OAB SP lana campanha
O que eu vou fazer depois de formado?
Toda forma de amor vale amar
Os reflexos do descumprimento da Constituio pelos poderes constitudos
A favor do aumento da pena nos crimes de trnsito
A Ordem dos Advo-gados do Brasil - Se-o So Paulo, promo-veu o lanamento no ltimo dia 22/06 da campanha Corrup-o No. A lista de 11 propostas elaboradas ao longo de meses por lideranas da classe foram apresentadas a advogados, entre eles conselheiros da Se-cional e presidentes de Subsees, alm de autoridades e con-vidados. O evento foi transmitido ao vivo para as 229 represen-taes do interior do Estado. pg.9
Essa a maior dvida dos es-tudantes, Bacharis e at mesmo de Advogados de todo o Brasil. Percebe-se que poucos estudan-tes dos cursos jurdicos, at mes-mos dentre aqueles que j esto nos ltimos anos dos cursos escolheram o que fazer depois que estiverem com o diploma na mo. Pensando nisso e, quem sabe em uma forma de ajud-los na escolha que o Jornal Fato Ju-rdico, atravs do Prof. Alessan-
A advogada Maria Berenice Dias reconhecida entre seus pares como uma referncia nas questes relacionadas ao Direito da Famlia, no Brasil. Primeira mulher a se tornar desembar-gadora no Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul, ela fre-quentemente citada em decises judiciais favorveis a famlias bimaternais, bipaternais e multi-parentais quando os respons-veis pela criana so mais de trs -, de ponta a ponta no Pas.As pessoas querem ser feli-O Pas vem sofrendo signi-
ficativos abalos institucionais, decorrentes do descumprimen-to da Constituio pelos Pode-res constitudos, fato esse que tm passado quase desaper-cebido diante do difcil quadro econmico-financeiro, tico e poltico pelo qual passa o Brasil. pg.5
Em que pese os respeito-sos argumentos contrrios de que no o aumento da pena nos crimes de trnsito ou at mesmo o aumento do valor das multas das infraes de trnsito que iro coibir a prtica destas condutas ilcitas, verificamos que necessrio fazer algo ur-gente para que possamos dimi-nuir rapidamente o nmero de casos de mortes, leso corporal e embriaguez na conduo de veculos automotores... pg.11
Sobrevivendo ao divrcio...
pg.10
Diretor Responsvel: Andr Luiz Badar
dro Ferraz do NEAF (Ncleo de Estudos Alessandro Ferraz), ela-borou um artigo de como est o mercado, e principalmente para quem quer fazer uma carreira nas diversas reas jurdicas. pg.3 zes, amar quem quiserem. Quan-do nada reconhecido, gera uma invisibilidade com consequn-cias extremamente perversas, afirma. pg.9
Julho de 2015 Ano I Edio 1
CORRuPO, NO
Julho / 2015 2
MDA cria comisso para apresentar anteprojetos Assemblia Legislativa
EdItorIAl
Fato Jurdico: todo acontecimento externo que faz refe-
rncia a uma ao humana ou da natureza que desenvolve o direito, ou seja, cria a relao jurdi-ca e que possa constituir direitos e obrigaes em torno de determinado objeto.
Segundo a Teoria Tridimensional do Direito, de Miguel Reale, ao lado da norma e do valor, o fato elemento constitutivo do prprio direito.
Portanto, a relao jurdica surge em virtude de fato jurdico e como aplicao e decorrncia da norma jurdica.
No se pode conceber uma ideia de direito sem a presena das relaes jurdicas desenvolvidas entre os homens na dinmica do convvio social.
O Fato Jurdico qualquer acontecimento. Mas nem todos os acontecimentos so relevantes para o direito, pois no criam, extinguem ou modificam situaes jurdicas. Apenas aqueles fatos que pro-duzem efeitos na seara do direito so chamados fatos jurdicos.
Assim, segundo a doutrina, pode-se conceituar fato jurdico como sendo todo o acontecimento, natural ou humano, que capaz de criar, conser-var, modificar, ou extinguir relaes ou situaes jurdicas.
Foi com esse conceito sobre o que Fato Jurdico que tive a grata satisfao de dar nome a um jornal realizado no apenas para a Co-munidade Jurdica, mas sim para todos aqueles que buscam atravs deste peridico a informao necessria para um profundo conhecimento e dis-cusso para as grandes transformaes jurdicas ocorridas em nosso pas!
Andr Luiz Badar - Diretor ExecutivoJornal Fato Jurdico - O direito da boa leitura!
Na abertura dos tra-balhos da Comisso de Assuntos Legislativos e Relacionamento com a Assemblia Legislativa de So Paulo, criada pelo Movimento de Defesa da Advocacia (MDA), trs temas foram elencados como prioritrios: ajus-tar a legislao adminis-trativa tributria esta-dual ao novo Cdigo de Processo Civil, fixar nor-mas para a apresentao de licitaes e discutir a ampliao do poder de investigao criminal.
A proposta da nova comisso, apresentada que os resultados dos debates sirvam de sub-sdios aos projetos de lei que venham a ser pro-postos na Assemblia Legislativa de So Paulo.
Precisamos aqui na Assemblia de antepro-jetos. Ns damos a eles a forma de projetos de leis, mas necessitamos do conhecimento e cul-tura dos senhores, dis-se o presidente da Alesp, deputado estadual Fer-nando Capez (PSDB), na abertura da comisso.
Durante a reunio, foram apresentados os integrantes das quatro coordenadorias criadas e os temas a serem de-batidos por cada grupo.
A coordenadoria so-bre Processo Adminis-trativo Tributrio ser conduzida por Antonio Augusto Silva Pereira de Carvalho, vice-presiden-te do Tribunal de Impos-tos e Taxas do Estado de So Paulo. O grupo planejar propor mudan-as no processo adminis-trativo tributrio, com base no novo CPC, com o objetivo de conseguir maior celeridade e uni-formizao das decises dos tribunais estaduais.
A ideia discutir tambm normas para a apresentao de licita-
es. Segundo o presi-dente da comisso, Edu-ardo Salusse, muitos editais hoje deixam de apresentar um projeto executivo detalhado, o que leva a aditamento de obras pblicas, one-rando os cofres pblicos e muitas vezes gerando ineficincia.
J a coordenadoria sobre organizao judi-ciria e segurana p-blica, liderada por Fabio Machado de Almeida Delmanto, dever priori-zar no primeiro momen-to mudanas nos proce-dimentos investigatrios na rea criminal. O as-sunto, segundo Capez, vem sendo discutido na Cmara dos Deputados, com o objetivo de dar mais poder legislao
estadual sobre o traba-lho de investigao cri-minal.
O grupo de assuntos relacionados ao Direi-to Tributrio ser geri-do por Cibele Malvone Toldo, que deve debater o Imposto sobre Trans-misso Causa Mortis e Doao (ITCMD) e seu aprimoramento. Na coor-denadoria sobre Direito do Consumidor, condu-zido por Thiago Mahfuz Vezzi, sero discutidos nos primeiros encontros a lei de entrega nas com-pras pela internet.
Estamos nos colo-cando disposio para servir de intermediador entre a sociedade e As-semblia, municiando os deputados de propostas de anteprojetos para que a Casa tenha a condio de aprimorar os debates e o fortalecimento das leis, afirmou o presi-dente da comisso. De acordo com Salusse, os primeiros trabalhos devem ser entregues Assemblia Legislativa dentro de quatro a seis meses.
Aprovado projeto que regulamenta a fiscalizao dos royalties de petrleo e gs
A Assemblia Legislativa aprovou o Projeto de Lei 456/2015, que dispe sobre a fiscalizao, arrecadao, lana-mento e cobrana das compensaes financeiras e das participaes governamentais devidas ao Estado de So Paulo decorrentes da explorao e da produo de petrleo e gs natural, por concesso, permisso, cesso e outras modalidades administrativas. Fonte: Agncia de Notcias ALESP
Agora
Diretor Executivo e Jornalista Responsvel Andr Luiz Badar (MTB/SP 59.623)
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Expediente
Julho / 2015 3
Coral OAB/CAASPMsicas que tocam a alma!
Carreira de tribunais
Morte Digital: o que acontece com os perfis de usurios falecidos?
ARTigO
A era digital nos trouxe muitos benefcios bem como muitas dvidas. Es-tamos conectados a todo o momento a diversas redes sociais e nunca sabemos quando uma fatalidade pode ocorrer. E ai surge uma grande dvida: o que acontecer com o seu per-fil nas redes sociais aps a morte? Provavelmente essa questo j passou pela sua cabea algumas vezes!
Nos primeiros oito anos de existncia da rede social mais popular do mundo, estima-se que 30 milhes de usurios morreram. Por dia, so aproximadamente 10.273 usurios. E todos os dias, 10.000 usurios mortos possivelmente re-cebero solicitaes de amizades, sero marcados em fotos, ou at mesmo sero parabenizados por
seu aniversrio. Acontece que ao fale-
cer, o usurio deixa na in-ternet toda uma herana, como se fossem rastros que ficam disponveis na web, mesmo aps muito tempo de falecimento. En-tre estes rastros, ficam da-dos de redes sociais, fotos, e qualquer outro contedo do autor.
Assim como esses da-dos, os perfis nas redes sociais continuam ativos, e este um dos fatos que nos levam a repensar toda essa nova era digital: Como devemos proceder para apagar esses dados? Deixo o perfil ativo?
Manter o perfil ativo uma escolha da fam-lia. Algumas pessoas con-sideram reconfortante, outras, consideram ainda mais doloroso. Essa dvida
tambm nos leva a refletir para onde vo todos esses dados, ou como pode se proceder para apagar uma conta.
Primeiramente, ne-cessrio entender que voc dono dos seus pr-prios dados, e o Facebook respeita a sua privacidade inclusive aps a sua mor-te. Ou seja, seus dados s podero ser acessados por ordem judicial, ou se voc realizou uma autorizao prvia (como passar seus dados de login para um cnjuge, por exemplo).
