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Porto Alegre – Novembro de 2004

O SERO SERO SERO SERO SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃOVIDOR PÚBLICO NA VISÃOVIDOR PÚBLICO NA VISÃOVIDOR PÚBLICO NA VISÃOVIDOR PÚBLICO NA VISÃO

DO TRIBUNAL DE JUSTIÇADO TRIBUNAL DE JUSTIÇADO TRIBUNAL DE JUSTIÇADO TRIBUNAL DE JUSTIÇADO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DO ESTDO ESTDO ESTDO ESTDO ESTADO DO RIO GRADO DO RIO GRADO DO RIO GRADO DO RIO GRADO DO RIO GRANDE DO SULANDE DO SULANDE DO SULANDE DO SULANDE DO SUL

Des. WDes. WDes. WDes. WDes. Wellington Pellington Pellington Pellington Pellington Pacheco Baracheco Baracheco Baracheco Baracheco Barrosrosrosrosros

Coordenador: Desembargador Wellington Pacheco Barros

Colaboradores:

Cristina Lederhos Marcolino – Secretária Administrativa

Angela Maria Braga Knorr – Revisora

Ana Paula Russomano Braun – Estagiária/Pesquisadora

Capa: Juliano Verardi (DAG-TJ)

Editoração e Impressão: Departamento de Artes Gráficas do TJRS

Catalogação na fonte elaborada pela Biblioteca do TJRS

S491 O servidor público na visão do Tribunal de Justiça do Estado doRio Grande do Sul / [coordenador-geral] Wellington PachecoBarros – Porto Alegre : Tribunal de Justiça do Rio Grande doSul, Departamento de Artes Gráficas, 2004.320 p.

Responsabilidade editorial : Tribunal de Justiça do Estadodo Rio Grande do Sul, Centro de Estudos.

1. Servidor Público – Jurisprudência 2. Tribunal de Justiça –Rio Grande do Sul – Jurisprudência – Servidor Público I. Barros,Welligton Pacheco

CDU 35.08(094.9)

Obs.: Os acórdãos e a legislação pertinentes são cópias fiéis.

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................... 17

CAPÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES .............................................................. 191.1 MAGISTÉRIO MUNICIPAL – AVANÇOS – ESTATUTO – UTILIZAÇÃO .......... 191.2 DESVIO DE FUNÇÃO – CRIAÇÃO DE CARGO – COMPETÊNCIA ................ 201.3 INSPEÇÃO MÉDICA – MOLÉSTIA – JUROS MORATÓRIOS ......................... 20

CAPÍTULO II – DOS REQUISITOS BÁSICOS ........................................................................... 212.1 CONCURSO PÚBLICO – MONITOR DA FASE – REQUISITO ........................ 212.2 CONCURSO PÚBLICO – REQUISITO – EDITAL ............................................ 212.3 CONCURSO PÚBLICO – REQUISITO – COMPROVAÇÃO – POSSE............ 222.4 CONCURSO PÚBLICO – SERVIDOR DE ESCOLA – IDADE MÍNIMA – LIMI-

NAR DEFERIDA ............................................................................................... 222.5 CONCURSO PÚBLICO – LAUDOS PSICOLÓGICO E PSIQUIÁTRICO – IN-

VESTIDURA NO CARGO ................................................................................. 232.6 OUTROS REQUISITOS – ESTADO TEM LIBERDADE PARA ESTABELECÊ-

-LOS.................................................................................................................. 232.6.1 CONCURSO PÚBLICO – REQUISITOS – CONCLUSÃO DE CURSO APÓS

INSCRIÇÕES .................................................................................................... 23

CAPÍTULO III – DO PROVIMENTO ............................................................................................ 253.1 NOMEAÇÃO ..................................................................................................... 253.1.1 SERVIDOR PÚBLICO – NOMEAÇÃO INTERINA – QUADRO DE CARREIRA –

ADMISSIBILIDADE ........................................................................................... 253.1.2 IMPROBIDADE – DIREITOS – CARGO EM COMISSÃO – NOMEAÇÃO –

PRINCÍPIOS ..................................................................................................... 263.2 READAPTAÇÃO ............................................................................................... 273.2.1 APOSENTADORIA – LIMITAÇÕES FÍSICAS – READAPTAÇÃO .................... 273.2.2 APOSENTADORIA – DOENÇA GRAVE SUPERVENIENTE – READAPTAÇÃO ... 273.2.3 READAPTAÇÃO “EX OFFICIO” – REGIME JURÍDICO – ADMISSIBILIDADE ...... 283.2.4 READAPTAÇÃO – FALTAS JUSTIFICADAS – AGENTES QUÍMICOS ........... 283.2.5 READAPTAÇÃO – DIREITO – VENCIMENTO – CARGA HORÁRIA ............... 283.2.6 READAPTAÇÃO – DIREITOS – VANTAGENS – CARGO ............................... 293.2.7 READAPTAÇÃO – LICENÇA-SAÚDE NÃO PRORROGADA – LAUDO .......... 293.2.8 READAPTAÇÃO – ALCOOLISMO – LAUDO – PROVA ................................... 30

3.2.9 READAPTAÇÃO – LEGALIDADE – LAUDO .................................................... 303.3 REINTEGRAÇÃO ............................................................................................. 303.3.1 REINTEGRAÇÃO – ATO ADMINISTRATIVO – LEGALIDADE – PREJUÍZOS 303.3.2 DEMISSÃO – ATO ADMINISTRATIVO – VENCIMENTOS – DANO – PROVA 303.3.3 EXONERAÇÃO – CARGO EM COMISSÃO – LICENÇA – INDENIZAÇÃO ..... 313.3.4 EXONERAÇÃO – CARGO EM COMISSÃO – ATO ADMINISTRATIVO – REIN-

TEGRAÇÃO – AFASTAMENTO ....................................................................... 313.3.5 EXONERAÇÃO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – REINTEGRAÇÃO – CARGOS 313.4 DISPONIBILIDADE E APROVEITAMENTO ..................................................... 323.4.1 EXONERAÇÃO – EXTINÇÃO DO CARGO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – APRO-

VEITAMENTO ................................................................................................... 323.4.2 SERVIDOR ESTÁVEL – CARGO – DISPONIBILIDADE REMUNERADA – LEI

CAMATA ............................................................................................................ 323.4.3 SERVIDOR ESTÁVEL – EXTINÇÃO DO CARGO – DISPONIBILIDADE – RE-

MUNERAÇÃO PROPORCIONAL ..................................................................... 323.4.4 SERVIDOR PÚBLICO – DISPONIBILIDADE – ATO ILEGAL ........................... 333.4.5 SERVIDOR ESTÁVEL – EXTINÇÃO DE CARGO – APROVEITAMENTO OU

DISPONIBILIDADE REMUNERADA PROPORCIONALMENTE ...................... 333.5 RECONDUÇÃO ................................................................................................ 343.5.1 SERVIDOR MUNICIPAL – DESVIO DE FUNÇÃO – HORAS EXTRAS – CON-

VOCAÇÃO ........................................................................................................ 343.5.2 EXONERAÇÃO – ESTÁGIO PROBATÓRIO FEDERAL – RECONDUÇÃO –

DIREITO LÍQUIDO E CERTO ........................................................................... 343.6 REVERSÃO ...................................................................................................... 353.6.1 SERVIDOR – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDOS – READAPTA-

ÇÃO – REVERSÃO .......................................................................................... 353.6.2 APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – REVERSÃO – TEMPO DE AFASTAMEN-

TO – REGIME JURÍDICO ................................................................................. 363.6.3 APOSENTADORIA – REVERSÃO – LEGALIDADE DO ATO ........................... 363.6.4 APOSENTADORIA – TEMPO FICTO – REVERSÃO – VENCIMENTOS ......... 37

CAPÍTULO IV – DO CONCURSO PÚBLICO ............................................................................. 394.1 EDITAL .............................................................................................................. 394.1.1 MATÉRIA – EDITAL – PROVA – NULIDADE – RECLASSIFICAÇÃO HONO-

RÁRIOS ............................................................................................................ 394.1.2 CONCURSO PÚBLICO – EDITAL – NULIDADE – REQUISITOS .................... 394.2 CONCURSO PÚBLICO – TÍTULOS – EDITAL – PRINCÍPIOS ........................ 404.2.1 CONCURSO PÚBLICO – TÍTULOS – PRAZO – PRINCÍPIOS ........................ 404.2.2 CONCURSO PÚBLICO – TÍTULOS – CERTIFICADOS – EDITAL .................. 404.2.3 CONCURSO PÚBLICO – EDITAL – NULIDADE – PROVA – PRINCÍPIOS ..... 414.2.4 CONCURSO PÚBLICO – EDITAL – PROVA – PRINCÍPIOS ........................... 414.2.5 CONCURSO PÚBLICO – CRITÉRIOS DE DESEMPATE – CONTROVÉRSIA –

TEMPO DE SERVIÇO ...................................................................................... 414.3 PRAZO DO CONCURSO ................................................................................. 424.3.1 CONCURSO PÚBLICO – EDITAL – APROVAÇÃO – PRAZO – APROVEITA-

MENTO ............................................................................................................. 42

4.3.2 CONCURSO PÚBLICO – POSSE – CONCURSADO – DIREITO – VAGA ..... 434.3.3 CONCURSO PÚBLICO – PRAZO – REQUISITOS – LESÃO .......................... 434.4 CONCURSO PÚBLICO – EDITAL – VAGAS – DIREITOS ............................... 44

CAPÍTULO V – DA LOTAÇÃO .................................................................................................... 455.1 CONCURSO PÚBLICO – NOMEAÇÃO E LOTAÇÃO – EDITAL – CLASSIFICA-

ÇÃO – DIREITOS – LEGALIDADE ................................................................... 455.2 SERVIDOR PÚBLICO – LOTAÇÃO – PRERROGATIVA – REMOÇÃO ........... 465.3 SERVIDOR PÚBLICO – CARGO DE CONFIANÇA – PRAZO – RETORNO À

ORIGEM ........................................................................................................... 46

CAPÍTULO VI – DA POSSE ........................................................................................................ 476.1 CONCURSO PÚBLICO – APROVAÇÃO – EDITAL – POSSE ......................... 476.2 SERVIDOR PÚBLICO – CARGO EM COMISSÃO – VERBAS – POSSE ........ 476.3 SERVIDOR PÚBLICO – POSSE – VANTAGENS ............................................ 47

CAPÍTULO VII – DOS AFASTAMENTOS ................................................................................... 497.1 COLOCAÇÃO À DISPOSIÇÃO ........................................................................ 497.1.1 SERVIDORES – DISPOSIÇÃO – PRAZO – RETORNO – VENCIMENTOS –

PRINCÍPIOS ..................................................................................................... 497.1.2 SERVIDOR PÚBLICO – VENCIMENTOS – CESSÃO ..................................... 497.1.3 CEDÊNCIA – PRAZO – ATO ADMINISTRATIVO – RETORNO – VERBA HO-

NORÁRIA.......................................................................................................... 507.1.4 CEDÊNCIA – DESVIO DE FUNÇÃO – VANTAGENS – RENOVAÇÃO ............ 507.2 ESTUDO OU MISSÃO CIENTÍFICA, CULTURAL OU ARTÍSTICA .................. 507.2.1 LICENÇA – DISCRICIONARIEDADE – CRITÉRIOS........................................ 507.2.2 SERVIDOR PÚBLICO – ESTABILIDADE – LICENÇA – PRINCÍPIOS ............. 517.2.3 SERVIDOR PÚBLICO – APERFEIÇOAMENTO – VENCIMENTOS ................ 51

CAPÍTULO VIII – DO ESTÁGIO PROBATÓRIO ........................................................................ 538.1 EXONERAÇÃO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – ATO ILÍCITO – PRINCÍPIOS ... 538.2 CARGO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – PRINCÍPIOS – ATO ADMINISTRATIVO .... 538.3 CONCURSO PÚBLICO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – EXONERAÇÃO .......... 538.4 SERVIDOR PÚBLICO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – EXONERAÇÃO............. 54

CAPÍTULO IX – DA ESTABILIDADE........................................................................................... 559.1 SERVIDOR PÚBLICO – EXONERAÇÃO – TEMPO – ESTABILIDADE – PROVA ... 559.2 SERVIDOR – ESTABILIDADE – EXONERAÇÃO – PRINCÍPIOS .................... 55

CAPÍTULO X – DO REGIME DE TRABALHO ............................................................................ 5710.1 HORÁRIO – LEGALIDADE – REVOGAÇÃO – ATO ADMINISTRATIVO ......... 57

CAPÍTULO XI – DA PROMOÇÃO ............................................................................................... 5911.1 CRITÉRIOS ...................................................................................................... 5911.1.1 PROMOÇÃO – ANULAÇÃO – CRITÉRIOS...................................................... 5911.1.2 PROMOÇÃO – TÍTULOS – CRITÉRIOS – DIREITOS ..................................... 5911.1.3 PROMOÇÃO – ANTIGÜIDADE – EFEITOS – NULIDADE ............................... 59

11.1.4 PROMOÇÃO “POST MORTEM” – LEGITIMIDADE – DIREITOS – VANTAGENS . 6011.1.5 APOSENTADORIA – PROMOÇÃO – CRITÉRIOS – DIREITO ........................ 6011.1.6 PROMOÇÃO – CRITÉRIOS – DIREITOS – CUSTOS ..................................... 6111.2 CONDIÇÕES .................................................................................................... 6111.2.1 SERVIDOR PÚBLICO – PROCESSO ADMINISTRATIVO – PROMOÇÃO – IM-

POSSIBILIDADE ............................................................................................... 6111.2.2 SERVIDOR PÚBLICO – APERFEIÇOAMENTO – REQUISITOS – PRINCÍPIO

DA BOA-FÉ ....................................................................................................... 62

CAPÍTULO XII – DA REMOÇÃO ................................................................................................ 6312.1 REMOÇÃO – ATO ADMINISTRATIVO – REQUISITOS – ATO – MOTIVAÇÃO ... 6312.2 SERVIDOR PÚBLICO – REMOÇÃO – PROMOÇÃO – ADMISSIBILIDADE .... 6412.3 SERVIDOR PÚBLICO – REMOÇÃO – CRITÉRIOS – ATO ADMINISTRATIVO .... 6512.4 SERVIDOR PÚBLICO – REMOÇÃO – AUXÍLIO – DIREITOS – PRINCÍPIOS ..... 6612.5 SERVIDOR PÚBLICO – REMOÇÃO – DOENÇA CRÔNICA – VAGA .............. 6612.6 REMOÇÃO – PERÍODO ELEITORAL – TRANSFERÊNCIA – EXCEÇÕES –

DIREITOS ......................................................................................................... 6612.7 REMOÇÃO – CARGO – DIVERSIDADE – LEGALIDADE ............................... 6712.8 TRANSFERÊNCIA – REMOÇÃO – PODERES DA ADMINISTRAÇÃO – DI-

REITOS............................................................................................................. 67

CAPÍTULO XIII – DA SUBSTITUIÇÃO ....................................................................................... 6913.1 FUNÇÃO GRATIFICADA – SUBSTITUIÇÃO – INCORPORAÇÃO – INADMIS-

SIBILIDADE ...................................................................................................... 69

CAPÍTULO XIV – DAS FÉRIAS .................................................................................................. 7114.1 DEFEITOS – PAGAMENTO – FÉRIAS – DIREITO – INDENIZAÇÃO ............. 7114.2 FÉRIAS – PERÍODO AQUISITIVO – DIREITOS – BENEFÍCIOS .................... 7214.3 FÉRIAS – REMUNERAÇÃO – BASE DE CÁLCULO – ATO ADMINISTRATIVO –

PRINCÍPIOS – LEGALIDADE ........................................................................... 7214.4 EXONERAÇÃO – PERÍODO AQUISITIVO – DIREITOS – FÉRIAS ................. 7214.5 EXONERAÇÃO – PERÍODO AQUISITIVO – DIREITOS – FÉRIAS ................. 7314.6 SERVIDOR PÚBLICO – LICENÇA-PRÊMIO – PERÍODO AQUISITIVO – DI-

REITOS – FÉRIAS............................................................................................ 7314.7 CARGO EM COMISSÃO – DIREITOS – FÉRIAS – PERÍODO AQUISITIVO .. 7414.8 SERVIDOR PÚBLICO – FÉRIAS – LICENÇA – PERÍODO AQUISITIVO –

VENCIMENTOS ................................................................................................ 7414.9 SERVIDOR PÚBLICO – CARGO EM COMISSÃO – EXONERAÇÃO – VENCI-

MENTOS ........................................................................................................... 7414.10 SERVIDOR PÚBLICO – FÉRIAS – INDENIZAÇÃO – EXONERAÇÃO ............ 7414.11 SERVIDOR PÚBLICO – SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS – FÉRIAS – DIREITOS ... 75

