APRESENTAÇÃO
Estimado(a) colega,
É chegado o momento de decidirmos o futuro do Ministério Público
do Ceará nos próximos dois anos. Assim como você, sonho com uma instituição
que corresponda aos anseios da sociedade, valorizando seus membros e agindo
com independência e altivez.
A fim de termos uma opção que represente uma verdadeira
transformação, aceitei concorrer ao cargo de Procurador Geral de Justiça. O
projeto que ora apresento tem como meta valorizar a democracia e a
transparência ao longo do mandato.
Democracia na tomada das decisões, sempre observando as
prioridades estabelecidas pelos próprios membros da instituição, seja nas reuniões
do Planejamento Estratégico, seja nas Assembleias Gerais e reuniões promovidas
pela Associação Cearense do Ministério Público. Ouvir nossos colegas e considerar
suas opiniões será fundamental para que o Ministério Público esteja
verdadeiramente a serviço da sociedade, sem interferências de interesses externos
ou pessoais.
Transparência não apenas no trato da coisa pública, mas no
relacionamento com os Promotores e Procuradores de Justiça, agindo com
franqueza e lealdade, tratando com seriedade os compromissos assumidos, sem
tergiversar com os direitos e as legítimas aspirações de nossos colegas. Implementar
o orçamento participativo e chamar nossa entidade de classe para participar de
todas as tratativas de interesse da instituição é o primeiro passo para atender tal
desiderato.
Para ter tais características, nossa gestão não pode sofrer a
interferência do poder político ou econômico, razão pela qual, para assegurar a
independência e altivez do Ministério Público, assumo de logo o compromisso
inarredável de defender que a nomeação do Procurador Geral de Justiça, apesar
da legítima e constitucional prerrogativa do Governador do Estado, recaia
somente sobre aquele que conquistar o maior número de votos, pois essa é a
aspiração de todo o Ministério Público Brasileiro. Para promover uma mudança na
Constituição, é preciso promover primeiro uma mudança de mentalidade, a
exemplo do que já aconteceu em tantos outros Estados, como o vizinho Rio
Grande do Norte.
Essa, portanto, é a principal diferença entre a minha candidatura e
as demais, pois a segurança de que haverá meu empenho para a concretização
das propostas que ora apresento reside no fato de que tenho compromisso apenas
com meus colegas e a sociedade.
Também tenho a consciência de que o enfrentamento de todos os
problemas de nossa instituição, especialmente melhores condições de trabalho e
uma política remuneratória digna, passa necessariamente pela autonomia
orçamentária e financeira.
O Ministério Público precisa assegurar, através de um diálogo
respeitoso e franco com os outros poderes, recursos suficientes para cumprir sua
missão, já que o orçamento do Ministério Público do Estado do Ceará está muito
abaixo da média nacional e mesmo da média do Nordeste, seja em termos
absolutos ou relativos.
Contudo, não se pode atribuir responsabilidade aos outros poderes,
se o próprio Ministério Público do Ceará não faz sequer consignar em sua proposta
orçamentária os recursos para atender as suas necessidades mais prementes,
sempre prestigiando interesses externos e olvidando os reclamos dos Promotores e
Procuradores de Justiça.
Além disso, só recentemente, após muita cobrança, conquistamos
o repasse do duodécimo, mas ainda assim não foram adotadas as medidas para
assegurar que tais recursos não sejam devolvidos ao final do exercício financeiro,
já que ainda não foi instituído o Fundo de Reaparelhamento e Modernização do
Ministério Público, valendo ressaltar que somente no ano de 2012 houve uma sobra
de R$ 4.270.382,90 (quatro milhões, duzentos e setenta mil, trezentos e oitenta e dois
reais e noventa centavos), conforme relatório de execução orçamentária e
financeira, valor suficiente para suprir várias carências da instituição e que poderia
ser reforçado pelo percentual da arrecadação da taxa judiciária, acaso houvesse
sido instituído o fundo.
Por fim, antes de tudo é preciso que o Procurador Geral de Justiça
aja como membro da instituição, conduzindo-a de forma a representar a vontade
dos Promotores e Procuradores de Justiça, sendo um aliado de seus justos pleitos e
não um adversário dos colegas ou um entrave para as mudanças que precisam
ser promovidas.
Para cumprir os deveres do cargo e os compromissos assumidos, não
é razoável que o líder do Ministério Público precise o tempo todo ser cobrado,
pressionado, instigado e criticado, nem muito menos que os Promotores e
Procuradores de Justiça precisem ficar em constante estado de mobilização, por
não confiarem nas iniciativas da gestão.
O programa que ora apresento se propõe a atender o anseio da
instituição e da sociedade e deverá ser aperfeiçoado durante a gestão, de modo
a contemplar as legítimas aspirações dos colegas.
Porém, mais importante do que o programa de gestão é poder
confiar em quem se propõe a implementá-lo, pela coerência das ideias e pelo
histórico de dedicação ao Ministério Público, pois de promessas vãs todos já
estamos fartos.
