MetaObjetiv
os Ao fi nal desta aula, o aluno deverá estar apto para:
• compreender o caráter científi co do estudo da linguagem;
• reconhecer o papel da pesquisa linguística para o ensino em Letras;
• identifi car as áreas e subáreas que compõem a pesquisa linguística, especialmente no Brasil;
• refl etir sobre a dimensão metodológica da pesquisa linguística.
• Defi nir o estudo científi co da linguagem.• Apresentar uma proposta de subdivisão
das áreas e subáreas de pesquisa em lingüística, visando à sistematização metodológica.
• Refl etir sobre o papel da metodologia empregada pelo pesquisador na pesquisa em letras.
• Discutir aspectos referentes à metodologia da pesquisa em Letras aplicada ao ensino.
3 aula
A CIÊNCIA LINGUÍSTICA:METODOLOGIA E APLICAÇÕES
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AULA 3A CIÊNCIA LINGUÍSTICA:
METODOLOGIA E APLICAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Todo conhecimento em ciências sociais e humanas é uma forma de conhecer a nós mesmos e de criar
possibilidades para compreender a vida social e outras alternativas sociais.
Luiz Paulo da Moita Lopes
Discutimos, na aula 02, os aspectos fi losófi cos, éticos
e epistemológicos envolvidos no trabalho científi co, refl etindo
sobre a função social de uma pesquisa linguística. Naquela aula,
defi nimos os critérios mínimos para considerar uma pesquisa
como ética e socialmente necessária. Finalmente, à luz desses
critérios, refl etimos sobre a função e a abrangência de uma
pesquisa linguística.
Nesta aula, visando sistematizar a pesquisa em linguagem,
adotaremos uma subdivisão - dentre tantas conhecidas - das
pesquisas linguísticas em geral e da linguística aplicada, em
particular. Será feita, ainda, uma discussão a respeito dos
métodos de pesquisa utilizados nos estudos atuais em ciência
sociais e da linguagem, especialmente no Brasil.
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A Ciência Linguística: metodologia e aplicações
2 A LINGUAGEM SOB UM PRISMA CIENTÍFICO
Desde o início de sua
escolarização, certamente,
você sempre ouviu falar
que existe uma ciência
que estuda como o corpo
humano funciona. Aprendeu
que há ciências específi cas
que estudam, por exemplo,
como se desenvolvem as
funções cerebrais, como é
o caso da Neurologia.
E você, certamente,
nunca se surpreendeu
com a existência dessas
ciências. Sabe que, embora pensar seja algo que você faça com
tanta naturalidade, há muita coisa a ser estudada sobre como
ocorre o pensamento ou outras funções cerebrais. Da mesma
forma, embora perceba que andar é algo natural, reconhece
que exista muito a ser pesquisado sobre todos os músculos
envolvidos numa caminhada. Sabe que estes estudos não
apenas esclarecem sobre o simples ato de andar - trazendo
para o foco de atenção algo que fazemos sem a necessidade de
refl etir sobre ele - como podem contribuir para ajudar a ciência
médica, por exemplo, a levar sujeitos a andar, quando alguma
doença ou acidente os impede de fazê-lo.
Entretanto, é curioso observar como as pessoas se
surpreendem quando sabem que existe uma ciência que estuda
algo que também usamos com tanta naturalidade, a linguagem.
Qual será a razão deste estranhamento?
Acreditamos que parte desse estranhamento ocorra
porque as pessoas sentem difi culdade em ver a linguagem - um
conceito abstrato - como algo que possa ser estruturado de tal
forma que permita uma observação sistemática. Por outro lado,
e este é o motivo mais sério, as pessoas foram acostumadas,
a partir da mais tenra idade, a ver a linguagem (falada ou
escrita) pelo ponto de vista prescritivo, ou seja, aprendem,
desde muito cedo, que certas formas de uso são “certas” e
outras são “erradas”. Como, ao estudo científi co, não cabe
FIGURA 1UAB/UESC
Prescritivo: prescrever, em linguagem, é determinar qual a
maneira certa de falar e escrever, tal qual um
médico prescreve o remédio indicado para
uma doença. Como não se pode falar
em maneiras certas (“normais”) nem erradas
(“anormais”) de falar, uma atitude prescritiva é considerada uma postura
preconceituosa frente aos diferentes usos da
linguagem.
