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INTRODUÇÃO

A interação nos espaços de Educação Infantil é algo comum e pertinente para todas

as crianças em toda e qualquer sociedade, sendo esta peculiar para o seu

desenvolvimento cognitivo e social. Através desta pesquisa tornou possível

identificar e analisarcomo os professores compreendem a relevância da interação

das crianças nos espaços de Educação Infantil e como suas práticas tem

referenciado estas compreensões.

O primeiro capítulo delineia uma trajetória como as crianças foram e tem sido vistas

e tratadas no decorrer da historia brasileira. Fazendo uma breve alusão da questão

a ser tratada e o objetivo proposto.

O segundo capitulo compõe o quadro teórico – refletindo conceito, o qual tem como

objetivo proporcionar bases teóricas parra tornar a discussão deste trabalho mais

rico e sólido, por aprofundar nas contribuições dos autores que tratam dos referidos

conceitos chaves delineados neste trabalho, os quais envolvem uma explanação

sobre interação, aprendizagem e desenvolvimento, professores e prática.

O terceiro capítulo descreve o caminho percorrido para a compreensão do assunto

investigado, bem como as ações e recursos para o desenvolvimento da referida

pesquisa. Referendando o lócus, os sujeitos e os instrumentos para a coleta de

dados da pesquisa enunciada

O quarto capítulo trata dos resultados da pesquisa coletada dos sujeitos, bem como

a análise e interpretações dos dados colhidos à luz do assunto

anteriormentepesquisado e estudado.

Este trabalho é resultado de uma inquietação, de pesquisas e estudos. A realização

deste trabalho se tornou real após dias de atividades e muitopertinente, pois

chegamos a uma conclusão do assunto averiguado, sendo este o objetivo proposto

no desenvolvimento do trabalho, garantindo-nos uma sensação de satisfação da

ação realizada, nos proporcionando contentamento e determinação.

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CAPÍTULO I

1. PROBLEMÁTICA

1.1Crianças nos Diferentes Contextos na Historia do Brasil

No decorrer da história de nosso país, a assistência social e educacional das

crianças sofreram diferentes impasses para que estas fossem reconhecidas como

realmente são, crianças. Para uma melhor compreensão é imprescindível fazermos

uma breve, mas importante, retrospectiva: como as crianças têm sido vistas e

tratadas no decorrer do tempo em nosso país.

Partindo da chegada dos portugueses ao fim do período escravista, pouco setem

mencionado quantoà educação e ao cuidado com as crianças do nosso país. Em

companhia dos portugueses vieram também os jesuítas que com sua presença

marcaram o inicio da educação formal no Brasil, que visava “educar” não só índios

adultos como também as crianças segundo suas definições e regimentos como

afirma Chambouleyron (2000), “com adultos cada vez mais arredios, toda atenção

se voltava aos filhos destes...” (p. 58).

Percebe-seassim, que a educação partia dos interesses da classe dominante (a

Igreja), que era até então granjear novos adeptos ao catolicismo. Segundo

Chambouleyron (2000), a educação jesuíta oferecida a estas crianças contribuía

para fortalecer a “ideia de que as crianças constituiriam de fato uma nova

cristandade” (p. 59). Por conseguinte,a educação imposta e oferecida às crianças

não era voltada para sua condição de criança, mas envolvia formar uma sociedade

almejada pelos jesuítas.

A visão que muitos adultos tinham da criança era reducionista ou determinante,

como afirma Priore (2000), “a criança... é vista como adulto em gestão” (p. 10). Os

filhos dosbrancos eram adultos em estatura pequena, o que era evidente por suas

vestes serem iguais as dos adultos, já os filhos dos negros por sua vez eram os

futuros trabalhadores escravos que mesmo pequenos já auxiliavam nas tarefas

escravistas, como noslembra Priore (2000) ao dizer, “o muleque ou

muleca”começavam a trabalhar aos sete anos obedecendo às ordens dos seus

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senhores por carregar seus pertences, buscar e levar correspondências, abaná-los

etc.” (p. 21).

Em relação à educação das crianças durante o século XIX, a referênciaexistente é

que esta era de caráter assistencialista, na qual Kramer (1992) traz atenção:

No que se refere ao atendimento a infância brasileira até 1874 existia a “Casa dos Expostos” ou “Roda” para os abandonados das primeiras idades e a “escola de Aprendizes Marinheiros” (fundada pelo Estado em 1873) para os abandonados maiores de doze anos. (p. 49)

Tratando-se da Casa dos Expostos é preciso mencionar que a mesma não tinha

função educacional, mas protagonizava uma ação assistencialista, a qual abrigava

bebês de famílias pobres ou ilegítimos de senhores e escravos. Sendoque neste

mesmo períodosurge o primeiro jardim de infância particular no Brasil, no Rio de

Janeiro, fundado por Menezes Vieira, que visava atender a elite da época.O que

ocasionou discursos que defenderiam que os jardins de infância deveriam

assistencializar todas às crianças, inclusive crianças de negras libertas pela lei do

Ventre Livre e as que tivessem pouca condição econômica.

A ideia de proteger a infância começava a despertar, mas o atendimento se restringiaas iniciativas isoladas que tinha, portanto, um caráter isolado. Assim, mesmo aquelas instituições dirigidas às classes desfavorecidas,..., eram insuficientes e quase inexpressivas frente à situação de saúde e educação da população brasileira. (KRAMER, 1992, p. 49 E 50)

Percebe-se até este período que as iniciativas quanto à educação das crianças no

Brasil eram precárias, o que ocorria muitas vezes por causa do descaso das

autoridades. Como afirma Kramer (1992) “faltava de maneira geral, interesse da

administração pública pelas condições da criança brasileira, principalmente a pobre’.

(p. 50)

Com a “consolidação” da Aboliçãoe a Proclamação da Republica no fim do século

XIX e adentrando ao século XX, surge no Brasil uma nova sociedade voltada para a

aceitação de idéias capitalistas e para o desenvolvimento industrial, provocando

revoluções no país. Surgindo creches populares (1908), que visava proporcionar

alimentação, higiene e segurança física para as crianças de mães que trabalhavam

nas indústrias ou em lares como empregadas domésticas, sendo “assistidas

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basicamente por instituições de caráter médico sendo muito poucas as iniciativas

educacionais a elas destinadas”. (Kramer, 1992, p. 55)

Torna-se necessário lembrar que as creches no Brasil eram um reflexo do que já

acontecia no Europa desde o século XVIII. Situação mediada sob a influência de

muitos pensadores, tais como: João Comênio (1592-1657), pai da Didática Moderna

que defendia que desde a infância deveria ser trabalhado tudo; Jean Jaques

Rousseau (1712-1778), que enfatizava a infância como um momento que se vê,que

se pensa e se sente o mundo de um modo próprio; Pestalozzi (1746-1827), em seu

entusiasmo pela educação pública influenciou empresários a construirem creches

para os filhos de operários; Froebel (1782-1852), afirmou que a criança é um ser

dinâmico que interage a todo momento com objetos e pessoas; Vygotsky (1896-

1934) deu atenção a importância da interação; Piaget; Maria Montessouri e outros.

(KRAMER, 1992,p.25 a 30)

A partir da década de 30, com a aceleração dos processos de industrialização e

urbanização do país, eleva-se a nacionalização de políticas sociais, as quais, como

diz Kramer (1992), “se refletiram nas instituições voltadas as questões de educação

e saúde”,...(p.50). Neste período a criança passa a ser valorizada não como criança,

mas sim como adulto em potencial. Mesmo com algumas inovações na área da

educação, a creche e a pré-escola ainda ofereciam uma ação assistencialista e

muitas vezes prestada de forma precária.

Entre as décadas de 40 a 70, surgem diferentes órgãos que deramatenção a criança

brasileira, entre estes: Departamento Nacional da Criança (1940); Serviço de

Assistência a Menores (1941); OMEP – Organização Mundial de Educação Pré-

escolar (1952); FUNABEM –Fundação de Bem estar ao Menor (1964); LBA – Legião

Brasileira de Assistência (1942); e outros. Inicialmente,dava-se atenção a proteção,

a saúde, a assistência social e só depois a educação. Apenasna década de 70 a

educação da criança brasileira é reconhecida e as políticas governamentais

começam a dar atenção ao atendimento das crianças de 4 a 6 anos.

Nos anos 80, sob a influência de modelos piagetianos, montessourianas,

comportamentalistas e construtivistas novos rumos ocorrem na educação.

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Arealização de congressos da ANPED (Associação Nacional dos Pesquisadores em

Educação) e elaboração da Constituição de 1988, a educação pré-escolar é vista

como necessária, direito detodos e dever do Estado, sendo integrada no Sistema de

Ensino, tanto em creches como em escolas. Deixando seu caráterassistencialista,

mas estando agora numa visão pedagógica, que como afirma Kramer (2002),

“precisa se orientar por uma visão das crianças como seres sociais, indivíduos que

vivem em sociedade, cidadãos e cidadãs”, (p. 19). O que nos faz lembrar Angotti

(2006) ao mencionar:

Elementos da historia do atendimento a infância precisam e merecem ser reconhecidos, entendidos e analisados, para que se possa elaborar e manter a luta pelas condições educacionais que favoreçam a inserção da criança na sociedade a qual pertence, sua condição de direito de ser pessoa, em ser e viver as perspectivas sociopolíticas – histórico – culturais que sustentem as bases do sujeito protagonista da historia do seu próprio desenvolvimento, interlocutor_ de diálogos abertos com um e em um mundo permanente e absoluta dinamicidade. (p.17)

Algumas mudanças ocorrem muito recentemente em nossa sociedade brasileira

quanto a Educação Infantil.A partir dos anos 90 as crianças brasileiras como seres

sociais e com suas peculiaridades recebem uma atenção maior, uma evidência

deste evento foi à criação da ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990

(lei 8069/90). “O cuidado infantil deixa de ser atribuição exclusiva da família,

passando a ser destacado como papel importante dispositivo social na promoção do

desenvolvimento humano, a ser garantido pelas autoridades públicas” (HADDAD,

p.43).

O ECA-Estatuto da Criança e do Adolescente, “em seu artigo 54, parágrafo IV, diz

que” édever do Estado assegurar à criança e ao adolescente... o atendimento em

creches e pré-escolas as crianças de 0 a 6 anos” e a lei 9394/96 inclui a educação

Infantil bem como seus objetivos entre as diretrizes que regem a educação. Como

nos lembra Angotti (2006)

O Brasil nas últimas décadas revelou em sua estrutura legal avanços sobre o que seja a infância, em como entender a criança e oferecer-lhes garantias institucionais para que se assegure, na pratica social, o direito da mesma a ter seu desenvolvimento integral por meio de consequentemente atendimento educacional pedagógico. (p. 17)

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Em meio aos muitos impassesno decorrer da historia, hoje, o acesso à Educação

Infantil,primeira etapa da educação básica, é garantida a todas as crianças

brasileiras. Segundo Carneiro (1998), estatem como finalidade o desenvolvimento

integral da criança, até os seis anos de idade, em seu aspecto físico, psicológico,

intelectual e social da criança, complementando a ação da família e da

comunidade...(p.96).Embora o autor mencione que a Educação Infantil envolva

crianças de 0 a 6 anos, atualmente com a mudança do Ensino Fundamental agora

com nove anos, onde a criança ingressa nesta modalidade aos seis anos, a

Educação Infantil corresponde dos 0 aos 5 anos

1.2 Interação das crianças nos espaços de Educação Infantil

A Educação Infantil é uma realidade garantida por lei com atendimento educacional

pedagógico para nossas crianças nos espaços específicos para a Educação Infantil,

sendo comum a presença destes espaços na maior parte do nosso país, o que

abrange o espaço urbano ou rural e tem por objetivo um trabalho com especificidade

pedagógico, voltado para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças.

