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OUTUBRO A DEZEMBRO DE 2008
SUMÁRIO 1. LEGISLAÇÃO FISCAL PUBLICADA EM OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2008.3 2. INSTRUÇÕES E DECISÕES ADMINISTRATIVAS ....................................................................6 - OUTRAS COMUNICAÇÕES E DECISÕES..................................................................................8 3. HARMONIZAÇÃO FISCAL COMUNITÁRIA ..............................................................................9 4. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO ......................................12 5. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO NORTE (TCAN) ............16 6. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO SUL (TCAS)..................20 7. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DAS COMUNIDADES EUROPEIAS........24 8. NOTAS DE ENQUADRAMENTO..............................................................................................27
FLASH NEWS
Diplomas aprovados em Conselho de Ministros, não publicados até 31.12.2008 De 4.12.2008 - Proposta de Lei que aprova o Regime Especial de Exigibilidade do IVA dos Serviços de Transporte Rodoviário de Mercadorias. Esta Proposta de Lei, a submeter à Assembleia
da República, vem criar, no âmbito das medidas de apoio estabelecidas pelo Governo para o
sector rodoviário de mercadorias, um regime especial de exigibilidade do IVA aplicável às
prestações de serviços de transporte rodoviário nacional de mercadorias. Deste modo,
estabelece-se a possibilidade de a entrega do IVA ao Estado apenas ser exigível no momento
do pagamento das facturas relativas à prestação destes serviços, desde que dentro do prazo
para pagamento de facturas previsto no regime jurídico do contrato de transporte rodoviário
nacional de mercadorias. Paralelamente, estabelece-se que a dedução do IVA por parte das
empresas que sejam destinatárias dos serviços também só pode ocorrer no momento em que
procedam ao pagamento dos mesmos (Proposta de Lei nº 280/X/4.ª).
De 11.12.2008 - Decreto Regulamentar que regulamenta o artigo 1º da Lei nº 19/2008, de 21 de Abril, que tem por objecto a criação no âmbito do Ministério da Justiça de uma base de dados de procurações. Este Decreto Regulamentar vem estabelecer o regime jurídico da criação e
funcionamento da base de dados de procurações, prevista na legislação em vigor que aprova
medidas de combate à corrupção. Esta base de dados tem por finalidade (i) criar meios
adicionais para o combate de fenómenos de corrupção associados à utilização de
procurações irrevogáveis para transacções imobiliárias; e (ii) criar meios adicionais para a
verificação dos poderes dos representantes que utilizem procurações em negócios jurídicos.
De 13.12.2008 - Aprova a Iniciativa para o Investimento e Emprego. No quadro do apoio especial à
actividade económica, exportação e PME e na vertente tributária, destacam-se as seguintes
medidas:
* Crédito fiscal ao investimento em 2009, que pode atingir 20% do montante investido,
dedutível em 4 exercícios;
* Autoliquidação do IVA nas prestações de bens e de serviços às Administrações
Públicas de montante superior a € 5000;
* Aceleração do reembolso do IVA, baixando o limiar para € 3000;
* Redução do valor mínimo do pagamento especial por conta para € 1000.
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De 30.12.2008 - Proposta de Resolução que aprova a Convenção entre a República Portuguesa e a República da Guiné-Bissau para Evitar a Dupla Tributação em Matéria de Impostos sobre o Rendimento e Prevenir a Evasão Fiscal, assinada em Lisboa, em 17 de Outubro de
2008
- Proposta de Resolução que aprova o Protocolo entre a República Portuguesa e a República de Moçambique que revê a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, assinado em
Maputo em 24 de Março de 2008. Este Protocolo, a submeter à aprovação da Assembleia da
República, visa permitir a correcta aplicação das normas sobre eliminação da dupla tributação
e prevenção da evasão fiscal aos particulares e empresas que repartem a sua actividade
entre Portugal e Moçambique, tomando em consideração a evolução dos padrões
internacionais, nomeadamente o Modelo de Convenção Fiscal sobre o Rendimento e o
Património da OCDE, e as alterações entretanto ocorridas na legislação fiscal de Portugal e
de Moçambique.
1. LEGISLAÇÃO FISCAL PUBLICADA EM OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2008
DIPLOMA ASSUNTO
DLR nº 42/2008,
de 7.10
IRS - REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES - TAXAS - No
quadro da adaptação do sistema fiscal nacional à Região
Autónoma dos Açores, reduz as taxas de IRS aplicáveis, a partir
de 1 de Janeiro de 2009, aos residentes naquela Região
Autónoma. A redução, por referência às taxas nacionais, passa a
ser de 30% para os rendimentos enquadrados no 1º, 25% para o
2º escalão e 20%, para os restantes.
Decreto nº 38/2008,
de 9.10
IVA - IRC - ISENÇÃO - NAVEGAÇÃO AÉREA - GUINÉ - Aprova
o Acordo sobre o Transporte Aéreo entre a República Portuguesa
e a República da Guiné-Bissau. Em matéria fiscal, este acordo
prevê isenções em sede de imposto sobre a despesa e sobre o
rendimento.
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Lei nº 64/2008,
de 5.12
IRC - IRS - IMI - MEDIDAS FISCAIS ANTICÍCLICAS - Aprova
um conjunto de medidas fiscais anticíclicas, das quais se
destacam:
a) Agrava a tributação autónoma em IRS e em IRC, dos encargos
dedutíveis relativos a veículos automóveis que passa de 5% para
10%. Todavia, são dela excluídos os veículos movidos
exclusivamente a energia eléctrica, mantendo-se a taxa de 5%
para os veículos menos poluentes;
b) Agrava de 15% para 20% a taxa de tributação autónoma dos
encargos dedutíveis relativos a veículos automóveis cujo custo de
aquisição seja superior a € 40 000, quando os sujeitos passivos
apresentem prejuízos nos dois exercícios anteriores.
c) Elevam-se os limites da dedução à colecta de encargos
relativos a habitação própria permanente;
d) Reduz em 1% o limite máximo da taxa de IMI aplicável aos
prédios urbanos e alarga o período de isenção dos prédios
habitacionais;
e) Cria uma taxa de tributação autónoma – 25% - para as
empresas de fabricação e de distribuição de produtos
petrolíferos.
As medidas aprovadas retroagem os seus efeitos a 1 de Janeiro
de 2008.
Port. nº 1418/2008,
de 9.12
IVA - REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA - REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES - Regulamenta o modo de
atribuição às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira da
receita do IVA apurado em cada uma destas circunscrições, de
acordo com o previsto no artigo 19º da Lei de Finanças das
Regiões Autónomas – Lei Orgânica n.º 1/2007, de 19 de
Fevereiro.
DL nº 237/2008,
de 15.12
IRC - EMPRESA DE SEGUROS - LUCRO TRIBUTÁVEL - REGIME TRANSITÓRIO - Estabelece um regime transitório de
adaptação das regras de determinação do lucro tributável do IRC
à nova regulamentação contabilística aplicável às empresas de
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seguros. Revoga o artigo 79º-A do Código do IRC.
Port. 1448/2008,
de 16.12
IRS - DECLARAÇÃO MODELO 3 - ANEXOS - 2009 - Aprova
novos modelos da declaração periódica de rendimentos e anexos
declarativos, e respectivas instruções de preenchimento,
utilizáveis a partir de 1 de Janeiro de 2009.
DL nº 246/2008,
de 18.12
RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL - 2009 - Fixa em € 450 o valor
da retribuição mínima mensal garantida para entrar em vigor a
partir de 1 de Janeiro de 2009.
Port. nº 1474/2008,
de 18.12
IRC - IRS - MECENATO - DECLARAÇÃO MODELO 25 - Novas
instruções de preenchimento da declaração modelo 25, relativa a
donativos abrangidos pelo regime fiscal do mecenato.
DL nº 267-B/2008,
de 30.12
CARTÃO DE PESSOA COLECTIVA - ADMISSIBILIDADE DE FORMA - Regula o cartão de empresa e o cartão de pessoa
colectiva bem como o sistema de Informação da Classificação
Portuguesa das Actividades Económicas (SICAE). Procede à
simplificação do Regime do Registo Nacional de Pessoas
Colectivas, no sentido de tornar mais rápida e eficiente a
atribuição de certificados de admissibilidade de firma.
Port. 1545/2008,
de 31.12
IMI - PRÉDIO URBANO - VALOR MÉDIO DE CONSTRUÇÃO - 2009 - Fixa em € 487,20 o valor médio de construção por metro
quadrado para efeitos do artigo 39º do CIMI, a vigorar no ano de
2009.
Port. nº 1553-D/2008,
de 31.12
SUBSÍDIO DE REFEIÇÃO - AJUDAS DE CUSTO - Procede à
revisão anual das tabelas de ajudas de custo, subsídios de
refeição para os trabalhadores em funções públicas.
DLR nº 45/2008/M,
de 31.12
IRC - IRS - TAXAS - REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA - Aprova o Orçamento da Região Autónoma da Madeira. No
quadro da adaptação do sistema fiscal nacional às
especificidades regionais, fixa as taxas de IRC e de IRS a vigorar
na Região no ano de 2009.
Lei nº 64-A/2008,
de 31.12
ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2009 - Aprova o OE para
2009. Ver ponto 8. Notas de Enquadramento
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2. INSTRUÇÕES E DECISÕES ADMINISTRATIVAS - CIRCULARES DA DGCI
N.º/DATA ASSUNTO
15/2008,
de 7.10.2008
IRS - CATEGORIA F - RENDIMENTOS PREDIAIS - CONDOMÍNIO - PARTES COMUNS – Procedimentos relativos
ao cumprimento de obrigações fiscais relativamente à obtenção
de rendimentos prediais provenientes de partes comuns de
prédios constituídos em regime de propriedade horizontal.
(O texto integral desta Circular pode ser consultado na Base PwC
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRS ART8 N2 E).
- OFÍCIOS-CIRCULADOS DA DGCI
N.º/DATA ASSUNTO
60063, do Gab. do SDG
da Justiça Tributária, de
6.10.2008
PT - EXECUÇÃO FISCAL - ÂMBITO - CÂMARA DOS SOLICITADORES – O processo de execução fiscal não é o meio
próprio para a cobrança coerciva das dívidas respeitantes a
quotas à Câmara dos Solicitadores.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na
Base PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CPPT
ART148).
600664, do Gab. do SDG
da Justiça Tributária, de
23.10.2008
PT - LGT - MÉTODOS INDIRECTOS - REVISÃO - RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - Sem prejuízo do direito
de reclamação graciosa ou impugnação judicial, ao responsável
subsidiário não é admitido desencadear o procedimento de
revisão da matéria colectável fixada por métodos indirectos a que
se referem os artigos 91º e 92º da Lei Geral Tributária.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na
Base PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou LGT
ART91 N1).
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20685, do Gab. do DG,
de
24.10.2008
LGT - DIREITO A LIQUIDAÇÃO - CADUCIDADE - 2004 - Define
procedimentos no sentido de assegurar, em tempo útil, o direito à
liquidação de impostos relativos ao ano/exercício de 2004.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na
Base PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou LGT
ART45 N1).
60065, do Gab. do SDG
da Justiça Tributária, de
27.10.2008
PT - EXECUÇÃO FISCAL - ÂMBITO - IFADAP - IFAP – O
processo de execução fiscal não é o meio próprio para a
cobrança coerciva das dívidas de natureza não tributária relativas
a créditos do extinto IFADAP, actual IFAP, I.P.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na
Base PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CPPT
ART148).
60066, do Gab. do SDG
da Justiça Tributária, de
13.11.2008
PT - EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA - DINHEIRO - VALORES DEPOSITADOS - Esclarece dúvidas sobre o regime de penhora
de dinheiro ou de valores depositados.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na
Base PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CPPT
ART223).
60067, do Gab. do SDG
da Justiça Tributária, de
13.11.2008
PT - RGIT - CONTRA ORDENACAO - ESTADO – Sem prejuízo
da responsabilidade disciplinar do agente que praticar a
infracção, são excluídos da responsabilidade contra ordenacional
os Serviços que integrem a administração directa do Estado, seja
a nível central, regional ou local.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na
Base PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou RGIT
ART7).
