Projeto de Graduação apresentado ao Departamento de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito
Santo, como requisito para obtenção de grau de Arquiteta e
Urbanista.
Orientadora: Profa. Dra. Andréa Coelho Laranja
Coorientador: Prof. Dr. Augusto Alvarenga
folha de aprovação
Kamilla Pimentel Matarangas
PROJETO DE GRADUAÇÃO APROVADO EM / / 2016
ATA DE AVALIAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA:
AVALIAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA:
NOTA DATA Profa. Dra. Andrea Coelho Laranja (DAU/UFES)
NOTA DATA Prof. Dr. Augusto Alvarenga (DAU/UFES)
NOTA DATA
(membro externo)
APROVADA COM NOTA FINAL:
agradecimentos
À Deus, por me guiar pelo melhor caminho.
À minha mãe, pelo amor imensurável e pelo exemplo de determinação.
Ao meu pai, pelo carinho e pelas palavras de conforto.
À toda minha família, Pimentel e Matarangas, por sempre me incentivar e acreditar no meu
trabalho.
À Lorenzo, pelo amor, pelo companheirismo, pela parceria do início até o fim da
universidade.
Aos amigos da escola, da arquitetura, e da vida, por ser a família que eu escolhi e pelos
momentos de alegria.
A Leilani, em especial, por dividir inúmeras noites em claro desde PA IV até PG II.
À professora Andréa, por compartilhar conhecimentos e questionamentos ao longo das
orientações e por contribuir para a existência desse trabalho.
Ao professor Augusto, por compartilhar conhecimentos, pelos vários e-mails sobre o tema
mobiliário multifuncional e pelas co-orientações nas elaborações dos estudos.
Ao Cemuni III que, por alguns anos, foi a minha segunda casa.
Aos professores, estudantes e servidores que contribuíram para meu aprendizado para
arquitetura e para a vida.
Louis Sullivan
resumo
A redução da estrutura familiar média brasileira e o encarecimento do serviço doméstico
são fatores que ocasionaram a crescente demanda por apartamentos com espaço reduzido.
Sendo assim, surgiu a necessidade de optar por um mobiliário específico, que possibilite
adicionar mais de uma função em um único móvel fazendo com que a habitação ganhe
espaço sem aumentar a sua área útil. Foi realizada uma série de pesquisas bibliográficas em:
livros, dissertações, teses, revistas técnicas, reportagens e sites relacionados ao tema como
intuito de oferecer embasamento teórico sobre os apartamentos compactos e os
mobiliários multifuncionais. O objetivo geral deste trabalho de graduação consiste em
elaborar o Projeto Executivo de um mobiliário multifuncional que visa atender as
necessidades de moradores contemporâneos, que vivem em apartamentos compactos e
que necessitam de um local dinâmico e multifuncional. Como objetos de estudo foram
selecionados quatro lançamentos de apartamentos compactos para análise e comparação
com apartamentos não compactos, um de cada capital do sudeste brasileiro, sendo elas
Vitória, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Através dessas análises de alguns
apartamentos compactos atuais foi possível identificar quais são as necessidades presentes
nessas habitações para o mercado de mobiliário multifuncional. Posteriormente, foram
selecionados os apartamentos das cidades de Vitória e São Paulo para a criação de
ambientações com o uso de mobiliários multifuncionais para, por fim, elaborar o projeto
executivo para um móvel multiuso presente em alguma dessas ambientações. Como
conclusão observa-se que a utilização dos mobiliários multifuncionais foi possível:
multiplicar os tamanhos dos ambientes, aumentar a quantidade de funções e possibilidades
de layouts e garantir conforto, dinamismo e qualidade de vida para os moradores desse de
habitações com área reduzida.
Palavras-chave: Apartamentos compactos, Mobiliário Multifuncional, Multifuncionalidade,
Arquitetura de Interiores.
lista de figuras
FIGURA 1. OCA DOS ÍNDIOS [6]
FIGURA 2. CONSTRUÇÕES EM SALVADOR, BRASIL [7]
FIGURA 3. PLANTA BAIXA DO SOBRADO COLONIAL [7]
FIGURA 4. EXEMPLO DE SOBRADO [8]
FIGURA 5. EXEMPLO DE CASAS TÉRREAS [8]
FIGURA 6. EXEMPLO DE CASA URBANA NO SÉCULO XIX [9]
FIGURA 7. CASA DE PORÃO ALTO [10]
FIGURA 8. PLANTA BAIXA DE UMA CASA DE PORÃO ALTO [10]
FIGURA 9. SOLAR DE GRANDJEAN DE MONTIGNY NA GÁVEA (C.1830), COM AS VARANDAS
PERIFÉRICAS [11]
FIGURA 10. CORTIÇO NO RIO DE JANEIRO NO INÍCIO DO SÉCULO XX [12]
FIGURA 11. PLANTA BAIXA DO ED. ANGÉLICA EM SÃO PAULO DE 1927 [14]
FIGURA 12. EDIFÍCIO ANCHIETA, AVENIDA PAULISTA, M.M. ROBERTO, 1941, IMPLANTAÇÃO,
PLANTA TIPO A E B [15]
FIGURA 13. EDIFÍCIO LOUVEIRA, VILA NOVA ARTIGAS, 1942, PLANTA PAVIMENTO TIPO, 144
M² [16]
FIGURA 14. EDIFÍCIO PRUDÊNCIA, RINO LEVI, 1944, PLANTA PAVIMENTO TIPO, 390 M² [17]
FIGURA 15. EDIFÍCIO PRUDÊNCIA, RINO LEVI, 1944, OPÇÕES DE LAYOUT DOS ESPAÇOS
FLEXÍVEIS: SALA DE ESTAR, SALA DE JANTAR E DORMITÓRIOS [17]
FIGURA 16. EDIFÍCIO PAULICÉIA, JACQUES PILON E GIAN CARLO GASPERINI, 1956, TRÊS
TIPOLOGIAS: APARTAMENTOS DE 1, 2 E 3 DORMITÓRIOS [18]
FIGURA 17. EDIFÍCIO PENTHOUSE, ADOLPHO LINDENBERG, 1980, PLANTA TIPO [19]
FIGURA 18. EDIFÍCIO VILA ROMANA, RUA CROATA, SEM IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR, 1984,
PLANTA TIPO COM 3º DORMITÓRIO OPCIONAL [20]
FIGURA 19. EDIFÍCIO LOFT SÃO PAULO I, SEM IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR, 1999, PLANTA
BAIXA [21]
FIGURA 20. EDIFÍCIO NEW YORK CONDOMINIUM, SÃO PAULO, DÉCADA DE 1990, PLANTA
TIPO [22]
FIGURA 21. EDIFÍCIO GRAND SPACE PINHEIROS, SÃO PAULO, 2004 [23]
FIGURA 22. EDIFÍCIO NINE9IPIRANGA, PORTO ALEGRE, 2015, PLANTA BAIXA HUMANIZADA
DE LOFT ALTO PADRÃO [24]
FIGURA 23. EDIFÍCIO SP NEW HOME, SÃO PAULO, 2015, PLANTA BAIXA HUMANIZADA COM
41 M² [24]
FIGURA 24. EDIFÍCIO SETIN DOWNTOWN GENEBRA, JONAS BIRGER, SÃO PAULO, 2015,
PLANTA BAIXA HUMANIZADA COM 48 M² [25]
FIGURA 25. APARTAMENTO COM 50 M² EM JARDIM ANÁLIA FRANCO, SÃO PAULO, 2013 [27]
FIGURA 26. APARTAMENTO COM 20M² NO CENTRO, SÃO PAULO, 2015 [28]
FIGURA 27. ANÚNCIO PUBLICITÁRIO DE UM EMPREENDIMENTO DE APARTAMENTO
COMPACTO EM SÃO PAULO [30]
FIGURA 28. TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL – BRASIL – 2000 A 2015 [32]
FIGURA 29. BELICHE INSERIDO EM UMA CABINE DE NAVIO A VAPOR DE 1840 [38]
FIGURA 30. MÓVEL MULTIFUNCIONAL DA DESIGNER ORLA REYNOLDS [39]
FIGURA 31. ESTANTE COM NICHOS QUE SE TRANSFORMA EM MESA COM CADEIRAS DA
DESIGNER SAKURA ADACHI [41]
FIGURA 32. MÓDULOS MULTIFUNCIONAIS [42]
FIGURA 33. MESA DE CENTRO BAIXA QUE SE TRANSFORMA EM UMA MESA ALTA [43]
FIGURA 34. MESA DE CENTRO QUE VIRA POLTRONA [43]
FIGURA 35. CADEIRA DOBRÁVEL QUE SE TRANSFORMA EM QUADRO [44]
FIGURA 36. MÓDULOS MULTIFUNCIONAIS, FLEXÍVEIS E VERSÁTEIS DE COZINHA, ESTUDO E
QUARTO [45]
FIGURA 37. MESA DOBRÁVEL FIXADA NA PAREDE COMO UM QUADRO [46]
FIGURA 38. MESA DE CENTRO COM POSSIBILIDADE DE SE TRANSFORMAR EM MESA PARA
REFEIÇÕES [46]
FIGURA 39. MEDIDAS MÍNIMAS DE ESPAÇO DO CORPO HUMANO NA POSIÇÃO DE UMA
PESSOA EM PÉ [51]
FIGURA 40. MEDIDAS MÍNIMAS DO CORPO HUMANO NA POSIÇÃO DE UMA PESSOA
SENTADA OU AGACHADA [51]
FIGURA 41. MEDIDAS MÍNIMAS DO CORPO HUMANO NA POSIÇÃO DE UMA PESSOA
SENTADA OU DEITADA [51]
FIGURA 42. DIMENSÃO MÍNIMA PARA MOVIMENTOS SEM OBSTRUÇÃO [52]
FIGURA 43. MOVIMENTO PARA ALCANÇAR COISAS NO ALTO [52]
FIGURA 44. DIMENSÃO MÍNIMA PARA A EXECUÇÃO DE TAREFAS RELACIONADAS A UMA
MESA E AO UM MÓVEL PARA SE SENTAR [52]
FIGURA 45. DIMENSÕES MÍNIMAS PARA A EXECUÇÃO DE TAREFAS: EM PÉ, DE JOELHOS,
SENTADO OU ACOCORADO [52]
FIGURA 46. ALGUMAS MEDIDAS MÍNIMAS DE ESPAÇO OU MOBILIÁRIO PARA SITUAÇÕES EM
SALAS DE ESTAR [53]
FIGURA 47. ESPAÇO NECESSÁRIO PARA CONVÍVIO OU LEITURA [53]
FIGURA 48. DIMENSÕES MÍNIMAS PARA CADEIRAS, POLTRONAS OU SOFÁS [54]
FIGURA 49. DIMENSÕES MÍNIMAS PARA MESAS CIRCULARES DE ACORDO COM A
QUANTIDADE DE PESSOAS AO REDOR DA MESA [54]
FIGURA 50. DIMENSÕES MÍNIMAS PARA MESAS RETANGULARES DE ACORDO COM A
QUANTIDADE DE PESSOAS EM VOLTA DA MESA [55]
FIGURA 51. DIMENSÕES MÍNIMAS PARA MESAS DE JANTAR EXTENSÍVEIS [55]
FIGURA 52. DIMENSÕES MÍNIMAS PARA MESAS E ESPAÇO DE CIRCULAÇÃO AO REDOR DELAS
[55]
FIGURA 53. MENOR ESPAÇO PARA UMA MESA DE REFEIÇÕES [56]
FIGURA 54. ALTURAS E PROFUNDIDADES ADEQUADAS PARA OS MOBILIÁRIOS EM UMA
COZINHA [56]
FIGURA 55. DIMENSÃO DA PROFUNDIDADE ADEQUADA PARA BANCADAS E SOCOS E ESPAÇO
NECESSÁRIO PARA LIMPEZA [57]
FIGURA 56. ALTURAS E PROFUNDIDADES ADEQUADAS PARA ARMÁRIOS DE COZINHA EM
RELAÇÃO AS MEDIDAS DO CORPO HUMANO [57]
FIGURA 57. SUGESTÕES DE DISTÂNCIAS E ALTURAS PARA MOBILIÁRIOS EM DORMITÓRIOS
[58]
FIGURA 58. DIMENSÕES ADEQUADAS PARA SOFÁ-CAMA EXTENSÍVEL (8) E PARA CAMAS
REBATÍVEIS (15 E 16) [58]
FIGURA 59. ESPAÇO QUE AS ROUPAS OCUPAM DENTRO DOS ARMÁRIOS [58]
FIGURA 60. RODÍZIOS PARA APLICAÇÕES GERAIS [59]
FIGURA 61. RODÍZIOS PARA EMBUTIR SEM FUNÇÃO DE FREIO [60]
FIGURA 62. SISTEMA DESLIZANTE PARA CAMAS E MESA [60]
FIGURA 63. FERRAGEM PARA MESA EXTRAÍVEL [61]
FIGURA 64. FERRAGENS PARA MESAS GIRATÓRIAS E UM EXEMPLO DE MESA GIRATÓRIA [61]
FIGURA 65. DOBRADIÇA PARA MESA DESDOBRÁVEL [62]
FIGURA 66. ESTRUTURA PARA SOFÁ COM ASSENTO RETRÁTIL E ENCOSTO RECLINÁVEL [62]
FIGURA 67. ESTRUTURA PARA SOFÁ CAMA [63]
FIGURA 68. FERRAGEM ARTICULÁVEL ELEVATÓRIA PARA TAMPOS [63]
FIGURA 69. SUPORTE FIXO PARA TELEVISÃO [64]
FIGURA 70. SUPORTE EXTRAÍVEL E GIRATÓRIO PARA TELEVISÃO [64]
FIGURA 71. SUPORTE PARA TELEVISÕES COM MOVIMENTAÇÃO HORIZONTAL MOTORIZADA
[65]
FIGURA 72. ESCORREDOR DE LOUÇAS EM AÇO INOX PARA ARMÁRIOS DE COZINHA [66]
FIGURA 73. FERRAGEM DE ABERTURA PARA CAMAS COM ESTRADO ELEVATÓRIO 66]
FIGURA 74. CAMA RETRÁTIL [67]
FIGURA 75. FERRAGEM PARA CAMA RETRÁTIL [67]
FIGURA 76. MESA GIRATÓRIA SOB A BANCADA DA COZINHA [69]
FIGURA 77. MÓDULO COM CAMA, SOFÁ, MESA DE ESTUDO, PUFFS E MESA DE CENTRO [70]
FIGURA 78. EXEMPLO DE MOBILIÁRIO MULTIFUNCIONAL EM APARTAMENTO NA CIDADE DE
MADRID COM A OPÇÃO DE SALA AMPLA COM 50M² [71]
FIGURA 79. EXEMPLO DE MOBILIÁRIO MULTIFUNCIONAL EM APARTAMENTO NA CIDADE DE
MADRID COM A OPÇÃO DE DOIS QUARTOS [71]
FIGURA 80. APARTAMENTO EM NY UTILIZANDO MOBILIÁRIOS MULTIFUNCIONAIS E ÁREA DE
ARMAZENAGEM NO TETO [72]
FIGURA 81. MOBILIÁRIO MULTIFUNCIONAL E FLEXÍVEL EM UMA CASA EM MADRID [73]
FIGURA 82. ORGANOGRAMA PARA DEMONSTRAR AS FASES DE TRABALHO [74]
FIGURA 83. PLANTA-BAIXA DO APARTAMENTO DE BELO HORIZONTE – MG [76]
FIGURA 84. PLANTA-BAIXA DO APARTAMENTO DO RIO DE JANEIRO – RJ [77]
FIGURA 85. PERSPECTIVA DA LAVANDERIA COLETIVA DO EDIFÍCIO VN QUATÁ [78]
FIGURA 86. PLANTA-BAIXA DO APARTAMENTO TIPO STUDIO SEM TERRAÇO DE SÃO PAULO –
SP [78]
FIGURA 87. PLANTA-BAIXA E PERSPECTIVA DO APARTAMENTO TIPO STUDIO COM TERRAÇO
[79]
FIGURA 88. PLANTA-BAIXA DO APARTAMENTO DE VITÓRIA-ES [80]
FIGURA 89. LOCALIZAÇÃO DO TERRENO DO EDIFÍCIO VN QUATÁ EM SÃO PAULO - SP COM
INDICAÇÕES AS PRINCIPAIS ATIVIDADES DO ENTORNO [86]
FIGURA 90. PLANTA-BAIXA DO APARTAMENTO DE SÃO PAULO COM AS INDICAÇÕES DAS
ÁREAS DOS DOIS AMBIENTES PRINCIPAIS [88]
FIGURA 91. ESTUDO 01 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO [89]
FIGURA 92. APARTAMENTO DE 12M² EM PARIS UTILIZA O RECURSO DO PISO ELEVADO PARA
COLOCAÇÃO DA CAMA E SOFÁ [90]
FIGURA 93. EXEMPLO DE MESA DOBRÁVEL EMBUTIDA EM ARMÁRIO COM PRATELEIRAS [90]
FIGURA 94. SUPORTE PARA TELEVISÃO COM TRILHO DESLIZANTE [91]
FIGURA 95. ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO [92]
FIGURA 96. ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO [93]
FIGURA 97. CAMA DE PAREDE COM SOFÁ ‘ATOL’ DA RESOURCE FURNITURE [93]
FIGURA 98. VISTA DO ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO ESTAR
02 [94]
FIGURA 99. VISTA DO ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO ESTAR
02 [94]
FIGURA 100. PERSPECTIVA DEMONSTRANDO PROJEÇÃO DA TELEVISÃO NO PAINEL [95]
FIGURA 101. VISTA DO ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO ESTAR
01 [95]
FIGURA 102. VISTA DO ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO ESTAR
01 [96]
FIGURA 103. MESA EXTENSÍVEL ‘VOILE’ DA RESOURCE FURNITURE [96]
FIGURA 104. VISTA DO ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO
JANTAR [97]
FIGURA 105. VISTA DO ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO
JANTAR [97]
FIGURA 106. CADEIRAS DOBRÁVEIS [98]
FIGURA 107. VISTA DO ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO
DORMIR [98]
FIGURA 108. POSIÇÕES DA CAMA DURANTE A SUA MOVIMENTAÇÃO [99]
FIGURA 109. VISTA DO ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO
DORMIR COM PAINEL DIVIDINDO OS AMBIENTES [99]
FIGURA 110. VISTA DO ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO
DORMIR [100]
FIGURA 111. VISTA DO ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO COM ARMÁRIO
SUSPENSO ABERTO [100]
FIGURA 112. CORTE ESQUEMÁTICO DO ARMÁRIO MOSTRANDO ESPAÇO PARA
ARMAZENAGEM DE OBJETOS NO TETO [101]
FIGURA 113. ESTUDO 03 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO [102]
FIGURA 114. SOFÁ RETRÁTIL COM POSSIBILIDADE DE DUAS POSIÇÕES [103]
FIGURA 115. CAMA DE PAREDE COM MESA ‘ULISSE DESK’ DA RESOURCE FURNITURE [103]
FIGURA 116. LOCALIZAÇÃO DO TERRENO DO EDIFÍCIO UP JARDIM STUDIO EM VITÓRIA – ES
COM INDICAÇÕES DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES DO ENTORNO [105]
FIGURA 117. PLANTA-BAIXA DO APARTAMENTO DE VITÓRIA COM AS INDICAÇÕES DAS
ÁREAS DOS AMBIENTES [106]
FIGURA 118. BANQUETAS EMPILHÁVEIS [107]
FIGURA 119. CADEIRA DOBRÁVEL 'PIANA' DE POLIPROPILENO RECICLADO [108]
FIGURA 120. ESTUDO 04 DO APARTAMENTO DE VITÓRIA [109]
FIGURA 121. ESTUDO 05 DO APARTAMENTO DE VITÓRIA [111]
FIGURA 122. ESTUDO 06 DO APARTAMENTO DE VITÓRIA [112]
FIGURA 123. ESTUDO 06 DO APARTAMENTO DE VITÓRIA [113]
FIGURA 124. ARMÁRIO VISTO A PARTIR DA COZINHA DURANTE O MODO ESTUDO/DORMIR
[114]
FIGURA 125. VISTA INTERNA DO ARMÁRIO NO MODO ESTUDO/DORMIR [114]
FIGURA 126. VISTA DO QUARTO 02 DURANTE O MODO ESTUDO [115]
FIGURA 127. VISTA DO QUARTO 02 DURANTE O MODO DORMIR [115]
FIGURA 128. VISTA DO QUARTO 01 DURANTE O MODO DORMIR [116]
FIGURA 129. VISTA DO QUARTO 01 NO MODO ESTUDO [116]
FIGURA 130. VISTA DO ESTUDO 06 NO MODO ESTAR [117]
FIGURA 131. VISTA DO APARTAMENTO NO MODO JANTAR COM O MOVIMENTO DA MESA
RETRÁTIL [117]
FIGURA 132. VISTA DO APARTAMENTO NO MODO ESTAR A PARTIR DO SOFÁ EM L [118]
FIGURA 133. VISTA DO APARTAMENTO NO MODO ESTUDO/DORMIR COM A BANCADA
RECOLHIDA E A PORTA CAMARÃO ABERTA [119]
FIGURA 134. VISTA DO APARTAMENTO NO MODO ESTUDO/DORMIR COM A BANCADA
ESTENDIDA E A PORTA CAMARÃO FECHADA [119]
FIGURA 135. VISTA DOS ARMÁRIOS DA COZINHA E DA PORTA-CAMARÃO FECHADOS [120]
FIGURA 136. VISTA DOS ARMÁRIOS DA COZINHA E DA PORTA-CAMARÃO ABERTOS 120]
FIGURA 137. ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO ESTAR [123]
FIGURA 138. ESTUDO 02 PARA O APARTAMENTO DE SÃO PAULO NO MODO JANTAR [123]
FIGURA 139. ESTUDO 07 PARA O APARTAMENTO DE VITÓRIA NO MODO ESTAR [124]
FIGURA 140. ESTUDO 07 PARA O APARTAMENTO DE VITÓRIA NO MODO DORMIR [125]
FIGURA 141. ESTUDO 07 PARA O APARTAMENTO DE VITÓRIA NO MODO ESTUDO [125]
FIGURA 142. PAINEL GIRATÓRIO NO MODO ESTAR (POSIÇÃO 01) [126]
FIGURA 143. PAINEL GIRATÓRIO NO MODO DORMIR (POSIÇÃO 02)[ 126]
FIGURA 144. FECHADURA BICO DE PAPAGAIO [127]
FIGURA 145. FECHO ALAVANCA DE EMBUTIR [127]
FIGURA 146. POSSIBILIDADES DE USO DO MÓVEL GIRATÓRIO NA POSIÇÃO 01 OU MODO
ESTAR [128]
FIGURA 147. POSSIBILIDADES DE USO DO MÓVEL GIRATÓRIO NA POSIÇÃO 02 OU MODO
ESTUDO/DORMIR (VISÃO DO QUARTO 01) [129]
FIGURA 148. POSSIBILIDADES DE USO DO MÓVEL GIRATÓRIO NA POSIÇÃO 02 OU MODO
ESTUDO/DORMIR (VISÃO DA COZINHA) [129]
lista de tabelas
TABELA 1. ENUMERAÇÃO DE TODAS AS TABELAS COM AS DIMENSÕES ESTÁTICAS
PRODUZIDAS PELO AUTOR BOUERI FILHO (2008) [49]
TABELA 2. DIMENSÃO DA LARGURA MÁXIMA DO CORPO HUMANO [50]
TABELA 3. EXEMPLOS DE APARTAMENTOS COMPACTOS [75]
TABELA 4. TABELA COMPARANDO O MOBILIÁRIO EXISTENTE EM APARTAMENTO NÃO
COMPACTO COM O APARTAMENTO COMPACTO NA CIDADE DE BELO HORIZONTE – MG [81]
TABELA 5. TABELA COMPARANDO O MOBILIÁRIO EXISTENTE EM APARTAMENTO NÃO
COMPACTO COM O APARTAMENTO COMPACTO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO – RJ [82]
TABELA 6. TABELA COMPARANDO O MOBILIÁRIO EXISTENTE EM APARTAMENTO NÃO
COMPACTO COM O APARTAMENTO COMPACTO NA CIDADE DE SÃO PAULO – SP [83]
TABELA 7. TABELA COMPARANDO O MOBILIÁRIO EXISTENTE EM APARTAMENTO NÃO
COMPACTO COM O APARTAMENTO COMPACTO NA CIDADE DE VITÓRIA – ES [84]
TABELA 8. TABELA COMPARATIVA ENTRE O APARTAMENTO NÃO COMPACTO, O
APARTAMENTO COMPACTO E COMPACTO COM MOBILIÁRIO MULTIFUNCIONAL (ESTUDO
02) [121]
TABELA 9. TABELA COMPARATIVA ENTRE O APARTAMENTO NÃO COMPACTO, O
APARTAMENTO COMPACTO E COMPACTO COM MOBILIÁRIO MULTIFUNCIONAL (ESTUDO
06) [122]
sumário
introdução 1
1. os espaços de morar no brasil 5
1.1. A EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS DE MORAR BRASILEIROS 6
1.2. APARTAMENTOS COMPACTOS NAS CAPITAIS DA REGIÃO SUDESTE 13
2. apartamentos compactos 26
2.1. O PERFIL DOS MORADORES 31
2.2. AS EXIGÊNCIAS MÍNIMAS DO ESPAÇO E CONFORTO 35
3. o mobiliário multifuncional residencial 38
3.1. AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MOBILIÁRIO MULTIFUNCIONAL 41
3.2. A ANTROPOMETRIA APLICADA PARA O MÓVEL MULTIFUNCIONAL 48
3.3. OS MECANISMOS GERAIS UTILIZADOS NOS MÓVEIS MULTIFUNCIONAIS 59
3.4. APLICAÇÃO DOS MOBILIÁRIOS MULTIFUNCIONAIS NAS MORADIAS 69
4. projeto de mobiliário multifuncional para apartamentos compactos 74
4.1. PRIMEIRA FASE: LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS APARTAMENTOS 75
4.2. SEGUNDA FASE: ESTUDOS DE CASO 85 4.2.1. APARTAMENTO DE SÃO PAULO - SP .................................................................................................. 86
4.2.1.1. O Entorno ........................................................................................................................................ 86 4.2.1.2. Briefing ............................................................................................................................................ 86 4.2.1.3. Planta-Baixa: Layout da construtora .............................................................................................. 87 4.2.1.4. Propostas de Layout ....................................................................................................................... 88
4.2.2. APARTAMENTO DE VITÓRIA - ES ...................................................................................................... 105 4.2.2.1. O Entorno ..................................................................................................................................... 105 4.2.2.2. Planta-Baixa: Layout da construtora ............................................................................................ 106 4.2.2.3. Briefing .......................................................................................................................................... 106 4.2.2.4. Propostas de Layout ..................................................................................................................... 107
4.3. TERCEIRA FASE: PROJETO EXECUTIVO 126
conclusão 146
referências bibliográficas 148
introdução
Atualmente, observa-se uma tendência progressiva de redução do espaço de morar.
