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POLTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE VALENA

LEI COMPLEMENTAR 001/2013

LEI COMPLEMENTAR N 001/2013 DA POLTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE VALENA

SUMRIO

Ttulo I 5

Das Disposies Preliminares5

Ttulo II 5

Dos Princpios, Diretrizes e Objetivos5

Captulo I - Dos Princpios 5

Captulo III - Dos Objetivos6

Captulo III - Das Diretrizes7

Ttulo III 7

Do Sistema Municipal de Meio Ambiente7

Captulo I - Disposies Iniciais7

Captulo II - Da Composio e das Atribuies8

Captulo III - Do Conselho Municipal de Defesa de Meio Ambiente8

Seo I - Da Composio10

Captulo IV - Da Secretaria de Meio Ambiente 12

Captulo V - Dos rgos Setoriais15

Titulo IV 15

Dos Instrumentos da Poltica Municipal de Meio Ambiente15

Captulo I - Plano Municipal de Meio Ambiente16

Captulo II- Plano Municipal de Conservao e Restaurao da Mata Atlntica17

Captulo III -Plano Municipal de Saneamento Bsico17

Captulo IV- Plano Municipal de Resduos Slidos18

Captulo V- Normas, Parmetros e Padres de Qualidade Ambiental19

Seo I- Das guas20

Seo II Do Ar21

Seo III - Dos Sons e Rudos21

Seo IV- Do Solo23

Disposies Finais23

Captulo VI - Informao Ambiental Municipal23

Captulo VII - Zoneamento Ambiental25

Captulo VII - Bens e Espaos Territoriais Especialmente Protegidos27

Das Disposies Iniciais27

Seo I - Do SAVAM28

Seo II - Das reas de Preservao Permanente28

Seo III - Das Unidades de Conservao29

Seo IV- Das reas Verdes31

Seo V - Das Paisagens Naturais e Construdas que Conferem Identidade ao Municpio32

Captulo IX - Espaos de Participao32

Seo I - Da Conferncia Municipal de Meio Ambiente32

Captulo X - Educao Ambiental33

Captulo XI- Avaliao de Impacto Ambiental34

Disposies Iniciais34

Seo I - Do Estudo de Impacto Ambiental36

Seo II - Da Consulta Prvia 37

Seo III - Dos Procedimentos para o Licenciamento37

Captulo XII - Licenciamento Ambiental38

Disposies Iniciais38

Seo I - Licenciamento Ambiental39

Seo II - Da Autorizao Ambiental40

Seo III - Da Licena Ambiental41

Subseo I - Modalidades de Licenas Ambientais41

Subseo II - Anlise Tcnica, Prazos e Custos42

Subseo III - Prazos de validade das Licenas e Autorizao43

Subseo IV - Dos Condicionantes e Medidas Mitigadoras44

Subseo V - Modificao de condicionantes e cancelamento de licena44

Disposio Final45

Captulo XIII - Monitoramento Ambiental45

Captulo XIV- Fiscalizao Ambiental46

Disposies Gerais46

Seo I - Da Competncia 48

Seo II - Das Infraes Ambientais49

Seo III- Das Penalidades52

Subseo I - Da Advertncia52

Subseo II - Da Multa 53

Subseo III - Da Apreenso, da Interdio, do Embargo e da Demolio53

Seo IV - Dos Procedimentos Administrativos57

Subseo I - Da Formalizao do Processo57

Subseo II - Do Termo de Compromisso57

Captulo XV - Auditoria Ambiental 58

Captulo XVI - Compensao Ambiental59

Captulo XVII - Instrumentos Econmicos60

Ttulo V 62

Dos Ecossistemas e da Biodiversidade62

Captulo I - Da Flora62

Seo I - Disposies Gerais62

Seo I - Da Supresso de Vegetao 65

Captulo II - Da Fauna66

Captulo III - Disposies Especiais67

Ttulo VI 67

Dos Setores Ambientais67

Captulo I - Dos Agrotxicos67

Ttulo VII 69

Dos Instrumentos de Cooperao69

Ttulo VIII 69

Das Disposies Transitrias69

Das Disposies Finais70

LEI COMPLEMENTAR N 001/2013 DA POLTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE VALENAEmenta da Lei: Institui a Poltica Municipal de Meio Ambiente, seus princpios, objetivos e diretrizes, cria o Sistema Municipal de Meio Ambiente - SISMUMA, estabelece os instrumentos para gesto ambiental municipal e d outras providncias.

A PREFEITA MUNICIPAL DE VALENA, Estado a Bahia:

Fao saber que a Cmara Municipal aprovou e e sanciono a seguinte Lei:

TTULO I

DAS DISPOSIES PRELIMINARES

Art. 1. A Poltica Municipal de Meio Ambiente de Valena, instituda por esta Lei Complementar, tem por finalidades a defesa, conservao, preservao, controle, melhoria e recuperao do meio ambiente ecologicamente equilibrado e estabelece princpios, objetivos, diretrizes e instrumentos da gesto pblica participativa, sistmica e integrada dos recursos ambientais do Municpio.

Pargrafo nico. A atuao do Poder Pblico Municipal na gesto ambiental fundamenta-se no interesse local, respeitadas as competncias do Estado e da Unio.

Art. 2o. A Poltica Municipal de Meio Ambiente ser implementada por meio de instrumentos legais, tcnicos, cientficos, polticos e econmicos destinados promoo do meio ambiente ecologicamente equilibrado e da sadia qualidade de vida no mbito do Municpio de Valena.

TTULO II

DOS PRINCPIOS, DIRETRIZES e OBJETIVOSCAPTULO I

DOS PRINCPIOS

Art. 3. So princpios da Poltica Municipal de Meio Ambiente:

I. direito de todos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado e sadia qualidade de vida;

II. sustentabilidade ambiental, a fim de assegurar acesso equitativo das presentes e futuras geraes e de todas as formas de vida aos recursos ambientais;

III. funo socioambiental da propriedade;

IV. acesso da comunidade informao e educao ambiental sistemtica, tendo em vista o fortalecimento da conscincia ambiental;

V. participao da comunidade e da sociedade civil nos processos de planejamento e gesto ambiental;

VI. cooperao entre coletividade e Poder Pblico para a defesa e preservao do meio ambiente, com obrigatoriedade da atuao governamental;

VII. respeito e proteo aos valores histrico-culturais e dos modos de vida das comunidades tradicionais, inclusive quilombolas;

VIII. usurio-pagador e poluidor-pagador, considerando-se indisponvel o patrimnio ambiental;

IX. preveno de danos ambientais e precauo, na ausncia de certeza cientfica;

X. a obrigao de reparar o dano ambiental e sua imprescritibilidade, independentemente de sano administrativa e penal;

XI. da proibio de retrocesso normativo em relao aos direitos e garantias ambientais fundamentais;

XII. a promoo da equidade ambiental, mediante a considerao da varivel social e o efetivo envolvimento e participao de todos os grupos sociais nas questes atinentes ao meio ambiente;

XIII. cooperao entre Municpios, o Estado e a Unio.

Pargrafo nico. Os princpios devero nortear a formulao do diplomas legais e os atos administrativos de natureza ambiental e serviro de parmetro para a interpretao das normas municipais.CAPTULO II

DOS OBJETIVOS

Art. 4. A Poltica Municipal de Meio Ambiente tem como objetivo principal assegurar as condies da sadia qualidade de vida e do bem-estar da coletividade e as demais formas de vida, em consonncia com o desenvolvimento socioambiental e econmico, e como objetivos especficos:

I. preservao da diversidade de ecossistemas naturais, assegurando-se a conservao, preservao, recuperao, restaurao e gesto de reas com caractersticas ambientais relevantes;

II. garantir a proteo dos ecossistemas representativos do Municpio, em especial os ecossistemas do domnio da Mata Atlntica;

III. combater a poluio em todas as suas formas, promovendo-se a melhoria contnua da qualidade ambiental;

IV. assegurar a equidade e a justa distribuio de nus e benefcios pelo uso dos recursos ambientais, inclusive a biodiversidade e conhecimentos tradicionais associados.

Pargrafo nico. Os objetivos so metas que devero estar presentes no planejamento dos rgos do Sistema Municipal do Meio Ambiente. CAPTULO III

DAS DIRETRIZES

Art. 5 Constituem diretrizes gerais da Poltica Municipal de Meio Ambiente de Valena, tendo em vista a proteo e melhoria da qualidade ambiental no Municpio:

I. integrao e articulao em todas as esferas de governo, de modo a garantir a eficincia, economicidade, agilidade e qualidade da gesto ambiental, com respeito autonomia municipal;

II. incorporao da dimenso ambiental nas polticas, planos, programas, projetos e atos da Administrao Pblica Municipal;

III. incentivo participao da comunidade e atuao de organizaes da sociedade civil de carter ambiental, promovendo-se a convergncia entre as suas iniciativas e os instrumentos da Poltica Municipal de Meio Ambiente;

IV. orientao ambiental do processo e dos instrumentos de ordenamento territorial municipal;

V. promoo do controle preventivo e do monitoramento sistemtico, com foco nos atributos, fragilidades e preocupaes ambientais especficas, nos termos do Plano Municipal de Meio Ambiente - PLAMA;

VI. incentivo ao desenvolvimento de estudos, pesquisas, tecnologias e iniciativas orientadas para o cumprimento dos princpios e objetivos desta poltica.

1. Os rgos do Sistema Municipal do Meio Ambiente SISMUMA devero adotar as diretrizes para a implementao das respectivas polticas pblicas.

2. A SEMA aprovar diretrizes complementares Poltica Municipal de Meio Ambiente, atualizando-as periodicamente.

TTULO III

DO SISTEMA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE CAPTULO I

DISPOSIES INICIAIS

Art. 6. Fica criado o Sistema Municipal Meio Ambiente - SISMUMA para a gesto pblica do meio ambiente em benefcio da qualidade de vida e do pleno exerccio da cidadania.

1. O SISMUMA atuar com o objetivo imediato de organizar, coordenar e integrar as aes dos diferentes rgos e entidades da administrao pblica municipal direta e indireta, observados os princpios e normas gerais desta Lei Complementar e legislao pertinente.

2o. O SISMUMA orientar-se- pelos princpios do planejamento integrado, da coordenao intersetorial e da participao social.

CAPTULO II

DA COMPOSIO e DAS ATRIBUIES

Art. 7. So rgos do SISMUMA:

I. rgo de Integrao: Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - CODEMA;

II. rgo Executor: Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMA;

III. rgos Setoriais: as demais secretarias municipais e rgos da administrao indireta municipal.

Pargrafo nico. So colaboradores do SISMUMA, as organizaes no-governamentais, as universidades, as instituies de ensino superior, os institutos federais de ensino mdio profissionalizante, as entidades profissionais, as empresas, os agentes financeiros, a sociedade civil e outros que desenvolvam ou possam desenvolver aes de apoio gesto ambiental.

CAPTULO III

DO CONSELHO MUNICIPAL DE DEFESA DE MEIO AMBIENTE

Art. 8. O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, identificado pela sigla CODEMA, criado pela Lei Municipal n 1.166, de 21 de maio de 1989, um rgo colegiado autnomo e permanente de carter consultivo, deliberativo, normativo e recursal, o qual passar a ser disciplinado por esta Lei Complementar.

Art. 9. Compete ao CODEMA:

I. estabelecer as bases normativas da Poltica Municipal do Meio Ambiente para a gesto, controle e proteo da qualidade ambiental, visando a sustentabilidade do desenvolvimento local;

II. deliberar sobre normas e padres de qualidade ambiental, no que couber, respeitadas as legislaes Federal, Estadual e Municipal pertinentes;

III. aprovar, acompanhar a implementao e assegurar a atualizao peridica do Plano Municipal de Meio Ambiente;

IV. estabelecer diretrizes para o licenciamento e as autorizaes ambientais;

V. apreciar e pronunciar-se sobre estudos ambientais, incluindo-se o EIA/RIMA, pertinentes a atividades e empreendimentos de impacto local sujeitas a licenciamento ambiental;

VI. acompanhar e apreciar, quando solicitado pela SEMA, os licenciamentos ambientais no municpio, e deliberar e aprovar as licenas de localizao, implantao, alterao e operao das atividades e empreendimentos de mdio, grande e excepcional porte, bem como suas respectivas renovaes;

VII. emitir parecer sobre os Planos de Recuperao de reas Degradadas - PRADs, quando solicitado pela SEMA;

VIII. conhecer os Termos de Compromisso firmados pela SEMA;

IX. decidir, em grau de recurso, como ltima instancia administrativa, sobre o licenciamento ambiental e as penalidades administrativas impostas pela SEMA;

X. estudar e propor diretrizes complementares s polticas pblicas dos rgos setoriais, visando o controle e manuteno da qualidade do meio ambiente;

XI. encaminhar as denncias de possveis infraes ambientais, emitindo parecer,quando necessrio, aos rgos competentes;

XII. acompanhar os dados do monitoramento das atividades utilizadoras de recursos ambientais, bem como os dos empreendimentos capazes de causar degradao ambiental, a fim de fiscalizar o cumprimento dos condicionantes, medidas mitigadoras e da legislao em vigor;

XIII. examinar matria em tramitao na administrao pblica municipal, que envolva questo ambiental, a pedido do Poder Executivo, ou por solicitao da maioria dos seus membros;

XIV. propor critrios bsicos e fundamentados para elaborao do zoneamento ambiental, podendo referendar ou no a proposta encaminhada pelo rgo ambiental competente;

XV. promover, orientar e colaborar com as campanhas educacionais relativas ao Meio Ambiente;

XVI. promover informao comunidade sobre as polticas, diretrizes, normas e regulamentos ambientais;

XVII. promover a educao ambiental continuada para a atuao da Guarda Municipal e demais entes do SISMUMA para proteo ambiental do Municpio;

XVIII. manter intercmbio com as entidades pblicas e privadas de estudos e pesquisas, com a finalidade de obter e fornecer informaes e subsdios tcnicos relativos no conhecimento e defesa do Meio Ambiente;

IX. articular-se com os demais rgos colegiados do Municpio para a soluo de questes ambientais interdisciplinares e com os Conselhos de Defesa Ambiental dos municpios adjacentes;

XX. propor a criao de parques, reas verdes, reservas, estaes ecolgicas, reas de proteo ambiental e as de relevantes interesses ecolgicos e outras unidades de conservao, estabelecendo normas relativas aos espaos territoriais especialmente protegidos, bem como, aprovar o Plano de Manejo das Unidades de Conservao, ouvido o Conselho Gestor;

XXI. subsidiar a atuao do Ministrio Pblico;

XXII. elaborar resolues, requerimentos, indicaes, moes e recomendaes nas matrias de sua competncia;

XXIII. aprovar e acompanhar projetos, programas, aes e atividades a serem financiadas com recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente;

XXIV. criar e extinguir cmaras tcnicas e grupos de trabalho;

XXV. elaborar, alterar e aprovar o seu regimento interno.

XXVI. avocar procedimentos licenciatrios, por deciso da maioria absoluta dos seus membros, nas hipteses em que haja risco iminente de significativo impacto ambiental;

XXVII. apreciar os termos de referncia para a realizao de estudos ambientais, incluindo-se o Estudo Prvio de Impacto Ambiental, dos empreendimentos locais, oferecendo as contribuies que julgar necessrias;

Art.10. O Municpio, atravs da SEMA, prestar o suporte administrativo e tcnico, indispensvel para a instalao e funcionamento do CODEMA.

1. O CODEMA para o cumprimento de sua competncia e atribuies contar com recursos oramentrios e financeiros do FMMA - Fundo Municipal de Meio Ambiente.

Art. 11. O CODEMA aprovar um calendrio de reunies ordinrias, sendo convocadas reunies extraordinrias em casos excepcionais.

Seo I

Da Composio

Art. 12. Nos termos do art. 168 da Lei Orgnica do Municpio de Valena, de 31 de maro de 1990, o CODEMA ter 21 (vinte e uma) representaes, em composio paritria e tripartite formada por:

I. sete representantes do poder pblico;

II. sete representantes de entidades empresarias e rgos de classe;

III. sete representantes de entidades ambientalistas e sociedade civil organizada.1. Caber ao Prefeito Municipal a indicao das representaes do Poder Pblico Municipal, bem como convidar representaes estaduais e federais presentes no municpio para a composio deste segmento.

2. Os segmentos previstos nos incisos II e III sero eleitos pelos seus pares, mediante a publicao de edital, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias anteriores ao trmino do mandato, para que promovam o respectivo processo eleitoral para o mandato seguinte.

3. Cada representao do CODEMA dever contar com um membro titular e um suplente.

4. Aps a eleio de que trata o pargrafo segundo deste artigo, caber ao Prefeito nomear por ato administrativo prprio os membros do CODEMA, permanecendo os membros nomeados anteriormente at a posse de seus sucessores

5. Os conselheiros tomaro posse na primeira reunio do colegiado que se realizar aps as respectivas nomeaes, mediante assinatura de Termos de Posse firmado em Livro de Atas.

6. Os membros titulares do colegiado e seus suplentes tero mandato de 3 (trs) anos, podendo ser reeleitos.

7. O assento no CODEMA pertence representao, a qual ter a liberdade de indicar e/ou substituir seus representantes titular e suplente.

Art. 13. A estrutura do CODEMA compreende o Plenrio, a Diretoria e as Cmaras Tcnicas, cujas atribuies e funcionamento sero definidas em seu Regimento Interno, aprovado pelo Conselho e publicado por meio de Resoluo.

I. o Plenrio, como instncia mxima, ser formado pelos membros representantes do Poder Pblico, representantes de entidades empresariais e orgos de classe e representantes de entidades ambientalistas e sociedade civil organizada;

II. a Direo do CODEMA ser exercida pelo Presidente ou Vice, auxiliado pelo Secretario e Tesoureiro eleitos dentre os conselheiros titulares nomeados;

III. as Cmaras Tcnicas, criadas por deliberao do Plenrio, sero permanentes ou provisrias.

Art. 14. A atividade dos conselheiros considerada relevante servio pblico municipal reconhecida em diploma, assinado pelo Presidente do CODEMA ao final do curso do seu exerccio e no enseja remunerao.

Art. 15. As sesses plenrias do CODEMA sero pblicas, cabendo aos seus membros dar voz aos representantes de rgos, entidades e autoridade presentes reunio.

Art. 16. Aos membros do CODEMA, representantes das entidades ambientalistas e da sociedade civil organizada residentes em zona rural, fica assegurado para comparecimento s reunies ordinrias e extraordinrias, o custeio de despesas pelo deslocamento, alimentao e estadia.

CAPTULO IV

DA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE

Art. 17. A Secretaria de Meio Ambiente - SEMA, rgo executor do Sistema Municipal de Meio Ambiente - SISMUMA tem por finalidade cumprir e fazer cumprir a Poltica Municipal de Meio Ambiente, com vistas garantia da melhoria da qualidade de vida e ao desenvolvimento sustentvel do Municpio de Valena, competindo-lhe:

I. promover a execuo e a coordenao da Poltica Municipal de Meio Ambiente, atravs de planos, programas, projetos e aes;

II. integrar a Poltica Municipal do Meio Ambiente com as polticas das esferas federal e estadual e promover a sua articulao com as polticas setoriais do Municpio;

III. elaborar e executar o plano municipal de meio ambiente;

IV. exercer o poder de policia administrativa, de forma preventiva, corretiva e repressiva no controle, disciplina e fiscalizao das atividades efetiva ou potencialmente poluidoras ou degradadoras no municpio;

V. exigir prvio Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatrio de Impacto ao Meio Ambiente EIA/RIMA no processo de licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades considerados potencialmente causadores de significativo impacto ambiental local;

VI. conceder as autorizaes ambientais;

VII. conceder as licenas ambientais de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente causadoras de significativo impacto ambiental local, aps a deliberao do CODEMA, , nos termos do art. 9, inciso XII

VIII. elaborar os Termos de Referncia e as normas tcnicas com as orientaes os parmetros, exigncias e demais definies para os estudos ambientais de empreendimentos e atividades causadores de impacto ambiental que forem cometidos ao Municpio, para aprovao do CODEMA;

IX. manifestar-se nos processos de licenciamento mediante parecer tcnico conclusivo e parecer jurdico, quando este couber;

X. aplicar as penalidades administrativas ambientais previstas nesta Lei;

XI. controlar e monitorar de forma permanente os empreendimentos e atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, podendo avaliar e rever os limites de emisso de poluentes e manter atualizado o Sistema de Informao Ambiental Municipal SINFAM;

XII. rever periodicamente as normas e padres de emisso de poluentes, efluentes e outras substncias para adequao aos avanos das tecnologias do processo e incluir outros controles da poluio;

XIII. administrar os espaos territoriais municipais especialmente protegidos, expedir autorizaes ou anuncias prvias para execuo de obras ou atividades em seu interior ou na zona de amortecimento;

XIV. coordenar a implantao de reas verdes e promover sua avaliao e adequao.

XV. assegurar a ampla discusso das polticas, diretrizes e planos municipais com a comunidade, estimulando sua participao ativa no processo de planejamento ambiental do Municpio;

XVI. promover, em articulao com Secretaria de Educao e demais rgos setoriais, a educao ambiental formal e no formal, visando sensibilizao da comunidade urbana e rural para a proteo do meio ambiente;

XVII. solicitar aos demais rgos setoriais da Administrao Pblica Municipal estudos ou pareceres, quando da elaborao ou execuo de aes ambientais transversais;

XVIII. celebrar convnios e acordos com entidades pblicas e privadas de todas as esferas, organizaes no governamentais, nacionais ou internacionais, visando implementao de aes ambientais e integrao do SISMUMA;

XIX. promover em cooperao com rgos ambientais do Estado e da Unio aes para a fiscalizao ambiental integrada no Municpio;

XX. manter intercmbio com rgos ambientais do Estado, Unio e entidades publicas e privadas de pesquisa com a finalidade de obter e fornecer informaes e subsdios tcnicos relativos no conhecimento e defesa do Meio Ambiente;

XXI. exercer a gesto do Fundo Municipal do Meio Ambiente;

XXII. expedir normas tcnicas e administrativas necessrias ao cumprimento do disposto nesta Lei e dar publicidade;

XXIII. promover medidas judiciais e administrativas, visando responsabilizar os causadores de poluio ou degradao ambiental;

XXIV. avaliar, revisar e propor alteraes ao zoneamento do Municpio definido no Plano Diretor, com a participao dos rgos e entidades do SISMUMA.

Art. 18. Os empreendimentos e atividades, cujo licenciamento for de competncia do Estado ou da Unio, somente podero instalar-se no Municpio ou renovar suas licenas, mediante a certido de conformidade e/ou regularidade ambiental e com requerimento do interessado.

Pargrafo nico. Caber a SEMA emitir certides de que trata o caput deste artigo, de acordo com as normas previstas nesta Lei Complementar e com Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano PDDU, mediante parecer tcnico fundamentado.

I. no caso de certides que afetem direta ou indiretamente os bens e espaos territoriais especialmente protegidos pelo municpio e os considerados como patrimnio municipal dever a mesma ser submetida apreciao do CODEMA e, quando for o caso, aos demais rgos setoriais.

Art. 19. O Municpio para cumprir as aes administrativas de sua gesto ambiental dever:

I. definir e implementar as estruturas administrativa e tcnica interdisciplinar da SEMA, de forma suficiente e compatvel com o nvel de complexidade da sua opo de competncia para atender s tipologias definidas pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente CEPRAM, considerados os critrios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade;

II. possuir tcnicos prprios e/ou, em consrcio ou outro instrumento legal de cooperao, devidamente habilitados pelo respectivo conselho de classe e em nmero compatvel para atender os instrumentos de controle, licenciamento, monitoramento e fiscalizao;

III. possuir recursos materiais e tecnolgicos suficientes para atender os instrumentos de controle, licenciamento, monitoramento e fiscalizao.

Pargrafo nico. O Municpio para orientao e capacitao da estrutura administrativa e da equipe tcnica interdisciplinar da SEMA, poder contratar consultoria especializada.

CAPTULO V

DOS RGOS SETORIAIS

Art. 20. So considerados Setoriais, os rgos da Administrao Direta e Indireta do Municpio, cujas atividades sejam, total ou parcialmente, vinculadas s de conservao, proteo e melhoria do meio ambiente, competindo-lhes:

I. contribuir para a execuo e implementao da Poltica Municipal de Meio Ambiente, dentro de sua esfera de atribuio;

II. promover a incorporao dos aspectos ambientais em sua poltica de atuao;

III. consultar e solicitar estudos ou pareceres da SEMA, como rgo de Execuo da Poltica Municipal de Meio Ambiente, em aes que possam interferir no meio ambiente local;

IV. atender as solicitaes da SEMA;

V. disponibilizar ou ceder, quando solicitado, servidores municipais habilitados para a cooperao aos pareceres tcnicos nos processos de licenciamento ambiental a cargo da SEMA.

VI. outras atribuies previstas nesta Lei Complementar.

Pargrafo nico. A Guarda Municipal, nos termos da Lei Municipal 1.968, de 28 de outubro de 2008, destinada a proteger o patrimnio, bens, servios e instalaes pblicas municipais e o meio ambiente, passa a integrar o SISMUMA e dever atuar em parceria com a SEMA para apoio proteo dos bens ambientais municipais.

TITULO IV

DOS INSTRUMENTOS DA POLTCA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

Art.21. So Instrumentos da Poltica Municipal de Meio Ambiente:

I. Plano Municipal de Meio Ambiente;

II. Plano Municipal de Conservao e Restaurao da Mata Atlntica;

III. Plano Municipal de Saneamento Bsico;

IV. Plano Municipal de Resduos Slidos;

V. Normas, Parmetros e Padres de Qualidade Ambiental;

VI. Informao Ambiental Municipal;

VII. Zoneamento Ambiental;VIII. Bens e Espaos Territoriais Especialmente Protegidos;IX. Espaos de Participao;

X. Educao Ambiental;

XI. Avaliao de Impactos Ambientais;

XII. Licenciamento Ambiental;

XIII. Monitoramento Ambiental;

XIV. Fiscalizao Ambiental;

XV. Auditoria Ambiental;

XVI. Compensao Ambiental;

XVII. Instrumentos Econmicos.

CAPTULO I

PLANO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

Art. 22. O Plano Municipal de Meio Ambiente PLAMA o instrumento que direciona e organiza as aes da poltica ambiental municipal, a ser elaborado em consonncia com os princpios, objetivos e diretrizes desta Lei Complementar, da Lei Orgnica do Municpio e do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano PDDU.

Art. 23. Compete a SEMA, mediante o acompanhamento do CODEMA e com a colaborao dos rgos Setoriais, a elaborao do PLAMA com participao social, que consistir na:

I. identificao das reas prioritrias de atuao;

II. programas, anuais e plurianuais, de preservao, recuperao, conservao, proteo e utilizao dos recursos ambientais e de preservao do seu patrimnio tnico e cultural;

III. programas destinados capacitao profissional e tcnica dos servidores municipais para cumprimento e execuo do PLAMA;

IV. programas de educao ambiental com a finalidade de sensibilizar a sociedade para a utilizao sustentvel dos recursos ambientais locais;

V. previso de prazo, condies de avaliao e reviso, custos, forma de aplicao e respectivas fontes de recursos.

Pargrafo nico. A SEMA para a elaborao do PLAMA poder contratar consultoria especializada e firmar convnios.

Art. 24. O PLAMA ser aprovado pela SEMA e publicado por Decreto do Poder Executivo.

Art. 25. Caber aos rgos Setoriais a estrita observao do PLAMA para a incorporao da dimenso ambiental nos atos, planos, programas e projetos da Administrao Pblica Municipal.

CAPTULO II

PLANO MUNICIPAL DE CONSERVAO E RESTAURAO DA MATA ATLNTICA

Art. 26. Respeitando-se o regime jurdico especial do Bioma Mata Atlntica, compete ao Municpio a elaborao do Plano Municipal de Restaurao e Conservao da Mata Atlntica, consoante o disposto no art.43 do Decreto Federal 6.600 de 20 de maro de 2007, que regulamenta a Lei Federal 11.428, de 22 de dezembro de 2006.

Art. 27. O Plano Municipal de Restaurao e Conservao da Mata Atlntica ser coordenado pela SEMA que poder firmar parcerias e convnio com instituies de pesquisa e/ou ensino ou organizaes da sociedade civil, devendo ser aprovado pelo CODEMA e ser publicado no Dirio Oficial dos Municpios.

Art. 28. O Plano Municipal de Restaurao e Conservao da Mata Atlntica dever conter os seguintes itens, sem prejuzo de outros:

I. diagnstico da vegetao nativa contendo mapeamento dos remanescentes da mata atlntica no Municpio de Valena em escala 1:2000 ou similar, bem como identificao dos estgios sucessionais;

II. indicao dos principais vetores de desmatamento ou destruio da vegetao nativa;

III. indicao de reas prioritrias para conservao e recuperao da vegetao nativa;

IV. indicaes de aes preventivas aos desmatamentos ou destruio da vegetao nativa e de conservao e utilizao sustentvel da mata atlntica no municpio.

Pargrafo nico. O Plano Municipal de Restaurao e Conservao da Mata Atlntica dever observar os estudos elaborados pelos rgos estaduais competentes e pelo Ncleo da Mata Atlntica - NUMA do Ministrio Publico do Estado da Bahia.

CAPTULO III

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO

Art. 29. O Plano Municipal de Saneamento Bsico dever atender aos requisitos bsicos previstos no art. 19 da lei 11.445 de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento bsico.

Art. 30. A SEMA e o CODEMA devero, no mbito de suas competncias, acompanhar o plano de saneamento bsico de iniciativa dos rgos setoriais competentes, com destaque no licenciamento ambiental de construo ou ampliao dos sistemas, de abastecimento pblico de gua e de esgotamento sanitrio.

CAPTULO IV

PLANO MUNICIPAL DE RESDUOS SLIDOS

Art. 31. Em cumprimento a Poltica Nacional de Resduos Slidos - PNRS compete ao Municpio a elaborao do Plano Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos.

Pargrafo nico. O Plano Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos dever atender o contedo previsto art. 19 da Lei 12.305/2010 combinado com o art.50 do Decreto 7.404 de 23 de dezembro de 2010 e consideradas as peculiaridades locais.

Art. 32. A SEMA e o CODEMA devero, no mbito de suas competncias, acompanhar o Plano Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos, bem como o licenciamento ambiental da instalao ou a operao de empreendimentos pelo rgo competente do SISNAMA, nos termos da PNRS.

Art. 33. O poder pblico, o setor empresarial e a coletividade so responsveis pela efetividade das aes voltadas para assegurar a observncia da Poltica Nacional de Resduos Slidos.

Pargrafo nico. Na gesto e gerenciamento de resduos slidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: no gerao, reduo, reutilizao, reciclagem, tratamento dos resduos slidos e disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos, alm da logstica reversa e da coleta seletiva.Art. 34. vedado, no territrio do Municpio:

I. a disposio de resduos slidos diretamente no mar, rios, lagos e demais corpos dgua bem como em manguezais, restingas e reas estuarinas;

II. o depsito e destinao final dos resduos txicos e radioativos produzidos fora do seu territrio;

III. lanamento in natura a cu aberto, excetuados os resduos de minerao;

IV. queima a cu aberto ou em recipientes, instalaes e equipamentos no licenciados para essa finalidade;

V. outras formas vedadas pelo poder pblico.Art. 35. obrigatria a prvia segregao de resduos slidos nas escolas municipais, nos rgos da administrao municipal e nas atividades privadas, objetivando a implementao da coleta seletiva.

CAPTULO V

NORMAS, PARMETROS E PADRES DE QUALIDADE AMBIENTAL

Art. 36. Os padres de qualidade ambiental so os valores de concentraes mximas tolerveis no ambiente para cada poluente, de modo a resguardar a sade humana, a flora, a fauna, as atividades econmicas e o meio ambiente em geral.

1. Os padres de qualidade ambiental devero ser expressos, quantitativamente, indicando as concentraes mximas de poluentes tolerveis em determinados ambientes, devendo ser respeitados os indicadores ambientais de condies de auto-depurao do corpo receptor.

2. ]Os padres de qualidade ambiental incluiro, entre outros, a qualidade do ar, das guas, do solo e a emisso de rudos.

3. Os empreendimentos e atividades com potencial de causar degradao ambiental, a serem instalados no Municpio, ficam obrigados a possuir equipamentos ou sistemas de controle ambiental e a adotar medidas de segurana para evitar riscos ou efetiva degradao ambiental e outros efeitos indesejveis ao bem-estar dos trabalhadores e da comunidade, e a apresentar ao rgo ambiental competente, quando exigido, planos de controle e de gerenciamento de risco.

4. Os responsveis pelas fontes degradadoras devero fornecer a SEMA, informaes sobre suas atividades e sistemas de produo, acompanhadas dos estudos e documentos tcnicos.

Art. 37. Padro de emisso o limite mximo estabelecido para lanamento de poluente por fonte emissora que, se ultrapassado, poder afetar a sade, a segurana e o bem estar da populao, bem como ocasionar danos fauna, flora, s atividades econmicas e ao meio ambiente em geral.

Art. 38. Os padres de emisso e de qualidade ambiental so aqueles estabelecidos pelos Poderes Pblicos Estadual e Federal, podendo o Municpio, atravs dos rgos competentes, estabelecer padres mais restritivos ou acrescentar padres para parmetros no fixados pelos rgos Estadual e Federal.

Art. 39. A SEMA ir monitorar e fiscalizar a qualidade do ar, do solo e da gua, dos sons e rudos auxiliada pelos rgos Setoriais, conforme o caso, a fim de coibir a poluio do meio ambiente, devendo, no mbito de sua competncia, regulamentar e propor a reviso dos limites de emisso, incluir outras substncias e controles da poluio de qualquer natureza mais restritivos, aps deliberao do CODEMA.

Pargrafo nico. Os resultados das avaliaes referidas no caput sero amplamente divulgados sociedade e constaro do Sistema de Informao Ambiental Municipal SINFAM.

Seo I

Das guas

Art. 40. Compete ao SISMUMA:

I. proteger a sade, bem-estar e a qualidade de vida da populao, qualidade das guas e a quantidade dos recursos hdricos existentes no municpio;

II. proteger, conservar e recuperar os ecossistemas aquticos, com especial ateno para as reas de nascentes, reas de preservao permanente e outras relevantes para a manuteno dos ciclos hdricos e biolgicos;

III. reduzir, progressivamente, a toxicidade e as quantidades dos poluentes lanados nos corpos dgua;

IV. compatibilizar e controlar os usos efetivos e potenciais da gua, tanto qualitativa quanto quantitativamente;

V. controlar os processos erosivos que resultem no transporte de slidos, no assoreamento dos corpos dgua e da rede pblica de drenagem;

VI. adequar o tratamento dos efluentes lquidos, visando preservar a qualidade dos recursos hdricos;

VII. questionar, quando necessrio, as outorgas de gua concedida por rgos federais ou estaduais, que no estejam em concordncia com as normas municipais e que tragam prejuzos ao meio ambiente.

Art. 41. A utilizao da gua far-se- em observncia aos critrios ambientais, levando-se em conta seus usos preponderantes, garantindo sua perenidade, tanto no que se refere aos aspectos qualitativos como quantitativos.

Pargrafo nico. Os usos preponderantes so aqueles definidos na legislao federal segundo a qual sero enquadradas na Classificao das guas do Territrio Nacional, as guas superficiais doces, salobras e salgadas.

Art. 42. O Poder Pblico Municipal garantir condies que impeam a contaminao da gua potvel na rede de distribuio e realizar periodicamente anlises da gua.

Art. 43. O Municpio manter pblico o registro permanente de informaes sobre a qualidade da gua dos sistemas de abastecimento, obtidos da empresa concessionria deste servio e dos demais corpos dgua utilizados, onde no se disponha do sistema pblico de abastecimento.

Art. 44. O licenciamento dos empreendimentos e atividades efetivas ou potencialmente causadoras de significativo impacto ambiental local que utilizem a captao de gua, implementaro programas de monitoramento de efluentes e da qualidade ambiental em suas reas de influncia.

Art. 45. A implantao de empreendimentos e atividades que dependam da utilizao de guas subterrneas dever ser precedida de estudos hidrogeolgicos para avaliao das reservas e do potencial dos recursos hdricos, sujeitos aprovao pelo rgo estadual competente.

Art. 46. Fica proibido o abastecimento de pulverizador, de qualquer espcie, utilizado pra a aplicao de produtos qumicos na agricultura e pecuria, diretamente nos cursos de gua existentes no Municpio, ou prximo s suas margens e entorno.

Art. 47. O Municpio prestar colaborao Unio e ao Estado na implementao de suas respectivas Polticas de Gerenciamento de Recursos Hdricos, na sua esfera de competncia.

Seo II

Do Ar

Art. 48. A qualidade do ar dever ser mantida em conformidade com os padres e normas de emisso definidos na legislao federal, estadual e municipal.

1. So padres de qualidade do ar as concentraes de poluentes atmosfricos que ultrapassadas, podero afetar a sade, a segurana e o bem-estar da populao, ocasionar danos flora e fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral.

2. As normas de emisso estabelecem quantidades mximas de poluentes, cujo lanamento no ar permitido, no gerando qualquer direito adquirido, nem conferindo iseno da obrigao de indenizar ou reparar os danos causados s pessoas e ao meio ambiente.

Art.49. Fica vedada a queima ao ar livre de materiais que comprometam, de alguma forma o meio ambiente e o bem estar das populaes do entorno e de outras culturas e pastagens, de terrenos, mesmo como forma de limpeza e de quaisquer outros materiais.

Art. 50. O Executivo Municipal desestimular atividades que utilizem a madeira como combustvel bsico, exigindo alternativas mais limpas.

Art. 51. A instalao e funcionamento de incineradores dependero de licena dos rgos competentes, respeitadas as normas desta Lei.

Seo III

Dos Sons e Rudos

Art. 52. O controle da emisso de rudos visa garantir o sossego e bem-estar pblico, evitando sua perturbao por emisses excessivas ou incmodas de sons de qualquer natureza ou que contrariem os nveis mximos fixados em lei.

Art. 53. A emisso de sons e rudos, em decorrncia de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda, bem como de quaisquer veculos automotor com equipamento de som obedecer, no interesse da sade, da segurana e do sossego pblico, aos padres, critrios, diretrizes e penalidades estabelecidos na Lei Municipal 1.434, de 07 de maio de 1997 e regulamentao disposta nos Decretos Municipais, 5.265 de 04 de janeiro de 2001 e 482 de 11 de janeiro de 2010 ou outros instrumentos legais que o sucederem e, tambm, a Resoluo do Conselho Nacional de Trnsito - CONTRAN n 204, de 20 de outubro de 2006, DOU 10.11.2006, nos nveis de som que estabelece em seu artigo primeiro.

Pargrafo nico. Caber ao Executivo Municipal atualizar o valor das multas previstas na Lei Municipal 1.434, de 07 de maio de 1997, no prazo de at 30 (trinta) dias, a contar da publicao desta Lei Complementar.

Art. 54. Os estabelecimentos ou instalaes causadoras de poluio sonora, reincidentes e notificados formalmente, devero requerer SEMA Certido de Tratamento Acstico (CTA) adequado, sendo os requerimentos instrudos com os documentos legalmente exigidos, e condicionante para emisso da Certido Municipal, acrescidos das seguintes informaes:I. Tipo(s) de atividade(s) do estabelecimento e os equipamentos sonoros utilizados;

II. Zona e categoria de uso do local;

III. Horrio de funcionamento do estabelecimento;

IV. Capacidade ou lotao mxima do estabelecimento;

V. Nveis mximos de rudos permitidos;

VI. Laudo tcnico comprobatrio de tratamento acstico, assinado por tcnico especializado ou empresa idnea no fiscalizadora;

VII. Descrio dos procedimentos recomendados pelo laudo tcnico para o perfeito desempenho da proteo acstica do local;

VIII. Declarao do responsvel legal pelo estabelecimento quanto s condies compatveis com a legislao.

Pargrafo nico. As certides de que tratam o caput do presente artigo podem ser revogadas a qualquer tempo, a bem do interesse pblico, na hiptese de no atender o quanto disposto nos artigos 52 e 53, no interesse da sade, da segurana e do sossego pblico.

Art. 55. A propagao sonora, no ambiente externo, durante as atividades realizadas em templos religiosos, no poder ultrapassar, medidos em decibis no perodo diurno da 07h (sete horas) s 18h (dezoito horas), os seguintes limites: Sessenta decibis medidos na escala de compensao A (60dBA) e, no perodo noturno das 18h (dezoito horas) s 07h (sete horas) do dia seguinte, cinquenta e cinco decibis medidos na escala de compensao A ( 55dBA), exclusivamente e livre, sem quaisquer outra exigncia.

1. Considera-se ambiente externo aquele localizado a partir do ponto da reclamao.

2. Para a constatao do excesso devero ser feitas trs medies, com intervalo mnimo de quinze minutos entre elas, resultando na mdia, que ser o nmero considerado para a concluso da existncia ou no do excesso.

Seo IV

Do Solo

Art. 56. A proteo do solo no Municpio visa:

I. garantir o uso racional do solo urbano, atravs dos instrumentos de gesto competentes observadas as diretrizes ambientais contidas no PDDU;

II. priorizar o controle da eroso, a conteno de encostas e o reflorestamento de reas degradadas;

III. proibir com base na legislao especfica o uso de pesticidas e herbicidas reas prximas s nascentes e mananciais relevantes para a manuteno da qualidade dos recursos hdricos do municpio.

DISPOSIES FINAIS

Art. 57. A SEMA proceder a elaborao peridica de proposta de reviso dos limites de emisso previstos nesta Lei Complementar, sujeito a apreciao do CODEMA, de forma a incluir outras substncias ou adequ-los aos avanos das tecnologias de processo industrial e controle da poluio.

Art. 58. Todas as fontes de emisso existentes no Municpio devero adequar-se ao disposto nesta Lei, nos prazos estabelecidos pela SEMA.

CAPTULO VI

INFORMAO AMBIENTAL MUNICIPAL

Art. 59. Compete ao Municpio, nos termos da Lei Complementar 140, de 08 de dezembro e 2011, organizar e manter o Sistema Municipal de Informaes sobre Meio Ambiente e prestar informaes aos Estados e Unio para a formao e atualizao dos Sistemas Estadual e Nacional de Informaes sobre Meio Ambiente.

Art. 60. Fica, portanto, criado o Sistema de Informao Ambiental Municipal - SINFAM com objetivo de reunir informaes referentes gesto ambiental, em especial as referentes ao licenciamento, monitoramento, fiscalizao, bem como sobre a qualidade, disponibilidade, uso e conservao dos recursos ambientais, as fontes e causas de degradao ambiental, a presena de substncias potencialmente danosas sade, bem como os nveis de poluio e situaes de risco existentes no municpio de Valena

Pargrafo nico. O SINFAM ser alimentado por dados e informaes produzidos pelos rgos do Sistema Municipal de Meio Ambiente - SISMUMA, pelos demais rgos e entidades integrantes da Administrao Pblica, pelas organizaes no-governamentais e instituies privadas.

Art. 61. As informaes do SINFAM sero pblicas, ressalvadas as protegidas por sigilo, assim demonstradas e comprovadas pelos interessados, respeitando-se as normas sobre direito autoral e propriedade industrial.

Pargrafo nico. Os dados e informaes produzidos por entidades privadas ou por organizaes no governamentais, com a participao de recursos pblicos, devero ser disponibilizados ao SINFAM, sem nus para o Poder Pblico.

Art. 62. O SINFAM ser mantido pelo Poder Executivo Municipal, que prover os recursos oramentrios materiais e humanos necessrios e ser coordenado pela SEMA.

Art. 63. So atribuies do SINFAM, dentre outras:

I. coletar e sistematizar dados e informaes de interesse ambiental, relativos s fontes potencialmente impactantes e qualidade dos recursos ambientais;

II. colocar de forma ordenada, sistmica e interativa os registros e as informaes dos rgos, entidades e empresas;

III. atuar como instrumento regulador dos registros necessrios s diversas necessidades do SISMUMA;

IV. recolher e organizar dados e informaes de origem multidisciplinar de interesse ambiental, para uso do Poder Pblico e da sociedade;

V. prestar informaes referentes gesto ambiental e, em especial, as referentes a licenciamento e autorizao ambiental, monitoramento, fiscalizao e termos de compromisso.

Pargrafo nico. O Municpio buscar, por meio de cooperao tcnica, condies para operar os sistemas informatizados e inserir as informaes referentes gesto ambiental municipal ao Sistema de Informao Ambiental do Estado SEIA.

Art. 64. O SINFAM conter, dentre outros:

I. cadastro de entidades ambientalistas com ao no Municpio, tendo em vista a escolha de representantes do CODEMA;

II. cadastro de associaes representativas da comunidade com atuao no Municpio, tendo em vista a escolha de representantes do CODEMA, nos termos desta Lei Complementar;

III. cadastro de rgos e pessoas jurdicas, inclusive de carter privado, com sede no Municpio ou no, com ao na preservao, conservao, defesa, melhoria, recuperao e controle do meio ambiente;

IV. cadastro de pessoas fsicas ou jurdicas que se dediquem prestao de servios de consultoria sobre questes ambientais, bem como a elaborao de projeto na rea ambiental;

V. cadastro de pessoas fsicas ou jurdicas que cometeram infraes s normas ambientais, incluindo penalidades a elas aplicadas, cujas informaes sero armazenadas pelo prazo de 5 (cinco) anos aps o qual sero descartadas.

VI. cadastro das pessoas fsicas ou jurdicas, inclusive as empresas e entidades pblicas da administrao indireta, cujas atividades sejam potencial ou efetivamente poluidoras ou degradadoras;

VII. cadastro de empresas e atividades cuja ao, de repercusso no Municpio, comporte risco efetivo ou potencial para o meio ambiente;

VIII. cadastro tcnico municipal contendo informaes bsicas necessrias avaliao permanente da qualidade ambiental, compreendendo, entre outros:

a. dados das reas Verdes e das Unidades de Conservao no Municpio;

b. cartografia, mapas dados de Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto, Aerofoto, Fotointerpretao, dados e informaes censitrias e outras informaes oriundas de fontes diversas, sobre a realidade socioambiental e socioeconmica do Municpio;

c. os mapas municipais previstos na Lei Municipal n. 1.856 de 07 de outubro de 2006, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano PDDU;

d. acervo de todas as normas legais municipais, especialmente das leis relacionadas ao meio ambiente, bem como das normas estaduais e federais correlatas;

IX. organizao de dados e informaes tcnicas, bibliogrficas, literrias, jornalsticas e outras de relevncia para os objetivos do SISMUMA;

X. outras informaes de carter permanente ou temporrio;

1. Respeitado o disposto no art. 60 desta Lei Complementar garantido o acesso pblico ao Sistema Municipal de Informao Ambiental do Municpio de Valena, podendo ser fornecidas certides gratuitas e cpias dos documentos, as quais correro a expensas do peticionrio.

2. Os cadastros previstos nos incisos I e II sero regulamentados pelo CODEMA.

3. Os demais cadastros sero objeto de ato administrativo prprio da SEMA.

CAPTULO VII

ZONEAMENTO AMBIENTAL

Art. 65. O zoneamento ambiental consiste na definio de reas do territrio do Municpio, de forma a harmonizar as diversas polticas pblicas com a poltica ambiental, regulamentar atividades, bem como definir aes para a proteo e melhoria da qualidade do ambiente, considerando as caractersticas ou atributos das reas.

Art. 66. O Zoneamento Ambiental ser obrigatoriamente seguido na implantao de planos, programas, projetos, licenciamento de empreendimentos e atividades, sejam pblicos ou privados, e estabelecer medidas e padres de proteo ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hdricos e do solo e a conservao da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentvel e a melhoria das condies de vida da populao.Art. 67. O Zoneamento Ambiental do municpio levar em conta a importncia ecolgica, limitaes e fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo vedaes, restries e alternativas de explorao do territrio e determinando, quando for o caso, a recolocao de atividades incompatveis e ainda:

I. a compatibilizao do uso do solo, considerando a necessidade de preservao e conservao dos recursos naturais, patrimnio histrico, cultural, paisagstico e arqueolgico, com demandas das atividades scio-econmicas;

II. a considerao das potencialidades e das limitaes ambientais, visando a compatibilizao do uso e ocupao do solo;

III. a recuperao de reas degradadas e a proteo de reas ameaadas de degradao;

IV. os planos de recursos hdricos, os planos do Comit de Bacias, o enquadramento de cursos dgua, o Plano Estadual de Meio Ambiente, Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro PEGC, os planos de manejo das unidades de conservao, dentre outros instrumentos de planejamento;

V. as contribuies apresentadas pela sociedade civil em processos participativos.

Art. 68. Para os efeitos desta Lei, o Zoneamento Ambiental do Municpio, instrumento da Poltica Municipal de Meio Ambiente, incorpora, no que couber, as disposies referentes as Zonas e Macrozonas, bem como as Diretrizes de Qualificao e Proteo Ambiental previstas na Lei Municipal n. 1.856 de 07 de outubro de 2006, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano PDDU.

Pargrafo nico. Integram a esta Lei, as reas de Ocupao do Solo do Municpio, previstas na Lei Municipal no 1.213 de 22 de maio de 1990, conforme apresentadas:

I. no Mapa 01 Zoneamento Sede,

II. no Mapa 02 reas Especiais e Ambincias Significativas Sede;

III. no Mapa 03 Zoneamento Guaibim

IV. no Mapa 04 reas Especiais e Ambincias Significativas - Guaibim,

V. reas Especiais AE:a. Ncleo Histrico de Valena e rea de Influncia;

b. Borda dos Manguezais;

c. Remanescentes de Mata Atlntica e Grandes reas Verdes na Zona Urbana;

d. Orla do Rio Una;

e. rea de Proteo de Manancial;

f. rea de Intensificao do Tercirio;

g. rea Especial de Interesse Social;

h. reas Industriais.

Art. 69. Os mapas especificados no art.67 desta Lei Complementar e demais produtos e anexos resultantes do zoneamento ambiental devero ser armazenados em formato eletrnico, constituindo banco de dados do SINFAM, com fora de anexo desta Lei Complementar.

Art. 70. Caber a SEMA com a participao dos rgos e entidades do SISMUMA, avaliar, revisar e propor alteraes no zoneamento do Municpio definido no Plano Diretor, que forem incompatveis com a Poltica Municipal de Meio Ambiente para pronunciamento e deliberao do CODEMA.

Pargrafo nico. Caber a SEMA, observado o caput deste artigo, apresentar as alteraes aprovadas ao Chefe do Poder Executivo para o devido encaminhamento Cmara de Vereadores.

CAPTULO VIII

BENS E ESPAOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS

Das Disposies Iniciais

Art. 71. Ao Municpio compete instituir, implantar e administrar, na forma da legislao ambiental pertinente, espaos territoriais e seus componentes representativos de todos os ecossistemas originais a serem protegidos, com vistas a manter e utilizar racionalmente o patrimnio biofsico e cultural de seu territrio, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo.

1. O Poder Executivo dever destinar os recursos especficos que se fizerem necessrios para a implantao e gesto dos espaos territoriais especialmente protegidos;

2. O Municpio adotar formas de incentivos e estmulos para promover a constituio voluntria de reas protegidas de domnio privado.

Art. 72. Os objetivos que justificam a criao de espaos territoriais especialmente protegidos, envolvendo o ambiente natural e/ou o patrimnio histrico/cultural so de carter cientifico, educacional ou turstico, destacando-se:

I. a preservao do patrimnio gentico e conservao de amostras de ecossistemas em estado natural;

II. a proteo de espcies raras em perigo ou ameaadas de extino;

III. a proteo de mananciais para conservao da sua produo hdrica;

IV. a criao de espaos para atividades educacionais, tursticas e recreativas;

V. a proteo de locais de heranas culturais, histricas, geolgicas, arqueolgicas e paleontolgicas;

VI. a proteo de paisagens notveis e belezas cnicas;

VII. estudos e pesquisas cientficas para divulgao do conhecimento sobre a dinmica dos ecossistemas e dos recursos naturais;

VIII. recuperar ou restaurar ecossistemas degradados.

IX. manuteno do meio ambiente ecologicamente equilibrado essencial sadia qualidade de vida.

Art. 73. So espaos territoriais especialmente protegidos e integrantes do Sistema de reas de Valor Ambiental - SAVAM.

I. reas de Preservao Permanente - APP;

II. Unidades de Conservao - UC;

III. reas Verdes;

IV. Paisagens naturais e construdas que conferem identidade arquitetnica e urbanstica ao Municpio.

SEO I

Do SAVAM

Art. 74. Como disposto na Lei Municipal 1.856 de 07 de outubro de 2006, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano PDDU, fica criado o Sistema de reas de Valor Ambiental SAVAM.

1. Integram o SAVAM as reas identificadas no artigo anterior sem prejuzo do enquadramento de novas reas que venham a ser identificadas e institucionalizadas por lei.

2. Os dados e informaes do SAVAM sero disponibilizados no SINFAM.Seo II

Das reas de Preservao Permanente

Art. 75. So reas de Preservao Permanente - APP: I. as florestas e demais formas de vegetao natural previstas no Cdigo Florestal Brasileiro, Lei 12.651, de 25 de maio de 2012;

II. as previstas no art. 215 da Constituio do Estado da Bahia, com os acrscimos do art. 89 da Lei Estadual 10.431, de 20 de dezembro de 2006, alterada pela Lei 12.377, de 28 de dezembro de 2011;

III. as demais reas declaradas por lei federal, estadual e municipal.

Pargrafo nico. Alm das reas de Preservao Permanente - APPs enumeradas no caput do presente artigo, o Municpio poder estabelecer, mediante declarao de interesse socioambiental as reas cobertas com florestas ou outras formas de vegetao destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades:

I. conter a eroso do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha;

II. proteger reas midas;

III. abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaados de extino;

IV. proteger stios de excepcional beleza ou de valor cientfico, cultural ou histrico;

V. formar faixas de proteo ao longo de rodovias e ferrovias;

VI. assegurar condies de bem-estar pblico.

Seo III

Das Unidades de Conservao

Art. 76. O Municpio poder criar reas e unidades de conservao, com finalidade de resguardar atributos especiais da natureza, conciliando a proteo da flora, da fauna, de belezas naturais e de importncia cultural com a utilizao para objetivos educacionais, recreativos e cientficos.

Art. 77. As unidades de conservao criadas por ato do Poder Pblico so definidas, consoante o Sistema Estadual de Unidades de Conservao, segundo as seguintes categorias: I. Estao Ecolgica;

II. Reserva Biolgica;

III. Parque Municipal;

IV. Monumento Natural;

V. Refgio de Vida Silvestre;

VI. Reserva Particular do Patrimnio Natural;

VII. rea de Proteo Ambiental;

VIII. rea de Relevante Interesse Ecolgico;

IX. Reserva Extrativista;

X. Reserva de Fauna;

XI. Reserva de Desenvolvimento Sustentvel.Art. 78. O Municpio alm das Unidades de Conservao enumeradas no art. 76, poder criar:

I. Horto Florestal

II. Jardim Botnico;

III. Bosques e matas definidas nos projetos de parcelamento do solo urbano;

IV. Florestas Municipais,

V. Parques Urbanos.

1. O Poder Pblico dever realizar o cadastro de suas Unidades de Conservao no Sistema Estadual de Unidades de Conservao SEUC.2. As Unidades de Conservao sero objetos de regulamento prprio, como tambm os zoneamentos especficos a cada categoria, respeitando as peculiaridades das reas abrangidas;

3. As unidades de conservao devem dispor de um Plano de Manejo, que dever ser elaborado no prazo de dois anos a partir da data de sua criao.

4. O Plano de Manejo ser elaborado, implementado e atualizado de forma participativa, inclusive da populao residente.

5. So proibidas nas Unidades de Conservao quaisquer alteraes, atividades ou modalidades de utilizao em desacordo com os seus objetivos e com o seu Plano de Manejo.

6. As Unidades de Conservao devem dispor de um Conselho Gestor, de carter consultivo ou deliberativo, de conformidade com a sua categoria, podendo o Conselho Municipal de Meio Ambiente ser designado como Conselho da Unidade de Conservao, nos termos do art. 17, 6 do Decreto Federal 4.340, de 22 de agosto de 2002.

7. Dever constar no ato do Poder Pblico, a que se refere o caput deste artigo, diretrizes para a regularizao fundiria, demarcao e fiscalizao adequada, bem como a indicao de respectiva rea do entorno.

Art. 79. O Municpio dever observar na criao, implantao e gesto de unidades de conservao o estabelecido no art. 22 da Lei Federal 9.985 de 18 de julho de 2000, que dispe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza.

Art. 80. A desafetao, a reduo ou a alterao de limites de uma unidades de conservao somente ser possvel mediante lei municipal, com parecer tcnico da SEMA e apreciao do Conselho Gestor ou, na sua ausncia, pelo CODEMA.

Art. 81. Caber a SEMA a gesto da Unidade de Conservao.

Art.82. Compete a SEMA exigir anuncia prvia dos empreendimentos que pretenderem se instalar em Unidade de Conservao Municipal, de acordo com o seu Plano de Manejo ou, em caso de inexistncia do mesmo, com as fragilidades ecolgicas da rea em questo.

Art. 83. So Unidades de Conservao instaladas no Municpio:

I - Municipal:

a. rea de Proteo Ambiental da Plancie Costeira do Guaibim.

II - Estadual:

a. rea de Proteo Ambiental do Guaibim;

b. rea de Proteo Ambiental Caminhos Ecolgicos da Boa Esperana.

III - Federal:

a. Reserva Particular do Patrimnio Natural da Fazenda gua Branca.

Seo V

Das reas Verdes

Art. 84. So consideradas reas verdes integrantes do SAVAM as reas livres de carter permanente, pblicas ou particulares, dotadas de vegetao, que favorecem as reas de ocupao consolidada ou designadas em parcelamentos do solo, tendo como contribuir para a permeabilidade do solo, a recarga dos aquferos e lenis freticos o controle das eroses e dos alagamentos, conforto climtico, sonoro e visual, a qualidade do ar, e a imagem ambiental do Municpio, destinadas recreao, lazer e proteo ambiental.

Art. 85. So reas Verdes, independentemente de outras que podero ser criadas por ato do poder pblico municipal:

I. rea Verde do Servio Social da Industria (SESI);

II. rea Verde Instituto Federal Baiano - IFBAIANO;

III. rea Verde do Alto de So Roque;

IV. rea Verde do Parque Municipal Novo Horizonte;

V. rea Verde da Maricultura em Guaibim;

VI. rea da Castanheira;

VII. Encostas da Cidade de Valena, fronteiras ao Rio Una;

VIII. rea Verde da Cachoeira do Candengo;

IX. Serra do Abi;

X. Serra do Sal,

XI. Serra do Frio.

Art. 86. O Municpio cuidar para que as reas verdes e seu entorno sejam preservados e mantidos como reguladores da qualidade ambiental local, observados o PLAMA, o Plano Municipal de Restaurao e Conservao da Mata Atlntica, a legislao federal e estadual, mediante as seguintes providncias:

I. delimitao precisa das reas existentes, por georreferenciamento e elaborao de estudos para avaliar a qualidade ambiental, o potencial e as limitaes para o uso, quando permitido;

II. articulao dos principais agentes que interferem na dinmica das reas verdes, com vistas a uma gesto conjunta dos interesses envolvidos, inclusive no que concerne a capitao de recursos, desenvolvimento e gesto de projetos;

III. transformao dos remanescentes de mata atlntica em unidades de conservao de acordo com suas caractersticas e vocaes especficas, ou incentivar, quando situadas em reas particulares, a criao de Reserva Particular do Patrimnio Natural.

Seo VI

Das Paisagens Naturais e Construdas que Conferem Identidade ao Municpio

Art. 87. So paisagens construdas que conferem identidade ao Municpio, - O Ncleo Histrico de Valena e sua rea de Influncia, bem como aquelas que compem o patrimnio cultural, arquitetnico e urbanstico:

I. As Igrejas, Matriz e do Amparo;

II. O Edifcio da Cmara Municipal ;

III. O Edifcio da Recreativa e sua praa adjacente;

IV. Os Casares da Praa da Repblica;

V. O Teatro Municipal;

VI. Runas da Igreja de Santo Antnio,

VII. Runas da Antiga Fbrica Txtil.

Pargrafo nico. A rea de concentrao destes equipamentos ter um plano especfico, com a proposta de recuperao e valorizao, como previsto na Lei Municipal 1.856 de 07 de outubro de 2006.

CAPTULO IX

ESPAOS DE PARTICIPAO

Art. 88. A implementao da Poltica Municipal de Meio Ambiente contar com a participao e controle social da sociedade, atravs dos seguintes instrumentos, dentre outros:

I. Conselho de Meio Ambiente e demais Conselhos de participao social;

II. cooperao das associaes representativas no planejamento municipal;III. consulta popular;

IV. audincias pblicas;

V. fruns de discusso e debates;VI. exerccio do direito de petio e requerimento aos rgos pblicos.

Seo I

Da Conferncia Municipal de Meio Ambiente

Art. 89. A Conferncia Municipal de Meio Ambiente constitui-se em etapa preparatria para as respectivas Conferencia Estadual e Nacional de Meio Ambiente, obedecendo periodicidade destas.

Art. 90. A Conferncia Municipal do Meio Ambiente, como instrumento de controle social, ter carter deliberativo e como objetivos, o de proporcionar a integrao dos vrios agentes sociais na discusso e construo de diretrizes para o meio ambiente e fortalecer o processo de organizao e mobilizao da sociedade de Valena construo de uma poltica ambiental para nortear o desenvolvimento socioeconmico com sustentabilidade.

Art. 91. So princpios bsicos da Conferncia: a equidade social, a co-responsabilidade, a participao e a mobilizao social, o enfoque humanstico, holstico e democrtico.

Art. 92. A Conferncia Municipal de Meio Ambiente ser coordenada pela SEMA.

Art. 93. A Conferncia Municipal de Meio Ambiente ser presidida pelo Prefeito e na sua ausncia ou impedimento eventual, pelo titular da SEMA.

Art. 94. A Conferncia Municipal de Meio Ambiente ser convocada por ato do Poder Executivo, o qual definir a data, local, modo de participao e a pauta, entre outros assuntos pertinentes.

CAPTULO X

EDUCAO AMBIENTAL

Art. 95. O municpio, respeitados os princpios e objetivos das Polticas Nacional e Estadual de Educao Ambiental, promover as aes de Educao Ambiental nos programas de proteo, preservao, fiscalizao, conservao, recuperao e melhoria do meio ambiente.

Art. 96. Entende-se por Educao Ambiental o conjunto de processos permanentes e continuados de formao individual e coletiva para a sensibilizao, reflexo e construo de valores, saberes, conhecimentos, atitudes e hbitos, visando uma relao sustentvel da sociedade humana com o ambiente que integra.

Art. 97. Cabe a SEMA e a Secretaria Municipal de Educao - SME, em suas esferas de competncia, a co-responsabilidade para a implementao da Poltica Estadual de Educao Ambiental, nas reas temticas que se inter-relacionam, atravs de um conceito integrado de educao para a sustentabilidade, tais como: I. Educao Ambiental no Ensino Formal;

II. Educao Ambiental No-Formal;

III. Educomunicao Socioambiental;

IV. Educao Ambiental nas Polticas Pblicas.

Art. 98. A Educao Ambiental no Ensino Formal aquela desenvolvida no mbito das instituies pblicas, privadas e comunitrias de ensino e atender o disposto na Poltica Estadual de Meio Ambiente.

Art. 99. A Educao Ambiental No-Formal se constitui de processos educativos voltados mobilizao, sensibilizao, capacitao, organizao e participao individual e coletiva, na construo de sociedades sustentveis.

Pargrafo nico. O Poder Pblico municipal, incentivar:I. a difuso, por intermdio dos meios de comunicao de massa, em espaos nobres, de programas e campanhas educativas, e de informaes acerca de temas relacionados ao meio ambiente;

II. a ampla participao das escolas, das universidades, das instituies de ensino superior, dos institutos federais de ensino mdio profissionalizantes e de organizaes no-governamentais na formulao e execuo de programas e atividades vinculadas educao ambiental no-formal;

III. a participao de empresas pblicas e privadas no desenvolvimento de programas de educao ambiental em parceria com as escolas, universidades, instituies de ensino superior, institutos federais de ensino mdio profissionalizantes e de organizaes no-governamentais;

IV. a sensibilizao da sociedade para a importncia das unidades de conservao;

V. a sensibilizao ambiental das populaes tradicionais ligadas s unidades de conservao;

VI. a sensibilizao ambiental dos agricultores familiares;

VII. o ecoturismo;

VIII. a insero de programas de Educao Ambiental nos servios de coleta de resduos slidos nos espaos urbanos e rurais.

Art. 100. O Poder Pblico adotar a Educomunicao Socioambiental, como a inter-relao da comunicao e da educao com a utilizao de prticas comprometidas com a tica da sustentabilidade, atravs da construo participativa, da democratizao dos meios e processos de comunicao e informao, da articulao entre setores e saberes, e da difuso do conhecimento, promovendo o pleno desenvolvimento da cidadania.

Art. 101. A SEMA atuar de forma a integrar nas Polticas Pblicas prticas educativas nos processos de planejamento e gesto, em todas as suas etapas, fortalecendo e incentivando a participao e o controle social.

Art. 102. Cumpre aos meios de comunicao municipal a disseminao das informaes ambientais e a transmisso de programas e experincias educativas sobre o meio ambiente

CAPTULO XI

AVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL

Disposies Iniciais

Art. 103. A Avaliao de Impacto Ambiental (AIA) o instrumento que possibilita diagnosticar, avaliar e prognosticar as consequncias ambientais relacionadas localizao, instalao, construo, operao, ampliao, interrupo ou encerramento de uma atividade ou empreendimento.

Pargrafo nico. Os empreendimentos, obras e atividades, pblicos ou privados, bem como planos, programas, projetos suscetveis de causar impacto no meio ambiente, devem ser objeto de avaliao de impactos ambientais.

Art. 104. Para os efeitos desta Lei, considera-se impacto ambiental, qualquer alterao das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I. a sade, a segurana e o bem estar da populao;

II. as atividades sociais e econmicas;a biota;

III. as condies estticas e sanitrias do meio ambiente;

IV. A qualidade dos recursos ambientais.

Art. 105. Os estudos ambientais, quando a localizao ou a natureza dos projetos a serem licenciados assim o recomendarem, devero contemplar, dentre outros aspectos, os impactos cumulativos e sinrgicos da implantao e operao de vrias atividades e empreendimentos, diante das caractersticas ambientais do ecossistema e/ou bioma.

Art. 106. O Estudo de Impacto Ambiental, EIA, dever atender aos princpios e objetivos expressos na Lei da Poltica Nacional do Meio Ambiente e s diretrizes gerais da Lei Orgnica do Municpio, do Plano Diretor, desta Lei e da legislao ambiental federal, estadual e municipal, ao qual se dar publicidade.

1. O Estudo de Impacto Ambiental, EIA, e o respectivo Relatrio de Impacto Ambiental, RIMA, sero desenvolvidos por equipe multidisciplinar legalmente habilitada e independente do empreendedor e ser responsvel pelas informaes apresentadas, sujeitando-se s sanes administrativas, civis e penais.

2. A SEMA se manifestar sobre o EIA/ RIMA apresentado, aps a anlise do CODEMA e damais dos rgos competentes.

Art. 107. A SEMA definir os estudos ambientais pertinentes ao processo de licenciamento dos empreendimentos e atividades no considerados potencialmente causadores de significativo impacto ambiental, tais como:

I. Auto-Avaliao para o Licenciamento Ambiental (ALA);

II. Plano de Manejo;

III. Plano de Controle Ambiental (PCA);

IV. Plano de Recuperao de rea Degradada (PRAD);

V. Anlise de Risco;

VI. Relatrio de Caracterizao de Empreendimento (RCE);

VII. Relatrio de Controle Ambiental (RCA);

VIII. Relatrio Ambiental Preliminar;

IX. Relatrio Tcnico da Qualidade Ambiental;

X. Balano Ambiental;

XI. Diagnstico Ambiental.

Seo I

Do Estudo de Impacto Ambiental

Art. 108. O licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto local considerados potencialmente causadores de significativo impacto ambiental, conforme enquadramento tcnico da SEMA, observado o art. 109 desta Lei Complementar, depender de prvio Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo Relatrio de Impacto sobre o Meio Ambiente - RIMA, na fase de licena prvia, a que se dar publicidade, garantida a realizao de audincia pblica, tantas quantas forem necessrias, a expensas do empreendedor.

1. A alterao de empreendimentos e atividades existentes, que causar impacto adicional significativo, sujeita-se s exigncias previstas no caput deste artigo e, quando couber, fica obrigada correspondente Compensao Ambiental.

Art. 109. O Estudo de Impacto Ambiental EIA ser elaborado com base em Termo de Referncia TR proposto pela SEMA e aprovado pelo CODEMA, contendo prazos, normas e procedimentos a serem adotados.

Pargrafo nico. Podero ser realizadas consultas pblicas para subsidiar a elaborao ou a aprovao do Termo de Referncia de Estudo de Impacto Ambiental.

Art. 110. A SEMA poder adotar, para a exigncia de EIA/RIMA, os critrios da legislao estadual de meio ambiente, sem prejuzo da edio de norma tcnica municipal aprovada pelo CODEMA.

Art. 111. O RIMA deve se seguir ao EIA e refletir as suas concluses devendo ser elaborado de forma objetiva, atravs de linguagem acessvel, de modo que permita entender as vantagens e desvantagens do projeto e as implicaes ambientais de sua implantao.

Art. 112. Recebido o EIA/RIMA a Secretaria de Meio Ambiente publicar edital na imprensa local, informando a data e o local acessvel em que o mesmo estar disposio da comunidade interessada, bem como comunicar a(s) data(s) de realizao de audincia(s) pblica(s).

Art. 113. Sero realizadas audincias pblicas para apresentao e discusso do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatrio de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), mediante ampla divulgao.

1. As consideraes da comunidade apresentadas em audincia pblica sero registradas em ata para efeito de incorporao ao processo de licenciamento ambiental e considerao quando da anlise tcnica do produto final do EIA/RIMA.

2. Podero ser realizadas reunies pblicas para subsidiar o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades que sejam objeto de outras modalidades de estudos ambientais.

Art. 114. O produto final do EIA/RIMA ser submetido a anlise tcnica da SEMA que emitir parecer tcnico sobre o mesmo, podendo emitir notificaes para esclarecimento ou complementao.

SEO II

DA CONSULTA PRVIA

Art. 115. Os responsveis pelas atividades efetiva ou potencialmente degradadoras podero requerer manifestao prvia da SEMA, que emitir opinativo, com carter de orientao, sobre os aspectos tcnicos relativos localizao, implantao, operao, alterao ou regularizao de um determinado empreendimento ou atividade, tais como:

I. esclarecimentos quanto documentao e aos estudos ambientais necessrios instruo do processo licenciatrio;

II. modalidade de licena ou autorizao ambiental a ser requerida;

III. esclarecimentos sobre normas municipais, aspectos tcnicos e jurdicos aplicveis ao empreendimento ou atividade.

SEO III

DOS PROCEDIMENTOS PARA O LICENCIAMENTO

Art. 116. O procedimento de licenciamento ambiental obedecer s exigncias da presente Lei complementar, regulamentos e normas tcnicas, observando-se as seguintes etapas:

I. requerimento da licena ambiental pelo empreendedor em formulrio prprio, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, conforme instruo normativa definida pela SEMA dando-se a devida publicidade:

II. anlise tcnica pela SEMA dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e realizao de vistoria(s) tcnica(s),

III. solicitao de esclarecimentos e complementaes em decorrncia da anlise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, uma nica vez, atravs de notificao da SEMA ao requerente, podendo haver reiterao da solicitao caso os esclarecimentos e complementaes no tenham sido satisfatrios ou decorrentes de fatos novos.

IV. audincia pblica, quando couber, de acordo com a legislao pertinente;

V. solicitao de esclarecimentos e complementaes pelo rgo ambiental competente, decorrentes de audincias pblicas, quando couber, podendo haver reiterao da solicitao quando os esclarecimentos e complementaes no tenham sido satisfatrios;

VI. emisso de parecer tcnico conclusivo da SEMA, manifestando-se pelo deferimento ou indeferimento do pedido de licena e quando couber, parecer jurdico;

VII. deliberao do CODEMA e emisso de parecer conclusivo manifestando-se sobre a concesso da licena ambiental, quando for cabvel a sua atuao, de acordo com as competncias que lhe so fixadas por esta lei;

VIII. Deferimento ou indeferimento da licena ambiental pela SEMA, dando-se a esta deciso a devida publicidade;

IX. Recurso ao CODEMA, no prazo de 20 (vinte) dias;

X. As licenas ambientais devero conter: estudos sobre impactos ao patrimnio cultural e obrigatoriedade de elaborao e execuo de plano de monitoramento;

XI. A SEMA no expedir licenas ambientais se constatar que o empreendimento utiliza do fracionamento de reas para burlar o licenciamento ambiental.

1. A SEMA definir em instruo normativa os documentos, projetos e estudos ambientais necessrios ao incio do processo de licenciamento correspondente licena a ser requerida, inclusive quando se tratar de procedimentos especficos de licenciamento ambiental ou de licenas ambientais especficas, conforme estabelecido em norma aprovada pelo CODEMA ficando estabelecido que a formao somente ocorrer com a apresentao da documentao completa.

2. A Secretaria responsvel pela Infra-Estrutura Municipal manifestar-se- no procedimento de licenciamento ambiental acerca da conformidade entre o local e o tipo de empreendimento ou atividade e a legislao aplicvel ao uso e ocupao do solo, emitindo o respectivo parecer.

XII. As licenas ambientais devero conter: estudos sobre os impactos ao patrimnio cultural e a obrigatoriedade de elaborao e execuo de plano de monitoramento;

XIII. A SEMA no expedir licenas ambientais se constatar que o empreendimento utiliza do fracionamento de reas, para burlar o licenciamento ambiental.

CAPTULO XII

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Disposies Iniciais

Art. 117. Observadas as atribuies dos demais entes federativos, compete ao Municpio, nos termos da Lei Complementar 140, de 08 de dezembro de 2011, promover licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:

a. que causem ou possam causar impacto ambiental de mbito local, considerados os critrios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade, conforme tipologia definida na Resoluo CEPRAM n 3925 de 30 de janeiro de 2009, e seu anexo, que passa a ser expressamente utilizada pelo Municpio de Valena como referncia,

b. localizados em unidades de conservao institudas pelo Municpio, exceto em reas de Proteo Ambiental (APAs).Art. 118. Para o licenciamento de atividades ou empreendimentos efetivos ou potencialmente causadores de significativa degradao do meio ambiente em reas de Proteo Ambiental APAs, o municpio respeitar a tipologia definida pelo CEPRAM, considerados os critrios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade;

Art. 119. A CODEMA poder sugerir portes mais restritivos para o licenciamento de atividades ou empreendimentos efetivos ou potencialmente causadores de significativa degradao do meio ambiente, daquelas adotadas pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente - CEPRAM.

Art. 120. Respeitado os artigos 118 e 119 desta Lei, a SEMA poder expedir Declarao de Dispensa de Licenciamento Ambiental (DDLA) para o empreendimento ou atividade no passveis de licenciamento ambiental.1. No so passveis de licenciamento ambiental, os empreendimentos e atividades definidos na Resoluo do CEPRAM n 3925/2009, que apresentem potencial poluidor insignificante, natureza da atividade de baixo impacto ambiental e cujo porte seja inferior ao micro, conforme definido na citada Resoluo, conforme o caso.

2. A expedio da DDLA, se dar mediante:

I. anlise da documentao apresentada;

II. realizao de vistoria tcnica, quando necessria;

III. elaborao de parecer tcnico conclusivo, com caracterizao da rea e da atividade ou empreendimento.

SEO I

Licenciamento Ambiental

Art. 121. O Licenciamento Ambiental se dar atravs de licena ambiental e autorizao ambiental.

Art. 122. Constaro do procedimento de licenciamento ambiental os estudos ambientais, e, quando for o caso, a anuncia prvia, a autorizao para supresso de vegetao e a outorga para o uso dos recursos hdricos, expedidas pelos rgos competentes.

1. A Anuncia Prvia da rea de Proteo Ambiental APAS, nas hipteses previstas na legislao, sero expedidas pelo respectivo rgo gestor da Unidade de Conservao.

2. A outorga de direito de uso de recursos hdricos ser expedida pelo rgo estadual competente.

3. A autorizao de supresso de vegetao ser expedida pelo rgo estadual competente, conforme previso da Seo II, do Captulo I, do Titulo V desta Lei Complementar.

Art. 123. O procedimento de licenciamento ambiental considerar a natureza e o porte dos empreendimentos e atividades, as caractersticas do ecossistema e a capacidade de suporte dos recursos ambientais envolvido,

1. A instalao de empreendimentos e atividades em unidades de conservao municipais, ou nas respectivas zonas de amortecimento, depender de anuncia prvia da SEMA

2. Quando o empreendimento ou atividade proposta em unidades de conservao for sujeita a licenciamento ambiental, a anuncia prvia ser analisada e decidida na fase de licena prvia ou equivalente, antes da emisso de licena de instalao.

3. So proibidas, nas unidades de conservao, quaisquer alteraes, atividades ou modalidades de utilizao em desacordo com os seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos.

4. As recomendaes apresentadas na anuncia prvia de que trata o caput deste artigo devero ser consideradas para efeito de incorporao aos condicionantes da licena ambiental.

Seo II

Da Autorizao Ambiental

Art. 124 Exige-se Autorizao Ambiental para a realizao ou operao de empreendimentos e atividades, pesquisas e servios de carter temporrio, execuo de obras que no resultem em instalaes permanentes, bem como aquelas que possibilitem a melhoria ambiental.

Art. 125 Compete a SEMA expedir autorizaes ambientais referentes:

I. realizao, implantao ou operao de empreendimentos e/ou atividades e de pesquisas ou servios, de carter temporrio;

II. execuo de obras que no resultem em instalaes permanentes;

III. requalificao e reparao em reas urbanas, ainda que no implique em instalaes permanentes;

IV. execuo de obras que visem proporcionar melhoria ambiental;

V. execuo de obras de demolio ;

VI. poda de rvores na rea urbana, nos casos previstos nesta Lei.

VII. outras atividades que forem estabelecidas por Resoluo do CODEMA.

SEO III

Da Licena Ambiental

Art. 126. A Licena Ambiental o ato administrativo por meio do qual a SEMA e o CODEMA, no mbito de suas atribuies, avaliam e estabelecem as condies, restries e medidas de controle ambiental que devero ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado, para localizar, instalar, operar e alterar empreendimentos ou atividades efetiva ou potencialmente degradadoras.

Art. 127. Exige-se prvio licenciamento ambiental para a localizao, instalao, operao e alterao, no territrio do Municpio de Valena, de empreendimentos e atividades de impacto local que utilizem recursos ambientais ou possam causar degradao do meio ambiente, sem prejuzo de outras licenas e autorizaes exigveis.

SUBSEO I

Modalidades de Licenas Ambientais

Art. 128. Para os efeitos desta lei, so previstas as seguintes medidas de licena:

I - .Licena Prvia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localizao e concepo, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos bsicos e condicionantes a serem atendidos nas prximas fases de sua implementao;

II - Licena de Instalao (LI) - autoriza a instalao do empreendimento ou atividade de acordo com as especificaes constantes dos planos, programas e projetos especficos aprovados, incluindo-se as medidas de controle ambiental e demais condicionantes;

III - Licena de Operao (LO) - autoriza a operao da atividade ou empreendimento, aps a verificao do efetivo cumprimento do que consta das licenas anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operao;

IV- Licena de Alterao (LA) - concedida para a ampliao ou modificao de empreendimento, atividade ou processo regularmente existentes;

V - Licena Simplificada (LS): concedida para empreendimentos classificados como de micro porte ou pequeno porte, excetuando-se aqueles considerados de potencial risco sade humana.Art. 129. A ampliao, modificao ou reequipamento de empreendimento, atividade ou processo, depender de Licena de Alterao mediante solicitao do responsvel em qualquer fase do licenciamento ambiental.

1. Fica caracterizada a ampliao quando houver aumento da capacidade nominal de produo ou de prestao de servio acima de 20% do valor fixado na respectiva Licena de Operao, ou diversificao da prestao de servio dentro do mesmo objeto da atividade original;

2. Fica caracterizada a reformulao do processo quando houver alterao do processo produtivo;

3. Fica caracterizado o reequipamento quando houver a substituio de equipamento que provoque a alterao das caractersticas qualitativas e quantitativas dos impactos adversos previstos, inclusive das emisses slidas, lquidas e gasosas estabelecidas na respectiva Licena de Operao;

4. Concluda a implantao da ampliao, da reformulao e do processo de reequipamento, o interessado dever requerer SEMA a nova Licena de Operao.

SUBSEO II

Anlise Tcnica, Prazos e Custos

Art. 130. A SEMA realizar a anlise tcnica de projetos especficos, no mbito dos procedimentos de licenciamento e autorizao ambiental, emitindo parecer tcnico e, quando for o caso, parecer jurdico, considerando as normas para conservao, preservao, defesa e melhoria do ambiente, seus possveis impactos cumulativos e as diretrizes de planejamento e ordenamento territorial do Municpio.

Pargrafo nico. A SEMA, por iniciativa prpria ou por recomendao do CODEMA poder celebrar instrumentos, visando cooperao entre rgos e entidades da Administrao Pblica do Municpio, do Estado e da Unio, nas suas respectivas competncias.

Art.131. A SEMA estabelecer prazos de anlise prprios, podendo estabelecer prazos diferenciados para cada modalidade de licena em funo das peculiaridades do empreendimento ou atividade, bem como para a formulao de exigncias complementares, desde que observado o prazo mximo de 06 (seis) meses a contar da data de protocolo do requerimento, at seu deferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA, audincia ou reunio pblica, quando o prazo ser de at 12 (doze) meses.

1. A contagem do prazo previsto no caput deste artigo ser suspensa durante a elaborao dos estudos ambientais complementares ou preparao de esclarecimentos pelo empreendedor.

2. Os prazos estipulados no caput podero ser alterados, desde que justificados e com a concordncia do empreendedor e da SEMA.

Art. 132. Ficam estabelecidos os prazos de anlise de at 4 (quatro) meses para emisso de autorizao ambiental e de at 2 (dois) meses para consulta prvia, a contar da data de protocolo do requerimento.

Art. 133. Os custos de vistoria e anlise tcnica dos requerimentos de licenas, autorizaes, laudos e pareceres sero pagos pelos interessados, de acordo com o disposto na legislao financeira especfica do Municpio, cabendo SEMA o controle interno e transparncia quanto a estas despesas.

Art. 134. Os regulamentos e normas estabelecero mecanismos diferenciados, inclusive quanto ao pagamento dos custos de anlise para a regularizao ambiental das atividades desenvolvidas pelo pequeno empreendedor, agricultura familiar, comunidades tradicionais e assentamentos de reforma agrria.

Art. 135. A SEMA e o CODEMA definiro conjuntamente, em normas tcnicas, procedimentos especficos para as licenas ambientais, observadas a natureza, porte, caractersticas e peculiaridades dos empreendimentos ou atividades de impacto local e, ainda, a compatibilizao do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantao e operao.

SUBSEO III

Prazos de validade das Licenas e Autorizao

Art. 136. As Licenas e as Autorizaes Ambientais tero prazos determinados, especificados nos respectivos documentos, podendo ser prorrogados ou renovados por deciso do rgo ambiental competente, a requerimento do responsvel legal, de acordo com a natureza tcnica dos empreendimentos e atividades.

I. Licena Prvia (LP): prazo mnimo estabelecido pelo cronograma de elaborao dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade; prazo mximo de 05 (cinco) anos;

II. Licena de Instalao (LI): prazo mnimo estabelecido pelo cronograma de instalao do empreendimento ou atividade; prazo mximo de 06 (seis) anos;

III. Licena de Alterao (LA): o prazo ser estabelecido em consonncia com cronograma de execuo das obras ou servios programados, ficando automaticamente prorrogado o prazo de vencimento da licena ambiental vigente, para coincidir com o prazo da LA, se este lhe for posterior, devendo constar na referida LA a prorrogao da validade do prazo da licena vigente anteriormente;

IV. Licena de Operao (LO) e respectiva renovao (RLO): prazo mnimo de 02 (dois) anos e mximo de 08 (oito) anos;

V. Licena Simplificada (LS): prazo mnimo estabelecido pelo cronograma da atividade ou empreendimento, no podendo ser superior a 3 (trs) anos sendo que sua renovao quando for o caso, poder ser de at 8 (oito) anos;

VI. Autorizao Ambiental (AA): prazo de 01 (um) ano, podendo ser estabelecido prazo diverso, em razo do tipo de empreendimento ou atividade, a critrio da SEMA.

Pargrafo nico. A renovao de Licenas Ambientais dever ser requerida com antecedncia mnima de 120 (cento e vinte) dias da expirao de seu prazo de validade, fixado na respectiva licena, ficando este automaticamente prorrogado at a manifestao definitiva da SEMA.

Subseo III

Dos Condicionantes e Medidas Mitigadoras

Art. 137. A SEMA e o CODEMA, no mbito de suas competncias definiro os condicionantes para a localizao, implantao, operao ou alterao de empreendimentos ou atividades.

1. Para o estabelecimento das condicionantes, devero ser consideradas, dentre outros aspectos, as medidas mitigadoras e compensatrias j adotadas quando do licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades, seus resultados, o impacto da atividade sobre o meio ambiente, o cumprimento das normas e exigncias ambientais e a viabilidade tcnica e econmica de seu cumprimento, objetivando a distribuio equitativa do nus e das obrigaes ambientais.