Mas para a desativao de uma conta, os trmites costumam ser mais sim-ples. necessrio compro-var o grau de parentesco com o falecido e tambm provar a morte por meio de documentos, como cer-tido de bito. Dessa ma-
O Coral OAB/CAASP, que formado por 33, sendo 07 por vozes mas-culinas(04 tenores e 03 baixos) e por 26 femini-nas (13 sopranos e 13 contraltos), existe des-de 1998 e regido pelo maestro Jos Antunes da Silva Filho. O coral tem sido responsvel por vrias exibies marcan-tes, algumas das quais ficaro na memria e nos coraes de quem curte uma boa msica, como a do ltimo dia 19 de maio, em comemorao ao Dia de Santo Ivo (Padroei-ro dos Advogados), que aconteceu na igreja que leva o nome do santo, que fica no bairro do Ibi-rapuera. As futuras apre-sentaes que j esto no calendrio do coral sero em agosto ms do Ad-vogado, no Metr S e a de dezembro as msicas natalinas, (ainda fal-tando a confirmao da data, veja nas prximas
Vivemos tempos di-fceis tanto para os que j possuem a carteira da ordem dos advogados do Brasil, quanto os que ain-da esto em fase de gra-duao. Em funo disso, os concursos podem ser uma excelente oportuni-dade, pois trazem bons salrios, ascenso profis-sional e a to sonhada es-tabilidade, principalmen-te, hoje, em tempos de crise e de terceirizao. Assim, dentre as vrias al-ternativas existentes, res-saltamos as Carreiras ofe-recidas pelos tribunais, sejam elas para o nvel mdio (tcnico) ou supe-rior (analistas). Vale res-saltar que h concursos para analista tanto para aqueles que tem forma-o em direito e os que no exigem formao na rea jurdica. Os cargos oferecidos variam, consi-
derando o edital recente para TRT 3 / 2015 de R$ 5425,79 para tcnicos at R$ 10.485,62. Assim, no Brasil, temos os seguin-tes tribunais: STF (Su-perior Tribunal Federal), 4 Tribunais superiores, 5 TRFs, Tribunais regionais federais, 27 TREs (Tribu-nais regionais estaduais) e 24 TRTs (Tribunais re-gionais do trabalho). Alm deles, temos os TJs (Tri-bunais de justia - 1 em cada unidade federativa). Portanto, percebe-se de forma clara que uma pes-soa que almeja sucesso em concursos para Tri-bunais, certamente, ter muitas oportunidades, pois ao todo, temos 91 Tribunais no pas, sendo que todos eles apresen-tam excelentes chances de concursos. Vale salien-tar, o fato de que milhares de bacharis em direito
Dr. Alessandro FerrazProfessor de Direito Constitucional e Adminis-trativo em cursos preparatrios para carreiras pblicas. Com grande experincia em concursos pblicos, ministrou aulas em cursos preparatrios como o Formao, o Uniequipe, o Unicursos (Campinas), o Complexo Jurdico Damsio de Jesus e o Complexo de Ensino Renato Saraiva. Advogado. Ex-serventurio do Tribunal de Justia do Estado de So Paulo. Autor em conjunto com Professor Marcus Costa Vasconcelos do livro Direito Constitucional da editora RIDEEL. Coorde-nador juntamente com Fbio Vieira dos livros da Coleo Resposta Certa - Editora Saraiva.
Sandra Ciliano Graduada em Anlise de Sistemas e Direito, com especializao em Administrao em Redes, Segurana da Informao , Anlise de Softwares (Fraudes) e Direito Eletrnico ela EDP- Escola Paulista de Direito. Consultora, Perita Judicial, Professora Universitria e Palestrante sobre Crimes na Internet e Segurana Digital. coluni-sta em diversos blogs e revistas, criadora do Site Crimes na Internet e Membro da Comisso de Direito Eletrnico e Crimes de Alta Tecnologia da OAB/SP e Membro da Comisso de Segurana Pblica da OAB/SP.
Debatedores pedem menos burocracia na concesso de patentes
Representantes de entidades ligadas propriedade intelectual relataram no ltimo dia 9, em audincia pblica na Cmara dos Deputados, que obstculos como a burocracia e a demora no processo para concesso de patentes ou reconhecimentos de marcas desmotivam a inovao tecnolgica e atrapalham o desenvolvimento do mercado brasileiro. Fonte: Agncia Cmara Notcias
Dr. Alessandro Ferraz
Por Sandra Ciliano
neira, a conta excluda da rede social, e os dados do usurio, consequente-mente.
H tambm a opo de manter a conta como um memorial. A burocracia a mesma, porm a conta permanece ativa de uma maneira peculiar: o mural fica livre para postagem de amigos, bem como marca-o de fotos. Mas o perfil no aceita mais solicitaes de amizade e a privacidade das postagens no pode mais ser alterada. Feito isso, a transformao em memorial no pode mais ser revertida. Em ambos os casos, as informaes de login no so informadas a terceiros, mantendo assim a privacidade do indivduo.
A deciso de manter o perfil ativo como memo-rial, ou desativ-lo com-
pletamente vai da famlia. Muitas pessoas preferem manter o perfil in memo-rian como forma de dimi-nuir a saudade, e confor-tar as partes envolvidas. Outras consideram um sofrimento ainda maior. uma deciso em que no h o certo ou errado, envolve apenas a vontade dos familiares e o mais importante que a priva-cidade do usurio conti-nua preservada, em sua grande maioria.
Cada rede social possui um trmite diferente para contas de usurios faleci-dos, mas em todas elas h a poltica de respeito pri-vacidade de cada usurio.
Observando esse novo comportamento, dois pro-gramadores desenvolve-ram um site em que o usu-rio pode programar suas
mensagens de despedida, agendar postagens, e at mesmo excluir sua conta e seus dados. A ferramenta que tem como funo dar um destino aos dados vir-tuais do usurio, tem con-quistado muitos adeptos.
Este fato nos leva a repensar na brevidade da vida e as questes que ns realmente nos impor-tamos. Ser que isso real-mente necessrio? Ser que damos uma impor-tncia exagerada para as redes sociais? Vale a pena repensar nossas opinies, o que voc acha?
Tecnologia & Carreiras
edies). Para voc que Advogado, Estagirio ou Estudante de Direito e que gosta de msica, requisito fundamental para fazer parte do coral segundo o mastro Jos Antunes, fica aqui o con-vite para fazer parte do coral, que pretende cres-cer ainda mais.
Para se inscrever, basta telefonar para
(11) 3292-4500 e fa-lar com Ivone, ou en-viar e-mail para [email protected] Os ensaios acontecem s segundas e s quar-tas-feiras, das 18h30 s 20h30, no auditrio CAASP (Caixa de Assis-tncia dos Advogados de So Paulo) Rua Benja-min Constant, 75, Cen-tro, Capital.
sintam-se inclinados aos concursos para analistas dos Tribunais, o que far com que tenham a opor-tunidade de cumprir a exigncia de trs anos de atividade jurdica se o seu objetivo a Magistratura ou o Ministrio Pblico. Portanto, foi gravada uma aula em vdeo a fim de deixar os senhores mais informados. Assista a ela!
Para assistir ao v-deo, use o QR Code abai-xo ou atravs do endereo: https://goo.gl/HY34ro
Julho / 2015 4
A aplicao do novo CPC nas relaes de trabalho
O princpio da orientao da inspeo do trabalho: a preveno em detrimento da sano
Com a promulgao da lei 13.015 de 2015, surge um novo CPC, com o intuito de dar maior celeridade no julgamento dos conflitos entre as partes. Mas para o direito do trabalho, o que mudou?
Abaixo apontaremos de forma direta o que se aplica na prtica do dia a dia dos processos traba-lhistas. O NCPC aplica-se subsidiariamente aos processos trabalhistas, conforme art.15.
Art. 64 - As incompe-tncias devero ser ar-gidas em preliminar de contestao, podendo ser a relativa ou a absoluta.
Art. 76 - Poder ocor-rer a regularizao das partes mesmo em pro-cessos que estejam nos tribunais.
Art.98 - Ser cabvel a justia gratuita (custas e depsito) mesmo para pessoa jurdica.
Art. 133 - Cabvel a desconsiderao da PJ na rea trabalhista.
Art.139 - Possibilida-de de inverso do nus da prova pelo Juiz na rea trabalhista.
Art. 156 - Necessida-de de cadastro de peritos no Tribunal e no mais direto ao Juiz.
Art. 165 - Sero cria-dos novos centros de con-ciliao. Esse o objetivo
desse cdigo.Art. 219 - Os prazos
sero apenas contatos nos dias teis.
Art. 293 - A impug-nao do valor da causa dever ser feito em preli-minar de contestao.
Art. 294 - Possibilida-de de Tutela antecipada (para direito material),
cautelares (para a pos-sibilidade de perda do direito) ou tutela de evi-dncia (para situaes que no precisam ser pro-vadas o perigo da demo-ra). Na rea trabalhista muito comum para con-cesso de assistncia m-dica, por exemplo.
Art. 319 - Na petio
inicial devemos informar se existe o interesse de audincia de conciliao.
Art. 384 - Ata notarial - sempre comum para as hipteses de pginas na rede mundial de compu-tadores quando uma das partes agride a honra de outras.
Sero cabveis os se-guintes procedimentos especiais ainda na rea trabalhista: Consigna-o em pagamento (art 539), exibio de contas (art 550), possessrias (art 554), embargos de terceiro (art 674), moni-tria (art 700), restaura-o de autos (art 712) e execuo (art. 771).
No Brasil, inegveis so as contribui-es da Fiscalizao do Trabalho ao zelar pelo cumprimento da legisla-o trabalhista. Em um pas de dimenses con-tinentais como o nosso, e no qual os sindicatos, regra geral, no so to representativos dos tra-balhadores, os rgos de inspeo do trabalho desempenham um papel essencial para a efetivi-dade dos direitos sociais e trabalhistas.
A mdia noticiou in-meros casos de resgate de trabalhadores em condies anlogas s de escravo, mesmo dentro da cidade de So Paulo. E os exemplos da valio-sa contribuio da Fis-calizao do Trabalho bastante amplo: tambm abrange, dentre tantos outros, situaes ligadas a excesso de jornada de trabalho, explorao de trabalho infantil, ao cumprimento de cotas
de contratao de pes-soas com deficincia e, em especial, hoje, para temas relacionados ao meio ambiente do tra-balho.
Por outro lado, fora de casos de descumpri-mentos graves e eviden-tes da legislao, exis-tem hipteses em que a prpria interpretao de normas ministeriais (NRs- Normas Regula-mentares) discutvel. Nesse sentido, conside-rando o imenso nmero de empresas de peque-no porte em nosso pas, as quais nem sempre tm possibilidades para contratar uma assesso-ria de medicina e segu-rana no trabalho, alm da jurdica e contbil, seria oportuna refletir se, diante de infraes involuntrias, de natu-reza pontual e leve, seria adequado a autuao da empresa sem que fos-se precedida por uma orientao ou concesso
de prazo para a tentativa de saneamento do pro-blema.
A Conveno n. 81 da OIT (Organizao Internacional do Tra-balho), ratificada pelo Brasil, prev no apenas o poder de punio dos agentes de fiscalizao do trabalho, mas, tam-bm uma funo tcni-ca e de assessoramento aos empregadores e aos trabalhadores sobre a maneira mais efetiva de cumprir as disposies legais.(art.s 5 e 17).Consagra-se o dever de cooperao dos inspeto-res com trabalhadores, empregadores e suas organizaes, cabendo-lhes o direito de deci-dir se devem advertir e aconselhar, em vez de iniciar ou recomendar um procedimento.
A doutrina da Orga-nizao Internacional do Trabalho OIT vem destacando, sobretudo em questes ambientais,
por sua natureza din-mica, o importante papel construtivo entre a fisca-lizao, empregadores e demais agentes sociais por meio da orientao-dilogo-esclarecimento, cuja efetividade, em ter-mos de resultado, supe-ra em muito a mera pos-tura punitiva.
A evoluo legisla-tiva da OIT posterior Conveno n. 81 avan-ou de modo a prestigiar o dilogo e o papel de orientao da fiscaliza-o laboral. A Conven-o n. 129, por exemplo, modernizou os mtodos de ao fiscal pelo fato de preconizar a preven-o em detrimento da sano. Prev (art. 6) o assessoramento e o con-trole do cumprimento de dispositivos legais re-lativos s condies de vida e de trabalho dos empregados.
A legislao nacional consagra tal princpio. O art. 18, inciso II do De-
creto n. 4.552, de 2002, denominado RIT (Re-gulamento de Inspeo do Trabalho) determina que compete aos AFTs em todo o territrio na-cional:ministrar orien-taes e dar informaes e conselhos tcnicos aos trabalhadores e s pes-soas sujeitas inspeo do trabalho, atendidos os critrios administra-tivos de oportunidade e convenincia.
