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LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES ABAIXO 01- Você recebeu do fiscal o seguinte material:
a) Este caderno com o enunciado das 40 (quarenta) questões objetivas divididas nas seguintes sessões:
LÍNGUA
PORTUGUESA
CONHECIMENTOS
PEDAGÓGICOS
CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS Questões Pontos Questões Pontos Questões Pontos
1 a 10 2,0 11 a 20 2,0 21 a 40 2,5
b) Uma (1) Folha de Respostas, destinada às respostas das questões objetivas formuladas nas provas, a ser entregue ao
fiscal no final. 02- Verifique se este material está em ordem e se o seu nome e número de inscrição conferem com os que aparecem na
confirmação de inscrição. Caso contrário, notifique IMEDIATAMENTE o fiscal. 03- Após a conferência, o candidato deverá assinar no espaço próprio da Folha de Respostas, preferivelmente à caneta
esferográfica de tinta na cor preta ou azul.
04- Tenha muito cuidado com a Folha de Respostas para não a DOBRAR, AMASSAR ou MANCHAR. A folha somente poderá ser substituída caso esteja danificada em suas margens superior ou inferior – BARRA DE RECONHECIMENTO
PARA LEITURA ÓTICA. 05- Na prova, as questões objetivas são identificadas pelo número que se situa acima do enunciado
06- Na folha de respostas, as mesmas estão identificadas pelo mesmo número e as alternativas estão identificadas acima
da questão de cada bloco de respostas. 07- Para cada uma das questões objetivas são apresentadas 5 alternativas classificadas com as letras (A), (B), (C), (D) e
(E); só uma responde adequadamente ao quesito proposto. Você só deve assinalar UMA RESPOSTA. A marcação de
nenhuma ou de mais de uma alternativa anula a questão, MESMO QUE UMA DAS RESPOSTAS SEJA A CORRETA. 08- Na Folha de Respostas, a marcação das letras correspondentes às respostas certas deve ser feita cobrindo TODO O
ESPAÇO compreendido pelo retângulo pertinente à alternativa, usando caneta esferográfica de tinta preta ou azul, de forma contínua e densa. A LEITORA ÓTICA é sensível a marcas escuras, portanto, preencha os campos de marcação
completamente, procurando deixar menos “espaços em branco” possível dentro do retângulo, sem invadir os limites dos
retângulos ao lado. 09 – SERÁ ELIMINADO do Concurso o candidato que:
a) Se utilizar, durante a realização das provas, de máquinas, relógios e/ou aparelhos de calcular, bem como rádios gravadores, fones de ouvido, telefones celulares ou fontes de consulta de qualquer espécie;
b) Se ausentar da sala em que se realizam as provas levando consigo o Caderno de Questões e a Folha de Respostas. 10- Reserve os 30 (trinta) minutos finais para marcar sua Folha de Respostas. Os rascunhos e as marcações assinaladas
no Caderno de Questões NÃO SERÃO LEVADOS EM CONTA. 11- Quando terminar, entregue ao fiscal o Caderno de Questões e a Folha de Respostas, e ASSINE A LISTA DE
PRESENÇA. 12- O TEMPO DE DURAÇÃO DA PROVA PARA TODOS OS CARGOS É DE 4 (QUATRO) HORAS.
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TEXTO 1
Uma Galinha
Clarice Lispector
Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã. Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vôo, inchar o peito e, em dois ou três lances,
alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve
estava no terraço do vizinho, de onde, em outro vôo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno
deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço
junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum
esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos
cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição
tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma
luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum
auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de
conquista havia soado.
Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava
ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer
por um momento. E então parecia tão livre.
Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que
fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria
contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo
uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi
presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa
violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De
pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida
que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando,
abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas,
enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo
estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:
— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! ela quer o nosso bem!
Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não
era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum
sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento
qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:
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— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.
Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do
colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se
lembrava: "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!" A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos,
menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de
apatia e a do sobressalto.
Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena
coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado
como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua
espécie já mecanizado.
Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira
do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse
dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a
expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era
uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.
Texto extraído do livro “Laços de Família”, Editora Rocco — Rio de Janeiro, 1998, pág. 30. Selecionado
por Ítalo Moriconi, figura na publicação “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século”.
TEXTO 2
Galinha e galo são os nomes dados, respectivamente, à fêmea e ao macho da espécie Gallus gallus
domesticus de aves galiformes e fasianídeas. Os juvenis são chamados de frango ou pinto. Estas aves possuem
bico pequeno, crista carnuda e asas curtas e largas. A galinha tem uma enorme importância para o Homem pois
é o animal doméstico mais difundido e abundante do planeta e uma das fontes de proteína mais baratas. Além
de sua carne, as galinhas fornecem ovos. Segundo dados de 2003, há cerca de 24 bilhões de galinhas no
mundo. Em alguns países da África moderna, 90% dos lares criam galinhas. As galinhas são aves onívoras mas
têm preferência por sementes e pequenos invertebrados.
Há vários anos as galinhas são fonte de alimento. As primeiras referências a galinhas domesticadas surgem
em cerâmicas coríntias datadas do século VII a.C.. A introdução desta ave como animal doméstico surgiu
provavelmente na Ásia, de onde é nativa a espécie Galo Banquiva (Gallus gallus). Apesar de os romanos
terem desenvolvido a primeira raça diferenciada de galinhas, os registros antigos mostram a presença de aves
selvagens asiáticas na China desde 1400 a.C. Da Grécia Antiga as galinhas espalharam-se pela Europa e os
navegadores polinésios levaram estes animais nas suas viagens de colonização do Oceano Pacífico incluindo a
Ilha da Páscoa. A proximidade ancestral com o homem permitiu o cruzamento destinado à criação de diversas
raças, adaptadas às diferentes necessidades. São também uma fonte de doenças virais.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Galinha
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♦ Língua Portuguesa ♦
Questão 01
“Ainda viva porque não passava de nove horas da
manhã.”. (linha 1 – TEXTO 1)
O termo em negrito pode ser substituído, sem que
haja alteração de sentido, por:
A) enquanto
B) para que
C) pois
D) portanto
E) todavia
Questão 02
A linguagem figurada é bastante utilizada em textos
literários garantindo-lhes estilo, expressividade. No
conto Uma Galinha, de Clarice Lispector, há a
predominância da linguagem figurada. Das
alternativas abaixo, qual aquela que apresenta a
figura de linguagem predominante no conto?
A) alusão
B) gradação
C) metáfora
D) metonímia
E) sínquise
Questão 03
A partir da leitura e comparação dos textos é
possível concluir que:
A) os textos tratam, ambos, do mesmo objeto, a
galinha, porém cada um possui uma abordagem
específica; um é narrativo e o outro é descritivo
B) os textos tratam de objetos diferentes, pois no
primeiro a galinha é personificada, já no
segundo ela é descrita
C) cada texto apresenta seu ponto de vista a respeito
do objeto de que tratam. No primeiro ela é
descrita como uma espécie de animal, já no
segundo, enquanto um ser que luta pela
sobrevivência
D) os textos apresentam do mesmo modo o objeto
em discussão, no caso a galinha, pois ambos
expõem, descrevem e narram situações
referentes a esse animal
E) os textos não tratam do mesmo objeto, no caso a
galinha, pois cada um possui uma maneira
própria de expressar o tema que abordam
Questão 04
Leia o trecho a seguir: “em pulos cautelosos
alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula,
escolhia com urgência outro rumo.”. (linhas 10-11 –
TEXTO 1)
Em determinadas línguas não encontramos acentos
ortográficos. Esse, porém, não é o caso da língua
portuguesa, em que podemos encontrar facilmente
palavras acentuadas por motivos diversos.
Assinale a opção que apresenta, respectivamente,
duas palavras acentuadas pela mesma razão que são
acentuadas as palavras no trecho destacadas:
A) barítono; pé
B) pólvora; área
C) trôpego; insípido
D) você; gênio
E) órfã; tórax
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Questão 05 Questão 07
Segundo Evanildo Bechara, “em português a
concordância consiste em se adaptar a palavra
determinante ao gênero, número e pessoa da palavra
determinada.”.
A partir da concepção acima referida, pode-se dizer
que há ERRO de concordância nominal na seguinte
alternativa:
A) A língua e a literatura portuguesa são
riquíssimas.
B) João diz que uma e outra viga se sustentam bem.
C) O Amazonas e o Capibaribe são rios brasileiros.
D) Esses são os carros mais belos possíveis.
E) Vão os documentos e as passagens anexos à
carta.
Questão 06
“Em alguns países da África moderna, 90% dos
lares criam galinhas.” (linha 6 – TEXTO 2)
Qual das alternativas abaixo mantém o mesmo
sentido expresso no trecho acima destacado?
A) Em 90% dos países da África moderna, alguns
lares criam galinhas.
B) Galinhas são criadas em 90% dos lares em
alguns países da África moderna.
C) Na África moderna, em 90% dos lares, algumas
galinhas são criadas.
D) 90% das galinhas dos lares criam em alguns
países da África moderna.
E) Em alguns países da África moderna, 90% das
galinhas criam lares.
Quando escrevemos ou falamos devemos estar
atentos à regência; principalmente no caso de
sermos educadores.
Dentre as cinco alternativas abaixo, assinale a qual
apresente regência INCORRETA:
A) O corpo humano é composto de vários sistemas.
B) Jorge, correndo, deparou-se no muro.
C) Todo padre deve ser misericordioso para com os
seus fiéis.
D) Nosso trabalho será intercalado entre os turnos
da manhã e da tarde.
