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  • CONTRIBUIES DAS

    CMARASSETORIAIS ETEMTICAS FORMULAO DE

    POLTICASPBLICASE PRIVADAS PARA O

    AGRONEGCIO

    Ministrio da Agricultura,Pecuria e Abastecimento

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    CONTRIBUIES DAS

    CMARASSETORIAIS ETEMTICAS FORMULAO DE

    POLTICASPBLICASE PRIVADAS PARA O

    AGRONEGCIO

    CONTRIBUIES DAS

    CMARASSETORIAIS ETEMTICAS FORMULAO DE

    POLTICASPBLICASE PRIVADAS PARA O

    AGRONEGCIO

    Data:29-00-2001

    Cliente:MinisteriodaAgricultura

    Servio:Capa

    O.S.:1955

  • Contribuies das CmarasSetoriais e Temticas

    Formulao de Polticas Pblicase Privadas para o Agronegcio

    Dezembro de 2006

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadaspara o Agronegcio / Duarte Vilela, Paulo Mrcio M. Araujo (Org.). Braslia : MAPA/SE/CGAC,2006.

    496 p.

    ISBN 85-99851-05-5

    ISBN 978-85-99851-05-5

    1. Cmaras Setoriais e Temticas. 2. Polticas Pblicas. 3. Agronegcio diretrizes. I. CoordenaoGeral de Apoio s Cmaras Setoriais e Temticas. II. Vilela, Duarte. III. Araujo, Paulo Mrcio M. IV.Ttulo.

    AGRIS E14

    CDU 63:338

    Exemplares dessa publicao podem ser adquiridos na:Central de Relacionamento do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento e na

    Coordenao-Geral de Apoio s Cmaras Setoriais e Temticas CGACEnd.: Esplanada dos Ministrios, Bloco DEd. Sede, 9 Andar, Sala 953.CEP: 70043-900Braslia-DFFone: 0800 61 [email protected]:Duarte VilelaEngenheiro Agrnomo, mestre em 1978 e doutor em 1988 pela Universidade Federal de Viosa,

    pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Coordenador-Geral de Apoio s Cmaras Setoriais e Temticase Secretrio Executivo do Conselho do Agronegcio do Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento.

    End: Esplanada dos Ministrios, Bloco DCEP: 70043-900 Braslia, DFFone: (61) 3226-3354E-mail: [email protected] Marcio M. AraujoEspecialista em Polticas Pblicas e Gesto Governamental, Assessor Tcnico da Coordenao-

    Geral de Apoio s Cmaras Setoriais e Temticas.Permitida a reproduo desde que citada a fonte.Catalogao na FonteBiblioteca Nacional de Agricultura BINAGRIBrasil. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

  • ApresentaoO recente desempenho surpreendente do agronegcio brasileiro resultado

    da disponibilidade de terras agricultveis, mecanizveis e de baixo custo, de genteempreendedora, (pequenos, mdios e grandes produtores rurais) e da disponibilidadede tecnologia tropical. Alm da tecnologia biolgica que multiplica o potencial daterra e da tecnologia mecnica que potencializa a capacidade da mo-de-obra, atecnologia organizacional disponibiliza informaes de mercado para a tomada dedecises dos agricultores e incentiva uma interao harmoniosa entre os diferenteselos das cadeias produtivas.

    A harmonizao dos interesses entre os agentes de uma determinada cadeiaprodutiva engloba o estabelecimento de prioridades de ao, questes relativas asuprimento de produtos ou insumos em quantidade e qualidade estabelecidos eacordo de preos que remunerem todos os agentes, incentivando-os a permaneceremna atividade. No se configuram somente interesses privados de lucro das empresas,mas tambm interesse pblico de garantia de suprimento dos bens e servios ecrescimento sustentado da cadeia, no mdio-longo prazos, com aumento da rendae do emprego e seus efeitos colaterais no resto da economia.

    Para alcanar tais resultados, o setor pblico conta com a forte atuao dascadeias produtivas do agronegcio, organizadas em Cmaras Setoriais e Temticas.Essa parceria resulta no apoio formulao de polticas pblicas setoriais e nodebate de temas, orientados para o aumento da eficincia econmica nos processosprodutivos.

    A interlocuo com a sociedade, uma das prioridades estratgicas do Ministrioda Agricultura, Pecuria e Abastecimento - MAPA, procura estabelecer dilogo eorganizar suas demandas, dando maior visibilidade e efetividade s polticas pblicas,valorizando o agronegcio e seus componentes perante a sociedade. Esse dilogose d por meio da atuao de 30 Cmaras Setoriais e Temticas, atualmenteinstaladas, reunidas sob a coordenao do Conselho do Agronegcio e do ConselhoNacional de Poltica Agrcola, e apoiadas por uma unidade na estruturaorganizacional especfica do MAPA.

    A formulao de polticas, a sua negociao e implementao, exigem doMAPA uma gesto efetiva. A recente reforma administrativa foi o primeiro passona modernizao e aparelhamento, embora todas as atividades sejam importantes,algumas merecem prioridade por sua importncia e por apresentarem necessidadeconstante de aprimoramento. neste contesto que o Ministrio ganha papel dedestaque ao deter informaes e estudos estratgicos sobre o agronegcio. Numaviso de longo prazo, o MAPA se transforma no grande instrumento de apoio aosetor produtivo.

  • Ao construir o documento com as Contribuies das Cmaras Setoriais eTemticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio,o MAPA se projeta para o futuro quanto s principais tendncias de setores e temasdo agronegcio, com o objetivo de fornecer subsdios aos formuladores de polticaspblicas, para a tomada de deciso e para o delineamento de linhas de atuao,embasando e fortalecendo os instrumentos de poltica agrcola, visando odesenvolvimento sustentvel do agronegcio brasileiro.

    Luis Carlos Guedes PintoMinistro de Estado da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

  • Sumrio

    Introduo 5Documento Bsico 7Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina 12Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Acar e do lcool 24Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Aves e Sunos 34Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno 44Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e Derivados 56Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortalias 70Cmara Setorial de Equideocultura 86Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados 94Cmara Setorial da Cadeia Produtiva da Fruticultura 108Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Fumo 182Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais 194Cmara Setorial da Cadeia Produtiva da Mandioca e Derivados 210Cmara Setorial da Cadeia Produtiva da Agricultura Orgnica 224Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Agronegcio do Cacau e Sistemas Florestais Renovveis 234Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos 248Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Citricultura 264Cmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaa 294Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz 306Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Borracha Natural 330Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodo e Derivados 354Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel 364Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Mel e Produtos Apcolas 376Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo 398Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijo 408Cmara Temtica de Cincias Agrrias 418Cmara Temtica de Insumos Agropecurios 436Cmara Temtica de Financiamento e Seguro do Agronegcio 462Cmara Temtica de Infra-Estrutura e Logstica do Agronegcio 482

  • Introduo

    O presente livro apresenta inicialmente um sumrio do conceito, fundamentose caractersticas das Cmaras Setoriais e Temticas, que representam foros dediscusso voltados ao agronegcio e integram a estrutura funcional dos rgoscolegiados vinculados ao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA. Em seguida, h uma breve apresentao da Coordenao-Geral de Apoios Cmaras Setoriais e Temticas CGAC, rgo subordinado Secretaria Executivado MAPA, responsvel pelo apoio s Cmaras, bem como de sua estrutura eprincpios. A parte substancial do trabalho consiste, contudo, na apresentao deuma sntese das Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio, umaContribuio das Cmaras Setoriais e Temticas, em uma dimenso preferencialde mdio e longo prazos.

    A base da construo deste livro est no documento preliminar, apresentadona reunio do Conselho do Agronegcio e do Conselho Nacional de PolticaAgrcola, em 20 de dezembro de 2005, sendo complementado e aprimorado em2006. Das 30 Cmaras Setoriais e Temticas atualmente instaladas no MAPA, 28destas tiveram reservados captulos contendo um breve histrico, preparado pelosupervisor da Cmara, figura contemplada no organograma da CGAC, seqenciadopor uma apresentao, preparada pelo Presidente da Cmara, introduo, cenriosexterno e interno do setor ou tema, culminando pelo ponto alto do livro, que so ascontribuies das Cmaras Setoriais e Temticas formulao de polticas pblicase privadas para o agronegcio, sendo ento finalizado pelas entidades e rgos queoficialmente compem a Cmara.

    Por ltimo, cabe ressaltar que os documentos originais elaborados pelos GruposTemticos responsveis por eles, encontram-se disponveis na ntegra, para consulta,na CGAC e todas as informaes aqui apresentadas so de inteira responsabilidadedos representantes oficiais das respectivas Cmaras.

    A CGAC

  • Documento Bsico das CmarasSetoriais e Temticas

    As CmarasAs Cmaras Setoriais e Temticas so foros de interlocuo criados pelo

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA para a identificaode oportunidades ao desenvolvimento das cadeias produtivas, definindo aesprioritrias de interesse para o agronegcio brasileiro e seu relacionamento com osmercados interno e externo. Este elo entre governo e setor privado resulta em ummecanismo democrtico e transparente de participao da sociedade na formulaode polticas pblicas.

    As Cmaras Setoriais relacionadas idia de agrupamento de segmentos dacadeia produtiva; e Temticas relacionadas com servios, temas ou reas deconhecimento e atuao no agronegcio tm seus princpios fundamentados emseis conceitos bsicos: eqidade no tratamento entre os diferentes elos das cadeiasprodutivas, qualidade nos servios, garantia da segurana alimentar,competitividade, harmonizao entre os setores e paridade pblico e privado nasua co-gesto.

    Constitudas por representantes de entidades de carter nacional,representativas de produtores, trabalhadores, consumidores, empresrios,autoridades do setor privado e representantes de rgos pblicos, parlamentares,tcnicos governamentais e instituies bancrias, as Cmaras atendem s exignciasde um setor em franco crescimento e que responsvel por uma parcelarepresentativa da economia nacional 27,9% do Produto Interno Bruto, 36% dasexportaes e 37% dos empregos 18 milhes de postos no campo. Seus integrantesdiscutem e propem solues que se refletem em diferentes ramos do setor desde amatria-prima, necessria produo, at a logstica de distribuio, armazenamento,comercializao e exportao.

  • As 30 Cmaras do MAPA

    Existem 30 Cmaras que representam diferentes setores e temas doagronegcio nacional. As Cmaras Setoriais abrangem as Cadeias Produtivas doLeite e Derivados; Carne Bovina; Aves e Sunos; Caprinos e Ovinos; Eqideocultura;Mel e Produtos Apcolas; Fruticultura; Citricultura; Hortalias; Flores e PlantasOrnamentais; Oleaginosas e Biodiesel; Acar e lcool; Cachaa; Fumo; Viticultura,Vinhos e Derivados; Algodo e Derivados; Borracha Natural; Cacau e SistemasFlorestais Renovveis; Arroz; Feijo; Mandioca; Milho e Sorgo; Culturas de Invernoe Agricultura Orgnica. As Cmaras Temticas abrangem Infra-estrutura e Logsticado Agronegcio; Insumos Agropecurios; Agricultura Competitiva e Sustentvel;Financiamento e Seguro do Agronegcio; Negociaes Agrcolas Internacionais;Cincias Agrrias.