Em sentido similar o art. 23 do citado diploma, ao declarar: Os Audito-res-Fiscais do Trabalho tm o dever de orientar e advertir as pessoas su-jeitas inspeo do tra-balho e os trabalhadores quanto ao cumprimento da legislao trabalhista ... Tambm a CLT, em seu artigo 627-A, prev a possibilidade de ins-taurao de um proce-dimento especial para a ao fiscal, objetivando a orientao sobre o cum-primento das leis de pro-
Gleibe Pretti professor de direito do trabalho. Advogado. Perito Judicial. Socilogo. Jornalista. Autor de mais de 40 obras na rea pela cone Editora. Mestrando pela UNG
Tlio de Oliveira MassoniAdvogado. Mestre e Doutor em Direito do Trabalho pela USP. Professor da UNIFESP Universidade Federal de So Paulo e dos cursos de ps-graduao da PUC-SP, FGV-RJ, UNIMEP e outros
Por Gleibe Pretti
Por Tlio de Oliveira Massoni
Desta forma, temos o novo CPC com o escopo de dar maior rapidez nos julgamentos. Apenas o tempo e a prtica vai de-terminar se essa fato ser verdadeiro.
Nas palavras de Mil-lr Fernandes, O ho-mem um animal que adora tanto as novida-des que se o rdio fosse inventado depois da te-leviso haveria uma cor-reria a esse maravilhoso aparelho completamente sem imagem.
teo ao trabalho, bem como a preveno e o sa-neamento de infraes legislao mediante Ter-mo de Compromisso.
A Inspeo do Tra-balho, bvio, vela pelo cumprimento da ordem jurdica trabalhista. Mas atinge esse fim no apenas punindo as em-presas, cabendo-lhe o essencial papel de asses-soramento, sobretudo em termos de melhorias.
A verdadeira eficcia da Inspeo do Traba-lho est em seu carter orientador, e no apenas no punitivo. Cria-se, as-sim, um dilogo perma-nente entre os atores sociais envolvidos com o esprito de promover a melhoria contnua das condies de trabalho e do meio ambiente do trabalho saudvel.
Claro indenizar trabalhadora que desenvolveu depresso por tratamento humilhante
A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho no conheceu de recurso da Claro S.A., condenada a inde-nizar por danos morais uma trabalhadora que apresentou quadro de depresso aps ser submetida a tratamento humilhante bi ambiente de trabalho. O Tribunal Regional do Trabalho da 4 Regio(RS) equiparou a doena a acidente de trabalho e determinou o pagamento de R$ 5.500,00 empregada. Fonte: TST
Conexo
Julho / 2015 5
Abalos institucionais na ordem constitucional brasileira: os reflexos do descumprimento da Constituio pelos poderes constitudos
O Pas vem sofrendo sig-nificativos abalos ins-titucionais, decorrentes do descumprimento da Cons-tituio pelos Poderes cons-titudos, fato esse que tm passado quase desapercebi-do diante do difcil quadro econmico-financeiro, tico e poltico pelo qual passa o Brasil.
Decorrncia do principio organizacional, que prestigia a separao de poderes em uma Constituio escrita e rgida, e que adota o Estado democrtico de direito, os destinatrios do poder o Legislativo, Executivo e Judi-cirio encontram, para sua atuao, clusulas expressas e implcitas no texto consti-tucional que demarcam suas competncias e os limites de seu exerccio. No h, pois, exerccio totalmente discri-cionrio de poder no Pas. O poder estatal , necessaria-mente, um poder limitado qualquer que seja seu campo de ao, sendo sua finalidade maior atender ao interesse pblico e defesa dos direitos fundamentais dos cidados.
A no observncia dos limites constitucionais pelas instituies investidas de poderes constitudos, alm de implicarem em respon-sabilidade poltica (veja-se o art. 84, para exemplo), se consubstancia na noo da inconstitucionalidade, vale dizer, trazem a conotao
de violao da Constituio justamente por aqueles que so seus principais desti-natrios. Ora, repita-se, a submisso dos destinatrios do Poder Constituio a regra: a inconstitucionalida-de a danosa exceo.
No obstante o coman-do constitucional, todavia, vivemos no Pas algo que se assemelha a uma grave cri-se institucional em razo da sistemtica desobedincia dos poderes constitudos Constituio, situao que se repete diuturnamente.
Vrios exemplos podem ser citados: a ofensa ao arti-go 66 e , que disciplinam o processo legislativo referen-te ao veto e que vm sendo sistematicamente ignorados pelo Congresso Nacional; a expedio da Medida Pro-visria (j transformada em lei) que instituiu o Programa Mais-Mdicos e cujo arti-go 17 fere, alm de outros preceitos constitucionais, o artigo 84, VIII (competncia exclusiva do PR para assinar atos internacionais sujeitos referendo do CN) e o artigo 40, I (competncia exclusiva do CN para resolver sobre [...] atos internacionais que acarretem encargos ou com-promissos gravosos ao patri-mnio nacional, norma essa que impede a proposio de medida provisria que impli-que tais encargos). Citem-se, tambm, como exemplos,
a modificao ou supresso informal de preceito expres-so na Constituio (art. 52, X) pelo STF que, como evidente, assume nessa hi-ptese, a funo de Poder Constituinte derivado para mudar a Constituio (cf. Recl 4.335 5/AC), ou, ain-da, a obstruo, pelo Con-gresso Nacional, para pautar CPI proposta por minoria parlamentar (MS 32.885 MC. MS 32.889 MC) etc.
Em razo dos limites deste texto examine-se ape-nas um exemplo de inconsti-tucionalidade praticada por Poder institucional e que, sem dvida, viola o texto de nossa Lei Maior, traz descr-dito em sua fora normativa e gera abalos institucionais no Pas a questo da apre-ciao de veto presidencial pelo Congresso Nacional..
Observe-se, de incio, que vem ocorrendo siste-mtica violao da norma constitucional que disciplina a apreciao do veto presi-dencial, na forma disposta no art. 66 e , especialmen-te na que estabelece o 4. Esse determina que a no apreciao aprovao ou rejeio do veto - no tempo regulamentar em sesso con-junta das Casas Congressuais (Senado e Cmara Federal), em trinta dias, implicar em uma espcie de sano j que o veto dever ser coloca-do na ordem do dia da sesso
Anna Candida da Cunha FerrazMestre, Doutora e Livre Docente pela FDUSP. Coordenadora e docente do Mestrado do Centro Universitrio FIEO/Osasco. Ex-Procuradora Geral do ESP.
Por: Anna Candida da Cunha Ferraz
imediata, sobrestadas as de-mais proposies at sua vo-tao final. Esse assunto foi objeto de, pelo menos, dois Mandados de Segurana, impetrados por parlamenta-res que se opunham colo-cao em pauta, na ordem do dia, de projetos de lei, sem que antes houvesse a apre-ciao de vrios vetos presi-denciais apostos a autgrafos (projetos de lei aprovados no Parlamento e enviados para a sano presidencial). Essa discusso foi travada no MS 37816 MC-AGR/DF. Con-cedendo liminar ao parla-mentar impetrante, o Minis-tro Fux acentuou terem sido constatados mais de trs mil vetos pendentes sem vota-o e anteriores votao do veto parcial aposto ao Projeto de Lei n 2.565/2011, objeto da discusso no Mandado de Segurana citado. Em seu voto o Min. Fux reconhe-ceu a existncia de limites constitucionais ao poder de deliberao legislativa acerca do veto presidencial, por for-a do citado art. 66 e e o direito de o parlamentar im-petrar segurana contra essa violao. No obstante, o Mi-nistro Teori Zavaski, no que foi seguido pela maioria dos Ministros, cassou referida li-minar por entender que essa deciso jamais seria admitida pela Corte em razo da gra-vidade das consequncias que derivariam do reconhe-
cimento dessa inconstitucio-nalidade. Assim, em resumo, a inconstitucionalidade da prtica congressual e a ofen-sa ao direito constitucional do parlamentar de ver cum-prido o processo legislativo constitucional, reconhecidos pelo STF, se tornaram como que inexistentes. E - o que pior - no acarretaram qualquer consequncia ao Poder Legislativo faltoso e, como seria de se esperar, a correo do vcio de incons-titucionalidade. E tal questo ainda no teve deciso final a respeito, prevalecendo, por-tanto, na realidade dos fatos e do direito, essa inconstitu-cionalidade.
Se as consequncias da declarao de tal inconstitu-cionalidade poderiam cau-sar problemas para o anda-mento do trabalho legislativo razo julgada suficiente para a no punio do po-der relapso outras conse-quncias, talvez mais graves ainda, decorrem dessa in-constitucionalidade. De um lado, como se sabe, a elabo-rao de leis - em razo da adoo, no Brasil, o princpio da legalidade, pois somente a lei obriga - constitui a funo principal e privativa do Congresso Nacional (com apenas excees expressas: a lei delegada e a medida provisria). Ora, a no dis-cusso de vetos presiden-ciais significa que o Poder
Legislativo abre mo de sua funo principal, deixando a ltima palavra na elaborao das leis ao Poder Executivo, cuja hegemonia em nosso sistema se evidencia cada vez mais. Isso porque o veto parcial ou total obstaculiza a legislao proposta e se no aprovado ou derruba cons-titui a norma para o caso. Por outro lado, essa incons-titucionalidade pode vir a ferir direitos fundamentais. Isto porque, alm de ferir direito dos parlamentares, o veto parcial ou total impede a formalizao de lei que, eventualmente, diga respei-to a direitos fundamentais. Como fica o titular de um direito contido na Lei e vetado pelo Presidente da Repblica, sem que a deci-so fique confirmada pelo Parlamento? Qual remdio jurisdicional teria o cidado para exigir seu direito?
Em sntese, a incons-titucionalidade produzida pelos poderes constitudos no caso o prprio Congresso Nacional fere o princpio da independncia e harmo-nia entre os poderes, abala, de modo significativo, a nor-malidade constitucional bra-sileira e desprestigia direitos fundamentais.
Ministros declaram: No necessria autorizao prvia para publicao de biografias
O STF declarou no ltimo dia 10, ser inexigvel consentimento de pessoa biografada para publicao de biografias. O plenrio acompanhou voto da relatora, ministra Crmen Lcia, dando interpretao conforme a Constituio aos artigos 20 e 21 do Cdigo Civil, sem reduo de texto.
Caderno um
Lei dos Planos e Seguros de Sade, de Maury Angelo Bottesini e Mauro Conti MachadoA frmula encontrada pelos autores implica remeter o usurio da obra aos registros atualizados das Resolues Normati-vas e regulamentadoras, a partir dos artigos da Lei n 9.656, de 1998. Cada artigo da Lei tem como primeira anotao as Re-solues que se referem ao texto legal ou que,
sem referncia expressa, guardem vnculo com a matria legislada. Des-de a regulao insculpida na Constituio Federal, passando um a um pelos artigos da Lei 9.656, de 1998, at as Resolues da ANS, os autores Bot-tesini e Conti Machado do uma viso ampla do alcance dos dispositivos
do Direito posto, das di-retrizes doutrinrias da matria, sem descuidar de pequenos, mas pre-cisos, registros da ten-dncia da jurisprudncia nos Tribunais Estaduais e Superiores a respei-to dos temas versados. Qualquer interessado na matria referente Sa-de Suplementar ter na
obra elaborada por Botte-sini e Conti Machado um guia seguro e atualizado para as dvidas e orien-taes necessrias.Min. Enrique Ricardo Lewan-dowski. Este lanamento foi realizado no Trreo da Loja Principal da Li-vraria Cultura, onde os autores receberam diver-sos amigos.
