uma publicação mensal da FEAUSP
A USP mar-
cou presença
na Rio+20, a
Conferência das
Nações Unidas
sobre Desenvol-
vimento Susten-
tável, realizada
entre os dias 13
a 24 de junho,
no Rio de Janeiro
(RJ). O estande
da USP mon-
tado na área de
exposições do
evento, no Pier
Mauá, Armazém
1, reuniu docen-
tes, pesquisado-
res e alunos de
graduação e de pós-graduação da Universidade e de outras instituições de ensino, envolvidos com a
temática da sustentabilidade. Foi um espaço de integração, troca de ideias e de compartilhamento do
conhecimento científico produzido pela USP, nas últimas décadas.
Para concretizar o projeto idealizado pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão e as expectativas dos
professores José Roberto Kassai, coordenador do Núcleo de Estudos em Contabilidade e Meio Ambiente
(NECMA/USP) e Marina Mitiyo Yamamoto, Pró-Reitora Adjunta de Cultura, a FEA entrou em ação.
p.03
p.06
p.09
p.12
FEA ALUNOS
FEA SUSTENTABILIDADE
FEA FUNCIONÁRIOS
FEA MIX
FEA PROFESSORESFEA PERFIL E AINDA...
p.02 p.04 p.08
Convênioregulariza usodo FEA 5
A aposentadoriado professorManolo
Marco:100º DiscussõesMetodológicas
FEA X FEA
ano 9_edição 77_agosto_2012M
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FE
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20
(CONTINUA NA PÁGINA 6)
Rose Batista (FEA) e Nilza Ferreira da Silva (Museu de Ciências-PRCEU), em pé; e Patrícia Sakamoto (Faculdade de Medicina Veterinária – USP), Ligiana Clemente Damiano (ESALQ) e Ricardo Bueno Pereira de Barros (FEA)
#02
FEA X FEA
“Com o acordo, a FEA terá autonomia para fazer as reformas necessárias e melhorar as instalações. Até agora, só podíamos cuidar da manutenção básica.”
Con
vên
io r
egu
lari
za
uso
do
FE
A 5
Pouca gente sabe que o Fea 5, ediFício que abriga o gran-
de auditório e outros serviços, não Pertence de Fato ao
Patrimônio da universidade. Ele foi construído pela Secre-
taria da Fazenda do Estado de São Paulo para abrigar a Escola
Fazendária do Estado de São Paulo – FAZESP, um centro de
treinamento para os seus funcionários.
O prédio foi concluído em 1992, mas por estar distante da
Secretaria, foi pouco utilizado pela FAZESP. Um convênio fir-
mado na época autorizava a ocupação do espaço pela FEA, que
chegou a realizar cursos para os funcionários da Escola Fazendá-
ria. Agora, com o decreto nº 59.151, assinado pelo governador
Geraldo Alckmin, no dia 21 de junho, a ocupação do espaço será
regularizada.
“O documento autoriza a formalização de um convênio de
cooperação técnica que permitirá à FEA ‘pagar’ pelo uso do
prédio. A contrapartida será em forma de aulas, cursos e trei-
namentos, ministrados pelos professores da Faculdade, por in-
termédio das Fundações”, explica professor Reinaldo Guerreiro,
diretor da FEAUSP.
O prazo do convênio é de cinco anos e prevê um total de
120 mil horas-aula ou 24 mil horas-aula por ano, que terão valo-
res especiais, estabelecidos com a FAZESP. O abatimento será
convertido em hora-aula.
“Com o acordo, a FEA terá autonomia para fazer as refor-
mas necessárias e melhorar as instalações. Até agora, só podía-
mos cuidar da manutenção básica”, afirma professor Reinaldo.
O FEA 5 tem quatro andares e 1.320 metros quadrados de
área construída. Além do auditório, abriga o Laboratório de
Aprendizagem e Ensino (LAE), o Serviço Técnico de Informá-
tica (STI), a Seção de Pós-Graduação, as salas de defesa da Pós-
Graduação, o Laboratório de Informática de Graduação e Pós-
Graduação, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC),
a Associação Acadêmica Atlética Visconde de Cairu (AAA-
VC), a Copa e o salão de eventos no 4º andar.
“Todos os anos, a equipe que assume o projeto revê o planejamento e aprimora o curso.”