E) Não irei me vincular aos seus negócios.
Questão 08
No trecho “Inconsciente da vida que lhe fora
entregue, a galinha passou a morar com a família.”,
a palavra em destaque passou por um processo
morfológico. (linha 38 – TEXTO 1)
Das palavras abaixo, assinale aquela que é formada
pelo mesmo processo da palavra em negrito:
A) apática
B) externo
C) impropriamente
D) incrível
E) intimidade
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PROFESSOR DE HISTÓRIA
Questão 09
Qual dos verbos a seguir, na segunda pessoa do
singular do pretérito mais-que-perfeito do modo
indicativo, é conjugado da mesma forma que o
verbo do seguinte trecho: “Parecia calma.”(linha 1 –
TEXTO 1 )?
A) partilhar
B) partir
C) ser
D) vender
E) ver
Questão 10
Preencha as lacunas corretamente:
Fui Paris trabalho. No primeiro dia,
pela manhã, aproveitei para conhecer Torre
Eiffel. dez horas da manhã fui uma
loja de perfumes onde comprei várias fragrâncias.
A) a; a; a; às; a
B) a; a; a; as; à
C) a; à; a; às; a
D) à; a; a às; à
E) à; à; a; às; a
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PROFESSOR DE HISTÓRIA
♦ Conhecimentos Pedagógicos ♦
Questão 11
“...O ENEM tem sido um fator importante para o Ministério da Educação avaliar os desempenhos dos alunos da escola pública e privada de todo país, servindo também na orientação das políticas educacionais no Brasil. (...) a Matriz de Competências do ENEM é a base do que será avaliado no Exame, estruturado para avaliar as cinco competências.” (Equipe Brasil Escola.com)
Marque a opção que contempla UMA das cinco competências a serem avaliadas pela Matriz de Competências do ENEM, entre as alternativas abaixo:
A) relacionar dados e conhecimentos científicos disponíveis em situações variadas, para construir argumentação acadêmica
B) pesquisar informações e conhecimentos científicos disponíveis em situações variadas, para construir argumentação acadêmica
C) relacionar informações e conceitos, em diferentes contextos, e conhecimentos culturais disponíveis, para construir argumentação coletiva
D) pesquisar dados e conhecimentos científicos disponíveis em situações abstratas, para construir argumentação coletiva
E) relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente
Questão 12
De acordo com o educador Cipriano Luckesi, no caso da aprendizagem, o erro não deve ser visto como fonte de castigo, devendo ser um suporte para a autocompreensão. Assim sendo, o erro, aqui, é visto como:
A) momento terminal do processo educativo B) algo estático do processo educativo C) algo dinâmico, como caminho para o avanço D) algo apropriado para um acerto de contas E) exigência burocrática periódica
Questão 13
A sociedade clama por uma educação de qualidade, que contemple a superação dos problemas sociais vivenciados na atualidade. “A revalorização da profissão do magistério deve começar pelos cuidados com a formação do professor. Tomar os cursos de magistério como momentos efetivos de reflexão sobre a educação é condição para a superação da atividade meramente burocrática em que mergulham muitos desses cursos. Afinal, não basta ser químico para ser um bom professor de química nem "ter jeito para lidar com crianças" para dar aulas no pré- primário... devem ter uma compreensão sistematizada da educação, a fim de que o trabalho pedagógico se desenvolva para além do senso comum e se torne realmente uma atividade intencional.” (ARANHA, 1989, p.152).
Analise as proposições, considerando a afirmativa acima acerca dos aspectos importantes da formação do professor:
I – Qualificação: o professor deve adquirir os conhecimentos científicos indispensáveis para o ensino de um conteúdo específico.
II – Formação pedagógica: a atividade de ensinar deve superar os níveis do senso comum, tornando-se uma atividade sistematizada.
III – Formação ética e política: o professor deve educar a partir de valores e tendo em vista um mundo melhor.
Está (ão) correta (s) proposição (ões):
A) I apenas B) I, II e III C) III apenas D) II apenas E) II e III apenas
Questão 14
O supervisor pedagógico do Ensino Médio de uma escola estadual, no início do período letivo, ao reler o PPP para elaborar o planejamento participativo com os docentes da escola, lembrou-os de que vivemos numa cultura totalmente icônica. Com base no exposto na atual Lei 9.394/96, é possível afirmar que “se constituirá, como componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos, o ensino de...” (CARNEIRO):
A) informática B) artesanato C) dança folclórica D) artes
www.pciconcursoEs).creocmrea.çbãro
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PROFESSOR DE HISTÓRIA
Questão 15 Questão 17
Ao se reunirem na Escola X para elaborarem o Projeto
Político-Pedagógico, a equipe técnico-pedagógica pediu
para que todos os presentes refletissem sobre o seu
significado para a comunidade escolar.
Segundo Vasconcelos, “do ponto de vista conceitual, há
necessidade de se precisar o próprio conceito de Projeto
Político-Pedagógico, pois, embora se tenha avançado
bastante neste campo, ainda persistem algumas
confusões, como por exemplo, achar que Projeto é o
mesmo que regimento, ou ainda confundir Projeto com o
mero agrupamento dos planos de ensino ou dos vários
planos setoriais da escola.”
Entendendo-se o Projeto Político-Pedagógico como
sendo o plano global da instituição, o que deve estar
dando suporte formal, legal e jurídico para aquilo que a
equipe pedagógica se propõe a realizar?
A) o plano de curso
B) o plano de aula
C) os centros de interesse
D) o regimento
E) o planejamento educacional
Questão 16
Ao afirmar que ensinar é uma especificidade humana,
Paulo Freire mostra que “(...) a arrogância farisaica,
malvada, com que julga os outros e a indulgência macia
com que se julga ou com que julga os seus. A arrogância
que nega (...) a humildade, não é virtude dos que
ofendem nem tampouco dos que se regozijam com sua
humilhação.”
Considerando-se o clima de respeito que nasce na
relação docente/discente, Freire afirma que “Ensinar
exige”:
A) segurança, competência profissional e generosidade
B) segurança, formação profissional e autoritarismo
C) conhecimento científico, competência profissional e
autoridade
D) segurança, formação profissional e transmissão de
conhecimento
E) domínio pedagógico, transmissão de conhecimento e
igualdade
Para Libâneo, “... ao considerar os objetivos gerais e suas
implicações para o trabalho docente em sala de aula, o
professor deve conhecer os objetivos estabelecidos no
âmbito do sistema escolar oficial, seja no que se refere à
valores e ideais educativos, seja quanto às prescrições de
organização curricular e programas básicos das
matérias.”
Uma vez que o trabalho escolar está vinculado a
diretrizes nacionais, estaduais e municipais de ensino,
esse conhecimento se faz necessário, pois precisamos
saber que concepções de homem e sociedade os
caracterizam, uma vez que expressam os interesses
dominantes dos que controlam os órgãos públicos.
Com base na afirmativa acima, indique os níveis de
abrangência que devem ser considerados no momento
em que os objetivos gerais são traçados:
I – O sistema escolar, que expressa as finalidades educa-
tivas de acordo com ideais e valores dominantes na
sociedade.
II – A escola, que estabelece princípios e diretrizes de
orientação do trabalho escolar com base num plano
pedagógico-didático que represente o consenso do
corpo docente em relação à filosofia da educação e à
prática escolar.
III – O professor, que concretiza no ensino da matéria a
sua própria visão de educação e de sociedade.
IV – O aluno, que absorve, na aquisição da matéria, os
conhecimentos culturais necessários para a sua
inserção no mercado de trabalho.
Está (ão) correto (s) apenas:
A) I, II e IV
B) II, III e IV
C) I e III
D) I, III e IV
E) I, II e III
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Questão 18
Na escola onde trabalha Luiza, muitos professores
divergem sobre o que é projeto. Acreditam, como nos diz
Gandin, que o projeto deverá ser muito mais simples,
“estando às considerações que o embasam já contidas no
plano do qual brotou a decisão do projeto. Precisa ser tão
claro e tão simples que qualquer pessoa possa coordenar
sua execução”.
Para Gandin, “O projeto é a máxima aproximação - junto
com a orientação da rotina - entre a elaboração (pensar) e
a execução (agir): constam nele apenas as especificações
para a ação”.
Assim sendo, o autor conceitua projeto como uma ação
desencadeada:
A) dentro de um período de tempo determinado,
geralmente para criar algo que não existia antes
B) sem um período de tempo determinado, geralmente
para criar algo que não existia antes
C) em qualquer período de tempo, geralmente para dar
asas ao que já existia antes
D) dentro de um período de tempo indeterminado, para
concretizar o que já existia antes
E) dentro de um período de tempo indeterminado, para
concretizar o combinado no planejamento prévio
Questão 19
Para desenvolver o fazer docente em sala de aula, o
professor precisa traçar uma conjunto de relações
interativas necessárias para facilitar a aprendizagem, que
tem como ponto de partida o próprio planejamento.
Em “(...) a influência da concepção construtivista na
estruturação das interações educativas na aula”, Zaballa
nos aponta que entre as funções docentes, ao se fazer o
planejamento, deve-se cuidar de:
Está (ão) correta (s):
A) II e III apenas
B) I e III apenas
C) I, II e III
D) I e II apenas E) III apenas
Questão 20
Em Luckesi, quanto à ação educativa, com os seus
determinantes, o papel do educador deve refletir “... a
responsabilidade de dar a direção ao ensino e ao
educando ao participar do processo, o de aprender e se
desenvolver, formando-se tanto como sujeito ativo de
sua história pessoal quanto como da história humana.”
