E.E. Prof.ª Irene Dias Ribeiro
O Evangelho Segundo Jesus Cristo
Autor: José Saramago
Fernanda Cristina de Oliveira Gallante
Leandro Fernandes da Silva
Marcelo Henrique Barbosa Baptista
Vinicius Felipe da Silva Melo
3ªD - 2011
Biografia
José de Souza Saramago
Nasceu em 16/11/ 1922, em Azinhaga, Golegã,
Portugal.
Mudou-se para Lisboa.
Era autodidata e exerceu varias profissões.
Trabalhou em conceituados noticiários, como o
Diário de Lisboa. Foi diretor do Diário de Notícias.
Alcança notoriedade com o livro Levantado do chão, em
1980.
Teve o livro Evangelho Segundo Jesus Cristo censurado
pelo governo português.
Ganhou premio Nobel.
Faleceu no dia 18 de junho de 2010, aos 87 anos,
vitima de leucemia crônica.
Escreveu vários romances:
O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984)
A Jangada de Pedra (1986)
O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991)
Ensaio sobre a Cegueira (1995)
Todos os Nomes (1997)
O Homem Duplicado (2002)
Resumo
O Evangelho Segundo Jesus Cristo - José Saramago (resumo)
José e Maria acabam fazendo sexo e assim a pureza da “Virgem” é abalada. Maria
encontra na rua um mendigo, alto e misterioso que lhe entrega uma tigela, colocando
antes terra nela, dizendo: “Que o Senhor te abençoe, mulher, e te dê todos os filhos
que a teu marido te aprouver.” No momento em que a recebe, Maria observa que a
tigela tem um brilho incomum, embora seja feita de barro. Maria chega em casa conta
o sucedido no encontro com o mendigo e revela que está grávida.
No nascimento de Jesus temos a reinterpretação do episódio dos três reis magos. O
menino Jesus tem um choro sofrido e surgem três pastores, o primeiro trouxe leite, o
segundo trouxe queijo e o terceiro, que Maria parece reconhecer como sendo o
misterioso mendigo, trás pão e diz: “Com estas minhas mãos amassei este pão que
trago, com o fogo que só dentro da terra há o cozi.”
Na infância Jesus cresce rodeado de vários irmãos e irmãs. Quando Jesus atinge a
adolescência seu pai, José, morre crucificado. Quando Herodes mandou matar os
meninos que nascessem em Belém, mais ou menos na época em que Jesus nascera;
José, sabendo do perigo que sua esposa e seu vindouro filho corriam, fugiu para que
Jesus nascesse num lugar afastado do alcance dos soldados de Herodes. Na pressa
com que fugira levando Maria, sequer avisara os outros camponeses, depois disso,
José passou a se sentir culpado pela morte daquelas crianças, pelo pecado da
omissão. Assim, quando soldados romanos o prendem por engano e o levam ao
martírio não sente vontade de defender-se.
Na juventude, Jesus conhece o amor por meio de Maria de Magdala (Madalena). Os dois
se amam. Surgem os milagres de Jesus: O milagre do vinho (numa “festa de arromba” o
vinho acaba, os convidados reclamam e Jesus opera o milagre da transformação da água
em vinho), o milagre dos pães (dividiu um único pão entre vários mendigos que não
conseguiam fazê-lo). Quando Jesus vai morar numa aldeia de pescadores, observa-se
que quando Jesus entra no barco os peixes se lançam para dentro, assim, a cada dia,
Jesus vai com um dos pescadores, de modo que todos tenham sua boa pescaria.
Certa vez, num dia de muito nevoeiro, Jesus parte sozinho para o mar. Mais adiante o
nevoeiro se dissipa e Jesus e numa “roda maior de luz, a barca pára, é o centro do mar.
Sentado no banco da popa, está Deus.”
Deus revela a Jesus sua descendência divina, e a seguir Deus explica o motivo que o
levou a ter um filho: para que sua glória aumentasse entre os homens, pois passados
quatro mil anos, Deus era deus apenas para um pequeno povo “que vive numa diminuta
parte do mundo”. Deus, pois, tem um plano para o seu filho, que levará o conhecimento
de sua figura para todos os outros povos. E, por fim, revela que o papel que Jesus tem
nesse plano é o de mártir: “E qual foi o papel que me destinaste no teu plano? O de mártir,
meu filho, o de vítima, que é o que melhor há para fazer espalhar uma crença e afervorar
uma fé.”
