Download pdf - Jornal Maranduba News #49

Transcript
Page 1: Jornal Maranduba News #49

Maranduba, 25 de Maio de 2013 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 4 - Edição 49

Gengibre orgânico de Ubatubaé pioneiro em certificação

no Litoral Norte paulista

Page 2: Jornal Maranduba News #49

Página 2 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2013

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970Fones: (12) 3832.6688 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563

Nextel ID: 55*96*28016e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi e Ezequiel dos Santos

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Cartas a RedaçãoPraia da Lagoinha

Quanto a carta publicada neste informativo no dia 26 de Abril de 2013, gostaria de fa-zer algumas ponderações. Em relação ao mencionado pelo leitor Marcos de Souza, real-mente existe um único quios-que na praia da Lagoinha o qual não possui sanitário, to-davia cabe esclarecer que a falta de sanitário naquele es-tabelecimento não vem a ser culpa dos donos, na verda-de quando foram aprovados projetos para a construção dos módulos no município de Ubatuba na década de 80, não foi regulamentada a implanta-ção de banheiros em nenhum deles. Ainda assim, os donos do quiosque da lagoinha, no ano de 2002 receberam de um engenheiro um projeto para a construção de dois sanitários no local, todavia para a sur-presa deles a própria prefeitu-ra da época (PFL) embargou a obra, alegando que a falta de saneamento básico no bairro dificultaria a existência do ba-nheiro naquele local, uma vez que teria que ser feito fossas e a proximidade com o mar não permitia a construção dessas no local.

Segundo a prefeitura, tam-bém não teria tido aprovação do projeto pela CETESB. O problema é que nem sempre a boa vontade dos proprietá-rios é levada em conta, muitas

vezes a burocracia e a politi-cagem é mais forte!!!! Vale ressaltar também que bem diferente do mencionado pelo leitor, os proprietários jamais orientam os funcionários a di-zerem ao público para utiliza-rem o mar ou muros do local, essa informação não procede!

Se existiu essa fala por meio de funcionários, com certeza não foi orientação e sim dedu-ção, porque infelizmente uma vez não existindo banheiros onde essas pessoas que ali estão irão???

O problema do banheiro vem sendo discutido judicial-mente, existe um processo judicial em tramite na Justiça Federal desde 2008, onde dis-cute entre outros assuntos re-lacionados aos “quiosques” a questão dos sanitários, assim necessário se faz aguardar a decisão da justiça para a rea-lização de qualquer obra inclu-sive instalação de banheiros.

Quanto a colocação de ba-nheiros químicos citado pelo leitor Marcelo Álvaro Pereira, a informação que temos é de que existe uma lei municipal que dispõe ser da prefeitura a responsabilidade na instalação de banheiros químicos dentro do município, não competindo ao munícipe fazê-lo.

Para finalizar, gostaríamos de dizer que os donos do esta-belecimento sempre correram atrás dos políticos para tentar

resolver o problema relacio-nado aos banheiros, principal-mente porque o problema não afeta apenas os turistas que ali freqüentam, afeta também os funcionários do estabeleci-mento que necessitam utilizar banheiro em uma residência que fica a 10 minutos do local, causando grande transtorno a todos.

Que os donos inclusive rei-vindicaram dos vereadores uma lei que regularizasse a condição dos sanitários nas praias, projeto de lei que foi colocado em sessão e votado pelos vereadores, mas que foi vetado pelo executivo, na época PFL.

Estamos em contato com a nova gestão municipal, que sabe do problema enfrenta-do pelos “quiosqueiros” em geral, em especial a falta de sanitários, e acreditamos que em breve teremos uma solu-ção, pois a falta de estrutura para receber os turistas não esta presente apenas na praia da Lagoinha e no quiosque ali existente, e sim, em todo o município!

Então, antes de criticar de forma negativa, vamos tratar de se informar melhor e ver quem esta dando causa ao problema!!!!

AtenciosamenteZaira Santos

via e-mail

Carta ao PrefeitoExcelentíssimo Sr. Prefeito

Maurício MoromizatoA APASU durante anos, vem

realizando um trabalho de do-ação de animais todos os sá-bados, na praça 13 de Maio (centro da cidade).O nosso trabalho consiste em

fazer doações de animais ver-mifugados , castrados e cães adultos também vacinados.A Prefeitura ao contrário da

APASU, doa seus animais no mesmo local sem nenhum cri-tério, pois os mesmos não são vermifugados e nem sequer castrados, acarretando assim grande problema para o mu-nicípio e conseqüentemente para nós (APASU), quando um adotante reside na região sul de Ubatuba (do Rio Escuro ate Tabatinga).A grande maioria da popu-

lação (90%) é desinforma-da, quanto aos benefícios da castração, o sofrimento dos animais quando abandonados e o aumento considerável de animais de ruas.A Zoonose de Ubatuba perde

uma grande e valiosa oportu-nidade de instruir a população quanto a esse benefício e por que não distribuir folhetos informativos, uma vez que a Praça é visitada semanalmen-te por centenas de pessoas.A doação principalmente da

Prefeitura, dos animais cas-trados, VALORIZARIAM nosso

trabalho e INCENTIVARIAM a população que também levam seus animais para serem doa-dos a fazerem o mesmo.A Prefeitura nos oferece gra-

tuitamente de 06 (seis) cas-trações a 08 castrações men-sais, porem a APASU tem uma demanda em média 80 castra-ções mês, destinadas para os animais abandonados e somos nós que arcamos com o custo, seja em alimentação ou vete-rinário, e para isso realizamos bingos, jantares, ações entre amigos, vendemos camisetas, rifas, entre outros expedien-tes. Portanto Sr. Prefeito, pe-

dimos providencias e novas orientações para que o Centro de Zoonoses entregue animais para adoção no mínimo cas-trado, pois se atitudes como essa não forem tomadas “de nada adiantará o trabalho VO-LUNTÁRIO da APASU” com re-lação aos animais.Ubatuba, 27 de abril de 2013Atenciosamente,

APASU

Page 3: Jornal Maranduba News #49

25 Maio 2013 Jornal MARANDUBA News Página 3

Convocação Quilombo Caçandoca

A diretoria da Associação conjunta do Quilombo Caçandoca convoca a todos os quilombolas à

participarem de mutirão nos próximo sábado e domingo (25 e 26), a partir das 9 (nove) horas a ser realizado em sua sede. O objetivo é melhorar

o local, promover a interação entre os quilombolas e formar grupos de trabalhos.

Participe!“Sem participação não cabe reclamação”.

Estudantes ubatubenses conquistam feito inédito e representarão o Brasil em Congresso Espacial no Japão

Comunicação PMUJovens estudantes ubatu-

benses, com idade entre 13 e 14 anos, conquistaram um feito inédito em todo mundo e representarão o Brasil no maior congresso espacial do Japão. Os alunos do 9º ano da Escola Municipal Tancredo Ne-ves desenvolveram uma pes-quisa sobre o interesse des-pertado pelo projeto “Ubatuba Sat” nos jovens da cidade e elaboraram um artigo que foi selecionado e aceito pelo cor-po técnico do Congresso ISTS (International Symposium On SpaceTechnology and Scien-ce).