Como o docente está “num nível mais elevado de
desenvolvimento das suas capacidades e por deter um
patamar cultural mais elevado, deverá ocupar o lugar de
estimulador do avanço do educando.”
É no contexto social definido que a relação
educador/educando realiza o (s):
A) projetos de Educação de Jovens e Adultos
B) processo educativo
C) projetos e atividades pedagógicas livres
D) projeto da didática magna
E) projetos de vida
I – Planejar a atuação docente de uma maneira
suficientemente flexível para permitir a adequação
às necessidades dos alunos em todo o processo de
ensino / aprendizagem.
II – Contar com as contribuições e os conhecimentos dos
alunos, tanto no início das atividades como durante
sua realização.
III – Ajudá-los a encontrar sentido no que estão fazendo
para que conheçam o que devem fazer, sintam que
podem fazê-lo e que é interessante fazê-lo.
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♦ Conhecimentos Específicos ♦
Questão 21
“Tudo valia dinheiro. Os postos militares que garantiam
a polícia dos campos e ali preenchiam as funções
administrativas faziam os povoados votarem-lhe
gratificações. Todo funcionário dava um jeito para lhe
molharem a mão a fim de executar a menor tarefa; (...) as
propinas acabaram sendo oficialmente tabeladas e o
preço de cada etapa foi afixado nos escritórios. Os
administradores tinham o cuidado de apresentar-se diante
de um funcionário ou de um alto dignitário com um
presente na mão; afinal, tratava-se de reconhecer com
um símbolo substancial a superioridade dos chefes sobre
os comandados. (...) (...) Exigir pagamentos ilegais
constituía o grande negócio dos governadores de
província, que compravam o silêncio dos inspetores
imperiais e dividiam os lucros com seus oficiais e chefes
de departamento. O poder central fazia vista grossa,
bastava-lhe receber sua parte. (..) um romano enriquecia
em parte à custa dos cofres públicos. Quanto ao resto,
além das extorsões, o governador negociava; o último
século antes de nossa era viu os negociantes italianos
apoderarem-se de todas as posições econômicas no
Oriente grego com a ajuda interessada dos governadores
ali estabelecidos.” [VEYNE, Paul. O Império Romano.
In: (org.). História da vida privada – Do
Império Romano ao ano mil. trad.Hildegard Feist. São
Paulo: Companhia das Letras, 1989, vol. I, p. 106-7.]
O texto acima retrata certas ações e práticas da elite
política e militar romana, à época do Império, que
evidenciavam como as diversas instâncias do poder
público eram permeáveis a interesses econômicos que,
não inscritos em lei, garantiam o funcionamento das
instituições por meio de um código de enriquecimento
que transitava pelo poder privado, tendo em vista
legitimar relações de domínio no âmbito de uma
sociedade escravista.
A respeito das articulações entre as relações de poder, as
determinações sócio-econômicas e a crise do IIIº século,
é possível demonstrar:
A) se, a princípio, as práticas de corrupção entre
membros do poder público e homens de negócios
garantiram o funcionamento das instituições
imperiais resultaram em uma anarquia que se abateu
sobre o Exército e o Senado romanos, destruindo o
poder diárquico que sustentava o Império
B) a crise do IIIº século foi uma crise eminentemente
político-militar, cujas raízes remontavam à
corrupção e ao clientelismo que sempre
caracterizaram o exercício do poder em Roma, uma
vez que a economia urbana e escravista estava no
auge, fomentando um enorme afluxo de riquezas das
províncias para a península
C) a carência de mão-de-obra, a perda de autonomia
das províncias e o aumento da tributação foram
elementos que contribuíram para o esgotamento da
crise da economia escravista romana, gerando a
falência dos grandes proprietários no campo,
reforçando o papel econômico das cidades e
consolidando as atividades ligadas ao comércio e ao
artesanato em detrimento da agricultura praticada na
latifúndia romana.
D) a “Pax Romana” marcou o fim das conquistas
romanas, tendo em vista assegurar as fronteiras
ocidentais e orientais do Império sob a mira dos
povos germânicos; porém, interrompeu a fonte
regular abastecedora de mão-de-obra, golpeando o
escravismo antigo e determinando uma crise
catastrófica da economia urbana
E) a constante necessidade de fortificação e
militarização das fronteiras do Império Romano foi
um elemento determinante para explicar a crise do
IIIº século porque a ampliação do efetivo do
Exército estimulou práticas de propina entre seus
membros, principalmente entre as legiões,
desencadeando a indisciplina e a desorganização do
poder militar
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PROFESSOR DE HISTÓRIA
Questão 22
“Temos de falar das superstições injuriosas, algumas
das quais são ofensivas a Deus, e outras ao próximo.
São ofensivas a Deus as superstições que outorgam
honras divinas aos demônios ou a outra criatura
qualquer: é próprio da idolatria, e também do que fazem
as miseráveis mulheres lançadoras de sorte que pedem a
salvação adorando os arbustos de madressilvas ou
fazendo-lhes oferendas, desprezam as igrejas ou as
relíquias dos santos, levam seus filhos a esses arbustos
ou a outros objetos, para que produzam a cura (...).” [Eienne de Bourbon. De la adoración del can Guidefort. Apud
SCHMITT, Jean Claude. La herejia del santo lebrel.p 17-8.]
Durante a Idade Média, a Igreja Cristã Romana, a
despeito de ter enfrentado graves obstáculos para impor a
sua fé, logrou organizar e unificar a cristandade européia,
impregnando a vida cotidiana de rituais religiosos e
impondo regras de comportamento e de convívio sociais
entre os homens.
Quanto ao papel da Igreja Cristã na Europa feudal, cabe
destacar:
A) a educação, a administração e a justiça, em que pese
o poder do alto clero, eram reguladas e controladas
exclusivamente pela nobreza feudal, que podiam
elaborar leis, cobrar impostos e mobilizar o
exército, assumindo funções inerentes a um poder
político central constituído
B) na condição de única instituição centralizada que
sobreviveu ao desmoronamento do Império Romano
do Ocidente, a Igreja Cristã também intervinha no
funcionamento da vida econômica com a imposição
do justo preço e a condenação à usura e à
especulação, práticas que se perpetuaram mesmo
após as transformações e a crise do feudalismo
C) a Igreja Católica Romana era a instituição que
reunia em torno de si o poder temporal e o poder
espiritual, organizando e garantindo a ordem
econômica e social, uma vez que, além de ser
superior à nobreza pela extensão dos seus domínios
territoriais, detinha o monopólio da cultura
D) se as formas de doença e loucura dos homens eram
atribuídas a feitiços do diabo ou a castigos por
heresias, que eram resolvidas através dos sinais-da-
cruz, água benta e preces, as manifestações culturais
ligadas à pintura, música, literatura, escultura e
arquitetura tinham uma autonomia frente às regras
religiosas, ungindo elementos do sagrado e do
profano em suas obras
E) a Igreja Cristã patrocinou e estimulou o
conhecimento científico que avançou,
significativamente, em áreas como filosofia,
matemática, medicina, anatomia, astronomia e
geografia, como uma alternativa para defender a
cristandade das crenças heréticas, magias e
superstições que negavam as afirmações e preceitos
da ciência corroborados, muitas vezes, pelas
Sagradas Escrituras
Questão 23
“(...) o acesso das sociedades ocidentais à escrita entre os
séculos XVI e XVII não foi um progresso linear e
contínuo. E talvez seja essa fragilidade que mais o
diferencia do processo de alfabetização baseado na
escolarização universal que se desencadeia
irreversivelmente no século XIX. Embora maior, a
familiaridade com a escrita não é igual para todos.
(...).(...). Lembra-se que ele [o conhecimento] deve
continuar sendo a obra exclusiva dos novos clérigos - os
intelectuais. (...). (...). No século XV, a leitura silenciosa
tornou-se, portanto, a maneira usual de ler - pelo menos
para os leitores familiarizados com a escrita e de longa
data alfabetizados. Para os outros, para os quais o livro
continua sendo um objeto incomum, estranho, de raro
manuseio, o procedimento antigo sem dúvida nenhuma
permanece como uma necessidade. Para quem pode
praticá-la, a leitura silenciosa abre horizontes inéditos.
Primeiro transformou radicalmente o trabalho intelectual,
que na essência se tornou um ato de intimidade
individual. Depois permitiu um fervor mais pessoal, uma
devoção mais privada, outra relação com o sagrado (...).
Por fim, ler sozinho, em silêncio, em segredo, propicia
audácias: daí no final da Idade Média, na época do
manuscrito, a circulação de textos heréticos, a expressão
de idéias críticas, o sucesso dos livros eróticos (...). (...)
Lido em silêncio (ao menos pelas elites), o livro torna-se
assim o companheiro privilegiado de uma intimidade
inédita. E para os que podem ter uma, a biblioteca
constitui doravante o local por excelência do estudo e da
meditação solitária.” [CHARTIER, Roger. As práticas da escrita
in. ARIÈS, P. & DUBY, Georges. História da vida privada – da
Renascença ao século das luzes. São Paulo: Cia. das Letras, 1991,
vol. 3., p. 113-159.]
As novas práticas de leitura e de escrita a partir do
Renascimento se relacionaram a uma nova concepção de
homem, de sociedade e de universo que se inscreve,
historicamente, no nascimento e na lenta difusão da
modernidade ocidental.