FEA ALUNOS
Projeto Guiar veio para ficara equiPe
do Projeto
guiar, inicia-
tiva do Pet
administra-
ção Fea, se
PrePara Para mais duas edições do curso sobre Planeja-
mento Financeiro, a Partir de setembro.
O projeto foi criado em 2007 com o objetivo de oferecer
orientação sobre orçamento familiar em linguagem acessível
para pessoas com pouco conhecimento sobre o assunto. “Foi
por acaso. Uma das integrantes do PET esqueceu um de seus
livros no ônibus e, quando voltou para buscá-lo, encontrou
o motorista lendo, muito interessado. Era um livro sobre pla-
nejamento financeiro”, conta Gustavo Souza, aluno do 2º
ano de Administração e atual coordenador do Guiar.
Motoristas participaram das duas primeiras edições do
curso, em 2007 e 2008. Desde 2011, o curso é oferecido aos
funcionários da Prefeitura do Campus USP da Capital, em
função de parceria firmada com a Superintendência de As-
sistência Social. As turmas são de 20 funcionários em média,
que participam de quatro aulas de duas horas de duração
cada, durante um mês.
“As aulas foram reformuladas para tornar o curso ainda
mais simples e de rápida aprendizagem e a apostila foi substi-
tuída por um pequeno guia de consulta fácil. Todos os anos,
a equipe que assume o projeto revê o planejamento e apri-
mora o curso. A nossa satisfação é constatar que todos os
alunos ficam até o fim”, diz Gustavo.
O Projeto Guiar é uma das atividades do PET (Programa
de Educação Tutorial da FEAUSP) que, por sua vez, integra
a rede de grupos de aprendizagem do SESu/MEC. A finalida-
de do PET é propiciar aos alunos condições para a realização
de atividades extracurriculares de complemento à formação
acadêmica. Atualmente, o grupo é formado por 12 bolsistas
e colaboradores, tutorados pela professora Liliana Vascon-
cellos Guedes.
atividades e Projetos
• PET Enfoque: promove palestras e debates;• PET Indica: periódico mensal sobre carreiras em ad-
ministração;• Empreendedorismo & Sustentabilidade: mesa redon-
da que traz o tema à faculdade;• Projeto Guiar: levando conhecimento além da FEA, a
partir de aulas ministradas para a comunidade;• Revista Humanidades Em Diálogo: publicação de ar-
tigos de estudantes de graduação, feita em conjunto com os PETs da Ciências Sociais, Direito, Filosofia e História;
• Seminários de Metodologia: auxiliam os futuros pes-quisadores FEAnos;
• Curso de Comunicação Oral: proporciona a integra-ção do grupo e melhora a habilidade de comunicação dos participantes.
Bruno Vinhatti, Silvia Yukari Ishibashi, Gustavo Souza Alves, Leika Karasawa, Letícia Goto e Edson dos Anjos Neves (atrás); Patrícia Mayumi Higa, Danyllo Mantovani Souza Lima, Marina Cerqueira Marinho e Aymê Oda Saito, na frente, da esq. para dir.
Funcionários da USP, 1a turma de 2012
#04
FEA PERFIL
“Nada me dá mais prazer do que estar na FEA e em uma sala de aula. Sou muito grato à USP. A Universidade não sabe, mas eu sei o quanto ela me deu.”
O p
raze
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e es
tar
na
FE
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de
dar
au
las o ProFessor manolo, como é mais
conhecido, já Poderia ter se aPosen-
tado em 2002. Da inevitável aposen-
tadoria compulsória que chega aos 70
anos, ele não pôde escapar. Mas quem
pensa que o professor Manuel Enriquez
Garcia vai abandonar as salas de aula
está muito enganado.
“Vou continuar a dar aulas na gra-
duação da FEA e onde mais for neces-
sário”, diz o professor Manolo. Há mais
de três décadas, os alunos do primeiro e
segundo semestres do curso de Econo-
mia assistem às aulas de Introdução à
Economia ministradas por ele.
“Não estranho os jovens de hoje.
