jornal da furg-
FURG lidera construção de laboratórios flutuantes Novas embarcações qualificam a formação acadêmica nacional em Ciências do Mar
Comitiva visita estaleiro cearense responsável pelas quatro embarcações que estão sendo construídas e servirão para ensino e pesquisa na área
Universidade Federal do Rio Grande | Assessoria de Comunicação Social | Ano 13, Edição 103 | Mar/Abr 2016
Foto: Arquivo IO/FURG
Extensa programação recebe estudantes
Março Lilás| 6
Igualdade de gêneros é foco de açõesna UniversidadeMulheres ocupam mais de 40% dos cargos de chefia na FURG
Acolhida| 3
Professores, técnicos e veteranos se mobilizam para recepcionar os que estão chegando à vida acadêmica
Planejamento | 8
Forplad reúne mais de cem pró-reitores e gestoresEvento centra discussões nas estratégias de gestão nas Instituições
Aulas inaugurais apresentam Universidade
Ensino | 4
Foto: Arquivo SAP
ReitoriaReitora: Cleuza Maria Sobral DiasVice-Reitor: Danilo GiroldoChefe de Gabinete: Maria Rozana Rodrigues de Almeida Pró-ReitoresGraduação: Denise Maria Varella MartinezPesquisa e Pós-Graduação: Ednei Gilberto PrimelExtensão e Cultura: Lúcia de Fatima Socoowski de AnelloPlanejamento e Administração: Mozart Tavares Martins Filho Infraestrutura: Marcos Antônio Satte de AmaranteAssuntos Estudantis: Vilmar Alves PereiraGestão e Desenvolvimento de Pessoas: Ronaldo Piccioni Teixeira
Secretaria de Comunicação Social (Secom) Secretária: Rosane Borges Leite Assessoria de Comunicação Social (ACS) Coordenadora: Gabriela Silva
jornal da furg
Publicação bimestral da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, editada pela Assessoria de Comunicação Social.
Contato: (53) 3233-6823, [email protected]ço: Campus Carreiros Av. Itália, km 8 CEP 96201-900
EdiçãoTammie Faria Sandri
Redação Carolina Simões SilveiraGabriela Silva Jandré Corrêa Batista Rosane Borges LeiteTammie Faria Sandri
FotografiaAltemir Viana
Projeto Gráfico e DiagramaçãoJoanna Vaz
Administrativo Emmanuele Fritzen Machado
ImpressãoGráfica RJR
Tiragem2.000 exemplares
Expediente
Editorial FURG em imagens
Registros de Paula Liaroma, fotógrafa, poetisa e colaboradora do Ponto de Cultura ArtEstação, a beleza da fauna nos banhados próximos ao prédio das Artes (superior); e de Maryanna Pozenato, mestranda em Educação Ambiental, o espelho d’água em frente ao Restaurante Universitário (inferior).
Participe! Envie o seu registro para [email protected] ou poste no Instagram com a hashtag #momentoFURG.
Começo de ano letivo e a Universidade enche-se de vida, com mais de 13 mil acadêmicos de graduação e pós-graduação. Alguns pisam nos campi da
FURG pela primeira vez e as atividades de acolhida são fundamentais nesse processo de adaptação à vida na Universidade. Reflexo de uma postura de recepção humanizada, inúmeras atividades foram preparadas especialmente para esse período, promovendo a integração de toda comunidade acadêmica nos campi Carreiros, Saúde e fora de sede (Santo Antônio da Patrulha, São Lourenço do Sul e Santa Vitória do Palmar). Mostras artísticas, palestras, oficinas, encontros, cursos e visitações agitaram esses primeiros meses, marcados por ações de integração e convivência. Docentes, técnicos, terceirizados e discentes uniram-se para apresentar o que a Instituição oferece de melhor. O resultado você confere nesta edição, que apresenta também as reflexões proporcionadas pela programação dedicada às mulheres, no mês de março. Um mês inteiro colorido de lilás e voltado a debater e compreender as questões que afetam o gênero feminino, promovendo a igualdade e respeitando as diferenças.
O bimestre não foi apenas festivo e a edição do Jornal da FURG traz também ações nas áreas de pesquisa e inovação que destacam a Universidade em nível nacional: as análises sobre os impactos ambientais na região da foz do Rio Doce, após o rompimento da barragem de rejeito de minério em Mariana (MG); o primeiro encontro de 2016 do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e Administração (Forplad), órgão vinculado à Associação dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que reuniu cerca de 120 gestores de diversas instituições do País; e os primeiros resultados da política nacional para a aquisição de embarcações que funcionarão como laboratórios flutuantes, demonstrando que a FURG, além do pioneirismo, mantém a liderança na formação de recursos humanos na área de Ciências do Mar.
Boa leitura a todas/os!
Fotos: Paula Liaroma
Ano 13, Edição 103 | Março e Abril de 2016 | 3
Acolhida Cidadã 2016 marca início do ano letivo
Integrar e envolver os novos alu-nos aos múltiplos contextos da Ins-tituição. Com esse objetivo a Uni-versidade Federal do Rio Grande (FURG) iniciou o ano letivo promo-vendo a Acolhida Cidadã 2016. A ação envolve temas como a solidarie-dade, respeito ao próximo, cuidado com o meio ambiente e a descoberta da vida universitária. A Acolhida ocorreu, com extensa programa-ção, nos campi Carreiros, Saúde, São Lourenço do Sul, Santo Antônio da Patrulha e Santa Vitória do Palmar.