A aprovação da propos-ta garantiu que os estudan-tes brasileiros participem de um dos principais eventos do mundo na área espacial, que tem o patrocínio da JAXA (Agência Espacial Japonesa) e será realizado entre os dias 2 e 9 de junho, na cidade ja-ponesa de Nagoya. Apesar de terem conquistado uma vaga, os jovens ubatubenses não tinham a confirmação de que participariam do congresso, pois precisariam arcar com os custos das passagens aé-

Esforço do prefeito Mauricio (PT), junto ao ministro da Educação, Aloízio Mercadante, garantiu o custeio da viagem de 12 alunos e 4 professores rumo ao Japão

reas e da estadia. Graças a um esforço do prefeito Mauri-cio (PT), junto ao ministro da Educação, Aloízio Mercadante, a administração ubatubense conseguiu uma parceria com a Unesco, garantindo a viagem de 12 alunos e 4 professores, que embarcam rumo ao Japão no próximo dia 29.

“O Brasil terá a mais jovem delegação de toda a história do ISTS na sua vigésima nona edição. Nossos alunos têm em torno de 13 anos e a grande maioria dos pesquisadores que participam daquele con-gresso tem mais de 40 anos. Além disso, vale ressaltar que são jovens estudantes de uma escola pública, o que a meu ver, torna o feito deles ainda mais importante, por tantos desafios superados”, completa o professor Cândido de Mou-ra, idealizador do projeto.

Ubatuba SATO feito inédito é mais uma

conquista dos jovens ubatu-benses com relação ao proje-to Ubatuba SAT, que consiste na construção de um satélite por parte dos estudantes de 13 e 14 anos da Escola Mu-nicipal Tancredo Neves. A ini-

ciativa nasceu em 2010 e tem como principal objetivo des-pertar o interesse dos alunos pelas matérias de ciência e tecnologia. Dentro do projeto,

os jovens aprenderam a cons-truir equipamentos eletrônicos que funcionem aqui na terra, foram treinados no Laborató-rio de Integração e Testes do

INPE- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e já esti-veram até no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, nos Estados Unidos.

Comunicação PMUA Secretaria de Turismo de

Ubatuba está iniciando um projeto de capacitação de es-tagiários (alunos do curso de guia turístico), onde o turista poderá fazer um City Tour Cultural, percorrendo um ro-teiro que irá passar por várias ruas do centro histórico. Du-rante o percurso, será apre-sentada a história de Ubatuba e os prédios históricos que resistiram ao tempo, como o Sobradão do Porto, a Igreja Matriz, a Cadeia Velha, o Co-

Secretaria de Turismo realiza “City Tour Cultural”légio Esteves da Silva, entre outros.

Participando do City Tour, além do turista conhecer um pouco mais sobre a cidade que está visitando, ele tam-bém contribui na formação dos estagiários que estarão colocando em prática o que aprenderam na teoria.

A visita será supervisionada por guias já formados e cre-denciados pelo Ministério do Turismo, além de contarem com apoio de apostilas con-tendo todo conteúdo a ser

explorado nas visitas.“Pretenderemos em breve

incluir os alunos das esco-las municipais nos passeios, como uma forma de introdu-zir o conhecimento dos per-sonagens e fatos históricos e marcantes da nossa cidade” diz o Secretário de Turismo Gerson Campos.

Para participar, o turista deve efetuar agendamento no Centro de Informações Tu-rísticas, na Av. Iperoíg, 214 – Centro, ou pelo telefone (12) 3833- 9123

Page 4: Jornal Maranduba News #49

Página 4 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2013

Produtores precisam se inscrever no Cadastro Ambiental RuralEZEQUIEL DOS SANTOSA Secretaria Municipal de

Agricultura, Pesca e Abaste-cimento de Ubatuba- SMAPA informa aos produtores rurais de Ubatuba da importância de se fazer o cadastramento de suas áreas.

O documento é pré-requi-sito para obtenção de licen-ciamentos e autorizações ambientais para quaisquer atividades econômicas, agro-pecuárias ou florestais.

Sem este documento, o agricultor não poderá solicitar financiamentos, por exemplo. O Cadastro Ambiental Rural é obrigatório e vai permitir a regularização de todas as propriedades. O formulário do CAR está disponível na internet a partir deste mês e os órgãos de fomento, de defesa e de apoio a agricul-tura poderão informar melhor sobre o cadastro. Porém a responsabilidade, no entan-to, é dos órgãos ambientais estaduais, que receberam do Ministério do Meio Ambiente, todas as imagens de satélite contratadas pelo governo fe-deral que serão usadas para formular o Cadastro Ambiental Rural (CAR).

As imagens trazem detalhes dos mais de cinco mil imóveis rurais distribuídos no terri-tório nacional e de áreas de preservação permanente, re-servas legais e nascentes de rio. “Entregamos a base car-tográfica atualizada e os Es-tados têm agora as condições para entender o que ocorre nos territórios e mergulha-rem no trabalho de cadastrar (os imóveis rurais). Estamos finalizando a fase de testes porque é importante ver se está dando erros — disse a ministra do Meio Ambiente”, Izabella Teixeira.

Em São Paulo, houve uma palestra na Sociedade Rural Brasileira deu orientações do cadastro ambiental rural para profissionais e produtores. O objetivo foi mostrar a impor-tância desse cadastramento. “Além de obrigatório, sem ele, o produtor não pode se regularizar, e disso saem os desdobramentos. Sem ele, não se obtém crédito. A falta de CAR pode dar outro tipo de sanção, ou seja, vai ha-ver uma punição. Então, ele é fundamental sim” – disse Samanta Pineda, advogada e assessora da Frente Par-lamentar de Agropecuária da Assembléia Legislativa Paulista.

Também com isso, será pos-sível verificar as diferentes es-pécies vegetais de cada terri-tório e adequar os produtores a um programa de regulariza-ção ambiental. O secretario da Smapa Maurici Romeu da Silva, alerta para que o pro-dutor realize o cadastro pra provar que está cumprindo a lei e evitar multas.

Em revista especializada, o consultor Rodrigo Lima, fala que o Estado brasileiro precisa ter uma participação fundamental para ajudar os produtores. “É a segurança para o produtor. Porque é a primeira vez, depois de toda essa discussão da lei e a guerra que foi o novo Código Florestal. Isso vai ser impor-tante para tomar crédito, para vendas, para toda discussão de sustentabilidade com cer-tificações”, falou Lima. Os municípios, associações de produtores, organizações da sociedade civil, outras Secre-tarias de Estado são parceiros importantes para garantir a implantação efetiva do CAR em São Paulo.

Cadastro Ambiental Rural – é um cadastro eletrônico, obrigatório a todas as proprie-dades e posses rurais. As in-formações do cadastro serão declaratórias, como a declara-ção do Imposto de Renda, de responsabilidade do proprie-tário ou possuidor rural, e fa-rão parte do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural – o SiCAR, que ficará sob res-ponsabilidade do Ministério do Meio Ambiente e do IBAMA.

Quais são as novidades do CAR?

O CAR, ao contrário de ou-tros cadastros já existentes, será composto também de in-formações espaciais. Isso sig-nifica que, além de conter os dados básicos da propriedade ou posse rural, como endere-ço e área total, também vai conter um croqui, que poderá ser feito pelo interessado com a ajuda de uma foto aérea de boa resolução que estará dis-ponível no próprio sistema.

Os proprietários e posseiros do Estado de São Paulo de-vem fazer o seu cadastro no Sistema de CAR Estadual. As informações serão enviadas a partir do aplicativo online que esta prevista sua disponibili-dade ainda para este mês.

O CAR é a principal ferra-menta prevista na nova lei flo-restal para a conservação do meio ambiente, a adequação ambiental de propriedades, o combate ao desmatamento ile-gal e o monitoramento de áre-as em restauração, auxiliando no cumprimento das metas nacionais e internacionais para manutenção de vegetação na-tiva e restauração ecológica de ecossistemas.