É um fato que o número de lançamentos de apartamentos compactos com metragens
entre 19m² e 35m² para a tipologia de apenas um quarto aumentou nas principais
cidades do Brasil, seguindo uma realidade existente em grandes metrópoles como
Nova York, Londres e Paris. Essa mudança é estimulada pelo alto custo do metro
quadrado nas áreas mais cobiçadas dos grandes centros urbanos. Assim, o maior
número de moradores por edifício viabiliza este tipo de habitação, deixando o valor
desses imóveis mais acessíveis em função da área total reduzida.
Outro fator importante que estimula o aumento da procura por apartamentos
compactos é a respeito da nova conformação da família brasileira, que passou a ser
composta por mais pessoas divorciadas, solteiras ou casais com um ou nenhum filho.
Além disso, nos dias de hoje, as pessoas passam o maior período do dia trabalhando
fora de casa, levando ao entendimento de que quanto menor o espaço das moradias,
menor é o trabalho e o custo para a manutenção dos imóveis, o que favorece a
procura por moradias menores e mais centrais.
O fato do preço da mão-de-obra de empregadas domésticas ter aumentado em
decorrência da criação de legislações voltadas para a formalização do trabalho, como
o caso da obrigatoriedade da assinatura da carteira de trabalho, acabou por
consequência diminuindo a procura por este tipo de serviço, já que os custos se
elevaram. Mesmo as famílias com maior poder aquisitivo acabaram revendo a decisão
de manter um funcionário diariamente, optando por serviços semanais, mensais ou
até mesmo abdicando desse conforto. Assim, com a manutenção da residência
ficando a cargo da própria família, em muitas ocasiões é possível verificar a opção por
apartamentos mais compactos que não demandem muito tempo e esforço para
limpeza.
O espaço interno dos ambientes que compõem estes imóveis é muitas vezes
insuficiente para acomodar seus usuários de forma agradável e dispor de conforto não
deve ser um privilégio apenas dos indivíduos que moram em residências espaçosas.
Logo, elaborar projetos para moradias compactas é um tema constantemente
estudado e debatido entre profissionais da área de arquitetura, design de interiores e,
até, engenharia civil. Principalmente em moradias com dimensões reduzidas, é vital
que se tenha um ambiente organizado que propicie a realização das atividades básicas
do dia-a-dia de maneira satisfatória e funcional.
Com o crescimento do número de moradias com o espaço reduzido, também cresce a
demanda por um mobiliário específico, onde seja possível adicionar mais de uma
função em um único mobiliário. Faz-se necessário, desta forma, que em um mesmo
ambiente sejam realizadas diversas atividades. Em decorrência disso, é possível
concluir a necessidade por móveis de caráter multifuncional e versátil, que atendam às
diferentes necessidades de uso e que aproveitem o reduzido espaço disponível. Assim,
com apenas um mobiliário se torna possível à realização de mais de uma função,
estando este mobiliário localizado em um mesmo ambiente.
Desta maneira, o intermédio do arquiteto no planejamento da ambientação e do
mobiliário em apartamentos compactos tem o intuito de trazer conforto,
funcionalidade e sensação de amplitude espacial para esse tipo de habitação. Ao
aplicar o conhecimento técnico adquirido, o arquiteto tem a oportunidade de elaborar
um projeto que objetiva atender as necessidades propostas baseadas no perfil do
usuário/morador, priorizando a utilização dos mobiliários multifuncionais para que
aproveite melhor a falta literal do espaço e, ao mesmo tempo, crie uma sensação de
amplitude no ambiente reduzido.
Diante do exposto, o objetivo geral deste trabalho de graduação consiste em elaborar
o Projeto Executivo de um mobiliário multifuncional que visa atender as necessidades
de moradores contemporâneos, que vivem em apartamentos compactos e que
necessitam de um local dinâmico e multifuncional. Para tanto foram estabelecidos
como objetivos específicos apresentar brevemente a evolução dos espaços de morar
brasileiros através de uma linha cronológica e apontar alguns lançamentos de
apartamentos compactos nas capitais da região sudeste brasileira e suas
problemáticas quanto à carência espacial. Para auxiliar a execução de um projeto
executivo de um mobiliário, foi importante reconhecer o perfil dos moradores e as
exigências mínimas de conforto destes apartamentos compactos, além de analisar os
mobiliários multifuncionais residenciais existentes no mercado, suas características
fundamentais, mecanismos de funcionamento e as suas relações com a
antropometria. Logo, é de fundamental importância que o mobiliário multifuncional
seja projetado com o intuito de ser uma solução para a falta de área habitável nos
apartamentos ultracompactos.
Para a realização deste trabalho foi necessária a organização de seu conteúdo em
quatro capítulos. O primeiro capítulo tem como objetivo contextualizar
historicamente a demanda por residências compactas. Será abordada a evolução dos
ambientes que compõem estes espaços de morar nas grandes metrópoles brasileiras
observando as mudanças ocorridas em sua planta física com o passar do tempo, bem
como a dinâmica das atividades realizadas em cada um destes ambientes, que
tendem a ter sua área cada vez mais reduzida. Será enfatizado o surgimento dos
apartamentos nas principais cidades brasileiras e as suas principais alterações na
divisão interna e na metragem quadrada dos ambientes com o passar dos anos, com
ênfase na crescente demanda por moradias compactas nos dias atuais.
O Capítulo 2 se aprofunda na temática das habitações reduzidas com o intuito de
justificar a necessidade da criação de mobiliário multifuncional para esses imóveis. O
capítulo foi dividido em dois subtemas, que são: o perfil dos moradores para esse tipo
de imóvel e as exigências mínimas do espaço e conforto e por último. Primeiramente
serão levantados questionamentos a respeito do perfil de moradores, como: “qual é o
perfil das famílias que habitam esse imóvel com área quadrada reduzida? Com o que
elas trabalham? Qual o uso que elas dão para o espaço?”. Em seguida serão
apresentadas as exigências mínimas de espaço e conforto que os apartamentos
compactos necessitam para satisfazer as necessidades de seus usuários.
No terceiro capítulo foram apontadas as principais características dos mobiliários
multifuncionais que os tornam auxiliares e fundamentais nas residências compactas,
as suas características antropométricas e as principais ferragens existentes no
mercado, a fim de facilitar a execução e criação desse tipo de mobiliário específico.
Também são abordados alguns exemplos de atuação do profissional de arquitetura na
aplicação dessa tipologia em projetos residenciais compactos.
Já no capítulo quatro é apresentado, de fato, o projeto executivo de mobiliário
multifuncional para apartamentos compactos, satisfazendo as necessidades
fundamentais do usuário/morador. Este mobiliário precisará ser adaptável a várias
funções e apresentar facilidade de uso através de movimentos simples e intuitivos.
Para a realização do projeto o capítulo foi dividido em três fases. Na primeira fase
foram apresentados quatro apartamentos compactos, para, na segunda, serem
selecionados apenas dois para a realização prévia de um estudo preliminar de layout
englobando a utilização de mobiliários multifuncionais. Por fim, na terceira fase foi
escolhido apenas um layout dos dois apartamentos para elaborar duas volumetrias
em 3D do estudo preliminar para em seguida produzir um projeto executivo de
detalhamento de marcenaria de um único mobiliário multifuncional existente em uma
volumetria.
Esta pesquisa permitiu abranger os conhecimentos na área de projetos de arquitetura
de interiores em moradias com a metragem quadrada reduzida e de design de
mobiliários multifuncionais, uma vez que, em função do aumento da densidade
populacional com o passar dos anos, a redução dos espaços de morar é uma tendência
progressiva.
1. os espaços de morar no brasil
No Brasil e no mundo, a residência e o modo de morar passaram por diversas
transformações com o passar dos anos. Essas modificações se deram em algumas
categorias, como por exemplo: a forma como os espaços dentro da residência são
utilizados e ocupados, os materiais que a indústria de construção civil passa a usar,
como é feita a disposição dos ambientes na casa e, até, qual o mobiliário é inserido no
interior das residências.
Segundo Rybczynski (2002) muitas características se modificaram com o passar dos
anos nas residências brasileiras, sendo que uma das modificações óbvias está
relacionada com os processos que criam as novas tecnologias, mobiliários mais
elaborados e bem adaptados ao uso, função e bem-estar. Já as mudanças mais sutis
estão ligadas com o modo de usar os ambientes e o quanto de privacidade é
proporcionada ao morador.
A maioria da população vive dentro de uma casa ou um apartamento ou um cômodo,
pode-se dizer que como no mundo moderno, a maioria da experiência da vida do
homem se desenvolve nos espaços interiores. Além das pessoas dormirem, comerem,
cozinharem, tomarem banho dentro da residência, elas também costumam
aproveitar o tempo livre em casa (PILE, 2005).
1.1. A EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS DE MORAR BRASILEIROS
As primeiras moradias do Brasil, antes de 1500, foram às construções indígenas. As
casas dos povos indígenas são conhecidas pela expressão “oca” (Figura 1). De acordo
com Lago (2014, s.p.),
Os exemplos foram trazidos até nós por comunidades
indígenas que preservaram sua cultura até os dias de
hoje. [...] Podem-se observar estruturas muito
diferentes e variadas disposição das construções nas
tribos. Encontram-se, ainda, estruturas que são
provavelmente muito similares àquelas que os
colonizadores portugueses descobriram nos anos 1500.
Figura 1. Oca dos índios
Fonte: ZORRAQUINO, L. D. A Evolução da Casa no Brasil. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006, p. 9
Puttini & Ribeiro (2009) relatam que até a colonização dos portugueses no Brasil a
setorização dentro do espaço de morar não existia, sendo assim, um único ambiente
atendia a diversas necessidades dos moradores. Zorraquino (2006, p. 8) confirma que
“As ocas [...] eram grandes casas coletivas [...] desenvolvendo-se dentro delas todas
as funções normais da moradia: dormir, cozinhar, comer, trabalhar, brincar, etc”.
As principais atividades no Brasil entre o período de 1500 a 1808 foram à plantação de
açúcar e a mineração. No que se refere à arquitetura nessa época, esta possuía
características coloniais. As residências respeitavam as antigas tradições portuguesas
de construir (Figura 2): aproveitavam ao máximo os limites do terreno e não possuíam
afastamento da via pública (LAGO, 2014).
Figura 2. Construções em Salvador, Brasil
Fonte: Site do Google Imagens1.
Nesse período a setorização começa a existir, os ambientes encontrados nas plantas-
baixas das casas coloniais (Figura 3) eram: a loja (localizada no térreo das residências e
com aberturas para a rua), o corredor (era entrada da casa, independente da loja), o
salão (cômodo isolado da casa, destinado a receber viajantes), sala de estar, cozinha e
as alcovas (ambientes não possuíam nenhuma abertura para iluminação natural, eram
utilizados para dormir).
Figura 3. Planta baixa do sobrado colonial
Fonte: Site Eureka!2.
As principais habitações eram o sobrado com piso assoalhado (Figura 4), que
pertenciam aos ricos, e a casa térrea com piso de chão batido (Figura 5) que pertencia
1 Disponível em: http://www.bahia.ws/videos/temas/Pelourinho.jpg; Acesso em junho 2015.
2 Disponível em: http://www.histeo.dec.ufms.br/aulas/teoriaIII/11%20Urbano%20Colonial.pdf;
Acesso em junho 2015.
à classe baixa (pobres). As plantas baixas das casas térreas se assemelhavam a dos
sobrados, com a exceção da loja no andar inferior.
Figura 4. Exemplo de sobrado
Fonte: Site Eureka!3.
Figura 5. Exemplo de casas térreas
Fonte: Site Eureka!4.
3 Disponível em: http://www.histeo.dec.ufms.br/aulas/teoriaIII/11%20Urbano%20Colonial.pdf;
Acesso em junho 2015. 4 Disponível em: http://www.histeo.dec.ufms.br/aulas/teoriaIII/11%20Urbano%20Colonial.pdf;
Acesso em junho 2015.
Donato (2005) e Puttini & Ribeiro (2009) confirmam que, entre os séculos XVII e XVIII,
a residência brasileira foi planejada para manter a família protegida e isolada dos
viajantes, os moradores possuíam o hábito de isolá-los do resto da família.
Com a chegada da corte portuguesa no Brasil, em 1808, a arquitetura brasileira se
transformou. O período do Brasil Império se estendeu durante todo o século XIX e a
arquitetura característica da época era de estilo neoclássico (Lago, 2014). Porém,
Bruand (2010) afirma que durante o século XIX a maioria das residências no centro das
cidades continuou com as mesmas fachadas do período colonial (Figura 6).
Figura 6. Exemplo de casa urbana no século XIX
Fonte: Site Arquitetura no Brasil5.
Zorraquino (2006, p. 23) cita que “entre 1800-50, além dos tipos de moradias
indicados no período anterior, impõe-se um novo tipo de residência, a "casa de porão
alto", transição entre os velhos sobrados e as casas térreas”. Para Reis Filho (2004) a
“casa de porão alto” (Figura 7) possuía uma nova forma de implantação que permitia
aproximar as moradias das ruas e valorizar uma utilização social no primeiro
pavimento dos sobrados.
5 Disponível em: https://arquiteturaunochapeco.wordpress.com/neoclassico-2/; Acesso em junho
2015.
Figura 7. Casa de porão alto
Fonte: Site Zorraquino6.
Segundo Puttini & Ribeiro (2009) a corte passou a incentivar a prática de receber
visitas em casa. Logo, observa-se que ocorreu uma mudança de uso e localização dos
espaços internos (Figura 8), como: a sala de visitas passa ter ligação com o interior da
residência, a divisão interna está mais compartimentada, percebe-se a inserção de
novos cômodos com novos usos, por exemplo: o pátio para iluminação e arejamento
dos ambientes internos, banheiro e dormitório para criada.
Figura 8. Planta baixa de uma casa de porão alto
Fonte: Site Zorraquino7.
6 Disponível em: http://www.zorraquino.com.br/textos/luis-delgado-
zorraquino/personales/evolucao-da-casa-no-brasil-revisado.pdf; Acesso em junho 2015.
Os edifícios públicos, os palácios e as casas da classe dominante adotaram a
arquitetura neoclássica brasileira (BRUAND, 2010), a implantação dessas residências
para classe alta afasta os vizinhos devido à altura de seus porões e aos jardins laterais
e posteriores, como pode ser observado na Figura 9.
Figura 9. Solar de Grandjean de Montigny na Gávea (c.1830), com as varandas periféricas
Fonte: Site Vitruvius8.
A partir de 1888, com a abolição da escravidão e pela decadência das lavouras
tradicionais o êxodo rural se intensificou. Entre 1870 a 1890 a população da cidade do
Rio de Janeiro passou de 235 mil habitantes para 522 mil habitantes, comprovando um
crescimento demográfico intenso. Vários escravos libertos, imigrantes nacionais e
estrangeiros buscavam as áreas centrais das cidades a procura por moradia e trabalho.
Em resposta a essa demanda por moradia, surgem às habitações coletivas e com a
ajuda da modernização, rapidamente essas habitações se multiplicaram. A construção
de cortiços ou casas de aluguel se tornou uma atividade comum entre os arrendatários
e os proprietários de imóveis; logo no início do século XX, essas habitações coletivas já 7 Disponível em: http://www.zorraquino.com.br/textos/luis-delgado-
zorraquino/personales/evolucao-da-casa-no-brasil-revisado.pdf; Acesso em junho 2015. 8 Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/4c34_378-02.jpg;
Acesso em junho 2015.
abrigavam uma considerável parcela da população e estavam espalhadas por várias
partes da cidade. Esses cortiços (Figura 10) eram terrenos, quintais e/ou casas
desocupadas que foram divididas em vários cômodos, onde cada cômodo abrigava
uma família de pessoas trabalhadoras e de baixo poder aquisitivo (VAZ, 1994).
Zorraquino (2006, p. 24) confirma que “As cidades cresciam com novos bairros para
dar cabida a forte imigração externa e interna, aparecendo pela primeira vez os
bairros de classe média assim como as "favelas", e a multiplicação dos cortiços”.
Figura 10. Cortiço no Rio de Janeiro no início do século XX
Fonte: Site Google Imagens9.
9 Disponível em: http://acertodecontas.blog.br/wp-content/uploads/2008/01/tipico-cortico.gif;
Acesso em junho 2015.
1.2. APARTAMENTOS COMPACTOS NAS CAPITAIS DA REGIÃO SUDESTE
A partir do final do século XIX e início do século XX o Brasil passou por inúmeras
transformações políticas, sociais, econômicas, espaciais e culturais. De acordo com
Silva & Duarte (2012, p. 14),
[...] a pequena cidade comercial de aspecto colonial foi
se tornando uma cidade industrial, moderna e
capitalista. Nesta época, ocorreu a transição do
trabalho escravo para o trabalho assalariado, o
surgimento de mercados e a mercantilização de bens,
como moradia e o trabalho.
Zorraquino (2006) afirma que as principais cidades que cresceram no período da
República Velha, entre 1889 a 1930, foram Rio de Janeiro e São Paulo. A expansão das
cidades para a periferia foi possível graças à mecanização dos meios de transporte
urbano e a intensa verticalização dos centros urbanos, que fez com que os imóveis
imobiliários se tornassem um negócio lucrativo.
Segundo Silva & Duarte (2012) à medida que aumentava a população dentro dos
cortiços e casas de alugar, as condições higiênicas e de saúde diminuíam; ocasionando
o surto de epidemias de doenças como varíola, febre amarela e cólera. Com a
intenção de melhorar situação da higiene e da saúde, os cortiços foram demolidos.
No lugar dos cortiços surgiram novas habitações coletivas, porém, com a higiene e a
modernização, o preço dos alugueis também aumentou e com isso, as pessoas que
moravam nos cortiços não conseguiam bancar os novos e elevados aluguéis (VAZ,
1994). Logo, os moradores específicos para essa tipologia de residência foram
excluídos, iniciando um processo de substituição dos moradores em função da
melhoria das residências. Com a modernização, as novidades nas técnicas
construtivas, o surgimento do concreto armado e a utilização dos elevadores foi
possível o aparecimento de novas tipologias da construção vertical. Para Veríssimo &
Bittar (1999) os primeiros edifícios construídos são entendidos como casas
empilhadas em cima de outras e não são encontradas modificações substanciais nas
plantas.
Zorraquino (2006, p. 28) confirma que,
Os prédios de apartamentos utilizam uma distribuição
similar a das casas térreas, mas com a substituição dos
pátios e áreas por poços de luz, diminuindo as
possibilidades de arejamento e de isolamento. Estes
dois elementos naturais, os mais democráticos e
populares da arquitetura e do urbanismo, começam a
desaparecer devido à voracidade dos grandes negócios
da especulação urbana.
Nas décadas de 1910 e 1920, as maiorias das edificações residenciais apresentam
algum comércio no pavimento térreo e sugerem duas hipóteses para essa tipologia
mista. A primeira diz respeito a algum vestígio dos sobrados coloniais e a segunda ao
fato do local de implantação dos edifícios pudesse ser uma região com forte caráter
comercial. A respeito à divisão interna dos apartamentos (Figura 11), observa-se uma
influência francesa em relação à setorização das áreas: social, serviço e íntima; mas a
distribuição dos ambientes se assemelha a da casa colonial. (VILLA, 2006).
Figura 11. Planta baixa do Ed. Angélica em São Paulo de 1927
Fonte: Site Ebah10
.