    As Cmaras Setoriais e Temticas atuam como estrutura de apoio ao ConselhoNacional de Poltica Agrcola e ao Conselho do Agronegcio. Esses organismoscontribuem com anlises e informaes sobre a conjuntura econmica e social dopas, na identificao de prioridades definidas em planos da macroeconomia,definio de preos mnimos, elaborao de plano de safras, busca de consensopara conflitos e negociaes internas e externas, assim como na definio dos ndicesde produtividade da terra.

  • A Coordenao-Geral de Apoio sCmaras Setoriais e Temticas - CGAC

    A CGAC foi criada pelo Decreto n 5.351, de 21 de janeiro de 2005, com osprincipais objetivos de dotar o MAPA de estrutura adequada para receber,encaminhar e dar respostas s proposies das Cmaras Setoriais e Temticas eestimular as Cmaras a priorizar a discusso de questes estruturais da cadeiaprodutiva, colaborando para a formao de polticas de longo prazo.

    Tem como misso: articular as aes entre as Cmaras Setoriais e Temticase o Governo, tendo em vista atender s demandas do agronegcio em benefcio dasociedade.

    Sua viso ser instrumento de referncia na articulao entre os diferentessegmentos envolvidos nos arranjos produtivos do agronegcio e o governo, capazde responder com eficcia aos desafios da sociedade.

    Como diretrizes; manter as Cmaras atuantes e cumprindo sua misso,motivando a participao da sociedade nas Cmaras e incentivando a criao deCmaras que tenham relevncia para o agronegcio. Alm disso, procura estimulara qualidade da informao oriunda das Cmaras e dar suporte logstico s reuniesdas Cmaras.

    Dentre suas atribuies destacam-se: Coordenar os processos de gesto do suporte tcnico-operacional necessrio ao

    funcionamento dos rgos colegiados e de suas Cmaras.

    Apoiar a manuteno do relacionamento do setor agropecurio com as entidadese rgos vinculados, estabelecidos pelas referidas Cmaras.

    Apoiar o encaminhamento das demandas apresentadas pelas Cmaras, observadasas interfaces com os assuntos da rea de competncia do Ministrio ou demaisreas da administrao pblica.

    Apoiar o intercmbio e o fluxo de informaes entre as Cmaras e os setorespblico e privado do agronegcio.

    Interagir com as Secretarias do MAPA, para articulao das propostas apresentadaspelas Cmaras em relao especificao e elaborao de instrumentos emecanismos tcnicos, econmicos e financeiros para o agronegcio.

  • 12 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de

    Carne Bovina

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

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    HistricoSnia Azevedo Nunes 1

    No dia 1 de maio de 2003 foi instalada em Ribeiro Preto, So Paulo, a CmaraSetorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina. O ento Secretrio Executivo doMinistrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, Amauri Dimarzio, indicoucomo Presidente o representante da CNA, Antenor de Amorim Nogueira e comoSecretrio Executivo o representante da Embrapa, Kepler Euclides Filho, quetiveram seus nomes referendados na 1 Reunio da Cmara, ocorrida em Braslia nodia 27 de maio de 2003. A Cmara constituda oficialmente por 42 instituies eteve sua criao publicada no Dirio Oficial da Unio do dia 28 de novembro de2003 e posteriormente alterada pela Portaria n 15, de 05 de janeiro de 2006.

    O Presidente da Cmara economista, empresrio e produtor rural. Atualmenteocupa o cargo de Presidente do Frum Nacional Permanente de Pecuria de Corteda Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil CNA.

    O Secretrio Executivo engenheiro agrnomo e PhD em melhoramento animal.Ingressou na Embrapa em 1975, liderando a implantao do Programa EmbrapaCarne de Qualidade. Atuou como presidente da Fundao de Apoio aoDesenvolvimento do Ensino, Cincia e Tecnologia do Estado de Mato Grosso doSul, presidente da Sociedade Brasileira de Melhoramento Animal, SecretrioExecutivo do Conselho Assessor Regional da Embrapa, Chefe Adjunto de Pesquisae Desenvolvimento e posteriormente Chefe-geral da Embrapa Gado de Corte.Atualmente Diretor Executivo da Embrapa.

    Como pleitos que passaram pela Cmara e foram solucionados, podemos citar aconsolidao do programa sanitrio de Preveno da Encefalopatia EspongiformeBovina (Doena da Vaca Louca); a Celebrao de Convnios do MAPA com asUnidades Federativas para a execuo das aes de sanidade e a participao ativado setor no processo de reestruturao do SISBOV, conseguindo dentre outrascoisas, tornar voluntria a adeso ao programa.

    As perspectivas para a cadeia produtiva de carne bovina so otimistas, pois contamoscom todas as condies de produzir animais e produtos com a qualidade requerida.Alm disso, existe mercado externo vido por consumo. Para concretizar essasperspectivas, alguns desafios devem ser vencidos pela cadeia, tais como; questessanitrias (aftosa), tecnolgicas, de segurana alimentar e rastreabilidade. Segundoespecialistas e estudiosos, o principal desafio da cadeia produtiva da carne bovina promover a integrao vertical e aliana mercadolgica.

    1 Chefe de Diviso da CGAC/SE/MAPA e Supervisora da Cmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina doConselho do Agronegcio.

  • 14 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Apresentao

    O presente documento estabelece em grandes linhas as prioridades e objetivospara o setor de bovinocultura de corte que demandam polticas tanto pblicas comoprivadas para alavanc-lo, demonstrando a potencialidade de expanso da pecuriano pas.

    Para isto, traa um panorama do setor face ao mercado tanto interno como externo,objetivando fazer o levantamento da situao atual e futura da pecuria bovina decorte e dos principais obstculos a serem vencidos.

    Prope um conjunto de medidas de curto, mdio e longo prazo percebido pelacadeia, como necessrias e mesmo urgentes para o seu desenvolvimento, visandoaumentar a presena da carne bovina no mercado nacional e internacional.

    Incorpora um realinhamento de atuao do setor frente aos novos desafios levando-se em conta, entre outros fatores, o crescimento da demanda por qualidade, oaumento das preocupaes ambientais, os esforos de incluso social e de reduodas assimetrias regionais e a maior utilizao de conhecimento, tecnologia e inovao.

    Antenor de Amorim NogueiraPresidente da Cmara

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

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    Introduobeneficiamento primrio, transporte, distribuioe comercializao; as empresas agroindustriais; asorganizaes no governamentais, rgos declasse, fundaes e representaes setoriais.

    Com a globalizao do mercado, estadimenso extrapola os limites das fronteirasterritoriais, uma vez que aponta para as demandasinternacionais crescentes e cada vez maiscompetitivas. Ressalta-se aqui as questessanitrias, a iminncia de barreiras no-tarifrias,o protecionismo aos mercados internos, a formaode blocos econmicos, como o caso do Mercosule da ALCA.

    Esta agenda um marco inicial para aimplementao de aes concretas, a transio dodiscurso para a prtica, que visem estruturaoda Cadeia Produtiva de Carne Bovina, tornando-amais competitiva e atraente aos investimentos.Este o objetivo desta agenda, suprir solues paraos desafios desta cadeia produtiva.

    Ambiente Externo e InternoEstados Unidos, onde esse nmero est emtorno de 12 milhes. Alm de abastecer ummercado interno de grande magnitude, o Brasilvem se destacando de forma crescente nomercado mundial, tendo alcanado a condiode maior exportador de carne bovina a partirde 2004 , com mais de 2 ,3 mi lhes detoneladas equivalente-carcaa de carne bovinae midos exportados em 2005.

    Essa dimenso da bovinocultura de corte,tanto da carne como do couro, expressa sua grandeimportncia na formao da riqueza doagronegcio brasileiro, alm de empregar mais de7 milhes de trabalhadores.

    O Brasil detm o segundo maior efetivobovino do mundo (em torno de 200 milhes decabeas), sendo superado apenas pela ndia, ondea produo de carne tem importncia reduzida emfuno dos aspectos culturais que interferem noconsumo deste produto. A bovinocultura de cortedesenvolve-se em todo territrio nacional, com asdesigualdades regionais implicando em diferentesestgios de desenvolvimento desta atividade.

    Ocupando uma rea de pastagem aoredor de 225 milhes de hectares, o rebanhobrasileiro produz mais de 8,7 milhes detone ladas equiva lente-carcaa de carnebovina , sendo superado somente pe los

    Mudanas de natureza social, econmica,poltica, cultural, tecnolgica e institucionalcolocam ante a Cadeia Produtiva de Carne Bovina,novos desafios e a necessidade de revisar e ajustarseu referencial em termos de planejamentoestratgico.

    fcil perceber a dimenso que esta agendarepresenta para a Cadeia Produtiva de CarneBovina. Ela permite o direcionamento, aorganizao e a disciplina das discusses dentrodo frum da Cmara Setorial, e mais ainda,demonstra a necessidade urgente de solues aserem postas em prtica pelos rgosgovernamentais; as instituies de pesquisa,universidades e outras instituies de ensino; asinstituies de fomento e de financiamento; asinstituies e empresas de planejamento, extensoe assistncia tcnica; as indstrias de mquinas,equipamentos, insumos, ingredientes eembalagens; as empresas do setor de

  • 16 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Aproximadamente 84% da carne bovinaproduzida no Pas atende ao mercado interno, comum consumo mdio de 37 kg por habitante, porano. Apesar desses nmeros, uma expressivaparcela da populao, limitada pela renda adquire-a em quantidade inferior desejada, o que se refleteem uma alta elasticidade-renda da demanda poreste produto.

    No contexto internacional, as mudanas emcurso na poltica agrcola da Unio Europiaacenam para uma reduo dos subsdios aosprodutores, que, juntamente com os resultados dasnegociaes na Organizao Mundial do Comrcioe a busca de novos mercados, ampliam asoportunidades de exportao da carne bovinabrasileira. Por outro lado, outras barreiras,especialmente as no-tarifrias, tendem a se acirrar,na medida em que as tarifas protecionistas foremreduzidas ou mesmo eliminadas. As questes dasegurana dos alimentos e segurana alimentarpassaro ento a ter importncia crucial no futuro,e uma atuao proativa, visando dotar o pas deinfra-estrutura, recursos humanos e conhecimentosnestas reas, sero fundamentais.

    A cadeia produtiva da carne bovinaapresenta grande heterogeneidade em todos os seuselos, destacando-se, o produtor rural que sediferencia quanto aos recursos naturaisdisponveis, escala, ao uso de tecnologias, capitalizao e ao nvel gerencial. Essadiferenciao, que resulta em problemas e soluesespecficas, tende a continuar no futuro prximo eter que ser levada em conta na formulao deaes de pesquisa, de transferncia de tecnologiase de conhecimentos. A cadeia produtivacaracteriza-se ainda pela necessidade de buscarmais harmonia entre os seus elos, elevando seunvel de coordenao, de forma a aumentar aeqidade na distribuio dos benefcios por elagerados. Neste ponto, exemplar a afirmativa deque os ganhos adicionais proporcionados pelasexportaes de carne no vm sendo repartidosde forma adequada entre os diversos elos da cadeia.Apesar disso, possvel relatar um nmero

    crescente de iniciativas que visam alterar essequadro, como o caso da formao de alianasmercadolgicas e outros arranjos produtivos.

