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Outubro de 2014Jornal laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade 7 de Setembro

Bolha imobiliária em Fortaleza está descartada

Ceará se prepara para possí-vel caso de ebola no Estado. O Hospital São José treinou sua equipe para o atendimento de possíveis infectados. No Aero-porto Internacional Pinto Mar-tins, o treinamento será feito oferecido pela Infraero como já foi feito em outros estados.

Movimento convoca artistas urbanos a intervirem em pro-pagandas eleitorais que foram pintadas sem permissão. Os artistas reclamaram que as

Casa Própria]

Ceará está preparado para possível caso de ebola?

Grafi teiros realizam ato contra campanha eleitoral veiculada em muros

EsporteAtletas cearenses ganham quatro medalhas em duas modalidades de competição de Campeonato Nacional Esportivo de Karatê Interestilos 2014. Jovens fazem parte do Projeto Bushi-No-Te página 8

EducaçãoO Projeto Jovem de Futuro é uma parceria entre o Instituto Unibanco com as Secretárias Estaduais de Educação. Adotado por Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Ceará, começou em 2012 com a proposta de melhorar o currículo escolar página 10

EleiçõesPara os jovens eleitores existe certa expectativa por ter pela primeira vez o poder do voto, principalmente pela importância que ele tem dentro de uma sociedade democrática página 12

Pesquisa do Sinduscon/CE mostra que o volume de ven-das de imóveis entre os me-ses de junho e agosto de 2014 na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) aumentou em relação ao mesmo período

Combate ao Ebola]

Limpeza Geral]

do ano passado. Foram mo-vimentados R$ 87,1 milhões a mais do que no mesmo perío-do de 2013, o que corresponde a um aumento de 14,89% nas vendas. A alta, no entanto, é acompanhada da redução de

35,81% no número de lança-mentos de imóveis. Apesar disso, especialistas descar-tam a possibilidade da ocor-rência de bolha imobiliária na capital. página 5

A doença causada pelo vírus ebola já matou mais de 2.400 pessoas na África. Mesmo com a pequena possibilidade do vírus chegar ao Brasil, es-tados investem em prevenção, capacitando hospitais e profi s-sionais de saúde. página 6

campanhas eleitorais desca-racterizaram os grafi ttis com fotos, pinturas e cartazes de candidatos. página 4

Comunicação O Coletivo Mídia

Ninja, responsável por transmissões ao vivo

dos protestos em 2013, comemora mais de um milhão de acessos em

seu site. A página está há três meses no ar página 3

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2 Papiro | Outubro de 2014

Depois do agito, é possível calmaria?

Editorial]

Não há quem duvide de como 2014 será lembrado. O ano da Copa do Mundo do Brasil. Ou dos 7 a 1 para a Alemanha. O ano da invasão de turistas estrangeiros, da construção do polêmico viaduto da Avenida Antônio Sales, das eleições, do fogo cruzado entre candidatos à presidência da República e ao Governo do Estado. Mas o ano não acabou e a cidade ainda respira em meio a ebulição fomentada pela política, pela economia e por calendários nacionais que mobilizaram e esquentaram todo o país.

A primeira edição do Papiro deste semestre tentou, na medida do possível, encontrar brechas entre as polêmicas do ano, pautar-se além do óbvio, do que já se esperava que fosse dito. Exercício difícil, afi nal a cidade funciona como uma espécie de motor do tecido social e assim alguns assuntos parecem retroalimentados a cada instante, como o processo das obras de infraestrutura em vários pontos de Fortaleza.

Como falar de outros assuntos então, sem deixar o jornal preso à cobertura que tem sido feita pelos jornais, pelas televisões e emissoras de rádio da capital? Enxergar o ponto cego, invisível para muita gente, e trazer luz a assuntos sim repetidos, porém ocultados pelos problemas da cidade exaustivamente tratados na mídia local.

O que há de certo é que, mais que outros temas, o jornal laboratório produzido pelos alunos da disciplina Projeto Integrado de Jornalismo Impresso, é uma vitrine de uma importante etapa de aprendizagem. Se não temos como reproduzir fi elmente um dia inteiro de fechamento do chamado hardnews, procuramos dar mais velocidade à etapa de produção e apuração das notícias. Na primeira etapa do curso, os alunos revivem os conceitos de pauta e pré-pauta, depois vão às ruas para que, de modo provocado e autônomo, proponham suas próprias pautas. A editora-chefe sugere, comenta, os repórteres se pautam, apurando o olhar sobre os fatos que podem ser notícia e atentos às premissas de interesse e importância pública.

Boa leitura!

Diretor-Geral Ednilton Soárez Diretor Acadêmico Ednilo Soárez Vice-Diretor Adelmir Jucá

Coordenador do Curso de Jornalismo Dilson Alexandre

Editora-chefe Edma Góis Projeto Gráfi co e Direção de Arte Tarcísio Bezerra

Colaboraram os alunos de Projeto Integrado de Jornalismo Impresso e Design Editorial

Texto Ana Beatriz Rocha, Ana Clara Jovino, Assis Nogueira, Caio Faheina, Camila Vasconcelos, Daniel

Costa Souza, Erikison Amaral, Estélio Neto, Gustavo Freitas, Jarlesson Lima, Julyta Albuquerque, Laíne

Monteiro, Larissa Becker, Lérida Freire, Lígia Duarte, Matheus Ribeiro Cavalcante, Zaira Umbelina

Design Alexandre Fernandes, Antonio Bruno, João Silva, Stephanie Maia

Bolsista Design (NPJor) Valdir Muniz Charge Deleon Denizart

Coluna ilustrada]

N P J o rNúcleo de Produção Jornalística

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Outubro de 2014 | Papiro 3

Eles adoraram a iniciativa e re-latam que não tiveram dificul-dades para usar a ciclofaixa.“É muito importante que a ini-ciativa continue, para se co-nhecer a cidade, fazer exercí-cio e relaxar”, conta Laine. Já Stefano comenta que trocaria o carro pela bicicleta caso a im-plantação das ciclofaixas for intensificada.

motivo de irritação. Ele elogia a iniciativa apesar de desacredi-tar em uma possível mudança. “A iniciativa da operação é le-gal, mas não vai dar jeito, pois além do grande número de ve-ículos que ficam parados no si-nal fechado, tem os carros que saem do shopping”. Para ele, modificações na rua ou um tú-nel de entrada e saída no shop-ping melhorariam a situação.

No site oficial da Prefeitura de Fortaleza, o Prefeito Roberto Cláudio diz que Operação Via Livre quer ga-rantir a presença de um efe-tivo de suporte à AMC, “para ajudar principalmente na obs-trução de vias complicadas e no atendimento de colisões veiculares”. O prefeito decla-ra ainda, em nota, que a ope-ração deverá se estender para as demais áreas da cidade ao longo do ano.

Já o professor Thiago Freitas, 37, avalia que, com os guardas de trânsito orientan-do as pessoas, tudo melhorou. “Trajetos que eu demorava 30 minutos para fazer, agora faço em 10 minutos”. O maior proble-ma do trânsito é o desrespeito de pessoas que avançam em cima das outras, fecham cruzamen-tos, de carros estacionados em locais proibidos atrapalhando o fluxo de veículos. “No primeiro dia em que vi a operação, pre-senciei alguns motoristas ten-tando desobedecer as ordens dos guardas, mas com o tempo tudo começou a ir bem, melho-rou muito o trânsito por aqui”.

O trânsito é mais intenso in-tenso nas vias de acesso ao sho-pping e terminal da Parangaba por volta das 19h. Para o proje-cionista do shopping Parangaba Thomas Leandro, 24, o con-gestionamento generalizado é

No mês em que se come-mora o Dia Mundial sem Carro, várias cidades re-

alizaram iniciativas para cha-mar a atenção das pessoas para o uso de meios de transporte al-ternativos. Em Fortaleza, a or-ganização não-governamental Ciclovida ampliou a progra-mação para um mês inteiro a fim de comportar todas as ati-vidades do projeto, passeios ci-clísticos, oficinas de prática de ciclismo, rodas de conver-sas e debates com candidatos ao Governo Estadual. Com o tema “Conviver: uma cidade para todos”, o evento traz um calendário com atividades gra-tuitas distribuídas por vários pontos de Fortaleza.