Jesus pergunta se outras pessoas terão que morrer para que a fé se propague, Deus
confirma que sim e durante vários parágrafos e páginas segue-se uma lista dos
martirizados durante os séculos que se seguiram até a expansão e o domínio do
Cristianismo. Explica também os modos com que muitos serão martirizados (fogueira,
decapitação, enforcamento, cravados com flechas, a pedradas, esquartejados, etc.). Deus
ainda fala das guerras religiosas, das Cruzadas, da Inquisição.
Jesus, diante de tal revelação de mortandade, recusa o seu papel no plano, mas Deus
reafirma o seu destino. Próximo a Jesus está o Diabo, que diz: “É preciso ser Deus para
gostar tanto de sangue”.
O Diabo, que não era ninguém menos do que aquele mendigo misterioso, ainda oferece
a Deus o seu perdão e voltar a ser um de seus arcanjos diletos, mas Deus recusa
afirmando que a bondade só existe em oposição à maldade e que Deus só será
adorado porque existe um Diabo a ser temido.
Jesus e o Diabo voltam na mesma barca. Antes, ao entrarem, o Diabo fala que há uma
coisa no alforje de Jesus que pertence ao Diabo, mas que um dia voltará ao poder de
Jesus. Ao olhar no seu alforje, Jesus encontra a velha tigela de barro.
Após quarenta dias Jesus retorna para a aldeia dos pescadores, pronto para cumprir o
seu destino. O milagre de Lázaro, a traição de Judas e a negação de Pedro são
apresentados numa nova versão que dessacraliza esses episódios.
Jesus é crucificado, e já desfalecendo após o momento em que um soldado que lhe dá
vinagre numa esponja para que beba e diminua seu sofrimento, morre sem ver que aos
pés da cruz estava a tigela que servia agora para recolher o sangue que escorria da
cruz.
Personagens
Jesus: Protagonista e salvador da humanidade. É uma
Pessoa humilde, honesta e tem ideias fixas.
Maria: Virgem que perdeu a santidade por fazer sexo.
É a mãe de Jesus. Muitas vezes a personagem censura
Jesus, mesmo sendo inferior a ele por ser uma mulher.
José: Pai de Jesus. Homem batalhador que morre por
tentar salvar o amigo
Deus: Figura divina e bondosa, porém se apresenta
como um ser ambicioso por conquistas.
Diabo: Figura sobrenatural, maligna e tem muita lábia,
quase consegue confundir Deus.
Maria Madalena: Prostituta, perdoada por seus pecados
pelo próprio Jesus que era seu marido.
Discípulos: Apoio de Jesus na propagação do evangelho
e da missão dada por Deus a Jesus.
Enredo
O livro conta uma história humanizada da vida de
Jesus e alude a uma sua eventual relação com Maria
Madalena. Ao adotar essa perspectiva, de
humanização de Cristo, distante da representação
tradicional do Evangelho e evidenciando o seu
caráter frágil e vulnerável Saramago põe de lado
todo o sofrimento de Cristo e que, "no fundo”, o
problema não é um Deus que não existe, mas a
religião que o proclama.
TempoCronológico e Psicológico:
Cronológico :
Jesus na infância:
“Quando chegou aos cinco anos, o filho de José
começou a ir à escola. Todas as manhãs, logo ao
nascer do dia, a mãe levava-o ao encarregado da
sinagoga, que, sendo os estudos do nível elementar,
bastava para o efeito, e era ali, na própria sinagoga,
feita sala de aula, que ele e os outros rapazinhos de
Nazaré, até aos dez anos, realizavam a sentença do
sábio...”
Jesus na adolescência:
“Jesus lançou-se para o chão, a chorar, Os inocentes,
os inocentes, dizia ele, parece incrível que um
simples rapaz de treze anos, idade em que o egoísmo
facilmente se explica e desculpa, possa ter sofrido tão
forte abalo por causa duma notícia que, se tivermos
em conta o que sabemos do nosso mundo
contemporâneo, deixaria indiferente a maior parte da
gente.”
Jesus na fase adulta:
“E eis que, enfim, ia Jesus nos seus vinte e cinco
anos, pareceu que o universo todo começou de
súbito a mover-se, novos sinais se sucederam, uns
atrás dos outros, como se alguém, com repentina
pressa, pretendesse reaver um tempo que houvesse
malgastado.”
