempo
diminuto da jornada de trabalho (entre 2,5% e 0,45%), de modo a caracterizar situação eventual, e mesmo assim
com o uso de casaco térmico, botina de couro e luvas, conforme confissão da trabalhadora durante a diligência
pericial, afasta-se a conclusão da prova técnica quanto à insalubridade decorrente da exposição ao agente frio. É
que neste caso as condições insalubres decorrentes do citado agente ocorriam apenas eventualmente, de modo
a não configurar a insalubridade pelo agente frio, ressaltando-se que não obstante a avaliação do agente frio seja
prioritariamente qualitativa, como consta do Anexo 9 da NR-15, o art. 189 da CLT dispõe que a intensidade de
exposição é imprescindível para a caracterização da insalubridade, situação não verificada nos autos.
(TRT da 3.ª Região; Processo: 0000317-27.2014.5.03.0057 RO; Data de Publicação: 05/08/2015;
Disponibilização: 04/08/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 136; Órgão Julgador: Nona Turma; Relator:
Convocado Joao Bosco de Barcelos Coura; Revisor: Maria Stela Alvares da S.Campos)
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AGENTE FÍSICO FRIO. CONTATO EVENTUAL. Caracterizada a exposição
eventual ao agente físico frio durante a jornada (inferior a 30 min diários), é indevido o adicional de insalubridade.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010049-62.2014.5.03.0144 (RO); Disponibilização: 26/03/2015; Órgão Julgador: Nona
Turma; Relator: Ricardo Antonio Mohallem)
CONFORTO TÉRMICO – FRIO
ANEXO 09
INSALUBRIDADE
UMIDADE – ANEXO 10
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou
encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde
dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo
de inspeção realizada no local de trabalho.
FATORES IMPORTANTES
1 – O local deverá ter um volume de água significativo, capaz de molhar o
trabalhador exposto;
2 – O tempo de exposição é fator importante para a ocorrência de doença
ocupacional;
3 – Se o tipo de proteção utilizada é capaz de neutralizar o risco. Exemplo: EPI´s
que impeçam o contato habitual e permanente do trabalhador com a água.
INSALUBRIDADE
UMIDADE – ANEXO 10
EMENTA: ANEXO 10 DA NR-15. LAVAGEM DE ALIMENTOS, PRATOS E
TALHERES. UMIDADE. INEXISTÊNCIA DE INSALUBRIDADE. Conforme o Anexo
n.º 10, da NR-15, do Ministério do Trabalho e Emprego, são insalubres as
atividades desenvolvidas em locais alagados ou encharcados, com umidade
excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores. Nesse contexto,
o trabalho como cozinheira em estabelecimentos comerciais, envolvendo lavagem
de alimentos, pratos e talheres, não caracteriza insalubridade por umidade, pois,
além de não ser realizado em local alagado ou encharcado, a umidade nessas
condições não provoca danos à saúde, como inclusive revela a experiência
cotidiana (TRT da 3.ª Região; Processo: 0002175-63.2011.5.03.0004 RO; Data de
Publicação: 02/12/2013; Disponibilização: 29/11/2013, DEJT, Página 180; Órgão
Julgador: Quarta Turma; Relator: Taisa Maria M. de Lima; Revisor: Julio Bernardo
do Carmo).
Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial,
apropriada à natureza da atividade (art. 175, caput, CLT).
Os níveis mínimos de iluminação, os quais devem ser observados nos locais de
trabalho, de acordo com a Norma Regulamentadora 17, item 17.5.3.3, são os previstos
na norma 5.413 da ABNT.
Somente após 26/2/1991 foram, efetivamente, retiradas do mundo jurídico as
normas ensejadoras do direito ao adicional de insalubridade por iluminamento
insuficiente no local da prestação de serviço, como previsto na Portaria 3.751/90 do
Ministério do Trabalho (OJ Transitória 57, SDI-I).
ILUMINAÇÃO É INSALUBRE?
Riscos Químicos
Os agentes químicos mais comuns apresentam-se sob as seguintes
formas:
Monóxido de Carbono
Bióxido de Enxofre
Vapores de Solventes
Óxido de Hidrogênio
Amônia
Ácido Clorídrico
Ácido Súlfurico
...
Soda em escamas, pós, poeiras de
sílica, granito, algodão, etc.
Ácidos
Álcalis
Solventes
Formas dos Agentes Químicos
Forma Gasosa
Forma Sólida
Forma Líquida
INSALUBRIDADE
INSALUBRIDADE – FISPQ
A FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos) é um
documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
conforme norma, ABNT-NBR 14725.
Este documento, denominado “Ficha com Dados de Segurança” segundo Decreto
nº 2.657 de 03/07/1998 (promulga a Convenção nº 170 da Organização
Internacional do Trabalho-OIT), deve ser recebido pelos empregadores que
utilizem produtos químicos, tornando-se um documento obrigatório para a
comercialização destes produtos.
A FISPQ fornece informações sobre vários aspectos dos produtos químicos
(substâncias ou misturas) quanto à segurança, à saúde e ao meio ambiente;
transmitindo desta maneira, conhecimentos sobre produtos químicos,
recomendações sobre medidas de proteção e ações em situação de emergência.
Riscos Biológicos - Anexo 14 – NR 15
Os riscos biológicos surgem do contato de certos micróbios, vírus, e
animais (agentes biológicos) com o homem no ambiente de trabalho.
Bacilos, Bactérias, fungos parasitas, vírus, protozoários, insetos, alguns
répteis, escorpiões, aranhas, quando presentes no ambiente de trabalho
são considerados risco biológico.
Para o deferimento do adicional de insalubridade, é importante que a
atividade esteja prevista no Anexo 14 da NR 15.
INSALUBRIDADE
Súmula nº 448 do TST
ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMA
REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO
TRABALHO Nº 3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS. (conversão da
Orientação Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1 com nova redação do item
II ) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014.
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial
para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo
necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial
elaborada pelo Ministério do Trabalho.
II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de
grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à
limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de
insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-
15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de
lixo urbano.
INSALUBRIDADE – RISCO BIOLÓGICO
EMENTA: HOSPITAL. EMPREGADO DO SETOR DE FARMÁCIA. AVALIAÇÃO
QUALITATIVA. TRABALHO EM CONDIÇÕES INSALUBRES NÃO
COMPROVADO. Se o empregado que labora no setor de farmácia do hospital não
comprova que compartilhava espaços e áreas comuns com os pacientes do
nosocômio, tampouco demonstra que manuseava objetos que poderia ter sido
tocados por eles, conclui-se, em avaliação estritamente qualitativa, que o risco de
contágio biológico não era permanente. Assim, neste caso concreto,
a insalubridade não é devida, conforme concluiu o perito do Juízo. Recurso
desprovido. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0000072-39.2015.5.03.0038 RO; Data
de Publicação: 19/11/2015; Disponibilização: 18/11/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud,
Página 405; Órgão Julgador: Turma Recursal de Juiz de Fora; Relator: Paula
Oliveira Cantelli; Revisor: Heriberto de Castro)
INSALUBRIDADE – RISCO BIOLÓGICO
EMENTA: INSALUBRIDADE. LIMPEZA E COLETA DE LIXO EM BANHEIRO DE USO
COLETIVO. Consoante a OJ nº 04, item II, da SDI-I, do TST, a limpeza e a coleta de lixo em
residências e escritórios não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que
constatadas por laudo pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo
urbano na Portaria do Ministério do Trabalho. Por outro lado, como já reconhecido pelo TST
(RR 558-06.2010.5.04.0027), não pode o Direito do Trabalho ampliar interpretação
supressiva de direitos trabalhistas, mormente em se tratando de matéria relacionada com a
proteção da saúde e segurança do trabalhador. Constatada a insalubridade, por meio da
exposição do obreiro ao agente biológico, em atividade de limpeza e coleta de lixo em
banheiro de uso coletivo, é devido o pagamento do respectivo adicional, em grau máximo,
nos termos do Anexo 14, da NR 15, da Portaria 3.214/78, do MTE. (TRT da 3.ª Região;
Processo: 0002347-26.2013.5.03.0136 RO; Data de Publicação: 10/11/2015; Órgão Julgador:
Setima Turma; Relator: Cristiana M.Valadares Fenelon; Revisor: Paulo Roberto de Castro)
INSALUBRIDADE – RISCO BIOLÓGICO
INSALUBRIDADE - PROVA
Prova pericial é determinada sempre que o fato depende de conhecimento
técnico.
Pela leitura do art. 195, § 2º, CLT, a realização da perícia é obrigatória
para os casos de insalubridade e periculosidade.
OJ-SDI1-165 PERÍCIA. ENGENHEIRO OU MÉDICO. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. VÁLIDO. ART. 195 DA CLT (inserida em
26.03.1999)
O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o engenheiro para
efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando
para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado
INSALUBRIDADE – PROVA – REFORMA TRABALHISTA
ANTIGA REDAÇÃO NOVA REDAÇÃO
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento
dos honorários periciais é da parte sucumbente
na pretensão objeto da perícia, salvo se
beneficiária de justiça gratuita.
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento
dos honorários periciais é da parte sucumbente
na pretensão objeto da perícia, ainda que
beneficiária de justiça gratuita.
§ 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o
juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça
do Trabalho.
§ 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos
honorários periciais.
§ 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de
valores para realização de perícias.