Julho / 2015 6
Aprovado projeto do TJ que aumenta a taxa judiciria no caso de apelao
Aprovado com 52 votos favorveis e 12 contrrios, o PL 112/2013, de iniciativa do Tribunal de Justia, que altera a Lei 11.608/2003, referente s taxas judicirias. O projeto inclui no rol de servios pblicos de natureza forense pelos quais as partes devem recolher taxa a obteno das informaes cadastrais do sistema SerasaJud, cujos custos sero fixados periodicamente pelo Conselho Superior da Magistratura. Fonte: Agncia de Notcias ALESP
Ponto de Vista
As novas alteraes s Smulas e Orientaes Jurisprudenciais do TST
Trabalho escravo no Brasil contemporneo
O Pleno do Tribunal Supe-rior do Trabalho (TST) aprovou, pela Resoluo 197, de 12 de maio de 2015, alte-raes em suas Smulas e Orientaes Jurisprudenciais (OJ). Assim, em vista da re-levncia do papel desempe-nhado pela jurisprudncia da Corte Superior Trabalhista, sobretudo por uniformizar os diversos entendimentos exa-rados pelos demais rgos do Poder Judicirio Trabalhista e refletir diretamente nas rela-es trabalhistas individuais e coletivas de todo o pas, que se faz necessria sua exata compreenso e dimenso.
Com efeito, parte das mudanas ocorridas resul-tam de converses de Orien-taes Jurisprudenciais em verbetes sumulares. Nesse passo, a OJ 115 da Subse-o de Dissdios Individuais (SBDI-1) foi convertida na Smula 459. Igual procedi-mento foi aplicado OJ 305 da SBDI-1, incorporada que foi ao item I da Smula 219. Ainda, as Orientaes Juris-prudenciais 104 e 186 passa-ram a constar dos itens II e III da Smula 25 do TST.
E, a respeito da citada Smula 25, esta passou a contemplar um novo inciso IV, cuja redao a seguinte: IV O reembolso das custas parte vencedora faz-se ne-cessrio mesmo na hiptese em que a parte vencida for pessoa isenta do seu paga-
mento, nos termos do artigo 790-A, pargrafo nico, da CLT.
A propsito, o artigo 790-A da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) dispe so-bre a iseno da parte quan-to ao recolhimento de custas processuais, referindo que, alm dos beneficirios de justia gratuita, esto abran-gidos pela respectiva iseno a Unio, os Estados, o Dis-trito Federal, os Municpios, como tambm as autarquias e fundaes pblicas fede-rais, estaduais e municipais que no explorem atividade econmica.
No tocante s entidades fiscalizadoras do exerccio profissional, entende-se que a aludida iseno para fins de pagamento de custas proces-suais no lhes alcana. Neste vis, inclusive, a posio defendida pela mais alta Cor-te do Poder Judicirio Traba-lhista, em precedente oriun-do da SBDI-1, cujo voto de relatoria do Ministro Joo Oreste Dalazen, a saber:
RECURSO. DESER-O E TEMPESTIVIDADE. CONSELHO REGIONAL DE FISCALIZAO PRO-FISSIONAL. NATUREZA JURDICA. PRIVILGIOS DO DECRETO-LEI N 779/69.
1. Os conselhos regionais de fiscalizao de profisses regulamentadas constituem autarquias corporativas que
desempenham funes dele-gadas do Poder Pblico. Tan-to ostentam natureza autr-quica que, salvo em matria trabalhista, demandam e so demandados perante a Justi-a Federal.
2. O Decreto-Lei n 779/69 no distingue a esp-cie de autarquia, desde que tpica, no tocante fruio dos privilgios processuais l contemplados. Da por que as disposies do Decreto-Lei n 779/69 alcanam os con-selhos de fiscalizao profis-sional, inclusive no tocante dispensa de recolhimento de depsito recursal e de custas processuais, bem como em relao ao prazo em dobro para recorrer. Precedentes da SBDI1 do TST.
3. Embargos de que se conhece, por divergncia jurisprudencial, e a que se nega provimento.
(TST-E-RR -26500-89.2009.5.04.0022, SBDI-I, rel. Min. Joo Oreste Dala-zen, 25.4.2013).
Assim, a nova redao atribuda Smula 25, em especial ao seu item IV, en-fatizou o direito de a parte, se vencedora da demanda, ser reembolsada das custas pagas quando da interposi-o de recurso contra deci-so que lhe foi desfavorvel, entendimento este que rea-firma a previso legal j exis-tente no pargrafo nico do artigo 790-A da CLT.
Oportuno salientar, con-tudo, que se a parte vencida for o Ministrio Pblico, este estar isento da obrigao de restituir as custas pagas pela parte ex adversa. Neste ponto, inclusive, o expresso comando do referido par-grafo nico do artigo 790-A do texto celetista.
Para fins de esclareci-mento, de se destacar o teor do preceito consolidado:
Art. 790-A. So isentos do pagamento de custas, alm dos beneficirios de jus-tia gratuita:
I a Unio, os Estados, o Distrito Federal, os Munic-pios e respectivas autarquias e fundaes pblicas fede-rais, estaduais ou municipais que no explorem atividade econmica;
II o Ministrio Pblico do Trabalho.
Pargrafo nico. A isen-o prevista neste artigo no alcana as entidades fiscali-zadoras do exerccio profis-sional, nem exime as pessoas jurdicas referidas no inciso I da obrigao de reembolsar as despesas judiciais realiza-das pela parte vencedora.
Ainda, a mais recente alterao realizada pela Co-misso de Jurisprudncia e Precedentes Normativos do Tribunal Superior do Traba-lho conferiu nova redao Smula 366, a qual dispe sobre os minutos residuais para fins de cmputo da jor-
nada de trabalho.De acordo com a parte
final acrescida ao verbete su-mular, considera-se tempo disposio do empregador, na forma do artigo 4 da Conso-lidao das Leis do Trabalho, aquele destinado a atividades desenvolvidas pelo emprega-do com troca de uniforme, lanches, higiene pessoal, dentre outras situaes que possam ser verificadas no caso particular de cada rela-o de emprego.
Isso porque, frise-se, o servio efetivo representado no apenas por aquele pero-do em que o empregado este-ja executando ordens. Inclui-se aqui, por fora legal, aquele de mera disponibilidade, sen-do este o caso, por exemplo, do perodo de deslocamento entre a portaria da empresa e o local de trabalho, na forma da Smula 429 da Corte Su-perior Trabalhista.
Nesse diapaso, as varia-es de horrio do registro de ponto excedentes de 10 (dez) minutos dirios, mesmo que causadas pelo exerccio de outras atividades que no estejam compreendidas pela efetiva prestao de servios pelo empregado - a exem-plo da troca de uniforme, lanches e higiene pessoal -, sero consideradas como verdadeiro tempo disposi-o. E, na hiptese, caso seja ultrapassado o limite legal da jornada de trabalho em seus
A presente obra prope ponderar sobre a situ-ao do trabalho escravo praticado atualmente no Brasil, um pas proclamado como Estado Democrtico de Direito e fundamentado na proteo da dignidade da pessoa humana luz da Constituio Federal de 1988, a qual assegura ao homem e cidado a asse-
verao dos direitos funda-mentais e a preservao de sua valorizao perante a sociedade. Infelizmente, a atual conjuntura revela que os dispositivos aparelhados para a garantia da digni-dade humana, atrelados dignidade do trabalho, pa-decem de ineficcia diante da realidade de um Estado onde a pobreza e a explora-
o humana persistem em marcar a vida de milhares de cidados. Dessa feita, objetiva-se evidenciar as aes concretas que visam erradicao do trabalho escravo por meio da evo-luo de polticas pblicas e do combate jurisdicional e institucional, fazendo-se cumprir com os acordos e convenes firmados entre
Ricardo Souza Calcini Bacharel em Direito pela Universidade Presbite-riana Mackenzie, onde obteve o ttulo de Especial-ista em Direito Social. tambm Ps-Graduado em Direito Processual Civil pela Escola Paulista da Magistratura do Tribunal de Justia de So Paulo. Assessor de Desembargador no Tribunal Regional de So Paulo da 2 Regio. Palestrante, Articulista e Comentarista Direito do Trabalho. Colunista do site JurisConsultos e da FocoFiscal Gesto Educacional. membro do Instituto Bra-sileiro de Direito Social Cesarino Jnior (IBDSCJ), da Academia Brasileira de Direito Processual Civil (ABDPC), da Academia Brasileira de Direito Con-stitucional (ABDConst), da Associao Brasileira de Direito Processual Constitucional (ABDPC), do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo (IBDD), da Academia Brasileira de Direito do Estado (ABDET) e do Instituto Brasiliense de Direito Aplicado (IDA).
Por: Ricardo Souza Calcini
Por: Elisaide Trevisam
mdulos dirio e semanal, sero pagas integralmente como horas extra ordinrias.
Para tanto, de se mencio-nar a nova redao da Smu-la 366 do TST, a saber:
SMULA N 366. CARTO DE PONTO. RE-GISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTE-CEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. (nova redao)
No sero descontadas nem computadas como jor-nada extraordinria as varia-es de horrio do registro de ponto no excedentes de cinco minutos, observado o limite mximo de dez minu-tos dirios. Se ultrapassado esse limite, ser considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jorna-da normal, pois configurado tempo disposio do em-pregador, no importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tem-po residual (troca de unifor-me, lanche, higiene pessoal, etc). (destacou-se)
o Brasil e a ordem inter-nacional de proteo dos direitos humanos. Enfim, que este seja um convite reflexo filosfica, sociol-gica e jurdica sobre o apri-moramento da qualidade dos princpios democrti-cos, efetivamente invoca-dos para a supresso da escravido contempornea na realidade brasileira. A
Professora Elisaide Tre-visan, disse que teve dois lanamentos o primeiro na FALC (Faculdade Al-deia de Carapicuba) e o agora aqui no Mezanino da Livraria Cultura, onde pode receber vrios ami-gos, alm da presena do Ministro do STM(Supe-rior Tribunal Militar), Jos Barroso Filho.
Julho / 2015 8
Plenrio do CNJ aprova cotas de acesso a negros para cargos no Judicirio
O plenrio do Conselho Nacional de Justia aprovou a resoluo que dispe sobre a reserva aos negros, no mbito do Poder Judicirio, de vagas oferecidas em concursos pblicos para provimento de cargos efetivos e de ingresso na magistratura. A partir de agora, haver reserva mnima de 20% das vagas para estes candida-tos, sendo que o percentual poder ser elevado a critrio de cada tribunal, que tambm ter autonomia para criar outras polticas afirmativas de acordo com as peculiaridades locais.
Entre linhas
Filosofia do Direito
Quando pensamos na Filosofia e sua relao com o Direito, nos espanta-mos com o surge nesta re-flexo.
Infelizmente o pragma-tismo jurdico legou ao es-tudo da Filosofia aplicada ao Direito uma pequenssima antessala, mas que se pen-sarmos bem sobre a questo, a reflexo filosfica se en-contra arraigada no mago de todo o corpo da cincia jurdica em especial em seus fundamentos, buscando in-terpret-los, explica-los e questiona-los.
Depois de polmicas face introduo da disciplina fi-losofia do direito na primeira fase do Exame de Ordem Unificado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), professores alertam que o candidato deve se preparar bem para responder a ape-nas duas das 80 questes na Primeira fase do Exame. A Filosofia no Direito em ter-mos senso comum parece capsulada em questes de concurso, sendo isso um tre-mendo erro.