CAPÍTULO XV – DO TEMPO DE SERVIÇO .............................................................................. 7715.1 CONTAGEM RECÍPROCA ............................................................................... 7715.1.1 SERVIDOR PÚBLICO – AVERBAÇÃO – TEMPO DE SERVIÇO RURAL – APO-

SENTADORIA ................................................................................................... 77

15.2 SERVIDOR PÚBLICO – TEMPO DE SERVIÇO – AVERBAÇÃO – APOSEN-TADORIA – DISPONIBILIDADE ....................................................................... 78

15.3 SERVIDOR PÚBLICO – PDV – TEMPO DE SERVIÇO – REINTEGRAÇÃO ... 7915.4 SERVIDOR PÚBLICO – REGIME – TEMPO – LEGALIDADE – DIREITOS .... 7915.5 SERVIDOR PÚBLICO – TEMPO FICTO – APOSENTADORIA........................ 8015.6 SITUAÇÕES CONSIDERADAS DE EFETIVO EXERCÍCIO ............................ 8015.6.1 SERVIDOR PÚBLICO – VANTAGENS – CARGO EM COMISSÃO – DIREI-

TOS – TEMPO – EXONERAÇÃO .................................................................... 8015.6.2 SERVIDOR PÚBLICO – REVISÃO – ATO ADMINISTRATIVO – APOSENTA-

DORIA............................................................................................................... 8115.6.3 AFASTAMENTO – CONCURSO – DIREITO .................................................... 81

CAPÍTULO XVI – DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO .................................................. 8316.1 VENCIMENTO – REMUNERAÇÃO – LEGALIDADE ....................................... 8316.2 VENCIMENTOS – GRATIFICAÇÃO – REMUNERAÇÃO – DISTINÇÃO ......... 8316.3 CONTRATO BANCÁRIO – TUTELA – ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO

CRÉDITO – NOME DO DEVEDOR – VENCIMENTOS .................................... 8416.4 VENCIMENTOS – DÍVIDA ATIVA – INSCRIÇÃO – SERVIDOR INATIVO –

ÔNUS DA PROVA ............................................................................................ 8416.5 TUTELA – SUSPENSÃO – DESCONTO EM FOLHA – “PACTA SUNT SER-

VANDA” ............................................................................................................. 8516.6 VENCIMENTOS – RETENÇÃO – PENHORA – CLÁUSULA CONTRATUAL

ABUSIVA – VERBA ALIMENTAR ...................................................................... 8616.7 CARGO – REMUNERAÇÃO – LEGALIDADE – VENCIMENTOS .................... 86

CAPÍTULO XVII – DAS INDENIZAÇÕES ................................................................................... 8717.1 AJUDA DE CUSTO ........................................................................................... 8717.1.1 REMOÇÃO – AJUDA DE CUSTO – PROVA – INSTALAÇÃO .......................... 8717.1.2 DIREITOS – AJUDA DE CUSTO – INDENIZAÇÃO – DESLOCAMENTO........ 8717.1.3 AJUDA DE CUSTO – TRANSFERÊNCIA – FREQÜÊNCIA A CURSO – VER-

BA – DIÁRIA ..................................................................................................... 8817.1.4 AJUDA DE CUSTO – CONVOCAÇÃO – DESIGNAÇÃO – TRANSFERÊNCIA ..... 8817.1.5 AJUDA DE CUSTO – VALOR – EQUIVALÊNCIA – LEGALIDADE ............. 8817.2 DIÁRIAS............................................................................................................ 8917.2.1 DIREITOS – DIÁRIA – REQUISIÇÃO – DESPESAS NÃO COMPROVADAS –

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE .......................................................................... 8917.2.2 ADICIONAL – RISCO DE VIDA – HORAS EXTRAS – DIÁRIAS – DESPESAS –

PROVA .............................................................................................................. 8917.2.3 DIÁRIAS – INCORPORAÇÃO – VENCIMENTOS – PRINCÍPIOS DA LEGALI-

DADE – GRATIFICAÇÕES ............................................................................... 8917.2.4 POLICIAL MILITAR – DIÁRIAS – PAGAMENTO – OBRIGAÇÃO – ATUALIZA-

ÇÃO MONETÁRIA ............................................................................................ 9017.2.5 SERVIDOR PÚBLICO – HORAS EXTRAS – DIÁRIAS – DESLOCAMENTO –

INSALUBRIDADE EM GRAU MÉDIO ............................................................... 9117.2.6 POLICIAIS MILITARES – DISPONIBILIDADE – DIÁRIAS PAGAS COM ATRA-

SO – CORREÇÃO MONETÁRIA...................................................................... 91

17.2.7 SERVIDOR PÚBLICO MILITAR – DIÁRIAS – DESLOCAMENTO A PEDIDO . 9117.3 TRANSPORTE ................................................................................................. 9117.3.1 GRATIFICAÇÃO DE AUXÍLIO-CONDUÇÃO – NATUREZA JURÍDICA –

PRINCÍPIO – VENCIMENTOS ......................................................................... 9117.3.2 DILIGÊNCIA – DESPESAS – DESLOCAMENTO – MORA – DIREITOS ......... 9217.3.3 HORAS EXTRAS – INDENIZAÇÃO – GASTOS NÃO PROVADOS – VERBA

HONORÁRIA .................................................................................................... 9217.3.4 CARGO EM COMISSÃO – HORAS EXTRAS – INDENIZAÇÃO – INSALUBRI-

DADE – ATRIBUIÇÕES DO CARGO ............................................................... 93

CAPÍTULO XVIII – DOS AVANÇOS ............................................................................................ 9518.1 SERVIDOR – AVANÇOS – TEMPO DE SERVIÇO – PRESCRIÇÃO QÜIN-

QÜENAL ........................................................................................................... 9518.2 PARALISAÇÃO – AVANÇOS TRIENAIS – FALTAS NÃO JUSTIFICADAS ...... 96

CAPÍTULO XIX – DAS GRATIFICAÇÕES .................................................................................. 9719.1 GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE FUNÇÃO ............................................ 9719.1.1 INCORPORAÇÃO – GRATIFICAÇÃO – DIREÇÃO DE ESCOLA – PREVISÃO

LEGAL – PROVENTOS – VENCIMENTOS – APOSENTADORIA ................... 9719.1.2 GRATIFICAÇÃO – INSALUBRIDADE – FUNÇÃO GRATIFICADA – PROVEN-

TOS – FÉRIAS – 13º SALÁRIO – INCORPORAÇÃO .................................. 9819.1.3 FUNÇÃO GRATIFICADA – MANDATO DE CLASSE – INCOMPATIBILIDADE .... 9819.2 GRATIFICAÇÃO NATALINA ............................................................................. 9919.2.1 SERVIDOR FALECIDO – GRATIFICAÇÃO NATALINA – PROPORCIONALI-

DADE ................................................................................................................ 9919.2.2 GRATIFICAÇÃO NATALINA – BASE DE CÁLCULO – REMUNERAÇÃO...... 10019.2.3 GRATIFICAÇÃO PROPORCIONAL – LICENÇA PARA TRATAR DE INTE-

RESSES – ATIVIDADES ................................................................................ 10019.2.4 GRATIFICAÇÃO NATALINA – ATRASO NO PAGAMENTO – CORREÇÃO

MONETÁRIA ................................................................................................... 10019.3 GRATIFICAÇÕES ........................................................................................... 10119.3.1 GRATIFICAÇÕES – RISCO DE VIDA E SAÚDE – CUMULAÇÃO – IMPOS-

SIBILIDADE .................................................................................................... 10119.3.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – REGULAMENTAÇÃO DAS ATIVIDA-

ATIVIDADES – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ............................................... 10119.4 GRATIFICAÇÃO POR INSALUBRIDADE....................................................... 10219.4.1 AÇÃO DE COBRANÇA – GRATIFICAÇÃO POR INSALUBRIDADE – LAUDO

POR ESPECIALISTA – LEI JÚLIO DE CASTILHOS ...................................... 10219.4.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – BASE DE CÁLCULO – GRATIFICAÇÃO ... 10319.4.3 GRATIFICAÇÃO POR INSALUBRIDADE – INCORPORAÇÃO AOS VENCI-

MENTOS – ATIVIDADES INSALUBRES RECONHECIDAS ...................... 10319.4.4 GRATIFICAÇÃO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – PRINCÍPIO DA LE-

GALIDADE – GRAU E ATIVIDADE DE RISCO .............................................. 10419.4.5 GRATIFICAÇÃO – ATIVIDADES E AGENTES INSALUBRES – EQUIPA-

MENTO DE PROTEÇÃO ................................................................................ 10419.5 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE .............................................................. 105

19.5.1 ADICIONAL DEVIDO – PERÍCIA – COMPROVAÇÃO DE PERICULOSIDADE... 10519.5.2 MOTORISTA – ADICIONAL NÃO DEVIDO – PERICULOSIDADE – NÃO COM-

PROVAÇÃO – GRATIFICAÇÃO ..................................................................... 10619.5.3 PROVENTOS – APOSENTADORIA – INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL –

PROVA ............................................................................................................ 10619.5.4 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – HORAS EXTRAS – BASE DE CÁL-

CULO – LEGALIDADE ................................................................................... 10719.6 ATIVIDADES PENOSAS ................................................................................ 10719.6.1 TELEFONISTA – APOSENTADORIA ESPECIAL – ATIVIDADE PENOSA –

INCORPORAÇÃO – LEGALIDADE ................................................................ 10719.7 GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO ....... 10819.7.1 GRATIFICAÇÃO – PROVA – HORAS EXTRAS – PRINCÍPIO DA LEGALI-

DADE – INSALUBRIDADE ............................................................................. 10819.7.2 COBRANÇA – HORAS EXTRAS – GRATIFICAÇÃO DE REGIME ESPECIAL –

CONVOCAÇÃO .............................................................................................. 10819.7.3 CARGO EM COMISSÃO – SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO – VEDAÇÃO –

PROVA – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ........................................................ 10919.7.4 HORAS EXTRAS – PROVA – INVIABILIDADE DE ANALOGIA – LEGALIDADE . 11019.7.5 SERVIDOR ESTADUAL APOSENTADO – HORAS-EXTRAS – INCORPORA-

ÇÃO – GRATIFICAÇÃO – INADMISSIBILIDADE – PRINCÍPIO DA LEGALI-DADE .............................................................................................................. 110

19.8 GRATIFICAÇÃO POR SERVIÇO NOTURNO ................................................ 11119.8.1 SERVIÇO NOTURNO – PLANTÕES – NATUREZA INSTITUCIONAL – GRA-

TIFICAÇÃO ..................................................................................................... 11119.8.2 SERVIDOR INATIVO – INCORPORAÇÃO – GRATIFICAÇÃO – REQUISITOS

LEGAIS ........................................................................................................... 11219.8.3 REGIME DIFERENCIADO DE PLANTÃO – HORAS EXTRAS – ADICIONAL

NOTURNO – DIREITO – INADMISSIBILIDADE ............................................. 11319.8.4 PROVA – GRATIFICAÇÃO ADICIONAL – HORAS EXTRAS – INSALUBRI-

DADE – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE .......................................................... 11319.9 GRATIFICAÇÃO DE PERMANÊNCIA EM SERVIÇO ..................................... 11419.9.1 GRATIFICAÇÃO DE PERMANÊNCIA – LESÃO – MOTIVAÇÃO – PRINCÍ-

PIOS E CRITÉRIOS LEGAIS ......................................................................... 11419.9.2 GRATIFICAÇÃO – PODER DISCRICIONÁRIO – VANTAGEM – INDEFERI-

MENTO – DIREITO ........................................................................................ 11519.9.3 GRATIFICAÇÃO DE PERMANÊNCIA – INCORPORAÇÃO – PROVENTOS

DE INATIVIDADE – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ........................................ 115

CAPÍTULO XX – DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO ............................................... 11720.1 ADICIONAL – INCIDÊNCIA DO CÁLCULO – VEDAÇÃO DE CUMULAÇÃO –

PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA ........................... 11720.2 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA – AVANÇOS – ADICIONAIS – ANULA-

ÇÃO DO ATO – REGIME JURÍDICO PRIVADO ............................................. 11720.3 APOSENTADORIA PROPORCIONAL – RETIFICAÇÃO DE ATO – REQUISI-

TO TEMPORAL – EMENDA COMPLEMENTAR Nº 20/98 ............................. 118

20.4 MAGISTÉRIO ESTADUAL – READAPTAÇÃO – GRATIFICAÇÃO ADICIONAL –LEI Nº 10.098/94 – INAPLICABILIDADE ........................................................ 118

20.5 GRATIFICAÇÃO – FATO GERADOR – INCOMPATIBILIDADE – HORASEXTRAS – INCORPORAÇÃO AOS PROVENTOS DE INATIVIDADE ........... 119

20.6 CELETISTA TRANSPOSTO PARA ESTATUTÁRIO – GRATIFICAÇÕES –POSSIBILIDADE – NATUREZA DO VÍNCULO – PRINCÍPIO DA LEGALIDA-DE ................................................................................................................... 119

CAPÍTULO XXI – DO ABONO FAMILIAR ................................................................................. 12121.1 ABONO FAMILIAR – PROVA DA FILIAÇÃO – MANIFESTAÇÃO DE VONTA-

DE – REQUISITOS LEGAIS ........................................................................... 12121.2 FILHO DOENTE MENTAL – AFASTAMENTO – ABONO FAMILIAR TRIPLO –

ACOMPANHAMENTO DA MÃE – LC Nº 10.098/94 ....................................... 12121.3 SALÁRIO-FAMÍLIA – EC Nº 20/98 – TETO MÁXIMO ..................................... 122

CAPÍTULO XXII – DAS CONCESSÕES .................................................................................. 12522.1 VANTAGENS AO SERVIDOR ESTUDANTE .................................................. 12522.1.1 ESTUDANTE DE CURSO SUPERIOR OU TÉCNICO CIENTÍFICO – DIREI-

TO – AFASTAMENTO DO SERVIÇO – FREQÜÊNCIA OBRIGATÓRIA ............. 12522.2 FILHO EXCEPCIONAL – ASSISTÊNCIA – REDUÇÃO DA CARGA HORÁRIA ... 125

CAPÍTULO XXIII – DAS LICENÇAS ......................................................................................... 12723.1 LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE .................................................. 12723.1.1 ATESTADO APRESENTADO DEVE CORRESPONDER ÀS FALTAS ........... 12723.1.2 ATESTADO MÉDICO PARTICULAR – EXAME PERICIAL – CONCESSÃO .. 12723.1.3 PRORROGAÇÃO – PERÍCIA MÉDICA – BLOQUEIO DE SALÁRIO ............. 12723.1.4 CARGO EM COMISSÃO – LICENÇA-SAÚDE – DESCABIMENTO – ESTA-

BILIDADE INEXISTENTE ............................................................................... 12823.1.5 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – DOENÇA GRAVE – LICENÇA-SAÚ-

DE – INCAPACIDADE NÃO ATESTADA – IRREVERSIBILIDADE ................ 12823.1.6 COMPROVAÇÃO DA MOLÉSTIA – REQUISITOS LEGAIS – PERÍCIA – PROVA

DOCUMENTAL ............................................................................................... 12823.1.7 CONCESSÃO – REQUISITOS – ATESTADO PARTICULAR – PARTICIPA-

ÇÃO EM ATIVIDADE SINDICAL ..................................................................... 12923.2 LICENÇA POR ACIDENTE DE TRABALHO – APOSENTADORIA – PROVEN-

TOS INTEGRAIS – INCAPACIDADE ............................................................. 12923.3 LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DE FAMÍLIA ................ 12923.3.1 DOENÇA EM DESCENDENTE – FALTA DO CÓDIGO QUE JUSTIFIQUE

AFASTAMENTO – PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E ISONOMIA ................. 12923.3.2 DOENÇA EM DESCENDENTE – ATESTADO PARTICULAR DE OUTRA

ESPECIALIDADE – CONFIABILIDADE QUESTIONADA – PROVA .............. 13023.3.3 DOENÇA EM DESCENDENTE – COMPROVAÇÃO DA INDISPENSABILI-

DADE – TENRA IDADE – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE .............................. 13023.4 LICENÇA À ADOTANTE – LEGALIDADE – FALTA DE CRITÉRIOS .............. 13023.5 LICENÇA GESTANTE OU MATERNIDADE ................................................... 131

23.5.1 CARGO EM COMISSÃO – EXONERAÇÃO – ESTABILIDADE – INDENIZA-ÇÃO ................................................................................................................ 131

23.5.2 MAGISTÉRIO – LICENÇA GESTANTE E FÉRIAS – RECESSO NÃO-COM-PROVADO ...................................................................................................... 132

23.5.3 EXTINÇÃO DE CARGO DURANTE ESTÁGIO PROBATÓRIO – NÃO TEMDIREITO À ESTABILIDADE – INDENIZAÇÃO – REQUISITOS LEGAIS ....... 132

23.6 LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES ..................... 13323.6.1 INTERRUPÇÃO – RETORNO À ATIVIDADE – ATO ILEGAL DA ADMINIS-