Minha candidatura, portanto, representa não a personificação das
soluções em uma única pessoa, mas sim um projeto de gestão coletiva, em que
todos os Promotores e Procuradores de Justiça serão responsáveis pela
administração da Procuradoria Geral de Justiça.
Dia 6 de dezembro teremos a oportunidade de construir um novo
Ministério Público. Ajude-nos a escrever essa história.
Que Deus nos ilumine!
Nestor Rocha Cabral
1. CONDIÇÕES DE TRABALHO E EFICIÊNCIA
1.1- REFORMA ADMINISTRATIVA
1.2- QUADRO MÍNIMO DE SERVIÇOS AUXILIARES
1.3- MELHORIAS NO PROGRAMA DE ESTÁGIO
1.4- CONCLUSÃO DA OBRA DA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA
1.5- INSTALAÇÃO DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA EM SEDES PRÓPRIAS
1.6- MANUTENÇÃO DAS SEDES PRÓPRIAS
1.7- MANUTENÇÃO DOS COMPUTADORES
1.8- COMPARTILHAMENTO DE PEÇAS PROCESSUAIS
1.9- AUMENTAR A EFICIÊNCIA DOS CENTROS DE APOIO OPERACIONAL
1.10- FONTE DE PESQUISA JURÍDICA
1.11- QUALIFICAÇÃO
2. POLÍTICA REMUNERATÓRIA
2.1- AJUDA DE CUSTO PARA MUDANÇA E TRANSPORTE
2.2- AUXÍLIO-MORADIA
2.3- DIÁRIAS
2.4- INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE
2.5- CONVERSÃO DE 1/3 DE FÉRIAS EM PECÚNIA
2.6- ATS
2.7- PAGAMENTO DO PAE
2.8- INSTITUIÇÃO DO AUXÍLIO SAÚDE
3. INGRESSO, MOBILIDADE E ASCENSÃO NA CARREIRA
3.1- CONCURSO PÚBLICO
3.2- PROVIMENTO IMEDIATO DOS CARGOS CRIADOS PELA LEI ESTADUAL Nº 14.435/09
3.3- OBSERVÂNCIA DE PRAZO PARA REALIZAÇÃO DAS PROMOÇÕES E REMOÇÕES
3.4- CRITÉRIOS OBJETIVOS NAS PROMOÇÕES E REMOÇÕES
4. PRESERVAÇÃO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA, COMBATE À CRIMINALIDADE
E ATUAÇÃO EXTRAJUDICIAL
4.1- ATUAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL DO PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA
4.2- TORNAR A PROCAP E O GAECO ÓRGÃOS DE EXCELÊNCIA
4.3- CRIAÇÃO DE PROMOTORIAS ESPECIALIZADAS DE PATRIMÔNIO PÚBLICO
4.4- NÚCLEO DE TUTELA COLETIVA
4.5- NÚCLEO PERMANENTE DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
5. SEGURANÇA INSTITUCIONAL
5.1- INVESTIMENTOS EM SEGURANÇA
5.2- PROTOCOLO DE ATUAÇÃO
5.3- ESTRUTURAÇÃO DO NUSIT
5.4- BLINDAGEM E ISENÇÃO PARA A BLINDAGEM DE VEÍCULOS
6- AUTONOMIA ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA
6.1- INSTITUIÇÃO DO FUNDO DE REAPARELHAMENTO E MODERNIZAÇÃO
6.2- PERCENTUAL DA TAXA JUDICIÁRIA
6.3- PERCENTUAL MAIOR DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA
6.4- COOPERAÇÃO ENTRE ÓRGÃOS
1- CONDIÇÕES DE TRABALHO E EFICIÊNCIA
O colega deve ter ingressado no Ministério Público do Ceará com o ideal de
construir uma nova realidade, contribuindo para uma sociedade calcada na
justiça, mas logo descobriu que os entraves que nos são colocados muitas vezes
constituem obstáculos intransponíveis para a consecução dessa finalidade.
É mais frustrante ainda constatar que esses entraves advêm da própria
instituição, por faltar uma visão de eficiência. Ainda há quem pense que dotar as
promotorias de justiça e os demais órgãos de execução de um quadro qualificado
de servidores e de estrutura física mínima é um luxo dispensável, razão pela qual
continuamos sem a capacidade de dar a resposta adequada a todas as
demandas que nos são apresentadas.
Enquanto isso, assistimos o Ministério Público de outros estados evoluindo
enquanto instituição, dotando seus órgãos dos recursos humanos e materiais
indispensáveis, revelando que o que verdadeiramente enfrentamos é um
problema de gestão e de falta de prioridade.
Apresentamos, portanto, propostas simples, a partir das necessidades
colocadas pelos próprios colegas, para finalmente superarmos esses entraves.