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Sobre a proposição do autor contida no texto, essas
novas práticas indicavam:
A) a sua extensão a todos os membros das sociedades européias; no início da modernidade esteve articulada a um processo de secularização, o que possibilitou a emergência de outras explicações sobre o homem e o universo correlatas à idéia de um espaço individual dedicado ao estudo e à meditação
B) as críticas ao monopólio da leitura e da escrita, exercido pelos sábios eruditos da Igreja Católica durante o Medievo, foram obra de um emergente grupo de intelectuais que, no entanto, não tiveram condições históricas para redefinir as formas de elaboração e de apropriação do saber no Ocidente
C) o novo modo de ser e estar em sociedade, instaurado pela maior importância da vida privada, difundiu-se em ritmo similar por toda a Europa, fazendo com que as relações silenciosas e íntimas dos indivíduos com o livro substituíssem as práticas antigas que valorizavam a leitura em voz alta e a expressão do coletivo
D) a escolarização universal, característica do século XIX, relacionou-se, diretamente, a uma visão secular de educação para crianças e adolescentes, em locais adequados, desde o Renascimento, reforçando a separação entre o espaço público e o espaço privado, enquanto um dos ícones da modernidade
E) o recuo das instituições eclesiásticas e a crise das representações teológicas permitiram, progressivamente, uma nova concepção de cultura que destacou as capacidades inatas do homem, valorizando a introspecção e o trabalho intelectual individual por parte de uma elite letrada
Questão 24
Luís XIV – o “rei-sol”
“O Estado sou eu”. Esta frase atribuída ao soberano francês Luís XIV durante o seu governo pessoal (1661- 1715) expressa a organização política do Estado Nacional Moderno, que começou a se formar em fins da Idade Média e teve na França o exemplo clássico. As afirmativas que evidenciam a significância desse processo histórico são:
I –A centralização do poder político funcionou como uma “tábua de salvação” para a nobreza que precisou abrir mão de seu poder local em favor de um Estado centralizado, embora não sem conflitos e resistências, a fim de que os privilégios honoríficos e fiscais fossem resguardados na nova ordem político-institucional.
II – A unificação territorial e política de algumas regiões do ocidente europeu, superando o fracionamento do poder até então vigente, foi um processo de lutas e guerras no qual vários obstáculos precisaram ser removidos, quais sejam: os particularismos locais, tanto da nobreza feudal, quanto das comunas urbanas, o universalismo do papado e as disputas entre reis.
III – Os camponeses e os trabalhadores urbanos, embora oprimidos pela ação do Estado, que detinha o uso da força para garantir a ordem social, não pagavam tributos ao Estado; os camponeses podiam usufruir da terra, mesmo sem possuir a propriedade, enquanto os trabalhadores urbanos viviam em condições precárias, garantindo mão-de-obra barata para as manufaturas que cresciam.
IV – A progressiva centralização do poder e a concentração de territórios resultaram, desde a grande crise do século XIV, no surgimento dos Estados Nacionais Modernos no Ocidente Europeu, que deve ser entendido como uma resposta à crise e ao desmoronamento da ordem medieval feudo-católica, especialmente quanto à necessidade de reprimir os conflitos sócio-políticos para construir uma nação na qual os súditos reconhecessem a autoridade absoluta do rei.
V – A burguesia em formação, diante dos efeitos da crise do feudalismo, precisava do apoio do Estado Nacional Monárquico para compensar o declínio de sua renda pelo exercício de funções burocráticas; obter garantias expressas em direitos de monopólio; assegurar a isenção de impostos e manter as propriedades no campo.
Está (ão) correta (s):
A) I, II e IV B) I, III e V C) II, III e IV D) II, IV e V E) III, IV e V
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Questão 25
“Para o progresso do armamento marítimo e da navegação, que sob a boa providência e proteção divina interessam tanto à prosperidade, à segurança e ao poderio deste reino (...) nenhuma mercadoria será importada ou exportada dos países, ilhas, plantações ou territórios na Ásia, América e África noutros navios senão os que sem nenhuma fraude pertencem a ingleses , irlandeses, ou ainda a habitantes destes países (...); nenhum estrangeiro nascido fora da soberania de nosso governante, ou não naturalizado, poderá exercer o ofício de mercador ou corretor num dos lugares supracitados, sob pena de confisco de todos os seus bens e mercadorias (...); nenhuma mercadoria produzida ou fabricada na África, Ásia e América será importada pela Inglaterra, Irlanda, País de Gales, Ilha de Jersey, noutros navios senão nos que pertencem a súditos ingleses, que são comandados por capitães ingleses e tripulados por uma equipagem com três quartos de ingleses (...); nenhuma mercadoria produzida ou fabricada no estrangeiro e que deve ser importada pela Inglaterra, Irlanda, País de Gales, Ilha de Jersey deverá ser embarcada noutros portos que não sejam aqueles do país de origem (...); nenhum açúcar, tabaco, algodão, gengibre, índigo ou outras madeiras tintoriais, produzidas ou fabricadas nas plantações inglesas da América, da África ou da Ásia exportado alhures que não seja numa outra colônia inglesa ou na Inglaterra, Irlanda, País de Gales”. [CROMWELL, Oliver. Ato de Navegação Inglês, de 1660. In: English Historical Documents. Londres: editado por Douglas, vol. VIII. ]
Os Atos de Navegação, enquanto a manifestação mais evidente de agressividade mercantil do Estado inglês, viabilizaram para industriais, comerciantes e armadores da City uma política sistemática de apoio às suas atividades produtivas e comerciais, a fim de possibilitar a expansão marítima e comercial da Inglaterra em escala mundial.
Sobre essa política econômica inglesa, podemos afirmar EXCETO QUE:
A) os Atos de Navegação representaram a primeira formulação efetiva do poder do Parlamento inglês sobre as colônias ultramarinas, que ficaram definidas, legalmente, como reservas de mercado fornecedor de matérias-prima e alimentos e consumidor para as manufaturas inglesas, impedindo a concorrência "desleal" de mercadorias estrangeiras e dinamizando portos ligados ao comércio exterior, como Liverpool e Plymouth
B) a política econômica interna, relacionada à adoção de princípios liberais que rompiam com a regulamentação estatal através dos monopólios, contrariou o protecionismo externo que representava um obstáculo à ampliação do mercado interno, ao crescimento das atividades produtivas e comerciais burguesas e ao avanço do processo de concentração da propriedade
C) as medidas protecionistas externas, adotadas por Cromwell, ampliaram os espaços de investimento de capital da burguesia, em uma conjuntura histórica de rivalidade anglo-holandesa, tendo em vista o desenvolvimento do grande comércio de importação e exportação e a consolidação do poderio da Marinha inglesa
D) a burguesia em ascensão precisava de apoio político para desenvolver as suas atividades produtivas e comerciais por meio da obtenção de direitos de monopólio, a exemplo das companhias de comércio e do controle sobre as colônias; estimular à formação de um mercado de mão-de-obra abundante e barata através da intensificação dos cercamentos dos campos, e conseguir licenças para abertura de manufaturas
E) Cromwell, puritano e pertencente à gentry, identificou-se às forças sociais capitalistas em ascensão e viabilizou uma série de medidas altamente compatíveis com os interesses da burguesia, tendo em vista o crescimento das atividades mercantis e a redução de um número excessivo de competidores que pudessem colocar em risco a margem de lucro, permitindo uma integração global do comércio da Inglaterra sob regulamentação do Estado
Questão 26
Ó, mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena ? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu Mas nele é que se espelhou o céu.”
Fernando Pessoa. Mensagem.
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Do século XV em diante, a prodigiosa aventura dos europeus ‘por mares nunca dantes navegados’ e a colonização das áreas americanas foram, sem sombra de dúvida, um importante momento na história da humanidade. Ampliando o seu universo geográfico, conquistando territórios e avançando seus domínios pela superfície da Terra, o Ocidente europeu iniciou um período de expansão comercial e dinamismo econômico jamais ousados pelo homem. O aspecto que está associado à expansão marítima e comercial é:
A) a necessidade de fontes produtoras de alimentos e fornecedoras de metais preciosos, a busca de uma nova rota das especiarias e o interesse da Igreja Católica na luta contra os “infiéis” impulsionaram holandeses e ingleses a se aventurarem nas viagens marítimas
B) o pioneirismo português na expansão marítima pode ser explicado como resultado de diversos fatores, dentre os quais se destacam a localização geográfica, a descoberta das rotas mediterrâneas para o Oriente e a ausência de regulamentação econômica
C) a decadência comercial das cidades italianas, a ocupação de Constantinopla pelos turcos otomanos, o excesso de metais preciosos, inflacionando a economia e o crescimento demográfico foram fatores relevantes que impulsionaram as grandes navegações européias a partir dos séculos XV e XVI
D) o contato com os povos africanos e americanos, portadores de culturas bastante diversas daquelas do Velho Mundo, originou uma visão etnocêntrica de homem e de sociedade que justificava, política e ideologicamente, a superioridade do europeu
E) os colonizadores da época moderna, rompendo com o caráter de exploração comercial que era típico das feitorias, montaram plantations nas áreas descobertas da África e da Ásia, passando a intervir diretamente no âmbito da produção
Questão 27
“(...) as exigências do burguês foram delineadas na
famosa Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, de 1789. Este documento é um manifesto
contra a sociedade hierárquica de privilégios nobres, mas
não um manifesto a favor de uma sociedade democrática
e igualitária”. [HOBSBAWN, Eric. A era das revoluções. Trad.
Maria Tereza Teixeira & Marcos Penchel. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1979, p.77.]
Na Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, promulgada a 26 de agosto de
1789, um documento de alcance universal e baseado nos
princípios do liberalismo, foi um marco na história do
pensamento político ocidental, devendo ser
compreendido na conjuntura histórica de profundas
transformações européias a partir da segunda metade do
século XVIII que culminaram com a crise do Antigo
Regime.