Para Felipe Alves, um dos integrantes da diretoria da as-sociação, as discussões vêm em hora oportuna, já que a cidade está com várias obras de mobili-dade concluídas e em andamen-to; faixas exclusivas e corredo-res para ônibus, ciclofaixas, me-trô e VLT’s. No entanto, Alves

O tráfego no entorno do grande Montese e da Parangaba vem cau-

sando muitos problemas para pedestres e motoristas desde a inauguração do Shopping Parangaba, em novembro de 2013. Após dez meses de trans-tornos, a Prefeitura de Fortaleza e a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) deram início à Operação Via Livre, que tem como objetivo melhorar a flui-dez no trânsito na região.

A ação conta com 120 orien-tadores de trânsito para atuar em conjunto com a AMC. Estes coordenam o fluxo nos locais in-dicados de segunda a sexta, di-vidindo-se em turnos de seis ho-ras de trabalho diário cada. O projeto entrou em vigor no iní-cio do mês de setembro e faz par-te do Plano de Ações Imediatas de Transportes e Trânsito

chama atenção para o fato de algumas obras entregues prio-rizarem o motorista ao invés do pedestre ou ciclista, caso das re-formas nas avenidas Dom Luís e Santos Dumont.

As obras que priorizam o transporte coletivo e o modo cicloviário estão previstas na Política Nacional de Mobilidade Urbana. Iniciativas como es-tas afetam não só a questão da mobilidade, mas também aspectos sociais, ambientais, de saúde, e econômicos da ci-dade. Apesar dos avanços, o

tema também causa preocu-pação. “Vemos ainda obras que claramente dão preferên-cia a carros e motos, como a construção de túneis e viadu-tos, além da retirada de semá-foros para tornar vias mais ex-pressas”, ressalta Alves.

Para o advogado Gustavo Quinderé, é preciso intensifi-car a criação de novos espaços de segurança e prazer para o ciclista. “O uso da bicicleta traz benefícios físicos pra todo mundo. Também é bom e aju-da os motoristas a entenderem

(Paitt) que visa melhorias para quem trafega nos corredores do Montese e da Parangaba.

Para o estudante universitá-rio Victor Cordeiro, 26, o trân-sito em Fortaleza já era muito

ruim, mas na Parangaba, de-pois do shopping, tornou-se ainda pior, impossível de andar em certos horários. “Já fiquei parado no trânsito por 20 mi-nutos sem sair do lugar”.

que a bicicleta também faz par-te do trânsito” comenta.

Durante o mês de setem-bro, atividades voltadas à te-mática da mobilidade ocor-rem também em outras cida-des brasileiras, como Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Aracaju, Rio de Janeiro, São Paulo, Juiz de Fora (MG), Novo Hamburgo (RS) e Limeira (SP).

Vida de bikeUm trajeto de 12 km de fai-

xas de circulação exclusiva de ciclistas percorrendo pontos importantes da cidade, saindo do Parque do Cocó e indo até o Passeio Público, no centro da capital. Esse é o percurso do projeto Ciclofaixa de Lazer da Prefeitura de Fortaleza. A pri-meira edição ocorreu no dia 21 de setembro e a promessa é que aconteça todos os domin-gos entre 7h e 13h.

O casal de ciclistas Stefano Ceccon, 43, e Laine Ceccon, 38, fez todo o percurso, ida e volta.

Evento discute a mobilidade urbana na capital

Ação contra o engarrafamento na Parangaba mobiliza agentes e comunidade

Ativismo]

Trânsito]

Durante o mês de setembro, a associação Ciclovida promove rodas de conversas, atividades campais e debates com os candidatos ao Governo Estadual

Operação Via Livre quer desafogar trânsito em torno do shopping inaugurado há menos de um ano. População ainda duvida da eficiência da operação

REPORTAGEM | FOTOS Assis Nogueira DESIGN Alexandre Fernandes

REPORTAGEM | FOTOS Jarlesson Lima DESIGN Alexandre Fernandes

Pro j eto Ci c lo fa i xa d e L a ze r

Aos domingos, das 7 às 13

horas

Percurso: Parque do

Cocó, Avenidas Sebastião

Abreu, Padre Antônio

Tomás,Virgílio Távora, Dom

Luís, Desembargador Moreira,

Beira-Mar, Almirante Barroso,

Alberto Nepomuceno, Rua

João Moreira e Passeio Público

Ciclofaixa de lazer em seu primeiro dia, atraindo pessoas de todas as idades

Orientadores de trânsito guiam o transito nos arredores do Shopping Parangaba

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4 Papiro | Outubro de 2014

SA I BA M A I S

Acesse https://ninja.oximity.

com/ e veja vocë mesmo.

Portal do Coletivo Mídia Ninja alcança um milhão de acessos

Comunicação]

Site do coletivo, em que os próprios usuários podem ser os editores, ultrapassa 1 milhão de acessos em três mesesREPORTAGEM Julyta Albuquerque FOTOS Coletivo Mídia Ninja/Divulgação DESIGN Alexandre Fernandes

O site do Coletivo Mídia Ninja ultrapassou 1 mi-lhão de acessos com ape-

nas três meses no ar. Lançado na plataforma global de notí-cias, Oximity, o site do grupo permite que usuários previa-mente cadastrados colaborem com matérias, vídeos e imagens.Até agosto desse ano, 1.177.660 pessoas entraram na platafor-ma em busca de informação “al-ternativa” à grande mídia.

Cerca de 200 colaborado-res enviaram material para a o site do grupo e cerca de 390 mil acessos ao mês foram re-gistrados. Isso um ano depois da Mídia Ninja ganhar notorie-dade ao transmitir ao vivo, via celular para o Twitter, usando a rede 3G, os grandes atos em São Paulo. O grupo, que “fu-rou” bloqueios policiais e reve-lou o “olhar” do manifestante, investiu na plataforma com o objetivo de organizar os conte-údos jornalísticos elaborados por núcleos do grupo em vá-rios estados e leitores que co-laboravam voluntariamente.

Para o coordenador de transmissões ao vivo do cole-tivo, Filipe Peçanha, a pági-na do grupo, no Facebook, que conta hoje com mais de 300 mil pessoas, não é o suporte ideal de comunicação, embora reco-nheça que o grupo ganhou vi-sibilidade nas redes sociais. “No Facebook muita coisa se perde, por exemplo, por causa da uma linha do tempo. Já esse portal busca sistematizar esse conteúdo e aprofundar o deba-te”, esclarece Peçanha.

“Mês que abalou o Brasil”

Em junho de 2013, o im-provável aconteceu. Depois de anos de silêncio e coni-vência, o povo brasileiro saiu às ruas e cobrou mudanças, novas posturas e seriedade na administração do país. Manifestações populares, conclamadas pela internet, “estouraram” rapidamente em várias cidades, pondo em alerta governo e imprensa.

O estopim do que viria a ser o “mês que abalou o Brasil” ocorreu em São Paulo, quando o Governo do Estado reajustou as passagens do

década – como é o caso de Egito e Espanha - foram alavancadas pelo acesso massivo da popula-ção à internet e às tecnologias que proporcionam rápida vei-culação de materiais e deba-tes, principalmente em redes sociais, tornando o fazer jor-nalístico livre de “amarras” do poder das empresas de co-municação, em uma atitude ra-dical e alternativa.

Islândia e Tunísia também passaram por movimentos semelhantes. A Islândia ela-borou, pela internet, em um contexto colaborativo, a nova Constituição do país, caso úni-co até então no mundo.

Para o jornalista e colunis-ta do Jornal O Povo,Tarcísio Matos, essa nova experiên-cia de comunicação é muito importante para enriquecer democracias. “Não podemos esquecer que contribuir no-ticiosamente é um grande res-ponsabilidade, então não nos esqueçamos das nossas pre-missas básicas para um jor-nalismo bonito e motivador de mudanças”.

Colaborativismo social: ação do coletivo Mídia Ninja se soma a série de manifestações no país e no exterior

Manifestações em 2013, em todo país, deram visibilidade à Mídia Ninja

Os materiais (textos, fotos e vídeos) foram produzidos e editados durante as manifes-tações, tudo no “calor” dos acontecimentos. Os jornalis-tas do grupo, no centro dos acontecimentos, faziam entre-vistas sem “segurar a mão”, indagando autoridades e ques-tionando manifestantes.

Colaborativismo pelo mundo

As mudanças e lutas so-ciais que determinados paí-ses têm enfrentado na última

da cultura. Inspirada nos coleti-vos de notícias CMI – Centro de Mídia Independente–, Al Jazeera e Democracy Now, a Mídia Ninja conta hoje com 100 colaboradores trabalhando exclusivamente nos projetos de jornalismo.

Somente em 2011, o grupo pas-sou a estreitar relações com mo-vimentos sociais e outros coleti-vos de midialivrismo, apurando seu olhar para as questões so-ciais mais amplas e que circun-davam seus componentes, como, por exemplo, as questões de mo-radia e cultura digital.

transporte público em 20 cen-tavos.Entre excessos e arbi-trariedades de ambos os lados – manifestantes e policiais – estava a mídia tradicional. Ostensivamente repudia-da durante todos os grandes atos, principalmente nas ca-pitais, a imprensa seguia sua cobertura e mudava o tom do discurso ao longo do mês.

Como tudo começouO grupo surgiu em 2005 den-

tro da Rede Colaborativa “Fora do Eixo”, que se dedica à promoção

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Outubro de 2014 | Papiro 5

Bolha imobiliária em Fortaleza está descartadaCapa]

Apesar da diminuição do número de lançamentos, a capital é a segunda cidade do país em aumento de preço por metro quadrado

Pesquisa do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon/CE) mos-

tra que o volume de vendas de imóveis entre os meses de ju-nho e agosto de 2014 na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) aumentou em relação ao mesmo período do ano pas-sado. A pesquisa também cons-tata que houve redução no nú-mero de lançamentos de em-preendimentos imobiliários na capital neste ano.

Nos últimos três meses, fo-ram movimentados R$ 87,1 milhões a mais para a aquisi-ção de imóveis do que no mes-mo período de 2013. Isso cor-responde a um aumento de 14,89% no volume de vendas. A alta, no entanto, é acompanha-da da redução de 35,81% no nú-mero de lançamentos de imó-veis. Apesar disso, especialis-tas descartam a possibilidade da ocorrência de bolha imobi-liária na capital.

Para o coordenador do cur-so de Negócios Imobiliários da Faculdade 7 de Setembro (FA7) Roberto Dias, a diminuição de lançamentos imobiliários não preocupa porque o mercado ainda está em crescimento. “É natural que haja uma redução na oferta de imóveis hoje, por-que o mercado cresceu muito em 2012, mas observamos que as construtoras continuam com um volume alto de ven-das”. Ele acrescenta que não há motivos para preocupação

REPORTAGEM | FOTOS Zaira Umbelina DESIGN Alexandre Fernandes

com a bolha imobiliária em Fortaleza. Esse fenômeno cos-tuma ocorrer em mercados que apresentam número elevado de demissões, fazendo com que os compradores deixem de ter li-quidez para pagar a dívida e devolvam os imóveis. “O Brasil ainda não tem ambiente para bolha imobiliária porque ape-nas cerca de 12% do PIB brasi-leiro está tomado de emprésti-mo para financiamentos. Nos países onde ocorreram a bo-lha, esse percentual girava em tono de 80%”. Segundo Dias, os números mostram que o país tem muito a crescer.

O economista Luciano Comin também não acredi-ta que a bolha imobiliária chegue a Fortaleza, porém apresenta outra justificativa. “Nosso déficit habitacional ainda é muito grande e o go-verno está dando incentivos para quem quer comprar re-duzindo a taxa de juros”.

Preço dos imóveisEm relação aos valores dos

imóveis, dados do Índice Fipe Zap, que acompanha as varia-ções dos preços dos imóveis em cidades brasileiras, mostra que o mercado imobiliário em Fortaleza cresceu 6,7% de ja-neiro a agosto de 2014. Apesar de o número ser menor do que o verificado no mesmo perío-do do ano passado, quando foi de 7,7%, especialistas do ramo imobiliário se mostram otimis-tas com o volume das vendas.

A capital cearense é a se-gunda cidade a registrar um maior aumento de preço por metro quadrado. Em primeiro lugar está Vitória, com aumen-to de 8,3%. Já os índices mais

Para o professor Roberto Dias, não há motivos de preocupação com a diminuição de lançamento imobiliários

adquirir um imóvel. “Não que-remos nos precipitar, pois nos-so interesse é fazer um bom ne-gócio”, acrescentou.

Dica do especialistaPara Luciano Comin, o

cliente deve ter alguns cuida-dos antes de comprar um imó-vel financiado. Ele recomen-da que o comprador não com-prometa mais do que 30% do

Fortaleza é a segunda cidade do país em aumento de preços por metro quadrado

baixos ficaram com Brasília, -1,1% e Curitiba, 0%.

Para Dias, os aumentos nos preços que ocorreram no ano passado foram impulsiona-dos pela Copa do Mundo, pois se acreditou que os imóveis iriam ter valorização com as obras realizadas para o even-to. Mas, apesar das oscilações, os preços dos imóveis e as ven-das devem se manter estáveis. “Provavelmente não vamos ver prédios inteiros sendo vendi-dos em uma semana como em 2012, mas também não veremos tabelas de preços serem atuali-zadas constantemente”.

Já o consumidor espera que os preços diminuam. A es-tudante Lívia Priscilla, 25, e o servidor público Wood Reis, 26 planejam se casar nos pró-ximos anos. Eles fizeram uma poupança para dar entrada na compra de um imóvel, mas es-tão preocupados com a alta nos preços. “Nossa expectati-va era de que os preços iriam diminuir depois da Copa do Mundo, no entanto achamos que eles não vão diminuir mui-to”, disse Lívia. Diante dessa perspectiva, o casal decidiu esperar por até dois anos para

“O Brasil não tem ambiente para bolha imobiliária.”

Roberto Dias.

“O déficit habitacional em Fortaleza ainda é muito grande”

Luciano Comin.

seu orçamento com a presta-ção do imóvel. Para isso, deve ser avaliado se o financiamen-to vai ser mais longo e com parcelas mais baratas, ou se vai ser mais curto e com pres-tações mais caras. “O impor-tante é que o comprador tenha controle sobre suas despesas para não comprometer muito a sua renda e dificultar a qui-tação da dívida”.

Veja na tabela abaixo a variação acumulada dos preços dos imóveis nos períodos de janeiro a agosto de 2013 e janeiro a agos-to de 2014:

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6 Papiro | Outubro de 2014

Pedidos por aplicativos-delivery devemdobrar até 2015

Indústria do sorvete cresce no Estado do Ceará

Tendência]

Negócios]

42% dos pedidos de comida em casa ou no trabalho são efetuados pelos novos aplicativos de delivery

Na última década, o setor teve crescimento de 150% no Estado, alavancando vendas e atraindo novos empreendedores para esse mercado

REPORTAGEM | FOTOS Caio Faheina DESIGN Stephanie Maia

REPORTAGEM | FOTOS Camila Vasconcelos DESIGN Stephanie Maia

Na era “ponto-com”, o avanço nas mais diver-sas áreas para facilitar

e economizar o tempo do con-sumidor está sendo gradativo. Pedir o jantar por ligação ou pelo site, por exemplo, é um conforto aos brasileiros, que já se torna ultrapassado. Agora, com o surgimento de aplicati-vos-delivery para smartpho-nes, fazer um pedido em me-nor espaço de tempo e com mais agilidade está se tornan-do hábito entre os usuários, que são beneficiados com car-dápios completos, preços e fo-tos dos produtos, além da in-dicação de tempo estimado da chegada do pedido.