1.1- REFORMA ADMINISTRATIVA
Para aumentar a eficiência da Procuradoria Geral de Justiça,
tanto no âmbito administrativo quanto judicial, promoveremos
uma desconcentração dos poderes e atribuições do Procurador
Geral de Justiça, propondo a criação dos cargos de Procurador
Geral de Justiça Adjunto Judicial, Procurador Geral de Justiça
Adjunto Administrativo e Coordenador Geral dos Centros de
Apoio Operacional, a fim de que o Procurador Geral de Justiça
não precise se dedicar aos problemas burocráticos do cotidiano,
voltando suas atenções para definir, coordenar e supervisionar as macropolíticas
institucionais e representar os interesses do Ministério Público perante os poderes do
Estado e a sociedade civil.
1.2- QUADRO MÍNIMO DE SERVIÇOS AUXILIARES
Conforme definido no planejamento estratégico de 2012, há
necessidade prioritária de assegurar quadro mínimo de
serviços auxiliares por promotoria, composto por 1 (um)
analista ministerial (bacharel em direito), 1 (um) técnico
ministerial e 2 (dois) estagiários.
Suprir todos os órgãos de execução dos serviços
auxiliares indispensáveis deve merecer especial atenção em
nossa gestão, sempre tratando do tema com absoluta prioridade e transparência,
inclusive envolvendo a ACMP e a ASSEMPECE nas tratativas.
A criação e o provimento dos novos cargos pode ser feita de forma gradual,
estabelecendo no projeto de lei, desde já, quantos cargos serão providos a cada
ano, para que todos os órgãos de execução possam ser contemplados, bem assim
para que haja uma perspectiva concreta e programada do provimento desses
cargos.
No caso dos analistas ministeriais bacharéis em direito já existem 212 (duzentos
e doze) aprovados no último concurso. Para aquelas comarcas que não poderem
ser imediatamente contempladas poderá haver a criação de cargos em comissão
de assessor, para provimento temporário, até que possa haver o provimento por
concurso público dos cargos de analista.
1.3- MELHORIAS NO PROGRAMA DE ESTÁGIO
Conforme já pleiteado pela ACMP, nos empenharemos para
promover uma drástica melhoria do programa de estágio,
procurando assegurar uma bolsa de estágio condigna,
evitando a migração de estagiários qualificados para outras
instituições, bem assim buscando garantir que cada órgão de
execução tenha pelo menos dois estagiários, como permite
o art. 107 da Lei Complementar Estadual nº 72/2008, inclusive
adotando providências para firmar convênios com
instituições de ensino de outros Estados.
1.4- CONCLUSÃO DA OBRA DA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA
O atraso na execução da obra da Procuradoria Geral de
Justiça, no Cambeba, tem acarretado inúmeros problemas
de ordem administrativa e na própria atuação finalística do
Ministério Público, já que os setores administrativos
funcionam de forma inadequada, enquanto vários
Procuradores de Justiça não possuem instalações
condignas, trabalhando muitas vezes em gabinetes
improvisados. Além disso, a insuficiência de espaço
acarreta no aluguel de prédios para funcionamento de
órgãos que deveriam funcionar na própria Procuradoria Geral de Justiça, a
exemplo da PROCAP e dos CAO's, razão pela qual teremos todo empenho na
conclusão dessa obra, para que o Ministério Público possa desempenhar suas
atividades da forma mais eficiente possível.
1.5- INSTALAÇÃO DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA EM SEDES PRÓPRIAS
A instalação dos órgãos de administração, de execução e
de serviços auxiliares em prédios sob a administração do
Ministério Público, sem abrir mão das dependências a ele
reservadas nos prédios do Poder Judiciário, com instalações
condignas e adequadas, não é uma faculdade do
Procurador Geral de Justiça, mas uma imposição legal do art.
2º, §2º, da Lei Complementar Estadual nº 72/2008, sendo um
pressuposto para a autonomia do Ministério Público,
conforme a própria Lei.
As Promotorias de Justiça da Capital não podem mais suportar a indigna
situação ora vivenciada, repartindo uma espaço de apenas 6m² entre 3 (três)
promotores, quando há, nem muito menos aguardar indefinidamente a
construção do novo prédio. É preciso agir já, assegurando instalações condignas
a todos, ainda que provisórias, até que fique pronta a nova sede, cujos recursos
para projeto e construção devem ser imediatamente incluídos na proposta
orçamentária. Enquanto não avançarem as tratativas com o Poder Judiciário,
podem ser alugados andares ou salas comerciais em edifícios próximos aos Fórum.
Quanto as Promotorias de Justiça do interior, será estabelecida uma
padronização para os prédios, de acordo com o número de promotorias de cada
comarca e já prevendo sua ampliação, criando uma identidade visual própria
para o Ministério Público, sempre contemplando os espaços necessários para os
serviços auxiliares e para os equipamentos e mobiliário adequados. Para tanto,
deve ser estabelecido um cronograma transparente, priorizando-se as sedes das
unidades regionais.
1.6- MANUTENÇÃO DAS SEDES PRÓPRIAS
Tão importante quanto assegurar a instalação do Ministério Público
em sedes próprias é garantir o seu regular funcionamento. Nossa
meta, portanto, é acabar com o improviso na gestão dos prédios,
mantendo, além dos serviços de limpeza e segurança, a
tempestiva manutenção desses prédios, através de equipes
técnicas regionais, compostas por pedreiros, eletricistas,
bombeiros hidráulicos e outros profissionais capazes de fazer
pequenas reformas e reparos, que farão visitas periódicas, preventivas
e corretivas, pois a conservação dos prédios públicos é dever do
administrador.
1.7- MANUTENÇÃO DOS COMPUTADORES
Todos sabemos o quanto dependemos dos computadores
e dos demais equipamentos de informática em nosso
cotidiano de trabalho, não podendo aguardar dias para
conseguir um reparo num equipamento, porque os prazos
não aguardam. Um dia sem produção nos obriga a
trabalhar em dobro no dia seguinte. A manutenção
periódica e tempestiva dos equipamentos de informática
deve ser feita de modo sistemático e tempestivo. O atual
modelo adotado se mostrou caro e ineficiente, não
atendendo as necessidades da instituição, razão pela qual propomos a existência
de técnicos de informática em todas as unidades regionais, para atender todo o
Estado.
1.8- COMPARTILHAMENTO DE PEÇAS PROCESSUAIS
Criar um ambiente de rede institucional, a fim de que todos
os colegas possam compartilhar as peças processuais, a
serem catalogadas de acordo com o assunto, sendo o
banco de dados alimentados pelos próprio colegas, assim
como pelos Centros de Apoio Operacional, aperfeiçoando o modelo atualmente
em vigor. Tal iniciativa também possibilitará aos Procuradores de Justiça o acesso
a petições elaboradas na 1º Instância, facilitando eventuais transcrições em suas
manifestações, racionalizando o trabalho.
1.9- AUMENTAR A EFICIÊNCIA DOS CENTROS DE APOIO OPERACIONAL
Mais que fornecer peças processuais, doutrina e jurisprudência, os
Centros de Apoio Operacional devem ser indutores de medidas
conjuntas e coordenadas, inclusive acompanhando as metas do
Planejamento Estratégico. Assim, tão logo suprida a carência de
Promotores de Justiça, seus coordenadores devem ser
designados com prejuízo de funções, para dedicarem-se com
exclusividade a esta relevante missão, devendo contar com os
recursos humanos e materiais necessários.
1.10- FONTE DE PESQUISA JURÍDICA
Mediante pequena contribuição, a ACMP oferece a
seus associados o serviço de uma biblioteca virtual, que
disponibiliza milhares de obras na íntegra, de diversas
áreas do conhecimento, incluindo mais de mil obras
jurídicas. De igual modo é oferecido aos associados
serviço de pesquisa de jurisprudência, doutrina e
jurisprudência. Penso que serviços idênticos ou
semelhantes devem ser proporcionados pela própria
Procuradoria Geral de Justiça, sem ônus para os
membros da instituição, inclusive para que haja cada
vez mais a utilização desses serviços, qualificando as peças do Ministério Público.
1.11- QUALIFICAÇÃO
Tão importante quanto recursos e humanos e materiais
nos órgãos de execução, para atingir metas de
eficiência no Ministério Público, é assegurar a
qualificação permanente dos seus membros, razão pela
qual, além dos investimentos necessários na Escola
Superior do Ministério Público, firmaremos convênios de
cooperação com Ministérios Públicos de outros países
para a realização de treinamentos e cursos de pequena
duração, através do Programa de Intercâmbio da International Association of
Prosecutors – IAP.
2- POLÍTICA REMUNERATÓRIA
Além de oferecer condições de trabalho, pressuposto para assegurar a
eficiência do Ministério Público, é indispensável adotar uma política remuneratória
que assegure o estímulo e a valorização daqueles que fazem a instituição,
condizente com a qualificação e responsabilidade do cargo, bem assim com
irrestrita observância à legalidade, pois aqueles direitos assegurados por lei não
constituem nenhum favor da administração, nem estão na sua esfera de
discricionariedade.
As recentes melhorias que obtivemos na questão remuneratória constituem
apenas uma parcela de nossas reivindicações e foram fruto da cobrança e
insistência de todos os colegas, após um intenso e desgastante processo de
mobilização, do qual participamos para reduzir as desigualdades com os outros
Estados e corrigir injustiças, que acarretam inclusive no locupletamento ilícito do
Estado, em detrimento daqueles que se dedicam para engrandecer nosso
Ministério Público.
Existem duas etapas para alcançarmos êxito na política remuneratória. A
primeira é a iniciativa da nossa própria administração, que deve reconhecer a
justiça e a necessidade dos pleitos. A segunda é assegurar os recursos através de
um diálogo respeitoso e franco com os poderes Legislativo e Executivo. Porém, pelo
que acompanhamos, a resistência aos nossos pleitos está exatamente na
Procuradoria Geral de Justiça que, ao invés de ser uma aliada de nossas
reivindicações, trabalha para adiar ou evitar sua implementação, a exemplo da
decisão do Órgão Especial Colégio de Procuradores de Justiça, que assegurou a
conversão de 1/3 das férias em pecúnia, mas que está sendo combatida pelo
Procurador Geral de Justiça no CNMP, embora já se trate de direito assegurado
em vários Estados e reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça.