10
Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfCeEAJ/ed-angelica-ed-columbus-ed-prudencia; Acesso em junho 2015.
No período entre 1930 a 1964, conhecido como República Nova, à industrialização e a
urbanização/metropolização continuaram crescendo no Brasil. A população nas
cidades aumentava e era preciso que o número de moradias aumentasse
proporcionalmente, nesse cenário crescente em busca de uma habitação, surge um
novo mercado de investimentos: o aluguel da moradia (VILLA, 2006).
Villa (2006, s.p.) afirma que,
A grande maioria dos edifícios de apartamentos construídos para fins lucrativos apresentava uma diversidade de soluções espaciais que atestavam a eficiência do empreendimento. Num mesmo edifício (Figura 12) era possível encontrar apartamentos de um, dois, três dormitórios e configurações semelhantes aos hotéis, com apenas quarto e banheiro, onde a sala e a cozinha eram suprimidas.
Figura 12. Edifício Anchieta, Avenida Paulista, M.M. Roberto, 1941, implantação, planta tipo A e B
Fonte: Site Vitruvius11
.
Zorraquino (2006) reforça a importância da inserção do concreto armado na indústria
da construção civil, as vigas, os pilares, as coberturas, as lajes e etc. passaram a ser
feitas de concreto e isso possibilitou a liberdade nas plantas. Toda a função interna da
planta foi repensada levando em consideração os valores funcionais e racionais, como
a planta livre, a iluminação, o arejamento e etc.
11
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.078/297; Acesso em junho 2015.
Brito (2003) comenta que nos anos 40 ocorreu à preocupação com a racionalização
dos espaços, principalmente os dos setores sociais. Esse setor ficou restrito a uma sala
ligada diretamente a cozinha. Também é importante citar que nesse período surge o
apartamento com dimensões mínimas. Silva (1989) afirma que nessa época foram
construídas grandes edificações com elevado número de apartamentos com área total
restrita, em torno de 25 a 30m², ocasionando lucros excessivos por parte das
incorporadoras.
De acordo com Silva & Duarte (2012), entre as décadas de 40 e 50, principalmente em
São Paulo, a grande procura por moradias estabeleceu dois estilos de apartamentos.
No primeiro estilo, ver Figura 13, podemos citar os edifícios para aluguel que possuíam
unidades habitacionais de um, dois ou até três quartos. Esses apartamentos foram
uma alternativa reduzida das moradias térreas e possuíam apenas os programas
mínimos de moradia. Já no segundo estilo, ver figuras Figura 14 e Figura 15,
encontramos os projetos de edifícios elaborados para as famílias com melhor poder
aquisitivo. O programa dessas edificações se comparava aos dos palacetes e
comportavam uma maneira de morar das elites brasileiras (VILLA, 2006).
Figura 13. Edifício Louveira, Vila Nova Artigas, 1942, planta pavimento tipo, 144 m²
Fonte: Site do Pinterest 12
.
12
Disponível em:
https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/4f/a8/27/4fa82766ac467cc945903153cefdf01c.jpg Acesso em junho 2015.
Figura 14. Edifício Prudência, Rino Levi, 1944, planta pavimento tipo, 390 m²
Fonte: Print Screen de uma apresentação no Site Prezi13
.
Figura 15. Edifício Prudência, Rino Levi, 1944, opções de layout dos espaços flexíveis: sala de estar, sala de jantar e dormitórios
Fonte: Site Vitruvius14
.
13
Disponível em: https://prezi.com/rvfqc6amu1g4/edificio-prudencia-rino-levi/; Acesso em junho 2015.
É importante citar que a respeito das características da arquitetura moderna, Villa
(2006) comenta que, os princípios da planta livre, da sobreposição de funções e dos
espaços mínimos na maioria dos casos não ficaram na teoria. Pois a maneira de morar
da classe média continuava sendo em espaços setorizados e compartimentados.
Na década de 50 ocorre o surgimento de cômodos em versões mais compactadas nas
residências (Figura 16) devido à influência norte-americana. Também é característica
da época, o destaque que a televisão passou a ocupar nas salas de visitas (PUTTINI e
RIBEIRO, 2009). Logo, constata-se o acúmulo de duas funções na sala de visitas, a
função de receber visitas e a de assistir televisão. Villa (2006) confirma que a
sociedade paulista abandonou os padrões europeus e começou a se referenciar nos
padrões norte-americanos de viver, conhecido como american way of life.
Figura 16. Edifício Paulicéia, Jacques Pilon e Gian Carlo Gasperini, 1956, três tipologias: apartamentos de 1, 2 e 3 dormitórios
Fonte: Site Melhor Lugar15
.
Para Villa (2006, s. p.), nas décadas de 1950 e 1960 “emergiram a incorporação e os
condomínios, que independente da classe social a que se destinava, oferecia um
modelo de habitação reduzida da tipologia burguesa oitocentista com um programa
básico de sala, dormitório (2 ou 3), banheiro e cozinha, apresentando, na maioria dos
casos, cômodos de empregados – dormitório e banheiro –, e entradas separadas para
as áreas social e de serviços”. Bruand (2010) reforça que, assim como ocorre à
14
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.078/297; Acesso em junho 2015. 15
Disponível em: http://melhorlugar.blogspot.com.br/2009/04/ed-pauliceia-50-anos.html; Acesso em junho 2015.
separação total das circulações social e de serviço nas residências de alto padrão, essa
independência também é identificada nas moradias atribuídas à classe média e até
mesmo nas residências destinada as camadas mais populares da população.
Algumas das características que se destacam, nos apartamentos de alto padrão,
(Figura 17) é a presença de novos compartimentos destinados a usos específicos.
Esses novos ambientes são: lavabo, suíte, closet, despensa e copa.
Figura 17. Edifício Penthouse, Adolpho Lindenberg, 1980, planta tipo
Fonte: Site 123i16
.
O período entre 1964 a 1986 foi marcado pela ditadura militar. Durante essa época foi
criado o Banco Nacional de Habitação (BNH) que aplicou uma política pública
habitacional dirigida à classe média, ou seja, as classes populares ficaram sem
investimento. A crescente emigração campo-cidade e a falta de recurso do governo
ocasionou o aumento das favelas, cortiços e loteamentos populares nas principais
cidades (ZORRAQUINO, 2006).
Nas unidades habitacionais com o custo mais baixo (Figura 18), Villa (2006) cita que é
possível o estabelecimento de uma tipologia mínima de apartamento, que já havia
sido indicado nos anos anteriores, como a sala de dois ambientes (o uso do estar e o
do jantar integrado em um mesmo ambiente), o único acesso ao apartamento,
cozinha, área de serviço, banheiro social e dois ou três quartos.
16
Disponível em: http://cdn.123i.com.br/photo/catalog/thumb/floorplan/2f/f0/2ff07edd9eb8a35be7c04f07a881c77d/2ff07edd9eb8a35be7c04f07a881c77d_0.jpg; Acesso em junho 2015.
Figura 18. Edifício Vila Romana, Rua Croata, sem identificação do autor, 1984, planta tipo com 3º dormitório opcional
Fonte: Site Vitruvius17
.
Durante o período da ditadura militar no Brasil, Puttini & Ribeiro (2009) em relação ao
uso dos ambientes internos das moradias, destacam que: nos anos 60 o sucesso dos
edifícios habitacionais é confirmado e o quarto começa a acumular mais de uma
função; na década de 70 é observada, nas moradias de alto padrão, a inserção de um
ambiente destinado à utilização televisão e nos anos 80 o dormitório se afirma como
um ambiente híbrido que acumula as funções de estudar, receber e repousar.
A partir dos anos 70 até os dias atuais, Villa (2006) constata a valorização do setor
coletivo nos prédios residenciais, com a criação de equipamento de uso coletivo.
Zorraquino (2006, p. 32) confirma:
[...] os novos Condomínios de Apartamentos [...] que implicam a prestação de serviços coletivos, destacando-se fundamentalmente a segurança ante a gravidade dos conflitos sociais: prédios e conjuntos habitacionais rodeados de altos muros e de sistemas sofisticados de alarmes [...].
17
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.078/297; Acesso em junho 2015.
Na década de 90, constata-se o aumento no número de moradores com o estilo de
vida diferenciado, principalmente, nos grandes centros urbanos. Esses moradores são:
os solteiros, os divorciados, os casais sem filhos, os casais com mais idade cujos filhos
já saíram de casa e os idosos. Buscando atender essa nova demanda ocorre o
surgimento de novas tipologias habitacionais, como os flats, lofts e até mesmo a
valorização das antigas kitchenettes (VILLA, 2006).
Puttini & Ribeiro (2009, p. 155) confirmam que “O conceito de loft inspira projetos
para moradores com estilo de vida diferenciado. A década de noventa incentivará o
uso de espaços integrados, principalmente para as pessoas descasadas, solteiros e
casais sem filhos“. Essas unidades habitacionais (Figura 19), denominadas como loft,
são compostas por um único ambiente onde comporta a sala, quarto, varanda e
escritório, as únicas divisões em alvenaria é para o banheiro e, às vezes, para a
cozinha.
Figura 19. Edifício Loft São Paulo I, sem identificação do autor, 1999, planta baixa
Fonte: Site 123i18
.
18
Disponível em: http://cdn.123i.com.br/photo/catalog/thumb/floorplan/00/8f/008fa4e5512919f373a0122c833dacdf/008fa4e5512919f373a0122c833dacdf_0.jpg; Acesso em junho 2015.
O século XX foi marcado pelo crescimento da industrialização, principalmente nas
cidades de Rio de Janeiro e São Paulo, umas consequências a esse crescimento foram
às transformações tecnológicas e os valores sociais. A respeito dos valores sociais,
Puttini & Ribeiro (2009) afirmam que a segurança e o permanecer mais tempo dentro
da casa passaram a ser valorizados. Veríssimo & Bittar (1999) reforçam o acúmulo de
funções nas residências, principalmente, o trabalhar em casa com a utilização do
microcomputador. Nos aspectos das plantas baixas das residências, ver Figuras Figura
20 e Figura 21, uma mudança importante a ser observada é a valorização da cozinha
como área social, com isso o local da cozinha se aproximou da sala (PUTTINI e
RIBEIRO, 2009).
Figura 20. Edifício New York Condominium, São Paulo, década de 1990, planta tipo
Fonte: Site Vitruvius19
.
19
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.078/297; Acesso em junho 2015.
Figura 21. Edifício Grand Space Pinheiros, São Paulo, 2004
Fonte: Site Vitruvius20
.
Santiago (2007) destaca que uma importante transformação na residência do século
XX foi a sua perda de valor como moradia e/ou local de essência de uma família. Após
a revolução industrial, os burgueses transformaram a casa em apenas um pertence de
investimento financeiro. Feito isso, os apartamentos da classe média passaram a ser
tratados apenas para fim comercial. Sendo construídos com os recursos mínimos e
com a utilização das áreas mínimas mencionadas pelos códigos de obras,
transformando assim as moradias em um negócio rentável e sem nenhum
comprometimento com a qualidade do espaço e com as relações sociais.
O grande destaque do século XXI continua sendo os espaços integrados e o conceito
de loft (Figura 22). O conceito de loft significa uma nova proposta de morar
decorrente de novos perfis de moradores, como jovens, empresários, pessoas de meia
idade, solteiro ou pessoas que optaram por viver sem família e possuem um bom
padrão de vida. Os lofts são entendidos como sinônimo de sofisticação, conforto e
modernidade (PUTTINI e RIBEIRO, 2009).
20
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.078/297; Acesso em jun. 2015.
Figura 22. Edifício Nine9Ipiranga, Porto Alegre, 2015, planta baixa humanizada de loft alto padrão
Fonte: Site Melnick Even
21.
No Brasil, algumas reportagens divulgadas em sites e revistas também deram
destaque para os apartamentos compactos (Figura 23 e Figura 24), Cabrera (2015)
afirma que é um fato os apartamentos compactos terem se tornado os favoritos do
mercado imobiliário e destaca como algumas de suas vantagens, a praticidade e a boa
localização.
Figura 23. Edifício SP New Home, São Paulo, 2015, planta baixa humanizada com 41 m²
Fonte: Site Esser22
.
21
Disponível em: http://www.melnickeven.com.br/empreendimento/nine-ipiranga-porto-alegre-jardim-carvalho-apartamento-1-ou-2-dorms-duplex-loft/#photoPretty2/0/ ; Acesso em junho 2015. 22
Disponível em: <http://www.esser.com.br/media/plantas/md/1b4cfccd-a903-44d2-bc6a-9f2807d64f2d.jpg>; Acesso em junho de 2015.
Figura 24. Edifício Setin Downtown Genebra, Jonas Birger, São Paulo, 2015, planta baixa humanizada com 48 m²
Fonte: Site Setin Downtown23
.
É importante citar Gaioso (2015) onde ele discorre a respeito da ideia da moradia
como um ambiente único, essa concepção foi iniciada pela febre dos lofts que
ocorrem nos anos de 1990 e, atualmente, é uma prática nos imóveis das cidades no
Brasil. Essa ideia sugere uma tendência a mobiliários que podem assumir diversas
funções e que se adaptam com facilidade em variados espaços.
Castro & Lima (2010, p. 7) afirmam que “a dificuldade de adequação dos espaços
residenciais em geral, está relacionada com a variedade e a quantidade crescente de
atividades desenvolvidas em seu interior, o que demanda a multifuncionalidade no
espaço e implica na necessidade de se adicionar funções a um mesmo mobiliário.”
Em relação ao atual mercado imobiliário brasileiro, Lago (2014, s. p.) destaca que,
A maior crítica à produção do mercado utiliza-se sem dúvida, do fato de que tais apartamentos continuam oferecendo espaços internos muito semelhantes aos de há um século atrás, para grupos familiares diversos e famílias nucleares totalmente transformadas. Principalmente nas grandes cidades, com a finalidade de reduzir gastos a habitação tem sido altamente padronizada, tipificada, diferentemente como que em acontecendo com os formatos familiares.
Puttini & Ribeiro (2009) constatam que, atualmente, a sobreposição de múltiplas
funções como a de trabalhar, estudar, repousar, receber, cozinhar e etc. contribui
diretamente para a criação de ambientes versáteis, como o loft ou o apartamento
compacto. Logo, é possível relembrar os primeiros anos do período colonial brasileiro,
onde eram realizadas diversas atividades em apenas um único espaço edificado.
23
Disponível em: http://www.setindowntown.com.br/Genebra; Acesso em junho de 2015.
2. apartamentos compactos
Atualmente, devido ao pouco espaço de área útil a ser construída nos principais
centros urbanos brasileiros e também o fato do preço elevado do metro quadrado, o
apartamento compacto se tornou uma das principais opções para as pessoas
morarem nos grandes centros urbanos. Lago (2014, s. p.) cita,
Em São Paulo, por exemplo, os dados nos mostram que tem aumentado o número de pessoas que escolhem o apartamento como moradia – em 1994, 12,6% das famílias moravam em apartamentos, dado que subiu para 17,9% no ano de 1998. No caso das classes média e alta – nosso alvo de estudos, a crescente expansão do território metropolitano, o desejo da centralidade e os altos índices de violência parecem estar associados à crescente demanda por tal modalidade habitacional.
Mesmo com a colaboração do crescimento da população para a diminuição nas
dimensões dos apartamentos, a principal justificativa para tal está interligada com a
especulação imobiliária, significando que quanto maior o número de habitações em
um empreendimento, maior é a movimentação de capital, ou seja, maiores serão os
lucros que a incorporada irá receber (SILVA e DUARTE, 2012).
Silva & Duarte (2012) afirmam que os edifícios verticais estão cada vez mais presentes
nas cidades e que, nos dias atuais, podem-se encontrar várias tipologias de
apartamentos, em diversas localidades, em tamanhos variáveis e para todos os tipos
de perfil de moradores, classe baixa, classe média, média alta e classe alta.
É importante citar que alguns autores relacionam a pouca metragem quadrada dos
apartamentos compactos com a tendência a espaços que permitem à sobreposição de
funções e/ou a flexibilidade no uso dos cômodos, como por exemplo, a sala de estar
ser na maioria das vezes, a sala de visitas, a sala de televisão (home theather) e a sala
de jantar. Santiago (2007, s. p.) questiona “Não estaríamos hoje diante de novas
alternativas de qualificação do espaço, em uma sociedade tendendo a superequipar-
se, onde o equipamento qualificaria os espaços permitindo a sobreposição de
funções?”. Já Mancuso (2004) observa a sobreposição de usos nos ambientes dos
apartamentos que possuem a área mais restrita e afirma que o modo de vida nesses
apartamentos compactos integra os ambientes os transformando em multifuncionais.
Oates (1991) reafirma que várias pessoas não querem ou não podem utilizar um
ambiente para uma só função, e que os moradores se veem atraídos por mobiliários
de armar e desarmar / pegar e levar onde seja possível uma rápida montagem ou
desmontagem, facilitando mudanças frequentes nos ambientes domésticos.
Spotorno (2014) destaca em reportagem para o site FOLHA DE SÃO PAULO24 que os
apartamentos compactos de até 50 m² (Figura 25) estão ganhando espaço nos
lançamentos de imóveis. Segundo o coordenador do núcleo de pesquisa de mercado
imobiliário da Escola Politécnica da USP, João da Rocha Lima Jr, essa “é uma
realidade que veio para ficar” e que a diminuição dos apartamentos não é uma
singularidade da cidade de São Paulo, o mesmo processo já ocorreu em grandes
metrópoles como Nova York, Londres e Tóquio. Segundo especialistas, a localização é
o principal motivo que faz as pessoas preferirem essa opção de moradia compacta. A
opção de morar em bairros mais centrais é uma maneira de não perder tempo no
traslado casa-trabalho, sendo assim, várias pessoas preferem morar em apartamentos
menores, pois priorizam a funcionalidade é permitida nesse tipo de habitação.
Figura 25. Apartamento com 50 m² em Jardim Anália Franco, São Paulo, 2013
Fonte: Site Even
25.
24
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/05/1461272-apartamentos-compactos-se-mantem-em-evidencia-apos-boom.shtml; Acesso em junho de 2015. 25
Disponível em: https://www.even.com.br/Imagens/Detalhes/concept-analia-franco/planta/Grande/2447.jpg; Acesso em junho de 2015.
Segundo reportagem de Mori & Correa (2014) para o site FOLHA DE SÃO PAULO26, à
medida que as cidades crescem os apartamentos diminuem de tamanho. Ele
acrescenta também, além dos apartamentos compactos na cidade de São Paulo, o
aparecimento de apartamentos ainda mais compactos, com área de apenas 18 m²
(Figura 26).
Figura 26. Apartamento com 20m² no Centro, São Paulo, 2015
Fonte: Site Setindowntown27
.
O professor de história da arquitetura na USP28 justifica que “é uma resposta do
mercado imobiliário à alta dos preços”, e segundo informações da Geoimóvel29, a
maioria destes apartamentos, chamados de “supercompactos” está localizada no
centro da cidade ou em regiões próximas às faculdades, estações de metrô etc. Nota-
se que abdicam de morar em um apartamento maior para, em troca, morarem
próximo do trabalho ou estudo, facilitando a locomoção no dia-a-dia pela cidade. É
comum encontrar nesses novos empreendimentos alguns serviços na área comum do
edifício, de uso coletivo dos moradores, como por exemplo, bicicletários e
lavanderias. A oferta destes serviços nas áreas comuns dos edifícios equilibra a falta
de armazenagem e de áreas de serviços nos apartamentos “ultracompactos”.
26
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2014/08/1508044-apartamentos-de-ate-30-m-sao-aposta-do-mercado-veja-como-decora-los.shtml; Acesso em junho de 2015. 27
Disponível em: http://www.setindowntown.com.br/Sao-Luis; Acesso em junho de 2015. 28
Sigla que significa Universidade de São Paulo. 29
“O GEOIMOVEL é uma empresa de soluções e pesquisas imobiliárias que oferece as mais diferenciadas ferramentas e instrumentos de análise mercadológica para as empresas que atuam no setor imobiliário, do setor financeiro, prefeituras e mercado da construção civil.” Disponível em: https://www.geoimovel.com.br/g3/quemsomos.asp; Acesso em junho de 2015.
Na matéria no site NEWWAY30 (2015, s. p.), observa-se a importância do morar em
uma boa localização e que a tendência do mercado imobiliário é fornecer
apartamentos cada vez menores no centro da cidade de São Paulo, porém com uma
ampla área de serviço para o uso coletivo. Relata:
Apartamentos compactos na região central se tornam atrativos principalmente devido à infraestrutura urbana já instalada, equipada com linhas de trem, metrô e ônibus. A mobilidade é decisiva nesses novos projetos, que oferecem apartamentos de alto padrão, apesar do tamanho, a no máximo um quilômetro de distância das estações de transporte público.
Como justificativa para a diminuição dos espaços nos apartamentos e o aumento das
opções de lazer nas áreas comuns dos edifícios, Castro & Lima (2010, p. 47) afirmam
que,
[...] é possível perceber que o modo de viver já não é como alguns anos atrás, os indivíduos já não passam a maior parte do seu tempo dentro das suas residências. [...] isso se deve ao crescimento econômico e industrial, pois esses indivíduos muitas vezes voltam para casa somente para a alimentação e o momento de descanso.
A Figura 27 ilustra o fato dos empreendimentos de apartamentos compactos
reforçarem a excelente localização que eles estão inseridos, listando vantagens como
trocar o automóvel por uma bicicleta e a facilidade de andar a pé para o trabalho, a
faculdade, os equipamentos de cultura e lazer, as lojas e os restaurantes. Uma boa
localização resume as principais aspirações do homem moderno: a mobilidade, a
conveniência, o ganho de tempo e o retorno do investimento (SETIN DOWNTOWN
GENEBRA, 2014).
30 Disponível em: http://www.newwayliberdade.com.br/apartamentos-compactos-no-centro-de-
sao-paulo/; Acesso em junho de 2015.
Figura 27. Anúncio publicitário de um empreendimento de apartamento compacto em São Paulo
Fonte: Site SETIN DOWNTOWN GENEBRA31
.
No que se refere à Vitória, a FOLHA VITÓRIA (2015) destaca a crescente procura por
imóveis compactos no mercado imobiliário da Grande Vitória. A reportagem
acrescenta que a maioria dos empreendimentos está localizada em bairro nobre e
perto de centros comerciais, academias, restaurantes e supermercados.
Em Belo Horizonte a tendência dos lançamentos imobiliários são os micro
apartamentos, com área quadrada total entre 18m² a 35m². Essa tendência já é uma
realidade em grandes metrópoles como Nova York, Paris e Londres. Logo, os mineiros
estão sendo apresentados para um novo modo de morar nas grandes cidades, que é: o
viver em um espaço compacto, porém em uma boa localização e com um
apartamento que seja funcional e bem planejado (MONTEIRO, 2015).
Segundo Carneiro (2015) na cidade do Rio de Janeiro o tamanho dos apartamentos
caiu cerca de 30% entre os anos de 2002 a 2014 de acordo com pesquisa elaborada
pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário – ADEMI-RJ. A
diminuição dos imóveis está diretamente relacionada com o crescente valor do custo
dos terrenos e atualmente, o conforto do imóvel está relacionado com a
funcionalidade e praticidade ao invés do número de metros quadrados.