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juízo de valor, a ciência da linguagem pretende explicar os usos
linguísticos, abstendo-se dessas considerações valorativas.
Assim, torna-se difícil, para um leigo, entender o que faz essa
ciência, já que tudo que ele sabe sobre os usos linguísticos é
que existem formas certas e erradas de usar a língua, falando
ou escrevendo.
Se você é uma dessas pessoas que ainda se questionam
a esse respeito, irá surpreender-se ao ver que a ciência da
linguagem tem um universo de questões a serem estudadas,
algumas já bastante elucidadas, outras com um longo caminho
a ser investigado.
Para entender como a linguagem pode ser estudada sob
o ponto de vista científi co, é necessário primeiro compreender
o que se denomina como linguagem e qual o alcance do uso
deste termo.
Houve momentos na história das ciências em que a
linguagem era vista como uma unidade explicável por si
mesma, em termos formais. Hoje acreditamos que, se, para
haver linguagem, é necessário a existência de sujeitos em
interação - e, além disso, seu uso implica uma atividade
social - a linguagem só pode ser explicada considerando-se as
condições em que ela ocorre e as características dos sujeitos
envolvidos no seu uso. Visto sob essa perspectiva, embora a
“linguagem”, no sentido geral, seja algo abstrato, é possível
analisar a sua estrutura a partir de usos reais entre sujeitos
sociais, partindo-se da fala ou da escrita. Essas (a fala e a
escrita) são as substâncias sobre as quais um linguista se
debruça ao estudar a linguagem.
3 ADOTANDO UMA SUBDIVISÃO DAS CIÊNCIAS LINGUÍSTICAS
Há dois aspectos que fazem da delimitação do campo da
linguística e da subdivisão em áreas algo extremamente difícil:
a) o fato de, sendo essa uma ciência moderna, já ter nascido
em meio à necessidade de dialogar com outras ciências e
b) a característica multifacetada do seu objeto de estudo: a
linguagem.
Por conseguinte, propor uma subdivisão desta ciência
Interação: processo dialógico entre duas ou mais pessoas, grupos,
instituições entre outros. Convivência recíproca.
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56 Módulo 2 I Volume 1 EAD
A Ciência Linguística: metodologia e aplicações
pode parecer uma tarefa impossível
ou desnecessária; entretanto,
optaremos por fazê-lo, visando
tentar colocar alguma ordem ou
sistemática para melhor orientar
vocês, futuros pesquisadores,
quando às possíveis escolhas no
interior desta área científi ca.
Existem muitas divisões
diferentes para o campo de estudo
da Linguística. Mesmo Saussure (1969) questionava-se sobre
as vinculações dessa ciência e quais relações mantinham-se
entre ela e outras ciências humanas:
Os limites que a separam das outras ciências não aparecem sempre nitidamente. Por exemplo, a Linguística deve ser cuidadosamente distinguida da Etnografi a e da Pré-História, onde a língua não intervém senão a título de documento; distingue-se também da Antropologia, que estuda o homem somente do ponto de vista da espécie, enquanto a linguagem é um fato social. Dever-se-ia, então, incorporá-la à Sociologia? Que relações existem entre a Linguística e a Psicologia Social? (SAUSSURE, 1969, p. 14, grifo nosso).
Lyons (1981) é autor de uma das mais conhecidas
subdivisões da Linguística no Brasil. Ele, inicialmente, divide
a ciência em dois grandes campos: a linguística geral e a
descritiva. Caracteriza como geral o estudo da linguagem
em termos genéricos, fornecendo conceitos teóricos que irão
nortear o trabalho dos linguistas descritivos; e conceitua como
descritivo o estudo de uma língua específi ca, de um idioma,
como o português, por exemplo. Segundo o autor, os dois
campos estão interligados, visto que o estudioso de uma língua
específi ca necessita lançar mãos dos construtos fornecidos pela
linguística geral para refl etir sobre uma dada língua; enquanto o
linguista geral necessita das informações de estudos em línguas
específi cas para refutar ou confi rmar suas hipóteses gerais. O
autor fornece o seguinte exemplo, a título de ilustração:
O lingüista geral poderia formular a hipótese de que todas as línguas possuem nomes ou verbos. O
FIGURA 2UAB/UESC
PARA CONHECER
Saussure: Ferdinand de Saussure foi o primeiro estudioso a estabelecer as bases para o estudo da linguagem, através da defi nição de termos e delimitação do alcance dessa ciência. Por isso, muitos o consideraram o pai da linguística.