O CAR também facilitará a vida do proprietário rural que pretende obter licenças am-bientais, pois a comprovação da regularidade da propriedade se dará por meio da inscrição e aprovação do CAR e o cum-primento no disposto no Plano de Regularização Ambiental, sem a necessidade de procedi-mentos anteriormente obriga-tórios, como a averbação em matrícula de Reservas Legais no interior das propriedades. Todo o procedimento para essa regularização poderá ser feito online. O Estado de São Paulo, com o apoio de parcei-ros, fará campanhas para a mobilização dos proprietários rurais, apoiando-os para que cadastrem suas propriedades e posses. Fonte: Secretaria Es-tadual de Meio Ambiente/SP

O que é o CAR? Um leitor enviou fotos do lixo

jogado no cruzamento da rua Altemar Dutra com rua Clara Nunes no Jardim Beira Rio.

Segundo relato, o antigo “ponto de Lixo” era naquela esquina quase em frente ao Mercado Vila Flor onde havia uma caçamba da Sanepav. O dono do lote fez muitas recla-mações e começaram a jogar a caçamba de um lado para o outro, e por fim acabaram jogando a caçamba no cruza-mento da rua Altemar Dutra com a rua Clara Nunes.

Como ninguem quer um li-xão a céu aberto em frente a sua casa, o leitor ligou pra Re-gional Sul e Sanepav para to-marem uma providência, pe-dindo para retirar a caçamba dali. A caçamba foi retirada.

O problema é que os próprios moradores da rua continuam a jogar o lixo neste local. Dizem que o lixeiro não vai fazer a coleta até o fim da rua Clara Nunes. A solução é ligar para a Sanepav e 3832-5460 e re-clamar do caso. Outra solução é cada morador colocar uma lixeira em frente a sua casa.

O leitor comprou uma por R$ 38,00 numa casa de ma-teriais construção. O principal é EDUCAÇÃO! Moradores lo-cais e turistas, não jog]em lixo neste local.

Problema com o lixo

Page 5: Jornal Maranduba News #49

25 Maio 2013 Jornal MARANDUBA News Página 5

Promata no Avistar 2013

PROMATANo ultimo final de semana,

17 e 18, aconteceu na cidade de São Paulo o VIII Avistar ou brazilian bird fair. A cada ano o evento vem se consolidan-do como o mais importante encontro de observadores de aves da América Latina. Este ano participaram os Proma-tas Fernando Novaes, Carlos Rizzo, Xerses Lima e Isaura Monteiro, que foi ao evento pela primeira vez.

Ubatuba marca a sua pre-sença desde a primeira edição em 2006 e o Avistar sempre foi o grande impulsionador da divulgação do trabalho reali-zado em nossa cidade. Além disso, todos os anos em que há concurso de fotografias de aves, a exposição das fotos vencedoras tem presença ga-rantida em Ubatuba.

Este ano não pudemos con-tar com um stand, mas tive-mos o trabalho do Promata, do Ubatubabirds e do SINHO-RES (sindicato dos hotéis) divulgando a observação de aves da nossa cidade e re-gião.

O trabalho do grupo Pro-mata foi muito elogiado pelos

resultados conseguidos no ano passado, todos estavam interessados em conhecer as pessoas e saber como está a evolução do projeto no Ser-tão da Quina.

O Ubatubabirds manteve contato com os mais impor-tantes guias nacionais e in-ternacionais oferecendo os novos pontos de observação em Ubatuba, Sertão da Quina e o Centro Cambucá de Ob-servação de Aves que deverá ser reaberto no mês que vem.

Esta semana Carlos Rizzo dará um curso de três dias para os monitores do Petar (sul do estado) e em junho será recebido pelo secretá-rio de turismo de São Miguel Arcanjo para apresentar os trabalhos conquistados por Ubatuba.

Segundo Carlos Rizzo a vi-sita foi muito proveitosa para Ubatuba “sábado é o princi-pal dia do Avistar e tivemos a oportunidade de encontrar os melhores guias. Este ano inclusive Brett Whitney esta-va lá, ele é o maior emissivo dos USA para o Brasil ele fi-cou muito entusiasmado com o Promata e o Cambucá”.

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 19, domingo,

os corredores da região sul de Ubatuba, Antonio Carlos de Jesus Souza (Buiu) e Jor-ge Antunes de Sá, do Sertão da Quina e Sandro Egmarcio Gomes do bairro do Araribá, participaram da corrida de rua do Aniversário da cidade de Caraguatatuba. Entre os mais de 400 atletas os três representantes da região con-seguiram boas colocações.

Na categoria de 36 a 40 anos, o Corredor Antonio Carlos de Jesus Souza (Buiu) ficou com o terceiro lugar na categoria de 6 km e meio com o tempo de 26minutos e 16 segundos.

Na categoria acima de 65 anos o corredor Jorge Antunes de Sá do Sertão da Quina ficou com o segundo lugar com o tempo de 34 mi-nutos e quarenta segundos e o corredor Sandro Egmarcio Gomes ganhou medalha de participação completando a prova em 29 minutos e 41 se-gundos.

Atletas da região se destacam em Caraguatatuba

Page 6: Jornal Maranduba News #49

Página 6 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2013

Escola homenageia mães em farto café da manhã na Praia DuraNo último dia 10, a esco-

la Ernesmar de Oliveira, do bairro Praia Dura, bem como as vinculadas José Libório, no bairro do Corcovado e a Escola Municipal da Fortaleza realizam uma das mais belas homenagens ao dia das mães da região.

O evento que aconteceu na Praia Dura contou com parce-rias de todos os lados, princi-palmente entre escola e famí-lias destas localidades.

Para deixarem as mamães orgulhosas os alunos se des-dobraram em varias apre-sentações: musica, dança, poesias, paródias entre ou-tros atrativos. Também como atrativo principal os alunos serviram um delicioso café da manhã as suas heroínas (mães).

Além da justa homena-gem, a escola pretende com isto abrir as portas da escola e receber os pais com mais prazer e entusiasmo, fazen-do com eles se sintam em casa para participar das ati-vidades que a escola possa oferecer, fortalecendo cada vez mais o vinculo entre es-cola e família.

Segundo a diretoria, esta parceria é essencial para o su-cesso da educação como um todo. Para os agraciados este tipo de evento precisa aconte-cer com mais freqüência para que haja uma maior interação entre as entidades, também para que pais e educadores necessitam ser grandes com-panheiros na caminhada rumo a formação educacional do ser humano.

Não passou despercebido o esforço da diretora Nina e do coordenador Marcos que bus-caram todos os meios para que o café fosse de fato ines-quecível.

