HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
Manual do Promotor de Justia, de Hugo Nigro Mazzilli
Nota sobre a publicao eletrnica do livro (maro 2010)
A 1 edio foi publicada em 1987, pela Ed. Saraiva. Em vista da re-
ceptividade da obra e em razo do advento da Constituio de 1988, a obra
foi revista, ampliada e atualizada, sendo reeditada pela mesma editora, em
1991 (2 edio).
Apesar do sucesso da obra, que alcanou sucessivas tiragens, no
mais nos foi possvel reedit-la, em virtude da complexidade da tarefa, pois
a obra abrange todos os campos de atuao do Ministrio Pblico.
Resolvemos, ento, dividir seu contedo em obras mais especficas:
a) a parte institucional agora objeto de Regime jurdico do Ministrio P -
blico , 6 ed., Saraiva, 2007, e Introduo ao Ministrio Pblico , 7 ed.,
Saraiva, 2008; b) a atuao do Ministrio Pblico em geral ficou examinada
em outras obras, entre as quais se destacam: A defesa dos interesses difusos
em juzo, 23 ed., Saraiva, 2010; O inqurito civil , 3 ed., Saraiva, 2008; O
acesso Justia e o Ministrio Pblico, 5 ed., Saraiva, 2007.
Tendo ficado fora do mercado editorial o livro Manual do Promotor
de Justia, resolvemo-nos ento submet-lo ao processo de digitalizao
(via scanner), para disponibiliz -lo gratuitamente aos estudiosos do Direito ,
exatamente como foi publicado em 1991.
Dita digitalizao est sujeita s falhas prprias do processo (uma vez
que no foi feita reviso da digitalizao). Assim, para uma citao confivel
do tr abalho, recomenda-se diretamente a 2 ed., impressa em 1991, existen-
te nas bibliotecas especializadas.
Os interessados em obras atuais do autor obtero mais informaes a
respeito neste site da Internet : www.mazzilli.com.br
livre a cpia deste livro (freeware), desde que mantida
como est, sendo vedada a divulgao para fins comerciais.
http://www.mazzilli.com.br/HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
(Orelhas do livro)
MANUAL DO PROMOTOR DE JUSTIA
Hugo Nigro Mazzilli
Esgotou-se rapidamente a primeira edio do Manual do promotor de just i-
a.
Com a vigncia da Constituio de 1988, no bastava, porm, reedit-lo com os
aperfeioamentos e atualizaes sempre necessrias. Mais do que isso, alm de vir
agora ampliada a obra de modo significativo, para melhor atender s finalidades a
que se propusera, necessrio foi reescrev-la, tantas e profundas as modificaes
trazidas.
A par de minuciosa anlise do Ministrio Pblico em face da nova Constituio,
esta segunda edio do Manual cobre campo ainda maior de investigao, man-
tendo as caractersticas originrias: obra clara e objetiva, que enfatiza o aspecto
profissional e prtico das questes.
Estuda, no campo criminal, a exclusividade na promoo da ao penal p-
blica e as conseqncias da decorrentes; no campo cvel, trata da ao civil p-
blica em defesa do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros inte-
resses difusos e coletivos, bem como da atuao interventiva que a instituio tem
nos processos em geral; na esfera extrajudicial, analisa o zelo pelo efetivo respei-
to dos Poderes Pblicos e dos servios de relevncia pblica aos direitos constituci-
onais, o controle externo da atividade policial, a direo de inqurito civil e de pr o-
cedimentos administrativos.
Na sua primeira parte, vai-se desde os traos histricos at o atual perfil insti-
tucional, traado pela Constituio e pela Lei Orgnica Nacional; na segunda, exa-
minam-se os casos de interveno processual e extraprocessual; na terceira, alm
de se oferecer um prtico roteiro do jri, apresentam -se modelos de peas proces-
suais (denncia, ao civil pblica, recursos, habeas corpus, mandado de seguran-
a, mandado de injuno, interdio, tutela, alvar, retificao de registros, ao
acidentria, notificao, representao, instaurao de inqurito civil ou policial
etc.).
Ao final, contm o livro um minucioso e til ndice alfabtico-remissivo, que fa-
cilita sobremaneira a pesquisa de assuntos especficos da atuao funcional do
promotor.
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
Trata-se de obra destinada no s aos membros da instituio nos vrios Esta-
dos do Pas, como ainda aos demais profissionais do direito e aos acadmicos que
desejem um trato doutrinrio e jurisprudencial sobre o Ministrio Pblico.
Hugo Nigro Mazzilli, membro do Ministrio Pblico do Estado de So Paulo, Pre-
sidente da Associao Paulista do Ministrio Pblico, autor de vrias obras jurdi-
cas, nas quais enfrenta as principais dificuldades que interessam atuao profissi-
onal dos promotores e procuradores de justia.
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
MANUAL DO PROMOTOR DE JUSTIA
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
Capa: CLICE DE TOLEDO SANJAR MAZZILLI
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
HUGO NIGRO MAZZILLI
Promotor de Justia em So Paulo
MANUAL
DO PROMOTOR
DE JUSTIA
2 edio
Revista e ampliada
1991
editora
SARAIVA
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
ISBN 85-02-00755-6
Dados de Catalogao na Publicao (CIP) Internacional (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Mazzilli, Hugo Nigro, 1950- Manual do promotor de justia / Hugo Nigro Mazzilli. 2. ed., ampl. e atual.
So Paulo : Saraiva, 1991.
Bibliografia.
1. Ministrio pblico - Brasil I. Ttulo.
CDU-347.963(81)
90-0939 -347.963
ndices para catlogo sistemtico:
1. Brasil : Ministrio pblico 347.963(81) 2. Brasil : Promotores de Justia : Direito processual 347.963(81) 3. Ministrio pblico 347.963
Editora SARAIVA
Avenida Marqus de So Vicente, 1697 CEP: 01139 Tel.: PABX (0111 826 - 8422 Barra Funda So Paulo - SP
Distribuidora Saraiva de Livros Ltda. PAR/AMAP
AMAZONAS/ RONDNIA /RORAIMA/ACRE Av. Almirante Tamandar, 933 -A Belm Rua Costa Azevedo, 31 Centro Fone: 1091) 222 -9034 e 224 -4817 Fone: (092) 234 -4664 Manaus PARAN/SANTA CATARINA
BAHIA/SERGIPE Rua Nunes Machado, 1577 Rebouas Rua Agripino Dria, 23 Brotas Fone: (041) 234 -2622 Curitiba Fone: (071) 244 -0139 Salvador PERNAMBUCO/ PARABA /R. G. DO NORTE/ALAGOAS
BAURU/SO PAULO Avenida Conde da Boa Vista, 1136 Boa Vista R. Duque de Caxias, 20 -72 Fone: (081) 231 -1764 Recife Fone: (0142) 34 -5643 Bauru RIBEIRO PRETO/SO PAULO
DISTRITO FEDERAL Rua Lafayete, 94 Centro SCLN-102 BI. B Loja 56 Fone: (016) 634 -0546 Ribeiro Preto Fone: 1061) 226 -3722 e 223 -0783 RIO DE JANEIRO
GOIS Avenida Marechal Rondon, 2231 Sampaio Rua Setenta, 661 Centro Fone: (021) 201 -7149 Rio de Janeiro Fone: 1062) 225 -2882 Goinia RIO GRANDE DO SUL
MATO GROSSO DO SUL/MATO GROSSO Avenida Chicago, 307 Floresta Rua Marechal Rondon, 549 Centro Fone: (0512) 43 -2986 Porto Alegre Fone: (067) 382 -3682 Campo Grande SO PAULO MIN AS GERAIS Av. Marqus de So Vicente, 1697 Rua Clia de Souza, 571 Sagrada Famlia Fone: PABX (011) 826 -8422 So Paulo Fone: (031) 461 -0062 Belo Horizonte
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
TRABALHOS PUBLICADOS
ARTIGOS
a) No jornal O Estado de S. Paulo:
A volta da ao penal j extinta, ed. de 10 jul. 1976, p. 29. Hierarquia no Ministrio Pblico, ed. de 4 jan. 1977, p. 34. As funes do Ministrio Pblico, ed. de 23 jan. 1977, p. 49. A Lei Orgnica do Ministrio Pblico e o procedimento de ofcio, ed. de 26 set. 1982,
p. 64. As funes da curadoria especial, ed. de 15 maio 1983, p. 56. A complexa atuao do curador, ed. de 22 maio 1983, p. 56. Dia estadual do Ministrio Pblico, ed. de 12 fev. 1984, p. 47. Citao com hora certa, ed. de 4 mar. 1984, p. 35. As vrias formas de adoo, ed. de 11 abr. 1984, p. 33.