TRAÇÃO – DIREITO À REMUNERAÇÃO...................................................... 13323.6.2 PRAZO LEGAL – IMPRORROGÁVEL ANTES DE DOIS ANOS – PRINCÍPIO

DA LEGALIDADE – IMPREVISÃO PARA CÔNJUGE – ABANDONO DOCARGO ........................................................................................................... 134

23.6.3 CONCESSÃO – ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO – DESVIN-CULAÇÃO DE LEI ANTERIOR ....................................................................... 134

23.7 LICENÇA PARA ACOMPANHAR CÔNJUGE.................................................. 13523.7.4 TRANSFERÊNCIA SOLICITADA POR CÔNJUGE – LICENÇA – AUSÊNCIA

DE REQUISITO .............................................................................................. 13523.7.5 DIREITO GARANTIDO A TODOS – TRANSFERÊNCIA DE CÔNJUGE –

PROTEÇÃO DO NÚCLEO FAMILIAR – PRINCÍPIO DA ISONOMIA – PENA.... 13523.7.6 LICENÇA NÃO REMUNERADA – INTERRUPÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO .. 13523.8 LICENÇA-PRÊMIO POR ASSIDUIDADE ....................................................... 13623.8.1 IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO EM DOBRO – APENAS PARA APO-

SENTADORIA – REGIME PREVIDENCIÁRIO IMPEDITIVO – PRINCÍPIOS 13623.8.2 POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO EM TEMPO DE SERVIÇO DOBRADO –

EXPECTATIVA DO DIREITO – PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA ..... 13623.8.3 FRUIÇÃO – GOZO – ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO ........... 13723.8.4 IMPOSSÍVEL O CÔMPUTO DO TEMPO DE LICENÇA ESPECIAL PARA

FINS DE LICENÇA-PRÊMIO .......................................................................... 13823.9 LICENÇA PARA CONCORRER A MANDATO PÚBLICO ELETIVO E EXERCÊ-

-LO .................................................................................................................. 13823.9.1 CONTRATO EMERGENCIAL ......................................................................... 13823.9.2 DIREITO À REMUNERAÇÃO – PRINCÍPIO DA ISONOMIA .......................... 13923.9.3 PEDIDO FORMULADO APÓS A POSSE – ADMISSIBILIDADE .................... 14023.9.4 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM E NÃO DA ELEITORAL – REMUNE-

RAÇÃO COMO SE EM EXERCÍCIO ESTIVESSE – DESCONTOS INDEVI-DOS ................................................................................................................ 140

23.10 LICENÇA ESPECIAL PARA FINS DE APOSENTADORIA ............................. 14023.10.1 ADMITIDA SOMENTE APÓS 30 DIAS DO PROTOCOLO DA APOSENTA-

DORIA............................................................................................................. 14023.10.2 CASO DE INÉRCIA DA ADMINISTRAÇÃO E NÃO NA HIPÓTESE DE INDE-

FERIMENTO DO PEDIDO.............................................................................. 14123.10.3 APOSENTADORIA ESPECIAL – INDEFERIMENTO – SERVIDOR DEVE

VOLTAR AO SERVIÇO ................................................................................... 14123.10.4 LICENÇA ESPECIAL ATÉ A APOSENTADORIA – DIREITO A TODAS AS

GRATIFICAÇÕES COMO SE EM EXERCÍCIO ESTIVESSE ......................... 142

23.11 LICENÇA PARA DESEMPENHAR MANDATO CLASSISTA .......................... 14223.11.1 DIREITO À LICENÇA REMUNERADA NOS TERMOS DA LEI ...................... 142

CAPÍTULO XXIV – DA APOSENTADORIA .............................................................................. 14524.1 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ............................................................. 14524.1.1 PROVENTOS INTEGRAIS – DOENÇA ESPECIFICADA EM LEI .................. 14524.1.2 AVALIAÇÃO PERIÓDICA – EXIGÊNCIA DO TRANSCURSO DE 24 MESES

A CONTAR DO ATO – LAUDO PELA REVERSÃO ........................................ 14624.1.3 DIREITO À APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – PROVA – LAUDO MÉDI-

CO................................................................................................................... 14624.1.4 CARGO EM COMISSÃO – IMPLEMENTO DOS REQUISITOS – IMPOSSI-

BILIDADE........................................................................................................ 14724.2 APOSENTADORIA COMPULSÓRIA – OBRIGATORIEDADE........................ 14724.3 APOSENTADORIA ESPECIAL – VERBA HONORÁRIA REDUZIDA ............. 14824.4 CARGO EM COMISSÃO – APOSENTADORIA PROPORCIONAL – INEXIS-

TÊNCIA DO TEMPO MÍNIMO ........................................................................ 14924.5 APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – CONTAGEM DO TEMPO PRIVADO .... 151

CAPÍTULO XXV – DO DIREITO DE PETIÇÃO ........................................................................ 15325.1 DIREITO DE PETIÇÃO – NÃO SE CONFIGURA EM MECANISMO DE ETER-

NIZAÇÃO DE DEMANDAS – PRESCRIÇÃO ................................................. 15325.2 DIREITO DE PETIÇÃO – NÃO CONFIGURA AMPLA DEFESA, CONTRADI-

TÓRIO E DEVIDO PROCESSO LEGAL ........................................................ 15325.3 PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO – PRAZO PARA DECISÃO – ALEGAÇÃO

DE VIOLAÇÃO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO ......................................... 15425.4 PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO NA VIA ADMINISTRATIVA – NÃO INTER-

ROMPE O PRAZO DECADENCIAL – LESIVIDADE DO DIREITO ................ 15425.5 REQUERIMENTO DE FÉRIAS – OBRIGAÇÃO DO SERVIDOR – INÉRCIA

DA ADMINISTRAÇÃO – HORAS-EXTRAS .................................................... 15525.6 INCORPORAÇÃO DA FUNÇÃO GRATIFICADA – DEPENDE DE REQUERI-

MENTO DO SERVIDOR ................................................................................. 155

CAPÍTULO XXVI – DAS PROIBIÇÕES .................................................................................... 15726.1 DESVIO DE FUNÇÃO – PRETENSÃO ÀS DIFERENÇAS REMUNERATÓ-

RIAS – INADMISSIBILIDADE ......................................................................... 15726.2 PROIBIÇÃO DE REALIZAÇÃO DE HORAS EXTRAS – PRINCÍPIO DA LEGA-

LIDADE ........................................................................................................... 15726.3 NEPOTISMO – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – PRINCÍPIOS DA MO-

RALIDADE E DA IMPESSOALIDADE ............................................................ 15826.4 MANTER CÔNJUGE SOB SUA CHEFIA IMEDIATA – REMOÇÃO – FALTA

DE VAGA – IMPOSSIBILIDADE DE SUBMISSÃO ......................................... 15926.5 UTILIZAÇÃO DE PESSOAL OU RECURSOS MATERIAIS EM SERVIÇOS

OU ATIVIDADES PARTICULARES ................................................................ 159

CAPÍTULO XXVII – DOS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO ............................................. 16127.1 DEVER DE ASSIDUIDADE E PONTUALIDADE – ESTÁGIO PROBATÓRIO –

EXONERAÇÃO OU DISPENSA ..................................................................... 161

27.2 DEVER DE CUMPRIR ORDENS SUPERIORES – EXONERAÇÃO – DEVI-DO PROCESSO LEGAL – HORAS EXTRAS – PRECLUSÃO ...................... 161

27.3 DEVER DE OSTENTAR COMPORTAMENTO DIGNO – ANULAÇÃO DEATO ADMINISTRATIVO .................................................................................. 162

CAPÍTULO XXVIII – DA ACUMULAÇÃO DE CARGOS ........................................................... 16528.1 ACUMULAÇÃO DE CARGOS – INATIVOS ................................................... 16528.1.1 INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO ATRAVÉS DE CONCURSO ANTES

DE 15/12/98 – POSSIBILIDADE..................................................................... 16528.1.2 INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO ATRAVÉS DE CONCURSO DEPOIS

DE 15/12/98 – IMPOSSIBILIDADE ................................................................. 16528.1.3 ACUMULAÇÃO DE CARGO NA ATIVA COM UM DE APOSENTADO –

IMPOSSIBILIDADE ......................................................................................... 16628.2 POSSIBILIDADES DE ACÚMULOS ............................................................... 16628.2.1 ACUMULAÇÃO DE CARGOS NA ÁREA DA SAÚDE – SITUAÇÃO

ESPECIAL ...................................................................................................... 16628.2.2 ACUMULAÇÃO DE CARGOS DE MÉDICO – EXIGE COMPATIBILIDADE

DE HORÁRIOS ............................................................................................... 16628.3 MAGISTÉRIO ................................................................................................. 16628.3.1 ACÚMULO DE CARGOS – DIREÇÃO DE ESCOLA – INCOMPATIBILIDADE

DE JORNADA ................................................................................................. 16628.3.2 ACUMULAÇÃO DE DOIS CARGOS DE ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO –

IMPOSSIBIILIDADE ........................................................................................ 16728.4 ACÚMULO DE CARGO – PROVIMENTO EFETIVO E ELETIVO .................. 16728.5 DESCONTOS DAS QUANTIAS RECEBIDAS – ACUMULAÇÃO INDEVIDA

DE CARGOS – DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA ......................... 16828.6 IMPOSSIBILIDADE DO ACÚMULO ................................................................ 16928.6.1 FUNDAÇÃO – ACUMULAÇÃO DE CARGOS – CONTROLE INDIRETO PELO

PODER PÚBLICO .......................................................................................... 169

CAPÍTULO XXIX – DAS RESPONSABILIDADES .................................................................... 17129.1 RESPONSABILIDADE CIVIL .......................................................................... 17129.1.1 ACIDENTE DE TRÂNSITO – DANO A TERCEIRO – DIREITO DE

REGRESSO.................................................................................................... 17129.1.2 FURTO DE VEÍCULO – DANO À FAZENDA ESTADUAL – CULPA NÃO

COMPROVADA .............................................................................................. 17229.1.3 DIFERENÇA ENTRE RESPONSABILIDADE CIVIL DO SERVIDOR E DO

ESTADO ......................................................................................................... 17329.2 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA – PENA – AMPLA DEFESA ......... 17329.3 INDEPENDÊNCIA ENTRE ESFERAS – RESPONSABILIDADE ADMINISTRA-

TIVA – RESPONSABILIDADE PENAL – NÃO-CONDICIONAMENTO .......... 174

CAPÍTULO XXX – DAS PENALIDADES .................................................................................. 17530.1 DEMISSÃO POR INASSIDUIDADE OU IMPONTUALIDADE – ADVERTÊNCIA. 17530.2 SUSPENSÃO.................................................................................................. 17630.2.1 PENALIDADE – DEVIDO PROCESSO LEGAL – NULIDADE – CONVERSÃO

EM MULTA ...................................................................................................... 176

30.2.2 PENA DE SUSPENSÃO – LEGALIDADE – SUSPENSÃO DA REMUNERA-ÇÃO ................................................................................................................ 177

30.3 DEMISSÃO ..................................................................................................... 17730.3.1 ESTÁGIO PROBATÓRIO – INAPTIDÃO PARA O CARGO............................ 17730.3.2 INDISCIPLINA OU INSUBORDINAÇÃO GRAVE OU REITERADA ............... 17830.3.3 ABANDONO DE CARGO – PROCESSO ADMINISTRATIVO – DISCIPLINAR ... 17830.3.4 SERVIDORA ESTÁVEL – AUSÊNCIAS EXCESSIVAS AO SERVIÇO ........... 17930.3.5 ESTELIONATO – CONDENAÇÃO CRIMINAL ............................................... 18030.3.6 ASSEGURADO DIREITO DE AMPLA DEFESA – DANO AO ERÁRIO .......... 18130.3.7 PEÇA INCOATIVA COMPATÍVEL – NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO .... 18130.3.8 PROCESSO ADMINISTRATIVO – DEMISSÃO – NECESSIDADE DE PRE-

VISÃO LEGAL ................................................................................................ 18230.4 PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – CASSAÇÃO DE APOSEN-

TADORIA ........................................................................................................ 18330.5 DA PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DISCIPLINAR .................................................. 18430.5.1 SUSPENSÃO – PRESCRIÇÃO – O PRAZO COMEÇA A CONTAR DA DATA

DA CIÊNCIA DO FATO ................................................................................... 18430.5.2 PRESCRIÇÃO – PROVOCAÇÃO DA PARTE – NÃO PODE SER DECRETA-

DA “EX OFFICIO” ........................................................................................... 18430.5.3 FATO ILÍCITO – QUALIFICAÇÃO CRIMINAL – PRESCRIÇÃO – LEI PENAL ... 185

CAPÍTULO XXXI – DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ......................................................... 18731.1 NULIDADES ................................................................................................... 18731.1.1 COMISSÃO PROCESSANTE ........................................................................ 18731.1.1.1 COMISSÃO INTEGRADA POR TRÊS SERVIDORES ESTÁVEIS – IMPAR-

CIALIDADE ..................................................................................................... 18731.1.1.2 EXONERAÇÃO – NULIDADE INEXISTENTE – IGUALDADE NA COMPOSI-

ÇÃO DAS COMISSÕES PROCESSANTE E SINDICANTE........................... 18731.1.1.3 DESRESPEITADOS OS PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E CONTRADITÓ-

RIO – MEMBRO ANALFABETO – IMPOSSIBILIDADE .................................. 18831.1.1.4 VIOLAÇÃO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – PRESENÇA DE SERVIDOR

NÃO ESTÁVEL ............................................................................................... 18831.1.1.5 SUSPEIÇÃO – SERVIDOR QUE POSSUA INTERESSE – DIRETO OU INDI-

RETO .............................................................................................................. 18831.1.2 PRAZO PARA CONCLUSÃO – NULIDADE – IMPROCEDENTE .................. 18931.1.3 FALTA DE CITAÇÃO – MERA IRREGULARIDADE – EXERCÍCIO DE AMPLA

DEFESA .......................................................................................................... 18931.1.4 VÍCIO FORMAL NA CITAÇÃO E NA PORTARIA DE INSTAURAÇÃO – DEFE-

SA PRÉVIA – IMPEDIMENTO ........................................................................ 19031.1.5 FALTA DE NOTIFICAÇAO DE TESTEMUNHA – INEXISTENTE PROVA DE

PREJUÍZO – INADMISSIBILIDADE ............................................................... 19031.1.6 QUALQUER RESTRIÇÃO À DEFESA DO ACUSADO .................................. 19131.1.6.1 REVELIA – CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO CARACTERIZADO ........... 191

31.1.6.2 NULIDADE DO ATO DE EXONERAÇÃO – NÃO OBSERVÂNCIA DA AMPLADEFESA E CONTRADITÓRIO ....................................................................... 191

31.1.6.3 FALTAS INJUSTIFICADAS – DEMISSÃO – OBSERVÂNCIA DA AMPLA DE-FESA E CONTRADITÓRIO ............................................................................ 192

31.1.7 ACRÉSCIMOS AO PROCESSO DEPOIS DE ELABORADO O RELATÓRIODA COMISSÃO SEM NOVA VISTA AO INDICIADO ....................................... 192

31.2 ABSOLVIÇÃO CRIMINAL ............................................................................... 19331.2.1 NÃO INFLUI NO PROCESSO ADMINISTRATIVO ......................................... 19331.3 AUSÊNCIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO – DEMISSÃO – INOBSER-

VÂNCIA DOS PRINCÍPIOS ............................................................................ 19331.4 ANÁLISE DO JUDICIÁRIO ............................................................................. 19431.4.1 EXAME DA LEGALIDADE E NÃO DO MÉRITO – DEMISSÃO A BEM DO

SERVIÇO PÚBLICO ....................................................................................... 194

CAPÍTULO XXXII – DO AFASTAMENTO PREVENTIVO ......................................................... 19532.1 NATUREZA CAUTELAR – AFASTAMENTO DO SERVIDOR – PREVENTIVA-

MENTE ........................................................................................................... 19532.2 NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO – NULIDADE ............................................ 19532.3 PROCESSO ADMINISTRATIVO – POSSIBILIDADE ..................................... 196

CAPÍTULO XXXIII – DA SINDICÂNCIA .................................................................................... 19733.1 DANO MORAL – NÃO COMPROVAÇÃO – DEVER DE INDENIZAR ............ 19733.2 SINDICÂNCIA – PRAZO – NÃO INDUZ À NULIDADE .................................. 19833.3 EXAMINA APENAS LEGALIDADE DA SINDICÂNCIA ................................... 20033.4 PENALIDADE – NÃO OPORTUNIZAÇÃO DE DEFESA PRÉVIA – NULIDADE 20033.5 COMISSÃO PROCESSANTE – IMPOSIÇÃO DE PENALIDADE – NULIDADE 20133.6 DISTINÇÃO ENTRE SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO –

REQUISITOS DE VALIDADE ......................................................................... 20233.7 PORTARIA DE INSTAURAÇÃO – SINDICÂNCIA – DESCRIÇÃO DO FATO –

