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MESA DE SEGURANÇA BANCÁRIA26 DE SETEMBRO, EM SÃO PAULO
Edição Diária 7297 | Salvador, segunda-feira, 18.09.2017 Presidente Augusto Vasconcelos
BANCOS PÚBLICOS
Servidor público está ameaçado
Governo mima os bancos e penaliza o povo. Neoliberalismo
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Fundamentais para o desenvolvimento do Brasil, os bancos públicos, que têm um papel social a cumprir, estão sob ataque do governo. Para pagar a conta do golpe ao grande capital, Temer coloca em “liquidação”, as empresas estatais, patrimônio do povo. O projeto de desmonte e privatização segue acelerado. Página 3
Sob ataque do capitalManoel porto
Bancos públicos estão no pacote de vendas do governo Temer. Estratégia é desmontar e privatizar
o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 18.09.20172 RETROCESSO
Proposta prevê exoneração semcritério objetivorAFAEl [email protected]
guina -contraf-cut
joão ubaldo
Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933
O BANCÁRIO
Projeto acaba com a estabilidade do servidor
Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MTE 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. MTE 4590 DrT-BA e rafael Barreto - reg. SrTE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.
MAIS um projeto surge no Congresso Nacional para le-sar os trabalhadores. É o PLS 116/2017, da senadora sergipa-na do DEM, mesmo partido de ACM Neto, Maria do Carmo Alves. O projeto quer permi-tir a exoneração dos servidores públicos da União, Estados e Municípios, o que inclui ban-cários das instituições públi-cas, a partir de uma avaliação periódica de insuficiência de desempenho.
Em outras palavras, o tex-to coloca o batimento de me-tas como essencial para a con-tinuidade do concursado no emprego, em mais um risco
claro ao trabalhador dos ór-gãos públicos.
O pior é que a matéria que vai à votação na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania) já tem parecer favorável do relator Lasier Martins (PSD-RS). Se passar na comissão, vai direto para o plenário do Senado. Perigo.
Negociações da campanha nacionalO MêS de setembro é de intensas manifestações nas agências e reuniões do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Além das visitas às unidades com conscien-tização de funcionários e clientes, os trabalhadores têm encontros marcados amanhã, quarta e sexta--feira nas mesas temáticas de igualdade de oportuni-dades, saúde e segurança, respectivamente.
Os temas são essenciais para a melhoria das condi-ções de trabalho nas agên-cias. Em paralelo com as negociações, as mobiliza-ções de rua também conti-nuam. Tudo para que o em-prego, os bancos públicos e o patrimônio nacional não sejam sucateados pelo go-verno Temer. A ação popu-lar é fundamental.
Bancários do BB denunciam situação dos caixas das PSOAPóS o Banco do Brasil apresen-tar as mudanças nas PSO (Plata-formas de Suporte Operacional), como a chamada Mobilização, com ênfase nas novas tarefas para
os caixas, o que inclui presenças nas salas de autoatendimento e venda de produtos de capitaliza-ção e crédito direto ao consumi-dor, a Comissão de Empresa dos
Funcionários do BB apresentou os diversos problemas vivencia-dos pelos funcionários.
A representação dos bancá-rios explicou aos executivos da
Dipes (Diretoria Gestão de Pes-soas) e UOP (Unidade Opera-ções), em reunião na quinta-fei-ra, que apesar de a empresa ter dito que os caixas não seriam obrigado a vender produtos, in-formações indicam que há co-branças individualizadas, por email e WhatsApp.
O diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, Fábio Ledo, presente no encontro, ressaltou que no Estado existem diver-sas denúncias sobre a cobrança de vendas de produtos, inclu-sive com avaliação individu-al e ranking por agência, o que mostra que o banco esconde a verdade. Mais informações em www.bancariosbahia.org.br.representantes dos funcionários do BB condenam as cobranças aos caixas das PSO sobre vendas de produtos
Funcionários do Banco do Brasil correm o risco de perder a estabilidade
o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 18.09.2017 3BANCOS PÚBLICOS
Governo corta postos, fecha agências, reduz programas sociais e financiamentosrOSE lIMA [email protected]
joão ubaldo
Desmonte só prejudica o povo
A FUNCEF não tem agido com clareza diante das negociações que envolvem a instituição e a Vale. Um novo acordo de acionistas da Fundação com a minerado-ra tem avançado, contudo, não há posi-cionamento sobre o aditivo nem da ava-liação que a Funcef faz do investimento e das perspectivas para 2018.
Algumas questões não estão bem cla-ras para os participantes. Inclusive, se a Funcef já possuía ações preferenciais além da participação na Litel, empresa por meio da qual os fundos de pensão in-vestem na Vale.
Outra questão é se a instituição possuía ações preferenciais, eventualmente adqui-ridas no mercado, e como se deu a adesão à conversão prevista no acordo de acionistas e quais foram os ganhos com a conversão. O silêncio é estranho já que outros fundos de pensão dão transparência à questão.
OS BANCOS públicos são essenciais para o país. Com juros menores, são os responsá-veis pela realização do sonho da casa pró-pria de milhões de brasileiros. Também atuam na agricultura, educação, na saúde e no desenvolvimento da indústria nacional.
Mas, ao governo Temer só interessa a agenda do mercado financeiro, de olho nas estatais. A estratégia é simples. Com a aju-da da mídia, vendem a ideia de que são su-pérfluos, assim desmontam e entregam ao grande capital. Para isso, corta postos de trabalho, fecha agências, reduz os progra-mas sociais e os financiamentos. A socie-dade é a grande prejudicada.
O BB, por exemplo, eliminou 10 mil em-pregos e encerrou o atendimento de 400 agências, em menos de um ano. A Caixa seguiu o mesmo caminho com o corte de
4,7 mil vagas, a redução de departamentos estratégicos, responsáveis pelas funções so-ciais do banco, como os que gerenciam o FGTS e o crédito habitacional.
Com o fim da TJLP e a criação da TLP (Taxa de Longo Prazo), o BNDES também
Na Caixa, pressão pela PLRQUASE todos os bancos anteciparam a pri-meira parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Menos a Caixa. A direção da empresa mantém silêncio total sobre o assunto e a pressão cresce para que a instituição financeira faça o crédito.
Segundo divulgado no site do Banco Central, a Caixa obteve lucro líquido de R$ 4 bilhões no primeiro semestre deste ano. Resultado do esforço diário feito pe-
vai aumentar o custo dos empréstimos, pre-judicando a indústria nacional. A política atende aos interesses dos bancos privados que não terão concorrência e poderão abu-sar ainda mais dos juros e tarifas cobrados à população e aos pequenos empresários.
los empregados, que têm de fazer milagre para dar conta da alta demanda.
Importante lembrar que o quadro de pessoal da empresa teve uma queda brus-ca, saindo de 101 mil para cerca de 90 mil empregados e a sobrecarga, que já era gran-de, aumentou bastante. As agências estão sempre lotadas. Portanto, antecipar a PLR é uma forma de recompensar o esforço feito por quem se dedica ao banco.
Funcef pouco transparente sobre a Vale
Os bancos públicos, como o BNB, sofrem com as medidas do governo. População também perde
Empregados da Caixa, que se esforçam diariamente pelos resultados do banco, cobram a Plr
Manoel porto - arquivo
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SAQUE
BRASIL
Em contrapartida, o governo endurece com os trabalhadoresFABIANA [email protected]
Bancos têm dívidas perdoadas
DECISÃO Temer joga a grande final da Copa Golpismo com a votação da segunda denúncia, indiscutivelmente muito mais ro-busta e fundamentada. Se a Câmara Federal rejeitá-la, ele se for-talece para ir além da agenda neoliberal. Se perder, sinal de que o grande capital o abandonou. Afinal, o presidente não passa de um gerentão do neoliberalismo. A decisão, é óbvio, será tomada conforme os interesses do poder econômico. O Parlamento está controlado. Aprova tudo que é de interesse do mercado.