Etnografi a: um estudo etnográfi co
consiste na investigação de um fato por meio da
experiência direta, da participação,
da convivência do pesquisador com a
realidade onde o fato ocorre.
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lingüista descritivo poderia refutá-la com base em uma comprovação empírica de que houvesse pelo menos uma língua em cuja descrição tal distinção não se verifi casse (LYONS, 1981, p. 43).
A segunda divisão do autor é entre linguística diacrônica
e sincrônica. Tanto a linguística geral quanto a descritiva
podem ser estudadas nessas diferentes perspectivas: quando o
estudo visa enfocar as mudanças que ocorrem nas línguas, ou
em um dado idioma, ao longo dos tempos (como os processos
de composição de palavras, por exemplo) diz-se que se está
fazendo linguística diacrônica. Por outro lado, quando se estuda
um determinado fenômeno linguístico por si mesmo, visando
descrever e/ou explicar seu funcionamento, sem compromisso
com a evolução histórica, diz-se que se está fazendo linguística
sincrônica.
A terceira divisão estabelecida pelo autor é entre
linguística teórica e aplicada. Ele entende como teórica a ciência
linguística que estuda a “linguagem e as línguas com vistas a
construir uma teoria de sua estrutura e funções, independente
de quaisquer aplicações práticas” (LYONS, 1981, p. 45); e
como aplicada a ciência que estuda as aplicações dos conceitos
e achados da linguística teórica a uma fi nalidade prática, por
exemplo, o ensino de línguas.
Por fi m, o autor denomina microlinguística o estudo
da linguagem por si mesma, sem se considerar os demais
elementos que a compõem (por exemplo, os sujeitos que a
usam, a cultura em que está inserido esse sujeito entre outros).
Por macrolinguística denomina o estudo que é realizado
considerando-se os aspectos “extralinguísticos” envolvidos na
linguagem.
Borba (1979) apresenta uma classifi cação similar,
apresentando, ainda, as ciências com as quais a linguística
mantém inter-relações, por conta do intercruzamento dos seus
objetos de estudo: a) a Antropologia; b) a Sociologia; c) a
Psicologia; d) a Filosofi a; e) a Filologia.
Na atualidade, há um leque muito grande de ciências
com as quais a linguística dialoga. Além daquelas já citadas
por Borba, com as quais a linguística continua mantendo
relações fundamentais, tem havido uma tendência crescente
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A Ciência Linguística: metodologia e aplicações
de trabalhos em que a linguística dialoga com a Matemática,
Ciências da Computação, Teoria da Informação, Etnologia,
Neuropsicologia, entre tantas outras.
Como já afi rmamos antes, o objeto de estudo da ciência
da linguagem, seja a linguagem geral ou uma dada língua,
por seu caráter multifacetado, conduz o desenvolvimento das
pesquisas sempre na direção de enfoques interdisciplinares ou
transdisciplinares. Daí a maior difi culdade, especialmente na
atualidade, de determinação de uma ciência à qual se vincula
um estudo que envolva a linguagem como objeto. Afi nal, o que
“não” é linguagem?
Em virtude da escassez de publicações atualizadas sobre
uma provável subdivisão da linguística no Brasil, decidimos
consultar alguns programas de ensino de importantes
universidades brasileiras como base para nossa subdivisão.
Assim, a proposta que apresentaremos a seguir não deverá
ser rigorosamente interpretada, visto objetivar apenas uma
delimitação possível para as áreas de estudo da linguística.
Também vale salientar que não será possível explicar cada uma
delas, em virtude da vastidão com que se apresentam.