As afirmativas QUE SE RELACIONAM ao tema são:
I. A promulgação da Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão correspondeu a primeira fase
do processo revolucionário francês, quando a
participação dos sans-cullotes e dos camponeses na
cena política redefiniu o caráter da luta, forçando a
abolição dos privilégios nobiliárquicos.
II. A afirmação de que todos os homens devem ter
assegurados em lei os direitos sagrados à liberdade,
à igualdade, à vida e à felicidade promoveu uma
ruptura com a ordem social vigente, demolindo a
estrutura estamental do Antigo Regime baseada em
critérios conferidos pela tradição.
III. Para os liberais, todos os homens são dotados de
paixões em seu estado de natureza, que resultam em
desordem, necessitando de uma instância superior –
o governo – capaz de assegurar a propriedade
privada e controlar os instintos egoísticos do homem
em prol do bem comum.
IV. Dentre as conquistas alcançadas pela Revolução
Francesa, destaca-se o sufrágio universal, a fim de
assegurar a participação política de todos os
membros da sociedade e acabar com a clivagem
entre cidadãos ativos e cidadãos passivos que
caracterizava a antiga ordem.
V. A doutrina liberal estabeleceu o compromisso
com um governo constitucional e representativo, que
fosse capaz de garantir o domínio da lei e defender a
igualdade civil e as liberdades individuais e
coletivas, incluindo a livre manifestação do
pensamento, a tolerância religiosa e a liberdade de
expressão, publicação e reunião.
A) I, III e V
B) I, II e IV
C) II, III e IV
D) II, IV e V
E) II, III e V
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Questão 28
“Os imperialismos do final do século XIX e do século XX diferiam tanto do espírito de conquista ou de dominação das épocas passadas quanto da expansão colonial dos séculos anteriores pela seguinte característica: estavam, mais que os outros, ligados ao capital financeiro, e a colonização ou a conquista não eram as únicas expressões de sua existência”. [FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências - séculos XIII a XX. Trad. Rosa Freire. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 34.]
Na época do capitalismo liberal e concorrencial, marcada pela hegemonia inglesa no mundo capitalista, a questão fundamental residia no intercâmbio de matérias-primas e alimentos, a preços baixos, por produtos industrializados. O comércio mundial era regido pela livre-concorrência, segundo a “mão invisível” do mercado auto-regulador de Adam Smith. As transformações do capitalismo na segunda metade do século XIX começaram a questionar a validade do liberalismo, uma vez que os problemas suscitados pela depressão de 1873 resultaram na formulação de uma nova política de expansão e de anexação de mercados externos, para garantir a continuidade da acumulação capitalista, resultando no imperialismo.
A respeito das características desse processo histórico, é pertinente afirmar:
A) na maior parte da África, principalmente na África Negra, embora existissem condições históricas prontas para receber os investimentos europeus, ocorreu uma desarticulação violenta das estruturas econômicas e sociais anteriores à colonização, inclusive no que se refere à posse e à utilização da terra em benefício dos colonos europeus
B) o aspecto principal, diferentemente da época histórica anterior, passou a residir na exportação de capitais disponíveis, sob a dupla forma de empréstimos diretos e/ou indiretos, através de bancos privados, e de inversões no setor público ou em atividades primárias, extrativas ou agrícolas, voltadas para exportação, com objetivos de modernização econômica
C) a Alemanha e Itália, por entrarem atrasadas para a corrida imperialista, foram os únicos países que justificaram, ideológica e cientificamente, a nova expansão colonial pela idéia de que os brancos europeus tinham uma “missão civilizadora”, que estava associada à moralização dos costumes, a evangelização dos “selvagens” e ao ensino da prática do governo aos “povos atrasados”, que deveriam ser conduzidos à maturidade política
D) a expansão imperialista dos Estados Unidos nem sempre se caracterizou pela exportação de capitais, uma vez que o estabelecimento de esferas de influência econômica e os canais de acesso a elas para proteger o território nacional eram os aspectos centrais, o que explica a ausência de investimentos no Caribe e na América Central em prol do interesse em resguardar o Pacífico como área de segurança
E) como a China se isolou do Ocidente durante longo tempo e resistiu fortemente à sua penetração, a ação imperialista dos países europeus na região se baseou em uma “política de portas abertas”, que impedia a adoção de políticas protecionistas para facilitar a penetração de capitais no promissor mercado chinês (que possuía muitas riquezas naturais e grande disponibilidade de mão-de-obra)
Questão 29
Manifestação de skinheads na Rússia
Adolph Hitler, líder do nazismo
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De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, espera-se que ao longo do ensino fundamental os alunos possam ampliar a compreensão de sua realidade, especialmente confrontando-a e relacionando-a com outras realidades históricas. Sob essa perspectiva, situar acontecimentos históricos, localizá-los em uma multiplicidade de tempos e respeitar a diversidade social, considerando critérios éticos, são objetivos essenciais ao trabalho didático, que busca uma intercessão entre o fazer história e o saber pedagógico. Se a globalização integra e une economicamente os quatro cantos do planeta, por sua vez os nacionalismos agressivos ressurgem, hasteando a bandeira do racismo e da intolerância contra minorias étnico-religiosas e/ou povos. A crença na superioridade de um povo sobre outros renasce, seduzindo e mobilizando sentimentos e desejos humanos individuais e/ou coletivos. A “purificação étnica” e o xenofobismo são, portanto, ingredientes vitais às ações dos skinheads, mas que não representam algo novo na história da humanidade.
As afirmativas que expressam a multiplicidade do tempo histórico, conforme evidenciada nas imagens, são:
I – O nazismo alemão e o fascismo italiano apareceram como projetos alternativos à crise da dominação burguesa e ao comunismo (soviético), caracterizando-se pelo totalitarismo, pelo militarismo, pelo anti-semitismo, pelo nacionalismo exacerbado e pelo culto ao líder.
II – O fascismo italiano e o nazismo alemão, que emergiram nas décadas de 20 e 30 na Europa apelavam às soluções de força somente em casos considerados de ameaça à ordem social, embora garantissem aos cidadãos as liberdades individuais e coletivas.
III – A humilhante derrota da Itália na Primeira Guerra Mundial correlata à perda de regiões economicamente importantes e às pesadas cláusulas de guerra, impostas pelo Tratado de Versalhes, foram fatores históricos relevantes para explicar a tomada do poder pelos fascistas.
IV – O aceite dos atos de extermínio e violência, destinados a anular as diferenças e impor a homogeneidade, é encarado como algo legítimo tanto nos Estados fascistas, quanto no movimento dos skinheads, não importando que isso implique em destruição e/ou brutalização da humanidade.
V – O processo ‘tardio’ de implantação do capitalismo na Alemanha, diferentemente da precocidade do exemplo italiano, resultou na fragilidade do mercado interno e na carência de espaço vital devido à ausência de mecanismos imperialistas suficientemente sólidos ou de uma expansão neocolonial vitoriosa.
Está (ão) correta (s) apenas:
A) I e II B) II e IV C) III e V
E) II e V
Questão 30
“A bipolarização do poder planetário é resultado do enfraquecimento geopolítico das antigas potências e da emergência de duas superpotências (os Estados Unidos e a União Soviética) capazes de desencadear a destruição de todo o sistema mundial de Estados. A Guerra Fria foi a manifestação mais nítida dessa bipolarização.” [MAGNOLI, Demétrio. O mundo contemporâneo: relações internacionais (1945-2000). São Paulo: Moderna, 1996, p. 47.] A Guerra Fria deve ser entendida como um confronto histórico entre as duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, que emergiram em meio aos rastros de destruição e violência deixados pela Segunda Guerra Mundial, resultando na divisão leste versus oeste. No início dos anos 60, a construção do Muro de Berlim, separando Berlim Ocidental e Berlim Oriental, foi o “símbolo” mais contundente dessa bipolaridade do planeta. Quanto à relevância histórica da Guerra Fria para a compreensão do século XX, destaca-se:
A) Uma das características mais evidentes da Guerra Fria foi a emergência de conflitos localizados, deslocando o campo das batalhas da Europa para a América Latina, e, assim, expressando os confrontos entre o bloco capitalista e o bloco comunista pela delimitação das áreas de segurança
B) A Guerra da Coréia e a Guerra do Vietnam, dentro da nova ordem internacional delimitada pela Guerra Fria, aumentaram a influência do capitalismo na Ásia, levando a União Soviética a reforçar e expandir as suas parcerias estratégicas no Oriente, por meio de uma rede de tratados militares e alianças diplomáticas
C) Os Estados Unidos e a União Soviética, após o término do grande confronto mundial, se defrontaram a fim de assegurar áreas de influência no Leste Europeu e na Ásia, porém não chegaram a uma solução geopolítica para o problema alemão, com Berlim, o que contribuiu decisivamente para a Guerra Fria
D) A bipolaridade mundial se intensificou a partir do falecimento de Stalin, uma vez que os novos governantes da URSS não aceitavam nenhum tipo de negociação com o Ocidente, particularmente no que se refere ao controle de arsenais bélicos
E) Embora tenha se iniciado nos Estados Unidos um período de perseguição aos elementos de esquerda, trazendo a “guerra universal” para dentro das fronteiras nacionais, o Partido Comunista acabou por se fortalecer e conheceu um período de intensa atividade política e cultural, levando à rápida
D) I e IV www.pciconcursos.codemsa.rbtirculação do macartismo
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Questão 31 Questão 32
“Não é exato falar de um ciclo histórico da produção
açucareira, como foi tradicional entre os historiadores.