    De maneira geral, o nvel gerencial praticadonas propriedades de pecuria de corte, assim comoem outros elos da cadeia, ainda insatisfatrio,conforme aponta o estudo sobre a cadeia dapecuria de corte realizado em 2000 pelo InstitutoEuvaldo Lodi IEL , Confederao Nacional daAgricultura e Pecuria CNA e ServioBrasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SEBRAE. Isto foi tambm evidenciado porpesquisa realizada em 2004 pelo site BeefPoint,visando identificar os pontos crticos da cadeia dacarne brasileira. A principal questo levantadaestava ligada capacidade gerencial daspropriedades, j que a grande maioria das empresasrurais brasileiras no conhece seu custo deproduo.

    Atrelada carncia gerencial, e apesar daatuao de rgos como o Servio Nacional deAprendizagem Rural SENAR, cujos resultadosrequerem certo tempo de maturao, a mo-de-obra rural ainda pouco qualificada, o que poderser melhor solucionado por meio da formao deparcerias.

    Para atender os requisitos de qualidadedemandados pelos mercados mundiais dealimentos, surge como oportunidade aincorporao de mtodos, tcnicas eprocedimentos do Sistema Agrcola de ProduoIntegrada SAPI , habilitando a Cadeia Produtivade Carne Bovina a oferecer produtos de alto valoragregado com a marca Brasil.

    A globalizao da economia e aintensificao do processo de trocas entre osdiversos mercados, bem como a procura por novosprodutos capazes de dinamizar o mercado e trazerum diferencial que permita enfrentar aconcorrncia, so fatores que podem ser agregadosem benefcio do processo de exportao da carnebovina brasileira.

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

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    Contribuies para a Formulaode Polticas Pblicas e Privadas

    A suspenso da vacinao contra febreaftosa, deve obedecer a critrios sorolgicos paraconstatar ausncia da circulao viral, incluindoavaliao de fronteiras.

    Especial ateno deve ser dada erradicaoda brucelose, tuberculose, raiva e clostridioses norebanho brasileiro.

    Os frigorficos e instalaes industriaisligadas ao processamento da carne bovina tmapresentado adequado nvel de qualidade nosistema de inspeo federal, mas deveriam serinspecionados rotineiramente para garantir ainocuidade e a segurana alimentar da carnetanto para exportao quanto para o mercadointerno. Recomenda-se, entretanto, especialateno para os estabelecimentos abrigadosnos ser vios de inspeo estaduais emunicipais.

    Prioridade deve ser dada regulamentaoda Lei n 9.712/98, em consulta pblica por meioda Portaria n 351/05 do MAPA. Sugere-se oarquivamento do PL n 1.142/2003.

    O setor privado poderia participar docontrole sanitrio complementando o custeio deaes sanitrias.

    RastreabilidadeImplantao do SISBOV

    Integrao do SISBOV com as SecretariasEstaduais de Agricultura;

    Participao efetiva das Agncias deDefesa Sanitria dos Estados;

    Fiscalizao Permanente dasCertificadoras;

    Aspectos Sanitrios Financiamento Adequado s Necessidades

    do Sistema de Defesa Sanitria Animal,com a alocao e liberao de recursos; Erradicao da Febre Aftosa, Brucelose,

    Tuberculose, Raiva e Clostridioses no pas; Inspeo Rigorosa e Rotineira dos

    Frigorficos, Matadouros e InstalaesIndustriais Ligadas Carne Bovina, emnvel Federal, Estadual e Municipal; Regulamentao da Lei n 9.712/98

    (Altera a Lei n 8.171, de 17 de janeiro de1991, acrescentando-lhe dispositivosreferentes Defesa Agropecuria); Participao do Setor Privado no

    Financiamento de Aes ao Sistema deDefesa Sanitria Animal.

    necessria a deciso explcita do MAPAno apoio, participao estratgica e financeira pararecuperar e melhorar a eficincia do sistema dedefesa sanitria animal, alocando e liberando osrecursos necessrios. Para isto, torna-se imperiosoestabelecer o conceito de autoridade sanitriapermanente e mostrar de maneira clara que aquesto sanitria deciso poltica de governo edeve ser seguida impreterivelmente.

    essencial a erradicao da febre aftosa nopas. Para tanto, os Estados dos circuitos pecuriosdo Norte e Nordeste devem ser rapidamenteincorporados ao Plano Nacional de Erradicaoda Febre Aftosa PNEFA, para que se atinja ameta continental de at 2010 ter toda a Amricado Sul livre da enfermidade, conforme meta doGrupo Interamericano de Erradicao da FebreAftosa GIEFA.

  • 18 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Integrao das Bases de Dados em umnico Sistema.

    A aprovao da reviso do SISBOV,unificou as diferentes Instrues Normativasdando uma unicidade ao sistema. Contudo,a sua implantao precisa ser feita semretrocessos para no desacreditar oinstrumento.

    A orientao do SISBOV obrigando aidentificao dos animais exportados paramercados que exigem rastreabilidade, trarcredibilidade ao sistema brasileiro,permitindo a mdio prazo estender essaexigncia a todos os animais exportados.Este sistema deve permitir a rastreabilidade,desde a fazenda at o consumidor. Para omercado interno, a rastreabilidade deve serdiscutida entre os agentes econmicos dacadeia.

    A informatizao e a integrao entre assecretarias estaduais de agricultura com oSISBOV essencial para uma adequadarastreabilidade.

    A participao das Agncias de Defesa dosEstados fundamental neste processo.

    A integrao das bases de dados em umsistema nico que permita a facilidade decomunicao fundamental para a eficinciae a fiscalizao.

    Medidas Mercadolgicas Estimular o Uso de Produtos Carneos em

    Programas Governamentais, como porexemplo: a Incluso de Carne Processadana Merenda Escolar;

    Aes de Marketing Dirigidas aConsumidores da Terceira Idade e aPopulao Jovem;

    Promoo e Divulgao do ValorNutricional e dos Benefcios do Consumode Carne;

    Estratgias de Comercializao peloSistema de Peso Vivo;

    Novos Mecanismos de Comercializao,Especialmente o Mercado Futuro;

    Programa de Qualidade da Indstria paraPremiar Fornecedores;

    Introduzir Efetivamente a Classificao deCarcaas na Comercializao dos Bovinose Remunerao Diferenciada para Carnesmais Tenras de Raas Zebunas;

    Ampliao de Mercados e Eliminao dasRestries s Exportaes da CarneBrasileira;

    Incentivo a Presena de IndstriasFrigorficas em Novas RegiesExportadoras;

    Criao de um Ncleo de Especialistas deDiferentes Seguimentos com Viso deFuturo e de Integrao da Cadeia.

    A expanso do consumo de carne bovinano mercado interno bras i le i ro umaprioridade, pois responde por mais de 70% daproduo. Para tanto, necessria a inclusoda carne processada na merenda escolar paracriar hbitos de consumo na populao jovem. importante tambm que a cadeia produtivase preocupe com o consumidor da terceiraidade.

    Para aumentar a competitividade da carnebovina, o segmento recomenda esforosmercadolgicos para a elevao do consumo doscortes de dianteiro.

    Investimentos na promoo e na divulgaodo consumo de carne, mostrando seus benefciospara uma nutrio adequada e saudvel devem serrotineiros.

    A modalidade de comercializao tambmpelo sistema de peso vivo deve ser estudada entreos agentes da cadeia.

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

    19

    Devem-se incentivar novas modalidades decomercializao na pecuria, objetivando adiminuio dos riscos, especialmente com autilizao de mecanismos de mercado futuro.

    A indstria deve desenvolver programas dequalidade para incentivar e premiar seusfornecedores de matria-prima tanto na evoluoqualitativa da produo, quanto na suapontualidade.

    As classificaes de carcaas e de couros,devem ser estabelecidas para que os produtorespossam ter parmetros para a correta avaliao deseus desempenhos zootcnicos.

    A busca de carne mais tenra, principalmentenas raas zebunas, absolutamente indispensvel,tanto para o segmento Premium do mercadonacional, como para exportaes. Deve, portanto,ser incentivada, divulgada e constituir critrio demelhor remunerao ao produtor.

    Deve-se buscar a ampliao de mercados ea reduo at a eliminao completa das restries carne bovina brasileira nas exportaes.

    Deve-se incent ivar a presena decooperat ivas de abate e de indstr iasfrigorficas de elevados padres tecnolgicos esanitrios nas novas regies exportadoras, ouseja, livres de febre aftosa, como forma demanuteno e ampliao da competitividade dacarne bovina brasileira nos mercados interno eexterno (distr ibuio estratgica dosfrigorficos).

    Um ncleo estratgico formado porespecialistas nos diferentes segmentos da pecuriade corte e articulado pela Cmara Setorial daCadeia Produtiva de Carne Bovina, seria ideal paradelinear e manter uma viso de futuro para a carnebrasileira, abrangendo maior integrao da cadeia,unificao de previses, valorizao docomponente ecolgico e distribuio maisharmnica de resultados.

    Pesquisa, Desenvolvimento eInovao (P, D & I)

    Modelagem de Sistemas de Produo;

    Zoneamento Agroecolgico;

    Avaliao e Desenvolvimento deGentipos para Diferentes Caractersticasde Produo e de Resistncia de Doenase Parasitas;

    Desenvolvimento e Avaliao de NovasVariedades de Forrageiras;

    Melhoria do Sistema de IntegraoLavoura-Pecuria;

    Avaliao e Aproveitamento deSubprodutos;

    Desenvolvimento e Aplicao de Mtodose Diagnsticos e de Controle das PrincipaisDoenas;

    Mtodos e Tcnicas de ReproduoAvanada;

    Avaliao e Alternativas para Disposioe Utilizao de Resduos;

    Desenvolvimento e Avaliao de Mtodosde Identificao e Rastreamento deAnimais e dos Produtos Finais;

    Desenvolvimento de Alternativas eMtodos para Melhoria do Abate e doProcessamento de Carnes e de Couro;

    Desenvolvimento de Sistema deClassificao e Tipificao de Carcaa;

    Avaliao do Valor Nutritivo eComposio dos Alimentos;

    Estabelecimento de ExignciasNutricionais dos Bovinos;

    Avaliao de Resduos nos ProdutosCarneos, Uso e Restries de Parasiticidas,Aditivos e Promotores de Crescimento;

  • 20 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Produo/Desenvolvimento deEmbalagens de Bom Desempenho e deCusto Compatveis; Produo/Desenvolvimento de

    Equipamentos para os Diferentes Setoresda Indstria e da Produo; Desenvolvimento de Novos Produtos no

    Processamento de Carnes.

    A rea de P, D & I crucial para o setor,porque dela depende os incrementos tecnolgicosque faro com que sejam atendidas as aspiraesdos consumidores e conseqentemente, o aumentona competitividade de toda a cadeia produtiva.