Fotos: Fátima Mesquita

Page 7: Jornal Maranduba News #49

25 Maio 2013 Jornal MARANDUBA News Página 7

Sucesso absoluto no lançamento do 1º “Pedala Leitura”EZEQUIEL DOS SANTOS

A escola municipal Nativa Fer-nandes de Faria, no bairro do Sertão da Quina, lançou oficial-mente no último dia 16 o pro-jeto de educação física “Pedala Leitura”. O projeto é parte in-tegrante de um trabalho maior intitulado de “Plantar leitura... Colher leitores” que tem como objetivo estimular a leitura en-tre os alunos e a comunidade. O Pedala Leitura envolve as disciplinas de artes, educa-ção física e língua portuguesa, onde foca integrar duas ativi-dades importantes, o ciclismo e a leitura. Embora pareça es-tranho, misturar bicicleta com livros, este primeiro evento foi o maior sucesso, superando as expectativas dos idealizadores, parceiros, pais, alunos e cola-boradores. A intenção, porém foi de promover a saúde, me-lhoria da qualidade de vida, de acesso a cultura e realidade so-cial, temas de grande importân-cia para o desenvolvimento do ser humano. Segundo os organizadores o projeto nasceu para romper barreiras da tradição, dos mu-ros da escola, como proposta desafiadora de inserir o ciclismo como conteúdo da Educação Física Escolar, trabalhando de forma interdisciplinar envolven-do a língua portuguesa e artes neste contexto. O projeto consumiu um bimes-tre inteiro de trabalho e envol-veu muita preparação, quem presenciou a saída ao campo deve ter pensado que se tra-tava apenas de um passeio no parque, o que não era, foram vários colaboradores e profis-sionais que contribuíram para o preparo dos alunos até dos pro-fessores. No período de prepa-ração foi realizada uma semana de Workshop na escola e como presença importante esteve um

Policial Rodoviário Federal, um Bombeiro, um mecânico de bi-cicletas e um ciclista, cada qual dando instruções e dicas rela-cionadas à sua profissão. Na pratica e após os prepara-tivos, 29 alunos, dos quintos anos, saíram em direção ao Sertão do Ingá. O evento acon-teceu das 8 as 11 da manhã e todos em fila indiana, um atrás do outro, saíram em blocos de cinco alunos cada, tendo a frente um veiculo batedor, acompanhados por um Guarda Municipal de Transito, dos pro-fessores, da equipe de monito-res do esporte, pais, voluntários e membros da comunidade.No evento estiveram a supervi-sora Jacqueline, a equipe ges-tora Rosanea Alves e Magali Lopes e a professora coorde-nadora Gabriela Cristina. Foi sucesso absoluto tendo em vis-ta o ar de felicidade que cada aluno estampava em seu rosto. Fizeram visitas as casas, leram para os moradores, se reuniram e discutiam em grupos experi-ências das leituras, debateram temas, enfim.Segundo os organizadores a idéia é que seja um projeto anual, os alunos discordam, querem um semanal. Para a escolha do desenho a ser es-tampado na camiseta dos par-ticipantes foi realizado um con-curso interno e o vencedor foi o aluno Pedro Celestino, o mes-mo que foi campeão de xadrez em 2012. Quem acompanhou o evento gostou e parabenizou a equipe organizadora, muitos não es-condem a ansiedade para um próximo evento. O Pedala Leitura convida a co-munidade a participar destes eventos e quem quiser saber mais sobre este projeto é só procurar os organizadores na escola.

Page 8: Jornal Maranduba News #49

Página 8 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2013

Gengibre orgânico de Ubatuba é pioneiro em certificação no Litoral Norte paulistaEZEQUIEL DOS SANTOSO Sitio Recanto da Paz, do

bairro do Araribá, conquistou neste mês de maio a certifica-ção de selo orgânico na produ-ção de gengibre, carro chefe da propriedade. A proprietária idealizadora do projeto e en-tusiasta Annie Yoriko Kamiya-ma, carinhosamente conheci-da como dona Annie, sempre trabalhou para a melhoria da qualidade dos produtos rurais na região.

O caminho foi longo e teve seu inicio na década de 90, quan-do a CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, promovia excursões técnicas para outras regiões onde al-guns horticultores inovadores já demonstravam na prática que era possível produzir com produtividade e qualidade sem usar veneno.

Em meados dos anos 90, produtores de Ubatuba visita-ram propriedades próximas a grande São Paulo que forne-ciam para a feira do Parque da Água Branca – pioneira na co-mercialização de produtos or-gânicos. Naquela época, com o incentivo dos intercâmbios promovidos, a família Kamiya-ma já começou a fazer uso de algumas práticas ecológicas. Uma dessas práticas foi o uso de microrganismos eficazes produzidos pela Fundação Mokiti Okada, usados para me-lhorar a fertilidade dos solos.

O sitio Recanto da Paz da família Kamiyama sempre teve uma postura de pioneirismo. Em 2001 abriu sua porteira para a realização de pesquisas com o uso de adubos orgâni-cos e leguminosas como adu-bos verdes em consórcio com o gengibre, por meio de parceria com a CATI, o Centro Nacional de Agrobiologia da Embrapa e a Universidade Federal Rural

do Rio de Janeiro. Para Annie Kamiyama, a for-

ma de produção orgânica é a mais indicada para o gengibre – “O gengibre tem inúmeras qualidades como alimento e como remédio – o selo orgâni-co reforça a valorização dessas qualidades”, afirmou.

Para Antônio Marchiori, en-genheiro agrônomo e exten-sionista da CATI em Ubatuba, a certificação conseguida por Annie Kamiyama é um prêmio para a perseverança do traba-lho da produtora – “Dona An-nie é um exemplo de trabalho e liderança. Nossa esperança é de que a conquista do selo or-gânico pela família Kamiyama sirva como motivação para ou-tros produtores do litoral nor-te”, comentou.

Intercambio Outro intercâmbio que favo-

receu a evolução da experiên-cia hoje realidade no sítio Re-canto da Paz foram as visitas a outras regiões produtoras de gengibre, na serra de Tapiraí em São Paulo e no litoral norte do Paraná. Uma das experiên-cias de destaque trazidas de lá e hoje realidade no Sertão do Araribá, graças ao esforço da Dona Annie, é a agroindústria de processamento de gengibre – um exemplo de sucesso para todo o Estado de São Paulo. A unidade já recebeu diversas vi-sitas de outros locais, como por exemplo, produtores e lideran-ças do litoral sul e do Vale do Ribeira e universidades como a ESALQ-USP, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.

Expectativas Esta conquista traz muitas

expectativas, porque a inclu-são de Ubatuba na rota das unidades de produção agro-pecuária certificadas poderá baratear os custos e estimu-lar outros produtores a ado-tarem a produção orgânica, reconhecendo que produzir de forma orgânica não é uma missão impossível.

Parceiros Além da CATI, que acom-

panhou os trabalhos no sitio dos Kamiyama desde o iní-cio, diversos parceiros tem se juntado para estimular a produção agropecuária de Ubatuba para a conversão agroecológica.

A APTA – Agência Paulista de

Tecnologia dos Agronegócios, que tem uma fazenda expe-rimental no bairro do Horto em Ubatuba, o ITESP – Fun-dação do Instituto de Terras de São Paulo, a FUNAI, o Ministério da Agricultura, o IPEMA, o Sindicato de Traba-lhadores e Trabalhadoras Ru-rais, a PROMATA e a Prefei-tura de Ubatuba estão entre os principais parceiros para o fortalecimento da produção agroecológica no município.

Recentemente, o Departa-mento de Genética da ESALQ--USP, vem desenvolvendo trabalhos no município para o aproveitamento de nossa agrobiodiversidade.

O Comitê de Bacias Hidro-gráficas do Litoral Norte – CBH LN e diversas entidades ligadas à conservação dos recursos naturais vem pau-latinamente reconhecendo a importância da produção agroecológica para o desen-volvimento local sustentável no Litoral Norte paulista.

A importância para a região paulistaConsiderando que Ubatuba

é uma cidade turística e que depende economicamente da preservação da paisagem e da qualidade dos recursos na-turais, o incentivo à produção orgânica de alimentos pode ser visto como estratégico para o município.

Estudos em laboratório re-alizados pelo Doutor Eduardo Antônio Drolhe da Costa, da APTA, demonstraram que os solos da planície litorânea em Ubatuba são muito sensíveis ao uso de herbicidas. “Em Ubatuba o uso de herbicidas oferece muito risco para a contaminação dos recursos hídricos”, afirma Drolhe.