São alunos do mesmo jeito, com as mes-
mas expectativas. O mais relevante é
acolhê-los e conversar. Sempre tem um
aluno que vai fazer uma pergunta difícil
e isso motiva. Essa é a função da sala
de aula. Questionar é a única forma de
aprender. Sempre digo: questione, não
acredite em tudo o que o professor diz”, afirma o professor.
de bancário a economista
Nascido em Granada, na Espanha, o professor Manolo
tinha 11 anos quando chegou ao Brasil com a família, em
1954. O Corinthians acabara de se tornar campeão e essa
foi a sua primeira paixão. Manolo lembra que a dificuldade
inicial foi encontrar uma escola para continuar os estudos.
“Pensávamos que não havia escola pública e, como preci-
sava ajudar a família, fui trabalhar na marcenaria com meu
pai. Com 15 anos, fiz exame de admissão para o ginásio e
entrei em segundo lugar. Depois veio o científico e conse-
gui um emprego de meio período no Banco Bandeirantes do
Comércio. Gostava de matemática e, por isso, queria fazer
engenharia, que era um curso de período integral. Alguém
sugeriu Economia e na segunda tentativa, fiz o exame oral
com a professora Alice Canabrava, que tinha fama de seve-
ra. Tirei 10 e aí começou a minha história com a FEA. Era
exatamente o que eu queria”, conta.
Na graduação, se encantou com a teoria econômica e os
métodos quantitativos. Participou do grupo de estudo cria-
do pelo professor Antonio Delfim Netto com os professores
Affonso Celso Pastore e Maria Cristina Cacciamali. Mais
tarde, um colega, Roberto Macedo, o indicou para um es-
ção. Sou de uma geração moldada para a
transformação e que conhece a História.
Isso é fundamental. Quando vejo a Es-
panha hoje, reconheço o Brasil dos anos
1980, enfrentando a moratória. Experi-
ência é história. A Economia é uma ci-
ência social que tem instrumentos para
validar hipóteses. Não existe achismo”,
analisa o professor.
O setor privado não o atraiu, mesmo
nas questões administrativas. “Dinhei-
ro não é fundamental. A família sim,
vem em primeiro lugar, pais e filhos”,
afirma professor Manolo, que também
não abre mão das corridas e mini-ma-
ratonas. Há 30 anos ele pratica esse es-
porte que lhe garante condicionamento
físico e disposição. Já disputou a corrida
de São Silvestre 16 vezes. “Quero estar
de bem com a vida. Gracias a la vida!”,
saúda o professor Manolo.
“Hoje, convivemos com muita informação. Temos um conjunto de novas teorias, macroeconomia, algumas disciplinas do curso das décadas de 1970 e 1980 se resumem a três ou quatro aulas.”
tágio num grupo que assessorava a FIESP. “Foi difícil
deixar o banco. Na Espanha, ser bancário era só para
a elite”, lembra.
O mestrado e o doutorado em Economia foram
feitos na própria FEA, onde começou a lecionar em
1971. Com o colega Marco Antonio Sandoval Vas-
concellos, escreveu o livro Fundamentos da Economia,
já na 4ª edição, um dos mais vendidos e lidos por es-
tudantes e economistas do Brasil. Voltou a ser aluno
no curso de Direito, concluído em 1985, e dele tirou
muita coisa tanto para a carreira profissional, como
para a vida pessoal.
“A carreira de professor foi, porém, a escolha. Fui
coordenador da Graduação e de Estágios por vários
períodos, orientei monografias de vários alunos, es-
crevi inúmeros artigos. Com a experiência de advo-
gado, me envolvi com a parte administrativa da Faculdade,
chefiando quase 10 comissões de processos administrativos.
Mas nada me dá mais prazer do que estar na FEA e em uma
sala de aula. Sou muito grato à USP. A Universidade não
sabe, mas eu sei o quanto ela me deu”, diz o professor.
divulgação
Em julho de 2011, Manolo foi eleito presidente da Ordem
dos Economistas do Brasil, E agora, após 40 anos de ativida-
des, Manolo aposta que terá mais tempo para se dedicar ao
trabalho de divulgação da Teoria Econômica. Quer montar
cursos gratuitos para não economistas, atender a mídia sem-
pre que solicitado, dividir conhecimento e defender valores.
Dar palestras em faculdades e abrir espaço no mercado de
trabalho para economistas. Manter vivo o elo com os jovens.
“Numa sala de aula, eles são sempre alunos”, diz o professor.