O acesso a estes espaços de Educação Infantil permite a interação de diferentes

crianças, com peculiaridades, inseridas no espaço escolar de Educação Infantil.

Tornado imprescindível identificar como os professores compreendem a importância

da interação nos espaços de Educação Infantil e que práticas estes têm

desenvolvido para que ocorra a aprendizageme o desenvolvimento a partir da

interação das e com as crianças nos espaços de Educação Infantil.

Este estudo tem por objetivo identificar a relevância das práticas de interação como

condicionante noprocesso de aprendizagem e desenvolvimento das crianças

inseridas no contexto da Educação Infantil, bem como analisar quais as práticas que

os professores tem realizado na promoção das interações com e entre professor e

educandos.

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CAPÍTULO II

2. REFLETINDO CONCEITOS

A Educação Infantil é uma realidade nos espaços formais de educação. As crianças

têm a oportunidade de interagir com outras crianças, compartilhando suas diferentes

realidades, informações, conhecimentos. O que permite que vivenciem situações de

interação diferenciada abarcando uma gama de conhecimentos. O que nos faz

lembrar Machado, (2001) “Afirma-se que a criança é um ser social, o que significa

dizer que seu desenvolvimento se dá entre outros humanos, em um espaço e tempo

determinados,” (p.27). São nas diferentes interações que o desenvolvimento e a

aprendizagem das crianças podem acontecer.

A educação é oferecida para a complementação à ação da família em proporcionar condições adequadas de seu desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social das crianças e promover a ampliação de suas experiências e conhecimentos, estimulando seu interesse pelo processo de transformação da natureza e pela convivência em sociedade.(CARNEIRO, 1998, p. 97)

As crianças brasileiras têm a oportunidade de interagircom outras crianças e com

adultos nos espaços formais de Educação Infantil,o que torna pertinente

identificar:quais as práticas que os professores têm desenvolvido para que a

interação das crianças inseridas nos espaços de Educação Infantil ampliem seu

universoinfantil proporcionando aprendizagem e desenvolvimento?

Palavras chave:Interação. Aprendizagem e Desenvolvimento.Professor e Prática.

2.1INTERAÇÃO: inter-agindo

O ingresso das crianças nos espaços que oferecem a Educação Infantil permite que

estas vivenciem situações de interação diferenciadas das quais elas convivem com

a família. Mas que deverão acontecer em ambiente que possa “propiciar às crianças

interações nas mais diferentes naturezas, pois se acredita ser a diversidade e a

heterogeneidade elementos privilegiadas no enriquecimento do universo infantil”,

(Machado, 2001, p.27).

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Diferentes estudos enfatizam o quanto é relevante à construção da aprendizagem

através da interação e das possíveis trocas num espaço socializador. Interação esta

que começa na família e que se estende a diversos espaços, entre estes o espaço

escolar. Pois o “desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que

realiza num determinado grupo cultural, a partir da interação com outros indivíduos

da sua espécie”, (REGO, 2002, p.71).

2.1.1 Analisando o significado de interação

Segundo Cunha (1982), a raiz etimológica da palavra interação vem do latim

interque se refere a: entre, no meio de; eactio-onis – que significa: atuação, ato ou

feito. O que nos faz perceber que interação envolve mais do que está entre, mas

também atuar neste meio.

Ohomem constitui-se como tal através de suas interações sociais, portanto, é visto como alguém que transforma e é transformado nas relaçõesproduzidas em determinada cultura... Um sujeito que realiza uma atividade organizadora na sua interação com o mundo, capaz inclusive de renovar a própria cultura...O individual ao mesmo tempo internaliza as formas culturais, as transforma e intervém em seu meio.( REGO, p.95)

O espaço escolar é o lugar propício para as interações mútuas, onde professores e

educandos podem firmar relações sociais e afetivas. Como menciona Machado

(2001):

É da interação de diferentes tipos de conhecimentos, sua elaboração pelas crianças em termos de conceitos nas distintas sociedades e, especialmente, nas instituições de caráter educativo, que se abrem novas possibilidades de desenvolvimento e aprendizagens individuais e sociais, (...) a elaboração de conceitos pela criança irá depender da diversidade, não só quantitativa, mas, especialmente qualitativa das experiências interacionais que vivenciará nos espaços institucionais nos quais se encontrar. (p.37)

Lev S. Vygotsky, “grande educador russo, o qual se tornou conhecido no Ocidente

na década de 60, é por natureza interacionista: a criança só aprende e se

desenvolve na interação principalmente com outras crianças” (TELES, 2001, p. 194).

Autor da teoria sócio - interacionista é um grande referencial ao falarmos sobre a

importância da interação (inclusive no espaço educacional) para o desenvolvimento

da criança.

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Para a teoria histórico-cultural, a criança nasce com uma única potencialidade, a potencialidade para aprender potencialidades; com uma única aptidão, a aptidão para aprender aptidões; com uma única capacidade,a capacidade ilimitada de aprender e, nesse processo, desenvolver sua inteligência – que se constitui mediante a linguagem oral, a atenção, a memória, o pensamento, o controle da própria conduta, a linguagem escrita, o desenho, o calculo – e sua personalidade – a auto-estima, os valores morais e éticos, a afetividade. Em outras palavras o ser humano (...) aprende a ser humano com outras pessoas – com as gerações adultas e com as crianças mais velhas – com as situações que vive, no momento histórico em que vive e com a cultura que tem acesso. O ser humano é um ser histórico-cultural. (MELLO, 2004,p. 136)

Ao mencionar as contribuições de Vygotsky, Rego (2002) nos diz que “as

características individuais (modo de agir, de pensar, de sentir, valores,

conhecimentos, visão de mundo, etc.) depende da interação do ser humano com o

meio físico e social”, (p.59). Machado(2001) nos faz perceber que:

Na perspectiva sociointeracionista nos leva a sublinhar a impossibilidade teórica e pratica de desvincular as dimensões desenvolvimento, aprendizagem e ensino: cognição e afeto; conceitos espontâneos e científicos, visto comporem uma dinâmica e dialética, o sistema cognitivo. (p. 71)

Ao citarmosacima os conceitos científicos e espontâneos, Rego (2002) , os define

baseados na concepção de Vygotsky como sendo: conceitos espontâneos aqueles

construídos a partir da observação, manipulação e vivencia da criança; conceitos

científicos são os conhecimentos sistematizados adquiridos nas interações

escolares” (p.71).

Estar interagindo com o meio social é pertinente para o desenvolvimento humano

uma vez queas formas psicológicas surgem da vida social e da associação destes

diferentes conceitos. O que torna essencial lembrar Angotti (2006), quando diz:

Crianças seres íntegros em suas manifestações de singularidade, sociabilidade, historicidade e cultura, que, por meio das práticas de educação e cuidado, deverão ter a garantia do seu desenvolvimento pleno pelas vias de integração entre seus aspectos constitutivos, ou seja, o físico, o emocional, cognitivo /lingüístico e social. (p. 20)

Ao internalizar as experiências fornecidas pela cultura, a criança constrói

individualmente os modos de ação realizados externamente e aprende a reorganizar

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os próprios processos mentais.“O ser humano depende daquilo que aprende, do que

conhece e utiliza da cultura acumulada para ser aquilo que é”. (MELLO, 2004, p.137)

Aquilo que a criançatraz consigo ao nascer não basta para seu desenvolvimento: as experiências e condições concretas de vida e de educação contribuirão para esse desenvolvimento, mas não são essenciais para que ele ocorra, uma vez que não criam qualidades que já existem naturalmente (...) com a teoria histórico cultural, aprendemos que o papel do educador é garantir a criação de aptidões que são inicialmente externas aos indivíduos e que estão dadas como possibilidades nos objetos materiais e intelectuais da cultura. Para garantir as aptidões nas novas gerações, é necessário que as condições de vida e educação possibilitem aos indivíduos das novas gerações à cultura historicamente acumulada. (MELLO, 2004, p. 140)

Segundo Martins (1997), para o “sociointeracionismo, o desenvolvimento se produz

não apenas por meio da soma de experiências, mas, e, sobretudo, nas vivencias

das diferenças”, (p.120). Angotti (2006) mencionaque na educação infantil “é

relevante que a interação das crianças no espaço escolar seja norteada, então, por

um caráter educacional que promova o desenvolvimento integral dacriança em suas

diferentes e complementares perspectivas”, (p. 18). Contudo, é preciso lembrar o

que menciona Machado (2001):

A manutenção dasituação de interação, com finalidades educativas, se dará enquanto for um processo interessante tantopara o adulto como para a criança: enquanto a criança for objeto de atenção para o adulto; enquanto o que este adulto apresentar como proposta tiver algum sentido para a criança em questão, aliando a necessidade de ensiná-lahumanizar-se a necessidade de apreender as implicações desse processo de humanização para a criança. (p. 39)

A interação das crianças com um adulto no espaço escolar é “necessária tendo em

vista suas incitações visam fazer a criança refletir sobre suas ações e conseguir

explicar os fatos que observa e, consequentemente, caminhar em direção da

estruturação do conhecimento...” (ASSIS, 1993, p. 26). “Construir conhecimento

implica ação compartilhada, já que é através dos outro que as relações entre

sujeitoeobjeto de conhecimento são estabelecidas”, (REGO, 2007, p.110). Ou seja,

a situação de interação possibilita a aprendizagem e o desenvolvimento das

capacidades individuais da criança.

Ao aprenderautilizar os objetos da cultura que encontra na sociedade e no momento histórico em que vive, cada novo ser humano reproduz para si aquelas capacidades, habilidades e aptidões que estão cristalizadas

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naqueles objetos da cultura a que tem acesso(...) à medida que aprende a utilizar a cultura, a criança vai acumulando experiências em conjunto com as outras pessoas com quem convive e vai criando sua inteligência e personalidade.(...) o processo de desenvolvimento resulta do processo de aprendizagem.( MELLO, 2004, p. 138)

Levando-nos a perceber quão imprescindível é o favorecimento das interações como

mediadora das múltiplas aprendizagens das crianças inseridas nos espaços de

Educação Infantil. Pois, estasgerenciam o desenvolvimento das nossas crianças nos

variados espaços de educação.

2.2Aprendizagem e Desenvolvimento se interatuam

Aprendizagem refere-se a uma mudança de atitude desenvolvida a partir da

absorção da experiência desenvolvida por diferentes fatores, sejam eles emocionais,

ambientais e neurológicos. Como afirma Teles (2001), de maneira simples trata-se

de:

Um comportamento novo que aparece como consequência da experiência... sem aprendizagem não há ser humano. É em contato com os outros seres humanos que aprendemos a ser gente, pessoas. Aprendizagem ...refere-se de modo geral, à aquisição de uma conduta, ao domínio de um procedimento em relação a um conteúdo qualquer. Envolve variáveis que se combinam de diversos modos. Sofre influencia de fatores internos e externos, individuais e sociais. (p.180 e 226)

Percebe-se então o valor a partir das interações sociais e mentais, e ocorre de forma

constante, ou seja, é construída e reconstruída. “A aprendizagem é sempre um

processo construtivo na mente e nas ações do individuo”(CAGLIARI, 1998,

p.35).“Associação é necessária à vida, para o aprender, pois relaciona o novo com o

que o indivíduo já conhece, facilitando a aprendizagem” (ROSSINI, 2004, p. 75).

O aprendizado adequadamente organizadoresulta em desenvolvimento mentale põe em movimentos vários processos de desenvolvimento, que de outra forma, seriam impossíveis de acontecer. Assim o aprendizado é um aspecto necessário e universal doprocesso de desenvolvimentodas funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas. ( FONTES, 2010, p. 103)

São nas mais diferentes relações que o aprendizado pode acontecer, pois estas

relações podem gerar informações nos mais variados aspectos, que quando

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pertinente ao individuo ele vaiconstruindo passo a passo, com avanços e

retrocessos, uma espécie de modelo a ser seguido.A aprendizagem está

relacionada ao ato de aprender e este não é automático.

Aprender é um ato individual: cada um aprende segundo seu próprio metabolismo intelectual...a aprendizagem é sempre um processo construtivo... a verdadeira aprendizagem proporciona ao aluno generalizar o processo de tal maneira que a intermediação do professor vai; aos poucos, cedendo lugar à sua própria independência e competência para buscar as explicações adequadas por si mesmo e construir seu próprio saber.(CAGLIARI, 1998, p.36 e 56)

“A aprendizagem não é um jogo mecânico que tem por objetivo nos informar sobre o

mundo que nos cerca. Suas leis podem incentivar seus motivos pessoais; a partir

daí cada um vai organizar seu próprio sistema de relações funcionais” (ROSSINI,

2004,p.70). Por isso, é preciso levar em consideração que a construção da

aprendizagem se amplia por meio das trocas que a interação nos espaços sociais

proporciona, contribuindo desta forma para o desenvolvimento de cada criança.

Como nos lembra Oliveira (2008), ao afirmar que o desenvolvimento:

Decorre,..., das trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a vida do individuo entre individuo e meio, cada aspecto influindo sobre o outro. Ao constituir sem meio atribuindo-lhe a cada momento determinado significado a criança é por ele constituída; adota formar culturais de ação que transformam sua maneira de expressar-se, pensar, agir e sentir. (p. 126)

O desenvolvimento humano é um processo em construção, o que implica dizer que

este é um fator inacabado. Levando em consideração que o desenvolvimento abarca

umgama de fatores externos, o qual “envolve processos, que se constituem

mutuamente, de imersão na cultura e emergência da individualidade... que tem

caráter mais de evolução, o sujeito se faz como ser diferenciado do outro, mas

formado na relação com o outro: singular, mas constituído socialmente, e, por isso

mesmo, uma composição individual, mas não homogênea. ( SMOLKA e GOES,

1993, p. 10 apudREGO, 2007,p. 62)

Estabelecendodiferentes facetas do ser humano: cognição, afetividade,

psicomotricidade e o modo de vida. “Este sofre influências desde aspectos pessoais

(temperamento, personalidade,... etc.) até aqueles que não personificados (cultura,

valores, ordem socioeconômica, religião, entre outros)”(LISBOA e KOLLER, 2004, p.

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204). O desenvolvimento se processa por meio das vivencias, as quais norteiam o

aprendizado, sendo esteaprendizadoum aspecto fundamental para a ocorrência do

desenvolvimento. Sendo imprescindível levar em consideração que:

O aprendizado é considerado, um aspecto necessário e fundamental no processo de desenvolvimento...pois,desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que realiza num determinado grupo cultural, a partir da interação com outros indivíduos da sua espécie. è o aprendizado que possibilita e movimenta o processo de desenvolvimento, (REGO, 2002, p.71).

Percebe-se assim quea aprendizagem é um fator essencial e universal para que o

desenvolvimento das crianças aconteça e se amplie. Por isso, torna-

seimprescindível ao falar em desenvolvimento das criançasmencionar as

contribuições de Rego (2002) ao referendar Vygotskyquando ela nos lembra que:

Torna-se impossível considerar o desenvolvimento do sujeito como processo previsível, universal, linear ou gradual. O desenvolvimento está intimamente relacionado ao contexto sócio-cultural em que a pessoa se inseree se processa de forma dinâmica (e dialética) através das rupturas e desequilíbrios provocadores de continuas reorganizações por parte do individuo. (p.58)

Reconhece-se que o aprendizado das crianças começa desde o seu nascimento, ou

seja, antecede, e muito a escola. As crianças são seres sociais que levam para a

escola uma gama de diferentes experiências acumuladas na família, no clube, na

igreja, nos passeios, nas viagens, na rua, etc. E essas vivências poderão contribuir

para que a criança reelabore conceitos emitidos no espaço escolar.

O papel da escola é dirigir o trabalho educativo para estágios de desenvolvimento ainda não alcançados pela criança. Ou seja, o trabalho educativo deve impulsionar novos conhecimentos e novas conquistas, a partir do nível real de desenvolvimento da criança – de seu desenvolvimentoconsolidado, daquilo que a criança já sabe. ( MELLO, 2004, p. 144)

Ao entrar na escola a criança terá diferentes elementos que contribuirão para seu

aprendizado e desenvolvimento. Por isso torna-se relevante mencionar que ao

entrar na escola é compreensível que se identifique ou entenda que a criança

passará por diferentes etapas em seu desenvolvimentoclassificada por Vygotsky

como o nível de desenvolvimento efetivo ou real e o desenvolvimento potencial ou

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proximal. “A escola por oferecer conteúdos e desenvolver modalidades de

pensamento bastante específicos, tem um papel diferente e insubstituível, na

apropriação pelo sujeito da experiência culturalmente acumulada...(Rego, 2007, p.

103)”.

O nívelde desenvolvimento real pode ser entendido como referente aquelas conquistas que já estão consolidadas na criança , ...aquelas atividades que a criança já sabe fazer de forma independente e o nível de desenvolvimento potencial ou proximal aquilo que a criança é capaz de fazer, só que mediante a ajuda de alguém. Funções que ainda não amadureceram que estão em processo de maturação..“(REGO, 2002, p.72 e 73)

Sendo assim, percebe-se a importância das crianças estarem inseridas no espaço

escolar. Pois, este proporciona interação e através desta as crianças podem

compartilhar diferentes situações e seu conhecimento e aprendizado será

enriquecido.Ao mencionar o espaço escolar, lembramo-nos de Candau (2000), ao

dizer que este “busca construção, diálogo e construção, prazer, desafio, conquista

de espaços, descoberta de diferentes possibilidades de expressão e linguagens,

aventura, organização” (p.15).

Aescola é uma instituição imprescindível, pois, o contato com o conhecimento científico e sua sistematização desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das funções mentais superiores...o desenvolvimento humano constituído pela e nas relações interpessoais, os instrumentos simbólicos ganham relevância, pois são eles que viabilizam a comunicação, a abstração, a generalização, a partilha de nossas experiências, pensamentos e emoções, enfim, a capacidade de agir mentalmente sobre o meio físico e social. (SARMENTO e RAPOPORT. p.39, 2009)

O aprendizado é o fator gerenciador para o desenvolvimento proximal, tornando

assim, imprescindível que se conheça ou compreenda a que se refere o termo zona

de desenvolvimento proximal de forma especifica para os que atuam nos espaços

de Educação Infantil:

O conceito de zona de desenvolvimento proximal é de extrema importância para as pesquisas do desenvolvimento infantil e para o plano educacional, justamente porque permite a compreensão da dinâmica interna do desenvolvimento individual. Através da consideração da zona de desenvolvimento proximal, é possível verificar não somente os ciclos já completados, como também os em formação, o que permite o delineamento da competência da criança e suas futuras conquistas, assim como a

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elaboração de estratégias pedagógicas que auxiliem nesse processo. (REGO, 2002, p.74)

As relações estabelecidas no ambiente escolar passam pelos aspectos emocionais

e sociais, e neste mesmo ambiente que se pode encontrar um local provocador

destas interações nas vivências interpessoais (MARTINS, 1997, p.10). A escola não

é considerada apenas como espaço de aprendizagem formal ou desenvolvimento da

cognição, mas como uma oportunidade fundamental para a socialização. “ A partir

das interações que a criança vai estabelecendo no seu cotidiano com outras

pessoas e com o seu entorno sociocultural, ela amplia sua comunicação, avançando

da gestualidade para a oralidade”( p. 42, 2009)

Entretanto, no espaço escolar suas atividades terão objetivos específicos, onde será

introduzido o conhecimento sistemático, devendo promover mais que aquisição de

conhecimentos, deve ser um contexto de socialização e educação, preparando a

criança em um membro inserido e produtivo na sociedade. O que implica conquistar

um sistema pessoal de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores, necessidades

e motivações. (LISBOA e KOLLER, 2004).

Na escola, as atividades educativas, diferentes daquelas que ocorrem no cotidiano extra-escolar, são sistemáticas, tem intencionalidade deliberada e compromisso explícito (...) em tornar acessível o conhecimento formalmente organizado... ao interagir com esses conhecimentos... A criança expande seus conhecimentos , modifica sua relação cognitiva com o mundo. (REGO, 2007, p. 104).

Este éuma tarefa coletiva e mútua, o que resulta em ação partilhada mesmo que

muitas vezes não seja percebida completamente. “Neste caso, a criança realiza

tarefas e soluciona problemas através do diálogo, da colaboração, da imitação e das

pistas que lhes são fornecidas”(p.73).

“Desenvolvimento implica mudanças. Para mudar é preciso aprender” (LISBOA

eKOLLER, 2004, p.202).Desenvolvimento e a aprendizagem estão

interrelacionados, o que se constituem através das interações sociais. Torna-se

imprescindível que a escola contribua para gerar a aquisição de valores

democráticos, critérios de autonomia, solidariedade e compromisso das crianças

com o meio social no qual estão inseridos.

Page 16: Monografia Cleane Pedagogia 2011

25

È possível constatar que do ponto de vista de Vygotsky é que o desenvolvimento humano é compreendido não como a decorrência de fatores isolados que amadurecem, nem tampouco de fatores ambientais que agem sobre o organismo controlando seu comportamento, mas sim através das trocas recíprocas que se estabelecem durante toda vida, entre individuo e meio, cada aspecto influindo sobre o outro. (Rego, 2001, p.95)

Constatando-se este fato é imprescindível a participação de um adulto,

especificamenteo professor para poder intermediar as mais variadas situações

presentes no espaço onde estas crianças estão inseridas, com o intuito de ampliar e

fortalecer estas relações gerando entre todos aaprendizagem e desenvolvimento.

2.3 Professor e prática: relevância em promover interações no espaço de

Educação Infantil

O professor é essencialmente necessário para o processo educativo das crianças

inseridas no espaço de Educação Infantil. Nestes espaços a prática do professor

precisa levar em conta,variados fatores quanto à prática. “A estrutura da prática

obedece a múltiplos determinantes, tem sua justificação em parâmetros

institucionais, organizativos, tradições metodológicas, possibilidades reais dos

professores, dos meios e condições físicas existentes, etc.”(ZABALA, 1998, p.16). O

que torna pertinente mencionar que a prática educativa é muitas vezes complexa,em

virtude de que as situações nos espaços de Educação Infantilabarcam uma ampla

variedade de realidades e situações neste espaço único e tão diverso.

Torna-se cabível que o professor que convive com as crianças no espaço de

Educação Infantil conheça as diferentes realidades das crianças inseridas neste

espaço, para que suas ações em proporcionar interações com e entre estas possam

atribuir significados para as crianças das informações que deseja comunicar,

ampliando assim seu conhecimento, aprendizagem e desenvolvimento.

O conhecimento das realidades infantis que compõe o universo de uma turma escolar, as características e necessidades de cada criança, articuladas com referencias teóricos que norteiam a proposta e o fazer pedagógico, são ações fundamentais para o exercício docente. Deste olhar reflexivo, que articula dados da realidade, referenciais teóricos e saberes construídos no decorrer da pratica cotidiana surgem elementos que poderão balizar a ação educativa do professor, tanto em nível de planejamento, processos e práticas de ensino-aprendizagem...( SARMENTO E RAPOPORT, 2009, p. 46)

Page 17: Monografia Cleane Pedagogia 2011

26

Fazendo-nos perceber que a intervenção pedagógica exige situar-se quanto“ as

finalidades, os propósitos, os objetivos gerais e as intenções educacionais, ou como

se queira chamar, constituem o ponto de partida primordial que determina, justifica e

dá sentido à intervenção pedagógica”. (ZABALA, 1998, p.21). Sendo que neste

sentido para o professor é imprescindível estar comprometido em desincumbir seu

papel e atender às necessidades de aprendizagem dos educandos e de interação e

socialização, contribuindo de maneira mais ampla para o desenvolvimento destes.

Buscando construir novas relações de maneira democrática, coletiva, participativa e

construtiva. Para tanto é preciso levar em consideração o que diz Fleury (2001):

(...) as representações que temos de nossas crianças são fenômenos mediadores do nosso pensar, falar e agir, incluindo o nosso fazer pedagógico, impõe-se conhecer estas representações para que possa encontrar elementos que contribuam verdadeiramente para um melhor aperfeiçoamento docente. (p. 133)

Sendo assim, o professor pode agir como investigador e mediador, tornando-seo

elemento chave nas interrelações, em busca do dialogo, da construção, da

humanização. Para que isso possa incidir poderia ser pertinente assumir a função de

transformador, por dar auxilio na mobilização e na busca de renovação no espaço

escolar. Como menciona Sacristán (2000):

A função do professor será facilitar o surgimento do contexto de compreensão comum e trazer instrumentos procedentes da ciência, do pensamento e das artes para que enriquecesse o espaço de conhecimento compartilhado, mas nunca substituir o processo de construção da dialética deste espaço, impondo suas próprias representações ou cercando as possibilidades de negociação aberta de todos e cada um dos elementos que compõem o contexto de compreensão comum (p. 64)

O professor nas suas mais diferentes atuações busca resolver os diferentes tipos de

desafios encontrados no seu cotidiano, partindo de uma reflexão do seu papel como

agente transformador e criador de oportunidades, contribuindo desta maneira para

que os educandos possam desenvolver-se a partir de suas próprias ações.“ Cabe ao

professor estimular a criança, para que ela se expresse de alguma forma produzindo

trabalho; que esta produção provoque satisfação pessoal, causando-lhes o prazer

de realizar”, (p.76).

Page 18: Monografia Cleane Pedagogia 2011

27

Aação do professor no processo de aprendizagem requer “amar o ser humano,

gostar de lidar, com gente, acreditar na vida e na capacidade ilimitada do

crescimento mútuo dentro da relação aluno/professor; deve ser simples criativo,

sincero,..., despertar em seus alunos o gosto pelo saber, pela vida, pela liberdade,..”

(TELES, 2001, p.195)

Pode-se pensar que uma mudança nas experiências vivenciadas na escola pelas crianças contribua para mudar sua representação...a interação e cooperação entre os colegas, aliadas ao reconhecimento do papel do professor como aquele que vai conduzir o processo educativo, podem abrir caminhos que possibilitem um maior desenvolvimento da criança. (GONÇALVES, 2001, p.176)

Como afirma Assis (1993), ao dizer que o professor “consiste em criar condições

favoráveis à reinvenção. Agir de tal forma deixa claro que o professor reconhece que

sua prática envolve situar-se; que a aprendizagem e o desenvolvimento das

crianças” (p.26).É todo um conjunto de interaçõesbaseadas na atividade conjunta

dos alunos e dos professores, que encontram fundamento na zona de

desenvolvimento proximal, que, portanto, vê o ensino como processo de construção

compartilhada de significados...(ZABALA. p. 91, 2007)Ao invés de transmitir o

conhecimento, sob a forma de soluções prontas, é encorajar a criança a encontrar

por si as melhores formas de resolver os problemas que desafiam sua curiosidade e

estimulam a reflexão”.

O educador não deve fazer as atividades pela nem para a criança, mas com ela, atuando como parceiro mais experiente, não no, lugar da criança. Quando a criança realiza, com a ajuda de um educador, tarefas que superam seu nível de desenvolvimento, ela se prepara para realizá-las sozinha, pois o aprendizado cria processos de desenvolvimento que, aos poucos, vão se tornando parte de suas possibilidades reais. (MELLO, 2004, p. 144)

O importante é aprender a aprender, e o professor é aquele que cria circunstancias

favoráveis para que talfato aconteça, usando para isso todos os recursos possíveis,

inclusive sua experiência, seu conhecimento, sua técnica e seu discurso sempre que

necessário, (TELES, 2001, p.189).

Levando em conta o que nos lembra José (2001), “o aluno (ou a criança) precisa ser

capaz de reconhecer as situações em que aplicará o novo conhecimento ou

Page 19: Monografia Cleane Pedagogia 2011

28

habilidade. Tanto quanto possível, aquilo que é aprendido,precisa ser significativo

para ele” (p.11).

É na interrelação com as outras culturas que a cultura infantil se constitui como tal. Nesse sentido pode-se afirmar que as crianças são sujeitos capazes de interagir com os signos e os símbolos construídos socialmente, e de atribuir significados a esses signos a partir dessa interação.

(BAPTISTA, 2009, p. 21)

Sendo assim, o professor precisa atuar como mediador e companheiro da criança

com a realidade que irá conhecer e em proporcionar momentos de interações, as

quais possam levar a aprendizagem, a construção do conhecimento e ao

desenvolvimento das crianças.“É de suma importância que o professor conheça o

processo da aprendizagem e esteja interessado nos alunos como seres humanos

em desenvolvimento” (JOSÉ E COELHO, 2001, p. 13).

Sua função é a de ser uma pessoa verdadeira, que se relacione afetivamente com a criança, garantindo-lhe a expressão de si, visto que ela precisa de alguém que acolha suas emoções e, assim, lhe permita estruturar seu pensamento. Ao responder à criança, ampliando, redefinindo e esclarecendo seus comentários, confusões e ações, o professor alimenta o pensamento infantil, propondo-lhe questões que a ajudem a consolidar as idéias que já possui e a construir hipóteses. (OLIVEIRA, 2008, p. 203)

Ao referendar John Dewey, Cunha (1994) ressalta que o “o educador é o

responsável pela escolha dos meios adequados para conduzir a atividade do aluno

na direção do saber. Compete ao mestre conhecer os aspectos psicológicos do

desenvolvimento humano” para um melhor desempenho das suas atividades em

nortear aprendizagem e desenvolvimento dos educandos (p.61).

O educador deve conhecer não só as teorias como cada criança reage e modifica, sua forma de sentir, pensar, falar e construir coisas, mas também o potencial de aprendizagem presente em cada atividade realizada na instituição de educação infantil. Deve refletir sobre o valor dessa experiência enquanto recurso necessário para o domínio de competências consideradas básicas para todas as crianças terem sucesso em sua inserção na sociedade concreta.(OLIVEIRA, 2008, p.124)

O educador no seu fazer pedagógico tem um papel essencial como observador

constante que pode interferir buscando ofertar, em diferentes circunstâncias, os

recursos precisos às atividades infantis, de forma a desafiar adequadamente,

Page 20: Monografia Cleane Pedagogia 2011

29

promover interações, despertar curiosidades, mediar conflitos, garantir realizações

significativas. Porque as crianças aprendem de maneira diferenciada.(ZABALA,

2007).Bem como usar todas as oportunidadespara fazer avançar o entendimento

infantil, nas mais diferentes situações vivenciadas. Como menciona Machado

(1991), ao afirmar que:

Educar significar estar junto, construir, vivenciar, atuar, trocar ceder, descobrir, uma interação dinâmica com o grupo. Educar significa também respeitar a criança: ela não é um adulto em miniatura, mas um ser que tem características, sensibilidade e lógicapróprias. Assim, desenvolvimento, transformação e crescimento em etapas sucessivas é parte desse processo. O adulto observa a criança e, a partir dos dados que possui sobre ela, propõem desafios, facilita, questiona e favorece novos desequilíbrios, uma direção que venha ao encontro de valores que pretende preservar, sem perder de vista que acriança deve estar preparada para viver e atuar no mundo de hoje e no amanhã. (p. 42)

O professor “é o representante do mundo social adulto, com mais experiência, com

mais conhecimento em torno das realidades sociais e com domínio

pedagógico.Contribuindo desta forma para assumir a intencionalidade do ato

educativo a cada situação de interação.” Nenhuma prática é neutra: ao contrário, ela

está sempre referenciada em alguns princípios e se volta a certos objetivos, mesmo

que não formulados explicitamente “(Kramer, 2001, p.23).

Entendendo a prática pedagógica como prática social orientada por objetivos, finalidades e conhecimentos, e inserida no contexto da prática social. A pratica pedagógica é uma dimensão da pratica social que pressupõe a relação teórico pratica, e é essencialmente nosso dever, como educadores, a busca de condições necessárias à sua realização. (VEIGA, 1994, p. 16)

Desta maneira, compreende-se o professorcônscio de que as crianças têm

peculiaridades, necessidades e diferenças que muitas vezes irão requerer deste,

ações diferenciadas para um fazer pedagógico mais produtivo e significativo nos

espaços de Educação Infantil. Torna-se imprescindível que ofazer pedagógico seja

analisadode maneira continua e promissora, na busca do desenvolvimento e da

aprendizagem mútua nas diferentes relações que o espaço escolar condiciona.

A prática pedagógica atrela-se a ações, conhecimentos, valores compartilhados com

intencionalidades, especificidades educativas, as quais proporcionarão a amplitude

Page 21: Monografia Cleane Pedagogia 2011

30

de experiências e vivências produzidas e reproduzidas, intencionalmenteou não, no

espaço escolar.Reconhecerque a função da prática pedagógica é nortear as ações

produtoras de interação, de aprendizageme, posteriormentede desenvolvimento.

Desta forma a função pedagógica na Educação Infantil deve direcionar a

aprendizagemao desenvolvimentodas crianças, enriquecendo assim, seu universo

infantil.

Page 22: Monografia Cleane Pedagogia 2011

31

CAPITULO III

3. METODOLOGIA:Percorrendo caminhos

Percebe-se que a pesquisa não é algo simples, requerendo tempo, dedicação para o

desenvolvimento e explanação do assunto investigado. E para uma melhor

compreensão da pesquisa a ser realizada com os professores que atuam na

Educação Infantil, torna-se importante definir o percurso que se deve traçar para

direcionar aonde se quer chegar, compreende-se assim, a metodologia. “A

metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos em busca de

um conhecimento”.(ANDRADE, 2007, p.119).

A metodologia de pesquisa é completamente interessada nos processos que buscam, mudar o mundo. Indagando os processospermanentemente produzidos nas relações sociais para ofuscar e ocultar as múltiplas dimensões da realidade e do ser humano, a pesquisa amplifica as possibilidades de interpretação e compreensão do cotidiano e vai encontrando meios para melhor compreender a complexidade humana (ESTEBAN, 2003, p. 128)

Portanto, para esta referida atividade foiimprescindível levar em conta que “a

metodologia inclui as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas

que possibilita a construção da realidadeeo sopro do potencial criativo do

investigador. Podendo alcançar posteriormente um fim determinado” (Minayo, 1994,

p.67). Por conseguinte, foi traçado o como, onde e porque se processoua presente

pesquisa.

Inicialmente, a presente pesquisa iria requerer a entrevista semi estruturada, pois a

mesma permitiria a obtenção de informações desejadas com qualquer informante

sobre os mais variados tópicos, visando analisar através das diferentes respostas e

expressões dos sujeitos envolvidos. Aentrevista constitui um instrumento eficaz na

recolha de dados fidedignos para a elaboração da pesquisa, (...) pode ter como

objetivo averiguar fatos ou fenômenos; identificar opiniões em certas circunstâncias,

descobrir os fatores que determinam opiniões... (ANDRADE, 2007, P. 133).

Contudo, os pesquisados não se propuseram participar desta forma da pesquisa,

afirmando expor-se de maneira demasiada, levando-nos a optar por outros recursos

Page 23: Monografia Cleane Pedagogia 2011

32

metodológicos. Sendo assim, a presente pesquisa qualitativa será norteada com

base numa breve, mas importante observação, no questionário fechado e aberto,

para que estes dêem suporte para otrabalho de identificaçãoe compreensão do fato

investigado, o quenão é simples, mas pode proporcionar grande satisfação quando

se alcançar o objetivo proposto queenvolve identificar e analisar as práticas que os

professores de Educação Infantil tem desenvolvido para que a interação entre as

crianças conduzam a aprendizagem e desenvolvimento dos educandos.

3.1 Tipo de pesquisa

A presente investigaçãoqualitativa é, frequentemente discutida e usada nas ultimas

décadas, sendo essencialmente indutivo, o que nos diz que esta é conduzida pelos

dados, sendo os resultados e conclusões absorvidas destes dados, os quais devem

ser verídicos e fundamentados partindo da leitura, compreensão, interpretação e

constatação do assunto pesquisado. Como define Bogdan e Biklen (1998) a

verificação qualitativa “procura entender oprocesso pelo qual as pessoas constroem

significados... investigadores podem pensar mais clara e profundamente sobre a

condição humana”, (p. 18).

A pesquisa qualitativa responde as questões particulares, ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser o universo de significados, crenças, valores e atitudes que correspondem a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem se reduzidos `a operacionalização de variáveis.( DESLANDES, 1994, p.21)

A pesquisa qualitativa investiga de maneira firme e fiel a realidade dos diferentes

sujeitos na área a qual estão inseridos. Analisar, compreender e constatar a questão

investigada por meio dos diferentes instrumentos permitiu uma maior compreensão

do fato investigado, tendo como base apoio de leiturasespecíficas na questão

central, para um melhor entendimento da questão tratada. A qual relaciona as

práticas desenvolvidas pelos professores que atuam na Educação Infantil, bem

como suas práticas no processo de interação, aprendizagem e desenvolvimento das

crianças inseridas no espaço de Educação Infantil.

3.2Lócus da Pesquisa

Page 24: Monografia Cleane Pedagogia 2011

33

O lócus nospermitiu uma interação com os pesquisados e os pesquisadores,

proporcionado abrir portas para investigar, dialogar, para que pudéssemosidentificar

quais as práticas de interação que os professores tem desenvolvido para a

aprendizagem e desenvolvimento das crianças inseridas nos espaços de Educação

Infantil. Para o desenvolvimento da pesquisabuscamos envolver as escolas: Sergio

Carneiro , situada na Avenida do Contorno S/N e Carlos Santana na rua João Durval

Carneiro S/N, ambas localizadas no município de Ponto Novo-BA, e estão

direcionadas em maior parte a Educação Infantil.

Tendo em seu espaço físico A Escola Sergio Carneiro possui quatro salas de aula,

uma diretoria, uma cantina, um almoxarifado, dois banheiros (um feminino e um

masculino), almoxarifado, sala de informática e um pátio externo amplo e arborizado,

atendendo uma clientela que corresponde a 106 alunos, que abrange desde

aEducação Infantil a 3º ano do Ensino FundamentalI. Funcionando nos turnos,

matutino e vespertino, tendo uma equipe composta de 21 funcionários (diretora, vice

diretora, porteiro, secretarias, cozinheira, auxiliar de serviços gerais e professores).

A Escola Carlos Santana possui uma ampla área externa, arborizada, toda murada,

seis salas de aula, umadiretoria, uma cantina, parque móvel, sala de informática,

sala dos professores, banheiros (feminino e masculino), um almoxarifado, uma

equipe composta de 22funcionários,funcionando os três turnos (sendo vespertino e

matutino com Educação Infantil ao 2º ano e no noturno EJA - Educação de Jovens e

Adultos).

Asinstituições mencionadas se tornaram pertinentes,pois se enquadram no

quadroda clientela especifica, as quais atendem crianças da Educação Infantil. O

que torna peculiar, pois nelas se encontram os sujeitos que atuam neste

segmento.Permitindo assim, o desenvolvimento da investigação, proporcionando

uma aproximação para compreendermos inquietações, bem como as

representações dos professores que atuam na referida modalidade.

3.3Sujeitos da Pesquisa

Page 25: Monografia Cleane Pedagogia 2011

34

Os sujeitos da pesquisa envolvem os 12(doze) professores que atuam na educação

infantil nas escolas acima referidas. Neste respeito,Triviños (1987), que aborda: “os

sujeitos, individualmente, poderão ser submetidos a várias entrevistas, não só com o

intuito de obter o máximo de informações, mas também para avaliar as variações

das respostas em diferentes momentos” (p. 146).A escolha deste professores se

tornou pertinente, poisse encaixamno perfil da questão a ser investigada tornando

peculiar para a realização do propósito a ser alcançado.

3.4 Instrumentos de Coleta de Dados

Segundo Ludke e André (1986, p.10) “para se realizar uma pesquisa é preciso

promover o confronto entre os dados, as evidências, as informações coletadas sobre

determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele”. A

pesquisa presente facilita uma aproximação entre os fenômenos sociais e os

sujeitos estudados, pois a mesma torna-se necessária para uma melhor

identificação do assunto investigado.

Os instrumentos de coleta de dados utilizados envolveram a observação, o

questionário fechado e aberto, os quais servirão para proporcionar suportes

essenciais para atingir o objetivo proposto. Sendo que o objetivoenvolve identificar

quais as práticas que os professores de educação infantil tem desenvolvido para que

a interação no espaço escolar contribua para a aprendizagem e desenvolvimento

das crianças.

3.4.1 Observação

A observação contribuiu para que tivéssemos certa interação com a questão

investigada, podendo compreendê-la de forma mais direta. Segundo Barros (2003),

“observar significa aplicar atentamente os sentidos a um objeto para dele adquirir um

conhecimento claro e preciso. Éum procedimento de suma importância na ciência,

pois é através dela que se inicia todo o estudo dos problemas”(p. 69). Não deve ser

feito de forma aleatória, é preciso planejá-la, como menciona Ludke e Menga (1986):

Page 26: Monografia Cleane Pedagogia 2011

35

Planejar a observação significa determinar com antecedência “o que” e “como” observar... Definindo-se claramente o foco de investigação e sua configuração espaço-temporal, fica mais ou menos evidente quais aspectos do problema serão cobertos pela observação e qual a melhor forma de captá-los (p.25).

A observação foi importante, pois ela permitiu obter informações e registrá-las no

momento em que estas vieram a acontecer. Como esclarece Ludke e André (1986),

ao dizer que “a observação permite a coleta de dados em situações que é

impossível outras formas de comunicação”, (p. 26).

A observação começou durante visitas para desenvolvimento do estágio em uma

das determinadas escolas, especificamente na Escola Sérgio Carneiro.Tornando

possível o surgimento da questão a ser tratada, que se refere as práticas que os

professores tem realizadopara que as interações condicionem a aprendizagem e ao

desenvolvimento das crianças.

3.4.2 Questionário fechado

O questionário justifica-se por facilitar a compreensão do perfil socioeconômico dos

sujeitos envolvidos da pesquisa edefini-los de uma maneira mais segura, podendo

desvendar assim, atividades rotineiras e o contexto social e cultural no qual estão

inseridos. Sendo estepertinente, como nos lembraTrivinõs(1997):

É importante salientar para a pesquisa qualitativa em geral que entender a etnografia como o “estudo da cultura” desenvolve para o enfoque etnográfico dois conjuntos de pressupostos sobre o comportamento humano de extraordinária relevânciapara a investigação em educação. Com efeito, insere-se neste campo a ideia de contexto, de uso mais ou menos comum entre os pesquisadores educacionais. (p. 122)

O questionário também abrangeu a formação dos professores, sua atuação

pedagógica, sua compreensão quanto à formação continuada e reconhecimento do

seu papel como mediador nas interações infantis. Estas tiveram como

objetivosseremanalisadas bem como seu contexto analisados para fins específicos,

na compreensão da relevante pesquisa

3.4.3 Questionário aberto

Page 27: Monografia Cleane Pedagogia 2011

36

O referido instrumentoé um importante recurso para pesquisa, pois ofereceu

condições significativas para um melhor desenvolvimento da pesquisa. É bastante

utilizado, pois proporciona ao entrevistado ser questionado sem a presença do

pesquisador. Segundo Marconi e Lakatos (1996, p. 88), “o questionário é um

instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas,

que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do investigador”.

Este instrumento de pesquisa ao ser utilizado levou em conta as orientações

delineadas a seguir por serem vitais. Como nos orienta Barros (2000): “o

questionário... não está restrito a uma determinada quantidade de questões, porém

aconselha-se, que não seja exaustivo, desanimando o pesquisado. É entregue por

escrito e também será respondido por escrito” (p.90).o qual permite que os sujeitos

respondam sem interferências nem influencias em suas respostas, é um método

rápido e prático.

Por ser um questionário abertoàs respostas a serem obtidas podem ser mais

precisas, pois, “as perguntas são padronizadas, de fácil aplicação, simples de

codificar e analisar”, (CERVO, 2007, p.53). Este instrumento foi escolhido pela maior

facilidade de termos participação maior dos entrevistados na referida pesquisa,

sendo este de breve aplicação e pertinente para a obtenção de dados.

3.5 Tratamento dos dados coletados

Tendo como norte as informações obtidas dos professores por meio do questionário

fechado e aberto, buscamos analisar os dados colhidos. O que não é muito simples,

mas deveras fundamental na pesquisa. Os instrumentos acima referidos foram

escolhidos emúltima circunstância, foi percebido um certo desconforto por parte dos

pesquisados no que diz respeito a serem entrevistados de outras maneiras também

peculiares. Por isso optamos por estes instrumentos para granjearmos a

participação destes na busca do assunto investigado.

Tornandoimprescindível, pois, proporcionará uma compreensão do fato investigado,

que está relacionado quanto às práticas que os professores têm desenvolvido com o

Page 28: Monografia Cleane Pedagogia 2011

37

fim de proporcionar interação que gere aprendizagem e desenvolvimento entre as

crianças inseridas nos espaços de educação acima mencionados. Segue-se assim a

busca da interpretação e análise dos resultados, tendo como base de orientação o

quadro teórico, ou seja, a compreensãodas leituras realizadas , observando e

discutindo as concordâncias e discrepâncias. Para tanto, esta analise

ocorreumediante esforço e dedicação para uma melhor apreensão dos dados

colhidos.