Ciclo dá a idéia de surgimento, ascensão e fim de uma
atividade econômica o que não foi certamente o caso do
açúcar ou de outros produtos (...). O avanço da
exploração do ouro, no século XVIII, não significou o
fim da economia açucareira” [FAUSTO, Boris, História
do Brasil, São Paulo, EDUSP, 2006, p.81.]
“Em suas andanças pelos sertões, os paulistas iriam
afinal realizar velhos sonhos e confirmar um raciocínio
lógico. O raciocínio continha a seguinte pergunta: se a
parte do continente que pertencia à América espanhola
era rica em metais preciosos, por que estes não existiriam
em abundancia também na colônia lusa?” [FAUSTO, Boris,
História do Brasil, São Paulo, EDUSP, 2006, p.98.]
Acerca da agromanufatura do açúcar e da mineração,
durante o período colonial, menciona-se:
A) o período de maior projeção dessas economias deu-
se ao longo do século XVIII, quando se assistiu à
expansão da lavoura canavieira em direção à
capitania do Rio de Janeiro e à descoberta dos veios
auríferos não apenas em, Minas, mas também na
região de Goiás e Mato Grosso
B) tanto na economia açucareira, quanto na economia
mineradora, a ocupação territorial se deu de forma
contígua e linear, não se verificando grandes
“vazios”, tão característicos, por exemplo, da região
amazônica
C) tanto na região açucareira, quanto na região
mineradora, predominavam relações sociais
baseadas no trabalho livre, a despeito da presença da
escravidão negra nos eixos urbanos
D) a articulação com as regiões pecuaristas do sertão
nordestino e dos campos sulistas foi de fundamental
importância para a expansão da economia
mineradora, bem como se ampliou decisivamente a
importância do porto do Rio de Janeiro, então
transformado na principal saída para o escoamento
do ouro
E) nas economias açucareira e mineradora observou-se
a quase inexistência de mobilidade social, uma vez
que ambas se caracterizavam pelo emprego
exclusivo da mão-de-obra escrava de origem
africana, legitimando o poder dos grandes
proprietários e reforçando o caráter patriarcal da
sociedade colonial
“Não se contentou a minha família em ter um quinhão anônimo no regozijo público; entendeu oportuno e indispensável celebrar a destituição do imperador com um jantar, e tal jantar que o ruído das aclamações chegasse aos ouvidos de Sua Alteza, ou quando menos de seus ministros. (...) Dada a hora , achou-se reunida uma sociedade seleta, o juiz de fora , três ou quatro oficiais militares, alguns comerciantes e letrados, vários funcionários da administração, uns com suas mulheres e filhas, outros sem eles, mas todos comungando no desejo de atolar a memória de Bonaparte no papo de um peru.”[Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas]
O trecho acima remonta ao final da dominação de Portugal pelas tropas napoleônicas, período no qual a família real portuguesa transferiu a sede da monarquia para a sua colônia na América, acarretando modificações importantes nas relações entre metrópole e colônia. Embora Napoleão tenha sido deposto no ano de 1815, D. João aqui permaneceu até o ano de 1820, quando regressou por ordem das Cortes, deixando seu filho Pedro como Príncipe Regente.
A respeito desse período, sustenta-se:
A) o príncipe regente D. João, assim que aportou em Salvador decretou a “abertura dos portos às nações amigas”, pondo fim a trezentos anos de monopólio colonial; porém, não garantindo à Inglaterra a condição de principal parceira comercial
B) em 1810, as coroas portuguesa e inglesa assinaram os Tratados de “Aliança e Amizade” e de “Comércio e Navegação”, ratificando a presença inglesa na economia brasileira e garantindo aos produtos ingleses vantagens tarifárias, até mesmo em relação aos produtos portugueses
C) em 1815, em uma conjuntura histórica de reconstrução da Europa com o Congresso de Viena, D. João elevou a colônia à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, o que veio de encontro aos interesses de nobres lusitanos que para cá vieram com a Corte e se enraizaram, devido às facilidades a eles concedidas no tocante à aquisição de sesmarias
D) em 1817, como reação à política de taxações excessivas empreendidas por D. João, eclodiu em Pernambuco a revolta conhecida por “Revolução Pernambucana”, que contou com a adesão de diversos segmentos da sociedade local, os quais desejavam a emancipação política da província, a imediata expulsão dos portugueses ligados ao comércio varejista, a abolição da escravidão e o estabelecimento de um regime democrático
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E) em 1821, cedendo às pressões das Cortes reunidas
em Portugal, às quais muito desagradou o fato de o
monarca ter se recusado a jurar a futura
constituição, D. João VI retornou para Portugal,
deixando, porém, D. Pedro como príncipe regente, a
fim de que pudesse organizar uma reação de caráter
absolutista
Questão 33
A caricatura do Imperador dom Pedro II e a fala de
Joaquim Nabuco, líder político do Império, apontam para
algumas características que presidiram a construção e a
consolidação do Estado Nacional Monárquico,
revelando, através das permanências e mudanças da
história do Brasil, como os princípios do liberalismo em
voga na Europa se adequaram à “antiga ordem”,
legitimando uma sociedade escravista e autoritária.
A afirmativa que caracteriza o difícil processo de
consolidação do Estado Nacional Monárquico no Brasil
é:
A) dadas as amplas prerrogativas do Poder Moderador,
conforme mostra a caricatura, houve uma sucessão
de trinta e seis gabinetes durante o governo de D.
Pedro II, enfraquecendo o regime parlamentarista,
fazendo eclodir novas revoltas nas províncias do
norte e nordeste e tornando o recurso às armas mais
uma vez necessário
B) diante da instabilidade política que caracterizou a
Regência, ameaçando a ordem escravista, o
imperador D. Pedro II garantiu a unidade territorial e
consolidou a monarquia com base nas prerrogativas
do Poder Moderador, criando, por decreto, no ano de
1847, o cargo de presidente do Conselho de
Ministros por ele indicado, o que permitia aos
liberais e aos conservadores se revezarem no poder e
imporem os seus interesses políticos nas eleições
C) como D. Pedro II não conseguiu pacificar as
províncias, mesmo com apoio de membros do
Exército, ele se viu obrigado a transferir para o
Conselho de Ministros a difícil tarefa de
consolidação do Estado Nacional, com base no
unitarismo, o que resultou no enfraquecimento do
Poder Moderador
D) os dois grandes partidos imperiais – o Liberal e o
Conservador – se formaram plenamente em fins da
década de 1830, e tinham sérias diferenças sociais e
político-ideológicas, o que os levou a rivalizarem
entre si, impossibilitando qualquer acordo e
dificultando a consolidação de um regime
monárquico centralizado
E) um dos fatores determinantes para a afirmação do
Estado Monárquico foi a autonomia que as
províncias conquistaram após a Regência,
garantindo a estabilidade política, permitindo a
defesa dos interesses regionais na Corte e, desse
modo, diminuindo o domínio exclusivo do Sudeste
sobre o restante do Império
O Poder Moderador pode chamar a quem quiser para
organizar ministérios; esta pessoa faz a eleição, porque
há de fazê-la; esta eleição faz a maioria. Eis aí o sistema
representativo do nosso país! [Adaptado de NABUCO,
Joaquim. Um estadista do Império. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997.]
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Questão 34
“Dom Pedro, por graça de Deus e unânime aclamação
dos povos, imperador constitucional e defensor perpétuo
do Brasil. Fazemos saber a todos os nossos súditos, que
a Assembléia Geral decretou, e nós queremos a lei
seguinte:
Art. 1o: As embarcações brasileiras encontradas em
qualquer parte, e as estrangeiras encontradas nos
portos, enseadas, ancoradouros ou mares territoriais do
Brasil, tendo a seu bordo escravos, cuja importação é
proibida pela lei de 7 de novembro de 1831, ou havendo-
os desembarcado, serão apreendidas pelas autoridades,
ou pelos navios de guerra brasileiros, e consideradas
importadoras de escravos.
Art. 3o: São autores do crime de importação de escravos,
ou de tentativa dessa importação, o dono, o capitão ou
mestre, o piloto e o contramestre da embarcação e o
sobrecarga. São cúmplices a equipagem e os que
coadunarem o desembarque de escravos no território
brasileiro ou que concorrerem para os ocultar ao
conhecimento da autoridade, ou para subtrair à
apreensão no mar, ou em ato de desembarque, sendo
perseguidos”. (ALVES FILHO, Ivan: Brasil - 500 anos em
Documentos. Rio de Janeiro, Mauad Editora, 1999, p.212)
Em meados do século XIX, diante do processo de
internacionalização do capitalismo, redefinindo as
relações entre os países e entre os homens, o Brasil, a
reboque do desenvolvimento industrial mundial,
precisava mudar a sua fisionomia e começar, ainda que
timidamente, a fincar os pés na modernidade. O governo
imperial brasileiro - por força dessa nova conjuntura
histórica, na qual pressões externas se conjugaram a
interesses políticos internos - promulgou uma série de
medidas que dinamizaram a nossa economia e
alavancaram a expansão dos centros urbanos. Diferentes
atores sociais, através de lutas políticas e embates
ideológicos, ora resistiram, ora compactuaram com tais
medidas, seja pela defesa das prerrogativas da classe
senhorial, seja pelas promessas da modernidade. A
proibição do tráfico de escravos, anunciada desde a
Regência Feijó, foi ratificada através da Lei Eusébio de
Queiroz, por meio da qual foi extinto o comércio
intercontinental.
Acerca dessa lei e de suas repercussões, são factíveis as
seguintes afirmativas:
I – A extinção do tráfico intercontinental estimulou o
tráfico interprovincial, possibilitando aos
endividados senhores de engenho do Nordeste
recuperarem-se economicamente, uma vez que a
venda de seus escravos para os prósperos
cafeicultores do novo Oeste Paulista franqueou-lhes
uma nova fonte de rendimentos.
II – Ao afirmar a iniciativa de extinção do tráfico
negreiro, o Estado Monárquico consolidou a
soberania nacional, evidenciando um forte
nacionalismo de feições anti-britânicas correlato a
aproximação econômica do Brasil com os Estados
Unidos.
III – Os defensores da manutenção do tráfico
negreiro apoiavam-no como forma de equilíbrio
entre a grande quantidade de negros cativos
existentes no território brasileiro e as categorias
livres da população, a fim de não expor,
particularmente, a “boa sociedade” aos perigos da
“rua”, então associados às rebeliões e às fugas de
escravos, bem como à invasão de terras.
IV – A aprovação da Lei de Terras foi de
fundamental importância para que o
encaminhamento da substituição do trabalho
escravo pelo trabalho livre – aberto pela Lei Eusébio
de Queiroz – não colocasse em xeque os interesses
dos grandes proprietários, uma vez que, dispondo
que as terras deveriam ser, doravante, adquiridas
mediante compra, mantinha o monopólio da
propriedade da terra por uma elite que, assim,
poderia também exercer forte controle sobre a mão-
de-obra.
V – A aprovação da Lei Eusébio de Queiroz não
possibilitou a liberação de capitais para
investimentos em outros setores da economia e em
infra-estrutura, dado o forte endividamento dos
senhores e a crise na produção, mantendo o Império
mergulhado em uma profunda dependência aos
capitais externos.
Está (ão) correta (s) apenas:
A) I e IV
B) II e V
C) I e III
D) II e IV
E) III e IV
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Questão 35 “Nesta república monstruosa, onde não há justiça, nem instrução, nem eleição, nem responsabilidades, a bandeira da federação é a bandeira negra do corso cobrindo toda as depredações da pirataria política.” [Martim Soares. O Babaquara: subsídio para a história da oligarquia no Ceará. Rio de Janeiro, s/ed., 1912.]
O texto faz menção aos mecanismos de dominação política que foram instaurados na Primeira República, mostrando como a nova configuração do poder transitou por ambigüidades que dificultaram a consolidação de um regime representativo em nosso país, o exercício da cidadania e o respeito à “coisa pública”. Expedientes políticos de manipulação do processo eleitoral, tais como o voto de cabresto, a eleição a bico de pena, o voto dos mortos, a falsificação de atas e a degola dos candidatos da oposição se transformaram em hábitos rotineiros e legítimos da vida política brasileira, evidenciando, inclusive, a dependência do Poder Judiciário ao poder das oligarquias e legitimando a fraude, a corrupção e o clientelismo. A afirmativa que expressa o funcionamento político-institucional da Primeira República é:
A) a Política dos Governadores baseou-se na aliança entre o poder estadual e o poder municipal, para que todas as oligarquias, interessadas em assegurar a sua hegemonia em âmbito regional obtivessem favores do governo federal para investir no crescimento dos municípios em troca do apoio aos projetos governamentais
B) o poder federal apoiava as oligarquias nos estados, tomando medidas que defendiam os interesses da economia primário-exportadora, como as restrições ao câmbio e o protecionismo externo, em troca do compromisso dos chefes regionais e locais de manterem a ordem, destruindo qualquer foco de rebelião popular
C) como a bancada era proporcional ao número de habitantes por estado, São Paulo e Rio de Janeiro eram os estados de maior bancada parlamentar, portanto os de maior força política, o que lhes permitiu ascender ao controle do poder em âmbito nacional através da política “café-com-leite”, assegurando a vitória dos candidatos da situação tanto à sucessão presidencial, quanto à formação da maioria parlamentar
D) a Comissão de Verificação dos Poderes, destinada ao controle da diplomação dos parlamentares eleitos; a montagem de máquinas eleitorais nos estados a serviço das oligarquias dominantes; a formação de currais eleitorais no interior sob controle dos coronéis para garantir a vitória dos candidatos da situação e a eleição a “bico de pena” e o voto de cabresto foram mecanismos políticos destinados a garantir e perpetuar a dominação oligárquica
E) como as oligarquias estaduais conquistaram muito poder e se fortaleceram, elas acabaram retirando dos coronéis a influência que outrora tiveram em seus respectivos municípios e circunvizinhanças, restando
a eles obedecê-las e viabilizar a vitória dos candidatos da situação, por meio do voto de cabresto, em troca de alguma verba e nomeação para cargos públicos sem importância
Questão 36
Participantes do Levante da Vila Militar do Rio de Janeiro, presos a bordo do
navio Alfenas, em julho de 1922.. (CPDOC/PEB foto 002)
Durante um período significativo da República Velha (1889-1930), também conhecida como Primeira República, o Brasil foi controlado pela política do café- com-leite, que assegurava o revezamento, no governo federal, de representantes dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Nas eleições presidenciais de 1922, porém, essa hegemonia foi contestada por grupos oligárquicos de outros estados. A insatisfação atingiu também as Forças Armadas, particularmente os jovens oficiais, chamados genericamente de tenentes, que se tornaram os atores principais de vários levantes ocorridos durante a década de 1920, como as revoltas de 5 de Julho de 1922 e a de 5 de Julho de 1924, e a Coluna Miguel Costa-Prestes. O conjunto desses movimentos ficou conhecido na historiografia brasileira como "movimento tenentista" ou simplesmente "tenentismo”. [http://www.cpdoc.fgv.br/nav_fatos_imagens/htm/fatos/RevoltasJulho.asp]
A afirmativa que se relaciona ao texto é:
A) no plano político, o tenentismo tinha idéias progressistas, lutando contra o poder das oligarquias regionais e contra o coronelismo, defendendo o voto secreto e a criação de uma justiça eleitoral autônoma.
B) os tenentes defendiam uma ampla aliança com setores das oligarquias, através de um programa que defendia um governo centralizado, amplas reformas econômicas e sociais e uma política agrícola que mantinha a proteção sobre a produção cafeeira.
C) o movimento tenentista defendia a consolidação das verdadeiras instituições republicanas, a descentralização do poder, a redução dos privilégios das oligarquias, o fim da corrupção e a representação das minorias.
D) o Movimento tenentista, embora não tivesse uma proposta clara de reformulação política, defendiam a centralização do poder, fazendo restrições às eleições diretas e ao sufrágio universal.
E) o Movimento Tenentista defendia e propunha um regime parlamentarista, ampla, procurando tecer alianças com os diversos setores do poder, além de
uma política de austeridade monetária.
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Questão 37
Comemoração do 1º de Maio em 1941, no Estádio do Vasco da Gama. Fonte: Arquivo Nacional
Getúlio Vargas alçou à condição de líder da sociedade, bem como difundiu as ações do Estado Novo associadas à sua imagem, através de intensa propaganda governamental, veiculada pelo DIP, e da valorização da educação cívica nas escolas. O estabelecimento de datas oficiais reforçava a necessária identificação entre chefe e coletividade, explicando porquê trabalho e trabalhador passaram a figurar, fortemente, nos discursos presidenciais veiculados no rádio. Todos deveriam servir ao Brasil para colocá-lo no caminho do progresso e da opulência econômica. Sobre a política trabalhista do Estado Novo, é pertinente dizer:
A) o dia “Primeiro de Maio” foi institucionalizado como Dia do Trabalho, por iniciativa de Vargas, tendo em vista harmonizar os interesses entre capital e trabalho e, assim, promover, um pacto político que almejava o desenvolvimento econômico com harmonia social
B) o estabelecimento do salário-mínimo, no ano de 1949, ao invés de representar um poderoso instrumento de acumulação de capital urbano- industrial, fixou-o em níveis acima dos biológicos, garantindo a elevação do valor da força de trabalho e, conseqüentemente, melhorando as condições de vida da classe operária
C) como a legislação previdenciária, a criação da Justiça do Trabalho, a lei de Sindicalização e a Consolidação das Leis do Trabalho foram decretadas em uma conjuntura de desgaste do Estado Novo para fortalecer o compromisso político com as classes trabalhadoras, as mesmas não conseguiram ser mantidas após a deposição do ditador Getúlio Vargas, rompendo com o pacto populista
D) se o discurso de colaboração entre as classes em prol do desenvolvimento econômico e da paz social foi historicamente relevante para legitimar o projeto político varguista, o mesmo não conseguiu se perpetuar após a deposição do ditador, resultando em forte oposição dos operários e na eclosão de movimentos sociais, liderados pelas classes médias, que destruíram o trabalhismo de Getúlio Vargas
E) a necessidade de preservar o legado de Vargas, no que se refere à possibilidade de emergência controlada dos setores urbanos subalternos, especialmente do proletariado no cenário político, é fundamental para entender a fundação do Partido Social Democrático (PSD), às vésperas do golpe, visto que o pacto político implicava no reconhecimento institucional do acesso do trabalhador à cidadania
Questão 38
“(...) [Juscelino] foi o primeiro candidato a presidente da República, pelo menos na minha geração, que eu assisti, que acompanhei desde o Getúlio, ou melhor, desde a Aliança Liberal, que falou em números de desenvolvimento. Essa é que era a grande fascinação do Juscelino, que terminou permeando também os elementos conservadores do PSD. (...) Na realidade, sua candidatura se impôs muito com a participação [da Ala Moça]. Vínhamos apoiando o Juscelino, que tinha sido nosso colega na Constituinte, quando ele assumiu o governo de Minas com aquele binômio “Energia e Transporte”, exatamente os pontos críticos do desenvolvimento brasileiro. Depois ele se desenvolveu no Plano de Metas. Então, quando o Juscelino colocava o problema em termos de metas – meta de energia elétrica, meta de siderurgia –, não havia como (...) se opor a esses objetivos, que se confundiam com o próprio interesse da nação.” [Fonte:http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jk/htm/depoimentos/depoimentos.asp ]
A posse de Juscelino Kubitscheck de Oliveira, integrante do PSD mineiro, à presidência da República foi um marco na reorientação da economia brasileira, rompendo parcialmente com o modelo de desenvolvimento capitalista anterior, garantindo o funcionamento das
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PROFESSOR DE HISTÓRIA
instituições liberais e democráticas no país e logrando conseguir o apoio de amplos setores da sociedade brasileira ao projeto de “desenvolvimento nacional”, expresso no famoso lema dos “Cinqüenta Anos em Cinco”.
