JOÃO RIBEIRO PARENTE O PADRE JOÃO DAS MOEDAS
MAIO 2016
CENTRO ESCOLAR DAS ÁRVORES
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DIOGO CÃO
VILA REAL
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Introdução
A ideia de participar neste projeto surgiu no período de preparação do ano
letivo 2015-2016, momento em que a comunidade docente do Centro Escolar das
Árvores, em Vila Real, seleciona os projetos que vai desenvolver ao longo do ano.
A Fundação Vox Populi era conhecida no nosso meio, pois alguns
professores do Agrupamento de Escolas Diogo Cão, que já tinham aderido
anteriormente a este projeto, elogiavam-no e mostravam vontade de continuar
ligados ao mesmo. A curiosidade levou a equipa da biblioteca a pesquisar sobre
esta Fundação, que desenvolve a sua atividade no terreno das questões sociais,
culturais, ambientais e económicas da vida das populações.
Ficamos a conhecer o Concurso “Rato de Biblioteca”, que tem como
objetivo incentivar o uso dos Estudos de Pesquisa nas escolas como instrumento
pedagógico para incrementar a literacia e como forma de desenvolver o sentido
de cidadania nos jovens. Trata-se de um projeto de Desk Research, sobre um tema
proposto pela Fundação, sendo que este ano “Gentes da nossa terra” foi o
escolhido. A partir da interpretação dos resultados, os alunos e professores
envolvidos empenham-se em elaborar um relatório e uma apresentação do
trabalho realizado, valorizando a indicação das fontes e a síntese das diferentes
perspetivas sobre a temática.
Ficamos tão entusiasmados com as propostas da Fundação, que decidimos
propor aos docentes da escola a nossa participação neste concurso. Demos a
conhecer o tema deste ano e o método “rato da biblioteca”. Tudo era novidade
pelo que a formação realizada em Viana do Castelo foi muito útil para esclarecer
as dúvidas que tínhamos sobre a forma de realizar o trabalho. Uma coisa era certa,
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o nosso projeto inicial “O jogo da toponímia de Vila Real”, que consistia na
realização de um jogo sobre personalidades da nossa terra que deram nome a ruas
da nossa cidade, não ia totalmente de encontro ao objetivo do projeto.
Decidimos então escolher uma personalidade, mas qual? Felizmente Vila
Real tem muitos nomes dignos de serem divulgados. Então um dia, no decorrer
de uma visita de estudo dos alunos de 3º ano ao Museu de Numismática de Vila
Real, a ideia surgiu: o mentor daquele espaço conhecido como grande
colecionador a nível nacional e internacional - o Padre João Parente - seria o eleito
e os autores do trabalho seriam estes alunos e a equipa da biblioteca. Por serem
frequentadores assíduos e motivados da biblioteca, não foi difícil entusiasmá-los
pelo projeto e contar com a sua dedicação nos tempos livres de intervalo e de hora
de almoço. Descobrimos com muito agrado que o Padre João Parente vivia muito
perto da nossa escola e que, apesar da sua idade, ainda tinha o humor e a
jovialidade que sempre o caracterizou, assim como disponibilidade para vir
conhecer estes pequenos investigadores.
O tempo para desenvolver o trabalho ia passando e nós sentíamos que era
fundamental organizá-lo em etapas: pesquisa na internet e em livros,
questionários, seleção da informação recolhida, redação do texto e realização de
uma entrevista ao pároco.
A sua primeira visita à biblioteca da escola foi um sucesso por vários
motivos: por um lado, a entrevista tinha sido bem preparada e foi bem conduzida
pelos alunos e, por outro, o entrevistado deu respostas interessantes que vieram
completar e confirmar as informações que já tínhamos recolhido.
Concluído o relatório, preparamos a sua apresentação à comunidade numa
homenagem ao Padre João Parente e iniciamos a divulgação do trabalho através
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da publicação de uma brochura, para além da sua difusão no blogue da nossa
escola.
A maior dificuldade com que nos deparamos foi a diferença entre o grau de
maturidade dos alunos (numa faixa etária entre os sete e os nove anos) e a
complexidade e especificidade dos assuntos abordados. Tentámos ultrapassar
esses obstáculos, quer através do recurso à tecnologia tão motivadora para os
alunos (uso de computadores e tablets, blogues e sítios na internet), quer através
do resumo da informação recolhida antes de a trabalhar em grupo. Foi também
uma grande surpresa descobrir que muitos dos alunos já conheciam o Padre João
Parente, por ele ter participado em cerimónias religiosas das suas famílias ou por
estar associado ao Museu.
O trabalho apresentado resulta, assim, de uma grande interatividade entre
todos os envolvidos neste projeto. Não podendo deixar de destacar o papel
especial do professor Emílio Matos na recolha e edição do vídeo da entrevista
realizada ao Padre João Parente em 10 de maio de 2016, aproveitamos para
agradecer à comunidade escolar – pais, alunos, professores e assistentes
operacionais – o seu entusiasmo, contributos e testemunhos, sem os quais este
trabalho não teria sido concretizado.
Vila Real, 24 de maio de 2016
Esmeralda Teixeira
Maria Luís Pereira
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Padre João das Moedas
O Padre João Ribeiro Parente nasceu em Águas Santas, na freguesia de São
Tomé do Castelo, em Vila Real, em 13 de maio de 1932.
Com apenas 5 anos de idade, reparou um dia como rudes1 pedreiros içaram
um cruxifico de granito até às alturas da cruz e o pregaram, comparando a rudeza2
dos meios com o suave manuseio3 da pedra.
O carinho pelos cruzeiros nasceu ainda ele era pequeno. Pelas aldeias por
onde passava, ia associando estes monumentos, comparando-os uns com os
outros.
Aos 25 anos, terminou o Curso Teológico no Seminário de Vila Real e fez
a licenciatura em Teologia na Universidade Católica no Porto. Logo começou a
exercer a profissão de sacerdote, tendo passado por várias freguesias dos
concelhos de Vila Pouca de Aguiar, Sabrosa e Vila Real. Paralelamente,
acumulou o cargo de professor em diversas escolas da região, entre as quais a
escola Diogo Cão, sede do nosso Agrupamento.
Quando mais tarde surgiu a necessidade de fazer um trabalho académico4,
optou por escrever sobre os cruzeiros da sua região, tema que já era do seu
conhecimento. Foi um trabalho árduo5, mas apaixonante, apesar de se ter
deparado6 com muitos exemplares de arte popular abandonados por ignorância7.
Como resultado desse estudo, publicou em 2004 a obra “Os cruzeiros da
diocese de Vila Real”. No seu prólogo8, o sacerdote justifica assim o seu trabalho:
“Enfim, meti-me à tarefa com sentimento molesto9 de quem não
tem preparação para tratar dignamente um tema tão belo em arte e
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religiosidade, mas com a auto-justificação de que nada mais me é
exigido e nada mais me proponho do que arrotear10 terreno, para que
os outros melhor preparados se entusiasmem e façam trabalho mais
elaborado, quiçá11 aproveitando esta pequenina semente que deixo a
germinar12, à espera de que venha alguém mais sabedor que em
monda13 crítica e num sábio tratamento teológico-artístico14, a
transforme em árvore frondosa que se estenda a todo Portugal. Se isto
conseguir, dar-me-ei por satisfeito, porque mais não intento15 e até esta
pretensão16 me parece excessiva17.”
O Pároco na apresentação do Museu à cidade
Também o interesse pelas moedas e peças arqueológicas18 ia aumentando à
medida que ia explorando o património19. O Padre João Parente, na apresentação
do Museu de Vila Real aos seus primeiros visitantes em 1997, falava das suas
primeiras experiências como numismata20 e colecionador:
“Quando neva em Trás-os-Montes, os rapazes entretêm-se a fazer
boloiros21. Sobem a uma encosta declivosa22. Formam uma bola de neve.
E empurram-na, sem grande esforço, ladeira23 abaixo. E a bola vai
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apanhando a neve que encontra no caminho. Pouco a pouco, transforma-
se em boloiro. E ali fica, no largo da aldeia, para admiração de quem
passa.
Assim se realizou o acervo24 do Museu de Vila Real. A pequena bola
fez-se com nove moedas romanas compradas a três crianças e com um
machado neolítico25 oferecido por um colega.
Vieram moedas de toda a província, aos milhares: vários quilos de
folles26 do Castro das Curvas, de Cadaval, de São Caetano e de Paredes
de Alvão; 750 antoninianos27 do Reguengo, 120 denários28 de Mosteirô,
18 quilos de folles de Vila Marim, 3840 antoninianos de Santulhão, 30
quilos de folles de Émeres; e muitas outras moedas, cujo âmbito29
cronológico balizámos30 entre o século V a.C. e o século VIII d.C.
Formou-se a colecção de Numismática31.
Deram-nos as aras32 de Três Minas, entregaram-nos o espólio33 das
antas34 do Alvão e do Castelo do Pontido, adquirimos a arqueologia35 de
Vila Marim e do Padre Plácido, confiaram-nos as colecções da Família
Borges e da Família Taveira, bem como as colunas romanas de Vale de
Telhas e de Sabroso. Outras peças fomos juntando. E conseguiu-se a
colecção de Arqueologia.”
A longa tarefa de preparação das moedas durou aproximadamente três
décadas de trabalho. Era necessário limpá-las, separá-las tendo em conta se eram
espécimes legíveis ou ilegíveis, preencher fichas de leitura completas para cada
moeda, selecioná-las e ordená-las por séculos, imperadores, cecas36, datas,
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anversos37 e reversos38. Para além destas tarefas, outras iam surgindo, tais como:
pesagem, examinação39, medição e investigação.
O arqueólogo
A força de cada dia surgia da frequente descoberta de espécimes inéditos40 e
valiosos para a ciência numismática.
“Moeda que aparecesse em Trás-os-Montes, eu não deixava escapar. Entre as
4000 mil moedas que vão ser expostas, 3743 são de bronze, 213 de prata, 1 de
chumbo e 43 de ouro. Talvez houvesse quem preferisse ter só moedas de ouro,
mas na numismática o que interessa é valorizar a moeda em si, sem olhar ao
material de que é feita” explicou o padre ao jornal Público em 1999, sublinhando
que a sua coleção tinha ainda o valor especial de ser praticamente constituída por
moedas encontradas na região transmontana e todas descobertas por ele.
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Mapa dos lugares onde foram encontradas moedas
Com a ajuda de um livro sobre numismática romana que comprou em
Londres, colocou ordem na coleção. Depois comprou vários livros que usou para
classificar todas as moedas que lhe apareceram durante trinta anos. Fez um leque
cronológico que ia do Ano 450 antes de Cristo (AC) até ao ano 702 depois de
Cristo (DC). “Tinha uma moeda mandada cunhar por Pôncio Pilatos” – afirma
com alguma emoção. Era uma coleção tão extensa que “não sabia o que fazer a
tanta moeda”.
Estudadas as moedas e realizado o catálogo41, surgiu um problema: que
fazer a seguir se não havia museu em Vila Real?
João Ribeiro da Silva, diretor do Museu de Arqueologia e Numismática de
Vila Real conta como surgiu o museu.
“Após um século em que vários passos foram dados no sentido da
criação de um museu em Vila Real – o que veio a acontecer com o
Museu Etnográfico da Província de Trás-os-Montes e Alto Douro, que
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fecharia as portas em 1976, e com o Museu de Geologia da
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, aberto ao público em
1985 – em 1987 dava-se um passo fundamental para a criação de um
novo museu em Vila Real. Em Outubro desse ano assinava-se um
protocolo42 entre a Câmara Municipal e o padre João Parente, onde este
se propunha doar uma colecção de moedas romanas e outros objectos
artísticos e arqueológicos, comprometendo-se a autarquia a instalar a
referida colecção.
Para proceder à respectiva instalação, a Câmara Municipal assinou um
acordo em 1989, cedendo a Torre de Quintela, Monumento Nacional
desde 1910. O edifício sofrera já, entre 1982 e 1984, obras de restauro43
e adaptação a museu, realizadas pelo então IPPC. A este facto não será
estranha a localização de Quintela na paróquia de Vila Marim, cujo
responsável era o padre João Parente, na altura representante do IPPC
na região. Ainda assim, e após vicissitudes44 diversas, não foi possível
instalar-se o Museu na Torre de Quintela.
Somente em 1995 seria dado novo impulso à criação do museu. O
problema do local para a instalação de Museu foi resolvido com o apoio
da cidade-irmã de Osnabrück (Alemanha), que comparticipou nos
custos de aquisição de um edifício destinado à instalação do designado
Museu de Vila Real, com sede na Casa do Caminho de Baixo,
recuperando-se esse edifício cujas portas foram franqueadas45 ao
público em 30 de Outubro de 1997.”