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- CIRCULARES DA DGAIEC
N.º/DATA ASSUNTO
121/2008,
De 31.12.2008
IVA - ISENÇÃO - IMPORTAÇÃO - Esclarecimentos sobre o
âmbito e procedimento de isenções do IVA e IEC na importação
de bens.
(O texto integral desta Circular pode ser consultado na Base PwC
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIVA ART13 N1 A).
- OUTRAS COMUNICAÇÕES E DECISÕES - SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS FISCAIS
N.º/DATA ASSUNTO
Desp. nº 28233, de
22.10.2008
IRC - INSPECCÃO TRIBUTÁRIA - CADASTRO ESPECIAL DE CONTRIBUINTES – Define os parâmetros para a selecção dos
contribuintes a inspecção pelos serviços centrais da DGCI (DSIT)
e que irão integrar o Cadastro Especial de Contribuintes,
aplicável aos exercícios de 2008 e seguintes.
Publicação; DR, II; N214, de 4.11.2008.
(O texto integral deste despacho pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou RCPIT ART16
A).
Desp. nº 30105, de
12.11.2008
IRC - BF - ISENÇÃO - NAVEGAÇÃO AEREA - MARROCOS - É reconhecido que o Reino de Marrocos isenta de impostos
sobre o rendimento os lucros realizados pelas empresas de
navegação aérea com sede em Portugal, provenientes da
exploração de aeronaves, pelo exercício da sua actividade
naquele Estado, e tendo em conta o despacho da Direcção-Geral
dos Impostos, sobre a informação nº 2146/2008, da Direcção de
Serviços do IRC, concedido, ao abrigo do artigo 13º do Código do
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, e com os
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efeitos previstos no nº 2 do artigo 5º e no artigo 12º do Estatuto
dos Benefícios Fiscais, recíproca e equivalente isenção às
empresas de navegação aérea com sede no Reino de Marrocos,
relativamente aos lucros da sua actividade em território
português, provenientes da exploração de aeronaves.
Publicação: DR, II N227, de 21.11.2008
- DIRECÇÃO-GERAL DOS ASSUNTOS TÉCNICOS E ECONÓMICOS DO MNE
N.º/DATA ASSUNTO
Aviso nº 222/2008,
de 10.11.2008
CONVENÇÃO ÁFRICA DO SUL - ENTRADA EM VIGOR - Torna
público que a Convenção Entre a República Portuguesa e a
República da África do Sul para Evitar a Dupla Tributação e
Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o
Rendimento, aprovada pela RAR nº 53/2008, entrou em vigor em
22 de Outubro de 2008.
Publicação: DR I N226, de 20.11.2008.
Aviso nº 243/2008,
de 11.12.2008
CONVENÇÃO CHILE - ENTRADA EM VIGOR - Torna público
que a Convenção Entre a República Portuguesa e a República do
Chile para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal
em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, aprovada pela
RAR nº 20/2006, entrou em vigor em 25 de Agosto de 2008.
Publicação: DR I N250, de 29.12.2008
3. HARMONIZAÇÃO FISCAL COMUNITÁRIA
DOCUMENTO ASSUNTO
COM (2008) 727 final,
de 13.11.2008
TRIBUTAÇÃO DA POUPANÇA SOB A FORMA DE JUROS –
Proposta de Directiva do Conselho que altera a Directiva
2003/48/CE, do Conselho, relativa à tributação do rendimento da
poupança sob a forma de juros.
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Comunicação da
Comissão Europeia,
IP/08/1813
de 27.11.2008
IRC - MAIS VALIAS - TRIBUTAÇÃO À SAÍDA - A Comissão
Europeia instou formalmente Portugal e Espanha a alterarem as
respectivas disposições fiscais que impõem uma tributação à
saída imediata quando as empresas deixam de ter domicílio
fiscal nestes países ou transferem os seus activos para outro
Estado-Membro. A Comissão considera que estas disposições
são incompatíveis com a liberdade de estabelecimento prevista
no artigo 43º do Tratado CE e no artigo 31º do Acordo EEE.
Estas diligências assumem a forma de pareceres
fundamentados (segunda fase do processo por infracção, nos
termos do artigo 226º do Tratado CE). Se, no prazo de dois
meses, não houver uma resposta satisfatória aos pareceres
fundamentados, a Comissão pode decidir remeter a questão
para o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.
(O texto integral desta comunicação pode ser consultado na
Base PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRC
ART76-A).
Comunicação da
Comissão Europeia,
IP/08/1817
de 27.11.2008
IRC - BF - ISENÇÃO - FUNDO DE PENSÕES - A Comissão
Europeia decidiu intentar acções contra a Espanha e Portugal no
Tribunal de Justiça Europeu em razão da regulamentação que,
nestes países, permite tributar os pagamentos de dividendos
e/ou de juros a fundos de pensões estrangeiros (pagamentos
saídos) mais gravosamente do que os pagamentos de
dividendos e/ou de juros a fundos de pensões nacionais
(pagamentos internos). A Comissão considera que estas regras
são incompatíveis com o Tratado CE e o Acordo EEE, dado que
restringem a livre circulação de capitais.
(O texto integral desta comunicação pode ser consultado na
Base PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou EBF
ART16 N1).
Comunicação da
Comissão Europeia,
2008/C306
IVA - OURO PARA INVESTIMENTO - MOEDAS - Lista das
moedas de ouro que preenchem os critérios fixados no nº 1,
ponto 2, do artigo 344º da Directiva 2006/112/CE, do Conselho
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(regime especial aplicável ao ouro para investimento). Válida
para o ano de 2009.
Publicação: JOCE nº C 306, de 29.11.2008.
Regulamento (CE) nº
1179/2008, da Comissão,
De 28.11.2008
ASSISTÊNCIA MÚTUA - COBRANÇA DE CRÉDITOS - Fixa
normas de execução da Directiva 2008/55/CE, do Conselho,
relativa à assistência mútua em matéria de cobrança de créditos.
Publicação: JOCE nº L 319, de 29.11.2008.
COM(2008)805 final Proposta de Directiva que altera os artigos 143º e 205º da
Directiva 2006/112/CE, relativa ao sistema comum do IVA, no
sentido de prevenir a fraude fiscal associada a importações e
outras operações transfronteiras (fraude carrossel).
COM (2008)807 final Comunicação da Comissão ao Conselho, ao Parlamento Europeu e ao Comité Económico e Social, relativa a um plano
de acção a curto prazo no sentido de combate à fraude fiscal,
em especial no sentido de reforçar a capacidade das
administrações fiscais para prevenir ou detectar a fraude ao IVA
(em especial "operador fictício" – fraude carrossel) e da
recuperação de impostos.
Resolução do Conselho,
de
2.12.2008
TRANSFERÊNCIA DE SEDE - TRIBUTAÇÃO À SAÍDA - Relativa à coordenação em matéria de tributação à saída, o
Conselho Europeu convida os Estados membros a adoptarem
princípios directores no sentido de evitar, no respeito pelo
princípio da subsidiariedade, a dupla tributação susceptível de
resultar de uma transferência de actividades económicas sujeita
a duas ou mais jurisdições. Os princípios directores referidos
nesta Resolução reportam-se à tributação de reservas,
provisões e mais-valias latentes.
Publicação: JOCE nº C323, de 18.12.2008.
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4. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
TIPO SUMÁRIO
Acórdão, de 10.10.2008,
Proc. 244/08
PT - JUROS INDEMNIZATÓRIOS - VÍCIO DE FORMA - FUNDAMENTAÇÃO - Não são devidos juros indemnizatórios,
por não se apurar a existência de erro imputável à Administração
sobre os pressupostos de facto e de direito do acto de liquidação,
que foi anulado com exclusivo fundamento em vício de forma por
falta de fundamentação.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART43 N1).
Acórdão, de 15.10.2008,
Proc. 542/08
LGT - RECURSO HIERÁRQUICO - AUDIÇÃO - I - A audição do
contribuinte antes da decisão de reclamação graciosa deduzida
de uma liquidação de Contribuição Autárquica não afasta o direito
de ser ouvido no sequente procedimento de 2º grau despoletado
pela interposição de recurso hierárquico, nomeadamente, no
caso de na decisão de indeferimento desse recurso ter sido
utilizado pela Administração Tributária argumento jurídico novo
até então desconhecido pelo recorrente. II - A ocorrência desse
vício de forma em momento posterior à efectivação da liquidação,
consubstanciado na preterição do direito de audição, não projecta
efeitos anulatórios sobre esse acto tributário de liquidação, antes
conduzindo à anulação da respectiva decisão de indeferimento
do recurso hierárquico.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART60 N1
B).
Acórdão, de 29.10.2008,
Proc. 330/08
IMT - BF - ISENÇÃO - CADUCIADE - PRÉDIO PARA REVENDA - I - Nos termos do disposto no art. 11º, nº 3 do CIMSISSD, ficam
isentas de sisa as aquisições de prédios para revenda. II -
Todavia esses prédios deixam de beneficiar de isenção logo que
se verifique que foram novamente vendidos para revenda. III -
Para este efeito, apenas releva a posição da vendedora, que não
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a da compradora.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIMT ART11
N5).
Acórdão, de 29.10.2008,
Proc. 479/08
PT - RGIT - IVA - FALTA DE PAGAMENTO - O artigo 114º, nº 1
do RGIT, que pune como contra-ordenação fiscal a “falta de
entrega da prestação tributária”, não abrange na sua previsão
situações em que o imposto que deve ser entregue não está em
poder do sujeito passivo, por não ter sido recebido ou retido.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou RGIT ART114).
Acórdão, de 29.10.2008,
Proc. 622/08
PT - LGT - JUROS INDEMNIZATÓRIOS - REQUISITOS - I - O
direito a juros indemnizatórios previsto no nº 1 do art. 43º da LGT,
derivado de anulação judicial de um acto de liquidação, depende
de ter ficado demonstrado no processo que esse acto está
afectado por erro sobre os pressupostos de facto ou de direito
imputável à Administração Fiscal. II - A anulação de um acto de
liquidação baseada apenas em vício de forma por falta de
fundamentação não implica a existência de qualquer erro sobre
os pressupostos de facto ou de direito do acto de liquidação, pelo
que não existe o direito de juros indemnizatórios a favor do
contribuinte, previsto naquele nº 1 do art. 43º da LGT.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART43 N1).
Acórdão, de 6.11.2008,
Proc. 115/08
IVA - DEDUÇÃO - REEMBOLSO - INDEFERIMENTO - IMPUGNAÇÃO JUDICIAL - De harmonia com o disposto no nº
13 do artigo 33º do CIVA (redacção dada pelo artigo 28º da Lei nº
323-B/2002, de 30/12), a impugnação judicial constitui o meio
processual adequado à reacção na via contenciosa contra um
acto de indeferimento de pedido de reembolso de IVA.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIVA ART22
N13).
. 13 .
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Acórdão, de 6.11.2008,
Proc. 357/08
PT - LGT - ACTO TRIBUTÁRIO - REVISÃO OFICIOSA - INDEFERIMENTO - IMPUGNAÇÃO JUDICIAL - I - A forma
processual de reacção contra o despacho de indeferimento do
pedido de revisão oficiosa pode ser a impugnação judicial ou o
recurso contencioso (hoje acção administrativa especial)
conforme a decisão comporte ou não a apreciação da legalidade
do acto de liquidação. II - Se do probatório não constar o teor do
despacho de indeferimento, impõe-se ordenar a ampliação da
matéria de facto.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou LGTART78 N1).