* * *

Page 9: Jornal Maranduba News #49

25 Maio 2013 Jornal MARANDUBA News Página 9

Os passos para a conquista do selo de qualidade dos produtosDentro do mercado de or-

gânicos, nem sempre o con-sumidor conhece o produtor, por isso a importância do selo para garantir a qualidade. O selo de produto orgânico ga-rante ao consumidor que o produto foi produzido com respeito aos recursos natu-rais e sem utilizar substâncias que possam colocar em risco a saúde dos produtores e dos consumidores.

A conquista do selo de pro-dução orgânica depende da realização de inspeções peri-ódicas por conta da entidade certificadora. Isso significa que a produção é acompanha-da por uma entidade creden-ciada pelo Ministério da Agri-cultura. Como os custos para conseguir o selo ainda podem ser considerados caros pela maioria dos produtores, uma alternativa para conseguir o selo orgânico é a certificação participativa, com a formação de grupos de produtores inte-ressados.

Também existem estraté-gias para converter as pro-priedades gradativamente, não precisa ser tudo de uma vez. O produtor pode separar uma parte da sua propriedade para iniciar a conversão para a produção orgânica.

Outra forma da população ter acesso aos produtos orgâ-nicos é por meio da compra di-reta de grupos de produtores vinculados a uma organização de controle social. A organiza-ção dos grupos é fundamental para manter a confiança no processo.

Exemplos Em Ubatuba, os produtores

do Sertão do Ubatumirim or-ganizaram um pequeno grupo para a venda direta de produ-tos orgânicos e já possuem do

Ministério da Agricultura a De-claração de Cadastro de Pro-dutor Vinculado a Organização de Controle Social – OCS – que garante a rastreabilidade dos produtos para os casos em que surjam dúvidas da sua qualidade orgânica.

Na região da Maranduba, o Sindicato dos Trabalhado-res e Trabalhadoras Rurais está promovendo em 2013 o terceiro curso de produção orgânica para cerca de trinta olericultores.

O técnico da CATI, José Car-los dos Santos, adaptou um modelo de cultivo protegido a partir de estufa da PESAGRO – empresa de pesquisa do Rio

de Janeiro. Por meio da “ES-TUFA UBATUBANA”, como foi batizada, e por meio de diver-sas técnicas agroecológicas desenvolvidas em parceria com a Embrapa Agrobiolo-gia, é possível a produção de alimentos sem usar veneno mesmo nas épocas em que chove muito.

Outra iniciativa de destaque é a produção de polpa a partir de frutos da palmeira Juçara, principalmente nos bairros do norte de Ubatuba, com apoio do IPEMA.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo vem oferecendo cursos de capacitação para

seus profissionais, dentro do projeto “COPA ORGÂNICA”. Para divulgar a produção or-gânica, os produtos a serem utilizados durante a COPA de 2014 serão orgânicos.

A Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abaste-cimento de Ubatuba está em entendimento com seus par-ceiros para fortalecer a pro-dução agroecológica. Entre as estratégias em andamento temos a ampliação da par-ticipação de produtos locais na alimentação escolar e o fortalecimento de pontos que favoreçam o escoamento da produção local.

Mais do que garantir um

documento, os envolvidos es-tão preocupados em garantir a população um produto de maior qualidade, que respeita o ser humano e a natureza.

O selo conquistado, como do Sitio Recanto da Paz reconhe-ce o esforço conjunto de vá-rios parceiros que querem pra nossa região e município um reconhecimento dos esforços para manter este equilíbrio.

“Dona” Annie é mais do que pioneira, por conta dos anos de insistência e tentativas, toda a Ubatuba hoje colhe os frutos deste esforço que pode servir de modelo a outros em-preendedores rurais.

* * *

Page 10: Jornal Maranduba News #49

Página 10 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2013

O olhar descobridor da Santa Maria da Água BrancaEZEQUIEL DOS SANTOSCom cerca de 200 metros de

queda, a cachoeira da Água Branca é a maior cachoeira do litoral norte paulista que se tem notícia. Para alcançar esta beleza natural é neces-sário transpor a Mata Atlânti-ca, para isto é recomendável guias especializados e conhe-cedores da história, da vivên-cia, da formação do local, só assim a caminhada torna-se mais interessante.

A água que compõe esta bela cachoeira vem de dois rios do Vale do Paraíba, lá eles possuem coloração diferente por conta de vários fatores, seu caminho tem relação de passado harmonioso, desbra-vador, destemido de nossos povos - os do planalto e do litoral.

Partindo do bairro do Sertão da Quina, as opções são mui-tas até alcançar o ponto prin-cipal às duas cachoeiras que compõe aquele belo conjunto.

A observação de vivência e dos cincos sentidos só podem ser apreciadas por verdadei-ros amantes da natureza e da história regional brasileira. A avifauna no decorrer da trilha se torna obrigatória, tendo a possibilidade de avistar algum espécime raro, e foi assim que este dom moldou parte do etnoconhecimento e etnopro-teção de nossa nação primeira.

Ao longo do trajeto é possí-vel avistar os limites das gran-des roças que fizeram parte do contexto formador da po-pulação local, grande árvores frutíferas, nomes curiosos de lugares, trechos de rios, formação rochosas místicas, aves e flores espetaculares, ar puro, saudável, temperatura, plantas e flores que nos re-metem a história e a cultural nacional, fazem do caminho à realização de um sonho.

Mas o que todos se per-guntam o porquê do nome original da cachoeira. Bom, ao caminhar por estas trilhas pode-se observar de tudo, menos o óbvio, sentir o frio e o calor, mas não a sensação do saber, distinguir, vivenciar como os ensinamentos de pai para filho que eram muitos até

Foto: Registro pessoal de Aguinaldo Joséo impedimento das unidades de conservação. Ainda na for-mação de nossos ancestrais, todo e qualquer lugar tinha um objetivo, para depois o nome, contrario de hoje, que tem nome apenas para ponto de referencia.

Alguém deste povo um dia conseguiu ver a imagem de uma santa nestas águas, me-lhor explicar, é que para mui-tos a fé original poderia deixar estas pessoas cegas e só viam o que queriam ver, foi isto o que ouvi de muitos céticos.

O olhar natural dos primei-ros moradores deu esta pos-sibilidade de enxergar duas belas imagens: a imagem de uma santa e a queda de águas cristalinas e límpidas. Portanto depois da comunidade absor-ver esta bela imagem passou a chamá-la de Santa Maria da Água Branca, sempre ligando o belo terreno com as coisas divinas.

O primeiro time de futebol da localidade foi em homenagem a ela, com bandeira e tudo que tinha em sua estampada a imagem desta cachoeira, porém para provar este olhar demorou muito. Eram homens e adolescentes fervorosos na fé, respeitosos, de palavra, que caminhavam horas e ho-ras para honrar seus antepas-sados e fazer a história de que conhecemos. Futebol não era só esporte, naquela época era ferramenta de interação entre os homens, era a desculpa para a troca de informações, culturas, histórias e material de uso e consumo.

Recentemente nos registros históricos e fotográficos do observador de aves promata Aguinaldo José foi descober-ta uma única foto, que para a comunidade é suficiente para desmentir uns poucos incré-dulos.

A foto tirada na década de 1980 mostra claramente o porquê nossa nação formado-ra colocou este nome e por-que existe um diferencial a ser observado no belo e no divino que outros não conseguem perceber.

Como diz o ditado, uma foto vale mais do que mil palavras.