NULIDADE DECLARADA ............................................................................... 202

CAPÍTULO XXXIV – DO PROCESSO POR ABANDONO DE CARGO OU POR AUSÊNCIASEXCESSIVAS ............................................................................................................................ 20334.1 FALTAS EXCEDENTES A 30 DIAS – INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMI-

NISTRATIVO .................................................................................................. 20334.2 AUSÊNCIA DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA ................................. 20434.3 CONTROLE DE FALTAS PELA CHEFIA – ADMISSÍVEL INSTAURAÇÃO DE

PROCESSO ADMINISTRATIVO .................................................................... 20434.4 CARGO EM COMISSÃO – DOENÇA – FALTAS JUSTIFICADAS – EXONE-

RAÇÃO – NULIDADE ..................................................................................... 20434.5 PROCESSO ADMINISTRATIVO – EXONERAÇÃO VOLUNTÁRIA – ABAN-

DONO DE CARGO ......................................................................................... 20534.6 CARGO EM COMISSÃO – EXONERAÇÃO – RETORNO AO TRABALHO ... 205

34.7 ABANDONO DE CARGO – CRIME PERMANENTE – DEMISSÃO – CABI-MENTO – PRESCRIÇÃO INADMISSÍVEL ..................................................... 206

CAPÍTULO XXXV – DA REVISÃO DO PROCESSO ................................................................ 20735.1 REVISÃO SEM EFEITO SUSPENSIVO – DEMISSÃO A BEM DO SERVIÇO

PÚBLICO – INADMISSIBILIDADE ................................................................. 20735.2 REVISÃO COM EFEITO SUSPENSIVO – DESCONTOS NOS VENCIMEN-

TOS – AMEAÇA DE LESÃO A DIREITO LÍQUIDO E CERTO ....................... 207

CAPÍTULO XXXVI – DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA ....................................................... 209

CAPÍTULO XXXVII – DA PREVISÃO E ASSISTÊNCIA AO SERVIDOR ................................. 21137.1 AUXÍLIO FUNERAL – DIREITO À PENSÃO – PRINCÍPIO “TEMPUS REGIT

ACTUM” .......................................................................................................... 21137.2 COMPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO – ACORDO CELEBRADO – JUROS

LEGAIS ........................................................................................................... 21237.3 PREVIDÊNCIA................................................................................................ 21437.3.1 COBRANÇA DE INATIVOS – DESCABIMENTO – PROVENTOS INFERIO-

RES AO LIMITE .............................................................................................. 21437.3.2 CARGO EM COMISSÃO – ANTERIOR A EC 20/98 – IRRETROATIVIDADE ...... 21737.3.3 REMUNERAÇÃO – CESSAÇÃO – RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUI-

ÇÕES – CONTINUIDADE .............................................................................. 218

CAPÍTULO XXXVIII – DO DIREITO À GREVE ........................................................................ 219

CAPÍTULO XXXIX – LEGISLAÇÃO .......................................................................................... 221

APRESENTAÇÃO

O CENTRO DE ESTUDOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA tem a satisfação deapresentar aos eminentes Colegas seu segundo livro intitulado O SERVIDOR PÚ-BLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDEDO SUL, esperando que ele alcance a mesma repercussão de seu ESTUDOSTÓPICOS SOBRE OS ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS, publi-cação que passou a ser um marco bibliográfico no cenário nacional a respeito dotema, tanto que o CE já trabalha com a possibilidade de uma segunda edição.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADODO RIO GRANDE DO SUL é uma pesquisa de jurisprudência com duração deaproximadamente 10 meses focada no que já foi decido pelos órgãos colegiadosdo Tribunal de Justiça sobre servidor público.

Dessa forma, os acórdãos selecionados abrangem desde o ingresso do servi-dor público através de concurso público ou mesmo por nomeação em cargo emcomissão até a sua aposentadoria, passando naturalmente por temas pertinentesaos direitos e deveres desse importante agente do Estado.

A linha de pesquisa tomou por base o Estatuto do Servidor Público do Estadodo Rio Grande do Sul e o Estatuto dos Servidores da Justiça que, salvo situaçõestípicas de cada regime, têm identidade de temas com todos os estatutos de servi-dores públicos.

A idéia inicial de publicação do livro surgiu de sugestão de Colegas, especial-mente daqueles que não estão afeitos à especificidade do tema, e da dificuldadeque encontravam para colacionar acórdãos que fundamentassem suas decisões arespeito do tema. A publicação, portanto, visou atender aquelas sugestões facili-tando com isso a prestação jurisdicional. Aliada à idéia inicial, o CE também en-tendeu que a publicação era importante para que o próprio servidor público pu-desse tomar conhecimento do que o TJ já decidiu sobre sua vida funcional.

De outro lado, a pesquisa procurou cingir-se tão-só à jurisprudência do Tribu-nal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul não considerando decisões profe-ridas pelo STJ e STF, muitas vezes até em sentido contrário, resgatando comisso a memória daquele que é considerado o melhor tribunal do País.

18 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Por fim, o livro traz ainda os estatutos de servidores devidamente atualizados.O CENTRO DE ESTUDOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA com esta publicação

espera ter atingido a sua finalidade.

Porto Alegre, outubro de 2004.

DES. WELLINGTON PACHECO BARROS,COORDENADOR-GERAL.

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

1.1 MAGISTÉRIO MUNICIPAL – AVANÇOS – ESTATUTO – UTILIZAÇÃO

EMENTA: Magistério Municipal. Triênios. Inexistência de regra expressa determi-nando pagamento de triênio ao professor municipal. Aplicação do art. 60 da Lei nº3.014/96 (Estatuto do Magistério Municipal de Torres), que determina a aplicaçãodas regras pertinentes aos demais servidores municipais, no que não houvercolidência com o regramento específico do Estatuto do Magistério. Direito do pro-fessor municipal de receber triênio de 10% por cada avanço, por força do art. 60da Lei nº 3.014/96, tendo havido a revogação do art. 138 da Lei 1.804/78, peloart. 67 da Lei nº 2.189/85, com a redação da Lei nº 2.332/88, que majorou o avan-ço por triênio para 10%, face incompatibilidade de normas. Os servidores do ma-gistério municipal de Torres são regidos pela Lei Municipal nº 3.014/96, que, emseu art. 60, determina a aplicação do Estatuto dos Servidores Públicos Municipaisno que não houver colidência com as regras estatutárias específicas do magisté-rio, não havendo previsão expressa na Lei nº 3.014/96 de pagamento de triêniopara o professor municipal. Majoração do percentual do triênio para 10% por for-ça do art. 67 da Lei nº 2.189/85, com a redação da Lei nº 2.332/88, aplicável aomagistério municipal, tendo em vista a revogação do art. 138 da Lei Municipal nº1.804/78 (Estatuto dos Servidores Públicos Municipais), que previa percentagemde 5% por cada avanço trienal. Direito do professor municipal ao triênio de 10%.Apelação provida. (Apelação Cível nº 70003815834, Primeira Câmara EspecialCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Eduardo Zietlow Duro, julgadoem 19/06/2002)

20 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

1.2 DESVIO DE FUNÇÃO – CRIAÇÃO DE CARGO – COMPETÊNCIA

EMENTA: Servidor Público. Desvio de função. A criação e o provimento de cargopúblico dependem de lei e ato formal do chefe do respectivo poder. Não cabe aoJudiciário, que não tem função legislativa, corrigir anomalias através de conces-são de diferenças de vencimentos entre o cargo titulado e o ilegalmente exercido.Orientação firme do Supremo Tribunal Federal e das duas Câmaras deste Tribu-nal que têm competência para a matéria que merece consideração. Apeloimprovido. (Apelação Cível nº 70006128953, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 21/08/2003)

EMENTA: Cargo Público. Face ao princípio constitucional da separação dos po-deres, aplicável também aos Municípios, o Poder Legislativo cria os cargos públi-cos, fixa os vencimentos respectivos mas não pode obrigar o Poder Executivo aprovê-los. Sentença confirmada. (Apelação Cível nº 26255, Primeira CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cristiano Graeff Júnior, julgado em 10/08/1976)

1.3 INSPEÇÃO MÉDICA – MOLÉSTIA – JUROS MORATÓRIOS

EMENTA: Administrativo. Concurso Público. Professora da rede pública estadual.Aptidão física. Moléstia superada à época da realização da inspeção médicaexigida para o ingresso no serviço público. Juros moratórios incidentes a partir dacitação, no patamar de 6%. À unanimidade, negaram provimento ao apelo e refor-maram, parcialmente, a sentença em Reexame Necessário. (Apelação e ReexameNecessário nº 70006769889, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Mário Crespo Brum, julgado em 27/11/2003)

EMENTA: Concurso Público - Exame Psicológico - Inaptidão - Pretensão à posse- Impossibilidade do pedido uma vez que não houve nomeação - Litispendêncianão configurada - Diferença entre o exame de capacitação profissional, de carátereliminatório, e a inspeção médica para ingresso no serviço público. Apelo despro-vido. (Apelação Cível nº 70005155635, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 12/03/2003)

CAPÍTULO II

DOS REQUISITOS BÁSICOS

2.1 CONCURSO PÚBLICO – MONITOR DA FASE – REQUISITO

EMENTA: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Concurso Público. Cargo demonitor da FASE (ex-Febem). Cidadania brasileira. Momento para comprovaçãode requisito fixado pelo edital. 1. Em uma interpretação razoável do edital, a pro-va da nacionalidade brasileira somente deveria ser exigida no momento dacontratação e não anteriormente, quando do encerramento das inscrições, comoprevê o item 12.2.4, que está em contradição com o que estabelece o item 12.2,que trata dos requisitos para a contratação. 2. O egrégio STF já se manifestou nosentido de que a comprovação do atendimento dos requisitos exigidos para oedital deve ocorrer no momento da posse. 3. Concedida em parte a segurança,assegurando ao impetrante a nomeação no cargo de monitor para o qual foi apro-vado em concurso público, na próxima vaga disponível, respeitado o prazo de va-lidade do concurso. Apelação parcialmente provida. Voto vencido. (ApelaçãoCível Nº 70006710842, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Angela Maria Silveira, julgado em 10/12/2003)

2.2 CONCURSO PÚBLICO – REQUISITO – EDITAL

EMENTA: Administrativo. Concurso público. Edital. Prova do cumprimento dasobrigações eleitorais. 1. Há direito líquido e certo, passível de tutela pela via deMandado de Segurança, a teor do art. 5º, LXIX, da CF/88. Preliminar rejeitada. 2.A 2ª via do requerimento de justificação faz prova “para todos os efeitos legais”,nos termos do art-16, par-1, da Lei 6091/74, do cumprimento das obrigações elei-torais exigidas no edital. 3. Segurança concedida. (fls.11) (Mandado de Seguran-ça nº 70003922762, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Araken de Assis, julgado em 14/06/2002)

22 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: Administrativo. Concurso público. Inscrição. Edital que exige a compro-vação de quitação das obrigações eleitorais. Instrução que demonstra o cumpri-mento dessa exigência pelo autor. Procedência da origem. Não-provimento. Ape-lação não provida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (ApelaçãoCível nº 598223071, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 23/09/1998)

2.3 CONCURSO PÚBLICO – REQUISITO – COMPROVAÇÃO – POSSE

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Servidor público. Concurso público. Re-quisitos. Escolaridade. Os requisitos para o preenchimento do cargo público de-vem estar, de acordo com o artigo 37, I da CF, especificados em lei anterior aoedital de abertura do concurso e as exigências devem ser razoáveis para que nãose afigurem discriminatórios. Exigência que deve ser comprovada no momento daposse no cargo, pois diz respeito ao desempenho do cargo, não com a inscriçãono concurso. Precedentes do STJ e STF. Apelo provido. (Apelação Cível nº70000268870, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Perciano De Castilhos Bertoluci, julgado em 20/04/2000)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Demissão de funcionário por não pos-suir a escolaridade exigida para o exercício do cargo. Cabimento. 1. Verificadoatravés de procedimento administrativo disciplinar que o servidor público não pos-suía quando de sua inscrição o grau de escolaridade exigido pelo edital, e daí de-correndo a sua demissão, não cabe ao Judiciário anular o ato demissionário doservidor, sob pena de fazer retornar a uma situação que se estabeleceu sob omanto da ilegalidade. 2. Deram provimento ao apelo do Município ao efeito dedenegar a segurança, prejudicado o recurso do impetrante, bem como o ReexameNecessário. (Apelação Cível nº 596023978, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Nelson Oscar de Souza, julgado em 16/05/1996)

2.4 CONCURSO PÚBLICO – SERVIDOR DE ESCOLA – IDADE MÍNIMA –LIMINAR DEFERIDA

EMENTA: Constitucional, Administrativo e Processual Civil. Concurso público.Servidor público estadual. Servidores de escola (Edital 01/2002). Idade mínima.Mandado de Segurança. Liminar deferida. Concessão da segurança. Não hárazoabilidade na interpretação que impede a impetrante de inscrever-se no con-curso público para o provimento do cargo de servidores de escola, porquanto nãojustificada a exigência pela natureza das atribuições, que não exige condições es-peciais para o seu desempenho, além da habilitação típica, prevista em lei. Segu-rança concedida. (fls.8) (Mandado de Segurança nº 70004740916, Segundo Gru-

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 23

po de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington PachecoBarros, julgado em 13/09/2002)

2.5 CONCURSO PÚBLICO – LAUDOS PSICOLÓGICO E PSIQUIÁTRICO –INVESTIDURA NO CARGO

EMENTA: Administrativo. Servidor público estadual, magistério. Aptidão física emental, requisitos para ingresso no serviço público. Inaptidão constada, atravésde avaliação psicológica e psiquiátrica, contraindicando a investidura em cargo nomagistério. Ação improcedente. Sentença confirmada. Recurso improvido. (Apela-ção Cível nº 598075877, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 03/09/1998)

EMENTA: Administrativo. Servidor público estadual. Anulação de ato administrati-vo. Tutela antecipada. Nulidade do ato de nomeação de servidor, decorrente defalta de aptidão física e mental (LCE 10.098/94, art. 7º, IV), provisão judicial quesuspende a sua eficácia, com a reintegração provisória ao cargo. Pressupostos aconcessão da tutela antecipatória que se ostentam presentes (CPC, art. 273).Óbices ao deferimento da medida que reclamam temperamento (Lei 8.437/92, c/ca Lei 9.494/97), em nome de direito fundamental protegido. Deferimento que nãose reveste do caráter de irreversibilidade. Agravo desprovido. 6fls. (Agravo deInstrumento nº 70002252005, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 05/04/2001)

2.6 OUTROS REQUISITOS – ESTADO TEM LIBERDADE PARAESTABELECÊ-LOS

2.6.1 CONCURSO PÚBLICO – REQUISITOS – CONCLUSÃO DE CURSO APÓSINSCRIÇÕES

EMENTA: Mandado de Segurança. Concurso Público. Servidor público. Conclu-são de curso após o encerramento das inscrições. Inobservância dos termos doedital. Estado-membro com liberdade para estabelecer requisitos para ingressoem cargos públicos. Inaplicabilidade de normas federais ou interpretação de direi-to federal. Precedentes jurisprudenciais. “Writ” denegado. (Mandado de Seguran-ça nº 70005537188, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 09/05/2003)

EMENTA: Administrativo. Concurso Público. Requisitos para ingresso na carreirade Defensor Público. Razoabilidade. 1. A administração é livre para estabeleceras bases do concurso público e a exigência de dois anos de experiência forense

24 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

para o bacharel em Direito, ou seja, após sua colação de grau, tem base legal(art-14, X, da Lei n. 9230/91) e se ostenta razoável. O princípio da igualdade seconcretiza, nesses casos, com a inclusão hipotética dos que preenchem os requi-sitos criados pela administração e a respectiva exclusão de todos os demais. 2.Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70001077775, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 19/03/2001)

CAPÍTULO II I

DO PROVIMENTO

3.1 NOMEAÇÃO

3.1.1 SERVIDOR PÚBLICO – NOMEAÇÃO INTERINA – QUADRO DE CARREIRA –ADMISSIBILIDADE

EMENTA: Servidor Público. Nomeação em caráter interino. Pretensão aenquadramento. O acesso aos cargos públicos, de caráter efetivo, ocorre, em re-gra, por concurso. Assim, nomeado o autor em caráter interino, não pode preten-der enquadramento em quadro de carreira, em que pese o exercício da função hámais de três décadas. Ação procedente em primeiro grau. Sentença reformada.Apelo provido, prejudicado o Reexame Necessário. (Apelação Cível nº595182866, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: RamonGeorg Von Berg, julgado em 27/12/1995)

