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CCooooppeerraattiivvaassddoo EEssttaaddoo ddee SSoo PPaauulloo::Uma Proposta de Metodologia, Pesquisa e Manual de Implantao.
Apoio:
FFAAPPEESSPP
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Projeto de Pesquisa de Professores da
Universidade de So PauloFaculdade de Economia Administrao e ContabilidadeCampus de Ribeiro Preto
Instituio Parceira e Executora
Organizao das Cooperativas do Estado de So Paulo - OCESPServio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - SESCOOP
Financiamento e IncentivoFundao de Amparo da Pesquisa do Estado de So Paulo FAPESP
Projeto de Polticas Pblicas
EEqquuiippee EExxeeccuuttoorraa::
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Sumrio
Introduo
Cooperativas: Ambiente Institucional no Brasil e a Importncia doMonitoramento para uma Nova Gerao de EmpreendimentosCooperativados:........................................Sigismundo Bialoskorski Neto
Parte ICooperativas e Monitoramento
1.Apresentao
2.Introduo2.1. O cooperativismo2.2. Os ramos do cooperativismo no Brasil2.3. As entidades de representao
2.3.1. Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo2.4. O monitoramento e as polticas pblicas
3.Panorama do cooperativismo3.1. Diagnstico das cooperativas no Estado de So Paulo3.2. Descrio do ambiente institucional dos ramos
4. Proposta de um programa de monitoramento4.1. Anlise de ndices e questionrios
4.1.2.Medidas de importncia econmica e social4.1.3. Medidas de importncia financeira
4.2. Atividades de monitoramento4.2.1. Funcionamento na OCESP4.2.2 Projeto bsico programado
4.2.2.1 Diagnstico do cooperativismo paulista4.2.2.2 Implementao do sistema de monitoramento4.2.2.3 Programa de educao e treinamento
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Parte IIImplementao e Pesquisa
1.Apresentao
2. Implantao do projeto piloto na OCESP
2.1. Projeto piloto2.2. Amostragem2.3. Banco de dados
3. Monitoramento e a metodologia de aplicao das Redes Neurais
3.1. Definio do projeto3.1.1. Implementao de RNAs em anlises de riscos3.1.2. Implementaes de RNAs em previses financeiras
3.2. Rede Neural artificial3.2.1. Breve histria3.2.2. Ciclo de vida de uma Rede Neural3.2.3. Estrutura da Rede Neural artificial3.2.4. O neurnio artificial (micro-estrutura)3.2.5. Arquitetura e dinmica (meso-estrutura)
3.2.5.1. Entradas e sadas3.2.5.2. Treinamento3.2.5.3. O algoritmo de aprendizado
3.2.6. Paradigma de aprendizado3.2.7. Modelagem das Redes Neurais (macro-estrutura)3.2.8. Porque usar Rede Neural artificial
3.3. Metodologia
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4. Monitoramento e impactos das variveis macro e micro econmicas
4.1. O Capital Social4.2. Definio da anlise
4.2.1 Variveis macroeconmicas4.2.2 Influncias das organizaes cooperativas na economia
4.3. Ambiente institucional macroeconmico4.3.1 Taxa de juros
4.3.2 Nvel de emprego4.3.3 Nvel de preos4.3.4 Taxa de cmbio4.3.5 Comportamento do salrio real mdio4.3.6 Tributao
4.4. Consideraes finais
5. Monitoramento e as variveis financeiras e scio-econmicas
5.1. Sistema de acompanhamento de cooperativas SAC
5.2. Adequao da estrutura contbil5.3. Medidas de importncia econmica-financeira5.4. Educao e treinamento5.5. Anlise dos resultados
6. Referncias bibliogrficas
Anexos
1- Questionrio de Monitoramento
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IInnttrroodduuoo
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Cooperativas: Ambiente Institucional no Brasil e a Importncia do
Monitoramento para uma Nova Gerao de Empreendimentos
Cooperativados1
Sigismundo Bialoskorski Neto2
1. Apresentao
Este documento apresenta os temas da Gesto e doMonitoramento da Empresa Cooperativa como uma sntese das
discusses ocorridas no Sistema Cooperativista Brasileiro nos ltimos
anos, tendo por base o X e o XI Congressos Brasileiros de
Cooperativismo.
O processo de abertura da economia traz para o cooperativismo
novos desafios econmicos e estruturais, necessrio adaptar e
modernizar a sua gesto, como tambm, urgente consolidar oempreendimento e o movimento cooperativista para se fazer frente aos
problemas sociais destes novos tempos da economia.
Isto somente ser alcanado por meio um empreendimento
cooperativista forte, em nvel nacional e internacional dado que o processo
de desenvolvimento aliado as recentes modificaes no ambiente de
negcios fazem com que a empresa cooperativa e o cooperativismo
estejam em uma delicada fase de sua histria econmica.
Assim, destacam-se quatro momentos importantes. O primeiro o
X Congresso Brasileiro de Cooperativismo, em 1988, onde foi discutida e
1Texto ampliado do documento adaptado Moderno Gerenciamento de Cooperativas, discutido
pelo sistema cooperativista durante o XI Congresso Brasileiro de Cooperativismo.2Professor Doutor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administrao e
Contabilidade da Universidade de So Paulo campus de Ribeiro Preto e pesquisador do
PENSA - Programa de Estudos dos negcios do Sistema Agroindustrial. e-mail [email protected]
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determinada a questo da autogesto do sistema cooperativista. Este
momento importante, pois a partir deste e da promulgao da
Constituio, o sistema cooperativista brasileiro no vai mais depender da
ao e da interveno do Estado em seu funcionamento.
Por outro lado, no houve neste perodo nenhuma ao concreta
que permitisse um monitoramento efetivo das cooperativas, tanto em nvel
da sua constituio como empreendimento como na avaliao e
acompanhamento de sua performance, o que se constitui ainda hoje como
um problema a ser equacionado.O segundo o processo de abertura comercial do pas, que se
iniciou no fim da dcada de 80, e que vai exigir paulatinamente novos
padres de eficincia do empreendimento cooperativo, dado o aumento da
concorrncia. Esta situao coloca para a empresa novas oportunidades e
ameaas, tanto para a ampliao dos mercados interno e externo, como
na busca de parcerias e na racionalizao de custos. O empreendimento
cooperativo hoje tem que ser eficiente economicamente para subsistir nomercado e poder trazer benefcios para os seus cooperantes.
O terceiro, o Congresso Centenrio da Aliana Cooperativa
Internacional em Manchester, UK, onde foram discutidos, em 1995, os
princpios fundamentais do cooperativismo, e nesta oportunidade
reafirmados o da democracia interna, ou seja, a cada homem um nico
voto, e da remunerao limitada ao capital; importantes referenciais para a
discusso da gesto, da estrutura financeira, e capitalizao da empresa
cooperativista.
Nesta oportunidade tambm foi agregado como principio doutrinrio
a responsabilidade do cooperativismo frente comunidade onde este
atua, de modo econmico e social, de forma que estabelece uma ntida
diferena entre a empresa cooperativa e a empresa no cooperativa,
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reala as vantagens da arquitetura doutrinria do cooperativismo, e
tambm os limites para uma nova abordagem da sua estrutura de capital.
O quarto e ltimo fato a recente fase de reforma do Estado no
Brasil, e a conseqente transformao da poltica pblica, que implica na
diminuio da presena deste no funcionamento da economia,
determinando novos desafios aos negcios privados. Esta mudana
tambm a responsvel por possibilitar finalmente para o movimento
cooperativista a existncia de um sistema financeiro prprio, por meio dos
Bancos Cooperativos, indicando a possibilidade da existncia no mdioprazo de um novo padro de financiamento e capitalizao para os
empreendimentos cooperativos.
Tambm este afastamento da presena do Estado da economia
que vai influenciar uma nova onda de crescimento de determinados
segmentos do cooperativismo, como o de crdito, de trabalho, de sade,
de servios, e de educao, que aparecem como formas organizadas da
populao em lacunas apresentadas pelo afastamento do aparato Estatal.Portanto, quando discutimos o empreendimento cooperativo temos
que necessariamente nos referir a algumas questes bsicas, como:
a) A questo da gesto da empresa cooperativa sob a tica da
eficincia empresarial em um ambiente econmico internacional aberto
e competitivo, objetivando a solidificao da cooperativa, aliada
necessria eficincia social deste empreendimento, dada a
responsabilidade da empresa para com o cooperante.
b) A questo da autogesto do sistema cooperativista tendo
como meta o acompanhamento e o monitoramento da eficcia
econmica e social das sociedades cooperativas, de modo que os
objetivos sociais do movimento estejam garantidos e possam ser
alcanados com tranqilidade; e,
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c) A questo do financiamento e da capitalizao da empresa
cooperativista, tanto por meio dos novos Bancos Cooperativos, como
da abertura de seu capital participao do capital de risco de
terceiros, respeitando os princpios doutrinrios da cooperao, ou
ainda por meio do estabelecimento de alianas estratgicas entre
empreendimentos cooperativos e no cooperativos.
Todas estas preocupaes devem ser analisadas sob a tica dos
princpios doutrinrios do cooperativismo onde o foco central, foi e sempre
dever ser o cooperante e a funo social do empreendimento. Deste
modo tambm podemos aferir, e talvez prognosticar, o que a nova
gerao de empreendimentos cooperativos.
Assim este documento discute como construir uma nova empresa
cooperativa, gil, moderna, flexvel, eficiente economicamente, com
acesso a diversas fontes alternativas de capital, para que seja possvel
cumprir com a sua funo primordial, que o aspecto social da
cooperativa inserindo o cooperante e sua empresa em um mercadoconfivel e estvel, possibilitando o seu crescimento.
2. Cooperativas e doutrina
O empreendimento cooperativo, devido a sua estrutura doutrinria,
tem algumas dificuldades de gesto que devero ser analisadas e
trabalhadas de modo a permitir a sua melhor performance econmica e
social.