31
Disponível em: http://www.setindowntown.com.br/Genebra; Acesso em junho de 2015.
2.1. O PERFIL DOS MORADORES
Uma série de mudanças sociais e culturais aconteceram nos últimos anos,
principalmente a partir dos anos 1960 até atualmente. Essas transformações, além de
alterarem o espaço doméstico e a forma como as pessoas se adaptam a ele, também
alteraram, significamente, a família e os seus modos de viver.
As composições familiares passaram a apresentar uma vasta variedade de
configurações. Os principais fatores que geraram o aumento no número de estruturas
familiares não tradicionais foram: a diminuição da taxa de natalidade, o aumento na
expectativa de vida, a prorrogação do casamento, a redução no tamanho das famílias
e o crescimento do número de divórcios (BRANDÃO, 2002). Teixeira (2011) confirma
que a tradicional família nuclear está diminuindo em todo o país e pela primeira vez na
história deixa de ser a maioria, quando passou de 55% para 47% nessa década, logo,
os outros tipos de famílias estão ganhando maior peso.
Segundo Teixeira (2011), questões que interferem na conformação da família, como o
número de divórcios e a taxa de fecundidade, estão diretamente ligadas com o
aumento no número de mulheres no mercado de trabalho. Berquó (1989) e Brandão
(2002) reforçam que a crescente entrada da mulher no mercado de trabalho, a
liberação sexual e o individualismo evidenciado são tendências que atuam com a
finalidade de modificar o tamanho, a estrutura e a função da família nuclear.
Conforme a projeção da população do Brasil realizada pelo IBGE em 2013, ver Figura
28, a taxa de fecundidade total – número médio de filho que uma mulher teria ao final
do seu período fertil – nos últimos anos, está em um processo intenso de declínio e no
ano de 2015 ela irá ser inferior a 1,8 filhos.
Figura 28. Taxa de Fecundidade Total – Brasil – 2000 a 2015
Fonte: Site IBGE32
- Projeção da População do Brasil, 2013.
Desta forma nota-se que os fenômenos demográficos possuem implicação direta na
habitação. De acordo com Tramontano (1993), o novo quadro sóciodemográfico
evidencia a presença de cinco grupos fundamentais, que são: 1. Nova família nuclear –
grupo familiar cada vez menos predominante e com menor número de filhos; 2.
Famílias monoparentais – grupo familiar formado em torno do pai ou da mãe, viúvos
ou separados, com ou sem novo cônjuge; 3. Uniões livres – casais sem vínculos legais e
sem filhos; 4. Pessoas vivendo sós – modo de vida urbano, de pessoas cultas e
instruídas; e 5. Coabitação sem vínculo conjugal ou de parentesco – coabitação de
trabalhadores jovens, as uniões homossexuais e as repúblicas de estudantes.
Para Camargo (2003), o morador das grandes metrópoles apresenta uma tendência de
viver sozinho ou de se juntar em perfis familiares que se distanciam do tradicional
arranjo da família nuclear – composta por pai, mãe e filhos. Segundo Maia (2011), a
quantidade de pessoas que vivem sozinhas está ligada a fatores como: o aumento na
longevidade da população, o crescente número de divórcios, o casamento tardio e o
maior número de casos onde os cônjunges decidem morar em casas diferentes.
32
Disponível em: http://brasilemsintese.ibge.gov.br/pt/populacao/taxas-de-fecundidade-total; Acesso em junho de 2015.
Brandão (2002, p. 46) realça que esse novo grupo familiar composto por pessoas que
vivem sós, “compõe-se de pessoas que possuem, em média, um poder aquisitivo alto
[...] Além disso, sendo indivíduos mais independentes, os empreendimentos e os
serviços oferecidos buscam reforçar essa característica. Assim, uma tendência que
vem sendo adotada pelos incorporadores está em disponibilizar infraestrutura que
permita ao morador resolver alguns dos problemas do dia-a-dia no próprio edifício”.
Na cidade de Vitória, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE), o número de pessoas que vivem sozinhas aumentou cerca de 60%
entre os anos de 2000 a 2010. De acordo com uma pesquisa realizada no mesmo
período, as unidades domésticas aumentaram de 8,6% para 12,1% em todo o
território brasileiro, comprovando ser uma tendência nacional. Existem diversos
motivos para o aumento, como: os divórcios, o crescente número de idosos, o gosto
pela liberdade e o casamento tardio dos jovens (ZANOTTI, 2011).
De acordo com a máteria no site revista ISTOÉ (2013), nas próximas décadas a
maioria das moradias, em todo o mundo, terão um só habitante. No Brasil,
comparando o senso de 2000 entre o de 2010, o número de casas com um só morador
subiu cerca de 40%. As justificativas para esse fenômeno são: a estabilidade
econômica, a independência feminina e, por fim, a revolução dos meios de
comunicação.
Quando a temática discutida é sobre o habitante da metrópole no século XXI, vários
estudos apontam sobre o cidadão que vive sozinho ou que se agrupa em formatos de
família diversos, que participa à distância das redes às quais faz parte, que trabalha
em casa, que exige equipamentos públicos para o encontro e que procura sua
identidade a partir do convívio com a informação (TRAMONTANO, 2007).
Segundo a reportagem de Mori & Correa (2014) para o site FOLHA DE SÃO PAULO, o
crescimento da população de estudantes universitários, jovens que demoram a se
casar e a ter filhos e divorciados é uma tendência demográfica que as construtoras
têm investido. De acordo com Alexandre Lafer Frankel, CEO da construtora Vitacon,
“está acontecendo uma mudança de mentalidade. É um público jovem, que não quer
depender de empregada, que anda de bicicleta, que prefere morar perto do trabalho e
não pegar trânsito".
Na matéria do site Revista Zap Imóveis (2013) para os empreendimentos compactos,
o público alvo é composto por estudantes e executivos e destaca a presença de
bicicletários, lavanderia coletiva e espaço gourmet nas áreas de uso coletivo dos
empreendimentos como sendo um diferencial a ser considerado.
O perfil de usuários para os empreendimentos com características compactas
segundo a reportagem do site FOLHA VITORIA (2015) é de jovens, solteiros, idosos e
recém-casados.
De acordo com os autores citados acima, pode-se constatar que, em sua a maioria, os
perfil de moradores para apartamentos compactos são, principalmente, de jovens,
solteiros, que vivem sós e possuem um alto poder aquisitivo ou de recém-casados e
idosos. Devido a evolução da comunicação e dos preços elevados do metro quadrado,
as pessoas não se sentem solitárias com o morar sozinho e preferem adquirir um
imóvel com metragem quadrada mais reduzida e priorizam uma boa localização e a
existência de serviços, como lavanderia ou espaço gourmet, no próprio edifício que
resolvam a problemática da falta de espaço dentro do apartamento.
2.2. AS EXIGÊNCIAS MÍNIMAS DO ESPAÇO E CONFORTO
Os apartamentos compactos são moradias que apresentam dimensões mínimas nos
cômodos, uma vez que o mais importante é aproveitar ao máximo o espaço interno
com conforto para seus usuários.
No que concerne às questões de espaço, Costa Filho (2005) e Brandão (2002)
esclarecem que a compactação dos espaços de morar afeta o desempenho de
atividades corriqueiras e a distribuição da mobília no interior dos ambientes
domésticos, ocasionando influências no modo de morar do habitante que ocupa este
espaço.
Para Groupius (1997, p. 151) a habitação mínima é “[...] um mínimo elementar de
espaço, ar, luz e calor que o homem precisa para não sofrer, por causa da moradia,
inibição no pleno desenvolvimento de suas funções vitais [...]”. O fato é que essa
definição analisa somente a relevância dos elementos ambientais na questão da
adequabilidade do espaço às exigências de morar do homem. Marroquim (2007)
acrescenta que ideia de habitação mínima começou a ser interligada à dimensão
mínima dos espaços, o que ocasionou grande parcela dos problemas de edificações
inadequadas em relação aos desejos e necessidades dos seus usuários.
Groupius (1997) enfatiza que modificações essenciais na estrutura social dos povos
devem servir como ponto inicial para a realização de qualquer programa prático das
residências mínimas. Silva (1982) acresce que é necessário que a habitação atenda as
transformações ocorridas conforme a evolução social que se inicia os casais, depois
têm os filhos recém-nascidos, as crianças, a fase escolar, a adolescência, até atingirem
a idade adulta. Além de também ser fundalmental pensar nas variadas
transformações das relações sociais que alteram a estrutura da família e determinam
exigências particulares na conformação espacial da habitação. O projeto da moradia
gerado apenas da economia do espaço geométrico ocasiona desarticulação entre os
ambientes e equipamentos e como consequência, um prejuízo de caratér funcional
para o edifício.
Assim, de acordo com o exposto anteriormente, a estipulação da área mínima se
torna controversa quando se determina como limite quantitavo para satisfazer certas
exigências do espaço de morar. Devido ao fato de que, por um lado o tamanho do
espaço e a quantidade de equipamentos estão suficientes de acordo com as
exigências físicas das atividades e das propriedades antropométricas e mecânicas das
ações, de outro lado, encontram os requisitios psicossomáticos que podem vir a gerar
insatisfações e pertubações no desenrolar de alguma atividade, mesmo quando o
espaço atender as necessidades mínimas de espaço (PORTAS, 1969).
Para realizar um projeto adequado em uma habitação é fundamental o conhecimento
prévio do modo de vida do morador em questão, pois o conjunto de exigências, o
comportamento e as atitudes de cada família são únicas e dependentes do contexto
social-cultural no qual a família vive. O espaço da residência, para se tornar uma
moradia, é necessário seguir determinados valores e expectativas que os moradores
depositam em uma habitação. Sobre a questão espacial Folz (2002, p. 81) relata:
A necessidade espacial não é um simples número de área equacionado por X pessoas ou a definição de um dimensionamento mínimo por cômodo. Na realidade existe uma interação de muitas variáveis, e a percepção de espaço pode ser afetada pela atividade a ser desenvolvida, pelos costumes e hábitos no uso do espaço, pelas características físicas específicas de determinado espaço, e mesmo pelo mobiliário que está equipando este espaço.
A compreensão dos elementos que influenciam no julgamento das dimensões físicas
de um ambiente, podem facilitar na descoberta de soluções que aumentam a
sensação do espaço, mesmo quando não existir a ampliação de superfície. Como por
exemplo a flexibilidade na disposição dos móveis e a sua qualidade projetual33.
No que concerne às questões de conforto, Folz (2002) relata que para oferecer
conforto doméstico ao espaço arquitetônico, a habitação necessita estar equipada
com objetos úteis para a execução de tarefas dentro da casa. No grupo dos “móveis e
aparelhos domésticos” estão presentes: os aquecedores, luminárias, utensílios de
lavanderia, cozinha e louças, móveis, objetos de higiene e limpeza e material para
reparos e manutenções. As características fundamentais para qualquer utensílio ou
móvel é possuir um tempo longo de vida, possuir comodidade na utilização, a
33 “Inúmeros são os aspectos desta qualidade (estética, funcional, formal, material, ambiental,
econômica) que culminam no objeto [...] construído, mas que tem sua definição no processo projetual.” (VILLA e ORNSTEIN, 2009)
manutenção ser barata e fácil. Também é importante destacar a importância dos
móveis decorativos ou simples adornos, mesmo que esses objetos não fossem de uso
indispensável, eles deixam a moradia com um ambiente agradável.
Segundo Panero e Zelnik (2002), independentemente do tipo e do tamanho do
espaço residencial as diversidades das atividades dentro das residências são
surpreendentes. As atividades realizadas nesses ambientes são inúmeras, as pessoas:
relaxam, meditam, descansam, dormem, alimentam-se, fazem serviços domésticos,
cozinham, leem etc. Também é o espaço onde as pessoas passam, no mínimo,
metade do tempo que estão acordadas.
3. o mobiliário multifuncional residencial
Após a realização de uma análise histórica e atual sobre a forma de morar brasileira
nos capítulos anteriores, foi possível observar a constante transformação da moradia
brasileira. Com o crescimento das moradias compactas em todo o território brasileiro
surgiu à necessidade dos ambientes internos serem reconfiguráveis, ou seja, um
mesmo ambiente ou espaço ter a capacidade de atender mais de uma atividade.
Tramontano e Nojimoto (2003) confirmam que os elementos que irão compor os
ambientes internos dos apartamentos compactos precisam possuir certa
multifuncionalidade com a capacidade de sobrepor funções em um mesmo elemento.
A multifuncionalidade nos espaços internos pode estar presente através de divisórias
móveis, painéis e armários deslizantes e, por fim, o mobiliário que é responsável por
uma grande parcela do funcionamento do espaço doméstico.
Segundo Folz (2002), os diferentes equipamentos e móveis surgiram pela necessidade
de um mesmo espaço precisar abrigar diferentes funções durante o dia e durante a
noite. Foi em compartimentos de trens e navios a vapor que surgiram muitas ideias de
mobiliário conversível, compacto e multifuncional. Nas cabines compactas surgiu o
beliche, onde o móvel utilizou, além da área formada pela largura e comprimento, a
altura; fazendo com o que fosse possível abrigar mais pessoas em um local onde,
anteriormente, só havia espaço para uma pessoa (ver Figura 29).
Figura 29. Beliche inserido em uma cabine de navio a vapor de 1840
Fonte: Giedion, 1975, p. 448 apud Folz, 2002, p. 58.
Na edição de 2015 do Salão do Móvel de Milão34, um dos destaques foi o móvel
multifuncional. Segundo Kohlmann (2015) a versatilidade foi à aposta de várias
empresas e produtos. Como os espaços de morar estão com as metragens cada vez
mais reduzidas, o conceito de multifuncionalidade tem o objetivo de aproveitar o
espaço de forma mais satisfatória. Como exemplo, o projeto “As if from nowhere...” da
designer Orla Reynolds (ver Figura 30) é uma estante que envolve flexibilidade e
multifuncionalidade, que, além de armazenar livros e objetos decorativos, também
engloba duas mesas e quatro cadeiras que podem ser posicionadas no ambiente
conforme a necessidade do usuário.
Figura 30. Móvel multifuncional da designer Orla Reynolds.
Fonte: Site “Blog VC APTO” 35
O conceito da palavra multifuncionalidade compreende-se por um simples objeto
exercer diversas funções e apenas uma função ser exercida por diferentes objetos
(FOLZ, 2003). Logo, a ideia de um móvel multifuncional pode ser definida como um
único mobiliário que: possua apenas um elemento que execute mais de uma função;
atenda o seu principal propósito e os demais que serão incorporados.
34
“O Salão do Móvel de Milão é reconhecido mundialmente pelo lançamento de tendências de materiais, acabamentos e formas, mas, principalmente, em relação a soluções inovadoras e sustentáveis.” Disponível em: http://apto.vc/blog/2015/08/20/moveis-multifuncionais-foram-destaque-no-salao-de-milao/; Acesso em outubro de 2015. 35
Disponível em: http://apto.vc/blog/2015/08/20/moveis-multifuncionais-foram-destaque-no-salao-de-milao/; Acesso em outubro de 2015.
O mobiliário multifuncional residencial assume uma função requalificadora em
relação à habitação que ele está inserido, logo, se faz necessário o mobiliário:
acompanhar as mudanças que estão acontecendo no modo de vida e de morar, e
acabar com o engessamento funcional que ainda ocorre na ambientação das
residências no Brasil (DEVIDES, 2006).
Pode-se concluir que os mobiliários multifuncionais estão no mercado para suprir a
demanda da nova forma de morar brasileira, onde os apartamentos estão cada vez
menores e com os espaços mais integrados. Com a utilização de móveis
multifuncionais é possível otimizar o espaço dentro das residências, modificando a
configuração dos cômodos ao decorrer do dia com simples movimentos e tornando
possível a utilização de um mesmo cômodo para diversas atividades.
3.1. AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MOBILIÁRIO MULTIFUNCIONAL
Nesse tópico foram abordadas de maneira sucinta as principais características
relacionadas ao projeto de mobiliário multifuncional. Algumas das características que
se encontram presentes nos mobiliários multifuncionais são: a própria
multifuncionalidade, a flexibilidade, a mobilidade, a permutabilidade e a versatilidade
(GODOY, FERREIRA e SANTOS, 2015).
Tramontano e Nojimoto (2003) definem uma peça multifuncional de duas formas: na
primeira, o objeto é multifuncional quando diferentes funções são definidas para um
único objeto ainda no projeto, podendo ocorrer de forma independente das outras ou
serem sobrepostas, como um móvel com nichos para armazenagem que também
pode ser usado como cadeira ou como mesa: as três funções podem ocorrer ao
mesmo tempo ou de forma alternada (Figura 31).
Figura 31. Estante com nichos que se transforma em mesa com cadeiras da designer Sakura Adachi
Fonte: Site Sakura Adachi36
Já a segunda maneira que uma peça multifuncional pode ser caracterizada, ainda de
acordo com Tramontano e Nojimoto (2003), é quando o móvel não tem uma função
pré-determinada, ou seja, com a indeterminação de funções cabe ao usuário conferir-
lhe diversos usos de acordo com a sua necessidade. Como podem ser observados, na
Figura 32, vários blocos de formatos iguais podem ser utilizados com várias funções
diferentes, como uma mesa, um sofá, um grande futon ou uma cama.
36 Disponível em http://sakurah.net/portfolio_page/trick/; Acesso em março de 2015.
Figura 32. Módulos multifuncionais
Fonte: Site Cria Design Blog37
A Figura 32 também é um exemplo de um mobiliário multifuncional que tem
característica modular. A modularidade cria a possibilidade de um mesmo objeto ser
composto por diferentes partes, chamadas de módulos, que podem existir separados
uns dos outros e que possam se relacionar entre si, formando várias versões de um
mesmo produto e facilitando ocasionais alterações dos usos (GODOY, FERREIRA e
SANTOS, 2015).
As palavras multifuncionalidade, flexibilidade e modulação são características que
vivem em conjunto e se correlacionam. A multifuncionalidade proporciona uma
flexibilidade que pode ser adquirida pela modulação (FOLZ, 2002).
O termo multifuncionalidade pode ser definido como a habilidade de um objeto de se
adaptar a diversas necessidades do usuário, ou seja, a multifuncionalidade está
relacionada com a capacidade de um objeto oferecer mais de uma função (GODOY,
FERREIRA e SANTOS, 2015).
Nas figuras abaixo se encontram alguns exemplos de mobiliários multifuncionais,
onde um único objeto desempenha mais de uma função de acordo com a necessidade
do usuário.
37
Disponível em: http://www.criadesignblog.com/post/6537/os-modulos-que-podem-compor-varias-pecas-de-mobiliario; Acesso em outubro de 2015.
O mobiliário presente na Figura 33 é uma mesa de centro que pode ser utilizada para
apoiar objetos, e com o auxílio de ferragens adequadas o tampo dela se levanta,
modificando sua função, para se tornar uma mesa mais alta que pode ser utilizada
para refeições ou para estudos.
Figura 33. Mesa de centro baixa que se transforma em uma mesa alta
Fonte: Blog Atualiza Design38
Na Figura 34 o mobiliário além de também poder ser definido como sendo uma mesa
de centro, com um único movimento, o objeto tem a possibilidade de se transformar
em uma poltrona.
Figura 34. Mesa de centro que vira poltrona
Fonte: Blog Atualiza Design39
38
Disponível em: https://atualizadesign.wordpress.com/2012/03/19/mobiliario-multifuncional/; Acesso em junho de 2015. 39
Disponível em: https://atualizadesign.wordpress.com/2012/03/19/mobiliario-multifuncional/; Acesso em junho de 2015.
De acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2010), flexibilidade é uma
qualidade ou estado de flexível, um adjetivo que pode ser aplicado a alguém ou
alguma coisa, tem como significado algo que se pode dobrar ou curvar e que seja
maleável, de fácil manejo. Já segundo Godoy, Ferreira e Santos (2015) a palavra
flexibilidade significa a habilidade que um único objeto possui de se adaptar a diversas
necessidades ou situações que o usuário necessite.
Desta forma, pode-se dizer que a flexibilidade quando relacionada aos mobiliários
está aliada: com a facilidade desse móvel em ser manuseado e utilizado, e com a
capacidade desse mobiliário de se mover ou de se dobrar.
Na Figura 35, se observa uma cadeira que além de ser um objeto facilmente
transportável, também modifica a sua forma e função, se transformando em um
quadro decorativo para se pendurar na parede.
Figura 35. Cadeira dobrável que se transforma em quadro
Fonte: Site Amazon Interart40
Outra característica que pode ser encontra nos mobiliários multifuncionais é a
versatilidade. Segundo o dicionário Aurélio (2010), a palavra versatilidade é um
adjetivo que significa algo que possui a capacidade de se mover facilmente, que é
propenso à mudança; inconstante, volúvel, mutável. Desta maneira, pode-se dizer
que a versatilidade quando vinculada aos mobiliários multifuncionais está relacionada
com a facilidade que esse móvel será movimentado dentro do ambiente, permitindo a
criação de novas funções e alterando o layout de maneira provisória.
40
Disponível em: http://www.amazoninterart.com/wp-content/uploads/2009/10/002.jpg; Acesso em outubro de 2015.
A Figura 36 ilustra um exemplo de mobiliário que tem como característica a
multifuncionalidade, a flexibilidade e a versatilidade. O que proporciona a flexibilidade
é a capacidade de se fechar, de se dobrar e de se guardar quando se tornar necessário.
A multifuncionalidade está presente em cada módulo possuir diversos usos, como o
módulo da cozinha que além de oferecer uma mesa de apoio para refeições, também
possui: uma pia e espaço para armazenamento. E a versatilidade está relacionada a
possibilidade que os módulos possuem de se movimentar, seja dentro de um mesmo
ambiente ou até para outros ambientes da moradia.
Figura 36. Módulos multifuncionais, flexíveis e versáteis de cozinha, estudo e quarto
Fonte: Site Freshome41
Além das características e das definições citadas por alguns autores, também foi
possível identificar outras características através da realização de pesquisas que
tinham o intuito de procurar alguns exemplos de mobiliários multifuncionais
existentes no mercado.
41
Disponível em: http://cdn.freshome.com/wp-content/uploads/2008/09/mobile-furniture.jpg; Acesso em março de 2015.
Como na Figura 37, em um mesmo objeto é possível encontrar duas funções
diferentes; ao mesmo tempo em que o móvel pode ser utilizado como uma mesa com
um movimento simples e intuitivo ele também pode ser transformado em um quadro
decorativo. Logo esse mobiliário tem como característica a dupla função de uso.
Figura 37. Mesa dobrável fixada na parede como um quadro
Fonte: Blog Atualiza Design42
Na Figura 38 o mobiliário além de apresentar a possibilidade de exercer duas funções,
como mesa de centro e como mesa de refeições, também possui a capacidade de
ampliar o espaço que estava sendo destinado para ele, criando assim a possibilidade
de aumentar o número de pessoas que podem se sentar a mesa.
Figura 38. Mesa de centro com possibilidade de se transformar em mesa para refeições
Fonte: Blog Atualiza Design43
42
Disponível em: https://atualizadesign.wordpress.com/2012/03/19/mobiliario-multifuncional/; Acesso em junho de 2015. 43
Disponível em: https://atualizadesign.wordpress.com/2012/03/19/mobiliario-multifuncional/; Acesso em junho de 2015.