Nesta edição, recebeu a inscri-ção de 60 projetos e promoveu 343 atividades, entre palestras, oficinas e conversas, arrecadação de ali-mentos, ajuda aos animais que vi-vem no campus, mostras culturais, apresentações artísticas e entrega do Guia do Estudante 2016, desen-volvido pela Prae, com informa-ções básicas ao novo acadêmico.
Em comparação à primeira edi-ção, realizada em 2013, esta teve triplicadas as ações, o que aponta a receptividade positiva do projeto. “É
uma ação que envolve toda a comu-nidade acadêmica. Trabalhamos du-rante todo o ano para receber nos-sos estudantes de forma acolhedora. É um momento essencial para a in-tegração destes às ações da Univer-sidade”, destacou o pró-reitor de As-suntos Estudantis, Vilmar Pereira.
Moradia estudantilIntegrando as atividades, a reito-
ra Cleuza Dias realizou a assinatura do contrato de aluguel da nova casa de estudante, devido ao aumento do número de ingressos na FURG a partir de ações afirmativas. “A Uni-versidade busca oferecer condições qualificadas para receber os estu-dantes que chegam e que precisam desta assistência”, destaca a reitora. Próxima ao campus Saúde, a mora-dia representa a décima que a FURG
Diferentes atividades reuniram a comunidade acadêmica
Carolina [email protected]
Foto: Altemir Viana
Março Lilás – Mês de ações na cor que simboliza a equidade e a luta das mulheres
Quando pensamos no dia 08 de março, ins-tituído como Dia Internacional da Mulher, lem-bramos do incêndio ocorrido em uma fábrica têxtil na cidade de Nova York, em 1911. Neste in-cidente, aproximadamente 130 mulheres operá-rias morreram carbonizadas. Esse acontecimento deixou marcas significativas nas lutas feministas ao longo do século XX, contudo não foi o úni-co. Outros acontecimentos criaram, também, as condições de possibilidade para que hoje te-nhamos esta dia de celebrar e visibilizar as histó-rias e as lutas das mulheres em nossa sociedade.
Nesse processo, organizações de mulheres operárias, desde o final do século XIX, já protes-tavam em diversos países da Europa e dos Esta-dos Unidos, lutando por melhores condições de salário e trabalho. Em 1910, foi aprovada uma resolução, na II Conferência de Mulheres Socia-listas na Dinamarca, que apontava a necessida-de da criação de uma data anual para visibilizar os direitos das mulheres e as lutas feministas.
Ao longo desse século outros tantos mo-vimentos foram ocorrendo em diferentes pa-íses. Até que em 1945 a Organização das Na-ções Unidas (ONU) assina o primeiro acordo internacional que buscava afirmar princípios de igualdade entre homens e mulheres. Na dé-cada de 1960, o movimento feminista ganha mais visibilidade e em 1977 as Nações Uni-das reconhecem oficialmente o dia 08 de mar-ço como Dia Internacional das Mulheres.
Mas por que recordar esses aconteci-mentos? Por que um mês inteiro para pen-sar essas questões relacionadas às mulheres?
Porque ainda temos muitas lutas e avanços a serem conquistados. Olhar brevemente es-ses acontecimentos nos possibilita perceber o quanto as mulheres lutaram ao longo do tempo para deixarem de ser invisibilizadas da história, da ciência, da educação, da política e de tan-tos outros espaços. Um dia apenas não com-porta as discussões que pretendemos realizar na busca de uma sociedade igualitária e justa.
Hoje, nós mulheres – e quando falamos mu-lheres estamos apontando que são diversas e diferentes mulheres que compõem nossa so-ciedade, que rompem e transcendem como aquilo que historicamente foi construído como “mulher”. Somos negras, indígenas, orientais, pardas, coloridas, trans, travestis, lésbicas, bis-sexuais, cientistas, soldadoras, reitoras, presi-dentas, contra-almirantes, entre outras múltiplas formas de ser e estar como mulheres em nossa sociedade – conquistamos direitos e espaços sociais, mas isso não significa que não somos marcadas e representadas, na maioria das ve-zes, com gestos, palavras, olhares e pensamentos carregados de preconceitos e discriminações.
Somos desafiadas a cada instante a mostrar nossa competência, nossa força, nossa visibili-dade e nossos direitos sobre nossa vida e nosso corpo. E aqui estamos falando de educação, fa-
Artigo
mília, saúde, segurança, ou seja, dos espaços e instâncias socais em que transitamos e atuamos.
Essas questões apontadas nos possibilitam perceber a relevância do Março Lilás. Em nosso município, o Março Lilás é um evento que ocorre na parceria entre o Executivo Municipal, através da Coordenadoria Municipal de Políticas Públi-cas para as Mulheres, e a Universidade Federal do Rio Grande (FURG). O Março Lilás marca um mês para que os sujeitos possam (re)pensar, (re)construir, lutar, compartilhar e se unir para promover ações que estejam presentes durante todo o ano, nos diferentes espaços em que tran-sitamos, e que objetivem a construção de uma sociedade justa e igualitária para todas e todos.
dispõe e pode acomodar em torno de 80 estudantes.