EMENTA: Servidor Público. Anulação do ato de nomeação, pois não precedida deaprovação em concurso público. Cargo de provimento efetivo. Atuação positivado Tribunal de Contas para a reposição da legalidade nos atos admissionais prati-cados no Município de Guaíba. Anulação que deriva do poder de autotutela daadministração pública. Estabilidade que não pode ser reconhecida no caso con-creto. Sentença de improcedência mantida. Apelo improvido. (Apelação Cível nº70007094527, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 04/12/2003)EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Concurso público. Aprovação e nomea-ção. Expectativa de direito. Vencimentos retroativos. Necessidade do efetivoexercício. 1. Aprovado em concurso público, o pretendente apresenta somenteexpectativa de preencher o cargo. Não há direito a percepção de vencimentos

26 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

retroativos, que se vinculam a efetiva prestação de trabalho. 2. Apelação despro-vida. (Apelação Cível nº 70004474920, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 07/08/2002)

EMENTA: Administrativo e Processual Civil. Servidor Público. Fundação Públi-ca. Regime Jurídico Único. Impossibilidade. Distinção entre estabilidade eefetividade no serviço público. A Constituição Federal prevê que o acesso a car-go público efetivo ocorre através de concurso público de provas e títulos (art.37, II). Transposição para o Regime Jurídico Único, inconstitucionalidade do art.276, § 2º, da LCE 10.098/94. Hipótese de servidores públicos “latu sensu”, nacategoria de empregados públicos, não podendo ser beneficiados pelo regimejurídico afeito aos servidores públicos estrito senso, regidos pelo vínculoestatutário ou administrativo. Jurisprudência invocada que deve ser interpretadaà luz das novas disposições constitucionais (EC 19/98), modificando o art. 37 daCarta Magna, para arredar o Regime Único, podendo ser adotado o estatutárioou celetista. Fundação instituída pelo Estado (FGTAS), natureza jurídica de di-reito privado prevista em sua Constituição. Figura da estabilidade no serviço pú-blico (art. 19 ADCT) que também não se aplica. Ação improcedente, sentençaconfirmada. Recurso desprovido. (Apelação Cível nº 70003487774, Terceira Câ-mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julga-do em 14/03/2002)

3.1.2 IMPROBIDADE – DIREITOS – CARGO EM COMISSÃO – NOMEAÇÃO –PRINCÍPIOS

EMENTA: Ação de Improbidade Administrativa. Prescrição. Decretação de ofício.Direitos políticos. Suspensão. Fundamento da República. Direito indisponível. No-tificação. Citação. Medida Provisória nº 2.225/2001. Cargo em comissão. Nomea-ção. Chefia. Direção. Assessoramento. Emenda 19/98. Inconstitucionalidade.Controvérsia constitucional. Matéria de relativa complexidade. 1. A inobservânciado procedimento instituído pela Medida Provisória nº 2.180, de 24 de agosto de2001 implica a nulidade do processo por cerceamento de defesa. 2. A prescriçãoda Ação de Improbidade Administrativa consuma-se depois de decorridos mais decinco anos da exoneração do agente público do cargo em comissão ou função deconfiança. Art. 23 da Lei nº 8.429/92. 3. A Ação de Improbidade Administrativatem por escopo aplicar sanções ao agente ímprobo que invadem sua esfera pes-soal, podendo sujeitá-lo, inclusive, à suspensão dos direitos políticos (art. 15,inciso V, da CR). Sendo a cidadania um dos fundamentos da República, a prescri-ção da Ação de Improbidade Administrativa pode ser decretada de ofício, por-quanto afeta direito indisponível. Art. 1º, inciso II, da CR 4. Nem todo ato adminis-trativo ilegal configura ato de improbidade administrativa. O ato de improbidade

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que atenta contra os princípios da Administração Pública só admite a formadolosa. Artigos 11 da Lei nº 8.429/92. 5. A Constituição da República, a partir daEmenda nº 19/98, somente admite cargos em comissão para atribuições dedireção, de chefia e de assessoramento. Todavia, a nomeação de servidor públi-co para cargo em comissão com atribuições técnicas, depois do advento daEmenda Constitucional nº 19/98, não configura, por si só, ato de improbidade queviola princípio da Administração Pública, porquanto se trata de ato administrativocuja legalidade envolve controvérsia constitucional de relativa complexidade jurí-dica que exige o exame da compatibilidade das leis com o texto constitucional.Ação rejeitada contra o Prefeito e o ex-Prefeito. (Prefeito - Improbidade nº70007228273, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, julgado em 04/11/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Cargo em comissão. Porta-ria de nomeação editada com erro material. Ato administrativo retificado após oajuizamento da ação. Comprovação do efetivo exercício do cargo. Sentença con-firmada. Apelo desprovido. (Apelação e Reexame Necessário nº 70002213346,Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ra-mos, julgado em 19/04/2001)

3.2 READAPTAÇÃO

3.2.1 APOSENTADORIA – LIMITAÇÕES FÍSICAS – READAPTAÇÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Readaptação a cargo. Pretensão àaposentadoria por invalidez. Possibilidade de o servidor ser readaptado a outrocargo, cujas tarefas são compatíveis com suas limitações físicas indicadas no lau-do pericial. Inadmissibilidade de aposentadoria por invalidez quando viável areadaptação do servidor. Precedente. À unanimidade, negaram provimento aoapelo. (Apelação Cível nº 70006805873, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Jus-tiça do RS, Relator: Mário Crespo Brum, julgado em 27/11/2003)

3.2.2 APOSENTADORIA – DOENÇA GRAVE SUPERVENIENTE –READAPTAÇÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Aposentadoria. Readaptação.Confirmada pela perícia a incapacitação física, por doença grave ocorrida após oingresso no serviço público, a aposentadoria por invalidez, com proventos integrais,e direito líquido e certo do servidor. Impossibilidade de readaptação. Segurançaconcedida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (Reexame Necessário

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nº 70001665025, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: LuizAri Azambuja Ramos, julgado em 15/02/2001)

3.2.3 READAPTAÇÃO “EX OFFICIO” – REGIME JURÍDICO – ADMISSIBILIDADE

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público. Professora. Readaptação. Areadaptação de professora em cargo de técnico em educação, com alongamentodo prazo de aposentadoria configura simples mudança no regime jurídico, a qualé permitida pela ordem constitucional, pois o servidor não tem direito adquirido aregime jurídico. Precedentes do STJ. Em tal circunstância, não se caracteriza aredução de remuneração constitucionalmente proibida, já que a servidora perce-berá no jubilamento proventos idênticos aos vencimentos que percebe comoservidora readaptada. A contagem do tempo de serviço reduzido para o professorpressupõem apenas as tarefas de magistério, não se aplicando ao cargo de técni-co em educação. Precedentes do STJ. Apelo improvido. (06 fls). (Apelação Cívelnº 70000683326, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, julgado em 20/06/2001)

3.2.4 READAPTAÇÃO – FALTAS JUSTIFICADAS – AGENTES QUÍMICOS

EMENTA: Servidor Público. Abono de faltas. Acometimento de moléstia grave.Impossibilidade de contato com agentes químicos. Tendo a servidora sofrido aci-dente vascular cerebral e ficado impossibilitada de manter contato com produtosquímicos em decorrência dos medicamentos ingeridos após o acometimento damoléstia, são justificáveis as faltas ao trabalho enquanto não concluído o proces-so de readaptação para outra atividade funcional, mormente quando com-provadamente equivocado o laudo médico que a considerou apta para o trabalho.Apelo negado, mantida a sentença em reexame. (Apelação Cível nº 599021938,Primeira Câmara de Férias Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: GenaroJosé Baroni Borges, julgado em 16/09/1999)

3.2.5 READAPTAÇÃO – DIREITO – VENCIMENTO – CARGA HORÁRIA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Readaptação. Carga Horária. 1. A re-lação estatutária municipal é governada pela lei local. Não estando afastada a hi-pótese, ante o conteúdo do laudo médico, o servidor readaptado, assegurados osvencimentos do cargo originário (art-24, par-1, da Lei n. 1715/90), trabalhará nacarga horária atribuída ao novo cargo. 2. Apelação desprovida. (Apelação Cível

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nº 597195874, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arakende Assis, julgado em 20/05/1998)

EMENTA: Servidor Público - Readaptação - Vencimentos do novo cargo que de-vem corresponder ao do cargo para o qual fora o servidor nomeado ao início - Asregras posta no art. 25, par. 1 e 2, da Lei n. 2298/91 de Santa Rosa, quiseram ga-rantir ao servidor readaptado em novo cargo, em função dos problemas sérios desaúde apresentados, o vencimento que auferia no cargo de origem, sem fazer arestrição de que o vencimento é apenas aquele correspondente ao tempo em quea readaptação aconteceu, senão que também deve acompanhar as vantagens fu-turas - Indenização pelos descontos futuros que o Município deve realizar sobreos pagamentos que vier a fazer indevida - Apelação provida em parte - Sentençaconfirmada de resto em reexame. (9fls) (Apelação Cível nº 70000407957, Tercei-ra Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio MonteiroPacheco, julgado em 27/04/2000)

3.2.6 READAPTAÇÃO – DIREITOS – VANTAGENS – CARGO

EMENTA: Funcionário Público. Administrativo. Servidor Público. Readaptação.Constitucionalidade. Efeitos. Direito as gratificações de serviço inerentes ao novocargo 1. A readaptação (art.39 da Lei n° 10.098/94),embora forma de investiduraem outro cargo, é constitucional e prescinde de concurso público (CF/88,art.37,II). Através da readaptação, o servidor se desvincula do cargo originárioe, portanto,passa a ter direito as gratificações de serviço inerentes ao novo cargo(art.41, caput,da Lei n°10.098/94). 2. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº598416261, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken deAssis, julgado em 17/02/1999)

3.2.7 READAPTAÇÃO – LICENÇA-SAÚDE NÃO PRORROGADA – LAUDO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Licença saúde. Negativa de prorro-gação. Laudo pericial a evidenciar condições do servidor para o trabalho. Le-galidade. Não padece de ilegalidade a negativa de prorrogação de licençasaúde quando comprovado através do Departamento de Perícia Médica do Es-tado e pelo Departamento Médico Judiciário a possibilidade de trabalho doservidor. Caso em que cabe a administração proceder readaptação para ade-quar o funcionário, segundo suas aptidões (art-39, parágrafo segundo da Lei10098/94). Apelação improvida. (Apelação Cível nº 597091214, Terceira Câ-mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Carlos Teixeira Giorgis,julgado em 30/04/1998)

30 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

3.2.8 READAPTAÇÃO – ALCOOLISMO – LAUDO – PROVA

EMENTA: Servidor Público Municipal. Motorista. Readaptação no cargo de portei-ro em virtude de alcoolismo. Patologia não constatada na perícia elaborada peloDepartamento Médico Judiciário. O conjunto probatório não dá respaldo areadaptação levada a efeito pela Administração, pois demonstra a não ocorrênciada situação fática que determinou a prática do ato, impondo-se, conseqüentemen-te, a sua desconstituição. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 597192251, Ter-ceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Perciano de CastilhosBertoluci, julgado em 10/09/1998)

3.2.9 READAPTAÇÃO – LEGALIDADE – LAUDO

EMENTA: Servidor Público. Readaptação. Legalidade. Laudo pericial convincen-te. Sentença de improcedência. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 596201780,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Maria RosaTesheiner, julgado em 02/04/1997)

3.3 REINTEGRAÇÃO

3.3.1 REINTEGRAÇÃO – ATO ADMINISTRATIVO – LEGALIDADE – PREJUÍZOS

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Cobrança de vencimentos.Anulação de ato de demissão. Reintegração ao cargo. Direito do servidor ao res-sarcimento de vencimentos e vantagens que deixou de perceber, em razão doprocedimento ilegal da Administração. Conseqüências patrimoniais do ato nulo,retorno ao “status quo” ante. Recurso desprovido. (Apelação Cível nº70007256886, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz AriAzambuja Ramos, julgado em 13/11/2003)

3.3.2 DEMISSÃO – ATO ADMINISTRATIVO – VENCIMENTOS – DANO – PROVA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Pedido de demissão. Açãoque objetiva a declaração de nulidade do ato administrativo, com a reintegraçãoao cargo e o pagamento dos vencimentos. Ação improcedente, defeito do ato ad-ministrativo, por vício de consentimento, não demonstrado. Vantagensvencimentais indevidas. Dano moral que não se configura. Cerceamentoprobatório inocorrente. Agravo Retido e Apelação desprovidos. (Apelação Cível nº70004541751, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz AriAzambuja Ramos, julgado em 31/10/2002)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 31

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Pedido de exoneração. Vicio não com-provado. Reintegração. Impossibilidade. 1. Não faz jus a reintegração o servidorque ao se arrepender do pedido de exoneração alega vício de consentimento,sem comprová-lo. 2. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70003966314,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julga-do em 08/05/2002)

3.3.3 EXONERAÇÃO – CARGO EM COMISSÃO – LICENÇA – INDENIZAÇÃO

EMENTA: Apelação Cível. Giruá. Exoneração. Servidor Público. Cargo em comis-são. Licença-gestante. Artigo 7º, inciso XVIII da CF/88. Indenização indevida. Aautora não tem direito a reintegração ao cargo de que foi exonerada. O cargo pro-vido em comissão é precário, passível a exoneração “ad nutum”, inaplicável a es-tabilidade, sequer a provisória. Indevida a concessão de licença-gestante, pornão se encontrar a demandante na fase gestacional exigida pela Lei Municipal n.998/90, artigo 211, § 1º. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70004557252,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina,julgado em 04/09/2002)

3.3.4 EXONERAÇÃO – CARGO EM COMISSÃO – ATO ADMINISTRATIVO –REINTEGRAÇÃO – AFASTAMENTO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Cargo em comissão. Açãoque objetiva a declaração de nulidade do ato administrativo de exoneração, com areintegração no serviço público e o pagamento dos vencimentos. Exoneração ba-seada em abandono de cargo, ato vinculado. Deve ser declarado nulo o atoexoneratório, uma vez restando comprovado o afastamento do servidor por doen-ça. Recurso desprovido, sentença confirmada em Reexame Necessário. (Apela-ção e Reexame Necessário nº 70003098423, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 21/03/2002)

3.3.5 EXONERAÇÃO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – REINTEGRAÇÃO – CARGOS

EMENTA: Administrativo - Servidor Público - Exoneração durante o estágioprobatório - Lei municipal que extinguiu os cargos - Adequação da Lei de Respon-sabilidade Fiscal - Impossibilidade de reintegração em cargo extinto. Precedentesda Câmara sobre a mesma situação discutida nos autos. Apelo provido. ReexameNecessário não conhecido. (Apelação e Reexame Necessário nº 70005567748,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos BrancoCardoso, Julgado em 16/04/2003)

32 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

3.4 DISPONIBILIDADE E APROVEITAMENTO

3.4.1 EXONERAÇÃO – EXTINÇÃO DO CARGO – ESTÁGIO PROBATÓRIO –APROVEITAMENTO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Extinção do cargo durante estágioprobatório. Exoneração. Admissibilidade. 1. Extinto o cargo de provimento efetivo,durante o estágio probatório, o servidor poderá ser exonerado (Súmula 22 doSTF), sendo desnecessário assegurar ampla defesa (art. 5°, LV, da CF/88), por-que inadmissível a disponibilidade remunerada, que só contempla servidores es-táveis (art. 41, § 3°, da CF/88), e a reintegração, porque extinto o cargo. 2. Apela-ção desprovida. (Apelação Cível nº 70006030670, Quarta Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 28/05/2003)

3.4.2 SERVIDOR ESTÁVEL – CARGO – DISPONIBILIDADE REMUNERADA –LEI CAMATA

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal estável. Extinção do cargo.Disponibilidade remunerada. Lei Camata. Conveniência e oportunidade da adminis-tração pública em colocar em disponibilidade servidor que ocupa cargo tido pordesnecessário ao poder público local. Projeto para a extinção de órgão municipal econcomitantes cargos a ele relacionados para adequação do orçamento municipalaos ditames da LC 82/95. Procedimento legal para adequação do orçamento muni-cipal aos limites constitucionais erigidos no art. 169 da CF. Inaplicabilidade das re-gras do processo administrativo disciplinar por não ter sido o servidor colocado emdisponibilidade, mas exonerado. A anterioridade da colocação em disponibilidadedo servidor em relação à lei que extinguiu o seu cargo não torna inválido o ato ad-ministrativo, que subsiste frente à conveniência e à oportunidade que o conduzem.Precedentes específicos desta corte e do STF. Sentença mantida. Apelação des-provida. (Apelação Cível nº 70004915153, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Jus-tiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 19/12/2002)

3.4.3 SERVIDOR ESTÁVEL – EXTINÇÃO DO CARGO – DISPONIBILIDADE –REMUNERAÇÃO PROPORCIONAL

EMENTA: Administrativo. Servidor público estável. Extinção do cargo. Disponibili-dade. Possibilidade. Remuneração proporcional. Art. 41, § 3º, da CF. A extinção decargos pelos critérios de conveniência e oportunidade prescinde de lei, tampoucoexige autorização legislativa para o ato que coloca o servidor estável em disponibi-lidade. Havendo a extinção de cargos pela Administração, tratando-se de servidorestável, deverá ser ele colocado em disponibilidade com remuneração proporcional