REVELAÇÃO Às véspera de deixar a Procuradoria Geral da República, Rodrigo Janot deu mais uma prova do tipo de procu-rador que é. Posicionou-se contra a anulação do impeachment, no entanto amparou a argumentação da segunda denúncia con-tra Temer dizendo que Dilma só foi deposta porque o PMDB queria acabar com a Lava Jato. Quer dizer, reconhece que o im-peachment foi golpe, mas o legitima. Esse homem era chefe do Ministério Público Federal, que faz parte do Sistema de Justiça.
LEITURA As críticas contundentes feitas por Ciro Gomes ao PT, nos últimos dias, possibilitam a leitura de que o presidenci-ável do PDT já tem a confirmação de que o Partido dos Traba-lhadores lançará candidato à presidência da República, em 2018, com ou sem Lula. Nesse caso, ele começa a construir uma cami-nhada própria. Atitude compreensível.
DURÍSSIMO Além de afirmar que só faz aliança com o PT no segundo turno, o ex-ministro Ciro Gomes disse que “muitos petistas preferem Bolsonaro” do que vê-lo presidente da Repú-blica. O presidenciável do PDT tem sido uma das vozes de credi-bilidade a denunciar, nacional e internacionalmente, a persegui-ção política sofrida pelo ex-presidente Lula.
NORDESTINA Maria Elisa Oliveira, futura chefa de gabine-te da nova procuradora geral da República, Raquel Dodge, que toma posse hoje, começou a causar polêmicas tão logo foi con-firmada para o cargo. O pessoal do politicamente correto critica o fato de a mídia só destacar a beleza e a sensualidade da procu-radora, que é de Pernambuco.
O GOVERNO acelera as priva-tizações das empresas públicas para cobrir o rombo de Michel Temer, eleva o preço dos combus-tíveis, corta direitos e programas sociais. Mas, para os bancos pri-vados é uma verdadeira mãe. As empresas tiveram perdão de R$ 27 bilhões em dívidas e podem
ganhar mais nos próximos dias.O Itaú deixou de pagar R$
25 bilhões em IRPJ (Imposto de
Renda de Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lu-cro Líquido). Agora, aguarda que
o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) oficialize o perdão de mais R$ 775,8 milhões.
O Santander também foi anistiado em R$ 2 bilhões rela-tivos ao processo por aprovei-tamento indevido de ágio na compra do antigo Banespa. A cobrança inicial era de R$ 4 bi-lhões, mas caiu pela metade. O banco ainda venceu outra ação no valor de R$ 338 milhões.
Carga tributária desigual no Brasil. Ricos protegidosA CARGA tributária no Brasil é muito desigual. A falta de polí-ticas neutras colabora para uma forte injustiça fiscal em que so-mente as camadas mais ricas são privilegiadas, enquanto a população mais pobre sofre.
De acordo com pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada), quem ganha até dois salários mínimos por mês contribui com 53,9% do va-lor em impostos. Por outro lado, quem recebe acima de 30 salá-rios mínimos mensais colabora com até 29%.
As multinacionais e as gran-
des empresas têm a taxa de co-laboração efetiva média de ape-nas 7% para os impostos. Sem contar a facilidade com que o grande empresariado burla as leis tributárias do Brasil, seja através de meio lícitos (elisão) ou ilícitos (evasão/sonegação).
Só em 2014, o país perdeu cerca de R$ 500 bilhões para a sonegação fiscal. Os dados são do Sinprofaz (Sindicato Nacio-nal dos Procuradores da Fazen-da). Segundo análise da ONU, por conta das facilidades, o Bra-sil se configura como um verda-deiro paraíso fiscal.
agência BraSil
as empresas tiveram perdão de r$ 27 bilhões
População mais pobre é bombardeada com impostos, que corroem salários
agência BraSil