Acórdão, de 6.11.2008,
Proc. 619/08
PT - RGIT - NULIDADES INSANÁVEIS - COIMA - DECISÃO DE APLICAÇÃO - I - Nos termos do artigo 79º, nº 1, alínea b), do
Regime Geral das Infracções Tributárias, a decisão de aplicação
de coima deve conter a “descrição sumária dos factos”. II - Tal
imposição visa satisfazer o direito de informação do arguido de
que, com a conduta por si praticada, incorreu no preenchimento
do tipo contra-ordenacional, pelo que, se tal informação tiver sido
prestada, esse requisito [“descrição sumária dos factos”] dá-se
por satisfeito. III - Assim, as exigências daquele artigo 79º
deverão considerar-se integradas quando as indicações da
decisão constituam fundamentação formal suficiente que permita
ao arguido o exercício efectivo dos seus direitos de defesa.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou RGIT ART79).
Acórdão, de 19.11.2008,
Proc. 930/08
PT - AUDIÇÃO PRÉVIA - PROJECTO DE DECISÃO - I - A
Administração Tributária está obrigada, nos termos do artigo 60º
da LGT, a comunicar ao sujeito passivo o projecto de decisão e a
sua fundamentação para este, querendo, exercer o seu direito de
audição. II - A indicação no projecto de decisão de que este fica a
valer como despacho definitivo se não forem trazidos novos
elementos que permitam alterar o sentido da decisão apenas
pode ser entendida como mera indicação do sentido da decisão
. 14 .
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que se virá a tomar perante o silêncio do interessado, mas tal não
dispensa essa decisão final, a qual terá obrigatoriamente de ser
notificada ao sujeito passivo, nos termos do artigo 36º do CPPT.
III - Nos termos do nº 3 do artigo 34º do CPT, a instauração da
execução fiscal interrompe a prescrição e, não tendo, entretanto,
ocorrido paragem deste processo por mais de um ano por facto
não imputável à contribuinte, hipótese em que se somaria, para
efeitos de prescrição, o tempo que decorresse após este período
com o que tivesse decorrido até à data da autuação, o prazo
decorrido até ao momento em que ocorreu o facto interruptivo
(instauração da execução) é inutilizado (artigo 326º, nº 1 do CC)
e o novo prazo só começa a contar-se a partir da decisão que lhe
puser termo (artigo 327º, nº 1 do CC).
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART60 N5).
Acórdão, de 10.12.2008,
Proc. nº 768/08
PT - RECLAMAÇÃO GRACIOSA - INDEFERIMENTO TÁCITO- PRAZO - IMPUGNAÇÃO JUDICIAL - I - O prazo de
apresentação da impugnação judicial, de acordo com o nº 1 do
artigo 102º do Código de Procedimento e de Processo Tributário,
é de 90 dias, a partir, designadamente, do termo do prazo para
pagamento voluntário da prestação tributária [alínea a)], ou da
formação da presunção de indeferimento tácito [alínea d)]. II -
Para efeito de impugnação judicial, ocorre a presunção de
indeferimento tácito de reclamação graciosa seis meses após a
apresentação desta, sem que nela tenha sido proferida decisão
do órgão competente – nos termos das disposições combinadas
dos artigos 106º do Código de Procedimento e de Processo
Tributário, e 57º, n.ºs 1 e 5, da Lei Geral Tributária. III - É
tempestiva a impugnação judicial deduzida, antes do prazo (de
seis meses) de formação da presunção de indeferimento tácito
da respectiva reclamação graciosa, dentro dos 90 dias do termo
do prazo para pagamento voluntário da prestação tributária.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
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PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CPPT ART106).
Acórdão, de 17.12.2008,
Proc. nº 734/08
PT - RECLAMAÇÃO GRACIOSA - INDEFERIMENTO TÁCITO - IMPUGNAÇÃO JUDICIAL - OBJECTO - I - Tendo a reclamação
graciosa como objecto um acto de liquidação, o objecto do
processo de impugnação judicial de indeferimento tácito de
reclamação graciosa embora seja, formalmente, o indeferimento
tácito, é, mediatamente, o acto de liquidação que foi objecto da
reclamação, e é mesmo este acto de liquidação, nos casos de
indeferimento tácito, o único cuja legalidade pode ser apreciada
no processo de impugnação judicial. II - Quando é apresentada
uma reclamação graciosa de um acto de liquidação, o
interessado pode optar por não esperar que seja proferida a
respectiva decisão, podendo optar pela impugnação contenciosa
do acto administrativamente impugnado, mesmo antes de estar
expirado o prazo legal para ser decidida a reclamação, com base
no princípio «de que os prazos, não podendo ser excedidos,
podem, em regra, ser antecipados», desde que já esteja
praticado o acto que é objecto de impugnação.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CPPT ART106).
5. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO NORTE (TCAN)
TIPO SUMÁRIO
Acórdão, de 16.10.2008,
Proc. 166/07
IRS - MÉTODOS INDIRECTOS - MANIFESTAÇÕES DE FORTUNA - I – Nos termos do disposto no artigo 89º-A da LGT
há lugar a avaliação indirecta da matéria colectável quando o
sujeito passivo declara rendimentos que mostrem uma
desproporção superior a 50% para menos em relação ao
rendimento padrão constante na tabela a que alude o n.º 4 deste
preceito legal. II – Tendo o sujeito passivo procedido à sua
declaração de rendimentos e adquirido posteriormente na
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Alemanha um veículo pelo preço de € 54.900,00 mas,
comprovadamente com dinheiro pertença de seu pai que
pessoalmente o transferiu da sua conta bancária para um seu
irmão residente na Alemanha, sendo este que procedeu ao
pagamento do veículo, esta aquisição não contende com a
veracidade da declaração de rendimentos efectuada pelo sujeito
passivo, não podendo ser qualificada como manifestação de
fortuna para efeitos de avaliação indirecta da matéria colectável
dada a origem conhecida do rendimento utilizado no pagamento
do preço.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART89-A).
Acórdão, de 16.10.2008,
Proc. 483/08
IVA - REEMBOLSO - PRAZO - JUROS INDEMNIZATÓRIOS - I - Da mecânica do IVA (método indirecto subtractivo, método do
crédito de imposto ou método das facturas) resulta que o sujeito
passivo pode, relativamente a determinado período, ficar credor
de imposto. II - Regra geral, esse crédito será deduzido nos
períodos seguintes, mas, em casos excepcionais, como o de o
crédito exceder 25 vezes o salário mínimo, pode o sujeito passivo
solicitar o seu reembolso (cf. art. 22º, n.ºs 4 e 5, do CIVA). III - O
pedido de reembolso de IVA, efectuado pelo sujeito passivo
quando da apresentação da declaração periódica a que alude o
art. 40º do CIVA, não dá origem ao seu pagamento imediato,
podendo e devendo a AT proceder a diligências prévias no
sentido de averiguar da legitimidade do reembolso. IV - Os
reembolsos, «quando devidos», «deverão ser efectuados pela
Direcção-Geral dos Impostos até ao fim do 3º mês seguinte ao da
apresentação do pedido, findo o qual poderão os sujeitos
passivos solicitar a liquidação de juros indemnizatórios nos
termos do artigo 43º da Lei Geral Tributária» (art. 22º, nº 8, do
CIVA). V - Se os reembolsos forem concedidos para além do
termo do referido prazo, a única possibilidade de a AT se eximir
ao pagamento dos juros indemnizatórios pedidos é pela
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demonstração de que o atraso é devido a facto imputável ao
contribuinte. VI - Não serve de justificação a esse atraso, porque
não contende com a legitimidade dos reembolsos, o facto de a
AT estar a aguardar eventuais liquidações de IVA, na sequência
de uma fiscalização ao contribuinte que incide sobre períodos
diferentes daqueles a que se referem os reembolsos pedidos,
com vista a compensar as dívidas resultantes daquelas com
estes. VII - A previsão do nº 9 do Despacho Normativo nº 342/93,
invocada pela AT como fundamento da suspensão dos
reembolsos, não dá cobertura à suspensão para garantir o
pagamento de dívidas de IVA do contribuinte respeitantes a
outros períodos e que ainda não estejam liquidadas; com essa
finalidade – de assegurar a cobrança dos seus créditos
respeitantes a outros períodos, quando exista fundado receio de
frustração da sua cobrança –, pode a AT lançar mão das
providências cautelares que a lei lhe faculta (cf. art. 135º do
CPPT e art. 51º da LGT). VIII - Relativamente à tributação em
custas no caso de inutilidade superveniente da lide, a regra é a
de que as custas ficam a cargo do autor, independentemente de
o facto que provoca a inutilidade ou impossibilidade lhe ser ou
não imputável, a menos que tal facto seja imputável ao réu, caso
em que será este a suportá-las (cf. art. 447º do CPC).
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIVA ART22
N8).
Acórdão, de 13.11.2008,
Proc. 470/05
IRS - INCIDENCIA - PAGAMENTO - AGREGADO FAMILIAR - CÔNJUGE - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA - 1. A doutrina
e, sobretudo, a jurisprudência, têm sido persistentes na afirmação
do entendimento segundo o qual as dívidas tributárias são da
responsabilidade de ambos os cônjuges, “nos casos em que
estão em causa actividades lucrativas atento o exercício do
comércio que essas actividades pressupõem e pela presunção
de proveito comum das dívidas contraídas nesse exercício
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[alínea d) do art. 1691º do Código Civil]”. 2. No caso específico do
IRS, é imprescindível atentar, ainda, na especificidade decorrente
do estatuído no art. 14º n.ºs 2 e 3 al. a) CIRS (redacção vigente
nos anos de 1997 a 1999 e com reprodução integral no, actual,
art. 13º n.ºs 2 e 3 al. a) CIRS), no sentido de que “Existindo
agregado familiar, o imposto é devido pelo conjunto dos
rendimentos das pessoas que o constituem, considerando-se
como sujeitos passivos aqueles a quem incumbe a sua direcção”,
sendo que o agregado familiar é constituído, desde logo, pelos
cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens e os
seus dependentes. 3. No campo deste imposto sobre o
rendimento, a disciplina substantiva do tributo estabelece, pois,
um regime privativo, próprio, para a incidência pessoal do tributo,
procedendo a uma identificação clara e precisa de quem reúne
as condições para, ser sujeito passivo, ficar sujeito a IRS. 4.
Assim, no caso de cônjuges não separados judicialmente de
pessoas e bens, os pressupostos do facto tributário devem ter-se
por preenchidos em relação a ambos, sem que se torne
necessário estabelecer a titularidade de cada parcela do
rendimento englobado para efeitos de tributação, do que deriva
serem ambos, solidariamente, responsáveis pelo cumprimento da
dívida tributária, nos termos e para os efeitos do art. 21º nº 1
LGT. 5. Na medida em que os processos de execução fiscal, por
dívidas de IVA e juros compensatórios, dos anos de 1997, 1998 e
1999, foram autuados, apenas, contra o executado-marido, só
podemos, legal e legitimamente, imputar à executada-esposa
responsabilidade pelo pagamento coercivo das mesmas no
pressuposto de que se mostre possível, seja viável, concluir pela
existência de uma dívida susceptível, capaz, de responsabilizar
ambos os cônjuges, a coberto do estatuído no art. 1691º nº 1 al.
d) Cód. Civil. 6. Estando-se em presença de dívidas tributárias
contraídas em função e por motivo do exercício, por parte do,
então, marido da recorrente, da indústria/comércio de construção
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Notícias InforFisco N.º 89 – Outubro a Dezembro de 2008
civil, a responsabilidade do respectivo pagamento é de imputar a
ambos, salvo se a executada/recorrente provar que os visados
débitos não foram assumidos em proveito conjunto do casal.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRS ART13
N2).
6. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO SUL (TCAS)
TIPO SUMÁRIO
Acórdão, de 11.11.2008,
Proc. 2228/08
IRS - INCIDÊNCIA - CATEGORIA B - RENDIMENTOS EMPRESARIAIS - LOTEAMENTO – I - São tributáveis em IRS,
na categoria C (abrangente dos rendimentos comerciais e
industriais) os lucros resultantes de actividade, habitual ou
esporádica, que visa a obtenção do lucro através da revenda ou
transformação de bens, pois na categoria G (mais-valias) cabem
apenas os ganhos inesperados ou fortuitos, os gerados por
valorizações operadas nos bens independentemente de qualquer
esforço ou vontade do respectivo titular, ou seja e como a
doutrina costuma referir, os ganhos trazidos pelo vento
(windfalls). II - Destarte e atento o disposto no art. 4º, nº 1, alínea
e), do CIRS, os ganhos derivados da venda de lotes de terreno
na sequência do loteamento efectuado pelo vendedor, têm de ser
considerados rendimentos de actividade industrial rendimentos
da categoria C) e não como mais-valias (rendimentos da
categoria G). III - Tendo o dono do terreno vendido o terreno que
adquiriu, o que quer dizer que não vendeu os lotes resultantes da
operação de loteamento que foi efectivada no dito terreno já pela
sociedade compradora, realizando diversas infra-estruturas,
desencadeando o competente processo junto da autarquia local
com vista à obtenção das licenças necessárias e desenvolvido as
diligências necessárias à venda dos lotes, naturalmente tendo em
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vista tirar lucro, os ganhos têm de considerar-se como
inesperados ou fortuitos, e, por isso, mais-valias para efeitos de
tributação em IRS e já não como obtidos no âmbito de uma
actividade de natureza comercial por referência ao conceito
económico de comércio constante no art. 4º do CIRS. IV - Não
obsta a essa qualificação o facto de a intenção inicial do
vendedor do terreno quando o adquiriu o terreno, pois o que
releva é, não apenas a decisão de lotear o terreno mas também a
sua concretização mediante a realização no terreno de diversas
infra-estruturas urbanísticas e a promoção do processo de
loteamento, com o propósito objectivado e obter lucros mediante
a venda dos lotes, pois esta actividade com vista à obtenção de
lucro, mesmo que seja acidental ou isolada, é que é determinante
para a qualificação dos ganhos.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRS ART4 N1).
Acórdão, de 18.11.2008,
Proc. 16781/07
IRS - INCIDÊNCIA - CATEGORIA B - RENDIMENTOS EMPRESARIAIS - LOTEAMENTOS - 2. A transformação de um
prédio rústico pertença dos impugnantes, conjuntamente com
outros para o efeito constituídos em compropriedade, em lotes de
terreno para construção urbana, e posterior venda desses lotes,
integra actividade que se insere fora do mero uso ou fruição dos
prédios, antes se enquadra em actividade comercial ou industrial,
ainda que constituída por um só acto isolado, tendo como facto a
obtenção de um lucro; 3. A venda dos lotes de terreno que a
cada um veio a caber pela cessação da indivisão da
compropriedade, gera rendimentos sujeitos a IRS, categoria C,
mesmo no caso das pessoas singulares que não exerciam a
actividade de comerciantes (acto de comércio isolado).
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRS ART4 N1).
Acórdão, de 25.11.2008,
Proc. 2165/07
SELO - MATÉRIA COLECTÁVEL - SOCIEDADE COMERCIAL - QUOTA - AVALIAÇÃO - 1. O valor de quota social transmitida
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por herança é determinado pelo último balanço, na suposição de
que esse balanço exprime a situação económica e financeira da
sociedade e, portanto, a medida do enriquecimento gratuito do
património do herdeiro; 2. A correcção oficiosa de tal balanço
pela AT resume-se aos casos em que o mesmo balanço se
mostre elaborado em desconformidade com as regras legais e
contabilísticas vigentes à data da sua elaboração, sendo a
correcção operada de acordo com as respectivas regras legais
de apuramento do lucro tributável, que não segundo as regras
gerais do apuramento do valor dos bens, onde é susceptível de
existir a 1ª e a 2ª avaliação; 3. Perante um requerimento ou
reclamação sem aptidão para iniciar, sequer, um procedimento,
por enfermar de vício que desde logo deva ser liminarmente
indeferido, não tem lugar tal direito à audição do interessado, por
nenhuma instrução ter sido realizada.
O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base PwC
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIS ART31).
Acórdão, de 18.12.2008,
Proc. nº 1877/07
IMI - BF - ISENÇÃO - HABITAÇÃO PRÓPRIA - DOMICÍLIO PROFISSIONAL - 1) O objecto de isenção de CA é o imóvel
adquirido a título oneroso, para residência permanente do sujeito
passivo ou do seu agregado familiar, não gozando da predita
isenção a aquisição de uma fracção autónoma de um prédio que
o sujeito passivo afecte ao seu domicílio profissional. 2) A
audiência do interessado pode ser dispensada por aplicação do
princípio do aproveitamento do acto administrativo, quando seja
evidente que a decisão tomada é a única legalmente possível.
O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base PwC
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou EBF ART46).
Acórdão, de 18.12.2008,
Proc. 2479/08
PT - LGT - IRS - DOMICÍLIO FISCAL - DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO - 1) O domicílio fiscal dos sujeitos passivos é o
local da residência habitual, sendo de presumir, no caso dos
contribuintes casados, que a residência habitual é a do agregado
familiar, isto é, a residência de família adoptada de comum
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acordo. 2) Não tendo o contribuinte demonstrado ter dado
conhecimento à AF, da alteração do seu domicilio fiscal, em
decorrência da dissolução do seu casamento, é de considerar
válida e eficaz a notificação da liquidação do imposto endereçada
ao domicílio fiscal correspondente à residência de família, que
constituiu o casal.
O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base PwC
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART19).
Acórdão, de 18.12.2008,
Proc. nº 2496/08
IRC - LIQUIDAÇÃO OFICIOSA - SIGILO BANCÁRIO - DERROGAÇÃO - Do estatuído, nos artigos 83º ,nºs 1 e 10 e 91º,
ambos do CIRC, resulta, de forma clara, que a Administração
Tributária pode servir-se dos elementos probatórios apurados e
comprovados, em resultado do procedimento de derrogação do
sigilo bancário, de que foi alvo o sócio gerente da sociedade
impugnante, para liquidar adicionalmente o imposto devido por
esta.
O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base PwC
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART83 N10).
Acórdão, de 18.12.2008,
Proc. 2293/08
IRC - PROVISÕES - CRÉDITO DE COBRANÇA DUVIDOSA - PRINCÍPIO DA ESPECIALIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS - 1) A
provisão por créditos de cobrança duvidosa, prevista no actual
artigo 35º, nº 1, al. c), do CIRC, só é fiscalmente atendível,
quando existam provas de terem sido efectuadas diligências,
para o seu recebimento. 2) O princípio da especialidade de
exercícios (art. 18º do CIRC) leva a que, apenas, possam ser
escriturados, em cada exercício (ano), os proveitos e os custos
que nele efectivamente tenham sido realizados. Só assim não
sendo, se na data de encerramento das contas do exercício
forem imprevisíveis ou manifestamente desconhecidos (cf. nº 2
do citado art. 18) 3) Todavia, não é qualquer desconhecimento
dos custos - ainda que o mesmo se venha a demonstrar, por
parte do sujeito passivo - que releva à excepção do regime-regra
da periodização do lucro tributável; antes terá de ser um
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Notícias InforFisco N.º 89 – Outubro a Dezembro de 2008
desconhecimento fundamentado, no sentido de não só
desculpável como atendível, à luz do princípio de justiça, a fim de
não penalizar, excessiva e desproporcionadamente, aquele
sujeito passivo, por não ter contabilizado o custo no exercício
normalmente devido, em virtude de tal se ter ficado a dever a
comportamento tido como normalmente exigível, segundo
critérios de um “bonnus pater familiae”.
O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base PwC
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART35 N1).
7. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DAS COMUNIDADES EUROPEIAS
TIPO SUMÁRIO
Acórdão, de 16.10.2008,
Proc. C-253/07
Hockey Clubs
IVA - DIRECTIVA - ISENÇÃO - ACTIVIDADES DESPORTIVAS - INSTITUIÇÕES DESPORTIVAS - 1) O artigo 13º, A, nº 1, alínea
m), da Sexta Directiva 77/388/CEE do Conselho, de 17 de Maio
de 1977, relativa à harmonização das legislações dos Estados-
Membros respeitantes aos impostos sobre o volume de negócios
– Sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado:
matéria colectável uniforme, deve ser interpretado no sentido de
que abrange igualmente, no contexto de pessoas que praticam
desporto, prestações de serviços fornecidas a pessoas colectivas
e a associações não registadas, desde que – o que compete ao
órgão jurisdicional de reenvio verificar – essas prestações
tenham uma estreita conexão com a prática do desporto e sejam
indispensáveis à sua realização, sejam efectuadas por
organismos sem fins lucrativos e que os beneficiários efectivos
das referidas prestações sejam pessoas que praticam desporto.
2) A expressão «certas prestações de serviços estreitamente
conexas com a prática do desporto», utilizada no artigo 13º, A, nº
1, alínea m), da Sexta Directiva 77/388, não autoriza os
Estados-Membros a restringir a isenção prevista nesta disposição
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por referência aos destinatários das prestações de serviços em
causa.(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na
Base PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou DIR
77/388/CEE ART13 A N1 M)
Acórdão, de 6.11.2008,
Proc. C-291/07
TRR
IVA - DIRECTIVA - TERRITORIALIDADE - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - CONSULTADORIA - O artigo 9º, nº 2, alínea e), da
Sexta Directiva 77/388/CEE do Conselho, de 17 de Maio de
1977, e o artigo 56º, nº 1, alínea c), da Directiva 2006/112/CE do
Conselho, de 28 de Novembro de 2006, relativa ao sistema
comum do imposto sobre o valor acrescentado, devem ser
interpretados no sentido de que o destinatário de serviços de
consultadoria, prestados por um sujeito passivo estabelecido
noutro Estado-Membro, que exerce tanto actividades económicas
como actividades não abrangidas pelo âmbito de aplicação
dessas directivas, deve ser considerado sujeito passivo, mesmo
que os referidos serviços só sejam utilizados para efeitos destas
últimas actividades.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou DIR
2006/112/CE ART56 N1 C).
Acórdão, de 11.12.2008,
Proc. C-285/07
AT
IRC - PERMUTA DE ACÇÕES - REGIME COMUM - O artigo 8º,
n.ºs 1 e 2, da Directiva 90/434/CEE do Conselho, de 23 de Julho
de 1990, relativa ao regime fiscal comum aplicável às fusões,
cisões, entradas de activos e permutas de acções entre
sociedades de Estados-Membros diferentes, opõe-se a uma
regulamentação de um Estado-Membro segundo a qual a
permuta de acções dá origem à tributação dos sócios da
sociedade adquirida pelas mais-valias resultantes da entrada de
capital correspondentes à diferença entre o custo inicial de
aquisição das participações sociais objecto da entrada e o seu
valor venal, a menos que a sociedade adquirente inscreva o valor
contabilístico histórico das participações sociais objecto da
entrada no seu próprio balanço fiscal.
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(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou DIR 90/434/CEE
ART8).