Em nossa gestão, contudo, essa primeira etapa estará de logo superada, pois
o Procurador Geral de Justiça será antes de tudo um aliado dos justos pleitos dos
colegas, inclusive por coerência a tudo que defendemos quando na diretoria da
ACMP, a qual será sempre uma parceira para a consecução desse objetivo, como
porta-voz de seus associados, que dessa vez serão efetivamente ouvidos. Para que
fique clara, portanto, a minha posição sobre o tema, enumero as ideias que
sempre defendi e que serão igualmente defendidas e buscadas durante toda a
gestão.
2.1- AJUDA DE CUSTO PARA MUDANÇA E TRANSPORTE
A ajuda de custo para mudança e transporte, que hoje é
paga somente em caso de promoção, também deverá ser
paga, mediante alteração legislativa, nos casos de
remoção e de ingresso na carreira, assegurando a simetria
com o Poder Judiciário.
2.2- AUXÍLIO-MORADIA
O único pressuposto do auxílio moradia estabelecido na lei é
a ausência da moradia funcional. Por essa razão e por medida
de cautela, formularemos consulta ao CNMP indagando da
juridicidade de assegurar esse pagamento também aos
membros do Ministério Público que residem na Capital, assim
como a todos aqueles que moram à suas expensas, inclusive
em imóveis próprios. Em sendo positiva a consulta,
adotaremos todos as medidas para viabilizar o pagamento.
2.3- DIÁRIAS
O reajuste das diárias é antiga reivindicação dos
colegas, mas o último reajuste não atendeu ao que foi
reclamado, já que não repôs sequer o valor
anteriormente pago, dada a instituição da meia diária
por resolução do CNMP. Pensamos que o valor da diária
para deslocamento no Estado não pode ser inferior a 2%,
destinado a cobrir despesas de hospedagem,
alimentação e locomoção urbana, sem prejuízo da
indenização de transporte.
2.4- INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE
Segundo a Resolução nº 58/2010 do CNMP, as diárias são
destinadas apenas à cobertura de despesas de alimentação,
hospedagem e locomoção urbana, e o membro deve fazer jus à
percepção de diárias, sem prejuízo do pagamento de
indenização de transporte, razão pela qual adotaremos
providências para que doravante haja o pagamento cumulativo
de diárias e indenização de transporte, seja nos deslocamentos
para comarcas sedes ou vinculadas.
2.5- CONVERSÃO DE 1/3 DE FÉRIAS EM PECÚNIA
A conversão de 1/3 das férias em abono pecuniário está
prevista art. 220, §3º da LC 75/93 c/c art. 80 da Lei nº 8.625/93,
não havendo qualquer margem de discricionariedade para a
administração, conforme já decidiu o Superior Tribunal de
Justiça (REsp 443627/AC) e o Órgão Especial do Colégio de
Procuradores de Justiça do Estado do Ceará, à unanimidade,
ao julgar recurso por mim interposto no Processo nº 1817/2013-
7 (Anexo 26008/2012). A resistência da Procuradoria Geral de
Justiça em cumprir a decisão do Órgão Especial, inclusive ingressando no CNMP
em prejuízo de todo o Ministério Público Brasileiro, será superada em minha gestão,
com a regulamentação do referido direito em prol de todos os membros do
Ministério Público Cearense.
2.6- ATS
Direito reconhecido pelo CNMP, o pagamento do ATS
(Adicionais por Tempo de Serviço) está suspenso em razão da
Lei Estadual nº 15.203/2012 (art. 63, §5º), o qual impede não
apenas o pagamento do ATS, mas quaisquer despesas de
exercícios anteriores, a exemplo de férias não gozadas, ao
fixar o limite de 1% do valor da folha do exercício anterior. Na
ADI nº 4922, de autoria da Conamp, busca-se o
reconhecimento da inconstitucionalidade desse dispositivo.
Considerando, contudo, que a ação corre o risco de perder o objeto, ante o final
do exercício financeiro, e que semelhante previsão vem sendo reeditada a cada
ano, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, é preciso unir esforços com a CONAMP e
a ACMP, não apenas para obter a declaração de inconstitucionalidade desse
dispositivo, mas sobretudo para evitar que norma semelhante volte a ser reeditada,
por ofender gravemente a autonomia do Ministério Público.
2.7- PAGAMENTO DO PAE
O pagamento do PAE (Parcela Autônoma de Equivalência) deve
ser mantido regularmente, por se tratar de direito reconhecido
pelo CNMP.