A cooperativa somente ter um sucesso social, cumprindo com a
sua responsabilidade junto ao seu quadro associado, se esta for
necessariamente um empreendimento econmico de sucesso de forma a
permitir o crescimento conjunto e igualitrio de seus cooperantes.
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Deste modo a gesto da empresa cooperativada dever ser ao
mesmo tempo uma atividade voltada diretamente para os desejos dos
consumidores de servios e produtos no mercado, e por outro lado ser
sensvel s necessidades de crescimento e consolidao das diversas
empresas associadas ao empreendimento cooperativista. Cada associado
uma empresa que dever crescer forte em conjunto com o seu
empreendimento cooperativo.
O que se nota uma heterogeneidade muito grande na gesto da
empresa cooperativa, dependendo do segmento, da regio brasileira, e dotipo de negcios da sociedade. Assim, encontramos cooperativas que j
contam com um gerenciamento profissionalizado com bons ndices de
eficincia coexistindo, em um mesmo sistema, com outros empreendimentos
cooperativadas que freqentemente apresentam problemas gerenciais que
chegam a interferir decisivamente em sua performance financeira.
Na oportunidade em que os segmentos do cooperativismo foram
consultados de forma sistematizada sobre uma proposta de Modernizaodo Sistema Cooperativista Brasileiro3 estes indicaram de modo consensual
como os principais estrangulamentos do sistema, entre outros:
a) A falta de profissionalizao da gesto,
b) A incipiente organizao,
c) Os problemas de capitalizao da empresa,
d) A falta de integrao entre cooperativas, e;
e) A necessidade de se elevar o nvel de educao cooperativistado associado.
Hoje estes problemas ainda persistem em diferentes graus de
intensidade, dependentes da regio e do segmento ao qual a cooperativa se
insere, mas de modo geral so ntidos para todo o sistema cooperativista.
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Deste modo, cada uma destas questes apresenta especificidades
que devem ser tratadas de forma detalhada, sem generalizaes, mas o que
mostra que o cooperativismo como empresa no foge da obrigao de
enfrentar cada uma destas questes em determinada fase de seu
crescimento.
Estes problemas parecem afetar a todos os ramos do cooperativismo
e serem na verdade uma conseqncia de alguns fatores comuns. Deste
modo, podemos fazer um paralelo entre algumas caractersticas doutrinrias
da cooperao e o desempenho de gesto e dos negcios nestesempreendimentos.
A empresa cooperativa difere da empresa de capital4 por ter uma
relao diferente entre os fatores de produo, capital e trabalho. O voto em
uma cooperativa proporcional ao trabalho - a cada homem um nico voto -
enquanto em uma empresa de capital a deciso na empresa proporcional
ao nmero de aes, isto , proporcional ao capital de cada investidor.
Enquanto na cooperativa a distribuio do resultado proporcional aatividade (trabalho) de cada associado, em uma empresa de capital este
resultado dividido proporcionalmente ao capital investido por cada
proprietrio.
Quando falamos de cooperativas nos referimos a "associados",
"trabalhadores, e a "sobras" do exerccio, quando tratamos de empresas de
capital fazemos referncia "proprietrios", "investidores" e "lucros" da
atividade empresarial. Portanto h uma diferena fundamental, doutrinria,
que resguardada pela Aliana Cooperativa Internacional - ACI e pela
Organizao das Cooperativas Brasileiras - OCB.
3OCB (1996). Informativo Especial - Plano de Modernizao do Cooperativismo Brasileiro.
4O termo empresa de capital ser usado para distinguir as empresas no cooperativas das
sociedades cooperativas.
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A cooperativa ento uma empresa onde podemos identificar
algumas dificuldades de gerenciamento como a questo da necessria
agilidade no processo de tomada de deciso frente ao princpio da
democracia que obriga esta sociedade a manter esferas determinadas para
a deciso dependentes da participao dos cooperantes, como as
assemblias gerais e conselhos.
Tambm a questo do princpio de cada homem um nico voto faz
com que a cooperativa a priori no tenha uma estrutura apropriada
participao do capital de terceiros, nem mesmo possa emitir ttulos e teracesso a fontes alternativas de capitalizao.
Como o associado ao mesmo tempo usurio e proprietrio de seu
empreendimento, este pode implementar aes oportunsticas onde o
indivduo beneficiado em detrimento da empresa cooperativa.
Por outro lado, a organizao cooperativa mostra ser superior s
alternativas organizacionais quando os agentes que nela atuam agem
cooperativamente sem a necessidade de monitoramento, sem oportunismose buscando alcanar os interesses coletivos. Entretanto, quando o
comportamento foge deste padro, surgem custos de transao que so em
tudo, idnticos queles encontrados nas empresas no cooperativas.
Deste modo, ntida a superioridade do empreendimento cooperativo
quando este utiliza a sua configurao doutrinria para aumentar a eficincia
de sua atuao. O princpio da democracia e da igualdade pode favorecer,
por meio da assemblia geral, o estabelecimento de um planejamento
estratgico da organizao muito mais slido de que em outras empresas, e
esta caracterstica deve ser realada pela cooperativa.
O empreendimento cooperativista tambm superior, quando
comparado a outras formas de organizao, pelo fato de que torna possvel
o desenvolvimento da empresa particular de cada associado, prestando
servios e oferecendo condies para o desenvolvimento destas unidades
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de trabalho eficientes e autnomas, que se auto - auxiliam sem prejuzo da
necessria liberdade.
Ainda o cooperativismo uma forma superior de organizao dado
que mais eficiente para agregar e distribuir renda5 entre os seus
cooperantes, e como regulador de preos regionais auxiliando com
benefcios sociais toda a comunidade cooperada e no cooperativada.
Para resguardar doutrinariamente o empreendimento
cooperativado, e possibilitar um acrscimo em sua eficincia econmica e
social, aproveitando-se das vantagens da arquitetura desta empresa,pode-se discutir alguns pontos relevantes, como:
a) A profissionalizao do quadro gestor do empreendimento
cooperativo. Com ateno tambm para a capacitao cooperativista
dos profissionais contratados e que no conhecem as especificidades
deste tipo particular de empresa.
b) A ampliao da responsabilidade do conselho fiscal de modo
que este auxilie o sucesso da autogesto do sistema, e inclusivepodendo prever uma composio diferente do conselho com a
participao de uma auditoria especializada para o empreendimento
cooperativo.
c) Um trabalho de monitoramento de cooperativas que esteja
atento performance evitando-se as situaes delicadas de sua
estrutura financeira, orientando e auxiliando todo o sistema
cooperativista, protegendo o corpo social e a eficincia do negciocooperativado.
5Para cada aumento em 10% na proporo de produtores rurais cooperativados h um aumento
de 2,5% na renda mdia regional. Esses dados so significativos e aferidos em modelos
economtricos logartmicos. Para detalhes ver. Bialoskorski Neto, S. Agribusiness Cooperativo:
Economia, Doutrina e Estratgias de Gesto. ESALQ. Dissertao de Mestrado. 1994. 135p.
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d) A questo do capital, como a possibilidade de emisso de
ttulos, como certificados de investimento em cooperativas, ou ainda, a
possibilidade da abertura de capital das cooperativas ao capital de risco
de terceiros, onde esta poderia contar com uma nova fonte de recursos
para o seu crescimento e capitalizao.
e) A existncia de um sistema de auditoria independente para
auxiliar na autogesto das atividades dos empreendimentos
cooperativistas.
f) A existncia de um rgo especializado de treinamento e
capacitao, de modo a possibilitar a melhoria na formao dos
profissionais ligados gesto do empreendimento cooperativo.
Estas consideraes, entre tantas outras discutidas pelo sistema
cooperativo nacional, so importantes para uma melhor gesto
cooperativa, pois possibilitam um novo padro de crescimento, de
capitalizao, e uma situao de um importante aumento da confiana do
sistema financeiro para com as cooperativas, devido melhoria domonitoramento e da auditoria. Em um novo ambiente de negcios
necessria uma renovada empresa alicerada na fundao segura da
doutrina cooperativista, e nos princpios fundamentais de atendimento ao
associado e ao mercado de forma harmnica, sem se esquecer tanto da
sua misso econmica e social.
3. A Nova Gerao de Empreendimentos Cooperativos
As sociedades cooperativas apresentam uma ntida vantagem no
papel de coordenao, de uma cadeia de processos em um ambiente de
negcios em constante transformao, como o caso dos sistemas
agroindustriais no segmento das cooperativas agropecurias, de todo um
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processo de engenharia financeira para o segmento de crdito, ou ainda de
todo um sistema de prestao de servios e assistncia especficos do
segmento de sade.
Neste mbito da coordenao, h a possibilidade de um melhor
processo de adoo de novas tecnologias e/ou conhecimentos, bem como o
estmulo ao desenvolvimento e implantao de processos de preciso6,
tanto na rea produtiva ou administrativa, como tambm, para o exerccio
profissional do associado, colocando-se como uma forma organizacional de
arquitetura mais eficiente sob este aspecto estratgico.Assim, ntido que a possibilidade de utilizar as assemblias gerais
para envolver-se no planejamento estratgico de mdio e longo prazo,
associado existncia de profissionais capazes de colocar em prtica as
decises gerenciais de modo articulado em um mesmo sistema ou processo
uma vantagem e um desafio da estrutura de gesto cooperativista que
precisa ser mais utilizada e desenvolvida.
Somente este tipo de empresa pode de modo articulado perceber asmodificaes e as exigncias do consumidor e de modo flexvel coordenar a
mudana nas linhas de produo associadas e da prpria cooperativa, ou
ainda rever o sistema de prestao de servios, como no caso do segmento
sade, ou ainda incorporar novas tecnologias em todo o sistema
considerado.
Isto , o empreendimento cooperativado deve ser entendido como um
sistema articulado de pequenos empreendimentos independentes, e assim
tem como atribuio fundamental, e como vantagem de negcios, a
possibilidade de articular todo este sistema de produo ou prestao de
servios.
6Zylbersztajn,D. e Bialoskorski Neto,S. (1996) Vignettes on Managing Global Change by
Agribusiness and Cooperative Firms. Paper apresentado Conference of the Graduete Institute of
Cooperative Leadership.
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Para que o gerenciamento de uma empresa cooperativa seja eficiente
necessrio que existam estruturas de monitoramento e incentivo a este
processo, como um sistema integrado aos rgos de representao e
especializado nas sociedades cooperativas, capaz de resguardar os
interesses do cooperante e o desempenho econmico, financeiro e social da
empresa.
Assim, o monitoramento do sistema como um todo se torna uma
necessidade para aferir periodicamente os caminhos dos empreendimentos
nos diversos segmentos do movimento cooperativista, possibilitando amanuteno da imagem do cooperativismo na sociedade e a seriedade da
sua estrutura empresarial, tambm em defesa do corpo social da
cooperativa.
Um monitoramento, cuja dimenso tem que ser discutida, aliada a
uma estrutura de capacitao gerencial especfica ao movimento parece ser
condicionante para o processo de melhoria da gesto da empresa
cooperativa. Mesmo a gerncia profissional tem obrigatoriamente que sercapacitada nos diversos aspectos especficos da doutrina e da cooperao.
Vrios pases do mundo adotam diferentes tipos de monitoramento
dos empreendimentos cooperativos, tambm por meio auditorias
especializadas do prprio sistema, ou dos diferentes graus de
responsabilidade do conselho fiscal da cooperativa. Assim se neste
conselho for possvel presena e a assessoria de profissionais
especializados certamente as sua funes de monitoramento sero
acrescidas de eficincia e toda a sociedade cooperativa ter uma maior
garantia de que a sua empresa est apresentando uma performance
adequada.
A auditoria, especializada e independente, vai tambm auxiliar e
garantir o monitoramento, a separao entre a propriedade e o controle na
empresa, e, portanto gerar maior grau de confiana no empreendimento
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cooperativista, por parte do sistema financeiro, podendo inclusive diminuir os
custos relativos ao financiamento e a capitalizao de todo o sistema
cooperativado.
3.1. A Questo do Capital
A questo das estratgias quanto estrutura de capital nos
empreendimentos cooperativas se implementa experimentalmente em
alguns pases, devido importncia cada vez maior da internacionalizaodo capital e a conseqente reduo no seu custo.
Para que a empresa cooperativa possa crescer a uma velocidade e
com uma flexibilidade compatveis com a dinmica do mercado consumidor
globalizado h, muitas vezes, a necessidade de se capitalizar de modo gil e
a custos reduzidos para competir de modo igualitrio com as outras
empresas no cooperativas do mesmo setor.
Este processo de capitalizao dever obrigatoriamente ocorrer deacordo com os princpios doutrinrios do cooperativismo, por meio da
cooperativa holding controladora de empresas com capital aberto, ou ainda
por meio de uma nova forma organizacional destas sociedades.
essencial a participao do sistema financeiro cooperativista, por
meio dos novos Bancos Cooperativos, para estabelecerem as estratgias de
engenharia financeira do setor, a nvel interno como tambm a nvel
transnacional, promovendo a internacionalizao do capital entre estas
sociedades. Isto tambm possvel com a criao de fundos de
investimentos que possibilitem ao investidor nas cidades diversificar os seus
investimentos em vrios empreendimentos cooperativados, sempre
lastreado e garantido pelo sistema financeiro cooperativado.
A capitalizao pode ser alcanada de vrias formas alternativas,
por meio da emisso de ttulos de investimento, como proposta no XI
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congresso, ou por meio da abertura direta do capital, se possibilitada a
emisso de aes preferenciais sem direito a voto e que apresentem
dividendos competitivos em nvel de mercado.
Logicamente estas estratgias somente sero factveis se o sistema
contar com um monitoramento confivel de suas atividades por meio de
auditorias, e a sua gesto for devidamente profissional, a exemplo das
empresas concorrentes.
3.2. A Nova Gerao
A nova gerao de cooperativas constituda de empreendimentos
onde a estrutura doutrinria do cooperativismo respeitada, mas se
estabelece um padro diferenciado de empreendimento onde se tem o
cuidado de aproveitar as vantagens do empreendimento cooperativado e
de reduzir as suas desvantagens.
Deste modo, h um sistema onde duas pilastras so importantes:1. O monitoramento, e as auditorias independentes; e,
2. A separao entre a propriedade e o controle, por meio da
profissionalizao da gesto da empresa cooperativa.
Neste ambiente o empreendimento cooperativado deve ser
arranjado de tal maneira em que seja possvel trabalhar o associado
cooperativado tambm de duas maneiras:
3. Incentivando a educao cooperativa, onde o associado
deve estar sendo formado para a questo da cooperao
reduzindo-se os oportunismos individualistas que
depreciam a sociedade como um todo; e,
4. Possibilitando a participao ativa do cooperante nas
esferas de deciso de sua empresa de modo rpido e gil,
transformando a assemblia geral da sociedade em um
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verdadeiro frum de planejamento estratgico de mdios e
longos prazos.
Com estes quatro vrtices na arquitetura da empresa cooperativa
surge a necessidade de se proporcionar o contnuo crescimento da
empresa, usando-se de uma estrutura de capital que permita a eficincia
financeira do negcio cooperativado, por meio da emisso de ttulos, da
abertura de capital, das alianas estratgicas de negcios, e de fundos de
investimentos ligados ao sistema financeiro cooperativo.
Assim uma empresa eficiente pode continuar a crescer e competirno mercado de modo tambm eficiente, buscando-se uma nova relao de
cooperao entre os fatores de produo capital e trabalho.
Principalmente construindo-se uma nova forma de cooperao entre o
capital de terceiros e o empreendimento de trabalho organizado em forma
de cooperativa.
Tambm necessria a mudana das relaes de direitos de
propriedade, fazendo com que a participao nas atividadescooperativadas seja valorada, de modo que passe a existir valor para a
participao, por meio transaes com as quotas-parte e a transferncia
de direitos de propriedade, ou de entrega, delivery rights7.
Constituda e fundamentada neste quatro pontos iniciais, uma nova
arquitetura de direitos de propriedade, e podendo contar com um sistema
factvel de capitalizao, resta para a Nova Gerao de Empreendimentos
Cooperativosa resoluo de sua dicotomia maior, isto , a orientao de
seus negcios.
7A chamada Nova Gerao de Cooperativas, pressupem uma nova arquitetura de distribuio
dos direitos de propriedade. H direitos de entrega, correspondentes proporo do capital de
investimento que podero ser transacionados em mercado de balco recebendo ento valor.
Para detalhes consultar: Bialoskorski Neto, S. A Nova Gerao de Cooperativas e Direitos de
Propriedade. Anais do II Seminrio de Agribusiness. FEA-RP/USP. 1999.
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A harmonia no tratamento desta questo importante, tanto para a
empresa como para o cooperante, assim o negcio coletivo deve ganhar
vida prpria e sistematizar as atividades onde seja possvel o crescimento
de cada um dos empreendimentos das cooperativadas.
Esta a verdadeira questo social do cooperativismo, possibilitar
de modo contnuo a insero de cada uma das empresas associadas a
uma realidade de mercado que mutante e flexvel de acordo com os
ajustes no comportamento do consumidor.
Assim o coletivo deve prezar e se esforar pela insero de cadaassociado nesta realidade promovendo a adaptao do sistema como um
todo. A cooperativa como empreendimento somente ir existir em funo
da eficincia e fortalecimento de cada um de seus cooperantes e de seus
empreendimentos associados. Como tambm, este inverso verdadeiro,
cada uma das economias associadas somente ir continuar a existir com
eficincia e sucesso se sua empresa tambm existir com uma estrutura de
custos compatvel com o mercado.O objetivo claro na orientao de negcios, sem se afastar de uma
meta factvel de longo prazo, onde a cooperativa deve trilhar somente os
caminhos onde apresente vantagens claras de concorrncia, de eficincia,
e de gesto, esse o caminho social a ser seguido pelo empreendimento
coletivo.
Isto , uma nova e forte gerao de empreendimentos
cooperativados, onde a funo social precpua , como foi em Rochdale
em 1844, a transformao do econmico pelo social, com eficincia,
liberdade de aes, igualdade de oportunidades, fraternidade e
solidariedade entre os agentes econmicos. Deste modo, fazendo-se uso
do econmico, possvel caminhar no sentido da construo de uma
sociedade solidria, mais igualitria e justa.
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PPaarrttee II
CCooooppeerraattiivvaass ee MMoonniittoorraammeennttoo
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1. Apresentao
Essa publicao foi elaborada tendo por base a parte inicial do
projeto Estabelecimento de uma Poltica Institucional de Monitoramento
da Autogesto das Cooperativas do Estado de So Pauloexecutado em
parceria entre professores da Universidade de So Paulo Faculdade de
Economia Administrao e Contabilidade e a OCESP Organizao das
Cooperativas do Estado de So Paulo, como parte do Projeto de Polticas
Pblicas financiadas pela FAPESP - Fundao de Amparo a Pesquisa do
Estado de So Paulo, no perodo de 1999 a 2000.
O objetivo o de apresentar algumas concluses e procedimentos
propostos iniciais, de forma a possibilitar uma divulgao mais ampla de
resultados parciais e das informaes por hora analisadas no projeto
conjunto de pesquisa, e assim disponibilizar conhecimentos e mtodospropiciando a discusso inicial entre os interessados acadmicos,
estudiosos do cooperativismo, organizaes de representao, gestores e
dirigentes, que porventura podero vir a auxiliar no processo, colaborando
no detalhamento, na implantao, bem como indicar eventuais falhas em
procedimentos.
Desse modo apresenta-se, em uma primeira parte, uma introduo
ao cooperativismo e as instituies de representao de forma a
possibilitar ao leitor um primeiro contato com o tema de cooperativismo e
monitoramento, como a descrio dos ramos do cooperativismo, o
ambiente institucional e as polticas pblicas hoje existentes.
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Em seguida, aps a descrio do panorama geral e a identificao
dos dados, faz-se uma anlise dos questionrios e sistemas encontrados,
de forma a apresentar um possvel modelo de ferramenta a ser utilizado.
Na segunda parte procura-se fazer consideraes e descrever as
possveis atividades para a implantao de um projeto de monitoramento
de cooperativas, coloca-se ainda, de modo complementar a metodologia
de pesquisa.
importante considerar que esse um projeto de pesquisa e
implantao em conjunto entre duas instituies de culturasorganizacionais e institucionais completamente diferentes, a USP/FEA-RP
instituio pblica de ensino e pesquisa, e a OCESP organizao de
representao que tem por objetivo a implementao de atividades
prticas de apoio ao cooperativismo paulista. Essa parceria, a princpio
lgica, traz em seu bojo um conflito entre o acadmico e o prtico, que
antigo nas discusses metodolgicas, e que caba por ser superado, de
modo eficiente, trazendo benefcios diretos para as duas instituies, ouseja, de promover uma ligao efetiva entre a prtica e a teoria, entre a
implementao e o acadmico, e entre o resultado imediato e de longo
prazo.
Esse projeto foi incentivado pelo esprito empreendedor e inovador
da FAPESP, que procurou com esse projeto especial de Polticas Pblicas
trazer para a universidade e as instituies esse importante desafio do
trabalho conjunto, da anlise em equipe, da unio do prtico com o
terico, e da cooperao entre instituies.
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2. Introduo
As cooperativas so organizaes de fins econmicos, mas que
no visam a obteno de lucro. Como essas organizaes so formadas
de associados que subscrevem quotas-partes desse empreendimento e
que tm o mesmo direito de deciso - cada associado tem apenas um
voto - sob qualquer condio, necessrio o desenvolvimento de controle
e monitoramento desses negcios.
As empresas no cooperativas, como as sociedades annimas,
formadas de um nmero grande de acionistas minoritrios, tm na
Comisso de Valores Mobilirios - CVM, um rgo de monitoramento e
controle de suas operaes, inclusive fazendo com que as atividades
dessas empresas sejam sempre transparentes a todos os seus acionistas.
Mas, no caso das cooperativas isso no ocorre. A legislao em
vigor prev que haja um conselho fiscal formado de cooperantes e que obalano dessas sociedades sejam aprovados em uma assemblia geral
ordinria AGO, mas freqentemente, o cooperante no tem condies
de controle e monitoramento por meio do conselho fiscal, e em algumas
vezes o associado no comparece e participa da AGO para se informar
das condies financeiras de sua cooperativa.
Essa situao faz com que haja a necessidade, a exemplo das
sociedades annimas, de uma estrutura de monitoramento dessas
sociedades, que cumpra com um papel abrangente de defesa do
associado, do negcio cooperativado, e ainda como um instrumento de
educao do quadro associativo.
Esse projeto, portanto apresenta duas vertentes importantes, a
primeira que objetiva os estudos para a implantao de um sistema de
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monitoramento da autogesto das sociedades cooperativas no Estado de
So Paulo, visando a melhoria de sua performance e, portanto o
incremento de suas funes sociais, e a segunda que a anlise do
ambiente institucional e de polticas pblicas de cada um dos ramos do
cooperativismo, efetuando-se as anlises de benefcios econmicos e
sociais da existncia dessas sociedades, sem fins lucrativos, e que devem
nortear ao final as indicaes de polticas pblicas para o setor.
2.1. O cooperativismo no Brasil
As cooperativas so sociedades civis de objetivo econmico mas
sem fins lucrativos e que se organizam mediante uma legislao
especfica a Lei 5764, diferenciando-se ento das sociedades de fins
comerciais. Portanto, essas sociedades no apresentam renda e no so
tributadas para fins do imposto de renda.
Ainda, segundo Pinho (2000), o ato de cooperao definido comoalgo diferente do ato comercial e pela constituio de 1988 devem ser
tratados de modo especial para fins tributrios. No obstante a essas
particularidades de tratamento do cooperativismo no Brasil, essas
sociedades apresentam uma mesma base de organizao chamada de
doutrinria e advinda das discusses dos socialistas utpicos chamados
de associacionistas. (Hugon, 1970).
Assim a cada homem dado o direito a um nico voto, h a
liberdade de entrada e sada da organizao, o controle democrtico, e
h um objetivo social em sua organizao, de profundo teor distributivo.
Essas caractersticas organizacionais fazem das sociedades cooperativas
uma importante ferramenta social de empreendedorismo e de distribuio
de renda e oportunidades na sociedade.
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O cooperativismo regido por uma base doutrinria estabelecida
pela Aliana Cooperativa Internacional ACI que em 1995, em seu
congresso centenrio, modificou os princpios doutrinrios do
cooperativismo incluindo a responsabilidade da sociedade cooperativa
com o desenvolvimento autossustentado, havendo uma ntida
responsabilidade social dessas organizaes com toda a comunidade.
importante ressaltar que o fato de haver uma cooperativa em
determinada estrutura de mercado faz com que haja uma externalidade
positiva de controle de nveis de preos. Assim, a existncia decooperativas agropecurias faz com que o nvel de preos pagos, pelos
produtos agrcolas, aos produtores rurais, possa ser maior, bem como o
preo pago pelo produtor rural, pelos insumos agropecurios necessrios,
possa ser menor, havendo assim nas comunidades onde h cooperativas
um controle de nveis de preos. (Bialoskorski, 1997). O mesmo ocorre
nitidamente com as cooperativas de consumo, onde h um supermercado
de cooperativa de consumo h um menor nvel geral de preos cobradosem outros supermercados.
As cooperativas so organizaes que se representam por meio
Organizaes Estaduais no caso de So Paulo a OCESP Organizao
das Cooperativas do Estado de So Paulo, que por sua vez filiada a
OCB Organizao das Cooperativas Brasileiras que ento participa tanto
da OCA Organizao das Cooperativas Americanas como da ACI a
Aliana Cooperativa Internacional.
Hoje h um grande nmero de cooperativas em todo o mundo, em
1997 perfazia um total de mais de 650 mil cooperativas com um nmero
de 778 milhes de cooperantes. importante notar que esse nmero
cresceu significativamente de 1936 a 1997 em 175,85% (tabela 1).
Portanto, pode-se verificar que o cooperativismo uma importante
arquitetura organizacional e de impacto social relevante em vrios pases.
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No Brasil o cooperativismo se encontra moderadamente
consolidado, como realidade para alguns ramos do cooperativismo como
o agropecurio e o mdico, no ocorrendo, no entanto o mesmo com
outros ramos a exemplo do trabalho e crdito, que ainda apresentamgrande crescimento e um processo de consolidao.
O cooperativismo, como empreendimento econmico, responde
diretamente pelo fato de ser uma forma alternativa e eficaz de organizao
da populao frente adversidade do ambiente econmico em
decorrncia de polticas macroeconmicas.
Bialoskorski (1999) descreve que conforme cresce o nvel de
desemprego aumenta tambm o nmero de cooperativas de trabalho e
conforme crescem as taxas de juros reais tambm crescem as
cooperativas de crdito. Figuras 1 e 2.
Ano Cooperativas % Cooperados %1936 238.517 70.436.4621960 526.208 121 164.466.287 1331966 575.000 9,2 215.500.000 31,031971 630.717 9,6 305.186.321 41,611980 741.767 17,6 355.257.026 16,41993 850.000 14,59 705.922.453 98,7
1997 657.970 -22,5 778.512.815 10,28Fonte: ACI - Elaborao OCESP
Tabela 1. Nmeros do Cooperativismo no Mundo -Evoluo
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Numero de Cooperativas de Credito eTaxas de Juros no Brasil
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
1.990 1.991 1.992 1.993 1.994 1.995 1.996 1.997 1.998
Ano
%
600
650
700
750
800
850
900
950
Nme
ro
Taxa de Juros Taxas de Juros Proporcional Cooperativas de Credito
Desemprego e Cooperativas de Trabalho no Brasil
500
700
900
1100
1300
1500
1700
1900
2100
1.990 1.991 1.992 1.993 1.994 1.995 1.996 1.997 1.998
Ano
NmerodeCooperativas
deTrabalho
6
7
8
9
10
11
12
Perc
entualde
Desemprego
Coops de Trabalho Desemprego
Figura 1.
Figura 2.
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Bialoskorski (1994) argumenta que onde h cooperativas
agropecurias h tambm um significativo aumento de renda mdia dos
produtores rurais e um incentivo a adoo de tecnologia e crescimento
econmico, para um aumento de 10% na proporo de produtores
associados cooperativas h, para o Estado de So Paulo, um aumento
de aproximadamente 2,5% no nvel de renda mdia da regio. Assim, o
cooperativismo importante para prover as populaes rurais e urbanas
de oportunidades de organizao econmica e de gerao de renda.Os outros ramos do cooperativismo tambm so importantes para a
agregao de renda s populaes menos favorecidas. As cooperativas
de trabalho so hoje uma importante fonte de emprego, possibilitando
oportunidades de trabalho para 293.499 brasileiros. As cooperativas de
crdito apresentam um grande crescimento e potencial de atendimento a
populaes menos favorecidas, atuando tambm no chamado
microcrdito, auxiliando positivamente perto de 1.407.089 associados quepodem obter recursos financeiros a menores custos.
O cooperativismo no Brasil, apesar dessa expanso e do processo
de consolidao, sofreu algumas importantes alteraes recentes no seu
ambiente institucional como o que ocorreu durante o processo constituinte
de 1988, onde o cooperativismo obteve a chamada autogesto -
anteriormente a essa data era necessrio no s uma Autorizao de
Funcionamento AF, expedida pelo antigo INCRA, para as cooperativas
poderem funcionar, como tambm, as assemblias gerais e a cooperativa
eram acompanhadas por esse rgo governamental. Aps a constituio
de 1988 no h mais nenhum acompanhamento ou interveno
governamental, e livre a constituio de cooperativas no Brasil.