Page 29: Monografia Cleane Pedagogia 2011

38

CAPITULO IV

4. ANALISANDO DADOS DA REFERENTEPESQUISA E INTERPRETANDO

ASRESPECTIVAS EXPRESSÕES.

Este capítulo tem por objetivo refletir e analisar sobre os dados coletados, que

expressam o perfil dos sujeitos e seus posicionamentos diante na nossa questão de

estudo.

Paratanto foi utilizado comoinstrumentosde coleta de dados o questionário

aberto, questionário fechado e a observação..

4.1 Análisedo Questionário Fechado: o Perfil dos Professores

4.1.1 Gênero dos Sujeitos

Fonte: Questionário aplicado aos sujeitos

O gráfico acima faz referencia aogênero dos sujeitos envolvidos na pesquisa, sendo

estes 100% do sexo feminino. Percebe-sediante desta informação que a figura

feminina ainda é muito presente nos espaços de Educação Infantil. O que talvez

ainda justifiqueexpressões do tipo “respeite sua professora ela está no lugar de sua

mãe”, ou “ela é como se fosse sua mãe”. O que torna muito presente mais o caráter

cuidar que educar, sendo este para alguns uma extensão do lar.“Embora sejam

mulheres, não são babás, nem mães substitutas, naturalmente preparadas para o

100%

0%

GÊNERO

FEMININO MASCULINO

Page 30: Monografia Cleane Pedagogia 2011

39

oficio de educar crianças pequenas, mas que são, sim, profissionais da educação”,

(Assis,2006, p.102).

Entretanto, é preciso levar em consideração que acriança é um ser frágil, que

necessita de cuidados físicos e psicológicos constantes, o que dá ao adulto o direito

de regular o seu ambiente físico. É um ser dependente dos outros... tem

características especificas devido ao seu estádio de desenvolvimento, aos

processos de crescimento e à sua vulnerabilidade. (OLIVEIRA-FORMOSINHO,

2008, p.135 e 137). Sendo pertinente mencionar que a escola é um espaço que

envolve muito mais que cuidar, ela evoluiu para um espaço com caráter pedagógico.

Contudo,torna-se imprescindível afirmar quenestes espaços de Educação Infantil o

cuidar e o educar não estão desvinculados, pois envolvem “atitudes de atenção,

interesse, preocupação, acolhimento... muito freqüente no meio da Educação

Infantil.” (ROSSETTI_FERREIRA, 2003, apud ANGOTTI, 2009), incumbindo aos

profissionais presentes nestes espaços promover uma articulação entre o cuidar e

educar, um cuidar que promova a educação e uma educação que não deixe de

cuidar da criança (ANGOTTI, 2009)

4.1.2 Faixa Etária

Iremos analisar a faixa etária de nossos sujeitos, tendo como objetivo conhecer um

pouco mais a respeitos destes, atrelando a faixa etária ao seu tempo de vivencia no

fazer pedagógico e analisando de que maneira esta questão relaciona-se com as

atividades pedagógicas. E seessa relação pode ou não influir no desempenhodo

educador bem como nas suas práticas cotidianas no espaço da Educação Infantil.

Page 31: Monografia Cleane Pedagogia 2011

40

Fonte: Questionário aplicado aos sujeitos

Ao observar o gráfico é perceptível que os professores inseridos neste contexto

encontra-se tendo entre a idade de 30 e 39 anos, o que corresponde a 55% dos

entrevistados, estes já possuem grau dematuridade nas diferentes vivencias

sociais.Esta medida de maturidade junto à experiência acumulada pode contribuir de

maneira positivapara o exercício no que diz respeito ao ato de instruir.

É importante afirmar que na educação o mais relevante não é a idade, masa

maturidade no exercício docente e o aperfeiçoamento desta prática docente, para

uma melhor atuação nos diferentes espaços de educação. Sendo importante

lembramos que “... teoria, os estudos, as discussões se misturam, costuram os

conhecimentos vivenciais, aos saberes que vem da prática”. (Kramer, 2008,p.127)

4.1.3 Grau de Escolaridade

A prática docente é uma atividade que requer do educador um nível de escolaridade

pertinente para o exercício pleno de suas atividades pedagógicas, de maneira que

estas possam efetivar o objetivo pleno da prática docente.

0%

18%

28%

27%

18%

9%

18 a 23 ANOS

24 a 29 ANOS

30 a 34 ANOS

35 a 39 ANOS

40 a 44 ANOS

MAIS DE 45 ANOS

Page 32: Monografia Cleane Pedagogia 2011

41

Fonte: Questionário aplicado aos sujeitos

Com base no gráfico acima percebemos que 64% dos nossos pesquisados

buscaram qualificar-se profissionalmentee tem aprimorado o seu fazer pedagógico

por enriquecer sua formação. Como menciona Kramer (2008) ao assegurar que“para

ser professor mais que ensinar é gostar de aprender, o que implica compreender

que formação cientifica cultural e política não pára, mas continua” (p.129).

A maior parte dos professores inseridos neste contextosão licenciados em

Pedagogia, o que é muito pertinente para a sua atuação com crianças, pois esta

formação contempla a área da Educação Infantil. E cabe lembra que:

A aquisição de conhecimentos e habilidades própria do trabalho docente, isso contribui para a construção desse profissional. Inclusive, essa formação deve propiciar a apropriação de conhecimentos teóricos que iluminem a sua prática e fomentem a maior competência que até precisa desenvolver: ser reflexivo e critico acerca do seu trabalho.(CRUZ, p.232)

Torna-se considerável a ação de alguns sujeitos em percorrer um caminho mais

amplo na busca e no aprimoramento dos conhecimentos. Contudo, é imperativo que

o professor repensena sua formação, refletindo cada vez mais sobre sua função

tanto em busca de um conhecimento teórico como uma prática quealimente seu

desejo de aprender cada vez mais para poder transformar (ALMEIDA, 1998)

Dois dados do gráfico são inquietantes, o primeiro refere-se aos 18% dos

entrevistados que possuem apenas o Magistério, o qual fora concluídopor estes

18%

64%

18%

MAGISTÉRIO

PEDAGOGIA

OUTRO

Page 33: Monografia Cleane Pedagogia 2011

42

entre os anos de 1991 e 1995. Embora a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da

educação permita a atuação nas escolas com apenas a formação do magistério,

este mesmo conjunto de orientação para as ações educacionais, diz ser necessáriol

uma formação em nível superior continuada.

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, oferecida em nível médio na modalidade Normal.Art.62

Notamos não haver ampliação ou aperfeiçoamento na formação destes sujeitos no

que se refere a uma especialização na área, o que torna viável lembrar quena

educação“o professor precisa avivar em si mesmo o compromisso de uma constante

busca de conhecimento como alimento para o seu crescimento pessoal e

profissional. Isto poderá gerar-lhe segurança e confiabilidade na realização do seu

trabalho docente”.(ANGOTTI, 2001, p.64).

O segundo dado referente e inquietante representa a mesma porcentagem sendo

esta de 18% dos queatuam na Educação Infantil, mas possuem outro curso, tem

outra licenciatura.É pertinente mencionar que no momento da observação e durante

uma conversa informal, um dos entrevistados afirmou ser uma escolha por questões

de saúde, de não poder atuarem lugar especifico para sua formação. Embora não

seja possível referenciar as outras razões torna-se indispensável, nos

questionarmos de que modo estas atuações influem no processo de Educação

Infantil, bem como nas práticas do educador.

Quando a formação propicia... a aquisição de conhecimentos e habilidades próprias do trabalho docente, isso contribui para a construção desse profissional. Inclusive, essa formação deve propiciar à apropriação teóricas que iluminem a sua prática e fomentem a maior competência que ele precisa desenvolver: ser reflexivo e critico acerca do seu trabalho.(CRUZ, 2009,.p.232)

Como observamos o acima citado reconhecemos queé imprescindível levar em

consideração a certeza de termos habilidades próprias, especificas para atuar na

Educação Infantil.É condicional “uma formação que lhe permita reconhecer os

princípios de uma educação de qualidade, adaptá-los às necessidades do contexto

Page 34: Monografia Cleane Pedagogia 2011

43

que atua e produzir reflexões e sínteses transformadoras de suas ações educativas”,

(BARBOSA, 2006, p.58).

4.1.4 Atuação na Educação Infantil

Estar atuando por um tempo maior em alguma área especifica pode significar uma

maior compreensão das situações e das escolhas de práticas e ações no momento

em que elas acontecerem. Como nos lembra Angotti (2001) ao afirmar que “o

profissional preparado possui permanente para a solução de improvisos que a vida

lhe impõe, garantindo, assim, satisfação e segurança na realização do ser pessoal e

profissional”, (p.54). Uma experiência mais ampla pode proporcionar uma melhor

ação, sendo esta intencionada e condicionada nos espaços de Educação Infantil.

Fonte: Questionário aplicado aos sujeitos

Com um percentual de 37% nossos sujeitos têm certo período de tempo de atuação

na Educação Infantil, o que corresponde de 5 a 7 anos em sala de aula, e 18% estão

atuando a mais de 10 anos, experiência esta que pode valorizar seu potencial como

mediador das interações nos espaços inseridos. Não se pode abdicar de

valorizarmos o saber produzido na prática, sem abrir mão de fazer análise critica da

situação especifica e do contexto mais amplo, das políticas públicas e dos

movimentos sociais que tanto nos ensinam (Kramer, 2008, p. 129). O que torna

possível se ao longo do caminho as ações sempre forem analisadas e refeitas,

gerando um grau maior dematuridade na efetivação da prática docente.

9%

27%

37%

9%

18%

UM ANO OU MENOS

I A 3 ANOS

5 A 7 ANOS

8 A 10 ANOS

MAIS DE 10 ANOS

Page 35: Monografia Cleane Pedagogia 2011

44

O tempo pode permitir a vivência reflexivada prática ereger as ações condicionadas

e intencionalizadas. Como nos lembra Freire (2008, p.39), “na formação permanente

dos professores, o momento fundamental é o da reflexão sobre a prática. É

pensando criticamente sobre a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a

próxima prática”. Andrade (2006) ainda afirma:

A formação docente não pode ser vista apenas como um processo de acumulação de conhecimento de forma estática, como cursos, teorias, leituras e técnicas, mas sim como uma contínua reconstrução da identidade pessoal e profissional do professor. Esse processo deve estar vinculado à concepção e a analise dos contextos sociais e culturais, produzindo um conjunto de valores, saberes e atitudes encontradas nas próprias experiências e vivências pessoais, as quais imprimem significados ao fazer educativo. (p.164)

Podendo proporcionar uma breve análise antecipadamente do resultado proposto

bem como a capacidade de direcionar, caso a intenção não tenha se concretizado e

buscar alternativas de realização da ação docente no dia a diadentro da Educação

Infantil.

4.2 Resultadodo Questionário Aberto - Analisando as falas dos Sujeitos

A partir deste faremos uma consideração das informações adquiridas através do

questionário aberto, e por respeito aos nossos sujeitos utilizaremos a letra P seguido

de um número especifico para referenciar as falas dos professores inseridos na

presente pesquisa.

Para uma melhor e mais especifica consideração dos dados obtidos junto aos

professoresda referente pesquisa tornou-se imprescindível selecionarmos quatro

tópicos para uma melhor compreensão dos dados colhidos, a saber:familiarização e

aperfeiçoamento na Educação Infantil; interação nos diferentes espaços da escola; o

papel do professor nas mediações das interações; e práticas de interação que

favoreçam a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças.

4.2.1 Familiarização e aperfeiçoamento dos professores de Educação Infantil:

A Educação Infantil é uma área especial da educação, é a base a ser consolidada,

onde o carinho, a sinceridade e a afetividade são muito mais presente na construção

Page 36: Monografia Cleane Pedagogia 2011

45

com o outro. A familiarização com o que fazemos nos permite uma melhor atuação,

facilitando o interesse em estarmos sempre na busca de uma melhor qualidade no

trabalho realizado, gerando satisfação e contentamento diante das ações propostas.

O professor que tem afinidade com a Educação Infantil poderá com maior facilidade

e responsabilidade ampliar o universo infantil das crianças sob os seus cuidados.

Analisaremos então como os professoresestão situados nesta questão:

P¹ - “sim, cursos, oficinas, encontros pedagógicos” P² - “sim, através de cursos, pesquisas e livros” P³ - “sim, a participação em cursos, revistas, livros” P4, P5, P7, P8, P9, P10 – “sim através de cursos, leituras, revistas,livros, sites educativos”. P6 – “sim, revistas, livros, programas de TV, sites educativos... cursosque me ajudem a melhorar profissionalmente”. P11 – ““sim, revistas, programas de TV, sites educativos, oficinas e comprando livros atualizados para este fim”.

Percebemos com base nas expressõesuma ocorrência unânime dos sujeitos

emafirmar que se identificam com a Educação Infantil e buscam aperfeiçoamento, o

que é muito positivo tanto para o educando como para o educador, pois, permitirá

um fazer pedagógico mais compromissado, produtivo e prazeroso.

Os professorestêm buscadoutilizar recursos que possam viabilizar suas ações

educacionais por meio de livros, oficinas, encontros pedagógicos, sites educativos

para facilitar sua ação pedagógica. É peculiar, que muitos dos nossos professores

permaneçam na busca de meios para nortear, ampliar e diversificar sua prática

cotidiana.Os recursos auxiliem, mas é necessário mais que recursos, é precisoque

os sujeitos solidifiquem a prática, não sendocabível que o professor estacione, mas

busque qualificar-se ainda mais por ampliar e enriquecer sua formação.

Faz se necessário um exercício de reflexão pelos profissionais da Educação Infantil sobre sua própria atuação, mas não se trata de uma reflexão abstrata e sem fundamentação, é preciso que a reflexão se dê a partir da articulação entre teoria e prática e, isso só ocorre a partir de uma sólida formação.(ASSIS, 2006, p.100)

Page 37: Monografia Cleane Pedagogia 2011

46

Evidenciando a necessidade de uma formação continuada, até porque na pesquisa

notamos que alguns não ampliaram sua formação, embora já estejam atuando a

certo tempo na Educação Infantil. Como menciona Candau (2001), ao referendar a

formação continuada:

Compreendo qualquer atividade de formação do professor que está atuando nos estabelecimentos de ensino, posterior a sua formação inicial, incluindo ai diversos cursos de especialização e extensão oferecidos pelas instituições de ensino superior e todas as atividades propostas pelos

diferentes sistemas de ensino. (p. 71)

Não sabemos a trajetória de vida dos envolvidos, mas é imprescindível que ocorra

um comprometimento na procura de ampliação dos conhecimentos, para uma

melhor qualificação na área a qual trabalham. Tornando necessário, como nos

lembra Angotti (2001, p.52):

Que o professor descubra e busque cuidar da semente profissional que existe nele mesmo, pois tudo principia da própria pessoa. Tal processo construirá este profissional de modo que este assuma, com compromisso e responsabilidade, procedimentos essenciais para a realização de um fazer intencionado, reflexivo e profícuo.

Reconhecemos que a prática é fundamental, mas quando a prática acompanha uma

reflexão, uma teoria atualizada e compatível a realidade dos educandos, o fazer

pedagógico se torna mais significativo tanto para o educador como para o educando.

A formação do professor exige “um trabalho de reflexividade critica sobre as práticas

e de uma (re) construção permanente de uma identidade pessoal e profissional, em

interação mútua”. (CANDAU, 2001, p.64)

É preciso mencionar que na escolha destas atividades é precisoser bem seletivo e

criterioso, quanto ao que será direcionado para as crianças, o objetivo proposto e as

açõesmetodológicasa serem desenvolvidas para um melhor desempenho dos

educandos e realização do educador, em propor situações que possam nortear a

aprendizagem e o desenvolvimento das crianças.

4.2.2 Interação nos diferentes espaços da escola

Page 38: Monografia Cleane Pedagogia 2011

47

O espaço escolar é um ambiente que abarca uma variedade de crianças oriundas de

diferentes contextos familiares e com formações variadas. Eeste espaço deve

contribuir para seu desenvolvimento social, cultural e intelectual. A escola tem uma

função socializadora, buscando formar o indivíduo do ponto de vista afetivo e social.

“Só é possível se formar com o outro, nos mais diferentes espaços e tempos que

circulam conhecimentos, valores e saberes. (Kramer, 2008, p.127)

O espaço escolar em todo o seu ambiente está cheio de significados, os quais

precisam ser observados, analisados e expressos nas práticas sociais.O que torna

pertinente analisar o ponto de vista dos nossos sujeitos quanto à importância da

interação neste ambiente, bem como qual o espaço mais apropriado para o

aproveitamento em favorecer a interação.

Sobre a questão levantada, a maioria aponta a sala de aula como espaço mais

indicado para nortear as interações:

P3 –“ Na sala onde todos estão juntos e mantém a comunicação.” P5 –“Na sala de aula proporcionando trabalho em grupo, brincadeiras onde as crianças passam a aprender a conviver umas com as outras”. P6- “Em sala de aula ambiente acolhedor sem favoritos ou privilegiados”. P8 – “Sala de aula e pátio” P9 –“Na sala de aula, pois é lá que o aluno fica durante todo o ano”. P10 – “Na sala, em conversas e atividades pedagógicas”. P11- “A sala de aula, pois é lá que durante todo o ano letivo ocorre todo o entrosamento entre o professor e o educando, então ai ocorre à aprendizagem diariamente”.

É pertinente mencionar que para muitos o conceito que se tem quanto à escola é

somente ensinar, e num único espaço: a sala de aula. Percebemos isso nas falas da

maioria dos sujeitos inseridos nesta pertinente pesquisa, os quaisfazem alusão à

sala de aula como eixo norteador das interações, aprendizagens e desenvolvimento

das crianças.

Ressaltamos que a sala de aula torna-se um espaço onde o contato com o professor

e seus colegas de turma é mais acentuado, sendo evidente que as crianças passem

a maior parte do tempo nela. “É no cotidiano da sala que a teoria é validada,

Page 39: Monografia Cleane Pedagogia 2011

48

iluminando a prática e fazendo-a avançar” (GARCIA, 1998,p.23). Sob esta ótica é

imprescindível que este espaço deva serexplorado da melhor maneira possível.

É preciso insistir que tudo que fazemos em aula, por menor que seja, incide em maior ou menor grau da formação dos nossos alunos. A maneira de organizar a aula, o tipo de incentivos, as expectativas que depositamos, os materiais que usamos, cada uma das decisões veicula determinadas experiências educativas..(ZABALA, 2007, p.29)

Mas não deixamos de perceber na afirmação do P9 e P11, ao mencionarque as

crianças estão todo o tempo em sala de aula, o que não é

cabível.Especificamentenum espaço de Educação Infantil,onde diferentes espaços

da escola podem ser consagradosem desenvolver atividades que condicionem a

interação. “Cabe ao professor, em sala de aula ou fora dela, estabelecer

metodologias e condições para desenvolver e facilitar o trabalho com a

criança”(Maluf, 2009, p.29).

Ainda mencionando os espaços favoráveis a interação, precisamos analisar a

referencia na falade alguns sujeitos quanto às interações na área livre da escola (no

pátio). Como mostram as falas abaixo:

P1 – “O pátio, pois incentiva o respeito mutuo”. P2 – “No pátio, são momentos no qual eles se envolvem para juntos aprenderem e se divertirem”. P4 – “No pátio, pois é o momento em que eles se interagem com o outro”.

Observar as crianças no brincar livre neste espaço (pátio) pode nos dar uma visão

mais ampla dos educandos, pois, neste momento eles agem de forma livre, sem

condicionamentos, o que permitirá observar suas ações, expressões naturais

aumentando o conhecimento a respeito destes.

Nem sempre o educador é ativoa um grupo de crianças, como quando coordena e/ ou propõe atividades nos mais variados tipos. Em muitas ocasiões, há a necessidade de intervenções bastante individualizadas, em outras, é mais interessante o educador não participar da atividade que estive sendo organizada e desenvolvida pelas próprias crianças. Nestas ultimas, a observação será fundamental para planejamentos futuros (...)O educador deve assumir a intencionalidade do ato educativo a cada situação de interação. (JR. KUHLMANN E VITÓRIA, 2008, P.282)

Page 40: Monografia Cleane Pedagogia 2011

49

Contudo, isso só será possível se houver um comprometimento do educador em

querer ampliar o universo infantil de cada criança, por conhecê-los melhor e

engajarem na dinâmica de intervir ou mediar conforme necessário e de maneira

atuante.

A escola tem uma área externa ampla e arborizada, suas salas são amplas podendo

desenvolver nestes espaços diferentes atividades práticas e coletivas, gerenciando

assim, oportunidades de interação nos mais diversos espaços. Como faz referência

o P7, quando este afirma que “todos os espaços são pertinentes a interação, na sala

de aula, no pátio, na fila da merenda, na fila do banheiro, deste que ocorra uma

observação das ações realizadas por estes e quando necessário uma intervenção”.

Mas em nossas observações não foi percebido associarmos as falas dos sujeitos

com as práticas, pois as criançassaiam da sala no momento do recreio e neste

período os professore ficam a maior parte do tempo na cozinha ou na diretoria da

escola, perdendo grandes oportunidades de observarem as crianças no seu brincar

livre, para uma melhor intervenção.

4.2.3 O papel do professor nas mediações das interações

Os professores que atuam na Educação Infantil são o carro chefe em observar,

intervir e mediar às relações com e entre as crianças, na busca de construção de

conhecimentos das crianças, nas relações sociais e humanas. Como nos lembra

Zabala (2001)

A interação direta entre alunos e professor tem que permitir a este, tanto quanto for possível, o acompanhamento dos processos que os alunos e alunas vão realizando na aula. O acompanhamento e uma intervenção diferenciada, coerentes com o que desvelam, tornando necessária a observação do que vai acontecendo...Assim favorece a possibilidade de observar, que é um dos pontos em que se apóia a intervenção. (p. 90 e 91)

Com base na referência citada acima torna necessário compreender qual a ótica dos

sujeitos quanto ao papeldo professor na promoção das interações, estes afirmam...

Page 41: Monografia Cleane Pedagogia 2011

50

P1_ “Fundamental importância. Facilita um intercambio entre as crianças.

Instrumento valioso para socializar o que cada um sabe e ajudar n sentido da construção conjunta” P2_ “O professor junto às crianças exerce uma função de que todos se sintam bem , proporcionando atividades que desenvolvam amizade e respeito”. P4 _ “O professor com certeza tem um papel fundamental na interação” P6 _ “Fundamental. Possibilita ao educador conhecer cada criança e ajudá-las a interagir com os demais”. P7 _ “O professor é o mediador em favorecer e ampliar as interações, por estar sempre observando as crianças sob sua responsabilidade, e mediante suas observações agir mediante as observações feitas para uma melhor intervenção”.

Observamos quea maioria dos sujeitos reconhece o papel do professor no espaço

no qual estão inseridos.Temos como notável as falas acima,que faz jus a afirmação

de Freire em mencionar que o professor é o mediador, em dizer que o professor

precisa observar para um melhor intervir. O que envolvecompreender que“a

intervenção pedagógica tem um antes e um depois que constituem as peças

substanciais em toda prática educacional”. (ZABALA, 2001, p.17)

Ainda referindo-se as falas dos sujeitos quanto à questão referida, alguns destes

responderam:

P3_ ______ P5 _ “A sala de aula, devido à convivência dia a dia professor x aluno. Através do dialogo e da comunicação na sala de aula

P8 – “Debates com perguntas relacionadas com o seu cotidiano”

P9 – “Pouco caso com o educando” P10 –“Através das questões da temática das brincadeiras”. P11 – “Como um descaso ao educando”.

Énotávelcertadesconexãoe a ausência de respostas quanto a questionamento, o

quenos inquieta,quanto a como analisarmos estas “respostas” aqui presentes.Há um

distanciamento das respostas a questão. Alegamos ser uma falta de atenção ou um

descaso no momento da pesquisar, jamais atribuiremos ser uma falta de resposta ou

um não saber, pois compreendemos que todos os inseridos neste espaço devem

lembrar que “participar do processo educacional de crianças pequenas, requer além

Page 42: Monografia Cleane Pedagogia 2011

51

do conhecimento técnico e metodológico diversificado (as situações nem sempre se

repetem), uma compreensão teórica profunda dos prejuízos irreversíveis que uma

má educação necessidade produz”, (FAZENDA, 1991, p. 16).

4.2.4 Práticas de interação que favoreçam a aprendizagem e o

desenvolvimento das crianças.

O adulto que conhece seu papel em mediar às interações precisa conhecer,

identificaras necessidades da criança para o seu desenvolvimento, para uma prática

mais significativa nas instituições de Educação Infantil.

Sobre esta questão há uma coincidência de depoimentos que apontam para...

P1 – “Práticas atreladas em um contexto de aprendizagem no qual o aluno possa aprender fazendo, errando, problematizando, levantando hipóteses, investigando, refletindo, pesquisando, discutindo, construindo, investindo na capacidade de aprender a aprender...literatura, dramatização, jogos e brincadeiras.”. P2 – “Através de jogos pedagógicos e brincadeiras, teatro”. P3 – “______________” P4 – “Através de jogos pedagógicos, brincadeiras, musicas”. P5 – “Trabalhos em grupo, debate, conversa informal e dinâmicas”. P6 –“Desenvolvendo diariamente: atitude de solidariedade, companheirismo e respeito; atividade desafiadora em sala de aula onde o aluno expõe de forma descontraída o que sabe e o que precisa aprender”. P7 _ “Jogos, historias, brincadeiras e tarefas que seja necessário a participação e cooperação do outro, rodas de conversas para a escuta e explanação de opiniões. P8 – “Com textos bem discursivos que chame sua atenção, dinâmicas, jogos, ditados, vídeos conferencias relacionados ao assunto tratado”. P9 – “Aulas com musicas, historias e participativos”. P10 – “Brincadeiras e jogos” P11 –“Aulas com musicas, e mímicas, historias todos os dias, apresentações com fantoches”.

O processo de aprendizagem não é algo automático, ele ocorre muitas vezes após

diferentes situações proporcionadas para as crianças. Muitas vezes “é preciso

propor aos alunos exercícios e atividades que ofereçam o maior numero de

Page 43: Monografia Cleane Pedagogia 2011

52

produções e condutas para que sejam processadas, a fim de que se oportunizem

todo tipo de dados sobre as ações a empreender” (ZABALA, 2007, p. 93)

considerando que:

É da interação de diferentes tipos de conhecimento, sua elaboração pelas crianças em torno de conceitos nas distintas sociedades, especialmente, nas instituições de caráter educativo, que se abrem novas possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem individuais e sociais, de transformação e superação dos níveis anteriores de conhecimentos ...a elaboração de conceitos pela criança irá depender da diversidade, não só da quantidade, mas especialmente, qualitativa, das experiências interacionais que vivenciará nos espaços institucionais nos quais se encontrar. (MACHADO, 1992,p.37)

Notamos que o P1 tem uma visão ampla quantos aos diferentes caminhos que

possam possibilitar a aprendizagem e posteriormente o desenvolvimento. Suas

leituras e visões quanto a sua responsabilidade tornam-se visíveis em suas

expressões, onde o fazer pedagógico torna-se possível em gerenciar uma ação mais

profunda e significativa para educandos e educador.

É imprescindível prever propostas de atividades articuladas e situações que favoreçam diferentes formas de interagir: distribuições grupais, com organizações internas convenientemente estruturadas através de equipes fixas e moveis com atribuições de responsabilidades claramente definidas; espaços de debate e comunicação espontâneos e regrados, como resultado da resolução de conflito determinado...conjunto de atividades e tarefas que favoreçam a multiplicidade de situações comunicativas e de inter-relação que possam ser orientadas e utilizadas educativamente por parte dos professores.(ZABALA, 2001,p.93)

É perceptível na expressão do professor P6 que para ele a escola tem uma função

socializadora, onde valores precisam estar presentes. Os momentos de

aprendizagem devem atuar de maneira constante, bem como atitudes necessárias

para um melhor convívio social. Como menciona Kramer(2006), ao afirmar que o

professor deve “estar atento também, com sensibilidade e espírito critico, a produção

cultural das diversas áreas – literatura, cinema, teatro, artes em geral -, que ensina

sobre nós mesmos e sobre o outro, que ajudam a formar e praticar valores como

generosidade, solidariedade e simplicidade”. (p.129).

Em meio a diferentes alternativas para propor a interação são mencionada as rodas

de conversa na fala do professor P7, o que é pertinente porque estas podem

Page 44: Monografia Cleane Pedagogia 2011

53

favorecer trocas de opiniões, onde aprendem a ouvir, a expor idéias, dar opiniões de

maneira autônoma.Ocorre na maioria das expressões à presença de jogos e

brincadeiras como elemento de interação o que nos recorda Marcellino(1997, p.39)

ao dizer que:

A escola pode contribuir muito para o resgate do lúdico na infância. Deve haver nela um trabalho educacional que possibilite o aprendizado e o desenvolvimento infantil explorando, por exemplo, de jogos, cantigas e brincadeiras com movimento, para tornar o processo de ensino-aprendizagem não só mais agradável como mais eficiente.

Contudo, “é preciso que os professores se coloquem como participantes,

acompanhando todo o processo da atividade, mediando os conhecimentos através

das brincadeiras, do jogo e de outras atividades”(MALUF, 2009, p.33).não basta

lançar ou direcionar as brincadeiras e jogos é necessário que o professor participe

com as crianças diante das atividades proporcionadas para que eleva o nível de

interesse, podendo levar a criança a fazer descobertas e as vivencias que tornam o

brincar mais estimulante e mais rico no aprendizado.

Contudo é indubitável levar em conta que suas práticas na maioria das vezes

requerem que o educando aprenda e desenvolvam-se nos mais variados aspectos

de sua vida, buscando complementar e enriquecer seu universo dentro e fora do

espaço da Educação Infantil, mas nas relações sociais como um todo.

Tornando lembrarMatos (1998):

Pensamos uma prática que abra caminhos a um fazer criativo, que propicie a construção de conceitos significativos através do reconhecimento, exploração e utilização dos sons e ritmos do repertorio natural e cultural, bem como a criação de diversos outros, por meio de jogos e atividades afins.(p.55)

Em meio às muitas adversidades enfrentadas no campo educacional percebemos

que há uma participação da maioria dos educadores em buscar diversificar sua

prática olhando de forma atenta para criança como o ser quedeveras ela é: criança.

Quando professores reconhecem deveras seu papel e importância nas interações e

buscarem uma qualificação profissional por uma formação continuada, permitir a

Page 45: Monografia Cleane Pedagogia 2011

54

permanência do interesse no que faz e granjear o apoio da sociedade e grupo ao

qual trabalha o sentido do aprender e desenvolver das crianças será sempre notável

e enriquecedortanto para o educando como para o educador.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pesquisar, estudar, aplicar, buscar compreender e analisar são verbos que indicam

ações quese tornarampresentes no desenrolar desta atividade proposta pelo espaço

de formação docente como complementação do curso. Este trabalho foi crucial para

o fortalecimento do querer e do desenvolvimento da pesquisa. Nos fez recordar

muito do que foi trabalhado, o que contribuiu parauma maior exploraçãopara a

efetivação dessa atividade, a qual mesmo sendo exaustiva muitas vezes, contribuiu

para enriquecer a capacidade perceptiva em reconhecer à necessidade da pesquisa

anterior à prática no exercício do fazer docente.

Permitindo uma breve, mas importante análise da história das crianças brasileiras

nos diferentes contextos da sociedade, a busca por um reconhecimento destas

como crianças com peculiaridades e necessidades especificas, bem como o

desenrolar da efetivação das leis que garantem o direito destas serem tratadas

como são: crianças e o acesso delas num espaço socializador, onde o cuidar está

presente e o educar é essencial. Das práticas de interação proporcionadas por

professores; a compreensão quanto a como ocorre o desenvolvimento da criança; a

importância da aprendizagem neste processo; e a relevância de uma reflexão teórica

e da vivência nos espaços de Educação Infantil.

Page 46: Monografia Cleane Pedagogia 2011

55

Compreendemos a importância da interação no ambiente de Educação Infantil, o

papel fundamental do professor em promover observar, intervir e promover estas

interações para melhor nortear a aprendizagem e posteriormente contribuir para o

desenvolvimento das crianças nos mais diferentes aspectos, bem como a relevância

de uma formação continuada, especifica e reflexiva para um melhor fazer

pedagógico nas instituições de Educação Infantil.

Foi imprescindível o aprofundamento teórico para uma melhor compreensão da

realidade observada atrelando-a aos referenciais teóricos, podendo analisar até que

circunstancia isto de fato ocorria ou se distanciava da realidade presenciada e das

compreensões dos sujeitos investigados a cerca da referente pesquisa. O que

tornou essencial, pois percebemos que muitos dos sujeitos mesmo conhecendo

teoria e suarelevância, na prática de desvinculam destes conhecimentos.

Conhecimentoeste, que ossujeitos consideram fundamentaispara o exercício do seu

fazer pedagógico.

Percebemos que o conhecimento é contínuo e muito relevante, este nunca deve

estacionar, mas está sempre presente nas práticas cotidianas.Ecomo educandos e

educadores devemos estar sempre dispostosa absorvê-los para nos enriquecermos

profissionalmente e madurecemos pessoalmente, estando consciente que a teoria e

a prática não se desvinculam, mas devem estar sempre atreladas para que os

objetivos propostos nos mais variados espaços se concretizem de maneira real e

condizente. As leis, a teoria, o conhecimento, o compromisso juntos podem

contribuir de maneira positiva para que as crianças inseridas nos espaços de

Educação Infantil aprendam e se desenvolvam de maneira ricaprocessual e

sucessiva.

Page 47: Monografia Cleane Pedagogia 2011

56

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