Nutrição em Saúde Pública FOCO: Promoção da saúdeFOCO: Promoção da saúde
COMPETÊNCIAS• enfoque epidemiológico (principais problemas)
• análise global (política pública): local, até nacional
• intervenção: não-medicamentosa e medicamentosa
• trabalho em equipe (visão multi e inter-profissional)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS• Avaliação nutricional (diagnóstico e causas)
• Guia alimentar brasileiro
• Fundamentos de intervenção populacional
• PNAN e SISAN
•Conferência Nacional de SANS
Principais problemas nutricionais do Brasil
•Desnutrição energético-proteica
•Obesidade
•Anemia ferropriva
•Hipovitaminose A
•Dislipidemias
•Deficiência de cálcio
•Síndrome metabólica
INDICADORES DIRETOS
-Sinais clínicos
-Antropometria
-Testes laboratoriais
Bioquímicos
Hematológicos
Parasitológicos
-Métodos biofísicos
Performance física
Adaptação noturna
-Imunidade
-Dieta
INDICADORES INDIRETOS(Estatística Vital)
-Morbidade
-Mortalidade
-Estatísticas de Serviços de Saúde
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (Jelliffe & Jelliffe, 1989)
FATORES ECOLÓGICOS
Sócio-econômicos
Alimentos
Saneamento
Prioridades políticas
Fatores culturais
Demografia
Influências geogr. e climáticas
Desnutrição energético-proteica•DESCRITORES
• grande custo social.
•55% das mortes são ligadas à
DEP.
•Aumento no agravamento de
outras doenças.
•Prolongamento no tempo de
internação.
•Aumento da seqüela no
desenvolvimento mental
•CAUSAS•Desigualdade na distribuição de renda, o que contribui para a pobreza (Más condições de vida)
•Má educação alimentar.
•Falha na política alimentar.
•Hábitos alimentares inadequados.
•Baixa aderência ao aleitamento materno.
•Dificuldade de acesso ao sistema de saúde (Doenças)
•Fraco vínculo mãe-filho.
•Falta de condições higiênicas (saneamento).
•Desinformação (ignorância)
1. Sedentarismo.
2. Ansiedade/depressão.
3. Hábitos alimentares não saudáveis.
4. Baixa ingestão de fibras. Fast food.
5. Encarecimento de alimento de qualidade, e barateamento dos industrializados.
6. Cultura popular ainda preserva tradições e práticas alimentares errôneas.
7. Dieta monótona e hipercalórica (alta ingestão de gorduras e HC refinados).
8. Falta de acesso a uma educação alimentar saudável.
9. Estilo de vida moderno ( vidro elétrico, elevador, controle remoto).
10. Fatores genéticos.
11. História familiar.
12. Hábitos culturais.
13. Distúrbios endócrinos (metabólicos)
14. Uso de corticóides.
•Doenças cardiovasculares - principal causa de morte no país 34%•Marginalização social•Diabetes mellitus – alta co-existência•Aumente da incidência em crianças e adolescentes•Obesidade e enfermidades crônicas associadas à alimentação, principalmente nos grupos sócio-econômicos mais baixos, alcança proporções da ordem de 50%•Na população brasileira a obesidade está se tornando mais freqüente do que a desnutrição infantil•1989: 24,6% sobrepeso e 8,3% obesos (IMC)•Correlação com risco à saúde quando IMC>30kg/m² e maior concentração de gordura no abdome•Situação epidemiológica nova/transição nutricional
CausasDescritoresOBESIDADE
Fonte: Ministério da Saúde, 2004 (Leonor Pacheco)
Prevalência segundo área e gênero. ISA-SP 2002
10,7
13,5
10,9 11,2
16,2 16,5
1314,4
02
468
101214
1618
Gde SP Butantã Botucatu Campinas
Masc Fem
Retrato do Brasil: “pesquisa
realizada pelo IBGE (POF
2002-2003) em conjunto com o
Ministério da Saúde apontou
que só 4% da população
apresenta déficit de peso e
40,6% dos brasileiros estão
acima do peso” (Folha de São
Paulo – 17/12/2004).
OBESIDADE (ADULTOS) 10%
•Em Botucatu, temos
cerca de 80.000
habitantes acima de
15 anos de idade, e
portanto:
•32.480 acima do peso
•8.000 obesos (ou
12.000 segundo
estudo ISA-SP)
An evaluation of treatment outcomes in relation to the natural history of obesity and the degrees of weight loss that can be achieved. [Adapted with permission from S. Rossner. In: Obesity, p. 712, 1992 . Fonte: Bray & Greenway, 1999.
