ÍNDICE
NEWSLETTER SISTEMA FINANCEIRO E MERCADO DE CAPITAIS I 1.º TRIMESTRE 2017
I NOVO REGIME REGULAMENTAR APLICÁVEL AOS MERCADOS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS 2
II LEGISLAÇÃO
A. DIREITO BANCÁRIO INSTITUCIONAL E MATERIAL
B. DIREITO DOS SEGUROS INSTITUCIONAL E MATERIAL
C. VALORES MOBILIÁRIOS E MERCADO DE CAPITAIS
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III JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE 12
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NEWSLETTER SISTEMA FINANCEIRO E MERCADO DE CAPITAIS
I NOVO REGIME REGULAMENTAR APLICÁVEL AOS MERCADOS DE INSTRUMENTOS
FINANCEIROS
Na sequência do documento de Consulta Pública apresentado pela Comissão Europeia, em
dezembro de 2010, tendo em vista a reforma da Diretiva 2004/39/CE do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 21 de abril de 2004, relativa aos mercados de instrumentos
financeiros (“DMIF I”), foram publicadas pela Comissão Europeia, em 20 de outubro de
2011, duas propostas legislativas, uma sob a forma de diretiva e outra sob a forma de
regulamento, visando um profundo e extenso conjunto de alterações ao regime jurídico
em vigor ao abrigo da DMIF I.
As referidas propostas legislativas foram aprovadas e adoptadas pelo Parlamento Europeu
e pelo Conselho, respectivamente, em 15 de abril e em 13 de maio de 2014, tendo, em 12
de junho de 2014, sido publicados a Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do
Conselho de 15 de maio de 2014 relativa aos mercados de instrumentos financeiros e que
altera a Diretiva 2002/92/CE e a Diretiva 2011/61/UE (“DMIF II”) e o Regulamento (UE)
n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de maio de 2014 relativo os
mercados de instrumentos financeiros e que altera o Regulamento (EU) n.º 648/2012
(“RMIF”).
A DIMIF II e o RMIF (diretamente aplicável), que entraram em vigor em 2 de julho de 2014
(20 dias após a data de publicação), carecem de ser concretizados por atos delegados e
normas técnicas de regulamentação e execução (atos de Nível 2).
No passado dia 31 de março de 2017 foi publicada, no Jornal Oficial da União Europeia,
uma parte substancial dos chamados atos de Nível 2, destinados a concretizar a DMIF II e
o RMIF. Os referidos atos encontram-se aqui listados atendendo à respectiva natureza:
atos delegados, normas técnicas de regulamentação da DMIF II e normas técnicas de
regulamentação do RMIF.
Atos Delegados
Diretiva Delegada (UE) 2017/593 da Comissão, de 7 de abril de 2016 - completa a Diretiva
2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito à proteção dos
instrumentos financeiros e dos fundos pertencentes a clientes, às obrigações em matéria de
governação dos produtos e às regras aplicáveis ao pagamento ou receção de remunerações,
comissões ou quaisquer benefícios monetários ou não monetários (“Diretiva Delegada”).
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Regulamento Delegado (UE) 2017/565 da Comissão, de 25 de abril de 2016 - completa a
Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito aos requisitos
em matéria de organização e às condições de exercício da atividade das empresas de
investimento e aos conceitos definidos para efeitos da referida diretiva (“Regulamento
Delegado DMIF II”).
Regulamento Delegado (UE) 2017/567 da Comissão, de 18 de maio de 2016 - complementa o
Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às
definições, à transparência, à compressão de carteiras e às medidas de supervisão da
intervenção sobre produtos e posições (“Regulamento Delegado RMIF”).
Normas Técnicas de Regulamentação da DMIF II
Regulamento Delegado (UE) 2017/566 da Comissão, de 18 de maio de 2016 - complementa a
Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos mercados de
instrumentos financeiros no que respeita às normas técnicas de regulamentação sobre o rácio
entre as ordens não executadas e as transações de modo a evitar perturbações das condições
de negociação.
Regulamento Delegado (UE) 2017/568 da Comissão, de 24 de maio de 2016 - complementa a
Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita às normas técnicas
de regulamentação sobre a admissão de instrumentos financeiros à negociação em mercados
regulamentados.
Regulamento Delegado (UE) 2017/569 da Comissão, de 24 de maio de 2016 - complementa a
Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita às normas técnicas
de regulamentação sobre a suspensão ou exclusão da negociação de instrumentos financeiros.