    A reao a esse conjunto de demandas exigea intensificao de parcerias com instituiespblicas e privadas. Essas parcerias devero buscara complementaridade na realizao de estudos emreas de ponta, como a biotecnologia, assim comona difuso dos produtos oriundos da pesquisa, queprecisam atingir uma maior parcela do pblico-alvoem tempo adequado. Alm disso, surge comoimportante desafio operacionalizar o conceito desustentabilidade por meio de modelos de pesquisae desenvolvimento e de assistncia tcnica queincorporem o requisito economicamente vivel,socialmente justo e ambientalmente correto.Quanto a este ltimo, tende a aumentar a buscapor informaes tcnico-cientficas que permitamdelinear modelos de produo de carne bovina queconsiderem fatores como a valorizao dabiodiversidade e do seqestro de carbono,possibilitando a negociao deste ltimo comliquidez internacional.

    Questo Tributria Soluo dos Problemas Tributrios em

    nvel Federal, Estadual e Municipal.

    A soluo dos problemas tributrios dacadeia prioridade para assegurar maiorformalizao dos negcios e pode concorrer paramaior expanso do mercado.

    Crdito e Endividamento Rural Crdito Suficiente e com Juros

    Compatveis; Negociao do Endividamento do Setor.

    A oferta de recursos pelo Sistema Nacionalde Crdito Rural, a juros mais baratos, fundamental e precisa ser disponibilizada emquantidades suficientes, que supra o aumento daproduo pecuria com capital de giro suficiente erecursos de investimentos que possam atender aoincremento de tecnologia que suporte acompetitividade do Setor.

    As questes relativas ao endividamento dosetor que se agrava com a queda expressiva dopreo da carne no mercado interno e as restriesde importaes do mercado externo, precisam serequacionadas.

    Distores entre os Elos da Cadeia Harmonizao dos Elos da Cadeia; Distribuio Equilibrada dos Ganhos; Estratgia de Implantao de Cooperativas

    de Abate; Organizao dos Frigorficos Baseada no

    Sistema de Integrao Semelhana aoExistente nas Cadeias Produtivas deSunos e Aves.

    A falta de harmonia e de distribuioequilibrada dos ganhos entre os diferentes elos dacadeia produtiva de carne bovina traz prejuzos atodo o setor, sendo necessrias intermediao enegociao da rea governamental para oentendimento por resultados positivos, tornandoa cadeia mais unida e o setor mais competitivo.

    Negociaes Internacionais Elaborao de Estudos que Suportem

    Negociaes Profissionais comOrganismos Internacionais;

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

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    Integrao entre o Setor Pblico e Privadopara Definio de Estratgias deNegociaes Internacionais.

    A integrao em blocos econmicos, aproteo no-tarifria dos pases importadores e ahamornizao do aparato regulatrio emorganismos internacionais como: OMC, OIE; tmtrazido dificuldades na venda dos produtos carneosno mercado internacional, principalmente emdecorrncia de focos de doenas como a FebreAftosa, necessitando de uma estratgia planejadae integrada entre o setor pblico e privado comtrabalhos e estudos que suportem uma negociaoprofissional nas rodadas da OMC no mbito doMercosul, Unio Europia, bem como outrosfruns e mercados.

    Capacitao Definio de uma Poltica de

    Treinamento/Capacitao para osDiferentes Elos da Cadeia.

    A Cadeia Produtiva da Carne Bovinadepende de treinamento contnuo dos diferenteselos da cadeia, com cursos tcnicos, tericos eprticos, envolvendo parcerias principalmentecom o SENAR, SEBRAE, SENAI, SESC,Instituto de Pesquisa Tecnolgica, Embrapa eUniversidades.

    A rea de gesto e de administrao defazendas e de frigorficos tambm carecem depessoas capacitadas para fortalecer o negcio dacarne bovina no Brasil.

    Grupo TemticoResponsvel pela Elaborao doDocumentoCoordenao Antenor de Amorim Nogueira CNA Kepler Euclides Filho EmbrapaColaborao Fernando Antonio Arajo Campos Embrapa Paulo Srgio Mustefaga CNA Sebastio Costa Guedes CNPC

    Entidades e rgosque Compem a Cmara Associao Brasileira das Indstrias Exportadoras de Carnes ABIEC Associao Brasileira de Criadores ABC

  • 22 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Associao Brasileira de Criadores de Bfalos ABCB Associao Brasileira de Frigorficos ABRAFRIGO Associao Brasileira de Hereford e Braford ABHB Associao Brasileira de Inseminao Artificial ASBIA Associao Brasileira de Novilho Precoce ABNP Associao Brasileira de Pecuria Orgnica ABPO Associao Brasileira de Supermercados ABRAS Associao Brasileira dos Criadores de Zebu ABCZ Associao Brasileira dos Produtores de Sementes ABRASEM Associao das Empresas de Certificao e Rastreabilidade Agropecuria ACERTA Associao Nacional de Criadores Herd Book Collares ANC Associao Nacional dos Confinadores ASSOCON Associao Sulamericana de Produtores de Gelatina SAGMA Banco do Brasil S/A BB Centro das Indstrias de Curtumes do Brasil CICB Comisso de Agricultura e Reforma Agrria do Senado Federal CRA Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural

    da Cmara dos Deputados CAPADR Companhia Nacional do Abastecimento CONAB Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil CNA Confederao Nacional dos Trabalhadores na Agricultura CONTAG Conselho Nacional de Pecuria de Corte CNPC Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EMBRAPA Federao Brasileira de Bancos FEBRABAN Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA

    Secretaria de Defesa Agropecuria SDASecretaria de Desenvolvimento Agropecurio e Cooperativismo SDCSecretaria de Poltica Agrcola SPASecretaria de Relaes Internacionais do Agronegcio SRISecretaria Executiva SE

    Ministrio da Cincia e Tecnologia MCT Ministrio da Fazenda MF Ministrio do Desenvolvimento Agrrio MDA Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC Ministrio do Meio Ambiente MMA Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto MP Organizao das Cooperativas Brasileiras OCB Servio de Informao da Carne SIC Sindicato Nacional da Indstria de Alimentao Animal SINDIRAES Sindicato Nacional da Indstria de Produtos para Sade Animal SINDAN Sociedade Rural Brasileira SRB Unio Nacional do Comrcio Varejista de Carnes e Derivados UNICARNES

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

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    BibliografiaConsultadaCONSELHO NACIONAL DA PECURIA DE CORTE CNPC. Relatrio doGrupo de Trabalho da Carne Bovina. So Paulo-SP. Out./2005.

    EMBRAPA. III Plano Diretor da Embrapa Gado de Corte, 2004-2007. EmbrapaGado de Corte. Campo Grande, MS, 2005. 23 p.

    EUCLIDES FILHO, K., ALENCAR, M.M., CEZAR, I.M., FVERO, J.A.,VASCONCELOS, V.R., COLLARES, R.S. Cadeias produtivas como plataformaspara o desenvolvimento da cincia, da tecnologia e da inovao. EmbrapaGado de Corte; Campo Grande, MS, 2002. 133 p.

  • 24 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do

    Acar e do lcool

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

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    HistricoFabrcio Vieira Juntolli1

    A Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Acar e do lcool, foi instalada em 26de maio de 2003 no Auditrio Maior do Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento, em Braslia, DF. Na ocasio, o ento Ministro Roberto Rodriguesindicou para a presidncia da Cmara o representante da Associao Brasileira doAgronegcio ABAG, Luiz Carlos Corra Carvalho e para o cargo de SecretarioExecutivo ngelo Bressan Filho, da Secretaria de Produo e Agroenergia SPAE/MAPA, nomes que foram referendados pelo plenrio da Cmara em sua primeirareunio ordinria.

    O Presidente da Cmara Engenheiro Agrnomo, ps-graduado em Agronomia eem Administrao, Diretor da CANAPLAN, empresa de consultoria e projetospara o setor sucroalcooleiro, Diretor de Relaes com o Mercado das Usinas doGrupo Alto Alegre S/A e Diretor da Associao Brasileira de Agribusiness ABAGdesde maro de 2004. tambm Coordenador da Sub-Comisso deBiocombustveis, da Cmara Brasil-Alemanha, Conselheiro do Centro de TecnologiaCanavieira e da Fundao de Estudos Agrrios Luiz de Queiroz da Universidadede So Paulo. tambm membro da Cmara Consultiva de Acar e lcool daBolsa de Mercadorias & Futuros e Membro do Conselho Deliberativo da Unio dosProdutores de Bioenergia UDOP.

    O Secretrio Executivo da Cmara Mestre em Economia pela Universidade deSo Paulo, Diretor do Departamento da Cana-de-Acar e Agroenergia da Secretariade Produo e Agroenergia do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    A Cmara foi criada pela Portaria n 154, de 2 de julho de 2004, e posteriormentealterada pela Portaria n 12, de 5 de janeiro de 2006. Quarenta e sete representantesde rgo e entidades dos diversos segmentos da cadeia produtiva compem a Cmara.

    Dos canaviais espalhados pelas regies Centro-Sul e Nordeste o Brasil extrai doisdos seus principais produtos do agronegcio o acar e o lcool, com uma dasmais modernas plantas de usinas de acar e de destilarias de lcool. O Pas hojeo maior plo sucroalcooleiro do planeta, liderando o ranking global de produo eexportao do setor. A busca pelos biocombustveis, substncias que respondem sregulamentaes do Protocolo de Kyoto e os altos preos do petrleo fazem crescerum setor em potencial: o mercado internacional do lcool.

    Poucos setores apresentam, na atualidade, tamanha expressividade econmica esocial como o que tem a cadeia produtiva da cana-de-acar. Por sua presena nasmais diversas regies do Brasil e por seu potencial de expanso e de ajuste aosnovos tempos, ela um caso nico de identidade cultural, que promove cidadaniaao gerar empregos e renda e impulsionar o progresso.

    1 Chefe de Diviso da CGAC/SE/MAPA e Supervisor da Cmara Setorial da Cadeia Produtiva do Acar e do lcooldo Conselho do Agronegcio.

  • 26 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Apresentao

    A agroindstria da cana-de-acar lidera, mundialmente, um dos mais positivosexemplos da integrao da agricultura de alimentos e a de energia. Respondendopor mais de 40% do consumo de combustveis do Ciclo Otto (gasolina, lcool e gsnatural) no Brasil, esse setor brasileiro tambm lder na produo de acar e nouso das fibras da cana para a produo de energia eltrica.

    Mas isso ainda o comeo. Com excelentes estruturas pblica e privada paraPesquisa & Desenvolvimento no setor, o potencial de ganhos de eficincia no Brasilvem se revelando, na prtica, a taxas acima de 3% ao ano nos ltimos 30 anos. spossibilidades de continuidade nesse ritmo na produtividade no modeloconvencional de produo deve se somar a prxima futura produo de etanol apartir das celuloses da cana, alm do uso das suas folhas para ainda maior oferta deenergia.

    O presente documento procura caracterizar os esforos da Cmara Setorial daCadeia Produtiva do Acar e do lcool no apoio ao Ministrio da Agricultura,Pecuria e Abastecimento na implantao de polticas pblicas positivas aos ganhosde eficincia fundamentais, assim como na abertura dos mercados dos vrios pases,transformando o etanol em commodity.

    Luiz Carlos Corra CarvalhoPresidente da Cmara

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

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    Introduotravados ao nvel da Organizao Mundial doComrcio OMC. O peso do Brasil no mercadolivre internacional do acar superior a 1/3 dototal comercializado anualmente e, no caso dolcool, acima de 50%.

    Com estruturas pbl icas e pr ivadascapacitadas, o setor brasileiro da cana-de-acar top no mundo do acar e dolcool.

    essencial o entendimento da cadeiaprodutiva da cana-de-acar, na medida em queos seus participantes operam, talvez, uma dasmais complexas cadeias do agronegcio, comprodutos voltados alimentao, energia eprodutos na rea qumica, tanto no mercadointerno como no internacional.

    O Brasil lder mundial de todos os produtosdesta cadeia e presena importante nos debates

    Ambiente Externo e InternoA cana-de-acar a essncia brasileira da

    agricultura energtica, graas a sua fantsticacapacidade fotossinttica. Um hectare de cana, emtermos lquidos, tem potencial energtico deproduzir cerca de 70 barris de petrleo equivalente.No caso brasileiro, sem irrigao e com irrigao,atinge-se 100 barris equivalentes de petrleo porhectare colhido.

    O Brasil um caso claro da importncia doetanol em termos energtico e estratgico: Na IIGuerra Mundial, pelas dificuldades de importaode petrleo, quase 50% da mobilidade dosbrasileiros foi obtida graas ao etanol misturado gasolina; hoje, anualmente, graas cana-de-acar e seus produtos etanol e bagao, reduz-seas emisses de carbono em cerca de 20% do totalemitido pelas fontes fsseis de energia. A cana-de-acar atende ao mercado alimentar e aoenergtico. Para o alimentar, a diferena asacarose e o melao, para o energtico, o etanol eo CO2.

    Para competir com a gasolina, com preosfixados pelo governo na refinaria (e livres a partirda), no havia outro caminho para o produtor de

    etanol que no fosse a procura efetiva dacompetitividade. At 1997, houve suportegovernamental ao etanol. Desde ento, no h nadaalm da lei obrigatria do uso do etanol na gasolina(20 a 25%), da no incidncia de uma taxa federal(CIDE) no etanol hidratado e do menor impostofederal (IPI) nos carros movidos a etanol ou oscarros FFV. O fato que o etanol, quandomisturado gasolina, reduz o seu preo aoconsumidor. Hoje, 40% do Ciclo Otto no Brasil demanda atendida pelo etanol.

    Isso faz com que a matriz energticabrasileira de combustveis veiculares, em 2005,mostrava 17% etanol; 25,6% gasolina A (semetanol); 54,5% diesel e 2,9% gs natural. Em2004, o etanol respondeu com 15,4%. A frotabrasileira de cerca de 21 milhes de veculosleves, sendo 17 milhes movidos gasolina, cercade 2,5 milhes movidos exclusivamente a etanole 1,3 milho de carros FFV, quase que todo otempo movidos a etanol. As vendas mensais dosFFV j respondem por cerca de 80% e, nessavelocidade, os FFV se aproximaro rapidamentede 90% com forte queda nas vendas dos veculos

  • 28 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    movidos a gasohol e mesmo os movidosunicamente a etanol.

    Desde 1975, o uso do etanol no Brasil temeconomizado de forma efetiva o uso de gasolina.No perodo de 30 anos, a economia foi de 1,09bilho de barris equivalentes de petrleo ou cercade 2 anos da produo atual de petrleo no Brasil.Alm de ter permitido a reduo de 615 milhesde toneladas de CO2 emitidas, o etanol foi degrande importncia para que o Brasil viesse aatingir a sua auto-suficincia em petrleo no anode 2006.

    interessante observar que em 1997, apsa liberao do etanol s regras do mercado, queveio a ocorrer infelizmente em momento deexcedentes de produo do produto, os preosmostraram queda livre e houve grande pressoem termos do enxugamento setorial (fuses eaquisies) e da reduo dos custos operacionais.Houve queda do consumo do lcool para veculosdedicados, at que alguns novos fatoresocorreram: 1) o lanamento dos carros FFV,verdadeira ruptura na lgica da queda de consumodo etanol hidratado; 2) os preos do petrleo eda gasolina, associados cristalizao danecessidade de medidas voltadas reduo dasemisses dos gases do efeito estufa; 3) ocrescimento do mercado internacional do etanol,que muda, para o Brasil, do patamar de 400milhes de litros para 2,5 bilhes de litros em2005/06 e provavelmente 3,5 bilhes de litrosem 2006/07.

    O aprendizado maior foi que a tecnologiafaz mudar as tendncias. Em termos porcentuais,de 32% em dezembro de 2004, chega-se a 70%em dezembro de 2005 e a 78% em 2006. Emtermos comparativos, j se vende mais carros FFVno Brasil do que se vendeu os E100 no auge dasvendas dos chamados carros a lcool na dcadade 1980. Pelas anlises de mercado, os fatoressegurana e inovao tecnolgica so os queexplicam a reao do consumidor brasileiro, que

    v esse novo perodo como uma transio nadireo de algo mais definitivo, como a futuraeconomia do hidrognio.

    A grande disputa que se v no mercadobrasileiro a travada entre os carros FFV e osmovidos a gasolina. Desde meados de 2005 aliderana dos FFV absoluta. interessanteobservar que como a gasolina acaba tendo maiorenergia por unidade, o desenvolvimento domercado far-se- em funo da comparao dospreos na bomba. O que aprendemos que emcondies semelhantes, o consumidor brasileiroopta pelo consumo do etanol. o que justifica acontinuidade do elevado consumo de etanolmesmo quando no incio de 2006 os preoschegaram na bomba a 70% dos preos dagasolina.

    Nos ltimos 2 anos, pode-se notarclaramente o crescimento do consumo do etanolno mercado interno brasileiro, com nfase nocarro FFV. Ao final do 1 trimestre do ano de2006 observa-se a reduo da demanda do etanolanidro pela deciso do governo brasileiro, dadiminuio, na lei, do nvel de lcool anidro namistura com a gasolina (de 25% para 20%). Talse fez face queda de oferta de cana pelo efeitoseca, tanto no Centro/Sul como na regioNordeste do pas. Afinal, o lcool anidro parteda gasolina e no pode haver risco de falta.

    A lgica do processo de substituio dagasolina (e do lcool anidro a ela misturado) pelolcool hidratado, mostra uma evoluoexpressiva. Se por um lado cresce a oferta e ouso total do etanol no Brasil, cai a participaodo lcool misturado gasolina. Essa tendncia fundamental para se entender as projees dedemanda de etanol no Brasil. Na medida em queo petrleo e a gasolina internacionais se mantmem nveis elevados de preos, o etanol consolidaa sua posio, principalmente com os ganhos deeficincia que se observam a cada ano.

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

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    Ainda para caracterizar a forte presso dademanda por etanol no mercado interno brasileiro,os estoques fsicos em duas safras a 2004/05 e arecm terminada 2005/06, observou-se que osestoques de etanol na ltima safra superam aanterior at o ms de janeiro de 2006, evidenciandoclaramente o efeito do crescimento da demandade etanol, assim como a presso sobre os estoquesfsicos.

    Como competidor direto, a gasolina tem dadoimportante espao de crescimento para a demandade etanol. Por outro lado, seus preos elevadostrouxeram como conseqncia, importante subidanos preos internacionais do etanol. No perodo2005/06 a volatilidade dos preos do etanol foimuito importante e, de algum modo, desenhaimportante quebra de paradigma: o etanolcarburante passou a ter elevado valor no mercadointernacional.

    A opo pelo consumidor, verifica-se narelao de preos entre a gasolina e o etanolhidratado, na bomba dos Postos de Revenda. Nosltimos 3 anos, uma banda de preos do etanolem relao gasolina entre 40% e 70% favoreceuo consumidor de etanol. At 70% do preo dagasolina, considera-se economicamenteinteressante o uso do etanol. Isso explica o xitodo crescimento das vendas dos carros FFV e aopo do consumidor pelo uso do etanol. Apenasna safra 2005/06, o consumo de etanol cresceu1,2 bilho de litros no Brasil.

    Com a caracterstica de elevada volatilidadede preos, os ltimos cinco perodos de safra emcondies de mercado, mostram diferenaspronunciadas e de difcil previso. Afinal, umnovo mercado que vive importante transio.Como condio normal, os preos do lcool caemno incio da safra e sobem na fase final de produo,quando no h excedentes sem colocao nomercado. Como o mercado internacional nomostrava resposta, os preos oscilavam duranteos 12 meses. Em 2005/06, alm dos preos

    elevados da gasolina, ocorreu a subida espetaculardos preos do acar no mercado internacional eo lcool subiu de forma inesperada. Muitos noentenderam o que se passava: de uma forma clara,o efeito petrleo puxa os preos das commodities,em especial as que se referem ao mercado deenergia.

    Esse crescimento da demanda de etanol,no Brasil, nos EUA e no mercado internacional,est gerando investimentos nos EUA e no Brasilem novas plantas industriais. A capacidade ociosaexistente no Brasil terminar entre 2006 e 2007.Toda a nova produo vir de novas unidadesem construo. Foram 348 plantas em 2005/06;sero 359 na safra 2006/07; 378 plantas em2007/08; 392 em 2008/09; 407 em 2009/10 e416 em 2010/11, saindo de uma moagem de 386milhes de toneladas de cana para 560 milhesde toneladas em 2010/11. Esse salto de ofertaocorre nos estados do Centro-Sul brasileiro,inicialmente com maior expanso no Estado deSo Paulo. Ou seja, aps 2005 e 2006, ascondies de oferta do produto, no Brasil, seromuito mais expressivas.

    Para os prximos 5 anos pode-se antever ocrescimento da oferta de cana-de-acar (que devecrescer 7,68% ao ano), assim como de acar (4,5%ao ano), de etanol (9,82% ao ano) e o crescimentoda rea com cana-de-acar (5,67% ao ano). Nocaso, considerou-se ao final da dcada atual, o novopatamar de exportao de etanol pelo Brasil, aoredor de 5 bilhes de litros. Da para a frente, asprojees de oferta precisam considerar asmudanas tecnolgicas que viro de formaimportantssima. Esse o aspecto dodesenvolvimento sustentado dessa agroindstria.

    Como exemplo, baseados na cana-de-acare nas expectativas brasileiras, para ter 10% doetanol em toda a gasolina utilizada no mundo em2002, seriam necessrios 152 bilhes de litros em2002 e 225 bilhes de litros em 2025 (consideradoque 1 litro de gasolina equivaleria a 1,3 litros de

  • 30 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    etanol). A rea de cana necessria, apesar docrescimento da demanda de etanol em 70 bilhesde litros, reduzir-se-ia. O importante, nesseexemplo, mostrar que as projees de longo prazosem a avaliao das mudanas tecnolgicas criamimpactos que no ocorrero. Essa uma condioessencial para o entendimento da sustentabilidadeda proposta da substituio da gasolina peloagronegcio.

