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lume teatro | 25 anos

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universidade estadual de campinas

Reitor Fernando Ferreira costa

coordenador Geral da universidade edgar Salvadori de decca

conselho editorial Presidente

Paulo Franchetti Alcir Pécora – christiano Lyra FilhoJosé A. R. Gontijo – José Roberto Zan

Marcelo Knobel – Marco Antonio ZagoSedi Hirano – Silvia Hunold Lara

coleção unicamp Ano 45

comissão editorialcarola dobrigkeit chinellato

eduardo Roberto Junqueira GuimarãesJoão Luiz Pinto e Silva

Jorge Ruben Biton Tápia (in memoriam)Paulo Franchetti

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lume teatro25 anos

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Índices para catálogo sistemático:

1. Teatro brasileiro 792.0981 2. Artes cênicas – Brasil – História 792.0981 3. Representação teatral 792.028 4. Atores 792

copyright © by LuMe Teatrocopyright © 2011 by editora da unicamp

Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada, armazenada emsistema eletrônico, fotocopiada, reproduzida por meios mecânicos

ou outros quaisquer sem autorização prévia do editor.

isbn 978-85-268-0932-1

L97 LuMe teatro 25 anos / organização: Naomi Silman. – campinas, sp: editora da unicamp, 2011.

1. Lume. Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais. 2. Teatro brasileiro. 3. Artes cênicas – Brasil – História. 4. Representação teatral. 5. Atores. I. Silman, Naomi. II. Título. cdd 792.0981 792.028 792

ficha catalográfica elaborada pelo sistema de bibliotecas da unicamp

diretoria de tratamento da informação

editora da unicampRua caio Graco Prado, 50 – campus unicamp

cep 13083-892 – campinas – sp – BrasilTel./Fax: (19) 3521-7718/7728

www.editora.unicamp.br – [email protected]

Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990. em vigor no Brasil a partir de 2009.

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A Luís Otávio Burnier, responsável por nossas raízes.

A Suzi Frankl Sperber, que nos ajudou a navegar o barco.

A cada espectador, com quem criamos a cada encontro.

A todos os alunos que espalham nossas sementes.

Aos parceiros e colaboradores que estiveram presentes em nosso caminho.

À Unicamp por acreditar e nos acolher.

Aos nossos filhos, André, Manuela, Noa, Teresa, Maya, Pedro e àqueles que estão por vir...

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O artista e sua arte abrem caminhos que nos permitem entrar em contato com nossa própria percepção profunda, com algo que existe em nós e está adormecido, esquecido. A arte não é senão uma viagem para dentro de nós mesmos, um reatar contato com recantos secretos, esquecidos, com a nossa memória.

Luís Otávio Burnier

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sumário

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12 comooLUMEfezparacaberemumlivro

15 capítULo1 asfUndaçõEs

30 dotreinamentoEnergéticoàdançapessoal

48 clowneosentidocômicodocorpo

73 capítULo2 arEconstrUção

84 Mímesiscorpórea

108 Parada de rua pelomundo

134 pesquisadecampo

165 capítULo3 aMatUridadE

170 cincoestrelasnoscotsman

203 dEpoiMEntos

225 anExos237 afamíliaLUMEfoicrescendo

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comooLUMEfezpara

um dos segredos de nossa longa trajetória em conjunto é o fato de nunca termos deixado de sonhar. este livro foi sonho por muitos anos. cada um dos sete atores o projetou à sua maneira, mas, na prática, surge a questão: como escrever-ilustrar um livro a muitas mãos, que possa registrar a história de um grupo, quaseum ser, composto por tantos seres?Na tentativa de unificar essa pluralidade, pluralizamos ainda mais, e acabamos tecendo uma narrativa que tem a nossa cara — uma obra composta de várias qualidades de fios.Nela há os fios da experiência, dos relatos escritos pelas mãos calejadas dos atores que realizam a pesquisa e conhecem os meandros

dessa história�; há os fios do coração, compos-tos por fibras longas e delicadas, que nos permitem trazer à tona memórias de viagens e encontros, que aparecem em forma de depoi-mentos pessoais; há os fios multicoloridos das fotografias e ilustrações, que formam um bordado de estilo único e abrangente; há outros fios, vindos de outras cidades e até importados de outros países, mas com uma maleabilidade tal capaz de se adequar à plura-lidade de fios que se entrelaçam.

� Os relatos, mesmo em primeira pessoa, nem sempre são assinados pelos atores, pois representam a voz coletiva do LUME.

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esse conjunto de fibras, desde as mais cruas até as mais complexas, não se comporia sem o arremate de carlota cafiero, que teceu com fios fortes e à máquina os diversos alinhavos de memórias, histórias e imagens que coletou ao longo de um ano com o LuMe e outros tantos anos o acompanhando como jornalista. carlota, responsável então pela narrativa, teve ao seu lado profissionais como Barbosa, que cuidou de levantar os dados mais remotos; Pedro campanha, que criou o desenho gráfico do livro; e Luiz Valls, que ilustrou parte dessa história com seus desenhos. A equipe des-trinchou os acervos do LuMe e dos atores

antes mesmo de pensar na trama, que foi sendo criada em movimento contínuo e diário. O resultado nos emociona. ele tem a força da fibra bem tratada e bem entrelaçada com a delicadeza que resulta do contato da pele com o mais puro algodão egípcio. essa trama é complementada com um documentário sobre o LuMe, Fotogramas que dançam, resultado da pesquisa de Natássia duarte Garcia Leite de Oliveira, além dos clipes dos espetáculos de repertório.e bola pra frente, que 25 anos foi só uma etapa!

LUME Teatro

caberemumlivro

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capítulo 1 as fundações

f o r m a ç ã o b u r n a f r a n ç a d e c r o u x

c u r r i c u l u m d e n i s e g a r c i a m a c á r i o

c a r l o s s i m i o n i l a b o r a t ó r i o u n i c a m p

d e m o v i m e n t o e e x p r e s s ã o k e l b i l i m

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Acordar e domar o leão. Esse era o sonho do menino-homem que viaja para a França em busca de técnica e encontra a vida. Quando retorna ao Brasil, oito anos depois, traz na mala de aprendiz duas lições valiosas aprendidas com seu mestre: para que exista arte, é necessária a técnica, e a técnica de nada serve se não se trabalhar com energias e vibrações mais profundas do indivíduo, que atravessam suas emoções. E a pergunta: como lograr uma arte que tenha um alto grau de aprimoramento técnico e, ao mesmo tempo, emane “luz”? Surge assim o LUME.

No começo, nem casa a gente tinha. Vivia espalhado por aí, em casa e salão emprestados. Hoje damos risadas quando nos lembramos das histórias, algumas vividas por todos e outras vividas somente por alguns. As risadas mais gostosas são quando escutamos as histórias do salão da igreja, contadas pelo Simioni e pelo Ricardo1. Durante anos o LUME desenvolveu suas pesquisas diárias de treinamento físico no salão de festas da Igreja Santana, na Vila Santa Isabel, em Barão Geraldo. Todas as manhãs os três se encontravam —

Carlos Simioni e Ricardo Puccetti, atores do LUME.

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o Luís2 ainda estava entre nós, guiando o caminho —, durante horas, para treinar, muitos dias acompanhados de pedreiros que reformavam o teto ou beatas curiosas que cruzavam o salão.

Segunda-feira era o dia da faxina, o salão sempre estava imundo por causa dos festejos de domingo, assim o treino sempre começava com a vassoura e os esguichos d’água. A vizinhança se incomodava com os gritos e ruídos que ninguém entendia, “será algum espírito ruim?”. A reclamação foi tanta que tiveram de fazer um treino aberto para uma comissão de pessoas da igreja, com direito a padre e tudo, como prova de que o que se passava lá dentro era só trabalho mesmo, que os sons eram parte do treinamento vocal. Sorte maior ainda é que a vida de Santo Agostinho era o mote para a montagem do espetáculo Kelbilim, o Cão da Divindade. Em troca dos empréstimos, o LUME era sempre “convidado” para cantar o bingo aos sábados à noite, dar orientação vocal aos oradores da igreja e dirigir o presépio de Natal...

Luís Otávio Burnier, fundador do LUME.

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Com figurino confeccionado pela mãe, Luís Otávio Burnier, aos 17 anos, estreia o primeiro espetáculo de mímica, Burna, inspirado no pantomimo francês Marcel Marceau — a quem imitava na frente do espelho.

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desenHos de BuRnIeR paRa o peRsonaGeM BuRna

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