Regulamento Delegado (UE) 2017/570 da Comissão, de 26 de maio de 2016 - complementa a
Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos mercados de
instrumentos financeiros no que se refere às normas técnicas de regulamentação para
determinação de um mercado significativo em termos de liquidez em relação às notificações
das suspensões temporárias de negociação.
Regulamento Delegado (UE) 2017/571 da Comissão, de 2 de junho de 2016 - complementa a
Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita às normas técnicas
de regulamentação sobre a autorização, requisitos de organização e a publicação de transações
no que respeita aos prestadores de serviços de comunicação de dados.
Regulamento Delegado (UE) 2017/573 da Comissão, de 6 de junho de 2016 - complementa a
Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa aos mercados de
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instrumentos financeiros, no que respeita às normas técnicas de regulamentação sobre os
requisitos destinados a assegurar serviços de partilha das instalações e estruturas de
comissões equitativos e não discriminatórios.
Regulamento Delegado (UE) 2017/574 da Comissão, de 7 de junho de 2016 - complementa a
Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas
técnicas de regulamentação relativas ao nível de precisão dos relógios profissionais.
Regulamento Delegado (UE) 2017/575 da Comissão, de 8 de junho de 2016 - complementa a
Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos mercados de
instrumentos financeiros no que diz respeito às normas técnicas de regulamentação sobre os
dados a publicar pelas plataformas de execução sobre a qualidade de execução das
transacções.
Regulamento Delegado (UE) 2017/576 da Comissão, de 8 de junho de 2016 - complementa a
Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas
técnicas de regulamentação sobre a publicação anual, pelas empresas de investimento, das
informações sobre a identidade das plataformas de execução e sobre a qualidade da execução.
Regulamento Delegado (UE) 2017/578 da Comissão, de 13 de junho de 2016 - complementa
a Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa aos mercados de
instrumentos financeiros, no que respeita às normas técnicas de regulamentação para
especificar os requisitos em matéria de acordos e sistemas de criação de mercado.
Regulamento Delegado (UE) 2017/584 da Comissão, de 14 de julho de 2016 - complementa
a Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas
técnicas de regulamentação que especificam os requisitos em matéria de organização das
plataformas de negociação.
Regulamento Delegado (UE) 2017/586 da Comissão, de 14 de julho de 2016 - complementa
a Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas
técnicas de regulamentação sobre o intercâmbio de informações entre autoridades
competentes no âmbito da cooperação nas atividades de supervisão, nas verificações no local
e nas investigações.
Regulamento Delegado (UE) 2017/588 da Comissão, de 14 de julho de 2016 - complementa
a Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita às normas
técnicas de regulamentação sobre os regimes de variação das ofertas de preços relativamente
a ações, certificados de depósito e fundos de índices cotados.
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Regulamento Delegado (UE) 2017/589 da Comissão, de 19 de julho de 2016 - complementa
a Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas
técnicas de regulamentação que especificam os requisitos em matéria de organização das
empresas de investimento que realizam negociação algorítmica.
Regulamento Delegado (UE) 2017/591 da Comissão, de 1 de dezembro de 2016 -
complementa a Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito
às normas técnicas de regulamentação para a aplicação de limites às posições em derivados
de mercadorias.
Regulamento Delegado (UE) 2017/592 da Comissão, de 1 de dezembro de 2016 -
complementa a Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito
às normas técnicas de regulamentação relativas aos critérios para determinar quando uma
atividade deve ser considerada auxiliar da atividade principal no contexto do grupo.
Normas Técnicas de Regulamentação do RMIF
Regulamento Delegado (UE) 2017/572 da Comissão, de 2 de junho de 2016 - complementa o
Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita às
normas técnicas de regulamentação para especificar a disponibilização de dados pré e pós-
negociação e o nível de desagregação desses dados.
Regulamento Delegado (UE) 2017/577 da Comissão, de 13 de junho de 2016 - complementa
o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos mercados
de instrumentos financeiros no que diz respeito às normas técnicas de regulamentação sobre
o mecanismo de limitação com base no volume e a prestação de informações para efeitos de
transparência e outros cálculos.
Regulamento Delegado (UE) 2017/579 da Comissão, de 13 de junho de 2016 - complementa
o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos mercados
de instrumentos financeiros no que respeita às normas técnicas de regulamentação sobre a
noção de efeito direto, substancial e previsível dos contratos de derivados na União e a
prevenção da evasão às regras e obrigações.
Regulamento Delegado (UE) 2017/580 da Comissão, de 24 de junho de 2016 - complementa
o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita às
normas técnicas de regulamentação sobre a manutenção das informações relevantes sobre
ordens relativas a instrumentos financeiros.
Regulamento Delegado (UE) 2017/581 da Comissão, de 24 de junho de 2016 - complementa
o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita às
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normas técnicas de regulamentação sobre o acesso a sistemas de compensação por parte das
plataformas de negociação e contrapartes centrais.
Regulamento Delegado (UE) 2017/582 da Comissão, de 29 de junho de 2016 - complementa
o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito
às normas técnicas de regulamentação para especificar a obrigação de compensação dos
derivados negociados em mercados regulamentados e os prazos de aceitação para
compensação.
Regulamento Delegado (UE) 2017/583 da Comissão, de 14 de julho de 2016 - complementa
o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo aos
mercados de instrumentos financeiros, no que respeita às normas técnicas de regulamentação
sobre os requisitos de transparência para as plataformas de negociação e empresas de
investimento em matéria de obrigações, produtos financeiros estruturados, licenças de
emissão e instrumentos derivados.
Regulamento Delegado (UE) 2017/585 da Comissão, de 14 de julho de 2016 - complementa
o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no que se refere às
normas técnicas de regulamentação aplicáveis em termos de normas e formatos dos dados de
referência sobre os instrumentos financeiros e às medidas técnicas em relação com as medidas
a adotar pela Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados e pelas autoridades
competentes.
Regulamento Delegado (UE) 2017/587 da Comissão, de 14 de julho de 2016 - complementa
o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos mercados
de instrumentos financeiros no que diz respeito às normas técnicas de regulamentação
relativas aos requisitos de transparência aplicáveis às plataformas de negociação e às
empresas de investimento relativamente a ações, certificados de depósito, fundos de índices
cotados, certificados e outros instrumentos financeiros similares e às obrigações de execução
das transações de certas ações numa plataforma de negociação ou por um internalizador
sistemático.
Regulamento Delegado (UE) 2017/590 da Comissão, de 28 de julho de 2016 - complementa
o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita às
normas técnicas de regulamentação para a comunicação de informações sobre as transações
às autoridades competentes.
Início de Vigência
A fim de permitir que as autoridades competentes e as empresas de investimento se possam
adaptar aos novos requisitos previstos nos atos delegados, por razões de coerência e por forma
a assegurar o funcionamento eficiente dos mercados financeiros, prevê-se que as datas de
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transposição (quando aplicável) e as datas de aplicação dos mencionados atos delegados e
das normas que os transponham sejam alinhadas, respectivamente, pela data de transposição
da DMIF II (3 de julho de 2017) e pela data de entrada em vigor da DMIF II e do RMIF (3 de
janeiro de 2018).
II LEGISLAÇÃO
A. Direito bancário: institucional e material
Retificação da Diretiva 2013/36/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de
2013 – JOUE L 20, de 25 de janeiro de 2017
A presente Retificação, relativa ao acesso à atividade das instituições de crédito e à supervisão
prudencial das instituições de crédito e empresas de investimento, que altera a Diretiva
2002/87/CE e revoga as Diretivas 2006/48/CE e 2006/49/CE, corrigiu lapsos no texto original
como erros de remissão para outros artigos do mesmo diploma e, bem assim, corrigiu
imprecisões em determinados conceitos empregues.
Retificação do Regulamento (UE) n.º 575/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26
de junho de 2013 – JOUE L 20, de 25 de janeiro de 2017
Esta Retificação, relativa aos requisitos prudenciais para as instituições de crédito e para as
empresas de investimento, e que altera o Regulamento (UE) n.º 648/2012, visou corrigir as
imprecisões no texto original e na fórmula de cálculo prevista no artigo 284.º, n.º 6, do
Regulamento original.
Regulamento Delegado (UE) 2017/208 da Comissão, de 31 de outubro de 2016 – JOUE L 33,
de 08 de fevereiro de 2017
O presente Regulamento visou complementar o Regulamento (UE) n.º 575/2013 do
Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas técnicas de regulamentação
para as saídas adicionais de liquidez correspondentes às necessidades de garantia resultantes
do impacto de um cenário de mercado desfavorável sobre as transações de derivados de uma
instituição.