Essa situao a que gerou no XI Congresso Brasileiro de
Cooperativismo uma indicao da necessidade de um processo de
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monitoramento das cooperativas no Brasil de forma a garantir a
transparncia da gesto dessas organizaes, a certificao de um
processo cooperativo, e o monitoramento da performance financeira e
social dessas organizaes.
Como essa particularidade diferente para cada um dos ramos do
cooperativismo, necessrio descrever cada um desses ramos para aps
instrumentalizar o que seria um processo de monitoramento para as
cooperativas do Estado de So Paulo.
2.2. Os ramos do cooperativismo
O Cooperativismo, particularmente no Estado de So Paulo, pode
ser analisado e dividido em oito ramos representativos8, esses ramos so
classificados e descritos pela OCB Organizao das Cooperativas
Brasileiras, os quais so:
Agropecurio: constitudo pelas cooperativas de produtoresrurais, cujos meios de produo pertencem ao cooperante,
freqentemente processando e agregando valor a commodity
agropecuria.
Consumo: constitudo pelas cooperativas que proporcionam
a oportunidade de compra em comum de artigos de
consumo, como gneros alimentcios, para os seus
associados.
Crdito: constitudo pelas cooperativas que promovem a
poupana e financiam necessidades ou empreendimentos de
seus associados.
8No h no Estado de So Paulo representao e importncia de alguns ramos a
exemplo do ramo de minerao.
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Educacional: constitudo por cooperativas formadas por pais,
as quais proporcionam educao bsica para seus filhos.
Tambm h aquelas constitudas de alunos de escolas
tcnicas do estado de So Paulo.
Energia e Telecomunicao: constitudo pelas cooperativas
que prestam servios pblicos e comunitrios, atendendo
diretamente o quadro social na distribuio de energia
eltrica, principalmente na zona rural.
Habitacional: constitudo pelas cooperativas com finalidade
de construo, manuteno e administrao de conjuntos
habitacionais, orientadas para a populao de baixa renda.
Sade: constitudo pelas cooperativas que proporcionam o
atendimento recuperao e a preservao da sade da
populao, tanto na rea clinica como tambm odontolgica,
de psicologia, entre outras.
Trabalho: constitudo pelas cooperativas de trabalhadores detodas as categorias profissionais para prestar servios a
terceiros.
Desses ramos, o cooperativismo agropecurio um dos mais
representativos, dado o nmero de cooperantes e a sua importncia em
faturamento e gerao de benefcios.
As cooperativas agropecurias surgiram como alternativas que os
produtores rurais encontraram para aumentar sua capacidade de
produo e de comercializao.
Os produtores rurais trabalham solidariamente, no ciclo de
produo das cooperativas agropecurias, desde a compra de insumos
at o processamento e distribuio final dos produtos. As cooperativas
compram os insumos e os fornecem aos cooperantes, esses por sua vez
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repassam a sua produo s cooperativas, que armazenam processam e
vendem no mercado, assim distribuem e comercializam o produto, tanto
para consumidores do prprio pas como tambm para consumidores
estrangeiros com a exportao de produtos.
O produtor rural, em conseqncia das estruturas de mercado
encontrado, freqentemente encontra dificuldades adicionais no
armazenamento e na comercializao de seus produtos, assim, o fato
desses estarem integrados ao sistema cooperativista faz com que
obtenham uma melhor situao de comercializao e deste modo, possvel garantir uma melhora no nvel de renda.
Para que se possa obter eficincia nas cooperativas agrcolas de
fundamental importncia uma boa administrao e principalmente uma
forte participao dos cooperantes. A cooperativa agropecuria para
enfrentar a concorrncia busca estar sempre atualizada em informaes
de mercado e novas tecnologias, transferindo-as para os seus associados,
em conseqncia colabora com a gerao de emprego e renda regional,auxiliando tambm na fixao do homem no campo.
Outro importante ramo do cooperativismo o de consumo, que
propicia aos seus associados vantagens na aquisio de bens de
consumo.
O cooperativismo de consumo foi o ramo que deu origem ao
cooperativismo mundial. Este ramo envolve prestao de servios que
visam a aquisio de bens de primeiras necessidades como, por exemplo:
produtos de higiene pessoal, vesturio, produtos alimentcios, entre
outros. Os servios so repassados com qualidade, fator de atrao de
vrios consumidores, e com preos mais acessveis.
Elas oferecem grande variedade de produtos que podem ser
comparados aos produtos das melhores lojas e ainda, muitas distribuem
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produtos de marca prpria. Investem em administrao na modernizao
da loja e no aprimoramento profissional.
O cliente dessa cooperativa ao mesmo tempo, associado e
usurio. Ele investe capital em forma de quotas-partes e no final de cada
ano, as sobras9 so distribudas para os cooperantes conforme as
atividades que ele realizou, ou seja, dependendo de sua atuao em
compra de gneros em sua cooperativa.
Existem dois tipos de cooperativas de consumo, as cooperativas
fechadas e as cooperativas abertas. As cooperativas fechadas soformadas, em grande parte, por funcionrios de uma mesma empresa ou
de uma mesma categoria profissional, ou seja, isso significa que no
qualquer pessoa que pode associar a ela. Existem empresas que so
ligadas s cooperativas fechadas que ajudam na sua instalao,
participam de modo geral do investimento fixo e financiam suas
necessidades iniciais de capital de giro.
Nas cooperativas abertas qualquer tipo de pessoa pode seassociar, no h restrio em relao necessidade de que seus
integrantes sejam da mesma empresa ou da mesma categoria
profissional. O cooperante se responsabiliza por todos os custos de
implantao e o dinheiro que investe poder ser compensado no preo
das mercadorias adquiridas.
As cooperativas de consumo regulam preos, oferecendo preos
competitivos dos produtos, alm de oferecerem aos associados formas
especiais de pagamento como a compra a prazo sem cobrana de juros
ou cobrana de juros a uma taxa menor que a do mercado. Alm disso,
geram empregos e renda.
9No cooperativismo, como no h o objetivo de lucro, no caso de haver algum resultado
final esse chamado de sobra das operaes.
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Para uma cooperativa de consumo atingir eficincia, ela tem que
apresentar boa administrao financeira, que compreenda fluxo de caixa,
financiamento, capitalizao, capital de giro e contabilidade. ainda
necessria uma equipe bem treinada e competente, j que so gastos de
60 % a 70% dos custos operacionais em mo-de-obra.
Alm das cooperativas de consumo, que atualmente apresentam
uma reduo sistemtica em seus nmeros, h as cooperativas de
trabalho que ao contrrio apresentam um elevado incremento em seu
nmero nos ltimos anos.So vrias as cooperativas de trabalho como as de auditoria,
consultoria, artesanato, informtica, entre outras. O desemprego uma
das principais causas que levam profissionais a se unirem e formarem
cooperativas. As cooperativas oferecem vantagens aos associados que se
esses estivessem trabalhando sozinhos no conseguiriam obt-las. As
cooperativas de trabalho so, muitas vezes, solues para resolver
problemas em uma comunidade.Alm de oferecerem preos dos servios finais melhores e mais
atraentes do que o do mercado, so alternativas para a gerao de
trabalho e renda.
As sobras nesse tipo de cooperativa podem em parte ser
destinadas para a constituio de um fundo de assistncia ao cooperante
que poder ajudar financeiramente o cooperante no caso desse estar
impossibilitado para o trabalho como no caso de uma doena, por
exemplo, ou ento para investir em novos equipamentos que trariam
melhoras e por conseqncia, aumentariam a produo.
Esse ramo do cooperativismo apresenta um grande crescimento no
perodo recente apontando para uma provvel situao de hegemonia
dentro do cooperativismo paulista. H tambm ntidas vantagens
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tributrias e de flexibilizao das relaes de trabalho nesse tipo de
arquitetura organizacional.
Outro ramo que vem apresentando sistemtico crescimento o
ramo habitacional, pois possibilita uma alternativa de acesso a casa
prpria.
As cooperativas habitacionais esto se tornando uma tendncia
alternativa para pessoas de baixa renda que no conseguem adquirir seus
imveis pelo preo alto oferecido pelo mercado e que freqentemente no
conseguem acesso s linhas tradicionais de financiamento.As cooperativas destinadas construo de imveis podem buscar
apoio no Sistema Financeiro da Habitao, nos Fundos Imobilirios e nas
fontes externas de financiamentos. Porm, muitas vezes, so caros e
difceis de se obter, por essa razo, o autofinanciamento uma sada para
solucionar essa falta de recursos. O processo de autofinanciamento pode
ser estimulado por meio parcerias realizadas com diferentes instituies
como as Prefeituras Municipais, que em alguns casos chegam inclusive aincentivar esse tipo de organizao oferecendo assessoria e at
procedendo doao de terrenos.
Os cooperantes pagam uma taxa mensalmente orientada para a
construo de um fundo. Fazem parte dos custos desse fundo o preo dos
terrenos, projetos, administrao e obra. Esses custos so divididos na
proporo do preo da unidade escolhida. A participao do cooperante
se d em todo o ciclo, desde a aquisio do terreno at a entrega das
chaves. Para entrar numa cooperativa habitacional necessrio
apresentar uma renda familiar que seja compatvel ao empreendimento
desejado. A entrega dos imveis decidida por meio assemblias.
A cooperativa habitacional, alm de gerar renda, empregos e fazer
movimentar o comrcio, oferece a possibilidade do cooperante obter seu
imvel a um preo de custo, geralmente 30% abaixo do preo de
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mercado. Alm disso, as sobras so aproveitadas para um refinamento
dos empreendimentos.
H ramos do cooperativismo que hoje re-iniciam um processo de
crescimento encontrando um ambiente institucional favorvel esse o
caso do cooperativismo educacional que por anos estava estagnado em
decorrncia de polticas especficas para o setor.
O cooperativismo de educao, alm de permitir o acesso
educao de qualidade, tambm o instrumento ideal para a formao do
aluno em valores bsicos da cooperao, tais como a ajuda mtua, aigualdade, a eqidade, a solidariedade, a democracia, a liberdade, a
honestidade e a responsabilidade social.
O objetivo principal dessas cooperativas de permitir a formao
de homens e mulheres integrados com o meio que vivem com os ideais de
cooperao, ou seja, as cooperativas educacionais proporcionam uma
ponte para a educao cooperativa.
O cooperativismo na escola um elemento transformador dasociedade. O aprendizado passa a ser visto como uma forma de melhoria
pessoal e da sociedade.
Nas cooperativas educacionais, h maior interao entre
professores e alunos, h maior flexibilidade e a forma de liderar
democrtica. Tudo que se faz, desde o projeto pedaggico at o
funcionamento da escola, estabelecido por todos: diretores, professores,
alunos, pais e funcionrios.
No Brasil foram criadas inicialmente trs tipos de cooperativas
educacionais, em 1971 foram criadas as cooperativas escolares, fundadas
por alunos de estabelecimentos de ensino com a funo de oferecer
recursos para o aparelhar a escola, em 1982 foram incentivadas as
cooperativas escola, especficas para a realidade do ensino agrcola, e em
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1987 eram criadas as cooperativas de ensino como solues encontradas
para a crise educacional, e de elevados custos das escolas brasileiras.
As cooperativas educacionais apresentam mais qualidade no
ensino por meio uma viso com grandes valores e princpios de uma
sociedade mais honesta, menor custo, valorizao do homem, salrios
dignos e aperfeioamento docente. Alm disso, participam com a gerao
de empregos e de renda no pas. O cooperante, nas cooperativas
educacionais, trabalha com uma participao efetiva e criatividade.
O ramo de maior dinamismo nas ltimas dcadas, e de umaimportncia social fundamental, o cooperativismo de sade, hoje
exemplo para o mundo inteiro.
As cooperativas de sade so formadas por aproximadamente 40%
dos profissionais da rea no Brasil. Isso ocorre principalmente devido
falta de prioridade pblica para uma poltica mais efetiva para o setor no
pas. O cooperativismo de sade surgiu na dcada de 60, em resposta a
uma ao de crescimento de empresas de medicina de grupo que sointermediadoras do trabalho mdico.
No incio, esse tipo de cooperativismo enfrentou dificuldades por
falta de crdito por parte da populao. Porm, aos poucos o
cooperativismo nessa rea foi entendido como um importante instrumento
em defesas do interesse econmico do profissional mdico, e de seus
clientes.
Alm da gerao de empregos e renda, as cooperativas mdicas se
diferenciam tanto da prestao de servios oferecida pelo setor pblico
como pela medicina com o objetivo de lucro devido ao valor que as
cooperativas emprestam ao profissional e seus clientes o que causa
diretamente um processo de fortalecimento da qualidade do atendimento,
que passa a ser personalizado, individualizando o paciente. Oferecem
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tambm melhores condies aos trabalhadores oferecendo uma melhor
remunerao.
As sobras so repartidas entre os associados ou investidas na
melhor forma possvel. Um bom exemplo de uma administrao bem
sucedida a Fundao Centro de Estudos da UNIMED.
Ao lado das cooperativas mdicas, bem estruturadas, as
cooperativas de crdito aparecem como um dos ramos mais bem
organizados do cooperativismo, inclusive devido ao controle de dois
Bancos Cooperativistas que proporcionam um nvel adequado eprofissional de organizao.
As cooperativas de crdito so sustentadas no campo econmico
pela possibilidade do associado obter acesso a aplicaes, melhor
remunerao de capital, como tambm, emprstimos a juros mais baixos
que o mercado.
As cooperativas de crdito rural esto articuladas com as
cooperativas agropecurias. Os agricultores recuperam a capacidade deproduo, negociam e poupam o dinheiro da safra at um novo plantio.
Assim, as cooperativas de crdito tornam-se boa opo de
autofinanciamento e de alternativa a polticas pblicas para o setor.
Existem dois tipos de cooperativas de crdito, as cooperativas de
crdito mtuo- urbano - e as cooperativas de crdito rural. Ambas com
objetivos de conceder emprstimos individuais com base na poupana
coletiva, de oferecer educao econmica e financeira para os
cooperantes, de incentivar os cooperantes a poupar sistematicamente
pequenas quantias de dinheiro e de prestar servios de natureza bancria
como o fornecimento de emprstimos, financiamentos, operaes de
desconto de ttulos, cobrana bancria, pagamento de salrios,
fornecimento de cheque especial, recebimento de aplicaes e de
poupana, entre outras.
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As cooperativas de crdito urbano so formadas por profissionais
de uma mesma categoria profissional ou por pessoas de uma mesma
empresa. Utilizam linhas de crdito, as quais atendem s necessidades
pessoais ou profissionais do cooperante.
As cooperativas de crdito rural so formadas por produtores rurais
que utilizam linhas de crdito, as quais atendem ao investimento e ao
custeio das safras agrcolas.
O cooperativismo de crdito tem um conselho mundial e
confederaes continentais. No Brasil, existem dois bancos, o BANCOOBe o BANSICREDI que so bancos controlados pelas cooperativas centrais
de crdito rural e mtuo e funcionam como organizaes de apoio ao
sistema de cooperativas de crdito, o SICREDI.
As cooperativas de crdito precisam de uma autorizao do Banco
Central - BACEN para poderem operar. Alm disso, h a necessidade de
terem um vnculo com alguma federao ou central, e tambm so
obrigadas a enviar mensalmente os balancetes ao BACEN e a central.Operam com as menores taxas de mercado e o resultado retorna aos
cooperantes em proporo ao que eles movimentarem financeiramente
com as cooperativas.
As cooperativas de crdito apresentam um baixo custo operacional
e oferecem aos cooperantes segurana e garantia de crdito. Alm disso,
quando apresentam resultados positivos, h um fortalecimento do nvel de
liquidez, o que pode trazer mais recursos para a re-aplicao, ou ainda
benefcios aos cooperantes.
importante descrever, por ltimo, o ramo de eletrificao, que
apesar de no apresentar o dinamismo do ramo de crdito, tem uma
importncia fundamental para os produtores e moradores da zona rural.
As cooperativas de eletrificao rural so cooperativas de prestao
de servios e tm como objetivos o fornecimento de energia, repassada
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de concessionria geradora, e, portanto contribuem com inmeros
benefcios em locais do interior, que no apresentam atratividade para as
empresas concessionrias com o objetivo de lucro, levando, portanto
melhores condies de vida e colaborando para com a atividade agrcola.
Atualmente essas cooperativas passam por uma intensa
modificao no ambiente institucional uma vez que esto se adaptando s
normas da ANEEL Agencia Nacional de Energia Eltrica, para a qual
essas cooperativas devero se reportar periodicamente.
2.3. As entidades de representao
Em nvel mundial, o cooperativismo representado pela Aliana
Cooperativa Internacional - ACI, com representantes em todos os
continentes. A ACI foi criada em 1895 e atualmente est sediada em
Genebra, Sua. Essa ONG - organizao no-governamental a maior
e mais antiga ONG do mundo, sendo que essa rene, representa e presta
apoio s cooperativas e suas correspondentes organizaes. Objetiva a
integrao, autonomia e desenvolvimento do cooperativismo.
No mbito do continente americano essa articulao feita pela
Organizao das Cooperativas da Amrica - OCA, fundada em 1963. Hoje
essa entidade tem sua sede na cidade de Bogot, Colmbia, e integra as
representaes de vinte pases, incluindo o Brasil.
A Organizao das Cooperativas Brasileiras - OCB, o rgo de
representao do Cooperativismo Nacional. Rene mais de 5.500cooperativas, que atuam nos mais diversos segmentos da sociedade. A
OCB formada por um Conselho de Administrao composto de
membros indicados pelas Organizaes de Cooperativas Estaduais -
OCEs, e conselheiros indicados pelos diversos ramos do cooperativismo.
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A Diretoria Executiva composta pelo Presidente, Vice-
Presidentes, Superintendncia e pelos membros do Conselho Fiscal.
Compondo seu quadro tcnico, a OCB tem a Gerncia Tcnica e a
Gerncia Administrativo-Financeira, alm das Assessorias Jurdica,
Parlamentar e Internacional. A Gerncia Tcnica (GETEC) responsvel
pelo planejamento, coordenao, execuo e acompanhamento de
informaes tcnicas, diagnsticos, levantamentos e estudos de interesse
do Sistema Cooperativista. As aes da Gerncia Tcnica visam subsidiar
a defesa dos interesses do Cooperativismo junto ao Governo Federal,entidades pblicas e privadas.
A Assessoria Jurdica da OCB tem sua atuao basicamente
voltada para o atendimento das demandas vindas das bases do Sistema,
com foco na Constituio Federal, direito cooperativista voltado para as
reas tributrias, trabalhistas, administrativas e demais de interesse do
setor. Atua tambm no acompanhamento, em Braslia, da tramitao de
documentos das cooperativas nos rgos pblicos federais; e em conjuntocom a Assessoria Parlamentar, nos projetos de lei de interesse do setor
no Congresso Nacional. de responsabilidade da Assessoria Jurdica o
credenciamento de auditores independentes junto ao sistema, de acordo
com as normas legais.
A Assessoria Parlamentar promove, integra e defende os interesses
do cooperativismo brasileiro, junto ao Congresso Nacional e ao executivo.
No Congresso Nacional acompanha o andamento das matrias que
envolvem o sistema, contribuindo para o contnuo aperfeioamento da
legislao cooperativista. Trabalha de forma integrada e harmoniosa com
a Frencoop - Frente Parlamentar do Cooperativismo - subsidiando-a na
sua atividade parlamentar. Promove encontros tcnicos e seminrios
internacionais, estreitando as relaes negociais entre as cooperativas,
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proporcionando troca de experincias e de tecnologia e, ainda, a formao
de alianas estratgicas e parcerias com cooperativas de outros pases.
Em nvel estadual a OCESP Organizao das Cooperativas do
Estado de So Paulo, composta por um Conselho Diretor, Presidente e
Vice-presidente, Superintendente, Conselho Fiscal, e por representantes
dos diversos ramos em um Conselho Consultivo. Em nvel estadual a
OCESP representa o cooperativismo paulista e promove a excelncia no
cooperativismo paulista, viabilizando aes de educao, integrao,
representao, orientao e comunicao.Para tanto, os servios oferecidos pela OCESP atualmente so:
consultoria: na abertura e planejamento de gesto de cooperativas;
representao e defesa dos interesses de classe junto ao Estado e ao
poder pblico, instituies financeiras e o mercado em geral; promove
tambm a assistncia tcnica e a orientao especializada, pareceres
tcnicos e jurdicos.
Especialistas dividem suas experincias com cooperativas de todosos ramos a fim de solucionar problemas e otimizar resultados; ainda h
esforos de capacitao de cooperantes, dirigentes, tcnicos e
funcionrios de cooperativas, A capacitao profissional uma constante
preocupao da OCESP, em face de competitividade de mercado tendo
em vista o desenvolvimento da organizao cooperativista.
O Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
SESCOOP foi criado a partir do RECOOP Programa de Revitalizao
das Cooperativas Agropecurias, com a misso de promover a
capacitao, assessoria e promoo social, O SESCOOP presta contas
ao Tribunal de Contas da Unio e formado pelas unidades estaduais, no
Estado de So Paulo, o SESCOOP/SP dirigido pelo Superintendente da
OCESP, e conta com os departamentos de capacitao, assessoria e
consultoria e promoo social.
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2.4. O monitoramento e as polticas pblicas
As sociedades cooperativas no Brasil no contam com um sistema
de monitoramento de suas atividades de forma sistemtica. No entanto h
a necessidade de um sistema desse tipo uma vez que so sociedades
formadas de um grande nmero de associados, por legislao com o
mnimo de 20, mas em sua maioria com um nmero mdio muito maior.
Por exemplo, O nmero mdio de associados no ramo agropecurio de
595,82 associados por cooperativa, no ramo crdito de 1.529,44, noramo de trabalho de 176,70 e no ramo mdico de 426,24 associados
por cooperativa.
Nas dcadas de 70 e parte de 80, o cooperativismo no Brasil foi
acompanhado pelo INCRA Instituto Nacional de Colonizao e Reforma
Agrria, que tinha por atribuio a expedio de uma autorizao de
funcionamento para as cooperativas, no permitindo que existissem mais
de uma cooperativa de mesmo ramo em uma mesma rea de atuao, eainda exercendo um controle sobre a gesto e as assemblias dessas
sociedades.
Na poca, por exemplo, no era permitida a cooperativa chamada
de integral, na qual tambm a terra seria um fator de produo
cooperativado, foi permitido apenas as cooperativas agropecurias onde o
fator de produo terra era particular de cada associado e apenas a
comercializao ou o processamento que funcionava de modo
coletivizado. Isto ocorria, na poca, como conseqncia do controle social
que o Governo Federal exercia sobre a sociedade em um regime de
exceo.
Em 1988, durante o processo constituinte, o sistema cooperativado
brasileiro envida grandes esforos para aprovar a autogesto das
cooperativas, ou seja, a independncia de constituio e funcionamento
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obrigao de haver ao mesmo tempo, uma assemblia geral ordinria por
ano onde obrigatoriamente as contas como o balano financeiro da
sociedade sejam expostas e aprovadas pelos seus associados. Mas, com
um nmero mdio grande de associados, a presena da maioria dos
associados em assemblia operacionalmente difcil e custosa. Alm
dessa caracterstica h tambm o problema de que o associado a uma
cooperativa geralmente tem dificuldades para entender detalhadamente as
configuraes contbeis de um balano.
De outro modo, h ainda a obrigao de se compor um conselhofiscal composto por trs membros cooperantes e mais trs suplentes que
tem por atribuio o acompanhamento das contas da cooperativa. Mas,
tambm dada ausncia de profissionais da rea nesse conselho, acaba
por ser problemtica e difcil o adequado acompanhamento das contas de
uma cooperativa, principalmente se essa do ramo agropecurio que
pode contar tambm com toda uma parte industrial de processamento da
produo ou ainda do ramo mdico que pode contar com hospitais eoutras unidades de difcil controle contbil.
Apesar de no haver obrigatoriedade explcita, muitas das
cooperativas contam com uma auditoria independente, que muitas vezes
no apresenta uma experincia adequada na auditoria de sociedades sem
fins lucrativos, e de claros objetivos sociais como so as sociedades
cooperativas.
Alguns ramos especficos como o ramo crdito e o de eletrificao
e telefonia rural contam com controles de monitoramento externos ao
sistema cooperativado, ou seja, respectivamente, o Banco Central e a
Agncia Nacional de Energia Eltrica.
Assim, as cooperativas de crdito devem prestar conta para a sua
central e ao BACEN regularmente, o que garante ao associado que o
negcio cooperativado tem garantia e margens de segurana. Quanto s
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cooperativas de eletrificao, essas tero que manter padres de
qualidade e preos compatveis, o que significa que a excelncia em
servios deva ser obtida e que ser tambm uma garantia ao associado
dessa organizao.
Mas, os outros ramos do cooperativismo no contam com uma
agncia nacional ou ainda um rgo pblico que coordene o
acompanhamento e o monitoramento de servios das cooperativas. Deve-
se lembrar que para as Sociedades Annimas a CVM Comisso de
Valores Mobilirios exerce uma importante funo de defesa deacionistas minoritrios, procedendo a um monitoramento peridico dessas
sociedades, que contam com um elevado grau de assimetria de
informaes.
Assim para o cooperativismo, aps o XI Congresso Brasileiro de
Cooperativismo, fato que um sistema de acompanhamento e controle
deva existir, e que esse deva ser independente do Estado e ligado
diretamente ao movimento cooperativista nacional.Hoje o ambiente econmico, institucional e de polticas pblicas
para as sociedades cooperativas, obriga que essas tenham um grau de
transparncia e performance capaz de gerar, para o seu associado, os
benefcios sociais e econmicos esperados.
O ambiente econmico obriga a essas sociedades que elas sejam
suficientemente grandes para obterem o mesmo grau de eficincia
econmica de outras empresas concorrentes, assim as cooperativas
acabam por serem obrigadas a um tamanho econmico no compatvel
com um sistema rudimentar de acompanhamento e controle. Tambm o
sistema financeiro exige um elevado grau de fidelidade de informaes
para a construo de complexas operaes, que tambm incompatvel
com sistemas rsticos de monitoramento.
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Portanto, a elaborao de uma poltica institucional de
monitoramento das cooperativas passa a ser uma exigncia institucional
para o sucesso das sociedades cooperativas.
3. Panorama do cooperativismo
A primeira sociedade cooperativa brasileira foi fundada em So
Paulo no municpio de Limeira no ano de 1891 - Associao Cooperativa
dos Empregados da Companhia Telefnica - seguida da Cooperativa
Militar de Consumo no Rio de Janeiro em 1894.
A primeira legislao em 1932 consagrou os princpios adotados
pela Aliana Cooperativa Internacional. O cooperativismo nessa poca
encontrou dificuldades j que o Brasil era um pas predominante agrcola e
a maior parte da populao no tinha acessa educao.
No perodo entre 1964 e 1988, o cooperativismo no pas enfrentou
vrias restries e controle de seu funcionamento por parte do Estado,segundo Silva, (2000).
Em 1988, com a nova Constituio, que as organizaes
cooperativas conseguem que o Estado no interfira mais em seu
funcionamento, conquistando assim, a chamada autogesto. A partir
desse momento, observa-se uma evoluo positiva no nmero de
cooperativas e tambm de cooperantes, mostrando a importncia que as
organizaes cooperativas tm no pas.
Na dcada de 80, existiam no Brasil 3.529 cooperativas com
3.232.098 associados. J em 1990, esse nmero passou para 5.102
organizaes cooperativas com 4.428.925 associados nos diversos ramos
existentes.
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Ramo 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998Agropecurio 1,393 1,404 1,438 1,344 1,334 1,378 1,403 1,449 1,408
Consumo 311 336 336 292 261 256 241 233 193Servios 195 206 202 194 191 194 209 206 187
Educacional 101 107 112 100 105 106 176 187 193Trabalho 629 531 618 705 825 986 699 1,025 1,334
Habitacional 179 182 177 187 176 174 190 231 202Crdito 741 763 665 788 809 834 859 882 890Sade 468 530 585
Especial/Mineral/Produo 71 108 110Total 3,549 3,529 3,548 3,608 3,701 3,928 4,316 4,851 5,102
Obs: de 1990 a 1995 as cooperativas mdicas faziam parte do ramo de trabalho.A partir de 1996, as cooperativas mdicas foram excludas daquele ramo.
Fonte: OCB/DETEC/Banco de Dados
Tabela 2. Evoluo do Nmero de Cooperativas Registradas na OCB, por Ramo, no perodo1990-1998
No Brasil existem, segunda a OCB (2000), 5.652 sociedades
cooperativas com 5.014.016 associados - respectivamente 60,2% e 55,1%
a mais do que na dcada de 80 - e 167.378 empregados, ou seja, essas
sociedades beneficiam diretamente a 5.181.994 e indiretamente algo
prximo aos 20 milhes de pessoas. Deve-se notar que esse nmero de
cooperativas aumentou em 10,78% no ltimo ano, e continua a crescer
continuamente como mostra a tabela 2, onde se pode tambm observar a
evoluo por ramo do nmero de cooperativas no Brasil na ltima dcada.
A OCB estima que algo em torno de 5% do PIB Produto Interno
Bruto Brasileiro gerado pelas transaes econmicas oriundas das
sociedades cooperativas. Se os dados da Aliana Cooperativa
Internacional forem analisados pode-se notar que ainda o cooperativismo
no Brasil incipiente e encontra condies de crescimento quando
comparado com a presena de cooperativas em outros pases do mundo.
