1 Antes do registro do candidato
2 Registro do candidato
3 Arrecadação e gasto de recursos
4 Campanha
5 Eleição
6 Prestação de contas
Governo do Estado de São PauloGeraldo Alckmin
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento RegionalJulio Semeghini
Fundação Prefeito Faria Lima – CepamLobbe Neto
Produção Editorial Coordenação | Adriana Caldas, MTB 23.878
Editoração de Texto e Revisão | Eva Célia Barbosa, Márcia Labres e Silvia Galles
Direção de Arte | Michelle Nascimento
Chefia de Arte | Carlos Papai
Assistência de Arte | Janaína Alves Cruz da Silva
Estagiária | Amanda Dourado Bueno
Ilustração | Monstro
CTP, Impressão e Acabamento | Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Tiragem | 3.500 exemplares
2ª edição
revista e atualizada
São Paulo, 2012
Apoio Realização
© Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam
Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal
1ª edição: 2008 – 3 mil exemplares
Título: Manual das Eleições Municipais 2008
Texto: José Carlos Macruz, Laís de Almeida Mourão, Luciana Temer
Castelo Branco e Mariana Moreira
Atualização: José Carlos Macruz – advogado, mestre em Direito de
Estado, presidente da Comissão Eleitoral e de Estudos sobre Direito
Eleitoral da subseção Pinheiros-OAB/SP, coordenador de Assistência
Jurídica do Cepam
Pesquisa: Andressa Lin Fidelis, Danilo Romera Luqueze, Eduardo Imada
Bracco, Luisa Marcuso e Marina Cardoso de Freitas (estagiários)
Colaboração: Ligia Marques Simões
APRESEnTAçãO
As eleições municipais aproximam-se e os candidatos a prefeito, vice-prefeito
e vereador, precisam estar atentos às regras do processo eleitoral, que é regido pela
Constituição Federal de 1988 e pela Lei 9.504/1997, com suas alterações posteriores, que
definem o comportamento de todos aqueles que pretendam concorrer a mandatos no
Executivo e no Legislativo.
É fundamental que os candidatos conheçam a legislação eleitoral, acompanhem as
decisões judiciais e, em especial, as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que
interpretam a lei e direcionam o processo eleitoral.
As eleições municipais são realizadas no primeiro domingo de outubro e, nos
municípios com mais de 200 mil eleitores, nos quais nenhum candidato tenha alcançado
a maioria absoluta dos votos, haverá segundo turno de votação, no último domingo do
mesmo mês.
Para auxiliar os candidatos e todos aqueles que estejam envolvidos, direta ou
indiretamente, com o processo eleitoral, o Cepam elaborou este manual, que contém
informações indispensáveis para uma correta atuação nesse processo.
O estudo está dividido em etapas: antes do registro do candidato; registro do
candidato; arrecadação e gasto de recursos; a campanha; a eleição; e a prestação de
contas. Também foram inseridos mais dois temas: representações e recursos judiciais; e
garantias eleitorais. Para facilitar a consulta, os trechos mais importantes do texto estão
com realce.
O trabalho é dirigido a quem quer ter acesso a informações básicas. A legislação e as
resoluções pertinentes encontram-se no CD-ROM anexo ao manual.
Esperamos que esta publicação seja útil para aqueles que se valem da política como
instrumento fortalecedor da cidadania.
Centro de Estudos e Pesquisas de
Administração Municipal (Cepam)
SuMáRIO
APRESENTAÇÃO
ETAPA – Antes do Registro do Candidato
COnDIçÕES DE ELEGIBILIDADE 9 |
9 | Nacionalidade Brasileira
9 | Pleno Gozo dos Direitos Políticos
10 | Alistamento Eleitoral
10 | Domicílio Eleitoral
10 | Filiação Partidária
10 | Idade Mínima
AS InELEGIBILIDADES COnSTITuCIOnAIS 11 |
11 | Os Inalistáveis e os Analfabetos
11 | Os Prefeitos que Desejam Concorrer a Outro Cargo
12 | O Cônjuge e Parentes Consanguíneos ou Afins
AS InELEGIBILIDADES LEGAIS 13 |
13 | Decorrente de Perda do Mandato Legislativo
13 | Decorrente de Perda do Mandato Executivo
14 | Decorrente de Representação Julgada Procedente pela Justiça Eleitoral
14 | Decorrente de Condenação Criminal
14 | Dos Declarados Indignos do Oficialato ou com Ele Incompatíveis
15 | Decorrente de Rejeição de Contas
16 | Dos Detentores de Cargo na Administração Pública que Praticaram Abuso de Poder
16 | Dos Diretores, Administradores ou Representantes de Estabelecimentos de Crédito,
Financiamento ou Seguro Objeto de Liquidação
16 | Corrupção Eleitoral, Captação de Sufrágio, Arrecadação e Gastos Ilícitos de Campanha e
Condutas Vedadas aos Agentes Públicos
17 | Renúncia de Mandatos Executivo e Legislativo
17 | Prática de Improbidade Administrativa
17 | Exclusão do Exercício Profissional
17 | Desfazimento Simulado de Vínculo Conjugal ou União Estável
17 | Demissão do Serviço Público
18 | Doação Ilegal por Pessoa Física ou Jurídica
18 | Aposentadoria ou Perda de Cargo de Magistrado e Membro do Ministério Público
PRAzOS PARA DESInCOMPATIBILIzAçãO 18 |
18 | Ocupantes de Cargos Nomeados pelo Presidente da República
19 | Ocupantes de Cargos com Competência Fiscal
19 | Diretores, Administradores ou Representantes de Entidades de Classe
20 | Presidente, Diretor ou Superintendente de Sociedade Financeira ou Empresa que Goze de
Vantagem Assegurada pelo Poder Público
20 | Diretor, Administrador ou Representante de Empresa Contratada pelo Poder Público
21 | Agentes Públicos
1a
COLIGAçÕES E ESCOLHA DOS CAnDIDATOS PELOS PARTIDOS 23 |
24 | Coligações
25 | Prazo para Escolha de Candidatos
25 | Candidatos à Reeleição
25 | Prazo para Filiação Partidária e Estabelecimento de Domicílio Eleitoral na Circunscrição do Município
ETAPA – Registro do Candidato
27 | Número de Candidatos por Partido ou Coligação
27 | Preenchimento das Vagas Remanescentes
27 | Reserva de Vagas para Candidaturas de Homens e Mulheres
28 | Prazo e Documentos para Registro dos Candidatos na Justiça Eleitoral
28 | Candidatos que Tiveram Rejeitadas as Contas Referentes ao Exercício de Cargos ou Funções
29 | O Nome no Registro Eleitoral
29 | Substituição de Candidatos
30 | Cancelamento do Registro
ETAPA – Arrecadação e Gasto de Recursos 31 |
31 | Comitês Financeiros
32 | Administração Financeira da Campanha
33 | Doações e Contribuições para a Campanha Eleitoral
34 | Gastos Eleitorais
36 | Captação Ilegal de Sufrágio
ETAPA – A Campanha 37 |
37 | Propaganda Eleitoral Antecipada
37 | Propaganda Eleitoral no Rádio e na Televisão
38 | Horários da Propaganda Eleitoral Gratuita
38 | Municípios nos Quais Não Há Emissoras de Televisão
38 | No Caso de Segundo Turno
38 | Proibição de Propaganda Eleitoral Paga
39 | Vedações às Emissoras de Rádio e de Tevê em Sua Programação Normal
39 | Debates
PROPAGAnDA ELEITORAL nA InTERnET 40 |
40 | Vedação de Anonimato na Propaganda Eleitoral na Internet
41 | Vedação de Uso, Cessão ou Doação de Cadastro Eletrônico
41 | Não Cessação de Divulgação da Propaganda Eleitoral por Provedor de Conteúdo e de Serviços Multimídia
42 | Propaganda Eleitoral por Meio de Mensagens Eletrônicas
42 | Propaganda Eleitoral na Internet Atribuindo Autoria a Terceiro
OuTROS TIPOS DE PROPAGAnDA ELEITORAL 42 |
42 | Propaganda Eleitoral Permitida
44 | Propaganda Eleitoral Proibida
2a
3a
4a
PESquISAS ELEITORAIS 46 |
RESTRIçÕES ESPECÍFICAS AOS AGEnTES PÚBLICOS 47 |
48 | Uso de Bens Públicos
48 | Uso de Materiais e Serviços Pagos com Dinheiro Público
49 | Cessão de Servidor
49 | Distribuição Gratuita de Bens, Valores ou Benefícios
50 | Uso Promocional de Ação Social
50 | Alteração da Condição do Servidor
52 | Transferência de Recursos
53 | Despesas com Publicidade
53 | Propaganda Institucional
54 | Pronunciamento em Cadeia de Rádio e Televisão
54 | Revisão de Remuneração dos Servidores
54 | Contratação de Shows
55 | Participação em Inaugurações de Obras Públicas
ETAPA – A Eleição 57 |
FISCALIzAçãO 57 |
58 | Fiscalização Perante as Mesas Receptoras
59 | Fiscalização Perante as Juntas Eleitorais
60 | Apuração da Votação por meio de Cédulas
O SISTEMA ELEITORAL PROPORCIOnAL 61 |
61 | Determinação dos Eleitos no Sistema Proporcional
62 | Falta de Quociente Eleitoral
ETAPA – A Prestação de Contas 63 |
63 | Prestação de Contas pela Internet
64 | Procedimento para Prestação de Contas
65 | Sobra de Recursos
REPRESENTAÇÕES E RECURSOS JUDICIAIS
67 | Representações Eleitorais
67 | Processamento das Representações
68 | Representações Específicas
68 | Direito de Resposta
70 | Recurso para o Tribunal Regional Eleitoral
71 | Recurso para o Tribunal Superior Eleitoral
GARANTIAS ELEITORAIS 72 |
5a
6a
ETAPAAntes do Registro do Candidato
1a
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
Todos aqueles que pretendem concorrer para um mandato eletivo de prefeito, vice-
prefeito, ou vereador, nas eleições de 2012 devem atender a uma série de condições de
elegibilidade que a CF estabelece, enumeradas no § 3º do artigo 14, a saber:
Nacionalidade Brasileira
Pode concorrer ao mandato de prefeito, vice-prefeito, e vereador, o brasileiro nato e o
naturalizado. São brasileiros natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela naciona-
lidade brasileira.
São brasileiros naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas, aos originários de paí-
ses de língua portuguesa, apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Bra-
sil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira;
c) aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em fa-
vor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos de
brasileiro nato.
Pleno Gozo dos Direitos Políticos
Consiste no direito de votar e ser votado. O analfabeto, embora possa se alistar como
eleitor, não cumpre com essa condição, pois pode votar, mas não pode ser votado, logo, não
pode ser candidato. Existem situações em que os direitos políticos podem ser perdidos ou
suspensos, e que afastam a possibilidade de o cidadão poder concorrer.
A hipótese de perda dos direitos políticos é a perda da nacionalidade brasileira. As hipó-
teses de suspensão dos direitos políticos são: a condenação criminal transitada em julgado,
10 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
enquanto durarem os seus efeitos; a incapacidade civil absoluta (Código Civil, art. 3º); a
recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (Lei 8.239/1991) e a
condenação por improbidade administrativa (Lei 8.429/1992).
Alistamento Eleitoral
É o ato de o cidadão alistar-se como eleitor, a permitir-lhe votar nas eleições. Ele é obriga-
tório aos brasileiros natos ou naturalizados maiores de 18 e menores de 70 anos e facultativo
aos analfabetos, aos maiores de 70 anos e aos maiores de 16 e menores de 18 anos de idade.
O alistamento é proibido aos estrangeiros e aos conscritos.
Domicílio Eleitoral
Aquele que pretende se candidatar deve ter domicílio eleitoral na circunscrição em que
concorrerá até um ano antes das eleições 7 de outubro de 2011 . Domicílio eleitoral é o
lugar em que a pessoa mantém vínculos políticos, sociais e econômicos e não se confunde,
necessariamente, com o domicílio civil. O fato de o eleitor morar em determinado municí-
pio não constitui impedimento para que se candidate em outra localidade onde mantém
aqueles vínculos.
Filiação Partidária
Quem deseja se candidatar a qualquer cargo eletivo deve estar filiado a algum partido
político até um ano antes da data fixada para as eleições 7 de outubro de 2011 , uma vez
que não existe no ordenamento jurídico brasileiro a possibilidade de candidatura avulsa, ou
seja, candidatura de cidadão que não esteja vinculado a uma agremiação partidária.
O partido pode estabelecer um prazo de filiação superior àquele previsto em lei
Lei 9.096/1995 , porém, este não pode ser fixado ou alterado no ano de realização das
eleições. Aquele que era filiado a um partido e mudou para outro deverá comunicar à dire-
ção municipal do partido do qual se desfiliou e ao juiz da respectiva zona eleitoral, para que
seja cancelada a sua filiação anterior. Se não o fizer no dia imediato ao da nova filiação, ficará
configurada dupla filiação, e ambas consideradas nulas para todos os efeitos. O vínculo com
o partido antigo se extingue decorridos dois dias da data de entrega da comunicação.
Idade mínima
Para concorrer ao mandato de prefeito e vice-prefeito, exige-se ter, no mínimo, 21 anos
11MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
de idade, e para concorrer ao mandato de vereador, requer-se ter, no mínimo, 18 anos de
idade. A idade mínima será verificada na data da posse no cargo eletivo e não na data do
pedido de registro.
AS INELEGIBILIDADES CONSTITUCIONAIS CF, art. 14, §§ 4º a 7º
A CF estabelece, além das condições de elegibilidade, hipóteses nas quais os cidadãos
ficam impedidos de concorrer a cargos eletivos, além de permitir que a lei complementar
crie outras hipóteses.
Essas normas objetivam proteger a normalidade e a legitimidade do pleito, impedindo
a influência do poder econômico e o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
Administração Pública.
As inelegibilidades podem ser classificadas como absolutas ou relativas. As primeiras são
insanáveis, isto é, não há como superá-las; já as segundas são assim denominadas porque
permitem a superação de obstáculos, a exemplo do servidor/candidato que se afasta de seu
cargo para poder concorrer ao pleito.
Os casos de inelegibilidade constitucional são definidos a seguir.
Os Inalistáveis e os Analfabetos
São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. São inalistáveis os estrangeiros, porque a
nacionalidade brasileira é condição de elegibilidade, e os conscritos durante o período do
serviço militar obrigatório.
O alistamento, que assegura o exercício da cidadania ativa (poder votar) e passiva (poder
ser candidato), é autorizado somente aos brasileiros natos e naturalizados fora do período
de serviço militar obrigatório.
Já os analfabetos podem participar parcialmente do processo eleitoral: embora sejam
alistáveis (podem votar), não são elegíveis (não podem ser candidatos).
Os Prefeitos que Desejam Concorrer a Outro Cargo
De acordo com a CF, os prefeitos que quiserem concorrer a outro cargo (por exemplo,
o de vereador) deverão renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Aqueles que estão se candidatando à reeleição, podem permanecer no desempenho de seu
mandato, sem obrigação de renunciar.
12 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
O Cônjuge e Parentes Consanguíneos ou Afins
São inelegíveis o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou
por adoção, do prefeito ou de quem o haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
O objetivo dessa regra é vedar a permanência de uma só família no poder. Para elucidar
melhor a quem a regra atinge, segue um quadro das inelegibilidades por parentesco:
• oparentescoéconsanguíneoemlinharetaquandoresultadepessoasqueserelacio-
nam na posição de ascendente e descendente (pais, filhos, netos);
• éconsanguíneoemlinhacolateralquandoresultantedepessoasqueprovêmdeum
só tronco, sem descenderem umas das outras (irmãos, primos, tios, sobrinhos);
• oparentescoporafinidadeseestabeleceemrazãodocasamento,entreumcônjuge
e os parentes do outro cônjuge (sogros, cunhados, enteados), lembrando que a CF
equiparou a união estável ao casamento;
• oparentescoque resultada adoçãovincula entre si o adotanteeo adotadoe seus
ascendentes e descendentes.
Considerando que, nos termos constitucionais e legais, a inelegibilidade em razão do
parentesco alcança o cônjuge, ou companheiro(a), e parentes até o segundo grau do titular
do mandato, são inelegíveis:
• ocônjuge,oucompanheiro(a),dotitulardomandatooudequemotenhasubstituído
dentro dos seis meses anteriores à eleição;
• osparentesconsanguíneosouporadoção;
Em linha reta:
• avós–ascendentes–segundograu;
• pais–ascendentes–primeirograu;
• filhos–descendentes–primeirograu;
• netos–descendentes–segundograu;
Em linha colateral:
• irmãos–segundograu;
• osparentesporafinidade;
Em linha reta:
• avósdocônjuge–ascendentes–segundograu;
13MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
• sogros,padrasto,madrasta–ascendentes–primeirograu;
• nora,genro,enteados–descendentes–primeirograu;
• netosdocônjuge–descendentes–segundograu;
Em linha colateral:
• cunhados–segundograu.