Característica do risco e manejo da obesidadeRisco IMC Manejo Profissionais
Peso saudável
18-24,9 Alimentação saudável.
Ativ física regular.
Auto-regulação e
educação em saúde.
Moderado 25-29,9 Idem + dieta. Farmacoterapia se
houver co-morbidades
Idem + médicos e
nutricionistas.
Alto 30-34,9 Idem + terapia farmacológica. Idem + Ciências do
comportamento.
Muito alto 35-39,9 Idem + possibilidade de cirurgia. Idem + cirurgião.
Extremo 40 e + Idem + cirurgia. Idem.
Consenso Latino-americano em Obesidade
Programa LEARN para controle de peso
(Brownell & Kramer, 1989)
L = life: técnicas de estilo de vida
E = exercise: técnicas de exercícios
A = atittude: técnicas de atitudes
R = relation: técnicas de relacionamento
N = nutrition: técnicas de nutrição
Alguns centros utilizam como preparo pré-operatório um balão intra-gástrico (balão de silicone dentro do estômago, através de endoscopia digestiva). O objetivo da utilização do balão é fazer com que o paciente perca peso antes da realização da cirurgia, reduzindo os riscos durante e após a operação.
Gastroplastia com Derivação Gastrojejunal (Cirurgia de Capella): restrição do tamanho do estômago para um volume menor que 30 ml, colocação de um anel de contenção na saída do compartimento formado (orifício menor que 1,5 cm) e conexão direta com uma alça intestinal. É hoje a técnica mais utilizada, pois apresenta ótimos resultados a longo prazo e baixo índice de complicações. Esta combinação, além de restringir drasticamente a capacidade do estômago, faz também que o indivíduo apresente diarréia se tentar ingerir alimentos hipercalóricos, já que estes vão imediatamente cair no intestino delgado.
Tipos celulares e tipos de fibras do tecido conjuntivo
frouxo.
Fonte: Gartner and Hiatt. Tratado de histologia em
cores, 1999.
Deficiência de ferro
•DESCRITORES•Maior problema nutricional do
país.
•Anemias: 30% das gestantes e
50% das crianças.
•Maior incidência em mulheres no
período fértil.
•Alto índice de anemia em
crianças menores de 2 anos.
•Em São Paulo, nos últimos 22
anos, duplicou a taxa de crianças
anêmicas.
•CAUSAS•Desigualdade social (pobreza).
•Baixa adesão ao aleitamento materno.
•Crescimento rápido no 1º ano de vida X
falta de suplementação de ferro.
•Dieta vegetariana.
•Dieta inadequada.
•Má educação alimentar (pais
desinformados)
•Falta de informação sobre produtos c/
ferro de alta biodisponibilidade.
•Parasitoses.
Fonte: Ministério da Saúde, 2004 (Leonor Pacheco)
Deficiência de Vitamina A
DVA não é somente causadora de cegueira infantil em países em
desenvolvimento, ela contribui a nível subclínico para aumentar a
morbi mortalidade da população infantil através de infecções, e
pode ser um fator contributivo para anemia.
No Brasil, a deficiência de vitamina A foi registrada em grupos
populacionais de vários estados brasileiros .
Em Botucatu, estudo de gestantes das unidades básicas de
saúde detectou 58% com ingestão inadequada e 18% com retinol
sérico menor que 20 g/dl. Outro estudo encontrou níveis baixos
de vitamina A no leite em 25 % de uma amostra de 126 nutrizes.
Deficiência de Vitamina A no mundo atual (2000)
Magnitude do problema
Estima-se que 250 milhões de crianças no mundo sejam deficientes de vitamina
A e que de 250000 a 500000 crianças ao ano tornem-se cegas em decorrência
da carência. A suplementação de vitamina A é capaz de reduzir o risco de morte
de crianças de 6 a 59 meses em 22 a 30%.
A informação sobre DVA no Brasil provém de inquéritos nutricionais em
diversas regiões e grupos populacionais. Os dados dos últimos 20 anos indicam
que essa deficiência é um problema de magnitude de saúde pública em todo o
país. Os inquéritos bioquímicos disponíveis, apesar de não apresentarem
abrangência nacional, confirmam que a DVA é problema de saúde pública nos
estados de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia,
Amazonas e Rio de Janeiro.
Três estratégias são habitualmente empregadas na prevenção da DVA
•Incentivo ao consumo de alimentos ricos em vitamina A e pró-vitamina A
• administração periódica de megadoses de vitamina A
•adição de vitamina A a um ou mais alimentos de consumo massivo pela população
O Vitamina A Mais – Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A é
um programa do Ministério da Saúde que busca reduzir e controlar a DVA em crianças
de 6 a 59 meses de idade e mulheres no pós-parto imediato residentes em regiões
consideradas de risco.