No se deve pensar que a Filosofia do Direito, se re-sume em duas questes pro-postas em um concurso, mas tem uma abrangncia muito maior. H um aspecto ideo-lgico jurdico que envolve a questo da Filosofia do Direi-to, isto , pode-se e deve-se apresentar como posio de valores ideais (em particular o valor da justia) baseados nos quais se aprova e con-
dena as aes dos homens e as leis mesmas que os go-vernam; isto , quando nos propomos pensar a norma, os valores, analisar e funda-mentar a anlise jurdica so-bre um substrato reflexivo e que permita ver alm do fe-nmeno ou fato aparente ou aplicar a lei, a norma, a regra sem um contexto, justificati-va ou alicerce.
Outro aspecto que trans-cende do primeiro a crtica em relao ao fenmeno do fato jurdico, assim podemos ver a Filosofia do Direito so-bre dois prismas que se colo-ca sobre o problema axiolgi-co (o problema do valor) e o problema crtico (o problema do mtodo cientfico), porm acrescentando uma adver-tncia de que os dois proble-mas derivam de uma nica e fundamental atitude diante da realidade, tanto verda-deiro que o problema axio-lgico implica uma crtica (crtica do agir) e o problema crtico implica uma axiologia (isto , uma doutrina do cri-trio de verdade) Norberto Bobbio, 2001.
O que ento a Filosofia do Direito?
A Filosofia do Direito o campo de investigao fi-losfica que tem por objeto o Direito. Ela pode ser de-finida como o conjunto de respostas pergunta o que o direito?, ou ainda como o entendimento da natureza e do contexto do empreendi-mento jurdico.
Assim, ela no s diz res-
peito a perguntas sobre a na-tureza do fenmeno jurdico, mas ainda sobre quais ele-mentos esto em jogo quan-do ele discutido.
Pode-se observar que a FILOSOFIA DO DIREITO debrua-se sobre questes relacionadas essncia do fe-nmeno jurdico, ou seja, dis-cusses sobre a problemtica filosfica que afeta e impac-ta diretamente no Direito, como a prpria definio do direito que s pode ser res-pondida mediante anlises sobre a moral, justia, verda-de e outros temas filosficos.
Para compreender me-lhor esta essncia da Fi-losofia do Direito, Dimitri Dimoulis, asseverou: (...) a filosofia do direito utiliza os ordenamentos jurdicos to-somente como parmetro de comparao e como fon-te de ilustrao para tratar de temas, tais como poder, coao, verdade e justia e para refletir sobre o sentido ontolgico e social do ato in-terpretativo (DIMOULIS, 2006. P. 31).
O papel fundamental da Filosofia do Direito contri-buir no sentido de uma viso holstica do Direito e propi-ciar os interlocutores da Filo-sofia e serem capazes de le-var a uma leitura reflexiva do fenmeno jurdico, indo alm do imediatismo positivista.
Para Nunes (2004, p. 01): (...) a Filosofia do Di-reito tem, pelos menos, duas funes: a) estimular o pen-samento; b) fazer uma crti-
Por: Cludio Eduardo Badar
questionamento corremos o risco de cristalizarmos nosso pensamento.
Filosofar no tarefa f-cil. Exige do sujeito uma pos-tura de abandono do lugar de comodidade e supe perma-nente abertura para a cons-truo do conhecimento.
Assim a Filosofia do Di-reito propem investigar o Direito do ponto de vista con-ceitual; exercendo sobre ele uma rigorosa crtica; proble-matiza-o; viabiliza ao jurista abrir sua mente diante do fe-nmeno jurdico; abre espao para a percepo de verdades que se escondem por traz dos discursos. Estabelece, enfim, com o Direito uma relao dialtica capaz de fazer com que o jurista tenha cada vez mais uma melhor percepo de seu instrumento de traba-lho.
Pensar, questionar e abranger uma reflexo que v alm da fria letra tarefa dos amantes da filosofia.
[...] Mas justia atrasada no justia, seno injustia qualificada e manifesta. Por-que a dilao ilegal nas mos do julgador contraria o direi-to escrito das partes, e, assim, as lesa no patrimnio, honra e liberdade... Os tiranos e brbaros antigos tinham por vezes mais compreenso real da justia que os civilizados e democratas de hoje [...] (Rui Barbosa)
Cludio Eduardo BadarBacharel em Filosofia pela PUC/Campinas Professor de Filosofia, Mestre em Educao para Cincia; Doutorando em Educao e Antroplogo Forense
ca do conhecimento jurdico imposto pela doutrina e j para Nader (2005, p. 09): Modernamente a Filosofia se identifica como mtodo de reflexo pelo qual o homem se empenha em interpretar a universalidade das coisas.
Bittar e Almeida (2001, p. 43): A Filosofia do Di-reito um saber crtico a respeito das construes jurdicas erigidas pela Cin-cia do Direito e pela prpria prxis do Direito. Mais que isso, sua tarefa buscar os fundamentos do Direito, seja para cientificar-se de sua natureza, seja para cri-ticar o assento sobre o qual se fundam as estruturas do raciocnio jurdico, provo-cando, por vezes, fissuras no edifcio jurdico que por sobre as mesmas se ergue.
Do que se pode deduzir destas reflexes pontuais que quando nos voltamos para questes que transcen-dem a superficialidade ou a positividade e estimulamos o pensamento gera-se uma nova forma de se perceber a realidade, de forma crtica, profunda como, por exem-plo, compreender a Doutrina de modo mais amplo, exami-nando a dimenso da ideali-dade ou legitimidade, isto , a dimenso de valor do direito, adequando o direito vigente ao ideal democrtico e an-seios sociais, preocupando-se com os critrios de justia e o problema da verdade no direito.
Percebe-se deste modo,
que no se pode compre-ender o fenmeno jurdico sem evidente conhecer seus fundamentos filosficos e doutrinrios, para bem apli-car a JUSTIA. A Filosofia do Direito ir sempre propor: quid ratio iuris (Qual a razo do direito?)
A filosofia ir buscar as causas do direito, para ento interpretar luz da realidade, da vida, dos acontecimentos do cotidiano.
De acordo com o socilo-go Zygmunt Bauman (2004), vivemos hoje em sociedade lquida, valores destroados, paradigmas falidos e as pes-soas esto sempre calculan-do os riscos de suas escolhas. Se estiver numa relao que no prazerosa ou se ela entra em choque com as mi-nhas realizaes individuais, o vnculo se enfraquece. uma eterna busca.
Os fatos vistos e vividos pelo homem contemporneo demonstram que h uma desestrutura das relaes e como j apontou Karl Marx sobre o processo pelo o qual o Homem est se coisifican-do e na atualidade vivendo em um inferno tecnolgico como salientou Horkheimer e Adorno (1983).
Possuidor de uma consci-ncia maior ou menor sobre o mundo, o Homem necessi-ta compreender claramente sua realidade, as normas, as regras a lei ajudam na fixa-o dos limites e modelos. Se apenas obedecermos s regras sem fazer qualquer
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Julho / 2015 9
Projeto de Justia Restaurativa chega s escolas municipais da capital
O Ministrio Pblico do Estado de So Paulo, o Tribunal de Justia e a Defensoria Pblica assinaram, nesta quar-ta-feira (3/6), com a Secretaria Municipal de Educao, Acordo de Cooperao Tcnica para desenvolver o pro-jeto Justia Restaurativa nas Unidades Educacionais da Rede Municipal de Educao de So Paulo. O objetivo dotar as escolas de instrumentos conceituais e operacionais para que possam atender e orientar a comunidade escolar nas situaes de conflito e violncia Fonte: Comunicao MPSP
Acontece
Toda forma de amor vale amar
improvvel, impossvel ser feliz sozinho sem ter algum para amar. o que diz a msica Te Ver do Skank.
Pelo jeito, para ser feliz preciso ter algum para cha-mar de seu.
S que ter um par aquela coisa boa do s vou se voc for mais do que a rea-lizao de um sonho, uma verdadeira imposio.
Em todos os tempos, todas as religies, de qual-quer credo ou crena, que acreditam no deus que for, sacralizam a unio entre as pessoas, impondo o dever de se multiplicarem at a mor-te, mesmo na pobreza, na tristeza e na doena.
Quase uma danao! de tal ordem a obri-
gao da prtica sexual no casamento, que se chega a falar em dbito conjugal, sem que se fale em crdito conjugal.
Inclusive h quem diga que o casamento se consu-ma na noite de npcias, e no momento da celebrao.
Tanto isso verdade que h tribunais que anulam o casamento quando um se recusa a cumprir o dbito conjugal, sob a alegao de o outro ter sido induzido em erro, ao ver frustrada uma justa exceptiva.
Isto porque sempre hou-ve interesse no aumento populacional: antes do sur-gimento das armas de fogo, ganhava a guerra quem ti-
nha um nmero maior de soldados; em algumas regi-es, ainda hoje, filhos signi-ficam mais fora de trabalho grtis, configurando, muitas vezes, explorao do traba-lho infantil; tambm mais filhos aumenta o nmero de fiis da religio dos pais, tanto que existe o dever de batiz-los, sob pena de os fi-lhos e no os pais serem severamente punidos pela omisso dos pais.
O fato que ningum livre para no casar: se uma mulher, coitada, so-brou, ningum quis, ficou para titia; se um homem, com certeza gay.
Alm de no ter a liber-dade de casar ou no casar, ningum livre para esco-lher o par.
O homem necessaria-mente deve ser sempre mais: mais alto, mais velho, mais rico, mais culto. O sinal menos da mulher.
E, claro, para cumpri-rem a exigncia de se repro-duzirem, os noivos precisam ser de sexos diferentes.
A no ser por tal motivo, no h qualquer justificativa para o repdio s unies de pessoas do mesmo sexo. Di-fcil saber o motivo de tanta discriminao o fato de uma pessoa amar outra, seja do sexo que for. Afinal, o afeto no afeta o direito de nin-gum, no prejudica outro. S traz benefcio ao par.
Ser que to difcil per-ceber que esta a forma que
algumas pessoas encontram para ser feliz?
No entanto famlia, es-cola, colegas de trabalho, sociedade, todo mundo tm horror ao amor entre iguais.
A averso de tal ordem que no Brasil, a cada 28 ho-ras, um homossexual mor-to em razo de sua orienta-o sexual ou identidade de gnero.
Este repdio sempre levou a uma invisibilidade com efeitos perversos.
As unies homossexuais eram tratadas como meras sociedades comerciais, em que os scios visavam lucros a serem divididos segundo o aporte financeiro de cada um. Depois de anos de uma vida em comum, sendo o ca-sal muitas vezes hostilizados pelos familiares, quando da morte de um, o outro nada recebia, no conseguia nem entrar na casa, ficava com a roupa do corpo. Os bens ame-alhado juntos vo para aque-les parentes distantes, ainda que eles nunca tivessem con-vivido com o falecido.
E quando homossexu-ais constituem famlias com filhos sim, eles tm filhos: ou adotam ou fazem uso das tcnicas de reproduo assistida no conseguiam registr-los no nome de am-bos, s de um. O outro no podia nem inscrever o filho como dependente no seu plano de sade.
Esta a face feia do pre-conceito.
Da a necessidade de novas expresses homoafe-tividade e heteroafetividade para evidenciar que se tra-tam relacionamentos da or-dem do afeto e no do sexo. Foi assim que, no incio des-te sculo a justia comeou a reconhec-las como enti-dade familiar, concedendo direito herana, a penso por morte e, a partir do ano de 2011, assegurando aces-so ao casamento.
Aos filhos assegurada a adoo pelos dois pais, o registro em nome de ambos, e at a concesso da licena natalidade. S que, quando so dois pais, descabido que a licena seja somente de cinco dias. E quando so duas mes, ambas fazem jus licena de quatro meses?
Aos transexuais passou-se a reconhecer o direito de alterarem o nome e a identi-dade de gnero, sem terem que se submeter cirurgia de transgenitalizao.