Além das principais características dos mobiliários multifuncionais
(multifuncionalidade, flexibilidade, modularidade e versatilidade), uma semelhança
que pode ser constatada em todos os exemplos que foram citados nesse tópico do
Capítulo 3 é que os mobiliários multifuncionais não apresentam excesso de detalhes e
não aparentam ser móveis pesados e de difícil locomoção. Como a prioridade desse
tipo de móvel é, de fato, a funcionalidade. São móveis que apresentam linhas claras e
simples com caráter minimalista e com os materiais mais leves possíveis, facilitando
assim o seu uso para diferentes funções.
3.2. A ANTROPOMETRIA APLICADA PARA O MÓVEL MULTIFUNCIONAL
Nesse tópico será realizada uma breve abordagem sobre a relação da antropometria
com o mobiliário, principalmente, o mobiliário multifuncional. Primeiramente, o
termo antropometria é originado de duas palavras gregas: antro que significa homem
e metro que significa medida.
A antropometria é a ciência que estuda as relações das dimensões humanas com o seu
desempenho e sua habilidade de utilizar um espaço onde são realizadas diversas
atividades, manipulando os equipamentos e mobiliários adequados para a execução
das mesmas (BOUERI FILHO, 2008).
Os mobiliários residenciais são fabricados para serem utilizados por pessoas. Logo,
em cada etapa projetual do desenvolvimento de um móvel é de extrema importância
o conhecimento prévio das dimensões e dos movimentos do corpo humano para, por
fim, determinar o tamanho e a forma dos mobiliários. Com este estudo prévio, se
torna mais garantido que o mobiliário irá atender as exigências de conforto e
qualidade do usuário.
Neufert (1998, p. 18) enfatiza que,
“Todos os que pretendem dominar a Construção devem começar por praticar para adquirir a noção da escala e proporções do que tenham que projetar; sejam móveis, salas, edifícios, etc. Obtemos uma ideia mais correta da escala de qualquer coisa quando vemos junto dela um homem, ou uma imagem que represente suas dimensões. [...] Todos os que projetam devem conhecer a razão por que se adaptam certas medidas [...]. Devem saber as relações entre os membros de um homem normal e qual é o espaço que necessita para se deslocar, para trabalhar, para descansar em várias posições.“
É importante o arquiteto possuir o conhecimento das exigências físicas, fisiológicas,
culturais, etc., com o intuito de utilizá-lo na idealização do espaço (PORTAS, 1966).
Logo, o profissional da área de arquitetura necessita demonstrar as relações do
espaço que está projetando com as necessidades e atividades comportamentais das
pessoas que irão utilizar este espaço.
Com a intenção de compreender melhor a palavra antropometria para a arquitetura e,
também, para o mobiliário residencial, Boueri Filho (2008) estabeleceu dois conceitos
básicos que são: a antropometria estática, que se refere às dimensões físicas do corpo
humano parado; e a antropometria dinâmica que está relacionada com as dimensões
humanas para determinadas situações que envolvam movimento, alcances e ângulos
na execução de medidas dinâmicas.
No que diz respeito à antropometria estática, Boueri Filho (2008) desenvolveu
inúmeras tabelas com dados antropométricos para o projeto de habitação. É
importante ressaltar que as medidas do corpo humano encontradas nas tabelas são
apontadas apenas como uma ferramenta e não como uma solução final para o
projeto.
Na Tabela 1, está à representação de todas as tabelas que foram elaboradas com as
medidas corporais humanas juntamente com as fontes bibliográficas que foram
utilizadas pelo autor para a obtenção dos dados (BOUERI FILHO, 2008).
Tabela 1. Enumeração de todas as tabelas com as dimensões estáticas produzidas pelo autor Boueri Filho (2008)
Fonte: BOUERI FILHO, J. J. Antropometria aplicada à arquitetura, urbanismo e desenho industrial. 1ª. ed. São Paulo: Estação das Letras e Cores Editora, v. I, 2008. p.87
Apenas com o intuito de exemplificar as informações obtidas pelo Boueri Filho (2008),
a Tabela 2 é apenas uma tabela das vinte e cinco tabelas elaboradas pelo o mesmo
autor contendo as dimensões estáticas do corpo humano adulto.
Tabela 2. Dimensão da largura máxima do corpo humano
Fonte: BOUERI FILHO, J. J. Antropometria aplicada à arquitetura, urbanismo e desenho industrial. 1ª.
ed. São Paulo: Estação das Letras e Cores Editora, v. I, 2008. p.87
A seguir se encontram as Figuras Figura 39, Figura 40 e Figura 41 que ilustram as
dimensões mínimas do corpo humano para diferentes necessidades espaciais em
diversas posições.
Figura 39. Medidas mínimas de espaço do corpo humano na posição de uma pessoa em pé
Fonte: NEUFERT, P.; NEFF, L. Casa Apartamento Jardim. 2ª. ed. [S.l.]: Gustavo Gili, 2007, p.3
Figura 40. Medidas mínimas do corpo humano na posição de uma pessoa sentada ou agachada
Fonte: NEUFERT, P.; NEFF, L. Casa Apartamento Jardim. 2ª. ed. [S.l.]: Gustavo Gili, 2007, p.3
Figura 41. Medidas mínimas do corpo humano na posição de uma pessoa sentada ou deitada
Fonte: NEUFERT, P.; NEFF, L. Casa Apartamento Jardim. 2ª. ed. [S.l.]: Gustavo Gili, 2007, p.2
No que se diz respeito da antropometria dinâmica, as figuras 42, 43, 44 e 45, ilustram
as medidas mínimas do corpo humano quando estão realizando algum tipo de
movimento para realização de determinadas atividades ou tarefas. É necessária a
compreensão dessas medidas para a realização de um projeto de mobiliário de
qualidade.
Figura 42. Dimensão mínima para movimentos sem obstrução
Fonte: GURGEL, M. Projetando espaços: design de interiores. São Paulo: Editora Senac, 2007, p. 130.
Figura 43. Movimento para alcançar coisas no alto
Fonte: GURGEL, M. Projetando espaços: design de interiores. São Paulo: Editora Senac, 2007, p. 131.
Figura 44. Dimensão mínima para a execução de tarefas relacionadas a uma mesa e ao um móvel para se sentar
Fonte: NEUFERT, P.; NEFF, L. Casa Apartamento Jardim. 2ª. ed. [S.l.]: Gustavo Gili, 2007, p.3
Figura 45. Dimensões mínimas para a execução de tarefas: em pé, de joelhos, sentado ou acocorado
Fonte: NEUFERT, P.; NEFF, L. Casa Apartamento Jardim. 2ª. ed. [S.l.]: Gustavo Gili, 2007, p.3
Também é possível associar a antropometria dinâmica com as medidas adequadas
que os mobiliários precisam possuir para que o usuário utilize e manuseie o mobiliário
de forma adequada e, principalmente, confortável. Para isso alguns autores
demonstram por meio de figuras as medidas mínimas padrões para determinadas
atividades ou para tipos de mobiliários específicos.
No que diz respeito aos mobiliários encontrados, normalmente, nas salas de estar,
Gurgel (2007), afirma que existem no mercado vários modelos de sofás, poltronas,
mesas de centro, mesas laterais e etc. com as medidas que podem variar em alguns
centímetros. Porém nas figuras 46, 47 e 48 é possível observar algumas medidas
mínimas que podem ser consideradas para esses tipos de mobiliários e para os
espaços necessários de circulação entre eles.
Figura 46. Algumas medidas mínimas de espaço ou mobiliário para situações em salas de estar
Fonte: GURGEL, M. Projetando espaços: design de interiores. São Paulo: Editora Senac, 2007, p. 132.
Figura 47. Espaço necessário para convívio ou leitura
Fonte: NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. 13ª. ed. São Paulo: Editorial Gustavo Gili, S.A., 1998, p.170.
Figura 48. Dimensões mínimas para cadeiras, poltronas ou sofás
Fonte: GURGEL, M. Projetando Espaço - Guia de Arquitetura de Interiores Para Áreas Residenciais. São Paulo: Senac São Paulo, 2003, p. 97.
Para os ambientes compostos por mesas de refeições é importante observar a medida
ideal da mesa em relação ao número de pessoas que irão utilizá-la e o espaço de
circulação necessário para que as pessoas se movimentem ao redor da mesa sem
atrapalhar as pessoas que já estão sentadas (Figura 49, Figura 50, Figura 51, Figura 52
e Figura 53).
Figura 49. Dimensões mínimas para mesas circulares de acordo com a quantidade de pessoas ao redor da mesa
Fonte: GURGEL, M. Projetando Espaço - Guia de Arquitetura de Interiores Para Áreas Residenciais. São Paulo: Senac São Paulo, 2003, p.126.
Figura 50. Dimensões mínimas para mesas retangulares de acordo com a quantidade de pessoas em volta da mesa
Fonte: GURGEL, M. Projetando Espaço - Guia de Arquitetura de Interiores Para Áreas Residenciais. São Paulo: Senac São Paulo, 2003, p.126.
Figura 51. Dimensões mínimas para mesas de jantar extensíveis
Fonte: NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. 13ª. ed. São Paulo: Editorial Gustavo Gili, S.A., 1998, p.167.
Figura 52. Dimensões mínimas para mesas e espaço de circulação ao redor delas
Fonte: GURGEL, M. Projetando espaços: design de interiores. São Paulo: Editora Senac, 2007, p. 133.
Figura 53. Menor espaço para uma mesa de refeições
Fonte: NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. 13ª. ed. São Paulo: Editorial Gustavo Gili, S.A., 1998, p.169.
Em relação à cozinha é importante observar as larguras das mesas e bancadas para
preparo de alimentos e, principalmente, as dimensões em relações as alturas de
bancada e dos armários sob as bancadas (Figura 54 e Figura 55).
Figura 54. Alturas e profundidades adequadas para os mobiliários em uma cozinha
Fonte: NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. 13ª. ed. São Paulo: Editorial Gustavo Gili, S.A., 1998, p.163.
Figura 55. Dimensão da profundidade adequada para bancadas e socos e espaço necessário para limpeza
Fonte: NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. 13ª. ed. São Paulo: Editorial Gustavo Gili, S.A., 1998, p.167.
As alturas adequadas para as prateleiras de armazenagem de alimentos estão
diretamente relacionadas com as dimensões do corpo humano, como pode ser
observado na Figura 56.
Figura 56. Alturas e profundidades adequadas para armários de cozinha em relação as medidas do corpo humano
Fonte: GURGEL, M. Projetando espaços: design de interiores. São Paulo: Editora Senac, 2007, p. 135.
Para os mobiliários presentes nos quartos, como camas, guarda-roupas e bancadas de
estudos, nas figuras Figura 57, Figura 58 e Figura 59 são observadas algumas medidas
mínimas adequadas para a circulação, para o tamanho e a altura de mobiliários e para
a realização de algumas determinadas atividades.
Figura 57. Sugestões de distâncias e alturas para mobiliários em dormitórios
Fonte: GURGEL, M. Projetando espaços: design de interiores. São Paulo: Editora Senac, 2007, p. 136.
Figura 58. Dimensões adequadas para sofá-cama extensível (8) e para camas rebatíveis (15 e 16)
Fonte: NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. 13ª. ed. São Paulo: Editorial Gustavo Gili, S.A.,
1998, p.176.
Figura 59. Espaço que as roupas ocupam dentro dos armários
Fonte: NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. 13ª. ed. São Paulo: Editorial Gustavo Gili, S.A., 1998, p.174.
3.3. OS MECANISMOS GERAIS UTILIZADOS NOS MÓVEIS MULTIFUNCIONAIS
As principais características presentes no mobiliário multifuncional estão diretamente
relacionadas com alguns mecanismos utilizados em sua fabricação. A
multifuncionalidade, a flexibilidade, a modularidade e a versatilidade se encontram
presentes nos mobiliários multifuncionais graças à existência desses mecanismos
utilizados nos projetos e na execução destes móveis que facilitam o emprego dessas
características nos mobiliários.
O emprego dos mecanismos adequados torna o móvel mais prático no dia a dia,
facilitando a sua utilização pelo usuário. Para Folz (2003) o melhoramento técnico dos
mobiliários multifuncionais foi proporcionado por alguns desses mecanismos. Neste
tópico serão apresentados alguns exemplos dos mecanismos existentes no mercado.
Existe uma grande variedade de rodízios existentes no mercado e a colocação dos
rodízios nos mobiliários tem como objetivo facilitar a versatilidade do móvel,
possibilitando o seu deslocamento com o menor esforço possível. Os rodízios
utilizados para aplicações em geral (Figura 60) são feitos com material de poliamida,
possuem acabamento transparente e tem a possibilidade de vir com ou sem freio
embutido; normalmente eles são instalados em mobiliários onde eles irão ficar
aparentes, como por exemplo: gaveteiros, cadeiras, puffs ou baús.
Figura 60. Rodízios para aplicações gerais
Fonte: Site Hafele44
44
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?startpage=10.1; Acesso em novembro de 2015.
Também existem os rodízios de embutir (Figura 61) que são feitos com plástico e não
possuem opção com freio; normalmente eles são utilizados em portas, gaveteiros ou
mesas, são embutidos diretamente na marcenaria e ficam quase que totalmente
escondidos da visão do usuário.
Figura 61. Rodízios para embutir sem função de freio
Fonte: Site Hafele45
Os rodízios podem ser utilizados para as mais diversas funções como, por exemplo,
em um sistema deslizante para camas. Na Figura 62 é possível observar uma espécie
de beliche separada por uma mesa, com a instalação de rodízios nas duas
extremidades das camas e da mesa foi possível proporcionar movimento para todos
os três mobiliários, permitindo a abertura total do móvel ou o seu fechamento total,
com o intuito de ganhar espaço no ambiente quando a cama e a mesa debaixo não
estiverem sendo utilizadas.
Figura 62. Sistema deslizante para camas e mesa
Fonte: Site Häfele46
45
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?startpage=10.1; Acesso em novembro de 2015.
A Figura 63 está ilustrando um exemplo de ferragem utilizada na aplicação de mesa
extraível, que fica embutida em algum móvel e que tem a possibilidade de sair e criar
uma nova área para preparo de alimentos ou até mesmo para se realizar refeições.
Figura 63. Ferragem para mesa extraível
Fonte: Site Hafele47
Atualmente, é possível encontrar no mercado mecanismos específicos para alguns
usos e tipos de mobiliários como, por exemplo, ferragens para mesas giratórias
(Figura 64). A mesa giratória agrega uma nova função ao móvel, que anteriormente só
possuía a função de aparador além de permitir aproveitamento total do espaço
interno do armário.
Figura 64. Ferragens para mesas giratórias e um exemplo de mesa giratória
Fonte: Site Hafele48
46
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?startpage=0.1; Acesso em novembro de 2015. 47
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?supportMode=on; Acesso em outubro de 2015.
A utilização de rodízios, de elementos deslizantes e de articulações facilita a criação
de diversas soluções que possibilitam criar um móvel que atenda diferentes funções
(FOLZ, 2002). A Figura 65 está ilustrando uma dobradiça com material em latão que é
utilizada em mesas dobráveis.
Figura 65. Dobradiça para mesa desdobrável
Fonte: Site Hafele49
Em relação aos mecanismos para os sofás, as ferragens com sistema retrátil
possibilitam a movimentação do assento para frente e para trás e as ferragens
reclináveis permitem movimentar o encosto do sofá em diferentes posições de uso
(Figura 66). Essas ferragens permitem que os sofás possam ser configurados de
diversas maneiras para atender as necessidades do usuário.
Figura 66. Estrutura para sofá com assento retrátil e encosto reclinável
Fonte: Site Dimetal Acessórios50
48
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?startpage=10.1; Acesso em novembro de 2015. 49
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?startpage=10.1; Acesso em novembro de 2015.
Na estrutura de um sofá-cama é utilizado um mecanismo extensível com rodízios
(Figura 67) responsável por facilitar o movimento que transforma o sofá em uma
cama.
Figura 67. Estrutura para sofá cama
Fonte: Site Dimetal Acessórios51
Outra possibilidade de ferragem para os mobiliários existentes no mercado é uma
estrutura articulável para tampos de mesas e bancadas, como por exemplo, mesas de
centro (Figura 68). Essa ferragem eleva o tampo do móvel utilizando amortecedores a
gás, possui mecanismo de fechamento suave/silencioso, uma trava de segurança para
evitar fechamentos acidentais e possibilita o acesso a compartimentos que antes
estavam escondidos (HAFELE).
Figura 68. Ferragem articulável elevatória para tampos
Fonte: Site Hafele52
50
Disponível em: http://www.dimetalacessorios.com.br/produtos.asp?cgp=10&cp=30; Acesso em novembro de 2015. 51
Disponível em: http://www.dimetalacessorios.com.br/produtos.asp?cgp=13&cp=21; Acesso em novembro de 2015. 52
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?startpage=10.1; Acesso em novembro de 2015.
Um mecanismo que é muito encontrado nas residências contemporâneas são os
suportes para televisões de plasma. Esses suportes podem ser os simples (Figura 69),
que apenas possuem a função de fixar a televisão em uma parede ou painel sem a
possibilidade de movimentação, ou podem ser os extraíveis e giratórios (Figura 70),
que possibilita que televisão possa ser movimentada para frente e para trás e virada
para os lados com a utilização de corrediça deslizante e uma extensão giratória.
Figura 69. Suporte fixo para televisão
Fonte: Site Magazineluiza53
Figura 70. Suporte extraível e giratório para televisão
Fonte: Site Häfele54
53
Disponível em: http://www.magazineluiza.com.br/suporte-para-tv-led-plasma-lcd-14-a-84-aco-carbono-elg-genius/p/1909040/et/tvsu/; Acesso em novembro de 2015. 54
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?startpage=10.1; Acesso em novembro de 2015.
Também já é possível encontrar suportes para televisores ou monitores que são
instalados no teto. É trilhos deslizantes com esteira transportadora de cabos, o que
permite a movimentação horizontal e rotação opcional de televisões ou monitores em
percursos de até 10 metros. Existem opções sem motorização e motorizadas. Nas
opções motorizadas o acionamento pode ser integrado aos sistemas de automação
ou acionado por controle remoto (Figura 71). Esse tipo de mecanismo permite que
uma mesma televisão ou monitor seja utilizado em diferentes ambientes.
Figura 71. Suporte para televisões com movimentação horizontal motorizada
Fonte: Site Gaia55
Todos os mecanismos exemplificados anteriormente, como as corrediças, os
articuladores, os extensíveis e os rodízios, transformam ou facilitam a
multifuncionalidade para os mobiliários ou objetos que estão ligados a eles através,
principalmente, do movimento. De certa forma, eles movimentam algo ou alguma
coisa possibilitando a criação de uma nova função para a mesma. Porém, também
existem algumas ferragens fixas que proporcionam a dupla função para alguns
mobiliários, como por exemplo, os escorredores de louças em aço inox (Figura 72). Os
escorredores são fabricados para serem instalados dentro dos armários, possibilitando
assim, que ao mesmo tempo em que a louça está secando ela também já está
armazenada e escondida dentro de um móvel. Logo, para apartamentos compactos
com pouco espaço disponível, o usuário pode ganhar espaço em seu armário,
utilizando as mesmas prateleiras para armazenar e secar as suas louças.
55
Disponível em: http://www.gaia-rs.ind.br/movimentador-horizontal-geracao-g2/; Acesso em novembro de 2015.
Figura 72. Escorredor de louças em aço inox para armários de cozinha
Fonte: Site Hafele56
Prosseguindo com a exemplificação dos mecanismos para mobiliários
multifuncionais, as próximas ferragens citadas são voltadas para camas. Na Figura 73
se encontra uma ferragem articulável para suspender o estrado de camas, tanto no
sentido longitudinal como no transversal. A elevação do estrado permite utilizar a
parte debaixo da cama para armazenagem de objetos, como se fosse um baú.
Figura 73. Ferragem de abertura para camas com estrado elevatório
Fonte: Site Häfele57
A cama é um elemento horizontal que ocupa um pouco mais da metade da área de
um quarto, sendo assim, é importante colocar a cama em um local que não atrapalhe
a circulação. Porém, com a diminuição do espaço nas residências está cada vez mais
complicado localizar a cama sem atrapalhar o fluxo do cômodo. Seguindo esse
raciocínio, uma das soluções para que a cama ocupe o espaço de forma inteligente é
coloca-la verticalmente no ambiente. Assim, enquanto ela não estiver sendo utilizada,
ela estaria guardada parecendo um simples armário, como está sendo ilustrado na .
Figura 74, logo, as camas retráteis possibilitam a ampliação do espaço disponível no
ambiente (HÄFELE BRASIL LTDA, 2015).
56
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?supportMode=on; Acesso em outubro de 2015. 57
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?startpage=3.1; Acesso em novembro de 2015.
Figura 74. Cama retrátil
Fonte: Site Häfele58
Para possibilitar a utilização das camas retráteis, é necessária a instalação de uma
ferragem adequada para essa função. Como a ilustrada na Figura 75, esse mecanismo
possui um articulador associado a um pistão a gás fazendo com que a cama possa ser
aberta ou fechada com o mínimo esforço, de forma segura e ágil.
Figura 75. Ferragem para cama retrátil
Fonte: Site Häfele59
Nesse tópico foi possível concluir que no mercado estão disponíveis inúmeros
mecanismos que facilitam e possibilitam a criação, o desenvolvimento e a execução
de um mobiliário multifuncional. Cabe ao profissional que for projetar o móvel possuir
conhecimento técnico para especificar e indicar o mecanismo ideal para os usos que
serão propostos.
58
Disponível em: https://www.hafele.com.br/pt/info/produtos/solu-es-para-m-veis/ferragens-e-sistemas-para-sala-quarto-e-banheiro/sistemas-para- camas/21906/#SearchParameter=&@QueryTerm=Ferragem+de+abertura+para+camas+com+estrado+elevat%C3%B3rio&PageNumber=1&OriginalPageSize=12&PageSize=12&Position=1&OrigPos=1&PDP=true; Acesso em novembro de 2015 59
Disponível em: https://www.hafele.com.br/INTERSHOP/web/WFS/Haefele-HBR-Site/pt_BR/-/BRL/Static-View/pdfcatalog/pt_BR/pronta_entrega_2014_m/index.html?startpage=6.14; Acesso em novembro de 2015.
Castro e Lima (2010) confirmam que para o mobiliário ser multifuncional além de ser
fundamental um projeto de qualidade que é concebido a ele funções e formas que
respeitam os desejos dos usuários, também é necessário o projeto estar associado a
ferragens e mecanismos, simples ou complexos, que confiram aos mobiliários as
características de multifuncionalidade (flexibilidade, modularidade e versatilidade).
3.4. APLICAÇÃO DOS MOBILIÁRIOS MULTIFUNCIONAIS NAS MORADIAS
A multifuncionalidade permite aprimorar os espaços residenciais através da
possibilidade de um objeto desempenhar diversas funções. Assim, o conceito de
multifuncionalidade vai além do próprio objeto ampliando a sua aplicação a todo o
ambiente onde este móvel se encontra. Com a utilização de um único mobiliário que
desempenhe diversas funções, é possível configurar um cômodo onde são trabalhadas
tarefas que usualmente se encontram separadas. Como por exemplo, mobiliários que
possibilitam a utilização de um espaço tanto para o preparo de alimentos quanto para
o seu consumo permitem classificar o ambiente tanto como cozinha quanto como sala
de jantar.
