Adaptação e Validação do
Teste de Orientação de Vida (LOT-R) para adolescentes
Micheline Roat BastianelloJuliana Cerentini Pacico
Cristian ZanonClaudio Simon Hutz
Laboratório de MensuraçãoINSTITUTO DE PSICOLOGIA DA UFRGS
http://www.ufrgs.br/psico-laboratorio/
E-mail: [email protected]
MÉTODO
Participantes
A amostra deste estudo compreendeu 450 estudantes do ensino
médio regular de escolas da rede pública e privada do estado do Rio
Grande do Sul. Do total de estudantes, 56,1% eram do sexo feminino e
43,9% do sexo masculino, com médias de idade de 16,8 (dp=3,4).
Instrumentos
Life Orientation Test Brazil (LOT- Brasil) - teste de autorrelato que
mede o otimismo disposicional, sendo este uma versão traduzida e
adaptada do teste original - LOT-R (Scheier, Carver & Bridges, 1994).
Para se verificar a validade convergente foram aplicados: Escala de
Esperança Cognitiva (Pacico, Bastianello, Zanon & Hutz, 2010a),
Escala de Esperança (Pacico, Bastianello, Zanon & Hutz, 2010b) e
Escala de Autoestima de Rosenberg adaptada para população
brasileira (Hutz & Zanon, 2010).
Procedimentos
Foi feita a tradução dos itens do original americano, e após a
tradução reversa. Juízes fluentes em inglês analisaram os itens do
instrumento original e da tradução reversa. A seguir, a versão em
português foi aplicada a uma amostra piloto. Essa amostra indicou que
havia dificuldade de entendimento com relação ao item 1, que foi
modificado. Além disso, um novo item foi acrescentado em função dos
procedimentos de validação de conteúdo realizados.
A coleta de dados foi realizada em uma única sessão, de forma
coletiva, em sala de aula.
INTRODUÇÃO RESULTADOS E CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS•Aspinwall, L. G., Taylor, S.E. (1992). Modeling cognitive adaptation: A longitudinal investigation of the impact of individual differences and
coping on college adjustament and performance. Journal of Personality and Social Psychology, 61, 755-765.
•Carver, C. S., Pozo, C., Harris, S.D., Noriega, V., Scheier, M. F., Robinson, D.S., et al. (1993). How coping mediates the effect of optimism
on distress: A study of women with early stage breast cancer. Journal of Personality and Social Psychology, 65, 375-390.
•Fitzgerald, D. L., Tennen, H., Affleck, G., Pransky, G.S. (1993). The relative importance of dispositional optimism and control appraisals in
the quality of life after coronary artery bypass surgery. Journal of Behavioral Medicine, 16, 25-43.
•Hutz, S. C., & Zanon, C. (2010). Revision of the adaptation, validation, and normatization of the Rosenberg’s Self-esteem Scale. Manuscript
submitted for publication.
•Pacico, J. C., Bastianello, M. R., Zanon, C., Hutz, C. S. (2010a). Adaptation e validation of The Hope Index. Manuscript submitted for
publication.
•Pacico, J. C., Bastainello, M. R., Zanon, C., Hutz, C. S. (2010b). Adaptation e validation of Adult Disposicional Hope Scale to Adolescents.
Manuscript submitted for publication.
•Scheier, M. F., & Carver, C. S. (1985). Optimism, Coping, And Health - Assessment And Implications Of Generalized Outcome
Expectancies. Health Psychology, 4(3), 219-247.
•Scheier, M. F., Carver, C. S. & Bridges, M. W. (1994). Distinguishing Optimism From Neuroticism (and Trait Anxiety, Self- Mastery, and Self-
Esteem): A Reevaluation of the Life Orientation Test. Journal of Personality And Social Psychology, 67 (6): 1063-1078.
•Taylor, S. E., Kemeny, M. E., Aspinwall, L. G., Schneider, S. G., Rodriguez, R. & Herbert, M. (1992). Optimism, coping, psychological
distress and high-risk sexual behavior among men at risk for acquired inmunodefiency syndrome (AIDS). Journal of Personality and Social
Psychology, 63, 460-473.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – INSTITUTO DE PSICOLOGIA
Laboratório de Mensuração: Rua Ramiro Barcelos, nº 2600, sala 101. Bairro Santa Cecília - CEP: 90035-003 - Porto Alegre, RS – Brasil. Fone: (051) 3308-5246.
Os resultados demonstraram que o Life Orientation Test Brazil
(LOR-Brazil) para adolescentes apresenta uma estrutura
unidimensional. A presença de um único fator explicou
aproximadamente 43% da variância total dos dados. Tal achado
corrobora a ideia de que otimismo e pessimismo são pólos
opostos de uma mesma dimensão (Scheier & Carver, 1985).
Em termos de validade e fidedignidade, a escala apresentou
características psicométricas adequadas. A consistência interna
obtida (α = .77) é muito semelhante a encontrado na versão
americana (α = .78) (Scheier, Carver & Bridges, 1994).
Não foram verificadas diferenças de otimismo entre homens
e mulheres. Isso evidencia que sexo não é fator determinante para
as expectativas positivas e negativas das pessoas com relação a
eventos futuros.
Foi obtida uma correlação positiva significativa entre a LOT-
Brasil e as escalas de esperança cognitiva, esperança traço e
autoestima como pode ser visto na Tabela 1.
Os resultados deste estudo estão em conformidade com a
literatura, mostrando que no Brasil podem ser obtidos resultados
similares com relação ao otimismo aos obtidos em outros países.
Por avaliar as expectativas das pessoas em relação a eventos futuros, o
Teste de Orientação de Vida (LOT-R) tem sido utilizado em estudos em
diferentes países demonstrando que o otimismo está associado a melhor
desempenho acadêmico (Aspinwall & Taylor,1992), melhor recuperação
de cirurgias (Fitzgerald, Tennen, Affleck & Pransky,1993) e a lidar melhor
com doenças, como câncer (Carver et al.,1993) e AIDS (Taylor et
al.,1992).
Os objetivos deste estudo são adaptar e validar o LOT-R para
adolescentes, avaliar a existência de diferenças entre sexo e verificar as
propriedades psicométricas.
O otimismo pode ser definido como uma tendência estável da
pessoa a acreditar que coisas boas acontecerão com ela, em vez de
coisas ruins (Scheier & Carver,1985).
Tabela 1 – Correlações entre Otimismo e Esperança Cognitiva, Esperança Traço e Autoestima.