“Hoje, convivemos com muita informação. Temos um
conjunto de novas teorias, macroeconomia, algumas discipli-
nas do curso das décadas de 1970 e 1980 se resumem a três ou
quatro aulas. Sou de uma geração que desafiou os professores
e as instituições por um ensino melhor. Em 1968, o mundo
acadêmico ruiu na França e o Brasil absorveu essa inquieta-
“Não choveu, fez sol o tempo todo. O movimento no estande foi muito grande. Foi difícil administrar as dificuldades, mas no fim, acredito que todos gostaram do resultado.”
Mob
iliz
ação
da
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ante
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20
FEA SUSTENTABILIDADE
o mundo se PreParou Para a rio+20
Praticamente desde a rio 92, mas a
Fea teve Poucos dias Para colocar
a usP no evento. Com a liberação da
verba pela Pró-Reitoria de Cultura e
Extensão Universitária, a Assistência
Financeira da FEA começou a tomar
as providências.
“Não havia tempo hábil para mon-
tar a licitação para contratação do
estande. Fizemos uma consulta à Pro-
curadoria para verificar a dispensa da
licitação por inelegibilidade. A justi-
ficativa foi o parecer do secretário do
Comitê da Organização que estava no
site da Rio+20. Conseguimos a auto-
rização em apenas um dia, graças ao
empenho do Departamento Financei-
ro e da Procuradoria Geral da USP ”, lembra Valdemir
Jacinto de Souza, responsável pela Assistência Financeira.
Além da alocação do estande, a lista de providências
era imensa: acomodação, passagens, aluguel de totens,
tevê, mobiliário, transporte local, equipamento de grava-
ção, segurança e muito mais. A lista de interessados em
participar do encontro só crescia.
A FEA foi representada por sete professores, três pós-
doutorandos, três doutorandos, dois mestrandos e dois
graduandos, além dos funcionários convocados para cui-
dar da operação. No dia 10 de junho, Rose Batista e Ri-
cardo Bueno Pereira de Barros, do Serviço de Pesquisa,
Cultura e Extensão da FEA, já estavam no Rio de Janeiro.
Cintia Dias Oliveira em São Paulo, deu retaguarda.
“Quando a gente chegou no Pier Mauá o estande ainda
não estava pronto. Faltava carpete, ligação elétrica. No
dia 12, o espaço estava fechado. Mas no dia 13, estava
tudo pronto para a abertura, com o painel colocado”, con-
ta Ricardo. Armá-
rio, estante para
os livros, mesas,
poltronas e totens
foram alugados
no Rio.
Não havia
acomodação dis-
Marina Mitiyo Yamamoto, Pró-Reitora Adjunta de Cultura e Extensão José Roberto Kassai, coordenador do NECMA/USP
“Queríamos mostrar a Universidade como uma unidade e montar um evento. Quando conseguimos o local, não dava mais tempo. O estande com os recursos disponíveis cumpriu a função.”
ponível para as 60 pessoas inscritas e o jeito foi alugar três
apartamentos e fazer um rodízio. “Conseguimos um dos
apartamentos por indicação de uma funcionária da STI
que tinha uma prima no Rio de Janeiro. Rose convocou
uma empregada conhecida para cozinhar e fazer a limpeza
dos apartamentos. E apesar de não haver passagens para
todo mundo, a licitação aberta com a tomada de preço fa-
cilitou o processo. Nem sei como tudo deu certo”, afirma
Valdemir.
Ao final dos onze dias de “maratona” e dos impasses
para efetuar os pagamentos aos fornecedores, a equipe
da FEA e os demais participantes da USP comemoraram.
“Não choveu, fez sol o tempo todo. O movimento no es-
tande foi muito grande. Foi difícil administrar as dificul-
dades, mas no fim, acredito que todos gostaram do resul-
tado,” diz Rose, que voltou sem voz do evento.
O objetivo da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão era
José Roberto Kassai, coordenador do NECMA/USP
Maria Arminda do Nascimento Arruda, Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária
Valdemir Jacinto de Souza, da Assistência Financeira da FEA
aproveitar a oportu-
nidade para mostrar
as iniciativas da USP
reunidas. “Quería-
mos mostrar a Uni-
versidade como uma
unidade. Queríamos
também ter monta-
do um evento, uma
mesa-redonda, mas
quando conseguimos
o local não dava mais tempo. O estande com os recursos dis-
poníveis, cumpriu a função”, diz a professora Marina Mitiyo
Yamamoto, Pró-Reitora Adjunta de Cultura e Extensão.