Page 11: Jornal Maranduba News #49

25 Maio 2013 Jornal MARANDUBA News Página 11

Jornal MARANDUBA News TODO MUNDO LÊ. ANUNCIE: (12) 9714.5678

Espécie de ave é fotografada pela primeira vez no Estado de São Paulo

PROMATAO Observador Fabio de Sou-

za do grupo Pramata, 38, rea-lizou na segunda quinzena de abril mais um registro inédito para o estado de São Paulo e para o município de Ubatuba.

Trata-se da pequena ave conhecida como bate-bico (Phleocryptes melanops) e foi registrado próximo a um man-gue da região. O autor da pro-eza não quis divulgar o local exato por conta dos proble-mas causados pelos “passari-nheiros” de plantão.

O registro é tão raro que o próprio autor da foto solicitou ajuda a outros especialistas para seu reconhecimento.

No momento do registro a ave estava procurando ali-mentos nas pedras próximas ao mangue, depois passou a procurar em cada galho de ár-vore e arbusto. Segundo Fa-bio, “trata-se de uma espécie muito rápida, por ser pequena, ela não para em ponto algum e se meche constantemente, é muito difícil de fotografá-la, ela é muito arisca e rápida.”

O observador foi elogiado

no Wikiaves (site oficial de re-gistro e sons de aves) por con-ta deste feito inédito. Seu re-gistro também contribui para colocar Ubatuba em segundo lugar no ranking de espécies.

Na realidade existe uma competição saudável entre os quatro primeiros colocados que se revezam neste ranking: Manau/AM, Ubatuba/SP, Alta Floresta/MT e Presidente Fi-gueiredo/AM.

Das 735 especies registra-das no estado de São Paulo, Ubatuba contribui com 427 de-las, quase a metade dos regis-tros neste território. Para o ide-alizador do projeto no Sertão da Quina, Carlos Rizzo, “é mais uma grande conquista do Fábio de Souza, fruto do trabalho e dedicação que nele é exemplar. Primeiro registro para o Estado de São Paulo e registraço para Ubatuba. Parabéns!”.

Fabio foi elogiado também pelos integrantes do grupo Promata, já que estas conquis-tas mostram que os trabalhos de base comunitária valem à pena e dão resultados positi-vos. Agora é só comemorar.

Page 12: Jornal Maranduba News #49

Página 12 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2013

Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 19

Fonte: PEQUENO DICIONÁ-RIO DE VOCÁBULOS E EX-PRESSÕES CAIÇARAS DE CANANÉIA. Obra registrada sob nº 377.947-Liv.701. Fls. 107 na Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cul-tura para Edgar Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .

MUXIBA - ( s.f.) - mesmo que mão-de-vaca; pão-duro ; seios flácidos da mulher.MUXITA - ( s.f.) - espécie de fruto silvestre.

NNADO CACHORRINHO - (s.m.) - modalidade de nado, em que se batem os pés e as mãos imi-tando o nado dos cachorros.NAILO - ( s.m. ) - náilon; fio de náilon para tecer as malhas das redes de pesca.NAQUELA HORA - ( s.f. ) - na-quela oportunidade; naquele momento; naquele instanteNARIZ DE CACHORRO- ( s.m. ) - nariz aguando; coriza.Né QUE é - ( adj. ) - significa : não é mesmo ? ; não estou com a razão?; não estou certo?NEGAÇA - ( s.f. ) - tipo de isca artificial feita de pano branco que encobre um anzólpreso a uma chumbada alon-gada, usada na pesca da en-xova e outros peixes de corso.NEGAÇA - ( s.f.) - chamariz; isca; engodo;chama; ave apri-sionada na gaiola usadapara atrair outras.“ Minha negaça é aquele curió pardinho ali, aquele zinho dali “NEGOCIANTE - ( s.m. ) - dono de venda, de armazém.“ A fazenda deste vistidinho eu comprei num negociante

de Cananéa mesmo, e o sa-patinho comprei na barraca do turco na Festa de Agosto “NEGOCINHO - ( s.m. ) - uma coisa ; um objeto qualquer; al-guma coisa .“ alá ó, tá vendo aquele nego-cinho azur e amarelo aboiando alhi perto da quebrança ? “NEM THUM - (adv.) - significa : não deu a mínima; nem ligou; não se importou; nãodisse nada.NEM A COR -( adv. ) - expres-são de negação.“ Recebeu seu dinheiro ? Nada, nem a cor. “NEM TI LIGO - ( adv. ) -dar um nem ti ligo, significa não dar a mínima ; não estar nem aí.NENHUM - (adj. ) - o nenhum; o tolo; o bobo; o palerma; o idiota. “ Parece que nessa fa-mília o nenhum sou eu . “NHACA - ( s.f. ) - azar; infortú-nio; feitiço.“ As coisa não tão dando certo pra mim; acho que tô c’a nha-ca que dizem “NHACATIRãO - ( s.m. ) - mes-mo que jacatirão.NHAGUACINI- ( s.m. ) - ca-chorro-do-mangue; mesmo que guaxinim.NHAMUTACANGA - ( s.f. ) - es-pinhaço do peixe, mesmo que cavername.NHANHá- ( s.f. ) - tratamento dado às meninas e às moças.NHAVOZINHA - ( s.f. ) - espé-cie de pássaro.NHONHô- ( s.m. ) - tratamento dado aos meninos e aos mo-ços.NHOPECANGA - ( s.m. ) - espé-cie de cipó com espinhos.NINANGA - ( s.f.) - brinquedo ( balanço ) que se faz com cor-das amarradas, geralmenteaos galhos das árvores; mes-mo que balança.NO CRARO, NO CRARO DA LUA - ( loc.adv. ) - na tempo-

rada em que há o recessona pesca, nas fases que a lua ilumina as águas, tornando os cardumes ariscos esubmersos.“ O que é o tar do craro ? É quando a lua saí . “Nó NAS TRIPAS - ( loc. ) - cóli-ca intestinal.NOJO -( s.m.) - luto.NUVIADO - ( adj. ) - nublado .“ amanheceu tudo nuviado “OO FIAPO - ( loc.v. ) - grande; enorme; de tamanho exagera-do.“ Eh! O fiapo do pé deste me-nino . “O FRACO - ( loc.v.) - expres-são que significa: a pois olhe ?: não me diga; intão; é mesmo?O POUCO - ( loc.v. ) - em gran-de quantidade ; muito; bastan-te.O QUAU - ( pron. ) - qual.“ O quau rede o sinhor diz ? Aquela zinha ali. “O QUE DEU A NOITE - ( loc.v. ) - a noite inteira ; durante toda noite ;“ não preguei o zólho o que deu a noite intirinha “O QUE DEU O DIA - ( loc.v. ) - o dia inteiro; durante todo o dia ;“ não cumi nada o que deu o dia “O QUE SIM QUE - ( conj. ) - mas ; porém; entretanto; con-tudo.ODÍO - ( v.t. ) - odeio, detesto.OITãO - ( s.m. ) - outão ); cada uma das paredes laterais da casa, situadas na divisado terreno.OLEADO - ( s.m. ) - espécie de pano ou tecido impermeável ; encerado.OLHO DE PEIXE - ( s.m. ) - ca-losidade dura, branca e muito dolorida nos pés.OLHO GATEADO - ( s.m. ) - olhos azulados ou esverdea-

dos.OLHO SAPIRANGA - ( s.m. ) - olhos avermelhados e com ir-ritação; tipo de doença ocular.OLHO SOVERá - ( s.m. ) - olho arroxeado e fundo, resultado de noite mal dormida.ONTE - (adv. ) - ontem .OPILADO - (adj.) - pálido; do-ente com verminose.ORA SEJA - ( interj.) - que pena.ORA SEJA POR CARIDADE - ( interj.) - expressão que signifi-ca “ mas que pena “.ORGANDI - ( s.m. ) - espécie de tecido; tipo de musseline.ORGANZA - ( s.m. ) - espécie de tecido.OTRA - ( pron. ) - outra.OVADA - (adj.) - tainha com ovas.OVADO - (adj.) - diz-se do pei-xe que contém ovas.OVEVA - ( s.f.) - espécie de peixe.OVO NA BOCA - ( loc.v. ) - falar com ovo na boca; estar com ; falar enrolado ; ingresia; fala ininteligível.OVO VIRADO- (loc.v. ) – estar ou amanhecer “de ovo virado”, estar de mau humor,irrritadiço. “ Um dia desses ele me pega de “ovo virado” aí vai ver com quantos paus se fazuma canôa... È talvez uma comparação com a galinha que não consegue botar porque o ovo esta virado...”OVURA DA LUA - ( s.f.) - hora em que, dependendo da fase da Lua, a maré enche .

Page 13: Jornal Maranduba News #49

25 Maio 2013 Jornal MARANDUBA News Página 13

Letra da Folia de Reis dos anos 1960-80 da região é encontradaEZEQUIEL DOS SANTOS“Quero café com farinha

de milho! Quero com pão, quero com pão, quero com pão.” Era assim que as crian-ças traduziam as batidas da viola e do tambor quando viam uma Folia do Divino se aproximar de sua rua. Já a Folia de Reis era caracteriza-da pelos “tropés” dos cama-radas a invadir noite adentro para manifestar sua cultura. O silencio e as vozes baixas eram quebradas por uma nota solta da viola, uma ba-tida de colher, um tropicão numa pedra, um cochicho ao companheiro, um espirro ou do cachorro correndo atrás deste povo noite adentro.

Na realidade era uma fe-licidade descrita em cantos e sons dos instrumentos. O cansaço e o sono acabavam quando este festejo começa-va, a pele respirava, o cora-ção batia mais forte, as emo-ções afloram e as lágrimas vinham. São sentimentos no-bres, que relembram coisas boas, naturais, fé verdadei-ra, povo simples, sabedoria e conhecimento em tudo.

Era uma “currimaça” (cor-reria) sem precedentes para acompanhar a folia. Em pesquisa literária, feita por Pergo, levantou-se que a tradição da “Folia de Reis”, embora de origem espanho-la, chegou ao Brasil por in-termédio dos portugueses, ainda no período da colo-nização por volta do século XVI, cerca do ano de 1534, trazido pelos Jesuítas.

Em alguns países de ori-gem latina, especialmente aqueles cuja cultura tem origem espanhola, passou a ser a mais importante data comemorativa católica, mais

importante, inclusive, que o próprio Natal. Por aqui esta cultura acompanhou o perí-odo das suas raízes, os gru-pos se reuniam e visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos “San-tos Reis” e ao nascimento de Cristo, que se estendiam até a data consagrada aos Reis Magos – dia 6 de janeiro.

Esta tradição ganhou força especialmente no século XIX e mantém-se viva em muitas regiões do país, sobretudo nas pequenas cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Goi-ás, dentre outros.

Em nossa região a missio-nária francesa Claudie Perre-au se encarregou de manter as canções vivas através da escrita, isto é da datilografia. É dela um dos únicos regis-tros em papel de uma das

letras que eram cantadas na região do Sertão da Quina.

Belo também era o espe-táculo promovido pelo gru-po da Maranduba, a qual se destacava o canto, a voz da dona Vitória. Os dois grupos ainda possuem estas anota-ções em papel e seus mem-bros ainda se arriscam mos-trando esta bela tradição, cumprindo rituais tradicio-nais de inquestionável bele-za e riqueza cultural, refor-çando a identidade do país.

As letras, na maioria em 24 estrofes, são memórias vivas de um passado glorioso e da continuidade de uma iden-tidade formadora do nosso país. Por vezes muitos des-tes “cantadores e tocadores” improvisavam ou criavam novas letras conforme a ins-piração divida de cada mem-bro do grupo. As canções que Claudie registrou são

sobre temas religiosos, que por vezes se faziam ininte-ligíveis, dado o caos sonoro produzido, considerado pe-los especialistas, estudiosos e amantes da música regio-nal o charme da cantoria.

Isto ocorre quase sempre porque o ritmo ganhou, ao longo do tempo, contornos de origens africanas com for-tes batidas e com um clímax de entonação vocal. Contu-do, um componente perma-nece imutável: a canção de chegada, onde o líder (Ca-pitão ou Mestre) pede per-missão ao dono da casa para entrar, e a canção da despe-dida, onde a Folia agradece as doações e a acolhida, e por fim se despede com a bela e inesquecível canção da despedida.

Ao final do documento de Claudie está a caneta em le-tras de mão um acréscimo

de estrofes que o povo fazia espontaneamente e eram muitos.

Nesta região havia um grande conjunto de artistas que cantavam os mais va-riados estilos de reisados: o mineiro, o Paratiano, o Massaguaçu, o do Maninha Deus (Maculau), Ligeirinho, do tio Emídio, do André Ca-vaco, Alerta Brasileiro, Reis Grande e o Jesus Nasceu Numa Noite de Alegria.

Segundo o “cantadô e to-cadô” Zeca Pedro, 73, anti-gamente a cada família que era visitada pelos Reis elas também acompanhava o grupo, lá pela madrugada era uma procissão de mora-dores cantando com a gente, também antes que não tinha luz elétrica, começávamos cedo a cantar o reisado, ago-ra as pessoas dormem tarde e a festa fica bonita só pela metade, comenta o caiçara e músico autodidata.

Lembra ainda que era um encontro ímpar, digno de uma grande festa. Especialis-tas em cultura, história, turis-mo e antropologia apontam que enquanto houver mora-dor tradicional se mantém a mais viva das tradições deste povo, em forma de canto e direcionado aos Santos Reis e ao Menino Jesus com forte apelo á identidade da forma-ção do país, para eles isto não pode morrer.

Célebre a frase de outro “cantadô e tocadô”, Antonio Antunes, que disse que a maior riqueza de nosso povo não está no Banco Central do Brasil e sim na manutenção de nossa cultura e história. Vamô compadre, deixa de conversa, vamô cantá o Rei hoje!

Page 14: Jornal Maranduba News #49

Página 14 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2013

Jornal MARANDUBA News TODO MUNDO LÊ. ANUNCIE: (12) 9714.5678

Promata participa de celebração em ação de Graças a observadores de avesNo último domingo, 28 de

abril, no bairro do Sertão da Quina, aconteceu na Capela Nossa Senhora das Graças, uma celebração em ação de graças aos observadores de aves da região Sul de Ubatuba.

Na entrada o grupo Promata colocou a disposição dos fiéis reproduções das mais belas imagens registradas por ob-servadores de todo país. No decorrer da missa, Padre Car-los convidou parte do grupo a frente para que os fiéis vissem melhor seus integrantes.

Também como exemplo o celebrante citou a simplicida-de e o olhar de São Francisco de Assis, padroeiro do grupo, falou também da importância de cuidar das coisas de Deus e deu um puxão de orelhas em que prende aves em gaiola, justificando que Deus deixou de melhor aos animais e plan-tas a liberdade de estarem em seu habitat. Com o grupo es-tava Carlos Rizzo e Fernando Novaes, que vieram com suas famílias prestigiarem a cele-

bração. Alguns membros, por conta

do trabalho não puderam par-ticipar desta missa. Padre Car-los falou ainda da importância de se ter um olhar como o de São Francisco, de observar o belo, o divino, sem destruir ou maltratar. Deu o exem-plo clássico do respeito que o santo tinha com os animais e plantas e que por conta dis-to o respeitam chegando, no caso de aves, a pousarem em suas mãos. Falou também das cores e do belo que estes se-res representam a Deus. Para o grupo foi um momento mui-to importante, principalmente no que diz respeito as coisas simples e belas que acompa-nham o grupo, também pelas conquistas até o momento, já que o trabalho de base comu-nitária é um dos mais difíceis de serem realizados e enten-didos.

Café com polenta na visi-ta a sede própria

Na missa de ação de graças Padre Carlos lembrou da luta

do grupo Promata em erguer sua sede própria, do objetivo de trabalhar na organização da comunidade e espaço de vivencia, fé e qualificação dos interessados. Após a celebra-ção, moradores, convidados e turistas participaram de um

café com polenta para mostra do resultado dos trabalhos até aquela data. As famílias dos promateiros também pude-ram observar o que tanto seus membros fazem todos os sá-bados. Além de polenta e café foram oferecidos vários quitu-

tes e doces feitos pelos inte-grantes do grupo e pelos ami-gos da Promata. No domingo, 5 de abril, oficialmente a acon-teceu a primeira reunião em suas instalações, que falta alguns detalhes para o pleno uso e serviços à comunidade.

EZEQUIEL DOS SANTOSA capela de Nossa Senhora

das Graças, no bairro do Ser-tão da Quina, recebeu no úl-timo dia 23 de abril os novos bancos a serem utilizados pe-los fieis, devotos, moradores e turistas.

A capela recebeu também parte dos ornamentos que in-tegram o conjunto, como por-ta velas, sédia (altar), ambão, porta Círio Pascal, estante para o santo (coluna) e as ca-deiras onde ficarão os padres.

Os novos bancos são curvos e modernos para acompanhar a arquitetura da igreja, estofa-dos para maior comodidade e conforto aos fiéis. Também a capela do Santíssimo não ficou de fora, recebeu os suportes para ajoelhar em formato de uma pessoa ajoelhada (gino-flexório).

O valor dos bancos chegou

Capela Nossa Senhora das Graças recebe os novos bancosa 80 mil reais, sendo 90% do-ação de uma família que não quer se identificar. Com os no-vos materiais, os antigos que compunham a capela foram distribuídos as outras capelas.

Houve muita expectativa para inaugurar os novos ban-cos, que levaram mais de uma semana para serem montados, porém na missa inaugural pa-dre Carlos falou de “estarmos vivendo um tempo novo, das transformações dos sonhos re-alizados, da vontade de Maria e o lar dela sendo transforma-do em verdadeiro Santuário”.

Turistas que lá estiveram fi-caram encantados com a no-vidade. Aos mais velhos uns verdadeiros lares de Maria, com todas as circunstâncias que ela merece, uma casa para bem receber os visitantes como casa de todos nós, men-cionam alguns moradores.

ANUNCIE:(12) 9714.5678 - 7813.7563

Page 15: Jornal Maranduba News #49

25 Maio 2013 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

Crônica do Amor

“Ai João! Tá doeno! Tira logo João.” EZEQUIEL DOS SANTOSLá estava ele, havia passado da

hora do almoço e nada de conse-guir uma caça. Pensativo sentou sobre uma pedra, encostou sua Henrique Laporte (espingarda) num pé de Araçarana (árvore) e passou a observar o tempo. Tirou do bolso um punhado de fumo de corda, esticou o papel de pão na calca suja de barro, começou a colocar o fumo quando ouviu um barulho de bater de asas. Levan-tou-se colocou o fumo com papel e tudo no puçá pegou a espin-garda e seguiu o barulho. Cami-nhou por alguns minutos e nada de ver coisa alguma. Novamente sentou-se e lamentou entristeci-do porque, pensava este homem, não iria levar mistura para casa naquele dia.

Chateado, desconsolado resol-veu tirar uma soneca. Após esti-car os “cambitos” (as pernas ma-gras) começou a ouvir o barulho das águas que corria próximo ao rancho, os olhos iam se fechan-do para o merecido cochilo, mas algo o despertou, era de novo um barulho de bater de asas, deva-gar carregou sua companheira e caminhou em passos lentos e silenciosos até uma grota próxi-ma, lá avistou duas belas aves, grande e gorda que dariam para o jantar e o almoço do outro dia, então pensou na família “sapecô fogo” (atirou). Certeiramente de-pendurou os bichos e feliz da vida levantou acampamento e saiu.

No “carrero” (caminho) perce-beu que ouvia algo ou alguém reclamar, gemer. Cauteloso como era, deixou os pertences num “carramanchão” (emara-nhado) de mato de forma a não perder o local, mudou o rumo da caminhada e contra o vento se-guia o gemido, a reclamação, o choro, sabe lá o que era.

Ah móde! O local era cheio de eco, mas “ligero” e sabido como era, logo distinguiu o que era real

e o que não era. Aproximou-se de um punhado de arvores, a sua esquerda umas pedras e a direita uma “crareira” (clareira).

O som estava cada vez mais alto e ele mais curioso, quando percebeu que estava bem próxi-mo do local, levantou a espingar-da colocando-a na frente do cor-po, deu a volta na pedra e pode perceber um movimento por entre as folhagens, chegou mais perto, mais perto, aproximou-se abaixando silenciosamente.

Ele admirado, ouvia nitidamen-te uma voz meio fanhosa dizer: “Ai João! Tá doeno! Tira logo João! Puxa João! Ranca logo isso João!”. “Mardeloado!” reclamou o homem, isso é hora e lugar pra esta “senvergonhice”.

Hã! Hã!Hã!Lhéi só! Que pouca vergonha! “Virxi Maria”! “Créin-dospade”! A móde!- dizia o homem desconsolado. Porém sabia lá se tão fazendo “um mal feito” pro outro, foi averiguar. Levantou-se e com a ponta da espingarda afastou o mato que separava ele e a pouca vergonha quando assustado “se mar diz”: “Desgranhento negóço, sois bóis este tempo todo? Após ter ouvido a própria batido de seu coração por conta da gemedeira o homem enfim revela o que era - a sua frente nada mais que um João--de-Barro tirando um espinho de um dos pés de um papagaio, por isso o tal de: “Ai João! Tá doeno! Tira logo João! Após o susto o ca-çador demorou muito tempo para contar o que tinha presenciado até que um dia, numa roda de conversa “verdadeira”, resolveu contar o que tinha visto.

Segundo ele tudo não pas-sou da mais pura verdade de caçador. Esta história foi con-tada há muito tempo pelo meu tio Manoel Gaspar que por conta de uma roda de conver-sa lembrei e resolvi comparti-lhar com todos vocês.

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes te-riam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caeta-no. Isso são só refe-renciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormen-to que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de car-tas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você ado-ra brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajes-

te. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos em-pregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito

manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escre-ve poemas. Por que você ama este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revis-tas, jornais. Gosta dos filmes

dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica tam-bém tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comer-cial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Inde-pendente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de via-jar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao

pesto é imbatível.Você tem bom humor, não pega no pé de nin-guém e adora sexo.

Com um currículo desse, criatura, por que está sem

um amor?Ah, o amor, essa

raposa. Quem dera o amor não fos-se um sentimento, mas uma equação

matemática: eu linda + você inteligente =

dois apaixonados.Não funciona assim.

Amar não requer conheci-mento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milha-res, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas nin-guém conse-gue ser do

jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a ma-neira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor