BRASIL
Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
Maio de 2014
Parceiro estratégico:
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
2
Índice
1.1. Caracterização da comunidade ................................................................................................................................... 20
1.1.1. Principais objetivos e aspirações do MERCOSUL............................................................................... 20
1.1.2. Os Estados Membros do MERCOSUL ................................................................................................ 21
1.1.3. Mecanismos de integração e prioridades de desenvolvimento do MERCOSUL ................................. 21
1.2. O MERCOSUL enquanto comunidade económica ................................................................................... 24
1.3. Estrutura produtiva do MERCOSUL .......................................................................................................... 29
1.3.1. Brasil. A maior economia da América Latina ....................................................................................... 29
1.3.2. Uruguai. Uma pequena economia dependente do comércio ............................................................... 30
1.3.3. Paraguai. Uma economia agropecuária e florestal .............................................................................. 30
1.3.4. Venezuela. Forte potencial petrolífero. ................................................................................................ 31
1.3.5. Argentina. País rico em recursos naturais ........................................................................................... 31
1.4. Trocas comerciais no MERCOSUL ........................................................................................................... 32
1.4.1. Complementaridade das economias ................................................................................................... 32
1.4.2. Comércio intrarregional ....................................................................................................................... 33
1.4.3. Brasil. O país com maior intensidade comercial na região .................................................................. 36
1.5. Comércio extrarregional ............................................................................................................................ 37
1.5.1. Principais parceiros comerciais do MERCOSUL ................................................................................. 37
1.5.2. Trocas comerciais entre a CPLP e o MERCOSUL .............................................................................. 44
1.6. Investimento Direto Estrangeiro no MERCOSUL ..................................................................................... 49
1.7. Setores de oportunidade nos países do MERCOSUL, principais portos e aeroportos ............................ 50
1.8. Principais produtos importados pelos países do MERCOSUL e oportunidades para as empresas
Portuguesas .................................................................................................................................................... 52
2. Brasil – A principal economia do MERCOSUL ............................................................................................................ 56
2.1. Macroeconomia ......................................................................................................................................... 57
2.1.1. PIB da economia brasileira .................................................................................................................. 59
2.1.2. Orçamento Geral do Estado ................................................................................................................ 61
2.1.3. Dívida Pública ...................................................................................................................................... 62
2.2. Estrutura produtiva .................................................................................................................................... 63
2.3. Política económica .................................................................................................................................... 66
2.3.1. Perspetivas futuras .............................................................................................................................. 66
2.3.2. Prioridades estratégicas do Brasil ....................................................................................................... 67
2.4. Principais regiões e Estados do Brasil ...................................................................................................... 68
2.4.1. Principais regiões importadoras .......................................................................................................... 68
2.4.1.1. 50 Principais produtos importados por Região do Brasil ..................................................................... 69
2.4.2. Região Sudeste os Estados mais importadores, os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São
Paulo e Rio de Janeiro ............................................................................................................................................... 71
2.4.2.1. Lista do 10 municípios mais importadores do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro (2013) ........ 72
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
3
2.4.2.2. Estado de São Paulo ........................................................................................................................... 73
2.4.2.2.1. Lista das 100 empresas do Estado de São Paulo mais importadoras - 2013 ...................................... 75
2.4.2.2.2. Lista das 100 empresas do Estado de São Paulo mais importadoras a Portugal - 2013 .................... 76
2.4.2.3. Estado do Rio de Janeiro .................................................................................................................... 77
2.4.2.3.1. Lista das 50 empresas do Estado do Rio de Janeiro mais importadoras - 2013 ................................. 78
2.4.2.3.2. Lista das 100 empresas do Estado de Rio de Janeiro mais importadoras a Portugal - 2013 .............. 79
2.5. Infraestruturas e energia ........................................................................................................................... 80
2.6. Fonte: Agência Nacional de Energia ElétricaGrandes projetos de investimento previstos em
infraestruturas ................................................................................................................................................. 93
2.7. Abertura da economia e relações comerciais ........................................................................................... 96
2.8. Principais setores de oportunidade ......................................................................................................... 107
2.9. Investimento Direto Estrangeiro no Brasil ............................................................................................... 109
2.10. Financiamento à economia ................................................................................................................ 110
2.10.1. Principais bancos presentes .............................................................................................................. 110
2.10.2. Bancarização da população .............................................................................................................. 110
2.10.3. Taxa de juros de empréstimos .......................................................................................................... 111
2.10.4. Bolsa de valores ................................................................................................................................ 112
3. Investir no Brasil .......................................................................................................................................................... 114
3.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social ......................................... 114
3.1.1. População Ativa ................................................................................................................................. 114
3.1.2. Desemprego ...................................................................................................................................... 114
3.1.3. Desigualdade ..................................................................................................................................... 114
3.1.4. Breve descrição do regime de Segurança Social .............................................................................. 115
3.2. Como investir no Brasil? ......................................................................................................................... 115
3.2.1. Restrições ao Investimento Estrangeiro ............................................................................................ 116
3.2.2. Formas de investimento .................................................................................................................... 116
3.2.3. Fases/Etapas a observar no Processo de estabelecimento no Brasil ............................................... 116
3.2.3.1. Outros aspetos relevantes ................................................................................................................. 117
3.3. Incentivos e benefícios ao investimento.................................................................................................. 118
3.3.1. Incentivos estaduais .......................................................................................................................... 119
3.3.2. Incentivos regionais ........................................................................................................................... 121
Não obstante, elencam-se, a título exemplificativo, alguns regimes especiais: ............................................... 121
3.3.2.1. Zona Franca de Manaus (ZFM): ........................................................................................................ 121
3.3.2.2. Minas Gerais e Espírito Santo ........................................................................................................... 121
3.3.2.3. Pará ................................................................................................................................................... 122
3.3.1. MERCOSUL - A Tarifa Externa Comum – TEC ................................................................................. 122
3.4. Principais mecanismos de financiamento ............................................................................................... 123
3.5. Competitividade do Brasil ........................................................................................................................ 125
3.5.1. Atratividade do Brasil no contexto regional ........................................................................................ 125
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
4
3.6. Principais constrangimentos ao IDE e Exportação ................................................................................. 126
3.6.1. Exportações/Importações – Barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros
impedimentos ........................................................................................................................................................... 126
3.6.2. Entrada e saída de capitais ............................................................................................................... 127
3.6.3. Estabilidade legal e fiscal - Barreiras legais, fiscais e regulamentares .............................................. 127
3.6.4. Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra ........................................................................ 128
3.6.5. Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade ........................................... 129
3.6.6. Sistema jurídico e judiciário ............................................................................................................... 130
3.6.7. Resolução extrajudicial de litígios ...................................................................................................... 132
3.7. Principais características dos Acordos do Brasil no domínio do comércio e investimento .................... 133
3.7.1. Protocolos existentes na MERCOSUL e posicionamento de Brasil face aos mesmos...................... 133
3.7.2. Acordos essenciais do Brasil na área do comércio (ACI, APPRI, ADT) ............................................ 134
3.7.3. Acordos entre Estados Unidos e o Brasil .......................................................................................... 135
3.7.4. Acordos entre a União Europeia e o Brasil ........................................................................................ 136
4. Atratividade do Brasil no contexto da CPLP ............................................................................................................. 138
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
5
Acrónimos
ADT – Acordo para evitar a Dupla Tributação
ASEAN – Association of Southeast Asian Nations
BM – Banco Mundial
BNA – Banco Nacional Angolano
BNT – Barreiras Não Tarifárias
BTA – Bilateral Trade Agreements
BT – Barreiras Tarifárias
BWA – Botsuana
CAF – República Centro-Africana
CAGR - Compound Annual Growth Rate - Taxa de crescimento anual composta
CCI – Câmara de Comércio Internacional
CEDEAO – Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
CEEAC – Comunidade Económica dos Estados de África Central
CMR – Camarões
COD – República Democrática do Congo
COG – Congo
CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
DB – Ranking Doing Business
EM – Estados Membros
EUA – Estados Unidos da América
FMI – Fundo Monetário Internacional
GAB – Gabão
GATT – General Agreement on Tariffs and Trade
GNL – Gás Natural Liquefeito
GNQ – Guiné Equatorial
IDE – Investimento Direto Estrangeiro
II – Imposto de importação
IPI – Imposto sobre produtos industrializados
IRPJ - Imposto de Renda – Pessoa Jurídica
IOF - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
INE – Instituto Nacional de Estatística
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
6
IPA – Investment Promotion Agency
LSO – Lesoto
LUPP – Luanda Urban Poverty Programme
MDG – Madagáscar
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
MMTZ – Maláui-Moçambique-Tanzânia-Zâmbia
MOZ – Moçambique
MUS – Maurícias
MWI – Maláui
NAM – Namíbia
OEM – Original Equipment Manufacturer
OMC – Organização Mundial do Comércio
OPEC – Organização dos Países Exportadores de Petróleo
PE – Projetos Estruturantes
PIB – Produto Interno Bruto
PIS/COFINS – Programas de Integração Social/ Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
PPPs – Parcerias Público-Privadas
PTAs – Preferential Trade Arrangements
SACU – Southern African Customs Union
SADC – Southern African Development Countries
SIDS – Small Islands Developing States
STP – São Tomé e Príncipe
SWZ – Suazilândia
SYC – Seicheles
TBI – Tratado Bilateral de Investimento
TCD – Chade
TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação
TZA – Tanzânia
UE – União Europeia
UNCTAD – United Nations Conference for Trade and Development
USAID – United States Agency for International Development
WTTC – World Travel & Tourism Council
ZAF – África do Sul
ZCL – Zona de Comércio Livre
ZMB – Zâmbia
ZWE – Zimbabué
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
7
Nota prévia
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
8
Nota prévia
O presente documento constitui resultado de um trabalho de pesquisa e análise que decorreu entre 1 de julho e 31 de Dezembro de 2013, ao abrigo de contrato celebrado entre a AIP – Associação Industrial Portuguesa (“AIP”) e a PricewaterhouseCoopers&Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. ( “PwC”).
Os elementos estatísticos, dados e informação constantes do presente documento e que serviram de base à análise e conclusões obtidas, têm por base informação pública disponível, como referenciado ao longo do documento, as quais foram alvo de apreciação quanto à sua materialidade e aplicabilidade à análise, tendo presente critérios de razoabilidade e aderência às realidades locais e regionais, e que sejam do nosso conhecimento. Foram integrados alguns dados e elementos adicionais que foram publicados após a fase de pesquisa e análise dada a sua relevância para o estudo.
Esta comunicação é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou situação particular, e não substitui aconselhamento profissional adequado ao caso concreto.
As conclusões obtidas e os cálculos efetuados estão dependentes da qualidade da informação obtida em todos os aspetos materialmente relevantes, sendo que a informação recolhida foi considerada como adequada, não tendo sido realizada qualquer forma de auditoria ou certificação, para além do referido, que não as de consistência com fontes concorrentes ou complementares, salvo indicação expressa em contrário.
Os valores e as conclusões apresentados só terão sustentabilidade caso se verifiquem os pressupostos considerados, não podendo este estudo ser entendido como uma garantia ou confirmação de que esses pressupostos se verificarão. Desta forma, as nossas conclusões devem ser analisadas em função das limitações referidas. A PwC e a AIP, não se responsabilizarão por qualquer dano ou prejuízo emergente de decisão tomada com base na informação aqui descrita.
Em nenhuma circunstância, assumiremos qualquer responsabilidade relativamente a terceiros que tenham
acesso ao presente documento.
Projeto Co-Financiado:
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
9
Sumário
Executivo
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
10
Sumário Executivo
A redefinição das centralidades de dinamismo económico, a par da relativa contração das economias desenvolvidas, confere uma nova relevância às economias emergentes.
Entre estas, os países da CPLP e a Região Administrativa Especial de Macau (RAE Macau) assumem um papel relevantíssimo, não só pelo seu potencial intrínseco, mas também por se encontrarem inseridas em comunidades económicas regionais em crescente integração económica. Constituem, assim, um incontornável desafio e uma oportunidade única para os empresários nacionais.
Com efeito, os países da CPLP e a RAE de Macau encontram-se integrados em sete espaços regionais económicos distribuídos por quatro continentes.
Estima-se que o espaço lusófono tenha cerca de 258 milhões de habitantes e as regiões económicas que integram cerca de 1.8 mil milhões de habitantes.
Os estados membros da CPLP e a RAE de Macau apresentam, no seu conjunto, potencialidades e características próprias que podem permitir aumentar as exportações das empresas portuguesas, potenciar novas parcerias para a sua internacionalização e atrair investimento direto estrangeiro.
CPLP
Características
% Comércio CPLP
(% Quota Mundial)
% - Valor
População CPLP 2012, % da população mundial 3,68%
CPLP - Total do comércio mundial
3,9% - US$ 706 mil milhões
PIB 2012, % do PIB mundial
3,67% Exportações totais CPLP 2,1% - US$ 379 mil milhões
Água disponível na CPLP 2012, % mundo 13,53% Importações totais CPLP 1,8% - US$ 327 mil milhões
Terra arável disponível na CPLP, % mundo
5,86%
Fonte: Banco Mundial, FAO e UNCTADstat
Acresce que muito embora os países da CPLP apresentem uma dinâmica de crescimento relevante, quando comparados com o resto do mundo, verificamos a existência de um gap. Ora, este gap deverá poder ser minimizado ou revertido, através do incremento da cooperação e da integração da CPLP, assente na proximidade cultural e na complementaridade de competências.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
11
O reforço da integração no espaço comum lusófono e o estabelecimento de players regionais e de redes de empresas oriundas desse espaço facilitarão o acesso a novos consumidores, com preferências tendencialmente convergentes, e a mercados com elevadíssimo potencial de desenvolvimento e forte necessidade de investimento.
Por outro lado, o desenvolvimento será exponenciado com o desenvolvimento dos grandes projetos de infraestruturas regionais, aumentando ainda o grau de integração de cada uma das comunidades económicas regionais.
Adicionalmente, grandes áreas dessas regiões não apresentam, ainda, um nível de concorrência particularmente elevado, podendo conferir uma vantagem relevante (first mover) aos investidores
que primeiro acedam ao mercado.
As comunidades económicas regionais a que pertencem os demais países da CPLP e a RAE de Macau, são constituídas por 53 países, aos quais acrescem ainda os EM da União Europeia e do Espaço Económico Europeu. Apesar de Timor-Leste ainda só ser membro observador da ASEAN já apresentou o pedido formal de adesão à ASEAN.
Comunidades económicas regionais*
ASEAN
Estados Membros: Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei Darussalam, Vietname, Laos, Myanmar e Camboja.
Membros observadores: Papua Nova Guiné e Timor-Leste.
SADC
Estados Membros: Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.
CEEAC
Estados Membros: Angola, Burundi, Camarões, República Centro - Africana, Chade, Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão
e São Tomé e Príncipe.
MERCOSUL
Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
CEDEAO
Estados Membros: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal,
Serra Leoa e Togo. * A RAE Macau apesar de não se encontrar numa comunidade económica regional foi analisada enquanto plataforma para a China e RAE Hong-Kong.
*RP China e RAE Macau
2.35% 2.60%
3.24% 3.40% 3.38% 3.54%
3.31%
4.04% 4.37% 4.46% 4.51% 4.49%
2%
3%
4%
5%
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Taxa de crescimento estimada
CPLP Mundo
Fonte: FMI e análise PwC
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
12
O presente guia procura, portanto, enfatizar como os países da CPLP e a RAE de Macau podem contribuir para as exportações portuguesas e o IDE nacional, enquanto plataformas de acesso àqueles mercados de integração regional. E, reciprocamente, enfatizar ainda como Portugal pode tornar-se uma plataforma de acesso do resto do mundo àqueles mercados e, simultaneamente, promover também as exportações e o IDE oriundos daquelas regiões, enquanto plataforma de acesso à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu.
Para o efeito procurou-se caracterizar, nas suas múltiplas dimensões, os mercados das comunidades económicas regionais, o país com maior representatividade económica na região e o país da CPLP. Foram analisados um conjunto muito alargado de variáveis económicas e oportunidades nestes mercados que resultam no presente guia de investimento não só para os mercados alvo, neste caso o Brasil, como também para as respetivas comunidades económicas regionais, neste caso o MERCOSUL.
Conhecer a estratégia regional comum e o nível de integração dos países permitirá antecipar as tendências de desenvolvimento da economia, o comportamento dos mercados e a sua futura evolução que será sempre reforçada pelo processo de integração destas regiões e consequente convergência económica.
Brasil
No presente estudo procurou-se analisar a atratividade do Brasil, considerando a sua integração no MERCOSUL, na perspetiva dos países da CPLP. Assim como antecipar as tendências económicas resultantes do potencial aumento das relações económicas entre os países desta comunidade económica regional.
A possibilidade da CPLP explorar as potencialidades do MERCOSUL deverá assentar no Brasil, maior economia da América do Sul e que apresenta características comuns aos demais países da CPLP, partilha de uma base legal comum, possui significativos laços culturais e uma estratégia de internacionalização da economia e de atração de IDE que poderá beneficiar com a ligação aos países lusófonos.
O Brasil apresenta significativas disparidades regionais, em parte reflexo da dimensão do território brasileiro.
As regiões mais ricas são o sudeste e o sul do país, respondendo por mais de 54% e 21% do PIB do país,
respetivamente, e podendo ser caracterizadas por economias industrializadas e modernas. São ainda as
regiões sudeste e sul que têm a maior percentagem (cerca de 56% do total) da população do país. Por outro
lado, o nordeste responde por cerca de 28% da população e apenas 11% do PIB.
Note-se que, como forma de diminuir as divergências geográficas, o Brasil criou a zona de livre comércio em
Manaus, Zona Franca de Manaus, no Estado do Amazonas na Região Norte do País.
Após taxas de crescimento muito promissoras durante a primeira década do século (registou taxas de
crescimento de 7,5% em 2010), no período entre 2010 e 2013, verificou-se uma contração no crescimento da
economia brasileira com as taxas a retrocederem para valores inferiores a 2%. É esperado que o Brasil
mantenha um razoável ritmo de crescimento no futuro, no entanto, abaixo do nível dos demais países que
compõe os BRIC (a Rússia, a Índia e a China). De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), as
previsões do crescimento do PIB do Brasil têm vindo a diminuir prevendo-se que só no final de 2014 possa
recuperar para voltar a atingir uma taxa de 4% ao ano até 2018.
Um dos maiores desafios que se coloca ao Brasil é a execução de uma reforma do Estado e do seu sistema
fiscal. Na totalidade, os impostos representam mais de 35% do PIB do país, o que impõe elevados custos às
empresas Acresce que o sistema tributário do país é um dos mais complexos do mundo e os impostos sobre
os salários podem ascender a 58% do salário nominal.
Os setores mais relevantes no país são a agricultura e a agroindústria, a extração mineira, indústria e o setor
dos serviços.
Agricultura e recursos naturais
A agricultura responde por pouco mais de 5% do PIB, a indústria por cerca de 26% e os serviços por perto de
69%. Os principais produtos agrícolas do país são: café, soja, trigo, arroz, milho, açúcar, cacau, citrinos e
carne de vaca. A nível industrial o país produz: roupa, sapatos, químicos, cimento, madeira, ferro, estanho,
aço, aviões, veículos a motor, entre outras máquinas e equipamentos.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
13
O Brasil é rico em recursos naturais e tem alguns dos maiores depósitos minerais do mundo, sendo o maior
produtor de estanho, quartzo (vidro) e um dos maiores produtos de ferro, magnésio e tântalo. A indústria
metalúrgica brasileira é uma das 9 maiores do mundo e muitos outros metais, minerais e pedras preciosas são
extraídos em larga escala do solo brasileiro.
Adicionalmente, os recursos minerais do país incluem petróleo e energia hidroelétrica (principal fonte de
energia do país). As recentes descobertas de petróleo no pré-sal brasileiro poderão fazer do Brasil um dos
maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo (segundo um estudo da universidade de Harvard, o
Brasil terá a 6ª maior capacidade de produção de petróleo do mundo). Nota-se que apesar de já ser altamente
explorada, os maiores potenciais para produção de energia hidroelétrica estão na bacia do rio Amazonas,
ainda por explorar.
O Brasil tem vindo a desenvolver iniciativas de sucesso no ramo das energias renováveis, nomeadamente, na
agroenergia. Consequentemente, o setor do etanol expandiu-se e focou-se na eficiência e produtividade,
sendo que o país é hoje líder mundial na produção de biocombustíveis.
As vastas áreas de terra arável e o clima perfeito para a agricultura desenvolveram muito o setor agropecuário
no Brasil, bem como toda a indústria relacionada. Acredita-se que o Brasil irá ser o maior exportador de aves
do mundo e um dos principais em termos de carne em geral, nomeadamente quando se verifica uma
expansão da procura mundial destes bens.
Acresce que o potencial piscatório brasileiro é gigantesco, com cerca de 7.367 km de costa, no entanto, este
potencial não está ainda a ser explorado em larga escala.
Indústria
As principais indústrias do país incluem a
indústria petroquímica, metalúrgica,
automóvel, mineradora, cimento, papel e
produtos relacionados, a agroindústria,
incluindo a transformação de alimentos.
É de referir a existência de restrições ao
investimento externo, em alguns destes
setores.
A base industrial do país é muito
diversificada, em parte resultante do nível
de protecionismo da economia, pelo que
as oportunidades para os agentes
económicos são variadas por setor e
localização.
Serviços
Os serviços compõem a maior parte da
economia brasileira e estão em franco
crescimento. As áreas de maior potencial
estão ligadas ao turismo e serviços de
informação. Os serviços comerciais são
relativamente sofisticados e o país conta
com uma forte presença de
multinacionais em áreas como o
marketing, serviços informáticos e
consultoria. Os grandes grupos industriais possuem, em regra, as suas próprias redes de distribuição e
transporte (fruto da dimensão do país e das ineficientes infraestruturas).
Do total dos produtos importados pelo Brasil aos parceiros
económicos, no total de US$ 223 mil milhões, identificamos
de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais
produtos que representam 56% das importações, no total de
cerca de US$ 125.7 mil milhões, e a negrito os produtos que
poderão representar oportunidades de exportação para as
empresas portuguesas:
Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;
Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos; Veículos automóveis
para transporte de pessoas; Fertilizantes; Equipamento de
telecomunicação; Peças e acessórios dos veículos; Válvulas e
tubos catódicos; Gás natural; Compostos organo-inorgânicos;
Produtos medicinais e farmacêuticos; Medicamentos
(incluindo medicamentos veterinários); Veículos a motor
para transporte de mercadorias; Peças, acessórios para
máquinas; Máquinas e aparelhos elétricos; Aparelhos de
medição, análise e controle de aparelhos; Motores de pistão
de combustão interna, peças; Carvão; Aparelho para
circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Aeronaves e outros
equipamentos; Outras máquinas e aparelhos para as
indústrias particulares; Cobre; Máquinas de processamento
de dados; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a
retalho; Máquinas para a construção civil; Motores e
componentes; Bombas, compressores a gás e ventiladores.
Fonte: UNCTADStat, dados de 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
14
Apesar de existirem algumas restrições protecionistas, os investidores estrangeiros estão autorizados a atuar
nos serviços de telecomunicações, financeiros e na banca.
Importações do Brasil e oportunidades para as empresas Portuguesas
Do total dos produtos importados pelo Brasil aos seus parceiros comerciais destacam-se matérias-primas, no
montante de US$ 40 mil milhões, os veículos automóveis, camiões, máquinas para a construção civil, aviões,
no montante de US$ 18 mil milhões, peças e componentes para a indústria no montante de US$ 36.5 mil
milhões, medicamentos, no montante de US$ 7.6 mil milhões e fertilizantes, no montante de US$ 10.8 mil
milhões, computadores, no montante de US$ 2.2 mil milhões.
Na União Europeia o principal parceiro económico do Brasil é a Alemanha que, além de maquinaria e
equipamentos de transporte, fornece produtos químicos.
Entre 2009 e 2012, as importações do Brasil a Portugal aumentaram cerca de 57%.
As importações do Brasil a Portugal refletem a influência portuguesa na cultura e no consumo interno. Assim,
os dois maiores produtos importados a Portugal são o Azeite, com cerca de US$ 193 milhões (na qual
Portugal tem uma quota de mercado de
cerca de 50%) e o Bacalhau com cerca
de 50 milhões.
Em termos de crescimento dos produtos
exportados para o Brasil, de salientar o
crescimento das exportações de frutos
secos, que em 2009 eram de cerca US$
22 milhões e em 2012 atingiram os US$
47 milhões.
Quanto à competitividade do setor
agroindustrial português no Brasil é
destacar, não só as exportações do
azeite mas também da fruta,
nomeadamente de pera.
Além do setor agroindustrial, há uma
procura crescente relacionada com a
indústria farmacêutica e química e no
turismo. Relembramos igualmente o
elevado esforço do Estado em
investimentos em infraestruturas, que
constam do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC 2 e PAC 3), poderão
trazer novas oportunidades para o setor
dos serviços e para um aumento da
procura de materiais relacionais com a construção civil e o imobiliário.
O Brasil tem mantido a sua atratividade na captação de IDE bastante elevada e continuamente crescente.
Apesar da sua incrível capacidade para atração de IDE, o Brasil não se posiciona ainda como um dos grandes
investidores externos. Condicionado também pelos fracos desenvolvimentos da economia internacional, o país
tem vindo a diminuir o seu investimento em outros países consecutivamente ao longo dos últimos anos.
Desta forma, o saldo do IDE é bastante positivo para o país, não obstante a necessidade do Brasil passar a
posicionar-se como um player internacional estar diretamente ligada com a sua capacidade de investimento
em outros países.
Do total dos produtos importados pelo Brasil a Portugal, no
total de US$ 998 milhões, identificamos de seguida, por
ordem decrescente, os 25 principais produtos que
representam 78% das importações, no total de cerca de US$
783 milhões:
Gorduras vegetais e óleos, óleo bruto, refinado, do fracionamento (azeite); Peixe seco, salgados ou em salmoura; peixe fumado (bacalhau); Frutas e frutos secos (nozes), frescas ou secas; Peixe fresco ou congelado; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Gás natural; Bebidas alcoólicas; Equipamentos de aquecimento e refrigeração de equipamentos; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Partes não elétricas e acessórios para máquinas; Materiais para construção (cimento); Minérios e concentrados de cobre; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Válvulas e tubos catódicos; Equipamento de telecomunicação e peças; Geradores; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos residuais de petróleo; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Peças e acessórios dos veículos; Fios de ferro ou aço; Minerais; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Fertilizantes; Aparelhos recetores de radiodifusão.
Fonte: UNCTADStat, dados de 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
15
Brasil e o MERCOSUL
Os países-membros do MERCOSUL apresentam relevantes assimetrias estruturais e consequente
disparidade na dimensão e dinâmica das economias. De acordo com dados do Banco Mundial, Paraguai e
Uruguai, juntos, representavam em 2012 apenas de 3% da população e do Produto Interno Bruto (PIB) do
Mercosul.
No que se refere ao índice de liberdade económica, é de notar que a pontuação geral para a região
MERCOSUL em 2013 foi de 57,7%, ligeiramente abaixo da média mundial nesse mesmo ano, de 59,6%.
Economicamente, a região é dominada pelo Brasil – que representa cerca de 71% do PIB da região, seguido
da Argentina e da Venezuela, que representam cerca de 15% e 12%, respetivamente.
O nível de complementaridade entre os EM do MERCOSUL é reduzido, a intensificação das trocas comerciais
é um dos seus objetivos, pelo que se torna necessário o incremento da especialização em cada EM e
consequentemente o desenvolvimento de cadeias de valor regionais. Atendendo que o Brasil já apresenta um
nível industrialização e de especialização relevante, este país deverá assumir uma relevância crescente na
comunidade económica regional.
De facto apenas 15,0% das exportações dos países são intra-MERCOSUL. O Brasil tem um peso substancial nas trocas intra-MERCOSUL (37,4%), exportando uma grande diversidade de produtos na região: maquinaria e equipamentos (43,9%), bens manufaturados (17,3%), químicos (13,0%) e alimentos e animais vivos (9,9%).
No entanto dada a sua localização
geográfica, e assumindo-se a diminuição
dos custos de contexto e as suas próprias
necessidades internas, poderá a médio
prazo desempenhar um papel de “porta de
entrada” para a região, por parte dos
países da CPLP e não só.
No entanto, este papel depende em muito
da intensidade política do esforço de
integração dos diferentes países do
MERCOSUL.
No comércio extrarregional, os principais
mercados de exportações são países com
elevada produção industrial, como os EUA,
a China, Alemanha, Japão, França, Reino
Unido e RAE de Hong Kong, com cerca de
42,6% do total das exportações.
O mercado do MERCOSUL tem 280
milhões de consumidores, embora com
características distintas, nomeadamente
em termos de preferências de consumo.
Os principais produtos que a região
importa têm origem em países
industrializados, sendo de destacar o peso
relativo dos EUA, China, Alemanha e
México.
Do total dos produtos importados pela MERCOSUL no montante
de US$ 383.5 mil milhões identificamos de seguida, por ordem
decrescente, os 50 principais produtos que representam 67% das
importações, no montante de cerca US$ 257.6 mil milhões, e a
negrito os produtos que poderão representar oportunidades de
exportação para as empresas portuguesas:
Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;
Veículos automóveis para transporte de pessoas; Óleos brutos de
petróleo e óleos de xisto; Equipamento de telecomunicação; Peças e
acessórios dos veículos; Fertilizantes; Gás natural; Medicamentos
(incluindo medicamentos veterinários); Produtos medicinais e
farmacêuticos; Veículos a motor para transporte de mercadorias;
Compostos organo-inorgânicos, nucl. Ácidos; Válvulas e tubos
catódicos; Máquinas e aparelhos elétricos; Motores de pistão de
combustão interna; Aparelhos de medição, análise e controle de
aparelhos; Máquinas de processamento de dados; Aparelho para
circuitos elétricos; tabuleiro, painéis; Outras máquinas e
aparelhos para as indústrias particulares; Peças, acessórios para
máquinas; Aeronaves e outros equipamentos; Equipamentos de
aquecimento e refrigeração; Máquinas para a construção civil;
Bombas, compressores a gás e ventiladores; Geradores; Inseticidas
e produtos semelhantes, para venda a retalho; Motores e motores,
não elétricos; partes; Carvão, mesmo em pó; Ferramentas
mecânicas, outras; Cobre; Papel e cartão; Outras matérias
plásticas em formas primárias; Pneus de borracha e câmaras-de-
ar; Produtos diversos das indústrias químicas; Metais comuns;
Tubos e perfis oco de ferro, aço; Ácidos carboxílicos, anidridos,
halogenetos; Artigos de plástico; Trigo e centeio em grão; Máquinas,
Ferramentas e aparelhos; Instrumentos e dispositivos médicos;
Transmissão, eixos; Máquinas agrícolas e peças; Compostos de
função amina; Perfumaria e cosméticos; Fios têxteis; Chapas, filmes,
papel alumínio e lâminas de plástico; Aparelhos para canalizações,
caldeiras, reservatórios, cubas; Carrinhos de bebé, brinquedos, jogos e
artigos de desporto; Elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais
de halogéneo; Polímeros de etileno, em formas primárias.
Fonte: UNCTADStat, dados de 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
16
No Top dos produtos mais importados pelo MERCOSUL são de destacar a maquinaria e equipamentos de
transporte e químicos e produtos relacionados, em termos de produtos correspondem a petróleo, veículos,
peças para veículos, telemóveis e equipamentos de telecomunicação, fertilizantes e materiais de produtos
farmacêuticos.
As importações do MERCOSUL a Portugal
representam cerca de US$ 1.3 mil milhões,
encontrando-se concentradas no Brasil
(cerca de US$ 1 mil milhões).
Dos produtos importados pelo MERCOSUL
a Portugal destacam-se o azeite, com cerca
de US$ 200 milhões, e o bacalhau, no
montante de US$ 50 milhões.
Nesta medida, dado o grau de comércio e de
alguma dependência regional pelo Brasil dos
demais países, enquanto motor económico
da região, o Brasil poderá ser utilizado como
plataforma de entrada para estes países.
A título exemplificativo, apesar da reduzida
exportação de óleos vegetais de Portugal
para a Venezuela este país tem um elevado
volume de importações deste produto que
poderá constituir uma oportunidade para as
empresas portuguesas.
A Espanha, a Itália e a Noruega, surgem
como concorrentes de muitos produtos que
formam a base das exportações
portuguesas. Com economias desenvolvidas como concorrentes a manutenção e aumento das quotas de
exportações serão suportadas pela capacidade de diferenciação dos produtos em termos de qualidade e pelo
apoio que possam obter para a sua divulgação.
Desde 2009 o MERCOSUL tem vindo a registar uma tendência de crescimento na captação de IDE.
Os fluxos de IDE têm-se apresentado heterogéneos entre os países da comunidade. O Brasil é o país mais atrativo ao investidor estrangeiro, responsável por 76,7% do total do investimento captado na região, seguindo-se a Argentina, representando 14,7%, em 2012.
O MERCOSUL encontra-se num estado ainda preliminar de integração, verificando-se divergências políticas
que necessitam de ser solucionadas. As oportunidades geradas pelo desenvolvimento do MERCOSUL
deverão ser exploradas pela CPLP. Nas trocas comerciais entre o MERCOSUL e a CPLP, apenas Portugal e o
Brasil apresentam montantes exportados relevantes.
Conclusão
O Brasil apresenta um conjunto alargado de fatores para poder ser uma porta de entrada para a comunidade
económica regional (que tem vindo a procurar facilitar as trocas comerciais entre os países e aspira a uma
maior integração embora com divergências políticas).
Dada a dimensão do Brasil é necessário identificar as oportunidades por regiões e depois por estados
(atendendo à sua dinâmica, nível de infraestruturas, estrutura das indústrias, aspetos legais e fiscais,
preferência dos consumidores e localização face a outras economias). A concentração do PIB e do consumo
interno na região do Sudeste é reveladora da importância dos seus setores como o do petróleo, indústria e
turismo.
Do total dos produtos importados pelo MERCOSUL a
Portugal, no total de US$ 1.358 milhões, identificamos de
seguida, por ordem decrescente, os 25 principais
produtos que representam 71% das importações, no total
de cerca de US$ 971 milhões:
Gorduras vegetais e óleo refinado; Peixe seco, salgados ou em salmoura, peixe fumado; Peixe fresco ou congelado; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Frutas e frutos secos (nozes), frescas ou secas; Materiais de construção (cimento);Máquinas de processamento de dados; Gás natural; Bebidas alcoólicas; Partes não elétricas e acessórios de máquinas; Máquinas de energia elétrica; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Cortiça; Minérios e concentrados de cobre; Hidrocarbonetos e halogenados; Equipamento de telecomunicação; Válvulas e tubos catódicos; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Geradores; Peças e acessórios dos veículos; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos residuais de petróleo.
Fonte: UNCTADStat, dados 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
17
A confirmação de reservas de petróleo significativas e a sua efetiva extração gerará um acréscimo de
rendimento na economia e consequentemente da procura. Simultaneamente, com o fim do PAC 2 e anúncio
do PAC 3, é expectável um reforço na construção de infraestruturas que facilitarão o comércio no Brasil e na
região.
A abordagem a este mercado pode-se sintetizar no seguinte quadro:
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
18
Forças Fraquezas
Forte em alguns setores económicos entre Portugal e o Brasil (cimento e telecomunicações)
Forte ligação cultural
O Brasil é o principal território de oportunidades de investimento na América Latina e de atração de IDE
Abundantes matérias-primas e recursos naturais
Forte setor petrolífero com reservas ainda por explorar e perspetivas de concessão de exploração de novos blocos
Crescimento exponencial do setor agrícola e da agroindústria
Grande mercado consumidor em potencial com uma classe média crescente e próspera
Concentração das importações em duas regiões, Região do Sudeste e do Sul
Investimento em empresas locais com base de exportação são geralmente favorecidas
Os investidores estrangeiros são elegíveis para a maioria dos incentivos disponíveis
Forte apoio ao investimento interno financiável através do BNDES
Desempenho robusto de IPOs e os mercados de fusões e aquisições (M&A) nos últimos anos
Desaceleração económica
Política protecionista
Elevados níveis de tributação fiscal
Elevadas taxas aplicáveis à importação de produtos
Complexidade administrativa no investimento
Infraestruturas rodoviárias e ferroviárias do país
Elevados custos de contexto e investimento nos centros urbanos mais relevantes. São Paulo é considerada uma das cidades mais caras do mundo.
A integração regional dos países do MERCOSUL ainda se encontra numa fase preliminar
O Acordo de Promoção e Proteção Reciproca de Investimentos entre Portugal e o Brasil ainda não se encontrar em vigor
Oportunidades Ameaças
Considerável mão-de-obra e crescente capacidade técnica mas ainda abaixo das necessidades do país em setores relacionados com a construção civil
As exportações portuguesas estão concentradas em alguns produtos específicos associados a fatores culturais com forte potencial de crescimento
As exportações de Portugal para o MERCOSUL, excluindo o Brasil, são residuais e apresentam capacidade de crescimento
O Governo aposta em setores estratégicos (turismo, setor hidroelétrico) para potenciar transformações socioeconómicas relevantes
Desenvolvimento de infraestruturas (habitação, educação, saúde, saneamento, transportes - porto e aeroporto) em que as empresas portuguesas têm know how e experiência
Necessidade das empresas brasileiras de ganharem dimensão internacional podendo Portugal servir de hub para a Europa
Aposta do Governo na substituição dos produtos importados por produção interna
Utilização do Brasil como base de produção para as exportações, na região beneficiando dos acordos do Mercosul e oportunidades associadas
Crescimento económico lento, abaixo da média mundial, e contração do consumo interno
Abrandamento do investimento nos BRICs
Retorno financeiro nos investimentos realizados nas infraestruturas
Risco cambial
Necessidade de obtenção de receita do Estado por via dos impostos
Reconhecimento das habilitações
Política de vistos e de residência
Forte concorrência local e internacional
S W
O T
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
19
1. MERCOSUL
Enquadramento regional, político e
económico
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
20
1.MERCOSUL. Enquadramento regional, político e
económico
1.1. Caracterização da comunidade
1.1.1. Principais objetivos e aspirações do MERCOSUL
A 26 de março de 1991 foi assinado o Tratado de Assunção, com o objetivo de criar o Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL). O objetivo primordial deste tratado é a integração dos EM por meio da livre circulação de bens,
serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma
política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconómicas e setoriais, e da harmonização de
legislações nas áreas pertinentes. O bloco caracteriza-se pelo regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo
não só o aumento do comércio interregional, mas também o estímulo às trocas com países terceiros.
Em 2000, as partes encetaram negociações com vista a concluírem um Acordo de Associação assente em
três pilares: diálogo político, cooperação e comércio. As negociações foram suspensas em 2004 devido a
divergências fundamentais relativas ao comércio. No entanto, as relações políticas progrediram,
nomeadamente com a assinatura em 2008, durante a Cimeira UE-MERCOSUL de Lima, de um acordo para
alargar as relações a três novas áreas: ciência e tecnologia, infraestruturas e energias renováveis.
Figura 1 - Principais etapas históricas na criação do MERCOSUL
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
21
O aperfeiçoamento da união aduaneira é um dos objetivos basilares do MERCOSUL. Depois de terem estado
suspensas durante seis anos, as negociações para a conformação do Código Aduaneiro do MERCOSUL e o
Programa de Consolidação da União Aduaneira foram relançadas em maio de 2010, por ocasião da Cimeira
UE-ALC de Madrid.
1.1.2. Os Estados Membros do MERCOSUL
O MERCOSUL é constituído pela República
Argentina, a República Federativa do Brasil, a
República do Paraguai, a República Oriental do
Uruguai e a República Bolivariana da Venezuela.
O Estado Plurinacional da Bolívia encontra-se em
processo de adesão.
A região tem como Estados Associados o Chile, a
Colômbia, o Perú, o Equador, a Guiana e o
Suriname (em processo de ratificação).
O MERCOSUL é o quarto maior agrupamento
económico do mundo, com um PIB de
aproximadamente 3.184.515 milhares de dólares
e uma população de aproximadamente 280
milhões de habitantes em 2012.
1.1.3. Mecanismos de integração e prioridades de desenvolvimento do MERCOSUL
No final de 2004, os países-membros do bloco decidiram criar o Fundo para a Convergência Estrutural do
MERCOSUL (FOCEM), destinado a financiar programas que pudessem contribuir para a redução das
assimetrias, o fortalecimento do processo de integração, o desenvolvimento da competitividade e a promoção
da coesão social, em benefício, principalmente, "das economias menores e das regiões menos
desenvolvidas".
De acordo com o Art.31º do Regulamento do FOCEM (Decisão CMC/DEC 24/05), o FOCEM desenvolverá os
seguintes programas:
- Programa I (Convergência Estrutural);
- Programa II (Desenvolvimento da Competitividade);
- Programa III (Coesão Social);
- Programa IV (Fortalecimento da Estrutura Institucional e do Processo de Integração).
O primeiro regulamento do FOCEM foi aprovado em 2005, mas em 2010 foi aprovado um novo regulamento
que incorporou modificações em função da experiência adquirida no período anterior, assim como outras
disposições destinadas a reformular a sua estrutura organizacional. Assim, por exemplo, explicitou-se a
possibilidade do Fundo receber contribuições voluntárias dos Estados Partes, criou-se um Conselho de
Figura 2 - Países que integram o MERCOSUL
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
22
Administração - responsável pela avaliação do funcionamento e orientação de suas prioridades - e foi criada
ainda a figura do Coordenador Executivo do FOCEM, responsável pela administração dos recursos.
Desde a sua entrada em funcionamento, em 2007, o FOCEM aprovou um total de 40 projetos em áreas tão
diversas como habitação, transportes, energia, incentivos à microempresa, integração produtiva,
biossegurança, capacitação tecnológica, saneamento, educação e fortalecimento institucional do MERCOSUL.
Este Fundo tem a tarefa de corrigir assimetrias económicas regionais e apresenta características distintas uma
vez que: i) o seu financiamento é obtido através dos Estados Parte que contribuem de forma proporcional ao
PIB de cada país, ii) os investimentos são realizados nos Estados Parte em preferência inversamente
proporcional ao PIB de cada país, beneficiando os países menos desenvolvidos.
Os investimentos têm em consideração a necessidade da integração das economias da região explorando a
sua complementaridade através de programas como, o programa de convergência estrutural, mas, mais do
que isso, aparece pela primeira vez na formulação de políticas para o bloco a preocupação de se financiar
projetos de coesão social, principalmente nas populações em regiões fronteiriças.
Esta preocupação em financiar projetos relacionados com a coesão social estimula a confiança das
populações nas suas instituições políticas nacionais e o seu reconhecimento qualitativo das vantagens desta
associação.1
Programa de Convergência Estrutural
Os projetos apresentados no âmbito desse programa deverão contribuir para o desenvolvimento e ajuste
estrutural das economias menores e regiões menos desenvolvidas, incluindo a melhoria dos sistemas de
integração fronteiriça e dos sistemas de comunicação em geral.
Componentes do programa:
1. Construção, adequação, modernização e recuperação de vias de transporte; de sistemas logísticos e
de controlo fronteiriço que otimizem o escoamento da produção e promovam a integração física entre
os Estados Parte e entre as suas sub-regiões;
2. Exploração, transporte e distribuição de combustíveis fósseis e biocombustíveis;
3. Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica;
4. Implantação de obras de infraestrutura hídrica para contenção e adução de água bruta, de
saneamento ambiental e de macrodrenagem.
Programa de Desenvolvimento da Competitividade
Os projetos apresentados no âmbito deste programa deverão contribuir para a competitividade das atividades
produtivas do MERCOSUL, incluindo:
a) Processos de reorganização produtiva e trabalhista que facilitem a criação de comércio intra-
MERCOSUL;
b) Projetos de integração de cadeias produtivas e de fortalecimento institucional público e privado nos
aspetos vinculados à qualidade da produção (padrões técnicos, certificação, avaliação da
conformidade, sanidade animal e vegetal, etc.);
c) Pesquisa científica e tecnológica e desenvolvimento de novos produtos e processos produtivos.
Componentes do programa:
1. Geração e difusão de conhecimentos tecnológicos voltados para setores produtivos dinâmicos;
2. Metrologia e certificação da qualidade de produtos e processos;
3. Rastreamento e controle de sanidade de animais e vegetais. Garantia da segurança e da qualidade
dos seus produtos e subprodutos de valor económico;
4. Desenvolvimento de cadeias produtivas em setores económicos dinâmicos e diferenciados;
1 http://www.aucip.org.uy/docs/cuarto_congreso/12142413%20-%20Pinto,%20Rafael.pdf
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
23
5. Promoção de dinamismo em setores empresariais, formação de consórcios e grupos produtores e
exportadores;
6. Desenvolvimento de competências associadas à execução, à gestão e à melhoria de processos de
manufatura, de serviços e de negócios;
7. Reconversão, crescimento e associatividade das pequenas e médias empresas, dos seus vínculos
com os mercados regionais e promoção da criação e do desenvolvimento de novos empreendimentos;
8. Capacitação profissional e em autogestão, organização produtiva para o cooperativismo e o
associativismo e incubação de empresas;
9. Promoção e diversificação dos sistemas nacionais de inovação científica e tecnológica.
Programa de Coesão Social
Os projetos apresentados no âmbito desse programa deverão contribuir para o desenvolvimento social, em
particular nas zonas de fronteira, e poderão incluir projetos de interesse comunitário em áreas de saúde
humana, educação, redução da pobreza e do desemprego.
Componentes do programa:
1. Implantação de unidades de serviço e atendimento básico em saúde, com vistas a aumentar a expectativa
de vida e, em particular, diminuir as taxas de mortalidade infantil; melhorar a capacidade hospitalar em
zonas isoladas e erradicar enfermidades epidemiológicas e endémicas provocadas pela precariedade das
condições de vida;
2. Ensino fundamental, educação de jovens e adultos e ensino profissionalizante, com vista a diminuir as
taxas de analfabetismo e de evasão escolar, aumentar a cobertura do sistema educativo formal na
população, promover a educação destinada a proteger as necessidades específicas de especialização e
diminuir as disparidades no acesso à educação;
3. Capacitação e certificação profissional de trabalhadores, concessão de microcrédito, fomento do primeiro
emprego e de rendimento em atividades de economia solidária, orientação profissional e intermediação de
mão-de-obra, com vista à diminuição das taxas de desemprego e subemprego; diminuição da disparidade
regional incentivando a criação de emprego nas regiões de menor desenvolvimento relativo e melhoria da
situação dos jovens no mercado de trabalho;
4. Combate à pobreza: identificação e localização das zonas mais afetadas pela pobreza e pela exclusão
social; ajuda comunitária; promoção do acesso a moradia, saúde, alimentação e educação de setores
vulneráveis das regiões mais pobres e das regiões fronteiriças.
Programa de Fortalecimento de Estrutura Institucional e do Processo de Integração
Os projetos apresentados no âmbito deste programa deverão atender ao aprimoramento da estrutura
institucional do MERCOSUL e ao seu eventual desenvolvimento, bem como ao aprofundamento do processo
de integração. Uma vez cumpridos os objetivos dos projetos, as estruturas e atividades que possam resultar
serão financiadas em partes iguais pelos Estados Parte.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
24
1.2. O MERCOSUL enquanto comunidade económica
Tabela 1 - Caracterização dos países membros do MERCOSUL
País
Extensão
Territorial
(milhares de
km2)
População3
População
(% s/ total
região)
PIB2
(milhões
de USD)
PIB
per
capita3
Nível de
IDH3
Índice de
Liberdade
Económica4
(ranking 2013)
Argentina 3.761.274 41.086.927 15% 474.865 11.558 Muito
Elevado 160
Brasil 8.514.880 198.656.019 71% 2.252.664 11.340 Elevado 100
Paraguai 406.750 6.687.361 2% 25.502 3.813 Médio 80
Uruguai 176.220 3.395.253 1% 49.060 14.449 Elevado 36
Venezuela 912.050 29.954.782 11% 382.424 12.767 Elevado 174
Região 13.771.174 279.780.342 100% 3.184.515 11.558
Os países-membros do MERCOSUL apresentam profundas e crescentes assimetrias estruturais, que apontam
para uma disparidade entre tamanho e riqueza. De acordo com dados do Banco Mundial, Paraguai e Uruguai,
juntos, representavam em 2012 apenas de 3% da população e do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco.
No que se refere ao índice de liberdade económica, é de notar que a pontuação geral para a região
MERCOSUL em 2013 foi de 57,7%, ligeiramente abaixo da média mundial nesse mesmo ano, de 59,6%.
No entanto, verificam-se evidentes diferenças entre os 5 países da comunidade. Uruguai, país com maior
pontuação neste índice (69,7%) é, coincidentemente, também o país da região com maior PIB per capita (USD
14.449). Por outro lado, Argentina e Venezuela encontram-se no fim da tabela situando-se em 160º e 174º
lugar do ranking, respetivamente, mais de 100 posições abaixo do Uruguai.
2 World Bank 2012
3 PNUD 2012
4 www.heritage.org
ENAEX – Uma Logística Integrada e Competitiva
O 32º Encontro Nacional dos Exportadores (ENAEX), realizado no Rio de Janeiro, centrou-se nas questões
estruturais dos elevados custos do Brasil.
Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da FIESP, procurou mostrar neste encontro
os desafios de ordem interna e externa que o comércio exterior brasileiro tem de enfrentar. Propõe que:
- “Seja definida uma nova estratégia de negociação comercial externa que inclua o aprofundamento dos
acordos regionais no âmbito da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) e acordos com os
países desenvolvidos, que possam trazer inovações tecnológicas e integrar as empresas brasileiras nas
cadeias produtivas, como o acordo com a UE (se necessário, desvinculado dos parceiros do MERCOSUL);
- Haja uma modificação na estrutura decisória do comércio exterior para elevar o nível burocrático do seu
tratamento com a criação da função de presidente da Camara de Comércio Exterior (CAMEX), subordinado
diretamente ao presidente da República”.
13 setembro de 2013, Estado de São Paulo
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
25
Em 2012, o PIB da região ascendia no seu conjunto a USD
3.184.515 milhões, com uma contribuição de mais de 65% dada
pelo setor dos serviços.
Uruguai e Paraguai são economias fortemente dependentes do
comércio externo, com os produtos agrícolas a dominar as suas
exportações.
Já a Venezuela e a Argentina são ambos países ricos em recursos
naturais, tendo o primeiro uma das maiores reservas de petróleo da
América Latina e do Caribe.
O Brasil tem uma economia livre e exportadora, onde se destaca a
agroindústria (toda a relação comercial e industrial que envolve
a cadeia produtiva agrícola ou pecuária), considerada a principal
fonte de recursos para o desenvolvimento da economia brasileira. É
um país com extensas reservas de recursos naturais, com
destaque para o ferro e o manganês.
Nos últimos 5 anos (2008-2012) as economias do MERCOSUL cresceram, em média, 4%, tendo superado as
previsões mais otimistas. O país que mais cresceu foi o Uruguai, com uma taxa de crescimento média próxima
dos 6%. No entanto, é um país economicamente pobre e que muito pouco contribuiu para o crescimento da
região.
Fonte: Banco Mundial
Economicamente, a região é dominada pelo Brasil – que representa cerca de 71% do PIB da região, seguido
da Argentina e da Venezuela, que representam cerca de 15% e 12%, respetivamente. O Uruguai e o Paraguai,
juntos, representam pouco mais de 2% do PIB do MERCOSUL.
Gráfico 2 – Crescimento médio anual dos países do MERCOSUL 2008-2012
5.45%
3.16% 3.55%
5.74%
2.01%
0.0%
1.0%
2.0%
3.0%
4.0%
5.0%
6.0%
7.0%
-
500,000
1,000,000
1,500,000
2,000,000
2,500,000
Argentina Brasil Paraguai Uruguai Venezuela
Cre
sc
ime
nto
do
PIB
(%
)
PIB
(m
ilh
õe
s U
SD
)
PIB (2008) PIB (2012) Crescimento médio do PIB (08-12)
Gráfico 1 – PIB por setor - MERCOSUL
8.4
26.2
65.4
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0%
50.0%
60.0%
70.0%
80.0%
90.0%
100.0%
Serviços
Indústria
Agricultura
Fonte: UNCSTAD
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
26
Brasil
2,252,664
Nos últimos 5 anos, podemos verificar que a contribuição de cada país para o PIB da região se tem mantido
relativamente constante, tendo apenas a Venezuela vindo a perder peso na região (-1,5%), fundamentalmente
para a Argentina e Brasil.
No entanto, a Venezuela vem dando sinais de inversão desta tendência. Em 2012, foi o único país da região
em que se denotou um retomar do crescimento económico, crescendo acima da média que vinha
apresentando nos últimos anos. O verdadeiro motor da região, o Brasil, viu o seu crescimento abrandar em
2012, face à média dos últimos 5 anos, mantendo-se entre os 3% e 4%. A Argentina e o Uruguai, apesar de
terem abrandado o crescimento no ano de 2012, mantiveram taxas de crescimento elevadas, muito próximas
dos 6%.
Gráfico 4 - Evolução das economias da região 2008-20125
5 Fonte: World Bank
Argentina 470,533
Paraguai 25,502
Uruguai 49,060
Venezuela 381,286
(2%)
(1%)
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
(2%) (1%) 0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7%
Cre
scim
en
to d
o P
IB e
m 2
01
2
Crescimento médio do PIB em 2008-2012
Gráfico 3 – Contribuição de cada EM para o PIB do MERCOSUL 2008-2012
70.7%
14.0%
13.5% 1.0% 0.8%
2008
Brasil
Argentina
Venezuela
Uruguai
Paraguai
70.9%
14.8%
12.0% 1.5% 0.8%
2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
27
No que respeita ao índice de competitividade, a região apresenta índices reduzidos, com perspetiva de
crescimento.
O país da região que mais evoluiu em termos de competitividade global foi a Venezuela, cujo ranking do
Global Competitiveness Index do World Economic Forum aumentou em mais de 30 posições nos últimos 5
anos. No entanto, foi também o país da região que apresentou menor taxa de crescimento do PIB, o que
poderá sugerir que, apesar das reformas, existe ainda alguma desconfiança na estabilidade política do país.
O Uruguai e a Argentina também evoluíram significativamente neste ranking, aumentando cerca de 10 e 15
lugares, respetivamente. Esta evolução foi acompanhada por taxas de crescimento do PIB próximas dos 6%,
em ambos os casos. Já o Brasil e o Paraguai viram as suas posições neste ranking cair entre 5 a 10 posições.
Gráfico 5 - Relacionamento do crescimento do PIB e variação no ICG - Global Competitiveness Index 2008-
2013
Figura 1 - Índice de competitividade global 2013 (Global Competitiveness Report 2013/2014)
Brasil 3.16%
Argentina 5.45%
Paraguai 3.55%
Venezuela 2.01%
Uruguai 5.74%
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
(10) (5) - 5 10 15 20 25 30 35
Taxa
de
cre
scim
en
to m
éd
io a
nu
al d
o P
IB 2
00
8-2
01
2
Alteração ao ranking ICG 2008/2013-2014
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
28
Para 2013, a grande maioria dos EM da região apresenta perspetivas de crescimento entre 2 a 4%, com
exceção da Venezuela – que deverá registar um abrandamento e um crescimento inferior a 1%, e o Paraguai,
que deverá crescer mais de 6% em 2013.
Figura 2 - Estimativas de crescimento do PIB em 2013 na América Latina
˂ 0
0 – 1
1 – 2
2 – 4
4 – 6
˂ 6
Inform indis.
Fonte: UNCTADSTAT; FMI Cálculos PwC
2,057 2,165
2,285 2,407
2,536
263 278 294 311 324 456
488 521 555 592
2,833 2,903
2,990 3,084
3,184
264 280 298 317 332 -
500,000
1,000,000
1,500,000
2,000,000
2,500,000
3,000,000
3,500,000
2013 2014 2015 2016 2017
PIB
em
milh
õe
s U
S$
ASEAN CEEAC CEDEAO Mercosul SADC
Gráfico 6 - Estimativa de crescimento do PIB dos mercados económicos regionais 2014-2017
Está previsto um
aumento de USD 351 mil
milhões no PIB anual do
MERCOSUL entre 2013 e
2017
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
29
1.3. Estrutura produtiva do MERCOSUL
1.3.1. Brasil6. A maior economia da América Latina
O Brasil é a maior economia da América Latina e a sétima maior economia do mundo, de acordo com o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
A agroindústria7 foi, em anos recentes, e deverá
continuar a ser nos próximos, a principal fonte de
recursos para o desenvolvimento da economia
brasileira. Graças a investimentos tecnológicos que
asseguraram o aumento da produtividade dos
terrenos sem necessidade da sua expansão, o setor
tornou-se extremamente competitivo em termos
globais e o país assumiu importante posição no
mercado agrícola mundial.
A área ocupada pela agricultura representa apenas
8% do território. Mais de 1/3 dessas terras agrícolas é
destinado à cultura de soja. Milho, cana e florestas
plantadas são os três outros principais cultivos da
agricultura brasileira.
A construção é um dos setores que apresenta um ritmo intenso de atividade na economia brasileira, reflexo da adoção e ampliação de um conjunto de medidas por parte do Governo, de um ambiente favorável para a procura, bem como dos investimentos necessários para a realização dos dois grandes eventos desportivos que o país acolhe em 2014 (Mundial de Futebol de 2014) e 2016 (Jogos Olímpicos de 2016). Nas últimas décadas, o Brasil expandiu e diversificou o seu setor industrial, com relevância para a indústria automóvel, a indústria aeronáutica e a indústria aeroespacial. O país é também considerado um dos maiores produtores e exportadores de minerais e possui enormes depósitos que incluem minério de ferro, bauxite, manganês, cobre, estanho e ouro, disfrutando também das maiores reservas mundiais de urânio e nióbio. Entre 2002 e 2011, a produção brasileira de petróleo cresceu 45%, tendo atingido em 2011 o valor mais elevado de sempre.
O setor do turismo encontra-se em fase de grande desenvolvimento estrutural, com crescimento da hotelaria e melhoria das infraestruturas, serviços básicos e gestão ambiental, perspetivando-se elevado ritmo de crescimento. O Plano Nacional de Turismo, cujo principal objetivo é a inclusão social, pretende colocar o Brasil entre os primeiros vinte destinos turísticos mundiais até 2020.
6 BES Research 2013
7 Também chamado agribusiness, é toda relação comercial e industrial que envolve a cadeia
produtiva agrícola ou pecuária.
5.2
26.3
68.5
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0%
50.0%
60.0%
70.0%
80.0%
90.0%
100.0%
Serviços
Indústria
Agricultura
Gráfico 7 - PIB por setor - Brasil
Fonte: Worldbank, 2013
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
30
1.3.2. Uruguai. Uma pequena economia dependente do comércio
O Uruguai tem uma economia fortemente dependente do
comércio, com o setor dos serviços a representar mais de 2/3
do PIB do país.
O setor agrícola, que em tempos representou uma grande
importância na história do país, representava em 2012 8,2%
do PIB, sendo o principal gerador de divisas estrangeiras. Os
principais produtos agrícolas são a soja, arroz, trigo, peixe,
madeira e celulose.
No que respeita à exportação, destacam-se, em 2012, as
carnes (18,1%), sementes e grãos (16,3%) e cereais (12,4%).
No que respeita às importações, destacaram-se os
combustíveis (16,5%), os automóveis (11,1%), as máquinas
mecânicas (10,3%) e os plásticos (7,7%).
1.3.3. Paraguai8. Uma economia agropecuária e florestal
A economia paraguaia, pequena e aberta, é altamente dependente do comércio exterior, especialmente da
exportação de soja e carne bovina, que representa cerca de 50% do total dos produtos exportados.
Os setores agropecuário e florestal representam cerca de 75%
das exportações, com destaque para produtos como a cana-
de-açúcar, o algodão, a soja e o tabaco. A pecuária é também
bastante desenvolvida, contando com a criação de bovinos,
suínos e ovinos.
Existem também indústrias de erva-mate, cerveja, alimentar,
de tabaco, de rum e álcool e de preparação de carnes. Os
seus complexos hidroelétricos fornecem um índice de
cobertura energética de 175,2% — bem acima do consumo
interno.
Os principais produtos exportados9 pelo país no ano de 2012
foram combustíveis e óleos minerais (31,2%), sementes, grãos
e frutos diversos (22,9%), cereais (14,3 %) e carnes (10,9%).
No que respeita às importações, destacam-se também os
combustíveis e óleos minerais (16,0%), as máquinas e
aparelhos elétricos (15,2%) e mecânicos (12,9%) e os veículos
automóveis e partes (9,3%).
8 World Bank, 2013
9 ITC - International Trade Centre
8.2
21.6
70.3
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0%
50.0%
60.0%
70.0%
80.0%
90.0%
100.0%
Serviços
Indústria
Agricultura
Gráfico 8 – PIB por setor 2012 - Uruguai
Fonte: Worldbank, 2013
15.9
17.3
66.8
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0%
50.0%
60.0%
70.0%
80.0%
90.0%
100.0%
Serviços
Indústria
Agricultura
Gráfico 9 - PIB por setor 2012 - Paraguai
Fonte: Worldbank, 2013
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
31
1.3.4. Venezuela. Forte potencial petrolífero.
País rico em recursos naturais, com as maiores reservas de
petróleo da América Latina e do Caribe, a Venezuela tem
imenso potencial para um crescimento próspero. Em 2012, o
petróleo representou 93,7% do total das exportações e 25%
do PIB e, em 2013, foi o maior produtor de petróleo de entre
os membros da OPEP.
Com uma economia centrada na extração, produção e
exportação de petróleo, a Venezuela é também rica em
minerais como o ferro, o carvão, o ouro e os diamantes.
Quanto aos principais produtos importados, destacam-se as
máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (16,9%) e
elétricos (9%), as pérolas, pedras, metais preciosos e
bijuterias (8,7%), os combustíveis e óleos minerais (7,5%) e
os veículos automóveis (7,3%).
O turismo é um importante setor da economia do país, o qual
possui diversas potencialidades na área turística (geografia
bastante variada, com praias, planícies e montanhas),
algumas com necessidades de investimentos em
infraestruturas (como o turismo de negócios). Em 2012, o
setor do turismo representou diretamente, 3.1% do PIB
venezuelano, e indiretamente, 8.6% do PIB.
1.3.5. Argentina10. País rico em recursos naturais
A economia da Argentina é a terceira maior da América Latina,
com uma alta qualidade de vida e um PIB per capita elevado,
além de ser considerada uma economia de rendimento médio-
alto.
O país possui ricos recursos naturais, uma população altamente
alfabetizada, um setor agrícola orientado para a exportação e
uma base industrial diversificada.
O setor do comércio e serviços é o maior da economia do país.
Também a indústria representa uma percentagem significativa do
PIB, de 30,5%, sendo metade das exportações industriais do
país de natureza agrícola. Os principais setores em termos de
valor de produção são: transformação de alimentos e bebidas,
veículos e peças produtos de refinaria, biodiesel, produtos
químicos e farmacêuticos, aço e alumínio, máquinas agrícolas e
industriais, e aparelhos eletrónicos. Estes últimos incluem mais
de três milhões de itens, bem como uma variedade de produtos
eletrónicos, eletrodomésticos e de telemóveis, entre outros.
Quanto ao Turismo, a Argentina é o segundo país mais “visitado”
da América do Sul e o quarto mais visitado da América. Segundo
dados oficiais da OMT, o país recebeu mais de 5,3 milhões de
turistas estrangeiros em 2010. Em 2012, o setor respondeu por
7,41% do PIB do país.
10
http://www.buenos-aires.diplo.de/contentblob/2333934/Daten/
3.7
35.5
60.8
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0%
50.0%
60.0%
70.0%
80.0%
90.0%
100.0%
Serviços
Indústria
Agricultura
Gráfico 10 - PIB por setor 2012 - Venezuela
Fonte: Worldbank, 2013
9.1
30.5
60.4
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0%
50.0%
60.0%
70.0%
80.0%
90.0%
100.0%
Serviços
Indústria
Agricultura
Gráfico 11 - PIB por setor 2012 - Argentina
Fonte: Worldbank, 2013
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
32
1.4. Trocas comerciais no MERCOSUL
1.4.1. Complementaridade das economias
A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial
das economias, implicando níveis de especialização diferenciada entre
parceiros. O baixo nível de industrialização das economias da região reduz
essa possibilidade, que, no entanto, poderá ser estimulada pelo
desenvolvimento económico e pelo esforço de diversificação das
economias - uma aspiração de muito dos países da região.
Tabela 2 - TCI (Trade Complementary Index) intra-MERCOSUL (%)11
Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat
O nível de complementaridade intrarregional do MERCOSUL é reduzido. De facto 15,0% das exportações dos países da região ficam na região. Não obstante, verifica-se que poderá existir um potencial de complementaridade e maior intensidade no relacionamento comercial entre alguns países do MERCOSUL. O Brasil, enquanto país importador, apresenta um índice de complementaridade elevado apenas com a Argentina. O índice de complementaridade entre Brasil e Argentina (79 pts) revela uma boa correspondência entre a estrutura de importações do Brasil e a estrutura de exportações da Argentina. Por outro lado, a Argentina enquanto país importador, apresenta um índice de complementaridade elevado com o Brasil (76pts), destacando a relação biunívoca entre estes dois países.
De realçar que a alavancagem comercial intra-MERCOSUL poderá ser potenciada pelo Brasil com os
restantes países (Paraguai, Uruguai e Venezuela) e pela Argentina.
11
O Trade Complementary Index (TCI) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade superiores e maior correspondência entra a estrutura de exportações/importações dos 2 países. TCI nulo é sinónimo de não complementaridade.
As exportações intra-MERCOSUL representam 15,0% do total das exportações da região (2012)
País exportador
Argentina Brasil Paraguai Uruguai Venezuela Bolívia
Argentina 0 76 46 49 40 44
Brasil 79 0 53 52 50 50
Paraguai 32 40 0 41 0 29
Uruguai 31 41 36 0 39 39
Venezuela 30 43 35 44 0 42
Bolívia 23 37 0 24 61 0Pa
ís im
po
rta
do
r
País exportador
País
im
po
rtad
or
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
33
1.4.2. Comércio intrarregional
O MERCOSUL regista o 5º maior rácio de trocas intrarregião, medido pelo peso das exportações sobre o PIB
dos espaços de integração económica analisados, cujo nível de integração é liderado pela União Europeia
(“UE”) e seguido pela ASEAN e SADC.
Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva (2012)
Indicador SADC União
Europeia CPLP CEEAC
MERCOSUL
CEDEAO ASEAN
Exportações intrarregião
(milhões US$, 2012) 27.153 3.630.191 16.283 1.111 67.343 11.667 324.184
Exportações intrarregião
(% no PIB da região, 2012)
4,09% 21,90% 0,62% 0,47% 2,10% 2,86% 13,90%
Exportações intrarregião
(% das exportações mundiais, 2012)
0,15% 19,87% 0,09% 0,01% 0,37% 0,06% 1,77%
Crescimento anual médio das exportações
intrarregião (2008-2012)
6,66% -2,17% 8,12% 3,43% 4,50% 4,27% 6,65%
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Apesar de apresentar o 3º maior valor de exportações intrarregião, 67.343 milhões de US$, as exportações do
MERCOSUL representam apenas 2,10% do PIB da região, cerca de metade do contributo registado na SADC.
Além disso, regista-se um crescimento das exportações intrarregião de 4,5% ao ano, superior ao registado
pela União Europeia, pela CEEAC e pela CEDEAO.
Gráfico 12 - Evolução do comércio intra-MERCOSUL vs. Evolução do PIB da região
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, World Bank
Este crescimento de relacionamento comercial vem sendo acompanhado pelo ritmo de crescimento do PIB,
que apresenta uma correlação positiva relativamente forte com este indicador, como seria expectável,
56,477
44,051
56,997
70,045 67,343
2,344,593
2,302,924
2,964,453
3,311,621 3,179,045
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
-
500,000
1,000,000
1,500,000
2,000,000
2,500,000
3,000,000
3,500,000
2008 2009 2010 2011 2012
Exp
ort
açõ
es (
Mil
hõ
es U
S$)
PIB
a p
reço
s c
orr
en
tes (
Mil
hõ
es U
S$)
Exportações (milhões US$) PIB (milhões US$)
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
34
apresentando, no entanto, uma elasticidade menor, ou seja, crescendo a um ritmo inferior ao do PIB, que
desde 2008 cresceu 7,9% ao ano.12
A dimensão, estrutura, localização das economias e acordos prévios determinam o fluxo atual de trocas
comerciais. Verifica-se uma grande disparidade ao nível das relações comerciais dos países membros do
MERCOSUL, surgindo 2 clusters.
Gráfico 13 - Peso das exportações/importações intra-MERCOSUL no total da região, 2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Venezuela, Paraguai e Uruguai apresentam uma contribuição residual para as trocas comerciais intra-
MERCOSUL, derivado, em grande parte, à dimensão pequena das suas economias face aos restantes
membros da região, Argentina e Brasil. O Paraguai, Uruguai e Venezuela são os únicos países que
apresentam balanças comerciais positivas.
Por outro lado, os dois motores de crescimento da região, a Argentina e Brasil, apresentam uma balança
comercial deficitária intrarregional, sendo responsáveis por 68,4% das exportações intra-MERCOSUL e
77,5%das importações da região.
Os países que mais contribuem para a intensificação das trocas comerciais intra-MERCOSUL são a Argentina
e o Brasil que, simultaneamente, melhor se podem constituir como motores de desenvolvimento regional, à luz
das conclusões inferidas ao nível da complementaridade comercial das suas economias.
12
World Bank 2012
Argentina
Brasil
Paraguai
Uruguai Venezuela
0.0%
5.0%
10.0%
15.0%
20.0%
25.0%
30.0%
35.0%
40.0%
45.0%
50.0%
0.0% 5.0% 10.0% 15.0% 20.0% 25.0% 30.0% 35.0% 40.0%
Imp
ort
açõ
es in
tra-M
ER
CO
SU
L (%
no
to
tal
da
s im
po
rtaçõ
es in
tra-M
ER
CO
SU
L)
Exportações intra-MERCOSUL (%no total das exportações da MERCOSUL
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
35
Gráfico 14 - Produtos transacionados intra-MERCOSUL (2012)
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
As principais trocas
assentam em maquinaria e
equipamentos (35,5%),
combustíveis minerais,
lubrificantes (19,8%) e
bens manufaturados
(12,3%). A maioria destes
produtos é utilizada na
produção agrícola.
As bebidas e tabaco
(0,8%) e os óleos vegetais
e animais (1,0%) são
pouco representativos nas
trocas comerciais
intrarregião (2012).
35.5%
19.8%
12.3%
11.7%
11.7%
3.8% 3.3% 1.0%
0.8%
Maquinaria e equipamentos de transporte
Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados
Bens manufaturados
Alimentos e animais vivos
Químicos e produtos relacionados
Outros artigos manufaturados
Matérias-primas (exceto combustíveis)
Óleos vegetais e animais, gorduras eceras
Bebidas e tabaco
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
36
1.4.3. Brasil. O país com maior intensidade comercial na região
Brasil tem um peso substancial nas trocas intra-MERCOSUL (37,4%), exportando uma grande diversidade de
produtos na região: maquinaria e equipamentos (43,9%), bens manufaturados (17,3%), químicos (13,0%) e
alimentos e animais vivos (9,9%).
O Brasil, a economia mais desenvolvida do MERCOSUL, mantém vínculos comerciais com todos os países membros da região, destacando-se como principal parceiro comercial a Argentina, para onde o Brasil exportou 61,4% do total das exportações intrarregião em 2012. Cerca de 54,4% do total de exportações do Brasil para Argentina dizem respeito a maquinaria e equipamentos.
Figura 3 - Principais exportações do Brasil intra-MERCOSUL, por produto (2012)
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
O Brasil exporta também para a Venezuela (17,2%), Paraguai (8,9%),e Uruguai (7,5%).
Brasil 37,4% das exportações intra-MERCOSUL
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
37
1.5. Comércio extrarregional
1.5.1. Principais parceiros comerciais do MERCOSUL
O MERCOSUL tem historicamente apresentado uma balança comercial positiva em média de USD 65 970 milhões (média de 2,3% do PIB da região). Contudo, esta tem evidenciado um decréscimo anual de 4,9%, resultante do declínio acentuado das balanças comerciais do Brasil (5,9%), Venezuela (7,1%) e Argentina (0,3%).
Importações
O MERCOSUL importa maioritariamente de países industrializados (EUA, China, países membros da UE), México, Brasil, República da Coreia e Argentina. Nota-se que os EUA e a China, para além de serem os principais países de destino das importações, são os únicos países a conseguirem aumentar a sua importância relativa nas importações do bloco, em parte pela sua crescente necessidade de maquinaria e equipamentos de transporte.
Entre 2008 e 2012, assistiu-se a um crescimento do nível das importações para a região, ao ritmo anual de 6,2%.
Gráfico 15 - Evolução das importações do MERCOSUL e principais países de destino, 2008-2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
O aumento das importações verificado demonstra um crescimento contínuo e consistente das economias emergentes, como é o caso da China, com forte presença na região. Por outro lado, nos principais produtos importados pelo bloco, verifica-se que a maquinaria e equipamentos dominam os fluxos de importações.
15.7% 16.8% 15.7% 15.4% 15.9%
11.5% 12.3% 14.1% 14.7% 14.8%
9.5% 8.9%
9.4% 9.2% 7.9%
6.3% 7.1%
6.6% 6.3% 6.1%
5.5%
6.1% 5.6% 5.5% 5.2%
2.4%
2.6% 2.6% 2.7% 3.0% 2.3%
2.7% 3.4% 3.3% 3.0%
301,217
223,366
301,010
379,145 382,941
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0%
50.0%
60.0%
70.0%
2008 2009 2010 2011 2012
50,000
100,000
150,000
200,000
250,000
300,000
350,000
400,000
450,000
Peso
das i
mp
ort
açõ
es t
ota
is n
o M
ER
OC
SU
L
Imp
ort
açõ
es (
milh
ões U
S$)
EUA China Brasil ArgentinaAlemanha México República da Coreia Importações (milhões US$)
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
38
Seguidamente às importações de maquinaria e equipamentos de transporte, que representam 38,8% das importações da região, surgem as importações de químicos e produtos relacionados (18,2%) e combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados com um peso de 15,1%.
Nas importações de maquinaria e equipamento de transporte vindas dos EUA, são de destacar as importações de aeronaves e equipamento associado, equipamentos de telecomunicações e motores e carros. Além disso, os produtos químicos representam 25% das importações do MERCOSUL.
38.8%
18.2%
15.1%
11.6%
7.5%
5.6% 2.2%
0.6%
0.4%
Maquinaria e equipamentos detransporte
Químicos e produtosrelacionados
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionadosBens manufaturados
Outros artigos manufaturados
Alimentos e animais vivos
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras
Bebidas e tabaco
Gráfico 16 – Importações do MERCOSUL - Top produtos
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
Gráfico 17 - Importações MERCOSUL dos EUA
39%
6% 8%
25%
3%
2%
16% 1%
Maquinaria eequipamentos detransporte
Bens manufaturados
Outros artigosmanufaturados
Químicos e produtosrelacionados
Alimentos e animais vivos
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
39
Da China os grandes fluxos de importação referem-se a máquinas automáticas para processamento de dados, partes e acessórios para máquinas, equipamentos de telecomunicações e aparelhos para circuitos elétricos.
O Brasil apresenta um peso significativo nas importações do MERCOSUL de maquinaria e equipamentos de transporte, nomeadamente, motores de pistão de ignição por compressão, máquinas agrícolas, veículos automóveis para transporte de pessoas e bens e partes e acessórios de automóveis.
Gráfico 18 - Importações MERCOSUL da China
57%
16%
15%
10% 1% 1%
Maquinaria e equipamentosde transporte
Bens manufaturados
Outros artigosmanufaturados
Químicos e produtosrelacionados
Alimentos e animais vivos
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
Gráfico 19 - Importações MERCOSUL do Brasil (intrarregionais)
44%
18%
5%
14%
9%
5% 4% 1%
Maquinaria e equipamentosde transporte
Bens manufaturados
Outros artigosmanufaturados
Químicos e produtosrelacionados
Alimentos e animais vivos
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Bebidas e tabaco
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
40
Da Argentina são importados principalmente veículos de transporte de pessoas e de bens e partes e acessórios de veículos.
Relativamente à Alemanha, são de destacar as importações de veículos de transporte de pessoas, partes e acessórios de veículos e ainda outras máquinas.
40%
8% 2%
12%
22%
2%
11% 1% 2%
Maquinaria e equipamentos detransporte
Bens manufaturados
Outros artigos manufaturados
Químicos e produtos relacionados
Alimentos e animais vivos
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Bebidas e tabaco
Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras
Gráfico 20 - Importações MERCOSUL da Argentina (intrarregionais)
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
Gráfico 21 - Importações MERCOSUL da Alemanha
49%
10%
7%
31%
1% 1%
1%
Maquinaria e equipamentosde transporte
Bens manufaturados
Outros artigos manufaturados
Químicos e produtosrelacionados
Alimentos e animais vivos
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
41
Exportações
Os principais destinos das exportações dos países do MERCOSUL são os
EUA, China, Alemanha, Japão, França, Reino Unido e China/RAE Hong
Kong, representando cerca de 42,6% do total das exportações extra-
MERCOSUL em 2012.
Gráfico 22 – Evolução das exportações do MERCOSUL e principais países de destino, 2008-2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Gráfico 23 – Exportações do MERCOSUL - Top produtos, 2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
12.7% 12.1% 12.3% 11.9% 12.1%
6.2% 7.4% 8.4% 8.7% 8.9%
7.1% 7.1%
6.7% 6.5% 6.2%
4.4% 4.1% 4.2% 4.4% 4.5%
4.5% 4.6% 4.1% 4.1% 3.7%
4.2% 4.2% 3.9% 3.7% 3.7%
2.7% 3.1% 3.3% 3.3% 3.6%
380,287 280,993 352,677
456,087 447,485
0.0%
5.0%
10.0%
15.0%
20.0%
25.0%
30.0%
35.0%
40.0%
45.0%
2008 2009 2010 2011 2012
50,000
100,000
150,000
200,000
250,000
300,000
350,000
400,000
450,000
500,000
Peso
nas e
xp
ort
açõ
es t
ota
is d
o M
ER
CO
SU
L
Exp
ort
açõ
es (
milh
ões U
S$)
EUA China Alemanha Japão França Reino Unido China, RAE Hong Kong Exportações (milhões US$)
27%
21%
18%
13%
9%
6% 2%
2% 1% 1% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados
Alimentos e animais vivos
Matérias-primas (exceto combustíveis)
Maquinaria e equipamentos de transporte
Bens manufaturados
Químicos e produtos relacionados
Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras
Outros artigos manufaturados
Commodities e transações n.e.
Bebidas e tabaco
As exportações do MERCOSUL cresceram, em média, 4,2% por ano, desde 2008
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
42
Cerca de 62% das exportações aos EUA são combustíveis, num valor superior a US$ 43 mil milhões.
De destacar a exportação de ferro, álcoois, ouro, aeronaves e outros equipamentos, café, celulose e geradores.
Com cerca de 85% das exportações do MERCOSUL para a China encontram-se as matérias-primas e os combustíveis.