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Museu de Numismática de Vila Real
Voltando ao texto de apresentação do Museu de Vila Real aos visitantes, o
Padre João Parente concluía-o assim:
“Estas colecções foram a causa. A Câmara Municipal foi o agente. O
Museu é o efeito.”
Não sabe quanto investiu nas coleções, mas gastou mais de trinta anos em
trabalho. As poupanças iam para as moedas. Nesta troca de dinheiro por dinheiro,
o Padre João Parente narrou o seguinte episódio: “Os meus colegas e sobrinhos
riam-se de mim e diziam, com frequência, que eu só ligava a coisas velhas e que
não prestavam”.
Para além das moedas, o Padre João Parente também reuniu muitas peças de
arqueologia. Numa visita a um colega foi surpreendido com a oferta de um
“machado do neolítico”. Após um pequeno diálogo sobre o achado arqueológico,
o colecionador recebeu um presente, mas achou que não o devia aceitar, porque
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“se tivesse uma coisa destas não a dava a ninguém”. Teve como resposta: “Pode
levar porque esse objeto está aí há muitos anos à espera de alguém que o aprecie”.
A sua coleção ficou conhecida a nível nacional e internacional. Um dia
enviaram-lhe uma carta de Viena (Áustria) com o seguinte endereço: Padre João
das Moedas – Portugal. “A carta veio cá ter a casa” – contou, orgulhoso.
O padre colecionador lecionou a disciplina de Arqueologia na Universidade
Sénior de Vila Real. Lá encontrou verdadeiros apreciadores que compreendiam o
tempo passado junto das moedas. Reconhece que os colecionadores perdem a
noção do tempo: “Às vezes estamos um dia ou um mês com a mesma moeda. Para
aparecer o resultado final temos de consultar muitos livros...” No entanto, quando
encontrava a decifração46 “na folha mágica, lembrava-me da parábola47 do
Evangelho sobre o «Dracma48 Perdido»” – confessou em 2009 ao jornalista Luís
Santos da Agência Ecclesia.
A idade não lhe tira a vontade de trabalhar. Como não pode andar pelos
montes – “tive um problema numa anca” – o Pe. João Parente está a elaborar um
livro sobre a idade média no distrito de Vila Real. “Gosto da história antiga e
medieval” – afirma. A Torre do Tombo, em Lisboa, e o Arquivo Distrital de Braga
são poisos frequentes deste sacerdote transmontano. As novas tecnologias não lhe
são indiferentes. Não teve aulas de computador, mas “sei trabalhar um texto e
colocar notas de rodapé”.
Apesar de ocupar muito do seu tempo com as moedas, o Padre João Parente
também era um apaixonado pela caça. Entre amigos, costuma lembrar, com
saudade, certos episódios como este, passado com o seu amigo escritor Miguel
Torga:
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“Às vezes – mal disposto – Miguel Torga maltratava-me e dizia que eu
era assassino porque matava muitas perdizes. Certo dia, perguntei-lhe
se ele matava poucas porque não podia ou porque não queria! Apesar
destes episódios, admirava-o muito”.
Este esforço na recolha de objetos arqueológicos são reconhecidos pela
população de Vila Real. Questionados sobre o conhecimento que têm do Padre
João Parente, os familiares dos alunos da nossa escola comprovam esta afirmação.
Sessenta e seis por cento dos inquiridos mostraram conhecer o sacerdote e, destes,
uma larga maioria sabia onde ele morava, a sua idade, quais as atividades que
acumulava com o sacerdócio, que tipo de coleção tinha e de quantos exemplares
se compunha a coleção exposta no museu.
Quem conversar com o padre colecionador, nota nele uma certa mágoa em
relação à autarquia, apesar de não estar arrependido de ter doado à Câmara
Municipal a sua coleção. Celeste Pereira, jornalista do Público explicou que “João
Parente não esteve com meias medidas: ou lhe prometiam avançar com o seu
projeto, ou criaria o museu de numismática noutro município. Em resposta, o
executivo camarário celebrou um acordo: em troca da doação das moedas à
câmara, esta passava a dar um vencimento ao pároco, com vista a avançar com o
projeto de criação do museu.
Mesmo assim, nem tudo foi tão fácil e, por diversas vezes, João Parente, que
manteve sempre as moedas em seu poder, ameaçou bater com a porta. Alguns
desentendimentos explicam que só agora, um ano depois da inauguração do
museu, as moedas de João Parente sejam expostas ao público.”
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Alguns exemplares da coleção de moedas
Juntou perto de 40 mil moedas romanas e de outras origens, datadas desde o
ano 450 antes AC até ao ano 702 DC e teve dificuldades económicas com a sua
aquisição. No entanto nunca pensou vender a sua coleção, apesar de ter recebido
propostas nesse sentido.
Algumas autarquias e uma universidade também o sondaram para o
nascimento do museu das moedas. “Sou natural de Vila Real e queria fazer o
museu nesta cidade” – realça o numismata.
O Padre João das Moedas termina desta forma o prefácio49 do catálogo
“Museu de Vila Real, Tomo 1 - As Moedas”:
“Foram quinze anos de luta, … até que finalmente conseguimos o
espaço onde hoje a coleção se pode ver. A coleção aí está, cremos50 bem
que para encanto dos olhos e enriquecimento do espírito, a servir de elo
milenar entre o passado e o futuro.”
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Glossário
Para que os leitores mais novos compreendam o texto, acrescentamos,
em seguida, uma lista de palavras com o seu significado
contextualizado:
1. rude – agreste, tosco;
2. rudeza –aspereza
3. manuseio – ato de mexer
4. académico – relativo a universidade
5. árduo –fatigante
6. deparar –ser surpreendido
7. ignorância – falta de conhecimento
8. prólogo –discurso antes uma obra escrita
9. molesto – mau, perverso
10. arrotear – desbravar a terra para cultivo
11. quicá – talvez, porventura
12. germinar – deitar rebentos
13. monda – arranque de ervas
14. teológico – relativo à religião, religioso
15. intento – intenção
16. pretensão – aspiração
17. excessivo – exagerado
18. arqueológico – fora de uso, da Antiguidade
19. património – bens de família, herança
20. numismata – colecionador de moedas
21. boloiro – bola grande
22. declivoso – inclinado
23. ladeira – encosta
24. acervo – bens que integram um património
25. neolítico – Idade da Pedra Polida
26. folle – tipo de moeda antiga
27. antoniniano – tipo de moeda antiga
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28. denário – tipo de moeda antiga
29. âmbito – campo de ação
30. balizar – limitar
31. numismática – ciência das moedas
32. ara – altar
33. espólio – herança
34. anta – sepultura
35. arqueologia – estudo de civilizações antigas com base em vestígios
36. ceca – lugar, terra
37. anverso – face principal da moeda
38. reverso – oposto à face principal da moeda
39. examinação – avaliação
40. inédito – original
41. catálogo – lista ordenada
42. protocolo – acordo entre entidades
43. restauro – recuperação de obras de arte
44. vicissitude – revés
45. franqueado – aberto
46. decifração – compreensão
47. parábola – comparação
48. dracma – antiga moeda grega
49. prefácio – introdução
50. crer – acreditar
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Bibliografia
http://www.fvp.pt/. Acedido em 14/03/2016.
http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/nacional/joao-parente-padre-e-numismata.
Acedido em 11/04/2016.
http://www.publico.pt/local-porto/jornal/um-museu-chamado-joao-parente-134079.
Acedido em 11/04/2016.
http://www.ccr-vilareal.pt/index.php/noticias/75-apresentacao-do-dvd-padre-joao-
parente-o-cacador-de-tesouros. Acedido em 26/04/2016.
https://issuu.com/terraeantiqvae/docs/revista_portugalromano-n2-vers_1_1_. Acedido
em 27/04/2016.
PARENTE, João Ribeiro (1991). Museu de Vila Real : As moedas. Tomo I /;
fotografia Xúlio Gil. - Vila Real : Câmara Municipal.
PARENTE, João Ribeiro (2004). Os cruzeiros da diocese de Vila Real / João Parente.
- Vila Real. PARENTE, João Ribeiro (2001). Imperadores e reis na coleção numismática
/ João Parente. - Vila Real.
PARENTE, João Ribeiro (2004). Roteiro arqueológico e artístico do Concelho de Vila
Real / João Parente. - Vila Real.