Indígenas e quilombolas A Acolhida realizou atividades
específicas para 63 estudantes in-dígenas e quilombolas ingressantes em 2016. Em conjunto com os ve-teranos, a integração cultural per-meou todas as ações. O ingresso de indígenas e quilombolas é resultado de ações inclusivas desenvolvidas desde 2010. Neste ano, a FURG re-gistra a primeira graduação de três acadêmicos indígenas. “Estamos fe-lizes por construirmos algo sólido. Eles retornarão qualificados às suas comunidades, onde poderão exer-cer suas profissões”, destaca Cleuza. É responsabilidade da Universidade, segundo a reitora, auxiliar os estu-dantes em todas as etapas, desde o ingresso, permanência até a forma-ção qualificada. “É um sonho vermos essas ações realmente acontecendo. Almejamos retornar a essas comuni-dades e vermos o impacto que sofre-ram”, completa o pró-reitor Pereira.
Um dia apenas não comporta as discussões que pretendemos realizar na busca de uma sociedade igualitária e justa.Joanalira Corpes MagalhãesProfessora da FURG
Foto: Arquivo pessoal
Aulas inaugurais recepcionam acadêmicos
A Universidade Federal do Rio Grande (FURG) recepcionou mais de 11 mil acadêmicos de graduação no início do ano letivo 2016. O nú-mero é resultado da política de ex-pansão, que, só nos últimos quatro anos, levou ao aumento de 50 para 60 opções de cursos de graduação aos candidatos. Para 2016, foram oferta-das 2.765 vagas, mais do que o dobro disponibilizado na década anterior.
A expansão, iniciada em 2003 com o Programa de Apoio a Pla-nos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reu-ni), traduz a postura de investi-mentos em educação superior, que resultou, entre outras iniciativas, em novos cursos, infraestrutura e concursos para pessoal docente e técnico. Durante uma série de aulas inaugurais nos diferentes campi da instituição, estudantes novos e ve-teranos conheceram um pouco des-sa realidade na palestra “História, Desenvolvimento e Perspectivas”.
A temática foi desenvolvida pela reitora Cleuza Dias, que ressaltou o crescimento experimentado nos últimos anos. Em destaque, os cam-pi Carreiros, Saúde e fora da sede (Santo Antônio da Patrulha, São Lourenço do Sul e Santa Vitória do Palmar), além dos polos de educa-ção à distância, que atendem a 21 municípios de diferentes regiões do Rio Grande Sul. A participação atu-ante da FURG nas ações das comu-nidades onde está inserida foi outro aspecto destacado. Junto aos cursos de graduação oferecidos nas 13 uni-dades acadêmicas, a palestra abor-
no Cidec-Sul, com apresentação da banda rio-grandina Goiaba de Casa, formada por acadêmicos da FURG. No dia 14, foi a vez do campus San-to Antônio da Patrulha, seguida de apresentação musical dos acadêmi-cos Matheus Lira, Juliana Nogueira e Ronan Ribeiro. No campus São Lou-renço do Sul, a atividade ocorreu no dia 22, junto ao 1º Sarau de Arte Livre, organizado pelos estudantes, com danças tradicionalistas gaúchas, mostra de balé clássico, e apresenta-ções de música e poesia. A série en-cerrou em 23 de março, no campus Santa Vitória do Palmar, com Jeff e Banda, artistas ligados ao Ponto de Cultura Jerivarte, vinculado ao Pon-tão de Cultura Geribanda/FURG.
CCMarO CCMar/FURG recepcionou
150 novos estudantes, de 14 a 17 anos, com aula inaugural em 7 de março. A iniciativa apresentou o histórico, objetivos e atividades nos cursos de auxiliar administrativo, educação náutica, construção na-val, costuraria, culinária, manicure e pedicure, panificação e confeita-ria, informática fundamental e re-cepcionista em meio de hotelaria. Para o diretor do CCMar, Lauro Barcellos, a atividade busca integrar os alunos na dinâmica humanitária que norteia as ações do Centro e orientá-los durante sua permanên-cia no ambiente, voltado ao aco-lhimento de jovens, em situação de vulnerabilidade social e ao compro-misso de ajudá-los a encontrarem sentidos e caminhos para a vida.
dou também os avanços na área de pós-graduação, com o oferecimento de 11 residências na área da saúde e 29 Programas de Pós-Graduação.
A reitora demonstrou que a vo-cação da FURG, de uma Universi-dade voltada para os ecossistemas costeiros e oceânicos, expressa o compromisso socioambiental e o alinhamento com o desenvolvimen-to local, regional, nacional e glo-bal, envolvendo todas as áreas do conhecimento. A forte atuação nas áreas de ciência, tecnologia e ino-vação, foi apresentada em inúme-ras ações e projetos, como o Centro Integrado de Desenvolvimento dos Ecossistemas Costeiro e Oceânico (Cidec-Sul); a frota oceanográfi-ca; o Eco-Museu Ilha da Pólvora; o Centro de Educação Ambiental, Ciências e Matemática (Ceamecim); a Feira do Livro; o Centro de Con-
vívio dos Meninos do Mar (CCmar) e o Parque Tecnológico Oceantec.
Integração A participação dos pró-reito-
res e equipes e de representantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) reforçaram a proposta de integração com os novos estudan-tes, realizada anualmente nas ações da Acolhida Cidadã. Para a reitora, os momentos iniciais do ano letivo são uma oportunidade para novos acadêmicos e veteranos trocarem experiências, além de interagirem com a administração, as direções dos campi e dos institutos aos quais os cursos estão ligados. “Essas ações fazem com que se sintam perten-centes à Instituição e integrados ao dia-a-dia da Universidade”, destaca.