Para o Portal Rio+20, 60 pesquisadores montaram uma
apresentação padrão em português e inglês dos seus pro-
jetos. E o conjunto de publicações produzidas desde a Rio
92 estava catalogado no Sistema Integrado de Bibliotecas
(SIBi). “Os visitantes eram convidados a gravar depoimen-
tos. Queríamos levantar o entendimento das pessoas sobre
sustentabilidade, a percepção delas sobre o que o mundo
precisa, o que seria preciso fazer para melhorar. Temos um
material muito rico que será organizado num vídeo. Vai
tudo para o Portal”, explica a professora Marina.
Para o professor José Roberto Kassai, do Departamento
de Contabilidade e coordenador do Núcleo de Estudos em
Contabilidade e Meio Ambiente (NECMA/USP), o estande
da USP na Rio +20 se tornou um ponto de referência. “Era
um local simples perto dos ou-
tros estandes, mas a movimenta-
ção era muito grande. A integra-
ção de pesquisadores, projetos,
foi intensa. E o importante é que
conseguimos mostrar o papel da
USP no debate de temas relacio-
nados à sustentabilidade”, afirma
professor Kassai.
encontram no mesmo contexto das perguntas, que só são for-
muladas quando as condições para suas respostas estão dadas.
Segundo Sánchez, “existem respostas para todas as perguntas”.
O método é o caminho, o percurso entre pergunta e resposta.
As pesquisas científicas começam com a construção da
pergunta e terminam com a construção da resposta, que en-
volve os níveis técnico, metodológico e teórico. “Atrás da
epistemologia sempre há uma teoria do conhecimento, uma
visão do mundo”, destacou Sánchez. O conhecimento cien-
tífico, diferentemente de outros tipos de conhecimento hu-
mano, é disciplinado e sistematizado. Requer a explicação do
caminho entre pergunta e resposta, o método. E por último,
mas não menos importante, inclui a dúvida, ressaltou o pro-
fessor Sánchez.
#08
FEA PROFESSORES
“É uma experiência marcante. Por aqui passaram cerca de 300 mestrandos e doutorandos para debater suas propostas de pesquisa.”
O m
arco
do
100º
Dis
cuss
ões
Met
odol
ógic
as
o ProFessor gilberto de andrade
martins, do dePartamento de con-
tabilidade e atuária da Fea (eac),
não esconde sua alegria Pela reali-
zação do 100o discussões metodo-
lógicas, evento que
ele criou com o ob-
jetivo de Permitir a
aPresentação e dis-
cussão de Primeiras
ideias, anteProjetos,
Projetos e Pesquisas
em andamento Para
a elaboração de
teses, dissertações
e artigos. O centé-
simo encontro, realizado no dia 11 de
junho, contou com a presença do chefe
do EAC, professor Edgard Bruno Cor-
nacchione Júnior.
“Comecei as Discussões há 12 anos, em 2000, quando vim
para o Departamento de Contabilidade. É uma experiência
marcante. Por aqui passaram cerca de 300 mestrandos e dou-
torandos para debater suas propostas de pesquisa. Nesses meus
35 anos de FEA participei de muitas atividades, mas a que me
dá mais prazer são as Discussões Metodoló-
gicas”, diz o professor Gilberto Martins.
Martins lembra que nesses 12 anos hou-
ve algumas sessões especiais, com a presença
de professores como Pedro Demo, Joaquim
Severino, Ivani Fazenda, José Carlos Meu-
ly e Carlos Renato Theóphilo. O professor
agradece a colaboração dada às Discussões
pela professora Vilma Slomski, da FECAP,
e pela secretária Juliana Fávero Rodrigues,
do EAC.
