RELATÓRIO 17/01/2020
A Gestora
Desde a fundação da Kinea Investimentos, em 2007, sua estrutura
funciona como um conjunto de operações que faz a gestão dos
investimentos de acordo com a expertise de cada colaborador, porém
de forma coordenada. Foi fundada após uma associação do Banco Itaú
com profissionais do mercado financeiro, e em 2010 já administrava
mais de R$ 2,4 bilhões em ativos. Neste ano, comprou participação na
empresa de educação Multi e algum tempo depois comprou o Grupo
ABC, empresa especializada em publicidade. Em 2014 adquiriu parte da
Lojas Avenida. Sua plataforma é composta por fundos multimercados,
imobiliários, infraestrutura, previdência, ações e private equity. Este
formato permite ter ao mesmo tempo especialização e diversificação,
arrojo e solidez, e acima de tudo, incrementar os negócios num processo
de retro-aprendizagem. Possui R$ 52 bilhões sob gestão.
O Fundo
O Kinea Atlas II FI Multimercado tem como objetivo a obtenção de
retornos consistentes acima do CDI, seu benchmark, com um target de
volatilidade média na casa de 8%. Trata-se de um fundo multimercado
macro, aberto, sem prazo determinado de duração e destinado a
KINEA ATLAS II FI MULTIMERCADO
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investidores em geral. Busca retorno investindo nos mercados de juros,
câmbio, ações e inflação, com o objetivo de superar o CDI em 7 pontos
percentuais ao ano. Atua em mercados locais e internacionais, com foco
no Brasil, sem o compromisso de concentração em nenhum ativo ou
fator de risco específico. É permitido ao fundo realizar investimentos no
exterior, operações no mercado de derivativos sem limite de
alavancagem e aplicações em índices de mercado.
A carteira consolidada é composta por 30,6% de ações, com destaque
para Lojas Renner (LREN3), Iguatemi (IGTA3), Banco do Brasil (BBAS3),
Localiza (RENT3) e Sul América (SULA11). Também há 29,9% de
investimentos no exterior, 26,9% aplicado em títulos públicos federais,
indexados aos juros real (NTN) e a Selic (LFT), e 7,2% de operações
compromissadas (compra com compromisso de revenda em prazo e
preço predeterminados) com títulos públicos (LFT). A seguir, a
composição da carteira consolidada:
Para investir no fundo, o aporte mínimo inicial é de R$ 5.000,00 via
corretora e não precisa ser investidor qualificado. A taxa de
administração é de 2% do patrimônio líquido e é cobrada taxa de
performance de 20% sobre o que exceder o CDI. O resgate de cotas
ocorre com prazo de liquidação de um dia útil após o prazo de
conversão, que é de vinte e nove dias (totalizando D+30). O patrimônio
Investimento no Exterior
29,9%
Ações30,6%Títulos Federais
26,9%
Operações Compromissadas
7,2%
Outros5,3%
Carteira Consolidada
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líquido médio é de R$ 1,99 bilhão nos últimos doze meses, e o risco é
considerado de médio para alto, com volatilidade de 4,32% desde o
início do fundo em abril de 2018. O fundo tem retorno acumulado nos
últimos doze meses de 14,73%, equivalente a 251,58% do CDI. Confira o
desempenho no quadro abaixo:
Vantagens
Retorno histórico superior ao benchmark: O Kinea Atlas II tem como
objetivo superar a rentabilidade do seu benchmark para o longo prazo.
Desde o início de suas atividades, o fundo atingiu retornos positivos em
15 dos seus 20 meses totais, mostrando a solidez em cumprimento de
seu objetivo.
Baixo valor para aplicação mínima: O fundo conta com um valores
relativamente baixos para aplicação e movimentação mínimas, sendo de
R$ 5.000,00 para ambas. Estes valores ratificam a acessibilidade do
fundo para a grande maioria dos investidores em geral.
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Carteira bem diversificada: O fundo conta com uma carteira de alta
qualidade e muito bem diversificada. São basicamente três grandes
classes de investimentos (exterior, títulos públicos e ações), além de
operações no mercado futuro. A maior alocação, divulgada no último
balanço aberto, detinha pouco mais de 18% de representatividade da
carteira.
Expertise da gestora: A estratégia de multimercado da Kinea
Investimentos é realizada por uma equipe multidisciplinar, sócia dos
clientes do fundo e liderada por Marco Aurelio Freire. A cultura da Kinea
é baseada sempre no controle e na gestão de riscos, equilibrando solidez
com arrojo. O reconhecimento deste trabalho pode ser observado nos
retornos obtidos pelo fundo desde sua fundação até os dias atuais.
Nosso posicionamento
O Kinea Atlas II finalizou 2019 com uma valorização acumulada de 15,07% ao ano, o que representa quase 253% do CDI para o período. Os principais ganhos do período estão relacionados as estratégias de ações e juros, sendo estes últimos compostos não só por papéis indexados à curva brasileira, mas também aos juros de outros países, com destaque para os EUA e México. O gráfico abaixo, retirado do relatório de gestão do mês de dezembro, apresenta a atribuição de performance para as classes de ativos em 2019. A estratégia denominada de “Fatores” representa um modelo quantitativo utilizado pelo fundo, baseando as alocações por meio de análises empíricas e estatísticas. Já o indicado no gráfico como “Vol” refere-se à posições de curto/médio prazo na busca de ganhos com o aumento da volatilidade de alguns investimentos (opções, moedas, commodities, dentre outros).
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No mesmo relatório de gestão citado, a equipe informa que segue com posições aplicadas na parte média e longa da curva de juros reais. Por mais que o mercado venha, já há alguns meses, precificando uma possível alta dos juros para um ambiente de 2 anos, o Kinea Atlas II mantém-se com uma expectativa contrária, pautada em uma possível demora da normalização dos níveis de desemprego no Brasil e pela possibilidade da inflação ficar abaixo da meta estipulada pelo Banco Central para o primeiro trimestre de 2020.
Quanto a carteira do fundo, o que observamos nestes últimos meses foi uma redução dos investimentos em ativos do exterior, com o consequente aumento da parcela de ações do portfólio. Atualmente são mais de 40 pares de ações, com posições compradas nos setores de consumo discricionário, aluguel de automóveis, saúde, shoppings e elétrico. Dentre estes segmentos, destacamos três que, em nossa visão, tendem a ser mais bem impactos pela retomada econômica: Consumo, shoppings e elétrico. Estes setores têm a característica de servirem como um “termômetro” da economia, uma vez que são mais propícios
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ao aumento do consumo da população e, consequentemente, do aumento dos níveis de produção das empresas.
Neste contexto, concluímos que o Kinea Atlas II continua alinhado com o perfil de recomendação da Capitalizo, no que se refere a fundos multimercados com maior volatilidade. Indicamos a exposição no fundo para investidores de perfil moderado, que buscam ganhos expressivos no longo prazo, sendo uma ótima oportunidade para que procura produtos diversificados. Lembrando sempre que um dos objetivos do fundo é manter a volatilidade na casa de 8% ao ano.
Fundos de Investimento
Nos principais tipos de fundos de investimento, o melhor desempenho
de 2019 foi do Ações Small Caps, com variação positiva de 52,0%. Outros
destaques foram o Ações Investimento no Exterior (46,7%), Ações Valor
e Crescimento (45,8%), Ações Setoriais (44,3%), Ações Livre (40,3%) e
Ações Índice Ativo (39,4%). Os produtos com alta exposição em bolsa de
valores apresentaram bom desempenho pelo quarto ano consecutivo,
sendo que o Ibovespa desenvolveu 31,6%.
Nos multimercados, destaque para Long and Short Direcional (14,2%),
Estratégia Específica (14,1%), Investimento no Exterior (13,4%) e
Balanceados (12,6%). O IHFA (Índice de Hedge Funds Anbima), que
mede a evolução de uma carteira hipotética de fundos da classe,
registrou variação positiva de 11,1%.
Em renda fixa, destaque para o Renda Fixa Duração Alta Soberano
(18,4%), Renda Fixa Dívida Externa (15,6%) e Renda Fixa Duração Alta
Grau de Investimento (15,3%). Devido ao maior número de cortes na
taxa Selic que o previsto inicialmente, os fundos com maior exposição
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em títulos de longo prazo apresentaram rentabilidade superior. O CDI
variou 6,0%. 3
Renda Fixa
Em 2019, o IMA-Geral, que reflete o rendimento dos títulos públicos
federais, apresentou variação positiva de 12,8%, contra 10,0% do ano
anterior. Com cortes adicionais na taxa Selic em relação ao inicialmente
previsto, o retorno desse indicador chegou a 215% do CDI. Os índices de
prazos mais longos e indexados à inflação registraram os melhores
resultados, impulsionados pela menor inclinação da curva de juros.
18,4%
15,6%
15,3%
13,7%
9,1%
52,0%
46,7%
45,8%
44,3%
40,3%
14,2%
14,1%
13,4%
12,6%
12,2%
34,9%
32,6%
21,0%
19,3%
17,5%
Renda Fixa Duração Alta Soberano
Renda Fixa Dívida Externa
Renda Fixa Duração Alta Grau de Investimento
Renda Fixa Indexados
Renda Fixa Duração Livre Soberano
Ações Small Caps
Ações Investimento no Exterior
Ações Valor / Crescimento
Ações Setoriais
Ações Livre
Multimercados Long and Short Direcional
Multimercados Estratégia Específica
Multimercados Investimento no Exterior
Multimercados Balanceados
Multimercados Livre
Previdência Ações Ativo
Previdência Ações Indexados
Previdência Renda Fixa Indexados
Previdência Renda Fixa Data Alvo
Previdência Renda Fixa Duração Alta Soberano
Ren
da
Fixa
Açõ
esM
ult
imer
cad
os
Pre
vid
ênci
a
Melhores desempenhos de 2019
8
No mercado interno, destaque para o controle inflacionário, aprovação
da reforma da previdência e maior otimismo com políticas econômicas
liberais. Em contrapartida, a crise na Argentina afetou as exportações,
com maior impacto no setor automotivo. No campo internacional, a
guerra comercial entre China e Estados Unidos aumentou a percepção
de risco nos mercados, ocasionando desaceleração em economias
avançadas. Com o ambiente incerto e o enfraquecimento da demanda a
nível global, os bancos centrais passaram a adotar políticas monetárias
mais flexíveis, reduzindo a pressão sobre países emergentes.
O IMA-B5+, que mede o desempenho de NTN-Bs com vencimentos
acima de cinco anos, registrou o melhor resultado do ano. Após
apresentar 12,8% em 2017, subiu para 15,4% em 2018 e entregou 30,4%
na última apuração. O IRF-M1+, que indica a variação de prefixados
acima de um ano, após um ganho de 16,7% em 2017, entregou 12,3%
em 2018 e subiu para 14,2% na apuração mais recente. O IMA-B5+
acumulou 50,5% em vinte e quatro meses, e o IRF-M1+, 28,3%.
O IMA-S, que demonstra a variação de uma carteira teórica de LFTs,
apresentou rendimento de 6,0%, bem abaixo do período anterior devido
ao ciclo de cortes na taxa básica de juros. Vale ressaltar que este
resultado está diretamente relacionado ao patamar da Selic, uma vez
que os ativos da carteira são atrelados ao indexador. A taxa básica
iniciou 2017 em 13,75%, chegando a 6,50% em março de 2018 e caindo
para 6,00% em julho de 2019. Seguiu a tendência até atingir 4,50% em
dezembro. O IMA-S entregou 17,2% nos últimos vinte e quatro meses e
a tendência é que fique abaixo desse patamar no médio prazo.
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O IRF-M1, que demonstra o resultado de prefixados com prazo até um
ano, apresentou retorno de 6,8%, aproximadamente 0,2 ponto
percentual abaixo do período anterior. O IMA-B5, que indica o
desempenho de NTN-Bs com prazos abaixo de cinco anos, passou de
9,9% para 13,2% entre 2018 e 2019. Como pode ser observado, os
índices de curto prazo apresentaram menor volatilidade, muito em
função do fechamento da curva de juros em vencimentos mais
distantes. O IRF-M1 tem 6,9%, e o IMA-B5 apresenta 13,3% em vinte e
quatro meses.