A Figura 76 representa como o conceito de multifuncionalidade pode se estender do
objeto para o ambiente, onde uma mesa giratória para refeições encontra-se
embutida em uma bancada de cozinha, podendo então ser desempenhadas duas
tarefas comumente atribuídas a ambientes distintos em um único local. Assim, o
conceito de multifuncionalidade pode se estender à instância do espaço onde o objeto
se encontra e torná-lo multifuncional também.
Figura 76. Mesa giratória sob a bancada da cozinha
Fonte: Site Pinterest60
60
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/414049759467244743/; Acesso em março de 2015.
Em um segundo exemplo, a Figura 77 apresenta um módulo que pode se configurar
como cama, sofá, mesa de estudo, puffs e mesa de centro, sendo este um caso de
como em um único ambiente podem se concentrar diversas atividades em uma
residência, neste caso atuando como dormitório, escritório e sala, variando de acordo
com a necessidade do usuário.
Figura 77. Módulo com cama, sofá, mesa de estudo, puffs e mesa de centro
Fonte: Site Amazon Intertart61
Ao atribuir a multifuncionalidade aos ambientes dotados de mobiliários
multifuncionais, é possível dizer que a totalidade de uma residência pode vir a se
resumir a apenas um ou dois cômodos, podendo, inclusive, ser separados pelo próprio
objeto, limitados apenas pela necessidade de privacidade. Como consequência, área
útil economizada pode ser voltada para atividades que exijam um espaço livre maior,
como a reunião de um grupo de pessoas.
Dito isso, o escritório espanhol PKMN Architectures projetou mobiliários
multifuncionais que criam dinamismo na disposição dos cômodos de um apartamento
com 70 m² em Madrid na Espanha. De acordo com o movimento dos móveis, os
moradores possuem a opção de criar uma ampla sala de 50 m² (Figura 78) e também
possuem a possibilidade de diminuir a área da sala para dar lugar para dois quartos
(Figura 79), criando espaço para até cinco pessoas dormir.
61
Disponível em: http://www.amazoninterart.com/?p=4244; Acesso em junho de 2015.
Figura 78. Exemplo de mobiliário multifuncional em apartamento na cidade de Madrid com a opção de sala ampla com 50m²
Fonte: Site PKMN [pacman] Architectures62
Figura 79. Exemplo de mobiliário multifuncional em apartamento na cidade de Madrid com a opção de dois quartos
Fonte: Site PKMN [pacman] Architectures63
O conceito de mobiliário multifuncional está próximo do conceito de mobiliário
compacto, e, assim como o primeiro estende sua influência para todo um ambiente, o
segundo também o faz. Um mobiliário multifuncional que permite a economia de
espaço acaba também permitindo uma economia no tamanho de uma moradia,
possibilitando, por consequência, uma economia financeira, tanto para a aquisição ou
aluguel de um imóvel, quanto no processo de manutenção do espaço, exigindo menos
esforço e tempo que nas residências de mobiliários convencionais. O apartamento
62 Disponível em: http://www.pkmn.es/CASA-MJE; Acesso em outubro de 2015.
63 Disponível em: http://www.pkmn.es/CASA-MJE; Acesso em outubro de 2015.
apresentado na Figura 80 está localizado em Nova York, uma das cidades com o
metro quadrado mais caro do mundo, e possui um sistema de mobiliários flexíveis e
multifuncionais que resume a residência a apenas dois ambientes, sendo um deles o
banheiro e um segundo que atua como dormitório, sala de estar e cozinha.
Figura 80. Apartamento em NY utilizando mobiliários multifuncionais e área de armazenagem no teto
Fonte: Site The Huffington Post64
A praticidade e a versatilidade de um mobiliário multifuncional permite dizer que o
conforto de uma residência não seja proporcional ao seu tamanho. A diversidade de
funções em um espaço reduzido acaba permitindo que habitantes de residências
compactas gozem das mesmas de atividades que habitantes de residências
64
Disponível em: http://www.huffingtonpost.com/2015/03/02/micro-apartments-nyc_n_6784122.html; Acesso em setembro de 2015.
convencionais. No exemplo da Figura 81 os habitantes desejavam um amplo espaço
disponível para receber amigos e então optaram pelo mobiliário multifuncional na
porção que caracteriza a cozinha, dormitório e serviços, unindo estes espaços em uma
região compacta, liberando área para as atividades em grupo.
Figura 81. Mobiliário multifuncional e flexível em uma casa em Madrid
Fonte: Site PKMN [pacman] Architectures65
65 Disponível em: http://www.pkmn.es/ALL-I-OWN-HOUSE; Acesso em outubro de 2015.
4. projeto de mobiliário multifuncional para apartamentos compactos
Para a realização do projeto do mobiliário funcional fez-se necessário à adoção de três
fases de trabalho, representadas na Figura 82. Na primeira fase foram selecionados
quatro apartamentos compactos voltados para as classes média, média alta e alta,
estando localizados, respectivamente, em cada uma das quatro capitais da Região
Sudeste: Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Vitória (ES).
Na segunda fase, dos quatro apartamentos selecionados anteriormente, foram
escolhidos dois apartamentos, de São Paulo e Vitória, para desenvolvimento de três
possibilidades de layout para cada apartamento, considerando a utilização do
mobiliário multifuncional para o máximo aproveitamento de espaço. Ainda na
segunda fase, foi escolhido um estudo de cada apartamento para o desenvolvimento
de volumetrias em 3D.
Na última e terceira fase, foi escolhido um único mobiliário multifuncional existente
em um dos estudos para desenhar o detalhamento necessário para a execução deste
mobiliário, ou seja, para criar o seu projeto executivo.
Figura 82. Organograma para demonstrar as fases de trabalho
Fonte: Elaborado pela autora
4.1. PRIMEIRA FASE: LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS APARTAMENTOS
Para a escolha dos quatro apartamentos, foram consideradas as seguintes
características comuns entre eles: localização privilegiada em bairros valorizados de
suas respectivas cidades, possuir metragem quadrada reduzida, apresentar a mesma
tipologia interna de studio, favorecendo a integração quase que total do imóvel, além
de serem lançamentos recentes das construtoras imobiliárias (Ver Tabela 3).
Tabela 3. Exemplos de apartamentos compactos.
BELO HORIZONTE - MG RIO DE JANEIRO – RJ
ÁREA: 39 m² ÁREA: 38 m²
ANO: Em construção ANO: Em construção FONTE: Site LODZ RESIDENCE
66 FONTE: Site GENESIS FREGUESIA
67
SÃO PAULO – SP VITÓRIA - ES
ÁREA: 19 m² ÁREA: 35 m²
ANO: Em construção ANO: Sem previsão FONTE: Site VITACON
68 FONTE: Site UP JARDIM STUDIO
69
Fonte: Elaborado pela autora.
Para um melhor entendimento de cada apartamento é importante se aprofundar a
respeito das questões da localização e das principais características de cada
apartamento em questão.
66
Disponível em: http://1e2qts.com/; Acesso em setembro de 2015. 67
Disponível em: http://www.genesisfreguesia.com.br/genesis-freguesia-apartamentos.html; Acesso em abril de 2015. 68
Disponível em: http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata; Acesso em abril de 2015. 69
Disponível em: http://upjardimstudio.com.br/apartamentos/; Acesso em abril de 2015.
O edifício Lódz Residence, localizado em Belo Horizonte, capital do estado de Minas
Gerais, é um empreendimento da Construtora Sudoeste que está em construção, com
previsão de entrega das chaves em 2018. Este edifício se localiza na Rua Bernardo
Guimarães, no Bairro Funcionários em Belo Horizonte – MG, em uma das regiões mais
valorizadas da cidade, próxima a importantes avenidas, supermercados, escolas,
farmácias, padarias e restaurantes. Trata-se de um prédio multifamiliar com 70
unidades de apartamentos distribuídos em uma única torre. O edifício conta com área
de lazer completa com salão de festas, piscina aquecida, sauna com SPA, home office,
espaço fitness, espaço barbecue, salão de festa e espaço gourmet. O apartamento
selecionado possui 39 metros quadrados e uma planta quase completamente
integrada, contemplando cozinha, sala de estar e suíte, possuindo paredes apenas no
lavabo e no banheiro separando-os do restante dos ambientes (Figura 83).
Figura 83. Planta-baixa do apartamento de Belo Horizonte – MG.
Fonte: Site Lodz Residence70
.
O apartamento localizado no Rio de Janeiro, capital do estado do Rio de Janeiro, se
encontra no edifício Genesis, mais precisamente na Estrada dos Três Rios no Bairro
Freguesia. É um empreendimento de uso misto da construtora Leduca, onde se é
possível encontrar trabalho, moradia, lazer e serviços em um único local. Este
endereço se situa próximo de bancos, hospitais, escolas, faculdades, academias,
restaurantes e shoppings. O empreendimento é composto por três torres, sendo uma
torre comercial e duas torres residenciais. Algumas das opções de lazer que possuem
no empreendimento são: praça de inverno, churrasqueira, base game, home office,
piscina, sauna e fitness.
70
Disponível em: http://1e2qts.com/; Acesso em setembro de 2015.
O apartamento desse empreendimento possui uma planta semi-integrada, sem
paredes dividindo os principais ambientes do apartamento, composto por: cozinha,
living e quarto, banheiro a varanda, sendo estes dois últimos separados do restante
dos ambientes, totalizando 38m² (Figura 84).
Figura 84. Planta-baixa do apartamento do Rio de Janeiro – RJ.
Fonte: Site Genesis Freguesia
71.
O edifício VN Quatá, onde está localizado o apartamento de São Paulo, é um
empreendimento residencial da Construtora Vitacon e está locado na Rua Quatá,
número 64, no Bairro Vila Olímpia. Este é o primeiro edifício residencial LifeEdited72 do
Brasil, sendo esta uma empresa de consultoria especializada em criar apartamentos
compactos. O bairro possui um dos mais sofisticados centros comerciais da cidade,
como os Shoppings JK Iguatemi e Vila Olímpia, além de estar inserido em uma região
onde se encontra um dos principais centros empresariais de São Paulo, contando com
uma grande variedade de opções de bares e restaurantes. As áreas comuns
encontradas nesse edifício são: Fitness, Piscina, Salão Gourmet, Bicicletário,
Lavanderia (Figura 85) e Praça Café.
71
Disponível em: http://www.genesisfreguesia.com.br/genesis-freguesia-apartamentos.html; Acesso em abril de 2015. 72
Disponível em: http://www.lifeedited.com/about/; Acesso em setembro de 2015.
Figura 85. Perspectiva da lavanderia coletiva do Edifício VN Quatá.
Fonte: Site Vitacon73
.
Este edifício possui apartamentos de diferentes tipologias e tamanhos, mas, como
este trabalho de graduação aborda a questão dos apartamentos compactos, foi
escolhida a opção de planta que possui a menor metragem quadrada, de apenas 19
m². O apartamento é dividido em dois ambientes, sendo um deles o banheiro e o
outro uma área que abriga múltiplas funções, como descanso e preparo de alimentos
(Figura 86).
Figura 86. Planta-baixa do apartamento tipo Studio sem Terraço de São Paulo - SP.
Fonte: Site Vitacon
74.
73
Disponível em: http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata; Acesso em abril de 2015. 74
Disponível em: http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata; Acesso em abril de 2015.
A proposta da construtora é que este único ambiente caracterize-se como sala de
estar, sala de jantar, o quarto, cozinha e escritório para trabalhar em casa em
determinados momentos do dia, de acordo com a disposição do mobiliário. Porém,
como pode ser observado na Figura 87, em uma tipologia com a inserção do terraço
foi elaborada uma perspectiva onde não é representada a utilização do mobiliário
multifuncional.
Figura 87. Planta-baixa e perspectiva do apartamento tipo Studio com Terraço.
Fonte: Site Vitacon75
Por fim, o último apartamento do estudo está localizado na Rua Odette de Oliveira
Lacourt, número 620 no Bairro Jardim da Penha em Vitória – ES. O edifício Up Jardim
Studio é um empreendimento residencial multifamiliar da Pacífico Construções de 40
unidades habitacionais, onde existem quatro opções de planta com área privativa
entre 35m² e 48m². O prédio possui localização privilegiada, situado a três quadras do
mar e próximo a uma série de serviços, como: bancos, shoppings, supermercados,
farmácias e padarias. Como diferencial, o edifício será entregue com bicicletas para
uso exclusivo dos moradores e contará com um espaço fitness. A planta baixa
escolhida para este trabalho foi a de 35m² que são divididos em cozinha, área de
serviço, banheiro sala de jantar/estar e quarto, com alternativas para ampliar e
integrar os espaços se for o desejo do proprietário o que busca resgatar o conceito de
loft, permitindo maior criatividade na ocupação dos ambientes (Figura 88).
75
Disponível em: http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata; Acesso em abril de 2015.
Figura 88. Planta-baixa do apartamento de Vitória-ES.
Fonte: Site UP Jardim Studio76
.
Em seguida, para fins de análise, foram elaboradas as 4, 5, 6 e 7 comparando esses
apartamentos compactos escolhidos de cada capital da região sudeste com
apartamentos não compactos nas respectivas cidades. O objetivo destas tabelas é
entender a capacidade de um apartamento compacto em absorver os mobiliários
geralmente utilizados em apartamentos não compactos.
Analisando e comparando as quatro tabelas foi possível observar que alguns
mobiliários se extinguem nos apartamentos compactos, como por exemplo: o buffet
de jantar, a mesa lateral do sofá, a mesa de refeição rápida na cozinha. Também foi
observado que o criado mudo no quarto normalmente é encontrado em apenas um
lado da cama, além do armário para guardar roupas ter o seu tamanho reduzido.
Porém, enquanto alguns móveis se extinguem, outros permanecem como a cama e o
sofá. É importante citar que os banheiros não foram colocados na tabela, pois não
apresentam nenhum mobiliário solto além dos equipamentos de pia, chuveiro, vaso
sanitário e o armário sob a bancada. Logo, se observa a redução dos mobiliários em
todos os quatro apartamentos. Portanto, a questão do espaço reduzido associado à
falta de móveis adequados pode vir a comprometer o uso dos espaços e objetos.
Por fim, os dois apartamentos que foram escolhidos para o desenvolvimento de
opções de ambientação são o de Vitória e o de São Paulo, que se caracterizam pela
situação mais problemática, possuindo a menor metragem quadrada e a maior
redução dos mobiliários.
76
Disponível em: http://upjardimstudio.com.br/apartamentos/; Acesso em abril de 2015.
Tabela 4. Tabela comparando o mobiliário existente em apartamento não compacto com o apartamento compacto na cidade de Belo Horizonte – MG.
Fonte: Elaborado pela autora.
Tabela 5. Tabela comparando o mobiliário existente em apartamento não compacto com o apartamento compacto na cidade do Rio de Janeiro – RJ.
Fonte: Elaborado pela autora.
Tabela 6. Tabela comparando o mobiliário existente em apartamento não compacto com o apartamento compacto na cidade de São Paulo – SP.
Fonte: Elaborado pela autora.
Tabela 7. Tabela comparando o mobiliário existente em apartamento não compacto com o apartamento compacto na cidade de Vitória – ES.
Fonte: Elaborado pela autora.
4.2. SEGUNDA FASE: ESTUDOS DE CASO
Para o desenvolvimento da segunda fase do capítulo quatro, foram selecionados os
apartamentos das cidades de Vitória e de São Paulo para a elaboração dos estudos de
caso. Primeiramente, será analisada a planta-baixa e a localização desses
empreendimentos com o intuito de traçar um perfil de usuário. Em seguida, serão
elaboradas opções de layouts que contemplem a utilização do mobiliário
multifuncional para que a demanda de cada perfil de morador seja atendida, a fim de
alcançar o melhor aproveitamento do pouco espaço disponível.
Todos os estudos foram elaborados com a ideia principal e primordial de aproveitar o
maior espaço disponível para determinadas tarefas. Foi tomado como partido dividir a
posição dos mobiliários em três situações principais, denominadas “estar”, “jantar” e
“dormir”. As possibilidades começam em três situações e pode se desdobrar para
quantas situações o morador precisar.
Para isso, é necessário que o mobiliário instalado no apartamento funcione e se
movimente de acordo com o dia-a-dia, a rotina e os desejos dos morados. Portanto,
foi importante definir, anteriormente, um perfil de morador para o apartamento de
São Paulo e um perfil de morador para o apartamento de Vitória, uma vez que os
mobiliários inseridos nos apartamentos precisam ser pensados de acordo com o dia-a-
dia de cada habitante. Logo, a utilização dos mobiliários multifuncionais nos estudos
se torna essencial, visto que esse tem como principais características a flexibilidade e a
versatilidade, além da própria multifuncionalidade.
4.2.1. APARTAMENTO DE SÃO PAULO - SP
4.2.1.1. O Entorno
O apartamento da cidade de São Paulo se localiza no Bairro Vila Olímpia, que é
considerado um bairro nobre da capital paulista. Como pode ser observado na Figura
89, próximo ao terreno estão localizados vários estabelecimentos comerciais, como
lojas, restaurantes, faculdades e academias.
Figura 89. Localização do terreno do edifício VN Quatá em São Paulo - SP com indicações as principais atividades do entorno.
Fonte: Adaptado pela autora de Google Maps77
4.2.1.2. Briefing
Ao desenvolver um estudo de ambientação para o apartamento é necessário conhecer
as características de cada pessoa a que se destina o projeto, os anseios, os hobbies, as
expectativas e as prioridades a fim de providenciar os equipamentos necessários.
Gurgel (GURGEL, 2007, p. 17) afirma que,
Todo projeto deve partir da criação de um briefing, ou seja, o perfil do cliente, uma lista de instruções, com todas as especificações relativas a quem se destina o espaço em questão e a necessária inter-relação espacial entre ele.
77
Disponível em: https://www.google.com.br/maps/place/R.+Quat%C3%A1,+64+-+Vila+Ol%C3%ADmpia,+S%C3%A3o+Paulo+-+SP,+04546-040/@-23.5997863,-46.673997,313m/data=!3m1!1e3!4m2!3m1!1s0x94ce5754b6d10379:0xca3eafdfd8a69897?hl=pt-BR
Para a definição do cliente desse apartamento de São Paulo foi levada em conta a
localização do edifício que a habitação está inserida e o público alvo das construtoras
para os apartamentos compactos. Logo, o cliente definido para essa moradia em
questão é: um casal recém-casado de alto poder aquisitivo, com cerca de 30 anos de
idade e sem filhos. Partiu-se do princípio que o casal optou por essa opção de
apartamento compacto, pois está em uma ótima localização próxima ao trabalho.
Como o casal passa a maior parte do tempo no trabalho, não sentiram a necessidade
de um espaço maior que demandasse mais tempo e custo de manutenção, preferindo
morar em uma área menor, porém sem abrir mão de um espaço confortável e bem
projetado.
Além das necessidades básicas de um espaço para dormir, cozinhar e utilizar o
banheiro, as principais demandas que o espaço também precisou atender foram: um
espaço para estar, receber pessoas e assistir filmes, séries e programas de televisão;
uma bancada maior para apoio da cozinha; um espaço para receber até quatro
pessoas para um jantar. No espaço também foram prevista a opção de utilizar uma
bancada para trabalho sem que atrapalhe a utilização da cama para dormir, prevendo
a situação de enquanto uma pessoa dorme a outra pode trabalhar ou utilizar o
computador. Todos estes usos caracterizam o espaço como a máxima utilização
possível do espaço sem que o ambiente fique com a sensação de enclausuramento.
4.2.1.3. Planta-Baixa: Layout da construtora
A disposição interna do imóvel de aproximadamente 19m² é dividida em dois
ambientes (Figura 90), sendo um deles com cerca de 14m² que contempla uma cama
com duas mesas laterais, que ocupa quase que um terço do espaço existente, uma
mesa de apoio com duas cadeiras, um armário com televisão instalada em uma das
portas, uma bancada de cozinha apenas com o espaço de uma pia e um cooktop de
duas bocas e uma geladeira. O outro ambiente, com aproximadamente 3m², localiza-
se o banheiro, com um espaço para uma pia na bancada dividindo o ambiente em 3,
que podem ser utilizados ao mesmo tempo por mais de uma pessoa. De um lado da
pia está localizado um espaço para o banho com um chuveiro e do outro lado tem um
espaço para as necessidades fisiológicas com um vaso sanitário.
Figura 90. Planta-baixa do apartamento de São Paulo com as indicações das áreas dos dois ambientes principais.
Fonte: Adaptado pela autora do Site Vitacon78
De acordo com a análise da planta-baixa de layout proposta pela construtora os
principais desafios para atender as demandas específicas dos clientes são,
principalmente, a utilização do espaço para estar, para jantar, o aumento da área de
apoio da pia da cozinha e o máximo espaço possível para armazenagem.
4.2.1.4. Propostas de Layout
Para o apartamento de São Paulo foram elaboradas três propostas utilizando
mobiliário e/ou ambientação diferentes, somente no espaço reservado para o
banheiro optou-se por deixar distribuído da mesma forma que a construtora propôs.
ESTUDO 01
No primeiro estudo a (Figura 91) proposta para o apartamento de São Paulo explora o
uso de piso elevado em determinada área da habitação. No espaço sob o piso elevado
é possível recolher e ‘guardar’ a cama-sofá por completo, e nos espaços que sobram
também é possível guardar outros objetos, como almofadas e colchas, ampliando a
área de armazenagem do apartamento (Figura 92).
78
Disponível em: http://www.vitacon.com.br/empreendimentos/vn-quata; Acesso em abril de 2015.
Figura 91. Estudo 01 para o apartamento de São Paulo
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 92. Apartamento de 12m² em Paris utiliza o recurso do piso elevado para colocação da cama e sofá
Fonte: Site Caras79
Sobre o piso se encontra um armário em toda extensão da parede e uma mesa para
trabalho e/ou estudo. Do lado oposto ao tablado, possui um armário embutido com
nichos e prateleiras com uma mesa e um banco dobráveis, permitindo sua abertura
para criar uma área para refeições (Ver Figura 93).
Figura 93. Exemplo de mesa dobrável embutida em armário com prateleiras
Fonte: Site Resource Furniture80
79
Disponível em: http://caras.uol.com.br/decoracao/decoracao-funcional-apartamento-pequeno-apenas-12m-tem-estante-sofa-moveis-multiusos-dicas-decorar#.VmHR5rgrLIU; Acesso em outubro de 2015. 80
Disponível em: http://resourcefurniture.com/product/lgm-tavolo/#; Acesso em outubro de 2015.
Para esta opção optou-se por uma televisão fixada em um suporte com trilho
deslizante preso ao teto possibilitando várias regulagens, como o movimento da
televisão de uma extremidade a outra e o giro de até 360° da mesma (Figura 94).