O marco do 100o Discussões Metodológicas foi comemora-
do com a palestra A Construção da Pesquisa Científica – Funda-
mentos Lógicos (A relação dialética entre pergunta e resposta), feita
pelo professor Sílvio Sánchez Gamboa, da Unicamp.
o ProFessor sánchez destacou em sua Palestra a imPortân-
cia da Pergunta em qualquer Projeto de Pesquisa. Lembrou
a relevância que filósofos como Sócrates e Platão atribuíam ao
ato de perguntar e citou algumas reflexões do filósofo e ensa-
ísta francês Gaston Bachelard sobre ciência, segundo as quais
qualquer conhecimento científico é a resposta a uma pergunta.
Se não há uma pergunta, não há conhecimento científico. Em
outras palavras, nada se dá, tudo se constrói.
“Sócrates nunca respondia. Fazia outras perguntas para
qualificar a pergunta inicial”, disse Sánchez. Outro filósofo
que valorizava a pergunta foi Santo Agostinho (“tudo começa
com uma pergunta, mas cuidado com a resposta”).
Para o professor da Unicamp, “o trajeto mais longo de uma
pesquisa é chegar a uma pergunta”. As respostas, afirmou, se
“Projeto é ter uma pergunta”
Prof. Gilberto de Andrade Martins
#09
“Há uma nova geração de usuários que começa a frequentar a Biblioteca. Precisamos nos reinventar.”
FEA FUNCIONÁRIOS
Na linha de frente do atendimento ao usuário da Bibliotecagiseli adornato aguiar assumiu há Pouco mais de
dois meses a cheFia da seção de atendimento ao usu-
ário do serviço de biblioteca e documentação da
Fea. Entusiasmada com as novas atribuições, teve que
encontrar tempo para concluir a dissertação de mestrado
na ECA (Escola de Comunicação e Artes da USP).
Formada pela UNESP, de Marília (SP), Giseli prestou
concurso para a Biblioteca da FEA e passou. Foram 10
anos na Seção de Processamento Técnico, trabalhando
“atrás do balcão”. Isso quer dizer preparar o material bi-
bliográfico adquirido e recebido (livros, e-books, disserta-
ções e teses, periódicos, multimídias e conteúdo da web);
cadastrar esse material no Banco de Dados Dedalus; ela-
borar as fichas catalográficas para dissertações e teses de-
fendidas na FEA; atualizar o vocabulário controlado do
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBi/USP; divulgar
aquisições incorporadas ao acervo e muito mais. “Para dar
conta de tanta leitura, é preciso desenvolver uma leitura
técnica”, conta a nova chefe.
O interesse pelas mídias sociais fez com que Giseli se
dedicasse com afinco à implantação de novas ferramentas
de comunicação como o blog e o twitter da Biblioteca. E
não por acaso, o tema escolhido para a tese foi o uso das
ferramentas de redes sociais nas bibliotecas universitárias.
“A análise foi feita a partir de uma amostra com elemen-
tos da USP, UNICAMP e UNESP, as principais bibliote-
cas universitárias do país”, diz ela.
Na nova área, Giseli está na linha de frente, em conta-
to direto com o usuário, orientando sobre a localização da
informação e organização do acervo, capacitando quanto
ao uso do Banco de Dados Bibliográficos da USP e outras
bases de dados e utilização de normas técnicas para elabo-
ração de trabalhos acadêmicos. “Estou adorando a área.
O contato com o usuário dá elementos para identificar
o que pode ser melhorado, perceber
as necessidades, desenvolver novos
serviços e produtos, além do emprés-
timo básico. O próprio usuário está
em transição. Há uma nova geração
de usuários, com características di-
ferentes, que começa a frequentar a
Biblioteca da FEA. Precisamos nos
reinventar. Além disso, a expecta-
tiva em relação às novas instalações
da Biblioteca é muito grande”, afirma
Giseli que coordena uma equipe de
11 pessoas.
Cheia de planos, ela já pensa em
formas de intensificar o apoio à pes-
quisa e em novos tutoriais que facili-
tem a busca em bases de dados. E cita
um exemplo: a pedido dos professores,
foi desenvolvido um tutorial que aju-
dasse a localizar citações, o Índice H.
“Nos primeiros seis meses, 700 pessoas
usaram a ferramenta”, diz Giseli.
Giseli: atender às expectativas dos usuários
FEA FUNCIONÁRIOS
“O Almoxarifado é responsável pelos materiais de consumo. Tem que se programar para o que vai ser consumido durante o ano e se preparar para as solicitações esporádicas.”