Enquanto nos EUA, em 1998, existiam 27.076 sociedades
cooperativas que representavam 76,9% das cooperativas na Amrica do
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Norte, e na Frana no mesmo perodo existiam 23.573 sociedades
cooperativas, no Brasil, pas de propores continentais, existiam apenas
4.744 sociedades cooperativas, segundo as estatsticas da Aliana
Internacional Cooperativa.
No Brasil o cooperativismo economicamente mais significativo no
Centro-Sul do pas, regies Sul e Sudeste, onde se encontram as maiores
e mais profissionalizadas cooperativas. Enquanto no Estado de So Paulo
h 1.006 cooperativas com uma mdia de 1.900,87 associados por
cooperativa e no Rio Grande do Sul existem 621 sociedades com umamdia de 1.083,57 associados por cooperativa, no Nordeste tem-se outra
realidade, como na Bahia onde h 199 cooperativas com uma mdia de
apenas 214,46 associados por cooperativa e no Estado do Cear onde h
247 sociedades com apenas 332,63 cooperantes por empreendimento. Os
nmeros da regio Norte ainda so menores.
Das sociedades cooperativas brasileiras 25,4% so cooperativas
agropecurias, com 17,0% dos associados, as cooperativas de trabalhorepresentam 29,4% das sociedades com 5,8% dos associados e as
cooperativas de crdito so 16,3% das cooperativas, com 28,1% dos
associados.
Esses dados, tabela 3, mostram que em nmero as cooperativas de
trabalho j ultrapassam as tradicionais cooperativas agropecurias e em
nmero de associados as cooperativas de crdito so mais significativas.
Esses dois ramos tm apresentado um constante crescimento nos ltimos
anos.
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importante notar que grande parte da produo agrcola e da
exportao de produto agropecurio nacional passa pelas cooperativas
agropecurias. A tabela 4, mostra a importncia dessas organizaes para
a agropecuria, ou seja, em 1999 27,9% do caf e 29,4% da soja do Brasil
foram originadas em cooperativas agropecurias. Nestas organizaes
39,5% dos associados tm reas menores que 10 hectares e 55,27% tem
menos que 50 hectares (tabela 5), portanto se caracterizando por serem
pequenos produtores rurais.
Ramo Cooperativas Cooperados EmpregadosAgropecurio 1437 856202 106753
Consumo 191 1473038 7952Crdito 920 1407089 16908
Educacional 210 48403 2505Energia e Telecomunicao 184 551799 5355
Especial 4 25484 14
Habitacional 216 53011 2063Minerao 21 1899 28Outros 2 40 0
Produo 107 6011 38Sade 698 297521 19340Servio 1 20 0
Trabalho 1661 293499 6422Total 5652 5014016 167378
Fonte: Ncleo de Banco de Dados da OCB
Tabela 3. Cooperativas, Cooperados e Empregados por Ramo
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Produo Agrcola Total (Participao)Algodo 38.91%
Alho 22.47%Arroz 11.36%Aveia 39.21%Caf 27.97%
Cevada 44.19%
Feijo 11.18%Milho 16.68%Soja 29.40%
Sunos 31.52%Trigo 62.19%Uva 19.17%
Tabela 4. Participao das Cooperativasna Produo Agrcola Brasileira
Fonte: Ncleo de Banco de Dados da OCB
Dimenso (hectares) % da classe % acumuladoNo Proprietrios 28.09 28.09
De 0 a 10 hectares 39.56 67.85De 10 a 50 hectares 15.71 83.36De 50 a 100 hectares 8.90 92.26
De 100 a 500 hectares 2.35 94.61Acima de 500 hectares 5.39 100.00
Total 100.00
Tabela 5. Distribuio do Quadro Social Segundo aDimenso das Propriedades do Brasil
Fonte: Ncleo do Banco de Dados da OCB
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De acordo com as tabelas 6 e 7, verifica-se o nmero de
trabalhadores em alguns setores de atividades no pas quando esses so
empregados por empreendimentos cooperativos. Na Administrao
Pblica h o menor nmero de empregados, sendo que nos setores de
comrcio e servios, indstria de transformao e agropecurio h o maior
nmero de empregados pelas cooperativas.
Setores de Atividades Nmero de EmpregadosExtrativismo Mineral 10
Indstria de Transformao 78225
Servios Industriais de UtilidadePblica
3091
Construo Civil 2262Comrcio 50781Servios 56034
Administrao Pblica 7Agropecuria 18914
Outros/ Ignorado 89Total 209413
Fonte: RAIS,1997
Tabela 6. Nmero de Empregados de Cooperativas segundoSetores de Atividades no Brasil em 1997
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De acordo com a tabela 8, a remunerao mdia dos empregados
associados a cooperativas no Brasil est concentrada em faixas salariais
entre 1,5 e 7 salrios mnimos. Em relao aos empregados no
associados a cooperativas no pas a remunerao mdia est
concentrada entre 3 a 15 salrios mnimos.os ramos menos tradicionais
do cooperativismo ganharam importncia relativamente recente como
ocorre com as cooperativas mdicas onde so realizados atendimentos
em convnio mdico, a administrao de 45 hospitais, proporcionando
trabalho para 297.521 mdicos associados, beneficiando
aproximadamente 11.000.000 de usurios, e o recente crescimento do
cooperativismo de crdito que j atinge um movimento considervel,
beneficiando com emprstimos a custos menores favorecendo mais de 1,4
milhes de associados.
Setores de Atividades Nmero de EmpregadosExtrativismo Mineral 93
Indstria de Transformao 4668Servios Industriais de Utilidade
Pblica210
Construo Civil 1975Comrcio 3080Servios 30224
Administrao Pblica 436389Agropecuria 7919
Total 484558Fonte: RAIS, 1997
Tabela 7. Nmero de Empregados no associados aCooperativas segundo Setores de Atividades no Brasil em 1997
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No Brasil, segundo a OCB (1999), as cooperativas apresentaram
um crescimento relativamente recente, na dcada de 60 foram criadas 473
cooperativas, na dcada de 80 outras 751, e na dcada de 90 foram
fundadas 3170 sociedades cooperativas, figura 3.
Faixas de RemuneraoAssociados a
Cooperativas (%)No Associados aCooperativas (%)
At 0,50 sm 0,16 0,04De 0,51 a 1,00 sm 1,80 0,20De 1,01 a 1,50 sm 5,45 1,57
De 1,51 a 2,00 sm 10,04 2,31De 2,01 a 3,00 sm 24,31 4,05De 3,01 a 4,00 sm 16,74 10,98De 4,01 a 5,00 sm 10,87 19,40De 5,01 a 7,00 sm 11,71 15,14De 7,01 a 10,00 sm 7,46 16,77De 10,00 a 15,00 sm 5,01 14,49De 15, 01 a 20,00 sm 2,16 5,59Mais de 20,00 sm 3,50 8,67
Ignorado 0,79 0,81
Total 100,00 100,00Fonte: RAIS, 1997
Tabela 8. Faixas de Remunerao de Empregados Associados aCooperativas e de Empregados no Associados Cooperativas noBrasil em 1997
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Fonte: Banco de Dados da OCB
3.1. Diagnstico das cooperativas no Estado de So Paulo
No Estado de So Paulo verifica-se que h uma evoluo do
cooperativismo na ltima dcada. Enquanto em 1991 So Paulo
Apresentava 577 cooperativas, em 1999 esse nmero evoluiu para 1.038
cooperativas com cerca de 2.110.583 associados.Atualmente no Estado de So Paulo existem 144 cooperativas
agropecurias, 43 cooperativas de consumo, 211 cooperativas de crdito,
22 cooperativas educacionais, 131 cooperativas habitacionais, 176
cooperativas de sade, 20 cooperativas de eletrificao e 291
Figura 3. Evoluo das Cooperativas, de Acordo com a Dcada de Fundao
751
3170
167 181414
473
1900 - 1949 1950 - 1959 1960 - 1969 1970 - 1979 1980 - 1989 1990 - 1999
Dcada
NmerodeCooperativas
Coop. que no informaram a fundao: 496
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0
50
100
150
200
250
300
350
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
anos
quantidade
Agropecuria Consumo Crdito Educacional
Habitacional Sade Eletrif icao Trabalho
cooperativas de trabalho. A figura 4 mostra a evoluo do nmero de
cooperativas no Estado de So Paulo na dcada de 90.
Figura 4 . Evoluo do Nmero de Cooperativas no Estado de SoPaulo no Perodo de 1991 a 1999.
As cooperativas agropecurias possibilitam aos produtores
associados um aumento de suas rendas mdias. H uma tendncia de
crescimento o nmero de cooperativas agrcolas no pas, o que pode
comprovar a eficincia do cooperativismo para os produtores rurais,
principalmente em Estados pouco desenvolvidos da nao.
Por outro lado, verifica-se ainda que no Estado de So Paulo essa
tendncia no ocorre, isto , o nmero do cooperativismo decrescente.
Isso possivelmente est ocorrendo devido a fuses e incorporaes que
esto ocorrendo com objetivos de aumentar sua produtividade, ampliar
seu poder de mercado e reduzir seus custos de transao.
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O cooperativismo agropecurio importante no Estado de So
Paulo uma vez que apoia pequenos produtores rurais transfere tecnologia
e possibilita o desenvolvimento rural. Dos estabelecimentos rurais do
Estado de So Paulo, 46,7% dos estabelecimentos com menos de 100
hectares, so associados a cooperativas. Dos estabelecimentos rurais
associados a cooperativas 73,2%, ou seja, mais que 2/3, so menores que
100 hectares.
A tabela 9 mostra que h uma desigualdade, semelhante ao dos
estabelecimentos rurais do Estado de So Paulo, na distribuio da posse
de terras para os estabelecimentos associados a cooperativas, sendo que
73,25 % dos estabelecimentos rurais de cooperantes so constitudos de
estabelecimentos com rea inferior a 100 h