Em linhas gerais, as grandes áreas de estudo dividem-se
em:
a) Linguística histórica. Constitui-se como o estudo
diacrônico das línguas. No Brasil, a grande maioria dos
estudos históricos refere-se à língua portuguesa, embora
já existam trabalhos sobre outras línguas nativas, como
as indígenas;
b) Descrição e análise linguística, correspondente ao que
Lyons (1981) denomina estudo sincrônico. Caracterizado
por descrições e/ou explicações de aspectos das línguas
com base nos níveis de análise, desde o fonético até o
discursivo;
c) Linguística aplicada. Diz respeito a estudos que aplicam
as teorias linguísticas a alguma outra área ou setor do
conhecimento.
No interior da Linguística histórica, estudam-se os
aspectos históricos das línguas em todos os níveis linguísticos
formais, quais sejam: fonético, fonológico, morfológico,
sintático e semântico. Estuda-se ainda o contato entre línguas,
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os processos de gramaticalização, as línguas clássicas,
línguas neolatinas entre outros.
Às pesquisas da área de descrição e análise linguística
cabem estudar os fenômenos linguísticos concernentes aos
níveis de análise gramatical, quais sejam: fonética, fonologia,
morfologia, sintaxe, semântica e pragmática. Também no
interior desta área, poderíamos inserir, grosso modo, os estudos
do campo da lexicologia, lexicografi a, terminologia,
análise de discurso, análise da conversação, aquisição
da linguagem e processamento da linguagem. Há ainda as
pesquisas cujo objeto exige uma relação estreita da Linguística
com outras ciências; esse é o caso da Dialetologia (relação
entre Linguística e Geografi a), da Sociolinguística (relação
entre Linguística e Sociologia), da Psicolinguística (Linguística
e Psicologia), da Neurolinguística (Linguística e Neurologia), da
Filosofi a da linguagem entre outros.
Por fi m, a Linguística aplicada compreende a área cujos
estudos visam à aplicação das teorias linguísticas a outros
setores, compreendendo os estudos de tradução, o ensino
de línguas estrangeiras (LE), o ensino da língua materna/
portuguesa (LM/LP) e as linguagens e tecnologias entre outras.
É necessário salientar que essa subdivisão não é
estanque, havendo situações várias em que um mesmo
estudo pode ser apontado como pertencente a muitas dentre
essas áreas e linhas descritas. Serve, entretanto, como norte
para compreendermos como se caracteriza hoje a linguística
brasileira.
Além disso, sabemos que essa classifi cação não inclui
as tendências atuais, que atendem às demandas da pós-
modernidade e que, por isso mesmo, não permitem a sua
inclusão dentro de nenhum desses paradigmas tradicionais.
Estamos nos referindo aos estudos de linguagem e identidade,
descrição e ensino de LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais,
descrição e ensino do Braille, línguas indígenas, minorias
linguísticas entre tantos outros.
Gramaticalização: processos de mudanças de status ou de função de determinados itens
gramaticais
Lexicologia: estudo do acervo de palavras
(léxico) de um determinado idioma.
Lexicografi a: estudo das técnicas de elaboração dos
dicionários.
Terminologia: estudo do uso de termos com sentidos específi cos,
geralmente relacionados a uma determinada área
profi ssional.
Análise de discurso: estudo analítico dos
sentidos implícitos a um determinado discurso,
considerando as condições em que esse
discurso ocorre.
Análise da conversação:
semelhante à análise do discurso, só que
circunscrito ao discurso oral.
Aquisição da linguagem: estudo
do processo de aprendizagem de uma
língua pela criança.
Processamento da linguagem: estudo das atividades linguístico-cognitivas envolvidas no processamento da
linguagem.
Braille: sistema de leitura para defi cientes
visuais em que se utilizam sinais para
serem percebidos pelo tato.
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60 Módulo 2 I Volume 1 EAD
A Ciência Linguística: metodologia e aplicações
4 A PESQUISA LINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO
Defi nir o que é a linguística aplicada
não é tarefa fácil para os dias de hoje.
Em primeiro lugar, porque o termo
ganhou acepções tão variadas,
especialmente no Brasil, que
talvez pudéssemos nos referir a
diferentes “linguísticas aplicadas”.
Segundo, porque alguns autores
têm colocado em dúvida a existência
real dessa disciplina (MOITA LOPES,
2006; RAJAGOPALAN, 2006).