A série de aulas iniciou no campus Carreiros (sede), em 10 de março,
Reitora ministrou aulas inaugurais nos diferentes campi
Política de Comunicação recebe contribuições
De 11 de março a 29 de abril, a Política de Comunicação da Uni-versidade Federal do Rio Grande (FURG) esteve disponível online para considerações e sugestões da comunidade. Com a abertura, a Universidade ressaltou a impor-tância do envolvimento do públi-co na construção do texto, pois a Política de Comunicação tem re-lação direta com todos. É através dela que serão estabelecidos os meios, estratégias e processos de comunicação que definirão como as informações sairão da FURG e como chegarão aos seus públicos.
Para a secretária de comunica-ção da FURG, Rosane Leite, a for-mulação da Política é um marco na estruturação da área de comunica-ção da Universidade. Ela destaca que o próximo passo é a elaboração de um plano de ação para a Secre-taria de Comunicação (Secom) que resultará numa maior visibilidade da FURG como instituição pú-blica, que deve primar pela trans-parência e divulgação profissio-nal de seus atos, projetos e ações.
Passado o período de participa-ção da comunidade, o documento será revisto considerando as con-
tribuições recebidas. Após, seguirá para apresentação e apreciação do Conselho Universitário (Consun). Caso seja aprovada, a Política pas-sará a valer a partir da publicação e guiará a atuação da Secom e suas áre-as, a Assessoria de Comunicação da FURG, a FURG TV e a FURG FM.
O texto da Política de Comu-nicação é resultado do trabalho da Comissão Temporária para Dis-cussão da Política Institucional de Comunicação, que começou a atu-
ar em outubro de 2014. Participam do grupo a secretária Rosane Leite, como presidente da Comissão; os pró-reitores Ednei Primel, Mozart Martins Filho e Lúcia Anello; os professores Attila Louzada, Gui-lherme Lunardi, Dulce Tagliani, Marcelo Gobatto, Luiz Henrique Torres e Péricles Gonçalves; os téc-nicos-administrativos João Reguffe e Márcio Oliveira e, como repre-sentante da comunidade externa, o jornalista Willy Cesar Ferreira.
A formulação da política é um marco na estruturação da área de comunicação’’
Tammie Faria Sandri, Carolina Silveira e Rosane [email protected]
Foto: Altemir Viana
4 | Ano 13, Edição 103 | Março e Abril de 2016
Gabriela Silva [email protected]
FURG lidera política nacional para a aquisição de laboratórios flutuantes
A experiência da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) em Ciências do Mar tem contribuído para a implementação de políticas públicas destinadas a qualificar a formação de recursos humanos na área, com a construção de meios flutuantes e a produção de material didático, entre outras ações de com-partilhamento de saberes. Em pro-cesso coordenado pela FURG, estão em produção, desde novembro de 2014, quatro embarcações na Indús-tria Naval do Ceará (Inace), que se-rão utilizadas como laboratórios de ensino flutuantes pelas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes).
Com o objetivo de tratar da ges-tão das quatro embarcações, a rei-tora da FURG, Cleuza Dias, reali-zou, em 17 de março, visita técnica ao Estaleiro Inace, acompanhada pelo pró-reitor de Planejamento e Administração (Proplad), Mozart Martins, e os professores do Ins-tituto de Oceanografia (IO), Luiz Carlos Krug e Danilo Calazans. Por parte do Ministério da Edu-cação (MEC), participaram da vi-sita o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Carlos Nobre, e o secretário de Educação Superior (Sesu), Jesualdo Farias.
Os próximos encaminhamen-tos sobre a gestão e a definição das instituições que receberão as embarcações serão coordena-dos pela reitora da FURG, junto às demais Universidades Federais que atuam em Ciências do Mar. A expectativa é de que a primei-ra embarcação, após a importa-ção dos equipamentos científicos, seja concluída em junho de 2016. Construídas em série, estima-se que as demais estejam em operação no início de 2017. Os laboratórios flutuantes possuem 32 metros de comprimento, com autonomia de dez dias no mar e capacidade para
embarcar 26 pessoas, entre tripu-lantes, estudantes e professores.
A liderança da FURG no projeto nacional, financiado pelo MEC, é re-flexo do seu histórico na área e de sua vocação institucional, voltada aos ecossistemas costeiros e oceânicos.
A FURG foi a primeira Insti-tuição brasileira a implantar, em 1971, um curso de graduação em Oceanologia. Com o navio Atlânti-co Sul, construído em 1978, a Uni-versidade foi pioneira na criação de programa de formação embar-cada para estudantes de graduação.
Em 15 anos, o projeto “Expe-riência Embarcada” qualificou, para o uso de equipamentos, co-leta de dados e processamento de amostras a bordo, cerca de 450 estudantes em todo o País. “A li-derança no processo de aquisição das embarcações representa um reconhecimento pelo histórico de experiência da Universidade, em uma área que é referência no con-texto nacional e internacional”, ava-lia a reitora da FURG, Cleuza Dias.
HistóricoO Plano Setorial de Recursos
do Mar (PSRM), um dos desdo-bramentos da Política Nacional para os Recursos do Mar, incluiu, entre suas ações, a necessidade de ampliação e consolidação da for-mação de recursos humanos em Ciências do Mar, para atender às demandas crescentes do País no espaço marinho e zona costeira.
Grupo conheceu a primeira das quatro embarcações que servirão de laboratório
Fotos: Arquivo IO/FURG
Jandré [email protected]
Ano 13, Edição 103 | Março e Abril de 2016 | 5
Para levar adiante esta ação, foi criado, em 2005, o Comitê Executivo para a Consolidação e Ampliação dos Grupos de Pesquisa e Pós-Gradua-ção em Ciências do Mar (PPG-Mar), integrado por representantes de di-versos ministérios, órgãos públicos e instituições que oferecem cursos de graduação e programas de pós-gra-duação na área. A coordenação do PPG-Mar, de responsabilidade do MEC, é exercida, desde 2010, pelo professor da FURG Luiz Carlos Krug.