Acórdão, de 11.12.2008,
Proc. C-371/07
Danfoss
IVA - DIRECTIVA - AUTOCONSUMO EXTERNO - REFEIÇÕES - DEDUÇÃO - EXCLUSÃO - 1) O artigo 17º, nº 6, segundo
parágrafo, da Sexta Directiva 77/388/CEE do Conselho, de 17 de
Maio de 1977, relativa à harmonização das legislações dos
Estados-Membros respeitantes aos impostos sobre o volume de
negócios – Sistema comum do imposto sobre o valor
acrescentado: matéria colectável uniforme, deve ser interpretado
no sentido de que se opõe a que um Estado-Membro aplique,
posteriormente à entrada em vigor desta directiva, uma exclusão
do direito à dedução do imposto sobre o valor acrescentado a
montante que onera as despesas relativas às refeições
fornecidas gratuitamente pelas empresas, nas suas cantinas, a
pessoas das suas relações comerciais e ao pessoal por ocasião
de reuniões de trabalho, quando no momento dessa entrada em
vigor esta exclusão não era efectivamente aplicável às referidas
despesas, em razão de uma prática administrativa que tributava
as prestações fornecidas por essas cantinas pelo seu preço de
custo calculado com base nos custos de produção, isto é, no
preço das matérias-primas e nos custos salariais relativos à
confecção e venda desses alimentos e bebidas bem como à
administração das cantinas, em contrapartida do direito à
dedução total do imposto sobre o valor acrescentado pago a
montante. 2) O artigo 6º, nº 2, da Sexta Directiva 77/388 deve ser
interpretado no sentido de que esta disposição, por um lado, não
visa o fornecimento gratuito de refeições pelas empresas, nas
suas cantinas, a pessoas das suas relações comerciais por
ocasião de reuniões que se realizam nas instalações dessas
empresas, quando resulte de dados objectivos – que cabe ao
órgão jurisdicional de reenvio verificar – que essas refeições são
fornecidas para fins estritamente profissionais. Por outro lado, a
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referida disposição visa, em princípio, o fornecimento gratuito de
refeições por uma empresa ao seu pessoal nas suas instalações,
a menos que – o que cabe também ao órgão jurisdicional de
reenvio verificar – as exigências da empresa, como a de garantir
a continuidade e o bom ritmo das reuniões de trabalho,
imponham que o fornecimento das refeições seja assegurado
pela entidade patronal.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE
ART6 N2).
Acórdão, de 11.12.2008,
Proc. C-407/07
Stichting
IVA - DIRECTIVA - AGRUPAMENTO AUTÓNOMO DE PESSOAS - ISENÇÃO - O artigo 13º, A, nº 1, alínea f), da Sexta
Directiva 77/388/CEE do Conselho, de 17 de Maio de 1977,
relativa à harmonização das legislações dos Estados-Membros
respeitantes aos impostos sobre o volume de negócios – Sistema
comum do imposto sobre o valor acrescentado: matéria
colectável uniforme, deve ser interpretado no sentido de que,
desde que estejam preenchidos os outros requisitos impostos por
esta disposição, as prestações de serviços fornecidas aos seus
membros por agrupamentos autónomos beneficiam da isenção
prevista na referida disposição, mesmo quando estas prestações
sejam fornecidas a um único ou a alguns dos referidos membros.
(O texto integral deste Acórdão pode ser consultado na Base
PwC InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE
ART13 A N1 F).
8. NOTAS DE ENQUADRAMENTO
As notas constantes dos números seguintes não pretendem ser uma análise exaustiva dos textos
a que se reportam, mas tão somente permitir, através de uma leitura rápida, o conhecimento dos
aspectos essenciais do seu conteúdo.
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Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezembro (OE para 2009). Referem-se, nos pontos seguintes, os
aspectos mais relevantes das alterações introduzidas ao sistema fiscal pela Lei que aprovou o
Orçamento do Estado para 2009.
1. IRS – IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES 1.1. Categoria A. Passes sociais. As importâncias relativas a passes sociais atribuídos pelas
empresas aos respectivos trabalhadores, com carácter geral, não constituem rendimento sujeito
a IRS, sendo consideradas como custo fiscal da entidade patronal (CIRS, art. 2º, nº 8, al. d) e
CIRC, art. 40º, nº 15).
1.2. Categoria B. Transparência fiscal. O adiantamento por conta de lucros passa a ser objecto
de imputação, no ano em que forem pagos ou colocados à disposição, quando auferidos por
pessoas ou membros de entidades sujeitas ao regime de transparência fiscal e desde que
superiores à matéria colectável que, nesse ano, fosse imputada nos termos do artigo 6.º do
Código do IRC. É prevista a eliminação da dupla tributação desses rendimentos, através dos
necessários ajustamentos nos anos subsequentes (CIRS, art. 20º, n.ºs 1 e 5).
A opção pela tributação segundo o regime da Categoria A (Trabalho Dependente) os
rendimentos auferidos pela prestação de serviços a uma única entidade não é extensiva a sócios
de sociedades de profissionais abrangidas pelo regime de transparência fiscal (CIRS, art. 28º, nº
8).
1.3. Categoria E. Swaps. É revogado o nº 10 do artigo 5º do Código do IRS, que equiparava a
juros os rendimentos relativos a swaps e operações cambiais a prazo (Lei nº 64-A/2008, art. 68º).
Vd., também, no que respeita a rendimentos distribuídos por fundos de investimento, o ponto
8.2.2.
1.4. Categoria F. Rendimentos Prediais. Vd. ponto 8.1.3.
1.5. Categoria G. Reinvestimento em habitação própria. Os ganhos realizados com a
alienação onerosa de prédios destinados a habitação própria e permanente dos sujeitos ou do
seu agregado familiar podem ser excluídos da tributação em IRS se, dentro de determinado
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prazo, forem reinvestidos na aquisição de outro prédio com a mesma finalidade. A intenção de
reinvestir esses ganhos deve constar da declaração do IRS, do ano da venda e dela, bem como
das dos anos posteriores, os valores efectivamente reinvestidos. O prazo para o reinvestimento
daquele valor foi elevado de 24 para 36 meses. A referida exclusão verifica-se, igualmente, no
caso desses ganhos serem utilizados para pagamento de aquisição efectuada, com aquela
finalidade, nos 24 meses anteriores (antes este prazo era de 12 meses). Observa-se que os
novos prazos são aplicáveis às situações em que o período de 24 ou de 12 meses ainda esteja a
decorrer ou se extinga no ano de 2009 (CIRC, art. 10º, nº 5, als. a) e b) e Lei nº 64-A/2008, de
31.12, art. 69º., nº 3).
Vd. também, pontos 8.1.2 e 8.2.3 1.6. Categoria H. Pensões. Clarifica-se no texto da lei que não são sujeitas a IRS as pensões ou
indemnizações auferidas por lesão corporal, doença ou morte em resultado do cumprimento do
serviço militar (CIRS, art. 12º, nº 1).
1.7. Pessoas com deficiência. Os rendimentos brutos das Categorias A, B e H obtidos em 2009
por sujeitos passivos com deficiência fiscalmente relevante são considerados apenas em 90%,
com o limite de € 2500 por cada categoria de rendimentos (Lei n.º 64-A/2008, art. 69º, n.ºs 1 e 2).
1.8. Dedução de perdas. Sempre que a matéria colectável do IRS seja determinada por
métodos indirectos não há lugar à dedução de resultado de perdas apuradas em qualquer
categoria de rendimentos, sem prejuízo de reporte para exercícios posteriores, dentro do período
legal (CIRS, art. 55º, nº 7).
1.9. Taxas e mínimo de existência. Os escalões das taxas gerais do IRS são actualizadas em
2,5% (CIRS, art. 68º). O mínimo de existência, não tributado quando referido a rendimentos
predominantemente respeitantes ao trabalho dependente, é igualmente actualizado em 2,5%
(CIRS, art. 70º, nº 1). 1.10. Taxas liberatórias. Não residentes. Os sujeitos passivos residentes na União Europeia,
ou no Espaço Económico Europeu, neste caso desde que exista intercâmbio de informações,
passam a poder solicitar o reembolso das retenções na fonte que lhes sejam efectuadas sobre
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rendimentos resultantes do exercício de actividades profissionais em território português, actos
isolados, incluindo rendimentos de espectáculos ou de desportistas. O reembolso, que deve ser
solicitado no prazo de 2 anos, reporta-se às importâncias retidas na fonte, na parte em que
sejam superiores ao que resultaria da aplicação das tabelas de taxas gerais de IRS, tendo em
consideração todos os rendimentos, incluindo os que forem obtidos fora daquele território, nas
mesmas condições que são aplicáveis aos residentes. Para o efeito, são dedutíveis os encargos
suportados pelo sujeito passivo para a realização dos rendimentos obtidos em Portugal, desde
que, devidamente comprovados, estejam directa e exclusivamente com eles relacionados. A
restituição deve efectivar-se até ao fim do 3º mês seguinte ao da apresentação dos elementos
comprovativos, fim o qual passam a ser devidos juros indemnizatórios a taxa idêntica à aplicável
aos juros compensatórios a favor do Estado. O pedido de restituição determina a informação
espontânea ao Estado da residência do contribuinte (CIRS, art, 71º, n.ºs 8 a 11).
1.11. Deduções à colecta. Para além de actualizações dos limites máximo das deduções que se
não encontram indexadas à retribuição mínima mensal em percentagens variáveis entre 2,5% e
3,2%, assinalam-se as seguintes modificações:
1.11.1. Encargos relativos a habitação. A dedução de encargos relativos à aquisição de
imóveis destinados a habitação própria e permanente ou para arrendamento devidamente
comprovado para habitação permanente, passa a ser extensiva a imóveis situados na União
Europeia ou no Espaço Económico Europeu, neste caso, desde que exista intercâmbio de
informações (CIRS, art. 85º, nº 1).
Vd. também, ponto 8.1.4)
1.11.2. Energias renováveis e veículos. A dedução relativa a aquisição de equipamentos novos
para utilização de energias renováveis passa a contemplar também, dentro de um único limite, a
aquisição de veículos sujeitos a matrícula exclusivamente eléctricos ou movidos a energias
alternativas não combustíveis (CIRS, art. 85º, nº 2).
1.11.3. Aquisição de computadores. A dedução à colecta do IRS relativa à aquisição de
computadores, nas condições previstas no artigo 68º do EBF, mantém-se com referência aos
anos de 2009 a 2011 (EBF, art. 68º).
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1.11.4. Pessoas com deficiência. A dedução à colecta de sujeitos passivos com deficiência
fiscalmente relevante eleva-se de 3,5 vezes para 4 vezes a remuneração mínima mensal (CIRS,
art. 87º, nº 1). Eleva-se, também, de duas para quatro vezes a retribuição mínima mensal a
dedução relativa a despesas de acompanhamento por cada sujeito passivo ou dependente, cujo
grau de invalidez permanente, devidamente comprovado, seja igual ou superior a 90% (CIRS,
art. 87º, nº 5). Quanto ao englobamento de rendimentos dos sujeitos passivos nestas condições,
vd. ponto 1.7.
1.11.5. Pensões de alimentos. Passam a ser dedutíveis à colecta 20% das importâncias
comprovadamente suportadas e não reembolsadas relativas a pensões de alimentos a que o
sujeito passivo esteja obrigado por sentença judicial ou por acordo homologado nos termos da lei
civil, salvo nos casos em que o beneficiário integre o seu agregado familiar ou relativamente ao
qual estejam previstas outras deduções à colecta (CIRS, art. 83º-A). Observa-se que até 2008,
inclusive, estes montantes eram dedutíveis ao rendimento líquido global do sujeito passivo.
1.12. Obrigações declarativas. Declaração modelo 11. Passa a ser extensiva às entidades e
profissionais competentes para autenticar documentos particulares que titulem actos sujeitos a
registo predial, a obrigação de comunicação de actos susceptíveis de produzir rendimentos
sujeitos a IRS (CIRS, art. 123º).
1.13. Regime opcional para não residentes. É instituído um regime opcional para os residentes
noutro Estado membro da União Europeia ou no Espaço Económico Europeu, neste caso desde
que exista intercâmbio de informações, que obtenham em território português rendimentos do
trabalho dependente, rendimentos empresariais ou pensões (Categorias A, B e H). Quando estes
rendimentos representem, pelo menos 90% da totalidade dos seus rendimentos totais relativos
ao ano em causa, incluindo os obtidos fora daquele território, podem optar pelo regime de
tributação aplicável aos sujeitos passivos residentes em Portugal (CIRS, art. 17º-A). A opção
efectiva-se através da entrega da declaração periódica de rendimentos. Independentemente da
opção, os referidos rendimentos são sujeitos a retenção na fonte às taxas aplicáveis aos não
residentes (CIRS, art. 17º-A).
1.14. Empresas de transportes – Vd. ponto 2.11
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2. IRC – IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS COLECTIVAS
2.1. Benefícios Fiscais. Segurança social. Tal como ocorrida já relativamente aos rendimentos
dos fundos de capitalização, os rendimentos de capitais administrados pelas instituições de
segurança social passam a beneficiar de isenção (CIRC, art. 9º, nº 1, al. c).
