IV CONGRESSO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Diferentes Culturas e Linguagens na Escola: confrontos e diálogos
Um caso real para iniciarmos nossa conversa...
“Temos uma língua própria que revela uma cultura própria.”
Logo, devemos começar por reforçar a íntima relação entre
LINGUAGEM E CULTURA.
?
Para que isso bem ocorra, é importante deixar claro
o que estamos tratando por “cultura”
e o que estamos chamando de “linguagem”,
para podermos estabelecer a relação entre elas.
Conceitos de cultura e de linguagem
O conceito mais comum e ao qual nos habituamos
“Cultura é a coleção de comportamentos
aprendidos, recriados e passados
adiante, e que contribuem para nos diferenciar, cada vez
mais, das outras espécies de animais.”
Uma outra possibilidade de pensar a CULTURA...
O homem é um animal amarrado a teias de significado
que ele mesmo teceu.(Max Weber)
Assumo a cultura como sendo essas teias e a sua análise.
Clifford Geertz
Portanto, mais do que buscar LEIS, esta compreensão da cultura permite
encontrar INTERPRETAÇÕES, SIGNIFICADOS e SENTIDOS.
Aqui, porém, consideraremos que as linguagens são formas de expressar
diferentes culturas.
Sabemos que, conceitualmente, linguagem é qualquer e todo
sistema de signos que serve de meio de comunicação de idéias ou
sentimentos através de signos convencionados (...)
Começam, assim, os nossos problemas no que se refere ao
cotidiano escolar...
?
Como conciliar PARTICULARIDADES
num espaço, por natureza, COLETIVO, como é o caso da escola?
Nós, nossas escolas, nossos alunos e famílias não fomos
formados para isso...
Na escola, diferentes culturas e linguagens convivem e elas podem ser tratadas sob a perspectiva do
confronto e do diálogo. Ambos estão presentes todo o
tempo e ambos são oportunidades de crescimento e aprendizagem.
Para isso, precisamos rever o modo como nos acostumamos a lidar
com as diferenças: conflitos geracionais, de gênero, família-
escola, etc. São conflitos de diferenças e, em grande parte, diferenças culturais, no sentido
que demos acima.
CONFRONTOS CULTURAIS NO INTERIOR DA ESCOLA
Confrontos Geracionais
Confrontos de Classes
Confrontos de Gêneros
Confrontos Professor/Aluno
Confrontos Família/Escola
EXPRESSAM CONFRONTOS ENTRE DIFERENTES MODOS DE VER O MUNDO E SE POSICIONAR NELE
Velhos
Jovens
Masculino
Feminino
Patrões
Empregados
Professor
Alunos
Família
Escola
CRIAM CONDIÇÕES QUE CONTRIBUEM PARA HOSPEDAR O OPRESSOR E O OPRIMIDO EM NÓS...
Velhos Jovens
Masculino
Feminino
Patrões Empregados
Professor
Alunos
Família
Escola
Família
Masculino
Velhos
Jovens
Feminino
Professor
Patrões
Escola Empregados
Alunos
MESMOS PROJETOS
PROJETOS OPOSTOS
Para bem aproveitar o caráter educativo desses conflitos, nossa proposta é buscar, em primeiro
lugar, o que nos aproxima e o que nos afasta entre nós, dentro da
comunidade escolar,
não sob a perspectiva do dualismo, das dicotomias, mas sob a perspectiva dos projetos:
quem tem PROJETOS SEMELHANTES, aos quais
devemos nos aliar e quem tem PROJETOS OPOSTOS, aos quais
devemos enfrentar.
Nesse processo, é fundamental compreender a língua do outro.
Provavelmente, ao fazer isso, descobriremos que muita coisa que entendíamos de um modo,
na verdade, significa outra coisa e nos aproxima mais do que nos
afasta.
Muito do que ouvimos pode significar algo diferente do que estamos
compreendendo.Do mesmo modo, muito do que dizemos
também pode estar significando outra coisa.
Três grandes perguntas, então, devem nos mobilizar, e trago
para elas alguns relatos de experiência, que devem ser vistos
como exemplos, e não como respostas. Cada um, na sua
realidade, deve construir a sua. E essas perguntas são:
O que estão dizendo nossos alunos com as diferentes
linguagens que expressam suas diferentes culturas?
O que estamos dizendo nós,
educadores, entre nós, aos nossos alunos e à comunidade escolar,
com as diferentes linguagens que
expressam nossas diferentes culturas?
Modelos Cartesianos
Modelos Sistêmicos
Cultura Gutenberg
Cultura Net
ESCOLA
Como o espaço e o tempo podem ser usados para transformar a escola na grande arena onde
ocorre cotidianamente, minuto a minuto, o diálogo crítico e
construtivo dessas linguagens que expressam essas diferentes
culturas?
CONCLUSÃOA título de encerramento, fica aqui o
convite para nos lançarmos nessa aventura de lidar
com a LINGUAGEM e a CULTURA em nós e no outro, por uma outra via e com outro modo de olhar.
É preciso ter coragem e se lançar, pois, como nos afirma Peter Berger,
A sociedade nos oferece cavernas quentes, razoavelmente confortáveis, onde podemos nos aconchegar a outros homens, batendo os tambores que encobrem os uivos das hienas na escuridão.
Êxtase é o ato de sair da caverna, sozinho, e contemplar a noite...
Mas o Êxtase só interessa enquanto postura, modo de ver o mundo...
Na prática cotidiana da Escola, interessam as práticas coletivas,
quando, juntos, superamos o medo do novo e produzimos
conhecimento, competência e beleza...
... porque fazer MAIS,MELHOR,
DIFERENTE,está na nossa natureza de
EDUCADORES.
E como a natureza do humano é a CULTURA, deve estar naquilo que SOMOS e FAZEMOS, transmitido
pela nossa LINGUAGEM.