Nos produtos exportados encontram-se as sementes e frutos oleaginosos (excluindo farinha), a celulose, o açúcar, o ferro, o algodão, couro, carnes e miudezas comestíveis, tabaco, minérios e concentrados de cobre e de metais básicos, os polímeros de etileno, em formas primárias.
As exportações do MERCOSUL para a República Popular da China são superiores a US$ 61 mil milhões.
Gráfico 24 - Exportações MERCOSUL para os EUA
62%
8%
11%
6%
6% 1% 3% 2% 1%
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Maquinaria eequipamentos detransporte
Bens manufaturados
Alimentos e animais vivos
Químicos e produtosrelacionados
Outros artigosmanufaturados
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Commodities e transaçõesn.e.
Bebidas e tabaco
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
Gráfico 25 - Exportações MERCOSUL para a China
30%
2%
4%
4% 1% 0%
55%
1% 3%
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Maquinaria e equipamentosde transporte
Bens manufaturados
Alimentos e animais vivos
Químicos e produtosrelacionados
Outros artigos manufaturados
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Bebidas e tabaco
Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
As principais exportações dos EM do MERCOSUL são combustíveis, com especial relevo para o petróleo e seus derivados, alimentos e animais vivos, destacando-se o açúca, mel e rações para animais, matérias-primas e maquinaria e equipamentos. Neste último, destacam-se os veículos a motor de transporte de pessoas e bens, partes e acessórios de veículos e embarcações e estruturas flutuantes
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
43
O valor total das exportações do MERCOSUL à Alemanha é superior a US$ 10 mil milhões.
Da análise à pauta das exportações verifica-se que uma das principais exportações do MERCOSUL à Alemanha é o café que atinge um montante superior a US$ mil milhões.
Além do café destacam-se os minérios, os alimentos para animais, as sementes e frutos oleaginosos e carne animal, que juntos totalizam cerca de US$ 3.7 mil milhões.
O valor total das exportações ao Japão é de cerca de US$ 10 mil milhões.
As principais exportações ao Japão são ferro, o milho, carnes, café, alumínio, sementes e frutos oleaginosos.
De destacar a exportação de ferro que atinge valores superiores a US$ 3 mil milhões, cerca de 30% das exportações ao Japão.
6%
18%
11%
29%
4%
3%
27%
2%
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionadosMaquinaria e equipamentosde transporte
Bens manufaturados
Alimentos e animais vivos
Químicos e produtosrelacionados
Outros artigosmanufaturados
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Bebidas e tabaco
Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras
Gráfico 26 - Exportações MERCOSUL para a Alemanha
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
1% 12%
34%
4% 1%
46%
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Maquinaria eequipamentos detransporte
Bens manufaturados
Alimentos e animaisvivos
Químicos e produtosrelacionados
Outros artigosmanufaturados
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Bebidas e tabaco
Óleos vegetais eanimais, gorduras eceras
Gráfico 27 - Exportações MERCOSUL para o Japão
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
Pela natureza das exportações (combustíveis), os principais destinos analisados individualmente continuam a ser os países de elevada produção industrial. Assim, grande parte do petróleo exportado dos países do MERCOSUL tem como destino os EUA, China e Alemanha
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
44
1.5.2. Trocas comerciais entre a CPLP e o MERCOSUL
Importações do MERCOSUL à CPLP
Analisando a relação comercial na vertente das importações do MERCOSUL com os países pertencentes à CPLP, apenas Portugal e Brasil apresentam níveis significativos no contexto global. Portugal merece especial destaque pelo aumento do volume de exportações para o MERCOSUL (crescimento médio anual de 21%, entre 2008 e 2012), embora se apresente residual quando comparado com o Brasil.
Gráfico 28 - Importações do MERCOSUL dos países da CPLP
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Quando observados os principais grupos de produtos exportados por Portugal para o MERCOSUL, os que apresentam maior peso são a maquinaria e equipamentos de transporte e os bens manufaturados.
788 628 844 1,135 1,358
28,210
19,768
27,997
34,387 30,232
7.6%
7.3%
8.2%
7.8%
7.1%
6.4%
6.6%
6.8%
7.0%
7.2%
7.4%
7.6%
7.8%
8.0%
8.2%
8.4%
-
5,000
10,000
15,000
20,000
25,000
30,000
35,000
40,000
2008 2009 2010 2011 2012
Qu
toa d
as i
mp
ort
açõ
es
Imp
ort
açõ
es (
mil
hõ
es U
S$)
Portugal Brasil
As importações do MERCOSUL para estes 2 países cresceram, em média 2,2% por ano
28%
20%
4% 7%
13%
3%
6%
3%
15% 0%
Maquinaria e equipamentosde transporte
Bens manufaturados
Outros artigosmanufaturados
Químicos e produtosrelacionados
Alimentos e animais vivos
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionadosBebidas e tabaco
Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras
Gráfico 29 - Importações MERCOSUL de Portugal (2012)
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
Brasil é o principal parceiro comercial de Portugal no MERCOSUL, absorvendo 88% das exportações portuguesas para este mercado.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
45
Figura 1 - Principais destinos das exportações brasileiras para o MERCOSUL (2012)
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
O Brasil apresenta uma forte exportação de maquinaria e equipamentos para o MERCOSUL.
Destacam-se os veículos de transporte de pessoas e bens e partes e acessórios de veículos.
Argentina é o país que
mais importa do Brasil no
grupo de países do
MERCOSUL.
43%
18%
5%
14%
12%
4% 4% 1%
Maquinaria eequipamentos detransporte
Bens manufaturados
Outros artigosmanufaturados
Químicos e produtosrelacionados
Alimentos e animais vivos
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Bebidas e tabaco
Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras
Gráfico 30 - Importações do MERCOSUL ao Brasil (2012)
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
46
Numa análise mais detalhada às importações do MERCOSUL à CPLP verifica-se que há um conjunto de países com uma expressão muito reduzida, como sucede com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Angola e Moçambique, apesar do forte potencial exportador em termos de matérias-primas, apresentam valores baixos nas importações do MERCOSUL, de cerca de US$ 46 milhões e 28 milhões.
A RAE de Macau exporta cerca de 12 US$ milhões respeitantes a maquinaria e equipamentos de transporte.
Gráfico 31 – Importações do MERCOSUL à CPLP*
To
tal
(milh
ões U
S$
)
Alim
en
tos e
an
ima
is
viv
os
Be
bid
as e
ta
ba
co
Ma
téria
s-p
rim
as
(exce
to c
om
bustí
ve
is)
Co
mb
ustíve
is m
ine
rais
,
lub
rifica
nte
s e
ma
teria
is r
ela
cio
na
dos
Óle
os v
ege
tais
e
an
ima
is,
go
rdu
ras e
ce
ras
Qu
ímic
os e
pro
du
tos
rela
cio
na
dos
Be
ns m
anu
fatu
rad
os
Ma
quin
aria
e
eq
uip
am
en
to d
e
tra
nsp
ort
e
Ou
tro
s a
rtig
os
ma
nufa
tura
dos
Co
mm
od
itie
s e
tra
nsa
çõe
s n
.e.
Angola 46,04 0% 0% 0% 99% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Brasil 30.232,29 12% 1% 4% 4% 0% 14% 18% 43% 5% 0%
Cabo Verde 0,02 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 99% 0% 0%
Guiné-Bissau 4,87 100% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Macau 12,19 0% 0% 0% 0% 0% 4% 2% 87% 7% 0%
Moçambique 27,76 0% 20% 1% 77% 0% 1% 0% 1% 0% 0%
Portugal 1.357,88 13% 3% 3% 6% 15% 7% 20% 28% 4% 0%
São Tomé e
Príncipe 0,00 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 100% 0% 0%
Timor-Leste 0,01 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 27% 15% 59%
*Valores corrigidos, sem casas decimais
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, dados de 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
47
Exportações do MERCOSUL para a CPLP
A CPLP é o destino de cerca de 6,1% das exportações do MERCOSUL, sendo o Brasil a principal economia de destino. Portugal e Angola apresentam valores dignos de registo.
Em 2012 o Brasil importou cerca de US$ 25 mil milhões dos demais países do MERCOSUL, Portugal e Angola, cerca de 2 mil milhões e 1,4 mil milhões, respetivamente.
Gráfico 32 - Exportações do MERCOSUL para a CPLP
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Portugal tem vindo a diminuir a sua importância nas exportações do MERCOSUL, entre 2008 e 2012, contrariamente ao Brasil que vem registando um crescimento médio anual de 7,0%.
Angola registou um período de diminuição nas exportações do MERCOSUL, entre 2008 e 2010, tendo registado valores semelhantes entre 2010 e 2012.
Dos demais países destaca-se Moçambique com cerca de US$ 198 milhões de importações ao MERCOSUL, em que 35% estão relacionadas com alimentos e animais vivos, 25% com óleos vegetais e animais e 24% em maquinarias e equipamentos de transporte.
Cabo Verde, Guiné Bissau e Timor-Leste, apesar de valores residuais em termos de importações, compram essencialmente produtos alimentares e animais vivos. A RAE de Macau e Timor-Leste apresentam valores anuais de importações inferiores a US$ 1 milhão.
9,230
15,884
20,609
25,174 25,217
2,258 1,603 1,859 2,403 2,010 2,246 1,526 1,124 1,331 1,378
5.7
6.2
6.4
6.0 6.1
5.2
5.4
5.6
5.8
6
6.2
6.4
6.6
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
2008 2009 2010 2011 2012
Qu
ota
das
exp
ort
açõ
es
do
Me
rco
sul
Exp
ort
açõ
es
US$
milh
õe
s
Brasil Portugal Angola % das exportações para a CPLP
As exportações do MERCOSUL para estes 3 países cresceram, em média, 6,1% por ano, entre 2008 e 2012.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
48
Gráfico 33 – Exportações do MERCOSUL para a CPLP*
To
tal
(milh
ões U
SD
)
Alim
ento
s e
anim
ais
viv
os
Bebid
as e
tabaco
Ma
téria
s-p
rim
as
(exceto
com
bustíveis
)
Com
bustíveis
min
era
is,
lubrificante
s e
ma
teria
is
rela
cio
nados
Óle
os v
egeta
is e
anim
ais
, gord
ura
s e
cera
s
Quím
icos e
pro
duto
s
rela
cio
nados
Bens m
anufa
tura
dos
Ma
quin
aria
e
equip
am
ento
de
transport
e
Outr
os a
rtig
os
ma
nufa
tura
dos
Com
moditie
s e
transações n
.e.
Angola 1.387,38 59% 0% 2% 0% 3% 4% 7% 15% 9% 0%
Brasil 25.216,70 19% 0% 2% 29% 0% 9% 6% 32% 2% 0%
Cabo Verde 33,90 78% 1% 0% 0% 0% 3% 13% 0% 4% 0%
Guiné-
Bissau 5,93 93% 0% 0% 0% 0% 0% 1% 5% 0% 1%
Macau 0,65 40% 5% 0% 0% 0% 3% 48% 0% 4% 0%
Moçambique 197,95 35% 0% 0% 1% 25% 2% 5% 24% 6% 2%
Portugal 2.010,48 14% 2% 19% 49% 1% 5% 3% 3% 1% 3%
São Tomé e
Príncipe 0,55 60% 0% 0% 0% 0% 2% 20% 9% 10% 0%
Timor-Leste 2,58 86% 0% 0% 0% 0% 1% 1% 7% 5% 0%
*Valores corrigidos, sem casas decimais
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
49
1.6. Investimento Direto Estrangeiro no MERCOSUL
Desde 2009 o MERCOSUL tem vindo a registar uma tendência de crescimento na captação de IDE.
Gráfico 34 - IDE no MERCOSUL - inward e outward, 2008-2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Os fluxos de IDE têm-se apresentado heterogéneos entre os países da comunidade. O Brasil é o país mais atrativo ao investidor estrangeiro, responsável por 76,7% do total do investimento captado na região, seguindo-se a Argentina, representando 14,7%, em 2012.
Relativamente ao investimento no exterior verificou-se uma evolução heterógenea, de valores reduzidos tendo,
em alguns anos, verificado desinvestimento da comunidade no exterior, nomeadamente em 2009 e 2011.
Nos últimos 5 anos, verificou-se um crescimento médio acentuado de IDE na Venezuela (16,6%) e Paraguai
(11,3%). No entanto, estes países ainda não se apresentam suficientemente atrativos na ótica do investidor
estrangeiro, em grande parte devido à dimensão e instabilidade das suas economias.
Tabela 4 - Investimento Direto Estrangeiro nos países-membros do MERCOSUL – inward flow, 2008-2012
Países membros 2008 2009 2010 2011 2012
Argentina 9 726 4 017 7 848 9 882 12 551
Brasil 45 058 25 949 48 506 66 660 65 272
Paraguai 209 95 228 215 320
Uruguai 2 106 1 529 2 289 2 505 2 710
Venezuela 1 741 (2 169) 1 849 3 778 3 216
MERCOSUL 58 840 29 421 60 720 83 040 84 069
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
59 351
29 843
61 364
83 898 85 129
23 448
(7 115)
14 236
( 689) 730
(20,000)
-
20,000
40,000
60,000
80,000
100,000
2008 2009 2010 2011 2012
Mil
hõ
es U
S$
Inward Outward
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
50
1.7. Setores de oportunidade nos países do MERCOSUL, principais portos e aeroportos
Região País Principais produtos agrícolas
Principais indústrias
Oportunidades para o bloco (produtos e
serviços associados aos
setores)
Principais aeroportos Principais
portos
ME
RC
OS
UL
Arg
en
tin
a
Se
me
nte
s d
e g
irassol, lim
õe
s, so
ja,
uva
s, m
ilho,
ta b
aco
, a
men
doim
, ch
á,
trig
o, p
ecu
ári
a
Tra
nsfo
rma
ção
de a
limen
tos, a
uto
mó
ve
is,
ben
s
de
co
nsu
mo d
urá
veis
, tê
xte
is, p
rod
uto
s q
uím
ico
s
e p
etr
oq
uím
ico
s,
imp
ressão
, m
eta
lurg
ia,
sid
eru
rgia
Ag
ron
egó
cio
, In
dustr
ia a
uto
móve
l, In
dustr
ia
farm
acê
utica
Bio
tecn
olo
gia
, In
du
str
ia t
êxtil,
Ind
ustr
ia a
limen
tar,
In
dustr
ia m
eta
lúrg
ica
Min
istr
o P
ista
rei In
tern
acio
nal A
ero
port
o,
Fo
rmosa
Inte
rnacio
nal A
ero
port
o, G
obern
ador
Hora
cio
Guzm
án
Inte
rnacio
nal A
ero
port
o, Á
sto
r P
iazzolla
Inte
rnacio
nal
Aero
port
o,
Govern
or
Fra
ncis
co G
abrie
lli I
nte
rnacio
nal
Aero
port
o, P
resid
ente
Peró
n Inte
rnacio
nal A
ero
port
o,
Cata
rata
s d
el Ig
uazú Inte
rnacio
nal A
ero
port
o,
Resis
tencia
Inte
rnacio
nal A
ero
port
o,
Inte
rnacio
nal
Aero
port
o H
erm
es Q
uija
da, In
tern
acio
nal A
ero
port
o
Rosario
- Isla
s M
alv
inas, In
tern
ational A
irport
Ma
rtín
M
iguel de G
üem
es, In
tern
atio
nal A
irport
Te
nie
nte
Genera
l B
enja
mín
Ma
tienzo, In
tern
atio
nal A
irport
Ushuaia
- M
alv
inas A
rgentin
as
Ba
hia
Bla
nca
, B
ue
nos A
ire
s, La
Pla
ta,
Pu
nta
Colo
rada
, U
sh
ua
ia
Pa
rag
uai
Alg
od
ão
, ca
na
-de
-açúca
r,
so
ja,
milh
o,
trig
o,
tab
aco
,
ma
ndio
ca
(ta
pio
ca
), fru
tas,
leg
um
es;
ca
rne
bo
vin
a,
ca
rne d
e p
orc
o,
ovos,
leite
;
ma
deir
a
Açú
ca
r, c
ime
nto
, tê
xte
is,
be
bid
as, p
rodu
tos d
e
ma
deir
a, a
ço,
me
talu
rgia
,
en
erg
ia e
létr
ica
Ag
ricultu
ra,
Ind
ustr
ia tê
xtil
Ag
ron
egó
cio
,
Ind
ustr
ia m
eta
lúrg
ica
Silv
io P
ettir
ossi In
tern
atio
nal
Air
po
rt,
Gua
ran
í
Inte
rnation
al A
irp
ort
, D
r.
Lu
is M
aria
Arg
añ
a
Inte
rnation
al A
irp
ort
, D
r.
Au
gu
sto
Ro
be
rto
Fu
ste
r
Inte
rnation
al A
irp
ort
Inte
rnation
al A
irp
ort
Asu
ncio
n,
Vill
eta
, S
an
An
ton
io,
Enca
rna
cio
n
Uru
gu
ai
So
ja,
arr
oz, tr
igo
; C
arn
e,
os p
rod
uto
s
lácte
os;
Pe
ixe
; M
ade
ira s
err
ada
;
Celu
lose
Tra
nsfo
rma
ção
de a
limen
tos, m
áq
uin
as
elé
tric
as,
eq
uip
am
en
tos d
e t
ran
sp
ort
e,
pro
du
tos d
e p
etr
óle
o,
têxte
is, p
rod
uto
s
qu
ímic
os,
be
bid
as
Ind
ustr
ia a
limen
tar,
In
dustr
ia
pe
tro
lífe
ra, In
du
str
ia tê
xtil, In
dú
str
ia
au
tom
óve
l, E
ne
rgia
s r
en
ováveis
Ángel S
. A
dam
i In
tern
atio
nal A
irport
, A
rtig
as
Inte
rnatio
nal A
irport
, Laguna d
e los P
ato
s
Inte
rnatio
nal A
irport
, Z
agarz
azú I
nte
rnatio
nal
Airport
, S
anta
Bern
ard
ina Inte
rnational
Airport
, C
arlo
s A
. C
urb
elo
de L
aguna d
el
Sauce Inte
rnatio
nal A
irport
, C
err
o L
arg
o
Inte
rnatio
nal A
irport
, C
arr
asco G
ral.
Cesáre
o L
. B
erisso I
nte
rnatio
nal A
irport
,
Tydeo L
arr
e B
org
es Inte
rnatio
nal A
irport
, P
te. G
ral. Ó
scar
D.
Gestid
o Inte
rnatio
nal
Airport
, N
ueva H
espérid
es I
nte
rnatio
nal
Airport
Mo
nte
vid
eo
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
51
Ve
ne
zu
ela
Milh
o, so
rgo (
esp
. m
ilho
), c
ana
-de
-açú
ca
r,
arr
oz, b
ana
nas,
leg
um
es,
ca
fé;
ca
rne
bo
vin
a, ca
rne
de p
orc
o, le
ite
, o
vos;
peix
e
Pro
du
tos a
grí
cola
s,
pe
cuá
ria
, m
até
ria
s-
pri
mas, m
áqu
ina
s e
equ
ipam
en
tos,
eq
uip
am
en
tos d
e t
ranspo
rte
, m
ate
ria
is d
e
co
nstr
uçã
o, e
quip
am
en
tos m
éd
icos,
pro
du
tos fa
rma
cêu
tico
s,
pro
duto
s
qu
ímic
os,
ferr
o e
aço
e c
om
bustí
ve
l
Ag
ricultu
ra,
Ma
teria
is d
e c
onstr
uçã
o,
Ma
teria
l h
osp
ita
lar,
In
du
str
ia
farm
acê
utica
, In
du
str
ia p
etr
olífe
ra
Genera
l José A
nto
nio
Anzoáte
gui In
tern
atio
nal
Airport
, Jacin
to L
ara
Inte
rnatio
nal A
irport
,
Oscar
Machado Z
ulo
aga Inte
rnatio
nal A
irport
,
La C
hin
ita Inte
rnatio
nal A
irport
, S
imó
n B
olívar
Inte
rnatio
nal A
irport
, M
etr
opolit
ano I
nte
rnatio
nal
Airport
, D
el C
arib
e "
Santia
go M
ariño"
Inte
rnatio
nal A
irport
, Josefa
Cam
ejo
Inte
rnatio
nal A
irport
, Juan V
icente
Góm
ez
Inte
rnatio
nal A
irport
, A
rtu
ro M
ichele
na
Inte
rnatio
nal A
irport
La
Gu
air
, M
ara
ca
ibo,
Pu
ert
o C
ab
ello
,
Pu
nta
Ca
rdo
n
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
52
1.8. Principais produtos importados pelos países do MERCOSUL e oportunidades para as empresas Portuguesas
O MERCOSUL apresenta algumas oportunidades para as empresas portuguesas em termos de exportações e
que, em muitos casos, poderão ser potenciados por via do Brasil.
Do total dos produtos importados pela MERCOSUL no montante de US$ 383.5 mil milhões identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que representam 67% das importações, no montante de cerca US$ 257.6 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:
Do total dos produtos importados pelo MERCOSUL a Portugal, no total de US$ 1.358 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 71% das importações, no total de cerca de US$ 971 milhões:
Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de
70%; Veículos automóveis para transporte de pessoas;
Óleos brutos de petróleo e óleos de xisto; Equipamento de
telecomunicação; Peças e acessórios dos veículos;
Fertilizantes; Gás natural; Medicamentos (incluindo
medicamentos veterinários); Produtos medicinais e
farmacêuticos; Veículos a motor para transporte de
mercadorias; Compostos organo-inorgânicos, nucl.
Ácidos; Válvulas e tubos catódicos; Máquinas e
aparelhos elétricos; Motores de pistão de combustão
interna; Aparelhos de medição, análise e controle de
aparelhos; Máquinas de processamento de dados;
Aparelho para circuitos elétricos; tabuleiro, painéis;
Outras máquinas e aparelhos para as indústrias
particulares; Peças, acessórios para máquinas;
Aeronaves e outros equipamentos; Equipamentos de
aquecimento e refrigeração; Máquinas para a construção
civil; Bombas, compressores a gás e ventiladores;
Geradores; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda
a retalho; Motores e motores, não elétricos; partes;
Carvão, mesmo em pó; Ferramentas mecânicas, outras;
Cobre; Papel e cartão; Outras matérias plásticas em
formas primárias; Pneus de borracha e câmaras-de-ar;
Produtos diversos das indústrias químicas; Metais
comuns; Tubos e perfis oco de ferro, aço; Ácidos
carboxílicos, anidridos, halogenetos; Artigos de
plástico; Trigo e centeio em grão; Máquinas, Ferramentas
e aparelhos; Instrumentos e dispositivos médicos;
Transmissão, eixos; Máquinas agrícolas e peças;
Compostos de função amina; Perfumaria e cosméticos;
Fios têxteis; Chapas, filmes, papel alumínio e lâminas de
plástico; Aparelhos para canalizações, caldeiras,
reservatórios, cubas; Carrinhos de bebé, brinquedos, jogos
e artigos de desporto; Elementos químicos inorgânicos,
óxidos e sais de halogéneo; Polímeros de etileno, em
formas primárias.
Gorduras vegetais e óleo refinado; Peixe seco, salgado ou em salmoura, peixe fumado; Peixe fresco ou congelado; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Frutas e frutos secos (nozes), frescas ou secas; Materiais de construção (cimento);Máquinas de processamento de dados; Gás natural; Bebidas alcoólicas; Partes não elétricas e acessórios de máquinas; Máquinas de energia elétrica; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Cortiça; Minérios e concentrados de cobre; Hidrocarbonetos e halogenados; Equipamento de telecomunicação; Válvulas e tubos catódicos; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Geradores; Peças e acessórios dos veículos; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos residuais de petróleo.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
53
Do total dos produtos importados pela Argentina aos
parceiros económicos, no total de US$ 68 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 57% das importações, no total de cerca de US$ 39.6 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:
Do total dos produtos importados pelo Paraguai aos
parceiros económicos, no total de US$ 11.5 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 62.4% das importações, no total de cerca de cerca de US$ 7.2 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:
Veículos automóveis para transporte de pessoas;
Peças e acessórios dos veículos; Os óleos de petróleo
ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; O gás natural,
com ou sem liquefeito; Equipamento de telecomunicações
e peças; Motores de pistão de combustão interna; Veículos
a motor para transporte de mercadorias; Medicamentos
(incluindo medicamentos veterinários); Máquinas e
aparelhos elétricos; Produtos medicinais e
farmacêuticos ; Organo-inorgânicos, heterocycl .
compostos, nucl. Ácidos; Fertilizantes; Aeronaves;
Bombas e compressores a gás e ventiladores; Papel e
cartão; Máquinas de processamento de dados;
Aparelhos de medição, análise e controle; Minério de
ferro e seus concentrados; Equipamentos de aquecimento
e refrigeração; Aparelhos para circuitos elétricos,
tabuleiro, painéis; Inseticidas e produtos semelhantes,
para venda a retalho; Outras matérias plásticas em
formas primárias; Produtos diversos das indústrias
químicas; Outras máquinas e aparelhos para as
indústrias particulares; Metais comuns; Polímeros de
etileno, em formas primárias.
Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de
70%; Equipamento de telecomunicação; Fertilizantes;
Veículos automóveis para transporte de pessoas;
Máquinas de processamento de dados; Carrinhos de
bebé, brinquedos, jogos e artigos de desporto; Veículos a
motor para transporte de mercadorias; Inseticidas e
produtos semelhantes, para venda a retalho; Gravadores
de som; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Perfumaria,
cosméticos ou de toucador; Recetores de televisão;
Bebidas alcoólicas; Papel e cartão; Equipamento tipo
doméstico, elétrico ou não; Tabaco não manufaturado;
Tabaco; Máquinas agrícolas e peças; Os instrumentos
musicais, discos, fitas e semelhantes; Equipamentos de
aquecimento e refrigeração; Aparelhos recetores de
radiodifusão; Máquinas e aparelhos elétricos;
Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários);
Calçado; Produtos comestíveis e preparações;
Motocicletas e velocípedes.
Do total dos produtos importados pelo Uruguai aos
parceiros económicos, no total de US$ 11.6 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam cerca de 57% das importações, no total de cerca de US$ 6.6 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:
Do total dos produtos importados pela Venezuela aos
parceiros económicos, no total de US$ 60 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam cerca de 43% das importações, no total de cerca de US$ 25 mil milhões e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:
Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Fertilizantes; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Equipamento de
telecomunicação; Energia; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Máquinas de processamento de dados; Poliésteres, de resinas de epóxido; Policarbonato; Máquinas agrícolas e peças; Peças e acessórios dos veículos; Organo-inorgânicos, Heterocycl. compostos, nucl. Ácidos; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Alimentos para
animais; Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Artigos de plástico; Produtos diversos das indústrias químicas; Mobiliário e peças; Calçado; Máquinas e aparelhos elétricos; Equipamento tipo doméstico elétrico ou não; Produtos medicinais e produtos farmacêuticos; Automóveis; Recetores de televisão.
Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários);
Equipamento de telecomunicação; Geradores; Peças e
acessórios dos veículos; Equipamentos de aquecimento
e refrigeração; Carne de animais da espécie bovina,
frescas, refrigeradas ou congeladas; Leite e produtos
lácteos; Outros animais, animais vivos; Motores e motores,
não elétricos; Produtos medicinais e farmacêuticos;
Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro, aço; Os óleos
de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;
Máquinas de construção civil; Produtos químicos
orgânicos; Máquinas Agrícolas e peças; Instrumentos e
aparelhos médicos; Produtos residuais de petróleo; Trigo
e centeio em grão; Veículos a motor para transporte de
mercadorias; Alimentos para animais (sem cereais não
moídos); Gorduras vegetais, óleos e produtos do seu
fracionamento (azeite); Milho; Bombas de compressores a
gás e ventiladores; Máquinas de processamento de
dados; Embarcações.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
54
Analisados autonomamente
Do total dos produtos importados pelo Brasil aos parceiros
económicos, no total de US$ 223 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 56% das importações, no total de cerca de US$ 125.7 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:
Do total dos produtos importados pelo Brasil a Portugal, no
total de US$ 998 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 78% das importações, no total de cerca de US$ 783 milhões:
Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de
70%; Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos; Veículos
automóveis para transporte de pessoas; Fertilizantes;
Equipamento de telecomunicação; Peças e acessórios
dos veículos; Válvulas e tubos catódicos; Gás natural;
Compostos organo-inorgânicos; Produtos medicinais e
farmacêuticos; Medicamentos (incluindo
medicamentos veterinários); Veículos a motor para
transporte de mercadorias; Peças, acessórios para
máquinas; Máquinas e aparelhos elétricos; Aparelhos
de medição, análise e controle de aparelhos; Motores
de pistão de combustão interna, peças; Carvão;
Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis;
Aeronaves e outros equipamentos; Outras máquinas e
aparelhos para as indústrias particulares; Cobre;
Máquinas de processamento de dados; Inseticidas e
produtos semelhantes, para venda a retalho; Máquinas
para a construção civil; Motores e componentes; Bombas,
compressores a gás e ventiladores.
Gorduras vegetais fixos e óleos, óleo bruto, refinado, do fracionamento (azeite); Peixe seco, salgados ou em salmoura; peixe fumado (bacalhau); Frutas e frutos secos (nozes), frescas ou secas; Peixe fresco ou congelado; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Gás natural; Bebidas alcoólicas; Equipamentos de aquecimento e refrigeração de equipamentos; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Partes não elétricas e acessórios para máquinas; Materiais para construção (cimento); Minérios e concentrados de cobre; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Válvulas e tubos catódicos; Equipamento de telecomunicação e peças; Geradores; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos residuais de petróleo; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Peças e acessórios dos veículos; Fios de ferro ou aço; Minerais; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Fertilizantes; Aparelhos recetores de radiodifusão.
Fonte: UNCTADStat, dados 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
55
2. Brasil
A principal economia do MERCOSUL
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
56
2.Brasil – A principal economia do MERCOSUL13
Independente desde 1821, a República
Federativa do Brasil é o maior país do
MERCOSUL em área geográfica, população e
PIB.
O Brasil é o 5º maior país do mundo em termos
de população (atrás da China, Índia, EUA e
Indonésia), bem como em termos de área
(atrás da Rússia, Canadá, China e EUA) e tem
ainda o 6º maior PIB mundial.
Com uma população crescentemente urbana e
onde se encontra uma das maiores cidades do
Mundo, São Paulo (com mais de 19 milhões de
habitantes), o Brasil apresenta uma população
eminentemente cristã, com cerca de 61,5% da
população a definir-se como católica (123
milhões de pessoas).
O país conta com 8.515.767 km2 (cerca de 92
vezes o tamanho de Portugal), divididos por 5
regiões, que se dividem em 27 Estados e 1
distrito federal, onde se encontra Brasília, a
capital do país. O Brasil faz fronteira com o
Uruguai, a Argentina, o Paraguai, a Bolívia, o
Peru, a Colômbia, a Venezuela, a Guiana, o
Suriname e a Guiana Francesa (território
francês), beneficiando ainda de uma linha
costeira com 7.367 km.
Tabela 5 – As 10 maiores regiões metropolitanas brasileiras (2010)
Região Metropolitana Estado População
São Paulo São Paulo 19.672.582
Rio de Janeiro Rio de Janeiro 11.711.233
Belo Horizonte Minas Gerais 5.413.627
Porto Alegre Rio Grande do Sul 3.960.068
Recife Pernambuco 3.688.428
Fortaleza Ceará 3.610.379
Salvador Bahia 3.574.804
Curitiba Paraná 3.168.980
Campinas São Paulo 2.798.477
Manaus Amazonas 2.210.825
Fonte: IBGE
13
IBGE, CIA Factbook, FMI
Brasil
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
57
Para além do MERCOSUL, o Brasil é membro de várias outras organizações como a CPLP, a Organização
dos Estados Americanos, a Organização dos Estados Ibero-Americanos, a União de Nações Sul-Americanas e
ainda do G20 e dos BRIC.
Seguido de fortes anos de crescimento económico, prosperidade social e estabilidade política, o Brasil
candidatou-se, e conquistou, a organização do Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 (Rio
de Janeiro), o que se configuram como oportunidades para o Brasil reforçar a sua imagem a nível mundial,
estabelecer-se como um dos maiores destinos turísticos do mundo e assumir-se finalmente como um dos
principais players no quadro geoeconómico e geopolítico mundial.
2.1. Macroeconomia14
Desde a implementação do Plano Real em 1994, que estabeleceu o Real como a moeda nacional, o país
conseguiu controlar a hiperinflação e, assim a economia brasileira tem vindo a beneficiar de anos de
crescimento estável.
A população brasileira tem sido beneficiada destes anos de crescimento económico, o que é refletido em
diversos indicadores. A esperança média de vida cresceu substancialmente passando de 66,3 anos, em 1990,
para 73,8 anos, em 2012. O número médio de anos de estudo quase dobrou, passando de 3,8 anos para 7,2
anos, no mesmo período e o rendimento per capita passou de USD 6.978 para USD 10.152 em paridade de
compra.
Tabela 6 – Indicadores sociais (2012)
Brasil IDH Esperança média
de vida
Número médio de
anos de estudo
Analfabetismo % de pessoas em situação de
pobreza multidimensional
153.º 73,8 anos 7,2 anos 9,7% 2,7%
Fonte: Human Development Reports – United Nations
No entanto, grandes disparidades persistem ao longo de todo o território brasileiro. As regiões mais ricas são o
sudeste e o sul do país, respondendo por mais de 54% e 21% do PIB do país, respetivamente e sendo
caracterizadas como economias industrializadas e modernas. São ainda as regiões sudeste e sul que têm a
maior percentagem (cerca de 56% do total) da população do país.
Por outro lado, o nordeste responde por cerca de 28% da população
e apenas pouco mais de 11% do PIB.
Sendo a região Norte do país maioritariamente assente na bacia do
rio Amazonas, esta região é caracterizada por uma baixa densidade
populacional e condições de vida relativamente melhores do que a
região nordeste, devido à riqueza dos seus recursos naturais.
14
Human Development Reports – Nações Unidas e IBGE
O Brasil apresenta uma sociedade mais educada, com melhores condições sociais e uma crescente classe média
mais consumidora e exigente
O G-20 é um fórum informal que promove um debate aberto e construtivo entre países industrializados e
emergentes sobre assuntos-chave relacionados à estabilidade económica.
O BRICS abre para os seus cinco países espaço para (a) diálogo, identificação de convergências e
concertação em relação a diversos temas; e (b) ampliação de contatos e cooperação em setores
específicos.
Fonte: Ministério das Relações Exteriores do Brasil
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
58
O desenvolvimento económico e o surgimento de uma classe média mais forte, estável e com maior
representatividade na sociedade trouxe ainda novidades para a economia brasileira. A sociedade torna-se
agora reivindicativa, exigindo do Governo melhores gastos e uma governação mais transparente.
Tabela 7 – Distribuição geográfica da população brasileira em 2012
Região Estado População
Sudeste
São Paulo 43.663.672
Minas Gerais 20.593.366
Rio de Janeiro 16.369.178
Espírito Santo 3.839.363
Subtotal 84.465.579
Nordeste
Bahia 15.044.127
Pernambuco 9.208.551
Ceará 8.778.575
Maranhão 6.794.298
Paraíba 3.914.418
Rio Grande do Norte 3.373.960
Alagoas 3.300.938
Piauí 3.184.165
Sergipe 2.195.662
Subtotal 55.794.694
Sul
Rio Grande do Sul 11.164.050
Paraná 10.997.462
Santa Catarina 6.634.250
Subtotal 28.795.762
Norte
Pará 7.969.655
Amazonas 3.807.923
Rondônia 1.728.214
Tocantins 1.478.163
Acre 776.463
Amapá 734.995
Roraima 488.072
Subtotal 16.983.485
Centro-Oeste
Goiás 6.434.052
Mato Grosso 3.182.114
Distrito Federal 2.789.761
Mato Grosso do Sul 2.587.267
Subtotal 14.993.194
Fonte: IBGE
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
59
2.1.1. PIB da economia brasileira15
O Brasil é o país com maior peso na região, representando cerca de 71% do PIB do MERCOSUL.
Gráfico 35 - Representação da percentagem do PIB dos EM no MERCOSUL16
Nos últimos 20 anos, o Brasil apenas
viu o seu PIB decrescer ligeiramente
(-0,33%) em 2009, tendo enfrentado
ainda dois anos de crescimento
praticamente nulo (0,04% e 0,3%) em
1998 e 1999, fruto da crise asiática em
1997 e da crise russa em 1998, que
tiveram um efeito negativo nas
matérias-primas exportadas pelo Brasil.
Assim sendo, em 20 anos a economia
brasileira teve apenas 3 anos de
crescimento negativo ou nulo.
Este largo período de prosperidade
económica foi baseado essencialmente
no controlo da hiperinflação em 1994
(com a implementação do Real), no
crescente preço das matérias-primas exportadas pelo país, na descoberta de grandes reservas de petróleo na
sua zona marítima, em programas de transferência de rendimento do Governo e impulsionado por melhorias
das condições de financiamento da economia.
Apesar de ter crescido 7,5% em 2010, demonstrando uma forte resiliência perante a crise financeira
internacional, o crescimento do PIB do Brasil tem vindo a apresentar alguma contração entre 2010 e 2013.
O maior desafio identificado ao Brasil é a redução da pesada máquina do Estado, com profunda reforma ao
seu sistema fiscal. Na totalidade, os impostos representam mais de 35% do PIB do país, o que impõe
elevados custos às empresas.
Outro enorme desafio que o Brasil atravessa prende-se com a necessidade de investimento nas
infraestruturas, cujos escassos investimentos do passado levaram a que se tornassem muito debilitadas.
O investimento público em projetos de infraestrutura continua a figurar abaixo de 2% do PIB.
15
Doing Business and Investing in Brazil – PwC 16
World Bank
Bolsa Família
O mais famoso e bem-sucedido programa de transferência de rendimento contribuiu para retirar 28% da
população brasileira da pobreza extrema. Segundo um estudo do Ministério do Desenvolvimento Social
brasileiro, o multiplicador económico associado a este programa é de 1,78, o que implica que para cada
1% do PIB gasto neste programa a atividade económica da economia brasileira cresce 1,78%.
Argentina. 14.80%
Brasil. 70.86%
Uruguai. 1.54%
Paraguai 0.80%
Venezuela. 11.99%
Argentina
Brasil
Uruguai
Paraguai
Venezuela
Fonte: Banco Mundial
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
60
Gráfico 36 – Evolução anual do PIB, em milhares de milhões de USD
Gráfico 37 – Taxa de crescimento real anual do PIB
Fonte: World Bank
Fonte: World Bank
O Brasil procura que a sua política fiscal seja conduzida com alto grau de responsabilidade fiscal. O uso
equilibrado dos recursos públicos visa a redução gradual da dívida líquida em percentagem do PIB, de forma a
contribuir com a estabilidade, o crescimento e o desenvolvimento económico do país. Mais especificamente, a
política fiscal visa ainda a criação de empregos, o aumento dos investimentos públicos e a ampliação da rede
de segurança social, com ênfase na redução da pobreza e da desigualdade.
O Banco Central do Brasil conduz a política monetária do país. O objetivo central do BCB é de “assegurar a
estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”. O BCB tem trabalhado
com metas de inflação estabelecidas em bandas máximas e mínimas.
Através da fixação de metas para a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos
federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), o banco tenta controlar a inflação,
consoante a análise da conjuntura económica doméstica e internacional.
Desde 25 de junho de 2003 que a meta de inflação está estabelecida em 4,5%, funcionando num sistema de
bandas (permite a flutuação da inflação para um limite superior e inferior da meta estabelecida).
Assim, desde 30 de junho que a banda estabelecida é de 2 pontos percentuais, o que permite ao BCB
estabelecer a taxa de juro básica, conforme a conjuntura económica, de forma a obter uma inflação anual
entre 2,5% e 6,5%.
Gráfico 38 – Taxa média anual de desemprego, em percentagem da população ativa
Gráfico 39 – Evolução do PIB per capita, em USD
Fonte: FMI Fonte: Banco Mundial
1,654 1,620
2,143
2,477 2,253
-
500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
2008 2009 2010 2011 2012
5.17%
-0.33%
7.53%
2.73%
0.87%
(1%)
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
2008 2009 2010 2011 2012
7,900 8,083
6,742 5,970 5,500
0
2,000
4,000
6,000
8,000
10,000
2008 2009 2010 2011 2012
8,623 8,373
10,978
12,576 11,340
-
2,000
4,000
6,000
8,000
10,000
12,000
14,000
2008 2009 2010 2011 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
61
Os anos de prosperidade económica trouxeram ainda emprego para milhões de brasileiros. A taxa de
desemprego registou uma queda significativa, passando de 12,3%, em 2003, para 5,5%, em 2012. Ao mesmo
tempo, o PIB per capita cresceu de USD 3.039 para USD 11.339 entre 2003 e 2012. A conciliação entre
menos desemprego e maior PIB per capita forneceu as condições ideais para o crescimento do mercado
interno, incentivando assim o consumo, o comércio e a própria indústria nacional.
A agricultura responde por pouco mais de 5% do PIB, a indústria por cerca de 26% e os serviços por perto de
69%. Os principais produtos agrícolas do país são: café, soja, trigo, arroz, milho, açúcar, cacau, citrinos e
carne de vaca. A nível industrial o país produz: roupa, sapatos, químicos, cimento, madeira, ferro, estanho,
aço, aviões, veículos a motor, entre outras máquinas e equipamentos.
Adicionalmente, o país caracteriza-se por ter uma economia relativamente fechada, pouco dependente do
exterior, sendo que tanto as exportações como as importações têm um peso relativamente reduzido. Os 3
grandes parceiros comerciais do Brasil são a China, os EUA e a Argentina, tanto na importação como na
exportação.
2.1.2. Orçamento Geral do Estado17
No Brasil, as estatísticas sobre as contas públicas compreendem três dimensões: o Governo Central incluindo Previdência; as Empresas Estatais, controladas pelo setor público nos três níveis de governo; e os Governos Estaduais e Municipais (27 Estados, Distrito Federal e mais de 5.500 municípios).
O Brasil enfrenta diversos problemas relativamente às suas contas públicas. Em primeiro lugar os juros nominais suportados pelo Estado (aqui incluídas as esferas do Governo federal, estadual, municipal e as empresas estatais) é consideravelmente elevado, situando-se consistentemente acima de 5% do PIB, bem acima de valores pagos por países desenvolvidos ou mesmo por países comparáveis como a Rússia, a China, o México ou a África do Sul.
Em segundo lugar o Brasil enfrenta graves problemas relacionados com o seu sistema de segurança social (designado por previdência social).
Num país com uma população idosa muito mais reduzida do que os países europeus, o Brasil paga elevadas quantias em pensões. Mesmo com um sistema de subsídio de desemprego relativamente fraco (pelo menos quando comparado com os sistemas europeus), o país apresenta elevados gastos na rúbrica da previdência social.
Ainda assim, o país tem seguido objetivos de consolidação das contas públicas, bem como tem tentado diminuir os custos com juros, no entanto, a receita e assim a intervenção do Estado na economia, continua muito elevada, de forma a sustentar um Estado demasiado grande.
17
Banco Central do Brasil, Orçamento e dados de 2013
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
62
Tabela 8 – Resultado do Governo Central, em milhões de US$ (2012)
2010 2011 2012
Receita total 417.755 449.836 482.448
Tesouro Nacional 320.342 336.693 355.833
Previdência Social 96.275 111.683 125.251
Banco Central 1.139 1.461 1.363
Transferência a estados e municípios 63.895 78.341 82.380
Receita líquida total 353.860 371.496 400.067
Despesa total 317.994 329.017 365.490
Tesouro Nacional 200.864 199.478 220.037
Previdência Social 115.755 127.827 143.793
Banco Central 1.375 1.712 1.705
Fundo Central do Brasil 5.632
Resultado do Governo 35.866 42.478 45.841
Tesouro Nacional 55.582 58.874 59.093
Previdência Social -19.481 -16.145 -18.542
Banco Central -235.727 -250.715 -342.008
Resultado primário em % do PIB 2,4% 2,5% 2,4%
Fonte: Ministério da Fazenda/Secretaria do Tesouro Nacional
2.1.3. Dívida Pública18
A dívida pública bruta brasileira tem vindo a aumentar ao longo dos anos, no entanto, o país tem conseguido
diminuir a sua dívida líquida em percentagem do PIB, o que implica que apesar do aumento absoluto da
dívida, esta tem crescido a um ritmo inferior ao ritmo de crescimento da economia.
Com a diminuição do rácio de dívida/PIB, bem como com a evolução positiva da economia brasileira, o país
tem igualmente alcançado melhores notações perante as agências de notação financeira internacionais, o que
geralmente implica uma diminuição do risco associado à emissão de dívida pública e, assim, uma diminuição
dos juros pagos pelo Estado.
O Brasil alcançou uma importante vitória em 2005, fruto dos anos de prosperidade económica, com o
pagamento antecipado ao FMI da sua dívida no valor de US$ 7 mil milhões. Assim, o país deixou de depender
dos empréstimos do FMI, com quem tinha uma relação de devedor desde 1982.
18
FMI e Banco Central do Brasil
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
63
Gráfico 40 - Dívida pública bruta, em milhares de milhões de BRL
Fonte: FMI
Gráfico 41 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB
Fonte: FMI
Gráfico 42 – Dívida pública líquida, em percentagem do PIB
Boa parte da dívida pública brasileira está
indexada à taxa de juros de referência, a
SELIC e à própria inflação.
Mediante o controlo da inflação, da
diminuição da SELIC, do incremento do
PIB e da contínua consolidação das
contas públicas, espera-se que o Brasil
continue numa espiral positiva,
aumentando sucessivamente a sua
notação de crédito obtida de agências
internacionais.
Fonte: FMI
Tabela 9 - Notação de crédito da dívida pública brasileira
Indicadores S&P Moody’s Fitch
Notação BBB BAA2 BBB
Perspetivas Negativo Estável Estável
Considerações Investimento Investimento Investimento
Fonte: S&P, Moody’s e Fitch
2.2. Estrutura produtiva19
O Brasil é rico em recursos naturais e tem alguns dos maiores depósitos minerais do mundo. O Brasil é o
maior produtor de estanho, quartzo (vidro) e um dos maiores produtos de ferro, magnésio e tântalo. A indústria
metalúrgica brasileira é uma das 9 maiores do mundo e muitos outros metais, minerais e pedras preciosas são
extraídos em larga escala do solo brasileiro.
19
Banco Central do Brasil e Doing Business and Investing in Brazil – PwC
1,927 2,168
2,456 2,691
3,014
-
500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
3,500
2008 2009 2010 2011 2012
64%
67%
65% 65%
68%
61%
62%
63%
64%
65%
66%
67%
68%
69%
2008 2009 2010 2011 2012
38.0%
41.5%
39.1%
36.4% 35.2%
32%
34%
36%
38%
40%
42%
44%
2008 2009 2010 2011 2012
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
64
Adicionalmente, os recursos minerais do país incluem petróleo e energia hidroelétrica (principal fonte de
energia do país). Nota-se que apesar de já ser altamente explorada, os maiores potenciais para produção de
energia hidroelétrica estão na bacia do rio Amazonas, ainda por explorar.
A barragem de Itaipu é a segunda maior do mundo em termos de produção de energia, perdendo apenas para
a barragem das Três Gargantas (Three Gorges) na China. As recentes descobertas de petróleo no pré-sal
brasileiro irão fazer do Brasil um dos maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo (segundo um
estudo da universidade de Harvard, o Brasil terá a 6ª maior capacidade de produção de petróleo do mundo).
Gráfico 43 – Contribuição para o PIB dos setores de atividade no Brasil (2012)
Fonte: Banco Central do Brasil
O declínio dos combustíveis fósseis como principal fonte de energia irá fomentar a procura por “agroenergia”.
O Brasil tem vindo a desenvolver iniciativas de sucesso no ramo das energias renováveis, nomeadamente, na
agroenergia. Consequentemente, o setor do etanol expandiu-se e focou-se na eficiência e produtividade,
sendo que o país é hoje líder mundial na produção de biocombustíveis.
A produção brasileira de álcool derivado da cana-de-açúcar é um dos maiores exemplos de sucesso da
indústria do biocombustível no país. Desta forma (e devido a tentativas de expansão da produção de
biocombustíveis a partir de outras biomassas), todo o setor ligado à produção de álcool está a ser alvo de forte
desenvolvimento, tanto por grupos brasileiros como por grupos internacionais.
As vastas áreas de terra arável e o clima perfeito para a agricultura desenvolveram muito o setor agropecuário
no Brasil, bem como toda a indústria relacionada.
O país tem inúmeros investimentos em pesquisa científica ligada à agricultura, tendo atualmente uma das
mais avançadas agriculturas tropicais do mundo, a nível tecnológico, impulsionando assim a produtividade e,
consequentemente as exportações de produtos agrícolas.
O Brasil é atualmente o maior produtor mundial de café, açúcar e sumo de laranja, tendo sido também
responsável pela produção de cerca de 31% da produção de soja do mundo em 2012, com um total de 82,5
milhões de toneladas.
Adicionalmente, o país é o maior exportador de soja, café, açúcar e sumo de laranja, sendo ainda um
importante exportador de milho, cacau, tabaco e carne. O desempenho da agroindústria tem vindo a melhorar
ao longo dos últimos 5 anos, maioritariamente impulsionado pelas exportações de soja e produtos derivados,
carne de vaca e aves.
Acredita-se que o Brasil irá ser o maior exportador de aves do mundo e um dos principais em termos de carne
em geral. Desta forma, o Brasil é assim capaz de satisfazer tanto a sua procura interna como contribuir de
5%
26%
68%
Agropecuária
Indústria
Serviços
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
65
forma significativa para a procura mundial de alimentos, maioritariamente graças aos sucessivos ganhos de
produtividade.
Como forma de impulsionar o comércio e indústria, o Brasil criou ainda as zonas de livre comércio, nomeadamente a Zona Franca de Manaus, que foi criada em 1967, com o objetivo de atrair investimento para a região amazónica. Existem ainda outras zonas francas, no entanto, para mais informações sobre os benefícios destas, consultar o capítulo 3.
Tabela 10 – Principais produtos agrícolas brasileiros
O Brasil tem a liderança mundial em alguns dos principais produtos agrícolas
Produção Quota Mundial (%) Exportação Quota Mundial (%)
Soja (milhares de toneladas) 82.500 31% 38.400 39%
Milho (milhares de toneladas) 71.000 8% 17.500 19%
Carne de vaca (milhares de toneladas) 9.375 16% 1.450 16%
Aves (milhares de toneladas) 13.005 16% 3.582 36%
Carne de porco (milhares de toneladas) 3.330 3% 645 9%
Açúcar (milhares de toneladas) 37.500 28% 25.000 45%
Etanol (milhões de litros) 20.300 24% 1.100 16%
Café (milhares de sacos de 60kg) 55.900 38% 32.950 28%
Sumo de laranja (milhares de toneladas) 1.260 57% 1.230 82%
Fonte: PwC Agribusiness Research & Knowledge Center
O potencial piscatório brasileiro é gigantesco, com cerca de 7.367 km de costa, no entanto, este potencial não
está ainda a ser explorado em larga escala.
As principais indústrias do país incluem a indústria petroquímica, metalúrgica, automóvel, mineradora, cimento,
papel e produtos relacionados, a agroindústria, incluindo a transformação de alimentos. No entanto, ainda
existe um enorme potencial de expansão em todos os setores listados, apesar das restrições ao investimento
externo.
A indústria de alta-tecnologia é maioritariamente constituída por fábricas que se limitam a importar os
componentes e as partes dos equipamentos eletrónicos e a montá-los no país. As multinacionais dominam o
setor da alta-tecnologia, apesar da existência de alguns grupos nacionais de relevo. Como em muitos países
emergentes, o Brasil viveu nos últimos anos um forte incremento de negócios online, bem como de negócios
financiados através de capital de risco, o que trás novos desafios e oportunidades ao mercado.
Os serviços compõem a maior parte da economia brasileira e estão em franco crescimento. As áreas de maior
potencial estão ligadas ao turismo e serviços de informação. Os serviços comerciais são relativamente
sofisticados e o país conta com uma forte presença de multinacionais em áreas como o marketing, serviços
informáticos e consultoria. Os grandes grupos industriais possuem as suas próprias redes de distribuição e
transporte (fruto do tamanho do país e das ineficientes infraestruturas).
Finalmente, apesar de existirem algumas restrições protecionistas, os investidores estrangeiros estão
autorizados a atuar nos serviços de telecomunicações, financeiros e na banca.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
66
2.3. Política económica20
2.3.1. Perspetivas futuras
Apesar de, em 2001, a Goldman Sachs ter previsto que os BRIC seriam o motor de crescimento da economia
mundial, a configuração da economia e da política internacional alterou-se. O Brasil viveu anos de forte
crescimento económico nos últimos 20 anos e perspetiva-se que mantenha um razoável ritmo de crescimento
no futuro, no entanto, não ao nível dos demais países que compõe os BRIC.
Considera-se hoje em dia que o país fez muito pouco no que toca a reformas profundas e estruturais durante
os anos de forte crescimento económico. O setor público brasileiro é demasiado grande e impõe um peso
desmedido sobre o setor privado. O sistema tributário do país é um dos mais complexos do mundo, os
impostos sobre os salários ascendem a 58% do salário nominal e o Governo tem-se atrasado em
investimentos prioritários.
O sistema de pensões brasileiro é demasiado generoso, o que faz com o que o país gaste tanto em pensões
como um país europeu com 3 vezes a sua população idosa. No entanto, os gastos públicos em infraestruturas
são ainda muito reduzidos quando comparados com a média mundial.
Gráfico 44 - Crescimento anual do PIB real
O FMI tem apresentado sucessivas revisões em baixa para o crescimento do PIB do Brasil para os próximos anos, revelando uma tendência de crescimento da economia inferior aos valores inicialmente previstos de 4%.
No primeiro trimestre de 2014, o FMI estimou um crescimento do PIB de apenas 1.8% para o mesmo ano, perspetivando-se que o alinhamento para os valores previstos de 4% só se inicie no segundo semestre de 2014.
O crescimento económico brasileiro
deverá ser influenciado pelos vários
eventos mundiais que irão ocorrer
nos próximos anos e pela
perspetiva de aumento do número
de turistas associados aos eventos
e a um maior reconhecimento
mundial.
Será igualmente influenciado pela perspetiva do crescimento das suas exportações dos setores agrícolas e da
agro-indústria, bem como pela recuperação do setor industrial que poderá beneficiar de uma desvalorização
da moeda nacional face ao dólar, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros. No entanto, essa
mesma desvalorização irá ter efeitos sobre a inflação, resultando assim em menor poder de compra interno, o
que poderá ter algum impacto, ainda que reduzido, no consumo interno.
20
Banco Central do Brasil e The Economist, PwC, 2013
5.3%
4.4%
2.2%
3.4%
0.04% 0.3%
4.3%
1.3%
2.7%
1.1%
5.7%
3.2%
4.0%
6.1%
5.2%
-0.3%
7.5%
2.7%
0.0%
3.0%
4.0% 4.2%
(1%)
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
1994 1998 2000 2004 2008 2010 2012 2014 2018
Fonte: FMI
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
67
2.3.2. Prioridades estratégicas do Brasil21
Em 2007, o Governo brasileiro lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), promovendo assim o
planeamento (e execução) de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética no país,
com vista a aumentar (acelerar) o crescimento económico brasileiro e mantê-lo numa rota sustentável.
De acordo com o Governo, “o PAC ajudou a dobrar os investimentos públicos brasileiros (de 1,62% do PIB em
2006 para 3,27% em 2010) e ajudou o Brasil a gerar um volume recorde de empregos – 8,2 milhões de postos
de trabalho criados no período”.
Considera-se que o PAC “teve importância fundamental para o país durante a grave crise financeira mundial
entre 2008 e 2009, garantindo emprego e rendimento aos brasileiros, o que por sua vez garantiu a
continuidade do consumo de bens e serviços, mantendo ativa a economia e aliviando os efeitos da crise sobre
as empresas”.
Desta forma, o Governo decidiu lançar um segundo PAC que entrou em vigor em 2011, com base na mesma
estratégia e com os mesmos objetivos.
Oportunidade de desenvolvimento sem precedente
─ O atual nível de desenvolvimento das infraestruturas não tem nenhum precedente na história
brasileira;
─ O BNDES estima que os investimentos em infraestrutura possam atingir 2,5% a 3% do PIB até ao final
de 2014;
─ Entre 2003 e 2011, aproximadamente 40 milhões de indivíduos passaram a pertencer à classe média,
que passou de 65,9 milhões para 105,5 milhões de pessoas;
─ O Brasil tem hoje mais de 1.200 projetos de infraestrutura que envolverão investimentos de USD
348,5mil milhões (aproximadamente 50% estão na fase inicial).
Fatores atraentes do mercado em crescimento
─ Crescimento da população e urbanização;
─ Crescimento económico que aumenta a riqueza pessoal e a procura por infraestruturas de melhor
qualidade;
─ Baixa correlação com mercados desenvolvidos;
─ Investimento historicamente baixo em infraestrutura;
─ Melhoria no ambiente de investimento;
─ Privatizações e iniciativas público-privadas.
Motores da infraestrutura
─ A melhoria da infraestrutura brasileira e crucial para manter o crescimento estável do país;
─ O Brasil irá concretizar uma grande renovação da sua infraestrutura, incluindo portos e logística,
aeroportos e transporte, ferroviais, estradas, energia e arenas desportivas;
─ O Brasil vai sediar o Mundial 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016;
─ O PAC2 prevê investimentos nas 12 cidades-sedes das competições:
o USD 3,3 mil milhões para estádios desportivos;
o USD 6,8 mil milhões para mobilidade urbana;
o USD 400 milhões para terminais e portos;
o USD 1,2 mil milhões para a construção e renovação do setor hoteleiro.
21
Ministério da Fazenda
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
68
2.4. Principais regiões e Estados do Brasil
2.4.1. Principais regiões importadoras
O Brasil está dividido em 5 grandes regiões, a Região Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul. Esta
divisão realizada em pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística procurou reunir os Estados com perfis
sociais e económicos comuns.
A Região Norte é caracterizada por grandes extensões de território cobertos pela floresta da Amazónia, com
umas das biodiversidades mais ricos do mundo, com rios navegáveis e rica em minério.
A Região do Nordeste é caracterizada
pelas grandes extensões de território,
com uma profunda desigualdade em
termos de ocupação humana e
disponibilidade de água.
A Região Centro Oeste é caracterizada
pelo setor da Agro Industria e da
pecuária.
A Região Sudeste é a região
economicamente mais desenvolvida do
Brasil, com o principal polo industrial do
Brasil
A Região Sul é a segunda região mais
industrializada do País e detém os
melhores indicadores sociais.
Principais setores para investimentos em infraestruturas no Brasil
Portos O Governo abriu os portos públicos brasileiros à concessão do setor privado
Ferrovias Investimentos maciços em infraestruturas de ferrovias (incluindo transporte de alta
velocidade)
Rodovias Programa de concessão do Governo abrange 12.000 km de estradas
Aeroportos Investimentos maciços nos aeroportos do país, incluindo a construção de novos
terminais, tal como uma 2ª ronda de concessão de aeroportos
Energia Mais instalações estão previstas, apesar dos atrasos devido a conflitos na
obtenção de licenças ambientais
Pré-sal Investimentos na área do pré-sal devem transformar o Brasil em um grande
exportador de petróleo cru.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
69
Em termos de importações, em
2013, a Região Norte importou cerca
de US$ 16 mil milhões, a Região do
Nordeste importou US$ 28 mil
milhões, a Região do Centro Oeste
US$ 16 mil milhões, a Região do
Sudeste cerca de US$ 131 mil
milhões e a Região Sul, cerca de
US$ 51 mil milhões.
Há uma forte concentração das
importações no Estados de Minas
Gerais, Espírito Santo, São Paulo e
Rio de Janeiro que serão objeto de
análise mais detalhada.
2.4.1.1. 50 Principais produtos importados por Região do Brasil
Os produtos importados pelo Brasil apresentam características diferentes consoante a região que se analise,
porém, é possível detetar características comuns, nomeadamente quanto à importação de produtos de alta
tecnologia, componentes e peças para a indústria, veículos automóveis de passageiros e produtos químicos. A
importação de matéria-prima é residual.
Região Norte
Total de Importações em 2013, US$ 16 mil milhões
Variação 2012/2013: + 2.81%
Região do Nordeste
Total de Importações em 2013, US$ 27 mil milhões
Variação 2012/2013: + 6.72%
Outras partes p/aparelhos recept. radiodif. telev;
Microprocessadores mont.p/superf.(smd); Partes
p/aparelhos de /telefonia/telegrafia; "gasóleo" (óleo diesel);
Outros circuitos integrados monolíticos; Partes e acessórios
de motocicletas; Outras unidades de ar condicionado;
Memória ram =25ns,eprom, eeprom, prom, Rom, flash;
Estireno; Conjuntos cabeça-disco de unid.de disco rígido;
Embarcações p/transporte de mercadorias ou pessoas;
Hidróxido de sódio em sol. Aquosa (lixivia); Paládio em
formas brutas ou em pó; Moto compressora hermética, frig;
Ci multicamada c/ isolante res.epoxida/tec; Cond. elétrico
peças de conexão; Partes p/aparelhos radio
telecomando/camaras; Outras memórias digitais montadas;
Trigo e misturas de trigo c/centeio; Unidades de discos
magnéticos/discos rígido; Circuitos impr.c/comp. elétr./eletr.
montados; Acumuladores elétricos de íon de lítio; Prata;
Tela p/microcomputadores portáteis, policromáticos; Outras
partes e acess.p/máquinas automat. proc; Circuito integ.
monolítico "chipset"; Conectores p/circuito impresso,
p/tensão <=1kv; Consolas e maq.de jogos de vídeo; Outras
partes para motores de explosão; Outros polietilenos
s/carga, d>=0.94,em formas; Polietileno linear, densidade
<0.94; Tereftalato de polietileno em forma primária; Outros
próprios p/aparelhos telefónicos; Coque de petróleo
"Gasóleo" (óleo diesel); Outras gasolinas, exceto para
aviação; Naftas para petroquímica; Sulfetos de minérios de
cobre; Out. trigos e misturas de trigo c/centeio; Automóveis
c/motor explosão,1500<cm3<=3000,at; Outros propanos
liquefeitos; Querosenes de aviação; Gás natural, liquefeito;
Outros veículos automóveis c/motor diesel, p/c; Ácido
tereftalico e seus sais; Cátodos de cobre refinado/seus
elementos; Outros cloretos de potássio; Diidrogeno-
ortofosfato de amónio, incl. mist; Outros grupos eletrog.;
Outras turbinas a vapor, de potencia>40mw; Partes de
outros motores/geradores/grupos; Óleos brutos de petróleo;
Outros veículos automóveis c/motor explosão; Malte não
torrado, inteiro ou partido; Outros grupos eletrog.de energia
eólica; Outs. construções e suas partes, de ferro fund/;
Lamin. ferro/aço,l>=6dm,galvan.outro proc. e<4;
Automóveis c/motor explosao,1000<cm3<=1500; Outs.
Inseticidas; Hidróxido de sódio em sol. aquosa (lixivia
soda); Butanos liquefeitos; Hulha betuminosa, não
aglomerada; Calçados p/desporto; Arroz semibranqueado;
Etilenoglicol (etanodiol); Outros querosenes; Coque de
petróleo não calcinado; Gás liquefeito de petróleo (glp);
Outs. máquinas e aparelhos p/fabr. pasta de mater;
Desperdícios e resíduos, de cobre; P-xileno; Lamin.de
outras ligas aços, quente, l>=600mm; Policloreto de vinila,
Gráfico 45 – Importações por região do Brasil
7%
11%
7%
54%
21%
Importações por região % (2013)
Região Norte
Região do Nordeste
Região Centro Oeste
Região Sudeste
Região Sul
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
70
calcinado; Blocos de cilindros, peças p/motores;
Polipropileno sem carga, em forma primária; Outras
turbinas a gás de potência>5000kw; Outros circuitos
montados; Chapas de liga de alumínio; Retificadores de
cristal (semicondutores); Outras bobinas de reactância e de
autoindução; Cartões inteligentes smart cards; Parafusos,
pinos/pernos, de ferro fundido; Condensadores fixos
c/dieletr; Caixas p/relógio de pulso/bolso; Pneus radiais,
novos; "Dumpers"; Outras máquinas e aparelhos
mecânicos; “Dumpers” p/transp. De mercadorias; Chapas,
folhas, tiras, etc., autoadesiva; Moto compressores
herméticos p/equipamentos.
obt. proc. suspensão; Navios-tanque; Máquinas
ferramentas p/estampar metais, c/comando; Outras formas
brutas de chumbo refinado; Automóveis c/motor explosão,
cil<=1000cm3; Outras máquinas e aparelhos mecânicos;
Outros grupos eletrog. p/motor diesel>375kva; Outros óleos
de "palmiste"; Superfosfato, teor de pentóxido de fosforo;
Borracha natural; Barras de ferro/aço, laminado, quente,
dentadas, etc.; Automóveis c/motor
explosão,cm3>3000,até 6 pa.
Região Centro Oeste
Total de Importações em 2013, US$ 16 mil milhões
Variação 2012/2013: + 2.81%
Região Sudeste
Total de Importações em 2013, US$ 131 mil milhões
Variação 2012/2013: + 10.14%
Gás natural no estado gasoso; Outros cloretos de potássio;
Outs. frações do sangue, prod. 9munol. modif.; Automóveis
c/motor explosão,1500<cm3<=3000; Anticorpo humano
c/afin. especif. antígeno; Cátodos de cobre refinado/seus
elementos; Diidrogeno-ortofosfato de amónio; Ureia com
teor de nitrogénio>45% em peso; Outs.
adubos/fertiliz.miner.quim.c/nitrogénio; Outras partes e
acess. de carroçarias p/veículos; Superfosfato, teor de
pentóxido de fosforo; Outros medicam. cont. prods. p/fins
terapêuticos; Medicamento c/ciclosporina, fluspirileno;
Sulfato de amónio; Outros medicamentos c/compostos
heterocli.; Outros medicamentos c/comp. heterocicl.
heteroat. Nitro; Medicamento contendo outras enzimas, em
doses; Outras caixas de marchas; Eixos d/transm.
c/diferencial p/veículos automóveis; Carnes desossadas de
bovino, frescas; Outras vacinas para medicina humana, em
doses; Fios têxteis de poliésteres crus; Motores
diesel/semidiesel,p/veic.cap.87, 2500; Carnes desossadas
de bovino, congeladas; Outros motores de explosão,
p/veic.; Caldeiras "de agua superaquecida"; Outras partes e
acess.p/tratores e veículos; Outs. aparelhos e dispositiv. p/
trat. matéria modificada; Outros instrumentos e aparelhos
p/telecomunicações; Outros óleos de palma;
Imunoglobulina liofilizada ou em solução; Outros aparelhos
mecânicos, para projetar; Nitrato de amónio, mesmo em
solução aquosa; Coque de petróleo não calcinado ;
Motores diesel/semidiesel,p/veic.cap.87, 1500; Tecido de
filam. poliester textur>=85%,tintos; Automóveis c/motor
diesel,cm3>2500,sup.6 pass; Adubos ou fertilizantes
c/nitrogénio, fosforo; Energia elétrica; Automóveis c/motor
explosão,cm3>3000,sup.6; Veículos automóveis de
combate a incêndios; Lamin. ferro/aço, l>=6dm,revest.ligas;
Outras construções e suas partes, de ferro fund; Secadores
p/madeiras, pastas de papel, papeis; Outras máquinas e
aparelhos p/fabr. Pasta; Tecido de filam. poliéster
textura>=85%,estampa; Metanol (álcool metílico); Batatas
preparadas ou conservadas, congeladas; Out. trigos e
misturas de trigo c/centeio; Preservativos.
Óleos brutos de petróleo; "gasóleo" (óleo diesel);
Automóveis c/motor explosão,1500<cm3<=3000; Gás
natural, liquefeito; Hulha betuminosa, não aglomerada;
Outs. parts. p/aparelhos de rádio; Partes de turborreatores
ou de turbopropulsor; Naftas para petroquímica; Outras
partes p/aviões ou helicópteros; Outras caixas de marchas;
Outras inseticidas, apresentados de outro modo; Outras
partes e acessórias de carroçarias p/veículos; Querosenes
de aviação; Out. trigos e misturas de trigo c/centeio; Outras
partes e acess.p/tratores e veículos; Automóveis c/motor
explosãoexplosão,1000<cm3<=1500; Outros, cloretos de
potássio; Microprocessadores montagem p/superf.;
Automóveis c/motor explosão, cil<=1000cm3; Outros
medicamentos c/comp. heterocicl. heteroat. nitro;
Turborreatores de empuxo>25kn; Circuitos impr. c/comp.
elétr./eletr. Montados; Óleos lubrificantes sem aditivos;
Outras máquinas e aparelhos mecânicos c/função; Outros
circuitos integrados; Outras partes de máquinas e
aparelhos de terraplana; Outros fungicidas apresentados
de outro modo; Outros circuitos integrados monolíticos;
Terminais portáteis de telemóveis; Outras compostos
heterocicl.c/1 ciclo pirazol; Coques de hulha, de linhita ou
de turfa; Partes de caixas de marchas; Glifosato e seu sal
de monoisopropilamina; Outros eixos e partes, p/veículos
automóveis; Tela p/microcomputadores portáteis,
policromáticos; Ureia com teor de nitrogénio>45% em peso;
Outras obras de plásticos; Outras obras de ferro ou aço;
Outros helicópteros de peso>3500kg,vazios; Caixas de
transmissão, redutores, etc.; Outros motores de explosão,
p/veic.cap.87,sup.; Outras partes e acess.p/máquinas
automáticas; Outros medicam. cont. prods. p/fins
terapêuticos; Outros herbicidas apresentados d/outro
modo; Outros veículos p/movim. carga, autopropulsores;
Outras hulhas, mesmo em pó, mas não aglomeradas;
Outros medicamentos c/compostos heterocicl.; Outras
vacinas para medicina humana; Outros motores
diesel/semidiesel,p/veic.;Outros controladores eletron.
automáticos p/veículos.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
71
Região Sul
Total de Importações em 2013, US$ 50 mil milhões
Variação 2012/2013: + 3.2%
Óleos brutos de petróleo; Outros veículos automóveis c/motor diesel, p/c; Naftas para petroquímica; Automóveis c/motor
explosão, 1500 <CM3 <=3000; Outros cloretos de potássio; Cátodos de cobre refinado/seus elementos; Ureia com teor de
nitrogénio; Didrogeno-ortofosfato de amónio; Automóveis c/motor explosão, cil<=1000cm3; Out. trigos e misturas de trigo
c/centeio; Automóveis c/motor explosão; Outras partes e acess.de carroçarias p/ veículos; Hidrogeno-ortofosfato de
amónio; Pneus novos para automóveis de passageiros; Outras caixas; Outras partes e acess.p/tratores e veículos;
Automóveis c/motor diesel, cm3>2500,sup.6 pass; Outros pneus novos para autocarros ou camiões; Superfosfato, teor
de pentóxido de fosforo; Outs. adubos/fertiliz.miner.quim.c/nitrogénio; Fio de fibras artificiais>=85%,simples; Outros
polietilenos s/carga,d>=0.94,em formas; Outros feijões comuns, pretos, secos, em grãos; Policloreto de
vinila,obt.proc.suspensao; Outros polímeros de etileno, em formas primárias; Outs. Fungicidas; Garrafões, garrafas,
frascos, artigos semelhantes; Outros motores diesel/semidiesel, p/veic.; Outras luvas de borracha vulcanizada; Outros
circuitos integrados; Sulfato de amónio; Metanol (álcool metílico); Outros veículos automóveis c/motor explosão; Fios
têxteis de poliésteres crus; Outros ladrilhos, etc. de cerâmica/vidrados; Lâmpadas/tubos descarga, fluorescente, de
cátodos; Polipropileno sem carga, em forma primária; Batatas preparadas ou conservadas, congeladas; Partes de outs.
máquinas e apars.p/colheita; Travões e partes, p/tratores/veículos automóveis; Caixas de transmissão, edutores,etc.;
Pasta quim. madeira de conifera, soda/sulfat.; Outras produtos de plástico; Polietileno sem carga, densidade<0.94,em
forma; Outs. apars. recep. radiodif. c/apars.som,p/veic.; Azeite virgem; Milho em grão; Outs.máqs.apar.elétr.c/função
própria; Outras frações do sangue, prod.imunol.modif.exc.; Outras máquinas e aparelhos mecânicos c/funções.
Dados: Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, 2014
2.4.2. Região Sudeste os Estados mais importadores, os Estados de Minas
Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro
Os Estados da Região do Sudeste são responsáveis por cerca de 50% das importações totais do Brasil, num
montante global de US$ 131 mil milhões e um crescimento de 10.14% em 2013, invertendo a tendência de
queda do crescimento das importações que se vinha a verificar desde 2010, tendo, inclusivamente sido
registado em 2012, uma diminuição do valor das importações face ao ano anterior.
O Estado de São Paulo e do Rio de
Janeiro representam cerca de 85% das
importações da Região, tendo atingido
em 2013 um total de cerca de US$ 111
mil milhões.
O Estados de Minas Gerais e do
Espírito Santo representam, em
conjunto, apenas 15% das importações
da região.
89,756 USD 69%
21,574 USD 16%
12,343 USD 9%
7,435 USD 6%
Importações dos Estados da Região do Sudeste 2013 - US$ milhões
São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais Espírito Santo
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014
Gráfico 46 – Variação anual do CAGR das importações da Região do Sudeste
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
72
O ano de 2013 representa um ano
de viragem na queda das
importações em consequência da
necessidade de matéria-prima para
um vasto conjunto de
investimentos em infraestruturas
que têm vindo a ser realizadas.
Conforme se poderá verificar pelo
gráfico as importações do Estado
de São Paulo influenciam de forma
significativa os resultados da
região.
O Estado do Rio de Janeiro
apresenta uma maior resistência à
quebra nas importações.
(*) CAGR (Compound Annual
Growth Rate (Taxa de crescimento
anual composta).
2.4.2.1. Lista do 10 municípios mais importadores do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro (2013)
Entre os inúmeros municípios que compõem os Estados há municípios que se destacam dos demais pelo seu
volume de importações, nomeadamente, no Estado do Rio de Janeiro, os Municípios do Rio de Janeiro, Niterói
e Angra dos Reis, com cerca de 76% das importações, e no Estado de São Paulo, São Sebastião, São Paulo,
Campinas e São Bernardo do Campo, com cerca de 65% das importações.
Gráfico 47 – Variação anual do CAGR* das importações
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014
36.05%
22.43%
-4.74%
10.16%
34.26%
21.24%
-5.30%
15.33%
43.12%
13.94%
7.73% 5.46%
-10.00%
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
2010 2011 2012 2013
CAGR Importações 2010-2013
CARG Importações da Região do Sudeste (2010-2013)
São Paulo
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
38%
Niterói 26%
Angra dos Reis 12%
Petrópolis 5%
Resende 5%
Porto Real 4%
Macaé 4%
Belford Roxo 3%
Duque de Caxias
3%
Itaguaí 0%
10 Municípios mais importadores do Estado do Rio de Janeiro - 2013
São Sebastião
26%
São Paulo 25%
Campinas 8%
São Bernardo do Campo
8%
São José dos Campos
7%
Guarulhos 6%
Sorocaba 5%
Taubaté 5%
Jundiaí 5%
Barueri 5%
10 Municípios mais importadores do Estado de São Paulo - 2013
Gráfico 48 – Importações por município
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
73
2.4.2.2. Estado de São Paulo
O Estado de São Paulo é um dos maiores centros económicos
e industriais da América do Sul. Com cerca de 42 milhões de
habitantes, São Paulo é o Estado com maior população do
Brasil, concentrando o 3° maior mercado consumidor da
América Latina.
Composto por 645 municípios, a sua dinâmica regional
constituiu uma rede de cidades que compreende, nos estratos
superiores de sua hierarquia, um conjunto de metrópoles,
aglomerados e centros urbanos.
Além de São Paulo, os municípios com maior população do Estado são: Guarulhos, Campinas, São Bernardo
do Campo, Santo André, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Sorocaba e Santos.
São Paulo dispõe de um conjunto alargado de infraestruturas, entre as quais, os principais aeroportos do
Brasil, além do Porto de Santos, maior terminal de contentores da América Latina, responsável por 25% da
corrente de comércio brasileira.
Entre as várias universidades existentes em São Paulo, as três universidades públicas paulistas figuram entre
as melhores do País, dispondo igualmente de uma ampla rede de ensino técnico e profissionalizante do Brasil,
com destaque para o Centro Paula Souza, responsável pelas Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de
Tecnologia (Fatecs).
O Estado de São Paulo dispõe de incentivos fiscais adicionais que beneficiam diversos setores produtivos,
entre os quais se encontram, a redução de alíquota no Imposto de Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) de 18% para 12%.
O Estado de São Paulo é o principal destino de turismo de negócios do Brasil. Com 75% das feiras e eventos
realizados, a capital é a sede dos principais encontros brasileiros e internacionais, enquanto o interior e o
litoral destacam-se por suas atividades económicas e de lazer. O Estado de São Paulo apresenta uma balança
comercial deficitária atendendo às suas características económicas enquanto centro financeiro e centro de
importações para o mercado de consumo interno.
Com o objetivo de manter São Paulo na
sua trajetória de crescimento, o Governo
do Estado concebeu o plano plurianual
2012-2015, com 180 programas e
investimentos de US$ 336 mil milhões,
dos quais US$ 331 resultam do
Orçamento público e US$ 35 mil milhões
de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e
empresas estatais
Investe São Paulo, 2013
- USD
10,000 USD
20,000 USD
30,000 USD
40,000 USD
50,000 USD
60,000 USD
70,000 USD
80,000 USD
90,000 USD
100,000 USD
2009 2010 2011 2012 2013
Valo
res m
ilh
õe
s U
S$
Balança comercial do Estado de São Paulo
Importações Exportações
-23%
34%
21%
-5%
15%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
2009 2010 2011 2012 2013
Variação das importações do Estado de São Paulo 2009-2013
CARG Importações
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014
Gráfico 49 – Balança comercial e variação das importações do Estado de São Paulo
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
74
Dada a contração na economia brasileira, as importações registam um crescimento reduzido entre 2010 e
2012, tendo, inclusive, nesse ano, registando uma diminuição das importações face ao ano anterior. O ano de
2013 retoma o crescimento das importações para valores superiores a 10%.
Em termos de setores estratégicos, São Paulo apresenta os seguintes setores:
Aeroespacial e Defesa
Maior centro aeroespacial da América Latina, São Paulo
responde por 73% das unidades locais, 95% da mão-de-
obra e 96% do valor da transformação industrial do setor
aeronáutico brasileiro.
Agroindústria
É o maior produtor mundial de Laranja e Cana-de-
Açúcar, destacando-se ainda na produção de Carne
Bovina e outros produtos agrícolas.
Alimentos
O Estado está entre os principais produtores de
alimentos industriais do mundo, responsável por cerca
de 35,5% da produção industrial de alimentos no Brasil e
referência no comércio e na prestação de serviços no
setor.
Automóvel
O Estado é o 15º maior produtor de veículos do mundo e
tem instalado no seu território mais de 41% das fábricas
do setor automóvel brasileiro.
Economia Verde
O Estado detém o maior mercado de economia verde do
País, com cerca de 142 mil empresas que dão emprego
a cerca de 1.6 milhões de pessoas, com destaque para
os setores dos Biocombustíveis e das Energias
Renováveis.
Máquinas e Equipamentos
Com cerca de 57% do valor da transformação industrial
e 49% da mão-de-obra do Brasil no setor (cerca de 288
mil empregados).
Mercado Imobiliário
Com mais de 90% de sua população concentrada em
áreas urbanas, São Paulo dispõe de 20% do total de
habitantes do Brasil e representa 28% do PIB nacional
da construção civil.
Pesquisa e Desenvolvimento
São Paulo dispõe de uma rede intensiva de
universidades, centros de pesquisa, incubadoras e
parques tecnológicos, respondendo por 86% dos
investimentos recebidos no setor.
Petróleo e Gás Natural
Além de abrigar 34% dos fornecedores nacionais de
equipamentos e serviços voltados para o setor, São
Paulo conta com cinco refinarias que representam 42,7%
da capacidade do País e um enorme potencial extrativo
com as descobertas no pré-sal.
Saúde e Ciências da Vida
Líder no setor e com excelente estrutura de pesquisa e
mão-de-obra qualificada, São Paulo abriga 38% das
empresas de biociências e 71% da
indústria Farmacêutica do Brasil, bem como 53% do total
de pessoas que trabalham no setor.
Serviços Financeiros
São Paulo concentra mais de 31% das agências
bancárias e 32% das operações de crédito no Brasil. A
capital do Estado abriga a BM&FBovespa, uma das
cinco maiores bolsas de valores do mundo.
Tecnologia da Informação e Comunicação
Maior polo de tecnologia da informação e comunicação
(TIC) do Brasil, São Paulo concentra 41% da indústria
nacional de equipamentos de informática, além de uma
ampla oferta de serviços voltados para computadores,
tablets e smartphones.
Fonte: Investe São Paulo
A BM&FBOVESPA S.A. — Bolsa de Valores, Mercadorias
e Futuros encontra-se entre as maiores bolsas do mundo
em valor de mercado e é líder na América Latina.
Única bolsa de valores, mercadorias e futuros em
operação no Brasil, a BM&FBOVESPA exerce igualmente
o papel de dinamizar o mercado de capitais do Brasil.
Fonte: BM&FBOVESPA S.A, 2013
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
75
2.4.2.2.1. Lista das 100 empresas do Estado de São Paulo mais importadoras - 2013
PETRÓLEO BRASILEIROS - PETROBRAS
SYNGENTA PROTECAO DE CULTIVOS LTDA
SAMSUNG ELETRONICA DA AMAZONIA LTDA
EMBRAER S.A.
LG - ELECTRONICS DO BRASIL LTDA
BASF SA
SCANIA LATIN AMERICA LTDA
HONDA AUTOMOVEIS DO BRASIL LTDA
EMBRAER S.A.
CATERPILLAR BRASIL LTDA
MERCEDES-BENZ DO BRASIL LTDA.
GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA
DELL COMPUTADORES DO BRASIL LTDA
TOYOTA DO BRASIL LTDA
FLEXTRONICS INTERNATIONAL TECNOLOGIA LTDA
CISA TRADING S/A
GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA
ROBERT BOSCH LIMITADA
FOXCONN BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
HYUNDAI MOTOR BRASIL MONTADORA DE AUTOMOVEIS LTDA
NOVARTIS BIOCIENCIAS SA
FLEXTRONICS INTERNATIONAL TECNOLOGIA LTDA
PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS
GOODYEAR DO BRASIL PRODUTOS DE BORRACHA LTDA
SANOFI-AVENTIS FARMACEUTICA LTDA
HONDA AUTOMOVEIS DO BRASIL LTDA
ROLLS-ROYCE BRASIL LTDA.
BMW DO BRASIL LTDA
USINAS SIDERURGICAS DE MINAS GERAIS S/A. USIMINAS
TAM LINHAS AEREAS S/A.
DOW AGROSCIENCES INDUSTRIAL LTDA
ERICSSON TELECOMUNICACOES S A.
CATERPILLAR BRASIL COMÉRCIO DE MÁQUINAS E PECAS LTDA.
WYETH INDÚSTRIA FARMACEUTICA LTDA
LABORATORIOS PFIZER LTDA
VOLKSWAGEN DO BRASIL INDÚSTRIA DE VEICULOS
HEWLETT-PACKARD BRASIL LTDA
C&A MODAS LTDA.
TOYOTA DO BRASIL LTDA
LENOVO TECNOLOGIA (BRASIL) LIMITADA
JANSSEN-CILAG FARMACEUTICA LTDA
NIKE DO BRASIL COMÉRCIO E PARTICIPACOES LTDA
VOLVO DO BRASIL VEICULOS LTDA
FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA
ASTRAZENECA DO BRASIL LTDA.
CNH LATIN AMERICA LTDA
DOW BRASIL SUDESTE INDUSTRIAL LTDA.
JOHNSON & JOHNSON DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO
BRIDGESTONE DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
HUAWEI DO BRASIL TELECOMUNICACOES LTDA
COMPALEAD ELETRONICA DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO
BAYER S.A.
FIH DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ELETRONICOS LTDA
PROCTER & GAMBLE DO BRASIL S.A.
GENERAL ELECTRIC ENERGY DO BRASIL – EQUIPAMENTOS SER
CARGILL AGRICOLA S A
FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA
BOEHRINGER INGELHEIM DO BRASIL QUIMICA E FARMACEUTICA
INTERNATIONAL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA DA AMERICA DO SUL LT
ABBOTT LABORATORIOS DO BRASIL LTDA
GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA
CUMMINS BRASIL LIMITADA
IBM BRASIL-INDÚSTRIA MÁQUINAS E SERVICOS LIMITADA
ARYSTA LIFESCIENCE DO BRASIL INDÚSTRIA QUIMICA E AGROPE
FUNDAÇÃO BUTANTAN
MONSANTO DO BRASIL LTDA
3M DO BRASIL LTDA
MOSAIC FERTILIZANTES DO BRASIL LTDA.
PIRELLI PNEUS LTDA.
JOHN DEERE BRASIL LTDA
NOVELIS DO BRASIL LTDA.
TECSIS TECNOLOGIA E SISTEMAS AVANCADOS S.A.
FOXCONN BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
DU PONT DO BRASIL S A
LOJAS RIACHUELO SA
THINKTECH INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE INFORMATICA SA
VALTRA DO BRASIL LTDA.
CLARIANT S.A
MOTOROLA MOBILITY COMÉRCIO DE PRODUTOS ELETRONICOS
LTDA
AGC VIDROS DO BRASIL LTDA.
SMART MODULAR TECHNOLOGIES INDÚSTRIA DE COMPONENTES
SCHERING DO BRASIL QUIMICA E FARMACEUTICA LTDA.
VALE FERTILIZANTES S.A.
UPL DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE INSUMOS
AGROPECUA
MERITOR DO BRASIL SISTEMAS AUTOMOTIVOS LTDA.
TETRA PAK LTDA
ELI LILLY DO BRASIL LTDA
ZARA BRASIL LTDA
DRESSER-RAND DO BRASIL LTDA.
SHELL BRASIL PETROLEO LTDA
RHODIA POLIAMIDA E ESPECIALIDADES LTDA
LUXOTTICA BRASIL PRODUTOS OTICOS E ESPORTIVOS LTDA
PIRELLI PNEUS LTDA.
SKF DO BRASIL LTDA
CONFAB INDUSTRIAL SOCIEDADE ANONIMA
SUMITOMO CHEMICAL DO BRASIL REPRESENTACOES LIMITADA
NOVARTIS BIOCIENCIAS SA
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
76
2.4.2.2.2. Lista das 100 empresas do Estado de São Paulo mais importadoras a Portugal - 2013
CARGILL AGRICOLA S A
BUNGE ALIMENTOS S/A
PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS
BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA
FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA
PARANAPANEMA S/A
CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ SA
EMBRAER S.A.
ZARA BRASIL LTDA
LINK COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA
FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA
INTERNATIONAL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA DA AMERICA DO SUL LT
PROADEC BRASIL LTDA
TYCO ELECTRONICS BRASIL LTDA
CONTERN-CONSTRUCOES E COMÉRCIO LTDA
COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO
REPRETEC TRADING LTDA
NOKIA DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA
FERTIBERIA BRASIL LTDA
COMPANHIA BRASILEIRA DE VIDROS PLANOS - CBVP
DOW BRASIL SUDESTE INDUSTRIAL LTDA.
AGC VIDROS DO BRASIL LTDA.
MARTIFER - CONSTRUCOES METALICAS LTDA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL
COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO
SUPERMERCADOS MUNDIAL LTDA
SIDEL DO BRASIL LTDA.
FERRONORTE INDUSTRIAL LTDA
COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO
FAMAVAL EQUIPAMENTOS PARA TELECOMUNICACAO LTDA
BELGO BEKAERT ARAMES LTDA
SENDAS DISTRIBUIDORA S/A
M&G POLIMEROS BRASIL S.A.
ADEGA ALENTEJANA COMÉRCIO IMPORTACAO E EXPORTACAO
INTERCEMENT BRASIL S.A.
BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA
ELECTROLUX DO BRASIL S/A
COMERCIAL BEIRAO DA SERRA LTDA
MERCOFRICON S/A
ARCELORMITTAL BRASIL S.A.
CISA TRADING S/A
IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS
HUF DO BRASIL LTDA
PRONEFRO BRASIL LTDA
INTERCEMENT BRASIL S.A.
QUALIMPOR IMPORT E EXPORT DE PRODS ALIMENTICIOS LTDA
ROBERT BOSCH LIMITADA
M2V COMERCIAL IMPORTADORA & EXPORTADORA LTDA - ME
CCB - CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL S.A.
MARTIFER - CONSTRUCOES METALICAS LTDA
WAL MART BRASIL LTDA
FAURECIA AUTOMOTIVE DO BRASIL LTDA
CCB - CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL S.A.
PADTEC S/A
HUSQVARNA DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS
PA
CARREFOUR COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA
JBS S/A
SAINT-GOBAIN VIDROS S.A.
SEA FOODS DO BRASIL IMPORTACAO E EXPORTACAO S.A.
INDASA BRASIL LTDA
DURIT BRASIL LTDA
INTERCONTINENTAL COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA
RIO BRANCO ALIMENTOS S/A
BOMPRECO SUPERMERCADOS DO NORDESTE LTDA
SAINTE MARIE IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA
NS IMPORTACAO E COMÉRCIO LTDA
VIA VENETO ROUPAS LTDA
MINERACAO GUIDONI LTDA
IBER-OLEFF BRASIL LTDA
BARRINHAS COMÉRCIO IMPORTACAO DE BEBIDAS E CEREAIS
OPERGEL COMERCIAL E INDUSTRIAL DE PDTS ALIMENTICIOS
CORTICEIRA PAULISTA LTDA
NIPPONFLEX INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COLCHOES LTDA.
CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA
VAA BRASIL - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO S/A
DIAGEO BRASIL LTDA.
VISTEON AMAZONAS LTDA
CAPITAL TRADE IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA
MOTOFIL COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA
VOLVO DO BRASIL VEICULOS LTDA
GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA
HEMPEL TINTAS DO BRASIL LTDA
AB SISTEMA DE FREIOS LTDA
CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA
BARCELONA COMÉRCIO VAREJISTA E ATACADISTA S/A
ASPOCK DO BRASIL LTDA
GRUBRAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE GRUAS LTDA - ME
'BRUMAR COMERCIAL E IMPORTADORA DE ALIMENTOS LTDA.''
STK SISTEMAS DO BRASIL LTDA
ALFAGLASS - IMPORTADORA E DISTRIBUIDORA DE VIDROS LTDA
PARAMOUNT TEXTEIS INDÚSTRIA E COMÉRCIO SA
VIA VENETO ROUPAS LTDA
GESTAMP BRASIL INDÚSTRIA DE AUTOPECAS S/A
TETRA PAK LTDA
ACSICOMEX - IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA - EPP
INTERFOOD IMPORTACAO LTDA
CERAMICA KASPARY LTDA
UTILITY COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
77
2.4.2.3. Estado do Rio de Janeiro
O Estado do Rio de Janeiro é considerado um importante hub logístico, com 5 portos e 3 aeroportos (2° maior
do país e um dos únicos com capacidade de expansão) sendo igualmente sede das principais empresas do
Brasil e de importantes setores como Óleo e Gás, Tecnologia da Informação e Comunicação e Turismo.
Composto por 93 munícipios o Estado do Rio de Janeiro é marcado pela sua beleza natural e por uma zona
costeira com 635 km2 de extensão atraindo muitos turistas e dinamizando o setor.
A cidade do Rio de Janeiro, com 11 milhões e 700 mil habitantes, é a segunda maior cidade do Brasil e a
terceira da América Latina, representa cerca de 50% do PIB do Estado e absorve cerca de ¼ do investimento
externo direto no país.
Além do Rio de Janeiro, outros municípios com muita população são: São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova
Iguaçu, Niterói, Belford Roxo, São José de Meriti, Campos dos Goytacazes, Petrópolis e Volta Redonda.
A balança comercial do Estado do Rio de Janeiro revela uma tendência crescente das suas importações. Em
2013, apesar de ter registado uma taxa de crescimento das importações inferior ao ano anterior, pela primeira
vez apresentou uma balança comercial deficitária em cerca de US$ 200 milhões.
Os principais setores de investimento no Estado do Rio de Janeiro estão intrinsecamente relacionados com 4
setores estratégicos, óleo e gás, mineração, siderurgia e petroquímica.
11,644 USD
16,666 USD
18,989 USD 20,456 USD
21,574 USD
13,519 USD
20,022 USD
29,445 USD 28,611 USD
21,273 USD
- USD
5,000 USD
10,000 USD
15,000 USD
20,000 USD
25,000 USD
30,000 USD
35,000 USD
2009 2010 2011 2012 2013
Milh
õe
s U
S$
Balança comercial do Estado do Rio de Janeiro
Importações Exportações
-19%
43%
14%
7% 5%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
2009 2010 2011 2012 2013
Variação das importações do Estado do Rio de Janeiro
2009-2013
CARG Importações
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2014
Gráfico 50 – Balança comercial e variação das importações do Estado do Rio de Janeiro
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
78
Além destes setores o Estado do Rio de Janeiro, e nomeadamente, o município do Rio de Janeiro apresenta
oportunidades específicas:
Energia
O Estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de petróleo do Brasil
Sede da Petrobras, Agências Reguladoras e instituições de pesquisa
Maiores e mais importantes centros de Pesquisa e Desenvolvimento de energia e pré-sal
Industria Criativa
Sede da maior empresa de entertainment & media do país, Rede Globo.
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)
Maior centro de Pesquisa e Desenvolvimento, incubadoras e centros tecnológicos
Mais moderno centro de operações para monitoramento urbano do mundo
Hotelaria e Turismo
Principal destino turístico do Brasil
Cidade referência em estilo de vida
Industria
Sede do maior centro industrial siderúrgico do Brasil
2.4.2.3.1. Lista das 50 empresas do Estado do Rio de Janeiro mais
importadoras - 2013
CARGILL AGRICOLA S A
BUNGE ALIMENTOS S/A
PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS
BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA
FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA
PARANAPANEMA S/A
CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ SA
EMBRAER S.A.
ZARA BRASIL LTDA
LINK COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA
FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA
INTERNATIONAL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA DA AMERICA DO SUL
LT
PROADEC BRASIL LTDA
TYCO ELECTRONICS BRASIL LTDA
CONTERN-CONSTRUCOES E COMÉRCIO LTDA
COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO
REPRETEC TRADING LTDA
NOKIA DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA
FERTIBERIA BRASIL LTDA
COMPANHIA BRASILEIRA DE VIDROS PLANOS - CBVP
DOW BRASIL SUDESTE INDUSTRIAL LTDA.
AGC VIDROS DO BRASIL LTDA.
MARTIFER - CONSTRUCOES METALICAS LTDA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL
COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO
SUPERMERCADOS MUNDIAL LTDA
SIDEL DO BRASIL LTDA.
FERRONORTE INDUSTRIAL LTDA
COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO
FAMAVAL EQUIPAMENTOS PARA TELECOMUNICACAO LTDA
BELGO BEKAERT ARAMES LTDA
SENDAS DISTRIBUIDORA S/A
M&G POLIMEROS BRASIL S.A.
ADEGA ALENTEJANA COMÉRCIO IMPORTACAO E EXPORTACAO
LTDA
INTERCEMENT BRASIL S.A.
BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA
ELECTROLUX DO BRASIL S/A
COMERCIAL BEIRAO DA SERRA LTDA
MERCOFRICON S/A
ARCELORMITTAL BRASIL S.A.
CISA TRADING S/A
IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS
HUF DO BRASIL LTDA
PRONEFRO BRASIL LTDA
INTERCEMENT BRASIL S.A.
QUALIMPOR IMPORT E EXPORT DE PRODS ALIMENTICIOS LTDA
ROBERT BOSCH LIMITADA
M2V COMERCIAL IMPORTADORA & EXPORTADORA LTDA - ME
CLARIANT S.A
CAPROCK COMUNICACOES DO BRASIL LTDA
A ! BODYTECH PARTICIPACOES S.A
SECRET INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES LTDA
M CASSAB COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA
SCHOELLER BLECKMANN DO BRASIL LTDA
TOTAL E&P DO BRASIL LTDA
INDUSTRIAS GRANFINO S/A
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
79
2.4.2.3.2. Lista das 100 empresas do Estado de Rio de Janeiro mais importadoras a Portugal - 2013
CARGILL AGRICOLA S A
BUNGE ALIMENTOS S/A
PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS
BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA
FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA
PARANAPANEMA S/A
CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ SA
EMBRAER S.A.
ZARA BRASIL LTDA
LINK COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA
FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA
INTERNATIONAL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA DA AMERICA DO SUL LT
PROADEC BRASIL LTDA
TYCO ELECTRONICS BRASIL LTDA
CONTERN-CONSTRUCOES E COMÉRCIO LTDA
COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO
REPRETEC TRADING LTDA
NOKIA DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA
FERTIBERIA BRASIL LTDA
COMPANHIA BRASILEIRA DE VIDROS PLANOS - CBVP
DOW BRASIL SUDESTE INDUSTRIAL LTDA.
AGC VIDROS DO BRASIL LTDA.
MARTIFER - CONSTRUCOES METALICAS LTDA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL
COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO
SUPERMERCADOS MUNDIAL LTDA
SIDEL DO BRASIL LTDA.
FERRONORTE INDUSTRIAL LTDA
COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUICAO
FAMAVAL EQUIPAMENTOS PARA TELECOMUNICACAO LTDA
BELGO BEKAERT ARAMES LTDA
SENDAS DISTRIBUIDORA S/A
M&G POLIMEROS BRASIL S.A.
ADEGA ALENTEJANA COMÉRCIO IMPORTACAO E EXPORTAÇÃO
INTERCEMENT BRASIL S.A.
BRASCOD - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA
ELECTROLUX DO BRASIL S/A
COMERCIAL BEIRAO DA SERRA LTDA
MERCOFRICON S/A
ARCELORMITTAL BRASIL S.A.
CISA TRADING S/A
IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS
HUF DO BRASIL LTDA
PRONEFRO BRASIL LTDA
INTERCEMENT BRASIL S.A.
QUALIMPOR IMPORT E EXPORT DE PRODS ALIMENTICIOS LTDA
ROBERT BOSCH LIMITADA
M2V COMERCIAL IMPORTADORA & EXPORTADORA LTDA - ME
CCB - CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL S.A.
MARTIFER - CONSTRUCOES METALICAS LTDA
WAL MART BRASIL LTDA
FAURECIA AUTOMOTIVE DO BRASIL LTDA
CCB - CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL S.A.
PADTEC S/A
HUSQVARNA DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS
CARREFOUR COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA
JBS S/A
SAINT-GOBAIN VIDROS S.A.
SEA FOODS DO BRASIL IMPORTACAO E EXPORTACAO S.A.
INDASA BRASIL LTDA
DURIT BRASIL LTDA
INTERCONTINENTAL COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA
RIO BRANCO ALIMENTOS S/A
BOMPRECO SUPERMERCADOS DO NORDESTE LTDA
SAINTE MARIE IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA
NS IMPORTACAO E COMÉRCIO LTDA
VIA VENETO ROUPAS LTDA
MINERACAO GUIDONI LTDA
IBER-OLEFF BRASIL LTDA
BARRINHAS COMÉRCIO IMPORTACAO DE BEBIDAS E CEREAIS
OPERGEL COMERCIAL E INDUSTRIAL DE PRODUTOS
ALIMENTICIOS
CORTICEIRA PAULISTA LTDA
NIPPONFLEX INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COLCHOES LTDA.
CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA
VAA BRASIL - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTACAO S/A
DIAGEO BRASIL LTDA.
VISTEON AMAZONAS LTDA
CAPITAL TRADE IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA
MOTOFIL COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA
VOLVO DO BRASIL VEICULOS LTDA
GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA
HEMPEL TINTAS DO BRASIL LTDA
AB SISTEMA DE FREIOS LTDA
CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA
BARCELONA COMÉRCIO VAREJISTA E ATACADISTA S/A
ASPOCK DO BRASIL LTDA
GRUBRAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE GRUAS LTDA - ME
'BRUMAR COMERCIAL E IMPORTADORA DE ALIMENTOS LTDA.''
STK SISTEMAS DO BRASIL LTDA
ALFAGLASS - IMPORTADORA E DISTRIBUIDORA DE VIDROS LTDA
PARAMOUNT TEXTEIS INDÚSTRIA E COMÉRCIO SA
VIA VENETO ROUPAS LTDA
GESTAMP BRASIL INDÚSTRIA DE AUTOPECAS S/A
TETRA PAK LTDA
ACSICOMEX - IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA - EPP
INTERFOOD IMPORTACAO LTDA
CERAMICA KASPARY LTDA
UTILITY COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
80
2.5. Infraestruturas e energia22
O estado das infraestruturas no Brasil
O Brasil tem vindo a realizar nos últimos anos importantes investimentos no desenvolvimento das suas
infraestruturas. Só ano de 2012 o Governo realizou concessões para o desenvolvimento e operação de três
dos aeroportos principais do país (Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, Viracopos em Campinas
e o aeroporto de Brasília). A terceira fase de concessões ocorreu em Novembro de 2013, para Ampliação,
Manutenção e Exploração dos aeroportos internacionais Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro
(RJ), e Tancredo Neves (Confins), em Minas Gerais (MG).
O processo de entrega da infraestrutura aeroportuária brasileira à iniciativa privada teve início em agosto de
2011, quando foi leiloada a concessão para construção e operação do aeroporto de São Gonçalo do
Amarante, no Rio Grande do Norte, sendo expectável a realização de novas fases de concessões.
Desde que as estradas controladas pelo estado brasileiro foram
privatizadas como parte do Programa Nacional Brasileiro de
Privatização, houve investimentos significativos no desenvolvimento e
modernização da rede rodoviária nacional. Esta rede está
maioritariamente localizada nas regiões sul e sudeste (apesar de
alguns planos de extensão para o Norte e Centro-Oeste).
Investimentos urgentes têm vindo a ser identificados na região
Nordeste do país.
Apesar de melhorias na rede ferroviária, o transporte rodoviário ainda domina o tráfego intercidades de longa
distância. No entanto, a maioria das autoestradas federais e estaduais estão em fracas condições. A maioria
das empresas de transporte rodoviário são privadas, bem como a maioria das estradas principais, sendo que o
Governo pretende privatizar as vias que permanecem sob controlo estatal.
As infraestruturas de transporte aéreo estão bem desenvolvidas no país. A maioria das companhias aéreas
são privadas e o Governo tem vindo a privatizar os maiores aeroportos do país, sendo expectável grandes
investimentos nestas infraestruturas com vista ao Mundial 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016.
O transporte urbano continua a apresentar problemas significativos
nos grandes centros urbanos. Sistemas de transporte metropolitanos
funcionam no Rio de Janeiro e em São Paulo (as maiores cidades do
país). No entanto, até o desenvolvimento de uma rede metropolitana
significativa, o metro de ambas cidades não irá produzir efeitos
positivos significativos no transporte urbano.
O potencial de transporte fluvial e marítimo brasileiro está longe de
ser eficazmente explorado.
Os serviços de correios, controlados pelo Estado, sofreram
desenvolvimentos significativos nos últimos anos e está ao nível dos
correios europeus ou norte-americanos. Adicionalmente, serviços de
correio privado estão amplamente disponíveis por todo o país,
oferecendo serviços de entrega a nível nacional e internacional.
Os sistemas de telecomunicações brasileiros estão agora nas mãos
do setor privado e são apenas regulados pela Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL).
22
Ministério das Minas e Energia e Ministério dos Transportes
Um produtor de soja do Mato Grosso gasta 25% do valor do seu produto para o transportar até ao porto. A proporção para um produtor do mesmo produto no estado do Iowa
(EUA) é de 9%
Maiores leilões de concessão
2011 -2013
- Aeroportos de Guarulhos, Campinas,
Brasília - US$ 11 mil milhões
- Aeroportos do Galeão e Confins –
US$ 9.5 mil milhões
- Aeroporto de São Gonçalo do
Amarante –US$ 77 milhões
- 11ª Fase de licitações de petróleo e
gás – US$ 2 mil milhões
- Direito de uso da banda de 2,5 GHz,
para prestação de serviço de telefonia
e banda larga móvel 4G – US$ 1.3 mil
milhões
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
81
Transportes23
O Brasil conta com uma rede rodoviária com cerca de 1,6 milhões de km de extensão,
sendo que apenas 13,5% desta rede se encontra pavimentada.
Transportes Rodoviários
Tabela 11 – Rede rodoviária brasileira em 2010
Indicadores
Densidade rodoviária (km de estrada por 100 km2 de
área) 18,6
Consumo de combustível do setor rodoviário (% do consumo total de energia)
24,04%
Rede rodoviária (km) 1.580.964
Rede rodoviária pavimentada (% do total) 13,5%
Fonte: Banco Mundial
O Brasil é atualmente o 7º maior produtor de automóveis do mundo (atrás da China, EUA, Japão, Alemanha,
Coreia do Sul e Índia), com fábricas de diversas marcas como a Fiat, Renault, Peugeot, Citroen, Chrysler,
Mercedes-Benz, Hyundai, Toyota, Ford, Volkswagen, entre outros. No entanto, o Brasil é 4º maior mercado de
vendas de automóveis no mundo, sendo até 2012 um importador líquido de veículos automóveis.
Figura 4 - Condição da rede rodoviária do Estado de São Paulo
23
Agência Nacional de Transportes Terrestres, Secretaria de Portos e Infraero
Fonte: Ministério dos Transportes
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
82
Figura 5 – Condição da rede rodoviária do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: Ministério dos Transportes
Transportes Ferroviários
A rede ferroviária no Brasil não é muito extensa, dado que durante o século XX os
sucessivos governos brasileiros tentaram atrair as fábricas de montagem automóvel para o
país, tendo de incentivar a construção de estradas, nomeadamente em desfavorecimento
do desenvolvimento da rede ferroviária.
A extensão da rede ferroviária no país é de 28.314 km, o que compara relativamente com países com uma
dimensão relativamente semelhante à do Brasil, como os EUA ou a China, cuja rede ferroviária estende-se por
228.513 km e de 66.239 km.
Principais Ferrovias de Carga do Brasil 24
Controladora Ferrovia Km Produtos
Vale
EFVM – Estrada de Ferro Vitória à Minas
905 Minério de ferro, carvão mineral, soja,
produtos siderúrgicos e celulose
EFC – Estrada de Ferro Carajás
892 Minério de ferro, ferro gusa, manganês,
cobre e combustíveis derivados do petróleo e da soja
FCA – Ferrovia Centro-
Atlântica S/A 8.066
Soja e farelo, calcário siderúrgico, minério de ferro, fosfato, açúcar, milho e fertilizantes
24
Ministério dos transportes - 2008
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
83
Principais Ferrovias de Carga do Brasil 24
Controladora Ferrovia Km Produtos
FNS – Ferrovia Norte-Sul 420 Soja e farelo, areia, fosfato e cloreto de
potássio
Vale, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Usiminas e Gerdau
MRS – MRS Logística S/A 1.674 Minério de ferro, carvão mineral, produtos
siderúrgicos, ferro gusa, cimento e soja
ALL
ALL – América Latina Logística Malha Sul S/A
7.304 Soja e farelo, açúcar, derivados de petróleo
e álcool, milho e cimento
ALL – América Latina Logística Malha Paulista S/A
1.989 Açúcar, cloreto de potássio, adubo, calcário
e derivados de petróleo e álcool
ALL – América Latina Logística Malha Oeste S/A
1.945 Minério de ferro, soja e farelo, açúcar,
manganês, derivados de petróleo e álcool
ALL – América Latina Logística Malha Norte S/A
500 Soja e farelo, milho, óleo vegetal, adubo e
combustível
CSN Transnordestina Logística
S/A 4.207
Cimento, derivados de petróleo, alumínio, calcário e coque
Gov. PR Ferroeste 248 Soja e farelo, milho, contentor e trigo
FTC FTC – Ferrovia Tereza
Cristina S/A 164 Carvão mineral
Total ---------- 28.314 ----------
Figura 6 – Rede ferroviária do Brasil – Programa de aceleração de crescimento (PAC) para o setor ferroviário
Fonte: Ministério
dos Transportes
- Atual
-- Projeto
O Segundo Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC2) foi um programa promovido pelo Governo
Federal Brasileiro com o objetivo de melhorar as
infraestruturas e a competitividade do país. Para o
efeito previu-se um investimento inicial de cerca de
US$ 433 mil milhões no período entre 2011 e 2014.
A execução global do PAC 2, até 31 de dezembro de
2013, foi de cerca de US$ 351 mil milhões o que
representa uma taxa de execução de cerca de 76,1%
face ao valor inicialmente previsto.
O Governo anunciou em Março de 2014 a intenção
de, durante o ano de 2014, avançar com um novo
PAC, que será designado de PAC3 para o período de
2015-2018.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
84
Figura 7 – Rede ferroviária da Região Sudeste
Fonte: Ministério dos Transportes
Figura 8 – Mapa do transporte hidroviário na região Sudeste
Fonte: Ministério dos Transportes
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
85
Setor Portuário
Existem hoje 34 portos públicos marítimos sob a gestão da Secretaria Especial de Portos.
Destes, 18 são administrados diretamente pelas Companhias Docas, que são sociedades de economia mista, que têm como acionista maioritário o Governo Federal.
O porto de Santos é o maior do país. Apesar do porto de Santos possuir bons acessos terrestres, muito ainda precisa ser concretizado de modo a que o porto viva o seu inteiro potencial de desenvolvimento.
Figura 9 – Mapa dos portos marítimos brasileiros
Os principais problemas identificados nos portos brasileiros prendem-se com: (1) exigências burocráticas; (2) portos saturados; (3) insuficientes acessos rodoviários e ferroviários; (4) elevadas tarifas portuária; (5) reduzida capacidade de armazenagem; e, (6) demora na liberalização dos produtos.
Fonte: Secretaria de Portos
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
86
Tabela 12 – Indicadores de infraestruturas de transporte brasileira
Indicador
Transporte aéreo de carga (milhões ton-km) 1.364,342
Transporte aéreo de passageiros 94.617.718
Tráfego de contentores nos portos, em 2011 (TEU: unidade equivalente a um contentor de 20 pés)
8.649.821
Índice de conectividade de embarque em navios (valor máximo 100) 38,5324
Qualidade da infraestrutura portuária (1 a 7) 2,6
Fonte: World Bank
Os maiores portos do Brasil por valor movimentado são:
Local Valores em US$ mil milhões
Porto de Santos – São Paulo 63,8
Porto de Vitória – Espírito Santo 23,9
Porto de Itaguaí – Rio de Janeiro 23,4
Porto de Paranaguá – Paraná 18,5
Porto de Itaqui - São Luís – Maranhão 13,9
Porto de Rio Grande – Rio de Janeiro 12,8
Porto do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro 8,8
Porto de Itajaí – Santa Catarina 7,9
Porto de São Francisco do Sul – Santa Catarina 5,2
Fonte: MDIC, valores de exportações de 2012
Os maiores portos do Brasil apresentam um conjunto de características e de múltiplas capacidades que
deverãos ser atentamente analisadas aquando da exportação.
Porto de Santos – São Paulo
O maior porto do Brasil é gerido pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP). Localizado no
centro do litoral do estado de São Paulo, estende-se ao longo de um estuário limitado pelas ilhas de São
Vicente e de Santo Amaro a 2 km do oceano Atlântico.
Comprimento do cais: 11.042 m de extensão com profundidade que vaira entre 6,6 m e 13,5 m; 521 m de cais
para fins especiais, com profundidade mínima de 5 m, e 1.883 m para uso privativo, com profundidades de 5 m
a 11 m.
O Porto dispõe de 45 armazéns internos e 39 armazéns externos, num total de 516.761 m2, com uma
capacidade estática de 416.395 t.
Dispõe igualmente de terminais especializados de
contentores, de fertilizantes e enxofre, granéis sólidos,
açúcar, soja e milho, granéis líquidos e terminal de
passageiros.
O terminal de passageiros ocupa uma área de 37.500 m2 e é
um dos maiores e mais modernos terminais de passageiros
da América do Sul.
Constrangimentos do Porto de Santos:
Em 2012, segundo dados do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), os navios
ficaram, em média, mais de 18 dias no
porto até serem carregados com milho,
sendo 87,4% do tempo gasto na espera
para atracar
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
87
Porto de Vitória – Espírito Santo
O porto é gerido pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). As instalações para cargas estão
distribuídas em ambas as margens da Baía de Vitória, ocupando parte da cidade de Vitória e do município de
Vila Velha.
O Porto de Vitória dispõe vários pórticos de cais, entre outros:
Cais comercial, onde são movimentados principalmente cilindros de papel, celulose, açúcar, grãos
agrícolas, produtos siderúrgicos, mármore e granito;
Cais de Ilha do Príncipe possui extensão para
receber navios de até 145,00 m;
Cais de Capuaba é composto pelos: Terminal
Portuário de Vila Velha (TVV), com 2 pórticos de
cais que operam contentores, “navios roll-on roll-
off”, mármore e granito e carga geral; e o terminal
CODESA, com 2 berços que operam produtos
agrícolas e carga em geral;
Cais de Paul é formado por 2 pórticos de cais, um para movimentação de granel sólido, e outro
para movimentação exclusiva de ferro-gusa;
Terminal de Granéis Líquidos de São Torquato;
Terminal Companhia Portuária de Vila Velha − destinado a operar cargas da indústria de extração e
refinação de petróleo, carga geral e contentores.
Porto de Itaguaí – Rio de Janeiro
O porto é administrado pela Companhia Docas do Rio de
Janeiro (CDRJ). Localizado na costa norte da baía de
Sepetiba, no município de Itaguaí, Estado do Rio de Janeiro,
ao sul e a leste da Ilha da Madeira.
O porto dispõe vários pórticos de cais: cais de carga geral; cais
de carvão, cais de minérios, cais de alumínio, cais de carvão e
cais de minério.
Porto de Paranaguá – Paraná
O porto é gerido pela autarquia estadual Administração dos
Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) e está localizado na
cidade de Paranaguá, no Estado do Paraná, na margem sul da
baía de Paranaguá.
O porto é composto por um cais de 2.616 m de comprimento e
um cais de inflamáveis com dois pórticos de cais e dispõe de
um cais comercial, cais de graneis sólidos, cais de carga geral
e contentores e cais de granéis líquidos.
Porto de Itaqui - São Luís – Maranhão
O porto é gerido pela Empresa Maranhense de Administração Portuária - EMAP. Situa-se na baía de São
Marcos, no município de São Luís (MA), próximo ao limite da Região Nordeste.
Constrangimento do Porto de Vitória:
Com estrutura de acessos marítimo,
ferroviário e rodoviário que não
responde ao aumento da procura, o
Porto de Vitória tem perdido linhas de
navegações internacionais de carga
para terminais de outros estados
O Porto de Itaguaí, na costa norte da
baía de Sepetiba, um dos grandes
centros de exportação de minério de
ferro do Brasil, conta com boa
integração ao transporte rodoviário e
ferroviário. Ainda assim tem alguns
problemas de acesso terrestre
As prioridades do terminal são os
granéis agrícolas – exportação de soja,
milho e farelo e a importação de
fertilizante. Também há movimentação
da exportação de veículos, fabricados
na região de Curitiba, e de líquidos,
devido à produção de álcool na região
noroeste do Paraná e no sul de São
Paulo
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
88
O porto dispõe de 1.936 m de cais acostável com uma
profundidade que varia entre 9,50 m a 19,00 m. As instalações
de armazenagem existentes no porto incluem um armazém de
7.500 m² para carga geral, 4 parques de armazenagem com
área de 42.000 m², 4 silos verticais com capacidade de 12.000 t
de grãos, 1 silo horizontal com capacidade de 8.000 t de grãos,
50 tanques para depósito de granéis líquidos com capacidade
de 210.000 m³; 8 silos verticais com capacidade de 7.200 t e 2
esferas p ara armazenar 8.680 m³ de GLP.
Porto de Rio Grande – Rio de Janeiro
É gerido pela Superintendência do Porto do Rio Grande
(SUPRG). Está localizado ao sul do Estado do Rio Grande do
Sul, nas margens do canal que liga a Laguna dos Patos ao
oceano Atlântico.
Entre as várias valências que dispõe, destacam-se, o terminal de passageiros, cais de graneis sólidos, carga e
descarga geral e contentores, armazéns com capacidade de armazenamento de veículos, parque para
veículos de 101.000 m2, cais de fertilizantes e contentores e armazéns para sacos, cais para carregamento e
descarregamento de petróleo, cais especializado em movimentação de matérias primas para fertilizantes e
produtos químicos, área de movimentação de produtos agrícolas,( entre outros, a soja, o trigo e o arroz), cais
de movimentação de graneis agrícolas e de grãos, farelo e óleos vegetais para exportação, madeira. Dispõe
igualmente, áreas destinadas a carga e descarga de produtos florestais.
Porto do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
O porto é gerido pela Companhia Docas do Rio de Janeiro
(CDRJ). O Porto do Rio de Janeiro localiza-se na Costa Oeste
da Baía da Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro.
O porto dispõe de 6.740 metros de extensão de cais com um
conjunto multidisciplinar de valências, entre os quais,
armazéns, terminal de granéis líquidos, terminal de contentores, terminal de produtos da siderurgia, terminal
de carga geral e offshore, terminal de trigo e um terminal de passageiros.
Porto de Itajaí – Santa Catarina
O porto é gerido pela autarquia municipal da Prefeitura de
Itajaí. Está localizado no município de Itajaí, na margem
direita do rio Itajaí-Açu, a cerca de 3,2 quilômetros de sua foz,
no Litoral Norte do estado de Santa Catarina.
O porto dispõe de 1.035 metros de cais com 4 pórticos. O porto possui um armazém de 4.800m2, um terminal
de contentores e capacidade de armazenagem e movimentação de carga congelada.
Porto de São Francisco do Sul – Santa Catarina
O porto é gerido pelo governo do Estado de Santa Catarina, através da Administração do Porto de São
Francisco do Sul, entidade autárquica criada para este fim. Situa-se na parte leste da baía da Babitonga, em
São Francisco do Sul.
O porto dispõe de sete pórticos cais, com capacidade, entre outros, de movimentação de contentores, carga
geral e óleos vegetais.
O Porto de Rio Grande é a porta de
saída para o Rio Grande do Sul e de
escoamento das exportações brasileiras
de grão
O Porto do Rio estima aumentar o
movimento de contentores em mais de 3
milhões por ano até 2016, cerca de seis
vezes o valor registado em 2012, para o
efeito possui previsões de investimentos
de R$ 3 biliões
Para aumentar a competitividade, o
porto de Itajai aposta na "ferrovia do
frango", que fará a ligação oeste-leste
de Santa Catarina
O porto de Itaqui, apesar de ser
responsável pela exportação de 60%
dos bens produzidos nos estados do
Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia,
sofre com a morosidade na execução de
projetos de investimentos
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
89
Transportes aéreos
O Brasil tem hoje 2.498 aeroportos e aeródromos, dividindo-se em 739 públicos e 1.759 privados. Vinculada à Secretaria de Aviação Civil, a Empresa Brasileira para Infraestrutura Aeroportuário, Infraero, administra desde grandes aeroportos até alguns tão pequenos que ainda não recebem voos comerciais regulares e são aeroportos que têm como função representar a soberania nacional brasileira em áreas longínquas.
O Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos é atualmente o maior aeroporto do país e conta com uma capacidade para atender 35 milhões de passageiros por ano, estando prevista a construção de um novo terminal de passageiros com a capacidade para atender mais 12 milhões de passageiros por ano.
Figura 10 – Mapa dos principais aeroportos brasileiros
Fonte: Infraero
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
90
TIC
A Industria Brasileira de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (IBSS) tem vindo a adquirir uma importância cada vez maior na economia brasileira, com um crescimento médio anual do setor a rondar os 8%.
Ao mesmo tempo a importância da IBSS tende a ser ampliada em virtude do processo de informatização e
automatização dos sistemas de produção, controle e decisão das empresas e, também, da tendência de
terceirização de atividades de software e serviços de tecnologia de informação (TI) realizadas em cada
empresa.
Desta forma, o desenvolvimento do setor no Brasil acompanha o desenvolvimento vivido a nível internacional,
com crescimento a taxas elevadas. Consequentemente, o Brasil tem observado cada vez mais o setor das TIC
como um setor estratégico, em virtude da sua capacidade de intervir nas diversas cadeias produtivas,
permitindo ganhos de produtividade e competitividade.
O Brasil tem inúmeras indústrias de alta-tecnologia, bem como operadoras de serviços TIC nacionais e
estrangeiras, com cobertura em todo o território brasileiro. No entanto, o desenvolvimento no setor continuará
dependente dos preços praticados (muito elevado no caso dos bens de alta-tecnologia) e na capacidade de
penetração das TIC.
A penetração das TIC no Brasil tem obtido relativamente bons resultados considerando o tamanho do país e o
nível de literacia da população. Espera-se assim que a taxa de penetração das TIC continue a evoluir
positivamente ao longo dos próximos anos, dando ânimo ao setor, influenciada pelo aumento do PIB per
capita, pelo aumento do nível de literacia médio do país e pela modernização da economia.
Tabela 13 – Indicadores sobre infraestruturas TIC no Brasil
Indicador
Assinantes de banda-larga fixa (por 100 pessoas) 9,17%
Exportações de alta-tecnologia (% exportação de produtos manufaturados) 9,72%
Exportações de bens TIC (% exportação total de bens) 0,72%
Importação de bens TIC (% importação total de bens) 8,83%
Exportação de serviços TIC (% das exportações de serviços) 55,75%
Utilizadores de internet (por 100 pessoas) 49,85%
Assinantes de telefonia móvel (por 100 pessoas) 125,19%
Linhas telefónicas (por 100 pessoas) 22,34%
Fonte: Banco Mundial
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
91
Energia
Maior consumidor de energia da América do Sul e 10º maior do mundo, o Brasil é também um dos maiores produtores de petróleo e gás na região e o segundo maior produtor mundial de combustível etanol.
As agências governamentais responsáveis pela política de energia são o Ministério de Minas e Energia,
o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Comissão Nacional de Energia
Nuclear (CNEN). O Estado atua ainda através de empresas como a Petrobras e Eletrobrás são os principais
intervenientes no setor de energia do Brasil, bem como na América Latina.
Nos próximos dez anos, a procura total de energia do país deverá crescer em média 5,3% ao ano, chegando a
372 milhões de tep em 2020. A indústria e o setor de transportes continuarão a ser os principais responsáveis
por esse consumo, com cerca de 67% do total.
Em 2020, estima-se que o consumo de eletricidade será 61% superior ao ano de 2010, atingindo 730 TWh. A indústria brasileira tem um importante papel nessa expansão, sendo responsável por 138 TWh dos 277 TWh adicionais de consumo de eletricidade nesse período. Contudo, a autoprodução do setor industrial cresce a taxas superiores às da procura de eletricidade desse setor, o que reduz a pressão da procura sobre a expansão da oferta na rede do Sistema Elétrico.
Outro destaque refere-se ao setor residencial. Estima-se que em 2017 o Brasil recuperará o nível máximo do consumo médio residencial alcançado anteriormente ao período do racionamento (179 kWh/mês, em 1998). No entanto, nota-se que este valor ainda se considera muito reduzido quando comparado com países desenvolvidos como os países europeus ou os EUA.
A hidroeletricidade é um elemento diferencial da Matriz Energética Brasileira. Ela é a principal fonte de geração de eletricidade no país e, em 2010, respondeu por 81% do total produzido.
Adicionalmente, o Brasil detém 10% do potencial hidráulico mundial e o aproveitamento desse potencial é estratégico para o país. De entre todas as formas de geração de eletricidade, a hidráulica é a única que reúne simultaneamente quatro atributos absolutamente relevantes: é renovável; praticamente não emite gases de efeito estufa; é extremamente competitiva; e, no caso do Brasil, a construção das usinas pode ser feita praticamente com 100% de fornecimento e serviços nacionais, o que significa geração de emprego e rendimento no país.
A produção de energia eólica também teve desenvolvimentos interessantes ao longo dos últimos anos, tendo o seu preço (a partir do qual é rentável a sua produção) diminuído para menos de um terço do valor verificado no início dos anos 2000. Desta forma, o setor tem-se vindo a desenvolver de forma surpreendente, pelo que se espera que em 2016 a capacidade instalada de produção de energia eólica seja de 8.000 MW. Esta evolução vai conceder algum destaque à participação da energia eólica no todo da produção brasileira de energia.
A extensão do sistema de transmissão interligado, da ordem de 100.000 km em 2010, irá evoluir para cerca de 142.000 km em 2020. Ou seja, o equivalente a quase a metade do sistema hoje existente será construído nos próximos dez anos. Grande parte dessa expansão virá com os grandes troncos de transmissão associados às interligações das usinas da Região Norte com o resto do país.
Na bioenergia, a cana-de-açúcar destaca-se pelos avanços tecnológicos, tanto na fase agrícola quanto na industrial, fazendo que o etanol e a bioeletricidade sejam produtos competitivos no país. O avanço tecnológico, todavia, não se deu apenas do lado da oferta de energia. O veículo flex-fuel, cujos motores funcionam com qualquer proporção de etanol e gasolina, trouxe um novo dinamismo ao setor.
A aceitação pelo consumidor brasileiro foi tal que, apenas oito anos após o lançamento em 2003, a frota de veículos flex já corresponde a 49% da frota nacional de veículos leves, ou seja, cerca de 15 milhões de unidades. Para 2020, estima-se que essa participação atinja 78%.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
92
O setor petrolífero tem vindo a assumir especial destaque na economia brasileira, concentrando boa parte dos investimentos públicos, nomeadamente dos investimentos previstos no PAC2. A maior empresa estatal, a Petrobras tem sofrido sucessivos investimentos por parte do Governo, com vista à sua modernização e capacitação.
Tabela 14 – Matriz de energia elétrica brasileira
Empreendimentos em operação
Tipo
Capacidade instalada
%
Total
% N.º de usinas (kW)
N.º de usinas
(kW)
Hidro 1.085 85.559.680 64,24% 1.080 85.559.680 64,24%
Gás Natural 111 11.945.109 8,97% 150
10,23%
Processo 39 1.683.663 1,26%
Petróleo Óleo Diesel 1.087 3.502.707 2,63% 120
5,60%
Óleo Residual 33 3.948.823 2,96%
Biomassa Bagaço de Cana 375 9.156.436 6,87%
472
8,43%
Licor Negro 16 1.530.182 1,15%
Madeira 50 422.837 0,32%
Biogás 22 79.594 0,06%
Casca de arroz 9 36.443 0,03%
Nuclear 2 1.990.000 1,49% 2 1,49%
Carvão mineral 12 3.024.465 2,27% 12 2,27%
Eólica 103 2.137.372 1,60% 103 1,60%
O Brasil é o oitavo maior consumidor de energia e o 10 º maior produtor do mundo.
Mais de 90% da produção de petróleo do Brasil provém de águas profundas.
As maiores descobertas mundiais de petróleo nos últimos anos provêm das bacias do
pré-sal do Brasil. Desde 2007, houve cerca de dez grandes descobertas na bacia do
pré-sal.
O Brasil tem 23 projetos no top 50 de novos projetos de exploração de petróleo que se
irão iniciar até 2017.
Ao contrário da anterior estrutura de concessão da exploração de petróleo o Governo
pretende que a Petrobas participe em todos os contratos de exploração dos projetos
do pré-sal com uma participação mínima de 30%.
A produção brasileira é maioritariamente proveniente da região sudeste nos estados do
Rio de Janeiro e Espírito Santo.
O gás natural constitui apenas uma pequena parte do consumo total de energia do
Brasil.
Além do aumento potencial daa produção de petróleo no país, as áreas do pré-sal
poderão dispor de consideráveis reservas de gás natural.
Fonte: World Oil Outlook 2013, Organization of the Petroleum Exporting Countries – OPEC & US Energy
Information Administration
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
93
2.6. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas
25
Em dezembro de 2012, o Governo anunciou USD 3,5 mil milhões para programas de investimentos em
infraestruturas aeroportuárias que incluem, entre outras coisas, USD 1.000 milhões destinados a 64
aeroportos regionais no Nordeste e pouco menos de USD 1.000 milhões para 67 aeroportos no Norte do país,
com o objetivo de ter cerca perto de 96% da população brasileira a viver num raio de 100 km de um aeroporto.
Em agosto de 2012, o Governo anunciou uma nova ronda de
concessões nos transportes, incluindo US$ 41 mil milhões para
10.000 km de novos caminho-de-ferro, previsto para 2013.
Todos estes investimentos são uma tentativa de compensar pelos
anos perdidos em décadas de subinvestimento em infraestruturas, o
que se verificou com um impressionado surgimento da classe média
brasileira, o que criou maiores necessidades por infraestruturas
(eletricidade, transportes aéreos e rodoviários de passageiros e de
carga, entre outros).
Muitos dos investimentos previstos têm como pano de fundo o Mundial de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016
que se realizarão no país. Estima-se que o país no Mundial de 2014 irá gerar cerca de 250 mil postos de
trabalho, com mais de USD 116 mil milhões em benefício direto e indireto. No entanto, a realidade, as
promessas e os grandes desafios do país transcendem em grande medida as que são identificadas para fazer
face aos desafios levantados por esta
Com as novas concessões anunciadas durante o ano de 2012 e 2013, o Brasil reúne as condições para
manter-se como um dos grandes recetores de investimento estrangeiro, em diversos setores da infraestrutura,
num total de US$ 213 mil milhões previstos.
Tabela 15 - Investimento estrangeiro na indústria Brasileira
Investimento em concessões planeadas
Logística US$ 110 mil milhões
Energia Elétrica US$ 67 mil milhões
Petróleo e Gás US$ 80 mil milhões
Total US$ 257 mil milhões
Tabela 16 – Investimentos no âmbito do PAC2
Grandes projetos de investimento em infraestrutura de logística
Objetivo Orçamento
Aeroportos ─ 2 aeroportos internacionais
─ 270 aeroportos regionais
─ US$ 5.2 mil milhões
─ US$ 3.3 mil milhões
Rodovias ─ 7.500 km ─ US$ 19 mil milhões
Ferrovias ─ 10.000 km ─ US$ 41.3 mil milhões
Portos ─ 191 portos ─ US$ 24.5 mil milhões
Trem de Alta Velocidade ─ 511 km ─ US$ 16.2 mil milhões
25
Ministério da Fazenda – Economia Brasileira em Perspetiva
Dada a extensão do programa, todas as semanas são anunciados novos investimentos que visam a expansão das infraestruturas
brasileiras
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
94
Transporte
Além do leilão de concessão dos aeroportos internacionais de Galeão (Rio de Janeiro) e Confins (Belo
Horizonte), o Programa de Investimento em Logística dos Aeroportos Brasileiros contempla o fomento da
aviação regional, cuja primeira etapa consiste em investimentos de US$ 3.31 mil milhões em 270 aeroportos
regionais, permitindo assim o aperfeiçoamento da qualidade do serviço prestado ao passageiro, a agregação
de novos aeroportos à rede de transporte aéreo regular e o aumento do número de rotas operadas pelas
empresa aéreas.
Região Número de Aeroportos Investimento previso
Norte 67 US$ 772 milhões
Nordeste 64 US$ 954 milhões
Centro-Oeste 31 US$ 409 milhões
Sudeste 65 US$ 727 milhões
Sul 43 US$ 454 milhões
Total 270 US$ 3.31 mil milhões
As novas regras para as futuras concessões de rodovias trazem vantagens aos investidores, através de taxas
de retorno compatível com o montante do investimento. Adicionalmente, as empresas vão gastar menos com
as garantias, o que as habilita mais facilmente para os concursos públicos. O prazo de concessão é alargado
para 30 anos, a carência sobe de 3 para 5 anos e o prazo total do financiamento aumento de 20 para 30 anos.
Tabela 17 – Modelo económico-financeiro das concessões rodoviárias
Condições
Prazo de concessão 30 anos
Estimativa da expansão média anual da procura 4,0%
Estrutura de garantias Project finance (maior facilidade de garantias)
Prazo de carência 5 anos
Prazo total do financiamento 25 anos
Taxa de juros Taxa de Juro de Longo-Prazo + 1,5% (dependendo da notação financeira da empresa)
Empréstimos-ponte Condições iguais a empréstimos de longo-prazo
Outras condições de financiamento Património líquido superior ou igual ao total financiado;
Ativos totais superior ou igual a duas vezes o valor total financiado.
O projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) terá investimentos de US$ 16.17 mil milhões (entre planeamento
executivo e obras de infraestrutura, sistemas e comboios). O objetivo é ligar o Rio de Janeiro (aeroporto de
Galeão) a Campinas (aeroporto de Viracopos), passando por São Paulo (aeroporto de Guarulhos).
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
95
Energia
Os leilões de energia elétrica contribuirão para investimentos em geração de energia hidroelétrica de
aproximadamente US$ 36.2mil milhões entre 2013 e 2017.
Previsão do leilão Potência Total (MW) Investimento Total
2014 7.241 US$ 11.1 mil milhões
2015 3.249 US$ 5.6 mil milhões
2016 1.117 US$ 2.4 mil milhões
2017 8.407 US$ 14.3 mil milhões
Total 21.421 US$ 33.4 mil milhões
Adicionalmente aos leilões para geração de energia hidroelétrica, também haverá leilões para energias
renováveis (US$ 17.2 mil milhões) e para termoelétricas (US$ 1.3 mil milhões), totalizando assim
investimentos de US$ 54.7 mil milhões.
Com o total de investimentos em transmissão de energia em US$ 12.5 mil milhões até 2017, os investimentos
no setor brasileiro de energia totalizarão US$ 67.2 mil milhões.
Geração de Energia Elétrica a Contratar nos Leilões
2013 – 2017
Fontes Total previsto (MW) Investimento
Hidroelétrica 21.421 US$ 36.2 mil milhões
Outras fontes renováveis (eólica, biomassa e PCH)
10.050 US$ 17.2 mil milhões
Termoelétrica (gás natural) 1.500 US$ 1.3 mil milhões
Total 32.971 US$ 54.7 mil milhões
Estimativa de Investimentos em Transmissão de Energia Elétrica
Leilão Extensão (km) Investimento
2013 Investimentos 9.130 US$ 4.7 mil milhões
2014 – 2017 Empreendimento definidos 9.497 US$ 5 mil milhões
Outros empreendimentos 4.573 US$ 2.7 mil milhões
Total 23.200 US$ 12.4 mil milhões
Finalmente, um dos grandes projetos de investimento previsto para o Brasil nos próximos anos é a produção
de petróleo no pré-sal. Na 1ª rodada de leilões, a Petrobras será a operadora com o mínimo de 30% de
participação em todos os poços leiloados.
Em 2011 foram provadas reservas de 17,9 mil milhões de boe26
, estando estimado volumes compreendidos
entre 27,5 e 35,1 mil milhões de boe.
Outros investimentos estão previstos com objetivos bem definidos, como a redução da tarifa de energia e a
desoneração da folha de pagamento de 42 setores-chave da economia, de modo a incentivar os setores da
economia que se encontram direta ou indiretamente ligados aos projetos de infraestrutura anunciados.
26
beo: milhares de milhões de barris de óleo equivalente
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
96
2.7. Abertura da economia e relações comerciais27
O Brasil permanece uma economia muito fechada e centrada no seu mercado interno, o que se pode
comprovar pelo baixo grau de abertura da economia. Dado que tanto as exportações como as importações
são relativamente reduzidas e a diferença entre ambas não é muito significativa.
No entanto, a balança comercial tem vindo a apresentar saldo negativo. Adicionalmente, a balança corrente
também tem vindo a apresentar saldo negativo, apesar de tal como a balança comercial, o saldo não ser muito
expressivo.
A taxa de inflação tem-se mantido dentro das metas ambicionadas pelo BCB, o que se traduz num teto de
6,5% (exceção para o ano de 2011). Como reflexo, a taxa de câmbio tem-se mantido relativamente estável,
com um Real valorizado, reflexo do forte crescimento brasileiro, anémico crescimento das economias
desenvolvidas (EUA e Europa) e inflação controlada.
No entanto, o BCB está a tentar conduzir uma política de desvalorização do Real com vista ao incentivo da
produção interna.
Tabela 18 - Abertura da economia de Brasil
Brasil 2008 2009 2010 2011 2012
Taxa de câmbio (USD / BRL) 1,83 2,00 1,76 1,67 1,95
Inflação 5,66% 4,89% 5,04% 6,64% 5,40%
Balança Comercial (em % do PIB) 0,19% -0,16% -1,03% -0,73% -1,43%
Balança Corrente (em % do PIB) -1,70% -1,50% -2,21% -2,12% -2,41%
Abertura da Economia (em % do PIB) 27,14% 22,12% 22,77% 24,51% 26,54%
Fonte: Banco Mundial
Importações
Os principais países fornecedores do Brasil são a China, os EUA, a Argentina e a Alemanha, representando
respetivamente, em 2012, 15,35%, 14,61%, 7,37% e 6,37% das importações totais do país.
A China passou a ser o principal fornecedor do mercado brasileiro em 2012, ultrapassando assim os EUA que
detinham anteriormente essa posição.
Com um crescimento nominal médio de 6,54% as importações não têm, regra geral, acompanhado o
crescimento nominal da economia brasileira, o que se traduz num menor peso das importações na economia
brasileira.
27
Banco Mundial, UNCTAD e International Trade Centre
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
97
Gráfico 51 - Evolução das importações do Brasil e principais países de origem, 2008-2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
As importações brasileiras evidenciam o grau de desenvolvimento do país, sendo 38,41% dos produtos importados maquinaria e equipamentos de transporte (com destaque para veículos automóveis e equipamento eletrónico), 18,89% químicos e produtos relacionados (especialmente químicos orgânicos e produtos farmacêuticos e medicinais) e 18,01% combustíveis minerais (com grande destaque para o petróleo).
Gráfico 52 - Importações do Brasil - Top produtos, 2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
11.57% 12.46% 14.15% 14.49% 15.35%
14.93% 15.84% 15.07% 15.13% 14.61%
7.65% 8.84% 7.99% 7.47% 7.37%
6.94% 7.73% 6.51% 6.72% 6.37%
3.13% 3.77% 4.66% 4.46% 4.08% 3.87% 3.73% 3.28% 3.71% 3.59% 3.93% 4.20% 3.86% 3.48% 3.47% 2.66%
2.87% 2.67% 2.75% 2.78%
173,197
127,647
180,459
226,243 223,149
-
50,000
100,000
150,000
200,000
250,000
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2008 2009 2010 2011 2012
Pe
so n
as im
po
rtaç
õe
s to
tais
bra
sile
iras
Índia
França
México
Itália
Japão
Nigéria
Coréia
Alemanha
Argentina
EUA
China
3.93%
2.14%
18.01%
18.89%
11.26%
38.41%
6.60%
Alimentos e animais vivos
Bebidas e tabaco
Matérias-primas (exceto combustíveis)
Combustíveis minerais, lubrificantes e materiaisrelacionadosÓleos vegetais e animais, gorduras e ceras
Químicos e produtos relacionados
Bens manufaturados
Maquinaria e equipamento de transporte
Outros artigos manufaturados
Commodities e transações n.e.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
98
O principal fornecedor de maquinaria e equipamentos de transporte do Brasil é a China, com forte ênfase no fornecimento de veículos automóveis e equipamento de telecomunicação.
Os EUA, além de maquinaria e equipamento de transporte, fornecem ainda químicos e produtos relacionados e combustíveis minerais (petróleo).
Com o desenvolvimento das plataformas petrolíferas no pré-sal brasileiro, espera-se que a importação de
combustíveis minerais venha a diminuir. Desta forma, as necessidades de fornecimento externo brasileiras
irão se focar em produtos industrializados ou que requeiram know-how especializado não disponível
localmente para a sua produção.
2% 10%
18%
55%
14%
Alimentos e animais vivos
Bebidas e tabaco
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionadosÓleos vegetais e animais,gorduras e ceras
Químicos e produtosrelacionados
Bens manufaturados
Maquinaria e equipamentode transporte
Outros artigosmanufaturados
Commodities e transaçõesn.e.
Gráfico 54 - Importações brasileiras provenientes da China, em 2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
1%
19%
0%
27%
6%
36%
7%
Alimentos e animais vivos
Bebidas e tabaco
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionadosÓleos vegetais e animais,gorduras e ceras
Químicos e produtosrelacionados
Bens manufaturados
Maquinaria e equipamentode transporte
Outros artigosmanufaturados
Commodities e transaçõesn.e.
Gráfico 54 - Importações brasileiras provenientes dos EUA, 2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADst
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
99
A Argentina e a Alemanha
fornecem maioritariamente
produtos relacionados com
maquinaria e equipamentos de
transporte.
No entanto, a Argentina
diferencia-se dos demais
países fornecedores do
mercado brasileiro por fornecer
também produtos do setor
alimentar (principalmente
cereais).
Além da importação de
maquinaria e equipamentos de
transporte a Alemanha fornece
produtos químicos ao Brasil.
Em conjunto estes dois
produtos representam cerca de
80% das importações do
Brasil.
1%
33%
11%
47%
7%
Alimentos e animaisvivos
Bebidas e tabaco
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Químicos e produtosrelacionados
Bens manufaturados
Maquinaria eequipamento detransporte
Outros artigosmanufaturados
Gráfico 56 - Importações do Brasil provenientes da Alemanha, 2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADst
Gráfico 56 - Importações brasileiras provenientes da Argentina, 2012
21%
1%
8%
11%
6%
50%
1%
Alimentos e animais vivos
Bebidas e tabaco
Matérias-primas (excetocombustíveis)
Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados
Químicos e produtos relacionados
Bens manufaturados
Maquinaria e equipamento detransporte
Outros artigos manufaturadosFonte: UNCTAD, UNCTADst
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
100
Importações à CPLP
De entre os países membros da CPLP apenas Portugal e Angola registam valores com significância
estatística, sendo que Angola, praticamente desaparece enquanto fornecedor do Brasil, em 2012, ano em que
apenas forneceu combustíveis minerais.
Gráfico 57 – Importações do Brasil da CPLP
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Gráfico 58 - Importações do Brasil provenientes de Angola, 2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Praticamente 100% das exportações angolanas para o Brasil são compostas por produtos combustíveis
minerais, sendo a esmagadora maioria desses produtos relacionados com gás, propano e butano. Nos últimos
anos tem-se assistido à diminuição das exportações angolanas para o Brasil, fruto da cada vez menor
necessidade de importação de combustíveis minerais por parte do Brasil.
616 433
579 836
999
2,240
138
501
438 46
-
500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
2008 2009 2010 2011 2012
Imp
ort
açõ
es
em
milh
õe
s U
S$
Portugal Angola
0% 0%
100%
Combustíveis minerais, lubrificantese materiais relacionados
Bens manufaturados
Maquinaria e equipamento detransporte
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
101
Estima-se que esta situação venha a acentuar-se no futuro, pelo que, considerando o tipo de produtos
produzidos e exportados por Angola, espera-se que as exportações angolanas para o Brasil não voltem a
tomar valores muito avultados nos próximos anos.
Figura 11 - Principais importações do Brasil provenientes de Angola (2012)
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Gráfico 59 - Importações do Brasil provenientes de Portugal, 2012
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
16%
4%
4%
9%
19% 5%
17%
22%
4%
Alimentos e animais vivos
Bebidas e tabaco
Matérias-primas (exceto combustíveis)
Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados
Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras
Químicos e produtos relacionados
Bens manufaturados
Maquinaria e equipamento de transporte
Outros artigos manufaturados
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
102
A pauta de exportações portuguesas para o Brasil é bastante diversificada. Uma vez mais, maquinaria e
equipamento de transporte estão em destaque, no entanto, com um peso igualmente significativo encontram-
se produtos do setor alimentar (peixe e crustáceos), bem como óleos vegetais.
Figura 12 - Principais importações do Brasil provenientes de Portugal (2012)
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Gráfico 60 – Importações brasileiras de serviços comerciais
Fonte: International Trade Centre
13,557 15,348 20,874
25,367 28,346
10,962 10,898
16,422
21,264 22,233
10,405 7,966
11,339
14,153 14,191
2,787 2,795
3,505
4,036 4,447
2,697 2,512
2,850
3,301 3,666
3,988 4,555
4,757
4,854
4,869
-
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
90,000
2008 2009 2010 2011 2012
Imp
ort
açõ
es
em
milh
õe
s d
e U
S$
Outros serviços comerciais Viagens Transporte TIC Royalties e patentes Outros serviços (financeiros, seguros, outros)
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
103
Numa análise de maior detalhe às importações do Brasil à CPLP, verfica-se que Portugal tem vindo a aumentar gradualmente as suas exportações, sendo expectável que os valores de 2013 e 2014 já ultrapassem mais de US$ mil milhões de exportações. Por outro lado, as importações do Brasil a Angola têm vindo a diminuir a um ritmo acelerado. Em 2008 o Brasil importou cerca de US$ 2,2 mil milhões de Angola e em 2012 o montante das importações atingiu apenas os cerca de US$ 46 milhões. Esta variação resulta do aumento de produção de petróleo do Brasil como na aquisição a outros mercados desta matéria-prima. Gráfico 61 – Importações do Brasil à CPLP
2008 2009 2010 2011 2012
Angola 2,240,264 USD 137,760 USD 500,753 USD 438,079 USD 45,922 USD
Cabo Verde 44 USD 29 USD 49 USD 8 USD 15 USD
Guiné Bissau N/D 34 USD N/D 12 398 4,874 USD
Macau 11,162 USD 5,548 USD 6,839 USD 10,887 USD 11 721
Moçambique 2 USD 2,122 USD 2,003 USD 4,094 USD 24 150
Portugal 615,938 USD 433,189 USD 578,624 USD 835,603 USD 998,986 USD
São Tomé e Príncipe
8 USD N/D N/D 2 USD 1 USD
Timor-Leste 19 USD 1 USD 21 USD 18 USD 1 USD
Total 2,867,437 USD 578,683 USD 1,088,289 USD 1,288,691 USD 1,049,799 USD
2,240,264 USD
137,760 USD 500,753 USD 438,079 USD 45,922 USD
615,938 USD
433,189 USD 578,624 USD
835,603 USD 998,986 USD
0 USD
500,000 USD
1,000,000 USD
1,500,000 USD
2,000,000 USD
2,500,000 USD
3,000,000 USD
3,500,000 USD
2008 2009 2010 2011 2012
Angola Cabo Verde Guiné Bissau Macau
Moçambique Portugal São Tomé e Príncipe Timor-Leste
Fonte: UNCTADstat
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
104
Exportações
Os principais mercados destino dos produtos brasileiros são a China, os EUA, a Argentina e a Holanda,
representando respetivamente 17%, 11,07%, 7,42% e 6,2% das exportações totais do país, em 2012, e
totalizando 41,68%.
Também no Brasil é possível verificar que os EUA estão a perder importância relativa, tendo deixado de ser o
principal mercado das exportações do país em 2009, enquanto a China vai ganhando importância.
Nota-se ainda que a Argentina tem vindo a perder a sua importância relativa. No entanto, com a adesão da
Venezuela ao MERCOSUL, a importância relativa dos países do bloco sul-americano mantém-se forte.
Gráfico 62 - Evolução das exportações do Brasil e principais países de origem, 2008-2012
Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat
Dos países da CPLP apenas Portugal e Angola são dignos de registo estatístico. No entanto, em qualquer dos casos representam menos de 1% das exportações totais do Brasil, 0,67% e 0,47%, respetivamente. Adicionalmente, ambos países têm vindo a perder peso absoluto e relativo no total das exportações brasileiras.
Gráfico 63 - Exportações da Brasil – CPLP
Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat
1,707 1,277 1,474
2,055 1,625
1,975
1,333 944
1,074 1,145
-
500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
3,500
4,000
2008 2009 2010 2011 2012
Exp
ort
açõ
es
em
milh
õe
s d
e U
S$
Portugal Angola
A CPLP representou, em 2012, 1,21% das exportações do Brasil
8.29% 13.20% 15.58% 17.31% 17.00%
14.01% 10.29% 9.75% 10.13% 11.07%
8.89% 8.36% 9.34% 8.87% 7.42% 5.30% 5.33% 5.18% 5.33% 6.20% 3.09% 2.79% 3.61% 3.70% 3.28% 4.47% 4.04% 4.09% 3.53% 3.00%
197,942
152,995
197,356
256,039 242,580
-
50,000
100,000
150,000
200,000
250,000
300,000
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2008 2009 2010 2011 2012
Pe
so n
as e
xpo
rtaç
õe
sto
tais
do
Bra
sil
Venezuela
Índia
Alemanha
Japão
Holanda
Argentina
EUA
China
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
105
Angola 0,47% das exportações brasileiras
Portugal 0,67% das exportações brasileiras
Nota-se que o tipo de produtos que o Brasil exporta para Portugal é consideravelmente diferente do tipo de
produtos exportados para Angola.
Mais de 50% das exportações brasileiras para Portugal são combustíveis minerais, sendo ainda 18,45%
referentes a outras matérias-primas (exceto petróleo) e 12,73% a produtos agrícolas e pecuários.
Por outro lado, 57,24% das importações angolanas do Brasil são relativas a produtos agrícolas e pecuários,
17,17% são maquinaria e equipamentos de transporte e 10,82% são outros artigos manufaturados.
Este facto evidência as diferenças nos estados de desenvolvimento de Portugal e Angola, o que reflete-se de
forma acentuada nas relações comerciais com o Brasil e, assim, com as empresas brasileiras que têm
presença em cada um dos países.
Figura 13 - Principais exportações brasileiras para Portugal (2012)
Figura 14 - Principais exportações brasileiras para Angola (2012)
Fonte: UNCTDAD, UNCTADstat
Fonte: UNCTDAD, UNCTADstat
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
106
Numa análise mais detalhada das exportações do Brasil para a CPLP, verfica-se um domínio das economias portuguesas e angolanas e um aumento gradual das importações de Moçambique ao Brasil. Angola depois de 3 anos de contração das importações ao Brasil, entre 2008 e 2010, desde 2011 que vem aumentando as suas importações. A CPLP representou em 2012 cerca de US$ 3 mil milhões de exportações do Brasil. Gráfico 64 – Exportação do Brasil para a CPLP
Tabela 19 – Exportações do Brasil para a CPLP (milhões US$)
2008 2009 2010 2011 2012
Angola 1,974,576 USD 1,333,009 USD 943,906 USD 1,073,537 USD 1,144,542 USD
Cabo Verde 39,623 USD 29,629 USD 27,077 USD 32,269 USD 26,217 USD
Guiné Bissau 8,428 USD 11,661 USD 14,735 USD 8,809 USD 2,845 USD
Macau 443 USD 134 USD 369 USD 46,274 USD 474 USD
Moçambique 32,387 USD 108,118 USD 39,338 USD 81,184 USD 122,309 USD
Portugal 1,706,800 USD 1,276,919 USD 1,473,726 USD 2,054,991 USD 1,624,668 USD
São Tomé e Príncipe 1,205 USD 5,720 USD 929 USD 960 USD 522 USD
Timor-Leste 225 USD 1,412 USD 142 USD 924 USD 2,576 USD
Total 3,763,687 USD 2,766,602 USD 2,500,222 USD 3,298,948 USD 2,924,153 USD
1,974,576 USD
1,333,009 USD 943,906 USD 1,073,537 USD
1,144,542 USD
1,706,800 USD
1,276,919 USD
1,473,726 USD
2,054,991 USD 1,624,668 USD
0 USD
500,000 USD
1,000,000 USD
1,500,000 USD
2,000,000 USD
2,500,000 USD
3,000,000 USD
3,500,000 USD
4,000,000 USD
2008 2009 2010 2011 2012
Angola Cabo Verde Guiné Bissau Macau
Moçambique Portugal São Tomé e Príncipe Timor-Leste
Fonte: UNCTADstat
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
107
2.8. Principais setores de oportunidade
A lei das parcerias público-privadas aumentou a transparência e reduziu incertezas regulatórias, mas
infelizmente ainda não produziu resultados tangíveis. A infraestrutura oferece melhores retornos do que a taxa
de juros de curto prazo, já que o risco de inflação está coberto.
Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil foi o 44.º país em número de turistas. Apesar do número de
turistas ter aumentado significativamente ao longo da década de 90, este estagnou desde os anos 2000, com
oscilações à volta de 5 milhões de turistas, com um máximo de 5,433 milhões de turistas recebidos em 2011.
A título comparativo, o México e a África do Sul receberam mais de 23 e 8 milhões de turistas, respetivamente,
em 2011.
As razões apontadas para um mau desempenho no turismo são relacionadas com as fracas infraestruturas, a
insegurança e os elevados preços do turismo no Brasil.
No entanto, espera-se que o Brasil aumente substancialmente o número de turistas que recebe anualmente.
Dependendo do desempenho do país no Mundial 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016, a sua imagem poderá
ficar positivamente mudada para os próximos anos.
Fazer uma boa figura nos dois maiores eventos desportivos mundiais que o país irá receber implica conceder
boas condições de estadia, bons e rápidos meios de transporte (seja ele aéreo, marítimo ou rodoviário) e
garantir a segurança dos seus cidadãos e dos turistas. Mediante estas condições o setor do turismo tem tudo
para conseguir dar o salto desejado.
Nos próximos anos, as grandes apostas do governo brasileiro, que se irão refletir nas infraestruturas
concentram-se no quadro seguinte.
Tabela 20 – Setores de forte crescimento potencial
Grandes projetos de investimento em infraestruturas
Oportunidade Orçamento
Aeroportos ─ Concessões de aeroportos
internacionais;
─ Construção de novos terminais de
passageiros em diversos aeroportos;
─ Alargamento dos serviços comerciais
oferecidos em aeroportos
internacionais e regionais;
─ Renovação de 270 aeroportos
regionais.
─ US$ 5.2 mil milhões
─ US$ 3.3 mil milhões
Rodovias ─ Concessão e construção de 7.500 km de estradas.
─ US$ 19 mil milhões
Ferrovias ─ Construção de 10.000 km de ferrovias.
─ US$ 41.3 mil milhões
Portos ─ Renovação e capacitação de 191 portos.
─ US$ 24.5 mil milhões
Trem de Alta Velocidade ─ Concessão e construção de um trajeto de 511 km.
─ US$ 16.2 mil milhões
Energia ─ Leilões para a produção de 21.421
MW de energia hidroelétrica;
─ Leilões para a produção de energia
não-renovável;
─ US$ 91 mil milhões
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
108
Perante o bom desenvolvimento das infraestruturas, espera-se que o setor primário e secundário brasileiro
fiquem mais competitivos, com menor pressão inflacionista. Neste cenário o país poderá continuar a reduzir a
sua taxa de juros de referência, influenciando assim positivamente tanto o consumo como a produção.
Mediante um bom desempenho dos projetos de infraestruturas acima mencionado, identificamos ainda os
seguintes setores como de elevado potencial de crescimento.
Tabela 21 – Setores de forte crescimento potencial
Setor Potencial
Obras públicas ─ Projetos de infraestrutura planeados;
─ Habitações derivadas do crescimento populacional e do aumento da rendimento
per capita.
Turismo ─ Serviços de hospedagem, entretenimento e de informação.
Telecomunicações ─ Com o crescimento populacional, o aumento do rendimento per capita e o
desenvolvimento de infraestruturas chave, identifica-se uma clara oportunidade
na comercialização de produtos e serviços de apoio às telecomunicações.
Industria A indústria brasileira tem um elevado potencial de desenvolvimento considerando o
mercado interno brasileiro e as matérias-primas disponíveis no país. No entanto,
restrições regulatórias, fiscais, aduaneiras e de transporte impedem o crescimento
sustentável da indústria. Se o país conseguir desenvolver a sua rede de transportes, o
potencial poderá ser muito elevado.
Agropecuária ─ Produção de carnes, aves e porcos;
─ Produção de cereais;
─ Produção de álcool e outros produtos para biocombustíveis;
─ Enorme potencial piscatório.
Agroindústria ─ Produção de biocombustíveis;
─ Transformação de alimentos;
─ Fornecimento de tecnologia e know-how para a obtenção de ganhos de
produtividade.
China cancela a compra de 2 milhões de toneladas de soja
Importadores de soja chineses cancelaram mais de 2 milhões de toneladas de soja brasileira nos
primeiros meses de 2013 devido a sucessivos atrasos no recebimento do produto.
A maior parte da soja brasileira é escoada através do porto de Santos, no entanto, graças à falta de
acessibilidade para muitos navios de grande porte, a carga (cada ano maior) de soja acumula-se.
Uma vez que não existem armazéns para guardar a produção, a soja permanece nos camiões até
ser carregada para o navio. Este fato originou filas de trânsito de 30 km e aumento o preço do
transporte por tonelada de produto em até 64%.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
109
2.9. Investimento Direto Estrangeiro no Brasil28
O Brasil tem mantido a sua atratividade na captação de IDE bastante elevada e
continuamente crescente. O acentuado decréscimo em 2009 foi resultado da
crise financeira internacional que levou a uma contração do investimento a
nível generalizado no mundo inteiro. Apesar do ligeiro decréscimo vivido entre
2011 e 2012, o Brasil manteve-se como o maior recetor de IDE na América
Latina e alcançou o lugar de 4º maior no mundo.
Para o ano de 2013 não é esperado um desempenho muito superior ao
verificado em 2012, apesar dos esforços governamentais para tornar o IDE no
Brasil mais atrativo, como a desoneração de alguns investimentos. Espera-se
que com o crescimento do IDE no Brasil acompanhe de certo modo o
crescimento da economia mundial, pelo que se espera que volte a crescer com
maior ênfase em 2014, ano que coincide com o Mundial 2014, a realizar no
Brasil.
Custos altos e falta de mão-de-obra qualificada estão igualmente a afetar o retorno dos investimentos, o que
conciliados com dificuldades na obtenção de licenças ambientais e um sistema de tributação insistentemente
ineficiente podem criar complicações adicionais inesperadas.
A atratividade brasileira centra-se nos seus vastos recursos naturais, com destaque para o petróleo e gás
natural, e no crescimento da sua classe média, o que incentiva o desenvolvimento do mercado interno.
Gráfico 65 - Fluxos de IDE no Brasil, 2008-2012
Apesar da sua incrível capacidade para atração de IDE, o Brasil não se posiciona ainda como um dos grandes
investidores externos. Condicionado também pelos fracos desenvolvimentos da economia internacional, o país
tem vindo a diminuir o seu investimento em outros países consecutivamente ao longo dos últimos anos.
Desta forma, o saldo do IDE é bastante positivo para o país, não obstante a necessidade do Brasil passar a
posicionar-se como um player internacional estar diretamente ligada com a sua capacidade de investimento
em outros países.
28
UNCTAD e International Trade Centre
45,058
25,949
48,506
66,660 65,272
20,457
(10,084)
11,588
(1,029) (2,821)
(20,000)
(10,000)
-
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
2008 2009 2010 2011 2012
Flu
xos
de
IDE
em
milh
õe
s d
e U
S$
Inward Outward
Brasil Maior destino de IDE na América Latina e 4º país mais atraente ao IDE no mundo, em 2012, atrás apenas dos EUA, China e Hong Kong
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
110
2.10. Financiamento à economia29
2.10.1. Principais bancos presentes
Em Setembro de 2013, o BCB tinha registado um total de 1.330 instituições consideradas bancárias e ainda
270 instituições consideradas não-bancárias. Os principais bancos do país são (de acordo com o total de
ativos) o Banco do Brasil, o Itaú, a Caixa Económica Federal, o Bradesco, o Santander e o HSBC, que
controlam perto de 70% do total de ativos do setor bancário e não bancário no Brasil, que ascende a 6.350 mil
milhões de Reais.
Tanto o Banco do Brasil como a Caixa Económica Federal são controlados pelo Estado brasileiro, o Itaú e o
Bradesco são bancos privados mas controlados por capitais brasileiros e o Santander e o HSBC são bancos
privados controlados por capitais estrangeiros.
O sistema bancário brasileiro é bastante rentável, com elevados rácios de capital e pouco expostos a
problemas cambiais ou de financiamento externo. Comparativamente com outros países emergentes e até
mesmo com economias desenvolvidas, o sistema bancário brasileiro pode ser considerado como de alto nível
de capitalização, rentabilidade e liquidez. O rácio de empréstimos não rentáveis (NPL) caiu para cerca de
3,5% do total de empréstimos. Com rácios de adequação global dos fundos (CAR) em 17%, 12,8% de capitais
em tier 1, o sistema bancário brasileira demonstra a sua força e resiliência.
2.10.2. Bancarização da população
Figura 15 – Agências por 1.000 km2, em 2010
Fonte: Relatório de Inclusão Financeira – Banco Central do Brasil
29
Banco Mundial, Banco Central do Brasil e FMI
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
111
Com o desenvolvimento do Brasil e o incremento substancial no número de pessoas pertencentes à classe
média o sistema financeiro pode desenvolver-se.
O desenvolvimento dos indicadores de bancarização da população brasileira evoluiu ao mesmo tempo que
evoluiu o PIB per capita e que a taxa de desemprego diminuiu. No entanto, tal como pode ser observado no
mapa acima, a bancarização da população não está alheia a constrangimentos geográficos e sociais, pelo que
existe uma menor penetração do sistema bancário na região Norte e no interior da região Nordeste.
O número de depositantes aumentou substancialmente ao longo dos últimos anos, mesmo com a crise
financeira internacional, tendo o mesmo acontecido com o número de mutuários. Por outro lado, o número de
sucursais de bancos comerciais e o número de caixas multibancos aumentou a um ritmo mais contido,
também reflexo dos tempos de maior contenção financeira internacional.
Tabela 22 – Acesso ao setor bancário
Indicadores 2008 2009 2010 2011
Depositantes em bancos comerciais (por 1,000 adultos) 473,71 483,09 541,23 635,43
Sucursais de bancos comerciais (por 100,000 adultos) 43,11 43,91 44,03 46,15
Mutuários de bancos comerciais (por 1,000 adultos) n/a 151,851 207,14 241,33
Caixas multibancos (ATM) (por 100,000 adultos) 112,25 115,61 119,09 119,63
Fonte: Banco Mundial
Tabela 23 – Obtenção de crédito
Indicador Brasil América Latina e Caraíbas OCDE
Índice de eficiência dos direitos legais (0-10) 3 6 7
Índice de profundidade das informações de crédito (0-6) 5 3 5
Cobertura de órgãos de registo públicos (% de adultos) 46,8 11,1 10.2
Cobertura de órgãos de registo privados (% de adultos) 62,2 33,8 67.4
Fonte: Relatório Doing Business – Banco Mundial
2.10.3. Taxa de juros de empréstimos
Tabela 24 – Taxas de juro de referência
Indicador 2008 2009 2010 2011 2012
Taxa de juros nos depósitos (%) 11,66 9,28 8,87 10,99 7,91
Taxa de juros dos empréstimos (%) 47,25 44,65 39,99 43,88 36,64
Taxa de juros real (%) 35,92 34,95 29,35 34,51 29,70
Fonte: Banco Mundial
As taxas de juro no Brasil são consideradas historicamente elevadas. Considerando ainda os desequilíbrios
existentes na economia brasileira, o BCB mantém a taxa básica de referência (SELIC) elevada, de forma a
controlar a inflação. No entanto, nota-se que a tendência da SELIC tem sido maioritariamente decrescente.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
112
Gráfico 66 - Taxa de inflação, variação anual em percentagem
As pressões inflacionistas vividas no Brasil
impedem que o BCB reduza a taxa de juro
de referência, o que se reflete diretamente
nas taxas de juro que consumidores finais
e empresas suportam. Desta forma, com a
evolução das condições económicas
(nomeadamente, das infraestruturas) que
possam reduzir as pressões inflacionistas,
o Brasil poderá incentivar ainda mais o seu
mercado interno, tanto por via do consumo
como por via da produção.
Fonte: Banco Mundial
2.10.4. Bolsa de valores30
Atualmente, o Brasil apenas possui uma bolsa de valores a BM&FBOVESPA, S.A. – Bolsa de Valores,
Mercadorias e Futuros, sendo esta a maior da América Latina. A BM&FBOVESPA encontra-se sediada na
cidade de São Paulo e possui ainda escritório de representação nos EUA (Nova York), no Reino Unido
(Londres) e na China (Xangai), de modo a conceder “suporte aos participantes daqueles mercados nas
atividades com os clientes estrangeiros e no relacionamento com os órgãos reguladores, além de divulgar
seus produtos de governança e a potenciais investidores.
Em março de 2013 BM&FBOVESPA tinha listado 364 empresas, com uma capitalização bolsista de US$ 1.086
mil milhões, com um volume médio de transações de US$ 3.2 mil milhões em dezembro de 2012.
O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) é o principal índice brasileiro, tendo crescido 7,4% em
2012 e atingido 60.952 pontos.
30
BMF&FBOVESPA, S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
5.7%
4.9% 5.0%
6.6%
5.4%
0.00%
1.00%
2.00%
3.00%
4.00%
5.00%
6.00%
7.00%
2008 2009 2010 2011 2012
America Trading System Brasil (ATS Brasil) Uma joint-venture entre a America Trading Group (ATG) e a NYSE Euronext pretende lançar uma nova bolsa de valores no Brasil, estando previsto o seu lançamento em 2014 enquanto a empresa aguarda a autorização da Comissão de Valores Mobiliários. A empresa pretende operar a partir do Rio de Janeiro, com uma bolsa de valores “inicialmente focada na negociação de ações, com o potencial para expandir futuramente para outros produtos”.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
113
3. Investir no
Brasil
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
114
3. Investir no Brasil
3.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social
3.1.1. População Ativa
O Brasil, com cerca de 193 milhões de habitantes, sofre uma progressiva transição demográfica derivada da
crescente quebra na taxa de fecundidade. Nas últimas décadas, esta quebra tem produzido efeitos
substanciais na estrutura etária da população, como sendo a redução da população jovem e da população em
idade ativa.
Os efeitos desta transição demográfica têm-se repercutido no mercado de trabalho quer em termos de
dimensão e composição da população em idade ativa brasileira, como também no que respeita à
disponibilidade de mão-de-obra no país.
Contudo, prevê-se que, até meados da década de 2020, continue a verificar-se um aumento da oferta de
trabalho pelo crescimento da população ativa. A tendência demográfica contribuirá para a modificação da
evolução da força de trabalho, uma vez que a mortalidade dos cidadãos de idades mais avançadas diminuirá.
Assim sendo, esta redução conduzirá a um aumento da permanência da população no mercado de trabalho e,
consequentemente, à existência de mão-de-obra, por um lado, mais envelhecida, mas, por outro, mais
experiente.
As transformações na estrutura etária que têm surgido nas últimas décadas têm também modificado a
dinâmica da oferta de trabalho, surgindo novas oportunidades para a economia nacional. Nos próximos anos
perspetiva-se a maximização da população em idade ativa, não só pelo aumento do tempo de trabalho, mas
também pela crescente participação da mulher e exponencial escolarização da população brasileira.
Não obstante as melhorias no nível de escolaridade, cerca de 30% dos jovens entre os 15 e 19 anos não
estão ainda incluídos no sistema de educação.
3.1.2. Desemprego
A taxa de desemprego no Brasil tem vindo a decrescer significativamente situando-se, atualmente, nos 5%. A
população com maior nível de formação e com idade compreendida entre os 15 e 29 anos foi aquela em que o
decréscimo que tem vindo a ocorrer na taxa de desemprego se revelou mais significativo.
3.1.3. Desigualdade
Até à data, o nível de atividade no mercado de trabalho tem vindo a ser dominado pelo sexo masculino, independentemente da respetiva idade. Mas, atualmente há uma redução dessa desigualdade, já que se tem verificado um aumento da taxa de participação feminina no mercado de trabalho, nomeadamente das mulheres mais jovens (com menos de 36 anos de idade). A crescente incorporação das mulheres no mercado formal de trabalho nas últimas décadas tem sido evidente, sendo que, nos últimos 30 anos, o crescimento da participação feminina enfatizou-se nos diferentes grupos etários. Este fenómeno reflete uma consistente alteração do papel da mulher no mercado de trabalho brasileiro. Não obstante não ser a mulher quem mais tem vindo a contribuir para a crescente escolarização da população em idade ativa, estima-se que no curto/médio prazo esta situação venha a mudar na sequência do crescimento exponencial e coerente do papel da mulher no mercado de trabalho.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
115
3.1.4. Breve descrição do regime de Segurança Social
No Brasil, o regime de segurança social é denominado por Previdência social e é um regime geral de caráter
contributivo e filiação obrigatória que visa a proteção do cidadão por via da diminuição da pobreza e da
contribuição para a garantia da manutenção do nível de vida dos cidadãos em situações de doença, invalidez,
reforma, morte ou desemprego involuntário, ou mesmo de maternidade e reclusão.
Para o efeito, os contribuintes transferem para a Previdência social montantes (contribuições) que apenas
serão utilizados caso o respetivo beneficiário deixe de ter capacidade de trabalhar.
A previdência social compreende o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e os Regimes de Previdência
Públicos e dos Militares (RPPS), sendo que a adesão ao RGPS pode revestir um carácter obrigatório ou
facultativo.
(i) Sistema de previdência social obrigatório: abrange as pessoas, e respetivos dependentes,
classificadas como empregados, empregados domésticos, contribuintes individuais, trabalhadores
avulsos ou segurados especiais.
(ii) Sistema de previdência social facultativo: abrange cidadãos maiores de dezasseis anos, mediante
contribuição, desde que não estejam a exercer atividade remunerada que os enquadre como
segurados obrigatórios do RGPS ou de RPPS.
As taxas de contribuição para a Previdência Social variam em função do tipo de contribuinte (conforme se
trate, por exemplo, de empregados, empregados domésticos ou trabalhadores avulsos) e do respetivo nível de
rendimento. Assim, as taxas de contribuição para o regime obrigatório variam entre 8% e 11% enquanto as
taxas de contribuição para o regime facultativo variam entre 5% e 20%.
3.2. Como investir no Brasil?
A legislação brasileira que regula o investimento no país encontra-se muito dispersa, fator que representa uma
dificuldade acrescida nesta matéria.
O Decreto-Lei n.º 55.762, de 17 de fevereiro de 1965, define que qualifica como capital estrangeiro aquele
que, pertencente a pessoas físicas ou jurídicas (empresas ou indivíduos) residentes, domiciliadas ou com sede
no estrangeiro, corresponda a:
bens, máquinas e equipamentos introduzidos no Brasil, sem dispêndio inicial de divisas, destinados à
produção de bens ou serviços; e
recursos financeiros ou monetários introduzidos no país para aplicação em atividades económicas.
Por sua vez, IDE, no Brasil denominado de investimento externo direto (IED), é definido como aquele
correspondente a:
participações permanentes em empresas no Brasil, detidas por investidor não residente, pessoa física
ou jurídica, residente, domiciliada ou com sede no exterior, mediante a propriedade de ações ou
quotas representativas do capital social de empresas brasileiras; e
capital destacado das filiais ou sucursais de empresas estrangeiras autorizadas a operar no País.
O IED no Brasil deve ser registado junto do Banco Central, com recurso à plataforma SISBACEN – Módulo
RDE-IED (“Sistema de Informações do Banco Central – Registro Declaratório Eletrônico – Investimento
Externo Direto”) por forma a assegurar a remessa de lucros e o repatriamento de capital para o exterior. Uma
vez que o IDE no Brasil não carece de análise e/ou verificação pelo Banco Central do Brasil, cabe à empresa
recetora do investimento estrangeiro e/ou ao representante do investidor a responsabilidade de efetuar o
registo do mesmo.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
116
3.2.1. Restrições ao Investimento Estrangeiro
É vedado o IDE nas seguintes atividades:
Desenvolvimento de atividades envolvendo energia nuclear;
Serviços de saúde;
Serviços de correios e telégrafos;
Industria aeroespacial.
Por sua vez, apesar de autorizado, verificam-se condicionalismos ao IDE nas seguintes situações:
a) Aquisições de terras rurais por sociedades brasileiras sob o controle estrangeiro, por estrangeiro
residente no Brasil ou por pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil; Aquisições de
propriedades localizadas em áreas de fronteira;
b) Participações em instituições financeiras;
c) Exploração de serviços aéreos públicos, para operação de transporte regular;
d) Investimento estrangeiro na propriedade e na administração de jornais, revistas e outras publicações,
bem como de redes de rádio e televisão;
e) Operação no setor de mineração por empresas brasileiras, sob controlo estrangeiro.
3.2.2. Formas de investimento
O IDE no Brasil pode realizar-se através de qualquer uma das seguintes formas, desde que suscetíveis de avaliação pecuniária:
- Investimento em Moeda;
- Investimento via Conversão de Créditos Externos;
- Investimentos via Importação de bens sem Cobertura Cambial;
- Investimentos no Mercado de Capitais.
3.2.3. Fases/Etapas a observar no Processo de estabelecimento no Brasil
As etapas a observar aquando da realização de IDE no Brasil variam consoante a forma de investimento em
causa, como seja:
a) Investimento em moeda
O IDE realizado por via de investimento em moeda não depende de qualquer autorização preliminar por parte
das autoridades governamentais.
Sendo o objetivo subscrever capital ou adquirir uma participação numa empresa brasileira já existente, os
recursos deverão ser enviados para o Brasil por meio de instituição bancária autorizada a efetuar operações
cambiais. No prazo de 30 dias a partir do fecho do contrato de câmbio, deve proceder-se ao registo do
investimento no Sistema RDE-IED.
Caso os fundos estejam já numa conta de um não residente devidamente registado no Brasil, o registo do
referido investimento será realizado em moeda nacional. Qualquer movimentação relacionada com o
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
117
investimento deve ser efetuada por meio da respetiva conta de não residente, sendo o registo do investimento
atualizado através do Módulo RDE-IED.
b) Investimento via Conversão de Créditos Externos
A conversão de créditos externos já registados no RDE-IE não depende de autorização prévia do Banco
Central.
Inclui-se neste ponto a utilização de créditos que são passíveis de gerar transferências para o exterior, com
base nas normas vigentes, pelo credor não residente com vista à aquisição ou integração de participações no
capital social de empresa localizada no Brasil.
Para efeitos de registo no Sistema RDE-IED, é necessário que a empresa nacional recetora do investimento
obtenha do credor e promitente investidor os seguintes documentos:
(i) Declaração que define os vencimentos das parcelas e os respetivos valores a serem convertidos;
(ii) Declaração irrevogável do credor concordando com a conversão.
c) Investimentos via Importação de Bens sem Cobertura Cambial
A importação de bens, tangíveis ou intangíveis, apenas é possível para a constituição de capital social,
devendo o registo de capitais estrangeiros, conforme definidos supra, ser efetuado na moeda do país do
investidor ou, por solicitação expressa deste, em outra moeda, mantida a paridade cambial.
Este investimento, sendo efetuado sob a forma de bem tangível para a integração de capital social não
necessita de aprovação prévia do Banco Central, mas deve ser efetuado o respetivo registo no prazo de 90
dias após a libertação dos bens. No entanto, o IDE, quando decorrente de importação sem cobertura cambial
de bens intangíveis, depende da prévia autorização do Departamento de Combate a Ilícitos Financeiros e
Supervisão de Câmbio e Capitais Internacionais (DECIC).
d) Investimentos no Mercado de Capitais
O investimento nos mercados brasileiros (financeiro e de capitais) está acessível a qualquer investidor, pessoa
física ou jurídica, não residente, individual ou coletivo.
O investidor não residente pode operar nos mercados de rendimento fixo ou variável, podendo migrar
livremente de uma aplicação para outra. No entanto, por forma a ter acesso a esses mercados, deve nomear
um representante no Brasil, que registará as operações, e obter um registo na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).
Os títulos e os valores mobiliários do investidor estrangeiro deverão estar sob custódia de entidade autorizada
pela CVM ou pelo Banco Central, ou, ainda, registados, dependendo do caso, no Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (SELIC) ou em sistema de registo e de liquidação financeira administrado pela Central
de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP).
3.2.3.1. Outros aspetos relevantes
─ Repatriamento de capital
O capital estrangeiro registado no Brasil poderá ser repatriado para o seu país de origem a qualquer momento
sem necessidade de autorização prévia.
Desde que devidamente registados no Módulo RDE-IED, não existem restrições à distribuição de lucros e à sua remessa para o exterior.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
118
─ Reinvestimento de Lucros Os rendimentos auferidos por investidores estrangeiros reinvestidos em empresas brasileiras, ainda que distintas das que originaram o rendimento, com o objetivo de subscrição de capital ou aquisição de ações ou quotas, são considerados como capital estrangeiro da mesma forma que o investimento inicial. Para este efeito, são considerados reinvestimentos os lucros auferidos por empresas sediadas no Brasil passíveis de remessa a pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, mas que foram reinvestidos na empresa que os gerou ou noutro setor da economia brasileira.
3.3. Incentivos e benefícios ao investimento
O Brasil tem vindo a desenvolver uma estratégia de captação de investimento, nomeadamente com a
implementação do Sistema de Promoção de Investimentos e Transferência de Tecnologia para Empresas
(SIPRI), concretizada pelo Ministério das Relações Exteriores, e pela Comissão de Incentivo aos
Investimentos Produtivos Privados (“Investors Room”), no âmbito da Casa Civil da Presidência da República.
Através destes organismos, o Governo Brasileiro tem concentrado forças na divulgação das potencialidades
do país em setores estratégicos para o desenvolvimento económico sustentável, tendo em vista a captação de
IDE em torno de três grandes eixos:
Divulgação de projetos e oportunidade de investimento no Brasil;
Desenvolvimento de estudos e ferramentas que subsidiem estratégias e ações de promoção de
investimento; e,
Capacitação dos operadores da Rede SIPRI, que funciona como rede de informações e núcleo para a
articulação de políticas e estratégias para captação de investimentos. O SIPRI, além de identificar e
divulgar oportunidades de investimento no Brasil e no exterior, também visa ativamente criar parcerias
entre empresas brasileiras e estrangeiras, com a finalidade de promover transferências de tecnologia
para o Brasil.
Paralelamente, o Brasil realiza eventos de captação de investimentos com o fim específico de atrair, facilitar e
difundir informação sobre oportunidades de investimento.
A Constituição Brasileira atribui competência em matéria tributária quer à União Federal, quer aos Estados e
aos Municípios, pelo que, os Estados utilizam a possibilidade criarem sistemas de incentivos e benefícios
como um instrumento de atração de investimento, para acelerar o desenvolvimento da região ou de certas
indústrias.
Assim, aquando do investimento no Brasil, os investidores deverão assegurar uma análise casuística dos
benefícios fiscais disponíveis no Estado onde pretendem efetuar o investimento ou, não sendo a região um
fator determinante para o investimento, comprara os benefícios e incentivos atribuídos por cada Estado.
Há, contudo, alguns benefícios de índole estadual, muitos dos quais relacionados com a organização pelo
Brasil de eventos desportivos internacionais.
Adicionalmente, é possível celebrar com as autoridades brasileiras contratos de investimento, ao abrigo dos quais podem ser atribuídas algumas vantagens, nomeadamente:
isenções de taxas e alguns impostos na importação de bens;
taxas de depreciação aceleradas para equipamento produzido no Brasil;
acesso a financiamento com juros reduzidos;
isenção de imposto na venda de bens de investimento;
isenção de imposto sobre lucros;
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
119
incentivos fiscais para projetos focados em inovação tecnológica.
3.3.1. Incentivos estaduais
Plano Brasil Maior
O Plano tem por objetivo a inovação e o fortalecimento produtivo do parque industrial brasileiro, visando a
obtenção de ganhos sustentados da produtividade do trabalho, visando assim beneficiar produtores locais e
exportadores de bens e serviços.
Concede um conjunto de incentivos fiscais e financeiros que irão vigorar até 2015, caso o prazo não seja
prorrogado, relativamente a investimentos nas áreas da inovação tecnológica, investigação para melhoria da
produção e facilita vantagens aos exportadores, nomeadamente em termos de seguros de crédito.
I. Incentivos fiscais do Plano Brasil Maior
• PRONON e PRONAS/PCD
O Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica - PRONON tem a finalidade de captar e canalizar
recursos para a prevenção e o combate ao cancro, e está a ser implementado mediante incentivos fiscais a
ações e serviços oncológicos, desenvolvidos por instituições de prevenção e combate ao cancro.
O Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência - PRONAS/PCD tem a
finalidade de captar e canalizar recursos destinados a estimular e desenvolver a prevenção e a reabilitação de
pessoas com deficiência, incluindo-se a promoção, prevenção, diagnóstico precoce, tratamento, reabilitação e
indicação e adaptação de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, em todo o ciclo de vida.
• PROUCA (Programa Um Computador por Aluno) e REICOMP (Regime Especial de Incentivo
a Computadores para Uso Educacional)
O Programa Um Computador por Aluno - PROUCA tem o objetivo de promover a inclusão digital nas escolas
das redes públicas de ensino federal, estadual, distrital, municipal e nas escolas sem fins lucrativos de
atendimento a pessoas com deficiência, mediante a aquisição e a utilização de soluções de informática,
constituídas por equipamentos de informática, por programas de computador - software - neles instalados e
de suporte e assistência técnica necessários ao seu funcionamento.
O Programa dispõe de um Regime Especial de Incentivo a Computadores para Uso Educacional - REICOMP,
que atribui um conjunto de isenções e benefícios fiscais.
• Regime especial de tributação aplicável à construção ou reforma de estabelecimentos de
educação infantil
O regime especial em questão aplicar-se-á até 31 de dezembro de 2018 aos projetos de construção ou
reforma de creches e pré-escolas cujas obras tenham sido iniciadas ou contratadas a partir de um
de janeiro de 2013.
Tal regime consiste na unificação de impostos e contribuições, sendo que para cada obra submetida ao
regime especial de tributação, a empresa de construção ficará sujeita ao pagamento equivalente a 1% da sua
receita mensal.
• Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação de
Redes de Telecomunicações - REPNBL-Redes
Estabeleceu-se um Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação
de Redes de Telecomunicações – REPNBL - Redes que se destinem a projetos de implantação, ampliação ou
modernização de redes de telecomunicações que suportem acesso à Internet em banda larga, incluindo
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
120
estações terrenas de satélites que contribuam com os objetivos de implantação do Programa Nacional de
Banda Larga – PNBL.
• REPORTO
Estabeleceu-se um Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária –
REPORTO que concede um conjunto alargado de isenções fiscais nas aquisições de máquinas, equipamentos
e peças que se destinem ao ativo imobilizado dos beneficiários do regime.
São beneficiários do REPORTO o operador portuário, o concessionário de porto, o arrendatário de instalação
portuária de uso público e a empresa autorizada a explorar instalação portuária de uso privativo misto ou
exclusivo, inclusive aquelas que operam com embarcações de offshore.
• Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de
Veículos Automotores - INOVAR-AUTO
O Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos
Automotores - INOVAR-AUTO tem o objetivo de apoiar o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a
segurança, a proteção ao meio ambiente, a eficiência energética e a qualidade dos automóveis, camiões e
autocarros.
Poderão habilitar-se ao INOVAR-AUTO as empresas que produzam e comercializem, no Brasil: tratores,
veículos automóveis para transporte de dez pessoas ou mais, automóveis de passageiros e outros veículos
automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (incluindo os veículos de uso misto - station
wagons e os automóveis de corrida), veículos automóveis para transporte de mercadorias, entre outros.
Também poderão habilitar-se ao programa as empresas que tenham projeto aprovado para instalação, no
País, de fábrica ou, no caso das empresas já instaladas, de novas instalações ou projetos industriais para
produção de novos modelos dos produtos acima.
Para a habilitação a empresa fica condicionada à realização, no País, direta ou indiretamente: (a) de
atividades fabris e de infraestrutura de engenharia; (b) de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e
inovação; (c) investimento em engenharia, tecnologia industrial básica e de desenvolvimento de fornecedores.
As empresas habilitadas ao INOVAR-AUTO poderão usufruir de crédito presumido de IPI – Imposto sobre
produtos industrializados.
Incentivos Fiscais Especiais
O Brasil vive hoje um momento próspero, de elevado crescimento económico, que lhe permitiu abrigar
importantes eventos mundiais no âmbito do desporto.
Assim, entre 2013 e 2016, o Brasil será anfitrião de quatro grandes acontecimentos: Copa FIFA 2013, Copa do
Mundo de Futebol 2014, Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
No âmbito destes eventos, o Governo concedeu alguns incentivos fiscais especiais, dos quais se salientam:
Copa da FIFA
2013 e Copa do
Mundo de Futebol
2014
Aplicável a entidades envolvidas na organização dos eventos, previamente licenciadas pelo Governo.
Benefícios incluem:
Isenções na importação de inúmeros bens ou mercadorias perecíveis utilizados no âmbito da organização e promoção destes eventos;
Isenção de IRPJ, IOF, CSLL, PIS/COFINS e CIDE, para a FIFA e entidades
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
121
relacionadas domiciliadas no estrangeiro, à subsidiária da FIFA Brasil, aos fornecedores de serviços para a FIFA, estabelecidos no Brasil, e aos indivíduos não residentes contratados especificamente para o evento;
Isenção de ISS aplicável às mesmas entidades (decididas a nível municipal).
Regime aplicável no período compreendido entre 1 de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2015.
Recopa
Regime fiscal especial atribuído para a construção, expansão, reforma ou modernização dos
estádios de futebol para a Copa das Confederações de 2013 e Copa do Mundo de Futebol de
2014.
As entidades responsáveis pela obras podem beneficiar de:
Suspensão de II, IPI, e PIS/COFINS na importação de máquinas e equipamento;
Suspensão de PIS/COFINS e IPI na aquisição local de máquinas e equipamento;
Suspensão de PIS/COFINS na aquisição ao exterior de serviços;
Suspensão de PIS e COFINS na aquisição local de serviços.
Jogos Olímpicos
e Paraolímpicos
de 2016
Concede isenções às entidades envolvidas na organização e realização dos jogos de 2016,
incluindo:
Isenção de II (Imposto de Importação), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e PIS/COFINS quanto às importações de bens ou serviços;
Isenção de IPI e PIS/COFINS na aquisição local de bens ou serviços;
Isenção do IRPF, relativamente aos rendimentos pagos a não residentes contratados e/ou empregados no Brasil, temporariamente.
3.3.2. Incentivos regionais
Não obstante, elencam-se, a título exemplificativo, alguns regimes especiais:
3.3.2.1. Zona Franca de Manaus (ZFM):
A zona Franca de Manaus é uma área de comércio livre de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de promover o desenvolvimento regional, através da criação de um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições económicas que permitam o seu desenvolvimento. Concedem-se os seguintes benefícios:
Redução de até 88% do Imposto de Importação (I.I.) sobre os insumos destinados à industrialização;
Isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (I.P.I.);
Redução de 75% do IPRJ;
Isenção da contribuição para o PIS/PASEP e da Cofins nas operações internas na Zona Franca de Manaus;
Restituição parcial ou total, variando de 55% a 100% – dependendo do projeto – do ICMS.
3.3.2.2. Minas Gerais e Espírito Santo
Como promotora do desenvolvimento sustentável do Nordeste, incluindo municípios dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE, pode conceder Incentivos e Benefícios Fiscais, assim como disponibilizar financiamento ao abrigo de alguns Fundos Regionais. Entre os benefícios fiscais, salientam-se:
Isenção de IRPJ – Para projetos de implantação, modernização, ampliação ou diversificação de empreendimentos, para as atividades de fabricação de máquinas, equipamentos,
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
122
instrumentos e dispositivos baseados em tecnologia digital, voltados para o programa de inclusão digital;
Redução de IRPJ (de 12,5% a 75%) para determinadas indústrias que vão desde o turismo, à agricultura, celulose e papel.
3.3.2.3. Pará
O Governo do Pará atribui incentivos fiscais a empresas que desenvolvam atividade produtiva na agroindústria, indústria pecuária e indústria pesqueira e que realizem investimentos destinados à modernização ou diversificação de empreendimentos no Estado do Pará, criação de novos empreendimentos ou aquisição de maquinaria e equipamentos para a implantação ou inovação do parque industrial dos empreendimentos. Os incentivos são atribuídos em função da natureza de cada projeto durante um período de tempo definido, que não poderá exceder 15 anos, e poderão revestir a natureza de crédito de imposto, redução da base tributável, isenção ou diferimento.
3.3.1. MERCOSUL - A Tarifa Externa Comum – TEC
Nos termos do acordo GATT, art.º 24, para a formação de uma união aduaneira é imprescindível a observância de duas condutas, i) a livre circulação dos bens produzidos pelos EM da união através da isenção alfandegária intra-bloco e outras restrições, bem como, ii) no que respeita ao relacionamento comercial com países terceiros, a adoção de uma pauta alfandegária comum, nomeadamente, Tarifa Externa Comum – TEC.
Nas trocas comerciais entre os países do MERCOSUL, desde que comprovado por Certificado de Origem que uma determinada percentagem do produto foi produzido no MERCOSUL (pode variar consoante o produto), este não estará sujeito a imposto de importação mas a uma Tarifa Externa Comum acordada entre os EM.
A TEC tem por base a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) e é definida mediante a aplicação de uma alíquota a cada item. Atualmente, a NCM compreende cerca de nove mil itens tarifários, e inclui alíquotas ad valorem que variam, em geral, entre 0% a 20% (podendo em alguns itens chegar a 35%), segundo a categoria de produtos e a existência ou não de produção regional.
Há assim uma tentativa de harmonização fiscal que visa facilitar as trocas comerciais intra-região. Porém, esta harmonização encontra-se limitada a uma lista de produtos que poderão ser excecionados.
Há assim uma lista de exceções à TEC para os quatro Estados Partes, a qual pode ser alterada a cada seis meses, em até 20% dos códigos. Dessa forma, o Brasil poderá aplicar taxas de importação distintas da TEC para 100 códigos tarifários até 31/12/2015.
As regras de exceção permitem uma ampla margem de discricionariedade na definição dos produtos excecionados, daí referir-se a uma união aduaneira imperfeita no MERCOSUL, dado que enquanto o Brasil e a Argentina poderão escolher 100 itens para as suas listas de exceções, o Paraguai cerca de 649 produtos até 31 de dezembro de 2019 e o Uruguai 225 até 31 de dezembro de 2017. Estas listas poderão ser atualizadas semestralmente.
A entidade responsável pela gestão e divulgação da TEC no Brasil é a Câmara de Comércio Exterior, do Conselho do Governo (CAMEX).
A TEC poderá ser obtida aqui:
http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=3361.
Para se obter informações sobre os requisitos do Regime de Origem do Mercosul:
http://www.mercosur.int/t_ligaenmarco.jsp?contentid=453&site=1&channel=secretaria&back=yes
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
123
3.4. Principais mecanismos de financiamento
No Brasil existem vários mecanismos alternativos de investimento, sendo que alguns dos bancos comerciais
que operam neste território recorrem a financiamento junto de instituições multilaterais financeiras, como por
exemplo, o Banco Europeu de Investimento e o Banco Mundial, que lhes concedem financiamento que permite
cedência de crédito à economia e às empresas.
Algumas destas instituições multilaterais financeiras,constituem instrumentos financeiros que permitem o apoio
ao investimento direto às empresas sempre que estejam em causa grandes projetos de investimento com
impacto económico em países em desenvolvimento e cujo plano de investimento permita desenvolver a
economia.
A SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento – é uma sociedade financeira, de capitais
maioritariamente públicos, que tem como missão ajudar a promover o crescimento económico e social de
países emergentes e em vias de desenvolvimento, nomeadamente alguns dos países da CPLP, como sendo o
Brasil.
Neste âmbito, podem apresentar projetos de investimento à SOFID empresas privadas e públicas, desde que
geridas de forma comercial, e com uma participação acionista portuguesa mínima de 20%, cujos projetos
cumpram os seguintes requisitos:
Investimentos de raiz, ampliações, reabilitações, modernizações ou aquisições de ativos;
Programas setoriais (múltiplos projetos promovidos por um único mutuário, Parcerias Público
Privadas, projetos regionais, parcerias entre empresas/empresários portugueses e de outros países);
Não podem ser projetos com impactos sociais ou ambientais negativos, nem projetos de caráter
especulativo ou que envolvam trabalho infantil, entre outros;
São apoiados todos os setores relevantes para o desenvolvimento sustentado dos países de destino
e que correspondam aos interesses da economia e das empresas portuguesas, mas privilegiando os
setores da agro-indústria, da indústria transformadora, das infraestruturas, da energia, do turismo,
comércio e serviços e ainda o setor financeiro.
O financiamento mínimo é de 250 mil Euros e o máximo é de 2,5 milhões de Euros.
Mutuários que não sejam sociedades offshore sedeadas em locais que integrem a lista da OCDE de
regimes fiscais privilegiados não cooperantes.
A SOFID é a instituição portuguesa membro da EDFI (Association of European Development Finance
Institutions). Regra geral, os produtos financeiros disponibilizados pelas Instituições Financeiras ao
Desenvolvimento local podem ser dos seguintes tipos:
Empréstimos de longo prazo, com taxas a juros de mercado ou bonificados;
Participações de capital;
Financiamento “mezzanine”;
Garantias;
Donativos destinados ao financiamento de atividades específicas nos países de menor rendimento;
Produtos de gestão de risco;
Apoio à realização de estudos de sustentabilidade do projeto.
Outro instrumento disponível para o financiamento de investimentos de grande dimensão e com reconhecido impacto económico é o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
124
Este fundo, criado em 2010 com intuito de fortalecer a cooperação e as relações de investimento entre a China e os países de língua Portuguesa, disponibiliza um total de mil milhões de USD para projetos de investimento que promovam a melhoria da qualidade de vida das populações e o desenvolvimento social e económico dos países destinatários do financiamento, que apostem na utilização de tecnologia industrial avançada.
O acesso a este fundo faz-se através do preenchimento da candidatura por parte da empresa ou investidor interessado e depende da decisão da comissão de investimento, composta por membros da equipa de gestão do fundo. Os montantes máximos de investimento em cada projeto são determinados pela equipa de gestão do fundo e podem variar entre 5 e 20 milhões de USD.
O tipo de financiamento pode variar em função das características das empresas e da natureza dos projetos.
Nesse sentido, para além dos instrumentos de capital diretos, tais como aquisição de ações ordinárias de
empresas, admite-se ainda investimentos de quase capital (ações preferenciais, instrumentos híbridos de
capital e obrigações convertíveis).
Por sua vez, o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), é também uma das
principais fontes de financiamento no Brasil, concedendo financiamentos de longo prazo para a realização de
investimentos em todos os segmentos da economia.
Os financiamentos podem ser concedidos a:
Empresas de Direito Privado, sediadas no Brasil, controladas por residentes no Brasil ou, em caso
especificamente autorizados pelo Estado, controladas por não residentes no Brasil;
Empresas, sediadas fora do Brasil, cujo acionista maioritário e que exerça influência dominante sobre
as atividades desempenhadas, seja:
o empresa controlada, direta ou indiretamente, por empresa ou grupo societário, domiciliadas e
residentes no Brasil; ou
o empresa controlada por empresa de direito público brasileira;
O BNDES concede financiamentos para projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e exportação
de bens e serviços. Adicionalmente, podem ser efetuadas entradas no capital das empresas e também
concedidos financiamentos não reembolsáveis para projetos que contribuam para o desenvolvimento social,
cultural e tecnológico.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
125
3.5. Competitividade do Brasil
3.5.1. Atratividade do Brasil no contexto regional
Com base nos dados do relatório Doing Business o Brasil ocupa uma posição intermédia no que respeita ao
indicador sobre a facilidade de fazer negócios no contexto do MERCOSUL e dos Estados associados.
Tabela 25 - Doing Business 2013 – Posição por região
Países
Facilidade de
se fazer
negócios
Abertura de
empresas
Obtenção de
alvarás de
construção
Obtenção de
eletricidade
Registo de
propriedade
Obtenção
de crédito
Chile 37 32 84 40 55 53
Perú 43 60 86 77 19 23
Colômbia 45 61 27 134 52 70
Uruguai 89 39 158 20 164 70
Paraguai
103
111 71 26 67 83
Argentina 124 154 171 74 135 70
Brasil 130 121 131 60 109 104
Equador 139 169 104 146 101 83
Venezuela 180 152 109 160 90 159
De acordo com o World Investment Report do UNCTAD, publicado em 2013, o Brasil registou um IDE de
65.272 milhões de dólares, o que representa cerca de 45% do total do IDE no MERCOSUL (144.102
milhões de dólares).
Esta elevada percentagem explica-se pelo facto do Brasil:
Ser o oitavo mercado mais consumidor do mundo;
Possuir cerca de 170 milhões de habitantes;
Possuir uma localização geográfica bastante atrativa, fazendo fronteira com 10 países, e possuindo
um extenso litoral com inúmeros portos marítimos;
Ocupar o quinto lugar na economia mundial desde Dezembro de 2009 (de acordo com relatórios do
Banco Mundial;
Possuir a maior e mais diversificada base industrial da América Latina e do Caraíbas;
Ser um dos principais destinos turísticos, recebendo mais de 5 milhões de turistas estrangeiros por
ano.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
126
3.6. Principais constrangimentos ao IDE e Exportação
3.6.1. Exportações/Importações – Barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos
Os produtos importados para o Brasil estão sujeitos a Imposto de Importação (II), o qual incide sobre o custo
dos produtos importados (custo, seguros e fretes).
As taxas de Imposto de Importação são variáveis em função da codificação dos produtos na tabela aduaneira
harmonizada do MERCOSUL. Regra geral, as taxas variam entre 10% e 20%, não obstante a existência de
muitas exceções (bens sujeitos a taxas inferiores ou superiores ao intervalo referido).
O Imposto de Importação representa um custo para o sujeito passivo – o importador que introduz os bens no
mercado brasileiro – na medida em que não é recuperável.
Adicionalmente, os bens introduzidos no Brasil são sujeitos a tributação sobre o valor acrescentado, na forma
de:
− Imposto sobre produtos industrializados – IPI - (a taxas variáveis, regra geral, entre 10% e 15%, mas
que, em certos casos, pode atingir 300%); e
− Imposto sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços
interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS – (a taxas variáveis entre 7% e 25%)
Bens em regime de Trânsito
Os bens em regime de trânsito, isto é, bens que permanecem no país temporariamente para futura integração
na produção de serviços ou de outros bens, são sujeitos ao pagamento de imposto na proporção do tempo
que permanecem no Brasil.
Bens destinados à exportação
Os bens importados para o Brasil com destino à incorporação na produção ou embalamento de produtos para
exportação estão isentos de Imposto de Importação. Este incentivo à exportação opera de várias formas:
− Suspensão de pagamento;
− Isenção de pagamento;
− Devolução, total ou parcial, do imposto.
Licença de importação
A importação de produtos pode estar sujeita a licenciamento, o qual pode ser obtido, na maioria dos casos, de
forma automática, através da plataforma Siscomex da Direção Alfandegária.
Adicionalmente, a importação de alguns produtos (produtos da área da saúde, produtos agrícolas ou armas)
carece de autorização de entidades específicas), a qual pode igualmente ser solicitada através da plataforma
Siscomex.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
127
3.6.2. Entrada e saída de capitais
A legislação brasileira exige, para todos os investimentos estrangeiros no País, independentemente da sua
modalidade, a realização do seu registo no Banco Central do Brasil para efeitos meramente declarativos,
devendo o mesmo ser feito por via eletrónica, diretamente no Sisbacen - Sistema de Informações do Banco
Central, no sistema de Registo Declaratório Eletrónico (RDE).
Os capitais estrangeiros são registados em módulos específicos do sistema, de acordo com a sua
classificação, ou seja, investimento direto, créditos externos (empréstimos, financiamentos de importação com
prazo superior a 360 dias), contratos de assistência técnica, royalties e semelhantes ou aplicações no
mercado financeiro e de capitais. São também passíveis de registo os contratos de garantia prestada por
organismos internacionais em operações de crédito interno.
A cada registo é atribuído um número de RDE, que é de utilização obrigatória nas operações de câmbio
relativas às remessas para o exterior (retorno de capital, juros, lucros e dividendos, efetuados diretamente da
rede bancária autorizada a operar no mercado de câmbio).
Atualmente, não há necessidade de qualquer exame ou de autorização prévia do Banco Central do Brasil para
efeitos de realização das remessas.
Adicionalmente, as pessoas singulares ou coletivas não residentes no Brasil podem ser titulares de contas de
depósito em moeda brasileira, exclusivamente em agências que operem em câmbio de instituições bancárias
autorizadas a operar no mercado de câmbio. A conversão de moeda brasileira para moeda estrangeira, para
remessa ao exterior, de saldos dessas contas é livre.
3.6.3. Estabilidade legal e fiscal - Barreiras legais, fiscais e regulamentares
No sistema fiscal brasileiro, o poder de tributário está dividido em três níveis diferentes: federal, estadual e
municipal.
A nível federal, os impostos incidem, regra geral, sobre o rendimento, quer de pessoas singulares, quer de
pessoas coletivas, bem como sobre o consumo e património.
A nível estadual, os impostos incidem, essencialmente, sobre o património. São sujeitas a imposto,
nomeadamente, as sucessões e doações em sede de Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações
(ITCMD). A propriedade imobiliária é também tributada a nível estadual em sede de dois impostos distintos: o
Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) - que é pago anualmente e incide sobre a detenção - e o Imposto
de Transmissão de Bens Imóveis Inter-vivos (ITBI), que é pago aquando da transferência de propriedade.
A taxa agrupada do impostos sobre o lucro é de 34%, que inclui (regra geral) o IRPJ, a CSLL e a sobretaxa de
10%.
Os impostos em vigor no Brasil são os seguintes:
Tabela 26 - Quadro resumo com os principais impostos do Brasil
Imposto Taxa Base tributável/ Sujeito Passivo
Imposto de Renda sobre as
Pessoas Jurídicas (IRPJ)
15%
25% (15%+10%)
Empresas com residência no Brasil: 15% sobre o lucro
tributável anual; sobretaxa de 10% no montante que
exceda 240.000 Reais.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
128
Imposto Taxa Base tributável/ Sujeito Passivo
Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL)
9% Lucro tributável líquido das sociedades.
15% Lucro tributável líquido das instituições seguradoras e
financeiras
Imposto de Renda de Pessoa
Física (IRPF)
Progressiva, entre
0% e 27,5 %
Incide sobre a totalidade dos rendimentos obtidos pelos
residentes no Brasil
Imposto de Mais-valias 15% Venda de imóveis, veículos e obras de arte, quer no
Brasil, quer no estrangeiro
Imposto sobre os Produtos
Industrializados (IPI)
Entre 10% a 15%,
geralmente
Tributa o consumo nas importações, transmissões de
bens. As prestações de serviços, regra geral, estão
sujeitas ao Imposto sobre Serviços de qualquer
natureza (ISS), cuja taxa varia entre 2% e 5%.
Imposto sobre as Importações (II) Entre 10% e 20%,
dependendo do
produto
Incide sobre o valor do produto importado
Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF)
Depende da
operação em
causa
Incide sobre algumas operações financeiras
Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social (COFINS)
7.6% Incide sobre o rendimento das pessoas coletivas
Programa de Integração Social
(PIS)
1.65% Incide sobre o rendimento das pessoas coletivas
Informação sobre a pauta
aduaneira
Simulador: http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/
3.6.4. Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra
O Brasil concede os seguintes tipos de vistos:
− Administrador/ Gerente/ Diretor executivo;
− Administrar entidades sem fins lucrativos;
− Artistas e desportistas;
− Correspondentes de jornais, revistas, rádio, televisão ou agência noticiosa;
− Estagiários;
− Estudantes;
− Filmagem no Brasil;
− Prestação de serviço /contrato de trabalho/investimento no Brasil;
− Religiosos ;
− Rendimentos de aposentadoria;
− Reunião familiar;
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
129
− Viagem de negócios;
− Turismo.
O visto adequado para investidores no Brasil é o de Prestação de serviço/ Contrato de trabalho / Investimento
no Brasil, o qual se aplica ao estrangeiro que viaje para o Brasil como cientista, diretor ou executivo, professor,
tripulante de embarcação estrangeira, técnico ou profissional de outra categoria, sob regime de contrato de
trabalho, estágio, formação, ou para prestação de serviço para o Governo brasileiro.
Este visto pode assim ser um visto temporário de trabalho ou um visto permanente por Investimento, neste
caso destinando-se aos cidadãos estrangeiros que abram empresas no Brasil.
Os vistos de Prestação de serviço/ Contrato de trabalho / Investimento no Brasil devem ser solicitados ao
Ministério do Trabalho e Emprego no Brasil e estão sujeitos a aprovação da Coordenação-Geral de Imigração
do Ministério das Relações Exteriores.
Aquando da requisição de visto, o investidor deverá preencher um formulário de pedido de visto, o qual deve
ser acompanhado pelos seguintes documentos:
− Passaporte com validade mínima de 6 meses;
− Foto;
− Atestado de residência;
− Atestado de registo penal; e
− Atestado de vacinação contra febre-amarela.
3.6.5. Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade
Apesar de não ser obrigatório, é recomendável estabelecer um contrato de seguro sobre as mercadorias e
bens com destino ao Brasil.
A cobertura de risco das exportações de Portugal para a Guiné-Bissau poderá ser realizada por empresas seguradoras privadas tendo em consideração que, no caso dos seguros de créditos com Garantia do Estado, o operador único, por protocolo com o Estado Português, é a empresa Companhia de Seguro de Créditos (COSEC) que, para além do seguro de crédito à exportação dispõe de um mecanismo de garantias de seguro de caução.
O seguro de crédito à exportação, sem garantia do Estado português, é uma modalidade que tem por objetivo
cobrir os riscos de não pagamento nas vendas a crédito de bens ou na prestação de serviços efetuadas no
estrangeiro e que consiste na emissão de uma apólice de seguro de créditos, através da qual o exportador
português poderá cobrir os riscos associados à empresa importadora ou ao país de importação, quer estes se
verifiquem aquando da preparação da encomenda, quer após a sua expedição.
Poderão ser beneficiários deste produto as empresas que vendem a crédito nos mercados externos, podendo
os créditos abrangidos ser de curto, médio ou longo prazos.
A COSEC, S.A., disponibiliza ainda seguros de créditos à exportação com a garantia do Estado português,
sendo este tipo de produtos destinado a proporcionar soluções para a cobertura de riscos políticos e
extraordinários, designadamente:
Atos ou decisão do Governo ou entidade pública do país importador
Expropriação, nacionalização, confisco e medidas de efeito equivalente;
Dificuldades de transferência ou e conversão e moratória geral;
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
130
Guerras (ainda que não declaradas), revoluções, motins, anexações ou factos de efeitos análogos;
Efeitos catastróficos (terramotos, maremotos, erupções vulcânicas, tufões, ciclones ou inundações).
O seguro pode, no entanto, incluir igualmente o risco comercial. Através da subscrição do produto em causa, o
Estado Português garante o pagamento de indemnização, no prazo de 60 dias a contar da verificação do
incumprimento:
Seja por interrupção ou suspensão do fabrico (risco de fabrico);
Seja pelo não pagamento do crédito concedido ao importador (risco de crédito).
O âmbito dos seguros é determinado casuisticamente, abrangendo capital e juros remuneratórios. Existem
diferentes percentagens de cobertura, designadamente:
Mercados prioritários (definidos pelo Governo – África do Sul, Brasil, China, Marrocos, México,
Polónia, Tunísia e Rússia): operações a curto prazo: 98 % e operações a médio e longo prazo: 99%
Outros mercados, em operações de curto, médio e longo prazo: 95%
3.6.6. Sistema jurídico e judiciário
O sistema de organização judiciária do Brasil é complexo, na medida em que compatibiliza o nível estadual e
federal.
Os tribunais estão organizados segundo dois critérios: a justiça comum e a especializada. A distinção entre
ambas é feita em termos de competência.
A justiça especializada versa sobre as seguintes matérias: Direito do Trabalho, Direito Eleitoral e Direito Militar.
Para efeitos de recurso, a organização judiciária do Brasil divide-se em três níveis: 1ª instância, 2ª instância e
tribunais superiores. O Supremo Tribunal Federal apenas lida com assuntos de constitucionalidade.
Tabela 27- Sistema Judiciário do Brasil
Tipos de Tribunais
Judiciários Competência Organização
Supremo Tribunal
Federal
Exerce jurisdição em todo o
território nacional
Trata de assuntos
relacionados com a
Constituição
O Supremo Tribunal Federal é composto por 11
ministros indicados pelo Presidente da República e
por ele nomeados após aprovação pelo Senado
Federal
Tribunais Superiores
Exercem jurisdição em todo
ou em parte do território,
consoante sejam tribunais
Estaduais ou Federais
− Justiça Comum (Estadual e Federal) - Superior Tribunal de Justiça;
− Justiça Especializada:
o Tribunal Superior do Trabalho;
o Tribunal Superior Eleitoral;
o Tribunal Superior Militar
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
131
Tipos de Tribunais
Judiciários Competência Organização
Tribunais de 2ª Instância
Exercem jurisdição em todo
ou em parte do território,
consoante sejam tribunais
Estaduais ou Federais
− Justiça Comum Estadual - Tribunais de Justiça de 2ª instância
− Justiça Comum Federal - Tribunais Regionais Federais
− Justiça especializada:
o Tribunal Regional do Trabalho;
o Tribunal Regional Eleitoral; e,
o Tribunal de Justiça Militar
Tribunais de 1ª Instância
Exercem jurisdição em todo
ou em parte do território,
consoante sejam tribunais
Estaduais ou Federais
− Justiça Comum Estadual - Tribunais de Justiça de 1ª instância
− Justiça Comum Federal - Tribunais Federais de 1ª Instância
− Justiça especializada:
o Tribunal do Trabalho de 1ª Instância;
o Tribunal Eleitoral de 1ª Instância
o Tribunal Militar de 1ª Instância
Tipos societários
No Brasil as sociedades são constituídas por contrato escrito, particular ou público.
A legislação nacional prevê seis possíveis tipos de sociedade:
− empresa individual de responsabilidade limitada;
− sociedade em nome coletivo;
− sociedade em comandita simples;
− sociedade limitada;
− sociedade anónima;
− sociedade em comandita por ações.
Destas destacam-se as seguintes:
Tabela 28 - Tipos societários
Tipo societário N.º de sócios Capital social
Sociedade Limitada (Ltda.)
2 ou mais
(pelo menos um nacional)
Sem mínimo legal
Sociedade anónima (S.A.)
Sociedade fechada: mínimo de 2;
Sociedade aberta: mínimos de 3
Sem mínimo legal
Empresa individual de
responsabilidade limitada
(Eireli)
1 sócio Mínimo de 100 vezes o valor do maior
salário mínimo vigente no país
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
132
3.6.7. Resolução extrajudicial de litígios
No Brasil, há três formas de resolução extrajudicial de litígios:
− Arbitragem: é uma forma de resolução de conflitos, apenas possível em caso de direitos patrimoniais
disponíveis (direitos subjetivos dos quais o seu titular pode livremente abdicar), na qual um terceiro,
especialista na matéria em causa e escolhido pelas partes, decide a questão em litígio. A decisão
arbitral tem a mesma força de uma sentença judicial e não admite recurso.
− Mediação: é um meio voluntário de resolução de conflitos no qual o terceiro imparcial orienta as
partes, de uma forma imparcial, para a solução da questão. No entanto, a solução é decidida pelas
partes.
− Conciliação: é um mecanismo de resolução de conflitos no qual um terceiro imparcial interveniente
procura, em conjunto com as partes, chegar voluntariamente a um acordo.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
133
3.7. Principais características dos Acordos do Brasil no domínio do comércio e investimento
3.7.1. Protocolos existentes na MERCOSUL e posicionamento de Brasil face aos mesmos
O MERCOSUL negociou e assinou acordos com países terceiros, grupos de países e organismos
internacionais, tendo celebrado mais de 130 instrumentos de cooperação entre os EM, dos quais mais de
metade se encontra atualmente em vigor.
Por sua vez, o Brasil assinou, de forma independente, outros protocolos e acordos que ainda não foram
aplicados.
A tabela abaixo apresenta alguns dos Acordos e Protocolos existentes na região e a posição do Brasil face
aos mesmos.
Tabela 29 - Situação do Brasil face aos Acordos e Protocolos existentes na Zona do MERCOSUL
Tipo de Acordo Âmbito e Descrição do Acordo
Protocolos em vigor
assinados pelo Brasil
1- Tratado para a constituição de um mercado comum;
2- Protocolo de cooperação e assistência judicial em matéria civil, comercial, laboral e
administrativa;
3- Protocolo relativo a jurisdição internacional em matéria contratual;
4- Protocolo de integração educativa e reconhecimento de habilitações académicas;
5- Protocolo sobre a estrutura institucional do MERCOSUL;
6- Protocolo de assistência mútua jurídica em assuntos penais;
7- Protocolo relativo à responsabilidade civil emergente de acidentes de viação entre
partes de Estados-Membros;
8- Protocolo de integração educativa para a formação de recursos humanos entre os
países membros;
9- Protocolo de integração cultural do MERCOSUL;
10- Acordo multilateral da segurança social do MERCOSUL;
11- Protocolo sobre comércio de serviços;
12- Acordo de extradição entre os Estados-Membros;
13- Acordo sobre admissão de títulos e graus universitários para o exercício de atividades
académicas nos Estados-Membros;
14- Acordo sobre litigação sem custos e a assistência jurídica gratuita entre os Estados-
Membros;
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
134
Tipo de Acordo Âmbito e Descrição do Acordo
15- Acordo sobre isenção de tradução de documentos administrativos para efeitos de
imigração;
16- Acordo sobre proteção do meio-ambiente no MERCOSUL;
17- Acordo sobre a facilitação de atividades empresariais entre membros;
18- Protocolo sobre o compromisso com a promoção e a proteção dos direitos humanos;
19- Protocolo constitutivo do Parlamento do MERCOSUL.
Protocolos com
aprovação pendente
no Brasil
1- Protocolo para a promoção e proteção recíproca de investimentos na MERCOSUL;
2- Protocolo sobre a promoção e proteção recíproca de investimentos provenientes de
Estados não pertencentes ao MERCOSUL;
3- Protocolo relativo ao Código Aduaneiro do MERCOSUL;
4- Protocolo de harmonização de normas sobre propriedade intelectual no MERCOSUL;
5- Acordo sobre a restituição de veículos terrestres e embarcações de transporte que
transpõem ilegalmente as fronteiras entre os EM.
3.7.2. Acordos essenciais do Brasil na área do comércio (ACI, APPRI, ADT)
Há um conjunto de acordos bilaterais que são essenciais para compreender os mecanismos que poderão
facilitar o acesso dos investidores portugueses aos mercados: os acordos comerciais de investimento, os
acordos de promoção e proteção recíproca de investimentos e os acordos para evitar a dupla tributação.
Tabela 30 - Acordos Bilaterais do Brasil
Tipo de Acordos Acordos assinados, mas ainda não
em vigor Acordos em vigor
Acordos de Promoção e Proteção
Reciproca de Investimentos
Alemanha, Bélgica, Chile, Cuba,
Coreia do Sul, Dinamarca, Finlândia,
França, Grã-Bretanha, Holanda,
Itália, Luxemburgo, Portugal, Suíça e
Venezuela
Não
Acordos para Evitar a Dupla
Tributação Bermuda
África do Sul, Argentina, Áustria,
Bélgica, Canadá, Chile, China, Coreia
do Sul, Dinamarca, Equador,
Espanha, Filipinas, Finlândia, França,
Holanda, Hungria, Índia, Israel, Itália,
Japão, Luxemburgo, México,
Noruega, Peru, Portugal, Eslováquia,
República Checa, Suécia, Ucrânia e
Venezuela
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
135
O Brasil faz parte da Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 1 de janeiro de 1995;
O Brasil é membro do FMI, fundador e acionista do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),
e Estado observador na União Europeia;
Para além do MERCOSUL, o Brasil é membro da Associação Latino-Americana de Integração
(ALADI), da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e do
Sistema Global de Preferências de Comerciais (SGPC);
O Brasil tem acordos comerciais de:
o Livre Comércio - Bolívia, Chile, Equador, Colômbia e Israel;
o Preferências tarifárias - Cuba, Guiana, México e Índia;
o Serviços - MERCOSUL e Chile;
o Análise nos Congressos - SACU e Egipto;
O Brasil está a negociar acordos com a UE, Conselho de Cooperação do Golfo, Jordânia, Turquia e
Marrocos, bem como em diálogo exploratório com o Canadá e EFTA;
O Brasil assinou a Convenção de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial, a Convenção de
Berna sobre a Proteção de Trabalhos Artísticos e Literários e a Convenção de Nova Iorque sobre o
Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras;
O Brasil ratificou o Acordo dos Aspetos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados com
Comércio (TRIPS), o Acordo de Estrasburgo Relativo à Classificação Internacional das Patentes e o
Tratado sobre Cooperação em Matéria de Patentes (PCT);
Este país é membro da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) e da Organização
Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI);
O Brasil celebrou acordos de cooperação aduaneira com a COMUCAM (Argentina, Bolívia, Chile,
Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Espanha, Honduras, México, Nicarágua, Panamá,
Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela), com a CPLP, com a África do
Sul, com os EUA, com a França, com a Grã-Bretanha, com a Índia, com Israel, com o Chile, com a
Holanda e com a Rússia.
3.7.3. Acordos entre Estados Unidos e o Brasil
O Governo da República Federativa do Brasil e o Governo dos Estados Unidos da América assinaram, em
2011, um acordo de comércio e cooperação económica, que tinha os seguintes objetivos:
o Fortalecer os laços de amizade e o espírito de cooperação, expandir o comércio e fomentar as
relações económicas entre as duas partes;
o Promover um ambiente aberto para o comércio e investimentos internacionais;
o Promover a transparência e a não discriminação no comércio internacional e nas políticas e
práticas de investimento;
o Reduzir as barreiras e os subsídios que distorcem o comércio para facilitar o crescimento do
mesmo;
o Reconhecer a importância da proteção adequada e efetiva dos direitos de propriedade
intelectual a fim de evitar a criação de barreiras ao comércio legítimo, e conduzir ao bem-estar
económico e social;
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
136
o Reconhecer a importância de promover políticas consistentes com a Declaração da OIT sobre
os princípios fundamentais e direitos no trabalho (1998) e com o pacto mundial para o
emprego (2009);
o Garantir as boas práticas de utilização da internet;
o Assegurar o desenvolvimento sustentável das políticas comerciais e ambientais;
o Aprofundar o envolvimento do setor privado no comércio bilateral e no investimento entre as
partes;
o Procurar solucionar os problemas no comércio e investimento entre as partes de forma tão
expedita quanto possível;
o Reforçar o sistema multilateral de comércio, sem prejuízo dos direitos e obrigações das partes
relacionados com a OMC ou com acordos concluídos por estes.
Adicionalmente foi celebrado entre estes dois países, um acordo de cooperação e troca de informação em
matéria fiscal. Este acordo prevê a troca de informações e amplia o espaço para a cooperação entre as
administrações tributárias no que diz respeito às práticas de fiscalização nestes países, não desconsiderando
os limites das respetivas legislações nacionais. É estabelecido um conjunto de regras estritas quanto à
proteção da informação trocada no âmbito do acordo.
3.7.4. Acordos entre a União Europeia e o Brasil
As relações diplomáticas entre o Brasil e a União Europeia têm vindo a desenvolver-se desde 1960. A
cooperação entre o Brasil e a União Europeia vai para além das relações diplomáticas já que, em 2007, foi
formalmente criada uma Parceira Estratégica UE-Brasil, que promove a cooperação e debate em matérias
económico-financeiras, na temática das alterações climáticas e a análise de questões regionais.
Atualmente, a cooperação entre a UE e o Brasil é marcada pelos acordos de cooperação entre a comunidade
europeia e o Brasil, como o Acordo Quadro de Cooperação em vigor desde 1995. Esta cooperação inclui
também o acordo entre a UE e o MERCOSUL, em vigor desde 1999, assim como os acordos ao nível da
cooperação científica e tecnológica. Para além destes acordos, existem protocolos de cooperação em diversas
áreas técnicas, obtidos através da assinatura de acordos bilaterais específicos, o estabelecimento de novos
diálogos setoriais e a intensificação do intercâmbio bilateral.
A criação de uma agenda comum, a par do trabalho com base na reciprocidade total, serão elementos
importantes para a evolução desta parceria estratégica.
Adicionalmente, a UE e o Brasil estabelecem importantes relações comerciais dada a posição do Brasil
enquanto mercado chave para a UE na América Latina e enquanto ponto de ligação entre o MERCOSUL e a
UE. Por outro lado, a UE é o principal parceiro comercial e de investimento do Brasil.
Tanto a ciência e tecnologia como a sociedade de informação e os media são outras áreas relevantes onde
existe colaboração entre a UE e o Brasil.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
137
4. CPLP
Atratividade do Brasil no
contexto da CPLP
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
138
4.Atratividade do Brasil no contexto da CPLP
O valor global dos fluxos de IDE nos países da CPLP ascende a 79,5 mil milhões de dólares, sendo que o
Brasil representa cerca de 82% desse valor.
Gráfico 67 - Valores (milhões USD) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD
No contexto da CPLP, e relativamente à facilidade de se fazer negócios, o Brasil encontra-se bem posicionado
face aos restantes países. Contudo, este indicador poderá ser potenciado se fossem minimizados alguns
constrangimentos, quanto, por exemplo, às formalidades para abertura de empresas, registar propriedade ou
obter alvarás.
Tabela 31 - Doing Business – Posição por país da CPLP
Países
Facilidade de
se fazer
negócios
Abertura de
empresas
Obtenção de
alvarás de
construção
Obtenção de
eletricidade
Registo de
propriedade
Obtenção
de crédito
Portugal 30 31 78 35 30 104
CaboVerde 122 129 122 106 69 104
Brasil 130 121 131 60 109 104
Moçambique 146 96 135 174 155 129
São Tomé e
Príncipe 160 100 91 72 161 180
Timor-Leste 169 147 116 40 185 159
Angola 172 171 124 113 131 129
Guiné-Bissau 179 148 117 182 180 129
Fonte: http://www.doingbusiness.org/custom-query#Economies, 2013
Brasil 82%
Portugal 11%
Moçambique 7%
Cabo Verde 0.09%
São Tomé e Príncipe 0.06%
Timor-Leste 0.05% Guiné-
Bissau 0.02%
Outros
IDE na CPLP
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
139
A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das economias, implicando níveis
de especialização diferenciada entre parceiros.
Tabela 32 - TCI (Trade Complementary Index) da CPLP e Macau (%)31
Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat
O nível de complementaridade comercial das economias da CPLP e Macau é muito baixo, excetuando no
relacionamento entre Portugal e Angola.
De facto apenas 2,9% das exportações dos países da CPLP destinam-se a outros países da CPLP, peso
relativo que tem vindo a reduzir-se desde 2008. Apesar das exportações intrarregião evidenciarem um
decréscimo médio anual 0,4% de 2008 a 2012, verifica-se uma retoma favorável das exportações intrarregião
de 20,8% (crescimento médio anual) a partir de 2010.
Verifica-se um elevado potencial de complementaridade recíproco no relacionamento comercial entre alguns
países da CPLP.
O índice de complementaridade entre Portugal e Angola (83 pts e 80 pts) revela uma relação potencial
biunívoca.
A estrutura de importações de Portugal poderá também potenciar as suas relações com o Brasil (48 pts),
Guiné-Bissau (38 pts), Moçambique (66 pts), São Tomé e Príncipe (51 pts) e Timor Leste (37 pts). Por seu
lado a estrutura de importações do Brasil poderá apresentar algum grau de complementaridade com as
estruturas exportadoras de Angola (40 pts) e Portugal (47 pts). Por outro lado, O índice de complementaridade
entre Portugal e Cabo Verde evidencia uma relação potencial unívoca, apresentando um grau de
complementaridade de 72 pts.
De facto, é notório que a alavancagem comercial intra-CPLP poderá ser potenciada fundamentalmente por 2
motores, por Angola - país com maior relevância nas exportações intrarregião e por Portugal – país CPLP que
mais destaca nas importações intrarregião.
Nesta medida Portugal poderá potenciar-se como hub comercial da CPLP, assumindo um papel fundamental
de porta de entrada para os países da CPLP e destes para a União Europeia.
31
O Trade Complementary Index (TCI) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade superiores e maior correspondência entra a estrutura de exportações/importações dos 2 países. TCI nulo é sinónimo de não complementaridade.
Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique São Tomé e
Príncipe Timor Leste Portugal Macau
Angola 5 1 2 4 2 1 80 0Brasil 40 32 19 31 24 23 47 13
Cabo Verde 6 5 3 8 4 3 2 7Guiné-Bissau 2 5 3 4 1 1 1 0
Moçambique 15 12 13 10 11 10 9 9
São Tomé e Príncipe 18 13 18 19 19 6 3 8
Timor Leste 5 1 5 3 7 4 1 4
Portugal 83 48 72 38 66 51 37 35
Macau 11 8 9 5 12 6 5 1
País
impo
rtad
or
País exportador
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
140
Brasil – Valor total das importações, US$ 223 mil milhões, 2012
Principais produtos importados Potenciais fornecedores
CPLP
Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados
Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%
Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos
Angola
Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados
Gás natural
Carvão
Moçambique
Angola (gás natural futuramente)
Maquinaria e equipamento de transporte
Veículos automóveis para transporte de pessoas
Peças e acessórios dos veículos
Veículos a motor para transporte de mercadorias
Peças, acessórios para máquinas
Máquinas e aparelhos elétricos
Motores de pistão de combustão interna, peças
Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis
Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares
Máquinas de processamento de dados
Portugal
Produtos manufaturados Válvulas e tubos catódicos Portugal
Outros artigos manufaturados
Aparelhos de medição, análise e controle de aparelhos Portugal
Produtos químicos
Fertilizantes
Produtos medicinais e farmacêuticos Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários) Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho
Portugal
Bebidas Bebidas alcoólicas Portugal
Angola
Óleos animais e vegetais Gorduras vegetais e óleos, óleo bruto, refinado, do
fracionamento (azeite) Portugal
Alimentos Peixe seco, salgados ou em salmoura; peixe fumado
(bacalhau)
Peixe fresco ou congelado
Portugal
Alimentos Frutas e frutos secos
Portugal
Guiné-Bissau
Timor-Leste
São Tomé e Príncipe
Fonte: UNCTAD, UNCTADstat
Alguns dos produtos com potencial de produção local*
Maquinaria e equipamento de transporte
Veículos automóveis
Máquinas e peças industriais
Equipamentos e máquinas para a produção de energia
Outras
Produtos químicos Fertilizantes
Combustíveis minerais Petróleo
Gás natural
Combustíveis minerais Petróleo
Gás natural
Alimentos e animais
Atividade agrícola e da agroindústria
Pecuária
Gado
Outras *Para mais dados ver principais setores.
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
141
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Caracterização dos países membros do MERCOSUL ......................................................................................... 24
Tabela 2 - TCI (Trade Complementary Index) intra-MERCOSUL (%) ................................................................................... 32
Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva (2012) ................................................................................. 33
Tabela 4 - Investimento Direto Estrangeiro nos países-membros do MERCOSUL – inward flow, 2008-2012 ...................... 49
Tabela 5 – As 10 maiores regiões metropolitanas brasileiras (2010) .................................................................................... 56
Tabela 6 – Indicadores sociais (2012) ................................................................................................................................... 57
Tabela 7 – Distribuição geográfica da população brasileira em 2012 ................................................................................... 58
Tabela 8 – Resultado do Governo Central, em milhões de US$ (2012) ................................................................................ 62
Tabela 9 - Notação de crédito da dívida pública brasileira .................................................................................................... 63
Tabela 10 – Principais produtos agrícolas brasileiros ........................................................................................................... 65
Tabela 11 – Rede rodoviária brasileira em 2010 ................................................................................................................... 81
Tabela 12 – Indicadores de infraestruturas de transporte brasileira ...................................................................................... 86
Tabela 13 – Indicadores sobre infraestruturas TIC no Brasil ................................................................................................. 90
Tabela 14 – Matriz de energia elétrica brasileira ................................................................................................................... 92
Tabela 15 - Investimento estrangeiro na indústria Brasileira ................................................................................................. 93
Tabela 16 – Investimentos no âmbito do PAC2 .................................................................................................................... 93
Tabela 17 – Modelo económico-financeiro das concessões rodoviárias ............................................................................... 94
Tabela 18 - Abertura da economia de Brasil ......................................................................................................................... 96
Tabela 19 – Exportações do Brasil para a CPLP (milhões US$) ......................................................................................... 106
Tabela 20 – Setores de forte crescimento potencial ........................................................................................................... 107
Tabela 21 – Setores de forte crescimento potencial ........................................................................................................... 108
Tabela 22 – Acesso ao setor bancário ................................................................................................................................ 111
Tabela 23 – Obtenção de crédito ........................................................................................................................................ 111
Tabela 24 – Taxas de juro de referência ............................................................................................................................. 111
Tabela 25 - Doing Business 2013 – Posição por região ...................................................................................................... 125
Tabela 26 - Quadro resumo com os principais impostos do Brasil ...................................................................................... 127
Tabela 27- Sistema Judiciário do Brasil .............................................................................................................................. 130
Tabela 28 - Tipos societários .............................................................................................................................................. 131
Tabela 29 - Situação do Brasil face aos Acordos e Protocolos existentes na Zona do MERCOSUL .................................. 133
Tabela 30 - Acordos Bilaterais do Brasil.............................................................................................................................. 134
Tabela 31 - Doing Business – Posição por país da CPLP................................................................................................... 138
Tabela 32 - TCI (Trade Complementary Index) da CPLP e Macau (%) .............................................................................. 139
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
142
Índice de Gráficos
Gráfico 1 – PIB por setor - MERCOSUL................................................................................................................................ 25
Gráfico 2 – Crescimento médio anual dos países do MERCOSUL 2008-2012 ..................................................................... 25
Gráfico 3 – Contribuição de cada EM para o PIB do MERCOSUL 2008-2012 ...................................................................... 26
Gráfico 4 - Evolução das economias da região 2008-2012 ................................................................................................... 26
Gráfico 5 - Relacionamento do crescimento do PIB e variação no ICG - Global Competitiveness Index 2008-2013 ........... 27
Gráfico 6 - Estimativa de crescimento do PIB dos mercados económicos regionais 2014-2017 .......................................... 28
Gráfico 7 - PIB por setor - Brasil ............................................................................................................................................ 29
Gráfico 8 – PIB por setor 2012 - Uruguai .............................................................................................................................. 30
Gráfico 9 - PIB por setor 2012 - Paraguai ............................................................................................................................. 30
Gráfico 10 - PIB por setor 2012 - Venezuela ......................................................................................................................... 31
Gráfico 11 - PIB por setor 2012 - Argentina .......................................................................................................................... 31
Gráfico 12 - Evolução do comércio intra-MERCOSUL vs. Evolução do PIB da região ......................................................... 33
Gráfico 13 - Peso das exportações/importações intra-MERCOSUL no total da região, 2012 ............................................... 34
Gráfico 14 - Produtos transacionados intra-MERCOSUL (2012) .......................................................................................... 35
Gráfico 15 - Evolução das importações do MERCOSUL e principais países de destino, 2008-2012 ................................... 37
Gráfico 16 – Importações do MERCOSUL - Top produtos .................................................................................................... 38
Gráfico 17 - Importações MERCOSUL dos EUA ................................................................................................................... 38
Gráfico 18 - Importações MERCOSUL da China .................................................................................................................. 39
Gráfico 19 - Importações MERCOSUL do Brasil (intrarregionais) ......................................................................................... 39
Gráfico 20 - Importações MERCOSUL da Argentina (intrarregionais) .................................................................................. 40
Gráfico 21 - Importações MERCOSUL da Alemanha ............................................................................................................ 40
Gráfico 22 – Evolução das exportações do MERCOSUL e principais países de destino, 2008-2012 ................................... 41
Gráfico 23 – Exportações do MERCOSUL - Top produtos, 2012 .......................................................................................... 41
Gráfico 24 - Exportações MERCOSUL para os EUA ............................................................................................................ 42
Gráfico 25 - Exportações MERCOSUL para a China ............................................................................................................ 42
Gráfico 26 - Exportações MERCOSUL para a Alemanha ..................................................................................................... 43
Gráfico 27 - Exportações MERCOSUL para o Japão ............................................................................................................ 43
Gráfico 28 - Importações do MERCOSUL dos países da CPLP ........................................................................................... 44
Gráfico 29 - Importações MERCOSUL de Portugal (2012) ................................................................................................... 44
Gráfico 30 - Importações do MERCOSUL ao Brasil (2012) ................................................................................................... 45
Gráfico 31 – Importações do MERCOSUL à CPLP* ............................................................................................................. 46
Gráfico 32 - Exportações do MERCOSUL para a CPLP ....................................................................................................... 47
Gráfico 33 – Exportações do MERCOSUL para a CPLP* ..................................................................................................... 48
Gráfico 34 - IDE no MERCOSUL - inward e outward, 2008-2012 ......................................................................................... 49
Gráfico 35 - Representação da percentagem do PIB dos EM no MERCOSUL ..................................................................... 59
Gráfico 36 – Evolução anual do PIB, em milhares de milhões de USD................................................................................. 60
Gráfico 37 – Taxa de crescimento real anual do PIB ............................................................................................................ 60
Gráfico 38 – Taxa média anual de desemprego, em percentagem da população ativa ........................................................ 60
Gráfico 39 – Evolução do PIB per capita, em USD ............................................................................................................... 60
Gráfico 40 - Dívida pública bruta, em milhares de milhões de BRL ...................................................................................... 63
Gráfico 41 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB ................................................................................................... 63
Gráfico 42 – Dívida pública líquida, em percentagem do PIB ............................................................................................... 63
Gráfico 43 – Contribuição para o PIB dos setores de atividade no Brasil (2012) .................................................................. 64
Gráfico 44 - Crescimento anual do PIB real .......................................................................................................................... 66
Gráfico 45 – Importações por região do Brasil ...................................................................................................................... 69
Gráfico 46 – Variação anual do CAGR das importações da Região do Sudeste .................................................................. 71
Gráfico 47 – Variação anual do CAGR* das importações ..................................................................................................... 72
Gráfico 48 – Importações por município ................................................................................................................................ 72
Gráfico 49 – Balança comercial e variação das importações do Estado de São Paulo ........................................................ 73
Gráfico 50 – Balança comercial e variação das importações do Estado do Rio de Janeiro .................................................. 77
Gráfico 51 - Evolução das importações do Brasil e principais países de origem, 2008-2012 ............................................... 97
Gráfico 52 - Importações do Brasil - Top produtos, 2012 ...................................................................................................... 97
Gráfico 54 - Importações brasileiras provenientes da China, em 2012 ................................................................................. 98
Gráfico 54 - Importações brasileiras provenientes dos EUA, 2012 ....................................................................................... 98
Brasil – Integração regional no MERCOSUL e relacionamento com os países da CPLP
143
Gráfico 56 - Importações do Brasil provenientes da Alemanha, 2012 ................................................................................... 99
Gráfico 56 - Importações brasileiras provenientes da Argentina, 2012 ................................................................................. 99
Gráfico 57 – Importações do Brasil da CPLP ...................................................................................................................... 100
Gráfico 58 - Importações do Brasil provenientes de Angola, 2012 ...................................................................................... 100
Gráfico 59 - Importações do Brasil provenientes de Portugal, 2012 ................................................................................... 101
Gráfico 60 – Importações brasileiras de serviços comerciais .............................................................................................. 102
Gráfico 61 – Importações do Brasil à CPLP ........................................................................................................................ 103
Gráfico 62 - Evolução das exportações do Brasil e principais países de origem, 2008-2012 ............................................. 104
Gráfico 63 - Exportações da Brasil – CPLP ......................................................................................................................... 104
Gráfico 64 – Exportação do Brasil para a CPLP ................................................................................................................. 106
Gráfico 65 - Fluxos de IDE no Brasil, 2008-2012 ................................................................................................................ 109
Gráfico 66 - Taxa de inflação, variação anual em percentagem ......................................................................................... 112
Gráfico 67 - Valores (milhões USD) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD ..................................... 138
Índice de Figuras
Figura 1 - Índice de competitividade global 2013 (Global Competitiveness Report 2013/2014) ............................................ 27
Figura 2 - Estimativas de crescimento do PIB em 2013 na América Latina .......................................................................... 28
Figura 3 - Principais exportações do Brasil intra-MERCOSUL, por produto (2012) .............................................................. 36
Figura 4 - Condição da rede rodoviária do Estado de São Paulo .......................................................................................... 81
Figura 5 – Condição da rede rodoviária do Estado do Rio de Janeiro .................................................................................. 82
Figura 6 – Rede ferroviária do Brasil – Programa de aceleração de crescimento (PAC) para o setor ferroviário ................. 83
Figura 7 – Rede ferroviária da Região Sudeste .................................................................................................................... 84
Figura 8 – Mapa do transporte hidroviário na região Sudeste ............................................................................................... 84
Figura 9 – Mapa dos portos marítimos brasileiros ................................................................................................................. 85
Figura 10 – Mapa dos principais aeroportos brasileiros ........................................................................................................ 89
Figura 11 - Principais importações do Brasil provenientes de Angola (2012) ..................................................................... 101
Figura 12 - Principais importações do Brasil provenientes de Portugal (2012) ................................................................... 102
Figura 13 - Principais exportações brasileiras para Portugal (2012) ................................................................................... 105
Figura 14 - Principais exportações brasileiras para Angola (2012) ..................................................................................... 105
Figura 15 – Agências por 1.000 km2, em 2010 ................................................................................................................... 110
Apoio: Projeto Co-Financiado:
Um estudo realizado no âmbito do projeto nº 30030, apoiado pelo QREN, através do SIAC do Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE) pela: