Língua Portuguesa para o Curso Básico Policial
8º encontro
Temas da aula de hoje:
. SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS
. FUNÇÕES DA LINGUAGEM
. CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO
. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
. LINGUAGEM FIGURADA
SEMÂNTICA
Conhecer o significado das palavras é um dos fatores
essenciais para o domínio da língua, pois só assim o falante ou
o escritor será capaz de selecionar a palavra adequada para
elaborar sua mensagem.
SINONÍMIA
É o fato de duas ou mais palavras possuírem
significados iguais ou semelhantes – SINÔNIMOS.
Ex.: Os insetos invadiram a plantação de arroz.
Os insetos alastraram-se pela plantação de arroz.
ANTONÍMIA
É o fato de duas ou mais palavras possuírem significados opostos – ANTÔNIMOS.
Ex.: O aluno foi bem na prova.
O aluno foi mal na prova.
HOMONÍMIA
É o fato de duas ou mais palavras possuírem significados diferentes, mas serem iguais no som e/ou na escrita –HOMÔNIMOS.
Ex.:
Os supermercados sabem apreçar as mercadorias. (dar preço)
Minha vizinha vivia a apressar a empregada. (tornar mais rápido)
Os homônimos podem ser de três tipos:
. Homônimos homógrafos;
. Homônimos homófonos;
. Homônimos perfeitos.
HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS
Possuem a mesma grafia, mas sons diferentes.
Ex.:
O começo da história agradou os telespectadores. (som fechado – substantivo)
Eu começo a entender esta matéria. (som aberto – verbo)
HOMÔNIMOS HOMÓFONOS
Possuem o mesmo som, mas grafias diferentes.
Ex.:
Ele não sabia pregar uma tacha na parede. (pequeno prego)
A população revoltou-se com o aumento da taxa bancária. (quantia cobrada por prestação de serviço)
HOMÔNIMOS PERFEITOS
Possuem a mesma grafia e o mesmo som.
Ex.:
Eu cedo o livro para a biblioteca da escola. (verbo “ceder”)
Levantou cedo para estudar para a prova. (advérbio de tempo)
RELAÇÃO DE ALGUNS HOMÔNIMOS
Acender – por fogo
Ascender – subir
Aço – metal
Asso – verbo “assar”
Banco – assento, lugar para sentar
Banco – instituição financeira
Cela – pequeno quarto
Sela – verbo “selar”, pôr selo
Sela – arreio
Coser – costurar
Cozer – cozinhar
Manga – fruta
Manga – parte de uma roupa
Ruço – desbotado, névoa
Russo – originário da Rússia
Sexta – numeral, relativo a seis
Cesta – recipiente
Sesta – hora de descanso depois do almoço
PARONÍMIA
É o fato de duas ou mais palavras possuírem significados diferentes, mas serem muito parecidas no som e na escrita – PARÔNIMOS.
Ex.:
O líder estudantil emigrou para a França. (mudou-se de seu país de origem)
No começo do século, os italianos imigraram para o Brasil. (entraram num país estranho para nele viver)
RELAÇÃO DE ALGUNS PARÔNIMOS
Absolver – perdoar
Absorver – sorver
Aprender – instruir-se
Apreender – assimilar
Cavaleiro – aquele que anda de cavalo
Cavalheiro – homem educado
Comprimento – extensão
Cumprimento – saudação
Delatar – denunciar
Dilatar – alargar
Despensa – onde se guarda os mantimentos
Dispensa – licença
Emergir – vir à tona
Imergir – mergulhar
Flagrante – evidente
Fragrante – que tem fragrância, cheiro
Ótico – relativo ao ouvido
Óptico – relativo ao olho
POLISSEMIA
É o fato de uma mesma palavra poder apresentar significados diferentes que se explicam dentro de um contexto.
Ex.:
A criança estava com a mão machucada. (parte do corpo)
Passou duas mãos de tinta na parede. (camadas)
A escultura mostrava mão de mestre. (habilidade)
A rua não dava mão para o parque. (sentido, direção)
Nenhum cidadão deve abrir mão de seus direitos. (desistir)
Passaram a mão na minha bolsa. (roubar)
Esse projeto agora ficará nas suas mãos. (na sua responsabilidade)
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
As palavras podem ser usadas com o seu significado usual
ou convencional. Porém, em alguns casos, é usada com
seu significado alterado, principalmente pelo contexto.
DENOTAÇÃO
É o uso da palavra com o seu sentido original, convencional ou usual.
O significado convencional não permite mais de uma interpretação: a palavra é usada no seu sentido objetivo, isto é, na sua denotação.
A palavra com seu significado denotativo é mais frequente na linguagem informativa, científica ou técnica, pois aí a informação prestada deve ser objetiva e exata.
CONOTAÇÃO
É o uso da palavra com um significado novo, diferente do
original ou do convencional, criado pelo contexto.
As palavras podem ser usadas com uma interpretação
nova, com um significado novo, criado pelas circunstâncias,
pelo contexto: é o sentido figurado, a conotação.
O emprego da palavra com sentido conotativo é mais
comum na linguagem coloquial e na linguagem literária.
Nessas modalidades as palavras ganham significados
afetivos, subjetivos, que mais sugerem do que informam.
Ex.:
Ignorando as leis, a empresa usou o trator no terreno.
(denotação)
Ele era um trator de tão forte. (conotação)
1. (Enem/2003)
No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices
de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:
CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM
NOVA FASE
A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando
o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte
redação:
a) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase.
b) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha.
c) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência.
d) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase.
e) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.
2. Entre as finalidades da conotação estão a expressividade e a afetividade (positiva
ou negativa) que transmitem
Analisando as falas das personagens, assinale a alternativa que contenha as
expressões utilizadas em seu sentido conotativo:
a) “Você vai comer asfalto” e “estou morto”.
b) “No quinto período, seu babaca” e “você vai comer asfalto”.
c) “Ameaça terrorista” e “aula de educação física”.
d) “Ameaça terrorista” e “estou morto”.
3. Sobre a conotação e a denotação, podemos afirmar, exceto:
a) A conotação é utilizada principalmente na linguagem poética e na literatura, mas
pode ser encontrada em gêneros textuais do cotidiano, como letras de músicas,
anúncios publicitários, entre outros.
b) Uma palavra ou expressão é usada no sentido denotativo para representar
diferentes significados dependendo do contexto da enunciação.
c) Os textos não literários devem preferir a denotação, pois essa tem como finalidade
informar o receptor da mensagem de maneira clara e objetiva, livre de ambiguidades
e metáforas.
d) A conotação e a denotação são as variações de significado que ocorrem no signo
linguístico, que, por sua vez, é composto de um significante (letras e sons) e um
significado (conceito, ideia).
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
• Função emotiva;
• Função referencial;
• Função apelativa;
• Função fática;
• Função poética;
• Função metalinguística.
Função emotiva
Quando se centraliza predominantemente no emissor, revelando sua emoção, sua opinião. É a linguagem dos livros autobiográficos, de poesias líricas, de bilhetes e cartas de amor. De caráter subjetivo, nela prevalecem a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações.
Função referencial (denotação)
Quando se centraliza predominantemente
no referente, quando o emissor procura
oferecer informações sobre o ambiente. É
a linguagem das notícias de jornal, dos
livros científicos. De caráter objetivo, nela
prevalece a 3ª pessoa do singular.
Função apelativa
Quando se centraliza predominantemente no receptor: o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. É a linguagem dos discursos, dos sermões, das propagandas que se dirigem direto ao consumidor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso dos pronomes “tu” e “você”, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativos.
Função fática
Quando se centraliza predominantemente no
canal: tem como objetivo prolongar ou não
o contato com o receptor, ou testar a
eficiência do canal. É a linguagem das falas
telefônicas e dos prefixos radiofônicos
Função poética
Quando se centraliza predominantemente na
mensagem, revelando recursos imaginativos
criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva,
conotativa, metafórica. É a linguagem
figurada presente nas obras literárias, em
letras de música, em algumas propagandas,
na fala nas crianças.
Função metalinguística
Quando se centraliza predominantemente
no código; é o uso da linguagem para falar
dela própria. A poesia que fala da poesia,
da sua função e do poeta. Um texto que
comenta outro texto.
- Cantar é mover o dom... (Djavan)
4. Assinale a alternativa que contenha a sequência correta sobre as funções da linguagem, importantes
elementos da comunicação:
(1). Ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão direta de suas emoções e atitudes.
(2). Evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a linguagem da comunicação.
(3). Busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um apelo ou uma ordem.
(4). Ênfase no canal para checar sua recepção ou para manter a conexão entre os falantes.
(5). Visa à tradução do código ou à elaboração do discurso, seja ele linguístico ou extralinguístico.
(6). Voltada para o processo de estruturação da mensagem e para seus próprios constituintes, tendo em
vista produzir um efeito estético.
( ) função metalinguística.
( ) função poética.
( ) função referencial.
( ) função fática.
( ) função conativa.
( ) função emotiva.
a) 1, 2, 4, 3, 6, 5.
b) 5, 2, 6, 4, 3, 1.
c) 5, 6, 2, 4, 3, 1.
d) 6, 5, 2, 4, 3, 1.
e) 3, 5, 2, 4, 6, 1.
5. Leia a tirinha de Calvin e Haroldo para responder à questão:
As funções da linguagem podem ser encontradas em vários tipos de textos,
inclusive nas histórias em quadrinhos
Para tentar convencer o pai a comprar seu desenho, Calvin empregou uma função
de linguagem específica. Assinale a alternativa que indica a resposta correta:
a) função metalinguística.
b) função fática.
c) função poética.
d) função emotiva.
e) função conativa.
6. Em “Só uma coisa me entristece / o beijo de amor que não roubei / a jura secreta que não fiz / a briga de amor que não causei (Abel Silva)” percebemos aspectos da poesia lírica com temática amorosa. Logo, encontramos neste fragmento de texto a:
(a) função emotiva;
(b) função referencial;
(c) função fática;
(d) função metaliguística
7. A função apelativa tem esse nome quando se centraliza predominantemente no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Justamente por isso, ela é facilmente encontrada em:
(a) poesias;
(b) transcrições de diálogos;
(c) textos instrucionais;
(d) textos publicitários.
- Alô, está me ouvindo?
- Ahn?
- Tá me ouvindo?
- Pouco.
- Ligo depois.
8. O texto acima desempenha a função fática. Isto porque nesta função:
(a) o texto centraliza-se predominantemente na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor;
(b) o texto centraliza-se predominantemente no código; é o uso da linguagem para falar dela própria;
(c) o texto centraliza-se predominantemente no canal: tem como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor;
(d) o texto centraliza-se predominantemente no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor.
9. Dentro dos estudos de funções da linguagem, entende-se como canal:
(a) o conteúdo transmitido pelo emissor;
(b) o conjunto organizado de signos utilizados na transmissão e recepção da mensagem;
(c) o conjunto de informações que compõem a mensagem;
(d) o meio pelo qual circula a mensagem.
10. Como todo ato de comunicação, a comunicação verbal também depende de um contexto que possibilite a verbalização: o emissor verbaliza pensamentos, emoções e fatos criados ou sugeridos por uma determinada situação. Isto porque:
(a) ao ser verbalizada, a mensagem revela funções e estas funções variam de acordo com o que o emissor pretende comunicar;
(b) ao ser verbalizada, a mensagem modifica o contexto e, justamente por isso, se torna mais importante que o próprio lugar de onde se fala;
(c) ao ser verbalizada, a mensagem revela funções e características do receptor, pois se isto não acontecesse, não haveria comunicação, justamente por não haver recepção;
(d) ao ser verbalizada, a mensagem revela funções e estas funções não variam, pois independem do que o emissor pretende comunicar.
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
• Emissor;
• Receptor;
• Mensagem;
• Código;
• Canal.
Emissor
Parte “ativa” na comunicação.
Quem fala (ou escreve, desenha, faz os
gestos etc);
Receptor
Parte “passiva” na comunicação.
Quem ouve (ou lê, interpreta os gestos etc).
Mensagem
O conteúdo daquilo que o emissor comunica.
Código
Sistema utilizado pelo emissor para compor a
mensagem. Conjunto organizado de signos
utilizados na transmissão e recepção da
mensagem. Ex.: língua oral/escrita, língua
de sinais, pintura, placa de trânsito.
Canal
Meio ou veículo através do qual a mensagem
é transmitida (Ex.: ar, papel, TV, telefone,
internet, mensagem de texto no celular)
11. O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o jantar.Nesta situação, podemos dizer que o canal é:
a) o paib) a filhac) fios de telefoned) o códigoe) a fala
12. Assinale a alternativa incorreta:
a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende o seu significado.
b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o código.
c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de palavras, desenhos, númerosetc.d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras.
e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de várias maneiras, criandonovas mensagens.
13. Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois não sabia falar com fluência a língua Espanhola. Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta palestra seria umfracasso porque:
a) não dominava os signosb) não dominava o códigoc) não conhecia o referented) não conhecia o receptore) não conhecia a mensagem
14. Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta velocidade. Faz um gesto pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o guarda faz para o motorista parar, podemos dizer que é:
a) o código que ele utilizab) o canal que ele utilizac) quem recebe a mensagemd) quem envia a mensageme) o assunto da mensagem
15. A mãe de Felipe sacode-o levemente e o chama: “Felipe está na hora de acordar”.O que está destacado é:
a) o emissorb) o códigoc) o canald) a mensageme) o referente