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MATERIAL BASE PARA PREPARAÇÃO DOS CANDIDATOS INTERESSADOS A
CONCORRER A UMA VAGA NO IV CURSO DE SALVAMENTO VEICULAR DO
CBMAP (2018)
LIÇÃO 01: RISCOS/SEGURANÇA E EPI´S NAS OCORRÊNCIAS DE SALVAMENTO
VEICULAR
É da própria natureza dos socorristas querer ajudar. É uma reação natural. No local de uma colisão
rodoviária o desejo de ajudar pode comprometer a segurança e, assim, reduzir a eficácia do esforço
de resgate. A segurança da equipe e de todas as pessoas no local, ou junto do mesmo, tende a ser
prioritária. A abordagem sistemática tende a refletir este aspect. (DUBAR, 2014, p.16).
Segurança
A segurança da equipe de resgate é prioritária em qualquer ocorrência;
Todos os perigos no local têm de ser identificados, comunicados, eliminados e/ou controlados;
A cena do acidente é dinâmica e novos perigos podem afetar a segurança.
O trabalho apenas pode prosseguir após os perigos terem sido identificados,
Principais ameaças na cena do acidente
Tráfego;
Presença de curiosos;
Rede elétrica danificada;
Posição do veículo;
Vazamento de combustível;
Incêndio veicular;
Sistemas de segurança do veículo;
Produtos perigosos.
Estabilização do veículo
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Ações de segurança individual
RISCOS INDIVIDUAIS AÇÕES DE SEGURANÇA
Cortes em superfícies expostas Uso de EPI e proteção de ferragens.
Acidente no manuseio de
ferramentas
Utilizar a técnica adequada
Contaminação
Uso de Luvas de Procedimento e
Mascarilha
Lesões ergonômicas
Postura correta e uso de Plataformas
(SVP).
Desidratação Preparo Físico e Revezamento
Equipamento de proteção individual para salvamento veicular
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Capacete: devem atender os requisitos de segurança:
Proteção total da cabeça
Isolamento elétrico
Resistência aos impactos
Resistência às penetrações
Resistência à chama e ao calor
Baixo peso
Boa visibilidade
Estabilidade térmica
Baixa absorção de água
Reflexibilidade
Óculos: Proteção dos olhos.
A proteção contra corpos estranhos:
Perfeito ajuste ao rosto, lentes inquebráveis e proteção total aos olhos;
Embutido no capacete ou não
Atualmente a exigência de viseiras de proteção facial por completo.
Máscara: Proteção respiratória
Visa filtrar e/ou purificar o ar respirado;
Máscara tipo respiração autônoma, possibilita respirar um ar independente do disponível no
ambiente de trabalho.
Para as operações de desencarceramento serão utilizadas as máscaras respiradoras semi-faciais
e sempre que houver na cena incêndio veicular, deverá ser utilizado o equipamento autônomo
de ar.
Botas: devem possuir
Proteção contra impactos
Proteção contra perfurações
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Confortável revestimento interno
Cano flexível
Solado antiderrapante
Resistência a água e solventes
Isolante elétrico
Luvas: devem possuir:
Capacidade para atuar sob exposição à água
Não impedir a destreza
Não inibir o tato
Oferecer proteção contra cortes, escoriações e objetos penetrantes
Proteção térmica
Resistência a condutividade elétrica
Proteção do corpo: calça e capa de proteção contra incêndios / colete de sinalização ou sinalização
refletiva. As roupas oferecem proteção contra o calor, possuem um grau de resistência às chamas,
evitam a passagem de líquidos e/ou vapores para a parte interna além de não permitir a absorção de
líquidos.
Obs.: Nas ocorrências NOTURNAS, é de extrema importância o uso de LANTERNAS, uma
acoplada ao capacete, e outra de mão ou acoplada à roupa de aproximação. O ideal é que as mãos
do militar permaneçam livres para atuar. Vale ressaltar que lanterna e o cinto não são EPI´s, e sim
acessórios.
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Ações de segurança da vítima
Riscos à vítima
Ações de segurança
Cortes em superfícies expostas e
estilhaços de vidro
Cobrir a vítima com cobertor
transparente
Acidente em ferramentas durantes os
cortes
Barreira de proteção
Contaminação
Uso de luvas de procedimento
Acionamento do airbag
Protetor de airbag
Insuficiência respiratória
Uso do oxigênio
Pré-Tensionador
O pré-tensionador trabalha eliminando as folgas existentes. Desta forma, durante uma colisão, é
possível que o cinto de segurança inicie o processo de retenção do passageiro mais rapidamente,
suavizando o processo de desaceleração (BERTOCCHI, 2005). Ikeda (2012) acrescenta que a
atuação do pré-tensionador também diminui o risco de deslizamento dos ocupantes sobre o assento.
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Air Bags
Quando um veículo colide contra um obstáculo, os ocupantes tendem a continuar a trajetória
previamente desenhada, seguindo os princípios da inércia. Mesmo que utilizem cintos de segurança,
a tendência é que suas cabeças sejam impulsionadas à frente, podendo atingir objetos como o volante
ou o painel. Neste contexto surgem os airbags, que são bolsas de ar que inflam automaticamente
em caso de choque, colocando-se entre o veículo e a vítima (MOORE, 2003; MENÊSES, 2015).
Funcionamento
1. A desaceleração brusca do carro ativa o dispositivo de airbag. Munida de sensores de
velocidade, a unidade de controle eletrônico envia um sinal elétrico para o ignitor do gerador de gás
- o responsável por inflar a bolsa.
2. O ignitor funciona como uma espoleta. Dentro do gerador de gás, esse dispositivo
pirotécnico faz com que substâncias como os nitratos de amônia e guanidina reajam e explodam
instantaneamente. Essa tecnologia de combustão é tão requintada que pode ser comparada à usada
no lançamento de foguetes.
3. A reação química gera nitrogênio suficiente para encher a bolsa (que pode ter entre 60 e 90
litros) em apenas 30 milésimos de segundo. Isso significa que é possível encher um airbag 30 vezes
em um único segundo.
4. Empurrada pela expansão do gás, a capa se abre em diversas partes a partir do centro, como
um botão de rosa que desabrocha. Essa capa é feita de um plástico especial que tem de 2 a 3 mm de
espessura e pequenos sulcos de 0,5 cm. São esses sulcos que garantem que o material romperá nos
locais desejados e que nenhum pedaço de plástico atingirá o passageiro.
5. O airbag começa a esvaziar para, só então, absorver o impacto do corpo. Isso porque o choque
contra um airbag em processo de inflação seria tão ruim quanto bater direto no painel. O
esvaziamento é feito através de furos posicionados na parte de trás ou na lateral da bolsa.
Ações de segurança coletiva
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Risco coletivo Ações de segurança
Trânsito Estacionar e sinalizar o local
Público curioso Isolamento do local
Instabilidade do veículo Estabilizar o veículo
Colisão contra postes de Eletricidade Acionar a Companhia de Eletricidade do
Amapá
Vazamento de fluídos e combustível ABT
Veículo ocupado por marginais Polícia Militar
Cargas instáveis de veículos Compactação correta
Fatores humanos que podem contribuir para a potencialização dos riscos na cena
Descuido com a própria segurança;
O não gerenciamento dos riscos identificados;
Falta de disciplina tática;
Não utilização de EPI ou utilizá-lo de forma errada;
OBS: a situação de resgate é dinâmica e, uma vez que os problemas que afetam a segurança estão
sempre a mudar, é necessária uma avaliação constante.
Avaliação da cena do acidente
Ao chegar à cena, na fase de gerenciamento de riscos é preciso identificar ameaça e avaliar as
vulnerabilidades para isso, será empregada a técnica dos dois círculos de avaliação a serem
realizados por dois integrantes diferentes da guarnição: a externa e interna.
Os dois círculos de avaliação: dois integrantes da Guarnição
Círculo interno: avaliação do veículo e proximidades no sentido horário, avaliando também
situações de risco, número de vitimas, presença e situação dos dispositivos de segurança dos
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veículos, alternativas de força motriz (elétricos, GNV e híbridos), obstruções, agentes de ignição,
materiais perigosos e mecanismos que levem à compreensão do acidente.
Círculo externo: realizada em um círculo de 10 a 15m, no sentido anti-horário, avaliando situações
de risco, vítimas, obstruções, mecanismos que levem à compreensão do acidente, avaliando o
perímetro necessário e viável para a atuação da guarnição.
Organização da cena do acidente: deve estar presente em todas as ocorrências. Para o CBMAP, será
adotada a seguinte organização:
Sinalização do local do acidente;
Isolamento do local do acidente;
Posto de comando
Zonas de trabalho: quente, morna, fria;
Palco de ferramentas
Área de descarte
Estacionamento, sinalização e isolamento
A sinalização da via deve ser realizada de acordo com o POP de Estacionamento de Viaturas,
relembrando:
1˚ cone a 15 m da viatura e demais a cada 10 m, sendo 1 a cada 10 km/h da via.
Como forma de garantir a proteção física das equipes, as viaturas deverão ser estacionadas a 45˚ em
relação à via. Isso cria a chamada “barreira de sacrifício”, formada principalmente por viaturas
pesadas.
A exceção é a Unidade de Resgate, que irá se posicionar posterior aos veiculos acidentados, com as
portas traseiras para a ocorrência, na direção da saída do acidente, orientada para o hospital
especializado.
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Isolamento e Áreas de Atuação
Zona quente Zona morna Zona fria
Primeira área de atuação;
Somente os envolvidos nas
ações de salvamento;
Uso obrigatório do EPI;
Raio imaginário de 3 a 5 m
para cada veículo.
Segundo círculo de atuação;
Engloba todos os veículos;
Raio de 5 a 10 m;
Somente as equipes de
emergência;
Local onde se arma a Lona de
Materiais;
Terceiro círculo de
atuação;
Local onde se limita
a zona de descarte;
Delimitado por fita
zebrada;
Organização da cena do acidente:
Posto de comando (PC): é o local onde o comandante da operação pode ser encontrado e de onde
pode controlar os recursos e coordenar toda a operação. A sua complexidade irá variar de acordo
com a dimensão da ocorrência, podendo ir desde uma área geográfica de onde permanece disponível,
até uma viatura de comando.
Observação: pode-se utilizar uma viatura como PC, colocando um cone de sinalização sobre a
mesma. Este ato também deve ser informado ao CIODES, a fim de que todos os comandantes de
vtr’s, ao chegar ao sinistro, se reportem diretamente ao Comandante da operação.
Palco de ferramentas: é uma área situada no limite entre as zonas quente e morna, normalmente
delimitada por uma lona, na qual as ferramentas mais usadas são dispostas para fácil acesso da
guarnição. Assim, as ferramentas são retiradas do palco para serem utilizadas e para lá retornam
após o uso, permitindo o gerenciamento adequado deste material.
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Encarregado de segurança: o gerenciamento de riscos é efetuado como prioridade estratégica em um
determinado momento da operação, mas continua sedo feito durante toda a operação. Esta
preocupação é principalmente do Comandante da Operação, mas seguindo o princípio da
modularidade do SCI, ele pode delegar esta atividade, designando um oficial (ou encarregado) de
segurança. Este encarregado de segurança é quem vai identificar e gerenciar os riscos durante toda
a operação, possuindo inclusive autoridade para interromper qualquer ação que julgue perigosa.
LIÇÃO 02 - FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS – FEA´S
UTILIZADOS EM OCORRÊNCIAS DE SALVAMENTO VEICULAR
A utilização de ferramentas hidráulicas e equipamentos são imprescindíveis no salvamento
veicular. Sua importância no trabalho de desencarceramento é fundamental. Saber manusear,
conhecer suas funções e a capacidade máxima de cada aparelho permite que o bombeiro atue de
forma eficiente e segura. Garantindo, desta forma, a segurança individual, coletiva e da vitima.
FERRAMENTAS HIDRÁULICAS
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DEFINIÇÕES
Sistema ou Conjunto Desencarcerador: o conjunto composto por bomba, mangueira(s) e
ferramenta(s).
Motobomba ou Bomba Hidráulica: dispositivo que fornece fluxo e pressão hidráulica.
Mangueira: um conjunto composto por uma tubagem hidráulica flexível e engates.
Ferramenta Hidráulica: dispositivo hidráulico, como por exemplo, um extensor ou alargador,
ferramenta combinada, cortador de pedal.
Equipamento: ferramenta(s), mangueira(s), bomba ou acessórios.
FERRAMENTAS HIDRÁULICAS
Estas ferramentas, no processo de desencarceramento, são as mais importantes. Pois, fazem parte
dos equipamentos utilizados pelas equipes de emergências para afastar, cortar, comprimir, tracionar
as partes estruturais dos veículos.
Vale destacar, que existem varias marcas de ferramentas disponíveis no mercado e apesar das
equipes do ABS (Auto Busca e Salvamento) no Brasil usarem marcas diferentes, não se pode citar
qual é a mais eficiente, pois cada uma delas apresenta vantagens e desvantagens.
MOTOBOMBA
• Fornece fluxo e pressão hidráulica para as ferramentas;
• Composta por um motor que tem seu principio de funcionamento a ”quatro tempo”, gasolina
comum (a maioria);
• Outros modelos: bombas elétricas, bombas a bateria, bombas a ar e manuais;
• Compartimento separado do tanque de combustível para armazenar o óleo hidráulico
destinado ao acionamento das ferramentas;
• Pressões de trabalho de 630 a 720 Bar.
Característica Técnica do Modelo SR 20 PC 2
Bomba de 3 pistões de 3 estágios;
Pressão max. de operação: 720 Bar;
Pressão no 1º estagio: 0 a 150 Bar;
Pressão no 2º estagio: 150 a 300 Bar;
Pressão no 3º estagio: 300 a 720 Bar;
Tipo de combustível: Gasolina
Vol. Do deposito do tanque: 1,7 L
Peso: 22,7 kg
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MANGUEIRAS HIDRÁULICAS
Descrição
Conjunto composto por uma tubagem hidráulica flexível e engates. Projetadas para suportar
pressão de 630 a 720 Bar, fabricadas em varias metragens, podendo ser encontradas em carretéis
(acoplado ou não na bomba) com acionamento manual ou elétrico e, também vir soltas.
As mangueiras hidráulicas possuem dois modelos distintos: DUPLAS E ÚNICAS.
Mangueira com engate CORE ou mangueira única
Este sistema consiste numa mangueira individual, o qual é composto por uma mangueira interna de
alta pressão (fornecedora de óleo hidráulico para a ferramenta) dentro de uma mangueira externa
de baixa pressão (retorno).
Este tipo de mangueira confere ao utilizador mudar de ferramenta com a mangueira em utilização.
Permitindo assim, maior segurança e rapidez na conexão das ferramentas, além disso, são mais leves
que as tradicionais com reforço de aço, pois estão reforçadas com uma fibra de para-aramida.
Características Técnicas:
Modelo: Mangueira CORE
Pressão máx. de corte: 720 Bar ou 720 kgf/cm²
Raio de curvatura mínimo: 7,5 cm
Lembrete: fazer a substituição da mangueira no máximo em 10 anos (a partir da data de
fabricação), independente da sua utilização e aparência externa.
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Mangueira dupla
Os engates rápidos de mangueira dupla tanto podem ser duplos como simples (únicos). Em caso de
mangueiras duplas, a mangueira de fornecimento (alta pressão) e de retorno (baixa pressão) são
fornecidas presas uma à outra. Cada extremidade da mangueira possui em engate fêmea e macho.