2.8- INSTITUIÇÃO DO AUXÍLIO SAÚDE
Propor, mediante alteração legislativa, a instituição do Auxílio
Saúde, nos moldes sugeridos pela ACMP, para cobrir parte das
despesas com plano de saúde dos membros ativos e inativos do
Ministério Público, assim como seus dependentes.
3- INGRESSO, MOBILIDADE E ASCENSÃO NA CARREIRA
Será sempre considerado no ingresso, mobilidade e ascensão na carreira o
princípio da legalidade, pois o provimento dos cargos não pode acontecer apenas
ao alvedrio da administração, ante as balizas normativas de observância cogente.
A defasagem de cargos de promotores de justiça é fruto somente da inércia da
administração e apenas a ela pode ser imputada, devendo ser preservado o
legítimo interesse dos membros do Ministério Público. Assim, como sempre
defendemos junto aos Órgãos de Administração Superior, nas inúmeras reuniões
que participamos quando na diretoria da ACMP, pretendemos adotar todas as
medidas necessárias para resguardar tais direitos.
3.1- CONCURSO PÚBLICO
Nomear os aprovados no Concurso Público para
Promotor de Justiça que está em andamento, logo após
o resultado final, e adotar como prática da
administração a realização periódica de concursos
públicos, independentemente do número de vagas
atingir a um quinto dos cargos iniciais da carreira,
conforme obrigatoriedade do art. 59, §1º, da Lei
Orgânica Nacional, pois a Procuradoria Geral de Justiça
não precisa fazer concurso público somente quando
está obrigada, devendo realiza-lo sempre que necessário ao interesse público.
3.2- PROVIMENTO IMEDIATO DOS CARGOS CRIADOS PELA LEI ESTADUAL Nº 14.435/09
Os colegas não podem ver prejudicado seu direito à ascensão
funcional, pela demora da realização do concurso público, seja
porque se trata de direito subjetivo assegurado em lei, com prazo
certo e determinado (art. 62 da Lei 8.625/93), seja porque não
deram causa ao esvaziamento institucional, devendo somente a
administração arcar com o ônus e encontrar solução que não
prejudique o direito individual, pois não há interesse público
contrário à lei. Por essa razão, logo no início das sessões do CSMP, apresentarei
para deliberação minuta de edital para provimento de todas as promotorias
atualmente vagas, incluindo as Promotorias de Justiça da Comarca de Fortaleza
ainda não preenchidas.
3.3- OBSERVÂNCIA DE PRAZO PARA REALIZAÇÃO DAS PROMOÇÕES E REMOÇÕES
Velaremos pelo rigoroso cumprimento do prazo previsto no
art. 62 da Lei Orgânica Nacional, a fim de que, sempre que
verificada a vaga para remoção ou promoção, seja
expedido edital para preenchimento do cargo, no prazo
máximo de sessenta dias. Ao mesmo tempo, promoveremos
alteração legislativa, a fim de fixar prazo para realização
das promoções e remoções, inclusive retroagindo os efeitos
da promoção a partir do termo final do prazo, a exemplo do
que está previsto no art. 199, §1º, da LC nº 75/93.
3.4- CRITÉRIOS OBJETIVOS NAS PROMOÇÕES E REMOÇÕES
Proporemos mudanças para assegurar que as
promoções e remoções por merecimento sejam
realizadas mediante critérios objetivos de produtividade
e presteza no exercício das atribuições e pela frequência
e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de
aperfeiçoamento, conforme determinação expressa do
art. 93, II, “a”, da CF/88 e art. 2º da Resolução nº 02/2005
do CNMP, de forma que possa ser mensurado, da
maneira mais clara e precisa possível, o merecimento de
cada candidato.
4- PRESERVAÇÃO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA, COMBATE À CRIMINALIDADE
E ATUAÇÃO EXTRAJUDICIAL
O trabalho do Ministério Público na preservação da moralidade administrativa,
no combate à criminalidade e na tutela dos direitos difusos e coletivos foi a razão
da imensa mobilização social para a preservação dos poderes e prerrogativas da
instituição, aumentando nossa responsabilidade em dar uma resposta cada vez
mais eficaz à sociedade, mediante investimentos e atitudes que assegurem o
cumprimento de nossa missão constitucional. Essa, portanto, será a grande marca
de nossa gestão, de modo a assegurar o apreço e o respeito por nossa instituição.
4.1-ATUAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL DO PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA
A atuação judicial e extrajudicial do Procurador Geral de Justiça,
na sua esfera de atribuições, por si ou por membros que
recebam delegação, deverá ser sempre transparente e
responsável, dando andamento e publicidade às
representações e investigações, de forma a assegurar o
controle social, preservando a imagem da instituição e
resguardando a ordem jurídica, com absoluta independência e
isenção, como se espera de todos os membros do Ministério Público.