Os
serv
iços
do
Alm
oxar
ifad
o e
Pat
rim
ônio no dia a dia do serviço de almo-
xariFado e Patrimônio tudo Pode
acontecer: envelopes são comprados
em regime de urgência, solicitações em
papel são devolvidas porque tudo tem
que ser via internet, mais uma reclama-
ção sobre a qualidade do cartucho de
impressora exige explicações, cadeiras
indesejadas são abandonadas no corre-
dor e muito mais.
Com a implantação de sistemas infor-
matizados (via web), porém, a rotina da
área, um dos serviços ligados à Assistên-
cia Financeira (ATAF), começa a mudar
de perfil. O sistema que regulamenta as
requisições de materiais de consumo ao
Almoxarifado acabou com os ofícios em
papel e agora chegou a vez do Patrimônio
Web, sistema de cadastro e controle dos
bens permanentes, que começou ser im-
plementado em maio, com treinamentos
e demonstrações práticas.
Os serviços de Almoxarifado e Patrimônio funcionam
juntos no FEA 6, mas deverão ser alocados para um novo
prédio de dois andares a ser construído, juntamente com a
gráfica. “Enquanto o projeto não se transforma em realidade,
nós procuramos fazer o melhor com as condições de trabalho
que temos. Todo mundo faz tudo. Falta espaço, mas damos
um jeito”, afirma Márcio Antonio Mascarenhas, que traba-
lha no Almoxarifado desde 1997 e assumiu a responsabilidade
pela seção em 2007. Com ele trabalham, Vanderlei Gomes de
Jesus Reis e Rodrigo Pereira. William Aparecido Pereira, por
sua vez, era do Almoxarifado Central e será responsável pela
implementação do sistema Patrimônio Web no Instituto de
Relações Internacionais (IRI). Seu treinamento acontece na
área, acompanhando a rotina, até que as instalações do Insti-
tuto fiquem prontas.
Planejamento
O Almoxarifado é responsável por receber, armazenar,
controlar e distribuir os materiais de consumo. Tem que
se programar para o que vai ser consumido durante o ano
e se preparar, na medida do possível, para as solicitações
esporádicas.
A equipe do Almoxarifado e Patrimônio: Rodrigo Pereira, William Pereira, Vanderlei Reis e Márcio Mascarenhas
O novo sistema Patrimônio Web prevê um inventário geral dos bens permanentes, a regularização do que está em uso e o descarte adequado do que não serve mais.
“A maioria dos materiais de consumo é requisitado ao Al-
moxarifado Central da USP, que tem registro de preço para
cada item e libera as requisições dando baixa no orçamento.
Mas se, de repente, chega uma requisição de cinco mil en-
velopes e só temos dois mil no Almoxarifado, um processo
precisa ser aberto para efetuar a compra em regime de emer-
gência. Nesse caso, o processo de compra exige 15 dias de
antecedência”, explica Márcio. Por isso, a maior demanda da
área é planejamento.
Márcio cita outro exemplo. O Almoxarifado tinha um bom
número de lâmpadas guardadas há mais de um ano. “Quando
o auditório do FEA 5 resolveu fazer a manutenção, requisitou
200 lâmpadas dicróicas. O que tínhamos não servia. Por isso
insistimos tanto na importância de planejar,” diz ele.
Patrimônio
Na lista estão 10,8 mil itens, nem todos ativos. O novo
sistema Patrimônio Web prevê um inventário geral dos bens
permanentes, a regularização do que está em uso e o descarte
adequado do que não serve mais. “O novo sistema segue as
normas de contabilidade, fazendo a depreciação dos bens, ano
após ano, como nas empresas privadas. As chapinhas de iden-
tificação foram simplificadas e têm as mesmas informações
que também estão no sistema: local e responsável”, afirma
Valdemir Jacinto de Souza, responsável pela ATAF.
Os treinamentos começaram em maio, explicando como
cada usuário deve proceder para registrar seus bens no sistema,
bem como o termo de responsabilidade. Impressoras e moni-
tores antigos e outros bens, devem ser descartados de acordo
com o regulamento. “Se o bem não estiver lançado no sistema
não vai ser possível solicitar manutenção, por exemplo. Cartu-
chos só podem ser solicitados para impressoras registradas no
sistema,” diz Márcio.