Psicológico :
“Mil vezes a experiência tem demonstrado, mesmo em
pessoas não particularmente dadas à reflexão, que a
melhor maneira de chegar a uma boa ideia é ir
deixando discorrer o pensamento ao sabor dos seus
próprios acasos e inclinações, mas vigiando-o com
uma atenção que convém parecer distraída, como se
se estivesse a pensar noutra coisa, e de repente salta-
se em cima do desprevenido achado como um tigre
sobre a presa”
EspaçoNo antigo Oriente Médio, a história se passa em cidades
que estão hoje dentro das fronteiras da Jordânia, de
Israel e da Autoridade Nacional Palestina (ANP)
“... fora em peregrinação a Jerusalém descera até
Belém...”
“... o deserto de Judeia queimava e requeimava a
antiquíssima cicatriz duma terra...”
“...João nunca se demorava muitos dias num mesmo
lugar, mas que o mais provável, em todos os casos, seria
encontrá-lo batizando nas margens do Jordão, desceram
dos altos de Betânia para o sítio de Betabara, que está à
beira do Mar Morto, com a ideia de irem depois subindo o
rio, sempre, até ao Mar da Galileia...”
Foco Narrativo
Terceira pessoa, narrador onisciente e vários
flashbacks durante história.
EstiloO autor possui um grande senso crítico da sociedade,
e muitas vezes faz uso de ironias:
“O filho de José e de Maria nasceu como todos os
filhos dos homens, sujo de sangue de sua mãe,
viscoso das suas mucosidades e sofrendo em
silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará
por esse mesmo e único motivo”.
Ausência de pontuações e marcações nos diálogos:
“Aproximou-se o pastor e disse, Com estas minhas
mãos trabalhei o leite e fabriquei o queijo”.
O estilo da escrita de José Saramago muitas vezes
subverte a estrutura da língua portuguesa, atitude
raramente valorizada pelos professores quando
manifestada pelos alunos.
José Saramago “A escola deveria ensinar a ouvir. Cabe
a ela ensinar o aluno a escrever corretamente e também
explicar por que as regras são assim, e não de outra
maneira. Mas a escola não será o lugar onde se
subverte e revoluciona a estrutura da língua. Essa tarefa
pertence aos escritores, se estes consideram que têm
motivos para o fazer.”
VerossimilhançaAcontecimentos bíblicos (com algumas alterações).
Bodas de Canaã
“Enchei de água aquelas talhas, eram seis talhas
De pedra que serviam para a purificação, e eles
encheram-na até em cima...Então Jesus verteu em
cada talha uma parte do vinho que tinha no copo...”
A crucificação de Cristo
“...puseram-lhe os braços abertos sobre o patíbulo, e
quando o primeiro cravo, sob a bruta pancada do
martelo lhe perfurou o pulso pelo intervalo entre os dois
ossos...”
Inquisições e Cruzadas
“...esses exércitos são as cruzadas, Assim é, E
conquistaram o que queriam, Não, Mas mataram muita
gente, E os das cruzadas morreram outros tantos, se
não Mais...”
“...A inquisição, também chamada Tribunal do Santo
Ofício, é o mal necessário, O instrumento crudelíssimo
com que debelaremos a infecção que um dia, e por
longo tempo, se instalará no corpo da tua Igreja...”
Inferiorização da mulher
"...José em casa, era isto pela hora do sol-pôr, e estava
comendo seu jantar, sentado no chão e metendo a mão
no prato como então era geral costume, e Maria, de pé,
esperava que ele acabasse para depois ela comer, e
ambos calados, um porque não tinha nada que dizer,
outro porque não sabia como dizer o que tinha em
mente, aconteceu vir bater à cancela do pátio um pobre
desses de pedir,..."
Movimento Literário
Modernismo e Pós - Modernismo
O livro faz denuncia a realidade do homem e é uma
inovação filosófica.
Conclusões e críticasPor fim, concluímos que a obra é muito chocante
principalmente para os cristão que se magoam com as
palavras usadas por Saramago para contar a sua
versão da bíblia. Porém o foco de Saramago não é
envolver Deus, mas sim fazer uma crítica a maneira
como a sociedade se comporta nos dias atuais.
O livro deixa mensagens subliminares no pensamento
dos leitores, como o papel do diabo, que, seria o de
marketing, utilizado pelas Igrejas sensacionalistas. Ele
insere-se na competição religiosa, afinal trata-se de um
mercado, e sua figura é explorada para ganhar
adeptos.
Referências Bibliográficas:
www.colegioweb.com.br
www.portalsaofrancisco.com.br
www.educacao.uol.com.br
www.wikipedia.org
revistaescola.abril.com.br