Com a criação de comitê espe-cífico na Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm), foi colocado em prática, a partir de 2007, um pla-
no nacional de trabalho destinado a desenvolver um conjunto de 49 ações, que alcançam 44 cursos de graduação, das modalidades de En-genharia de Pesca e de Aquicultura, Ciências Biológicas (Biologia Mari-nha) e Oceanografia, 33 de pós-gra-duação e 313 grupos de pesquisa.
Identificada como a principal lacuna na formação dos estudantes de Ciências do Mar, a carência da experiência embarcada transfor-mou-se no principal desafio a ser superado pelo PPG-Mar. “Os es-tudantes precisam aprender a usar os equipamentos para que, pos-teriormente, em sua atuação pro-fissional, possam saber operá-los. Toda essa experiência formativa, coleta e tratamento das amostras, só pode ser feita com uma embarca-ção. É como ter cursos de Medicina sem ter hospital”, compara Krug.
Sob coordenação da reitora Cleu-za, representante do MEC junto à Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm), e com a participação do secretário da Se-cirm, Marcos Rodrigues, o tema foi debatido, em 2013, diretamente com o então ministro da Educação, José Henrique Fernandes, que autorizou a liberação de recursos, de R$ 32 mi-lhões, para a aquisição de quatro em-barcações. Com a aprovação do pro-jeto executivo em agosto de 2014, as construções iniciaram-se em novem-bro do mesmo ano, com prazo de 30 meses para entrega das estruturas.
Embarcações chegam a 32 metros de comprimento
Os laboratórios flutu-antes possuem capaci-dade para embarcar 26 pessoas
Março Lilás promove discussões sobre a mulher e igualdade de gêneros
Março é destinado às mulhe-res e tem uma data exclusiva para elas: dia 8. Em alusão à temática, a Universidade Federal do Rio Gran-de (FURG) integra o Março Lilás, que contou com uma programação repleta de atividades de educação, saúde e cultura nos campi. No en-tanto, essas ações transcenderam o feminismo e trouxeram à tona também discussões sobre gêneros.
Segundo a pró-reitora de Ex-tensão e Cultura (Proexc), Lucia Anello, hoje a mulher assume pa-péis, principalmente no mercado de trabalho, que anteriormente eram de atuação majoritariamen-te masculina. Esse processo trouxe um impacto em sua participação no ambiente doméstico. “Muitos ainda veem essa conquista como se a mulher estivesse abandonan-do o lar”, explica. Uma das propos-tas do Março Lilás foi a discussão do processo para que se extinga a dualidade de gêneros, que, confor-me Lucia, nada mais é do que uma construção social. A pró-reitora explica que não existe uma inver-são de papéis e nem uma defini-ção plena da atuação masculina e feminina na sociedade. “Ambos os gêneros são capazes de desem-penhar suas funções, sem necessi-dade de categorização”, completa.
Para a FURG, essa realidade é vivida com plenitude. Atualmente,
etnia, sexualidade e classe social. “Os organizadores desenvolvem pesquisas e grupos de estudos que tratam de temáticas discriminató-rias, como o sexismo, o racismo e a homolesbotransfobia com obje-tivo de denunciar a dominação, a exploração e a violência contra gru-pos marginalizados”, explica a res-ponsável pelo NAU, Susana Silva.
A temática da violência femini-na também teve destaque na pro-gramação. Rio Grande está entre os municípios que possuem maior índice de abuso, segundo a coor-denadora do Grupo de Pesquisa, Sexualidade e Escola (Gese), Pau-la Ribeiro. Todavia, se a violência contra a mulher já é, por si só, um assunto sério que merece o debate em grande escala, a situação das lésbicas, gays, bissexuais e transgê-neros (LGBT) é ainda mais comple-xa. Sem respaldo legal até hoje, esse grupo sofre uma discriminação ainda mais potencializada e explíci-ta, segundo a pró-reitora. “Tivemos a oportunidade de aprofundar essa discussão, pois é nossa obrigação, como Universidade, apresentar esse assunto de forma qualitativa e promover, assim, o acolhimen-to de todos na FURG”, acrescenta.
Essas e outras atividades, em Rio Grande, fizeram parte de uma pro-gramação integrada com a Prefeitu-ra Municipal.
mais de 40% dos cargos de chefia da Universidade são ocupados por mulheres, assim como a presença da reitora Cleuza Dias, como re-presentante máxima da Institui-ção. “A realidade atual da mulher no ensino superior, sem dúvida, mudou o cenário futuro, pelo lu-gar ocupado por elas no mun-do do trabalho, em especial no serviço público”, ressalta Cleuza.
Dentro da temática, o evento buscou trabalhar outras persona-gens que compõem o mosaico do que é mulher, segundo o responsá-vel pelo Nós do Sul: Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Identida-des, Currículos e Culturas, do Insti-tuto de Educação (IE), Marcio Ca-
etano. Um destaque foi a 1ª Mostra de Cine-Debate Claudia Silva Fer-reira, com a apresentação do filme Pariah, que conta a história de mu-lheres negras e lésbicas do subúrbio norte-americano, e do documentá-rio Kátia, que retrata a trajetória po-lítica da travesti piauiense, primeira transexual eleita para ocupar um cargo político no Brasil. A mostra, com parceria também do Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH), da Faculdade de Direito (Fadir), e do Núcleo de Análises Urbanas (NAU), do Instituto de Ci-ências Humanas e da Informação (ICHI), objetivou fomentar o deba-te sobre os direitos humanos com o foco nas questões de gênero, raça/
Ações envolveram todos os campi da Instituição
Amigo Estou Aqui, XarK MarketPlace Local, Fabuscon, Aus-tral Soluções Ambientais, Return e Ento Protein são as propostas apro-vadas para a Incubadora de Em-presas de Base Tecnológica (Inno-vatio) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). As empresas atuam no ramo de desenvolvimen-to de aplicativo e site para serviços, consultoria ambiental e desen-volvimento de produtos nas áre-as tecnológica e de biotecnologia.