Regulamento de Execução (UE) 2017/461 da Comissão, de 16 de março de 2017 – JOUE L 72,
de 17 de março de 2017
O presente Regulamento estabeleceu normas técnicas de execução no que se refere aos
formulários, modelos e procedimentos comuns para o processo de consulta entre as
autoridades competentes relevantes quanto às propostas de aquisição de participações
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qualificadas em instituições de crédito, em cumprimento do disposto no artigo 24.º da Diretiva
2013/36/UE do Parlamento Europeu e do Conselho.
Banco Central Europeu
Decisão (UE) 2017/468 do Banco Central Europeu, de 26 de janeiro de 2017, que altera a
Decisão BCE/2010/10, relativa ao não cumprimento das obrigações de prestação de
informação estatística – JOUE L 77, de 22 de março de 2017
A presente decisão teve como objetivo atualizar o texto da Decisão BCE/2010/10,
harmonizando-a com os novos Regulamentos que posteriormente entraram em vigor, todos
relativos a estatística e à contabilidade das instituições de crédito e sociedades financeiras. Foi
ainda aditada uma norma relativa ao prazo de resposta ao BCE ou aos Bancos Centrais
Nacionais, que deve ser respeitado pelos agentes inquiridos por essas entidades.
Avisos do Banco de Portugal
O Aviso do Banco de Portugal n.º 1/2017 – D.R. n.º 11/2017, Série II, de 16 de janeiro
de 2017 – entrou em vigor no dia 17 de janeiro de 2017. Este aviso revogou o Aviso do Banco
de Portugal n.º 13/2012 que estabelecia as regras relativas à criação e ao funcionamento de
bancos de transição. A revogação expressa do Aviso do Banco de Portugal n.º 13/2012 fica a
dever-se à derrogação de grande parte das suas disposições, operada por diplomas legais
posteriores.
O Aviso do Banco de Portugal n.º 2/2017 – D.R. n.º 29/2017, Série II, de 9 de fevereiro
de 2017 – entrou em vigor no dia 10 de fevereiro de 2017. Este aviso alterou o artigo 5.º do
Aviso do Banco de Portugal n.º 9/2014, de 3 de novembro, sobre isenções aos limites aos
grandes riscos, no sentido de, por um lado, reduzir o montante isento do limite aos grandes
riscos respeitante à exposição relativa às obrigações cobertas abrangidas pelos n.os 1, 3 e 6
do artigo 129.º, do Regulamento (UE) n.º 575/2013 e, por outro lado, clarificar a isenção
prevista na alínea e), do n.º 3 do artigo 493.º do Regulamento (UE) n.º 575/2013,
salvaguardando com estas alterações e sem regulamentação de novas isenções, a necessária
estabilidade e previsibilidade que o regime dos grandes riscos deve observar.
Instruções do Banco de Portugal
A Instrução n.º 1/2017, que entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2017, estabeleceu
os processos e os critérios que as instituições devem seguir ao considerar o uso de isenções
de divulgação previstas nos n.os 1 e 2 do artigo 432.º do Regulamento (UE) n.º 575/2013, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Junho de 2013, bem como a informação que
deverá ser divulgada pelas instituições no caso do uso de tais isenções, e o processo de
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avaliação da necessidade de divulgação, com uma periodicidade superior à anual, da
informação exigida na Parte VIII do referido Regulamento.
A Instrução n.º 2/2017, que entrou em vigor no dia 15 de março de 2017, regulamentou o
Sistema Interno de Avaliação de Crédito do Banco de Portugal (“SIAC”) enquanto sistema de
avaliação de crédito elegível no âmbito das operações de crédito do Eurosistema. A principal
finalidade do SIAC consiste na atribuição de notações de crédito às sociedades não financeiras
residentes em Portugal para efeitos da avaliação da elegibilidade de ativos de garantia no
âmbito das operações de crédito do Eurosistema. A qualidade creditícia das sociedades em
questão será avaliada quando estas atuem como devedores, garantes ou emitentes dos ativos
de garantia.
Cartas Circulares do Banco de Portugal
A Carta-Circular n.º 96/2016, de 16 de janeiro de 2017, divulgou os nomes das empresas
de transporte de valores e dos respectivos centros de tratamento de numerário que mantêm
as condições habilitantes para o exercício da actividade de recirculação de notas e moedas
metálicas de euro.
A Carta-Circular n.º 3/2017, de 15 de fevereiro de 2017, divulgou os modelos de reporte
dos Planos de Financiamento e de Capital, a descrição do cenário macroeconómico e financeiro
e outras orientações necessárias à realização do exercício e prestação da informação, em
cumprimento do n.º 9 da Instrução n.º 18/2015.
B. Direito dos Seguros: institucional e material
Regulamento de Execução (UE) 2017/309 da Comissão, de 23 de fevereiro de 2017 – JOUE L
53, de 28 de fevereiro de 2017
O presente Regulamento estabeleceu as informações técnicas para o cálculo das provisões
técnicas e dos fundos próprios de base para efeitos do relato com uma data de referência
compreendida entre 31 de dezembro de 2016 e 30 de março de 2017, em conformidade com
a Diretiva 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao acesso à atividade
de seguros e resseguros e ao seu exercício.
C. Valores Mobiliários e Mercado de Capitais
Regulamento Delegado (UE) 2017/104 da Comissão, de 19 de outubro de 2016 – JOUE L 17,
de 21 de janeiro de 2017
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O Presente Regulamento alterou o Regulamento Delegado (UE) n.º 148/2013 que completa o
Regulamento (UE) n.º 648/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos derivados
do mercado de balcão, às contrapartes centrais e aos repositórios de transações, no que diz
respeito às normas técnicas de regulamentação que especificam os dados mínimos a
comunicar aos repositórios de transacções.
Regulamento de Execução (UE) 2017/105 da Comissão, de 19 de outubro de 2016 – JOUE L
17, de 21 de janeiro de 2017
O Presente Regulamento alterou o Regulamento de Execução (UE) n.º 1247/2012 da Comissão
que estabelece as normas técnicas de execução no que se refere ao formato e à periodicidade
dos relatórios de transações a transmitir aos repositórios de transações nos termos do
Regulamento (UE) n.º 648/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos derivados
do mercado de balcão, às contrapartes centrais e aos repositórios de transacções.
Retificação do Regulamento de Execução (UE) 2017/105 da Comissão, de 19 de outubro de
2016 – JOUE L 19, de 25 de janeiro de 2017
O Presente Regulamento alterou o Regulamento de Execução (UE) n.º 1247/2012 da Comissão
que estabelece as normas técnicas de execução no que se refere ao formato e à periodicidade
dos relatórios de transações a transmitir aos repositórios de transações nos termos do
Regulamento (UE) n.º 648/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos derivados
do mercado de balcão, às contrapartes centrais e aos repositórios de transacções. A Retificação
em análise visa corrigir o título do Regulamento alterado, acertando a data do Regulamento
de 19 de outubro de 2016, para a data correcta de 26 de outubro de 2016.
Regulamento Delegado (UE) 2017/323 da Comissão, de 20 de janeiro de 2017 – JOUE L 49,
de 25 de fevereiro de 2017
O presente Regulamento retificou o Regulamento Delegado (UE) 2016/2251 da Comissão que
completa o Regulamento (UE) n.º 648/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo
aos derivados do mercado de balcão, às contrapartes centrais e aos repositórios de transações,
às contrapartes centrais e aos repositórios de transações, no que diz respeito às normas
técnicas de regulamentação relativas às técnicas de atenuação do risco para os contratos de
derivados do mercado de balcão não compensados através de uma contraparte central.
Regulamento Delegado (UE) 2017/389 da Comissão, de 11 de novembro de 2016 – JOUE L
65, de 10 de março de 2017
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O presente Regulamento complementou o Regulamento (UE) n.º 909/2014 do Parlamento
Europeu e do Conselho no que diz respeito aos parâmetros de cálculo das sanções pecuniárias
por falhas de liquidação e às operações das CSD nos Estados-Membros de acolhimento.
Regulamento Delegado (UE) 2017/390 da Comissão, de 11 de novembro de 2016 – JOUE L
65, de 10 de março de 2017
O presente Regulamento complementou o Regulamento (UE) n.º 909/2014 do Parlamento
Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas técnicas de regulamentação relativas a
determinados requisitos prudenciais aplicáveis às Centrais de Valores Mobiliários e às
instituições de crédito designadas que prestam serviços bancários auxiliares.
Regulamento Delegado (UE) 2017/391 da Comissão, de 11 de novembro de 2016 – JOUE L
65, de 10 de março de 2017
O presente Regulamento complementou o Regulamento (UE) n.º 909/2014 do Parlamento
Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas técnicas de regulamentação que
especificam melhor o conteúdo das comunicações de informações sobre as liquidações
internalizadas.
Regulamento Delegado (UE) 2017/392 da Comissão, de 11 de novembro de 2016 – JOUE L
65, de 10 de março de 2017
O presente Regulamento complementou o Regulamento (UE) n.º 909/2014 do Parlamento
Europeu e do Conselho no que respeita às normas técnicas de regulamentação relativas aos
requisitos em matéria de autorização e supervisão e aos requisitos operacionais aplicáveis às
Centrais de Valores Mobiliários.
Regulamento de Execução (UE) 2017/393 da Comissão, de 11 de novembro de 2016 – JOUE
L 65, de 10 de março de 2017
O presente Regulamento estabeleceu as normas técnicas de execução no que respeita aos
modelos e procedimentos a seguir com vista à comunicação e transmissão das informações
relativas às liquidações internalizadas em conformidade com o Regulamento (UE) n.º
909/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho.
Regulamento de Execução (UE) 2017/394 da Comissão, de 11 de novembro de 2016 – JOUE
L 65, de 10 de março de 2017
O presente Regulamento estabeleceu as normas técnicas de execução no que se refere a
formulários, modelos e procedimentos normalizados para a autorização, análise e avaliação
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das Centrais de Valores Mobiliários, para a cooperação entre as autoridades do Estado-Membro
de origem e do Estado-Membro de acolhimento, para a consulta das autoridades envolvidas
na autorização para a prestação de serviços bancários auxiliares, para o acesso das Centrais
de Valores Mobiliários, e no que se refere ao formato dos registos a manter pelas Centrais de
Valores Mobiliários em conformidade com o Regulamento (UE) n.º 909/2014 do Parlamento
Europeu e do Conselho.
Regulamentos da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
O Regulamento da CMVM n.º 1/2017 – D.R. n.º 35/2017, Série II, de 17 de fevereiro de
2017 – entrou em vigor no dia 18 de fevereiro de 2017. Este Regulamento veio estabelecer os
deveres de reporte dos Peritos Avaliadores de Imóveis.
O Regulamento da CMVM n.º 2/2017 – D.R. n.º 64/2017, Série II, de 30 de março de 2017
– entrará em vigor no dia 01 de maio de 2017, visando alterar o Regulamento da CMVM n.º
4/2015, de 26 de janeiro, relativo à supervisão de auditoria.
O Regulamento da CMVM n.º 4/2016 – D.R. n.º 2/2017, Série II, de 3 de janeiro de 2017
– entrou em vigor no dia 01 de janeiro de 2017. Este Regulamento procedeu à sexta alteração
ao Regulamento da CMVM n.º 3/2003, de 30 de agosto, relativo às Taxas devidas à CMVM.
III JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE
Supremo Tribunal de Justiça, Acórdão de 12 de janeiro de 2017, Processo n.º 428/12.3
No âmbito de um processo relativo a responsabilidade civil do intermediário financeiro por
violação do dever de informação, vem o Supremo Tribunal de Justiça considerar que a crise
financeira mundial não foi prevista, nem tão pouco foi previsível, pelo que não era possível ao
Banco ter prevenido os clientes de tal risco, não lhe podendo ser imputada, a esse propósito,
qualquer falha de informação sobre os valores mobiliários. Ademais, o Supremo Tribunal de
Justiça sublinha que a afirmação do reembolso de capital investido deve ser entendida no
contexto do investimento que se apresentava seguro, em face do bom rating atribuído às
entidades estrangeiras emitentes das obrigações, à data da realização dos investimentos, para
além de que o maior rendimento da aplicação financeira anda, igualmente, associado a mais
elevado risco.
Supremo Tribunal de Justiça, Acórdão de 11 de janeiro de 2017, Processo n.º 2644/13.1
As apólices do contrato de seguro, ou a sua minuta depois de ser aceite pela seguradora,
constituíam, à luz do regime legal anterior à entrada em vigor do Regime Jurídico do Contrato
de Seguro, documentos ad substantiam. Nos seguros do ramo «Vida», a entrega da apólice
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constitui objecto da obrigação assumida pela seguradora, e o pagamento do prémio pelo
tomador do seguro, constitui o objecto da correspectiva obrigação. Veio o Supremo Tribunal
de Justiça esclarecer que estas obrigações não constituem, ainda assim, pressuposto para a
perfeição do contrato de seguro, que se encontra perfeito após a declaração receptícia de
vontade da seguradora (expressa ou tácita) de aceitar a minuta ou proposta de seguro. Assim,
ainda que a falta de pagamento do prémio pelo tomador do seguro pudesse tornar o contrato
insubsistente, tal só sucederia depois de a seguradora, com base nesse fundamento, obtivesse
a sua resolução, para o que previamente teria de converter a mora em incumprimento
definitivo, mediante notificação admonitória.
Tribunal da Relação de Évora, Acórdão de 9 de março de 2017, Processo n.º 1257/10.4
Neste processo, em que a Executada veio invocar que, não havendo pacto ou autorização de
preenchimento de livrança entregue em branco, a livrança em causa está incompleta, sendo,
em consequência, nula e sendo o seu preenchimento abusivo, veio o Tribunal da Relação de
Évora decidir que, a autorização não precisa de ser expressa, podendo ser tácita, sendo que,
se o acordo de preenchimento ficar por definir (isto é, se ele próprio for em branco), então é
de presumir que o tomador é autorizado a preencher a livrança segundo a relação subjacente
e os costumes do tráfico.
Tribunal da Relação de Guimarães, Acórdão de 16 de fevereiro de 2017, Processo n.º 396/14.7
Em causa neste processo estava o facto de, após a morte de um dos mutuários, o Banco ter
continuado a cobrar as prestações de um empréstimo à habitação até pagamento integral do
capital mutuado pela seguradora junto da qual havia sido contratado um seguro de vida, assim
como os juros remuneratórios.
Não obstante o Banco defender, em sede de recurso, que não devia proceder à devolução dos
montantes pagos a título de juros remuneratórios (por estes não estarem cobertos pelo
contrato de seguro), o Tribunal veio decidir que o Banco deverá proceder à devolução dos
montantes cobrados quer a título de capital, quer a título de juros remuneratórios, após a data
da morte de um dos mutuários, porquanto: (a) o contrato de seguro de grupo, na modalidade
de seguro vida, quando coligado com um contrato de empréstimo à habitação se destina a
garantir o empréstimo contraído pelos mutuários (pessoas seguras) junto do Banco
(tomador/beneficiário), estando a Seguradora obrigada a pagar àquele o capital mutuado no
caso de o mutuário falecer; (b) este direito de crédito pertence ao Banco, enquanto beneficiário
do contrato de seguro, surgindo directamente na esfera jurídica do Banco aquando da morte
do mutuário/pessoa segura e nunca integrando a esfera patrimonial da pessoa segura ou dos
seus herdeiros; (c) a partir do momento em que ocorre a morte do mutuário, não existe
obrigação de capital e consequentemente não poderá subsistir a obrigação de pagamento de
juros remuneratórios, uma vez que estes só se mantêm na medida em que exista, e enquanto
exista, obrigação de capital.
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Supremo Tribunal de Justiça, Acórdão de 26 de janeiro de 2017, Processo n.º 656/11.9
Neste Acórdão, o Supremo Tribunal de Justiça qualifica como representação aparente (situação
em que um sujeito desconhece – mas com o devido cuidado teria podido conhecer – que
outrem pratica atos como seu representante) a relação em que os tomadores de seguro, sendo
clientes de uma seguradora há 30 anos, confiaram na acção desenvolvida pela pessoa que, ao
longo desse tempo, se apresentou como “mediadora” daquela, celebrando, em seu nome,
contratos de seguro, angariando clientes, remetendo-lhe propostas de seguro, relacionando-
se com os seus funcionários e frequentando as suas instalações, sem que a seguradora tenha
questionado esses atos, situação que o Tribunal considera em tudo semelhante à prevista no
artigo 30.º, n.º 3, do Decreto-Lei n.º 72/2008.
Em consequência dessa qualificação, vem o Tribunal a concluir que a seguradora, tendo
contribuído, pela sua actuação negligente e descuidada, para fundar a confiança dos
tomadores de seguro em que a “mediadora” contratava os seguros em sua representação e
em que também assim actuava quando os aconselhou a resgatar o saldo de diversas apólices
de que eram titulares por forma a reunirem todo o capital numa só apólice, é a mesma
responsável perante aqueles pelo dano de confiança que lhes foi causado pelo ato da
representante aparente.
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