Maria Lucia Fattorelli
Câmara dos DeputadosBrasília, 8 de junho de 2011
DÍVIDA PÚBLICA e
TURISMO
PL 1.375/07
COMO A DÍVIDA PÚBLICA AFETA
O SETOR DE TURISMO
Juros altos sobrevalorização cambial
• Estimula os brasileiros a viajarem ao exterior, e não para destinos nacionais
• Desestimula os turistas estrangeiros a virem ao Brasil
Falta de recursos para o Setor Turismo
• Constante contingenciamento dos recursos do Ministério do Turismo
Estrutura Insuficiente
• Problemas relacionados a insuficiência de Segurança Pública, Saneamento, Transporte, etc
ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO - 2010Legislativa
0,37%Judiciária
1,48%Essencial à Justiça
0,37%Administração
1,25%Defesa Nacional
1,96% Segurança Pública0,56%Relações
Exteriores0,13%
Assistência Social2,74%
Previdência Social (inclui a Previdência
dos servidores públicos)22,12%
Saúde3,91%
Trabalho2,20%
Educação2,89%
Cultura0,06%
Direitos da Cidadania0,09%
Urbanismo0,13%
Habitação0,00%
Saneamento0,04%
Juros, amortizações e
refinanciamento da dívida44,93%
Gestão Ambiental0,15%
Ciência e Tecnologia0,38%
Agricultura0,64%
Organização Agrária0,16%
Indústria0,10%
Turismo0,04%
Comunicações0,04%
Energia0,04%
Transporte0,78%
Desporto e Lazer0,02%
Transferênciasa Estados e Municípios
9,24%
Outros3,24%
R$ 635 bilhões
Nota: Inclui o “refinanciamento” ou “rolagem” – Total do Orçamento 2010 = R$ 1,414 TrilhõesFonte: SIAFI - Banco de Dados Access p/ download (execução do Orçamento da União) – Disponível em
http://www.camara.gov.br/internet/orcament/bd/exe2010mdb.EXE. Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida
Corte de R$ 50 bilhões do Orçamento em 2011
MAIOR CORTE foi no Ministério do Turismo: 84% da dotação
Fonte: Decreto de Contingenciamento – Governo Federal.
CONTAS EXTERNAS: DÉFICIT SETOR TURISMO
Viagens Internacionais US$ mil
Fonte: Banco Central. Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida
-15000
-10000
-5000
0
5000
10000
15000
20000
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
SALDO
ESTRANGEIROS NO BRASIL
BRASILEIROS NO EXTERIOR
BANCO CENTRAL DO BRASIL
Ingresso de moeda
estrangeira aciona
Sistema de Metas de Inflação
TÍTULOS DA DÍVIDA INTERNA
Juros mais elevados do
mundo
Aplicação em Reservas
Internacionais
Juros quase zero
Sobrevalorização Cambial
Prejuízo Banco Central 2009 = R$ 147 bilhões 2010 =
R$ 50 bilhões
JUROS ALTOS, DÍVIDA e VALORIZAÇÃO CAMBIAL
Competição na Captação de Turistas
Valorização Moeda Nacional frente ao Dólar (2004-2010)
Fonte: Ipeadata. Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida
PL 1375/2007
JUSTIFICATIVA
“Parece-nos razoável, portanto, encarar o turismo como um dos mais importantes componentes das nossas contas externas. Nada mais natural, então, do que dotar o setor dos mesmos incentivos tributários que hoje beneficiam os exportadores de bens, em reconhecimento à importância da indústria turística para a geração de divisas.”
ISENÇÃO TRIBUTÁRIA EQUILIBRARÁ O DÉFICIT NAS CONTAS EXTERNAS ???
PL 1.375/2007Substitutivo da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e
Comércio
“Art. 2º A prestação de serviços de turismo receptivo é equiparada a exportação, para fins de fruição dos benefícios fiscais e de acesso aos financiamentos e às linhas de crédito oferecidas por órgãos públicos e instituições financeiras oficiais direcionados às atividades exportadoras, nos termos da legislação vigente.”
Atuais isenções tributárias aos exportadores:
ICMS (Constituição, art. 155, § 2º, X, a)
PIS/PASEP (MP 2.158-35/2001, art. 14, § 1º e Lei 10.637/02, art. 5º, I)
COFINS (MP 2.158-35/2001, Art. 14, II e Lei 10.833/2003, art. 6º, I)
CSLL (Constituição, art. 149, § 2º, I)
ISS (Lei Complementar 116/2003, art. 2, I)
QUEM PAGARÁ A CONTA?
PL 1.375/2007
Comissão de Finanças e Tributação NÃO pode aprovar o PL, devido ao artigo 14 da Lei de
Responsabilidade Fiscal
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária...; OU
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
COMO RESOLVER ESTE PROBLEMA?
Buscar outras fontes para a Compensação Tributária e pressionar por modificações na Política Econômica
Alternativas para viabilizar o PL 1375/2007
Compensação Tributária
INCORPORAR o PL 1418/2007, que revoga a isenção de Imposto de Renda sobre os ganhos dos estrangeiros com títulos da dívida “interna” brasileira. Parecer favorável do Dep. Pedro Novais em 2008. Atual relator: Claudio Puty
AUMENTO DA TRIBUTAÇÃO DO SETOR FINANCEIRO
FIM DA “DEDUÇÃO DE JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO”
REGULAMENTAR O IMPOSTO S/ GRANDES FORTUNAS, especialmente as financeiras
Política Econômica• Rever o privilégio da Dívida, que consome metade dos recursos orçamentários • Reduzir Juros• Estabelecer controle de Capitais para barrar especulação predatória
Imposto de Importação, IPI, IOF, CPMF, Cofins, PIS, CIDE, ICMS, ISS, IRPF, IRRF
IR (Capital e outros), CSLL
Outros (inclui INSS e FGTS)
Tributos: ITR, IPVA, ITCD, IPTU, ITBI
Nota: Os dados do Brasil são referentes a 2010. Os dados dos demais países são referentes aos anos de 1987 a 1994, e foram obtidos a partir do Texto para Discussão 583 do IPEA (“Uma Análise da Carga Tributária no Brasil”, de 1998)
PRIVILÉGIO DO SETOR FINANCEIRO
Fonte: Banco Central - http://www4.bcb.gov.br/top50/port/top50.asp
Aparente quedaAumento de
Provisões
PROPOSTAS
Revisão da Política Econômica
• que privilegia a financeirização da economia, a especulação e a remuneração do capital por meio de sucessivos aumentos de juros,
• para outro modelo que privilegie a economia real, a geração de empregos e investimentos produtivos
Auditoria da Dívida
• inclusive das dívidas feitas para financiar projetos da Copa e Olimpíadas
Obrigada
Maria Lucia Fattorelli
www.divida-auditoriacidada.org.br