Os bens descartados vão para o depósito e ficam no sis-
tema, à disposição de algum interessado. O aproveitamento
interno, porém, é baixo. Conforme as normas da universidade,
após a divulgação é aberto o processo de doação para uma
instituição idônea e sem fins lucrativos.
Mas o maior problema da área são
os cartuchos de impressora. “No pregão
de registro de preço, os fornecedores po-
dem apresentar oferta para original ou
compatível. Por terem preço menor, os
compatíveis ganham o pregão e a recla-
mação é geral. Nós pedimos amostras de
sabonete, papel interfolha e de outros
itens. Mas é difícil manter o padrão”, co-
menta Valdemir.
E novos problemas surgem a cada
dia. Bebedouros de galão foram substi-
tuídos pelos elétricos e, com isso, mais
um item teve que ser anexado à lista de
materiais de consumo: o refil que precisa
ser trocado a cada seis meses. O uso de
HDs externos está se tornando comum.
Definições precisam ser criadas para esse
novo produto. E por aí vai... além das
cadeiras que “aparecem” no corredor
que dá acesso à área. São simplesmente
abandonadas sem a área ou dono, muito
menos a solicitação de retirada.
Valdemir Jacinto de Souza, responsável pela ATAF
encontro de Finanças
Finanças Corporativas, Derivativos e Risco, Econometria
e Métodos Numéricos em Finanças e Investimento foram os
temas-chave do 12º Encontro Brasileiro de Finanças, realizado
na FEA, de 19 a 21 de julho.
O evento foi organizado pelos professores Eduardo Kazuo
Kayo, do Departamento de Administração, e Francisco Henri-
que Figueiredo de Castro Junior, do Departamento de Conta-
bilidade e Atuária.
Wayne E. Ferson, da University of Southern California, um
dos quatro pesquisadores internacionais de renome da área de
Finanças, foi convidado para abrir o encontro. Sua palestra ana-
lisou o tema avaliação de fundos de investimentos. Para Walter
Novaes Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Finanças
(SBFin), o encontro se destacou pela qualidade e pelo padrão
internacional dos artigos apresentados nas sessões ordinárias.
FEA MIX
gente da FeaUma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e DesenvolvimentoAgosto 2012_tiragem 2.000 exemplares
Av. Prof. Luciano Gualberto, 908Cidade Universitária - CEP 05508-900
Diretor da FEA Reinaldo GueRReiRo
Coordenação Gerallu MedeiRos
assistência de coMunicação e desenvolviMento da Fea-usP
Edição: PRintec coMunicação ltda.
vanessa GiacoMetti de Godoy – MtB 20.841antonio caRlos de Godoy – MtB 7.773
Reportagem:dinauRa landini
Projeto Gráfico: elos coMunicação e edeMilson MoRais
Layout e Editoração Eletrônica: caRol issa
Fotos:Milena neves, RoBeRta de Paula
e vanessa Munhoz
O evento se caracteriza pela oportunidade de debater e conhecer as práticas de Controladoria e Contabilidade.
Pesquisadores
controladoria e contabilidade
O 12º Congresso USP de Controladoria e
Contabilidade/9º Congresso USP de Iniciação Científica
em Controladoria e Contabilidade realizado entre os dias
26 e 27 de julho, na FEA, reafirmou o êxito das edições
anteriores.
O tema eleito para 2012 foi Incentivando a conversão
dos trabalhos em publicações definitivas. O encontro reuniu
cerca de 850 participantes entre professores, pesquisa-
dores, profissionais e alunos de todas as regiões do país,
interessados na divulgação e avaliação dos seus estudos
científicos.
O evento que, mais uma vez foi organizado pelo profes-
sor Welington Rocha, se caracteriza pela oportunidade de
debater e conhecer as práticas de Controladoria e Conta-
bilidade. O convidado internacional foi o professor Gert
Karreman, da Leiden University (Holanda), que falou so-
bre a importância da educação e qualificação profissional
do profissional de Contabilidade.
congresso
Francisco Henrique Figueiredo de Castro Junior, do Departamento de Contabilidade e Atuária, e Eduardo Kazuo Kayo, do Departamento de Administração
Prof. Gert Karreman, da Leiden University