Observa-se que não são atingidos pela inelegibilidade, em razão do parentesco, aqueles
que já são titulares de mandato eletivo e sejam candidatos à reeleição: no caso das eleições
municipais, os detentores de mandato legislativo – os vereadores.
Também é importante dizer que o TSE entende que, se o prefeito puder ser reeleito,
mas, ao contrário de se candidatar à reeleição, renunciar seis meses antes do pleito, seus
cônjuge e parentes tornam-se elegíveis para o cargo de chefe do Executivo municipal.
resolução 21.406/2003
Porém, se o prefeito foi reeleito, o cônjuge e seus parentes até o segundo grau serão
considerados inelegíveis para qualquer cargo eletivo, na mesma circunscrição, no período
subsequente. resolução 22.527/2007
AS INELEGIBILIDADES LEGAIS
Decorrente de Perda do mandato Legislativo
A perda do mandato de parlamentar federal, estadual ou municipal, pelo desrespeito às
chamadas incompatibilidades funcional, profissional, política e negocial e pela prática de
atos incompatíveis com o decoro parlamentar CF, art. 55, i e ii , implicará inelegibilidade
para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual
foram eleitos e nos oito anos seguintes, contados a partir do término da legislatura para a
qual tenha sido eleito.
Decorrente de Perda do mandato Executivo
A regra prevê que a condenação pela prática de infração político-administrativa, cujo
julgamento é de competência do Poder Legislativo, torna o detentor de mandato executivo
inelegível para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos oito
anos seguintes, contados a partir do término do mandato para o qual tenha sido eleito.
14 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Decorrente de Representação Julgada Procedente pela Justiça Eleitoral
Qualquer partido político, coligação, candidato ou membro do Ministério Público Eleito-
ral pode representar à Justiça Eleitoral para abrir investigação judicial que apure abuso ou
desvio de poder, político ou econômico, em benefício de candidato ou de partido político
durante a campanha eleitoral.
No caso de a representação ser julgada procedente, em decisão proferida por órgão cole-
giado ou por decisão com trânsito em julgado, o candidato fica inelegível na eleição para a
qual concorre ou foi diplomado, bem como para as que se realizarem nos oito anos seguin-
tes, contados da data da eleição em que se verificaram os fatos Tse – súmula 19 .
Decorrente de Condenação Criminal
O condenado criminalmente, por sentença que transitou em julgado ou com condena-
ção proferida por órgão judicial colegiado, fica com os direitos políticos suspensos enquan-
to durarem os efeitos da condenação, portanto, inelegível nesse período.
Contudo, há determinadas práticas criminosas que, além do tempo da senten-
ça condenatória, impõem inelegibilidade por mais oito anos após o cumprimento da
pena. São eles: crimes contra a economia popular Lei 1.521/1951 ; contra a fé pública
Código Penal, arts. 289 a 311 ; contra a Administração Pública e o patrimônio público
Código Penal, arts. 312 a 337 ; contra o patrimônio privado Código Penal, arts. 155 a 186 ;
contra o sistema financeiro Lei 7.492/1986 ; contra o mercado de capitais Lei 6.385/1976 ;
contra os previstos na lei que regula a falência Lei 11.101/2005 ; contra o meio am-
biente Lei 9.605/1998 ; contra a saúde pública Código Penal, arts. 267 a 285 ;
os crimes eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade
Código eleitoral, arts. 289 a 291, 293 a 302, 305, 307 a 312, 314 a 319, 321 a 337, 339 a 344, 346 a 354 ;
abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilita-
ção para o exercício de função pública Lei 4.898/1965 ; lavagem ou ocultação de bens, di-
reitos e valores Lei 9.613/1998 ; tráfico de entorpecentes e drogas afins Lei 11.343/2006 ;
racismo Lei 7.716/1989 ; tortura Lei 9.455/1997 ; terrorismo Lei 7.170/1983 ; crimes he-
diondos Lei 8.072/1990 ; redução à condição análoga de escravo Código Penal, art. 149 ;
contra a vida e a dignidade sexual Código Penal, arts. 213 a 234-C ; praticados por orga-
nização criminosa, quadrilha ou bando Código Penal, art. 288 .
Dos Declarados Indignos do Oficialato ou com Ele Incompatíveis
O oficial que for condenado à prisão por tribunal civil ou militar por tempo superior a
15MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
dois anos, ou por crimes para os quais o Código Penal Militar decreto-Lei 1.001/1969
comina a indignidade ou a incompatibilidade com o oficialato como penas acessórias, ficará
sujeito à declaração de indignidade e sofrerá as consequências desse reconhecimento após
o trânsito em julgado da decisão.
Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o militar condenado, qualquer
que seja a pena, pelos crimes de traição; espionagem; covardia; desrespeito a símbolo nacio-
nal; pederastia ou outro ato de libidinagem; furto simples; roubo simples; extorsão simples;
chantagem; estelionato; abuso de pessoa; peculato; peculato mediante aproveitamento do
erro de outrem; falsificação de documento e falsidade ideológica.
A declaração de incompatibilidade com o oficialato decorre da condenação pelos se-
guintes crimes: entrar em entendimento com país estrangeiro ou organização nele existen-
te, que possa gerar conflito ou divergência de caráter internacional entre o Brasil e qualquer
outro país ou lhes perturbar as relações diplomáticas; atentar contra a soberania nacional e
conseguir, para o fim de espionagem militar, notícia, informação ou documento, cujo sigilo
seja de interesse da segurança externa do Brasil.
A inelegibilidade dos declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, é de
oito anos, contados da condenação criminal transitada em julgado.
Decorrente de Rejeição de Contas
São inelegíveis os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções
públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade
administrativa Lei 8.429/1992, arts. 9º, 10 e 11 e por decisão irrecorrível do órgão com-
petente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário.
O Tribunal de Contas é que vai examinar as contas tanto do Executivo quanto do Legisla-
tivo. Ocorre que, no caso das contas do Poder Executivo, o tribunal examina, emite parecer
técnico opinando pela aprovação ou rejeição das contas e envia ao Poder Legislativo. Este
decidirá de forma soberana, inclusive para resolver contrariamente ao parecer do tribunal
CF, art. 31, § 2º .
Caso as contas sejam rejeitadas pela Casa Legislativa, o detentor de mandato executivo
torna-se inelegível pelo prazo de oito anos, contados a partir da data da decisão.
No que se refere às contas do Poder Legislativo, o próprio Tribunal de Contas é que as
examina e julga. Assim, o parlamentar presidente, que é o responsável pelas contas da mesa
diretora, torna-se inelegível pelo prazo de oito anos, caso o Tribunal de Contas rejeite defi-
nitivamente as contas apresentadas.
Essa inelegibilidade também alcança os ordenadores de despesa, inclusive o chefe do
16 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Poder Executivo e o presidente do Poder Legislativo, quando houverem agido nessa con-
dição, os administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
Administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo Poder Público, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irre-
gularidade de que resulte prejuízo ao erário público. E a competência para o julgamento
ainda é da Câmara Municipal, salvo se envolver ordenadores de despesas do próprio Poder
Legislativo, quando, então, caberá ao Tribunal de Contas respectivo.
A inelegibilidade, no entanto, estará afastada em ambos os casos se o interessado obtiver
medida liminar ou tutela antecipada no Poder Judiciário Tse – súmula 1 .
Dos Detentores de Cargo na Administração Pública que Praticaram Abuso de Poder
Os detentores de cargos efetivos ou em comissão na Administração Pública direta, in-
direta ou fundacional, que tenham se beneficiado ou beneficiado outra pessoa com ação
caracterizada como abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, são inelegíveis
para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se
realizarem nos oito anos seguintes.
Dos Diretores, Administradores ou Representantes de Estabelecimentos de Crédito, Financiamento ou Seguro Objeto de Liquidação
Aquele que tenha exercido cargo ou função diretora, administrativa ou representativa
em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro nos 12 meses anteriores à de-
cretação de liquidação judicial ou extrajudicial, terá restrições em seus direitos políticos,
tornando-se inelegível até que seja desonerado de responsabilidades.
Nesse caso, não há prazo de vigência da inelegibilidade, que prevalecerá até que o agen-
te seja desonerado de qualquer responsabilidade.
Corrupção Eleitoral, Captação de Sufrágio, Arrecadação e Gastos Ilícitos de Campanha e Condutas Vedadas aos Agentes Públicos
Aquele que for condenado em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão cole-
giado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação,
captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes
públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, será
17MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
inelegível por oito anos, a contar da eleição. A contagem do prazo não se dará a partir da de-
cisão, mas a partir da data da eleição que propiciou a condenação.
Renúncia de mandatos Executivo e Legislativo
É inelegível o exercente de mandatos executivo e legislativo que renunciar a seu man-
dato desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de
processo por infringência a dispositivo da CF, da Constituição Estadual (CE) ou da Lei Orgâ-
nica do Município (LOM).
A proibição de concorrer incide para as eleições que se realizarem durante o período
remanescente do mandato para o qual foi eleito e nos oito anos subsequentes ao término
da legislatura.
Prática de Improbidade Administrativa
O condenado à suspensão de seus direitos políticos, em decisão transitada em julgado
ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa
que importe lesão ao patrimônio público Lei 8.429/1992, art. 9º , e enriquecimento ilícito
Lei 8.429/1992, art. 10 , é inelegível a partir da condenação ou o trânsito em julgado até
o transcurso do prazo de oito anos após o cumprimento da pena.
Exclusão do Exercício Profissional
Aquele que for excluído do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão
profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, é inelegível pelo
prazo de oito anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário.
Desfazimento Simulado de Vínculo Conjugal ou União Estável
Está impedido de concorrer o condenado em decisão transitada em julgado ou proferida
por órgão judicial colegiado, em razão de ter desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal
ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de oito anos
após a decisão que reconhecer a fraude.
Demissão do Serviço Público
É inelegível o servidor que for demitido do serviço público, em decorrência de processo
18 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
administrativo ou judicial. A proibição de concorrer é de oito anos, contados da decisão,
salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário.
Doação Ilegal por Pessoa Física ou Jurídica
É inelegível a pessoa física e o dirigente de pessoas jurídicas responsáveis por doações
eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegia-
do da Justiça Eleitoral. O prazo é de oito anos após a decisão.
Aposentadoria ou Perda de Cargo de magistrado e membro do ministério Público
São inelegíveis o magistrado e o membro do Ministério Público aposentados compul-
soriamente como medida sancionatória, ou que tenham perdido o cargo por sentença, ou
que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo
administrativo disciplinar.
A proibição de concorrer é de oito anos, contados a partir da medida sancionatória (apo-
sentadoria compulsória), da sentença transitada em julgado (perda do cargo), ou da aposen-
tadoria voluntária ou exoneração (pendência de processo administrativo disciplinar).
PRAzOS PARA DESINCOmPATIBILIzAÇÃO
Além das inelegibilidades absolutas, que atingem os inalistáveis (estrangeiros e conscri-
tos), analfabetos e também os indivíduos moralmente faltosos, existem as inelegibilidades
relativas. Essas tratam dos cidadãos que exercem determinadas atividades, públicas ou pri-
vadas, e precisam se afastar para que sua candidatura seja possível. A desincompatibilização,
que é o ato de afastamento, pode ser definitiva ou não, e deve ocorrer dentro dos prazos
legais, que são de três, quatro ou seis meses antes das eleições. As pessoas que precisam se
desincompatibilizar são as seguintes:
Ocupantes de Cargos Nomeados pelo Presidente da República
Ocupantes de cargos ou funções de nomeação pelo Presidente da República, sujeitos à
19MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
aprovação prévia do Senado Federal, têm que se desincompatibilizar quatro meses antes do
pleito para candidatarem-se a prefeito e vice-prefeito 7 de junho de 2012 e seis meses para
candidatarem-se a vereador 7 de abril de 2012 . O afastamento, nesses casos, é definitivo.
O intuito é coibir, a princípio, o exercício de cargo, emprego ou função pública que pos-
sa favorecer a própria candidatura, dada a relevância e abrangência das funções desem-
penhadas, tais como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), presidente e diretores
do Banco Central, etc.
Ocupantes de Cargos com Competência Fiscal
Ocupantes de cargos com competência direta, indireta ou eventual para lançar, arrecadar
e fiscalizar impostos, taxas e contribuições de caráter obrigatório, inclusive para fiscalizar ou
aplicar multas.
A regra atinge os fiscais tributários, assim como os que exercem cargos ou funções de
lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos. O prazo de afastamento é temporário,
durando seis meses para candidatar-se a vereador 7 de abril de 2012 e quatro meses para
candidatar-se a prefeito ou vice-prefeito 7 de junho de 2012 , sem direito à remuneração.
Diretores, Administradores ou Representantes de Entidades de Classe
Ocupantes de cargos ou funções diretoras, administrativas ou representativas em entida-
de de classe mantida, ainda que parcialmente, por contribuições do Poder Público.
O objetivo é impedir a desigualdade de condições entre os candidatos. É óbvio que a
representação de classe pode ser um fator de desequilíbrio e a lei quer impedir que tal dis-
tinção privilegie um candidato em detrimento dos demais. Como exemplos das entidades
de classe abrangidas pelo dispositivo têm-se a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e os
sindicatos.
Entretanto, quando se tratar de entidade mantida por particulares, a desincompatibiliza-
ção não é necessária, cabendo aos mantenedores a decisão de afastar ou não o seu titular,
a exemplo dos provedores das Santas Casas de Misericórdia.
O prazo de afastamento é de quatro meses, seja para candidatar-se a prefeito, vice-prefei-
to ou vereador 7 de junho de 2012 . O afastamento, que não implica renúncia, será neces-
sário apenas se a entidade tiver sua base territorial no município em que serão disputados
os mandatos eletivos.
20 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Presidente, Diretor ou Superintendente de Sociedade Financeira ou Empresa que Goze de Vantagem Assegurada pelo Poder Público
Ocupantes de cargos ou funções de presidente, diretor ou superintendente de sociedade
que tenha por objetivo operações financeiras ou de empresa que goze de vantagens asse-
guradas pelo Poder Público, salvo se decorrentes de contratos que obedeçam a cláusulas
uniformes, têm que se desincompatibilizar, desde que a entidade tenha sua base territorial
no município em que serão disputados os mandatos eletivos.
A ideia é sempre a mesma: impedir que dirigentes se valham de sua condição especial
para captar votos. Nesses casos, exige-se o afastamento definitivo de seis meses antes das
eleições, se candidatos a vereador 7 de abril de 2012 , e de quatro meses, se candidatos a
prefeito ou vice-prefeito 7 de junho de 2012 . Esse dispositivo refere-se às empresas que
desfrutam de incentivos fiscais para o fomento da atividade econômica ou daquelas que
recebem subvenções do Poder Público.
De fato, seria incoerente uma empresa ser beneficiária de isenções tributárias, não des-
pendendo, portanto, tal soma, para pagamento de gravames, e o dirigente não se afastar da
liderança para concorrer às eleições, podendo até mesmo utilizar-se desse numerário para
captar votos.
A lei, entretanto, exclui dessa regra as pessoas jurídicas que têm vantagens asseguradas
pelo Poder Público, mas decorrentes dos chamados contratos de adesão, como contratos
bancários e de fornecimento de água e luz.
Diretor, Administrador ou Representante de Empresa Contratada pelo Poder Público
Também têm que se afastar os ocupantes de cargos de diretor, administrador ou repre-
sentante de empresa que mantenham contratos de execução de obras, prestação de servi-
ços ou fornecimento de bens com o Poder Público, salvo no caso de contrato que obedeça
a cláusulas uniformes.
O que muda nesse dispositivo em relação ao anterior é somente a natureza de vínculo
das empresas com o Poder Público. Entre as empresas prestadoras de serviços são referên-
cia, por exemplo, a de limpeza pública, a de transporte coletivo e também as executoras
de obras e fornecedoras de materiais, sejam ou não os contratos decorrentes de processo
licitatório.
Aos diretores, administradores ou representantes dessas empresas requer-se o afastamento de-
finitivo até seis meses antes das eleições, se candidatos a vereador 7 de abril de 2012 , ou de
21MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
quatro meses, se candidatos a prefeito ou vice-prefeito 7 de junho de 2012 , desde que a enti-
dade tenha sua base territorial no município em que serão disputados os mandatos eletivos.
Nesse caso também estão excetuadas as empresas contratadas pelo Poder Público que
obedeçam a cláusulas uniformes, ou seja, com contratos de adesão, não havendo obrigato-
riedade de afastamento.
Agentes Públicos
A norma que trata das inelegibilidades e prazos para desincompatibilização traz uma lista
explícita de cargos cujos ocupantes devem se desincompatibilizar para concorrer à Presi-
dência e Vice-Presidência da República. Em seguida, ao tratar dos concorrentes ao cargo de
governador e vice-governador do Estado e Distrito Federal, refere-se à lista dos candidatos
a Presidente e acrescenta mais alguns.