O edital, lançado em março, previa a seleção de seis empre-endimentos tecnológicos. Todas as propostas homologadas foram aprovadas. Quatro já participa-vam de atividades de pré-incu-
bação, iniciadas em 2014. “Nessa fase de pré-incubação, os selecio-nados receberam orientações até elaborarem o produto final, que era o plano de negócios”, conta o coordenador da Innovatio, Ales-sio Almada. Com a incubação, a expectativa é que os negócios se consolidem e os participantes cheguem ao estágio de graduação, quando passam a colaborar com as futuras pré-incubadas e incubadas.
A incubadora, localizada no campus Carreiros, promove o em-preendedorismo voltado à inova-ção tecnológica em Rio Grande e região, com suporte de conheci-mentos e de estrutura na fase ini-cial dos negócios. A intenção, de
acordo com o diretor de Inovação Tecnológica da FURG, Vinícius Oliveira, é “garantir que, da gera-ção do conhecimento, as pessoas empreendedoras possam transfor-mar uma ideia em produto, com valor agregado, e as tecnologias em negócio”. Por isso, a avaliação considerou, entre outros fatores, o conteúdo tecnológico e o grau de inovação da proposta, seu im-pacto na sociedade, a viabilidade e a perspectiva futura de atua-ção da empresa após a incubação.
O suporte é fornecido por meio de cursos e consultores e as em-presas dispõem de espaço físico, equipamentos e serviços compar-tilhados, além de ambiente para
reuniões, miniauditório e acesso à biblioteca. Em contrapartida, as incubadas colaboram com uma taxa mensal variável, de acordo com o espaço ocupado. A incu-bação dura dois anos e pode ser prorrogada por mais um ano.
A oportunidade é aberta, via editais, a pessoas jurídicas dedica-das ao desenvolvimento de linha de produtos, processos ou serviços inovadores de base tecnológica, sejam elas oriundas da comuni-dade interna ou externa à FURG. Mais informações podem ser ob-tidas pelo e-mail [email protected], telefones (53) 3237 3010/3044 ou Facebook “Innovatio Incu-badora de empresas da FURG”.
Carolina [email protected]
Foto: Rosane Borges Leite
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Tammie Faria [email protected]
Definidas as empresas incubadas pela Innovatio
Projeto Re-Utilize: oito anos de pesquisa e ações sustentáveisFoto: Altemir Viana
Carolina [email protected]
Ano 13, Edição 103 | Março e Abril de 2016 | 7
Já imaginou um banner usado se transformar em uma mochila? Ou em material escolar? Ou até mesmo em capa para notebook? Essa é uma realidade na Univer-sidade Federal do Rio Grande (FURG), a partir do projeto Re--Utilize, que comemora, em mar-ço de 2016, oito anos de atuação.
O projeto busca reaproveitar resíduos de materiais limpos gera-dos pelo próprio sistema acadêmi-co e reinseri-los tanto no contexto universitário quanto comunitário. Atualmente as peças encontram-se distribuídas principalmente nos campi da Universidade, nas depen-dências do curso de Artes Visuais e em Pró-Reitorias. “Objetivamos realizar ações de conscientização quanto à nossa responsabilidade no contexto do lixo que produ-zimos diariamente e desenvolver uma consciência crítica sobre os problemas ambientais pelos quais somos todos responsáveis”, ressalta a idealizadora do projeto e profes-sora do Instituto de Letras e Ar-tes (ILA) da FURG, Teresa Lenzi.
As atividades surgiram a partir da iniciativa de Teresa, em parceria com a professora Roseli Nery, tam-
o projeto desenvolve e participa, desde sua criação, de atividades pedagógicas, que, segundo Tere-sa, é fato importante no contexto da formação e da inclusão social.
Até 2015, os recursos que o pro-jeto dispunha eram próprios. A si-tuação mudou no segundo semes-tre do ano, com o apoio financeiro do Núcleo de Desenvolvimento Social e Econômico (Nudese) da FURG, que possibilitou a profissio-nalização das ações desenvolvidas. A idealizadora ressalta que uma das próximas conquistas almejadas é um espaço para desenvolvimento de um ateliê-escola, com a partici-pação, como aprendizes, de meno-res em situação de risco ou exclu-são social; e idosos, na condição de consultores e executores de objetos.
Para marcar os oito anos de atu-ação, será promovida uma exposi-ção com exemplares de tudo que já foi produzido, bem como elabora-do um catálogo. As atividades es-tão em fase de elaboração e ainda não têm previsão de lançamento.
Mais detalhes sobre o pro-jeto e materiais produzidos estão disponíveis em proje-t o r e u t i l i z e . w o r d p r e s s . c o m .
bém do ILA. O projeto tem atuação multidisciplinar, com fundamentos de diversas áreas, como desenho, escultura, pintura, fotografia, gra-vura e princípios básicos do de-sign. As ações são de caráter inter-departamental e englobam, entre outros, um projeto do Laboratório de Criatividade (Lace) da Escola de Engenharia (EE). Em parceria com o Re-Utilize e o Estaleiro Escola, do Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar), o Lace desenvolve oficinas para a construção de pran-chas de stand-up de garrafas PET.
O projeto oferece oficinas em
periferias e para grupos sociais em situação de exclusão, que são co-ordenadas por bolsistas, integra-dos ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pi-bid). Na última edição da Feira do Livro, o Re-Utilize integrou a pro-gramação e promoveu atividades de artesanato a partir da reciclagem.
Integram o projeto acadêmi-cos voluntários e bolsistas, além da colaboração eventual de profis-sionais externos, como o designer Valmir Lopes. Sua plataforma de investigação é aberta a todos os es-tudantes. Além da atuação prática,
Saúde da população rio-grandina é tema de pesquisa
As condições de saúde da popu-lação rio-grandina nortearão pes-quisa promovida pelos Programas de Pós-Graduação em Saúde Pú-blica e Ciências da Saúde da Uni-versidade Federal do Rio Grande (FURG). Os resultados do estudo, o maior desse âmbito aplicado no município, permitirão traçar um diagnóstico da condição dos mo-radores e aperfeiçoar os cuidados com a saúde por parte da popu-lação. O trabalho de campo ini-ciou em abril e se estende até maio.
Há 16 anos, a FURG desenvol-veu um projeto semelhante, com menor abrangência. “Em outras regiões, como São Paulo e Curiti-ba, estudos similares com dados georreferenciados já são desenvol-vidos, mas aqui é a primeira vez, tendo em vista a amostra que será atingida”, explica o coordenador do projeto, Samuel Dumith. A pes-quisa sorteará 720 domicílios dos bairros da zona urbana, alcançan-do uma média de 1,5 mil pessoas, na faixa etária a partir de 18 anos.
Carolina [email protected]
O projeto conta com uma equipe multidisciplinar, com 10 acadêmicos de mestrado e doutorado da FURG, oriundos das áreas de Nutrição, Odontologia, Educação Física, Fi-sioterapia e Psicologia, sob supervi-são dos professores Dumith e Lulie Odeh. O estudo será conduzido por meio de entrevistas sobre qualidade de vida, alimentação, saúde bucal, atividade física e utilização de servi-ços de saúde, para observar a preva-lência das diferentes doenças e das condições de saúde da população.
A escolha do município consi-derou a inserção da FURG na co-munidade e sua preocupação com a responsabilidade social; as caracte-rísticas litorâneas (como relevo plano e intensas variações climáticas) e suas influências na saúde da população.
Será possível, de acordo com Dumith, identificar os principais grupos de risco e os comportamen-tos frequentes. A equipe entregará um relatório para os gestores e os órgãos de saúde do município, a fim de auxiliar na elaboração de políti-
cas públicas e programas de apoio. O projeto também dará um retorno direto à população, com entrega de panfletos e promoção de seminá-rios. “Esses resultados serão úteis para a comunidade, pois poderão entender melhor o estado de saúde da região na qual estão inseridos”, explica a mestranda em Saúde Pú-blica da FURG, Monica Muraro. No âmbito acadêmico, a pesquisa con-tribuirá na elaboração de teses, dis-sertações e artigos, e na participação em congressos e eventos científicos.
Próxima etapaEm parceria com o curso de Ge-
oprocessamento do Instituto Fede-ral Sul-rio-grandense (IFSul), será realizado um mapeamento para o estudo detalhado dos resultados. “Esse direcionamento auxiliará ain-da mais na organização de políticas de saúde específicas”, destaca o coor-denador, conforme as maiores ocor-rências em cada bairro. A segunda etapa de mapeamento tem previsão de ser concluída até final de agosto.
Pesquisa na FURGFoi aplicada, em 2015, uma
pesquisa similar com os docen-tes dos campi Carreiros e Saúde, para avaliar o perfil e a qualidade de vida. A pesquisa foi conduzi-da por alunos do primeiro ano da Faculdade de Medicina (Famed), também sob coordenação do pro-fessor Dumith. O estudo reuniu resultados de 40% dos docentes em atividade nos campi pesquisados.
A pesquisa apontou com maior qualidade de vida os grupos: ho-mens, casados, com 50 anos ou mais, que consumiam frutas diaria-mente, não tomavam refrigerante, faziam atividade física no seu tempo livre, não apresentavam sonolên-cia diurna excessiva, não possuíam diagnóstico de depressão. Em ca-sos femininos, acresceu-se o grupo das que não apresentavam altera-ção no ciclo hormonal. Dentre os participantes, a maioria percebeu sua saúde como excelente ou mui-to boa, somente 13% perceberem sua saúde como regular ou ruim.
Oficinas com a comunidade ensinam o reaproveitamento de materiais
Pesquisa sobre a qualidade da água na foz do Rio Doce é apresentada em Brasília
Pesquisa em desenvolvimen-to na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) sobre os impac-tos ambientais na região da foz do Rio Doce foi apresentada em 30 de março, ao Ministério do Meio Am-biente (MMA), em Brasília. O estu-do, realizado a convite do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão ambiental do Governo Federal, investiga os parâmetros de quali-dade da água após o rompimento da barragem de rejeito de minério em Mariana (MG), em novembro de 2015. Os resultados prelimina-res da investigação conduzida no Instituto de Ciências Biológicas (ICB), sob a coordenação do pro-fessor Adalto Bianchini, sugerem a incidência de metais acima do percentual previsto pela legislação.
sam aproximadamente mil amos-tras (material biológico de diferen-tes peixes, crustáceos, zooplâncton e outros invertebrados), coletadas em 13 estações de monitoramento. Os resultados preliminares, confor-me Bianchini, “sugerem que a foz do Rio Doce contribui com um aporte de metais para a região costeira e que alguns destes se encontram com os níveis que suscitam novas inves-tigações e preocupações”. Os dados serão aprofundados, com o proces-samento das mostras e a realização de nova expedição, para avaliar se esses níveis estão associados ou não ao desastre ambiental. “Os outros grupos de pesquisa que fazem parte do trabalho ajudarão a responder essas questões. Estamos nos cercan-do de todos os cuidados que a téc-nica e a Ciência exigem”, esclarece.
A pesquisa da FURG colabora com uma das linhas de ação, sob a responsabilidade do ICMBio: o mo-nitoramento e avaliação de impacto ambiental na região costeira e ma-rinha. O Instituto está incumbido de realizar a avaliação de qual é o estado da qualidade da água, com o objetivo de preparar o programa de monitoramento a longo prazo para a recuperação da área atingida. A contribuição da FURG é identifi-car a presença de materiais tóxicos na água (arsênio, cromo, cádmio, cobre, manganês, ferro, silício e chumbo) e se esses elementos são incorporados aos seres vivos, nos di-ferentes níveis da cadeia alimentar.
Em janeiro, o ICMBio orga-nizou expedição para a coleta de amostras, durante dez dias, do Sul do Espírito Santo (Costa das Algas)
ao Sul da Bahia (Abrolhos). Além dos técnicos do ICMBio, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Iba-ma) e as Universidades Federais do Rio Grande (FURG) e do Espírito Santo (Ufes) participaram do tra-balho de campo. Na oportunidade, também foram colhidos materiais para análises da Universidade Es-tadual do Rio de Janeiro (Uerj).
As instituições envolvidas apre-sentarão dados sobre o fundo (sedi-mento), coluna de água e material biológico que, em conjunto, cons-truirão um panorama para avaliar o impacto ambiental da região.
AnálisesCerca de 20 estudantes de mes-
trado e doutorado e pesquisadores em nível de pós-doutorado anali-
Professora Maria Isabel da Cunha palestrou sobre compromisso social
8 | Ano 13, Edição 103 | Março e Abril de 2016
Evento nacional discute estratégias de gestão das Instituições Federais de Ensino Superior
Em busca de compartilhar ideias e encontrar soluções administrati-vas para as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), as Universi-dades Federais do Rio Grande e de Pelotas (FURG e UFPel) receberam cerca de 120 gestores de diversas instituições para o primeiro encon-tro de 2016 do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e Ad-ministração (Forplad), órgão vin-culado à Associação dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O evento foi re-alizado de 8 a 10 de março, no Hotel Jaques Georges Tower, em Pelotas. A programação também contou com a participação de representantes do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Desenvol-vimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Institui-ções de Ensino Superior (Confies).
Na abertura, a reitora da FURG, Cleuza Dias, contextualizou as ca-racterísticas institucionais, os pro-jetos e as principais políticas de gestão. “A FURG tem uma identi-dade voltada para os ecossistemas costeiros e oceânicos, desde a sua origem, com vocação para as ques-tões locais, regionais”, ressaltou.
As ações da Universidade têm como base o Projeto Pedagógico Ins-titucional (PPI 2011-2022), mantido como objeto de reflexão na formula-ção dos Planos de Desenvolvimento Institucional (PDIs). O PDI 2015-2018 foi aprovado pelo Conselho Universitário (Consun) após intenso processo de consulta. “São 29 progra-mas que integram as ações estratégi-cas. Nós nos encontramos neles, pois foram pensados e elaborados a partir de todas as unidades administrativas e acadêmicas e da sociedade”, contou.
Sobre o atual momento da
FURG, a reitora destacou o processo de expansão, desde a implantação do Programa de Reestruturação e Ex-pansão das Universidades Federais (Reuni), responsável por possibilitar a interiorização do acesso ao Ensino Superior, em três campi fora de sede nos municípios de Santa Vitória do Palmar, São Lourenço do Sul e Santo Antônio da Patrulha. “Triplicamos o número de cursos e estudantes. Isso se reflete no crescimento da pós-graduação, do Ensino, da Pes-quisa e da Extensão”, comemorou, ao reafirmar a orientação institu-
cional pelo respeito à diversidade, em alinhamento às recentes políti-cas públicas do Governo Federal.
Compromisso social A professora da Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Maria Isabel da Cunha, trouxe para o Fórum reflexões sobre as recentes transformações no acesso e a im-portância de o discurso pedagógi-co motivar a atuação institucional. Na palestra “Compromisso Social e Qualidade Acadêmica: o Desafio da gestão das Universidades Públicas”, afirmou que o conceito de “públi-co” na Universidade estava restrito à gratuidade, o que mudou com a implantação de ações afirmativas. “A universidade tem toda a sua ação relacionada aos interesses pú-blicos. Isso perpassa a produção de conhecimento, a base epistemológi-ca”, comparou. Para a professora, a democratização do acesso é acom-panhada, atualmente, de outro me-didor de qualidade, a internaciona-lização, e por receber acadêmicos que se afastam da antiga lógica me-ritocrática, a relação entre os dois referentes é, muitas vezes, de difícil conciliação: um dos desafios para a constituição de políticas públicas.
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Foto: Kátia Helena Dias, UFPel
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