Mas estes avanos no mbito do Poder Judicirio no so suficientes.
necessrio uma lei para que as pessoas no pre-cisem se socorrer da justia, que de um modo geral, lenta.
E, ainda que a justia consiga conceder direitos, no tem como punir os de-litos de dio. Ningum pode ser condenado se o fato no for considerado crime.
Da a necessidade uma legislao que criminalize a
homofobia e assegure todos os direitos populao LGB-TI.
No s lsbicas, gays, bissexuais, travestis e tran-sexuais. Mas tambm aos intersexuais o que sig-nifica a letra I inserida na sigla. Eram os chamados de hermafroditas, por nasce-rem com o sexo genital in-definido.
Descabido que os pais escolham um sexo e sub-meta o filho a uma srie de cirurgias, sem que ele tenha direito de optar sobre sua identidade de gnero. E, se quando crescer, tiver a iden-tidade diferente do sexo que lhe foi aleatoriamente cons-trudo?
A omisso do legislador fez com todos os projetos apresentados, em 20 anos, nunca sequer chegassem a ser votados. Atualmente, em face do conservadorismo fundamentalista que vem tomando conta do Congres-so Nacional, s tramitam projetos que visam retirar os direitos j assegurados pela justia.
Da a criao de uma Comisso Nacional da Di-versidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil bem como em todas as seccionais e em inmeras subsees espalhadas Brasil a fora, com a finalidade de qualifi-car os advogados para atu-arem neste novo ramo do direito.
Um grupo de juristas
Por: Maria Berenice Dias
com o apoio das comisses e dos movimentos sociais ela-borou o projeto do Estatuto da Diversidade Sexual, a ser apresentado por iniciativa popular. No entanto, ne-cessria a adeso de um por cento do eleitorado, que cor-responde a cerca de um mi-lho e meio de assinaturas.
muita coisa. Mas pa-recia fcil. Afinal, rpido, no di e no transforma ningum em homossexual.
Mas incrvel a dificul-dade das pessoas de se co-locarem no lugar do outro, sentirem a dor alheia.
Isto solidariedade, o que poucas pessoas tm.
Todos querem ser res-peitados, mas ningum se preocupa em respeitar o prximo.
Ora, enquanto parcela de cidados no tem direitos reconhecidos, no se vive em um pas livre, que se diz democrtico de direito e cuja Constituio Federal prega a igualdade e o respei-to dignidade.
Vive-se a era dos direitos humanos. Todos so dife-rentes. E, ser diferente, no quer dizer desigual.
Todo mundo s quer ser feliz, ter o direito de amar.
Como diz Caetano Ve-loso, toda a forma de amor vale a pena, toda a forma de amor vale amar.
Maria Berenice DiasAdvogada; Vice Presidenta Nacional do IBDFAMPresidente da Comisso da Diversidade Sexual da OAB
OAB SP lana campanha Corrupo, NOA Ordem dos Advogados do Brasil - Seo So Paulo, promoveu o lana-mento no ltimo dia 22/06 da campanha Corrupo No. A lista de 11 propos-tas elaboradas ao longo de meses por lideranas da classe foram apresentadas a advogados, entre eles
conselheiros da Secional e presidentes de Subsees, alm de autoridades e con-vidados. O evento foi trans-mitido ao vivo para as 229 representaes do interior do Estado.
Mais uma vez a advo-cacia de So Paulo se colo-ca frente do combate de
um tema social to relevan-te, antigo, mas to presen-te, disse Marcos da Costa. A iniciativa tomada no sentido de dar um basta a esse mal to terrvel e cau-sador de tantos prejuzos ao Brasil do ponto de vista social e econmico, que pa-rece impregnado na nossa
cultura.O presidente da OAB
SP disse que a lista de pro-postas ser entregue ao go-verno federal, ao Congres-so Nacional, ao Conselho Federal da OAB e tambm ao governo do Estado de So Paulo e Assemblia Legislativa local.
Julho / 2015 10
OAB SP manifesta-se contra o rebaixamento da maioridade penalA Secional paulista da Ordem, em consonncia com sua posio histrica no sentido de que a diminuio da idade penal no panacia para refrear a prtica de crimes por crianas e adolescentes, e por entender que h outros empecilhos relativos questo, rejeita a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171/1993 que objetiva o rebaixamento da maioridade penal. Para manifestar sua posio, encaminhou carta assinada pela presidente em exerccio, Ivette Senise Ferreira, solicitando apoio contra a medida bancada paulista federal na Cmara, Frente Parlamentar em Defesa da Advocacia e s lideranas polticas. Fonte: Comunicao OAB/SP
Questo de Ordem
Sobrevivendo ao divrcio: Conhecer a lei o primeiro passo para evitar que a separao vire um inferno
Cobrana de alimentos no novo CPC
O fim de um casamento uma daquelas fa-ses delicadas da vida, que pode se tornar traumtica se o casal fizer do divrcio um campo de batalha.
Disputas em torno de quem fica com o qu so muitas vezes insufladas por mgoas e ressenti-mentos acumulados e o que prevalece no a ra-zo, mas o corao ferido.
Esse cenrio pode fa-cilmente transformar-se num inferno para todos os envolvidos. Alis, foi essa palavra que Paul McCart-ney usou para descrever seu conturbado divrcio. Quando seu casamento de quatro anos com Hea-ther Mills chegou ao fim, a sossegada vida de milion-
rio que o ex-Beatle levava tambm acabou.
Histrias como essas so freqentes nos tribu-nais e no se restringem apenas aos casais mais abonados. At mesmo os que dispem de um mo-desto patrimnio so ca-pazes de se engalfinhar como co e gato na hora da separao.
Sendo assim, fica a pergunta: como possvel sobreviver ao divrcio, de preferncia sem grandes traumas e perdas finan-ceiras?
Parte da resposta pode ser encontrada na lei. Em caso de divrcio ou sepa-rao, a diviso do patri-mnio do casal definida pelo regime de bens que
eles escolheram ao casar. Por isso, conhecer os regi-mes existentes e escolher o que melhor atende aos seus interesses a melhor maneira de evitar ou, ao menos, amenizar futu-ras dores de cabea.
O regime mais fre-qente, adotado quando os noivos no fazem o pacto antenupcial (po-pularmente chamado de pacto pr-nupcial) o da comunho parcial de bens. Por esse sistema, na separao os cnjuges dividem somente o que foi adquirido pelo casal du-rante o casamento.
Os demais regimes exigem a elaborao de um pacto antenupcial. o caso da comunho
universal de bens, que estabelece a diviso de todo o patrimnio entre os cnjuges tanto o que possuam antes quanto o que adquiriram depois de casar.
Radicalmente oposto a isso a separao de bens. Como o prprio nome sugere, os que optam por esse regime no dividem nada: o que est em nome do marido do marido, o que est em nome da mulher da mulher. Cabe lembrar que, em alguns casos, a separao de bens obrigatria. o que acontece, por exemplo, com quem se casa com mais de 70 anos ou com menos de 18 anos.
H, tambm, um ou-
tro regime que ainda pouco conhecido. Trata-se da participao final nos aqestos. A palavra pode soar estranha, mas em termos jurdicos, aqes-tos significa simplesmente bens. Esse sistema uma espcie de hbrido da se-parao de bens e da co-munho parcial. Permite que, em caso de separa-o ou divrcio, cada cn-juge mantenha o que est em seu nome, dividindo apenas o que estiver em nome de ambos. Essa dis-tino importante, pois, na comunho parcial, tudo o que foi adquirido aps o casamento dividi-do independentemente de estar em nome do ma-rido ou da mulher.
Sempre fora cultivadaa ideia de que somente os devedores de alimentos so conduzidos ao crce-re. Essa assertiva no tem absoluta ligao com a eficcia do Processo Civil, mas com a sensao de injustia que a sociedade alimenta e que gravita so-bre o direito penal.
Seja como for, o NOVO CPC, vigente partir de maro de 2016, manter a priso civil como uma das ferramenta tendentes a forar o cumprimento da obrigao alimentar.
Prudente, num pri-meiro momento, noticiar a origem do crdito ali-mentar. Em suma, referi-docrditopoder provir de consenso acordo judicial ou extrajudicial ou de deciso judicial resolut-ria de conflito.
Essa distino im-portante, pois haver tra-tamento diferente entre o cumprimento coercitivo da deciso judicial e a exe-
cuo de ttulo extrajudi-cial em que os alimentos restarem fixados.
Quando a fixao se der em ttulo extrajudicial, o que poder ocorrer, p. ex., em separao, divrcio ou dissoluo de unies estveis ou homoafetivas levados a cabo por escri-tura pblica em que um cnjuge ou companheiro se comprometa a pagar alimentos para o outro, a mora no pagamento auto-rizar o manejo da execu-o de alimentos pautada no art. 911 do NCPC.
A mais importante mu-tao proveniente da vin-doura legislao est afeta possibilidade de priso civil do devedor, mesmo diante da fixao em instrumen-to extrajudicial, o que no possvel na atual con-juntura legislativa. Com a vigncia do NCPC, a pen-so alimentcia fixada em escritura pblica, ou seja, em instrumento extrajudi-cial, autorizar a priso do
executado, derivando essa assertiva da conjugao dos artigos 911, pargrafo nico e 528, 3, ambos no NCPC.
No se pode olvidar que o divrcio e a separa-o extrajudiciais s po-dem ser feitos se houver entre as partes consenso, j que o Tabelio no tem autonomia decisria. As-sim sendo, a possibilidade de priso em virtude de descumprimento de acor-do trar tona a funo inibitria, desmotivadora.
Nesse procedimento execuo de alimentos que, repise-se, funda-mentar-se- em ttulo ex-trajudicial, o devedor ser citado para que em 3 (trs) dias pagar, justificar o no pagamento ou prov-lo.
Tratando-se, contudo, de ttulo judicial senten-a ou deciso interlocut-ria que fixe os provisrios , a mora no cumprimen-to da deciso judicial via-bilizar o incio da fase de
cumprimento de senten-a apoiada nos artigos 528 a 533 do NCPC.
No aludido rito, o de-vedorser citado para, tambm em 3 (trs) dias, pagar, provar o pagamen-to ou justificar a impossi-bilidade de faz-lo, desta-cando como significativa mudana o fato de que a justificativa s ser aceita se houver absoluta im-possibilidade (528, 2, NCPC).
Sendo a justificativa rechaada e inexistindo pagamento, poder o jui-zdecretar a priso civil do executado pelo prazo de 1 (um) a 3 (trs) meses, em regime fechado. De-termina a lei que o preso moroso no poder ficar custodiado junto com pre-sos comuns.
No bastasse a priso, estampou no texto legal a possibilidade de protesto do ttulo executivo, o que provocar a insero do nome do devedor no rol
dos mal quistos pelo mer-cado de consumo, cerce-ando-lhe o direito de cr-dito, tudo com o escopo de forar o pagamento.
O cumprimento da pena de priso, no im-porta qual seja o lapso de crcere, no eximir o executado do pagamento do dbito alimentar que, obviamente, no autori-zar mais a priso, mas permitir a manuteno no nome do devedor em protesto e o prossegui-mento da execuo com a constrio de bens.
Apenas as trs ltimas prestaes vencidas at o ajuizamento autorizaro o pedido de expedio do mandado de priso, pres-taes anteriores estas que se somaro s que vencerem no curso da fase de cumprimento.