Se pretender ligar ou desligar uma ferramenta e/ou uma mangueira, deve primeiro colocar a válvula
de descarga da pressão da bomba na posição “neutral”. Depois de ligar a mangueira e a ferramenta,
deve colocar a válvula de descarga de pressão na posição “operation” OPERAÇÃO, de modo a poder
utilizar a ferramenta.
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Cortador
Descrição
A Tesoura Hidráulica é uma das peças do equipamento de resgate que torna possível chegar às
vitimas. Esta ferramenta é utilizada somente para cortes dos elementos estruturais dos veículos ou
estruturas similares, é ideal para corte de objetos cilíndricos. Possui duas lâminas para executar o
movimento de uma tesoura. Possui alça de sustentação, com leds incorporados, alimentada através de
pilha AA, com autonomia de 06 horas, para maior eficiência nos trabalhos noturnos.
A elevada pressão hidráulica utilizada significa que estas ferramentas podem aplicar forças muito
grandes.
As lâminas das tesouras têm uma grande variedade de formas, possibilitando, assim, cortar de muitas
maneiras às partes estruturais de um veículo.
Características Técnicas:
Modelo: 4050 (c) NCT
Peso: 18 kg
Pressão máx. de corte: 720 Bar ou 720 kgf/cm²
Força máx. de corte: 950 KN ou 95 t
Abertura máx. das lâminas: 18,1 cm
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Alargador
O Alargador é uma ferramenta utilizada para separar, comprimir, tracionar ou puxar. Colocando
acessórios (correntes) nas pontas, os elementos estruturais dos veículos ou estruturas similares
podem ser puxados juntos; Uma mangueira liga a ferramenta a uma bomba. Na parte dianteira da
ferramenta existem dois braços extensíveis para executar o movimento de afastamento.
Características Técnicas:
Modelo: SP 4260 (c)
Peso: 23,9 kg
Pressão máx. de operação: 720 Bar ou 720 kgf/cm²
Força máx. de afastamento: 214 kN ou 21, 4 ton
Força máx. de compressão : 85 kN ou 8,5 ton
Abertura máx. de afastamento: 83,3 cm
Força máx. para puxar¹: 107kN ou 10,7 ton
Extensor
Descrição
O Cilindro de Resgate é utilizado para separar elementos estruturais ou componentes do veiculo.
Existem três tipos de cilindro: pequeno, médio e grande (na maioria modelo telescópio). Alguns
cilindros têm cabeças substituíveis para permitir a utilização para fins diversos. Uma mangueira liga
a ferramenta a uma bomba. Na cabeça e no “pé” há uma aderência que permite maior segurança na
hora de sua utilização.
Modelos: 1 Pistão, 2 Pistões e Telescópio.
Características Técnicas:
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Modelo: SP 4350 (c)
Peso: 16,3 kg
Pressão máx. de operação: 720 Bar ou 720 kgf/cm²
Deslocamento máx. do 1º pistão: 38,8 cm
Deslocamento máx. do 2º pistão: 35,4 cm
Comprimento máx.: 1,275 m
Força máx. de afastamento do 1º pistão: 217 kN ou 21,7 ton
Força máx. de afastamento do 2º pistão: 81 kN ou 8,1 ton
Ferramenta Combinada
A Combinada é utilizada para cortar, afastar, comprimir e tracionar (utilizando correntes) elementos
estruturais ou componentes do veiculo. Devido a essa versatilidade de funções, ela perde a eficiência
se comparada com as outras ferramentas com funções especificas. Uma mangueira liga a ferramenta
a uma bomba.
Cortador de Pedal
Como o espaço destinado aos pedais é restrito, e as ferramentas de corte tradicionais não são
adequadas para o corte deste tipo de material. Os cortadores de pedal permitem o cisalhamento da
haste do pedal. Uma mangueira liga a ferramenta a uma bomba.
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Características Técnicas:
Modelo: CU 4007 C
Peso: 3,8 kg
Pressão máx. de operação: 720 Bar ou 720 kgf/cm²
Abertura máx. da lâmina: 5,5 cm
Força máx. de corte: 224 kN ou 22,4 ton
Outras FEAS´s
Ferramentas Pneumáticas
São acessórios de auxiliam na atuação de resgate. São utilizadas para a elevação,
escoramento e estabilização de veículos.
Escoras Mecânicas
Versátil: Permite o escoramento em vários ângulos; Simples de transportar mesmo para
áreas difíceis de alcançar.
Seguro: A carga permanece fixa através de um sistema de aperto com contra porca.
Diversos campos de aplicação:
• Desencarceramento de veículos
• Acidentes industriais
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• Busca e resgate urbano
• Resgate através de escoramento
Kit de Estabilização
Sistema de estabilização universal com três apoios e um gancho que permite uma
estabilização rápida, proporcionando segurança para as equipes de resgate e vítimas. Estabiliza com
eficiência veículos colidido em situações simples até as mais complexas, permitindo ainda elevação
de carga e descida controlada.
Machadinha
Machadinha de porte pequeno, cortante utilizada para arrombamentos, quebra e corte de vidros
quando não há outra ferramenta disponível. Serra sabre, por exemplo.
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Alavanca Halligan
Alavanca de desencarceramento especialmente desenhada para desencarcerar, arrancar, perfurar,
cortar e remover as ferragens que separam a equipe de resgate da vítima. Constituída em aço forjado
de alta resistência, com uma ponta, uma cunha simples e uma cunha com fenda.
Pé de Cabra
Ferramenta de arrombamento com uma fenda localizada em uma extremidade curva e outra
localizada em uma extremidade reta.
Quebra vidro (Res-Q-Me)
Ferramenta multiuso, que possui integrado e distribuído ao seu corpo, ferramentas para quebrar
vidros, cortador de cintos de segurança e redes. Algumas ainda podem ser mais completas com
chaves para junção de mangueiras, chave para válvula de gás e botijão de oxigênio, as mais simples
têm a função apenas de quebrar vidros. A função quebra vidros é usada somente para vidros
temperados.
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Serra Sabre
Cortadores elétricos com bateria incorporada de 12, 18 ou 24 V e autonomia de aproximadamente
1 hora. Lâminas em diferentes configurações de serra e dureza propiciando cortes longos e precisos
na estrutura do veículo, incluindo corte de vidros, exceto temperado, corte de coluna, corte do teto
e cortes para criação de terceira porta.
Moto Abrasivo / Moto Disco
Ferramenta movida por um motor à combustão que move um disco de alta rotação, de material
diverso capaz de cortar todo tipo de objeto, mesmo a seco. Antigamente era o equipamento mais
utilizado para o salvamento veicular, fazendo o corte da lataria, porém a grande produção de faísca
e o barulho provocado fizeram com que ao longo do tempo este equipamento fosse substituído por
equipamentos modernos de salvamento veicular, diminuindo os riscos causados pelo uso do moto
abrasivo.
Lona para palco de ferramentas
Lona em polyester revestido com PVC, base de 150 x 200 cm para posicionar as ferramentas. Material
duradouro e flexível, não absorve sujidade e, como tal, é simples de limpar. Esse acessório contribui
para a atuação da equipe de salvamento, no qual ajuda a manter a área de atuação devidamente
organizada . Quando o equipamento não estiver sendo utilizado pode ser reunido na estação de
ferramentas.
Protetor de Airbag
O protetor de airbag é aplicado em diversos tipos de veículos, para neutralizar o impacto da explosão
acidental de um airbag após uma colisão rodoviária. Mesmo que a bateria já tenha sido
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desligada, os airbag podem ser acionados, devido aos capacitores que podem mantê-los energizados
por até 90 segundos após o desligamento da bateria.
O protetor de airbag não impede a detonação do airbag, mas vai impedir que a sua expansão venha
atingir e ferir a equipe de resgate ou as vítimas.
Na falta deste equipamento, a contenção do airbag do motorista pode ser realizada com cabos da
vida ou cinto de segurança.
Protetores de Coluna ou Coberturas de Proteção
Configurado com coberturas em poliéster e mantas para cobrir as extremidades pontiagudas
que permanecem após o corte;
Equipada com ímanes extremamente potentes que fixa instantaneamente ao veículo em
qualquer clima ou posição;
Fluorescente o qual distingui no escuro para que as áreas perigosas possam facilmente ser
marcadas;
Auxilia na atividade de resgate diminuindo os riscos existentes na cena. Na falta deste
equipamento, como meio de fortuna, pode-se utilizar garrafa pet de 2 litros, cortadas ao meio para
a proteção de colunas.
Suporte de Coluna para Extensor
Projetados para auxiliar no desencarceramento. No qual os dentes proporcionam aderência que
garante apoio para o extensor não escorrega nem se inclinar, também perfeito para utilização em
apoio na coluna B de automóveis, propiciando um melhor ponto de apoio para ferragens.
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Barreira de Proteção
Garante a máxima segurança para a vítima (Oferece proteção contra extremidades afiadas,
fragmentos de vidro, queda de ferramentas e peças ejetadas)
Fabricado a parte de material em PVC espesso, mas flexível (Duradouro e resistente)
Transparente (Permite uma monitorização contínua da vítima)
Equipado com 4 pegas (Pode fornecer suporte em qualquer posição necessária)
Orientações Gerais
Certifique-se de que o equipamento a ser utilizado não apresenta danos;
Utilize sempre os equipamentos de proteção individual: óculos de proteção e capacete ou
capacete com viseira, luvas, roupa de aproximação e coturno ou botas de incêndio;
Caso o equipamento apresente sons estranhos, vibrações ou qualquer outro comportamento
fora do comum pare imediatamente e o encaminhe para manutenção;
Se durante a operação o equipamento apresentar vazamento de óleo pare imediatamente
verifique a conexão e se for o caso encaminhe-o a manutenção;
Nunca conecte ou desconecte as conexões de encaixe rápido (AutoLock) enquanto a bomba
estiver funcionando e a válvula de segurança se encontrar aberta (operation). A válvula deve
estar fechada e a moto bomba desligada;
Quando operar uma ferramenta nunca se posicione entre a ferramenta e o veículo;
Não utilize as mangueiras para conduzir, suspender ou mover as ferramentas ou a bomba;
As ferramentas deverão ser transportadas e operadas utilizando os pontos e alças destinados
para tal fim;
Nunca se posicione sobre as mangueiras hidráulicas;
Alguns componentes do veículo podem ser projetados ao serem cortados ou separados, tenha
muito cuidado com esse movimento;
As ferramentas que não estão sendo utilizadas deverão ser colocadas no espaço destinado para
este fim (palco de ferramentas) e numa posição segura;
Nunca coloque as suas mãos nas hastes ou nas lâminas de nenhuma ferramenta de resgate;
Não contrarie o movimento natural da ferramenta durante a operação. Suspenda a ação e
reposicione-a antes que este movimento comece a apertar a ferramenta ou partes do seu
corpo contra o veículo;
Guarde as ferramentas com os braços/lâminas/êmbolos um pouco abertos
(aproximadamente 5 mm).
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LIÇÃO 03 - TERMINOLOGIAS/ESTABILIZAÇÃO VEICULAR
Para melhor comunicação entre os integrantes da guarnição, evitando assim, falhas na
compreensão das informações repassadas e ordens de execução, utilizam-se terminologias comuns,
onde as principais são as seguintes, referentes ao veículo:
TERMINOLOGIAS
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É de suma importância a estabilização do veículo antes de se iniciar qualquer tomada de decisão,
diminuindo ou cessando os potenciais riscos para o resgate, para o socorrista ou para a vítima. Isto
pressupõe manter o veículo seguro e imóvel, ser de fácil memorização e de rápida utilização.
MEIOS DE ESTABILIZAÇÃO
A estabilização pode ser realizada com: calços de madeira ou polietileno, cabos, correntes, guinchos,
multiplicadores de força, macacos, hastes metálicas, tracionadores, kit de estabilização, etc.
A estabilização se dará de acordo com a posição do veículo.
1 - Veículo sobre as quatro rodas: quando o veículo encontra-se sobre as quatro rodas tendo os pneus
inflados ou não, têm-se a necessidade de conter os possíveis movimentos para frente ou para trás,
para cima ou para baixo ou para os lados, pois essas movimentações agravariam o quadro da vítima.
Para cessar ou minimizar esses movimentos, coloca-se as cunhas nas rodas, os calços nas colunas A -
C e, se possível secar os pneus.
2 - Veículo tombado: quando este encontra-se tombado, faz-se necessário o escoramento para que
não ocorra o capotamento ou a retomada da posição normal. A estabilização deve ser feita com os
calços escalonados (tipo escada) na direção das colunas do veículo. Cunhas devem ser posicionadas
no lado do piso do veículo. Caso esteja disponível, escoras metálicas ou de madeira podem ser
colocadas para aumentar a segurança da estabilização.
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3 - Veículo sobre o teto (capotado): O veículo sobre o teto pode estar em quatro posições distintas:
Horizontal, repousado sobre o teto;
Horizontal, com o teto colapsado;
Com a frente encostada no solo;
Com a traseira sobre o solo.
Coloque calços e escoras mecânicas nos espaços livres entre o veículo e o solo preferencialmente nas
estruturas reforçadas do veículo para garantir uma estabilidade adicional.
Um cuidado na estabilização de veículo sobre o teto é a segurança da integridade do compartimento
dos passageiros, principalmente na retirada de porta e corte da coluna B (central) do veículo.
LIÇÃO 04 - TÉCNICAS DE ACESSO E ABERTURAS NAS OCORRÊNCIAS DE
SALVAMENTO VEICULAR
TÉCNICAS DE ACESSO
É o procedimento que permite a equipe pré-hospitalar aproximar-se da vítima para prestar os cuidados
necessários. Devem ser utilizados os acessos mais fáceis, rápidos e seguros, tais como portas ou
janelas abertas, permitindo uma rápida aproximação à vítima.
A princípio, deve ser criado o acesso (aberturas) para assistir as pessoas (presas ou encarceradas). Tal
como para todas as medidas restantes, devem ser aplicados métodos de assistência adequados a cada
situação. Em qualquer caso, é absolutamente indispensável evitar que a pessoa seja puxada para fora
da viatura. A pessoa ferida deve permanecer inicialmente na viatura, desde que isso não represente
qualquer perigo imediato para ela ou para o elemento da equipe de salvamento.
Importante: Quando se utilizar ferramentas (hidráulicas e/ou manuais) deve ser iniciado pelo
ponto mais afastado da vítima.
O acesso às vítimas deve ser estabelecido assim que a cena seja considerada segura e sempre que
possível, utilizar o acesso mais simples, a fim de não tornar a operação desnecessariamente complexa.
ACESSO COM REMOÇÃO DE PORTAS
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Abertura pela dobradiça;
Abertura pela fechadura - Desvantagem: Devido ao reforço interno, a porta pode rasgar
atrasando ou impedindo sua abertura (Desfolhar). Não possibilita a imediata e total remoção da
porta e consequentemente o proporcionamento de maior espaço para o salvamento;
TÉCNICAS DE ABERTURA
Consiste na obtenção de apoio para ferramenta hidráulica que será utilizada nas diferentes
técnicas de desencarceramento:
Obtenção com ferramenta halligan;
Obtenção de apoio com alargador.
Ferramenta halligan: retirada da porta tanto pela dobradiça quanto pela fechadura, apoie a alavanca
no friso da porta e com a realização de um giro na ferramenta forçando a área ao seu redor de forma a
amassá-la e projetá-la para fora, criando assim um ponto de apoio para a ferramenta.
Obtenção de apoio com alargador:
Para-lama: comprimindo a área acima da roda forçando assim o afastamento da fresta da porta e
liberando apoio nas dobradiças (Veículos sobre as quatro rodas);
Comprimindo (beliscando) a porta: próximo a maçaneta forçando o ponto de apoio para abertura pela
fechadura (Veiculo sobre as quatro rodas e tombado);
Comprimindo a caixa de ar: inicia-se com a compressão da caixa de ar com o alargador, que pode ser
aumentado, beliscando a parte inferior da porta e dobrando-se para fora, em seguida. Alarga-se entre
a porta e a caixa de ar em direção a fechadura até visualiza-la (veiculo capotado).
LIÇÃO 05 - TÉCNICAS DE DESENCARCERAMENTO NAS OCORRÊNCIAS DE
SALVAMENTO VEICULAR
DESENCARCERAMENTO: É a fase que compreende o conjunto de ações voltadas para garantir
o acesso para avaliação da vítima, bem como garantir o espaço necessário para sua extração.
Empregando-se sempre a regra de retirar as ferragens da vítima e nunca a vítima das ferragens.
27
TÉCNICAS DE RESGATE
Tenha sempre precaução de revisar todas as colunas e tetos antes de realizar algum procedimento com
ferramentas, em busca de Air Bag não ativado, pretensionadores de cintos, reforços etc.
Identificar a posição dos cilindros de alta pressão que não foram ativados, marcá-los para evitar de
cortar ou pressioná-los.
Desconectar os cabos da bateria, sempre que possível, antes de iniciar qualquer técnica. Devido aos
avanços tecnológicos, técnicas de salvamento veicular mudaram consideravelmente.
Cortes de alívio são um componente fundamental nas novas técnicas.
Conhecimento de recursos do corte e separação.
Cortadores com força de cisalhamento mais de 100 ton.
REBATIMENTO DE TETO DE TRÀS PARA FRENTE
Esta técnica é usada quando a parte da frente do veiculo está obstruída e não temos acesso as colunas
A`s e, também, indica quando há vitimas no banco traseiro do veículo.
Procedimentos:
Estabilize o veiculo;
Desconecte os cabos da bateria (primeiro o polo negativo);
Abra ou retire as portas as quais houver necessidade;
Proteja os membros da equipe e as vitimas no interior do veiculo;
Retire o vidro traseiro e os laterais, caso não seja possível baixa-los;
Faça um corte de alívio no teto, imediatamente, antes da coluna A;
Corte a coluna B;
Corte a coluna C ou D na parte mediana (as duas);
Corte a coluna B oposta;
Faça um corte de alívio no outro lado do teto (na mesma direção);
Para ajudar no rebatimento utilize uma maca rígida ou similar pressionada sobre o teto
(entre a coluna A e o corte de alivio);
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Rebata o teto e faça a amarração em um ponto fixo;
Proteja as colunas exportas;
Reavalie a estabilização.
REBATIMENTO DE PAINEL
Utilizada quando as vítimas ficam presas nas ferragens pelo deslocamento do painel. Dessa forma, é
preciso afastar o painel para fazer a liberação da vitima.
Procedimentos:
Retire as portas dianteiras do veiculo, fazendo a quebra controlada dos vidros;
Faça o rebatimento ou retirada do teto;
Faça um corte de alivio entre a dobradiça e outro na junção da coluna A com a caixa de ar
(ângulo de 45º);
Faça o rebatimento do painel utilizando o extensor; apoiando-o na base da coluna B (com
auxilio de um suporte de coluna) e na coluna A (altura do painel);
Preencha, com cunhas, o espaço conquistado pelo corte de alivio.
AFASTAMENTO DE PEDAL
Utilizada quando os pés da vitima ficam presos nos pedais do veículo.
Procedimento:
Fazer a abertura ou retirada da porta dianteira do lado necessário;
Fazer a amarração (cabo da vida ou cinto de segurança) ao pedal e prender ao
alargador;
Fazer a abertura do alargador para deslocar os pedais;
Fazer esse procedimento de forma controlada e manter a comunicação com o médico.
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GRANDE PORTA
Está técnica tem o objetivo de criar um espaço na lateral do veículo no qual permita que a equipe
de salvamento faça a extração da vitima.
Procedimento:
Abra a porta traseira do lado desejado (da operação);
Corte a coluna B próximo ao teto e na sua Base (porta dianteira fechada);
Abra a porta dianteira juntamente com a coluna B e a porta traseira (criando a grande porta);
Se for preciso, corte as dobradiças da porta dianteira e retire as duas portas,
juntamente com a coluna B.
Faça a amarração da porta para evitar acidentes.
TERCEIRA PORTA
Está técnica é usada quando encontramos vítimas em carros de duas portas, no qual necessita-
se fazer a extração da vitima pela lateral do veículo.
Procedimento:
Abra ou retire a porta dianteira do lado desejado (da operação);
Faça a quebra controlado do vidro traseiro do lado da operação;
Faça um corte de alivio na base da coluna B (paralelo ao assoalho);
Faça o corte da coluna B próximo ao teto;
Faça um corte de alivio vertical, imediatamente, antes da coluna C;
Rebata a porta e faça a amarração para evitar acidentes.
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“OSTRA”LATERAL
É utilizada em veículos capotados quando desejamos criar espaço na lateral do veiculo
(reduzido em virtude dos giros) para fazer a extração da vitima por uma das laterais.
Procedimentos:
Faça a quebra controlada ou retire o vidro traseiro;
Retire as portas do lado desejado (da operação);
Posicione o extensor próximo da coluna A e na caixa de ar e outro próximo da coluna
C e na caixa de ar;
Faça uma leve elevação do assoalho e corte a coluna B (sem tirar o extensor);
Se estiver utilizando dois extensores, faça a elevação de maneira conjunta
(Simultânea);
Estabilize com escoras, antes de utilizar o acesso criado.
REBATIMENTO LATERAL
É utilizada quando há acesso ás colunas de apenas um lado do veiculo.
Exemplo: carro lateralizado.
Procedimento:
Abra as portas ou retire-as, fazendo a quebra controlado dos vidros (se necessário);
Retire o Para-brisa e o vidro traseiro;
Corte a coluna A, B, C e D(se existir);
Faça um corte de alivio no teto, próximo a coluna A e outro próximo a coluna C ou
D (se existir) na mesma direção;
Rebata o teto e coloque calços para nivelar o teto.
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LIÇÃO 06 - PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO - POP NAS OCORRÊNCIAS
DE SALVAMENTO VEICULAR
Funções
Em princípio, a equipe do Socorro fará funções de Desencarceramento e Segurança do local,
enquanto a equipe do Resgate fará funções de Extração e Transporte da vítima.
Segue abaixo o esquema de numeração dos integrantes das equipes conjugadas:
• Nº 01 – Bravo (Comandante do Socorro)
- EPI completo
- HT
- 2 Pinceis para marcação da lataria
- Chave para expor a lataria
- Res-q-me
- Caderno para o check list
Procedimentos:
1) Transmitir informações ao CIODES;
2) Realiza vistoria interna e externa do veículo;
3) Verbaliza para equipe sobre os riscos identificados;
4) Determina o lado do acesso as vítimas;
5) Após a confirmação da estabilização, ele autoriza o acesso ao interior do veículo;
6) Autoriza o corte do cabo da bateria;
7) Requalifica informações após a vistoria e confirma o OK da estabilização do veículo;
8) Reuni a equipe e estabelece o plano A e plano B;
9) Autoriza o desencarceramento;
10) Monitora a retirada da vítima.
• Nº 02 – Chefe da guarnição do ABS (Técnico mais experiente)
- EPI Completo
- Calços e cunhas
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- Escora com fita
- Ferramentas Hidráulicas
- Chave para expor o revestimento e pincel para a lataria
Procedimentos:
1) Inicio da estabilização primaria;
2) Confirmação da estabilização primaria para o comandante;
3) Repassa as informações observadas para o comandante;
4) Inicia a realização da estabilização secundária;
5) Aguarda e opina sobre a determinação dos planos a serem executados e a
ordem de desencarceramento liberado;
6) Prepara a ferramenta de desencarceramento e aguarda a ordem de “desencarceramento
liberado!”;
7) Expõe revestimento interno antes dos corte;
8) Sinaliza com pincel o local dos cortes;
9) Auxilia o resgateiro no uso da ferramenta hidráulica;
10) Auxilia na retirada da vítima.
• Nº 03 – Resgateiro (Técnico 2)
- EPI completo
- 02 calços tipo degrau
- Material de arrombamento
- Conjunto desencarcerador
- Material de apoio e proteção rígida
- Ferramenta Hidráulica
- Serra sabre
Procedimentos
1) Posiciona os calços tipo degrau;
2) Auxilia na estabilização;
3) Inicia o transporte de materiais para o palco de ferramentas;
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4) Prepara o conjunto desencarcerador (conecta e liga para vê o funcionamento);
5) Monta o serra sabre;
6) Realiza os cortes com o auxilio do comandante do ABS;
7) Auxilia na retirada das vítimas.
• Nº 04 – Motorista do ABS (Logistica)
- EPI completo
- Cone e fita zebrada para o isolamento
- Corta a frio e alicate de corte
- Proteção de ferragens e materiais do palco de ferramentas
- Prancha longa e prancha curta
- Extintor
Procedimentos
1) Estaciona a viatura de forma correta;
2) Informa o melhor acesso ao local da emergência;
3) Realiza a sinalização do local com cones
4) Isola o local da ocorrência com fita zebrada
5) Aguarda a ordem de “desencarceramento liberado” para desconectar a bateria;
6) Desconecta a bateria;
7) Coordena o Palco de ferramentas, preparando antecipadamente os materiais a serem
usados;
8) Protege as partes cortantes do veículo;
9) Auxilia no apoio do teto se tiver o rebatimento do mesmo;
10) Apoia na logística dos materiais de extração.
• Nº 05 – Socorrista 1
- EPI completo
- lanterna pequena
- Colar cervical
- Protetor de air bag
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- Proteção rígida
Procedimentos
1) Avalia a cinemática do acidente e realiza a abordagem a inicial da vítima;
2) Se possível, estabiliza a cervical da vítima e realiza a avaliação primaria dela;
3) Se não tiver acesso à vítima, ocupa o campo de visão da vítima e verbaliza com ela;
4) Opina sobre o melhor método de extração conforme a avaliação da vítima;
5) Faz a contenção manual, estabilização e alinhamento da coluna cervical da vítima com o
auxilio do socorrista;
6) Coloca o colar cervical;
7) Coloca o protetor de air bag;
8) Administra Oxigênio;
9) Cobre a vítima;
10) Protege a vítima com a proteção rígida;
11) Orienta a equipe de desencarceramento;
12) Monitora a vítima;
13) Verifica os riscos;
14) Determina o método de extração;
15) Coordena o posicionamento da vítima na prancha longa;
16) Autoriza e monitora a extração;
17) Avaliação e monitoramento continuado da vítima.
• Nº 06 – Socorrista 2
- EPI completo
- Res-q-me
- 2 cobertores
- Colar cervical
- Bolsa de APH
- Oxigênio Portátil
Procedimentos
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1) Realiza vistoria interna;
2) Verifica os acessos;
3) Interagem com bravo sobre as observações sobre a vistoria interna;
4) Prepara o coberto para a vítima e para proteger as partes cortantes do seu acesso, se for
necessário;
5) Aguarda o comando de acesso libera para adentrar o veículo;
6) Acesso ao interior do veículo;
7) Contenção manual, estabilização e alinhamento da coluna cervical com o auxilio do
socorrista 1;
8) Libera os possíveis acessos do veículo;
9) Puxa o freio de mão;
10) Retira a chave do contato e repassa para o bravo;
11) Assume a cervical da vítima;
12) Mantém a estabilização da vítima e o seu monitoramento;
13) Posiciona a vítima na prancha longa
14) Atua com a abordagem integrada da equipe na extração da vítima;
15) Posiciona a vítima na maca.
LIÇÃO 07 - CINEMÁTICA DO TRAUMA
BIOMECÂNICA DO TRAUMA: estudo do evento traumático, ou seja, de como o impacto ocorreu
e a troca de energia resultante, que leva à suspeita de 95% das prováveis lesões.
COLISÃO: transferência de energia quando um objeto colide com outro.
FASE PRÉ-COLISÃO: (doenças agudas ou preexistentes, medicações, bebidas alcoólicas,
estado mental);
FASE DE COLISÃO: (impacto entre dois objetos, impacto dos ocupantes com o veículo,
impacto dos órgãos internamente);
FASE PÓS-COLISÃO: (avaliação e atendimento).
CONSIDERAÇÕES:
Direção da transferência de Energia;
Quantidade de Energia;
Efeitos das forças sobre a vítima.
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Trajetória por baixo: Prov
LEIS DA ENERGIA E DO MOVIMENTO
1ª Lei de Newton
“Um corpo permanecerá em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, exceto se uma força
externa atue sobre ele”.
Lei da conservação da energia
“A energia não pode criada ou destruída, apenas transformada”.
Energia cinética (½ mv²) – Movimento (velocidade relativa)
IMPACTOS:
Entre dois objetos;
Ocupantes e o veículo;
Órgãos e compartimentos internos.
Transferência de energia entre um objeto sólido e o corpo humano
Densidade: partículas por volume;
Área de contato: tamanho.
Colisões Automobilísticas:
Impacto Frontal
Trajetória por cima: Prováveis Lesões: TCE, TRM, Traumas Torácicos, Traumas
Abdominais
áveis Lesões: Traumas de Face, TRM, Traumas Torácicos,
Traumas Abdominais, Luxação Coxo-femural, luxação na articulação do joelho, Traumas em
membros inferiores.
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Impacto Traseiro
Prováveis Lesões: TRM, TCE, Traumas Torácicos, Traumas Abdominais
OBS.: Impacto frontal secundário.
Impacto Lateral
Prováveis Lesões: Fratura de Clavícula, Traumas Torácicos, Traumas Abdominais, Fratura
de Pelve, TRM, TCE.
Impacto Angular
Lesões dos impactos frontal + lateral
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Capotamento
Lesões de todos os tipos de impactos.
LIÇÃO 08 - APH APLICADO NAS OCORRÊNCIAS DE SALVAMENTO VEICULAR
A incidência de acidentes veiculares no mundo é alta e está entre as principais causas de morte tendo
como consequência o aumento da mortalidade. Para minimizar este quadro ações multifatoriais são
necessárias e a devida capacitação do efetivo de resgate é peça chave no atendimento após a
ocorrência.
Atendimento às vítimas:
Sempre considerar a segurança da cena e individual (EPI para salvamento veicular);
Identificar o tipo de encarceramento;
A avaliação deverá ser feita em todas as vítimas, visto que lesões internas graves podem estar
presentes e mascaradas;
Efetuar ABCD;
Saber utilizar os materiais de APH de SBV (Bolsa, equipamentos/materiais diversos) e
técnicas adequadas a cada caso para que possa ser útil nas intervenções e em apoio ao Suporte
Avançado.
Tipos de encarceramento:
O encarceramento pode ser classificado como de origem:
Mecânica, onde as vítimas, podem não apresentar lesões, mas devido à deformação do
veículo, estão impossibilitadas de sair do mesmo pelos meios próprios.
Encarceramento tipo físico 1 no qual as vítimas apresentam lesões que requerem a criação de
um espação adicional para se prestar os cuidados de emergência e estabilização
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Encarceramento tipo físico 2, no qual as vítimas apresentam lesões devido às estruturas
componentes do veículo estarem em contato ou terem penetrado no seu corpo.
Antes de serem extraídas do veículo, as vítimas deverão ser estabilizadas, protegidas e
retiradas de forma controlada, possibilitando reduzir complicações ou agravamentos adicionais
durante as operações de desencarceramento.
Etapa A e Controle da Coluna Cervical
• Abordagem segura e eficiente da cervical (frontal, lateral ou por trás);
• Diálogo com o paciente (passar segurança, as orientações necessárias, verificar nível de
consciência, responsividade, abertura ocular, aspecto geral);
• Posicionar o paciente para atendimento;
• Permeabilidade das VA sempre (verificar a presença de secreções como sangue e objetos
como dentes que possam ser aspirados e agravar o estado do paciente)
• Oxigenação cerebral adequada:
Pode ser avaliada subjetivamente através da elaboração de frases completas pelo
paciente
• Inspeção cervical em busca de Ferimentos, crepitação cervical, dor à palpação, objetos
encravados, brincos e adereços que possam dificultar ou impedir a colocação do colar
cervical;
• Aferição e aplicação do colar cervical.
Etapa B
• Avaliação da presença dos movimentos respiratórios e sua expressão:
Muito rápida, rápida, lenta, ausente;
A qualidade das ventilações (simetria do tórax);
• Oximetria (95-100%)
• Modalidade correta de ventilação/oxigenação:
O2 sob máscara facial com reservatório (rápida)
AMBU (ventilação ausente, muito lenta, muito rápida > 30 rpm)
• Inspeção do tórax (“ver” e “sentir”)
Avaliar se há lesões no tórax e realizar curativo indicado para os casos (lesões
sangrantes - compressivo; lesão soprante - curativo 3 pontos)
• Palpar tórax em busca de crepitações, deformidades;
• Ausculta (suporte avançado)
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Etapa C
• Presença de pulso;
• Controle de hemorragias externas importantes através do método adequado:
Pressão direta
Curativo compressivo
○ Torniquete para amputações totais ou parciais e casos de
Sangramentos intensos.
• Verificação de pulsos radiais e/ou central (bilateral)
○ Identificação de choque descompensado, avaliação de triagem em múltiplas vítimas;
○ Perfusão capilar de até 2 segundos;
○ Saber aferir os pulsos carotídeo, braquial, radial;
Avaliação da pele:
Cor, umidade e temperatura;
Avaliação da pelve para detecção de instabilidade e sua imobilização imediata, caso esteja
instável ou com crepitação para evitar choque hipovolêmico.
Uso da manta térmica, cobertor ou lona de aquecimento:
Aquecimento (hipotermia), integridade da vítima (atenção com roupas molhadas que
aceleram hipotermia), evitar a exposição desnecessária.
Etapa D
Escala de coma de Glasgow
Total: 3 – 8 = lesão grave
9 – 12 = lesão moderada
13 – 15 = lesão mínima
Avaliação pupilar:
O socorrista deverá avaliar o tamanho e reatividade à luz;
Para checar a reatividade em ambiente de pouca luz pode-se utilizar lanterna de baixa
intensidade, já para ambientes com muita luz, como durante o dia de sol, podem-se
fechar as pálpebras e abri-las.
Lesão Cerebral Traumática
As lesões podem ser de dois tipos, basicamente:
Lesão Primária: É lesão direta no encéfalo e suas estruturas vasculares no evento
principal (na hora do acidente/impacto);
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Pode apresentar contusões, hemorragias, lacerações e outras lesões diretas ao
cérebro, vasos e membranas.
Lesão secundária: Os eventos fisiopatológicos continuam lesando o cérebro nos momentos
seguintes (horas, dias, semanas):
Hematomas, edemas (provocam herniação, isquemia por pressão), criam uma massa
anormal dentro da caixa craniana, a qual expande além da capacidade de
compensação e provoca alteração no funcionamento do encéfalo.
Podem gerar os seguintes problemas: estado mental alterado, pupilas alteradas e pouco
reativas, perda ou limitação da função motora, coma, PR ou PCR (compressão do
bulbo), decorticação (flexão anormal dos membros superiores e extensão dos
inferiores), descerebração (membros estendidos e arqueamento da coluna);
Hipotensão arterial: irá limitar o aporte sanguíneo cerebral e de nutrientes ao
cérebro;
Hipóxia: 4 – 6 minutos em anóxia podem ocasionar danos irreversíveis, saturação de
oxigênio abaixo de 90% prejudica o abastecimento celular.
PORTANTO!!! Muito cuidado na avaliação das etapas ABCD; ficar atento ao estado do
paciente; constantemente (conversar com ele); constantemente observar a oxigenioterapia
(conectores, máscara, oximetria e resposta do paciente)
Cuidados no atendimento
Cervical em alinhamento neutro:
○ Exceção – objetos transfixados, fraturas e eventos que incapacitem o alinhamento;
Cuidado nas movimentações (técnicas de extração e prancha); fragmentos ósseos e objetos
encravados podem se mover;
○ Coordenação, sincronia, troca de socorrista, movimentos seguros e bom senso;
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Atenção a lesões nas primeiras vértebras cervicais que afetarão o nervo Frênico (controle
respiratório);
A posição neutra deve ser evitada:
○ Resistência à movimentação, retração muscular e espasmos, dor referida, estado
neurológico que altere;
○ Sensações de formigamento, sensibilidade, entorpecimento, perda da motricidade,
etc, comprometimento da via aérea ou ventilação, entre outros.
LIÇÃO 09 - TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO DE VÍTIMAS DE ACIDENTE VEICULAR
Retirada rápida com auxílio de material tipo lençol enrolado – “Jiboia”
Utilizada para retirar vítimas graves em caso de número insuficiente de socorristas ou espaço
adequado para fazer a retirada rápida.
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Os socorristas às laterais da vítima;
A aplicação da jiboia deverá ser feita pelo socorrista que moverá o tronco;
Move-se o paciente até estar paralelo aos bancos, um socorrista no tronco e outro
movendo as pernas (posicionar as mãos na flexão dos joelhos);
Posicionar a vítima na prancha;
Proceder na imobilização da vítima à prancha.
Considerações: a abordagem e avaliações é a mesma das técnicas anteriores (responsividade,
colar cervical, ABC), no entanto a manipulação da cervical será pela lateral e condução do enfermo
ao encosto do banco deverá ser cuidadosa. O socorrista a manipular a “Jiboia” no movimento de
retirada será coerente à rota de movimentação planejada pelo comandante da Equipe de APH.
Retirada Rápida
Utilizar esta técnica para vítimas sentadas com lesões graves, não estáveis ou quando esta
vítima, mesmo estável, impede o acesso do socorrista a uma vítima grave e em caso de risco na cena.
Deve-se imobilizar e estabilizar manualmente a coluna da vítima antes de movimentá-la.
Iniciar o procedimento de estabilização e alinhamento manual da cabeça e pescoço da vítima.
A melhor abordagem é por trás da vítima, caso não seja possível pode ser realizada pelo lado. A
seguir, a cabeça e pescoço da vítima são colocadas em posição de alinhamento neutro. Realiza-se
avaliação rápida e coloca-se o colar cervical de tamanho adequado seguindo as etapas de avaliação
e atendimento primários (ABCD). Deve-se controlar as regiões superior e inferior do tronco e as
pernas da vítima e iniciar os movimentos para a retirada que devem se sequenciais, curtos e
controlados.