Concordamos com os autores citados
quanto à necessidade de defi nição da Linguística
aplicada enquanto uma ciência autônoma que, embora
mantenha relações estreitas com a Linguística (assim como
mantém com outras ciências, como a Sociologia), não pode ser
vista como vinculada à linguística teórica, ou seja, como uma
ciência de menor alcance do que a Linguística teórica. Todavia,
não entraremos nessa discussão, em virtude de a mesma exigir
um fôlego maior do que o que é permitido a uma pequena
parte de uma aula.
Assim, no que tange ao primeiro aspecto antes
mencionado, há diferentes acepções para a Linguística aplicada.
Por vezes, o termo tem sido usado como sinônimo de Linguística
aplicada ao ensino da segunda língua/língua estrangeira (LE), a
ponto de não nos surpreendermos quando, ao participar de um
Seminário de Linguística Aplicada, assistimos exclusivamente
a estudos voltados para LE; o que leva os estudiosos de língua
materna/língua portuguesa (LM/LP) a se sentirem excluídos
da matéria. Outras vezes, o termo é usado como sinônimo de
Linguística aplicada ao ensino, fi cando, desta vez, de fora os
estudos que não abordam a questão do ensino, e que são,
contudo, aplicações da Linguística a outros setores, como é
o caso dos estudos de tradução, computação, tecnologias da
informação entre outras.
Para evitar essa confusão, e tentar por alguma ordem
ao menos neste espaço, permitimo-nos chamar de Linguística
FIGURA 3UAB/UESC
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aplicada ao ensino - pressupondo, com esta terminologia, a
existência de uma Linguística que também seja “aplicada”, mas
não “ao ensino” - a toda pesquisa que visa à investigação acerca
do ensino de línguas e cuja base teórica é a Linguística, mas
não apenas ela, como também outras ciências relacionadas
ao ensino (Sociologia, Psicologia, Antropologia entre outras).
Então, denominaremos Linguística aplicada ao ensino de LE os
estudos voltados para a segunda língua; enquanto a Linguística
aplicada ao ensino de LP abrange os estudos voltados para o
ensino da língua materna, a língua portuguesa.
Dito isso, passaremos, adiante, a apresentar os principais
métodos empregados pelas ciências sociais, entre elas a
Linguística, nas investigações científi cas.
5 OS ESTUDOS LINGUÍSTICOS E OS MÉTODOS CIENTÍFICOS
Embora já tenhamos
advertido que uma abordagem
científi ca não se limita ao uso
de métodos sofi sticados de
observação da realidade, na
verdade, é no método, dizendo
melhor, na metodologia que reside a diferença
mais perceptível entre o conhecimento produzido
pelo senso comum e o conhecimento produzido
pela ciência.
Defi nimos metodologia como o conjunto
de princípios procedimentais que regem uma
pesquisa; tais princípios certamente envolvem
critérios fi losófi cos, epistemológicos, éticos e técnicos,
conforme já nos referimos na aula anterior.
Quanto ao conceito de método, adotaremos
a divisão proposta por Marconi e Lakatos (2009),
distinguindo os métodos de abordagem dos métodos
de procedimento.FIGURA 4
UAB/UESC
by Jamile Ocké
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Pesquisa Aplicada ao ensino de Letras
62 Módulo 2 I Volume 1 EAD
A Ciência Linguística: metodologia e aplicações
5.1 Os métodos de abordagem
Os métodos de abordagem dizem respeito à orientação
que é escolhida pelo cientista na investigação de um fenômeno.
Assim, teríamos os métodos: a) indutivo; b) dedutivo; c)
hipotético-dedutivo e d) dialético.
Historicamente, o surgimento desses métodos de
abordagem deu-se sucessivamente, em virtude da mudança de
perspectivas do homem frente ao mundo. Entretanto, podemos
encontrar, nos dias atuais, pesquisas que se enquadram nessas
diferentes perspectivas (ou em mais de uma).
Diz-se que o cientista utiliza um método indutivo, diante
de um objeto de pesquisa, quando ele realiza um raciocínio
analítico, das partes para o todo. Assim, por exemplo, ao observar
um comportamento constante de vários elementos particulares,
o estudioso chega à conclusão de que tal comportamento é
igual para os elementos daquela espécie, atingindo o todo, o
geral. Trabalhos cuja abordagem básica segue este princípio
são denominados empiristas, uma vez que partem de dados
concretos, observáveis, visando à generalização.
O método dedutivo segue um movimento contrário ao
anterior: do todo para as partes. A partir de uma concepção
prévia genérica sobre um determinado fenômeno; verifi ca se
tal concepção se justifi ca em elementos particulares. Assim,
pretende-se não partir de dados concretos para chegar a uma
conclusão, mas, sim, partir de uma ideia geral e utilizar os dados
concretos para confi rmar ou não a ideia geral. Essa concepção
prévia é fruto da razão, do raciocínio lógico. Por isso, estudos
que utilizam primordialmente esse princípio são denominados
racionalistas.
O método hipotético-dedutivo segue basicamente o
mesmo princípio do dedutivo - do todo para as partes - com
a diferença principal de que este geralmente parte de um
problema identifi cado, elabora uma hipótese (geral) sobre
esse problema e submete essa hipótese à prova para que seja
corroborada ou não:
Se a hipótese não supera os testes, estará falseada, refutada, e exige nova reformulação do problema e da hipótese, que, se superar os testes rigorosos, estará corroborada, confi rmada provisoriamente (MARCONI; LAKATOS, 2009, p. 74).
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Quanto ao método dialético, embora haja muitos modelos
diferentes - dialética da sucessão, dialética da coexistência,
dialética histórica idealista, dialética materialista (MARCONI;
LAKATOS, 2009) - podemos dizer que a concepção comum a
todos é a de que um fenômeno não ocorre isoladamente e, desse
modo, não pode ser descrito e analisado em separado, sem se
considerar os demais aspectos que com ele se relacionam.
Marconi e Lakatos (2009, p. 85-86) explicam quatro leis
fundamentais que regem uma abordagem dialética:
a) “tudo se relaciona”. Segundo essa lei, as coisas
não ocorrem isoladamente, não há independência
absoluta, todo fenômeno participa de um todo
coerente;
b) “tudo se transforma”, ou seja, nada é estático, está
em constantes mudanças processuais; portanto, as
conclusões a que chegamos sobre um determinado
objeto de estudo são sempre provisórias, visto que o
próprio objeto não será o mesmo sempre;
c) a quantidade e a qualidade estão profundamente
relacionadas; em outras palavras, uma série de
mudanças quantitativas gera mudanças de estado,
ou seja, qualitativas. Assim, tomando o exemplo dos
estados da água, pode-se dizer que “entre 1º e 99º,
temos mudanças quantitativas. Acima ou abaixo
desse limite, a mudança é qualitativa” (MARCONI;
LAKATOS, 2009, p. 86), isto porque, acima, a água
transforma-se em vapor; abaixo, em gelo;
d) os contrários se interpenetram. Segundo essa lei,
os fenômenos são constituídos, internamente, de
contradições, e é a luta entre esses contrários que
gera a mudança do quantitativo para o qualitativo.
5.2 Os métodos de procedimento
Os métodos de procedimento, como o nome sugere,
correspondem ao uso concreto de um conjunto de técnicas
inerentes a certo modelo ou perspectiva de pesquisa. Segundo
Marconi e Lakatos (2009), os métodos de procedimento mais
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Pesquisa Aplicada ao ensino de Letras
64 Módulo 2 I Volume 1 EAD
A Ciência Linguística: metodologia e aplicações
comuns às ciências sociais - entre elas, a ciência linguística -
são os seguintes: a) método histórico; b) método comparativo;
c) método estatístico; d) método tipológico; e) método
funcionalista; f) método estruturalista.
Poderíamos dizer que o método histórico foi o primeiro
método conhecido utilizado nos estudos linguísticos. Estudo da
origem das línguas e sua evolução; estabelecimento de troncos
linguísticos, mais especifi camente o estudo das mudanças
ocorridas na passagem do latim para o português; e, até
mesmo, a infl uência de línguas minoritárias sobre o português
ofi cial do Brasil, constituem exemplos de estudos que utilizam
o método histórico. Assim, defi ne-se como histórico o método
que consiste em investigar acontecimentos do passado e sua
interferência na sociedade atual.
O método comparativo consiste na comparação entre
grupos, povos, sociedades, ou seja, entre unidades de mesma
grandeza, visando estabelecer semelhanças e/ou diferenças
entre eles, tendo em vista o esclarecimento a respeito de um
dado aspecto da realidade. Por exemplo, através do método
comparativo entre línguas, observando-se, pelo uso de técnicas
rigorosas, as semelhanças e diferenças entre elas, foi que se
estabeleceram as famílias linguísticas. Neste caso, tanto se
realizou um estudo comparativo como histórico, daí denominar-
se método histórico-comparativo.
Por método monográfi co compreende-se o estudo que se
concentra num caso particular - um indivíduo, uma profi ssão,
uma instituição, um grupo entre outros - investigando, ao
máximo, as propriedades que o compõem e as relações entre
elas. Pesquisando um caso particular, o estudioso terá mais
condições de analisar o maior leque possível de fatores que
interferem naquele fenômeno; isso permite uma leitura mais
global, menos compartimentada. Entretanto, não interessa ao
pesquisador apenas aquele caso em particular, senão seria um
estudo óbvio, interessa que as conclusões alcançadas, a partir
da análise de um único elemento, possam ser generalizadas
ao maior número possível de elementos. Um exemplo claro
nas pesquisas linguísticas são os estudos de caso na área
de aquisição da linguagem: através do acompanhamento
detalhado do desenvolvimento da linguagem de uma criança
em particular - por exemplo, a aprendizagem de palavras com
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sílabas complexas -, procura-se chegar a regras gerais sobre o
processo de aquisição desse aspecto específi co da linguagem.
Quanto ao método estatístico, acreditamos que consista
num método acessório às pesquisas sociais, visto que simples
dados estatísticos, sem a devida interpretação, não constituem
pesquisa científi ca; entretanto, o método estatístico, fornecendo
informações quantitativas sobre um dado fenômeno, permite a
obtenção de generalizações sobre a natureza e o signifi cado
desse fenômeno (MARCONI; LAKATOS, 2009).
O método tipológico é pouco usado em ciências
sociais, especialmente na atualidade, já que seu uso implica
a comparação entre fenômenos sociais complexos, visando à
criação de um tipo ideal, que represente todos os fenômenos
investigados. Por exemplo, o levantamento das características
de uma diversidade de textos de um determinado gênero (que
poderia também incluir textos de diferentes períodos históricos,
implicando o uso do método histórico) pode levar o estudioso a
propor um tipo padrão, característico daquele gênero.
Denomina-se método funcionalista o método de
interpretação da realidade, que consiste em considerar as
funções desempenhadas pelas unidades que compõem um
fenômeno. Esse método:
[...] considera, de um lado, a sociedade como uma estrutura complexa de grupos ou indivíduos, reunidos numa trama de ações e reações sociais; de outro, como um sistema de instituições correlacionadas entre si, agindo e reagindo umas em relação às outras. Qualquer que seja o enfoque, fi ca claro que o conceito de sociedade é visto como um todo em funcionamento, um sistema em operação (MARCONI; LAKATOS, 2009, p. 95).
Na Linguística, o método foi instituído pelo chamado
Círculo Linguístico de Praga, fundado em outubro de 1926.
Há quem afi rme que Saussure foi um típico funcionalista, pois
levava sempre em consideração as funções exercidas entre os
elementos menores para comporem uma unidade maior. Ele
mesmo denominava a língua como um sistema formado por
valores de relações.
Por fi m, o método estruturalista, muito conhecido no
interior das ciências linguísticas - pelo fato de Saussure ter
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Pesquisa Aplicada ao ensino de Letras
66 Módulo 2 I Volume 1 EAD
A Ciência Linguística: metodologia e aplicações
AATIVIDADESTIVIDADES
procurado, ao estabelecer as bases da ciência linguística
sincrônica, a construção de um modelo abstrato e uno (embora
não ignorasse a existência da diversidade), que é o conceito
de língua - visa à construção de um modelo geral para explicar
os fenômenos concretos. O método estruturalista não analisa
“os elementos em si, mas as relações que entre eles ocorrem,
pois somente eles são constantes, ao passo que os elementos
podem variar” (MARCONI; LAKATOS, 2009, p. 96). Em virtude
de a nossa ciência ter se sistematizado justamente no auge
do estruturalismo histórico, percebe-se sempre resquícios de
estruturalismo no interior de qualquer pesquisa linguística. O
próprio conceito de língua que subjaz a maioria dos trabalhos é
um conceito estruturalista.