Quando a lei trata das pessoas ocupantes de cargos públicos que precisam se desincom-
patibilizar para concorrer à vaga de prefeito e vice-prefeito, faz referência às listas que dizem
respeito aos cargos de Presidente e governador, determinando que sejam aplicadas, e que
se verifiquem as situações que se assemelham no âmbito municipal, impondo-lhes a regra
da desincompatibilização. Ou seja, coube a quem interpreta a lei utilizar o mesmo critério
escolhido para os âmbitos federal e estaduais para estabelecer as inelegibilidades relativas
na esfera municipal.
Assim, para as candidaturas a prefeito e vice-prefeito, o prazo para a desincompatibiliza-
ção é de quatro meses anteriores às eleições para ocupantes desses cargos explicitados na
lei, e para os que, no município, se equiparam a eles:
• ministrosdeEstado;
• chefesdosórgãosdeassessoramentodireto,civilemilitardaPresidênciadaRepública;
• chefedoórgãodeassessoramentodeinformaçõesdaPresidênciadaRepública;
• chefedoEstado-MaiordasForçasArmadas;
• advogado-geraldaUniãoeoconsultor-geraldaRepública;
• chefesdoEstado-MaiordaMarinha,doExércitoedaAeronáutica;
• comandantesdoExército,MarinhaeAeronáutica;
• magistrados;
• presidentes,diretoresesuperintendentesdeautarquias,empresaspúblicas,socieda-
des de economia mista e fundações públicas e as mantidas pelo Poder Público;
• governadoresdeEstado,doDistritoFederaledeTerritórios;
• interventoresfederais;
22 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
• secretáriosdeEstado;
• prefeitos;
• membrosdoTribunaldeContasdaUnião,dosEstadosedoDistritoFederal;
• diretor-geraldoDepartamentodePolíciaFederal,atualmentedenominadosecretário
da Secretaria de Polícia Federal (Lei 8.028/1990, art. 23, I, m);
• secretários-gerais, secretários executivos, secretários nacionais, secretários federais
dos Ministérios e pessoas que ocupem cargos equivalentes;
• chefesdosGabinetesCivileMilitardogovernadordoEstadooudoDistritoFederal;
• comandantesdoDistritoNaval,RegiãoMilitareZonaAérea;
• diretoresdeórgãosestaduaisousociedadesdeassistênciaaosmunicípios;
• secretáriosdaAdministraçãomunicipaloumembrosdeórgãoscongêneres.
Há apenas duas referências diretamente relacionadas à candidatura para prefeito e vice-
prefeito, cujo prazo também é de quatro meses. São as seguintes:
• membros do Ministério Público e da Defensoria Pública em exercício na comarca, sem
prejuízo dos vencimentos integrais (afastamento temporário). O afastamento tempo-
rário só será assegurado aos membros do Ministério Público que ingressaram na car-
reira antes de 5 de outubro de 1988 e que optaram pelo regime anterior, relativo às ga-
rantias e vantagens AdCT, art. 29, § 3º . Para aqueles que não optaram pelo regime
anterior ou que ingressaram na carreira a partir de 5 de outubro de 1988, em virtude
da publicação da Emenda Constitucional 45/2004, para concorrer, deverão se afastar
definitivamente de seus cargos;
• autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no município (afastamento
temporário).
Essa mesma lista de pessoas que precisam se desincompatibilizar de seus cargos para
concorrer à vaga de prefeito vale para as que querem concorrer ao mandato de vereador.
Acrescentam-se, a essa lista, os cargos cuja desincompatibilização é condição para concorrer
ao Senado e à Câmara Federal. Na verdade, a lista de incompatibilidades para concorrer ao
Senado e à Câmara Federal é a mesma destinada ao Presidente da República. A única dife-
rença é que determinadas situações são menos restritivas. O prazo de desincompatibilização
exigido para concorrer à vereança é de seis meses, e não de quatro, como para prefeito.
É evidente que boa parte dessas funções e cargos arrolados encontra similitude no nível
local, exigindo de seus ocupantes, igualmente, o afastamento definitivo nos prazos específicos
para o Executivo e o Legislativo municipais. É o que ocorre, por exemplo, com os chefes dos
órgãos de assessoramento direto do Executivo municipal, presidentes, diretores e superinten-
dentes de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas
23MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
e as mantidas pelo Poder Público municipal, e membros dos Tribunais de Contas municipais.
Para casos como esses, considerando a similitude de situações, o afastamento será de quatro
meses antes das eleições para prefeito e vice-prefeito, e de seis meses para vereador.
O afastamento dos servidores públicos titulares de cargos, empregos e funções públicas,
seja de natureza efetiva ou em comissão, é exigido como condição de elegibilidade. Essa
situação não se confunde com as anteriormente tratadas e o afastamento exigido é sempre
de três meses antes das eleições.
As orientações relativas ao afastamento e à desincompatibilização dos servidores públi-
cos firmadas pelo TSE são as seguintes resolução 18.019/1992 :
O candidato servidor público ocupante de cargo, emprego ou função de natureza per-
manente, de provimento efetivo nos órgãos ou entidades da Administração direta ou indire-
ta, da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e dos Territórios, inclusive das
fundações mantidas pelo Poder Público, que queira disputar o mandato de prefeito, vice-
prefeito ou vereador, deve afastar-se três meses antes das eleições 7 de julho de 2012
com direito à remuneração integral no período de afastamento.
Já o servidor titular de cargo em comissão de livre nomeação deve afastar-se do cargo,
definitivamente (exoneração), três meses antes das eleições 7 de julho de 2012 .
As duas exigências de desincompatibilização apresentadas aplicam-se desde que o ser-
vidor-candidato esteja vinculado à repartição, fundação pública ou empresa que opere no
território do município, isto é, atinge aqueles servidores que desempenham suas funções no
território do município no qual pretendam candidatar-se. A preocupação é que o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego público possa influenciar o resultado das eleições.
A Administração Pública não pode impedir o afastamento remunerado do servidor, mas
poderá subordinar a sua continuidade à prova de deferimento do pedido de registro da
candidatura.
COLIGAÇÕES E ESCOLHA DOS CANDIDATOS PELOS PARTIDOS Resolução 23.373/2011
As normas para a escolha e substituição de candidatos e formação de coligações devem
ser estabelecidas pelo estatuto do partido, respeitadas as disposições legais.
No caso do estatuto não tratar do tema, caberá ao órgão de direção nacional do partido fazê-
lo e publicar no Diário Oficial da União até 180 dias antes das eleições 10 de abril de 2012 .
À Justiça Eleitoral compete a apreciação de questões relacionadas à legalidade e à
observância das normas estatutárias. Não é de sua competência tratar de matérias in-
ternas do partido.
24 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Coligações
Pelo princípio da autonomia partidária, é assegurado aos partidos políticos o direito de
deliberar sobre suas diretrizes e interesses políticos, estando, portanto, livres quanto à con-
veniência de se coligarem ou não.
Os partidos podem celebrar coligações para a eleição majoritária, para a proporcional
ou para ambas, dentro da mesma circunscrição. Se a coligação for para eleição majoritária,
na proporcional, podem-se fazer diferentes combinações. Por exemplo, se para a eleição
majoritária for feita a coligação A + B + C, para a proporcional poderá ser formada a mesma
coligação, ou ainda as coligações A + B, A + C ou B + C.
As coligações feitas no âmbito federal não precisam se repetir no estadual nem no mu-
nicipal. Assim, as candidaturas não são vinculadas, podendo o partido A se coligar com o
partido B na eleição municipal e não fazer essa coligação na eleição estadual ou nacional.
Não é necessária a homologação da Justiça Eleitoral, para formar coligação. No entanto,
uma vez formada, não há espaço para o partido coligado atuar de forma independente, pois,
para todos os efeitos eleitorais, funcionará como um grande partido político, sendo-lhe atri-
buídas obrigações e prerrogativas próprias dos partidos.
A coligação terá denominação específica, de uso obrigatório nas propagandas, sendo
que, no caso da eleição majoritária, terá que constar o nome da coligação e de todas as le-
gendas dos partidos políticos que a integram. No caso da eleição proporcional, cada partido
usará apenas sua legenda sob o nome da coligação.
As coligações partidárias têm legitimação processual para todos os atos que digam res-
peito às eleições, sendo representadas perante a Justiça Eleitoral por pessoa especialmente
designada ou por delegados indicados pelos partidos componentes. Podem ser nomeados
até três delegados perante o Juízo Eleitoral, quatro delegados perante o Tribunal Regional
Eleitoral (TRE) e cinco delegados perante o TSE.
É importante ressaltar que a representação do partido na coligação é feita naturalmente
por seu presidente, sendo que a designação de outra pessoa constitui uma faculdade e não
uma obrigação.
As normas para formar coligações devem ser estabelecidas pelo estatuto do partido,
respeitadas as disposições legais. Caso o estatuto não trate dessa questão, caberá ao órgão
de direção nacional do partido fazê-lo, e publicá-las no Diário Oficial da União até 180 dias
antes das eleições 10 de abril de 2012 . Para decidir sobre coligações, os partidos deverão
fazê-lo entre 10 e 30 de junho de 2012, quando deverão ser realizadas as convenções.
25MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
Prazo para Escolha de Candidatos
Entre 10 e 30 de junho de 2012, período de realização das convenções partidárias, deve-
rão ser escolhidos os candidatos e decididas as coligações.
Candidatos à Reeleição
Mesmo o detentor de mandato deve se submeter à convenção partidária para obtenção
de legenda, uma vez que a chamada candidatura nata foi declarada inconstitucional pelo
STF Ação direta de inconstitucionalidade 2.530 .
Prazo para Filiação Partidária e Estabelecimento de Domicílio Eleitoral na Circunscrição do município
Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral no respec-
tivo município, desde 7 de outubro de 2011, e estar com a filiação deferida pelo partido
político na mesma data, desde que o estatuto partidário não estabeleça prazo superior.
Se ocorrer fusão ou incorporação de partidos, valerá a data de filiação do candidato ao
partido de origem.
ETAPARegistro do Candidato Resolução 23.373/2011
Número de Candidatos por Partido ou Coligação
Cada partido pode registrar como candidato a vereador o equivalente a 150% do número
de lugares a serem preenchidos na respectiva Casa Legislativa. Por exemplo, se a Câmara
Municipal possui dez vagas para vereadores, cada partido pode registrar 15 candidatos. Já no
caso de coligação, independentemente do número de partidos que a compõe, o número de
candidatos que poderão ser registrados corresponde ao dobro do número de lugares a serem
preenchidos. No exemplo anterior, a coligação poderia registrar 20 candidatos para o pleito.
Para efeito de cálculos, a casa decimal será sempre desprezada se inferior a meio, e igua-
lada a um se igual ou superior. Por exemplo, se o resultado do cálculo for inferior a 3,4, o
resultado final será 3; se for superior, arredonda-se para 4.
Preenchimento das Vagas Remanescentes
Se na convenção para a escolha dos candidatos o partido não conseguir preencher o
número máximo permitido, o órgão de direção partidário municipal poderá preencher as
vagas remanescentes com pedido de registro de novos candidatos até 60 dias antes do
pleito 8 de agosto de 2012 .
Reserva de Vagas para Candidaturas de Homens e mulheres
Os partidos e coligações estão obrigados a preencher, para disputa de mandato legislati-
vo, no mínimo, 30% de suas vagas para cada sexo. Na prática, isso significa que haverá candi-
datos de ambos os sexos em todos os partidos e coligações, sendo garantida a participação
de homens e mulheres na disputa eleitoral.
O cálculo desses percentuais deverá considerar o número de candidatos efetivamente
lançados pelo partido ou coligação, não se levando em conta os limites estabelecidos no
artigo 10, caput, e § 1º, da Lei 9.504/1997 recurso especial eleitoral 78.432/2010 .
A relação dos candidatos às eleições para prefeito, vice e vereadores será enviada pelos
TREs ao TSE até 45 dias 23 de agosto de 2012 antes das eleições. A lista conterá, obrigato-
riamente, a indicação do sexo e dos cargos aos quais concorrerão.
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28 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Prazo e Documentos para Registro dos Candidatos na Justiça Eleitoral
O prazo para os partidos e coligações registrarem seus candidatos na Justiça Eleitoral vai
até as 19 horas do dia 5 de julho de 2012, com a apresentação de:
• cópiadaatadaconvenção;
• autorizaçãoporescritodocandidato;
• provadefiliaçãopartidária;
• declaraçãodebensassinadapelocandidato;
• cópiadotítulodeeleitoroucertidãofornecidapelocartórioeleitoraldequeocan-
didato é eleitor na circunscrição ou que requereu sua inscrição ou transferência de
domicílio;
• certidãodequitaçãoeleitoral;
• certidõescriminaisfornecidas:(i)pelaSeçãoJudiciáriaFederalepeloTribunalRegional
Federal que exercem jurisdição sobre o domicílio eleitoral do candidato; (ii) pela Justiça
Estadual de 1º e 2º graus onde o candidato tenha o seu domicílio eleitoral; (iii) pelos
Tribunais competentes quando os candidatos gozarem de foro especial;
• fotografia recentedocandidato,obrigatoriamentedigitalizada,preferencialmenteem
preto e branco, com 5x7 centímetros, sem moldura, cor de fundo uniforme, de prefe-
rência branco, em trajes adequados e sem adornos, para inserção no painel da urna
eletrônica de votação;
• propostasdefendidaspelocandidatoaprefeito;
• provadedesincompatibilização,quandoforocaso;
• cópiadedocumentooficialdeidentificação;
• comprovantedeescolaridade.
Caso o partido ou a coligação não tenha requerido o registro de seus candidatos na Jus-
tiça Eleitoral no prazo estipulado, os próprios candidatos podem fazê-lo, observado o prazo
máximo de 48 horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela Justiça Eleitoral.
Candidatos que Tiveram Rejeitadas as Contas Referentes ao Exercício de Cargos ou Funções
Até 5 de julho de 2012, os Tribunais e Conselhos de Contas deverão tornar disponível
à Justiça Eleitoral a relação dos candidatos que tiveram suas contas relativas ao exercí-
cio de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão
irrecorrível do órgão competente, ressalvados os casos em que a questão estiver sendo
29MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
submetida à apreciação do Poder Judiciário, ou nos que já exista sentença judicial favo-
rável ao interessado.
A relação encaminhada à Justiça Eleitoral pelo Tribunal de Contas deve incluir todos os
que tiveram suas contas rejeitadas, sejam agentes políticos ou não.
O Nome no Registro Eleitoral
O pedido de registro do candidato a vereador indicará seu nome completo e até três
variações nominais com que deseja ser registrado, com menção à ordem de preferência,
podendo ser o prenome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido, ou nome pelo
qual é mais conhecido, desde que não se estabeleça dúvida quanto à sua identidade, não
atente contra o pudor, e não seja ridículo ou irreverente.
Se mais de um candidato quiser registrar o mesmo nome (homonímia), terá direito ao uso
aquele que já tiver mandato eletivo, ou tiver se candidatado ou exercido mandato nos últi-
mos quatro anos com o nome pedido. Também aquele que é conhecido política, social ou
profissionalmente com o nome solicitado terá preferência sobre os demais. Se nenhum dos
candidatos preencher as condições citadas, o juiz eleitoral dará prazo de dois dias para que
se chegue a uma solução. Se não houver acordo, o juiz eleitoral registrará cada candidato
com o nome e sobrenome constantes do pedido de registro.
Substituição de Candidatos
Mesmo terminado o prazo do registro, o partido ou a coligação poderá solicitar a substi-
tuição de candidato que tiver sido considerado inelegível, renunciar ou falecer ou, ainda, tiver
seu registro indeferido ou cancelado. O prazo para pedido na Justiça Eleitoral é de dez dias,
contados a partir do fato ou da decisão judicial que gerou a necessidade de substituição.
Para a eleição proporcional, a substituição deverá ser feita até 60 dias antes das eleições
8 de agosto de 2012 . No entanto, o TSE tem entendido que, se houve demora no julga-
mento do pedido de registro, deve ser autorizada a substituição, mesmo que ultrapasse a
data estipulada, para que não haja prejuízo para o partido ou a coligação.
Também os candidatos à eleição majoritária podem ser substituídos, em caso de ine-
legibilidade, renúncia, falecimento, indeferimento ou cancelamento de registro. A subs-
tituição pode ser feita a qualquer tempo antes das eleições, inclusive o dia anterior ao
pleito 6 de outubro de 2012 , sendo que os votos dados ao candidato original serão
contados para o substituto.
30 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Se o candidato a ser substituído for de coligação, a substituição deverá fazer-se por deci-
são da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos coligados, podendo
o substituto estar filiado a qualquer partido dela integrante, desde que o partido ao qual
pertencia o substituído renuncie ao direito de preferência.
Na hipótese de substituição de candidatos, os partidos ou coligações devem observar o
respeito à reserva de vagas destinada ao sexo masculino e ao feminino.
Cancelamento do Registro
Os partidos políticos podem solicitar à Justiça Eleitoral o cancelamento do registro de
candidato que, até a data da eleição, tenha sido expulso do partido. O processo de expulsão
deve respeitar as normas estatutárias e garantir a ampla defesa.
ETAPAArrecadação e Gasto de Recursos Resolução 23.376/2012
A responsabilidade pela arrecadação e aplicação de recursos é dos partidos, dos comitês
financeiros ou de seus candidatos.
A arrecadação de recursos de qualquer natureza e a realização de gastos de campanha
por candidatos, comitês financeiros e partidos políticos só poderão ocorrer após a obser-
vância dos seguintes requisitos: (i) requerimento do registro de candidatura ou do comitê
financeiro, conforme o caso; (ii) inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); (iii)
comprovação da abertura de conta bancária específica destinada a registrar a movimenta-
ção financeira de campanha; (iv) emissão de recibos eleitorais.
Até 10 de junho de 2012, deverá ser editada lei para estabelecer o limite de gastos na
campanha eleitoral, mas caso a lei não seja editada, cada partido deverá fixar o respectivo
limite e comunicar à Justiça Eleitoral. O gasto de campanha é uma informação pública, à
qual se dará ampla divulgação.
Ao registrar seus candidatos, os partidos e as coligações devem comunicar à Justiça Elei-
toral quanto gastarão na campanha para prefeito e vereadores separadamente, e não um
total de despesas para toda a campanha. É importante ressaltar que o limite de gastos po-
derá ser alterado mediante solicitação do partido e aprovação pelo juiz eleitoral, alegando
fatos imprevisíveis que aumentaram o custo previsto.
Nas eleições majoritárias, o valor máximo de gastos relativos à candidatura de vice-pre-
feito será incluído no valor de gastos da candidatura do titular e deverá ser informado pelo
partido político a que for filiado o candidato a prefeito. O candidato a vice-prefeito é soli-
dariamente responsável, no caso de ser excedido o limite máximo de gastos fixado para o
candidato a prefeito
Tratando-se de coligação em eleições proporcionais, cada partido político que a integra
fixará para seus candidatos o valor máximo de gastos.
Apesar de as coligações serem tratadas como um único partido para efeitos eleitorais, nesse
caso, cada agremiação dela integrante determinará o limite de gastos para seus candidatos.
Gastos acima dos limites declarados à Justiça Eleitoral sujeitam o responsável ao paga-
mento de multa no valor de cinco a dez vezes a quantia excedente, sendo o candidato o
responsável pela veracidade das informações financeiras e contábeis de sua campanha.
Comitês Financeiros
Após a escolha de seus candidatos em convenção, o partido terá dez dias úteis para consti-
tuir os comitês financeiros, a fim de arrecadar recursos e aplicá-los em suas campanhas eleitorais.
3a
32 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Os comitês serão registrados no Juízo Eleitoral da circunscrição em até cinco dias da
sua constituição modelo de requerimento de registro de comitê financeiro no anexo ii
da resolução 23.376/12 .
Os comitês financeiros e os candidatos estão obrigados à inscrição no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica (CNPJ).
Candidato e partido e também estão obrigados a abrir conta bancária específica para o
registro do movimento financeiro da campanha modelo de requerimento de abertura
da conta bancária eleitoral, respectivamente, nos anexos iii e iV da resolução 23.376/2012 .
Os recursos para pagamento de gastos eleitorais devem provir desta conta, sob pena de o can-
didato ou partido ter sua prestação de contas reprovada pela Justiça Eleitoral. Nenhum banco
poderá se recusar a fazer a abertura de tais contas e nem exigir limite mínimo de depósito.
No entanto, nos municípios em que não houver agência bancária, ou correspondente
bancário, os candidatos a prefeito e vereador não precisam abrir conta bancária, bem como
os vereadores daqueles municípios com menos de 20 mil eleitores, sendo facultativa a aber-
tura de conta específica.
A obrigação de abertura da conta bancária deve ser cumprida pelo candidato e pelo co-
mitê financeiro, mesmo que não ocorra arrecadação de recursos financeiros.
Eventual comprovação de abuso do poder econômico implicará cancelamento do regis-
tro da candidatura ou mesmo cassação do diploma, se já outorgado. Nesse caso, a Justiça
Eleitoral enviará ao Ministério Público cópia de todo o processo para abertura de investi-
gação judicial que, se procedente, poderá acarretar a inelegibilidade do candidato para as
eleições a se realizarem nos três anos subsequentes.
Administração Financeira da Campanha
A administração financeira da campanha eleitoral poderá ser feita pelo próprio candida-
to ou pessoa por ele designada. Envolve os recursos repassados pelo comitê, até mesmo
aqueles relativos à cota do Fundo Partidário, bem como recursos próprios ou doações de
pessoas físicas ou jurídicas.
O candidato é o único responsável pela veracidade das informações sobre a arrecadação
e aplicação dos recursos na campanha eleitoral. E, se houver pessoa por ele designada para
a administração financeira de sua campanha, responderá solidariamente com aquela por
tais informações. Tanto o candidato quanto o administrador financeiro assinam a prestação
de contas da campanha.
33MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
Doações e Contribuições para a Campanha Eleitoral
Registrado o comitê financeiro, o partido ou candidato poderá receber contribuições em
dinheiro ou estimáveis em dinheiro, tanto de pessoa física como jurídica.
As pessoas físicas e jurídicas somente podem doar bens e/ou serviços estimáveis em
dinheiro, com exceção de partidos políticos, comitês financeiros e candidatos, quando cons-
tituírem produto de seu próprio serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens
permanentes, deverão integrar o patrimônio do doador.
As pessoas físicas poderão contribuir com até 10% dos rendimentos brutos auferidos no
ano anterior à eleição, portanto, no exercício de 2011, não se incluindo nesse percentual as
doações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de pro-
priedade do doador, desde que o valor da doação não ultrapasse R$ 50 mil, e a atividade
voluntária, pessoal e direta do eleitor em apoio à candidatura ou partido político de sua
preferência, enquanto as jurídicas ficam limitadas a 2% do faturamento bruto também do
ano anterior à eleição. Já os recursos próprios do candidato não podem ultrapassar o valor
máximo de gastos estabelecido pelo partido. Também pode haver arrecadação de recursos
por meio de receita decorrente da comercialização de bens e/ou serviços e/ou da promoção
de eventos.
As doações devem ser feitas obrigatoriamente nas contas dos partidos ou dos candida-
tos, por meio de cheque cruzado e nominal ou transferência eletrônica de depósitos ou
por mecanismo disponível em site do candidato, partido ou coligação na Internet, ou por
cartão de crédito ou de débito. Se os depósitos de pessoas físicas forem feitos em dinheiro,
deverão ser sempre identificados.
Tanto os candidatos quanto os partidos ou coligações que receberem doação deverão
emitir recibo em formulário impresso modelo no anexo i da resolução 23.376/2012 .
Também há restrições feitas diretamente ao candidato, como medida de evitar desequi-
líbrio no processo eleitoral. Desde o registro de sua candidatura até a eleição, ele não pode
doar qualquer montante em dinheiro, troféus, prêmios ou ajudas de qualquer espécie à
pessoa física ou jurídica.
Os candidatos, partidos políticos e comitês financeiros podem arrecadar recursos e con-
trair obrigações até o dia 7 de outubro de 2012, no caso de primeiro turno, e até o dia 28
de outubro de 2012, no caso de segundo turno. Após esses prazos, podem ser arrecadados
mais recursos, desde que sejam para quitar despesas que tenham sido contraídas e não
pagas até o dia da eleição, as quais deverão estar integralmente pagas até a data da entrega
da prestação de contas à Justiça Eleitoral.
34 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
A lei prevê que algumas pessoas jurídicas, por sua condição especial, estão proibidas de
fazer doações de forma direta ou indireta, tanto em dinheiro quanto em bens estimáveis em
dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie. São elas:
• entidadesougovernosestrangeiros;
• órgãosdaAdministraçãoPúblicadiretae indiretaou fundaçõesmantidascomrecursos
provenientes do Poder Público, portanto, englobadas as autarquias, empresas públicas e
sociedades de economia mista, assim como subsidiárias mantidas por recursos públicos;
• concessionáriosoupermissionáriosdeserviçopúblico;
• entidadesdedireitoprivadoquerecebam,nacondiçãodebeneficiárias,contribuição
compulsória em virtude de disposição legal;
• entidadesdeutilidadepública;
• entidadesdeclasseousindical;
• pessoasjurídicassemfinslucrativosquerecebamrecursosdoexterior;
• entidadesbeneficentesereligiosas;
• entidadesesportivas;
• organizaçõesnãogovernamentaisquerecebamrecursospúblicos;
• OrganizaçõesdaSociedadeCivildeInteressePúblico(Oscips);
• sociedadescooperativasdequalquergrauounatureza,cujoscooperadossejamcon-
cessionários ou permissionários de serviços públicos e estejam sendo beneficiadas
com recursos públicos;
O descumprimento dessa proibição sujeita o partido ou candidato à responsabilização
por abuso de poder econômico e à perda do direito de receber a quota do Fundo Partidário
do ano seguinte.
O uso de recursos recebidos de fontes vedadas constitui irregularidade insanável e causa
para desaprovação das contas.
Os recursos de fontes vedadas, bem como aqueles de origem não identificada, devem
ser transferidos ao Tesouro Nacional, com a apresentação do comprovante de recolhimen-
to, até cinco dias após a decisão definitiva da Justiça Eleitoral que julgar a prestação de
contas de campanha.
Gastos Eleitorais
São considerados gastos eleitorais:
• aconfecçãodematerialimpressodequalquernaturezaetamanho;
35MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
• a propaganda e a publicidade direta ou indireta, por qualquermeio de divulgação
destinada a conquistar votos;
• oalugueldelocaisparapromoçãodeatosdecampanhaeleitoral;
• despesa com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das
candidaturas;
• correspondênciaedespesaspostais;
• despesasdeinstalação,organizaçãoefuncionamentodecomitêseserviçosnecessá-
rios às eleições;
• remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às
candidaturas ou aos comitês eleitorais;
• montagemeoperaçãodecarrosdesom,depropagandaouassemelhados;
• realizaçãodecomíciosoueventosdestinadosàpromoçãodecandidatura;
• produçãodeprogramasderádio,televisãoouvídeo,inclusiveosdestinadosàpropa-
ganda gratuita;
• realizaçãodepesquisasoutestespré-eleitorais;
• alugueldebensparticularesparaveiculação,porqualquermeio,depropagandaeleitoral;
• custoscomacriaçãoeinclusãodesites na Internet;
• multasaplicadasaospartidosecandidatosporinfraçãoàlegislaçãoeleitoral;
• produçãode jingles, vinhetas e slogans para propaganda eleitoral.
Trata-se de um elenco taxativo de gastos admissíveis, o que significa que não pode ser
ampliado sob nenhuma hipótese.
O eleitor pode realizar gastos próprios até a quantia equivalente a R$ 1.064,10 mil ufirs .
Esses não serão contabilizados como gastos de campanha, salvo se forem reembolsados.
Assim, se o eleitor quiser ajudar o seu candidato, pode gastar pessoalmente até o limite
fixado, sendo que tais gastos não serão lançados na contabilidade da campanha.
Para o pagamento de despesas de até R$ 300,00, durante a campanha eleitoral, o can-
didato, o comitê financeiro e o partido podem constituir fundo de caixa, com recursos da
conta bancária específica, respeitados os seguintes critérios:
a) nos municípios com até 40 mil eleitores, o montante da reserva deverá ser de até R$ 5 mil;
b) nos municípios com mais de 40 mil, até 100 mil eleitores, o montante da reserva deve-
rá ser de até R$ 10 mil;
c) nos municípios com mais de 100 mil, até 200 mil eleitores, o montante da reserva de-
verá ser de até R$ 15 mil;
36 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
d) nos municípios com mais de 200 mil, até 500 mil eleitores, o montante da reserva de-
verá ser de até R$ 20 mil;
e) nos municípios com mais de 500 mil, até 900 mil eleitores, o montante da reserva de-
verá ser de até R$ 30 mil;
f ) nos municípios acima de 900 mil eleitores, o montante da reserva deverá ser de até R$
50 mil.
Captação Ilegal de Sufrágio
Desde o registro da candidatura até o dia da eleição é vedado ao candidato doar, ofe-
recer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza,
inclusive emprego ou função pública, com o objetivo de obter o voto do eleitor, ainda que
não tenha havido pedido explícito, bastando a sua evidência. Essas ações são consideradas
formas ilegais de captação de votos, como também será quando a sua obtenção tiver de-
corrido de violência ou grave ameaça ao eleitor, e podem implicar cassação do registro ou
do diploma e multa de R$1.064,41 a R$ 53.205,00 mil a 50 mil ufirs .
Todos esses atos não precisam ter sido praticados diretamente pelo candidato para que
ele seja responsabilizado, a simples cumplicidade já é suficiente.
ETAPAA Campanha Lei 9.504/1997 e Resolução 23.370/2011
A campanha eleitoral envolve várias ações distintas, da propaganda nos meios de comu-
nicação à distribuição de panfletos e realização de comícios.
Em primeiro lugar, é importante distinguir a propaganda partidária da propaganda elei-
toral. A primeira é aquela que os partidos, gratuitamente e sem a divulgação dos nomes de
seus candidatos a qualquer eleição, realizam fora do período eleitoral, enquanto a propa-
ganda eleitoral é a que leva ao conhecimento do eleitor a proposta do candidato, com a
finalidade de obter votos.
A propaganda eleitoral será permitida a partir de 6 de julho de 2012, no entanto, na quin-
zena anterior à convenção do partido para escolha dos candidatos, os interessados podem
fazer propaganda intrapartidária, a fim de influir na vontade dos convencionais. É permitida
a utilização de faixas, cartazes, folhetos, etc., e vedado o uso de rádio, televisão e outdoor.
Propaganda Eleitoral Antecipada
A propaganda eleitoral antecipada – feita antes do dia 6 de julho de 2012 – sujeita o
responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado o seu prévio conheci-
mento, o beneficiário, à multa no valor de R$ 5 mil a R$ 25 mil, ou o equivalente ao custo da
propaganda, se esse valor for maior. Não é considerada propaganda eleitoral antecipada:
• aparticipaçãodefiliadosapartidospolíticosoudepré-candidatosementrevistas,pro-
gramas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na Internet, inclusive com a expo-
sição de plataformas e projetos políticos, desde que não haja pedido de votos, observa-
do pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir tratamento isonômico;
• arealizaçãodeencontros,semináriosoucongressos,emambientefechadoeaexpen-
sas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, planos
de governos ou alianças partidárias visando às eleições;
• arealizaçãodepréviaspartidáriasesuadivulgaçãopelosinstrumentosdecomunica-
ção intrapartidária; ou
• adivulgaçãodeatosdeparlamentaresedebateslegislativos,desdequenãosemen-
cione a possível candidatura, ou se faça pedido de votos ou de apoio eleitoral.
Propaganda Eleitoral no Rádio e na Televisão
A propaganda eleitoral no rádio e na televisão restringe-se ao horário gratuito definido
pela lei, sendo proibida a propaganda paga, e deve utilizar a Linguagem Brasileira de Sinais
(Libras) ou o recurso de legenda.
4a
38 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Entre 21 de agosto e 4 de outubro de 2012, as emissoras de rádio e televisão, abertas
(UHF e VHF) e por assinatura (de responsabilidade do Senado, da Câmara dos Deputados,
Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais), reservarão espaço em sua programação
para divulgar a propaganda eleitoral gratuita, não sendo admitidos cortes instantâneos ou
qualquer tipo de censura prévia.
Horários da Propaganda Eleitoral Gratuita
Nas eleições para prefeito e vice-prefeito, a propaganda gratuita será veiculada às segun-
das, quartas e sextas-feiras, no rádio, das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30 e, na televisão, das
13h às 13h30 e das 20h30 às 21h.
Nas eleições para vereador, a veiculação será às terças, quintas-feiras e aos sábados, no rá-
dio, das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30 e, na televisão, das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h.
A Justiça Eleitoral, a partir de 8 de julho de 2012, convocará os partidos e representantes
das emissoras de televisão para decidir sobre os horários a serem utilizados pelos candida-
tos e partidos.
As emissoras de rádio e televisão que veicularem o horário eleitoral gratuito terão direito
à compensação fiscal.
municípios nos Quais não Há Emissoras de Televisão
Nos municípios em que não houver emissoras de rádio e televisão, será garantida aos
partidos políticos participantes do pleito a veiculação de propaganda eleitoral gratuita nas
localidades aptas à realização de segundo turno e nas quais seja operacionalmente viável
realizar a retransmissão, na forma definida pela Justiça Eleitoral.
No Caso de Segundo Turno
Nos municípios onde houver segundo turno, as emissoras de televisão e rádio reservarão
o horário gratuito, entre 7 e 24 de outubro de 20012, para a propaganda eleitoral, que será
veiculada, no rádio, das 7h às 7h20 e das 12h às 12h20 e, na televisão, das 13h às 13h20 e das
20h30 às 20h50.
Proibição de Propaganda Eleitoral Paga
É proibida a veiculação de propaganda eleitoral paga no rádio, na televisão, na Internet e
demais redes destinadas à prestação de serviços de telecomunicações de valor adicionado.
39MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
Vedações às Emissoras de Rádio e de Tevê em Sua Programação Normal
A partir de 1º de julho de 2012, a proibição de propaganda de candidatos, partidos e
coligações é estendida à programação normal e aos noticiários das emissoras de rádio e
televisão, que não poderão:
• transmitir,aindaquesoba formadeentrevista jornalística, imagemderealizaçãode
pesquisa ou outro tipo de consulta popular de natureza eleitoral em que seja possível
identificar o entrevistado ou haja manipulação de dados;
• veicularpropagandapolítica;
• dartratamentoprivilegiadoacandidato,partidooucoligação;
• veicularoudivulgarfilmes,novelas,minissériesouqualqueroutroprogramacomalu-
são ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente, exceto
programa jornalístico ou debates políticos;
• divulgarnomedeprogramaqueserefiraacandidatoescolhidoemconvenção,ainda
quando preexistente, inclusive se coincidente com o nome do candidato ou com a va-
riação nominal por ele adotada. Sendo o nome do programa o mesmo que do candi-
dato, fica proibida sua divulgação, sob pena de cancelamento do respectivo registro.
A partir do resultado da convenção, é vedado, ainda, às emissoras transmitir programa
apresentado ou comentado por candidato escolhido em convenção.
O descumprimento dessas normas sujeita a emissora ao pagamento de multa no valor de
R$ 21.282,00 a R$ 106.410,00 20 mil a 100 mil ufirs duplicada na reincidência.
Debates
As emissoras poderão transmitir tanto debates sobre a eleição majoritária quanto a pro-
porcional, sendo assegurada a participação dos candidatos dos partidos com representação
na Câmara dos Deputados e facultada nos demais casos.
Nas eleições majoritárias, a apresentação dos debates poderá contar com todos os con-
correntes ou ser realizada em grupos, desde que presentes pelo menos três candidatos.
Nas eleições proporcionais, os debates serão organizados de forma a assegurar a parti-
cipação equivalente de todos os partidos e coligações, podendo desdobrar-se em mais de
um dia.
A escolha do dia e da ordem de fala de cada candidato será feita mediante sorteio, salvo
se houver acordo em outro sentido entre os partidos e coligações, sendo vedada a presença
de um mesmo candidato a vereador em mais de um debate da mesma emissora.
40 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Para que o debate aconteça sem a presença de algum candidato, a emissora deve com-
provar que o convidou com 72 horas de antecedência do evento.
As emissoras de rádio e televisão que descumprirem o regramento estabelecido para rea-
lização de debates ficam sujeitas à suspensão, por 24 horas, de sua programação normal.
O último dia para realização de debates será 4 de outubro de 2012, para o primeiro turno
das eleições, e 26 de outubro de 2012, para o segundo turno.
PROPAGANDA ELEITORAL NA INTERNET
A propaganda eleitoral na Internet é permitida a partir do dia 6 de julho de 2012 e pode
ser realizada do seguinte modo:
• emsite do candidato, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospeda-
do, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de Internet estabelecido no País;
• em site do partido ou da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça
Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de Internet
estabelecido no País;
• pormeio demensagem eletrônica para endereços cadastrados gratuitamente pelo
candidato, partido ou coligação;
• pormeio de blogs, redes sociais, sites de mensagens instantâneas e assemelhados,
cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de
iniciativa de qualquer pessoa natural.
É vedado qualquer tipo de propaganda eleitoral paga, sendo vedado, ainda que gratuita-
mente, a veiculação de propaganda eleitoral em sites de pessoas jurídicas, com ou sem fins
lucrativos ou em sites oficiais ou hospedados pela Administração Pública direta, autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.
O descumprimento dessas regras sujeita o responsável pela divulgação da propaganda e,
quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário ao pagamento de multa no
valor de R$ 5 mil a R$ 30 mil.
Vedação de Anonimato na Propaganda Eleitoral na Internet
A manifestação do pensamento é livre, sendo vedado o anonimato na propaganda elei-
toral realizada na Internet. A ofensa, inclusive por outros meios de comunicação interpes-
soal mediante mensagem eletrônica, assegura ao ofendido o direito de resposta, além de
41MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
sujeitar o responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio
conhecimento, o beneficiário ao pagamento de multa no valor de R$ 5 mil a R$ 30 mil.
Vedação de Uso, Cessão ou Doação de Cadastro Eletrônico
A lei prevê que algumas pessoas jurídicas não podem permitir o uso, doar ou ceder os
cadastros eletrônicos de seus clientes para candidato, partido ou coligação. São elas:
• entidadesougovernosestrangeiros;
• órgãosdaAdministraçãoPúblicadiretae indiretaou fundaçõesmantidascomrecursos
provenientes do Poder Público, portanto, englobadas as autarquias, empresas públicas e
sociedades de economia mista, assim como subsidiárias mantidas por recursos públicos;
• concessionáriosoupermissionáriosdeserviçopúblico;
• entidadesdedireitoprivadoquerecebam,nacondiçãodebeneficiárias,contribuição
compulsória em virtude de disposição legal;
• entidadesdeutilidadepública;
• entidadesdeclasseousindical;
• pessoasjurídicassemfinslucrativosquerecebamrecursosdoexterior;
• entidadesbeneficentesereligiosas;
• entidadesesportivas;
• organizaçõesnãogovernamentaisquerecebamrecursospúblicos;
• OrganizaçõesdaSociedadeCivildeInteressePúblico(Oscips);
• sociedadescooperativasdequalquergrauounatureza,cujoscooperadossejamcon-
cessionários ou permissionários de serviços públicos e estejam sendo beneficiadas
com recursos públicos;
A lei também proíbe a compra e venda de cadastro de endereços eletrônicos.
O desrespeito a tais vedações sujeita o responsável pela divulgação da propaganda e,
quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5 mil
a R$ 30 mil.
Não Cessação de Divulgação da Propaganda Eleitoral por Provedor de Conteúdo e de Serviços multimídia
Se o provedor de conteúdo e de serviços multimídia que hospeda a divulgação da propa-
ganda eleitoral de candidato, de partido ou de coligação, no prazo determinado pela Justiça
Eleitoral, contado a partir da notificação de decisão sobre a existência de propaganda irregular,
42 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
não tomar providências para a cessação dessa divulgação, também está sujeito às penalidades
previstas na lei, desde que tenha, comprovadamente, prévio conhecimento.
Propaganda Eleitoral por meio de mensagens Eletrônicas
As mensagens eletrônicas enviadas por candidato, partido ou coligação devem dispor
de mecanismo que permita seu descadastramento pelo destinatário, sendo o remetente
obrigado a providenciá-lo no prazo de 48 horas, sob pena de sujeitar os responsáveis ao
pagamento de multa no valor de R$ 100,00, por mensagem.
Propaganda Eleitoral na Internet Atribuindo Autoria a Terceiro
Aquele que realizar propaganda eleitoral na Internet, atribuindo a sua autoria, indevida-
mente, a terceiro, candidato, partido ou coligação, se sujeita a multa de R$ 5 mil a R$ 30 mil.
OUTROS TIPOS DE PROPAGANDA ELEITORAL
Propaganda Eleitoral Permitida
• Embensparticulares
É permitida a veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares, por meio de fi-
xação de faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições com até 4 metros quadrados, desde
que não contrarie a lei eleitoral.
Essa propaganda não depende de obtenção de licença municipal nem de autorização da
Justiça Eleitoral, cabendo sua autorização ao proprietário ou possuidor e deve ser veiculada
espontânea e gratuitamente.
Esse tipo de propaganda eleitoral, onde não houve segundo turno, deve ser retirado pe-
los candidatos, partidos ou coligações, até 6 de novembro de 2012 e, no caso de realização
de segundo turno, até 27 de novembro de 2012.
• Distribuiçãodeimpressos
Também não depende de licença a distribuição de folhetos, volantes e outros impres-
sos, que devem ser editados sob a responsabilidade do candidato, partido ou coligação.
Os impressos de campanha eleitoral deverão conter o número de inscrição no CNPJ ou no
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do responsável pela confecção, o nome do contratante e
a respectiva tiragem.
43MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
• Comícios
A realização de comícios e a utilização de aparelhagem de sonorização fixa são permiti-
das de 6 de julho a 4 de outubro de 2012, no horário compreendido entre as 8 e as 24 horas.
Caso haja segundo turno, esses eventos poderão ser realizados entre 8 e 25 de outubro.
Para evitar tumultos, garantir a prioridade do local, o funcionamento do tráfego e dos ser-
viços públicos, os partidos, coligações e candidatos que pretendem realizá-lo devem avisar
a autoridade policial da realização do evento, no mínimo, 24 horas antes.
• Propagandaeleitoralpormeiodealto-falantes,amplificadoresdesomesono-
rização fixa
A propaganda eleitoral por meio de alto-falantes, amplificadores de som e aparelhamen-
to de sonorização fixa, tanto na sede dos partidos quanto em veículos, pode ser realizada
das 8 às 22 horas, entre 6 de julho e 6 de outubro de 2012. Deve ser observada a distância
mínima obrigatória de 200 metros de igrejas, teatros, bibliotecas públicas e escolas, quando
em funcionamento, além de hospitais e casas de saúde, sedes dos Poderes Executivo, Le-
gislativo da União, Estados, Distrito Federal e municípios, dos Tribunais Judiciais, quartéis e
outros estabelecimentos militares.
• Emimprensaescritaeinternet
A propaganda paga, na imprensa escrita, de até dez anúncios por veículo, em datas diversas,
para cada candidato, é permitida até a antevéspera da eleição 5 de outubro de 2012 . Tam-
bém é permitida, até a mesma data, a reprodução de páginas do jornal impresso na Internet.
O espaço máximo permitido, por edição, para cada candidato, partido ou coligação,
é de 1/8 de página de jornal padrão e 1/4 de página de revista ou tabloide e deve cons-
tar, de forma visível, o valor pago pela inserção.
Caso haja segundo turno, tanto a propaganda na imprensa como na Internet está
permitida de 8 a 26 de outubro. Aliás, a propaganda eleitoral para segundo turno, em
geral, poderá ser retomada a partir do dia 8 de outubro.
O não cumprimento de tal regra legal sujeita os responsáveis pelo veículo de divulgação
e os partidos, coligações ou candidatos beneficiados, a pagarem multa no valor de R$ 1 mil a
R$ 10 mil, ou o equivalente ao custo da divulgação da propaganda paga, se esse for maior.
• Nasdependênciasdolegislativo
Nas dependências do Poder Legislativo é permitida a veiculação de propaganda eleitoral,
ficando sua regulamentação a cargo da mesa diretora, que deverá destinar os espaços de
forma isonômica entre todos os partidos, coligações e candidatos.
44 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Propaganda eleitoral Proibida
• Propagandapartidária
A partir de 1º de julho de 2012, é proibida a veiculação da propaganda partidária gratuita,
assim como qualquer tipo de propaganda paga no rádio e na televisão, sob pena de paga-
mento de multa no valor de R$ 5 mil a R$ 25 mil, ou o custo da propaganda, se o valor deste
for maior que aquele.
• Conexãocomaadministraçãopública
Também é proibido e constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e
multa no valor de R$ 10.641,00 a R$ 21.282,00, 10 mil a 20 mil ufirs , o uso de símbolos,
frases ou imagens oficiais, associados ou semelhantes aos empregados por empresas públi-
cas, sociedades de economia mista ou órgãos de governo. Isso significa que os candidatos,
mesmo à reeleição, estão proibidos de usar frases, imagens ou símbolos que os liguem à
Administração Pública direta ou indireta.
• Nodiadaseleições
No dia das eleições está proibido: realização de comícios e carreatas; uso de alto-falantes
e amplificadores; arregimentação de eleitor ou propaganda de boca de urna; divulgação
de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos mediante
publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuários.
Essas ações são consideradas crimes eleitorais, puníveis com pena de detenção de seis
meses a um ano, com alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo perí-
odo, além de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50 5 mil a 15 mil ufirs .
• Brindes
Durante toda campanha eleitoral é vedada a confecção, utilização e distribuição de cami-
setas, chaveiros, bonés, canetas, brindes em geral, cestas básicas ou quaisquer outros bens
materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor. Mesmo que o candidato não esteja
agindo diretamente, será responsabilizado.
• Showmício
É proibida a realização de showmício ou evento assemelhado para a promoção de candi-
dato, bem como a apresentação de artistas, remunerada ou não, com a finalidade de animar
comícios ou reuniões eleitorais.
45MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
• Outdoors
Está proibida a propaganda eleitoral veiculada por meio de outdoors Lei 11.300/2006 ,
sujeitando os partidos, as coligações e os candidatos, bem como as empresas de publicida-
de responsáveis, à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa no
valor de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50 5 mil a 15 mil ufirs .
• Benspúblicos
É proibida a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscri-
ção a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados nos bens públicos, naque-
les que dependam de cessão ou permissão do Poder Público e nos de uso comum do povo,
como postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes,
paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, como telefones públicos e caixas recep-
toras de correspondência.
São considerados bens de uso comum, para esse fim, aqueles aos quais a população tem
acesso, como, por exemplo: cinemas, teatros, supermercados, centros comerciais, estádios,
lojas e templos, ainda que de propriedade privada.
Entretanto, é permitida a colocação de bonecos e cartazes móveis ao longo das vias
públicas, desde que não dificultem o andamento do trânsito. A mobilidade é caracterizada
com a colocação e a retirada dos meios de propaganda entre as 6 e as 22 horas.
O não atendimento a essa proibição sujeita o infrator à restauração do bem e, no caso de
isso não ser feito no prazo estipulado, à aplicação de multa no valor de R$ 2 mil a R$ 8 mil.
Propaganda eleitoral proibida e permitida
Propaganda paga em rádio e tevê Proibida A partir de 1º de julho
Propaganda paga em imprensa
escrita e reprodução na InternetPermitida (a)
Primeiro turno: de 6 de julho a 5 de outubro
Segundo turno: de 8 a 26 de outubro
Propaganda em outdoors Proibida
Propaganda em bens públicos
(ex.: faixas e placas em postes)Proibida
Propaganda em bens particula-
res (ex.: faixas, placas, cartazes,
pinturas ou inscrições)
Permitida (tamanho
máximo: 4 metros
quadrados (b)
Poderão permanecer no local até 30 dias após a
eleição (primeiro turno – 6 de novembro – ou no
segundo turno, quando houver – 27 de novembro)
Showmícios Proibidos
ComíciosPermitidos (das 8
às 24 horas) (c)
Primeiro turno: de 6 de julho a 4 de outubro
Segundo turno: de 8 a 25 de outubro
(continua)
46 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Propaganda por meio de alto-
falantes ou amplificadores de som
Permitida (das 8
às 22 horas) (d)
Primeiro turno: de 6 de julho a 6 de outubro
Segundo turno: de 8 a 27 de outubro
Distribuição de impressos PermitidaPrimeiro turno: de 6 de julho a 4 de outubro
Segundo turno: de 7 a 25 de outubro
Brindes (ex.: camisetas, bonés,
canetas, chaveiros, etc.)Proibidos
Propaganda na Internet Permitida A partir de 6 de julho
(a) 1/8 da página de jornal padrão e ¼ da página de revista ou tabloide.
(b) Lei Eleitoral, art. 37, § 2º.
(c) Avisar autoridade policial 24 horas antes da realização.
(d) É vedado seu uso em distância inferior a 200 metros de igrejas, teatros, bibliotecas e escolas, quando em
funcionamento, além dos hospitais e casas de saúde, sedes dos Poderes Executivo, Legislativo, da União,
Estados, Distrito Federal e municípios, dos tribunais judiciais, quartéis e outros estabelecimentos militares.
PESQUISAS ELEITORAIS Resolução 23.364/2011
As entidades ou empresas que realizarem pesquisas e testes pré-eleitorais serão obri-
gadas a registrar na Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação dos resultados, as
seguintes informações:
• quemcontratouapesquisa;
• valoreorigemdosrecursosdespendidosnotrabalho;
• metodologiaeperíododerealizaçãodapesquisa;
• plano amostral eponderaçãoquanto a sexo, idade, graude instrução, nível econô-
mico do entrevistado e área física de realização do trabalho, intervalo de confiança e
margem de erro;
• sistemainternodecontroleeverificação,conferênciaefiscalizaçãodacoletadedados
e do trabalho de campo;
• questionáriocompletoaplicadoouaseraplicado;
• nomedequempagoupelarealizaçãodotrabalho;
• contratosocial,estatutosocialouinscriçãocomoempresário,quecomproveoregular
registro da empresa, com a qualificação completa dos responsáveis legais, razão social
ou denominação, número de inscrição no CNPJ, endereço, número de fac-símile em
que receberão notificações e comunicados da Justiça Eleitoral;
• nomedoestatísticoresponsávelpelapesquisaeonúmerodeseuregistronocompe-
tente Conselho Regional de Estatística (Decreto 62.497/1968, art. 11);
Propaganda eleitoral proibida e permitida (continuação)
47MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
• númerodoregistrodaempresaresponsávelpelapesquisanoConselhoRegionalde
Estatística, caso o tenha;
• indicaçãodomunicípioabrangidopelapesquisa.
As informações acima ficarão por 30 dias à disposição dos partidos ou coligações com
candidatos ao pleito.
O desatendimento a essas exigências sujeita os responsáveis ao pagamento de multa no
valor de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00 50 mil a 100 mil ufirs e, se comprovada fraude na
pesquisa, à responsabilização criminal, punível com pena de detenção de seis meses a um
ano, mais a multa.
A partir de 5 de julho de 2012, nas pesquisas realizadas mediante a apresentação da rela-
ção de candidatos ao pesquisado, deverá constar o nome de todos os registrados.
As pesquisas realizadas em data anterior ao dia das eleições poderão ser divulgadas a
qualquer momento, inclusive no dia das eleições – 7 de outubro de 2012 –, desde que res-
peitado o prazo de cinco dias para o seu registro, e as realizadas no dia das eleições podem
ser divulgadas a partir das 17 horas, se encerrada a votação no município.
As enquetes ou sondagens não estão sujeitas a registro na Justiça Eleitoral. Mas, quando da
divulgação dos seus resultados, deve ser informado que não se trata de pesquisa eleitoral, e
sim de mero levantamento de opiniões, sem controle de amostra, o qual não utiliza método
científico para a sua realização, dependendo, apenas, da participação espontânea do interes-
sado. A divulgação dos resultados sem esses esclarecimentos constitui divulgação de pesqui-
sa eleitoral sem registro e autoriza a aplicação das sanções pecuniárias antes mencionadas.
RESTRIÇÕES ESPECÍFICAS AOS AGENTES PÚBLICOS Resolução 23.370/2011
Os agentes públicos, por sua relação especial com a Administração Pública, devem obser-
var uma série de restrições legais no momento da campanha eleitoral, que visam a impedir
a quebra da igualdade de oportunidades que deve existir entre os candidatos, partidos
políticos e as coligações.
Para a caracterização da conduta vedada, basta a sua mera prática pelo agente público,
sem se cogitar de verificação de potencialidade para interferir no resultado eleitoral.
É considerado agente público quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunera-
ção, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da Administração
Pública direta, indireta ou fundacional. A definição abrange todas as pessoas que mantêm com
órgãos ou entidades públicas federais, estaduais ou municipais alguma forma de vínculo.
48 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
O descumprimento dessas restrições é considerado ato de improbidade administrativa
Lei 8.429/1992 , acarretando a suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso,
e sujeitando os agentes públicos responsáveis, os partidos, coligações e candidatos que
dela se beneficiarem, à multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00 5 mil a 100 mil ufirs ,
que será duplicada a cada reincidência.
As vedações impostas aos agentes públicos durante a campanha eleitoral dizem respeito
às questões a seguir indicadas.
Uso de Bens Públicos
Ao agente público está proibido ceder ou usar, em benefício de candidato, partido polí-
tico ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à Administração direta ou indireta
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos municípios, ressalvada a
realização de convenção partidária.
Está proibida, por exemplo, a cessão ou utilização de prédios ou edifícios públicos, ve-
ículos oficiais, linhas telefônicas ou qualquer material (mesas, cadeiras, equipamentos de
informática) em benefício de candidatos, partidos políticos ou coligações.
Uma vez caracterizada a conduta, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará
sujeito à cassação do registro ou do diploma.
Não caracterizam desrespeito a essa regra:
• ousodasdependênciasdosprédiospúblicosparaarealizaçãodeconvençõespartidárias;
• autilizaçãodosbenspúblicosdeusocomumdopovo parques, praças, etc. para,
por exemplo, gravar programa eleitoral;
• autilizaçãoderesidênciaoficialpeloprefeitoevice-prefeitocandidatos,paraareali-
zação de contatos, encontros e reuniões pertinentes à própria campanha, desde que
não tenham caráter de ato público.
Uso de materiais e Serviços Pagos com Dinheiro Público
É vedada a utilização de materiais ou serviços, custeados pelos governos ou Casas Le-
gislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos
que integram.
Essa norma objetiva impedir que os materiais e serviços de comunicação social, gráficos,
postais, telefônicos e outros, custeados pelo erário, sejam utilizados acima da quota estabe-
lecida nas regras regimentais.
Para a ocorrência da violação, é preciso que o material ou o serviço seja custeado pelos
49MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
cofres públicos. Uma vez caracterizada a conduta, o candidato beneficiado, agente público
ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma.
Cessão de Servidor
Ceder servidor público ou empregado da Administração direta ou indireta federal, esta-
dual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha
eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de expediente nor-
mal, está totalmente proibido, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado.
O servidor é livre para trabalhar na campanha eleitoral de qualquer candidato, desde que
o faça fora de seu horário de expediente. O que não é permitido é a prestação de serviços
para candidatos no período normal de trabalho. Essa regra preocupa-se em proibir a cessão
de servidor, com ou sem ônus para a Administração.
O servidor licenciado, por já estar afastado de suas atividades rotineiras na Administração Públi-
ca, está liberado para trabalhar em comitê eleitoral de candidato, partido político ou coligação.
A consequência da cessão de servidor, entre outras, é a cassação do registro ou do diplo-
ma do candidato beneficiado, agente público ou não.
Distribuição Gratuita de Bens, Valores ou Benefícios
No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores
ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública,
de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução
orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o
acompanhamento de sua execução financeira e administrativa.
A proibição de distribuição gratuita diz respeito a:
• bens,móveisouimóveis,comocadeirasderodasecobertores;
• valores,comoorepassederecursospúblicospormeiodeauxíliosfinanceiros;
• benefícios, como algumprivilégio, graça ou vantagem, tais como vale-alimentação,
vale-leite e cestas básicas.
É muito comum, nos períodos eleitorais, os agentes públicos quererem distribuir entre a
população mais necessitada: cadeiras de rodas, cestas básicas, roupas, bolas e ingressos de
jogo de futebol, entre outros bens e serviços onerosos aos cofres públicos.
Essa regra não impede o administrador público de executar eventual política social já
contemplada em sua plataforma de governo. O que se pretende é impedir o uso indevido
50 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
da máquina administrativa, com a distribuição de bens e serviços como moeda de troca nas
eleições, em benefício de candidato, partido político ou coligação.
Assim, em ano eleitoral, o administrador público só pode executar programas voltados à
distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios se instituídos por lei e autorizados pelo
orçamento de 2011 e em execução nesse mesmo ano. Todavia, mesmo que esteja em execu-
ção, o programa deve ser paralisado se for executado por entidade nominalmente vinculada
a candidato ou por este mantida.
A vedação abrange tanto a execução direta como a por meio de entidades assistenciais e
não diz respeito somente às ações voltadas à população de baixa renda, como poderia pare-
cer, mas a todos, inclusive pessoas jurídicas. Também está vedada a execução de programas
sociais por entidades nominalmente vinculadas a candidato ou por este mantida.
Por razões lógicas, em casos de estado de emergência e calamidade pública, nas quais há
obrigação de socorro por parte do administrador, não incide a vedação.
Uso Promocional de Ação Social
É proibido o agente público fazer ou permitir que se faça uso promocional da distribui-
ção gratuita de bens e serviços de caráter social, custeados ou subvencionados pelo Poder
Público, em favor de candidato, partido político ou coligação.
Como dito, os agentes políticos podem levar a cabo programas sociais já iniciados no
ano de 2011. De qualquer forma, não podem fazer uso desses programas para favorecer
candidato, partido ou coligação.
A norma pretende coibir a conexão da distribuição gratuita de bens e serviços de ca-
ráter social custeados ou subvencionados pelo erário com a figura de determinado can-
didato, partido político ou coligação, como, por exemplo, a distribuição de material de
construção pela prefeitura, cujo veículo oficial ostente propaganda eleitoral do prefeito
candidato à reeleição.
Alteração da Condição do Servidor
Nomear, contratar ou, de qualquer forma, admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou
readaptar vantagens ou, por outros meios, dificultar ou impedir o exercício funcional e, ain-
da, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público na circunscrição do pleito, nos
três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos está vedado, sob pena de nulidade
de pleno direito.
51MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
Essas restrições deverão ser obedecidas entre 7 de julho e 31 de dezembro de 2012 e
objetivam garantir o direito dos servidores públicos de se posicionarem politicamente de
forma livre, protegidos de perseguições políticas.
Entre os vários atos proibidos, estão compreendidos:
• nomeação:éoatoadministrativopeloqualocargopúblicoéatribuídoaumapessoa,
sujeito ao regime de natureza estatutária;
• contratação:éacelebraçãodecontratodetrabalhoentreoservidoreaAdministraçãoPú-
blica, para ocupar emprego público, sujeito ao regime de natureza trabalhista (celetista);
• admissãosobqualqueroutraforma:podeabrangerqualquermodalidadedeingressono
serviço público, por qualquer expediente de que queira se valer a Administração Pública;
• demissãosemjustacausa:éoatoquelevaàperdadocargooudoempregopúblico
sem qualquer motivação;
• supressão e readaptação de vantagens: é a retirada oumodificação das vantagens
pecuniárias percebidas pelo servidor público por vontade do administrador;
• qualqueroutromododedificultarouimpediroexercíciofuncional:impedeaprática
de qualquer ato administrativo por razões distintas do interesse público e das autoriza-
das em lei, que não permitam ao servidor exercer seu cargo, emprego ou função com
a liberdade funcional necessária;
• remoçãoex officio: é o deslocamento do servidor de uma unidade para outra, dentro
do mesmo órgão de lotação, ou o deslocamento de ofício do servidor, no interesse da
Administração Pública, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
Não está vedada a redistribuição do servidor público, que é o deslocamento de cargo
de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para
outro órgão ou entidade do mesmo Poder;
• exoneraçãoex officio: é o ato administrativo de desinvestidura do servidor do cargo
público, por ordem da autoridade administrativa.
A expressão “circunscrição do pleito” visa a preservar a autonomia dos entes federados
em questões que digam respeito especialmente aos seus negócios internos e, no caso das
eleições municipais, a circunscrição é o município. Assim, essa restrição se aplica somente
aos agentes públicos municipais.
Há algumas exceções à regra geral proibitiva que interessam para as eleições municipais.
São elas:
• nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções
52 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
de confiança: trata-se de cargos ou empregos de livre nomeação e exoneração, ou fun-
ções de confiança de livre designação e dispensa;
• nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até 7 de julho de 2012.
Observe-se que não está vedada a realização de concurso público dentro do período
proibitivo, mas sim a nomeação dos aprovados Tse resolução 21.806/2004 ;
• nomeaçãooucontrataçãonecessáriaà instalaçãoouaofuncionamentoinadiávelde
serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do chefe do Poder
Executivo: essa exceção permite à Administração Pública, diante de situações de ex-
cepcional interesse público, como, por exemplo, a ocorrência de um surto de dengue,
contratar pessoal necessário para enfrentá-la, desde que devidamente autorizado e
justificado o ato de admissão, autorização essa que deve ser específica para a contra-
tação pretendida. A indispensabilidade da prestação dos serviços essenciais é funda-
mental para possibilitar a contratação emergencial de pessoal. Somente assim é que
a contratação escapará da ilicitude.
Transferência de Recursos Resolução TSE 21.878/2004
Nos três meses anteriores ao pleito 7 de julho a 7 de outubro de 2012 é vedado reali-
zar transferência voluntária de recursos da União ou dos Estados aos municípios, sob pena
de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal
preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixa-
do, e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública.
Os governos federal e estaduais só podem repassar recursos voluntariamente ao mu-
nicípio, ainda que provenientes de convênio ou outra obrigação preexistente, quando se
destinam à execução de obras ou serviços fisicamente já iniciados.
É considerada voluntária a transferência que não decorre de lei, que não é cogente, que
se faz mediante manifestação de vontade, quer da União, quer dos Estados.
A celebração de convênio não está proibida, nesse período, apenas o repasse do recurso.
A exceção fica por conta do atendimento de situações de emergência e de calamidade pú-
blica, devidamente justificadas e comprovadas.
A infração a essa disposição legal caracteriza malversação de recursos públicos, com a
sujeição de seus responsáveis às penas da lei. A Justiça Eleitoral, mediante representação de
candidato, partido ou coligação, pode determinar a sustação da transferência de recursos e
paralisar a obra ou o serviço.
53MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
Despesas com Publicidade
O agente político não pode realizar, em ano de eleição, despesas com publicidade dos
órgãos públicos municipais, ou das respectivas entidades da Administração indireta, que
excedam a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do último
ano imediatamente anterior à eleição.
Essa norma diz respeito à publicidade institucional, que é aquela que divulga ato, progra-
ma, obra, serviço e campanhas de governo ou órgão público, autorizada por agente público
e paga pelos cofres públicos.
O dispositivo procura impedir que os órgãos públicos gastem, em ano eleitoral, mais do
que normalmente despendem com publicidade. Isso para que ela não seja usada com o
objetivo de favorecer candidatos, partidos políticos e coligações. Os gastos com publicidade
estão autorizados, no ano eleitoral, entre o período de 1º de janeiro a 6 de julho de 2012, pois,
a partir de 7 de julho de 2012, fica proibido qualquer gasto com publicidade institucional.
Para saber quanto o agente público pode gastar com publicidade, deve-se somar os gas-
tos referentes aos anos de 2011, 2010 e 2009 e dividir, obtendo com isso a média dos gastos.
Deve-se, igualmente, levantar os gastos realizados apenas no ano de 2011. Dos resultados
obtidos escolhe-se o de menor valor.
Propaganda Institucional
Com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mer-
cado, é vedado ao agente político do município, nos três meses anteriores ao pleito – 7 de
julho a 7 de outubro de 2012, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos ou das entidades da Administração indireta, salvo
em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.
Entre os serviços que concorrem no mercado, podem-se citar os voltados para a constru-
ção de casas populares, executados por empresas municipais de habitação, cujos empreen-
dimentos encontram concorrentes no mercado imobiliário privado. Outro exemplo refere-
se a cursos superiores em faculdades instituídas e mantidas pelo Poder Público municipal
que, igualmente, podem ser prestados pela iniciativa privada.
De outro lado, a publicidade institucional pode ser admitida em caso da ocorrência de,
por exemplo, um surto de febre amarela, em que se verifica a necessidade de campanhas
de esclarecimento e combate.
O TSE, em decisões sobre essa regra específica, interpreta algumas situações como viola-
doras da vedação. Alguns exemplos:
54 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
• afixação de faixas que têm como objetivo enaltecer a administração do prefeito candi-
dato à reeleição;
• placas divulgadoras de obras e serviços municipais, ainda que instaladas antes, mas
mantidas no período vedado, afrontam a regra proibitiva;
• placas indicativas de realização de obras e serviços executados pela municipalidade,
com slogan promocional da Administração Pública, são publicidade institucional.
A manutenção de placas em obras públicas, colocadas antes do período vedado por lei,
somente é admissível se não houver expressões que possam identificar autoridades, servi-
dores ou administrações cujos dirigentes estejam em campanha eleitoral.
E a norma eleitoral não se aplica à publicação, em Diário Oficial do Município, de atos mera-
mente administrativos, sem referência a nome e sem divulgação de imagem do candidato.
Pronunciamento em Cadeia de Rádio e Televisão
Nos três meses anteriores às eleições (7 de julho a 7 de outubro de 2012), os agentes polí-
ticos do município estão proibidos de fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão
fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de
matéria urgente, relevante e característica das funções de governo.
Revisão de Remuneração dos Servidores
O prefeito está proibido de fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração
dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao
longo do ano da eleição, considerando a inflação apurada a partir de 1º de janeiro de 2012,
do dia 10 de abril de 2012 até a data da posse dos eleitos.
Durante o período restritivo, sequer poderá ser enviada ao Poder Legislativo proposta
de lei tendente à realização de revisão geral da remuneração dos servidores públicos que
exceda a mera recomposição da perda do poder aquisitivo.
No entanto, o TSE admite a aprovação, por meio de lei, de proposta de reestruturação
de carreira de servidores, com nova pactuação remuneratória, pois entende que isso não se
confunde com revisão geral de remuneração resolução 21.054/2002 .
Contratação de Shows
É vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos para a realização
de inaugurações nos três meses que antecederem as eleições 7 de julho de 2012 .
55MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
A norma objetiva impedir o uso de recursos do erário para a promoção de eventos ar-
tísticos nas inaugurações de obras ou serviços públicos, preservando, assim, o equilíbrio
entre os candidatos e a moralidade do pleito. É bastante comum a realização desses shows,
verdadeiros showmícios, em que a inauguração da obra ou serviço se torna evento menor
em face da promoção dos candidatos.
A Lei Eleitoral estabeleceu, expressamente, que a sanção por descumprimento dessa ve-
dação importa a suspensão imediata da conduta, além da cassação do registro ou do diplo-
ma do candidato beneficiado, agente público ou não.
Participação em Inaugurações de Obras Públicas
É proibido aos candidatos a cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador participarem de
inauguração de obras públicas nos três meses que precedem o pleito 7 de julho de 2012 .
A Lei Eleitoral estabeleceu expressamente que o descumprimento sujeita o infrator à
cassação do registro ou do diploma.
O TSE entende que a permanência do chefe do Poder Executivo, candidato à reeleição,
em localidade próxima ao evento de inauguração, assim como circular em companhia do
governador do Estado pela cidade, após a inauguração, não ofende o dispositivo legal, uma
vez que o prefeito, embora candidato, permanece como chefe do Executivo municipal.
Igualmente não se caracteriza como comportamento vedado o comparecimento de can-
didatos ao local após a inauguração da obra pública, quando os cidadãos em geral já não
mais estão presentes.
Entretanto, se o candidato comparece como mero espectador ou tem posição de desta-
que na solenidade, se fica misturado com o público ou no local reservado para as autorida-
des, ou se faz uso da palavra ou é apenas elogiado nos discursos, dará ensejo à caracteriza-
ção da conduta vedada.
Também viola o dispositivo legal o vice-prefeito que apresenta sua candidatura ao cargo
de prefeito em evento de inauguração de obra pública promovida pela prefeitura.
ETAPA A Eleição
De acordo com a CF, as eleições municipais devem ocorrer em primeiro turno, no pri-
meiro domingo de outubro 7 de outubro de 2012 e, nos municípios em que hou-
ver necessidade de segundo turno, este será realizado no último domingo de outubro
28 de outubro de 2012 .
Nos municípios com mais de 200 mil eleitores, quando nenhum candidato a prefeito
obtiver a maioria absoluta dos votos válidos, deverá ocorrer o segundo turno, em que
concorrerão os dois candidatos mais votados. Nos municípios com menos de 200 mil
eleitores, haverá apenas um turno e será eleito aquele que receber mais votos.
Na hipótese de ocorrência de segundo turno, deverão ser observadas as seguintes
regras:
• se, antesde realizadoo segundo turno,ocorrermorte,desistênciaou impedimento
legal do candidato, convocar-se-á, entre os remanescentes, o de maior votação;
• casohaja,emsegundolugar,maisdeumcandidatocomamesmavotaçãoouocorra
empate na eleição em segundo turno, vencerá o mais idoso.
Atualmente, a votação e a totalização dos votos são feitas por meio de sistema eletrônico,
só havendo o uso de cédulas em casos excepcionais.
No sistema eletrônico, uma urna exibirá, primeiramente, os painéis referentes às eleições
proporcionais e, em seguida, os correspondentes às eleições majoritárias.
Os votos brancos e nulos não podem ser considerados e nem computados, tanto para
eleição majoritária quanto para a proporcional, devendo apenas ser considerados os votos
dados a candidatos regularmente inscritos e às legendas partidárias.
É considerado voto de legenda aquele em que o eleitor, no momento de votar em deter-
minado cargo, assinalar apenas o número do partido. Da mesma forma, quando na votação
para vereador não for possível identificar o candidato, mas o número do partido estiver
digitado de forma correta, o voto será computado para a legenda partidária respectiva.
Se mais da metade dos votos nas eleições municipais forem nulos, terá que se realizar
nova eleição, marcada pelo Tribunal, no prazo de 20 a 40 dias Código eleitoral, art. 224 .
FISCALIzAÇÃO Resolução 23.372/2011
Todas as fases do processo de votação e apuração e o processamento eletrônico da totali-
zação dos resultados podem ser acompanhados pelos partidos políticos e coligações, sendo
5a
58 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
garantido aos seus fiscais o conhecimento antecipado dos programas de computador usados.
Tais programas podem ser impugnados pelos partidos ou coligações no prazo de cinco dias
de seu conhecimento.
Se desejarem, os partidos concorrentes às eleições poderão constituir sistema próprio
de fiscalização, apuração e totalização dos resultados, podendo até contratar empresas de
auditoria de sistemas, que deverão credenciar-se na Justiça Eleitoral para receber previa-
mente os programas de computador, assim como, simultaneamente, os mesmos dados que
alimentam o sistema oficial de apuração e totalização. Isso significa que os partidos, por
meio de sistema próprio de computação fiscalizadora ou por empresa contratada, estarão
recebendo e acompanhando, ao mesmo tempo, os dados da apuração e totalização de
votos oficialmente elaborada.
Fiscalização Perante as mesas Receptoras
Cada partido político ou coligação poderá nomear dois delegados para cada município
e dois fiscais para cada mesa receptora, atuando um de cada vez e o fiscal poderá acompa-
nhar mais de uma mesa receptora.
As credenciais dos fiscais e delegados devem ser expedidas, exclusivamente, pelos par-
tidos políticos e coligações, sendo desnecessário o visto do juiz eleitoral. O presidente do
partido ou o representante da coligação deverá registrar, na Justiça Eleitoral, o nome das
pessoas autorizadas a expedirem as credenciais dos fiscais e delegados.
Não poderão ser credenciados como fiscais nem nomeadas pelo juiz eleitoral para fazer
parte da mesa receptora: pessoas com menos de 18 anos; os candidatos e seus parentes,
ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge; os membros
de diretórios de partido político, desde que exerçam função executiva; as autoridades e
agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de confiança do
Executivo; e os que pertencerem ao serviço eleitoral.
O credenciamento de fiscais restringir-se-á aos partidos políticos e às coligações que
participarem das eleições em cada município.
Os candidatos registrados, os delegados e os fiscais de partido político ou de coligação
serão admitidos pelas mesas receptoras a fiscalizar a votação, formular protestos e fazer
impugnações, inclusive, no caso de dúvida sobre a identidade do eleitor.
No dia da votação, durante os trabalhos, os fiscais só poderão portar crachás em que
constem o nome e a sigla do partido político ou da coligação a que sirvam, sendo proibida
a padronização do vestuário.
59MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
Fiscalização Perante as Juntas Eleitorais
Cabe exclusivamente aos partidos políticos ou às coligações credenciar, perante as Juntas
Eleitorais, até três fiscais, que se revezarão na fiscalização dos trabalhos de apuração, cujas
credenciais não necessitam de visto do presidente da Junta Eleitoral. Os representantes dos
partidos políticos ou das coligações devem indicar ao presidente da Junta Eleitoral o nome
das pessoas autorizadas a expedir as credenciais dos fiscais.
O credenciamento de fiscais restringir-se-á aos partidos políticos ou coligações que par-
ticiparem das eleições em cada município.
Não é permitido que mais de um fiscal de cada partido político ou coligação atue conco-
mitantemente na Junta Eleitoral ou na Turma.
Os fiscais dos partidos políticos e coligações devem estar posicionados em distância não infe-
rior a um metro de onde estiverem sendo desenvolvidos os trabalhos da Junta Eleitoral, de modo
a que possam observar diretamente qualquer procedimento realizado nas urnas eletrônicas.
Os boletins de urna, conforme modelo aprovado pelo TSE, deverão conter os nomes e
os números dos candidatos que receberam votos, sendo o presidente da mesa receptora
obrigado a entregar uma cópia desses boletins aos partidos e coligações que o requeiram
até uma hora após a expedição, sob pena de cometimento de crime punível com detenção
de um a três meses, além do pagamento de multa no valor de R$ 1.064,10 a R$ 5.320,50
mil a 5 mil ufirs .
A impugnação não recebida pela Junta Eleitoral pode ser apresentada diretamente ao TRE,
em 48 horas, acompanhada de declaração de duas testemunhas, devendo o tribunal decidir
sobre o recebimento no mesmo prazo, publicando o acórdão na própria sessão de julgamento
e transmitindo imediatamente à Junta o inteiro teor da decisão e da impugnação.
Poderá ser afastado imediatamente, além de responder por crimes tipificados no Código
Eleitoral, o presidente de Junta Eleitoral que deixar de receber ou de mencionar em ata os pro-
testos recebidos ou mesmo impedir o exercício da fiscalização pelos partidos ou coligações.
Cabe aos fiscais e delegados devidamente credenciados, e aos candidatos, proceder à
instrução dos recursos interpostos contra a apuração, juntando, para tanto, cópia do bole-
tim relativo à urna impugnada. Somente o boletim com os resultados de cada urna servirá
de prova para eventuais impugnações ou recursos perante a Junta apuradora ou totalizado-
ra, não servindo quaisquer outros apontamentos.
São crimes eleitorais punidos com pena de reclusão de cinco a dez anos:
• obteracessoaosistemadetratamentoautomáticodedados,usadopeloserviçoelei-
toral, a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos;
60 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
• desenvolverouintroduzircomando,instruçãoouprogramadecomputadorcapazde
destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa,
ou provocar qualquer outro resultado diverso do esperado em sistema de tratamento
automático de dados usado pelo serviço eleitoral;
• causar,propositadamente,danofísicoaoequipamentousadonavotaçãoounatotali-
zação de votos ou a suas partes.
Apuração da Votação por meio de Cédulas
Quando forem utilizadas, nas seções eleitorais, cédulas, e não o sistema eletrônico de
votação e totalização de votos, será garantido aos fiscais e delegados dos partidos e coli-
gações, durante a apuração, além da aplicação das regras pertinentes previstas no Código
Eleitoral, o direito de observar diretamente, a distância não superior a um metro da mesa, a
abertura da urna, a abertura e a contagem das cédulas e o preenchimento do boletim, sob
pena de ser impugnado o resultado da urna, desde que apresentada antes da divulgação
do boletim.
Em caso de dúvida, na apuração de votos dados a homônimos, o número prevalecerá
sobre o nome do candidato.
No sistema de votação convencional, que se dá por meio de cédulas, considerar-se-á voto
de legenda quando o eleitor assinalar o número do partido no local exato reservado para o
cargo respectivo e somente para este será computado.
O presidente da Junta Eleitoral está obrigado a entregar aos partidos e coligações con-
correntes nas eleições municipais, desde que requeridos pelos seus representantes até uma
hora após sua expedição, os boletins com o resultado final da apuração, que deverão indicar
o nome e o número dos candidatos nas primeiras colunas, que precederão aquelas em que
serão designados os votos e o partido ou coligação. Para esse fim, cada partido ou coligação
poderá credenciar até três fiscais na Junta Eleitoral, funcionando um de cada vez.
A apresentação de rascunho, ou qualquer outro tipo de anotação fora dos boletins de
urna, usado no momento da apuração dos votos, não servirá de prova posterior perante a
Junta apuradora ou totalizadora.
O juiz presidente da Junta Eleitoral é obrigado a recontar os votos contidos na urna quando:
• oboletimapresentarresultadonãocoincidentecomonúmerodevotantes,ediscre-
pante dos dados obtidos no momento da apuração;
• ficarevidenciadaaatribuiçãodevotosacandidatosinexistentes,onãofechamentoda
contabilidade da urna ou a apresentação de total de votos nulos, brancos ou válidos
destoante da média geral das demais seções do mesmo município, ou zona eleitoral.
61MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
Será permitido o uso de instrumentos que auxiliem o eleitor analfabeto a votar, não sen-
do a Justiça Eleitoral obrigada a fornecê-los. E serão assegurados, ao eleitor com deficiência
visual: a utilização do alfabeto comum ou do sistema braile para assinar o caderno de vo-
tação ou assinalar as cédulas, se for o caso; o uso de qualquer instrumento mecânico que
portar ou lhe for fornecido pela mesa receptora de votos; o uso do sistema de áudio, quando
disponível na urna, sem prejuízo do sigilo do voto; o uso da marca de identificação da tecla
número cinco da urna.
O SISTEmA ELEITORAL PROPORCIONAL
Os vereadores são eleitos de acordo com o princípio da representação proporcional, pelo
qual as cadeiras existentes na Câmara serão distribuídas na proporção dos votos dados a
cada legenda partidária.
Para saber quem foi eleito no sistema de representação proporcional, é necessário de-
terminar:
• onúmerodevotosválidos;
• oquocienteeleitoral;
• oquocientepartidário;
• atécnicadedistribuiçãodassobras;
• adesignaçãodoseleitos.
Determinação dos Eleitos no Sistema Proporcional
Votos válidos: são os votos dados à legenda e aos candidatos.
Quociente eleitoral: divisão do número de votos válidos pelo número de lugares a se-
rem preenchidos na Câmara Municipal, desprezando-se a fração igual ou inferior a meio e
arredondando-se para uma fração superior a meio.
Quociente partidário: divide-se o número de votos dados à legenda pelo quociente
eleitoral, desprezada a fração.
distribuição dos restos: feitas as operações indicadas anteriormente, fica-se sabendo
quantos candidatos cada partido elegeu. No entanto, podem sobrar lugares para serem pre-
enchidos. Nesse caso, é utilizada a técnica da maior média, pela qual se adiciona mais um
lugar aos que foram obtidos em cada um dos partidos; depois, toma-se o número de votos
válidos atribuídos a cada partido e divide-se por aquela soma; o primeiro lugar a preencher
62 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
caberá ao partido que obtiver a maior média. Repete-se a mesma operação tantas vezes
quantas forem as sobras, até sua total distribuição pelos diversos partidos.
Por exemplo, suponha-se que seja feita eleição para o preenchimento de 12 lugares numa
Câmara de Vereadores. Apurada a eleição, verificou-se um total de 24 mil votos válidos. En-
tão se tem:
• votosválidos:24mil;
• lugaresaserempreenchidos:12;
• quocienteeleitoral:24mil:12=2mil;
• quocientespartidários:
Partidos Votação Quociente Eleitoral Quociente PartidárioA 15 mil : 2 mil = 7 cadeirasB 9 mil : 2 mil = 4 cadeirasTotal=11cadeiraspreenchidas.Sobrauma.
• distribuiçãodoresto:
Partidos Votação Quociente Partidário + 1 MédiasA 15 mil : 8=(7+1) =1.875A 9 mil : 5=(4+1) =1.800
O partido A obteve a maior média, ficando com a cadeira restante. Assim, o partido A fica
com oito cadeiras e o partido B com quatro.
Se sobrasse mais de um lugar a ser preenchido, repetir-se-ia a mesma operação até a
completa distribuição das sobras.
Definido o número de cadeiras a que cada partido terá direito na Câmara Municipal, esta-
rão eleitos os mais votados de cada legenda, até o preenchimento das vagas. Os demais são
suplentes, ou seja, se por qualquer razão vagar uma cadeira, o próximo da lista assume.
Falta de Quociente Eleitoral
Pode ocorrer uma situação na qual nenhum partido consiga obter o quociente eleitoral.
Nesse caso, considerar-se-ão eleitos os candidatos mais votados até o preenchimento total
das cadeiras.
Como a coligação funciona como um grande partido político, a ela aplicam-se todas as
regras do sistema eleitoral anteriormente explicadas.
ETAPAA Prestação de Contas Resolução 23.376/2012
Os candidatos às eleições majoritárias prestarão contas à Justiça Eleitoral por meio do
comitê financeiro. A prestação deverá conter os extratos das contas bancárias referentes à
movimentação dos recursos financeiros usados na campanha, além da relação dos cheques
recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes, ou seja, com a
discriminação de todas as doações e contribuições recebidas.
A prestação de contas de campanha dos candidatos às eleições propor-
cionais poderá ser feita tanto pelo candidato como pelos comitês financeiros modelos nos anexos da Lei 9.504/1997 e da resolução 22.715/08 .
Todos os valores recebidos por contribuições, doações, bem como demais receitas le-
gais para as campanhas eleitorais, serão convertidos em Ufir correspondente ao mês do
seu recebimento.
A prestação de contas deverá ser apresentada mesmo que o candidato renuncie ou de-
sista da candidatura, seja substituído ou tenha o seu registro indeferido pela Justiça Elei-
toral. Se o candidato falecer, a obrigação de prestar contas, referente ao período em que
realizou campanha, passa a ser de responsabilidade de seu administrador financeiro ou, na
sua ausência, no que for possível, da respectiva direção partidária.
Mesmo na hipótese de não ter havido movimentação de recursos de campanha, o candi-
dato, o partido ou a coligação têm o dever de prestar contas.
Prestação de Contas pela Internet
Durante a campanha eleitoral, os partidos políticos, as coligações e os candidatos são
obrigados a divulgar, pela Internet, nos dias 6 de agosto de 2012 e 6 de setembro de 2012,
relatório discriminando os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro que tenham
recebido para o financiamento das campanhas, bem como os gastos realizados. A indicação
dos nomes dos doadores com os respectivos valores doados é exigida somente na presta-
ção de contas final, a ser efetuada até 30 dias após as eleições.
A prestação pela Internet permite a fiscalização dos gastos pela sociedade. Apesar de não
haver previsão de penalidade aos que deixarem de cumpri-la, os partidos políticos poderão
ingressar com representação na Justiça Eleitoral para a apuração de condutas que não este-
jam de acordo com a lei.
6a
64 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Procedimento para Prestação de Contas
Os candidatos, inclusive a vice, e comitês financeiros terão até 30 dias após a realização
das eleições 6 de novembro de 2012 – 1º turno e 27 de novembro de 2012 – 2º turno para
encaminhar a prestação das contas à Justiça Eleitoral. A observância desse prazo é de extre-
ma importância, pois os eleitos só poderão ser diplomados após a prestação de contas.
Se existirem débitos de campanha e não forem quitados até a data de apresentação da
prestação de contas, os partidos políticos podem assumi-los, desde que seu órgão nacional
de direção partidária assim decida, quando, então, o órgão partidário da respectiva circuns-
crição eleitoral será o responsável por todas as dívidas, solidariamente com o candidato.
Nessa hipótese, a Justiça Eleitoral não pode considerar o débito como motivo para a rejeição
das contas.
A Justiça Eleitoral, ao examinar a prestação de contas dos candidatos, pode decidir:
• pelaaprovação,quandoestiveremregulares;
• pelaaprovaçãocomressalvas,quandoverificadasfalhasquenãolhescomprometam
a regularidade;
• peladesaprovação,quandoverificadasfalhasquelhescomprometamaregularidade;
• pela nãoprestação, quandonão apresentadas as contas após a notificação emitida
pela Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas,
no prazo de 72 horas.
A decisão da Justiça Eleitoral deve ser publicada em sessão até oito dias antes da diplomação.
Se a prestação de contas contiver erros formais e materiais que foram corrigidos, não
podem ser rejeitadas e, consequentemente, não pode ser cominada qualquer sanção a
candidato ou partido. Se existirem erros formais ou materiais irrelevantes no conjunto da
prestação de contas, que não comprometam o seu resultado, também não poderão levar à
rejeição das contas.
Se houver necessidade, a Justiça Eleitoral pode requisitar técnicos do Tribunal de Contas da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos municípios, pelo tempo que for necessário, para
auxiliá-la, assim como solicitar diretamente do candidato ou do comitê financeiro as informações
adicionais necessárias, bem como determinar diligências para o saneamento das irregularidades.
A decisão proferida pelo juiz eleitoral pode ser objeto de recurso proposto perante o TRE,
no prazo de três dias, a contar da publicação no Diário Oficial e, dentro desse mesmo pra-
zo, cabe recurso especial para o TSE, desde que a decisão seja proferida contra disposição
expressa na CF ou em lei, ou ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais
Tribunais Eleitorais.
65MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
Qualquer partido político ou coligação pode pedir a abertura de investigação judicial,
por meio de representação dirigida à Justiça Eleitoral, relatando os fatos e indicando as pro-
vas sobre condutas ilegais referentes à arrecadação e aos gastos de recursos. E o prazo para
recorrer é de três dias, a contar da publicação do julgamento no Diário Oficial.
Comprovada a captação ou o gasto ilícito de recursos, será negado diploma ao candida-
to, ou cassado, se já houver sido outorgado.
Toda a documentação referente às contas dos candidatos e partidos deverá ser con-
servada até 180 dias depois da diplomação e, no caso de alguma pendência judicial, até
decisão final.
Sobra de Recursos
Se houver sobras de campanha, essas deverão ser declaradas na prestação de contas e,
encerrado o julgamento em todas as suas fases, serão transferidas ao órgão partidário na cir-
cunscrição do pleito ou à coligação, para serem divididas entre os partidos que a compõem.
A aplicação das sobras de campanha não está mais vinculada, exclusivamente, à criação e
manutenção de institutos ou fundações de pesquisa, doutrinação e educação política.
REPRESEnTAçÕES E RECuRSOS JuDICIAIS Resolução 23.367/2011
Representações Eleitorais
Nas eleições municipais, as representações por descumprimento de normas eleitorais
poderão ser feitas por qualquer partido político, coligação, candidato, ou Ministério Público,
devendo ser dirigidas aos juízes eleitorais. Quando a circunscrição abranger mais de uma
zona eleitoral, o TRE designará um juiz para apreciar a questão.
Os prazos relativos às representações e aos pedidos de resposta são contínuos e pe-
remptórios e não se suspendem aos sábados, domingos e feriados entre 5 de julho e 16 de
novembro de 2012, inclusive em segundo turno, se houver.
No período compreendido entre 10 de junho e 2 de novembro de 2012, os membros do
Ministério Público e os juízes eleitorais darão prioridade aos processos de cunho eleitoral,
ressalvados os processos de habeas corpus e de mandado de segurança.
O juiz eleitoral que atue ou tenha atuado como parte, e não como juiz, em ação judicial
que envolva diretamente determinado candidato, está impedido de julgar processo eleitoral
no qual o mesmo candidato seja interessado.
Poderá ser proposta reclamação contra o juiz eleitoral que descumprir qualquer dispo-
sitivo legal referente ao processo eleitoral. A reclamação deverá ser proposta no TRE por
iniciativa de qualquer candidato, partido, coligação ou do Ministério Público.
Processamento das Representações
As representações devem ser peticionadas relatando fatos, indicando provas, indícios e
circunstâncias, e as relativas à propaganda irregular devem ser instruídas com prova da au-
toria ou do prévio conhecimento do beneficiário, caso não seja este mesmo o responsável.
Com o recebimento da representação, o Cartório Eleitoral notificará imediatamente o
representado, para que apresente defesa em 48 horas, salvo se for o caso de pedido de
resposta, cujo prazo será de 24 horas.
Após a apresentação da defesa, o Ministério Público receberá os autos para emitir pare-
cer, no prazo de 24 horas, após o que, mesmo sem esse parecer, serão imediatamente de-
volvidos ao juiz eleitoral para decidir e publicar a decisão em 24 horas, exceto se for pedido
de resposta, cuja decisão deve ser dada no prazo máximo de 72 horas da data do protocolo
do pedido.
Entre 5 de julho de 2012 e a data da proclamação dos eleitos, os atos judiciais serão publi-
cados em cartório e os acórdãos serão publicados em sessão de julgamento.
68 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
Representações Específicas
As representações que visarem à apuração de compra de votos e condutas vedadas aos
agentes públicos podem ser propostas até a data da diplomação. As representações por doa-
ção em excesso, de pessoas físicas ou jurídicas, e arrecadação e gastos de recursos, podem ser
propostas, respectivamente, no prazo de 15 dias e no de 180 dias a partir da diplomação.
A apuração dar-se-á mediante investigações promovidas pelo juiz eleitoral, que fará as
vezes de corregedor-geral ou regional. A apuração obedecerá ao rito sumaríssimo de inves-
tigação judicial.
Ao receber e tomar conhecimento da representação, o juiz eleitoral determinará a notifi-
cação do representado sobre o teor da acusação e ele terá cinco dias para se defender. O juiz
suspenderá o ato objeto da denúncia se entender que isso é necessário. Também poderá
indeferir a inicial, quando entender que não é caso de representação ou lhe faltar algum
requisito essencial.
Se o juiz eleitoral demorar no julgamento, a representação pode ser renovada no TRE,
que deve resolvê-la no prazo de 24 horas. Se o representante não for atendido, ou ocorrer
demora na resolução de seu caso, poderá dar conhecimento ao TSE, para adotar as medidas
pertinentes.
Se a defesa for instruída com documentos, o juiz eleitoral determinará a intimação do
representante para que ele se manifeste no prazo de 48 horas.
Apresentada ou não a defesa, com ou sem documentos, será aberto prazo de cinco dias
para inquirição das testemunhas (no máximo de seis cada um), sendo que, nos três dias sub-
sequentes, o juiz eleitoral poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas.
Ao final da fase probatória, o representante, o representado e o Ministério Público pode-
rão apresentar alegações no prazo comum de dois dias. Terminado esse período, os autos
irão à imediata conclusão do juiz para que decida.
Da decisão, pode haver recurso ao TRE, que deverá ser interposto no prazo de três dias,
contados da publicação, observando-se o mesmo prazo para os recursos subsequentes,
inclusive recurso especial e agravo, bem como as respectivas contrarrazões e respostas.
Direito de Resposta
Qualquer partido, coligação ou candidato que se sentir atingido, direta ou indiretamente, por
conceito, imagem ou afirmações caluniosas, difamatórias, injuriosas ou inverídicas, difundidos por
veículo de comunicação social rádio, televisão, imprensa escrita, internet ou qualquer outro meio
tem direito de resposta.
69MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
O pedido do direito de resposta deverá ser feito à Justiça Eleitoral, a partir da veicula-
ção da ofensa, em 24 horas, quando se tratar de horário eleitoral gratuito, 48 horas, se for
programação normal das emissoras de rádio e televisão, e 72 horas, no caso de órgão da
imprensa escrita.
O ofensor terá o prazo de 24 horas para se defender e o juiz terá que decidir em 72 horas
a partir do pedido.
O processamento para o direito de resposta está detalhado a seguir.
• Emórgãodaimprensaescrita:
a) o pedido deverá ser instruído com um exemplar da publicação e o texto para resposta;
b) deferido o pedido, a divulgação da resposta dar-se-á no mesmo veículo, em igual es-
paço, local, página, tamanho, caracteres e com outros elementos de realce usados na
ofensa, em até 48 horas após a decisão ou, tratando-se de veículo com periodicidade
de circulação maior que 48 horas, na primeira vez em que circular;
c) por solicitação do ofendido, a divulgação da resposta será feita no mesmo dia da se-
mana em que a ofensa foi divulgada, ainda que fora do prazo de 48 horas;
d) se a ofensa for produzida em dia e hora que inviabilizem sua reparação dentro dos
prazos estabelecidos nas alíneas anteriores, a Justiça Eleitoral determinará a imediata
divulgação da resposta;
e) o ofensor deverá comprovar nos autos o cumprimento da decisão, mediante dados
sobre a regular distribuição dos exemplares, a quantidade impressa e o raio de abran-
gência na distribuição.
• Emprogramaçãonormaldasemissorasderádioedetelevisão:
a) a Justiça Eleitoral, à vista do pedido, deverá notificar imediatamente o responsável
pela emissora que realizou o programa para que entregue em 24 horas cópia da fita da
transmissão, que será devolvida após a decisão;
b) o responsável pela emissora, ao ser notificado pela Justiça Eleitoral, ou informado pelo
reclamante ou representante, por cópia protocolada do pedido de resposta, preserva-
rá a gravação até a decisão final do processo;
c) deferido o pedido, a resposta será dada em até 48 horas após a decisão, em tempo
igual ao da ofensa, porém nunca inferior a um minuto.
• Nohorárioeleitoralgratuito:
a) o ofendido usará, para a resposta, tempo igual ao da ofensa, nunca inferior, porém, a
um minuto;
70 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
b) a resposta será veiculada no horário destinado ao partido ou coligação responsável pela ofensa, devendo necessariamente dirigir-se aos fatos nela veiculados;
c) se o tempo reservado ao partido ou coligação responsável pela ofensa for inferior a um minuto, a resposta será levada ao ar tantas vezes quantas sejam necessárias para a sua complementação;
d) deferido o pedido para resposta, a emissora geradora e o partido ou coligação atingi-dos deverão ser notificados imediatamente da decisão, na qual deverão estar indica-dos quais os períodos, diurno ou noturno, para a veiculação da resposta, que deverá ter lugar no início do programa do partido ou coligação;
e) o meio magnético com a resposta deverá ser entregue à emissora geradora, até 36 horas após a ciência da decisão, para veiculação no programa subsequente do partido ou coligação em cujo horário se praticou a ofensa;
f ) se o ofendido for candidato, partido ou coligação que tenha usado o tempo conce-dido sem responder aos fatos veiculados na ofensa, terá subtraído tempo idêntico do respectivo programa eleitoral; tratando-se de terceiros, ficarão sujeitos à suspensão de igual tempo em eventuais novos pedidos de resposta e à multa no valor de R$ 2.128,20 a R$ 5.320,50 2 mil a 5 mil ufirs .
• EmpropagandaeleitoralnaInternet:
a) deferido o pedido, a divulgação da resposta dar-se-á no mesmo veículo, em igual espaço, local, horário, página eletrônica, tamanho, caracteres e com os outros elemen-tos de realce usados na ofensa, em até 48 horas após a entrega da mídia física com a resposta do ofendido;
b) a resposta ficará disponível para acesso pelos usuários do serviço de Internet por tempo não inferior ao dobro em que esteve disponível a mensagem considerada ofensiva;
c) os custos de veiculação da resposta correrão por conta do responsável pela propagan-da original.
Recurso para o Tribunal Regional Eleitoral
Da decisão proferida pelo juiz, cabe recurso eleitoral para o TRE, no prazo de 24 horas da publicação em cartório, assegurado ao recorrido o oferecimento de contrarrazões, em igual prazo, a contar da sua notificação, após o que o processo será encaminhado àquele tribunal.
O processo será distribuído ao relator na mesma data, devendo o Ministério Público se manifestar no prazo de 24 horas, findo o qual será enviado novamente ao relator que poderá:
• negar-lhe seguimento, se for intempestivo, manifestamente inadmissível, improce-dente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do próprio tribunal, do TSE, do STF ou de Tribunal Superior;
• dar-lheprovimento,seadecisãorecorridaestiveremmanifestoconfrontocomsú-mula ou com jurisprudência dominante do próprio tribunal, do TSE, do STF ou de
71MAnuAL do CAndidATo – A CAMPAnhA eLeiTorAL PAsso A PAsso
Tribunal Superior; ou• apresentá-lo para julgamento em 48 horas, independentemente de publicação de
pauta, exceto quando se tratar de direito de resposta, cujo prazo para julgamento será de 24 horas, contado da conclusão dos autos.
Se o tribunal não se reunir no prazo de 24 horas, o recurso deverá ser julgado na primeira sessão subsequente.
Regra geral, os acórdãos serão publicados na sessão em que os recursos forem julgados.O oferecimento de embargos de declaração interrompe o prazo para a interposição de
recursos subsequentes.
Recurso para o Tribunal Superior Eleitoral
Do acórdão do TRE caberá recurso especial para o TSE, no prazo de três dias, a contar da publicação, salvo quando se tratar de direito de resposta.
Uma vez interposto o recurso especial, o processo será enviado ao presidente do TRE, que, no prazo de 24 horas, apreciará se o recurso é ou não admissível.
Se o recurso especial não for admitido, será possível agravar ao TSE, no prazo de três dias, contados da publicação da decisão em secretaria. Interposto o agravo, será intimado o agravado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso especial, no prazo de três dias da publicação em secretaria.
Se for admitido, será assegurado ao recorrido o oferecimento de contrarrazões no prazo de três dias, contados da intimação em secretaria. Com ou sem o oferecimento das con-trarrazões, ou decorrido o prazo sem o seu oferecimento, será o processo imediatamente remetido ao TSE.
Recebido o recurso, ele será autuado e distribuído na mesma data, devendo ser remetido ao Ministério Público para manifestação.
O relator negará seguimento ao recurso se ele for intempestivo, manifestamente inad-missível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do TSE, do STF ou de Tribunal Superior, ou poderá, ao analisar o agravo, dar provimento ao recurso especial se o acórdão recorrido estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do STF ou de Tribunal Superior.
Quando se tratar de direito de resposta, o prazo para interposição do recurso especial será de 24 horas, a contar da publicação em sessão, dispensado o juízo de admissibilidade, com a imediata intimação do recorrido, por publicação em secretaria, para o oferecimento
de contrarrazões no mesmo.
72 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LImA – CEPAm
GARAnTIAS ELEITORAIS
A fim de garantir a liberdade e integridade da disputa eleitoral, a legislação previu certas
garantias para eleitores e candidatos, nos dias próximos às eleições. São elas:
• ninguémpoderáimpedirouembaraçaroexercíciodosufrágio.
• ojuizeleitoral,ouopresidentedamesareceptora,podeexpedirsalvo-condutocom
a cominação de prisão por desobediência, até cinco dias, em favor do eleitor que so-
frer violência, moral ou física, na sua liberdade de votar ou pelo fato de haver votado.
A medida será válida para o período compreendido entre 72 horas antes e 48 depois
do pleito.
• nenhuma autoridade poderá, entre cinco dias antes e 48 horas depois do encerra-
mento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em
virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou, ainda, por des-
respeito a salvo-conduto.
• osmembros dasmesas receptoras e os fiscais de partido ou coligação, durante o
exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo em caso de fla-
grante delito.
• oscandidatostêmdireitoàmesmagarantia,apartirde15diasantesdaeleição.
• ocorrendoqualquerprisão,opresoseráimediatamenteconduzidoàpresençadojuiz
competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a res-
ponsabilidade do coautor.
• ainterferênciadopodereconômicoeodesvioouabusodopoderdeautoridade,em
desfavor da liberdade do voto, serão coibidos e punidos.
• a Força Armada conservar-se-á a cemmetros de distância da seção eleitoral e não
poderá aproximar-se do lugar da votação, ou nele penetrar, sem ordem do presidente
da mesa.
Apoio Realização