• Liberar as pernas da vítima uma de cada vez;
• Atentar para o console/câmbio de marchas na rota de extração;
Movimentos coordenados seguros
Move-se o tronco até que seja difícil para o socorrista “02” manter a cervical, então outro
assumirá a cervical e aguardará que o “02” saia do carro e retome sua posição, assim,
darão continuidade ao giro.
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Estando paralelo aos bancos deve ser iniciado o movimento de descida à prancha e
alinhamento manual;
Após alinhado, retirar a prancha com o suporte cervical manual e os outros dois
socorristas segurando a mesma;
Prancha ao solo e imobilização adequada.
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Retirada com o uso de colete de imobilização dorsal (KED)
Utilizar esta técnica para vítimas sentadas sem lesões graves, na escala CPE são utilizados
em estáveis e potencialmente instáveis, imobilizando a coluna antes da retirada, assim proporcionará
maior segurança e facilidade na movimentação do ferido.
Considerações: O socorrista que aborda, irá se identificar, checar a responsividade do
paciente (nível de consciência e vias aéreas), garantir a cervical; o socorrista da retaguarda ira
assumir a cervical; farão a avaliação do dorso aproveitando a posição anteriorizada (no caso da
figura acima); posicionarão o paciente no banco e seguirão as etapas da avaliação (BCD), definindo
se será uma manobra de retirada rápida ou com KED.
OBS: Verifique a posição dos pés, se estão presos ou algo que restrinja a movimentação do
paciente.
Considerações: após certificar-se da condição do paciente o socorrista irá anunciar a decisão,
preparar o material para aplicação e os outros dois socorristas estarão na cervical (por trás) e pelo
banco lateral (sustentando o troco e reavaliando o paciente); ao comando de “Tronco à frente”
abrirão espaço para a colocação do material, em seguida, reposicionarão o paciente em “tronco apara
trás”, dando inicio ao afivelamento dos tirantes abdominais (central, inferior e superior), reajuste
dos mesmos; colocação dos tirantes da coxa (cada socorrista do seu lado).
Caso seja necessário de espaço maior na lombar poderão mover (2cm) a pelve a frente (caso
esteja sem lesões na pelve e lombar) ou reclinar o encosto do banco já que o aparelho funcionará
como prancha curta e sustentará o tronco na ação.
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Considerações: Proceder na imobilização da cervical com os tirantes e coxim (deverá
considerar a distância da cabeça ao aparelho e o conforto da vítima na posição alinhada, pode ser
duplo, simples ou não necessário). Após esses detalhes, a escolha por qual lado deve ser movida a
vítima (considerar o espaço criado no desencarceramento – ângulos de retirada, presença de vítima
no banco ao lado, etc). Irão mover a vítima, posicionar na prancha (ao descer a vítima na prancha
deverá avaliar a efetividade dos tirantes cefálicos e reajustálos), promover o arraste do paciente na
prancha e retirá-lo da área afetada para prosseguir nos atendimentos (ao parar de mover a vítima,
soltar os tirantes da coxa).
Reavaliação do paciente e conclusão da etapa anterior (avaliação abdome e pelve), imobilizar
na prancha rígida, controle de temperatura e conduzir a VTR de resgate.
Ângulos e opções de extração de acidentados
Ao longo dos anos as técnicas foram aprimoradas, estudadas e as aplicações em salvamento
veicular são evidentes. Existe, geralmente, mais de uma opção de retirada/extração para dado
contexto do acidente (posição na qual o veículo se apresenta após o evento de colisão) e situação da
vítima, a equipe irá lançar mão de uma técnica e melhor direção de retirada do paciente.
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Na imagem acima o veículo apresenta 5 possibilidades de retirada. Para tanto, a escolha da
melhor rota de extricação deve seguir ao consenso da equipe de APH e o comandante do ABS na
ocorrência.
A prioridade e definição da rota estará em conformidade com a vítima, sua gravidade de
lesões ou triar no caso de mais de uma vítima para definir a prioridade no salvamento, obstáculos
que impeçam a melhor técnica e a posição da coluna (para onde a cervical aponta).
Retirada por trás (1): consiste na saída pelo bagageiro em ângulo zero, com ou sem
equipamento de imobilização KED. Essa retirada deve ser prioridade e para conseguir a manobra
segura é necessário que os bombeiros estejam sempre manipulando a coluna e devem posicionar a
prancha longa para a condução traseira.
• O banco deve ser posicionado e a prancha longa colocada alinhada e segura para o
deslizamento da vítima remoção;
• Os socorristas poderão revezar na segurança cervical para retirar do veículo.
Retirada oblíqua - mesmo lado e lado oposto (2 e 3): considerando que o acidentado é o
motorista e que pode criar bom acesso pela lateral, analisando sempre o contexto da colisão.
• A rotação de tronco e pernas será menor;
• O tronco deverá estar alinhado na projeção da porta traseira ou janela traseira;
• Cervical manuseada pelo socorrista do banco de trás, as pernas pelo avaliador do lado de
fora e o tronco pelo socorrista do lado do passageiro;
• Deve-se atentar para o volante (quando for dificultar a saída do paciente) deverá ser cortado
na parte inferior;
Retirada em ângulo de 90º (4 e 5): são opções viáveis em situações na quais não sejam
necessários cortes no veículo, vítima grave, somente ambulância no local, obstruções por causa de
passageiros no banco de trás, etc. As técnicas para os lados têm sido ensinadas amplamente na
literatura como rota de saída para KED, retirada rápida, jiboia, rautek já que não necessitaria de
manobras mais avançadas para aquisição de espaço extra.
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LIÇÃO 09 - TRIAGEM NAS OCORRÊNCIAS DE SALVAMENTO VEICULAR
Em emergências com múltiplas vítimas a triagem inicial, utilizando o método START (Simple
Triage and Rapid Treatment – simples triagem e tratamento rápido) é executada neste momento,
sendo adotada a conduta de Emergências com Múltiplas Vítimas - EMV como principal para a
operação, cujo objetivo é garantir que o maior número de vítimas sobreviva com o menor número
possível de sequelas. No procedimento é atribuído uma tarja ou fita para cada vítima e reportando
a situação ao comandante que, de posse das informações dimensionará os meios necessários e
determinará as linhas de ação segundo um plano padrão para acidente com múltiplas vítimas.
As vítimas vermelhas representam prioridade 1 e possuem lesões tratáveis, com risco imediato de
morte (dificuldades respiratórias, sangramentos não controláveis, alteração do nível de consciência,
sinais de choque, queimaduras graves).
As vítimas amarelas são prioridade 2, apresentando lesões graves, sem risco imediato de morte
(queimaduras sem problemas de vias aéreas, fraturas ósseas sem choque ou hemorragia).
As vítimas verdes são prioridade 3, com lesões de partes moles mínimas, sem risco de morte ou
incapacitação, e as vítimas cinza constituem prioridade 4, pois se encontram mortas ou com lesões
irreversíveis (TCE com perda de massa encefálica, esmagamento de tronco, incineração).
Para o método START são utilizados 3 critérios de avaliação e cada avaliação deve durar no máximo
60 segundos. Os critérios são na seguinte ordem:
1. Respiração
2. Enchimento capilar (perfusão)
3. Nível de consciência
Fluxograma do método START (8 anos em diante)
Fluxograma do método JUMPSTART (1 – 8 anos)
BIBLIOGRAFIA
CALLAND, V. Emergency Medicine Journal. Extrication of the seriously injured road crash victim, 20 abr.
2005. Disponivel em: <http://emj.bmj.com/content/22/11/817.full>. Acesso em: 21 fev. 2016.
COMITÊ DO PHTLS NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS (NAEMT)
EM COOPERAÇÃO COM O COMITÊ DE TRAUMA DO COLÉGIO AMERICANO DE CIRUGIÕES.
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CONASV. 5ª REUNIÃO DA COMISSÃO NACIONAL DE SALVAMENTO VEICULAR (CONASV). ATA
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