A afirmativa que expressa a relevância histórica do Governo Juscelino Kubitschek é:
A) o golpe comandado pelo General Henrique Teixeira Lott, com apoio de líderes da UDN, a 11 de novembro de 1955, objetivava impedir a posse de Juscelino Kubitschek e João Goulart, respectivamente, à presidência e à vice-presidência da República, representantes da vitoriosa coligação PSD-PTB
B) o governo JK acabou com o tripé da economia brasileira, que estava setorizada e distribuída desde a época de Vargas entre o capital privado nacional - responsável pelas empresas produtoras de bens de consumo; o capital estatal - alocado no setor de bens de produção, e o capital agrário nacional – associado às monoculturas de exportação
C) o Plano de Metas, embora tenha sido a primeira experiência ambiciosa de planejamento econômico integrado no Brasil, não conseguiu conjugar, sob controle do governo, as atividades do capital público e do capital privado nacional e estrangeiro, o que implicou em total desnacionalização da economia brasileira e aumento das disparidades sociais
D) a aliança PSD-PTB, no Legislativo, não conseguiu manter a sua eficácia política frente à posição aguerrida da UDN que bloqueava os interesses do governo e impedia os gastos públicos, o que dificultou a aprovação do Plano de Metas, atrasando os investimentos em infra-estrutura e a construção de Brasília
E) o projeto de desenvolvimento juscelinista operou uma ruptura com a orientação da política econômica varguista em dois níveis, quais sejam: o privilégio dado ao setor de bens de consumo duráveis, através da produção de automóveis, eletrodomésticos e similares, e a abertura ao capital estrangeiro sob a forma de empréstimos e investimentos diretos de capital e tecnologia
Questão 39
As palavras do General Golbery, figura proeminente do regime militar, instaurado a partir de 1964, no Brasil, remetem à doutrina de Segurança Nacional, formulada na Escola Superior de Guerra, que definiu ser a luta
principal contra o “inimigo interno”, uma vez que a bipolaridade do mundo atravessou fronteiras e se transformou em problema de segurança nacional. A “guerra revolucionária” era a nova estratégia para eliminar o ‘inimigo interno’, identificado aos movimentos e ‘focos’ de subversão à ordem, em particular, o chamado “bolsão comunista”. A destruição do “inimigo interno”, através da “guerra revolucionária”, era indispensável para assegurar a “defesa interna” e implementar o novo modelo de desenvolvimento capitalista. Com isso, justificavam-se os princípios fundamentais que nortearam a ditadura militar: o binômio Segurança e Desenvolvimento.
Sobre a implantação do Estado autoritário e seus desdobramentos, é pertinente afirmar:
A) o inimigo interno, identificado pelo governo, era representado pelos oposicionistas ao regime militar que se propunham somente a lutar pela redemocratização do país e pelos direitos dos trabalhadores, embora não tenham angariado o apoio de outros setores organizados da sociedade, tornando-se, assim, alvo da repressão
B) o modelo de desenvolvimento capitalista adotado durante este período, que resultou no “milagre” econômico, não possibilitou o crescimento esperado pelo governo, acarretando taxas elevadas de inflação, a queda brusca nas exportações e o descontentamento das classes trabalhadoras, que passaram a se organizar em sindicatos livres com o objetivo de obter melhores condições salariais
C) o movimento de 31 de março/1º de abril de 1964 e a sua consolidação ─ que tinha como objetivo central livrar o país da corrupção e lutar contra o comunismo ─ estava inserido no contexto histórico da Guerra Fria, alinhando o Brasil aos interesses americanos que buscavam conter os movimentos revolucionários da América Latina através da ajuda econômica, intensificando empréstimos e investimentos, de modo a garantir a sua supremacia no continente
D) uma das estratégias encontradas pelos governos militares para assegurar a defesa interna foi o fechamento da economia brasileira às indústrias estrangeiras que se viram obrigadas a reduzir significativamente seus investimentos no país, aliando-se a isto a decisão de aumentar a capacidade do Estado de arrecadar tributos através da contenção da inflação
E) a bipolarização do poder político interno deu-se através da acirrada e constante disputa eleitoral entre a Arena e o MDB, os dois partidos políticos atuantes no período; a Arena, franca opositora do governo, liderava o movimento a favor da redemocratização, além de permitir, a princípio, a presença de lideranças de esquerda em sua legenda
“Essa é a guerra – total, permanente, global, apocalíptica – que se perfila, desde já, no horizonte sombrio de nossa agitada época. E só nos resta, nações de qualquer quadrante do mundo, prepararmo-nos para ela, com determinação, com clarividência e com fé.” General Golbery do Couto e Silva. Geopolítica do Brasil.
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Questão 40
Manifestação pelas “Diretas Já” na Candelária – RJ
Impeachment Já !
A transição do poder militar para o poder civil, através
de uma composição “pelo alto” das forças dominantes
em nossa sociedade, batizada como “Nova República”,
traria à tona os graves impasses políticos e os efeitos
avassaladores da crise econômico-financeira e social. A
miséria, o desemprego, o achatamento salarial, os
alarmantes índices de violência, a carência das áreas de
educação e saúde, os modestos índices de crescimento
econômico e a crise ético-moral mostram que há ainda
um difícil e longo caminho a percorrer...
Sobre esse importante momento da história
contemporânea da República Brasileira, após vinte e um
anos de vigência do Estado autoritário evidencia-se,
EXCETO:
A) enquanto a convenção do PDS escolheu o político e
empresário Paulo Salim Maluf para candidato à
presidência, dissidentes do PDS, a exemplo do líder
José Sarney, lançaram, em julho do mesmo ano, a
Frente Liberal, formando com o PMDB a chamada
Aliança Democrática que indicou a candidatura de
Tancredo Neves
B) às vésperas da votação da emenda das “Diretas-Já”,
que não foi aprovada no Congresso Nacional, o
presidente Figueiredo decretou o “estado de
emergência” em Brasília, a fim de impedir
concentrações públicas e reuniões, até mesmo em
recinto fechado, determinar a censura prévia,
permitir a “busca e apreensão em domicílio”, intervir
em entidades de classe e controlar a entrada em
Brasília
C) o movimento dos caras-pintadas foi um protesto
estudantil que envolveu milhares de jovens de todo o
Brasil que foram às ruas reivindicar o impeachment
do então presidente Fernando Collor de Mello,
diante dos escândalos de corrupção e do confisco da
caderneta de poupança
D) a eleição indireta, através do Colégio Eleitoral, foi
mantida para a sucessão do presidente Figueiredo,
embora durante o seu governo a inflação tivesse
estado controlada, a taxa de desemprego diminuída,
a dívida externa estabilizada e as condições de vida
no Brasil melhoradas em função dos investimentos
na área social
E) o candidato Fernando Collor de Melo saiu vitorioso
no segundo turno das eleições, como primeiro
presidente da República eleito pelo voto direto, em
novembro de 1989, embora o seu compromisso com
o desenvolvimento e a justiça social não se
cumprissem diante do impeachment que foi
aprovado em 28 de agosto de 1992 pela Câmara dos
Deputados
Prova de Conhecimentos Básicos
Conhecimentos Específicos
CADERNO Língua Portuguesa
Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10
ÚNICO C C A B X B B D D A
X = QUESTÃO ANULADA
CADERNO Conhecimentos Pedagógicos
Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20
ÚNICO E C B D D A E A C B
CADERNO Professor I - Ciências
Q21 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40
ÚNICO A B X C E A C E D A B B X B E B C B X D
X = QUESTÃO ANULADA
CADERNO Professor I - Educação Artística
Q21 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40
ÚNICO A C B E A D E A D A C A D C D B B C D E
CADERNO Professor I - Educação Física
Q21 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40
ÚNICO B E C A B C A D C A D D E C C B D D E D
CADERNO Professor I - Geografia
Q21 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40
ÚNICO D C A E E C B C D E D C A B D A D A B E
CADERNO Professor I - História
Q21 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40
ÚNICO D C E A B D E B D C X B B E D D A E C D
ALTERAÇÃO DE GABARITO
X = QUESTÃO ANULADA
CADERNO Professor I - Inglês
Q21 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40
ÚNICO C A B E E A C C E D D E A E D B D A D E
CADERNO Professor I - Matemática
Q21 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40
ÚNICO E B A C D D A D B C E A B D C C A E B B
CADERNO Professor I - Português
Q21 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40
ÚNICO D D C B C D E E B A B D A C B C E C E A
NÍVEL SUPERIOR