4.2- TORNAR A PROCAP E O GAECO ÓRGÃOS DE EXCELÊNCIA
Graças ao trabalho abnegado dos colegas da PROCAP
e do GAECO, combatendo os crimes contra a
administração pública e a macro criminalidade, com a
contribuição dos demais colegas em suas respectivas
comarcas, o Ministério Público conquistou o respeito e a
admiração da sociedade, sendo essa a verdadeira
contribuição para a derrubada da PEC 37.
Embora resolver todas as carências de recursos humanos e materiais da instituição
demande algum tempo, pelo menos na PROCAP e no GAECO é possível fazer
investimentos urgentes e imprescindíveis, aumentando o quadro de pessoal e a
estrutura física, para que os resultados possam ser cada vez mais relevantes.
Atingindo-se esse objetivo, todos os pleitos do Ministério Público conquistarão a
simpatia e o apoio da sociedade, assim como das demais instituições.
4.3- CRIAÇÃO DE PROMOTORIAS ESPECIALIZADAS DE PATRIMÔNIO PÚBLICO
Todas as mazelas sociais encontram origem na sangria do dinheiro
público, que prejudica investimentos estatais imprescindíveis para o
desenvolvimento do país. Ao Ministério Público incube o dever de
ser guardião da legalidade e da moralidade administrativa, razão
pela qual precisamos de instrumentos para cumprir com eficácia
a missão que nos foi confiada. Uma de nossas metas, portanto, é
a criação de Promotorias Especializadas de Patrimônio Público, com atribuições
cíveis e criminais, além dos serviços auxiliares necessários, a fim de que assunto seja
tratado com absoluta prioridade a partir de nossa gestão.
4.4- NÚCLEOS DE TUTELA COLETIVA
O estímulo à atuação extrajudicial deverá ser uma marca de
nossa gestão, a começar com a efetiva instalação e estruturação
de todos os Núcleos de Tutela Coletiva previstos no Provimento nº
6/2010, a fim de assegurar uma atuação integrada, porém
respeitando o princípio do Promotor de Justiça Natural. Para tanto,
além da designação de promotores de justiça auxiliares e
integrantes da unidade regional, haverá quadro próprio de
analistas e técnicos ministeriais, assim como de estagiários, tudo no
escopo de fortalecer a atuação do Ministério Público.
4.5- NÚCLEO PERMANENTE DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Criação de um núcleo permanente de Tecnologia da
Informação com objetivo de desenvolver e administrar sistemas
de uso do MP nas investigações, atendendo à PROCAP,
GAECO, Promotorias do Patrimônio Público e demais órgãos de
execução, com objetivo de fazer pesquisas e batimentos, de
dados, como por exemplo no combate à terceirização
irregular, acúmulo irregular de cargos públicos, investigação de
fornecedores e empresas etc.
5- SEGURANÇA INSTITUCIONAL
O descaso com a segurança das informações, das instalações físicas e
principalmente dos membros e servidores do Ministério Público não pode mais
persistir, sendo necessário implementar o Plano de Segurança Institucional
elaborado pelo Núcleo de Segurança Institucional e Inteligência - NUSIT, assim
como adotar todas as providências para que o Poder Judiciário faça cumprir a
Resolução nº 104/2010 do CNJ.
5.1- INVESTIMENTOS EM SEGURANÇA
O Ministério Público deve investir em recursos humanos e
tecnológicos que garantam a segurança de suas instalações,
seus membros e servidores, tais como a instalação de
câmeras de vigilância, vigilância armada, sistema de
vigilância eletrônica e serviço de monitoramento eletrônico
com alarme.
5.2- PROTOCOLO DE ATUAÇÃO
Deve ser implantado protocolo de atuação em caso de
atentado a membro do Ministério Público, mediante
normatização das condutas que serão adotadas pelas diversas
instituições públicas de segurança, assegurando a pronta
resposta estatal e definindo o papel e a atuação de cada
órgão.
5.3- ESTRUTURAÇÃO DO NUSIT
Nos empenharemos para a estruturação do NUSIT, com destaque
para a criação, mediante lei, da carreira de Técnico de Segurança
Institucional e Inteligência, aptos a fazer a segurança institucional e
realizar atividades de inteligência, além da escolta de membros,
levantamento de alvos, avaliação de possíveis ameaças etc,
devendo o NUSIT observar a seguinte estrutura básica:
1. Diretoria de Inteligência;
2. Diretoria de Segurança Institucional, com três gerências a ela
vinculadas:
2.1. Gerência de Segurança de Pessoal;
2.2. Gerência de Segurança de Patrimônio, Áreas e Instalações;
2.3. Gerência de Segurança da Informação;
3. Técnicos em Segurança Institucional e Inteligência, em número suficiente para
atender as necessidades do NUSIT.
5.4- BLINDAGEM E ISENÇÃO PARA A BLINDAGEM DE VEÍCULOS
Envidaremos todos os esforços junto aos Poderes Executivo e
Legislativo, juntamente com as entidades de classe, para assegurar
a isenção de tributos na blindagem de veículos de membros do
Ministério Público e demais autoridades que exercem atividade de
risco, sem prejuízo de investimento na blindagem de veículos oficiais
para servir a membros do Ministério Público que estejam sob
ameaça ou risco de vida, mediante critérios definidos pelo NUSIT.