    No Brasil, as mudanas tecnolgicas vieramem forma de ondas, como nos anos 1970 quandoforam aceleradas dramaticamente os esforos comPesquisa & Desenvolvimento em etanol no Brasil;os anos 1980 mostraram evoluo das novasvariedades de cana e o lanamento dos carrosmovidos a lcool; nos anos 1990 a learning curve jmostrava sensvel reduo dos custos de produodo etanol e em 2003 surgem os carros FFV comos seus impactos j comentados. A grande ondaverde, a do H2, seguiria definitivamente o sentidocontrrio daquela do esgotamento do petrleo. Deagora at l iremos percorrer um longo perodo detransio com melhorias sensveis nos camposagrcola e industrial.

    As bases para as projees apresentadasseguem a conservadora lgica dos ganhosanuais mdios obtidos at ento. Isso leva aosnovos nmeros de produt iv idade e deef ic inc ia em 2015 e 2025 . Tambmimportante, sero as possibilidades das fibrasno bagao e nas palhas de cana nesse perodo,com as mudanas tecnolgicas que serotrazidas pela hidrlise.

    Para essas projees definiu-se que oprocesso se iniciar, de fato, em 2015 (25% debagao e 25% de palhas utilizadas) e em 2025(50% de bagao e 50% de palhas utilizadas). Aseficincias globais de processo devero ser de 220litros de etanol por tonelada de fibra na base damatria seca em 2015 e 300 litros em 2025. Para oprocesso, utilizar-se- 10% da fibra gerada.

    Como conseqncia das definies dadas, a

    evoluo dos rendimentos, na linha convencional,vai de 85 l/t de cana a 109 l/t de cana em 2025; ahidrlise, a partir de 2015, agrega 14 l/t cana em2015 e 37 l/t cana em 2025. Ao se verificar aproduo por hectare, tem-se a evoluo de 6.000l/ha em 2005 passando para 9.300 l/ha em 2015e 13.900 l/ha em 2025. Os impactos decorrentesdesse esforo caracterizaro o etanol comoextremamente competitivo, com maior produopor hectare e, como conseqncia, menor ser area cultivada com a cana-de-acar. Os dadosconfirmam as posies da IEA (InternationalEnergy Agency) de que os renovveis claramentepodero substituir os combustveis fsseis.

    Traduzindo em nmeros brutos, a reacom a cana-de-acar cresce at 2015, mesmocom os ganhos normais de eficincia. A anliseconsidera tambm o atendimento ao mercadode acar. O crescimento da rea em 2025sobre 2015 mnimo, considerado o enormeaumento na oferta, tanto para o mercadointerno com para exportaes, crescentes. Esse o futuro dos biocombustveis, cuja velocidadedepender da rpida transformao do etanole do biodiesel em commodities sem barreiras demercado, como o petrleo, a gasolina, o diesel,e outros.

    As mudanas sempre dependem de umnorte que se define. A cana-de-acar tantopode ser colocada com base em acares oucom base em energia. J h tipos de canas quepodem gerar o dobro da produo de energiaprimria (em GJ/ha/ano) se a meta for fibra.

    Dos seus 850 milhes de hectares, o Brasilusa apenas 7% para agricultura; 35% comopastagens e 55% so florestas. A cana-de-acarusa 0,6% da rea do Brasil (metade para a produode etanol); as reas consideradas adequadas paraa sua expanso (sem irrigao) correspondem a 270milhes de hectares segundo estudo da Unicampe CTC ( claro que se considerada a irrigao oporcentual bem superior). Nas ltimas dcadas

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

    31

    3) Os principais programas nacionaisasseguram o crescimento futuro;

    4) Polticas mais vigorosas podero reduzira taxa de aumento da demanda e deemisses, de forma significativa;

    5) Etanol na sua forma pura ou em blendscom combustveis fsseis ir se tornarcrescentemente uma commodity de energia;

    6) Mercados de etanol no combustvelestaro separados;

    7) A curva de oferta mundial futura irrefletir uma crescente banda de preos;

    8) Um sistema realmente sustentvel deenergia chamar por mais rpidastecnologias geradas e aplicadas.

    a cultura da cana-de-acar cresceu no Centro-Sul;de 1992 a 2003, 94% da expanso ocorreu emtorno das unidades produtoras existentes. O usodos cerrados (25% do territrio nacional) foirelativamente pequeno.

    Para finalizar:1) As projees das tendncias do mercado

    e altos preos do petrleo geram sriaspreocupaes: Impactos negativos no crescimento

    econmico;

    Aumento da vulnerabilidade s interrupesde oferta;

    Crescente aumento das emisses de CO2.2) Os elevados preos do petrleo deram

    significativo apoio ao aquecimento domercado de etanol;

    Contribuies para a Formulaode Polticas Pblicas e Privadas

    Perodo 2006/2010Curto Prazo

    Constante balano oferta/demanda deetanol e acar, mercado interno e externo;

    A questo do PIS/COFINS incidente noetanol (h a lei, falta a regulamentao),permitindo viabilidade de atuao de outros atoresno mercado;

    As negociaes de recursos Brasil/Japo(MAPA JBIC BNDES) visandocompetitividade na expanso setorial;

    Marco Regulatrio visando questes-chaveao equilbrio do setor:

    Liquidez ao contrato futuro de lcool;

    Estoques formao e modelo; Continuidade de aes visando

    caracterizar, em nvel mundial, asustentabilidade do etanol derivado dacana-de-acar; Reunies/Palestras na Europa, sia e

    frica; Reunies com a IEA International

    Energy Agency; Encontros planejados com o Banco

    Mundial, IICA e BID; Divulgao positiva do etanol.

    Permitir maior rapidez na estrutura doMAPA para informaes quinzenais processadas(recebidas das unidades produtoras) em tempohbil a todos os setores.

  • 32 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Mdio e Longo Prazos Trabalhar a transformao do etanol em

    commodity; Recursos externos (capital) na expanso da

    oferta de etanol no Brasil; Pesquisa & Desenvolvimento;

    Defesa do Acar; Crditos de Carbono e Mecanismo de

    Desenvolvimento Limpo MDL; Certificaes dos produtos setoriais; Acesso aos mercados.

    Grupo TemticoResponsvel pela Elaborao doDocumentoCoordenao Luiz Carlos Corra Carvalho ABAG ngelo Bressan Filho SPAE/MAPA

    Entidades e rgosque Compem a Cmara Associao dos Fornecedores de Cana da Regio de Campo Florido MG CANACAMPO Assessoria de Gesto Estratgica AGE /MAPA Associao Brasileira das Indstrias de Base ABDIB Associao Nacional para Difuso do Adubo ANDA Associao Brasileira das Indstrias de Chocolate, Cacau, Balas e Derivados ABICAB Associao Brasileira do Agribusiness ABAG Associao Nacional dos Fabricantes de Veculos Automotores ANFAVEA Associao Brasileira de Empresas Trading ABECE Associao Brasileira da Indstria de lcool ALCO Associao Brasileira das Indstrias de Alimentao ABIA Agncia Nacional do Petrleo ANP Banco do Brasil S/A BB Companhia Nacional do Abastecimento CONAB Comisso de Agricultura e Reforma Agrria do Senado Federal CRA Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

    33

    da Cmara dos Deputados CAPADR Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil CNA Confederao Nacional dos Trabalhadores na Agricultura CONTAG Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EMBRAPA Federao Brasileira de Bancos FEBRABAN Federao dos Plantadores de Cana do Brasil FEPLANA Federao Nacional dos Distribuidores de Veculos Automotores FENABRAVE Federao Nacional do Comrcio Varejista de Combustveis e Lubrificantes FECOMBUSTVEIS Fora Sindical FORA SINDICAL Fundies de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras SIMESPI Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA

    Secretaria de Defesa Agropecuria SDASecretaria de Desenvolvimento Agropecurio e Cooperativismo SDCSecretaria de Produo e Agroenergia SPAESecretaria Executiva SESecretaria de Relaes

    Sociedade Rural Brasileira SRB Organizao de Plantadores de Cana do Estado de So Paulo ORPLANA Organizao das Cooperativas Brasileira OCB Produtores de Acar e lcool no Estado da Bahia SINDACAR Unio da Agroindstria de So Paulo NICA Unio Nordestina dos Produtores de Cana UNIDA

  • 34 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de

    Aves e Sunos

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

    35

    HistricoSnia Azevedo Nunes 1

    No dia 14 de maio de 2003 foi instalada em Florianpolis, SC, a Cmara Setorial daCadeia Produtiva de Milho e Sorgo, Aves e Sunos. O ento Secretrio Executivo doMinistrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, Amauri Dimarzio, anunciou a criaoda Cmara apresentando como Presidente, Urbano Campos Ribeiral e como SecretrioExecutivo, o representante da Embrapa, Cludio Bellaver. A indicao foi referendada naprimeira reunio da Cmara, ocorrida em Braslia no dia 10 de julho de 2003. A partir da3 Reunio Ordinria da Cmara, em setembro de 2004, o encargo de Presidente passoua ser ocupado por Dilvo Grolli, Diretor Presidente da Coopavel Cooperativa Agroindustrial.Em fevereiro de 2006, na 2 Reunio Extraordinria da Cmara, foi proposto seudesmembramento em duas Cmaras, a de Milho e Sorgo e a de Aves e Sunos. Na 8Reunio Ordinria, em abril de 2006, aps aprovao dos membros e do Ministro, essedesmembramento foi oficializado. A Cmara atualmente constituda por 33 instituiese teve sua composio original publicada no Dirio Oficial da Unio do dia 23 de dezembrode 2004 e alterada pela Portaria n 11, de 05 de janeiro de 2006.

    O Presidente da Cmara Administrador de Empresas e ps-graduado em GestoEmpresarial e Logstica. Ocupa os cargos de Diretor Presidente da Coopavel Agroindustrial,Diretor Presidente da Cooperativa de Crdito Rural Coopavel Ltda Credicoopavel eVice-Presidente da ACIC Associao Comercial e Industrial de Cascavel-PR.

    O Secretrio Executivo Mdico Veterinrio e Doutor em Cincia Animal. Trabalhouinicialmente em Defesa Sanitria e Cooperativismo, passando a integrar a pesquisa daEmbrapa em 1976. A partir de 1980 comeou a atuar na Embrapa Sunos e Aves, na reade nutrio. Atualmente Chefe de Comunicao e Negcios dessa unidade e membrodo Comit Tcnico Consultivo do Sindiraes.

    Dentre os pleitos que foram discutidos e solucionados pela Cmara podemos destacarcomo principal a criao do Plano de Preveno da Influenza Aviria e de Preveno eControle da Doena de Newcastle, publicado na Portaria n 48, de 17 de fevereiro de2006.

    Embora a cadeia de aves e sunos tenha registrado nos ltimos anos um impressionantesalto em volume de produo e relevante participao na balana comercial brasileira,com grande impacto no desenvolvimento regional e de eficincia nos ndices gerais dedesempenho, ainda existem desafios que devem ser superados, dentre os quais destacam-se a questo da sanidade animal, com nfase na estruturao dos programas sanitrios;fortalecimento dos servios oficiais de Defesa Sanitria Animal; manuteno dos mercadosatuais e conquista de novos como a sia, Amrica do Norte e Europa, diminuindo adependncia em relao ao mercado da Rssia, no caso da carne suna; segurana alimentarda cadeia de carne, legislao ambiental e OGM; sistemas de tipificao de carcaas erastreabilidade e aumento do consumo domstico e crescimento das exportaes.

