Bruna Célia de AraújoOrientadora: Profa. MSc. Lúcia Helena Mendes Pereira
Palmas, 20 de novembro de 2008
Jornalismo e Literatura:A representação da morte nos
obituários
Problema
O jornalismo norte-americano do gênero literário influenciou
o jornalismo literário brasileiro apesar das distâncias culturais
entre ambos os povos citados?
Hipótese
Que a influência do modelo de jornalismo norte-americano de uma
maneira geral, consensualmente dita como imposta ao jornalismo
Brasileiro, é relativa às diferenças culturais entre ambos os países.
Objetivos
Analisar a representação da morte nos obituários da
Folha de São Paulo e do New York Times.
Observar a forma como os obituários são escritos
(técnicas jornalístico-literárias), levando em consideração
as diferenças culturais.
Fundamentos da Pesquisa
v
Por que obituários? / Notas de Falecimento
Surgem em 1963 no Times, jornal de Londres
Tratamento estilístico diferenciado
Abe Rosenthal, Arthur Gelb, Clifton Daniel (Times)
Alden Whitman, Sr. Má Notícia (New York Times)
Pessoas extraordinárias naquilo que fizeram
Não são pagos
Obituários nos jornais:
Jornalismo e literatura
Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 1961):
Ressignificação Cultural
Familiar e Não Familiar
Universos Consensuais e Reificados
Ancoragem e Objetivação
Base teórica
A morte ao longo dos séculos (ARIÈS apud KOVÁCS, 2002);
Culturas Norte-americana e Brasileira
Diferenças nos funerais
Religião Protestante e Católica
Roberto DaMatta (1997)
Representação social da morte
Marcelo Bulhões (2007)
Jornalismo e Literatura – narratividade e temporalidade
Influência Francesa (Opinião)
Influência Norte-americana (1950)
Estados Unidos - New Journalism
Brasil – Revista Realidade - 1966
Narrative Writing
Jornalismo e Literatura
Análise do Discurso (MAINGUENEAU, 1997)
Corrente Francesa
Categorias de Análise
Ato de Linguagem
Campo discursivo
Sujeito Condição de Produção
Atos de Linguagem pré-definidos
Introdução
Regras jornalísticas que buscam veracidade
Contexto de vida do morto
Meta-representação da Morte (fala de terceiros)
Metodologia
Escolha dos obituários (09 e 10/2008)
Menor Assimetria Cultural possível
Obituários de pessoas comuns
New York Times
Martin K. Tytell
Mary Dunn
Folha de São Paulo
Tony Andreo Villela
Odívia Carrano de Albuquerque
Metodologia
Obituário 1 (New York Times):
Martin Tytell, especialista em conserto de máquinas de escrever,
morre aos 94
Representou sua morte, contando sua vida
Paixão pelas máquinas
Importância que teve para sua pátria
Valorização do “Eu”
Família em segundo plano
Técnicas jornalístico-literárias
Resultados
Obituário 2 (New York Times):
Mary Dunn, professora de Ioga para milhares, está morta aos 66
Representou sua morte, contando sua vida
Disseminadora do método Iyengar/Índia
Valorização do “Eu”
Família em segundo plano
Técnicas jornalístico-literárias
Resultados
Obituário 3 (Folha de São Paulo):
Tony Andreo Villela (1976-2008) – As águas do Guarujá
já têm seu mártir
Elementos Literários
Relações Familiares mais evidentes
Paixão pelo que fazia
Técnicas jornalístico-literárias
Resultados
Obituário 4 (Folha de São Paulo):
Odívia Carrano de Albuquerque (1912-2008) – A boa memória
da professora de Recreio
Elementos literários
Relações Familiares mais evidentes
A boa memória para assuntos familiares
O “Eu” é citado, mas não é tão valorizado
Técnicas jornalístico-literárias
Resultados
Culturas distintas = Obituários distintos
Visibilidade no jornal/ Tamanho do texto
Brasil – relações familiares/texto mais literário
Estados Unidos – texto mais voltado ao “Eu”
Relativo à Formação Cultural
Ressignificação Cultural visível/indefinição
Mais do que contar a morte, querem enfatizar a vida
Homenagem/Identidade
Sugestão para pesquisas futuras
Considerações Finais
A vida não é a que a gente viveu, e sim
a que a gente recorda, e como recorda
para contá-la.”
Gabriel García Márquez