6- AUTONOMIA ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA
Como o colega deve ter percebido, além de tratar dos assuntos com absoluta
prioridade, transparência e democracia, para concretizar nossas propostas
devemos procurar tornar realidade nossa autonomia orçamentária e financeira. O
primeiro passo foi dado, assegurando-se o repasse do duodécimo, graças a uma
campanha capitaneada pela Associação Cearense do Ministério Público e
abraçada por todos os colegas, tirando o Ministério Público do Estado do Ceará
da vexatória situação que se encontrava, dado o flagrante desrespeito à
Constituição.
Porém, apesar de vencida essa etapa, os efeitos práticos podem ser
inexpressivos, já que até hoje não foi sequer remetido para Assembleia o projeto
de lei para a instituição do Fundo de Reaparelhamento e Modernização do
Ministério Público do Estado do Ceará - FRMMP/CE, que deve ter, entre outras
fontes, o saldo financeiro resultante da execução orçamentária do Ministério
Público, disponível ao final de cada exercício, ou seja, as sobras do duodécimo,
assim como percentual da taxa judiciária.
Além disso, conforme levantamento feito pela própria Procuradoria Geral de
Justiça, o Ministério Público do Estado do Ceará, tomando por base o ano de 2012,
teve um das piores participações no orçamento do respectivo Estado, quando
comparado ao resto do Brasil, em termos de percentual da Receita Corrente
Líquida (RCL), possuindo o sétimo pior orçamento do Nordeste. A título de exemplo,
enquanto o Ministério Público do Ceará participou de apenas 1,91% da RCL, o
Ministério Público da Paraíba participou de 2,81% da RCL e o Ministério Público do
Mato Grosso do Sul participou de 3.61% da RCL, quase o dobro. Destarte, o
Ministério Público do Estado do Ceará tem um dos piores duodécimos do Brasil.
Essas graves distorções somente serão corrigidas com uma postura
independente e altiva do Procurador Geral de Justiça, que deve adotar pelo
menos as medidas que dependem apenas da sua iniciativa, como a instituição do
FRMMP/CE, além de estabelecer um diálogo franco e respeitoso com os outros
poderes, para assegurar outras fontes de recursos e adequar o orçamento do nosso
Ministério Público à média nacional, razão pela qual adotaremos as seguinte
medidas em nossa gestão:
6.1- INSTITUIÇÃO DO FUNDO DE REAPARELHAMENTO E MODERNIZAÇÃO
Encaminharemos à Assembleia Legislativa, logo no primeiro
mês de nossa gestão, projeto de lei para criação do
Fundo de Reaparelhamento e Modernização do
Ministério Público do Estado do Ceará – FRMMP/CE,
destinado à aquisição, construção, ampliação e reforma
de imóveis; implementação, expansão e modernização
dos serviços de informática; aquisição, modernização,
adaptação e manutenção de equipamentos; realização de
concursos públicos para membros e servidores e elaboração e execução de
projetos destinados a atender às funções institucionais.
6.2- PERCENTUAL DA TAXA JUDICIÁRIA
Intensificaremos as tratativas com o Tribunal de Justiça do
Estado do Ceará a fim de assegurar parte da arrecadação
dos emolumentos e custas judiciais e extrajudiciais ao
Ministério Público do Estado do Ceará, em percentual de
35% (trinta e cinco por cento), como fonte de receita do
Fundo de Reaparelhamento e Modernização do Ministério
Público, a exemplo do que já foi assegurado à Defensoria
Pública, que tem 12% destinados ao Fundo de Aparelhamento da Defensoria
Pública do Estado do Ceará - FAADP.
6.3- PERCENTUAL MAIOR DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA
Melhorar o orçamento do Ministério Público do Estado do
Ceará, que está entre os piores do Brasil e do Nordeste
(1,91% da RCL em 2012), exige do Procurador Geral de
Justiça uma posição de absoluta independência, não
podendo ceder a interesses externos em detrimento da
instituição. Uma vez que sejam demonstradas as
profundas discrepâncias existentes entre o orçamento do
Ministério Público do Ceará e dos outros Estados,
certamente haverá a sensibilidade dos outros poderes
para corrigir tais desigualdades, a fim de que a
Procuradoria Geral de Justiça possa realizar os investimentos esperados por todos.
6.4- COOPERAÇÃO ENTRE ÓRGÃOS
Na medida em que o Ministério Público estreitar os laços
de cooperação com outros órgãos do Estado, a
exemplo da SEFAZ e da SSPDS, trabalhando contra a
sonegação fiscal e combatendo a criminalidade,
poderá contribuir para aumentar a arrecadação do
Estado e poupar recursos investidos na Segurança
Pública, justificando, consequentemente, mais
investimentos do Estado no Ministério Público, gerando
um círculo virtuoso que trará benefícios a toda a sociedade.