    1 Chefe de Diviso da CGAC/SE/MAPA e Supervisora da Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Aves e Sunosdo Conselho do Agronegcio

    .

  • 36 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    ApresentaoA Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, Aves e Sunos teve seu incio em 14de maio de 2003 e assumimos a Presidncia em 22 de setembro de 2004, tendo comoSecretrio-Executivo, Claudio Bellaver, e tem sido uma experincia e uma oportunidade deouvir e compartilhar com as cadeias do Milho, Sorgo, Aves e Sunos.O ano de 2005 foi caracterizado pela escassez de Milho e Sorgo, com reduo na produodevido estiagem.Para o setor de Aves e Sunos foi um bom ano, com produo de 9,3 milhes de toneladas decarne de frango e 2,7 milhes de toneladas de carne de sunos. As exportaes foram 2,8milhes e 625 mil toneladas de carnes, respectivamente.Mas, o ano de 2006, para a Pecuria Nacional e, particularmente, para a Avicultura e aSuinocultura, vivem momentos de extrema dificuldade, com queda nas exportaes, muitaoferta no mercado nacional e conseqentemente preos que no cobrem o custo de produo.As questes sanitrias de febre aftosa no Brasil e influenza aviria em outros pases levaram asituaes preocupantes nas carnes de aves e sunos, colocando os setores em extrema dificuldade,principalmente por que os custos de produo so 15% a 20% acima do valor final dosprodutos.So necessrios uma anlise e um posicionamento do Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento, para manter essas atividades que geram emprego e alavanca aproximadamenteU$ 5 bilhes em exportaes.Altamente moderno, competente e competitivo, o Setor do Agronegcio, vai superar ospercalos e o futuro que se descortina para o Agronegcio Nacional auspicioso.Lembro-me de um trecho que diz: A grande coisa deste mundo no tanto onde ns estamos,e sim a direo em que estamos indo (Oliver Wendell Holmes).E, no decorrer das reunies da Cmara Setorial de Milho, Sorgo, Aves e Sunos, para melhoraro desenvolvimento dos trabalhos, houve consenso de desmembr-la em Cmara Setorial daCadeia Produtiva de Aves e Sunos e Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo.Foi o amadurecimento que levou a tal deciso e o impacto ser altamente positivo para todosos setores da economia nacional, pois um bom desempenho das Cmaras Setoriais, dar acada segmento uma presena junto ao Ministrio da Agricultura para obter respostas rpidasaos problemas levantados. Pois os ganhos de produtividade no campo e na indstria dependemda correo de deficincias logsticas, com melhor qualidade de estradas, ferrovias, hidrovias,armazns e portos.Mas a abertura que temos com as Cmaras Setoriais tende a suavizar e reduzir gradativamenteas deficincias de logstica, com investimentos em infra-estrutura de acordo com as necessidadesapontadas pelas Cmaras Setoriais. Em reunies realizadas em locais diferentes, tem possibilitadouma maior participao e facilidade para os participantes.Para finalizar essa apresentao, agradeo aos profissionais do Ministrio da Agricultura, Pecuriae Abastecimento, em especial ao Coordenador Duarte Vilela e a Supervisora Snia AzevedoNunes pelo apoio e ajuda dispensada nossa Cmara Setorial.

    Dilvo GrolliPresidente da Cmara

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

    37

    Introduomercados e consolidao dos atuais com a OMC;negociaes bilateriais de promoo das carnessuna e de aves e modernizao do setor pblicopara servios de apoio ao setor.

    Essa agenda um instrumento fundamentalde gesto, uma vez que fornece os marcosestratgicos para o realinhamento das aes daCmara Setorial para polticas pblicas queconduzam ao desenvolvimento do setor, dentrodos princpios do conhecimento cientfico etecnolgico e dos pilares da sustentabilidade daproduo. A elaborao deste documento inicia-se pela anlise do ambiente externo, no qual algunsnmeros setoriais, ameaas e oportunidades somostrados e em funo desses estabelecem-se asestratgias gerais com a finalidade de daralavancagem inicial s mudanas pretendidas nolongo prazo. Esse processo de anlise do ambienteexterno deve, ao longo do tempo, transformar-seem uma atividade de melhoria contnua demonitoramento do ambiente estratgico econstituir-se em uma capacidade de ajustamentopermanente s mudanas no ambiente de atuao.

    Em 2003, com a implantao da CmaraSetorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, Avese Sunos deu-se incio a uma srie de reunies comseus membros com a finalidade de orientar o setorpara os problemas setoriais. Antes que umaatividade planejada, a rotina das reunies esteveassociada a problemas conjunturais e issoprovavelmente dever continuar devido aosentraves emergenciais por que passa a agriculturacomo um todo. Entretanto, com a experinciaacumulada at o momento, a sistemtica dasreunies poder estar ligada a diretrizes estratgicasque possam vir a ser previstas para as aesgovernamentais e as demandas das cadeiassuincola e avcola. So evidentes as dificuldadespara atender todas as demandas da cadeiaprodutiva. Por outro lado, algumas demandas dacadeia podem ser antecipadas para mostrar sautoridades a necessidade de oramentoscompatveis com as necessidades de investimentose custeio em defesa sanitria animal; pesquisa edesenvolvimento de tecnologias; infra-estrutura elogstica com apoio do setor privado por meio deparcerias pblico privadas; busca de novos

    Ambiente Externo e InternoO aumento da produtividade dos gros e a

    incorporao de novas reas para o seu cultivolevaram agregao de valor, com a transformaodesses cereais em protena animal (carne e ovos),sendo essa uma das principais razes para o grandedesenvolvimento da avicultura e suinoculturanacional, principalmente no Sul do pas.Considerando que no Brasil, o milho umingrediente indispensvel na composio dosalimentos para aves e sunos, sua produo estmuito relacionada com a produo animal.

    Qualquer problema que altere a produo de milhotrar repercusses diretas na oferta para o setor decarnes e ovos. A safra de cereais, leguminosas eoleaginosas em 2005/06, segundo a CONAB, emseu Levantamento Sistemtico da ProduoAgrcola de abril, atingir volume de 120 milhesde toneladas, ante 112 milhes de toneladas obtidasem 2004/05, o que, se realizado, representaraumento de 7%. O Brasil o terceiro produtormundial de milho, com uma produo deaproximadamente 41,5 milhes de toneladas,

  • 38 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    correspondendo a 6% da produo mundial. Emtermos de raes animais, de acordo com oSindiraes, produzir-se- cerca de 48 milhes detoneladas de raes, das quais 80% destinam-ses cadeias de sunos e de aves.

    Os setores de aves e sunos se destacarampela trajetria de crescimento (Figura 1), optandopelo desenvolvimento tecnolgico com manejoadequado dos rebanhos, nutrio avanada,

    sanidade animal, melhoramento gentico,ambincia e, aliada a um modelo de produointegrada que constitui exemplo de organizao,coordenao dos participantes, uso de tecnologiae evoluo da capacidade gerencial. Essascompetncias no se concentram apenas no elorelacionado ao sistema de produo, mas tambmnos elos relacionados ao processamento e distribuio (atacado e varejo), contribuindo parao desenvolvimento social do pas.

    Nos ltimos 30 anos, a avicultura e asuinocultura brasileiras desenvolveram-se emodernizaram-se rapidamente, alcanandoelevados nveis de produtividade. Em 1970, eramnecessrios 70 dias para o crescimento e engordade um frango de corte que consumia cerca de 2,5kg de rao para 1,0 kg de ganho de peso, sendoque 80% desse peso poderamos considerarcomestvel. Atualmente um frango de corte ficapronto para o abate com 2,40 kg de peso vivo,com 42 dias com converso alimentar de 1,80 kg

    de rao/kg de ganho de peso. O mesmo verifica-se para sunos, onde a produtividade cresceu de10 terminados/porca/ano, para mais de 23terminados/porca/ano. Alm disso, o tempo deengorda tambm foi reduzido e a idade de abatecaiu de mais de 180 dias para cerca de 150 dias deidade.

    A produo brasileira de carne de frango estdistribuda em todo o territrio nacional, estandomais concentrada nas regies sul, sudeste e centro-

    Fonte: Adaptado de CNA, ABEF e ABIPECS

    y = 306,1x + 4712,4

    R2= 0,9509

    y = 520,19x + 2609,7

    R2= 0,9841

    y = 155,52x + 1128,8

    R2= 0,8496

    1.000

    2.000

    3.000

    4.000

    5.000

    6.000

    7.000

    8.000

    9.000

    1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005*

    Pro

    du

    o(m

    ilto

    n)

    Figura 1. Evoluo da produo de carnes no perodo de 1994 a 2005

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

    39

    oeste. Atualmente, o Brasil o terceiro produtormundial de carne de frango com 9,3 milhes detoneladas, das quais cerca de 70% destinam-se aomercado interno e 30 % ao mercado externo. Emrelao s exportaes, o Brasil o terceiroprodutor e o maior exportador mundial de carnede frango, tendo 142 pases como mercados dedestino, gerando receita cambial deaproximadamente US$ 3,5 bilhes em 2005 e a

    atividade contribui com a gerao de cerca 4milhes de empregos diretos e indiretos. O ano de2004 foi extremamente positivo para a aviculturabrasileira direcionada produo de frango e seusprodutos. O setor teve nas exportaes umaalavanca fundamental para seu desempenho. J em2005, motivado por crises internacionais deconsumo houve uma diminuio das taxas decrescimento das exportaes.

    Contribuies para a Formulaode Polticas Pblicas e Privadas

    Negociaes Internacionais ePromoo das Exportaes

    Sensibilizar os negociadores brasileiros paraque incluam em suas pautas os produtoscrneos, com vistas ampliao do acessoaos mercados e gesto para eliminao debarreiras e subsdios pelos importadores.Definida como de prioridade urgente e delongo prazo.

    Encaminhamento

    Aes por intermdio do FrumPermanente de Negociaes AgrcolasInternacionais (MDIC);

    Aes por intermdio da Secretaria deRelaes Internacionais do Agronegcio(MAPA);

    Aes em rodadas de negociaes da OMCcom o apoio do MRE.

    Colaborar na abertura de mercadosdestinados exportao de produtoscrneos. Definida como de prioridadeurgente e de prazo mdio.

    Encaminhamento Agilizar processos de habilitao de

    indstrias para exportao por meio daSecretaria de Defesa Agropecuria doMAPA; Viabilizar acordos de equivalncia sanitria

    pela Secretaria de Defesa Agropecuria doMAPA; Agilizar as assinaturas dos acordos

    sanitrios para a carne suna a Coria doSul, Mxico, Chile, Japo, USA e UE.

    Poltica Fiscal, Tributria e deCrditoDisponibilizar os recursos em tempoadequado, garantindo o fluxo de recursospara crdito de custeio, investimento ecomercializao. Definida como prioridadeurgente e de prazo mdio.