Você deverá fazer a leitura do artigo científi co abaixo:
SAMPAIO. N. F. S.; BERNARDO, K. F.; PAIXÃO, T. N. Interação e linguagem: notas sobre a fala de idosos em situações sociocomunicativas. ReVEL, vol. 7, n. 13, 2009. Disponível em: <http://www.revel.inf.br/site2007/_pdf/15/artigos/revel_13_interacao_e_linguagem.pdf>
Após a leitura, você deverá elaborar um comentário crítico original sobre esse artigo. Como sugestão, propomos que você tente responder os seguintes questionamentos:
a) qual a área do conhecimento na qual a pesquisa feita está inserida? b) qual (quais) o(s) método(s) utilizado(s) pelos pesquisadores neste estudo? c) qual o objetivo desta pesquisa? d) o objetivo foi atingido? e) que conhecimento novo esta pesquisa produz?f) a pesquisa pode ter alguma aplicabilidade? Qual? g) outros questionamentos que você julgar relevantes.
Seu texto deve ter entre uma a quatro páginas. Exercite sua capacidade de síntese.
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LEITURA RECOMENDADA
6 CONCLUSÃO
Como se pôde notar desde o início, visando fornecer um
suporte simplifi cado aos iniciantes em pesquisa, pretendemos
propor uma sistematização dos estudos afetos à área da
Linguística, especialmente no Brasil. Para tanto, abordamos os
métodos de pesquisa mais conhecidos e, dentre eles, aqueles
que são mais utilizados pelas pesquisas sociais e linguísticas.
Tentamos um esboço esquemático dos estudos
linguísticos tradicionalmente realizados no Brasil - utilizando,
para isso, informações a respeito dos programas de pesquisa e
pós-graduação das principais universidades públicas brasileiras
- objetivando fornecer uma orientação, aos estudantes, a
respeito das linhas e áreas de pesquisa em letras no nosso país.
Na próxima aula, começaremos a abordar o trabalho
acadêmico propriamente dito, discutindo os critérios para a
elaboração de trabalhos científi cos.
ANDRE, Marli. Pesquisa em educação: buscando rigor e qualidade. Cad. Pesqui. [online].
2001, n.113, pp. 51-64. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/n113/a03n113.pdf.
Acesso em: jul. 2009.
FONSECA, Cláudia. Quando cada caso não é um caso: pesquisa etnográfi ca e educação.
Revista Brasileira de Educação, n. 10, p. 58-78, 1999. Disponível em: <http://www.
anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE10/RBDE10_06_CLAUDIA_FONSECA.pdf > Acesso em:
jul. 2009.
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Pesquisa Aplicada ao ensino de Letras
68 Módulo 2 I Volume 1 EAD
A Ciência Linguística: metodologia e aplicaçõesR
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CIA
S7 REFERÊNCIAS
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lingüísticos. 6. ed. S. Paulo: Editora Nacional, 1979.
LYONS, John. Linguagem e lingüística: uma introdução. Rio
de Janeiro: Guanabara, 1981.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria.
Metodologia Científi ca. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MOITA LOPES, Luis Paulo da. Lingüística aplicada e vida
contemporânea: problematização dos construtos que têm
orientado a pesquisa. In: MOITA LOPES, Luis Paulo da (Org.).
Por uma lingüística aplicada indisciplinar. São Paulo:
Parábola, 2006.
RAJAGOPALAN, Kanavillil. Repensar o papel da lingüística
aplicada. In: MOITA LOPES, Luis Paulo da. Por uma lingüística
aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.
SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Lingüística Geral. Tradução
de Antonio Cheline, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. São
Paulo: Cultrix, 1969.
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Suas anotações
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