O rito especial da pri-so ser facultativo, per-mitindo ao credor que abra mo dessa consequ-ncia e busque apenas os
Ivone Zeger Advogada especialista em Direito de Famlia e Sucesso. Membro efetivo da Comisso de Direito de Famlia da OAB/SP autora dos livros Herana: Perguntas e Respostas e Famlia: Perguntas e Respostas da Mescla Editorial www.ivonezeger.com.br
Carlos Eduardo de Andrade MaiaAdvogado. Doutorando em Ciencias Jurdicas y Sociales. Professor da TV Justia Supremo Tribunal Federal. Coordenador do curso de ps-graduao lato sensu em Direito de Famlia e Sucesses do Complexo de Ensino Andreucci.CoordenadorGeral de cursospreparatriospraE-xame de Ordem do ComplexoAndreucci de Ensino. Professor de Direito Civil, Prtica Civil e Direito do Consumidor em cursos preparatrios para Exame da OAB e para concursos pblicos. Professor de Direito Civil em cursos de ps-grad-uao lato sensu. Professor convidado da Escola Superior de Advocacia. Professor de Direito Civil da FACCAMP. Membro efetivo da comisso de Direito de Famlia da Seccional So Paulo. Mem-bro do Instituto Brasileiro de Direito de Famlia. Membro da Academia Brasileira de Direito Civil. Diretor Presidente de Maia Training.
Por: Ivone Zeger
Por: Carlos Eduardo de Andrade Maia
Conhecer a lei pode ajud-lo a lidar melhor com os aspectos prticos do divrcio. Mas no resol-ve tudo. Porisso disse no incio que essa era apenas parte da resposta.
A outra parte passa por aspectos que esto alm da esfera jurdica, e que dizem respeito ao bom senso, maturidade e ao equilbrio emocional de cada um. a combina-o de todos esses aspec-tos que pode evitar que o divrcio vire, como disse Paul McCartney, um ver-dadeiro inferno.
bens do devedor para a satisfao do crdito (528, 8), destacando-se que, extirpando discusses, o juiz determinar nos autos da execuo ou do cumprimento a expedio de ofcio para desconto em folha (529, NCPC).
Por fim, importa assi-nalar que a fase de cum-primento poder ser ini-ciada tanto no juzo em que fixada a penso (516, II, NCPC), quanto no do domiclio do credor (528, 9), permitindo-se, ade-mais, a utilizao do sa-lrio mnimo como base legal (533, 4, NCPC).
Julho / 2015 11
Cmara aprova acesso de advogados a investigaes em andamento
A Comisso de Constituio e Justia e de Cidadania da Cmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 6705/13, do deputado Arnaldo Faria de S (PTB-SP), que garante ao advogado a possibilidade de ter acesso a todos os documentos de uma investigao, sejam fsicos ou digitais, mesmo que a investigao ainda esteja em curso. Fonte: Agncia Cmara Notcias
Vox Populi
A favor do aumento da pena nos crimes de trnsito
Em que pese os respei-tosos argumentos con-trrios de que no o au-mento da pena nos crimes de trnsito ou at mesmo o aumento do valor das mul-tas das infraes de trnsi-to que iro coibir a prtica destas condutas ilcitas, ve-rificamos que necessrio fazer algo urgente para que possamos diminuir rapida-mente o nmero de casos de mortes, leso corporal e embriaguez na conduo de veculos automotores.
A educao de trnsito muito embora prevista no Cdigo de Trnsito Brasi-leiro como obrigatria no currculo escolar, no saiu e nem sair do papel; le-tra morta assim como tan-tas outras no Pas da cha-mada Lei que no Pega.
A formao dos con-dutores, por sua vez, tam-bm, algo que deve ser revisto e melhorado, j que as autoescolas no ensinam aos seus alunos os preceitos bsicos e fun-damentais do Cdigo de Trnsito Brasileiro e muito menos se preocupam em ensinar aos novos condu-tores que o existem regras de convivncia e respeito mtuos entre pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas que devem ser respeitadas para evitar aci-dentes de trnsito.
Esta Ausncia da boa formao do condutor alia-da a falta de educao de Trnsito, so os respons-veis diretos pelas infraes de trnsito e pela ocorrn-
cia dos crimes previstos no CTB.
Para coibir a prtica das infraes de trnsito por exemplo o governo faz da multa, a forma de educao forada. As ve-zes extrapola os valores, mas algumas condutas, tais como a de dirigir em-briagado hoje vista muito mais como uma infrao administrativa prevista no artigo 165 do CTB do que tipificada como crime de trnsito previsto no artigo 306 do CTB.
Entendo e at nos pa-rece lgico esta opo esta-tal pela infrao de trnsito em detrimento do crime. A infrao de trnsito gera multa que representa ar-recadao para o Estado, portanto positivo. J o crime gera Inqurito, Pro-cesso e Condenao, o que significa apenas despesa para o Estado que tem que arcar com os custos desta persecuo penal.
Mas como o Estado tem o monoplio do Jus Puniendi, cabe a ele exer-c-lo com rigor quele que pratica crimes de trnsito. E para que o indivduo te-nha a exata noo de que est sendo punido por aquela conduta considera-da na lei como crime, ne-cessrio que exista uma pena que o desestimule a praticar condutas tais como a de beber, dirigir e matar no trnsito.
Para dar uma reposta penal altura do que es-perado pela sociedade sur-
gem as interpretaes no sentido de que esta con-duta de matar embriagado no trnsito no um delito culposo de trnsito previs-to no artigo 302 do CTB, mas sim um crime de homicdio doloso, na mo-dalidade de dolo eventual, prevista no artigo 121 do Cdigo Penal, sendo pois este crime de competncia do Tribunal do Jri.
Tal interpretao sobre se o homicdio praticado por individuo embriagado na direo se veculo auto-motor culposo ou doloso (dolo eventual), pode gerar uma batalha judicial que poder levar anos e que se decidir apenas no Supe-rior Tribunal de Justia.
Para tanto, visando sa-nar o problema de inter-pretao, foi elaborado um projeto de lei de iniciativa popular visando o aumen-to de pena do homicdio culposo de trnsito para aquele indivduo que bebe, dirige e mata no volante.
A Constituio Fede-ral consagrou como ins-trumento de exerccio da soberania popular (artigo 14, inciso III, da CF) a ini-ciativa popular de lei, que poder ser exercida pela apresentao Cmara dos Deputados de Projeto de Lei subscrito por, no mnimo, um por cento do eleitorado nacional, dis-tribudo pelo menos por cinco Estados, com no menos de trs dcimos por cento dos eleitores de cada um deles, conforme pre-
ceitua o 2, do artigo 61, da Constituio Federal.
Assim, considerando a necessidade urgente de al-terao da Lei n 9.503, de 23 de Setembro de 1997, no que diz respeito capi-tulao dos crimes de trn-sito que envolva a embria-guez ao volante, o projeto de Lei prope: A revogao da infrao administrativa prevista no artigo 165 da Lei n 9.503/97. (A em-briaguez ao volante passa a ser somente ilcito penal e no mais ilcito adminis-trativo); Prope tambm a alterao do artigo 302, acrescentando os 2, 3 e 4, da Lei n 9.503/97 e ainda a alterao da reda-o do caput do artigo 306 acrescentando os 1 e 2, da Lei n 9.503/97.
A redao ficar assim do Artigo 302: Praticar ho-micdio culposo na direo de veculo automotor: Pe-nas - deteno, de dois a quatro anos, e suspenso ou proibio de se obter a permisso ou a habilitao para dirigir veculo auto-motor. 1. No homicdio culposo cometido na dire-o de veculo automotor, a pena aumentada de um tero metade, se o agente: I - no possuir Permisso para Dirigir ou Carteira de Habilitao; II - pratic-lo em faixa de pedestres ou na cala-da; III - deixar de prestar socorro, quando possvel faz-lo sem risco pessoal, vtima do acidente; IV - no exerccio de sua pro-
fisso ou atividade, estiver conduzindo veculo de transporte de passageiros. 2. No homicdio culpo-so cometido na direo de veculo automotor, a pena ser de cinco a oito anos, se o agente dirigir veculo automotor em via pblica e estiver sob a influncia de qualquer concentrao de lcool ou substncia txica ou entorpecente de efeitos anlogos. 3. No caso da infrao prevista no pargrafo anterior, todo condutor de veculo auto-motor, envolvido em aci-dente de trnsito ou que for alvo de fiscalizao de trnsito, sob suspeita de dirigir sob a influncia de lcool ou substncia t-xica ou entorpecente de efeitos anlogos, ser sub-metido a exame clnico ou percia mdico legal que, por meio tcnico, permita ao mdico certificar seu estado. 4o A embriaguez a que se refere o artigo 302, 2 deste Cdigo po-der ainda ser constatada pelo agente de trnsito mediante a obteno de outras provas em direito admitidas, acerca dos no-trios sinais de embria-guez, excitao ou torpor apresentados pelo condu-tor que ser encaminhado para a realizao do exa-me clnico.
J a redao do artigo 306 ficaria assim: Condu-zir veculo automotor, na via pblica, sob a influn-cia de lcool ou sob a in-fluncia de qualquer outra
Mauricio Januzzi Santos Presidente da Comisso de Estudos sobre o Sistema Virio da OAB/SP, Presidente da Comisso do Advogado Professor da OAB/SP, Conselheiro Secional da OAB/SP, Ex-Presidente da 93 Subseo de Pinheiros da OAB/SP, Especialista em Direito Penal pela Escola Superior do Ministrio Pblico do Estado de So Paulo, Mestre em Filosofia do Direito e do Estado pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, advogado criminalista e Professor de Processo Penal da PUC/SP.
Por: Mauricio Januzzi Santos
substncia psicoativa que determine dependncia. Penas - recluso, de um a trs anos, multa e suspen-so ou proibio de se ob-ter a permisso ou a habi-litao para dirigir veculo automotor. 1 No caso da infrao prevista no artigo 306, todo condutor de ve-culo automotor, envolvido em acidente de trnsito ou que for alvo de fiscalizao de trnsito, sob suspeita de dirigir sob a influncia de lcool ou substncia txica ou entorpecente de efeitos anlogos, ser submetido a exame clnico ou per-cia mdico legal que, por meio tcnico, permita ao mdico certificar seu es-tado. 2o A embriaguez a que se refere o artigo 306 deste Cdigo poder ainda ser constatada pelo agen-te de trnsito mediante a obteno de outras provas em direito admitidas, acer-ca dos notrios sinais de embriaguez, excitao ou torpor apresentados pelo condutor que ser enca-minhado para a realizao do exame clnico.
Por isso, somos a favor do aumento de pena nos crimes de trnsito como forma de resposta penal mais adequada aos anseios da sociedade.
do jornAl
contAto:
Andr bAdAr(11) 9.7014-4282lanamento: out/2015
anurio jurdico
Julho / 2015 12geral
Ministrio e entidades esportivas apiam prorrogao da Lei de Incentivo ao Esporte
Debatedores foram unnimes em apoiar a prorrogao da Lei de Incentivo ao Esporte (11.438/06), em mesa-re-donda da Comisso do Esporte que debateu o tema nesta tera-feira (9). A lei permite a deduo, do Imposto de Renda, de doaes e patrocnios a projetos desportivos e paradesportivos aprovados pelo Ministrio do Esporte. A vigncia da lei se encerra no final deste ano. Fonte: Agncia Cmara Notcias
Ordenamento Jurdico no direito desportivo
As noticias relativas a esportes esto alm das colunas desportivas. O mundo esportivo avan-ou consideravelmente no mercado do entrete-nimento, sacramentado como uma das indstrias mais rentveis do mundo. Obviamente, as relaes jurdicas advindas deste cenrio tambm crescem de maneira gradativa.
Neste aspecto, cita-mos alguns exemplos de relaes comuns que j so tuteladas pelo direi-to comum: no direito ci-vil (como as cesses de direitos de imagem, os naming rights); no direi-to marcrio (registro e licenciamento de mar-cas); no direito trabalhis-ta (relaes entre atletas profissionais e seus clu-bes/agremiaes...), no direito societrio (consti-
tuio e demais atos dos clubes, clubes-empresas, associaes dentre ou-tras), no direito penal (si-tuaes com excesso que extrapolam as relaes de dentro de campo, tipifi-cadas como infraes pe-nais, crimes de evaso de divisas); direito tributrio (regime fiscal de clubes, associaes, eventos es-portivos). Enfim, uma lista exaustiva de situa-es que so regidas por normas comuns do direi-to, ainda que aplicadas s especialidades desporti-vas.
Mas, h tambm um campo diferenciado do direito - o desportivo - que possui normas bem especificas, inclusive com previso indita em nossa ltima Constituio Fede-ral:
Art. 217. dever do
Estado fomentar prticas desportivas formais e no formais, como direito de cada um, observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associaes, quanto a sua organizao e funcionamento;
II - a destinao de recursos pblicos para a promoo prioritria do desporto educacional e, em casos especficos, para a do desporto de alto ren-dimento;
III - o tratamento diferenciado para o des-porto profissional e o no profissional;
IV - a proteo e o incentivo s manifesta-es desportivas de cria-o nacional.
1 O Poder Judi-cirio s admitir aes relativas disciplina e s competies desportivas
aps esgotarem-se as ins-tncias da justia despor-tiva, regulada em lei.
2 A justia des-portiva ter o prazo m-ximo de sessenta dias, contados da instaurao do processo, para proferir deciso final.
3 O poder pblico incentivar o lazer, como forma de promoo so-cial. (n.n.)
Assim, a Justia Des-portiva tem competncia para julgar as infraes disciplinares e litgios relacionados s compe-ties desportivas, com o intuito de manter a or-dem e as regras de cada modalidade e fazer valer os atos organizacionais internos, nos moldes dos Estatutos de cada Enti-dade, preservando-se os resultados esportivos, que deveriam estar desvincu-
lados dos interesses pol-ticos.
Alm da nossa CF, deve-se citar a Lei Pel: 9.615/98 com suas diver-sas alteraes que tam-bm um importante mar-co legal no esporte, onde foram tratadas questes polmicas como a extin-o da Lei do Passe, alm de disciplinar sobre a destinao de recursos e sobre pratica despor-tiva profissional, dentro outros pontos. Para re-gular o processamento e julgamento de aes disciplinares temos o C-digo Brasileiro de Justia Desportiva(CBJD) que so utilizadas pelas Co-misses Disciplinares e Tribunais das Federaes e Confederaes esporti-vas nacionais.
Para finalizar, dentre outras legislaes especi-
Por: Luciana Monteiro de Lima
ficas, cita-se o Estatuto do Torcedor: Lei 10.641/03 com suas alteraes pos-teriores que dispem sobre regras gerais prote-tivas da relao de consu-mo do torcedor.
Conclui-se que h uma srie de situaes deste universo desporti-vo que deve ser aprecia-da pela gide da Justia Comum. Por outro lado, h um ordenamento es-pecfico para justia des-portiva que julgar admi-nistrativamente infraes disciplinares e litgios relacionados a competi-es.
Luciana Maria Monteiro de Lima Advogada. Formada em Cincias Jurdicas pela Universidade Mackenzie (1999). Habilitada para advogar na Unio Europia por Portugal.Ps Graduada e Co-idealizadora do 1 Curso em Direito Desportivo no Brasil. Docente na Ps Graduao em Direito Desportivo IBDD-UNIP (SP) e no IBDD-INEJ (RS). Palestrante em cursos sobre direito desportivo e direitos dos deficientes pela OAB-SP. Vice-Presidente do Tribunal Pleno do Comit Paralmpico Brasileiro (CPB).
A monitorao eletrnica e fiscalizao indireta do condenado
A possibilidade de moni-torao eletrnica du-rante a execuo da pena foi instituda pela Lei n 12.258, de 15 de junho de 2010, permitindo a fisca-lizao indireta do conde-nado, em determinados casos, mediante a utiliza-o de equipamento que possibilite sua localizao, com indicao de horrio e distncia, alm de ou-tras informaes teis fiscalizao judicial.
Modificando vrios dispositivos da Lei de Execuo Penal e acres-centando-lhe os arts. 146-A a 146-D, em seo intitulada Da monitora-o eletrnica, a Lei n 12.258/10 teve vrios de seus dispositivos vetados pelo Presidente da Rep-blica, constando das ra-zes do veto que a adoo
do monitoramento eletr-nico no regime aberto, nas penas restritivas de direito, no livramento condicional e na suspenso condicio-nal da pena contraria a sistemtica de cumpri-mento de pena prevista no ordenamento jurdico brasileiro e, com isso, a necessria individualiza-o, proporcionalidade e suficincia da execuo penal. Ademais, o projeto aumenta os custos com a execuo penal sem auxi-liar no reajuste da popula-o dos presdios, uma vez que no retira do crcere quem l no deveria estar e no impede o ingres-so de quem no deva ser preso.
Assim que o veto a boa parte dos dispositivos da lei fez com que o sis-tema de monitoramento
eletrnico no fosse insti-tudo em sua plenitude na execuo penal, trazendo, portanto, acanhada novi-dade, que, de certo modo, tem o mrito de inau-gurar a possibilidade de utilizao dessa preciosa ferramenta de controle do condenado durante a exe-cuo da pena.
Sim, porque o foco da citada lei foi primor-dialmente fornecer aos operadores da execuo penal meio mais eficaz de controle sobre o con-denado em liberdade, nos casos de sada temporria e priso domiciliar (art. 146-A, incisos II e IV), no recaindo a preocupa-o do legislador sobre a ressocializao do preso, fulcro do sistema de exe-cuo institudo pela Lei n 7.210/84, possibilitan-
do-lhe o ingresso gradati-vo no sistema de liberdade total.
Essa lei, em seu tex-to originrio, trazia vrias hipteses de utilizao de fiscalizao indireta por monitorao eletrnica, a saber: no caso de aplica-o de pena restritiva de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou se-miaberto, ou no caso de concesso de progresso para tais regimes; no caso de autorizao de sada temporria no regime se-miaberto; no caso de apli-cao de pena restritiva de direitos que estabelecesse limitao de horrios ou freqncia a determina-dos lugares; no caso de determinao de priso domiciliar; e no caso de concesso de livramento condicional ou suspenso
condicional da pena.Em razo do veto
parcial lei, entretanto, restaram apenas duas hi-pteses em que pode ser utilizada a monitorao eletrnica: sada tempor-ria em regime semiaberto e priso domiciliar.
Nestes casos, conce-dido o benefcio, o conde-nado ser instrudo acerca dos cuidados que dever adotar com o equipamen-to eletrnico (que ser constitudo certamente por pulseira ou tornoze-leira j que a lei no es-tabelece o meio), ficando ainda ciente do dever de receber visitas do servidor responsvel pela monito-rao eletrnica, respon-dendo aos seus contatos e cumprindo suas orien-taes, alm de abster-se de remover, de violar, de
Ricardo Antonio AndreucciProcurador de Justia Criminal do Ministrio Pblico de So Paulo. Doutor e Mestre em Direito. Ps-doutor pela Universidade Federal de Messina Itlia. Coordenador do Complexo de Ensino Andreucci. Professor universitrio e de cursos preparatrios para ingresso nas Carreiras Jurdi-cas e OAB. Autor de diversas obras publicadas pela Editora Saraiva. Articulista e palestrante.
Por: Ricardo Antonio Andreucci
modificar, de danificar de qualquer forma o disposi-tivo de monitorao ele-trnica ou de permitir que outrem o faa.
A violao comprovada dos deveres acima especi-ficados poder acarretar, a critrio do juiz da exe-cuo, ouvidos o Minis-trio Pblico e a defesa, a regresso do regime; a revogao da autorizao de sada temporria; a re-vogao da priso domici-liar; e advertncia, por es-crito, para todos os casos em que o juiz da execuo decida no aplicar alguma destas medidas.
Julho / 2015 13
Estudante no poder ingressar em faculdade de Direito por ainda cursar ensino mdio
Um estudante classificado no vestibular atravs do Enem para o curso de Direito na Universidade Federal de Juiz de Fora/MG no poder ingressar no curso por ainda estar cursando o 3 ano do ensino mdio. Assim decidiu a 5 turma do TRF da 1 regio ao negar provimento apelao do aluno. Fonte: Migalhas
Acadmicos de Direito
Carta de uma turma de Direito ao seu Reitor!
Diferena bsica entre arresto e seqestro
Impostos (resumao)
EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR REITOR DA FACULDA-DE DE DIREITO, NS, estudantes de Direito, brasileiros, estagirios (a grande maioria), re-sidentes e domiciliados na rua do Desespero, 666, bairro do Suicdio Coletivo, vm, em nome do completo e absoluto medo de reprovar, com imensa cara de pau, pelo estagirio que manja um pouquinho de elaborar peties, propor a pre-sente
AO DE CANCE-LAMENTO DA PROVA DE ONTEM em face do PROFESSOR DE DIREITO PENAL DO OITAVO SEMESTRE NOTURNO, pelas ra-zes de fato e de direito
adiante aduzidas.
I DOS FATOSEm um passado re-
cente, ns, dominados por uma sede de justi-a, decidimos mudar o pas, torn-lo mais justo e aplicar as leis de modo eficaz, assim, matricula-mo-nos nesta to honra-da faculdade de Direito.
Contudo, com o pas-sar dos anos, acabamos percebendo que no d pra mudar muita coisa sendo advogado ou juiz, com isso passamos a fre-quentar mais os bares da regio do que a sala de aula.
Deste modo, cedio que aps a ingesto de lcool em nveis acima do considerado normal, o entendimento das ma-trias torna-se prejudi-
cado, motivo este que faz com que os alunos no obtenham notas sa-tisfatrias nas avaliaes realizadas.
Assim, em razo da falta de comprometi-mento dos alunos, e do excesso de lcool no sangue, no houve outra alternativa seno calar as sandlias da humil-dade e bater s portas do senhor reitor para pedir que cancele a prova por motivos de: FODEU!
II DO DIREITOA doutrina e a juris-
prudncia vem decidin-do maciamente que os jovens so o futuro do Brasil, e ns estudantes de Direito, enquadrados na categoria: JOVENS, no podemos ser preju-dicados por um sistema ultrapassado que avalia o aluno por notas e no por quem ele .
Ademais, com lastro no artigo 171 do vigen-te Cdigo Penal, comete estelionato aquele que se
aproveita da ignorncia do outro para prejudic-lo, verifica-se no caso em tela que o professor ao exigir dos alunos um conhecimento que estes no possuem, estaria in-correndo em infrao legislao ptria.
Por fim, insta salien-tar que o Direito no so-corre aos que dormem, e a aula ministrada pelo professor causa inveja aos mais poderosos cal-mantes do mundo, pois basta adentrar em sala para o festival de boce-jos comear, o que no-vamente demonstra que os alunos no puderam aprender nada.
III DOS PEDIDOSDiante do acima ex-
posto, requer:1 A procedncia
do pedido para anular a prova anteriormente marcada para o dia de ONTEM;
2 Caso no seja este o entendimento de Vos-sa Excelncia, que ento aplique uma prova com contedos fceis, ques-tionando os homens sobre a ltima r