    Encaminhamento Aumentar os recursos para os instrumentos

    de apoio comercializao (EGF, NPR,DR, CPR);

  • 40 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Criar Linha de Crdito Especial para Milhoe Sorgo, Aves e Sunos.

    Isentar de impostos os insumos utilizadosna atividade primria. Definida comoprioridade urgente e de prazo mdio.

    Encaminhamento Incluir raes, ingredientes para raes e

    premix na alquota zero de PIS/COFINS; Incluir a carne e derivados na alquota zero

    de PIS/COFINS.

    Implementar linha de crdito que possibiliteaos produtores e indstrias enquadrarem-se aos regulamentos oficiais. Definida comoprioridade urgente e de prazo mdio.

    Encaminhamento Criar linha de crdito especial, com as

    seguintes caractersticas: (1) limite de R$30 mil por tomador ou de R$ 80 mil porgrupo (3 ou mais tomadores); (2) prazo depagamento de 12 anos, com 3 anos decarncia e amortizaes semestrais; e (3)taxa de juros de 8,75% a.a.

    Melhoria da Qualidade da CarneAmpliar o termo de cooperao tcnicapara o controle e melhoria da qualidade dacarne e seus derivados. Definida comoprioridade urgente e de prazo mdio.

    Encaminhamento Criar estrutura legal para punir as

    indstrias e distribuidores que noapliquem as normas de segurana dosalimentos (PAS Programa de AlimentoSeguro); Disponibilizar recursos do MAPA para

    ampliar o termo de cooperao tcnica.

    Estruturar o laboratrio de referncia daRede de Gesto da Qualidade deAlimentos. Definida como prioridadeurgente e de prazo longo.

    Encaminhamento Disponibilizar recursos para estruturar o

    laboratrio de referncia da RBQC o qualter como atribuies a monitoria deresduos na carne, suporte tcnico,treinamento e definio de protocolosoperacionais para a certificao.

    NormatizaoAtualizar o Regulamento de InspeoIndustrial e Sanitrio de Produtos deOrigem Animal (RISPOA). Definida comoprioridade urgente e de prazo mdio.

    Encaminhamento O MAPA por meio de suas Secretaria de

    Defesa Agropecuria dever ter aes quevisem a atualizao total ouseparadamente das partes referentes aosregulamentos da carne, seus derivados esubprodutos.

    Viabilizar a regulamentao demedicamentos genricos de uso veterinrio.Definida como prioridade urgente e deprazo mdio.

    Encaminhamento Aprovar o PL n 1.089/2003 que

    regulamenta os medicamentos genricospara uso veterinrio e dispe sobre autilizao de nomes genricos em produtosfarmacuticos de uso veterinrio.

    Atualizar e/ou definir as normas para abiosseguridade animal. Definida comoprioridade urgente, de prazo mdio e emandamento.

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

    41

    Encaminhamento Agilizar a implantao/funcionamento do

    Comit Nacional de Sanidade de Sudeos; Agilizar a implantao/funcionamento do

    Comit Nacional de Qualidade da CarneSuna; Fiscalizao de granjas produtoras de ovos

    SPF, controlados; Trnsito interestadual, regionalizao e

    guias de trnsito.

    Relaes Comerciais Intra-CadeiaConsolidar a Cmara Setorial comointerlocutora e encaminhadora de polticaspblicas. Definida como prioridade urgente,de prazo mdio e em andamento.

    Encaminhamento Interagir juntamente com a CGCS nas

    Secretarias do MAPA, Ministrios

    membros e entidades privadas quecompem a Cadeia Produtiva do Milho eSorgo, Aves e Sunos, para implementaode suas demandas.

    Inovao TecnolgicaIncentivar pesquisas para promoo deaumento da competitividade das cadeiasprodutivas de aves, sunos, milho e sorgo.Definida como prioridade moderada, deprazo mdio e em debate.

    Encaminhamento Viabilizar no mbito do MAPA e MCT

    (CNPq e Finep) recursos para: - Gerao de tecnologias para a agricultura

    familiar;

    - Linhas especficas de finaciamento paraestudos e projetos que resultem emtecnologias inovadoras para o agronegcio.

    Grupo TemticoResponsvel pela Elaborao doDocumentoCoordenao Dilvo Groli OCB Cludio Bellaver Embrapa Sunos e AvesColaborao Carsten Wegener ANEC Ivan Cruz Embrapa Milho e Sorgo Joo Tomelin UBA Jos Carlos Godoy APINCO Jurandi Machado ABIPECS Ricardo Gonalves ABEF Rubens Valentini ABCS

  • 42 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Entidades e rgosque Compem a Cmara Associao Brasileira da Indstria Produtora e Exportadora de Carne Suna ABIPECS Associao Brasileira das Indstrias Moageiras de Milho ABIMILHO Associao Brasileira de Supermercados ABRAS Associao Brasileira dos Criadores de Sunos ABCS Associao Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte APINCO Associao Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos ABEF Associao dos Criadores de Avestruzes do Brasil ACAB Associao Nordestina de Avicultura ANA Banco do Brasil S/A BB Comisso de Agricultura e Reforma Agrria do Senado Federal CRA Comisso de Agricultura, Pecuria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Cmarados Deputados CAPADR Companhia Nacional do Abastecimento CONAB Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil CNA Confederao Nacional dos Trabalhadores na Agricultura CONTAG Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Embrapa Sunos e Aves Federao Brasileira de Bancos FEBRABAN Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA

    Secretaria de Defesa Agropecuria SDASecretaria de Desenvolvimento Agropecurio e Cooperativismo SDCSecretaria de Poltica Agrcola SPASecretaria de Relaes Internacionais do Agronegcio SRISecretaria Executiva SE

    Ministrio da Fazenda MF Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS Ministrio do Desenvolvimento Agrrio MDA Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC Ministrio do Meio Ambiente MMA Organizao das Cooperativas Brasileiras OCB Sindicato Nacional da Indstria da Alimentao Animal SINDIRAES Sindicato Nacional da Indstria de Produtos para Sade Animal SINDAN Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Sub Produtos de Origem Animal SINCOBESP Sociedade Rural Brasileira SRB Unio Brasileira da Avicultura UBA

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

    43

    BibliografiaConsultadaRELATRIO DA ASSOCIAO BRASILEIRA DE CRIADORES DE SUNOS.Estrla: ABCS, 2004.

    FRUM LEGISLATIVO DA SUINOCULTURA, 2006, [S.l.]. Florianpolis:Cmara dos Deputados: Estrla: ABCS, 2006. No paginado.

    RELATRIO DA ASSOCIAO BRASILEIRA DE EXPORTADORES DEFRANGOS. So Paulo: ABEF, 2005.

    RELATRIO DA ASSOCIAO DA INDSTRIA PRODUTORA EEXPORTADORA DE CARNE SUNA. So Paulo: ABIPECS, 2005.

    ANURIO DA PECURIA BRASILEIRA - ANUALPEC. So Paulo: FNP, 2005.

    ANURIO BRASILEIRO DE AVES E SUNOS. Santa Cruz do Sul: Ed. GazetaSanta Cruz, 2006. 136p.

    BELLAVER, C. Pesquisa, desenvolvimento e inovao para o empreendedorismono agronegcio. In: WORKSHOP INOVAO, 2006, So Paulo. A inovaodentro da empresa. So Paulo: SAPIA: ADISSEO, 2006. 5p.CARTA JOX. O Agribusiness em Foco. 2006. Pginas indefinidas.EMBRAPA SUNOS E AVES. III Plano Diretor da Embrapa Sunos e Aves:2004-2007. Concrdia: Embrapa Sunos e Aves, 2005. 72p.

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    SINDIRAES. Perfil 2005. So Paulo, Sindiraes, 2005.

  • 44 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de

    Culturas de Inverno

  • Contribuies das Cmaras Setoriais e Temticas Formulao de Polticas Pblicas e Privadas para o Agronegcio

    45

    HistricoFrancisco de Assis Mesquita Facundo1

    A seo solene de instalao da Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturasde Inverno foi realizada no dia 27 de junho de 2003, no AGROCENTRO-OESTE Campus Samambaia da Universidade Federal de Gois UFG, na cidade deGoinia, GO. Contou com a presena do ento Secretrio Executivo do Ministrioda Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA, Amauri Dimrzio, que indicoupara o encargo de Presidente da Cmara Rui Polidoro Pinto, representante da CNAe como Secretrio-Executivo Jos Maria dos Anjos, representante da Secretaria dePoltica Agrcola do MAPA. Os nomes foram referendados pelo plenrio da Cmaraem sua primeira reunio ordinria.

    O Presidente da Cmara advogado e professor, Presidente da FECOAGRO/RS,da Federao das Cooperativas de Trigo e Soja do RS FECOTRIGO e da Fundaode Cooperao para o Desenvolvimento Cultural FUNCOOP, exercendo ainda afuno de Conselheiro de diversas entidades ligadas ao agronegcio.

    O Secretrio Executivo, Jos Maria dos Anjos, formado em Administrao eComrcio Exterior, funcionrio da CONAB, cedido ao MAPA desde 1993, ondeocupou diversos cargos. Atualmente Diretor do Departamento de Comercializaoe Abastecimento Agrcola e Pecurio da Secretaria de Poltica Agrcola do MAPA,e Secretrio Substituto desta pasta.

    A Cmara conta com a representao de 30 rgos e entidades ligados ao setor. Foicriada oficialmente com a publicao no Dirio Oficial da Unio da Portaria n261 de 27 de outubro de 2004 e posteriormente alterada pela Portaria n 9, de 5 dejaneiro de 2006.

    A organizao desta Cmara fundamenta-se na promoo da integrao eestruturao de setores relevantes para o agronegcio nacional, principalmente osrelacionados ao trigo e derivados, assim como a aveia, triticale, cevada e o centeio,e tem como principais metas, acabar com as distores tributrias entre os Estados,o Mercosul e Aladi, promovendo tarifas de cabotagem mais justas e competitivas;incentivar medidas de apoio ao custeio e a comercializao; adequar a poltica decomercializao e importao; instituir o seguro agrcola para as culturas, alm daaprovao de padres de identidade e qualidade para farinhas e pr-misturas detrigo.

    1 Chefe de Diviso da CGAC/SE/MAPA e Supervisor da Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas deInverno do Conselho do Agronegcio.

  • 46 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Apresentao

    A Cmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno compe a estruturafuncional do Conselho Nacional do Agronegcio CONSAGRO e congrega osprincipais agentes da cadeia produtiva. Tem carter consultiva e atua na identificaode gargalos impeditivos ao desenvolvimento do setor, atuando de forma articuladaentre os agentes pblicos e privados, definindo aes prioritrias de interesse comumem uma viso integrada dos diferentes segmentos produtivos.

    Compete Cmara Setorial promover uma ampla avaliao sobre os diferentesaspectos que dizem respeito s atividades do setor, seja no curto, mdio e longoprazo, alm de fazer um diagnstico dos setores, propor e encaminhar sugestes desolues ao MAPA que buscam o aprimoramento da atividade, considerando asvariveis internas e externas de mercado, bem


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