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 33

ao tempo de serviço, forte na regra do art. 41, § 3º, da CF. Precedentes do TJ eSTF. Apelação desprovida. (Apelação Cível Nº 70004721098, Primeira Câmara Es-pecial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Eduardo Zietlow Duro, jul-gado em 18/12/2002)

EMENTA: Apelação Cível. Constitucional, Administrativo e Processual Civil. Ser-vidor Público. Município de Santa Vitória do Palmar. Comunicador social. Extinçãodo cargo (e do Departamento de Imprensa). Servidor colocado em disponibilida-de. Alegada ilegalidade. Inexistência. Ação ordinária. Improcedência na origem.Precedentes. Não-provimento. O ato que coloca servidor estável em disponibilida-de, por desnecessidade de seu serviço, não depende de prévia autorizaçãolegislativa. Nesses termos, a edição da Lei nº 3.063-1999 do Município de SantaVitória do Palmar, é irrelevante, pois ela tem apenas força declaratória. E assimporque a extinção de cargos públicos depende do juízo de conveniência e deoportunidade da administração pública, prescindindo da edição de lei, consoanteproclamou o Supremo Tribunal Federal. Apelação não provida. (Apelação Cível nº70003047644, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 24/10/2001)

3.4.4 SERVIDOR PÚBLICO – DISPONIBILIDADE – ATO ILEGAL

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. Disponibilidade. Lei extintivade cargo posterior a colocação da servidora em disponibilidade. Afronta ao pará-grafo 3 do artigo 41 da CF, alterado pela Emenda Constitucional n.º 19. Ato ilegal.Violação do direito líquido e certo. Ordem concedida. Apelação desprovida. Sen-tença confirmada em Reexame Necessário. (5fls) (Apelação Cível nº70000034264, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Perciano de Castilhos Bertoluci, julgado em 30/04/2000)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público colocado em disponibilidade. Aplica-ção do art-41, par-3, da Constituição Federal. Invalidade do ato. Lei posterior queextinguiu o cargo em que a impetrante estava investida. Fato superveniente. Sen-tença confirmada. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70000470401, QuartaCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso,julgado em 01/03/2000)

3.4.5 SERVIDOR ESTÁVEL – EXTINÇÃO DE CARGO – APROVEITAMENTO OUDISPONIBILIDADE REMUNERADA PROPORCIONALMENTE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Disponibilidade remunerada. Extintoou declarado desnecessário pela administração o cargo público, o servidor efetivo

34 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

deve ser aproveitado em outro cargo, com função equivalente, ou colocado emdisponibilidade remunerada. Os vencimentos, porém, serão proporcionais ao tem-po de serviço, até futuro reaproveitamento em cargo equivalente, na forma do art.41, § 3º, da CF (redação da EC 19/98), e segundo previsão da legislação local(art. 64 da LOM e 29 da Lei do RJU). Recurso voluntário provido. Sentença con-firmada, no mais, em Reexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº70002249019, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz AriAzambuja Ramos, julgado em 10/05/2001)

3.5 RECONDUÇÃO

3.5.1 SERVIDOR MUNICIPAL – DESVIO DE FUNÇÃO – HORAS EXTRAS –CONVOCAÇÃO

EMENTA: Reexame Necessário. Administrativo. Servidor Público. Município deCactóide. Cargo de patroleiro. Desvio de função para guarda escolar. Ação ordi-nária. Recondução ao cargo para o qual foi nomeado. Não-comprovação do exer-cício em outro cargo. Horas extras. Parcial procedência na origem. Não provimen-to em grau recursal. Princípio da legalidade. Lei local. Não-comprovacão da exis-tência de convocação para a prestação de serviços extraordinário. Descabimentoda pretensão. Inteligência do artigo 57, caput e § 1º, da Lei 969-1993. Ação im-procedente. Precedentes da Câmara. Sentença reformada em Reexame Necessá-rio. Ação improcedente. (Reexame Necessário nº 70004428819, Quarta CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em14/08/2002)

3.5.2 EXONERAÇÃO – ESTÁGIO PROBATÓRIO FEDERAL – RECONDUÇÃO –DIREITO LÍQUIDO E CERTO

EMENTA: Mandado de Segurança. Direito Administrativo. Servidor Público Esta-dual. Pedido de exoneração para ingresso no serviço público federal. Não-apro-vação no estágio probatório. Pedido de recondução. Incabimento por inexistênciade direito líquido e certo. Indeferimento de liminar. Ausência de lei a amparar opleito. Improcedência da pretensão. Segurança denegada. (Mandado de Seguran-ça nº 598122091, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 27/11/1998)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 35

3.6 REVERSÃO

3.6.1 SERVIDOR – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDOS –READAPTAÇÃO – REVERSÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal ativo que objetiva a aposen-tadoria por invalidez. Laudo técnico administrativo que se inclina pelareadaptação do cargo. Perícia judicial que conclui pela incapacidade laborativa,com possibilidade de reversão. Doenças constatadas em ambos os laudos quedão azo a aposentadoria pleiteada. Previsão em norma legal do Município. Pedi-do de fornecimento de medicamentos não apreciado, porquanto não objeto do re-curso de Apelação. Sentença de improcedência. Apelo provido. (Apelação Cívelnº 70003282654, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Augusto Otávio Stern, julgado em 22/11/2001)

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. O art-158, par-4 da Lei10098/94, não fixa prazo para exame de confirmação de laudo incapacitante parao serviço público, apenas exige o transcurso de 24 meses contados do ato deaposentadoria. Conclusão do laudo apontado para reversão da situaçãoincapacitante, com determinação com a informada realização do exame e atémesmo as conclusões do laudo. Matéria controvertida, a exigir dilação probatóriaincompatível com a via estreita do “Writ”, Mandado denegado. (Mandado de Se-gurança nº 70005597885, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 09/05/2003)

EMENTA: Servidor Público. Reversão de aposentadoria. Dano moral.Incensurável mostra-se o ato sentencial ao invalidar o ato de reversão, sendo osargumentos do julgador muito bem postos, mercê de consistente fundamentação,além de fundados em prova pericial elaborada pelo DMJ, laudo psicológico e psi-quiátrico, que concluíram pela incapacidade da autora para exercer atividadeslaborativas remuneradas, pois portadora de Transtorno Borderline de Personali-dade. É dever do Município investigar, mediante procedimento próprio e inspeçãomédica, especialmente diante de denúncia, se persiste o estado de saúdeincapacitante da autora, que deu causa à aposentadoria. A atitude do réu configu-ra exercício regular de direito, que não gera dano moral. Apelo improvido. Confir-mada, no mais, a sentença em Reexame Necessário. (Apelação Cível nº70003797495, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, julgado em 20/11/2002)

EMENTA: Agravo de Instrumento - Direito Administrativo e Processual - ServidorPúblico Estadual - Ação Ordinária visando reversão de decisão administrativa de

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aposentadoria compulsória e vencimentos da atividade - Prova pericial médica noDMJ (Departamento Médico Judiciário) do Tribunal de Justiça - Inconformidade -Descabimento - Não-provimento. Agravo não provido. (Agravo de Instrumento nº598123669, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: WellingtonPacheco Barros, julgado em 26/08/1998)

3.6.2 APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – REVERSÃO – TEMPO DEAFASTAMENTO – REGIME JURÍDICO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Aposentadoria voluntária.Reversão. Cômputo do tempo de serviço. Aposentadoria desconstituída peloTCE. Possibilidade do cômputo do período de tramitação do expediente junto aoTCE, em que afastado o servidor, havendo previsão na legislação local. Permissi-vo do Regime Jurídico Único do Município de Cruz Alta (Lei Complementar 004/95, arts. 17 e 70, inc. V, letra ‘b’). Descabe, porém, determinar a expedição denovo ato, sujeito ao exame de outros pressupostos. Concessão da ordem ao efei-to de arredar o óbice imposto pela administração. Apelação provida, em parte.(Apelação Cível nº 70004131272, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 08/08/2002)

EMENTA: Servidor Público - Direito a contagem do tempo de afastamento parafins de aposentadoria - Reversão - art.52 da Lei Municipal n.28/53 - Parecern.11.043 da PGE. Apelo provido. (04 fls). (Apelação Cível nº 70000881060, Quar-ta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardo-so, julgado em 16/08/2000)

3.6.3 APOSENTADORIA – REVERSÃO – LEGALIDADE DO ATO

EMENTA: Servidor Público. Mandado de Segurança. Portaria municipal que revo-gou o ato de aposentadoria e determinou a reversão do servidor ao serviço públi-co. Ilegalidade e arbitrariedade do ato praticado pelo Prefeito de Seberi. Senten-ça concessiva do Mandamus. Ausência de recurso voluntário. Sentença confirma-da em Reexame Necessário. (6fls.) (Reexame Necessário nº 70002409407, Ter-ceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio MonteiroPacheco, julgado em 02/08/2001)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 37

3.6.4 APOSENTADORIA – TEMPO FICTO – REVERSÃO – VENCIMENTOS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Aposentadoria. Tempo ficto.Inconstitucionalidade. Reversão. 1. Determinada a reversão dos servidores, de-vem estes retornar aos seus cargos originários. 2. Os valores percebidos a títulode proventos não podem ser descontados dos vencimentos dos servidores, eisque cabia ao Município negar aplicação a lei inconstitucional. 3. Negaram provi-mento a ambos os recursos. (Apelação Cível nº 595197559, Terceira CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Oscar de Souza, julgado em 09/05/1996)

CAPÍTULO IV

DO CONCURSO PÚBLICO

4.1 EDITAL

4.1.1 MATÉRIA – EDITAL – PROVA – NULIDADE – RECLASSIFICAÇÃOHONORÁRIOS

EMENTA: Concurso Público. 1º Concurso para ingresso na classe inicial da car-reira da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Prova dissertativade Direito Constitucional. Questão nº 3. Anulação da questão, em razão da maté-ria questionada não estar prevista no edital. Edital é a lei do concurso. O princípioda razoabilidade (ou da proporcionalidade), mesmo não estando expressodiretamente em quaisquer dos artigos da CF-88, opera como critério de interpre-tação inseparável da Constituição, sendo assim, se o edital relacionou alguns títu-los, capítulos e seções, com a exclusão de outros, não se pode considerar incluí-do no programa, muito menos permitindo desta maneira qualquer tipo dequestionamento de conteúdo não compreendido especificamente no programa.Ilegalidade reconhecida. Questão anulada, conseqüentemente, com a atribuiçãodos pontos e a reclassificação da candidata. Apelo parcialmente provido, paratão-somente reduzir a verba honorária. Sentença confirmada em Reexame quantoao mais. (Apelação e Reexame Necessário nº 70007403199, Terceira CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, jul-gado em 12/02/2004)

4.1.2 CONCURSO PÚBLICO – EDITAL – NULIDADE – REQUISITOS

EMENTA: Concurso Público. Edital e “a lei do concurso”. Descumprimento que acar-reta prejuízo aos candidatos. Nulidade. Apelo desprovido. Sentença parcialmente

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alterada em Reexame Necessário. (Apelação Cível nº 70000276931, Quarta Câ-mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, jul-gado em 01/12/1999)

4.2 CONCURSO PÚBLICO – TÍTULOS – EDITAL – PRINCÍPIOS

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Concurso Público. Ingresso no quadrodos Oficiais do Estado Maior da Brigada Militar. Prova de títulos. Exigência nãoconstante do edital. Princípio da legalidade. O edital é a lei do certame, só poden-do ser exigido aos candidatos aquilo que nele se encontra prévia e expressamen-te previsto. Assim, o título apresentado pelo candidato, ainda que desprovido decomprovação de registro no Ministério da Educação e Cultura, deve ser valoradoconforme os critérios de pontuação respectivos, pois inexistente no edital a exi-gência de registro no referido Ministério, sob pena de violação do princípio da le-galidade. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (Reexame Necessárionº 70007767015, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: VascoDella Giustina, julgado em 18/02/2004)

4.2.1 CONCURSO PÚBLICO – TÍTULOS – PRAZO – PRINCÍPIOS

EMENTA: Agravo de Instrumento. Concurso Público. Academia de Polícia Civil.Prova de títulos. Antecipação de tutela. Pretensão de apresentação de títulosapós o decurso do prazo editalício. Impossibilidade de acolhimento do pedido,sob pena de ferir o princípio da paridade dos certames. Ausência deverossimilhança nas alegações do impetrante. Decisão mantida. Recurso despro-vido. (Agravo de Instrumento nº 70006904205, Terceira Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 09/10/2003)

4.2.2 CONCURSO PÚBLICO – TÍTULOS – CERTIFICADOS – EDITAL

EMENTA: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Concurso Público. Magistério.Município. Prova de títulos. Ausência de direito líquido e certo em que certificadosexpedidos pela APAE, relativos a “trabalhos práticos”, sejam valorizados em Con-curso Público ao Magistério Municipal, para o cargo de professor área 1 . 1ª a 4ªséries, sem evidência segura de que correspondam a cursos ou treinamentosefetivos de formação profissional. Ademais, vinculada que estava a administraçãoao edital, tais títulos somente poderiam ser valorados se diretamente relaciona-dos com as atribuições do cargo disputado pela candidata impetrante. Segurança

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 41

denegada na origem. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70005646898, Pri-meira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Uhlein,julgado em 30/06/2003)

4.2.3 CONCURSO PÚBLICO – EDITAL – NULIDADE – PROVA – PRINCÍPIOS

EMENTA: Ação Civil Pública. Concurso Público. Procempa. Companhia deProcessamento de Dados do Município de Porto Alegre. Edital que atribui a provade títulos o valor correspondente a 50% dos pontos do certame, em confrontocom o art. 20, par.2 da Carta Estadual, que limita em 25%. Autonomia administra-tiva limitada dos Municípios, que não pode se confrontar com norma constitucio-nal, explicitamente consignada. Princípio da simetria. Art. 8 da Carta Estadual,prescrevendo a observância dos princípios estabelecidos na Constituição Estadu-al. Precedentes jurisprudenciais. Nulidade do item do edital que assim prevê, comexpedição de edital retificativo, refazendo-se o cálculo na aferição da prova de tí-tulos, reclassificando-se os candidatos com base neste critério, com adesconstituição de eventual nomeação. Apelo provido. Sentença reformada.(10fls) (Apelação Cível nº 70001927151, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 21/03/2001)

4.2.4 CONCURSO PÚBLICO – EDITAL – PROVA – PRINCÍPIOS

EMENTA: Administrativo. Concurso Público. Edital de abertura de concurso queconferiu a prova de títulos peso fixo a ser observado na média ponderada, deno-tando seu caráter eliminatório. Aplicação do princípio constitucional darazoabilidade. A apresentação dos títulos fica condicionada ao resultado das pro-vas escritas, possuindo, portanto, valoração complementar. Ação julgada proce-dente. Não provimento do recurso de Apelação. Sentença confirmada emReexame. (Apelação e Reexame Necessário nº 70002008142, Terceira CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 15/02/2001)

4.2.5 CONCURSO PÚBLICO – CRITÉRIOS DE DESEMPATE – CONTROVÉRSIA –TEMPO DE SERVIÇO

EMENTA: Administrativo. Concurso Público. Critério de desempate. Sorteio oucômputo de serviço público. Controvérsia. Natureza privada dos serviços presta-dos. 1. É inadmissível a apelação interposta sem prova do preparo (CPC, art-511). Precedente do STJ. Apelação não conhecida. 2. Não é tempo de serviço

42 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

público aquele relacionado com vínculo trabalhista em pessoa jurídica de direitoprivado e que não desenvolve serviço, essencialmente, público. 3. Reformada sen-tença em Reexame. (9 fls.) (Apelação Cível nº 70000091256, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 10/11/1999)

EMENTA: Administrativo. Concurso Público. Tutela antecipada. Se a prova dosautos demonstra de modo claro que a banca examinadora equivocou-se na apli-cação do critério de desempate em o primeiro e o segundo colocado, acabandopor preterir este, a antecipação da tutela, era medida que se impunha. Recursoprovido. (Agravo de Instrumento nº 598057503, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 16/09/1998)

EMENTA: Administrativo. Concurso Público. Exercício de função ou cargo públicocomo critério de desempate. Possibilidade. O Município tem competência para re-gular o ingresso na função pública municipal. Por visar melhor qualificação docandidato, e admissível o critério de desempate pelo exercício anterior de funçãoou cargo público, sem que seja contrariado o princípio constitucional da igualdadede todos perante a lei, e o da legalidade e da moralidade administrativa. Apeloprovido. (Apelação Cível nº 596156471, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Ulderico Ceccato, julgado em 26/03/1997)