No Brasil, são consideradas áreas de risco a região Nordeste, o estado de Minas
Gerais (região norte, Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucurici) e o Vale do Ribeira,
em São Paulo.
Entre as medidas de prevenção da DVA, destacam-se:
•promoção do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e complementar até 2
anos de idade, pelo menos;
• garantia de suplementação periódica e regular às crianças de 6 a 59 meses de idade
com doses maciças de vitamina A distribuídas pelo Ministério da Saúde;
•garantia de suplementação com megadoses de vitamina A para puérperas no pós-
parto imediato, antes da alta hospitalar;
•promoção da alimentação saudável, assegurando informações para incentivar o
consumo de alimentos ricos em vitamina A pela população.
ATEROSCLEROSE
Atualmente é enfocada como processo inflamatório crônico e
fibroproliferativo e que desencadeia eventos clínicos em função de
acidentes da placa aterosclerótica.
É resultante da interação de vários processos envolvendo injúria endotelial
(lesão e/ou disfunção) e resposta inflamatória, influências genéticas e
hemodinâmicas, e resposta reparadora da parede arterial associada à
hiperlipoproteinemia ou dislipidemia.
Atinge 10% da população mundial, sendo responsável por 95% das
coronariopatias, 85% da claudicação intermitente dos MMII e 75% dos
acidentes vasculares encefálicos.
2000-2010: The Bone and Joint Decade
A artrite é a condição crônica mais referida pelos idosos, atingindo 1 de
cada 8 americanos de todas as idades e quase 50% daqueles acima de 60
anos. Atualmente é uma causa de limitação mais freqüente que doença
cardíaca, câncer ou diabetes.
A cada ano quase 1,3 milhões de fraturas, incluindo 500.000 fraturas de
vértebras, são atribuídas à osteoporose. Estima-se que metade das
mulheres americanas acima dos 50 anos venham a ter uma fratura-
osteoporose-relacionada em suas vidas.
Fonte: Weinstein, Stuart L. Journal of Bone and Joint Surgery, 2000; 82-A(1): 1-3.
Deficiência de cálcio e osteoporose
Estudos recentes realizados no Brasil revelam inadequação na ingestão de Cálcio em
40% da população acima de 20 anos, sendo já alarmante desde a adolescência.
Bones are living organs• Calcium is deposited and withdrawn
from bones daily.
• Bones build to about age 30.
• We need to build up a healthy bone account while young and continue to make deposits with age.
• After mid-30’s, you begin to slowly lose bone mass. Women lose bone mass faster after menopause, but it happens to men too.
• Bones can weaken early in life without a healthy diet and the right kinds of physical activity.
Source: The 2004 Surgeon General’s Report on Bone Health and Osteoporosis: What It Means to You at http://www.surgeongeneral.gov/library/bonehealth
Risk factorsRisk factors
If you have any of these “red flags,” you could be at high risk for weak bones. Talk to your health care professional.
Source: The 2004 Surgeon General’s Report on Bone Health and Osteoporosis: What It Means to You at http://www.surgeongeneral.gov/library/bonehealth
I’m older than 65
I’ve broken a bone after age 50
My close relative has osteoporosis or .has broken a bone
My health is “fair” or “poor”
I smoke
I am underweight for my height
1
I started menopause before age 45
I've never gotten enough calcium
I have more than two drinks of alcohol .several times a week
I have poor vision, even with glasses
I sometimes fall
I'm not active
2
I have one of these medical conditions: Hyperthyroidism Chronic lung disease Cancer Inflammatory bowel disease Chronic liver or kidney disease Hyperparathyroidism Vitamin D deficiency Cushing's disease Multiple sclerosis Rheumatoid arthritis
3
I take one of these medicines: Oral glucocorticoids (steroids) Cancer treatments (radiation, chemotherapy) Thyroid medicine Antiepileptic medications Gonadal hormone suppression Immunosuppressive agents
4
Numa série de 2264 casos, com idades variando
entre 4 anos e 93 anos, avaliada na cidade do
Rio de Janeiro (Pozzan, 2002), observou-se que
21,2% da população apresentava critérios para a
síndrome metabólica, havendo um aumento
progressivo com o incremento da idade. Até os
30 anos, a prevalência não ultrapassava 10%,
porém atingia mais de 30% quando se analisava
o grupo com idade entre 51 e 70 anos.
Degree of public health significance of iodine nutrition based on median urinary iodine. Food Nutr Bull 2008; 29: 195-202.