§ 4º Somente no caso em que o beneficiário da
justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos
capazes de suportar a despesa referida no caput,
ainda que em outro processo, a União
responderá pelo encargo. NR
INSALUBRIDADE – PROVA PERICIAL
OJ – SDI-I 98. MANDADO DE SEGURANÇA. CABÍVEL PARA ATACAR
EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO PRÉVIO DE HONORÁRIOS PERICIAIS
(nova redação) - DJ 22.08.2005
É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários
periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo
cabível o mandado de segurança visando à realização da perícia,
independentemente do depósito.
INSALUBRIDADE – PROVA PERICIAL – LOCAL
DESATIVADO
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.
OJ-SDI1-278 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL DE
TRABALHO DESATIVADO (DJ 11.08.2003)
A realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade.
Quando não for possível sua realização, como em caso de fechamento
da empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros meios de prova.
INSALUBRIDADE. PROVA PERICIAL. LOCAL DESATIVADO. A constatação do
ambiente insalubre exige prova pericial, consoante determina o art. 195 da CLT, com
exceção para o local que não conserve suas características, como no caso de
fechamento da empresa, autorizando que o julgador se valha de outras provas,
conforme entendimento pacificado pela Orientação Jurisprudencial nº 278, SDI I do
C. TST. No caso dos autos, o local de trabalho do Autor foi desativado, não havendo
como periciá-lo. No entanto, a unidade produtora em que o Reclamante trabalhava foi
adquirida pela Reclamada PENTAIR TAUNUS ELETROMETALURGICA LTDA., local
em que foi realizada a perícia. O exame pericial levou em consideração local similar
ao desativado, com as mesmas características e maquinário, e constatou o ambiente
insalubre em grau máximo. (TRT 2ª Região – RO – Processo nº
00006268120105020262 – 4ª Turma – Rel. Desª. Ivani Contini Bramante – Public.
17/05/2013).
INSALUBRIDADE – PROVA PERICIAL – LOCAL
DESATIVADO
ASPECTOS IMPORTANTES QUANTO A PRODUÇÃO DA
PROVA PERICIAL
Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no
art. 371, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar
ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o
método utilizado pelo perito.
(Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver
promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.)
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LAUDO PERICIAL. VINCULAÇÃO DO JUIZ. O juiz não
está adstrito ao laudo pericial nos termos do art. 479 do CPC, e conforme dicção do mesmo
dispositivo legal a decisão contrária à manifestação técnica do perito será possível desde que
presentes nos autos outros elementos técnicos e fáticos, provados pela parte ou invocados
pelo juiz, aptos a contrariar o perito, sem os quais se deve prestigiar o conteúdo da prova
técnica produzida em direta aplicação do art. 195 da CLT. No presente caso, tem-se que o
conjunto probatório autoriza conclusão diversa daquela emitida pelo Expert, pelo que a
autora não faz jus ao pagamento do adicional de insalubridade. (TRT da 3.ª Região; PJe:
0011892-84.2015.5.03.0093 (RO); Disponibilização: 04/08/2017; Órgão Julgador: Nona Turma;
Relator: Joao Bosco Pinto Lara)
ASPECTOS IMPORTANTES QUANTO A PRODUÇÃO DA
PROVA PERICIAL
EMENTA: PERÍCIA REALIZADA SEM CONHECIMENTO DO AUTOR - CERCEAMENTO DE
DEFESA - CONFIGURAÇÃO - NULIDADE PROCESSUAL - Não se olvida que o Magistrado detém
ampla liberdade na direção do processo, devendo velar pelo rápido andamento da causa, podendo
determinar qualquer diligência necessária ao seu esclarecimento, nos termos do art. 765 da CLT.
Ademais, é aplicável de forma subsidiária ao Processo do Trabalho, por força do art. 769 da CLT, o
disposto no art. 130 do CPC. Todavia, a observância ao disposto nos referidos preceitos não pode
ocorrer em desrespeito a outros direitos e garantias constitucionais, dos princípios protetivos deste
Juízo Especializado e da imprescindibilidade do contraditório e da ampla defesa. No presente caso,
restou descumprida a exigência contida nos artigos 421 e 431-A, do CPC, inviabilizando a
possibilidade de acompanhamento da diligência pericial pelo demandante, o Ministério Público do
Trabalho, e de indicação de seu assistente técnico, cerceando-lhe o seu direito de defesa e se
evidenciando o alegado prejuízo, mormente em se considerando que a r. sentença se baseou na
prova pericial produzida para julgar improcedentes os pedidos formulados na inicial em relação ao
primeiro réu. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0001436-41.2014.5.03.0148 RO; Data de Publicação:
07/12/2015; Disponibilização: 04/12/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 223; Órgão Julgador: Quarta
Turma; Relator: Paula Oliveira Cantelli; Revisor: Julio Bernardo do Carmo).
ASPECTOS IMPORTANTES QUANTO A PRODUÇÃO DA
PROVA PERICIAL
ELABORAÇÃO DE QUESITOS
- A elaboração de quesitos deve ser direcionada para os pontos explorados na entrevista com o cliente de
modo que leve o perito a analisar questões específicas das atividades do Reclamante e da Reclamada.
- Questione sobre cada local/atividade do Reclamante;
- Baseie-se em itens das Normas Regulamentadoras;
- Procure empregar perguntas que não conduzam ao “sim” ou “não”, a menos que a resposta lhe favoreça;
- Se necessitar, antes de partir diretamente para a pergunta, narre ao perito as condições de trabalho ou
explore o tema, podendo fazer alusão até mesmo as normas técnicas que envolvam a questão;
- Use a contestação/inicial para “direcionar” a análise do perito aos pontos controvertidos;
- Durante a elaboração dos quesitos, pergunte a si mesmo se aquela questão é realmente relevante para o
processo;
- Sempre que possível, nomeie um assistente técnico;
ASPECTOS IMPORTANTES QUANTO A PRODUÇÃO DA
PROVA PERICIAL
ELABORAÇÃO DE QUESITOS
- Atenção com os honorários periciais. Questione-os;
- Eventual impugnação os quesitos suplementares devem ser embasados;
- Não se contente apenas com a conclusão do laudo. Importante analisar todos os tópicos;
- Eventual recurso sobre pedido de nova prova pericial deve constar expressamente a
necessidade de nova elaboração de prova técnica POR OUTRO PERITO;
PROVA PERICIAL – ASSISTENTE TÉCNICO
A Súmula 341 do TST esclarece que:
“indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos
respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia”.
Entretanto, no processo civil, o art. 82, § 2º, do CPC dispõe que a sentença deve
condenar o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.
As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de
viagem, a remuneração do assistente técnico e a diária de testemunha (art. 84 do
CPC).
ASPECTOS IMPORTANTES QUANTO A PRODUÇÃO DA
PROVA PERICIAL
ADVOGADO DO RECLAMANTE PODE
ACOMPANHAR A PERÍCIA?
ASPECTOS IMPORTANTES QUANTO A PRODUÇÃO DA
PROVA PERICIAL
PROVA PERICIAL. ACOMPANHAMENTO PELO ADVOGADO. NULIDADE.
NÃO OCORRÊNCIA. A legislação vigente não exige que a realização da
prova pericial seja acompanhada pelos advogados das partes, bastando
que estas sejam cientificadas da data e local designados para ter início a
produção da prova (art. 431-A do CPC). Assim, não restando caracterizado
o cerceamento ao direito de defesa da autora, nem qualquer tipo de
prejuízo processual capaz de ensejar a nulidade da prova e a consequente
reabertura da instrução processual (artigo 794 da CLT), nega-se provimento
ao apelo obreiro. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010140-57.2015.5.03.0132
(RO); Disponibilização: 06/11/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 486;
Órgão Julgador: Turma Recursal de Juiz de Fora; Redator: Heriberto de
Castro)
ASPECTOS IMPORTANTES QUANTO A PRODUÇÃO DA
PROVA PERICIAL
O Advogado é indispensável a administração da justiça, detendo direitos e
prerrogativas para atuar como o guardião da liberdade do cidadão em prol da
sociedade.
Entre as prerrogativas da advocacia está a de atuar efetivamente na formação da
prova, entre elas a pericial, devendo acompanhar o cliente, na Reclamada para a
perícia.
Art. 7º (Lei 8.906/94) São direitos do advogado:
I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se
acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados
incomunicáveis;
VI - ingressar livremente:
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o
advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro
do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado;
d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual
este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;
ASPECTOS IMPORTANTES QUANTO A PRODUÇÃO DA
PROVA PERICIAL
Art. 469 (CPC) As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a
diligência, que poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência de
instrução e julgamento.
VAMOS COMENTAR ALGUNS JULGADOS
LAUDO PERICIAL. IMPUGNAÇÃO SEM NOVOS QUESITOS. REMESSA DOS
AUTOS AO PERITO. IMPOSSIBILIDADE. NULIDADE INEXISTENTE. Nos termos
do art. 425 do Código de Processo Civil, uma vez confeccionado o laudo pericial, às
partes é facultada a formulação de quesitos suplementares. Se a parte, ao
manifestar-se sobre o laudo, limita-se a impugná-lo, sem formular novos quesitos,
não há regra que imponha a remessa dos autos ao Perito para manifestação, uma
vez que a impugnação ao laudo é dirigida ao Juiz e não ao perito. Assim, a
ausência de intimação do perito para manifestar-se sobre a impugnação da parte
não conduz a nulidade processual. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010502-
43.2014.5.03.0084 (RO); Disponibilização: 20/05/2015; Órgão Julgador: Decima
Turma; Redator: Convocado Vitor Salino de Moura Eca)
VAMOS COMENTAR ALGUNS JULGADOS...
NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. PERITO OFICIAL QUE NÃO REQUISITA TODAS
AS FICHAS DE ENTREGA DE EPIs. PRINCÍPIO DA VERDADE REAL. Na forma do art. 429
do CPC, o Perito pode solicitar documentos às partes, para o fim de elucidar os fatos objeto
da perícia. Se o Perito olvida do dever de investigar o fornecimento de EPIs por todo o
contrato de emprego, mas a reclamada faz juntar as fichas de EPIs com a impugnação ao
laudo pericial, não cabe falar em preclusão do direito de juntar documentos, pois o fato
controverso - existência de insalubridade no ambiente laboral - ainda estava em discussão.
Baseando-se a MMª Juíza instrutora nos documentos juntados e na confissão do autor feita
ao Sr. Perito, no sentido de ter usado os EPIs que descreve, o Princípio da Verdade Real deve
suplantar a irregularidade formal, decorrente da ausência de vista ao autor e ao Perito, dos
documentos juntados após a defesa.(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011279-82.2013.5.03.0142
(RO); Disponibilização: 25/02/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 197; Órgão Julgador:
Segunda Turma; Relator: Deoclecia Amorelli Dias)
INSALUBRIDADE – PROVA PERICIAL
EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LAUDO TÉCNICO.
OPORTUNIDADE DE IMPUGNAÇÃO PELAS PARTES. INDISPENSABILIDADE.
NULIDADE DA SENTENÇA. Impõe-se acolher preliminar de nulidade do julgado,
por caracterizado o cerceio do direito de defesa, quando a parte contra quem foi
resolvida a controvérsia se vê tolhida de manifestação do perito sobre seus
pedidos de esclarecimentos ao laudo pericial que concluiu pela existência de
trabalho insalubre. Em se cuidando de matéria em que a prova técnica é
imposição de lei, será sempre prudente que as duas partes da contenda tenham
vista do laudo e possam pedir esclarecimentos do resultado da apuração pericial,
pois somente neste momento é que poderão oferecer elementos outros
suficientes para a descaracterização da insalubridade. (TRT da 3.ª
Região; Processo: 01464-2010-068-03-00-1 RO; Data de Publicação: 27/10/2011;
Órgão Julgador: Turma Recursal de Juiz de Fora; Redator: Joao Bosco Pinto
Lara; Divulgação: -)
INSALUBRIDADE – AGENTE NOCIVO DIVERSO DO
APONTADO NA PETIÇÃO INICIAL
SUMULA 293, TST - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE
PEDIR. AGENTE NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA INICIAL
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições
nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não
prejudica o pedido de adicional de insalubridade.
PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL
EMENTA: INSALUBRIDADE - LAUDO PERICIAL - PREVALÊNCIA. Embora vigore o princípio
da não adstrição do juiz ao laudo pericial, nos termos do artigo 436 do CPC, a decisão judicial,
para contrariar o laudo, deve ser assentada em motivos sérios traduzidos por outros
elementos e fatos provados nos autos, sem o que o ordinário é decidir conforme a prova
técnica, tal como ocorreu na hipótese sob julgamento. (TRT da 3.ª Região; Processo: 01984-
2012-017-03-00-3 RO; Data de Publicação: 25/10/2013; Órgão Julgador: Oitava Turma;
Relator: Convocado Eduardo Aurelio P. Ferri; Revisor:Sercio da Silva Pecanha; Divulgação: -)
EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. Comprovado o fornecimento de equipamentos
de segurança necessários à neutralização dos agentes nocivos, mediante informação
contida no próprio depoimento pessoal do autor, não há como deferir o adicional de
insalubridade, ainda que o perito tenha constatado o trabalho em condições insalubres, haja
vista que o juiz não está adstrito à prova técnica, a teor do artigo 436 do CPC.(TRT da 3.ª
Região; Processo: RO -24365/08; Data de Publicação: 19/12/2008; Órgão Julgador:
Segunda Turma; Relator: Luiz Ronan Neves Koury; Revisor: Jales Valadao Cardoso;
Divulgação: -)
INSALUBRIDADE E A PRORROGAÇÃO DA JORNADA
Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros
mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham
a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer
prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos
necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer
diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais,
com quem entrarão em entendimento para tal fim.
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de
trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.
EMENTA: BANCO DE HORAS. ATIVIDADE INSALUBRE. INVALIDADE. Para a
instituição do banco de horas quando o trabalho é executado em ambientes
insalubres, além dos requisitos previstos no art. 59, §2º, da CLT, a reclamada deve
ter licença prévia das autoridades competentes (art. 60 da CLT). Inexistindo a
licença, é inválido o banco de horas instituído. Recurso patronal desprovido, no
particular. (TRT18, RO - 0010892-37.2017.5.18.0101, Rel. GERALDO
RODRIGUES DO NASCIMENTO, 2ª TURMA, 04/05/2018)
INSALUBRIDADE E A PRORROGAÇÃO DA JORNADA
“Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de
trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
dispuserem sobre:
(...)
XII - enquadramento do grau de insalubridade;
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres,
sem licença prévia das autoridades competentes do
Ministério do Trabalho;
INSALUBRIDADE E A PRORROGAÇÃO DA JORNADA
40% - Grau Máximo
20% - Grau Médio
10% - Grau Mínimo
Súmula nº 228 do TST
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO (redação alterada na sessão do
Tribunal Pleno em 26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09
e 10.07.2008. SÚMULA CUJA EFICÁCIA ESTÁ SUSPENSA POR DECISÃO LIMINAR DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo
Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo
critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.
Os percentuais variam de acordo com os agentes insalubres previstos nos
Anexos da NR 15.
NR 15 - INSALUBRIDADE – VALORES
INSALUBRIDADE - GRAUS
ANEXO ATIVIDADE OU OPERAÇÕES QUE EXPONHAM O TRABALHADOR Percentual
1Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tolerância fixados no
Quadro constante do anexo 1 e no item 6 do mesmo anexo.20%
2Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fixados nos itens 2 e 3 do
anexo 2.20%
3Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos limites de tolerância fixados nos
Quadros 1 e 2.20%
4 Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23/11/1990. 20%
5 Níves de radiação ionizantes com radiotividade superior aos limites fixados neste anexo. 40%
6 Ar comprimido – Trabalho sob condições hiperbáricas 40%
7Radiações não ionizantes consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no
local de trabalho.20%
8 Vibrações acima dos limites estabelecidos pela ISSO 2631 e 5439 ou suas substitutas. 20%
9 Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho 20%
10 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20%
11Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fixados no
Quadro 1.
10%, 20% e
40%
12Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fixados
neste Anexo.40%
13Atividades ou operações, envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em
decorrência de inspeção realizada no local de trabalho.
10%, 20% e
40%
14 Agentes biológicos. 20% e 40%
REFORMA TRABALHISTA
I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação;
II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde,
emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a gestação;
III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido
por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação.
§ 1o VETADO
§ 2o Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante, efetivando-se a
compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, por ocasião do recolhimento das
contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer
título, à pessoa física que lhe preste serviço.
§ 3o Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo
exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e
ensejará a percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, durante
todo o período de afastamento.” (NR)
ANTIGA REDAÇÃO NOVA REDAÇÃO
Art. 394-A. A empregada gestante ou lactante será
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação,
de quaisquer atividades, operações ou locais
insalubres, devendo exercer suas atividades em
local salubre.
Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração,
nesta incluído o valor do adicional de insalubridade,
a empregada deverá ser afastada de:
REFORMA TRABALHISTA – ADI 5938 – POSIÇÃO EM 16/05/2019
A proteção a maternidade e a integral proteção à criança são direitos
irrenunciáveis e não podem ser afastados pelo desconhecimento,
impossibilidade ou a própria negligência da gestante ou lactante em
juntar um atestado médico, sob pena de prejudicá-la e prejudicar o
recém-nascido.
(...)
A previsão de determinar o afastamento automático da mulher gestante
do ambiente insalubre, enquanto durar a gestação, somente no caso de
insalubridade em grau máximo, em princípio, contraria a jurisprudência
da CORTE que tutela os direitos da empregada gestante e lactante, do
nascituro e do recém-nascido lactente, em quaisquer situações de risco
ou gravame à sua saúde e bem-estar.
REFORMA TRABALHISTA – ADI 5938 – POSIÇÃO EM 16/05/2019
Diante de todo o exposto, com fundamento no art. 10, § 3º, da Lei
9.868/1999 e no art. 21, V, do RISTF, CONCEDO A MEDIDA CAUTELAR,
ad referendum do Plenário desta SUPREMA CORTE, para suspender a
eficácia da expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por
médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento”, contida
nos incisos II e III do art. 394-A da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), inseridos pelo art. 1º da Lei 13.467/2017.
Conclui-se: MULHER GESTANTE E LACTANTE NÃO PODE LABORAR
EM AMBIENTE INSALUBRE!
SUMULA 139 do TST
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (incorporada a Orientação
Jurisprudencial nº 102 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para
todos os efeitos legais. (ex-OJ nº 102 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)
SUMULA 248 do TST
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DIREITO ADQUIRIDO (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade
competente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a
direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial.
INSALUBRIDADE - SÚMULAS
.
INSALUBRIDADE - SÚMULAS
Súmula nº 289 do TST
INSALUBRIDADE. ADICIONAL. FORNECIMENTO DO APARELHO DE
PROTEÇÃO. EFEITO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o
exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as
medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as
quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado.
Súmula nº 80 do TST
INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos
protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a
percepção do respectivo adicional.
.