Figura 94. Suporte para televisão com trilho deslizante
Fonte: Site Pisma Comércio81
Nessa opção é explorada mais a fundo as diversas possibilidades de divisão e
interação de ambientes dentro de um espaço reduzido. A diferença de níveis, além de
seu aspecto funcional, abre a possibilidade de se obter diferentes percepções sobre o
espaço. O fato de se estar em uma cota mais elevada que a anterior abre
possibilidades de visuais tanto para o ambiente interno quanto para o externo através
da janela.
81
Disponível em: http://www.pismacomercio.com.br/loja/index.php?page=shop.browse&category_id=24&option=com_virtuemart&Itemid=71; Acesso em novembro de 2015.
ESTUDO 02
Para o segundo estudo (Figura 95 e Figura 96), a proposta foi utilizar um sofá de três
lugares, com a cama embutida na parede descendo em, aproximadamente, dois
terços de sua extensão, como é demonstrado na Figura 97.
Figura 95. Estudo 02 para o apartamento de São Paulo
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 96. Estudo 02 para o apartamento de São Paulo
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 97. Cama de parede com sofá ‘ATOL’ da Resource Furniture
Fonte: Site Resource Furniture82
82
Disponível em: http://resourcefurniture.com/product/atoll-000/; Acesso em outubro de 2015.
Para essa situação foram elaborados dois modos de estar, sendo o primeiro modo
utilizando apenas o sofá com a projeção da televisão em um painel de correr (Figura
98 e Figura 99), que garante a flexibilidade do espaço central, ficando rente à parede
do banheiro.
Figura 98. Vista do estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo estar 02
Fonte: Elaborada pela autora
Figura 99. Vista do estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo estar 02
Fonte: Elaborada pela autora
Quando o painel é deslocado para frente do sofá, um projetor localizado em um
armário acima da cama embutida projeta a imagem da televisão no painel, como
pode ser observado na Figura 100.
Figura 100. Perspectiva demonstrando projeção da televisão no painel
Fonte: Elaborada pela autora.
O segundo modo foi utilizar todo o ambiente do apartamento, exceto o banheiro,
como sala de estar para reunir até sete visitas, nesse modo a televisão é projetada na
porta camarão que esconde a bancada da cozinha (Figura 101 e Figura 102).
Figura 101. Vista do estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo estar 01
Fonte: Elaborada pela autora
Figura 102. Vista do estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo estar 01
Fonte: Elaborada pela autora
Para essa opção de estudo, a mesa para refeições que foi proposta é extensível e
possui quatro lugares quando está estendida em sua posição máxima (Ver Figura 103).
Figura 103. Mesa extensível ‘VOILE’ da Resource Furniture
Fonte: Site Resource Furniture83
Quando a mesa de jantar é aberta o painel de projeção fica recolhido, permitindo o
melhor aproveitamento da área, para que o espaço atue como sala de jantar (Figura
104 e Figura 105).
83
Disponível em: http://resourcefurniture.com/product/voile/; Acesso em outubro de 2015.
Figura 104. Vista do estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo jantar
Fonte: Elaborada pela autora
Figura 105. Vista do estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo jantar
Fonte: Elaborada pela autora
Quando recolhida, a mesa pode ser utilizada como aparador e para refeições rápidas,
garantindo multifuncionalidade e flexibilidade a este mobiliário. As cadeiras
dobráveis (Ver Figura 106) podem ser penduradas na parede quando não estão sendo
utilizadas, servindo ao seu propósito somente quando necessário.
Figura 106. Cadeiras dobráveis
Fonte: Site Ouvidor84
Quando as cadeiras estão penduradas e a mesa recolhida, o espaço pode se voltar
para o terceiro modo, que configura o apartamento como um dormitório, revelando a
cama escondida na parede (Figura 107).
Figura 107. Vista do estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo dormir.
Fonte: Elaborada pela autora
84
Disponível em: https://lojaouvidor.files.wordpress.com/2011/08/101216_chair.jpg; Acesso em outubro de 2015.
A Figura 108 demonstra, através da projeção, o movimento retrátil executado pela
cama quando ela está sendo aberta e durante todo o movimento a prateleira
permanece na posição horizontal, permanecendo com os objetos organizados em
toda a movimentação da cama.
Figura 108. Posições da cama durante a sua movimentação
Fonte: Elaborada pela autora
Uma alternativa a esse modo de dormir é o painel deslizante que serve de aparador da
projeção e atua também como divisória do espaço, permitindo que duas pessoas
possam desempenhar duas tarefas ao mesmo tempo, como dormir e trabalhar, cada
um em sua privacidade (Figura 109 e Figura 110).
Figura 109. Vista do estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo dormir com painel dividindo os ambientes
Fonte: Elaborada pela autora
Figura 110. Vista do estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo dormir
Fonte: Elaborada pela autora
Acima da bancada de preparo de alimentos foi proposto um armário suspenso com
prateleiras em aço inox que funcionam, ao mesmo tempo, como armazenamento e
escorredor de utensílios (Figura 111). A porta tipo camarão foi utilizada com o intuito
da possibilidade de esconder todo o aparato da cozinha quando desejado e, quando
ocorrer à necessidade de utilizar a cozinha, possibilitando acesso livre por toda a
extensão da bancada. Uma mesa de apoio extraível da bancada também faz o
complemento necessário para a ampliação de espaço.
Figura 111. Vista do estudo 02 para o apartamento de São Paulo com armário suspenso aberto.
Fonte: Elaborada pela autora
Por fim, no teto encontra-se uma área de rebaixo para ser utilizado como
armazenagem, criando uma alternativa para o caso do casal desejar guardar objetos
poucos utilizados no dia-a-dia, como por exemplo, malas de viagem (Figura 112).
Figura 112. Corte esquemático do armário mostrando espaço para armazenagem de objetos no teto.
Fonte: Elaborada pela autora.
ESTUDO 03
A terceira opção de layout (Figura 113) substitui a área que no estudo anterior estava
sendo ocupada pelo sofá-cama por uma bancada de cozinha em toda a extensão da
parede.
Figura 113. Estudo 03 para o apartamento de São Paulo
Fonte: Elaborado pela autora
Um sofá retrátil de três lugares é colocado em baixo da janela, a flexibilidade no
controle do aumento do assento do sofá possibilita sua utilização em duas situações,
ele pode ser utilizado como assento para a mesa de refeições e, propriamente, como
um sofá de estar, como demonstrado na Figura 114.
Figura 114. Sofá retrátil com possibilidade de duas posições
Fonte: Alterado pela autora do site Furniture Resource85
Nessa alternativa a cama é locada na parede onde antes ficava a bancada da cozinha
e, pelo fato de ser menos extensa que essa última, libera mais espaço para o armário
ao lado da porta de entrada. Em frente à cama embutida na parede há uma mesa para
estudo, como está demonstrando a Figura 115, a mesa para estudo e/ou trabalho
abaixa no mesmo movimento da cama possibilitando deixar objetos sobre a mesa até
mesmo quando a cama estiver abaixada.
Figura 115. Cama de parede com mesa ‘ULISSE DESK’ da Resource Furniture
Fonte: Site Resource Furniture86
85
Disponível em: http://resourcefurniture.com/product/ito/#; Acesso em outubro de 2015. 86
Disponível em: http://resourcefurniture.com/product/ulisse-desk/#; Acesso em outubro de 2015.
Nessa opção a televisão fica fixa em uma das divisórias do compartimento do vaso
sanitário, enquanto as cadeiras são penduradas na parede ao lado da janela.
Também é utilizada a mesa extensível com quatro lugares quando está estendida em
sua posição máxima e quando está recolhida, a mesa pode ser utilizada como
aparador, para refeições rápidas e para estudo e/ou trabalho.
4.2.2. APARTAMENTO DE VITÓRIA - ES
4.2.2.1. O Entorno
O apartamento analisado para a cidade de Vitória está localizado no bairro Jardim da
Penha, caracterizado majoritariamente por prédios de até cinco pavimentos e por sua
grande variedade de edifícios residenciais, comerciais e mistos. Situado em um local
com grande disposição de equipamentos de bairro, como restaurantes, padarias,
supermercados, ilustrados na Figura 116, o condomínio do edifício UP Jardim Studio é
uma resposta à demanda por residências compactas daqueles que passam a maior
parte do tempo fora de casa. A proximidade com a Universidade Federal do Espírito
Santo faz com que o público-alvo desta edificação seja principalmente universitários
que aproveitam os serviços oferecidos tanto pela instituição quanto pelo seu entorno,
extremamente focado neste perfil de morador. Como opções de lazer, são
encontrados a Praia de Camburi, a sudeste, e a Avenida Anísio Fernandes Coelho
(denominada popularmente como “rua da lama”), à noroeste, conhecida por ser um
polo de lazer e entretenimento na vida noturna da capital capixaba.
Figura 116. Localização do terreno do edifício UP Jardim Studio em Vitória - ES com indicações das principais atividades do entorno.
Fonte: Adaptado pela autora de Google Maps87
87
Disponível em: https://www.google.com.br/maps/place/R.+Quat%C3%A1,+64+-+Vila+Ol%C3%ADmpia,+S%C3%A3o+Paulo+-+SP,+04546-040/@-23.5997863,-46.673997,313m/data=!3m1!1e3!4m2!3m1!1s0x94ce5754b6d10379:0xca3eafdfd8a69897?hl=pt-BR
4.2.2.2. Planta-Baixa: Layout da construtora
A disposição interna do imóvel de aproximadamente 35m² é dividida em quatro
ambientes (Figura 117), sendo o banheiro de aproximadamente 3m², uma cozinha
integrada com área de serviço de 6m², um quarto de 9m² e uma sala de 17m².
As principais patologias encontradas na planta e na disposição do mobiliário foram: a
falta de integração da cozinha com o restante do apartamento, o pouco espaço
existente de bancada da cozinha e, além disso, a localização do fogão atrapalha o
acesso total à bancada.
Figura 117. Planta-baixa do apartamento de Vitória com as indicações das áreas dos ambientes
Fonte: Adaptado pela autora do site UP Jardim Studio
88.
4.2.2.3. Briefing
Os clientes definidos para essa moradia em questão são dois estudantes universitários
de classe média, que possuem família no interior e vieram para a grande Vitória
exclusivamente para cursar uma faculdade. Eles optaram por essa opção de
apartamento compacto, pois, além da ótima localização, possui uma metragem
quadrada reduzida, diminuindo assim o custo do próprio imóvel e da manutenção do
mesmo.
Além das necessidades básicas de um espaço para dormir, cozinhar e utilizar o
banheiro, a principal demanda que o espaço precisou atender foi a criação de dois
quartos com espaço de estudo individual, uma vez que o layout proposto pela
construtora contempla apenas um quarto. Outras demandas secundárias constatadas
foram: a necessidade de aumentar e integrar o espaço da cozinha; uma sala ampla
para reunião de amigos; e uma mesa para refeições e/ou estudos em grupo de até
quatro pessoas. 88
Disponível em: http://upjardimstudio.com.br/apartamentos/; Acesso em abril de 2015.
4.2.2.4. Propostas de Layout
Para o apartamento de Vitória foram elaboradas três opções de layout utilizando
mobiliário e/ou ambientação diferentes. Em todos os estudos foi considerada a
remoção completa da parede que separa a sala do quarto e uma remoção parcial da
parede da área de serviço para a sala, com o intuito de conferir maior integração entre
a cozinha e a sala. No banheiro não foi proposta nenhuma modificação de layout.
Em todas as propostas a disposição da cozinha ficou a mesma, com uma bancada para
a pia com o armário sobre a bancada, similar ao proposto para as opções 01, 02 e 03
do apartamento de São Paulo, nessas situações também é utilizado para conferir
praticidade na hora de secar e armazenas utensílios. Do outro lado também foi
colocada uma grande bancada com cooktop que ultrapassa o limite pré-definido para
a cozinha pela construtora e confere maior integração da mesma com o restante do
apartamento. Junto a isso, criou-se um espaço da bancada que pode ser utilizado
como uma mesa para refeições rápidas com duas banquetas de apoio (Figura 118).
Figura 118. Banquetas empilháveis
Fonte: Site Clássicos Design89
89
Disponível em: http://www.lmclassicosdesign.com.br/bancos_banquetas/index.htm; Acesso em novembro de 2015.
Também foi considerado que em todos os estudos, as cadeiras utilizadas para
refeições e estudos são dobráveis, de material leve, de fácil transporte e que podem
ser guardadas em um armário se não estiverem sendo utilizadas (Ver Figura 119).
Figura 119. Cadeira dobrável 'Piana' de polipropileno reciclado
Fonte: Site Benedixt90
ESTUDO 04
A primeira proposta para o apartamento de Vitória é o estudo 04 (Figura 120), nela
são dispostos dois sofás-camas de forma simétrica em toda a totalidade de parede,
entre os dois sofás-camas possui uma porta-camarão em madeira fechada que divide
a grande sala em dois quartos. Na frente da porta camarão recolhida foi inserido dois
puffs com gavetas e rodízios, que na opção sala e estar ele pode ser utilizado como
assentos extras e na opção quarto ele é utilizado como criado-mudo. Como um
mobiliário está disposto de forma simétrica nessa porção do ambiente, cada lado
também possui armários com nichos para armazenagem. E armário para guarda-
roupas, porém o armário de um lado dispõe de uma mesa dobrável que pode ser
utilizada para estudo. Essa solução permite que o apartamento possa seja utilizado de
duas formas distintas: uma com uma grande sala aberta integrada com a cozinha para
receber visitas ou com dois quartos e uma cozinha ampla interligando-os, que podem
ser usados sem prejuízo do conforto. Também existe um móvel com duas televisões,
que se localiza, aproximadamente no centro do apartamento e possui também uma
mesa retrátil de quatro lugares e portas de correr usadas para abrir e fechar os dois
quartos.
90
Disponível em: http://www.benedixt.com.br/produto.asp?UID=16399; Acesso em novembro de 2015.
Figura 120. Estudo 04 do apartamento de Vitória
Fonte: Elaborado pela autora
ESTUDO 05
No estudo 05 (Figura 121), segunda opção para esta residência, para liberar o centro
do apartamento o móvel para as televisões é colocado na parede onde se encontram
as janelas. Neste mobiliário da televisão é giratório e possui uma mesa retrátil de
quatro lugares, mesas para estudo e portas de correr para separar a grande sala em
dois quartos privativos. Assim como na opção anterior, uma porta guardada dentro do
móvel das televisões pode ser desdobrada quando o móvel for girado para separar os
quartos, conectando-se à porta retrátil dos outros armários que compõem os
ambientes. Os sofás com camas embutidas estão dispostos de forma simétrica nas
paredes laterais de cada janela, em ambos os sofás o assento é levantado
possibilitando a espaço de armazenagem, a diferença entre eles é que em um possui
uma cama de casal e em outro uma cama de solteiro.
Figura 121. Estudo 05 do apartamento de Vitória
Fonte: Elaborado pela autora
ESTUDO 06
A última opção (Figura 122 e Figura 123), e a terceira apresentada para o apartamento
de Vitória, explora o uso de um grande móvel giratório, representado na cor verde,
onde se encontram duas televisões, uma mesa para estudo acoplada e duas portas de
correr. Este mobiliário possui duas posições, em uma ele separa o ambiente de sala de
estar e jantar do ambiente com os armários (closet), conferindo maior privacidade
para a troca de roupa (modo estar e modo jantar), e na outra posição ele separa os
dois quartos da cozinha (modo estudo e modo dormir).
Figura 122. Estudo 06 do apartamento de Vitória
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 123. Estudo 06 do apartamento de Vitória
Fonte: Elaborado pela autora
Na Figura 124 está representado o armário giratório no modo estudo/dormir, nessa
posição o móvel tem a função de dividir a cozinha e os dois quartos, as portas de
acesso para os quartos são as do lado da televisão. Quando as portas são abertas, é
possível observar locais para armazenagem de objetos, garantindo ainda mais
flexibilidade e multifuncionalidade ao mobiliário (Figura 125).
Figura 124. Armário visto a partir da cozinha durante o modo estudo/dormir.
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 125. Vista interna do armário no modo estudo/dormir.
Fonte: Elaborado pela autora
O armário destacado pela cor azul, localizado primeiramente na parede ao lado do
banheiro, tem a possibilidade de se locomover para o meio do apartamento com o
intuito de completar a divisão entre os quartos, tendo em um lado um armário para
armazenagem e uma cama de casal embutida. Na Figura 126 observa-se à esquerda a
cama embutida e armários para armazenagem e à direita da figura se encontra a
televisão com uma mesa retrátil para estudo. Na Figura 127 demonstra a cama aberta
e, ao lado, uma mesa retrátil de apoio para objetos.
Figura 126. Vista do quarto 02 durante o modo estudo.
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 127. Vista do quarto 02 durante o modo dormir.
Fonte: Elaborado pela autora
O outro lado do móvel, destacado em azul, é um armário guarda-roupas para o quarto
01 e sua lateral é composta por uma porta camarão que tem como função isolar os
quartos, conferindo privacidade (Figura 128). A cama desse quarto é embutida em um
armário fixo atrás do sofá e ela também possui uma mesa de apoio retrátil em sua
lateral. No quarto 01 é possível observar o outro lado do móvel giratório, destacado na
cor verde, que também possui uma televisão e portas para armazenagem. Na Figura
129, também é observado uma mesa dobrável para estudos. O sofá em formato “L”
permite o maior aproveitamento do espaço enquanto a mesa retrátil é utilizada.
Figura 128. Vista do quarto 01 durante o modo dormir
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 129. Vista do quarto 01 no modo estudo
Fonte: Elaborado pela autora
Na posição de sala de estar e jantar, é possível observar um sofá com formado em “L”,
ladeado por um grande painel com nichos de onde desce uma cama de casal, usada
para atender um dos quartos, além de uma mesa dobrável para refeições com até
quatro pessoas (Figura 130 e Figura 131).
Figura 130. Vista do estudo 06 no modo estar
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 131. Vista do apartamento no modo jantar com o movimento da mesa retrátil
Fonte: Elaborado pela autora
É importante lembrar que este modo permitiu o aproveitamento de uma sala com
cerca de 20 m² em um apartamento de 36 m², garantindo conforto e comodidade ao
receber visitas. No teto do apartamento é possível encontrar um nicho fixo para
armazenagem de objetos e, na parte inferior do nicho, se encontra embutido uma
guia para o armário giratório que permite a realização de um movimento de arco
(Figura 132).
Figura 132. Vista do apartamento no modo estar a partir do sofá em L.
Fonte: Elaborado pela autora
Nesse estudo, na lateral da bancada da cozinha foi colocada uma mesa dobrável que
possibilita uma área para refeições rápidas, criando um ambiente de copa, quando o
os móveis do apartamento estiverem na posição com os dois quartos. A área de
serviço do apartamento foi escondida por uma porta camarão em vidro branco,
permitindo que quando necessário, se tenha acesso a toda extensão da bancada da
área de serviço (Figura 133 e Figura 134).
Figura 133. Vista do apartamento no modo estudo/dormir com a bancada recolhida e a porta camarão aberta.
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 134. Vista do apartamento no modo estudo/dormir com a bancada estendida e a porta camarão fechada.
Fonte: Elaborado pela autora
Para os armários suspensos da cozinha, também foi utilizadas prateleiras aramadas
que possibilitam a armazenagem da louça enquanto ela está sendo seca naturalmente
(Figura 1365 e Figura 136).
Figura 135. Vista dos armários da cozinha e da porta-camarão fechados
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 136. Vista dos armários da cozinha e da porta-camarão abertos
Fonte: Elaborado pela autora
Após observar e analisar as volumetrias propostas para os dois apartamentos, foram
elaboradas duas tabelas, uma para a cidade de São Paulo (Tabela 8) e outra para a
cidade de Vitória (Tabela 9), que comparam a ambientação de um apartamento não
compacto elaborado pela construtora, a ambientação de um apartamento compacto
elaborado pela construtora e a ambientação do mesmo apartamento compacto
elaborado pela autora do presente trabalho.
Tabela 8. Tabela comparativa entre o apartamento não compacto, o apartamento compacto e compacto com mobiliário multifuncional (Estudo 02).
Fonte: Elaborado pela autora
Tabela 9. Tabela comparativa entre o apartamento não compacto, o apartamento compacto e compacto com mobiliário multifuncional (Estudo 07).
Fonte: Elaborado pela autora
A Tabela 8 indica como o mobiliário multifuncional proposto auxiliou na ampliação de
funções do espaço definido pela construtora basicamente como um quarto, passando
também a ter a possibilidade de atuar como sala de estar e sala de jantar. Os armários
propostos, ainda que compactos, propiciam novas possibilidade e armazenagem de
itens que não estavam inclusos no projeto original como, por exemplo, o sofá e a mesa
de jantar, sendo estes mobiliários considerados comuns em apartamentos de maiores
dimensões. Itens complementares como, por exemplo, a mesa de apoio extraível para
o preparo de alimentos é uma solução simples que melhora e facilita o cotidiano do
morador e não demanda o sacrifício de espaços já existentes. É importante citar
também que a nova configuração permitiu a divisão do ambiente que antes era
totalmente integrado em dois ambientes distintos, podendo ser utilizado para
ocasiões diferentes, de maneira independente.
A Tabela 9 reflete o mesmo aproveitamento de espaço, apresentado na tabela
anterior, para o apartamento de Vitória. Ainda assim, é importante frisar a variedade
de ambientes e usos que móveis multifuncionais podem garantir, ampliando as
possiblidade de uso do apartamento em três vezes. O apartamento que originalmente
apresentava apenas uma sala, um quarto e uma cozinha, agora passa a oferecer a
possibilidade de uma grande sala para reunião de amigos; dois quartos e cozinha com
bancada para refeições rápidas. O fato de criar um móvel que possa se deslocar e que
ofereça em sua estrutura um grande conjunto de funções influencia diretamente no
aproveitamento da área do apartamento.
Para a situação do apartamento de São Paulo, o morador consegue utilizar o espaço
para receber sete visitas sentadas (Figura 137) e fazer um jantar para quatro pessoas
(Figura 138).
Figura 137. Estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo estar
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 138. Estudo 02 para o apartamento de São Paulo no modo jantar
Fonte: Elaborado pela autora
Já para a situação do apartamento de Vitória, com o layout proposto pela construtora
o apartamento só poderia ser utilizado por um morador ou por um casal e com o novo
layout proposto tornou-se possível a acomodar duas pessoas sem vínculo afetivo,
como por exemplo, dois estudantes ou colegas de trabalho. O apartamento pode ser
utilizado para receber onze visitas sentadas (Figura 139), com a possibilidade de se
desdobrar em dois quartos independentes, cada um com uma cama de casal,
televisão (Figura 140) e mesa para estudo (Figura 141).
Figura 139. Estudo 07 para o apartamento de Vitória no modo estar
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 140. Estudo 07 para o apartamento de Vitória no modo dormir
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 141. Estudo 07 para o apartamento de Vitória no modo estudo
Fonte: Elaborado pela autora
4.3. TERCEIRA FASE: PROJETO EXECUTIVO
Na terceira fase, o mobiliário multifuncional que foi selecionado para a elaboração do
projeto executivo está presente no estudo 06 para o apartamento de Vitória. É um
móvel giratório em MDF91 que tem uma função importante para toda a ambientação
do apartamento: no modo estar, ele delimita a área de estar (sala e cozinha) da área
do closet, e no modo dormir, o móvel delimita a área social (cozinha e banheiro) da
área dos dois quartos (Figura 142 e Figura 143).
Figura 142. Painel giratório no modo estar (posição 01)
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 143. Painel giratório no modo dormir (posição 02)
Fonte: Elaborado pela autora
91
MDF é uma sigla que significa Medium Density Fiberboard, em português, placa de fibra de média densidade. “Trata-se de um painel de madeira reconstituída, produzido por meio da aglutinação de fibras de madeira com resinas sintéticas e aditivos.” Disponível em: http://www.liderinteriores.com.br/blog/2012/08/mdf-e-mdp-qual-e-a-diferenca/; Acesso em janeiro de 2016.
O eixo giratório está localizado na extremidade esquerda do móvel, próximo ao
banheiro, esse eixo é fixado no chão e no teto e é responsável pela principal
sustentação do armário e por possibilitar o seu giro. Além do eixo, com o intuito de
auxiliar e guiar a movimentação do armário, também foi inserido, na parte superior do
móvel, dois pinos em alumínio para encaixar em duas guias em perfil alumínio ‘U’ que
precisam ser instaladas no elemento acima do armário.
As duas portas de correr dos quartos possuem fecho para impedir a movimentação
das portas enquanto o armário é movimentado, a porta para o quarto 02 possui
fechadura bico de papagaio (Figura 144) e a porta para o quarto 01 possui fecho
alavanca (Figura 145) com opção de trava em duas posições; a primeira posição é para
quando ela estiver sendo utilizada com o intuito privacidade para o quarto 01 e a na
segunda posição a trava é utilizada para porta permanecer aberta enquanto ocorre o
giro do armário.
Figura 144. Fechadura bico de papagaio
Fonte: Site Central das Ferragens
92
Figura 145. Fecho alavanca de embutir
Fonte: Site Batista Gomes
93
92
Disponível em: http://www.centraldasferragens.com.br/products/Fechadura-Bico%252dde%252dPapagaio-para-Janela-Direita-%252d-1510DG.html; Acesso em janeiro de 2016. 93
Disponível em: http://www.batista-gomes.pt/produtos_show.htm?idcont=1764&txt=&pag=3; Acesso em janeiro de 2016.
As portas basculantes e de abrir possuem a abertura através do sistema ‘fecho-tok’,
com o intuito de impedir a abertura das portas enquanto ocorre a movimentação do
armário. Para a porta abrir, nesse sistema ‘fecho-tok’, é necessário que o usuário
pressione com a mão a porta que desejar abrir. Além de conferir uma estética mais
limpa para o desenho, uma vez que não é necessária a utilização de puxadores.
Por se tratar de um mobiliário multifuncional, foi importante definir as possibilidades
de usos que esse armário giratório proporciona para os usuários. Quando o armário
está parado na posição 01 ou modo de estar ele possui as funções de: assistir a
televisão no sofá da sala ou até mesmo da cozinha (por conta do suporte articulado
para televisão), acessar o closet através da porta de correr próxima a janela e a
armazenagem de objetos (Figura 146).
Figura 146. Possibilidades de uso do móvel giratório na posição 01 ou modo estar
Fonte: Elaborado pela autora
Quando o móvel giratório está localizado na posição 02 ou modo dormir/estudo ele
possibilita a utilização nas seguintes funções: assistir a televisão do quarto 01, permitir
o acesso ao quarto 01 e ao quarto 02 através das portas de correr, estudar ou trabalhar
com notebook em uma mesa dobrável e armazenar objetos (Figura 147 e Figura 148).
Figura 147. Possibilidades de uso do móvel giratório na posição 02 ou modo estudo/dormir (visão do quarto 01)
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 148. Possibilidades de uso do móvel giratório na posição 02 ou modo estudo/dormir (visão da cozinha)
Fonte: Elaborado pela autora
Na vista A, denominada no projeto executivo a seguir, temos: portas basculantes e de
abrir com prateleiras internas para armazenagem de utensílios domésticos, um nicho
para televisão de 47’ polegadas com suporte articulado e a parte superior foi dividida
em quatro partes iguais, sendo três portas basculantes e uma porta fixa. Como esse
lado está acessível para a área social da casa, foi priorizado colocar o maior número de
portas para esse lado. Sendo que em uma dessas portas se encontram o nicho para os
aparelhos da televisão e tomadas embutidas na marcenaria. Uma tubulação para
passagem de fios chega do teto e passa no meio do armário pela sua parte superior,
até chegar às televisões, no projeto executivo, essa tubulação foi indicada com a cor
verde.
A vista B segue o mesmo padrão da vista A, com portas de abrir e portas basculantes
para armazenagem de utensílios domésticos. Porém, como o lado do armário
localizado na vista B fica para o quarto 01, foi necessária a instalação de uma mesa
dobrável para estudo. Foi considerados nichos com espaço para guardar objetos
como: lápis, livros e computador. Os nichos foram pensados com o intuito de facilitar
a organização e conferir praticidade para quem for utilizar o móvel no dia-a-dia. O
nicho para televisão que foi considerada na vista B foi para um televisor de 39’
polegadas. Nas próximas quinze páginas se encontra o projeto executivo do armário
giratório com: detalhes, especificações e cotas.
1/15
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
POSIÇÃO 01SEM ESCALA
POSIÇÃO 02SEM ESCALA
PLANTA BAIXA - POSIÇÃO 01SEM ESCALA
PLANTA BAIXA - POSIÇÃO 02SEM ESCALA
PERSPECTIVA 01 - MOVIMENTAÇÃO DO ARMÁRIO
[página 131]
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
PLANTA BAIXA - POSIÇÃO 01SEM ESCALA
PLANTA BAIXA - POSIÇÃO 02SEM ESCALA
POSIÇÃO 01 = MODO ESTARSEM ESCALA
POSIÇÃO 02 = MODO ESTUDOSEM ESCALA
GUIAS EM
PERFIL "U" NO
ELEMENTO
SUPERIOR DO
ARMÁRIO
GIRATÓRIO
PARA GUIAR A
MOVIMENTAÇÃO
DO ARMÁRIO
PERSPECTIVA 02 - MODO ESTAR E MODO JANTAR
2/15
[página 132]
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
VISTA EXTERNA - POSIÇÃO 01= MODO ESTARSEM ESCALA
VISTA INTERNA - POSIÇÃO 01 = MODO ESTARSEM ESCALA
PLANTA BAIXA - POSIÇÃO 01SEM ESCALA
PERSPECTIVA 03 - MODO ESTAR
3/15
[página 133]
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
VISTA INTERNA - POSIÇÃO 02 = MODO ESTUDOSEM ESCALA
VISTA EXTERNA - POSIÇÃO 02 = MODO ESTUDOSEM ESCALA
PLANTA BAIXA - POSIÇÃO 02SEM ESCALA
PERSPECTIVA 04 - MODO ESTUDO
4/15
[página 134]
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
2828
PLANTA BAIXAESCALA 1/25
F
I
2
32
14
12
CORRE CORRE
PROJEÇÃO TV
F
I
I
I
I
18.5 227.52
2302
1717
80
3 3217.5
34
23
70
26 2698
10
34
18
14
4
34
8070
115
160
I
262
222
82
2 6 2
PROJEÇÃO TV
DETALHE 02ESCALA 1/5
DETALHE 01ESCALA 1/10
2
19.5
2
17.5
19.5
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
EIXO GIRATÓRIO
VÃO PARA
PASSAGEM
DE FIOS
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
PROJEÇÃO DO ARMÁRIO
EM CIMA DA PORTA DE
CORRER
PROJEÇÃO
DA PORTA
DE ABRIR
SUPORTE ARTICULADO
DE TELEVISÃO - MARCA
GAIA - CÓD. GSP-221
PROJEÇÃO
DA PORTA
DE ABRIR
PRATELEIRASPRATELEIRAS
SUPORTE FIXO
COM INCLINAÇÃO
PARA TELEVISÃO -
MARCA GAIA -
CÓD. GSP-3444
5/15
[página 135]
VISTA A - EXTERNAESCALA 1/25
TV 47"
(108x63cm)
S2
S1
S1
S4S4
S3
S2 S3
99
70
27
23
30
20
20
49.5 59.5
96
15
6
porta de
correr
porta de
correr
basculante
fecho-toc
fixo
9198
basculante
fecho-toc
basculante
fecho-toc
basculante
fecho-toc
103.5
porta
fecho
toc
porta
fecho
toc
porta
fecho
toc
porta
fecho
toc
F
F F F
F
FF
F F F F
F
F
233
25.5
207.5
235
F
basculante
fecho-toc
2207.5
1.5
23
2
209.5
25.5
8080184
5
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
.52.5
1
DETALHE 03ESCALA 1/5
PINO EM ALUMÍNIO
GUIA DE ALUMÍNIO
EM PERFIL "U"
VÃO PARA
PASSAGEM
DE FIOS
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
EIXO
GIRATÓRIO
PORTAS DE CORRER COM
TRILHO SUPERIOR E PUXADOR
TIPO CONCHA
PREVER FECHADURA
PAPAGAIO NESSA
PORTA DE CORRER
TRAVA DO FECHO
ALAVANCA NA POSIÇÃO
DA PORTA FECHADA
6/15
[página 136]
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
S1
TV 47"
(108x63cm)
S2S1
S4
S2
S3
S3
310
97
270
225.51.5
23
20
30
20
49.5 6 59.5
31.5
230
231.5
I
I I I
I
I
I
I
F
F
F
nicho nicho nicho
nichonicho
prateleira
prateleira
porta de
correr
fixo
F
RODÍZIOS
TRANSPARENTES SEM
FREIO
207.5
221.5
2
8
30
230
225
223
220
227
229.5
235
209.5
25.5
235
S4
2
F
75
8080184
.52.5
1
DETALHE 03ESCALA 1/5
2
VISTA A - INTERNAESCALA 1/25
PREVER FECHADURA
PAPAGAIO NESSA
PORTA DE CORRER
VÃO PARA
PASSAGEM
DE FIOS
TOMADAS
EMBUTIDAS NA
MARCENARIA
PINOS EM ALUMÍNIO PARA
ENCAIXAR NAS GUIAS EM PERFIL
"U" QUE SERÃO FIXADAS NO
ELEMENTO SUPERIOR DO
ARMÁRIO GIRATÓRIO - O
ELEMENTO SUPERIOR PODE SER
O TETO OU UM ARMÁRIO
TRAVA DO FECHO ALAVANCA
NA POSIÇÃO DA PORTA
ABERTA
POSIÇÃO DA PORTA DE CORRER
QUANDO O ARMÁRIO FOR
MOVIMENTADO - A PORTA
PRECISA ESTAR ABERTA E
TRAVADA
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
EIXO
GIRATÓRIO
196.5
PINO EM ALUMÍNIO
GUIA DE ALUMÍNIO
EM PERFIL "U"
10 70
7/15
[página 137]
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
27
72
23
99
9
28
369
210
270
225.5
221.5
2
235
83
31.5
270
225.5
221.5
22
nicho
DETALHE 04ESCALA 1/5
F
F
I
I
I
I
76
52
2 10.55 10.5
DETALHE 05ESCALA 1/5
porta
lápis
F
230
231.5
2
SEÇÃO S1ESCALA 1/25
210.5 (altura da porta de correr)
117.5
42
16
29
262
712
16
270
27
23
2.5 3 .52
111
TRILHO SUPERIOR DA
PORTA DE CORRER
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
PROJEÇÃO DA MESA
DOBRÁVEL
RODÍZIOS
TRANSPARENTES
SEM FREIO
PROJEÇÃO DA
PORTA BASCULANTE
8/15
[página 138]
28
331
230
225
223
220
227
221.5
235
I
II
2
nicho
SEÇÃO S2ESCALA 1/25
209.5
221.5
235
2 17 2112
I
F F
2
nicho
SEÇÃO S3ESCALA 1/25
229.5
29
1198
123
1
29
1198
123
1
132227
2 30 217 17
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
RODÍZIOS
TRANSPARENTES
SEM FREIO
PROJEÇÃO DA
PORTA BASCULANTE
PRATELEIRAS
DETALHE 04ESCALA 1/5
2.5 3 .52
111
TRILHO SUPERIOR DA
PORTA DE CORRER
.52.5
1
DETALHE 03ESCALA 1/5
PINO EM
ALUMÍNIO
GUIA DE ALUMÍNIO
EM PERFIL "U"
VER DETALHE 04
VER DETALHE 04
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
PROJEÇÃO DA
PORTA
BASCULANTE
FECHO
ALAVANCA
9/15
[página 139]
2218.52
1515
2302
9.5
34
344
2773
77277367
230
2
34
216
4102
76.5673672
310
II II
I
nichonicho
nicho nicho
69 78.5 78.5 79 1
22
30
210.5 76.5 3 77 2
69 78.5 78.5 79
SEÇÃO S4ESCALA 1/25
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
2 6 2
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
EIXO GIRATÓRIO
VÃO PARA
PASSAGEM
DE FIOS
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
I
DETALHE 06ESCALA 1/10
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
PROJEÇÃO DE APARELHOS
ELETRÔNICOS
PROJEÇÃO DE
APARELHOS
ELETRÔNICOS
DETALHE 07ESCALA 1/10
10/15
[página 140]
TV 39"
(89x53cm)
S5
S6
S5
S6
9198.5
1.5
23
209.5
15
96
F
F
F
F
F
F
F
F
F
porta de
correr
nicho
mesa
dobrável
48
5
fixo fixo fixo
basculante
fecho-toc
porta
fecho
toc
porta
fecho
toc
VISTA B - EXTERNAESCALA 1/25
2
25.5
1
919
50
12
16
270
27
23
basculante
fecho-toc
F
FF
basculante
fecho-toc
FFF
103.5
207.5
1.5
23
1
2233
235
6
80 80 184
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
FURO COM Ø 4cm
PARA ABRIR A MESA
DOBRÁVEL
TOMADAS EMBUTIDAS
NA MARCENARIA
EIXO GIRATÓRIO DA
MESA DOBRÁVEL
.52.5
1
DETALHE 03ESCALA 1/5
PINO EM ALUMÍNIO
GUIA DE ALUMÍNIO
EM PERFIL "U"
PINOS EM ALUMÍNIO PARA
ENCAIXAR NAS GUIAS EM
PERFIL "U" QUE SERÃO
FIXADAS NO ELEMENTO
SUPERIOR DO ARMÁRIO
GIRATÓRIO - O ELEMENTO
SUPERIOR PODE SER O TETO
OU UM ARMÁRIO
PREVER FECHADURA
PAPAGAIO NESSA
PORTA DE CORRER
VÃO PARA
PASSAGEM
DE FIOS
5
porta de
correr
TRAVA DO FECHO
ALAVANCA NA POSIÇÃO
DA PORTA FECHADA
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
EIXO
GIRATÓRIO
11/15
[página 141]
5.5 5 2 5 2 5 2 5 2 5 5.5
.5.5
PORTA-LÁPIS
TV 39"
(89x53cm)
S6S6
1.5
10
23
820
230
20
96
1.5
3196.5
225.5
209.5
15
23
II
I
II
F
F
F F F
F
F
210
porta de
correr
DETALHE 08ESCALA 1/10
74
2
17
fixo fixo
fixo
nicho
nicho
nicho
nicho
F
VISTA B - INTERNAESCALA 1/25
nicho
16
16
221.5
252
6
29.5
227
220
223
225
230
230
2207.5
1.5
23
1
235
23
1
80 80 184
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
POSIÇÃO DA PORTA DE
CORRER QUANDO O ARMÁRIO
FOR MOVIMENTADO - A PORTA
PRECISA ESTAR ABERTA E
TRAVADA
PREVER FECHADURA
PAPAGAIO NESSA
PORTA DE CORRER
SUPORTE DOBRÁVEL COM TRAVA
EM EPOXI BRANCO - MARCA KROK
75
70 10
.52.5
1
DETALHE 03ESCALA 1/5
PINO
EM
ALUMÍNIO
GUIA DE ALUMÍNIO
EM PERFIL "U"
PINOS EM ALUMÍNIO PARA
ENCAIXAR NAS GUIAS EM
PERFIL "U" QUE SERÃO
FIXADAS NO ELEMENTO
SUPERIOR DO ARMÁRIO
GIRATÓRIO - O ELEMENTO
SUPERIOR PODE SER O TETO
OU UM ARMÁRIO
VÃO PARA
PASSAGEM
DE FIOS
TRAVA DO FECHO
ALAVANCA NA POSIÇÃO
DA PORTA ABERTA
TUBULAÇÃO PARA
PASSAGEM DE FIOS
EIXO
GIRATÓRIO
TOMADAS EMBUTIDAS
NA MARCENARIA
VER
DETALHE
09
S5
S6
S5
S6
ESPAÇOS
PARA LIVROS
ESPAÇO PARA NOTEBOOK
12/15
[página 142]
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DA MESADOBRÁVEL E DOS PORTA-LÁPISSEM ESCALA
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
PERSPECTIVA HUMANIZADA - VISTA BSEM ESCALA
ESPAÇO PARA NOTEBOOK
TOMADAS EMBUTIDAS NA MARCENARIA
EIXO GIRATÓRIO DA
MESA DOBRÁVEL
PORTA-LÁPIS
SUPORTE DOBRÁVEL COM
TRAVA - MARCA KROK
MESA
DOBRÁVEL
ABERTA
13/15
[página 143]
80
217.53115317.52
7034
34
28
22
14
2
2263983262
26
2
I II
I
F
Iprateleiras
SEÇÃO S5ESCALA 1/25
I
2
70 28 102 28 80
34
19.5 58 58 19.5
2 6 2
DETALHE 10ESCALA 1/5
5.56262626265.5
85 (largura da porta)75 (largura da porta)
DETALHE 11ESCALA 1/10
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
TUBULAÇÃO
PARA
PASSAGEM
DE FIOS
EIXO GIRATÓRIO
DETALHE 09ESCALA 1/10
1717
227.5218.5
2302
PROJEÇÃO
DA PORTA
DE ABRIR
PROJEÇÃO
DA PORTA
DE ABRIR
PROJEÇÃO DO ARMÁRIO
EM CIMA DA PORTA DE
CORRER
PORTA-LÁPIS
F
VÃO PARA
PASSAGEM
DE FIOS
14/15
[página 144]
34
I I
I prateleiras
nicho
SEÇÃO S6ESCALA 1/25
34
80
217.53115317.52
7034
I
I I
19.5 58 58 19.5
85 (largura da porta)75 (largura da porta)
28
22
14
2
18
412
2263983262
F
70 28 102 28 80
622
42
52
(profundidade
da m
esa
dobrável)
2 46 2 46 2
96 (largura da
mesa dobrável)
PROJETOEXECUTIVO MARCENARIAARMÁRIOGIRATÓRIO
LEGENDA MARCENARIA
ACABAMENTO INTERNO -
MELAMÍNICO COR
BRANCA
NOTA 01: TODAS AS COTAS
EM CENTÍMETROS.
NOTA 02: INTERIOR DOS
ARMÁRIOS EM MELAMÍNICO
BRANCO.
NOTA 03: TODAS AS PORTAS
BASCULANTES COM BRAÇO DE
ABERTURA VARIÁVEL - MARCA
FGV.
MDF DURATEX - BRANCO
DIAMANTE -
ACABAMENTO FOSCO -
LINHA CRISTALLO
F
I
2 6 2
DETALHE 10ESCALA 1/5
TUBULAÇÃO
PARA
PASSAGEM
DE FIOS
EIXO GIRATÓRIO
DETALHE 09ESCALA 1/10
1717
227.5218.5
2302
VÃO PARA
PASSAGEM
DE FIOS
PROJEÇÃO DA MESA
DOBRÁVEL ABERTA
PROJEÇÃO
DA PORTA
DE ABRIR
PROJEÇÃO
DA PORTA
DE ABRIR
PROJEÇÃO DO ARMÁRIO
EM CIMA DA PORTA DE
CORRER
15/15
[página 145]
conclusão
Como as escolhas dos temas de Arquitetura de Interiores e de Projeto de Mobiliário
Multifuncional são pouco usuais para o curso de Arquitetura e Urbanismo, se tornou
necessária a realização de extensas pesquisas bibliográficas no que diz respeito ao
atual modo de morar brasileiro, aos recentes apartamentos compactos lançados no
mercado, aos exemplos de mobiliários multifuncionais e aos mecanismos existentes
que permitem a possibilidade de criar diversas funções para um único móvel. Tal
material bibliográfico foi importante para justificar e escolha do tema e criar
embasamento teórico para a elaboração de estudos preliminares visando a utilização
de mobiliários multifuncionais, para, por fim elaborar um projeto executivo de um
único mobiliário multifuncional.
Como resultado da pesquisa, no que se refere aos mobiliários multifuncionais e
mecanismos gerais, já existe um mercado consolidado, principalmente no contexto
internacional, para esse tipo de mobiliário multifuncional e que os mecanismos gerais
são de grande importância para a execução desse tipo de móvel, sem a tecnologia por
trás desses mecanismos não seria possível movimentar os mobiliários de forma
simples e intuitiva.
Nas análises das ambientações dos apartamentos compactos proposta pelas
construtoras foi observada que as ambientações são imutáveis e não viabilizam a
opção de oferecer para os moradores características de multifuncionalidade nos
mobiliários inseridos dentro dos apartamentos.
Analisando as tabelas 8 e 9 foi possível concluir que, com a utilização de mobiliários
multifuncionais o morador ganha área útil dentro dos apartamentos, aproveitando os
espaços para ocasiões específicas, modificando a configuração do ambiente conforme
necessário. A divisão de funções dos ambientes de acordo com a configuração
mobiliária ajudou a organizar o espaço de forma que pudesse atender à demanda do
usuário nas diversas situações do dia-a-dia, tornando o apartamento mais eficiente e
multifuncional.
Durante a elaboração do projeto executivo do mobiliário multifuncional foi verificada
algumas dificuldades, como por exemplo: a previsão das guias, dos rodízios e as travas
das portas. Como foi dito anteriormente, as ferragens e mecanismos presentes no
mercado foram de importante ajuda e, com eles, foi possível a resolver os problemas
surgiram. É interessante ressaltar a importância da existência desses mecanismos e
do conhecimento prévio a respeito deles, antes da elaboração de um projeto
executivo de marcenaria, por um profissional do ramo de Arquitetura de Interiores.
Logo, utilizando as ferramentas de desenho, de projeto e dos mobiliários
multifuncionais foi possível viabilizar de forma confortável e digna a habitação nesses
espaços compactos. O desafio do melhor aproveitamento do espaço nos
apartamentos compactos está em utilizar de maneira satisfatória e funcional cada
área dessa moradia.
A atuação do profissional na área de arquitetura de interiores que tenha
conhecimento a respeito de dimensionamentos mínimos e antropometria também é
de grande importância para criar um espaço de morar dinâmico e multifuncional.
Além disso, a abordagem desse tema serve como um despertar para a tendência
mundial de compactação das moradias e visa solucionar a falta de espaço, maior
problemática desses tipos de habitação, além de trazer o questionamento de que
talvez o morar em espaços menores com menos coisas, diminuindo o consumo e o
trabalho de manter moradias maiores, possa significar uma qualidade de vida melhor.
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