Desde o início de 2019, os maiores ganhos foram observados em janeiro,
maio e junho. No primeiro mês do ano o movimento é explicado pelo
aumento da confiança após o novo governo assumir. Nos períodos
seguintes, ruídos de comunicação entre o executivo e o congresso
causaram efeitos adversos e geraram incertezas quanto à capacidade
política para aprovação de reformas importantes. As notícias indicaram
que a articulação avançou e, juntamente com a expetativa de queda na
taxa básica, contribuiu para os rendimentos positivos.
7,0%
12,3%9,9%
15,4%
6,4%
10,0%
6,8%
14,2% 13,2%
30,4%
6,0%
12,8%
IRF-M 1 IRF-M 1+ IMA-B 5 IMA-B 5+ IMA-S IMA-GERAL
Retorno acumulado por ano
2018 2019
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Data Rentabilidade nominal do IMA
IRF-M 1 IRF-M 1+ IRF-M IMA-B 5 IMA-B 5+ IMA-B IMA-C IMA-S
jan-19 0,58% 1,71% 1,39% 1,54% 6,61% 4,37% 1,99% 0,54%
fev-19 0,47% 0,23% 0,29% 0,55% 0,55% 0,55% 1,87% 0,49%
mar-19 0,47% 0,63% 0,59% 0,78% 0,43% 0,58% 1,19% 0,47%
abr-19 0,50% 0,65% 0,61% 1,11% 1,79% 1,51% 1,45% 0,52%
mai-19 0,68% 2,17% 1,77% 1,39% 5,20% 3,66% 2,34% 0,54%
jun-19 0,58% 2,72% 2,16% 1,72% 5,06% 3,73% 3,84% 0,47%
jul-19 0,72% 1,27% 1,09% 0,97% 1,51% 1,29% 1,78% 0,57%
ago-19 0,55% 0,10% 0,26% 0,05% -0,77% -0,40% -0,10% 0,51%
set-19 0,64% 1,87% 1,44% 1,74% 3,73% 2,86% 1,74% 0,47%
out-19 0,62% 2,22% 1,70% 1,65% 4,67% 3,36% 2,62% 0,48%
nov-19 0,33% -0,83% -0,46% -0,28% -4,07% -2,45% -1,15% 0,38%
dez-19 0,42% 0,72% 0,62% 1,24% 2,60% 2,01% 0,40% 0,38%
O índice que mede o desempenho de títulos corporativos (IDA-Geral)
desacelerou frente ao ano anterior, entregando um ganho de 8,6%,
contra 9,1% de 2018. Os sub índices dessa classe indexados ao IPCA (IDA-
IPCA) e a projetos de infraestrutura (IDA-IPCA Infraestrutura)
registraram variações positivas de 13,0% e 12,3%, respectivamente. O
motivo da redução na rentabilidade desses títulos é a queda na liquidez
no mercado secundário de debêntures, acarretando alargamento dos
spreads e pressionando a precificação dos ativos.
Em 2019, os contratos DI com vencimento em janeiro de 2020 passaram
de 6,56% para 4,40%, correspondendo a uma variação negativa de
32,9%. O dólar subiu 4,02%, e o ouro ganhou 28,10% de valor. O IPCA
subiu de 3,75% para 4,31%, mas muito concentrado em proteínas
animais e combustíveis. O impacto mais relevante foi no grupo de
alimentação e bebidas, que apresentou variação positiva de 6,37%.
Destaque para a alta de preços em feijão-carioca (55,99%) e carnes
(32,40%), sendo parcialmente compensados por tomate (-30,45%) e
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café moído (-7,39%). Em transportes a elevação foi de 3,57%, com
contribuição de ônibus urbano (6,64%) e gasolina (4,03%).
Fontes: Relatório do Fundo, Dados do Gestor, Quantum e Anbima
Analistas Responsáveis
Daniel Karpouzas Barcellos, CNPI EM-1855
8,09%
9,07%9,65%
10,01%10,26% 10,46% 10,57% 10,71%
6,56%
7,37%
8,08%8,53%
8,86% 9,09% 9,28% 9,41%
4,40% 4,56%
5,28%5,79%
6,17%6,43% 6,60% 6,76%
2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
Curva de juros - contratos com vencimento em janeiro
2017 2018 2019
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