Reviso pro societate, ed. de 16. dez. 1984, p. 69.
Acordos feitos perante o Ministrio Pblico, ed. de 1 set. 1985, p. 57.
As requisies do Ministrio Pblico, ed. de 12 jan. 1986, p. 51.
Ministrio Pblico e Constituinte, ed. de 14 fev. 1986, p. 31. O Ministrio Pblico e o habeas corpus, ed. de 7 mar. 1986, p. 35. Requisies do Ministrio Pblico, ed. de 21 mar. 1986, caderno de empresas, p. 3. Conflito de atribuies entre rgos do Ministrio Pblico, ed. de 7 dez. 1986, p. 63. O art. 82, III, do CPC e o interesse pblico, ed. de 18 jan. 1987, p. 49. O deficiente e o Ministrio Pblico, ed. de 13 mar. 1988, p. 55. Assemelhao de carreiras na Constituio Federal, ed. de 5 fev. 1989, p. 38.
Resultado da adoo uniforme, ed. de 21 mar. 1990, p. 16. Isonomia salarial exige semelhana de funes, ed. de 8 jul. 1990, p. 39.
b) Na Revista dos Tribunais, So Paulo:
Observaes sobre o crime de roubo, RT, 490:261. O Ministrio Pblico no processo penal, RT, 494:269. O Ministrio Pblico no processo penal, RT, 500:426. Inovaes no Ministrio Pblico, RT, 559:267. A extino da ao penal ex officio, RT, 564:429. V
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
Defesa preliminar no processo penal, RT, 578:451. Curadoria especial, RT, 584:288. Reviso pro societate, RT, 594:296. Priso processual, RT, 597:263. Violao de sepultura, RT, 608:275. O Ministrio Pblico e a questo ambiental na Constituio, RT, 611:14. O Ministrio Pblico e o habeas corpus, RT, 618:412. O Ministrio Pblico e o deficiente, RT, 629:64.
O Ministrio Pblico no Tribunal de Contas, RT, 650:40.
c) Na Revista Justitia, do Ministrio Pblico do Estado de So Paulo:
Contrafao pelo prprio autor, artigo, Justitia, 90:115. Recurso criminal. O ato de promotor de justia sem atribuies para pratic-lo
nulo , razes, Justitia, 92:404. Prosseguimento da ao penal depois de declarada extinta a punibilidade pela mor-
te do ru, artigo, Justitia, 94:237. O Ministrio Pblico no processo penal postura institucional e hierarquia, te-
se, Justitia, 95:175 e 245. Observaes sobre o crime de roubo, artigo, Justitia, 97:217. Concurso material roubo e seqestro, razes, Justitia, 97:375. Roubo de uso impossibilidade, razes, Justitia, 98:443. Inovaes no Ministrio Pblico, artigo, Justitia, 114:14. Execuo fiscal federal custas e despesas processuais, razes, Justitia, 116:209.
Priso processual, artigo, Justitia, 124:195. Reviso pro societate, artigo, Justitia, 125:138. Rus incertos ou desconhecidos no processo civil, artigo, Justitia, 128:60. Acordos celebrados perante o Ministrio Pblico, artigo, Justitia, 130:44. O Ministrio Pblico e a questo ambiental na Constituio, tese, Justitia,
131-A:443.
As requisies do Ministrio Pblico, artigo, Justitia, 132:61.
As vrias formas de adoo, artigo, Justitia, 133:26. Parecer apresentado no proc. 301/81 44 V. F. S. da Capital, sobre a participao
da Curadoria de Ausentes e Incapazes em ao investigatria de paternidade, Justitia, 135:151.
Notas sobre o conflito de atribuies entre rgos do Ministrio Pblico, artigo, Justitia, 135:72.
Foro por prerrogativa de funo crime praticado por promotor de justia em Estado da Federao diverso daquele onde exerce suas atribuies, artigo, Jus-titia, 136:139.
VI
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
Ministrio Pblico e Constituinte, artigo, Justitia, 137:57. Interesses difusos e sua defesa, artigo, Justitia, 138:65. O princpio da titularidade da ao penal, artigo, Justitia, 139:100.
d) Na Revista MP rgo oficial do Ministrio Pblico do Estado do Paran:
O Ministrio Pblico e o habeas corpus, artigo, MP, 11:641. Conflito de atribuies entre rgos do Ministrio Pblico, artigo, MP, 11:674. O art. 82, III, do Cdigo de Processo Civil e o interesse pblico, artigo, MP,
11:677.
As funes da curadoria especial, artigo, MP, 11:679. As vrias formas de adoo, artigo, MP, 11:681.
e) Em revistas jurdicas diversas:
Observaes sobre loteamentos, Revista de Direito Imobilirio, Revista dos Tribunais, 9:24 (1982).
As vrias formas de adoo, RJTJSP, Lex, 95:21 (1985).
A defesa dos interesses difusos em juzo, conferncia, Revista do Mi- nistrio Pblico do Estado do Rio Grande do Sul, 19:34 (1986).
O Ministrio Pblico e a questo ambiental na Constituio, RF, 294:155.
O deficiente e o Ministrio Pblico, JTACSP, 108:6.
O Ministrio Pblico e a jurisdio voluntria, RP, 48:217, ano 12, out./dez. 1987.
TESES APRESENTADAS
Reforma judiciria e persecuo penal papel do Ministrio Pblico, co-autor, IV Seminrio Jurdico dos Grupos de Estudos do Ministrio Pblico do Esta-do de So Paulo, Justitia, 95:263 (1976).
O Ministrio Pblico no processo penal postura institucional e hierarquia, au-tor, IV Seminrio Jurdico dos Grupos de Estudos do Ministrio Pblico do Estado de So Paulo, Justitia, 95:245 (1976).
Processos contravencionais e sumrios e a titularidade do Ministrio Pblico, autor, X Seminrio Ju-rdico dos Grupos de Estudos do Ministrio Pblico do Estado de So Paulo, APMP, Biblioteca PGJ (1982).
Atendimento ao pblico, co-autor, XII Seminrio Jurdico dos Grupos de Estudos do Ministrio Pblico do Estado de So Paulo, APMP, Biblioteca PGJ (1984).
VII
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O Ministrio Pblico e a questo ambiental na Constituio, co-autor, VI Con-gresso Nacional do Ministrio Pblico, Justitia, l31:443 (1985).
O princpio da titularidade da ao penal, autor, Semana de Estudos sobre a Justia Criminal, PGJ/APMP, fev. 1987.
O Ministrio Pblico e o habeas corpus, autor, Semana de Estudos sobre a Justia Cri-minal, PGJ/APMP, fev. 1987.
A Carta de Curitiba e a Constituinte, autor, VII Congresso Nacional do Ministrio Pbli-co, AMMP/CONAMP, abr. 1987.
O Ministrio Pblico nos Tribunais de Contas, autor, XVII Seminrio Jurdico dos Grupos de Estudos do Estado de So Paulo, APMP, Biblioteca PGJ (1989).
LIVROS PUBLICADOS
O promotor de justia e o atendimento ao pblico, Saraiva, 1985 (esgotado).
Curadoria de ausentes e incapazes, APMP, 1988.
O Ministrio Pblico na Constituio de 1988, Saraiva, 1989 (24 tir. 1989).
O acesso justia e o Ministrio Pblico, AMPRS, 1989.
A defesa dos interesses difusos em juzo: meio ambiente, consumidor e patrimnio cultural, 2. ed., Revista dos Tribunais, 1990.
Manual do promotor de justia, 2. ed., Saraiva, 1991.
VIII
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
A meus pais.
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
NDICE SISTEMTICO
Trabalhos publicados .................................................................................................................................. V
Siglas e abreviaturas ......................................................................................................................... XXIII
Breve currculo do autor .................................................................................................................... XXVII
Nota 2 edio .............................................................................................................................. XXIX
Nota 1 edio ............................................................................................................................. XXXI
Captulo 1 ORIGENS DO MINISTRIO PBLICO 1
1. Perfil constitucional ............................................................................................... 1
2. Razes remotas ........................................................................................................ 1
3. Origem mais mencionada ...................................................................................... 2 4. Origem da expresso Ministrio Pblico ....................................................... 3
5. Origens lusitanas do nosso Ministrio Pblico .................................................. 4
Captulo 2 O MINISTRIO PBLICO NO BRASIL 6
1. Do Brasil-Colnia Constituio de 1988 ......................................................... 6
2. O Ministrio Pblico paulista ............................................................................... 7
Captulo 3 CAMPO DE ATUAO DO MINISTRIO PBLICO 10
1. O atual ofcio de Ministrio Pblico ................................................................. 10
2. Destinao institucional ....................................................................................... 12
Captulo 4 TRABALHOS PREPARATRIOS PARA
A CONSTITUIO DE 1988 ........................................................................... 14
1. O Ministrio Pblico nas Constituies anteriores ........................................... 14
2. A presena social do Ministrio Pblico .............................................................. 17
3. Origens prximas do texto constitucional de 1988 ............................................ 21
4. Antecedentes da Carta de Curitiba ................................................................... 22
a) o VI Congresso Nacional do Ministrio Pblico ....................................... 22 b) a pesquisa da Conamp ..................................................................................... 23
c) o Anteprojeto da Comisso de Estudos Constitucionais .......................... 26
d) o Anteprojeto Sntese .................................................................................. 27
5. A Carta de Curitiba................................................................................................... 28
6. A Moo de Curitiba ............................................................................................... 34 7. O VII Congresso Nacional do Ministrio Pblico ............................................. 34
XI
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
Captulo 5 ANLISE DO TEXTO CONSTITUCIONAL DE 1988 ......... 36
1. Viso geral ............................................................................................................... 37 2. Posicionamento constitucional ............................................................................ 38
3. Dispositivos comuns ............................................................................................... 41
4. Conceito .................................................................................................................... 41
a) instituio permanente ................................................................................... 42 b) zelo das principais formas de interesse pblico ......................................... 43
c) o Ministrio Pblico e a funo jurisdicional ............................................. 44
d) a defesa da ordem jurdica ............................................................................. 44
e) Ministrio Pblico e democracia................................................................... 45
f) defesa dos interesses indisponveis ............................................................... 47
5. Princpios institucionais ........................................................................................... 47
6. As designaes do procurador-geral ..................................................................... 48
7. Hierarquia e independncia..................................................................................... 52
8. Unidade do Ministrio Pblico e incompetncia do juzo ................................. 53
9. Autonomia institucional .......................................................................................... 53
a) a autonomia funcional da instituio e dos agentes ................................... 54 b) autonomia administrativa e financeira .......................................................... 55
c) iniciativa do processo legislativo .................................................................. 56 10. Os vrios Ministrios Pblicos ............................................................................. 58
11. O Ministrio Pblico junto ao Tribunal de Contas ........................................... 61 12. O procurador-geral da Repblica ......................................................................... 64
a) quem pode ser procurador-geral da Repblica ........................................... 66
b) destituio do procurador-geral da Repblica ............................................. 69 13. Os demais procuradores-gerais ............................................................................ 69
14. Litisconsrcio de Ministrios Pblicos ............................................................... 76
15. Organizao, atribuies e estatuto .................................................................... 77
16. Garantias e prerrogativas ...................................................................................... 78
a) independncia funcional ................................................................................ 81
b) vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos ........... 84
c) foro por prerrogativa de funo ................................................................... 85
d) promoo e aposentadoria ........................................................................... 87
17. Vedaes .................................................................................................................. 87
18. A opo pelo regime anterior ............................................................................... 91
19. Isonomia de vencimentos ...................................................................................... 93
20. Funes tpicas ....................................................................................................... 104
21. Funes atpicas ..................................................................................................... 104
22. Objetivo comum nas funes tpicas e atpicas ............................................. 105
XII
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
23. Funes exclusivas e concorrentes .............................................................. 107 a) ao penal pblica .................................................................................. 108 b) o defensor do povo ................................................................................. 112
c) a promoo da ao civil pblica .......................................................... 114 d) ao de inconstitucionalidade e representao interventiva ............. 115
e) defesa dos interesses das populaes indgenas ................................ 120 f) notificaes e requisies ...................................................................... 120 g) controle externo da atividade policial .................................................. 123
h) norma de encerramento ......................................................................... 125 i) legitimao concorrente ........................................................................ 126
24. Vedao de promotor ad hoc ............................................................................. 126
25. Residncia na comarca ................................................................................... 127
26. A representao da Fazenda ........................................................................ 128 27. Dispositivos extravagantes ............................................................................ 128
28. O chamado Quinto Constitucional ......................................................... 130
29. Concluso ...................................................................................................... 131
Captulo 6 A LEI ORGNICA NACIONAL DO MINISTRIO PBLICO ............................................................................ 132
1. A Constituio e a Lei Complementar Federal n. 40/81 ......................... 133 2. Conceituao segundo a Lei Complementar n. 40/81 ............................. 133
3. Princpios e funes institucionais .............................................................. 134 4. rgos do Ministrio Pblico ....................................................................... 134 5. rgos de administrao .............................................................................. 135
a) o procurador-geral de justia com prerrogativas e representao de secretrio de Estado ................................................... 136
b) atribuies do procurador-geral de justia ......................................... 136
c) o Colgio de Procuradores .................................................................... 137 d) o Conselho Superior do Ministrio Pblico ........................................ 137
e) o corregedor-geral do Ministrio Pblico ........................................... 138 6. rgos de execuo ........................................................................................ 138
a) os promotores de justia ........................................................................ 138
b) os procuradores de justia ..................................................................... 139 7. Atribuies dos rgos do Ministrio Pblico ........................................... 140
8. Atribuies especficas dos procuradores de justia .................................. 140
9. Pluralidade de procuradores de justia no mesmo feito .......................... 143 10. Foro por prerrogativa de funo .................................................................. 146
11. Demais garantias e prerrogativas ................................................................. 149
12. Deveres .......................................................................................................... 151
XIII
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
13. Faltas e penalidades ............................................................................................. 152 14. Responsabilidade penal, civil e administrativa ................................................ 153
15. Processo administrativo ..................................................................................... 155
16. Vencimentos, vantagens e direitos .................................................................... 156 17. Contagem de tempo de servio privado ......................................................... 156
a) posio do antigo Tribunal Federal de Recursos ................................... 158
b) posio do Tribunal de Justia de So Paulo ........................................... 158
c) posio do Tribunal de Alada Criminal de So Paulo ........................... 159
d) posio do Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul .......................... 159
e) posio do Tribunal de Justia de Minas Gerais ..................................... 159
f) posio do Tribunal de Justia do Paran ................................................. 159
g) posio do Tribunal Regional do Trabalho 9 Regio (Curitiba) 160
h) posio do Tribunal de Contas da Unio .................................................. 160
i) posio do Tribunal de Contas do Estado de So Paulo ....................... 160
j) posio do Ministrio Pblico de Minas Gerais ..................................... 160
l) posio do Ministrio Pblico do Paran ................................................ 160 m) posio do Ministrio Pblico de So Paulo ........................................... 161
n) posio do Supremo Tribunal Federal ...................................................... 162
18. O direito a frias .................................................................................................. 164
19. Os atos praticados nas frias e sua validade ..................................................... 164 20. Afastamentos do cargo ........................................................................................ 166
21. A carreira ................................................................................................................ 167
22. Defesa da Unio e consultoria das entidades pblicas ................................... 169
23. Justia Eleitoral .................................................................................................... 171 24. Justia Militar Estadual ....................................................................................... 172
25. Proibio de promotor ad hoc ........................................................................................... 173
26. Dia do Ministrio Pblico ................................................................................... 175
Captulo 7 ATUAO PROCESSUAL PENAL ........................................... 177
1. Processo penal em geral ....................................................................................... 177 2. O inqurito policial................................................................................................ 178
a) a presidncia de inquritos policiais ........................................................... 178
b) o promotor que investiga fatos .................................................................. 180
c) arquivamento do inqurito policial junto aos tribunais .......................... 180
d) a constitucionalidade do arquivamento do inqurito ............................. 181
3. O Ministrio Pblico parte no processo penal ............................................. 182
4. A parte imparcial .............................................................................................. 182
5. Atribuies do promotor criminal ..................................................................... 183
XIV
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
6. As recomendaes do Ato n. 1/84-PGJ/CSMP/CGMP .................... 184 7. O princpio da titularidade da ao penal .............................................. 185
8. A ao penal subsidiria ............................................................................. 189
9. A ao penal popular .................................................................................. 189
10. O procedimento acusatrio ........................................................................ 190
11. Generalidades sobre o princpio da obrigatoriedade da ao pblica .............................................................................................. 191
12. A obrigatoriedade da ao penal............................................................... 193
13. Ao penal dependente de representao ............................................... 194
14. A ao penal pblica incondicionada ........................................................ 195 15. O arquivamento de inqurito em caso de legtima defesa ..................... 196
16. Equipes e setores especializados .............................................................. 197
Captulo 8 - ATUAO PROCESSUAL CIVIL ........................................... 199
1. Processo civil em geral ............................................................................... 199 2. A obrigatoriedade da ao civil pblica ................................................... 201 3. A no-propositura da ao civil pblica ................................................... 202 4. O Ministrio Pblico parte e fiscal da lei .................................................. 204 5. A obrigatoriedade de assumir a ao ........................................................ 205 6. A desistncia pelo Ministrio Pblico ..................................................... 208
7. Desistncia e renncia do recurso ............................................................. 210
8. A transao ................................................................................................... 211 9. Obrigatoriedade da execuo ..................................................................... 213 10. Interveno pela qualidade da parte .......................................................... 214 11. Vinculao ou desvinculao ao interesse ................................................ 215 12. Limites da atuao vinculada ...................................................................... 216
13. Natureza jurdica da interveno pela qualidade da parte ...................... 217
14. Pluralidade de rgos do Ministrio Pblico .......................................... 217
15. Hipteses de interveno protetiva ........................................................... 218
16. Limites ao poder de impulso ...................................................................... 219 17. Atribuies e funes ................................................................................. 219
18. Curadoria de ausentes e incapazes ............................................................ 220 19. Curadoria de massas falidas ........................................................................ 222
20. Curadoria de acidentes do trabalho ........................................................... 223
21. Curadoria de famlia e sucesses .............................................................. 225
22. Curadoria de resduos .................................................................................. 226
23. Curadoria de fundaes .............................................................................. 226
24. Curadoria da infncia e da juventude ........................................................ 227
XV
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
25. Curadoria de casamentos ............................................................................ 227 26. Curadoria de registros pblicos ................................................................ 228 27. Novas curadorias e setores especializados ............................................... 230 28. Ao popular................................................................................................. 231 29. Ao trabalhista e execuo fiscal ............................................................ 232
Captulo 9 O ATENDIMENTO AO PBLICO E O DEFENSOR DO POVO ............................................................................ 233
1. Viso geral ...................................................................................................... 234 2. Origem da funo .......................................................................................... 235
3. O direito de petio ....................................................................................... 236
4. Litigiosidade contida ...................................................................................... 237 5. O atendimento como funo institucional ............................................... 238
6. Atipicidade da representao ....................................................................... 239
7. O atendimento como funo tpica ........................................................... 241 8. O primeiro contato com o atendido ........................................................... 242
9. Hipteses mais freqentes de atendimento ............................................... 243
10. Instalao do promotor na comarca ............................................................ 244 11. Divulgao no atendimento ......................................................................... 245 12. Recomendaes do Ato n. 1/84-PGJ/CSMP/CGMP ........................... 245 13. Disciplina no atendimento ........................................................................... 247
14. Dificuldades no atendimento........................................................................ 252
15. Outras recomendaes .................................................................................. 252 16. Aspectos psicolgicos .................................................................................... 253
17. Infra-estrutura ................................................................................................. 255
18. Crtica da funo ............................................................................................ 257 a) generalidades ............................................................................................ 257 b) desinteresse no atendimento .................................................................. 258
c) o atendimento nos grandes centros ...................................................... 259 d) criao de Promotorias especializadas ................................................. 260 e) proteo ao hipossuficiente ................................................................... 264
19. O atendimento pelo promotor ..................................................................... 265
20. O atendimento como arte ............................................................................. 265
21. Concluses ....................................................................................................... 266
22. O XII Seminrio Jurdico dos Grupos de Estudos ................................... 267 a) a tese Atendimento ao pblico .......................................................... 267 b) o relatrio da tese .................................................................................... 267
c) os debates em plenrio .......................................................................... 268 d) nossa posio ........................................................................................... 273
XVI
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
23. O ombudsman e o defensor do povo................................................... 281
24. Cargo para o correto exerccio da funo ............................................... 286
25. Recomendaes especficas sobre o atendimento ................................. 288
a) memorandos e ofcios ............................................................................ 288 b) reclamao contra autoridades e advogados ...................................... 289 c) entrevistas e entendimentos com outras autoridades ....................... 290
d) providncias urgentes ............................................................................ 293
e) presena do advogado ........................................................................... 294 f) fogo-de-encontro ................................................................................ 295
g) tomada de declaraes ........................................................................... 296
h) aborto ...................................................................................................... 296 i) ateno no atendimento ........................................................................ 296
j) doentes mentais ..................................................................................... 298
l) brigas de polticos e de vizinhos ............................................................ 298 m) passes de viagem ..................................................................................... 298
n) alvars judiciais ....................................................................................... 298 o) processos nos tribunais .......................................................................... 299
p) depsitos judiciais .................................................................................. 300
q) intercmbio entre promotores e entre outros Ministrios Pblicos ..................................................................................................... 301
r) questes alheias ao Ministrio Pblico .............................................. 301
Captulo 10 AO REPARATRIA OU EXECUO
DE JULGADO PENAL .............................................................................. 303
1. Generalidades ............................................................................................... 303
2. Papel do Ministrio Pblico ........................................................................ 304
Captulo 11 LOCAO E LOTEAMENTO .......................................... 306
1. Locao .......................................................................................................... 306 2. Compromissos e loteamentos .................................................................... 307
Captulo 12 MANDADO DE SEGURANA, MANDADO DE INJUNO, AO POPULAR E HABEAS CORPUS .......................... 311
1. Generalidades sobre a impetrao de remdios hericos ....................... 311 a) o Ministrio Pblico e os writs .................................................................. 311
b) mandado de segurana contra ato judicial recorrvel .......................... 311 c) a concesso de liminares ........................................................................ 312
d) defesa de direitos individuais e coletivos ............................................ 313
2. Impetrao de remdios hericos pelos promotores .............................. 314
XVII
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
1. Mandado de injuno ....................................................................................... 315 3. Ao popular ....................................................................................................... 315
4. Habeas corpus ......................................................................................................... 316
Captulo 13 AS REQUISIES MINISTERIAIS ........................................ 326
1.Generalidades ...................................................................................................... 326
2. O mbito das requisies .................................................................................. 327
3. As matrias sigilosas .......................................................................................... 328
4. Requisio de informaes dos cadastros eleitorais .................................... 331
5. Requisies autoridade policial .................................................................... 333
6. Desatendimento requisio ............................................................................ 333
Captulo 14 ATENDIMENTO AO TRABALHADOR .............................. 335
1. Generalidades ................................................................................................... 335
2. Modo de efetuar o atendimento .................................................................... 336
3. Crimes contra a organizao do trabalho ...................................................... 339
4. Recomendaes do Ato n. 1/84-PGJ/CSMP/CGMP .............................. 340
5. Crtica da funo .............................................................................................. 341
Captulo 15 ATENDIMENTO AO ACIDENTADO ................................. 343
1. Generalidades ................................................................................................... 343
2. As recomendaes do Ato n. 1/84-PGJ/CSMP/CGMP, ......................... 344
3. Inqurito civil ..................................................................................................... 346
Captulo 16 MENORES .................................................................................... 347
1. Menores em situao de proteo .................................................................. 347
2. A guarda.............................................................................................................. 350
3. Trabalho do menor ........................................................................................... 352
4. Tutela .................................................................................................................. 352
Captulo 17 FAMLIA ......................................................................................... 355
1. Generalidades ................................................................................................... 355
2. Curadoria de famlia e curadoria de incapazes ............................................. 357
3. Separao judicial ............................................................................................. 358
Captulo 18 ADOO ...................................................................................... 361
1. Conceito e evoluo do instituto .................................................................... 361
2. A adoo do Cdigo Civil .................................................................................. 363
3. A adoo do Estatuto da Criana e do Adolescente ...................................... 364
XVIII
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
4. Consideraes complementares ................................................................... 366 a) situao de proteo ............................................................................... 366 b) citao ou dispensa de citao dos pais ............................................. 367
c) adoo por estrangeiros ........................................................................ 368
d) competncia territorial ............................................................................ 369
e) competncia funcional ........................................................................... 369
f) avs adotivos ........................................................................................... 370
g) concubinato e adoo ............................................................................ 371
h) direito de visita ....................................................................................... 371
i) adoo por avs e tios ........................................................................... 372
j) cnjuges separados e vivos ................................................................ 372
l) sucesso ...................................................................................................... 373
m) morte dos adotantes .............................................................................. 374
5. Observaes finais ........................................................................................ 375
Captulo 19 ASSISTNCIA JUDICIRIA .............................................. 378
1. Generalidades ............................................................................................... 378
2. Carter subsidirio da assistncia ............................................................... 380
3. Assistncia judiciria criminal ..................................................................... 383
Captulo 20 CURADORIA ESPECIAL .................................................... 386
1. Generalidades ............................................................................................. 386
2. As funes do art. 9, I, do Cdigo de Processo Civil ........................ 387 3. As funes do art. 9, II, do Cdigo de Processo Civil ......................... 390
4. Limites da vinculao ................................................................................. 395
5. Liberdade para recorrer .............................................................................. 396
6. Encargos da sucumbncia ........................................................................ 397
7. Citao por edital ........................................................................................ 397
8. Citao com hora certa ............................................................................. 398
9. Resumo do edital . ...................................................................................... 398
10. Inexistncia de revelia ................................................................................. 399
11. Conhecimento pessoal ............................................................................... 400
12. Nulidade da citao ................................................................................... 401
13. Embargos execuo ................................................................................ 401
14. Curadoria do ru e do autor preso ............................................................ 402
15. Rus incertos ou desconhecidos .............................................................. 402
16. Ausncia ....................................................................................................... 405
XIX
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
17. Inventrio .............................................................................................................. 408 18. Protestos, notificaes e interpelaes ........................................................... 409 19. As recomendaes do Ato n. 1/84-PGJ/CSMP/CGMP ............................ 410
Captulo 21 JURISDIO VOLUNTRIA ................................................... 412
1. A chamada jurisdio voluntria ..................................................................... 412 2. Limites com a jurisdio prpria .................................................................... 413 3. O interesse pblico na jurisdio voluntria ............................................ 414
4. Hipteses de exceo ........................................................................................ 423
5. Controle da interveno ministerial ................................................................ 425
6. Curadoria especial na jurisdio voluntria ................................................... 427
7. Recusa de interveno ....................................................................................... 428
8. Concluso ........................................................................................................... 428
Captulo 22 CURADORIA DA PESSOA DEFICIENTE ........................... 429
1. Introduo .............................................................................................................. 429
2. A Resoluo da ONU ........................................................................................... 431
3. Levantamento legislativo ...................................................................................... 432
a) legislao federal ............................................................................................ 433
b) legislao estadual .......................................................................................... 435
c) legislao municipal....................................................................................... 437 4. O princpio da igualdade ...................................................................................... 438
5. O Ministrio Pblico e a pessoa deficiente ....................................................... 440
6. Criao de uma coordenadoria ............................................................................ 443
7. Concluso .............................................................................................................. 444
Captulo 23 ASSISTNCIA AO CURADOR DA HERANA
JACENTE ............................................................................................................ 445
Captulo 24 ACORDOS OU TRANSAES ................................................ 448
1. Generalidades .................................................................................................... 448
2. A referenda ..................................................................................................... 449
3. Objeto da transao ........................................................................................... 449 4. Instrues para a homologao ....................................................................... 450
5. Protesto especial ................................................................................................. 451
6. Interesse de incapazes ...................................................................................... 451
7. Constitucionalidade da homologao ............................................................ 452
8. Importncia social da funo ........................................................................... 453
9. O Ato n. 1/84-PGJ/CSMP/CGMP .............................................................. 453
XX
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
Captulo 25 - ROTEIRO DO JRI ......................................................................... 454
1. Competncia ......................................................................................................... 454 2. Preliminares para instalar a sesso ................................................................... 455 3. Adiamento da sesso ........................................................................................... 457
4. Incio do julgamento ........................................................................................... 459
5. A instruo ............................................................................................................ 464 6. Debates ................................................................................................................ 465
7. Preliminares da votao ..................................................................................... 467
8. Votao ................................................................................................................. 468 9. Sentena ................................................................................................................ 469 10 Ata dos trabalhos ................................................................................................ 470
Captulo 26 - INTERESSES COLETIVOS E DIFUSOS ................................. 471
1. Generalidades ..................................................................................................... 471
2. O que ao civil pblica .................................................................................. 474 3. Origens da Lei n. 7.347/85 ................................................................................ 475
4. Dever de agir ....................................................................................................... 477
5. Objeto da Lei n. 7.347/85 .................................................................................. 477
6. O meio ambiente na Lei n. 7.347/85................................................................ 480
7. A proteo do consumidor na Lei n. 7.347/85 .............................................. 482 8. A defesa do patrimnio cultural ........................................................................ 489 9. Tombamento ........................................................................................................ 490 10. A ao cautelar na Lei n. 7.347/85 ............................................................... 491 11. Conexidade, continncia e litispendncia ...................................................... 492
12. Legitimao ativa ............................................................................................... 493
13. Legitimao passiva ........................................................................................... 493 14. Transao ............................................................................................................ 494
15. Inqurito civil ..................................................................................................... 494
16. Fundo para reconstituir o bem lesado ............................................................ 495
17. Encargos da sucumbncia ............................................................................... 496
Captulo 27 - A AO CIVIL PBLICA ............................................................. 497
1. Generalidades .................................................................................................... 497 2. Aes fundadas na Constituio Federal ....................................................... 499 3. Aes fundadas no Cdigo Civil .................................................................... 501
4. Aes fundadas no Cdigo de Processo Civil .............................................. 502
5. Aes fundadas no Cdigo de Processo Penal ............................................. 505
6. Aes fundadas no Estatuto da Criana e do Adolescente ........................ 505
7. Aes fundadas na legislao trabalhista ........................................................ 506
XXI
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
8. Aes fundadas na Lei de Registros Pblicos ............................................... 506 9. Aes fundadas na Lei de Loteamentos ......................................................... 507 10. Aes fundadas na Lei de Falncias ................................................................ 507
11. Aes fundadas em leis diversas ...................................................................... 507
Captulo 28 FISCALIZAO DE CARTRIOS, PRISES
E OUTROS ESTABELECIMENTOS ............................................................ 510
1. Generalidades ...................................................................................................... 510
2. O que atividade correcional ............................................................................ 510 3. A fiscalizao dos Cartrios de Registro Civil ................................................ 512
4. Visitas a cadeias e presdios................................................................................ 512
5. Visitas a manicmios ........................................................................................... 515
6. Visitas a estabelecimentos para menores ......................................................... 516
Captulo 29 EXPEDIO DE NOTIFICAES ....................................... 518
1. Quando cabe a notificao ................................................................................. 518 2. Quando no cabe a notificao ........................................................................ 518
3. Os convites ........................................................................................................... 519
4. Forma da notificao .......................................................................................... 520 5. Notificao ordem de comparecimento ....................................................... 521
6. Cominao para o desatendimento .................................................................. 521
7. Precedente jurisprudencial ................................................................................. 523
8. Conseqncias pela recusa de comparecimento ............................................. 524
9. Destinatrio da notificao ................................................................................ 526
Captulo 30 IMPEDIMENTO E SUSPEIO .............................................. 527
1. Hipteses de incompatibilidade ..................................................................... 527 2. Hipteses de suspeio e impedimento ......................................................... 528
Captulo 31 CONFLITOS DE ATRIBUIES ............................................ 531
1. Conflitos entre Ministrios Pblicos diversos ............................................. 531
2. Peculiaridades no conflito de atribuies ministeriais ................................ 532 3. Quem dirime o conflito de atribuies .......................................................... 534
Captulo 32 RECUSA E FALTA DE INTERVENO
MINISTERIAL ................................................................................................... 537
Anexos ................................................................................................................................. 539 Resumo do roteiro do jri ....................................................................................................... 607 Bibliografia ......................................................................................................................... 613 ndice alfabtico-remissivo ...................................................................................................... 629
XXII
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
SIGLAS E ABREVIATURAS
AC Apelao Cvel AgI Agravo de Instrumento
AgReg Agravo Regimental
art. artigo
AMMP Associao Mineira do Ministrio Pblico
AMPRS Associao do Ministrio Pblico do Rio Grande do Sul
APMP Associao Paulista do Ministrio Pblico
Caemp Confederao das Associaes Estaduais do Ministrio Pblico Caex Centro de Acompanhamento e Execuo do Ministrio Pblico do Estado
de So Paulo
Cm. Cmara
Cm. Crim. Conj. Cmaras Criminais Conjuntas
C. Constituio CC Cdigo Civil
CE Constituio Estadual
CE1 Cdigo Eleitoral
CF Constituio Federal
Cf. Conferir
CFl. Cdigo Florestal
CGJ Corregedoria-Geral da Justia
CGMP Corregedoria-Geral do Ministrio Pblico
cit. citado
CM Cdigo de Menores
compl. complementar
Conamp Confederao Nacional das Associaes do Ministrio Pblico
CP Cdigo Penal
CPC Cdigo de Processo Civil
CPP Cdigo de Processo Penal
CR Constituio da Repblica CSM Conselho Superior da Magistratura
CSMP Conselho Superior do Ministrio Pblico
CTN Cdigo Tributrio Nacional
Dec. Decreto
XXIII
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
Dec.-Lei Decreto-Lei DOE Dirio Oficial do Estado
DOU Dirio Oficial da Unio EC Emenda Constitucional ECA Estatuto da Criana e do Adolescente
EFPCE Estatuto dos Funcionrios Pblicos Civis do Estado
EFPCU Estatuto dos Funcionrios Pblicos Civis da Unio
est. estadual
EOAB Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil
fed. federal
HC Habeas corpus
JSTF Jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal (Lex)
JTACSP Julgados/Jurisprudncia dos Tribunais de Alada Civil de So Paulo (Lex)
JTACrimSP Julgados/Jurisprudncia do Tribunal de Alada Criminal de So Paulo (Lex)
LA Lei de Alimentos
LAA Lei de Abuso de Autoridade
LACP Lei da Ao Civil Pblica
LAP Lei da Ao Popular
LAT Lei de Acidentes do Trabalho
LC Lei Complementar
LCP Lei das Contravenes Penais
LD Lei do Divrcio
LE Lei de Entorpecentes
LEF Lei de Execuo Fiscal
LEP Lei de Execuo Penal
LF Lei de Falncias
LJPC Lei do Juizado de Pequenas Causas
Liv. Livro
LL Lei de Locao
LLE Lei das Liquidaes Extrajudiciais
LLt Lei de Loteamentos
LMS Lei do Mandado de Segurana
LOEMP Lei Orgnica Estadual do Ministrio Pblico
LOMAN Lei Orgnica da Magistratura Nacional
LOMN Lei Orgnica da Magistratura Nacional
XXIV
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
LONMP Lei Orgnica Nacional do Ministrio Pblico
LRP Lei de Registros Pblicos
LRP1 Lei da Reforma Penal
MP Revista do Ministrio Pblico do Estado do Paran
MS Mandado de segurana
n. nmero
p. pgina
PA Processo Administrativo
PGJ Procuradoria-Geral de Justia do Estado de So Paulo Proc. Processo
Pt. Protocolado
RCrim. Recurso criminal
RDP Revista de Direito Pblico
RE Recurso Extraordinrio
Rel. Relator
Rep. Representao
REsp. Recurso Especial
RF Revista Forense
RI Recurso de Instrumento
RJTJRS Revista de Jurisprudncia do Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul
RJTJSP Revista de Jurisprudncia do Tribunal de Justia de So Paulo
R.Rev. Recurso de revista
RT Revista dos Tribunais
RTJ Revista Trimestral de Jurisprudncia
STF Supremo Tribunal Federal
STJ Superior Tribunal de Justia
t. tomo
1 TAC I Tribunal de Alada Civil de So Paulo 2 TAC II Tribunal de Alada Civil de So Paulo TACrimSP Tribunal de Alada Criminal de So Paulo
Tt. Ttulo
TJSP Tribunal de Justia de So Paulo
TRE Tribunal Regional Eleitoral
v. volume
v. vide
XXV
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
BREVE CURRCULO DO AUTOR
Hugo Nigro Mazzilli bacharelou-se com distino pela Faculdade de Direi-to da Universidade de So Paulo (Faculdade do Largo de So Francisco Turma de 1972).
Iniciou sua vida profissional em 1969, como estagirio no escritrio do Professor Oscar Barreto Filho, com quem trabalhou, como advogado, em 1973.
Distinguindo-se na classificao do concurso de ingresso ao Ministrio P-blico, foi nomeado Promotor Pblico Substituto em 1973. Aps dez anos de vivncia nas diversas comarcas do interior do Estado, foi promovido para a Capital, onde exerceu por diversos anos a funo de assessor dos Procuradores-Gerais de Justia Cludio Ferraz de Alvarenga e Antnio Araldo Ferraz dal Pozzo.
Membro atuante dos Grupos de Estudos do Ministrio Pblico do Estado de So Paulo, proferiu diversas palestras nos Grupos Carlos Siqueira Netto (Capital do qual foi Coordenador), Campos Salles (Campinas), Ibrahim Nobre (Santos), Alusio Arruda (Ribeiro Preto), Pedro Jorge de Mello (Mococa), Ronaldo Porto Macedo (Presidente Prudente), Csar Salgado (Taubat), a primeira das quais no Mrio de Moura Albuquerque (Bauru), quando, ainda substituto (1976), defendeu a idia da inafastabilidade do promo-tor das suas funes legais (RT, 494:269).
Apresentou e viu aprovadas inmeras teses em seminrios e congressos; autor de diversos livros, bem como de inmeros artigos jurdicos, publicados nas principais revistas especializadas do Pas; recebeu o prmio Melhor Arrazoa-do Forense, em virtude de razes que apresentou em conflito de atribuies (Pt. n. 12.416/87-PGJ; APMP 1988).
Participou e ainda participa de diversas comisses institudas pela Procura-doria-Geral de Justia e pela Associao Paulista do Ministrio Pblico (v. g., Comisso de Estudos sobre o Projeto de Cdigo de Processo Penal 1983; Comisso de Estudos Constitucionais desde 1983; Comisso de Assessora-mento Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente desde 1985; Comisso de Estudos sobre o Projeto de Lei que modifica o Cdigo de Processo Civil 1985; Comisso que elaborou o Anteprojeto da Carta de Curitiba 1986; Comisso de Estudos sobre a Justia Criminal 1987).
Tem tido acentuada militncia na vida da Associao Paulista do Ministrio Pblico, participando das Diretorias presididas por Cludio Ferraz de Alvarenga
XXVII
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
Luiz Antnio Fleury Filho e Antnio Araldo Ferraz dal Pozzo, tornando-se, em 1990, Presidente da Associao Paulista do Ministrio Pblico.
Participou ativamente do acompanhamento dos trabalhos das Assemblias Constituintes, seja a Nacional, seja a do Estado de So Paulo, especialmente no que diz respeito instituio a que pertence.
XXVIII
HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
NOTA 2 EDIO
Com a promulgao da Constituio de 1988, profundas mudanas ocorre-ram em nosso sistema jurdico, e, em especial, na instituio do Ministrio P-blico.
Agora conceituado na Lei Maior como instituio permanente e essencial prestao jurisdicional do Estado, encarregada da defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis, a Cons-tituio outorgou ao Ministrio Pblico extraordinrias garantias e atribuies, sepultando na obsolescncia o antigo papel da instituio de defesa dos interes-ses do Estado, enquanto pessoa jurdica.
Rapidamente esgotada a primeira edio de nosso Manual do promotor de jus-tia, a esta altura, porm, no seria possvel apenas reeditar a obra; mister foi praticamente reescrev-la, tal a monta das conseqncias trazidas pelo novo ordenamento constitucional, que to intensamente mudou a ordem jurdica vigente, em especial definindo um perfil inteiramente novo para o Ministrio Pblico brasileiro.
Dessa forma, a segunda edio sai totalmente revista e ampliada, na sua maior parte reescrita, contendo no s as atualizaes sempre necessrias, como ainda a devida adequao nova ordem jurdica constitucional.
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HUGO NIGRO MAZZILLI Manual do Promotor de Justia
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NOTA 1 EDIO
Quando exercemos a funo de coordenador do Grupo de Estudos Car-los Siqueira Netto (1984), apresentamos uma tese ao XII Seminrio Jurdico dos Grupos de Estudos intitulada Atendimento ao pblico. Na ocasio, con-tamos com o inestimvel concurso dos colegas Jos Silvino Perantoni e Maria Tereza do Amaral Dias de Souza, alm do indispensvel apoio do coordenador-geral dos Grupos, o colega Paulo Hideo Shimizu.
Era intuito estudar a antiga realidade consistente no atendimento to co-mum que o promotor de justia faz aos necessitados, principalmente nas co-marcas do interior.
A tese criou vivo interesse nos debatedores, que muito a enriqueceram, animando-nos a aperfeio-la e a transform-la no livro O promotor de justia e o atendimento ao pblico (Saraiva, 1985), cujo objetivo consistia em dar viso global do atendimento e suas implicaes, tarefa to importante quanto difcil, embora altamente gratificante.
Esgotou-se a edio, com rapidez que nos surpreendeu. Por versar sobre as funes institucionais do Ministrio Pblico, o livro acabou interessando tam-bm aos candidatos a concursos de ingresso na carreira, s bancas examinado-ras, alm de, naturalmente, aos prprios promotores de justia, no s aos que comeam na carreira, mas a todos os que pretendam um livro de consulta ou um manual que enfrente as questes mais usuais ou mais controvertidas no dia-a-dia dos seus servios na comarca. Tambm se interessaram pela publicao os demais profissionais do direito, como ainda os acadmicos, desejosos de obter um trato doutrinrio, jurisprudencial ou mesmo prtico sobre as controvrsias reinantes em vrios campos das atividades ministeriais.
Deve ser ressaltada a generosa acolhida da crtica, que muito nos estimulou.
Nosso estimado Professor Manoel Pedro Pimentel, referindo-se obra O promotor de justia e o atendimento ao pblico, assim a viu: Trata-se de excelente livro, obra muito til, que no fora antes pensada por ningum, por ser, de cer-to, muito trabalhosa e de aparente desimportncia. Na verdade, pouca gente se preocupa com questes como essa, que se constitui verdadeira prestao de servio, com informaes valiosas, que indicam direitos e deveres das pessoas humildes e das autoridades. O trabalho denso em observaes valiosas, cons-tituindo-se um autntico guia para os membros do Ministrio Pblico e para todos ns.
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Por sua vez, o Professor Ren Ariel Dotti teceu as seguintes consideraes: Sobre O Promotor de Justia e o Atendimento ao Pblico j tenho-me referido em
trabalhos recentes ligados proteo do ambiente e do consumidor. Alm da qualidade cientfica da investigao, merece o melhor louvor a escolha de assun-to que dignifica a funo do Ministrio Pblico e lhe concede justa e indispen-svel presena social. Venho acompanhando a permanente e lcida contribuio do autor doutrina do Direito Penal e do Processo Penal, bem como Institui-o a que pertence. Seus artigos publicados nO Estado de S. Paulo e Revista dos Tribunais constituem material obrigatrio de fonte e reflexes.
Diante da receptividade encontrada para aquela nossa primeira obra, na ocasio dispusemo-nos a, mais do que reedit-la, com as atualizaes sempre necessrias, reescrev-la mesmo, desenvolvendo-a em todos os seus aspectos e buscando cobrir a generalidade das funes do Ministrio Pblico com maior fundamentao doutrinria e jurisprudencial. Abordando pontos que no ti-nham sido versados no trabalho original e abrindo novos captulos e ttulos, buscamos torn-la um verdadeiro manual que possa, embora naturalmente sem esgotar a matria, ser um livro til, de fcil consulta, o qual, na mesa do profis-sional do direito, confira um enfoque objetivo sobre a variada gama de atribui-es do Ministrio Pblico.
Por fim, desenvolvemos significativamente a parte prtica (formulrios das principais peas forenses, roteiro do jri etc.), bem como, valendo-nos de recur-sos da informtica, elaboramos um minucioso ndice alfabtico-remissivo, o que certamente facilitar o trabalho forense.
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1
captulo
1 Origens do Ministrio Pblico
SUMRIO: 1. Perfil constitucional. 2. Razes re-
motas. 3. Origem mais mencionada, 4. Origem da
expresso Ministrio Pblico. 5. Origens lusita-
nas do nosso Ministrio Pblico.
1. PERFIL CONSTITUCIONAL 1
O art. 127 da Constituio Federal de 1988 assevera que o Ministrio P-
blico instituio permanente, essencial funo jurisdicional do Estado, in-
cumbindo-lhe a defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interes-
ses sociais e individuais indisponveis.
exceo da defesa do regime democrtico contribuio da Carta de
Curitiba2 , os demais elementos da definio legal provieram da Lei Com-
plementar federal n. 40, de 14 de dezembro de 1981.
2. RAZES REMOTAS
Controverte-se sobre as origens do Ministrio Pblico3.
Procuram alguns v-la h mais de quatro mil anos, no magia, funcionrio
real no Egito4.
1. Sobre o Ministrio Pblico na Constituio de 1988, v., especialmente, o Ca-ptulo 5.
2. A propsito da chamada Carta de Curitiba, bem como sobre o conceito constitu-cional de Ministrio Pblico, v. Captulos 4 e 5.
3. Cf. Antnio Cludio C. Machado, A interveno do Ministrio Pblico no processo civil brasileiro, So Paulo, Saraiva, 1989, p. 9 e s.
4. Segundo textos descobertos em escavaes no Egito, tal funcionrio era a lngua e os olhos do rei; castigava os rebeldes, reprimia os violentos, protegia os cidados pacfi-cos; acolhia os pedidos do homem justo e verdadeiro, perseguindo o malvado mentiroso; era o marido da viva e o pai do rfo; fazia ouvir as palavras da acusao, indicando as disposies legais que se aplicavam ao caso; tomava parte das instrues para descobrir
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Outros buscam na Antigidade clssica os traos iniciais da instituio, ora
nos foros de Esparta, ora nos thesmotetis ou tesmtetas gregos5, ora nas figuras ro-
manas do advocatus fisci, do defensor civitatis, do irenarcha, dos curiosi, stationarii e
frumentarii, dos procuratores caesaris 6.
Na Idade Mdia tambm se procura encontrar algum trao histrico da ins-
tituio nos saions germnicos7, ou nos bailios e senescais, encarregados de defen-
der os senhores feudais em juzo8, ou nos missi dominici 9, ou nos gastaldi do direi-to longobardo, ou ainda no Gemeiner Anklager (literalmente comum acusador)
da Alemanha, encarregado de exercer a acusao, quando o particular permane-
cia inerte10.
No prprio vindex religionis do direito cannico se busca um elo de ligao
com as razes do Ministrio Pblico11.
Por sua vez, a doutrina italiana procura demonstrar sua origem peninsular:
o advocatus de parte publica ou os avogadori di comun della repubblica veneta ou os conser-
vatori delle leggi di Firenze12.
3. ORIGEM MAIS MENCIONADA
O mais usual, porm, indicar-se a origem do Ministrio Pblico na Orde-nana de 25 de maro de 130213, de Felipe IV, o Belo, rei da Frana, que imps
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a verdade (Mario Vellani, Il pubblico ministero nel processo, 1965, v. 1, t. 1, p. 15; Gabriel de Rezende Filho, Curso de direito processual civil, Saraiva, 1957, v. 1, n. 90, p. 91; Roberto Lyra, Teoria e prtica do Ministrio Pblico, Cap. I).
5. Cf. Tourinho Filho, Processo penal, Saraiva, 1982, v. 2, Cap. 22; Mario Vellani, Il pub-blico ministero, cit., v. 1, t. 1, n. 1, p. 11; Octaclio Paula Silva, Ministrio Pblico, Sugestes Literrias, 1981, p. 4; Jos Henrique Pierangelli, Processo penal; evoluo histrica, Jalovi, 1983, p. 180.
6. Michle-Laure Rassat, Le Ministre Public entre son pass et son avenir, Paris, 1967, p. 7.
7. Michle-Laure Rassat, Le Ministre Public, cit., p. 11; Vellani, Il pubblico ministero, cit., v. I, t. 1, p. 13.
8. Cf. Gabriel de Rezende Filho, Curso, cit., v. 1, n. 90, p. 91; Moacyr Amaral Santos, Primeiras linhas de direito processual civil, Saraiva, 1978, v. 1, n. 96.
9. Cf. Mario Vellani, Il pubblico ministero, cit., v. 1, t. 1, p. 13.
10. Cf. Tourinho Filho, Processo penal, cit., v. 2, p. 289. 11. Cf. Hlio Tomaghi, Compndio de processo penal, Konfino, 1967, v. 1, p. 375. 12. Mario Vellani, Il pubblico ministero, cit., v. 1, t. 1, p. 13; Vincenzo Manzini, Trattato di
diritto processuale penale italiano, Torino, 1924, v. 2, p. 260. 13. Cf. Mario Vellani, Il pubblico ministero, cit., v. 1, t. 1, p. 23; Tourinho Filho,
Processo penal, cit., v. 2, p. 290; Hlio Tomaghi, Compndio, cit., v. 1, p. 376. Alguns, po-
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aos seus procuradores, antes de tudo, prestassem o mesmo juramento dos ju-zes, vedando-lhes patrocinarem outros que no o rei14.
Entretanto, tem-se como certo que Felipe regulamentou o juramento e as obrigaes dos procuradores do rei em termos que levam a crer que a institui-o j preexistia15.
Menciona-se que a Revoluo Francesa teria estruturado mais ade-quadamente o Ministrio Pblico, enquanto instituio, ao conferir garantias a seus integrantes; contudo, foram os textos napolenicos que instituram o Mi-nistrio Pblico que a Frana veio a conhecer na atualidade16.
4. ORIGEM DA EXPRESSO MINISTRIO PBLICO
Num sentido genrico, referindo-se a todos os que, de qualquer forma, exercitam uma funo pblica, a expresso ministrio pblico j se encontra-va em textos romanos clssicos.
rm, mencionam a data de 23 ou 25 de maro de 1303 (Michle-Laure Rassat, Le Ministre Public, cit., p. 13; Glasson, citado por Vellani, Il pubblico ministero, cit., v. 1, t. 1, p. 23).
14. V . texto dos arts. 15 e 20 da Ordenana, em Mario Vellani, II pubblico ministero, cit., v. 1, t. 1, p. 24: art. 15: Volumus insuper quod ipsi, et procuratores nostri jurent secundum formam infra scriptam...; art. 20: ceterum volumus quod procuratores nostri, in causis quas nostro nomine ducent contra quascumque personas, jurent de calumnia, sicut predicte persone. Et si contingat ipsos facere substitutos, ipsis substitutis satisfaciant, et non partes adverse; nolentes, immo prohibentes expresse ne dicti procuratores nostri de causis alienis se intromittere, aut litteras impetrare presumant, nisi pro personis conjunctis ipsos contingeret facere predicta.
15. Michle-Laure Rassat, Le Ministre Public, cit., p. 13-4; Garraud, Trait thorique et pra-tique dinstruction criminelle et de procdure pnale, 1907, t. 1, n. 32; Prcis de droit criminel, 1962, p. 34-5; F. Goyet, Le Ministre Public en matire civile et en matire reprssive et lexercice de laction publique, 1953; Esmein, citado por Michle-Laure Rassat, Le Ministre Public, cit., p. 13-4 e 263; Mario Vellani, Il pubblico ministero, cit., v. 1, t. 1, p. 18, 19 e 24.
16. Rassat lembra que um decreto de 1790 deu vitaliciedade aos agentes do Ministrio Pblico; todavia, outro decreto do mesmo ano dividiu as funes do Ministrio Pblico entre dois agentes: um comissrio do rei e um acusador pblico. O primeiro, nomeado pelo rei e inamovvel, tinha por nica misso velar pela aplicao da lei e pela execuo dos julgados; era ele, ainda, que recorria contra as decises dos tribunais. O acusador pblico, por sua vez, era eleito pelo povo, com o s encargo de sustentar a acusao diante dos tribunais.
O verdadeiro papel de um e de outro era, porm, muito limitado, tendo havido vrios retrocessos na poca.
Assim, foram os textos napolenicos que instituram o Ministrio Pblico que a Frana conheceu na atualidade (cf. Rassat, Le Ministre Public, cit., p. 31-5).
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No sentido, porm, de referir-se instituio de que ora nos ocupamos, se-
gundo levantamento feito por Mario Vellani, a expresso ministre public passou a ser usada com freqncia nos provimentos legislativos do sculo XVIII, ora designando as funes prprias daquele ofcio pblico, ora referin-do-se a um magistrado especfico, incumbido do poder-dever de exercit-lo, ora, enfim, dizendo respeito ao ofcio17. Em algumas cartas de 1730 e 1736, do chanceler francs, recolheu o jurista peninsular algumas frases em que a expres-so usada, sem que se possa supor sua novidade: ... lorsque le besoin de mi-nistre public...; .. ceux qui exercent le ministre public... en honorant le minis-tre des gens du roi.... A expresso passou, posteriormente, a freqentar assi-duamente ordenanas e ditos (1765, 1777, 1788 etc.).
Parece-nos correta a suposio de Vellani no sentido de que a expresso nasceu quase inadvertidamente, na prtica, quando os procuradores e advo-gados do rei falavam de seu prprio mister ou ministrio, e a este vocbulo se uniu, quase por fora natural, o adjetivo pblico , para designar os interesses pblicos que os procuradores e advogados do rei deveriam defender.
Da, a expresso passou, traduzida, para os outros Estados, sendo que, no Brasil, o primeiro texto levantado por Abdon de Mello e ratificado por Jos Henrique Pierangelli, no qual se identifica o uso da expresso Ministrio Pbli-co , consiste no art. 18 do Regimento das Relaes do Imprio, baixado em 2 de maio de 184718.
No deixa de ser interessante anotar que, na sua etimologia, a palavra mi-nistrio se prende ao vocbulo latino manus e aos derivados ministrar, ministro, administrar da a ligao inicial aos agentes do rei (les gens du roi), pois seriam a mo do rei (hoje, certamente, para manter a metfora, a mo da lei).
5. ORIGENS LUSITANAS DO NO SSO MINISTRIO PBLICO
No podemos, porm, olvidar que os primeiros traos de nosso Ministrio
Pblico antes provm diretamente do velho direito lusitano.
Embora sejam preferentemente citadas as Ordenaes Manuelinas de 1514 como fonte da instituio do Ministrio Pblico19, nas prprias Ordenaes Afonsi-nas de 1447 vemos traos que foram desenvolvidos nas ordenaes posteriores.
17. Il pubblico ministero, cit., v. 1, t. 1, p. 67.
18. Cf. J. H. Pierangelli, Processo penal, cit., p. 192.
19. Cf. J. Canuto Mendes de Almeida, Processo penal, ao e jurisdio, Revista dos Tribu-nais, 1975, p. 218; Jos Henrique Pierangelli, Processo penal, cit., p. 188.
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No Tt. VIII das Ordenaes Afonsinas, cuida-se Do procurador dos nossos feitos ; no Tt. XIII, trata-se Dos procuradores, e dos que nom podem fazer procuradores (Liv. I). Nas Ordenaes Manuelinas, o Liv. I tinha dois ttulos de maior interesse: o XI, que cuidava Do procurador dos nossos feitos, e o XII, que tratava do Prometor de justia da Casa da Sopricaam. Nas Ordena-es Filipinas de 1603, h ttulos que cuidam do procurador dos feitos da Coroa (XII), do procurador dos feitos da Fazenda (XIII), do promotor de justia da Casa da Suplicao (XV), do promotor de justia da Casa do Porto (XLIII), todos do Liv. I.
Entretanto, alguns autores buscam mais longe as origens lusitanas do nosso Minist-rio Pblico: Em 14-1-1289, sob o reinado de D. Afonso III, o cargo de procurador da Coroa assume o carter de permanncia, justamente na poca em que, na Europa, se constituam os tribunais regulares (Jos Henrique Pierangelli, Processo penal, cit., p. 187). Conjunta-mente com esses tribunais que se formou o Ministrio Pblico (Joo Baptista Ferro de Carvalho Mrten, O Ministrio Pblico e a Procuradoria-Geral da Coroa e Fazenda, hist-ria, natureza e fins, Boletim do Ministrio da Justia de Portugal, Lisboa, 23:16, fev. 1974). Por sua vez, J. Cabral Netto busca no Livro das Leis e Posturas, editado no reinado de D. Joo I (1384/1422), algumas disposies reguladoras da interveno dos procuradores do Rei nas causas penais, bem como as atribuies dos procuradores de justia da Casa da Suplica-o (O Ministrio Pblico na Europa latina, 1974, p. 53).
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captulo
2 O Ministrio Pblico no Brasil
SUMRIO: 1. Do Brasil-Colnia Constituio de 1988.
2. O Ministrio Pblico paulista.
1. DO BRASIL - COLNIA CONSTITUIO DE 1988
Antes da Independncia, e durante muito tempo mesmo depois dela, o de-senvolvimento da instituio esteve indissociavelmente ligado ao velho direito portugus.
Em 7 de maro de 1609, criou-se a Relao da Bahia, junto qual o procu-rador da Coroa e da Fazenda tinha funo de promotor de justia1.
No Brasil-Colnia e no Brasil-Imprio, o procurador-geral ainda centrali-zava o ofcio, no se podendo falar propriamente de uma instituio, muito menos em qualquer garantia ou independncia dos promotores pblicos, meros agentes do Poder Executivo.
Posto mais adiante faamos uma anlise especial da matria (Captulo 5), cabe aqui antecipar algumas linhas a propsito do desenvolvimento constituci-onal do Ministrio Pblico.
Sob a Constituio de 1824, atribua-se ao procurador da Coroa e Sobera-nia Nacional a acusao no juzo de crimes, ressalvadas as hipteses de iniciativa acusatria da Cmara dos Deputados. Por sua vez, o Cdigo de Processo Cri-minal do Imprio (de 1832) continha uma seo reservada aos promotores (arts. 36 a 38), com os primeiros requisitos para sua nomeao e o elenco das princi-pais atribuies. Com a reforma de 1841 e com os respectivos regulamentos, a qualidade de bacharel idneo passou a ser requisito da nomeao dos promo-
tores pblicos2.
1. Cf. Jos Henrique Pierangelli, Processo penal; evoluo histrica, Jalovi, 1983, p. 73-4 e
187-8.
2. Consoante observa Ruy Junqueira de Freitas Camargo, A Lei n. 261, de 3 de de-zembro de 1841, regulamentada pelo Decreto n. 120,