4.3 PRAZO DO CONCURSO

4.3.1 CONCURSO PÚBLICO – EDITAL – APROVAÇÃO – PRAZO –APROVEITAMENTO

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Processual Civil. Tribunal de Justiça.Concurso Público. Auxiliar de serviços gerais. Edital 27/95-DC. Aprovação. Pedi-do de aproveitamento. Indeferimento. Mandado de Segurança. Indeferimento deliminar. Informações dando conta de que a nomeação não se implementou porexpiração do prazo de validade do concurso (23.09.2001). Expectativa de direito.Inexistência de direito líquido e certo. Incabimento da pretensão. Denegação daSegurança. Segurança denegada. (Mandado de Segurança nº 70005748488, Se-gundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: WellingtonPacheco Barros, julgado em 13/06/2003)

EMENTA: Servidor Público - Pedido objetivando reconhecer a preterição propostodepois de extinto o prazo de validade do concurso público - Incidência do instituto dadecadência - O candidato preterido tem o direito potestativo de questionar o ato ad-ministrativo até o final do prazo de validade do certame. Prestígio do princípio que

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 43

protege a segurança jurídica da administração e dos demais candidatos aprovados enomeados. Demora no ajuizamento que permitiu fosse consumado o prazodecadencial. Precedentes desta Câmara. Apelo provido. Prejudicado o Reexame.(Apelação e Reexame Necessário nº 70004013561, Terceira Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 02/05/2002)

EMENTA: Embargos Infringentes - Concurso Público com validade que já expirou- Impossibilidade de nomeação de candidato, ainda que preterido, em razão dodecurso do prazo de validade do certame. Embargos desacolhidos. (6fls) (Embar-gos Infringentes nº 70001698455, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunalde Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 09/03/2001)

4.3.2 CONCURSO PÚBLICO – POSSE – CONCURSADO – DIREITO – VAGA

EMENTA: Funcionário Público. Posse. De concursado. Direito. Prioridade. Nobiênio de eficácia, conforme o inciso IV do art-37 da Lei Maior, ao concursado, ejá nomeado, assiste direito líquido e certo a posse, existente vaga, para qual de-tém prioridade em desfavor de aprovados em superveniente certame. Apelaçãoprovida. (Apelação Cível nº 591064571, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Luiz Gonzaga Pila Hofmeister, julgado em 23/10/1991)COC

4.3.3 CONCURSO PÚBLICO – PRAZO – REQUISITOS – LESÃO

EMENTA: Processual Civil. Antecipação de tutela. Concurso Público. Pedido deprorrogação do prazo de validade do certame. Ausência dos requisitos da anteci-pação de tutela, conforme alegação de que os primeiros três classificados não to-maram posse no cargo, e sendo o agravante o quarto classificado funda o pedidoem face da possibilidade de expirar o prazo do concurso. Mera expectativa de le-são. A aprovação no concurso não gera direito absoluto a nomeação ou a admissão.Agravo desprovido. (Agravo de Instrumento nº 70003438199, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 28/12/2001)

EMENTA: Concurso Público. Prazo de validade. Decorrido o prazo de validade doconcurso público, que pode ser de até dois anos, prorrogável por igual período,que no caso não houve, não é mais possível a suscitação de inconformidade como seu resultado por candidato reprovado, procurando alterá-lo, porquanto tratar-se de prazo decadencial. Sentença mantida pelos seus próprios fundamentos.Apelação improvida. (Apelação Cível nº 598335842, Terceira Câmara Cível, Tri-bunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 06/05/1999)

44 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: Concurso Público. Prorrogação do prazo de validade. Faculdade e nãoobrigação da administração. A prorrogação do prazo de validade do concurso eato discricionário da administração que ajuizará, segundo a conveniência do inte-resse público, a sua necessidade. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº598393288, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Percianode Castilhos Bertoluci, julgado em 17/12/1998)

4.4 CONCURSO PÚBLICO – EDITAL – VAGAS – DIREITOS

EMENTA: Mandado de Segurança. Concurso para provimento de cargos públicos.Vagas reservadas aos deficientes físicos. Os deficientes físicos que prestarem oconcurso e que obtiverem o mínimo necessário a classificação, exigido peloedital, e cujo número não ultrapasse os 10% das vagas oferecidas, preferem a to-dos os demais concorrentes, não portadores de deficiência física. Exegesecorreta do art. 3, da Lei Estadual n. 10.228/98, que regulamenta o artigo 19,inciso V, da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. Ausência de direito lí-quido e certo. Liminar revogada. Ordem denegada. (28 fls - d) (Mandado de Se-gurança nº 70004881280, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Clarindo Favretto, julgado em 19/05/2003)

EMENTA: Agravo de Instrumento. Concurso Público. Deficiente físico.Agendamento de perícia. Indeferimento da inscrição do agravante na qualidadede portador de deficiência, por descumprimento de exigência expressa do edital,qual seja, o prévio agendamento de perícia. Prazo inferior ao encerramento dasinscrições que não implica em conduta discriminatória por parte da comissão deconcurso, até porque, em se tratando de candidato que concorre a vagas especi-ais destinadas exclusivamente a portadores de deficiência, não há falar em abso-luta igualdade de condições com os demais candidatos. Cuidando-se a perícia derequisito específico para os deficientes, a isonomia deverá ser aferida tão-somen-te entre os mesmos, não tendo sido alegada pelo recorrente qualquer impossibilida-de em realizar o agendamento no período determinado pelo edital. Negaram provi-mento ao Agravo. (Agravo de Instrumento nº 70006977581, Terceira Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Matilde Chabar Maia, julgado em 18/12/2003)

CAPÍTULO V

DA LOTAÇÃO

5.1 CONCURSO PÚBLICO – NOMEAÇÃO E LOTAÇÃO – EDITAL –CLASSIFICAÇÃO – DIREITOS – LEGALIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Concurso Público. Nomeação e lota-ção. Ato de lotação inserido no discricionarismo da Administração, observada aconveniência e o interesse do serviço. Observância do edital, não estabelecendovagas especificas segundo a ordem de classificação. Inocorrência de preteriçãoem favor da candidata que, embora classificada em segundo lugar, foi nomeada eapresentou-se antes, optando por uma das vagas disponíveis. Inexistência de di-reito líquido e certo violado, por ato abusivo ou ilegal. Sentença confirmada. Re-curso desprovido. (Apelação Cível nº 598405793, Terceira Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 10/12/1998)

EMENTA: Administrativo - Servidor Público - Relotação - Inexistência de lesão adireito líquido e certo no ato administrativo - Ausência de direito a localização emcargo - Incidência do par-2, do art-17, da Lei Complementar n. 10.098/94 - Novalotação “ex officio” no interesse da administração. Segurança denegada. (Manda-do de Segurança nº 599211521, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal deJustiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 10/12/1999)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Lotação. Direito da administração quenão se relaciona com a ordem do provimento dos cargos. 1. A administração ésempre possível lotar o servidor em qualquer lugar, porque, salvo as exceçõesconstitucionais, não há direito “ao exercício da mesma função, no mesmo lugar enas mesmas condições” (Hely Lopes Meirelles), não existindo, ao nomeado emconcurso público, direito de se ver lotado na repartição que lhe parecer mais con-veniente. 2. Apelação desprovida (4 fls). (Apelação Cível nº 599259652, Quarta

46 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em08/09/1999)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Lotação. Irrelevância das preferências doservidor. 1. A administração se mostra lícito lotar o servidor no lugar em que houvernecessidade de serviço, pouco importando as circunstâncias pessoais deste último esua cômoda opção por localidade próxima da capital. 2. Segurança denegada. (Man-dado de Segurança nº 598218881, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 09/10/1998)

5.2 SERVIDOR PÚBLICO – LOTAÇÃO – PRERROGATIVA – REMOÇÃO

EMENTA: Administrativo. Constitucional. Servidor Público. Mandado de Seguran-ça. Ação ajuizada por professora municipal removida de escola em que laborava.Embora a organização dos serviços públicos, incluindo a lotação dos servidores,constitua-se em prerrogativa exclusiva da administração, o ato de remoção deveser motivado, a fim de evitar possíveis arbitrariedades. A discricionariedade dosatos administrativos, segundo moderna doutrina, pode e deve ser mitigada em re-lação aos princípios gerais do sistema jurídico, dentre os quais se encontra a mo-tivação, que no caso concreto foi inconsistente. Sentença que concedeu a segu-rança, ratificando a liminar. Recurso de Apelação desprovido. Sentença confirma-da em Reexame. (Apelação e Reexame Necessário nº 70003474772, TerceiraCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgadoem 21/03/2002)

5.3 SERVIDOR PÚBLICO – CARGO DE CONFIANÇA – PRAZO – RETORNO ÀORIGEM

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Cessão para desempenho de cargo deconfiança, por tempo determinado, em entidade diversa da que se encontra lotadoo servidor. Vencido o prazo da cessão e não renovada esta por recusa expressa daautoridade cedente, deve o servidor retornar a origem, já que não lhe assiste o di-reito de permanecer no órgão requisitante sem a concordância da autoridade com-petente, a que está subordinado pela lotação nominal do cargo efetivo. Recurso aque se nega provimento. (Recurso Especial nº 18842, Quinta Turma, Superior Tri-bunal de Justiça, Relator: Assis Toledo, julgado em 10/03/1993)

CAPÍTULO VI

DA POSSE

6.1 CONCURSO PÚBLICO – APROVAÇÃO – EDITAL – POSSE

EMENTA: Reexame Necessário. Administrativo. Servidor Público. Município deBagé. Concurso Público. Aprovação. Edital de nomeação. Posse do cargo.Sustação. Procedência na origem. Súmula nº 16 do STF. Servidor público nomea-do tem direito a posse. Sentença que se mantém. Sentença confirmada emReexame Necessário. (Reexame Necessário nº 70004124103, Quarta CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em26/06/2002)

6.2 SERVIDOR PÚBLICO – CARGO EM COMISSÃO – VERBAS – POSSE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Designação para titulação de cargoem comissão. Pedido de verbas de remuneração e indenizatórias. Inocorrente ocerceamento de defesa, em face do julgamento antecipado da lide. Matéria exclu-sivamente de direito. Não comprovação da posse do servidor no cargo designado,sem efetividade e exercício. Ausente a perfectibilização do ato, descabe a preten-são, porque inexistente o direito material postulado. Apelo desprovido. (ApelaçãoCível nº 70003913522, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Vasco Della Giustina, julgado em 24/04/2002)

6.3 SERVIDOR PÚBLICO – POSSE – VANTAGENS

EMENTA: Direito Administrativo. Servidor Público. Posse. Concedido efeitoretroativo à posse, tem o servidor direito às respectivas vantagens, inclusive,

48 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

diferenças remuneratórias entre o cargo que ocupava e aquele no qual tomouposse. Decisão: deram provimento ao recurso. Unânime. (Apelação Cível nº70000018416, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Roque Joaquim Volkweiss, julgado em 23/11/2000)

CAPÍTULO VII

DOS AFASTAMENTOS

7.1 COLOCAÇÃO À DISPOSIÇÃO

7.1.1 SERVIDORES – DISPOSIÇÃO – PRAZO – RETORNO – VENCIMENTOS –PRINCÍPIOS

EMENTA: Administrativo. Servidores do Estado do Rio Grande do Sul, postos adisposição de outras entidades da administração. Legitimidade do ato que deter-minou o seu retorno aos órgãos de origem, após o prazo da cessão, e lhes negouo direito de terem incorporada aos respectivos vencimentos a complementaçãosalarial recebida, enquanto cedidos, das entidades destinatárias dos deslocamen-tos. Conclusão inarredável diante do caráter temporário e precário das cessõesda espécie. Ausência de espaço para se falar em violação ao princípio dairredutibilidade de vencimentos, que contempla tão somente a remuneração per-cebida pelo servidor, em razão do exercício do seu próprio cargo, na entidade ouórgão a que se acha vinculado em caráter permanente. Embargos parcialmenteacolhidos. (Recurso Especial nº 379, Segunda Turma, Superior Tribunal de Justi-ça, Relator: Ilmar Nascimento Galvão, julgado em 03/04/1991)

7.1.2 SERVIDOR PÚBLICO – VENCIMENTOS – CESSÃO

EMENTA: Servidor Público - Mandado de Segurança onde se discute a reduçãode 18,92% no vencimento básico do cargo de técnico do tesouro do Estado,quando cedido para outro órgão da administração, tal como previsto no art-1º, V,“a” da Lei-RS nº 11547, de 07dez00 - Dispositivo de constitucionalidade duvidosa,pois a gratificação de incentivo fiscal foi totalmente incorporada ao básico, masforam criados redutores para os servidores que não estivessem em exercício docargo - O vencimento básico em princípio não pode sofrer redução nominal,

50 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

consoante vem afirmando a doutrina e decidindo os pretórios - Incidente deinconstitucionalidade suscitado. (Mandado de Segurança nº 70004726436, Se-gundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson An-tônio Monteiro Pacheco, julgado em 11/10/2002)

7.1.3 CEDÊNCIA – PRAZO – ATO ADMINISTRATIVO – RETORNO – VERBAHONORÁRIA

EMENTA: Administrativo. Processual Civil. Servidor público municipal.Intempestividade que não se ostenta. Cedência por prazo determinado. Cancela-mento da cedência do autor antes de expirado o prazo de sua vigência. Preten-são que visa apenas suspender o ato administrativo que cancelou a cedência doservidor do Poder Executivo, cedido para o Poder Legislativo, e não a declaraçãode ilegalidade daquele ato. Reconhecimento da perda do objeto da ação em facedo retorno do servidor ao órgão cedente (Poder Executivo) após expirado o prazodeterminado no ato de cedência. Verba honorária inalterada. Apelação desprovi-da. (Apelação Cível nº 70007922339, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 08/04/2004)

7.1.4 CEDÊNCIA – DESVIO DE FUNÇÃO – VANTAGENS – RENOVAÇÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Cedência a Câmara dos Ve-readores. Ausência de renovação. Desvio de função. A cedência de servidor públi-co a outro órgão da administração pública exige renovação periódica. A ausênciade renovação coloca o servidor público que prossegue no desempenho das atribui-ções do cargo para o qual foi cedido em desvio de função, não tendo direito a van-tagens pecuniárias do novo cargo, inclusive função gratificada. O desvio de funçãoconstitui ilícito administrativo, criando a possibilidade de admissão de funcionáriospúblicos para cargos ou funções em relação aos quais não prestaram concurso. Oartigo 37 da CF/88. Apelação desprovida. Sentença confirmada. (7 fls) (ApelaçãoCível nº 599441169, Primeira Câmara de Férias Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 29/12/1999)

7.2 ESTUDO OU MISSÃO CIENTÍFICA, CULTURAL OU ARTÍSTICA

7.2.1 LICENÇA – DISCRICIONARIEDADE – CRITÉRIOS

EMENTA: Agravo de Instrumento. Servidor Público Municipal. Magistério. Licençapara freqüentar curso de mestrado. Discricionariedade. Autorização de licençacondicionada aos critérios de conveniência e oportunidade, além do não-prejuízo

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do desenvolvimento dentro das atividades escolares, que se insere no poder dis-cricionário da administração pública. Decisão mantida. Recurso desprovido.(Agravo de Instrumento nº 70007641988, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Jus-tiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 04/03/2004)

7.2.2 SERVIDOR PÚBLICO – ESTABILIDADE – LICENÇA – PRINCÍPIOS

EMENTA: Servidor Público. Pedido de concessão de licença para participar docurso de formação ministrado pela ACADEPOL. Direito à licença que somente fa-zem jus os servidores detentores de cargo efetivo e estáveis, consoante o art. 6º,§ 6º, da Lei-RS nº 10.728/96. Aplicação do princípio da legalidade. Decisão queindeferiu a liminar mantida. Agravo improvido. (Agravo de Instrumento nº70007178429, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 18/12/2003)

7.2.3 SERVIDOR PÚBLICO – APERFEIÇOAMENTO – VENCIMENTOS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Curso de aperfeiçoamento,autorização para afastamento remunerado. Necessidade de servir ao Estado,após o retorno, por prazo não inferior do dobro do correspondente ao afastamen-to. Descumprimento da obrigação, dever de restituir os vencimentos e vantagensentão percebidos. Possibilidade, porém, de compensação, proporcionalmente aotempo de efetivo trabalho, antes da aposentadoria. Sentença confirmada, emReexame, com explicitação. Recursos voluntários improvidos. (Reexame Neces-sário nº 598256493, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 22/10/1998)

CAPÍTULO VII I

DO ESTÁGIO PROBATÓRIO

8.1 EXONERAÇÃO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – ATO ILÍCITO – PRINCÍPIOS

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público Municipal. Estágio probatório. Exone-ração. Devido processo legal. A circunstância de o servidor estar em estágioprobatório não dispensa a instauração de procedimento administrativo em que lhesejam assegurados o contraditório e efetiva ampla defesa para apuração de atoilícito a ela imputado. Súmula 21 do STF. Art. 5º, LV, da CF/88. Precedentesjurisprudenciais. Sentença modificada. Apelação provida. (Apelação Cível nº70005481502, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulode Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 26/06/2003)