INSALUBRIDADE – ART. 157 DA CLT
Art. 157 - Cabe às empresas:
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do
trabalho;
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às
precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou
doenças ocupacionais;
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional
competente; IV - facilitar o exercício da fiscalização pela
autoridade competente.
(...)14. A validade do CA, portanto, que começa a correr após a emissão do certificado pelo
MTE, serve como parâmetro para fabricantes, importadores e distribuidores negociarem
aquele equipamento certificado com o consumidor final, qual seja ó empregador, que
fornecerá o EPI aos trabalhadores. A observância da validade, do CA é, portanto, necessária
na compra e venda do EPI, seja pelo fabricante/importador, seja pelo distribuidor. O
empregador, consumidor final, também deve se atentar à data de validade do CA na
aquisição de EPI para seus trabalhadores, tendo em vista que, conforme 'estabelecido na
NR-06, é sua obrigação fornecer somente EPI certificado pelo MTE.
15. Para fins de utilização do EPI, desde que adquirido dentro do prazo de validade do CA,
deverá ser observada a vida útil indicada pelo fabricante, de acordo com as características
dos Materiais de composição, o uso ao qual se destina, as limitações de utilização, as
condições de armazenamento e a própria utilização. A observação desta validade de uso é,
portanto, do empregador que fornecerá o EPI aos 'seus trabalhadores.
17. Portanto, o uso do EPI, comercializado durante a validade do CA, não fica proibido, visto
que, à época de sua aquisição, a certificação junto ao MTE era válida. Ou seja, após a
aquisição final do EPI com CA válido, o empregador deve se atentar à validade do produto
informada pelo fabricante, e não mais à validade do CA.
Deve, então, o empregador adquirente do - EPI, antes de disponibilizá-lo ao trabalhador,
observar as indicações do fabricante/importador constantes na embalagem e no manual de
instruções do produto para determinação de sua validade.
NOTA TÉCNICA 146/2015 DO MTE SOBRE VALIDADE DO C.A.
CONSULTANDO O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EPIS SEM CERTIFICADO DE APROVAÇÃO. ART. 167
DA CLT. A eliminação da insalubridade pelo fornecimento e utilização de EPIs exige a
demonstração de certificação de aprovação de tais equipamentos. Ônus que compete ao
empregador, não restando suprida pela confissão ficta do reclamante, pois pertinente à
prova técnica, e não quanto a fatos. Recurso do reclamante provido em parte para deferir
adicional de insalubridade. (TRT 4ª Região - PROCESSO nº 0021561-95.2015.5.04.0203
(RO) - 5ª Turma - Relator: Janney Camargo Bina - Data: 13/03/2018).
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - VALIDADE DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO -
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO VENCIDO - Embora seja possível a utilização de
equipamentos de proteção quando o Certificado de Aprovação já esteja vencido (Nota
Técnica nº 146 /2015 /CGNOR /DSST /SIT), indispensável é a prova da validade do produto
segundo a indicação do fabricante, o que não ocorreu na hipótese. (TRT 4ª Região -
PROCESSO nº 0010124-83.2014.5.04.0141 (RO) – 3ª Turma - RELATOR: CLAUDIO
ANTONIO CASSOU BARBOSA - 13/03/2018)
OBRIGAÇÕES DO EMPREGADO
.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE . FORNECIMENTO DE
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. INEXISTÊNCIA DE
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO . O simples fornecimento de EPI não
afasta o pagamento do adicional de insalubridade se não houver prova de
que o equipamento de proteção individual fornecido ao reclamante tinha
certificado de aprovação pelo MTE. (TRT18, RO - 0010639-
55.2013.5.18.0015, Rel. MARIO SERGIO BOTTAZZO, 3ª TURMA,
04/05/2018)
INSALUBRIDADE – ELIMINAÇÃO / NEUTRALIZAÇÃO
.
INSALUBRIDADE – ELIMINAÇÃO / NEUTRALIZAÇÃO
Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade
ocorrerá:
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro
dos limites de tolerância;
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador,
que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada
a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua
eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.
Sobre este tema, Alice Monteiro de Barros aduz em sua obra:
Entendemos que, se as condições de trabalho do empregado são duplamente gravosas, é
cabível o pagamento dos dois adicionais, pois houve exposição a dois agentes insalubres
diferentes, que podem ocasionar prejuízos a diversos órgãos do corpo humano. Nesse sentido,
pronunciamo-nos favoravelmente ao pagamento de dois adicionais a empregado que trabalhava
operando raio x e ainda mantinha contato com portadores de moléstia contagiosa.