2.2. Empresas de seguros. Contribuições adicionais. Tal como se encontrava já previsto
relativamente às instituições financeiras sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, as
contribuições suplementares para fundos de pensões e equiparáveis que devam ser efectuadas
pelas seguradoras em virtude da adopção do novo Plano de Contas para as Empresas de
Seguros, não relevam para efeitos do cálculo do limite previsto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 40º do
Código do IRC. Esta regra, destinada a vigorar por um período transitório de cinco anos, abrange
as contribuições efectuadas no exercício de 2008 (CIRC, art. 40º, nº 13, al. b).
2.3. Passes sociais. Vd. ponto 1.1
2.4. Taxas. São criados dois escalões de taxas, aplicáveis às entidades residentes em território
português, que exerçam a título principal uma actividade comercial, industrial ou agrícola, bem
como às não residentes que nele exerçam a sua actividade através de estabelecimento estável:
12,5% até ao limite de € 12 500 de matéria colectável e 25% sobre o excedente. Aquela taxa
reduzida não é, porém, aplicável, ficando a totalidade da matéria colectável sujeita à taxa de
25%, quando:
- Em consequência de operação de cisão, reorganização ou reestruturação empresarial
efectuada depois de 31 de Dezembro de 2008, uma ou mais das sociedades envolvidas
venham a apurar matéria colectável igual ou inferior a € 12 500;
- O capital de uma das entidades seja realizado, no todo ou em parte, através da
transferência do património individual de pessoa singular e a actividade por aquela
exercida seja substancialmente idêntica à que era exercida a título individual (CIRC, art.
81º, n.ºs 1, 2 e 7).
É permitida a opção pelas novas taxas do IRC às entidades que, por disposição constante de
legislação avulsa, beneficiem de taxas especiais ou reduzidas (cooperativas, estabelecimentos
de ensino, interioridade, etc.). A opção não depende de qualquer formalismo específico, sendo
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exercida na declaração periódica de rendimentos (Lei nº 64-A/2008, de 31 de Dezembro, art.
73º).
Observa-se que as taxas do IRS aplicáveis nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira
são estabelecidas em diplomas regionais: DLR nº 2/99/A, de 20.1e DRL 45/2008/M, de 31.12,
respectivamente.
2.5. Não residentes. Retenção na fonte. As pessoas colectivas não residentes em território
português, mas com residência na União Europeia ou no Espaço Económico Europeu, neste
caso desde que exista intercâmbio de informações, passam a poder solicitar a devolução de
importâncias retidas na fonte sobre rendimentos relativos a prestações de serviços, comissões
de intermediação e actividades de profissionais de espectáculos e desportistas, em condições
idênticas às previstas para as pessoas singulares, na parte em que o imposto retido exceda o
que resultaria da aplicação das taxas do IRC às entidades residentes (CIRC, art. 88º, nº 8) (vd.
ponto 1.9).
2.6. Pagamentos por conta. Os pagamentos por conta, que se encontravam fixados em 75% e
85% do imposto liquidado no exercício anterior, consoante o volume de negócios da empresa
fosse igual ou superior a € 498 797,90, passam a ser, respectivamente, de 70% e de 90% (CIRC,
art. 97º, n.ºs 2 e 3).
2.7. Pagamento especial por conta. No cálculo do montante do PEC passam a considerar-se
os pagamentos por conta relativos ao ano anterior calculados nos termos legais e não já os que
tenham sido efectuados pelo sujeito passivo (CIRC, art. 98º, nº 3).
2.8. Declarações de substituição. O prazo para entrega de declaração de substituição de
anterior autoliquidação, de que tenha resultado imposto superior ou devido ou prejuízo fiscal
inferior ao efectivo, encontra-se fixado em um ano, a contar do termo do prazo legal. Passa a ser
considerado, para o início da contagem daquele prazo, em caso de qualquer decisão,
administrativa ou judicial, superveniente, a data em que o declarante dela tome conhecimento.
Neste caso, o prazo de caducidade do direito à liquidação é alargado até ao termo daquele
prazo, acrescido de um ano (CIRC, art. 114º, n.ºs 3 e 4).
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2.9. Regime simplificado. Deixa de ser possível a opção pelo regime simplificado de
determinação do lucro tributável. Este regime mantém-se, porém, aplicável aos sujeitos passivos
nele actualmente enquadrados, que, salvo opção pelo regime geral ou ocorrência de qualquer
das situações que determinam a sua cessação, nele poderão permanecer até ao final do período
de três exercícios ainda a decorrer. Findo este período, cessa definitivamente a aplicação deste
regime.
A opção pelo regime geral deve ser manifestada na declaração periódica relativa ao período de
tributação iniciado em 2009 (Lei nº 64-A/2008, art. 72º).
Observa-se que é concedida autorização ao Governo para promover a criação de um novo
regime simplificado, para as empresas de pequena dimensão, de base contabilística (Lei nº 64-
A/2008, art. 74º, nº 3).
2.10. Programas e equipamentos informáticos de facturação. Os programas e equipamentos
informáticos de facturação passam a ficar dependentes de prévia certificação pela Direcção-
Geral dos Impostos, em termos a definir por portaria do Ministro das Finanças (CIRC, art. 115º,
nº 9).
2.11. Empresas de transportes. Relativamente ao exercício de 2009, as empresas de
transporte público de passageiros e de mercadorias beneficiam de isenção de IRC (ou sendo o
caso de IRS) quanto à diferença positiva entre as mais-valias e menos-valias resultantes da
transmissão onerosa de veículos desde que seja efectuado o reinvestimento em veículos novos.
Beneficiam, ainda, de uma majoraçao de 20% dos custos suportados com a aquisição de
combustíveis em território português (EBF, art. 70º).
2.12. Mecenato. O limite dos donativos atribuídos ao abrigo do artigo 62º do EBF (mecenato
social) é, em 2009, elevado de 8/1000 para 12/1000 do volume de vendas ou dos serviços
prestados, sempre que se destinem a iniciativas de luta contra a pobreza, desde que a entidade
destinatária seja objecto de reconhecimento prévio por despacho do Ministro das Finanças.
2.13. Normas Internacionais de Contabilidade. É concedida autorização ao Governo para
alterar a legislação do IRC de forma a adaptar as respectivas regras às normas internacionais de
contabilidade (Lei nº 64-A/2008, art. 74º n.ºs 1 e 2).
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2.14. Incentivos à reabilitação urbana e ao arrendamento habitacional. Vd. pontos 8.1.1 e
8.2.1
3. IVA - IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO
3.1. Mecenato. Beneficiam de isenção de IVA, com direito a dedução, as transmissões de
quaisquer bens a título gratuito para posterior distribuição a pessoas carenciadas, efectuadas a
IPSS e organizações não governamentais sem fins lucrativos. Esta isenção já vigorava
anteriormente, mas apenas com referência a bens alimentares (CIVA, art. 15º, nº 10).
3.2. Operações imobiliárias. É alterada a redacção do nº 4 do art. 2º do DL nº 21/2007, de 29
de Janeiro, que estabelece o regime da renúncia à isenção do IVA nas operações imobiliárias, no
sentido de possibilitar a opção pelo regime de tributação no caso de sublocação de bens imóveis,
desde que estes se destinem a fins industriais.
3.3. Créditos incobráveis. A recuperação do IVA relativo a créditos considerados incobráveis,
de montante superior a € 750 e inferior a € 8 000, IVA incluído, passa a ser sujeito às seguintes
condições:
- O devedor, sendo um particular ou um sujeito passivo que realize exclusivamente operações
isentas sem direito a dedução, constar no registo informático de execuções como executado
contra quem foi movido processo de execução anterior entretanto suspenso ou extinto por não
terem sido encontrados bens penhoráveis;
- O devedor, sendo um sujeito passivo que realize exclusivamente operações isentas sem direito
a dedução, conste da lista de acesso público de execuções extintas com pagamento parcial ou
por não terem sido encontrados bens penhoráveis no momento da execução.
Observa-se que este regime não é aplicável quando estejam em causa operações cujo
adquirente ou destinatário constasse, no momento da sua realização, da lista de acesso público
de execuções extintas com pagamento parcial ou por não terem sido encontrados bens
penhoráveis (CIVA, art. 78º, n.ºs 8, als. b) e e) e 17).
(Vd. CPCIVIL, art. 806.º e Dec.Lei nº 201/2003, de 10.12, relativo ao registo informático de
execuções)
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3.4. Taxas reduzidas. Passam a ser tributadas à taxa reduzida, os seguintes bens e serviços:
- Cadeiras e assentos próprios para o transporte de crianças em veículos automóveis, bem
como de outros equipamentos de retenção para o mesmo fim (Lista I, Verba 2.29).
- Prestações de serviços de manutenção ou reparação de próteses, equipamentos,
aparelhos, artefactos e outros bens referidos nas verbas 2.2, 2.8 e 2.9 (Lista I, Verba
2.30).
3.5. Vendas a exportadores nacionais. A isenção do IVA nas vendas efectuadas a
exportadores nacionais, destinadas a exportação, passa a ser aplicável apenas às vendas de
mercadorias de valor superior a € 1000 (DL nº 198/90, de 19.6, art. 6º, na redacção dada pelo DL
nº 96/2004, de 23.4). Sobre a aplicação deste regime de isenção, na sua actual redacção, vd.
Circular nº 6/2009, Série II, da DGAIEC, de 13.1.2009).
3.6. Importação de Mercadorias. É aprovado o regime de isenção do IVA e dos IEC na
importação de mercadorias transportadas na bagagem pessoal dos viajantes, em conformidade
com a Directiva 2007/74/CE, do Conselho, de 20 de Dezembro (Lei nº 64-A/2008, art. 116º).
4. IMPOSTO DO SELO. As mais significativas alterações introduzidas ao Código do Imposto do
Selo relacionam-se com a possibilidade legal, admitida no Dec.Lei nº 116/2008, de 4 de Julho, de
serem titulados por documento particular autenticado, os actos que importem reconhecimento,
constituição, aquisição, modificação, divisão ou extinção de direitos reais sobre imóveis. A
autenticação, cuja validade depende de depósito electrónico dos documentos nos termos da
Portaria nº 1535/2008, de 30 de Dezembro, pode ser efectuada por notários, serviços de registo,
advogados, solicitadores bem como por câmaras de comércio e indústria. Esta possibilidade está
em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2009. Anteriormente, os negócios jurídicos relativos a bens
imóveis – salvo no caso de utilização do procedimento previsto no Dec.Lei nº 263-A/2007, de 23
de Julho (“Casa Pronta”) ou de previsão em lei especial – só podiam ser formalizados por
escritura pública, lavrada em notário. Era a esta entidade que cabia, então, liquidar o imposto do
selo eventualmente devido, nos termos da verba 1.1 da respectiva Tabela. Com as alterações
agora introduzidas ao respectivo Código, a liquidação do imposto relativo à transmissão dos bens
passa a ser efectuada em momento prévio à sua formalização, seja através de escritura pública
ou de documento particular, pelos serviços da administração fiscal mediante declaração do
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interessado. O imposto relativo a outros actos e documentos sujeitos a autenticação passa a ser
da competência do profissional ou entidade que autenticar o documento particular ou celebrar a
escritura pública.
4.1. Sujeitos passivos. Passam a ser sujeitos passivos as entidades e profissionais que
autentiquem documentos particulares, quando esta forma seja admitida em alternativa à escritura
pública (CIS, art. 2 nº 1, als. a) e n). Salvo nos casos em que o sujeito passivo seja o adquirente
dos bens, é a estas entidades que cabe liquidar e entregar ao Estado o imposto que for devido
pelos contratos e documentos que lhes sejam apresentados para quaisquer efeitos legais.
Todavia, nos actos a que se refere a verba 1.1 da Tabela (aquisição de direitos reais sobre
imóveis a título oneroso ou por doação), o sujeito passivo da obrigação de imposto é a pessoa,
singular ou colectiva, para quem se transmitem os bens (CIS, art. 2º, nº 3).