Segundo estimativas da Associação Brasileiras de Bares e Restaurantes (ABRASEL), o mercado de de-livery movimentou R$ 8 bi-lhões no ano de 2013. As em-presas usuárias apostam no crescimento de 100% até o pró-ximo ano.

O publicitário e professor universitário Davi Rocha está satisfeito com o serviço que, segundo ele, traz comodidade e facilidade ao pedir comida de casa ou fora dela. Rocha re-lata que já teve complicações

O consumo de sorvete duplicou em menos de dez anos no Ceará. Os

números são do Sindicato de Sorvetes (Sindsorvetes), que observou o aumento de consu-mo de 2,5 litros para quase 5 litros do produto por pessoa. A expectativa da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS) é que a produção e o consumo de sor-vetes cresça em todo o país em 2014, superando o de 2013, que foi de 6,19 litros.

De acordo com o Sebrae, na última década, o crescimento do setor no Estado foi de 150%. Com qualidade e inovação, as marcas locais têm atraído mi-lhares de consumidores que

ao usar o serviço, mas logo foi atendido pela empresa para resolver o problema. “Já houve complicações relati-vas a erros de pedido e atra-sos. Entretanto, o serviço de

buscam bons preços e sabores diferenciados. Um exemplo é a Pardal Sorvetes. Há mais de 20 anos no mercado, a marca foi lançada no interior do es-tado do Rio Grande do Norte, com o nome Picolé Caseiro e com o crescimento da deman-da expandiu-se até o Ceará, onde é produzido e distribuí-do atualmente.

A Pardal foi a idealizadora do modelo cônico, que se adap-ta melhor à boca, sendo copia-da por outras marcas. Hoje, ela produz cerca de 40 mil picolés/dia e 8 mil litros de sorvete. Seu Antônio, que trabalha há mais de cinco anos vendendo picolés na avenida Beira Mar, afirma que o picolé da Pardal é sempre

atendimento disponibilizado pelo restaurante contatado via app resolveu o problema com prontidão e resgatou a minha confiança no sistema”, destaca o publicitário.

um dos primeiros a acabar. “No final do dia restam poucos e as pessoas acabam comprando de outras marcas”, diz.

Outro exemplo de sucesso é a Frut Biss, que nasceu de forma despretensiosa, com o seu proprietário Gutemberg Costa vendendo para vizi-nhos e restaurantes no bair-ro Cajazeiras. Tudo começou após Vanda Lúcia, sua esposa, ter feito um curso de sorvete com a intenção de consumir em casa. O resultado foi tão bom, que decidiram comercia-lizá-lo. Logo, o número de ven-das aumentou e a Frut Biss se tornou empresa, sendo atual-mente a segunda maior forne-cedora de sorvetes do mercado

A iFood, criada em 2011, como uma startup (empre-sa com custo de manutenção baixo, mas geradora de lucros altos) foi uma das empresas pioneiras no setor, que recebe

cearense. Natália Bronzeri, 23, consumidora assídua, destaca: “É um sorvete muito cremoso, não tem aquele sabor artifi-cial que a gente nota em outras marcas, e eles sempre acertam na combinação dos sabores”.

Para quem pretende inves-tir na indústria do sorvete, as perspectivas são boas, já que o brasileiro aprendeu a consu-mi-lo em qualquer tempera-tura e vê-lo como um alimen-to nutritivo. Entretanto, ain-da estamos longe do consumo de nossos vizinhos sul- ameri-canos. De acordo com a ABIS, Chile e Argentina consomem em torno de 10 litros de sorve-te por ano, enquanto o Brasil apenas 6 litros.

cadastros de restaurantes e oferece visibilidade e desta-que na mídia. Eliminando custos de manutenção on-li-ne, linha telefônica e divul-gação em redes sociais, a em-presa paga apenas uma por-centagem do valor do produto vendido à startup.

De acordo com o site da em-presa, a ideia de montar uma rede de delivery surgiu da percepção de um dos donos da marca, que tinha uma sé-rie de cardápios em casa. Para ele, telefonar sempre que que-ria pedir comida não parecia ser a melhor solução. “Um ano depois, vieram os aplicativos para Android e iOS e, com eles, o boom: a facilidade de fazer um pedido na palma da mão ajudou nosso negócio e os res-taurantes locais a crescerem”, afirma o site.

Hoje, com mais de um mi-lhão de downloads do aplica-tivo e mais de 200 mil pedidos por mês, o iFood garante 20% de aumento no número de pe-didos do restaurante filiado. No total, 1500 restaurantes, abrangendo 15 estados bra-sileiros, estão presentes na plataforma.

CONSUMO MÉDIO DE SORVETE POR

PESSOA EM LITROS/AN0

Aplicativos de serviços delivery mudam o velho costume de pedir comida pelo telefone. Mais praticidade e conforto são apontados como benefícios desse atendimento. O iFood contabiliza mais de 200 mil pedidos por mês

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Outubro de 2014 | Papiro 7

arte urbana não é somente da parte dos políticos, pelo con-trário. Outros tipos de propa-ganda e as pichações também degradam as expressões urba-nas. Em espaços onde os can-didatos deixaram expressa a autorização do proprietário, o grupo não interfere.

A respeito da interferência política partidária sobre alguns dos grafittis espalhados pela ci-dade e a visão dos candidatos so-bre a arte urbana, a assessoria do candidato Eunício Oliveira, que está presente em vários ca-sos conflituosos com grafitei-ros, não se pronunciou até o fe-chamento da matéria. (GF)

Grafiteiros realizam ato contra campanha eleitoral veiculada em muros

‘Bandeiraço’ e panfletagem eleitoral poluem a cidade

Poluição Visual]

Propaganda política se apropria de espaços já utilizados pelo graffiti em Fortaleza e abre uma polêmicaa respeito da poluição visual e arte urbana na cidade

Os muros de Fortaleza estão sendo disputados entre candidatos polí-

ticos e grafiteiros há pelo me-nos dois meses. Conflitos gera-dos pela utilização política de espaços antes preenchidos por graffitis motivou artistas da ci-dade a iniciarem o movimento Limpeza Geral. A ação, inicia-da em setembro, pretende reti-rar a propaganda política vei-culada de forma abusiva, subs-tituindo-a pela grafitagem.

O movimento dos grafiteiros passou a se organizar a partir da frequente atitude, tomada por equipes de campanha, que não respeitando o graffiti já presente em muros, fazia a pin-tura da propaganda eleitoral. Exemplo disso, foi apropriação

Além dos candidatos pro-moverem suas campanhas no horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio e em pinturas de muros, são feitas panfletagens, entrega de “san-tinhos” com o apelo ao voto e “bandeiraços” nas principais vias da capital. Os excessos dessas propagandas contri-buem para a poluição da cida-de, gerando desconforto para parte da população, afinal nem todo mundo vê com bons olhos tal prática.

É o caso da estudante Luana Gomes, 19. Ela diz que sempre tem algum candidato na por-ta da universidade onde estu-da. “Todo dia tem alguém en-tregando panfleto. Eu pego por educação, mas nunca leio, sem-pre amasso ou jogo no lixo. O máximo que a maioria faz é

de um mural do escritor de graffiti, Rudson Duarte, na Avenida Rogaciano Leite, S/N, no bairro Guararapes, pelas equipes de campanha do se-nador, e candidato ao Governo do Estado, Eunício Oliveira (PMDB). O artista, que faz sua arte através de financiamen-to próprio, não criou caso e já está concluindo uma nova obra no local.

O espaço em questão é um terreno baldio e, se descober-ta a apropriação de um es-paço sem a devida autoriza-ção, o candidato é legalmen-te obrigado a pagar multa ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O caso de dano à arte urbana não foi o único, assim como também não é exceção

olhar pra cara do candidato no papel e depois jogar fora”. São tantas as propagandas que mal é possível prestar atenção se-quer em uma só.

Um exemplo de propaganda que, ao invés de trazer conven-cimento político, traz irritação à população são as bandeiras no meio-fio e nas calçadas das ruas, além de atrapalhar quem tenta andar pelas calçadas, tira atenção de quem dirige. Segundo Marcos Lomonaco, 40, é quase impossível tran-sitar nas calçadas no final da tarde, onde segundo ele, é o ho-rário com um maior número de bandeiras nas ruas. “Umas 18h você tenta passar na cal-çada e tem sempre gente segu-rando aquelas bandeiras. Tem de ficar desviando pra não ba-ter em você”. (LM)

a apropriação de espaços que aparentemente “não tem dono” ou apresentam aparên-cia de abandono.

O grupo Rua Fortaleza, co-letivo destinado aos assuntos relacionados à toda e qualquer arte urbana, que divulgou em sua página o ocorrido, ques-tionou o comportamento de determinados candidatos com relação à arte de rua e com o próprio artista. “Não tinha nada a ver a arte urbana com essa história”, ressaltaram, ao referirem-se ao período de campanha eleitoral.

Diante de tal conflito, que é apenas um dos casos, um

grupo de grafiteiros da cida-de decidiu se organizar e criar o movimento Limpeza Geral. A ação, idealizada pelo artista Narcélio Grud, que teve seus graffitis apagados pela cam-panha eleitoral na Avenida Aguanambi, tem como obje-tivo convocar os artistas ur-banos locais para fazer arte ou qualquer tipo de interven-ção em propagandas eleitorais que foram pintadas sem per-missão. “Nada será feito sobre publicidade cujo espaço tenha a permissão do proprietário do muro”, destacou.

O coletivo Rua Fortaleza re-força que a falta de respeito à

REPORTAGEM | FOTO Gustavo Freitas/ Laíne Monteiro DESIGN Antonio Bruno

Acima o mural feito pelo escritor de graffiti Rudsonn Duarte e abaixo a intervenção política. Arte é desrespeitada por candidatos

Além das pinturas de muros como a da imagem acima, população reclama do desrespeito por meio da sujeira, dos bandeiraços e dos carros-de-som no período eleitoral

Artistas planejam ato em várias pontos da cidade com o objetivo de chamar a atenção para a propaganda eleitoral indevidamente posta sobre murais

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8 Papiro | Outubro de 2014

Atletas cearenses se destacam no Campeonato Brasileiro de Karatê

Aplicativo desenvolvido por alunos do IFCE facilitaa vida acadêmica

Os atletas de Karatê Alexandre Rosa, 21, Manoel Messias, 15, e Tayná de Lima, 12, do Projeto Bushi-No-Te foram os destaques no Campeonato Nacional Esportivo de Karatê Interestilos 2014

Estudantes do curso de Engenharia da Computação do IFCE desenvolvem aplicativo para celular, que permiteo acesso de alunos a informações do portal da faculdade

O Instituto Beatriz e Lauro Fiuza (IBLF) escolheu seus 15

melhores atletas para re-presentar o Instituto e o Estado no Campeonato Nacional Esportivo de Karatê Interestilos 2014.Com a es-colha dos representantes do Instituto, o projeto conquis-tou ao todo 14 medalhas; três de ouro, três de prata e oito de bronze. As medalhas fo-ram conquistadas pela par-ticipação em duas modalida-des esportivas: apresentação Kumite (combate entre dois adversários) e apresentação Katá (simulação de combate detalhada, individual e por equipe).A competição ocor-reu no município de Lauro de Freitas (BA), entre os dias 11 e 14 deste mês e contou com cer-ca de mil atletas de todas as regiões do país.

Entre os destaques da equi-pe cearense está o aluno do projeto social, Alexandre Rosa (21). Com 44 títulos no esporte,

Alunos do segundo e terceiro semestres do Instituto Federal do

Ceará (IFCE) criaram um aplicativo para celular, o IF Notas, que transporta os da-dos acadêmicos do portal da faculdade para os smartpho-nes, com o objetivo de ajudar seus colegas de turma.

Em todo o Brasil alunos se juntam para desenvolver apli-cativos e aprimorar seus co-nhecimentos, buscando inves-tidores que os encaminhe a ter seu próprio empreendimen-to. Pensando nisso, estudan-tes do IFCE participaram de um concurso de jovens talen-tos na área de tecnologia, que aconteceu em maio, chamado “Hardware e Software”, onde apresentaram o aplicativo

entre eles o de Melhor Atleta do Ano de 2013 e vice-campeão Mundial de 2014, o Karateca também trouxe para o Ceará o título de Campeão Brasileiro Esportivo nas duas modalida-des que disputou.

Para chegar ao lugar mais alto do pódio, Alexandre pas-sou a compartilhar seus co-nhecimentos e ministrar au-las para uma turma infan-til do projeto social. “Minha dedicação e força de vonta-de foram cruciais para que eu chegasse até aqui, não só como atleta, mas como pessoa

para celulares smartphones com o sistema android.

O aplicativo foi premiado com o terceiro lugar no con-curso, ganhando fama por todo o campus. Entre suas funções iniciais, destacadas pelo aluno Guilherme Matias, do curso de Engenharia de Telecomunicações, estão a de verificar a aula que o aluno vai ter no dia, as notas de cada disciplina em que está matri-culado e o histórico curricular. Matias afirma que é um servi-ço útil. “Ele facilitou muito, não preciso estar sempre conecta-do a internet para ver qual a minha aula de hoje, já que esse aplicativo está todo dia no meu núcleo acadêmico e disponibili-za minhas informações”. Os in-ventores Alan Jeferson, David

também. Ser uma atleta de ponta e ministrar aulas ao mesmo tempo não é fácil”, conta. Atualmente o atleta, que é uma revelação da mo-dalidade esportiva, é um dos cotados para ser convocado para a Seleção Brasileira de Karatê.

Segundo o treinador do atleta e coordenador do proje-to, Romilson Mariano, o cam-peão é um exemplo para todos dentro do Instituto. “Além de um belo atleta, Alexandre se tornou uma espécie de espelho

Sanford e Levi Jordão, dizem que é apenas o começo e que devem aprimorá-lo.

O Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do IFCE, Auzuir Ripardo, desta-ca o quanto é importante para o aluno a participação e desen-volvimento de aplicativos, pois é uma forma de preparação para futuros empreendimen-tos, podendo melhorar a qua-lidade de vida dos criadores e ajudar a alavancar a econo-mia do país. Ele explica que o Instituto Federal do Ceará está sempre à disposição dos alunos que desenvolvem softwares. E os convida para participar de um registro feito pela insti-tuição de ensino no Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), responsável pela propriedade

para os mais jovens. Todos o enxergam como um exemplo a ser seguido.”

SuperaçãoApesar da disposição e gana

para conquistar títulos e me-dalhas, o aluno do IBLF ainda apresenta muitas dificuldades para manter seu desempenho. A falta de investimentos no es-porte e a ausência de patroci-nadores são fatores que atra-palham o seu rendimento. Além disso, o atleta tem uma grande história de superação

intelectual. Do lucro obtido com os aplicativos desenvol-vidos, um terço é destinado aos seus criadores e o restan-te fica para a instituição.

Os criadores do IF notas estão em fase de conversas com o NIT, uma vez que pre-tendem conseguir o registro

ao longo de sua carreira. Ao fa-zer parte do projeto, o aluno só poderia competir fora do seu estado se tivesse a autorização do seu responsável, entretan-to, Alexandre foi abandonado ainda criança pelo pai.

O esporte o levou em bus-ca do pai. “Para dar continui-dade ao meu sonho de ser um grande karateca, eu precisa-va competir em outros esta-dos, mas para isso, era exigi-do a autorização dele, foi en-tão que decidi reencontra-lo”, afirma o lutador.

na propriedade intelectual a fim de obter incentivos finan-ceiros para a continuação do aprimoramento do software. Auzuir garante que a insti-tuição está ciente da impor-tância dessa invenção. “O IF Notas é um software muito promissor”.

REPORTAGEM Matheus Ribeiro Cavalcante FOTOS Divulgação DESIGN João Silva / Stephanie Maia

REPORTAGEM Lígia Duarte DESIGN Stephanie Maia

Campeões]

Tecnologia]

“Através do karatê eu consegui reencontrar o meu pai. Então, agradeço a esse esporte por tudo que tenho hoje, pois ele transformou a minha vida,”

Alexandre Rosa, Karateca.

Melhores atletas do instituto foram disputar o Campeonato Brasileiro. Investimento é refletido nas medalhas conquistadas

Alunos foram convidados a participar com registro do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT)

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Outubro de 2014 | Papiro 9

S E RV I ÇO

O valor da entrada custa

R$10 (inteira) e R$ 5 reais,

(meia entrada) para idosos e

estudantes. Crianças de até 10

anos não pagam.

Feira de Artesanato atrai atenção nos Terminais de Ônibus

Artesãos cearenses participam de feira com produtores de todo o mundo

Empreendedorismo]

Mundial Art]

Usuários dos terminais encontraram diversos artigos em bordado, argila, renda, biscuit e pedrarias com preço acessível

Evento internacional pretende ajudar Aa comercialização do artesanato regional no exterior

Com o objetivo de pro-porcionar a comercia-lização do trabalho dos

artesãos, contribuindo com a geração de renda para di-versas famílias, uma feira de artesanato tem mudado a cena dos terminais de ônibus. Todos os meses, os artesãos cadastrados pelo programa Feira de Pequenos Negócios, da Prefeitura Municipal de Fortaleza, expõem e comercia-lizam seus produtos nos sete terminais de ônibus. O projeto é uma vitrine de divulgação dos produtos com identidade regio-nal, por meio da comercializa-ção de diferentes artigos.

O projeto acontece há mais de um ano em praças e ou-tros locais de comercializa-ção, entretanto, a exposição nos terminais se deu a partir do mês de junho. O programa

Artesãos de vários países terão seus trabalhos expostos a partir do

dia 10 de outubro, no Mundial Art, no Centro de Eventos do Ceará. Produtores locais se somam ao time de exposito-res, em uma tentativa de fa-zer com que o artesanato ce-arense ganhe reconhecimen-to no mercado internacional. Organizado pela Associação do Bem Estar dos Artesãos Cearenses, o evento realiza o intercâmbio cultural entre nações, expondo toda a diver-sidade artística típica de cada país.

A feira tem como objeti-vo valorizar a cultura, mos-trando a diversidade, cria-tividade e originalidade dos

Feira de Pequenos Negócios de Fortaleza, atualmente, contem-pla cerca de 1400 artesãos que produzem e vendem produtos diversificados, como artigos em bordado, argila, renda, bis-cuit, pedrarias, artefatos em couro, fuxico, crochê, dentre outros produtos. Para a identi-ficação nos terminais, cada ar-tesão recebe um crachá do pro-jeto. A partir das ações realiza-das nos terminais de ônibus, os empreendedores cadastrados tiveram um aumento de mais de 100% no seu faturamento.

Os artesãos que participam da feira nos terminais têm se mostrado bastante satisfeitos com o apoio recebido através do programa, como conta Fátima Cristina, 46: “Tenho sido bene-ficiada pelas feiras nos termi-nais de todas as maneiras, pois com o lucro que tenho, eu não só compro meus materiais de venda, como também já conse-gui fazer a reforma da minha casa”. A artesã Alice Góes, 51, comercializa produtos há cin-co anos e afirma que os termi-nais são locais de muito mo-vimento, por isso o lucro tem

artesãos, ampliando a impor-tância econômica do artesa-nato no Brasil e no exterior. Andreia Sousa, assistente so-cial e artesã, já foi para duas edições da feira, e pretende ir para a de 2014 também. “Por ter uma variedade enorme de culturas, eu consegui conhe-cer muitos produtos que não imaginava existir, e isso pode ser uma chance de investir em algo inovador para o mercado do Ceará”. Andreia conta ain-da que inovou em seus produ-tos feitos de argila a partir de ideias que teve quando visitou os eventos anteriores.

Mais de 20 países partici-pam da Feira Internacional de Artesanato, dando a oportuni-dade de maior conhecimento na

sido satisfatório e a ajudado em casa. “A pessoa vê, gosta e compra”, disse. As feiras bene-ficiam não só os artesãos, como dão satisfação às pessoas que frequentam os terminais, tan-to pela qualidade do produto como pelo preço acessível.

Para participar do progra-ma de feiras, é necessário que o artesão se cadastre na sede da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Avenida Aguanambi, 1770 – Bairro de Fátima) ou na Sala do Empreendedor, localiza-da em todas as Secretarias Regionais. Para isso, bas-ta apresentar comprovan-te de Registro de Artesão, Documento de Identidade ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e Comprovante

área para quem quer aprender. Maria Zélia, professora e arte-sã, foi para o evento realizado no mês de agosto deste ano em Manaus (AM) e afirma que po-de-se aprender muito com a cul-tura do estado e as diferentes culturas que presenciou duran-te o evento. “Moro em Juazeiro do Norte e estou amando sa-ber que a feira irá acontecer em Fortaleza. Sou apaixonada pelo artesanato e sempre bus-co aprender mais, não vai ser a distância que vai me impedir”, destaca Maria Zélia.

Paulo Lima é artesão e está dedicando seu tempo para pro-duzir os produtos que vai ex-por durante a Mundial Art. Participou também da feira ocorrida em Manaus neste ano,

de Endereço. A inscrição é gra-tuita, porém, os produtos pas-sam por uma análise antes de serem postos à venda. Além do espaço para comercialização,

os artesãos também recebem orientação ao empreendedor na gestão de empresas, permi-tindo continuidade e cresci-mento do seu negócio.

e pretende colocar em prática o que aprendeu durante o evento. Através de produtos feitos com madeira, Paulo afirma demons-trar sua paixão pelo que faz em cada traço de suas peças. “O co-mércio artesanal de Fortaleza é muito amplo, e vem crescendo cada vez mais. Um evento des-se porte cria esperanças e nos ajuda a investir mais em nos-so trabalho, pois vem gente de todo o mundo conhecer o que eu e meus amigos produzimos”, ressalta Paulo.

Made in CearáO artesanato cearense sur-

giu com os índios no período pré-colonial, com técnicas pas-sadas de geração em geração. Os colonizadores portugueses

também participaram deste processo, introduzindo a arte de trabalhar com o couro, a renda, o cordel, e outras mani-festações artísticas. Os princi-pais produtos feitos pelos arte-sãos locais e que podem ser ad-quiridos na Mundial Art são a renda, a tecelagem, o labirin-to, a areia colorida, os produ-tos feitos de argila, o couro, me-tal, entre outros.

REPORTAGEM | FOTOS Larissa Becker DESIGN Stephanie Maia

REPORTAGEM Ana Beatriz Rocha DESIGN Stephanie Maia

“As vendas no terminal estão muito boas. Essa renda me beneficia de todas as maneiras.”

Fátima Cristina, 46.

“Esse é um local de muito movimento e a renda nos ajuda em casa. A pessoa vê, gosta e compra.”

Alice Góes, 51.

Transeuntes dos terminais de ônibus se deparam com produtos expostos por artesãos da cidade

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10 Papiro | Outubro de 2014

Projeto Jovem de Futuro melhora o ensino em escolas Estaduais

Educação]

Novas metodologias são aplicadas para melhorar a educação e tornar a escola mais atraenteREPORTAGEM | FOTOS Erikison Amaral DESIGN Antonio Bruno / Stephanie Maia

A escola de Ensino Médio Manoel Senhor de Melo Filho, localizada em

Aquiraz, foi sorteada para rece-ber o Projeto Jovem de Futuro, que através de ações educati-vas pode melhorar o ensino es-colar. Uma das ações do proje-to é o de monitoria, um refor-ço escolar aplicado em alunos que estão com notas abaixo da média. O projeto será implan-tado neste trimestre com a atu-ação de uma equipe composta por um monitor (aluno da es-cola) por equipe e dois tutores universitários.

A ação de monitoria de ma-temática é dividida em cinco grupos de estudos, com um mo-nitor para cada grupo e um tu-tor para todos. No contra turno, alunos que estão com dificulda-des na disciplina, recebem o re-forço escolar, até três vezes na semana com duração de 4 horas cada dia. Desenvolvido pelos monitores, tutores e professo-res, buscam o aprimoramento dos alunos, as metodologias são aplicadas de forma dinâmica em atividades comuns e jogos interativos em computadores.

O monitor de matemática, Josué Gomes de Sousa, 17, do

3° ano, espera que o projeto lhe traga experiências e novas ami-zades. Segundo ele, ajudará os colegas com questões elabora-das e escolhidas pelos tutores e alguns professores que au-xiliam o projeto. “Matemática é uma matéria em que eu nun-ca tive muita dificuldade, mas sempre podemos aprender mais,” disse Josué.

A tutora da monitoria da Língua Portuguesa, Jeizianny da Silva Batista, 17, estudan-te de Educação Física, na ha-bilitação de Licenciatura, está no 2° semestre no Centro Universitário Estácio do Ceará e espera diminuir o índice de alunos que desistem dos estu-dos, ajudando-os nos pontos onde eles encontram-se com mais dificuldade. “O interesse pela área da educação e o gosto de estar aprendendo e ensinan-do, ao mesmo tempo, foi o que me levou a participar do pro-jeto,” afirmou. A monitoria da Língua Portuguesa ainda não começou, pois não formaram turmas até o momento.

Os alunos que estão no re-forço escolar esperam que essa nova metodologia de ensino traga os resultados que eles precisam para estar na média e aprender aquilo que não con-seguiram acompanhar em sala de aula. As atividades aplica-das são bem específicas da dis-ciplina contendo conteúdos dos mais diversos níveis. Muitas ações ainda estão por vir com foco no aprendizado, melhora-mento do aluno e diminuição do abandono escolar.

“Matemática foi sempre uma matéria que eu sempre achei fácil, mas sempre podemos aprender mais”

Josué Gomes de Sousa

Ações que deram certoNo Colégio Estadual Liceu

de Caucaia, em que o proje-to acontece desde 2013, houve o melhoramento dos labora-tórios de ciências, física, quí-mica e biologia. Além disso, foram criados laboratórios de matemática e língua por-tuguesa. Com a ajuda do pro-jeto, gincanas educativas en-tre alunos são feitas para di-namizar o ambiente escolar. Segundo o diretor do Liceu, Paulo Menezes, algumas ações funcionam muito bem e o pro-jeto é muito incentivador. Em apenas um ano a escola dimi-nuiu a evasão escolar em 40%, muito mais do que o previsto. Porém, o recurso da monitoria atrasa um pouco, desestrutu-rando o planejamento que a escola fez, não encaixando no calendário previsto. Apesar disso, outras ações são bem resolvidas, como o “Embarca na leitura”, que proporciona a criação de uma comunidade de leitores a partir da aquisi-ção de livros e da leitura e tro-ca entre alunos.

Compreenda o ProjetoO Projeto Jovem de

Futuro é uma parceria en-tre o Instituto Unibanco com as Secretárias Estaduais de Educação. Adotado por Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Ceará, começou em 2012 com a proposta de melho-rar o currículo escolar, dimi-nuir a evasão e tornar a escola mais atraente. Em 2011, as es-colas do Ceará foram consulta-das para aderir ao projeto, que recebe verbas federal e estadu-al a ser aplicado em novas me-todologias e estruturação do ambiente escolar com foco no

aprendizado dos alunos.Segundo a 1° Coordenadoria

Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede 1), respon-sável pelas escolas da Região Metropolitana de Fortaleza, a ideia é que todas as escolas sejam beneficiadas com o pro-jeto. No primeiro ciclo foram sorteadas cem escolas para ser aplicado em 2012, entre to-das da rede estadual do Ceará, exceto Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEP’s). O sorteio acontece tanto nas escolas das Credes como da Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor). No 2° ciclo, mais cem escolas e no 3° também, fase em que o projeto se encontra no momento.

O projeto tem duração de três anos e os resultados já foram observados em provas como do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE, Programme for International Student Assessment (Pisa) - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e provas inter-nas, parciais e bimestrais.

Por meio do projeto, alunos têm reforço escolar. Aumento do rendimento dentro e fora da sala de aula é o principal objetivo da proposta

“O interesse pela área da educação e o gosto de estar aprendendo e ensinando ao mesmo tempo foi o que me levou a particpar do projeto”

Jeizianny da Silva Batista

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Outubro de 2014 | Papiro 11

Ceará está preparado para possível caso de ebola?

Novo Beco da Poeira será entregue em 2015

Saúde]

Reforma]

Aeroporto Internacional Pinto Martins prevê treinamento e Hospital São José já tem plano de contingência

Reforma do centro comercial, um dos mais tradicionais do Centro de Fortaleza, custará 1,2 milhão à Prefeitura.

REPORTAGEM | FOTOS Lérida Freire DESIGN Antonio Bruno/ Stephanie Maia

REPORTAGEM | FOTOS Ana Clara Jovino DESIGN Stephanie Maia

no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, primeiro a simular atendimento a paciente com suspeita de ebola. “Os órgãos responsáveis já estão acertan-do todos os procedimentos a se-rem feitos. A previsão é de que todos os aeroportos internacio-nais do país recebam esse trei-namento”, disse Manuela Brás, assessora de comunicação da Infraero na capital.

Apesar do Ministério da Saúde afirmar que a possibilida-de da doença chegar à América Latina é remota, secretarias da saúde em todo o Brasil já bus-cam planejamento contra o ví-rus treinando e capacitando hospitais e unidades de saúde. No Rio de Janeiro, o treinamen-to, coordenado pelo Ministério da Saúde, foi uma simulação em resposta a um possível caso de ebola, e contou com a parti-cipação da Anvisa, do Corpo de Bombeiros e até de companhias aérea. O teste teve início nas instalações do aeroporto e ter-minou no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.

vendas”, reclama a comercian-te Onete Feitosa, 45.

Para minimizar o impacto da obra, um esquema alterna-tivo foi montado para que o co-mércio não seja prejudicado. Os vendedores foram realoca-dos em outros 40 boxes próxi-mos ao local da obra. Ao todo, o Beco da Poeira tem 2.100 boxes, além de seis banheiros, casa lo-térica, 17 provadores, mezani-no com acesso à praça de ali-mentação e um elevador.

“A obra está sendo feita de uma maneira que afete o míni-mo possível as vendas. Alguns permissionários reclamam, mas tivemos muita dificulda-de para que o prefeito (Roberto Cláudio) liberasse essa verba. A gente não pode se dar ao luxo de adiar, porque dinheiro

público é assim: ou faz ou volta”, explica Regina Célia Freitas, presidente da Associação dos Permissionários.

Outros concordam com a realização da obra. “Se tiver que atrapalhar um pouco, que atrapalhe. O que eu sei é que tem que acontecer, para a gen-te ter o retorno do que paga aqui todo mês”, disse Carlos de Sousa, 47, referindo-se a taxa de R$ 124,20 que ele e seus co-legas permissionários pagam mensalmente à Prefeitura de Fortaleza.

A reforma do “Beco da Poeira” faz parte do projeto de revitalização do centro, orça-do em R$ 250 milhões, que pre-vê restauração de prédios his-tóricos e reformas de praças em 2015.

O Hospital São José, re-ferência em Fortaleza no combate a doenças

transmissíveis, já apresentou plano de contingência para pos-síveis casos de ebola no Estado. Segundo afirmou assessoria de comunicação do hospital, pro-fissionais estão treinados para receber e tratar pacientes que venham a ser infectados pelo vírus. A Secretaria de Saúde do Estado (SESA) não infor-mou detalhes sobre o planeja-mento contra a doença, afir-mando não querer assustar a população, já que as chances da doença chegar ao país são mí-nimas. Apesar disso, colocou em seu site a nota técnica que o Ministério da Saúde divulgou sobre prevenção e controle do ebola em pontos de entrada, no caso de Fortaleza, que tem voos diretos vindos da África.

A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), em Fortaleza, também prevê treinamen-to, juntamente com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária), como o feito

O novo Centro de Pequenos Negócios, mais conhecido como

Beco da Poeira, será entre-gue no começo de 2015, após reforma orçada em R$1,2 mi-lhão. A obra, que inclui ram-pas de acessibilidade, pintu-ra, implantação de câmeras de segurança e novas insta-lações elétricas e hidráulicas, teve início neste semestre e tem dividido opiniões de co-merciantes e clientes.

Alguns permissionários es-tão com receio de serem preju-dicados durante os quatro me-ses restantes da obra. “Eu não sei como vai ser, não disseram nada para a gente, o que vão fazer, como os boxes vão ficar organizados, por isso estou com medo de que atrapalhe as

Novos temposO Beco do Poeira, nos anos

90 associado a uma das regiões mais perigosas do centro da ci-dade, vive um importante mo-mento de modernização. O co-mércio, criado pelo ex-prefeito Juraci Magalhães, não passava

de corredores apertados e mal ventilados na Praça José de Alencar. Depois de 20 anos de funcionamento, o centro de ne-gócios embarca no mundo on-line. Além de um site de com-pras, o Beco da Poeira está no facebook e no twitter.

A d o e n ça !

O vírus já matou mais de 2.400

pessoas na África só este ano,

e já é considerado o pior surto

desde que foi descoberto,

em 1976 na República

Democrática do Congo. Os

sintomas são muito parecidos

com o da gripe, como febre e

dores de cabeça, e o contágio

é mais comum pelo contato

com fluidos corporais da

pessoa infectada, como saliva,

urina, sangue, lágrimas. Não

há cura para a doença, mas é

possível tratar seus sintomas.

Os pacientes devem ficar em

isolamento por no mínimo

três semanas para evitar que o

vírus se espalhe.

Estado se prepara para atendimento em caso de suspeita de ebola na região. Profissionais foram treinados, apesar das poucas chances do contágio no CE

Durante a obra, boxes foram realocados para as vendas serem afetadas o mínimo possível

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12 Papiro | Outubro de 2014

O Tribunal Superior Elei-toral (TSE) espera seis milhões de novos elei-

tores em 2014, entre eles, dois milhões de jovens com idade entre 16 e 18anos, o que repre-senta cerca de 1% do total de eleitores do país.

No Brasil,o voto é obriga-tório a partir dos 18 anos, mas aos 16 já é concedido o direito do voto facultativo, de acordo com o Artigo 14 da Resolução nº 21.538/2003 na Constituição Federal. Para os jovens elei-tores existe certa expectati-va por ter pela primeira vez o poder do voto, principalmente pela importância que ele tem dentro de uma sociedade de-mocrática, além da responsa-bilidade que vem sobre ele.

Heloísa Vasconcelos, 17,estudante do ensino mé-dio, falou que desde criança acompanhava seus pais nas eleições. Ela ressaltou aim-portância do voto, por acre-ditar ser um expressivo meio democráticode exercer a cidadania.“Independente de etnia, status social ou sexo, to-dos podem opinar sobre o po-der e defender seus interes-ses”, ressaltou.

A estudante Marina Maia, 16, perdeu o prazo de

Dois milhões de jovens votarão pela primeira vez No Brasil, mais de seis milhões denovos eleitores vão às urnas no dia 5 de outubro. De acordo com o TRE no Ceará, também é expressivo o número de eleitores acima dos 70 anos que ainda querem votar

cadastramento do TSE (que encerrou em maio deste ano), mas, se preocupa com plei-to e defendequeo voto deve ser algo minuciosamente pensado.“Apesar de serum ato-aparentemente pequeno, pode fazer diferença à toda socieda-de. Não concordo com a obriga-toriedade do voto, pois, há mui-tas pessoas quevotamsó por

votar. Isso pode comprometer o futuro do país”, afirma.

Anna Júlia Medeiros, 18, estudante de direito, que optou por não votar em 2012, ressal-tou a importância de conhecer para escolher corretamente os candidatos, entendendo suas propostas, pois eles irão admi-nistrar o patrimônio da nação.

O estudante de direito Matheus Faustino, 19, vai vo-tarpela primeira vez e fala da expectativa sobre os novos governantes.“Espero que haja uma melhora, pois está compli-cadoviver no Brasil. Começando pela segurança e educação”, destaca.E ressalta que para re-solver o problema da seguran-ça, em primeiro lugar, deve-se investir em educação de quali-dade, mas também fortalecer o sistema penitenciário, acaban-do com os privilégios.

A juventude e os protestos

Em junho de 2013 muitas pessoas foram às ruas, em todo país, reivindicar mu-danças emváriasáreas como, transporte, educação, saúde e o fim da impunidade.

Sobre a influência dos pro-testos, a estudante do ensino médio Heloisa Vasconcelos afirma acreditar que muitos,de fato,mudaram a percepção da situação do

Eleições 2014]

REPORTAGEM | FOTOS Estélio Neto e Daniel Costa Souza DESIGN Alexandre Fernandes

Brasil e não se deixarãoalie-nar novamente,acreditando que muitos brasileiros farão escolhasmais sensatas nes-sas eleições.

Fora do Brasil O TSE espera que uma mé-

dia de 140 milhões deeleitores compareçam no próximo mês-de outubro para votar. Desse número, mais de 354 mil vo-tarão no exterior, são brasi-leiros natos ou naturalizados em 168 cidades espalhadas pelo mundo.

Miami e Nova York, nos Estados Unidos são as cidades que mais possuem eleitores brasileiros, com mais de 20 mil cada uma, seguidas por Boston (EUA), Lisboa e Londres.

Essas pessoas votarão nas embaixadas, consulados bra-sileiros ou locais que possuam algum serviço do governo bra-sileiro nas respectivas cidades, sendo que terão apenas a opção para Presidente da República.

O prazo de justificativa do voto caso a pessoa esteja via-jando dentro do Brasil é de dois meses após as eleições e caso a pessoa esteja fora do país e só volte após este prazo, ela terá um mês após o retorno para justificar a ausência. Após três ausências não justificadas o eleitor terá o título cancelado.

A pensionista Maria Aurinete de Lima, 76 anos, se diz motivada a votar apenas pelo amor à candidata presidenciável.

Aposentada Maria de Oliveira, 72 anos, não sabe se vai votar nessas eleições.

Eleitores Brasileiros

43%

Sudeste

26%

Nordeste

14%

Sul

7,5%

Norte

7,1%

Centro Oeste

A região do país onde mais há eleitores é o Sudeste, com 62.066.282, o que significa mais de 43% do eleitorado nacional, seguido pelo Nordeste com 26% (38.218.398), o Sul com 14% (21.127.282) e do Norte e Centro-Oeste com 7,5% (10.794.131) e 7,1% (10.240.481) respectivamente.