BARROS, Alice Monteiro de. CURSO DE DIREITO DO TRABALHO. 7ª Edição. São Paulo: LTr, 2011. p. 623 e 624
Sebastião Geraldo de Oliveira, também discorreu sobre o tema em sua renomada
obra, vejamos:
Também não é lógico nem razoável conferir apenas um adicional na exposição simultânea,
fugindo da regra básica de atribuir a reparação distinta para cada dano. Um trabalhador, por
exemplo, exposto a excesso de ruído (com prejuízo para a audição) e à poeira de sílica (que
afeta o sistema respiratório) só recebe o adicional de insalubridade pó uma das agressões. Essa
regra, aliás, desestimula o empresário a cumprir o mandamento constitucional (art. 7º, XXII) de
redução dos riscos inerentes ao trabalho, porque, tendo no estabelecimento um agente insalubre
qualquer, poderão aparecer dois, três ou vários outros agentes danosos que o desembolso com
o adicional será o mesmo.
OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. PROTEÇÃO JURÍDICA À SAUDE DO TRABALHADOR. 5ª Edição. São Paulo: LTr, 2010. p.
372
EXPOSIÇÃO SIMULTÂNEA DE VÁRIOS AGENTES
INSALUBRES
EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EXPOSIÇÃO A MAIS DE UM AGENTE
INSALUBRE - CUMULAÇÃO DE ADICIONAIS POR GRAU MÉDIO E POR GRAU MÁXIMO.
IMPOSSIBILIDADE. Há previsão expressa, na NR-15 da Portaria 3.214/78, vedando a
percepção cumulativa do adicional de insalubridade, que trata das atividades e operações
insalubres, ainda que haja a exposição simultânea do empregado a mais de um agente
insalubre. Conquanto inexista previsão legal para a situação na qual se constate mais de um
agente insalubre no local de trabalho, há de se considerar que, se a lei não autoriza a
percepção simultânea dos adicionais de insalubridade e periculosidade (art. 193, parágrafo 2º,
da CLT), mesmo entendimento será aplicado quanto à cumulação de adicionais de
insalubridade, pela exposição a mais de um agente, em seus respectivos percentuais, um no
grau médio e outro no grau máximo. Neste caso, deve-se considerar o percentual mais
vantajoso para o empregado. (TRT da 3.ª Região; Processo: 00872-2011-024-03-00-2
RO; Data de Publicação: 23/02/2012; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Convocado
Cleber Lucio de Almeida; Revisor:Maria Lucia Cardoso Magalhaes; Divulgação: -)
EXPOSIÇÃO SIMULTÂNEA DE VÁRIOS AGENTES
INSALUBRES
CONVENÇÃO Nº 155
CONVENÇÃO SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES
E O MEIO AMBIENTE DE TRABALHO
(Adotada em Genebra, em 22 de junho de 1981)
Artigo 11
Com a finalidade de tornar efetiva a política referida no artigo 4 da presente Convenção, a
autoridade ou as autoridades competentes deverão garantir a realização das seguintes
tarefas:
(...)
b) a determinação das operações e processos que serão proibidos, limitados ou sujeitos à
autorização ou ao controle da autoridade ou autoridades competentes, assim como a
determinação das substâncias e agentes aos quais estará proibida a exposição no trabalho,
ou bem limitada ou sujeita à autorização ou ao controle da autoridade ou autoridades
competentes; deverão ser levados em consideração os riscos para a saúde decorrentes da
exploração simultâneas a diversas substâncias ou agentes;
EXPOSIÇÃO SIMULTÂNEA DE VÁRIOS AGENTES
INSALUBRES
Com o advento da Reforma Trabalhista, os pedidos constantes na inicial devem ser
calculados.
Com relação ao grau de insalubridade e até mesmo a possibilidade de ser considerado até
outro agente insalubre daquele constante na petição inicial, o advogado poderá encontrar
dificuldades quando da realização do cálculo.
O pedido genérico é aquele indeterminado na sua quantidade, contudo, determinado na sua
qualidade. É licita a formulação de pedidos genéricos, observadas as hipóteses previstas no
§1º do artigo 324 do CPC, veja:
§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva
ser praticado pelo réu.
VALOR DO PEDIDO - GENÉRICO
Art. 491 - Código de Processo Civil:
Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido
genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice
de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a
periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de
realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida
na sentença.
VALOR DO PEDIDO - GENÉRICO
recomenda-se ao advogado do Autor prequestionar na própria Petição
Inicial a impossibilidade de quantificar o pedido, justificando, em tópico
próprio da inicial, a formulação do pedido genérico, em especial, invocando
o disposto nos incisos II e III, § 1º, art. 324, CPC, bem como, a
inteligência do art. 491, II, CPC. Assim, deve-se descrever os pedidos
que considera impossíveis de serem mensurados e a causa de tal
impossibilidade. [EXEMPLO: pedidos que necessitam de perícia técnica ou
documentação que se encontra em poder da Reclamada ou pedidos cujo
valor dependa de uma liquidação posterior, por artigos ou por arbitramento
como participação do empregado em direitos autorais ou horas extras que
necessitam de cartões de ponto e recibos de pagamento para postulação
de diferenças, por ex.].
VALOR DO PEDIDO - GENÉRICO