Aquelas entidades passam, ainda, a ser solidariamente responsáveis pelo pagamento do
imposto sempre que tenham colaborado na falta da respectiva liquidação, ainda que por mera
negligência (CIS, art. 42º, nº 1).
4.2. Facto gerador. A obrigação tributária constitui-se, nos documentos particulares ou qualquer
outro título, quando essa forma seja admitida em alternativa à escritura pública, no momento da
sua autenticação ou reconhecimento das assinaturas neles apostas (CIS, art. 5º, al. s).
4.3. Incidência. As transmissões gratuitas, a favor de pessoas colectivas sujeitas a IRC, são
excluídas da incidência do imposto do selo. Todavia, este tributo recai, cumulativamente, quer
sobre as transmissões gratuitas, qualquer que seja o título por que se operem (Verba 1.2 da
Tabela), bem como as transmissões por doação de bens imóveis (Verba 1.1). Colocava-se, pois,
a dúvida sobre se uma transmissão por doação a favor de uma pessoa colectiva, excluída do
selo previsto na Verba 1.2 se encontrava, ou não, excluída do imposto previsto na Verba 1.1. O
entendimento da administração fiscal orientou-se no sentido de que o imposto relativo à doação,
a que se refere esta verba, era sempre devido, não se contendo no âmbito da exclusão. É, pois,
esta orientação que passa, agora, a ter consagração legal (CIS, art. 1º, nº 5).
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Deixam de ser tributadas em imposto do selo os seguintes actos e operações (Lei nº 64-A/2008,
art. 83º).
- Comodato;
- Depósito civil;
- Exploração, pesquisa e prospecção de recursos geológicos;
- Registo de marcas e patentes;
- Operações aduaneiras;
- Dívida pública estrangeira;
- Vales de correio;
- Transferência de sede de empresas domiciliadas na Comunidade Europeia.
4.4. Isenções. As transmissões gratuitas a favor de unidos de facto passam a beneficiar de
isenção deste imposto em condições análogas às dos cônjuges. A isenção restringe-se à
tributação prevista na Verba 1.2 da Tabela. O imposto devido por doação de bens imóveis, a que
se refere a Verba 1.1, não é abrangida pela isenção, aliás, conforme entendimento da
administração tributária, que passa agora a ter consagração legal.
São isentas de selo as garantias a favor do Estado, constituídas em 2009, no âmbito de
processos de execução fiscal e de pagamentos em prestações ao abrigo do Dec.Lei nº 124/96,
de 1º de Agosto.
4.5. Liquidação. São modificadas as regras de liquidação do imposto relativo às transmissões,
que, em geral, passa a ser da competência da administração fiscal, nas seguintes condições:
- Se pelo acto for devido apenas o imposto previsto na Verba 1.1 (doações a favor de
pessoas colectivas e transmissões onerosas de bens imóveis), a liquidação é efectuada
pelos serviços tributários, em face de declaração do interessado, em momento prévio à
formalização da aquisição (CIS, art.23º, nº 4).
- Se for cumulativamente devido o imposto previsto nas verbas 1.1 e 1.2 (doações de
imóveis), a liquidação do imposto é também efectuada pelos serviços fiscais em face da
participação dos beneficiários da doação, em momento posterior ao acto, mas sempre até
ao final do 3º mês seguinte ao da constituição da obrigação tributária (CIS, art. 23º, nº 5).
Nos restantes casos, a competência para a liquidação continua a ser dos sujeitos passivos.
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4.6. Directiva reuniões de capitais. São acolhidas no Código do Imposto do Selo as regras
comunitárias previstas na Directiva 2008/7/CE, de 12 de Fevereiro de 2008, relativa as impostos
indirectos que incidem sobre reuniões de capitais. As operações de reestruturação de
sociedades (fusões, cisões, entradas de activos) antes isentas de selo, passam a ser excluídas
da tributação.
5. IMI – IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS. A par de diversas modificações relativas ao
funcionamento das comissões de avaliação, destacam-se, na área deste imposto as seguintes:
5.1. Avaliação de prédios já inscritos nas matrizes. Os prédios avaliados ao abrigo da
legislação anterior ao Código do IMI, são objecto de avaliação, para efeitos fiscais, quando
constituam objecto de uma primeira transmissão, onerosa ou gratuita, ocorrida a partir de 1 de
Dezembro de 2003. Esta avaliação passa a ser facultativa, salvo pedido expresso dos
beneficiários da transmissão, quando esta se operar por transmissão por morte a favor de
cônjuge, ascendentes ou descendentes do autor da herança (DL nº 287/2003, de 12.11, art. 15º,
nº 8).
5.2. Prédios em ruínas. A determinação do valor tributável dos prédios em ruínas, segundo os
critérios legais relativos à avaliação de terrenos para construção, fica dependente de deliberação
da respectiva Câmara Municipal (CIMI, art. 46º, nº 4). Estes prédios são tributados a uma taxa
elevada ao triplo (CIMI, art. 112º, n.ºs 3 e 15.º) e não são abrangidos pela cláusula de
salvaguarda, que limite o acréscimo do imposto a um determinado limite (DL 287/2003, de 12.11,
art. 25º, nº 4, al. b). A identificação dos prédios nestas condições é da competência dos
respectivos municípios.
5.3. Conceito de terreno para construção. É alterado o conceito de “terreno para construção”,
no sentido de passarem também a ser como tal considerados os terrenos relativamente aos
quais seja admitida comunicação prévia ou emitida informação prévia favorável de operação de
loteamento ou de construção – vd. Dec-Lei nº 555/99, de 16.12, Regime Jurídico da Urbanização
e Edificação (CIMI, art. 6º, nº 3).
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5.4. Segundas avaliações. É facultada às Câmaras Municipais a possibilidade de promoverem
uma segunda avaliação dos prédios urbanos quando não concordarem com o resultado da
primeira (CIMI, art. 76º, nº 1). Para o efeito, a Direcção-Geral dos Impostos passa a disponibilizar
aos municípios, por via electrónica, a informação relativa às avaliações (CIMI, art. 139º)
Em segunda avaliação, requerida pelo sujeito passivo ou promovida pelos serviços fiscais ou
pela câmara municipal, a comissão de avaliação avalia o prédio em causa em conformidade com
os índices legais definidos nos artigos 38º e seguintes do Código do IMI. Todavia, se considerar
que o valor patrimonial assim obtido se encontra distorcido em relação ao valor normal de
mercado do prédio em causa, fixa um novo valor patrimonial tributário, relevante apenas para
efeitos de IRS, IRC ou de IMT. Este valor, devidamente fundamentado, é determinado através do
método do custo adicionado do valor do terreno ou por aplicação do método comparativo dos
valores de mercado, consoante se reporte a edificações ou terrenos (CIMI, art. 76º, nº 4).
Para o efeito, considera-se que o valor patrimonial tributário de um prédio, determinado de
acordo com as regras dos artigos 38º e seguintes do CIMI, se encontra distorcido se for superior
ou inferior a 15% do seu valor de mercado (CIMI, art. 76º, n.ºs 4 a 6).
Passa, também, a ser admitida a realização de uma segunda avaliação, a pedido do sujeito
passivo, ou promovida pelos serviços fiscais ou pela câmara municipal, sempre que considerem
que o valor de um prédio urbano se encontra distorcido, para os referidos efeitos. O pedido ou a
promoção da avaliação devem ser devidamente fundamentados (CIMI, art. 76º, nº 6).
Contrariando o princípio geral da gratuitidade do procedimento administrativo consagrado no
artigo 11º do Código de Procedimento Administrativo, é estabelecido que as segundas avaliações de prédios urbanos deixam de ser gratuitas, passando a ficar sujeitas, consoante
a sua complexidade, a uma taxa a fixar entre 5 e 20 unidades de conta (em 2009: € 480 e €
1920), que apenas será restituída se o valor patrimonial se considerar distorcido (CIMI, art. 76º,
nº 3).
Em matéria de benefícios fiscais, vd. ponto 8.1.5
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6. IMT – IMPOSTO SOBRE AS TRANSMISSÕES ONEROSAS DE IMÓVEIS
6.1. Exclusão da incidência. Deixa de ser sujeito a tributação o imposto devido pelo cônjuge
que, em partilha por dissolução do casamento, a mais leve em bens imóveis. Esta exclusão
abrange apenas os casos em que o casamento tenha sido celebrado segundo o regime de
comunhão de adquiridos ou de comunhão geral de bens (CIMT, art. 2º, nº 6). Observa-se, no
entanto, que esta exclusão não será extensiva ao imposto do selo previsto na Verba 1.1 da
Tabela, que continua a incidir sobre o valor que deveria ser considerado para efeitos de
liquidação do IMT.
6.2. Isenções 6.2.1. Entidades públicas empresariais responsáveis pela rede pública de escolas. Estas
entidades, sujeitas a tributação directa e indirecta nos termos gerais, passam a beneficiar de
isenção de IMT, dependente de reconhecimento cuja competência é atribuída ao director-geral
dos impostos.
Vd. também, ponto 8.1.5
6.2.3. Isenções automáticas. Os pressupostos legais de isenções de IMT, de eficácia
automática, cuja verificação era atribuída à entidade que formalizasse a respectiva transmissão,
passaram a ser da competência dos serviços da administração fiscal (CIMT, art. 10º, nº 8). Os
interessados ficam obrigados a apresentar a respectiva declaração de liquidação junto de
qualquer serviço de finanças, ou através da Internet, em face da qual é emitida pelo sistema
informático da direcção-geral dos Impostos um “documento de cobrança”, preenchido a zeros,
com indicação da isenção em causa. Este documento deve ser apresentado à entidade que
celebrar a escritura ou que autenticar o documento que titule a transmissão (CIMT, arts. 19º, nº 3
e 49º, nº 3).
6.3.Taxas. São actualizadas as taxas do IMT aplicáveis às transmissões de imóveis
habitacionais, quer se destinem a habitação própria e permanente ou a quaisquer outros fins. O
valor limite das taxas zero ou de 1% aplicáveis a umas e a outras é elevado para € 89 700. Por
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outro lado, o valor máximo a que se aplicam taxas reduzidas é elevado para € 557 500 e € 534
700, respectivamente (CIMT, arts. 9º e 17º, nº 1, als. a) e b).
No caso de aquisição de figuras parcelares do direito de propriedade de prédio urbano destinado a habitação própria e permanente, a tabela de taxas respectiva só é aplicável quando
estiver em causa a aquisição dos direitos de usufruto, uso ou habitação.
São, ainda, modificados os critérios relativos à aplicação de taxas às aquisições de partes indivisas de prédios habitacionais, quer se destinem a habitação própria e permanente ou a
outro fim, pela seguinte forma (CIMT, art. 17º, nº 6):
- Se no mesmo acto se transmitir a totalidade do prédio, aplica-se a cada valor a taxa
correspondente à totalidade da transmissão;
- Se no acto se não transmitir a totalidade do prédio, ao valor tributável aplica-se a taxa
correspondente ao valor global do prédio, tendo em consideração a parte transmitida.
6.4. Competência para a liquidação. A liquidação do IMT, com base em declaração do sujeito
passivo, passa a poder fazer-se em qualquer serviço de finanças ou pela Internet. No caso de
liquidação oficiosa, por iniciativa dos serviços fiscais, a competência é atribuída ao serviço de
finanças da área da localização do imóvel (CIMT, art. 21º). Estando em causa liquidações
correctivas, designadamente em consequência de avaliação do prédio transmitido, a respectiva
competência é atribuída ao serviço de finanças que promoveu a liquidação a corrigir (CIMT, art.
31º, nº 2). Para efeitos de reclamação, recurso, impugnação judicial ou outros quaisquer meios
de defesa do sujeito passivo, a competência é atribuída ao serviço de finanças que tiver
efectuado a liquidação (CIMT, art. 41º, nº 2)
7. PROCEDIMENTO E PROCESSO TRIBUTÁRIO
7.1. Orientações genéricas. No quadro da colaboração com os contribuintes, a administração
tributária está vinculada à publicação de orientações genéricas sobre a interpretação e aplicação
das normas tributárias. Este prazo, que se encontrava fixado em 6 meses passou a ser de 30
dias (LGT, art. 59º, nº 3, al. b). Ficou, também inscrito no texto da lei que aquela publicação
deverá ser promovida por meios electrónicos – Internet – (LGT, art. 59º, nº 5). Particularmente
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relevante é a obrigatoriedade que passa a recair sobre a administração fiscal de converter em
orientações genéricas – circulares administrativas - as informações vinculativas ou outro tipo de
entendimento prestado aos contribuintes, “quando tenha sido colocada questão de direito
relevante e esta tenha sido apreciada no mesmo sentido em três pedidos de informação ou seja
previsível que o venha a ser” (LGT, art. 68-A, nº 3).
Observa-se que a administração fiscal está vinculada às instruções genéricas que emitir
(circulares, regulamentos e instrumentos de idêntica natureza) não sendo rectroactivamente
invocáveis perante os contribuintes as que ainda não estavam em vigor no momento do facto
tributário, desde que estes tenham agido com base numa interpretação plausível e de boa-fé
(LGT, art. 68º-A, n.ºs 1 e 2).
7.2. Informações vinculativas. O regime das informações vinculativas é objecto de substanciais
modificações (LGT, art. 68º):
- A par das informações vinculativas normais, passam a ser admitidas informações vinculativas
urgentes. As primeiras são prestadas no prazo máximo de 90 dias sendo este prazo reduzido
para 60 dias, se requeridas com carácter de urgência;
- As informações vinculativas referem-se à concreta situação tributária dos sujeitos passivos ou
aos pressupostos dos benefícios fiscais. Não podem compreender factos abrangidos por
procedimento de inspecção tributária cujo início tenha já sido notificado ao sujeito passivo nem
factos relativamente aos quais se encontre pendente ou venha a ser apresentada reclamação,
recurso ou impugnação judicial. Com carácter de urgência, a informação tem de ser requerida
em momento prévio aos actos ou factos a que respeita.
- As informações vinculativas, da competência do dirigente máximo do serviço (director-geral dos
Impostos, no caso de referidas a impostos administrados por esta entidade), passam a ser
formuladas por via electrónica, segundo modelo oficial a aprovar.
- Para além de um requisito comum - descrição dos factos cuja qualificação jurídico-tributária se
pretenda – as informações requeridas com carácter de urgência devem, ainda, apresentar
justificação desta e apresentar uma proposta de enquadramento dos factos tributários a que se
reportam. No prazo máximo de 15 dias, a administração tributária notifica o requerente do
reconhecimento da urgência Caso seja esta reconhecida, é fixada uma taxa, entre 25 a 100
Unidades de Conta (em 2009, entre € 2400 e € 9600), que deve ser paga no prazo de 5 dias a
contar da notificação. Se não for reconhecida a urgência ou se não for paga a taxa fixada, o
pedido segue o regime da informação vinculativa normal.
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- A informação vinculativa urgente presume-se tacitamente sancionada pela administração
tributária se não for respondida no prazo de 60 dias. No caso de informação vinculativa normal, a
falta de resposta no prazo de 90 dias tem como consequência a exclusão da responsabilidade
por coimas e juros compensatórios, desde que o sujeito passivo tenha agido de boa fé na
apresentação do pedido e numa interpretação plausível da lei.
- A notificação aos interessados da resposta a um pedido de informação vinculativa passa
obrigatoriamente a incluir a informação ou o parecer a que fundamentou (CPPT, art. 57º, nº 1).
- A informação vinculativa caduca em caso de modificação superveniente dos respectivos
pressupostos e pode ser revogada, com efeitos para o futuro e com salvaguarda dos direitos e
interesses legítimos anteriormente constituídos, após um ano a contar da prestação, precedendo
audição do requerente.
- Salvaguardados os elementos de natureza pessoal do contribuinte, todas as informações
vinculativas passam a ser obrigatoriamente publicadas no prazo de 30 dias, por meios
electrónicos.
O novo regime vigora desde 1 de Janeiro de 2009, mas o regime das informações vinculativas urgentes só produz efeitos a partir de 1 de Setembro de 2009 (Lei nº 64-A/2008, art. 110º).
7.3. Manifestações de fortuna. É aditado um nº 11 ao artigo 89º-A – quantificação por métodos
indirectos da manteria colectável em caso de manifestações de fortuna – no sentido de que a
avaliação deve ser feita no âmbito de um procedimento que inclua a investigação das contas
bancárias. Fica esta sujeita ao regime de derrogação do sigilo bancário, nos termos do nº 1 do
artigo 63.º-B da LGT, isto é, sem necessidade de colaboração do sujeito passivo nem de audição
prévia e recurso judicial da decisão sem efeito suspensivo (LGT, art. 63º-B, nº 1, al. c).
7.4. Instituições de crédito e sociedades financeiras. Ficam obrigadas a mecanismos de
informação automática relativamente a contribuintes cuja situação tributária não se encontre
regularizada, constantes de listas públicas de devedores ao fisco e á segurança social – bem
como de contribuintes inseridos em sectores de risco em termos a definir por portaria do Ministro
das Finanças (LGT, art. 63-ºA, nº 1).
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7.5. Aplicação das normas anti-abuso. O prazo de três anos para abertura de procedimento
anti-abuso passa a contar-se do início do ano civil seguinte ao da realização do negócio jurídico
que constitua o seu objecto e já não data em que tenha sido realizado (CPPT, art. 63º, nº 3).
A exclusão do procedimento de aplicação da cláusula geral anti-abuso, quando tenha sido
apresentado pedido de informação vinculativa e na falta de resposta da administração fiscal,
passa a ser de 90 dias. Anteriormente era de 6 meses (CPPT, art. 63º, nº 8).
7.6. Procedimento de correcção de erros. É instituído um procedimento simplificado de
correcção de erros, manifestos ou materiais, da administração tributária, resultantes do
funcionamento anómalo dos sistemas informáticos e erros de cálculo, escrita, inexactidão ou
lapso, com dispensa de diversas formalidades. Este procedimento é da competência do dirigente
máximo do serviço (director-geral) sendo deduzido, verbalmente ou por escrito em qualquer
serviço da administração tributária, no prazo de 10 dias a partir daquele em que o interessado
deles tenha efectivo conhecimento. Sem dependência de audição prévia, o pedido deve ser
decidido no prazo de 15 dias (CPPT, arts. 95º-A, 95º-B e 95º-C).
7.7. Concurso de contra-ordenações. Em caso de concurso de contra-ordenações o cúmulo
material é substituído pelo cúmulo jurídico (RGIT, art. 25º).
7.8. Abuso de confiança fiscal. Só é punido como crime de abuso de confiança fiscal a falta de
entrega de prestação tributária superior a € 7 500. Deixa de constituir causa de extinção do
procedimento criminal a prestação tributária de montante não superior a € 2000 paga com juros e
coima mínima (RGIT, art. 105º).
8. INCENTIVOS À REABILITAÇÃO URBANA E AO ARRENDAMENTO HABITACIONAL. O
quadro de inventivos à reabilitação urbana, anteriormente definido no artigo 82º da Lei nº 67-
A/2997, de 31 de Dezembro, foi reformulado, ficando a constar do artigo 71º do EBF. Por outro
lado, foi criado um regime específico de incentivos aplicável a fundos e sociedades de
investimento imobiliário para arrendamento habitacional. Referem-se, a seguir, os elementos
essenciais de um e de outro.
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8.1. Incentivos à reabilitação urbana. Os incentivos à reabilitação urbana, que adiante se
referem, são aplicáveis aos imóveis reabilitados entre 1 de Janeiro de 2008 e 31 de Dezembro
de 2020.
8.1.1. Fundos de investimento imobiliário. Os fundos de investimento imobiliário que
constituídos entre 1 de Janeiro de 2008 e 31 de Dezembro de 2012, beneficiam de isenção de
IRC, desde que pelo menos 75% dos seus activos seja imóveis destinados a reabilitação urbana.
Os rendimentos das unidades de participação nestes fundos são sujeitos a retenção na fonte à
taxa de 10% ou não sujeitos a retenção quando os titulares sejam entidades isentas quanto a
rendimentos de capitais ou não residentes, com exclusão, de entre estes, dos que residam em
“paraísos fiscais” ou sejam detidos em mais de 25% por entidades residentes em território
português (EBF, art. 71º, n.ºs 1 e 3).
8.1.2. Mais-valias. As mais-valias auferidas por sujeitos passivos de IRS residentes em território
português, quando decorrentes da alienação de imóveis situados em áreas de reabilitação
urbanas, sem prejuízo de opção por englobamento, são tributados à taxa autónoma de 5% (EBF,
art. 71º nº5).
8.1.3. Rendimentos prediais. Os rendimentos prediais auferidos por sujeitos passivos de IRS
residentes em território português, sem prejuízo de opção pelo englobamento, são tributados à
taxa de 5%, quando inteiramente decorrentes do arrendamento de:
- Imóveis situados em áreas de reabilitação urbana recuperados nos termos das
respectivas estratégias de reabilitação;
- Imóveis arrendamentos passíveis de actualização faseada das rendas nos termos do
Novo Regime do Arrendamento Urbano.
8.1.4. Dedução à colecta. São dedutíveis à colecta do IRS, até ao limite de € 500, 30% dos
encargos suportados pelos proprietários relacionados com a reabilitação de prédios que se
encontrem nas condições referidas no ponto anterior, desde que devidamente comprovados
(EBF, art. 71º, n.ºs 4 e 17)
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8.1.5. Os prédios urbanos objecto de acções de reabilitação beneficiam de isenção de IMI por
um período de 5 anos, a contar, inclusive, da conclusão da reabilitação. Esta isenção pode ser
prorrogada por um período adicional de 5 anos (EBF, art. 71º, nº 7). Beneficiam de isenção de IMT as aquisições de prédio urbano, ou de fracção autónoma, destinado exclusivamente a
habitação própria permanente, na primeira transmissão de prédio reabilitado quando localizado
em área de reabilitação urbana (EBF, art. 71º, nº 8).
Estas isenções dependem de deliberação da assembleia municipal respectiva (EBF, art. 71º, nº
19)
8.2. Fundos e Sociedades de Investimento Imobiliário para Arrendamento Habitacional. O
regime especial aplicável aos fundos de investimento para arrendamento habitacional (FIIAH) e
às sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional (SIIAH) é aplicável
entre 1 de Janeiro de 2009 e 31 de Dezembro de 2020. Deste regime, que consta dos artigos
102º e 103º da Lei nº 64-A/2008, referem-se, em linhas gerais, os seguintes aspectos tributários:
8.2.1. Os Fundos e sociedades de investimento imobiliário, desde que constituídos entre 1 de
Janeiro de 2009 e 31 de Dezembro de 2013, beneficiam de isenção de IRC, até 31 de Dezembro
de 2020 (Art. 8º, nº 1 do Regime aprovado pela Lei nº 64-A/2008). Estas entidades beneficiam de
isenção do IMT e do IMI relativamente aos imóveis que integrem o seu património, nos termos do
respectivo regime legal. As operações relativas aos referidos imóveis são isentas de imposto do
selo.
8.2.2. Os rendimentos distribuídos pelos FIIAH e pelas SIIAH são isentos de IRS ou de IRC.
8.2.3. São isentas de IRS as mais-valias resultantes da transmissão onerosa de imóveis
destinados a habitação própria a favor dos fundos/sociedades, desde que aquela ocorra por
força da conversão do direito de propriedade desses imóveis num direito ao arrendamento.
São dedutíveis à colecta, dentro dos limites previstos na alínea c) do nº 1 do artigo 85º do Código
do IRS, as rendas suportadas pelos arrendatários em resultado da conversão do direito de
propriedade num direito de arrendamento.
Leonel Corvelo de Freitas
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