8.2 CARGO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – PRINCÍPIOS – ATO ADMINISTRATIVO

EMENTA: Servidor Público - Estágio Probatório - Extinção dos cargos por lei mu-nicipal eficaz - Inexistência de procedimento administrativo admissível no caso,quando não prova o desvio de finalidade do ato administrativo que exonerou oembargante pela extinção do cargo - Embargos Infringentes desacolhidos pormaioria. (5 fls.) (Embargos Infringentes nº 70002540144, Segundo Grupo de Câ-maras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio MonteiroPacheco, julgado em 10/08/2001)

8.3 CONCURSO PÚBLICO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – EXONERAÇÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Estágio Probatório. Exone-ração. Critérios de conveniência e oportunidade da administração pública. Aexoneração durante o estágio probatório prescinde de processo administrativo,

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desde que comprovada a inadequação do servidor com a função pública queexerce, não padecendo de vício de ilegalidade o ato motivado da administração.Sentença reformada. (Apelação Cível nº 597134972, Terceira Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: José Carlos Teixeira Giorgis, julgado em 30/04/1998)

8.4 SERVIDOR PÚBLICO – ESTÁGIO PROBATÓRIO – EXONERAÇÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Oficial de Justiça. EstágioProbatório. O exercício de cargo público anterior não exime o estágio probatórioda nova função. Avaliação do servidor que conclui ser insatisfatório seu desem-penho, levando a exoneração. Oportunidade de defesa e do contraditório obser-vadas, quanto bastam, em sindicância que antecedeu sua exoneração. Apelaçãodesprovida. (Apelação Cível nº 70003653698, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 09/05/2002)

CAPÍTULO IX

DA ESTABILIDADE

9.1 SERVIDOR PÚBLICO – EXONERAÇÃO – TEMPO – ESTABILIDADE –PROVA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Exoneração. Licença. Impossibilidadedo cômputo do seu tempo no estágio probatório. Nos termos do art-41 da CF/88,antes da EC 19/98, o servidor só adquire estabilidade após dois anos de efetivoexercício do cargo, durante o qual se apurará a conveniência da sua manutençãono serviço público, motivo por que não é possível computar, nesses dois anos, otempo em que o concursado permaneceu afastado do cargo em virtude de licen-ça. Falta de prova de aquisição de doença após o ingresso no cargo. 2. Apelaçãodesprovida. (Apelação Cível nº 70000111500, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 13/10/1999)

9.2 SERVIDOR – ESTABILIDADE – EXONERAÇÃO – PRINCÍPIOS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Concurso Público. Exoneração. Nãopode a administração exonerar servidor, nomeado por concurso, com estabilidadeno serviço público, sem que lhe tenha sido oportunizada a ampla defesa, atravésde competente processo administrativo. (CF, art. 41, § 1º, II). Enunciado daSúmula 473 do STF que comporta temperamento. Apelação improvida. Sentençaconfirmada em Reexame. (Apelação e Reexame Necessário nº 70004392114,Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ra-mos, julgado em 03/10/2002)

CAPÍTULO X

DO REGIME DE TRABALHO

10.1 HORÁRIO – LEGALIDADE – REVOGAÇÃO – ATO ADMINISTRATIVO

EMENTA: Servidor Público Municipal. Alteração do horário de trabalho. Legalida-de. Revogação pelo atual Prefeito Municipal de Triunfo do Decreto da administra-ção anterior que reduzira o horário de trabalho do funcionalismo público municipalpara 20 horas semanais. Legalidade do ato administrativo praticado no exercíciodo poder discricionário do administrador público na fixação da jornada de trabalhodos seus servidores dentro dos limites traçados pela legislação municipal. Jurispru-dência do STJ e deste TJ. Sentença de improcedência mantida. Apelação desprovi-da. (Apelação Cível nº 70007364615, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 11/12/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor público submetido a regime de horário de tra-balho previsto em lei municipal e que constou do edital onde estabelecidas asnormas do concurso público a que se submeteu. Alteração posterior da carga ho-rária via Decreto que, posteriormente, foi revogado. Ausência de direito líquido ecerto do servidor público no caso concreto, porquanto o administrador fica jungidoao princípio da legalidade, inserindo-se no seu poder discricionário, quando assimentender conveniente e oportuno, reduzir a jornada. Circunstância que não redun-da em liquidez e certeza ao direito de cumprir a carga horária reduzida.Mandamus denegado. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70005574587, Ter-ceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, jul-gado em 20/03/2003)

CAPÍTULO XI

DA PROMOÇÃO

11.1 CRITÉRIOS

11.1.1 PROMOÇÃO – ANULAÇÃO – CRITÉRIOS

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. Brigada Militar. Anulação dapromoção de coronéis pelo exclusivo critério do merecimento. Revisão do ato compromoção alternada por merecimento e antiguidade. Pedido de desistência do“Mandamus”. Homologação. (Mandado de Segurança nº 70005652953, Tribunal Ple-no, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 15/03/2004)

11.1.2 PROMOÇÃO – TÍTULOS – CRITÉRIOS – DIREITOS

EMENTA: Mandado de Segurança. Administrativo e Processual Civil. Servidor Pú-blico Estadual. Promoção por merecimento. Decreto Estadual n.° 30.746/81 1. Apromoção por merecimento é aferida na classe, sendo computados de modo cu-mulativos todos os pontos obtidos com os títulos nela conquistados, perdendo avalidade após a efetiva promoção (arts. 18 e §único e 33 e § 2.°). 2. Direito líqui-do e certo do impetrante de ver computados os 255 (duzentos e cinqüenta e cin-co) pontos obtidos para a 10.ª promoção. Segurança concedida. (Mandado de Se-gurança nº 70007979362, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 12/03/2004)

11.1.3 PROMOÇÃO – ANTIGÜIDADE – EFEITOS – NULIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor público. Policial inativo. Promoção. Falta deimplemento do tempo. Efeitos pecuniários. Impossibilidade. 1. Somente tem direito

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à promoção por antigüidade o servidor policial que completar o interstício poratividade. Nulidade de pleno direito, a teor do art. 166, II, do CC de 2002, que oórgão judiciário pode pronunciar “ex officio” (CC de 2002, art. 168, II). 2. Apela-ção desprovida. (Apelação Cível nº 70005585674, Quarta Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 12/03/2003)

11.1.4 PROMOÇÃO “POST MORTEM” – LEGITIMIDADE – DIREITOS –VANTAGENS

EMENTA: Apelação. Previdência pública. Policial civil falecido. Promoção extraor-dinária “post mortem”. Lei estadual 7.366/80. Legitimidade do IPERGS. I - Dispõea Constituição Estadual (art. 134) que a organização, garantias, direitos e deve-res do pessoal da Polícia Civil serão definidos em Lei Complementar. Por isso, oartigo 280 da Lei 10.098/84 ressalvou a vigência da Lei Estadual 7.366/80 até aedição da Lei Complementar constitucionalmente prevista. II - Não está a Admi-nistração impedida de conceder a seus servidores, mediante normas legais, van-tagens e direitos outros não conferidos pela Constituição seja Federal, seja Esta-dual. Portanto, o artigo 31, § 3º da Constituição Estadual não conflita, não semostra incompatível e nem nega vigência à Lei Estadual 7.366/80 III - A promo-ção “post mortem” tem repercussão meramente indenizatória, não implicando lo-tação no grau do cargo organizado em carreira; também não se submete a critéri-os de avaliação e merecimento; resulta do fato objetivo da morte nas circunstân-cias legalmente previstas. IV - A promoção “post mortem” implica, com a só edi-ção do ato administrativo, na revisão dos vencimentos do servidor público faleci-do; mas daí em diante, e por esse efeito, passa a compreender ‘tout court’ o be-nefício da pensão por morte, cujo pagamento está a cargo da AutarquiaPrevidenciária, seja das parcelas vencidas, seja das vincendas (CE - art. 41 e seuparágrafo 3º); ao Estado a aposentadoria (CE - art. 38, parágrafo 5º). Preliminarrejeitada. Apelos desprovidos. Sentença confirmada em Reexame. (Apelação eReexame Necessário Nº 70001564012, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Genaro José Baroni Borges, julgado em 30/10/2002)

11.1.5 APOSENTADORIA – PROMOÇÃO – CRITÉRIOS – DIREITO

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Administrativo e Constitucional.Servidor Público. Técnico do Tesouro do Estado. Aposentado. Promoção por me-recimento. Direito formativo, que teria de ser exercido enquanto em atividade oservidor. Ato de aposentadoria deferido e publicado em 16/06/97. Promoção apartir de 30/06/97. Inviabilidade. Precedentes jurisprudenciais. Ação improceden-te. Apelação provida. Prejudicado o Reexame Necessário. (Apelação e Reexame

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Necessário nº 70003075421, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 21/11/2001)

11.1.6 PROMOÇÃO – CRITÉRIOS – DIREITOS – CUSTOS

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Promoção. Critérios estipu-lados em lei. Curso de pós-graduação em Engenharia e Segurança do Trabalho.Especialidade que se insere nos vários ramos da Engenharia. Situação que seamolda a Lei Municipal nº 183/91 (art.11), conferindo direito a promoção. Reco-nhecimento implícito da administração, ao autorizar e arcar com os custos do cur-so. Apelação desprovida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (Apela-ção e Reexame Necessário nº 70003952116, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 06/06/2002)

EMENTA: Servidor Público. Brigada Militar. Aluno do Curso de Formação de Ofi-ciais que o concluiu com êxito. Promoção ao posto de Primeiro Ten-PM devida.Situação do agravante examinada à luz do Novo Estatuto em vigor desde 1997.Agravo provido. (5fls.) (Agravo de Instrumento nº 70002352433, Terceira CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, jul-gado em 26/04/2001)

11.2 CONDIÇÕES

11.2.1 SERVIDOR PÚBLICO – PROCESSO ADMINISTRATIVO – PROMOÇÃO –IMPOSSIBILIDADE

EMENTA: Apelação Cível. Constitucional. Administrativo. Servidor Público. Polí-cia Civil do Estado do Rio Grande do Sul. Candidato à lista de promoção por me-recimento. Existência de processo administrativo disciplinar. Mandado de Segu-rança. Liminar indeferida. Impossibilidade de concorrer a promoção. Previsão le-gal. Decreto 32.669, artigo 16, inciso III. Precedentes jurisprudenciais. Improce-dência pela origem. Segurança denegada. Não-provimento em grau recursal.Sentença que se mantém. Apelação não-provida. (Apelação Cível nº70003956711, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 12/06/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Descontos dos vencimentos de 16 ho-ras de trabalho e indeferimento da promoção por merecimento, ante a imputaçãode duas penalidades de advertência. Legalidade dos atos. O autor não se

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desincumbiu de provar que, mesmo possuindo autorização de seu superior hierár-quico laborou nos dois dias descontados de sua folha. Ausência de visto do supe-rior nestes dias. Penalidade de advertência sem assinatura, que não a invalida,nos termos da lei municipal. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70003688025,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina,julgado em 06/03/2002)

11.2.2 SERVIDOR PÚBLICO – APERFEIÇOAMENTO – REQUISITOS –PRINCÍPIO DA BOA-FÉ

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Curso de aperfeiçoamento promovidopela Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Segurança de Novo Hambur-go, com carga horária de 266 horas-aula, servindo de requisito para promoçãopor merecimento. Quebra da boa-fé por parte da municipalidade, ao criar, medi-ante decreto, requisitos não previstos na Lei Municipal nº 183/91, que regulamen-tou previamente tal promoção. Sentença de procedência. Ausente recurso volun-tário. Sentença reafirmada em Reexame Necessário. (5fls.) (Reexame Necessárionº 70004211934, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Augusto Otávio Stern, julgado em 23/05/2002)

EMENTA: Servidor Público. Promoção por merecimento critérios objetivos traça-dos pela Lei Complementar Municipal n:2.761/91 de Montenegro. Exegese doart.17, par-2,IV. Poder discricionário de promover conferido a administração quesó pode ser tolhido quando configurada ilegalidade, o que não aconteceu no casoconcreto. Apelo provido. Reexame prejudicado. (Apelação Cível nº 598280022,Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson AntônioMonteiro Pacheco, julgado em 25/03/1999)

CAPÍTULO XII

DA REMOÇÃO

12.1 REMOÇÃO – ATO ADMINISTRATIVO – REQUISITOS – ATO –MOTIVAÇÃO

EMENTA: Agravo de Instrumento. Servidor Público Estadual. DAER. Remoção.Ato administrativo vinculado. Requisitos para a concessão da tutela antecipada.Transferência de Servidor Público Estadual, que reside em Rio Grande e é lotadono 7º DOP do DAER em Pelotas, para a cidade de Cachoeira do Sul, no 10º DOP.Verossimilhança das alegações do servidor demandante, em face da necessidadede motivação do ato de remoção, que é vinculado. Risco de danos de difícil repa-ração, em face dos prejuízos ensejados ao agravante e sua família pela remoção,em face do longo tempo de permanência na cidade de Pelotas. Decisão reforma-da. Antecipação de tutela concedida. Recurso provido. (Agravo de Instrumento nº70007458714, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulode Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 18/12/2003)

EMENTA: Servidor Público. Ato administrativo de remoção de servidores públicosmunicipais. Ausência de motivação por parte da administração pública, pois o atoadministrativo, materializando o chamado poder hierárquico, que implique remo-ção de funcionário público exige a indicação dos motivos, uma vez que se tratade ato vinculado, permitindo o controle judicial. Aplicação ao caso dos princípiosque regem a atividade do administrador. A ausência de motivação ou a motivaçãodiscutível acarreta a nulidade do ato. Declaração da nulidade da Ordem de Servi-ço nº 002/2001 baixada pelo Executivo de Liberato Salzano que se impunha naspeculiaridades que cercaram o caso concreto, mesmo considerando que os apela-dos não gozavam da garantia da inamovibilidade. Prova produzida suficiente para

64 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

revelar o desvio de finalidade na base do ato administrativo, pois para ocupar oscargos deixados pelos apelados o apelante contratou emergencialmente outrosprofessores, sendo verossímil a alegação de perseguição política. Violação aosprincípios da impessoalidade e da proporcionalidade (razoabilidade). Apeloimprovido e sentença confirmada em Reexame Necessário. (Apelação e ReexameNecessário nº 70006174197, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 04/09/2003)

EMENTA: Agravo de Instrumento. Servidor Público. Mandado de Segurança.Liminar. Polícia Civil. Remoção por conveniência do serviço. Ausência de motiva-ção. A motivação e um dos administrativos. A menção da lacunosa expressão“conveniência do servidor” não se presta para fundamentar a remoção de servidorda Polícia Militar. Precedentes jurisprudenciais desta corte. Presença dos requisi-tos autorizadores para a concessão da liminar postulada. Agravo provido. (Agravode Instrumento nº 70004639605, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Túlio de Oliveira Martins, julgado em 16/12/2002)

12.2 SERVIDOR PÚBLICO – REMOÇÃO – PROMOÇÃO – ADMISSIBILIDADE

EMENTA: Servidor Público Municipal. Agente penitenciário. Mulher que pede re-moção para acompanhar marido, policial PM, promovido para outro Município.Mandado de Segurança julgado procedente no Primeiro Grau. Recurso prejudica-do. (Agravo de Instrumento nº 70006807606, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Mário Crespo Brum, julgado em 13/11/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Remoção. Ausência do requisito tem-poral. Impossibilidade de ficar sob as ordens do cônjuge. 1. A despeito de o art.814 da Lei 5.256/66 assegurar a remoção do servidor da justiça para acompanharseu cônjuge, tal direito não poderia se efetivar, pois o servidor não implementou orequisito temporal de dois anos e, de resto, ficaria sob as ordens do seu cônjuge,o que é vetado no art. 155 da Lei 5.256/66. Ponderação dos valores constitucio-nais. 2. Segurança denegada. (Mandado de Segurança nº 70006819361, Segun-do Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de As-sis, julgado em 12/09/2003)

EMENTA: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Servidora pública estadual.Magistério. Acompanhamento de cônjuge. Estágio probatório. Professora estadualempossada no cargo, ainda em estágio probatório, lotada na Escola Estadual deEducação Básica Prudente de Morais no Município de Osório, que postula sua re-moção ou designação para o Município de Santa Cruz do Sul, onde está sediadoseu esposo, que é Servidor Público Militar. Previsão do art. 157 do Estatuto da

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 65

Brigada Militar de remoção ou designação do cônjuge de Policial Militar, se o re-querer, para a mesma sede. Aplicação por analogia do Estatuto da Brigada Militarque não exige o requisito da estabilidade para que o cônjuge acompanhe o servi-dor removido. Preservação da unidade familiar. Precedentes jurisprudenciais.Sentença concessiva da segurança mantida em Reexame Necessário. Apelaçãodesprovida. (Apelação e Reexame Necessário nº 70006139547, Terceira CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, jul-gado em 04/09/2003)

12.3 SERVIDOR PÚBLICO – REMOÇÃO – CRITÉRIOS – ATOADMINISTRATIVO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Remoção. Possível a remo-ção do servidor público, segundo os critérios de conveniência e oportunidade daadministração, desde que observada os termos da lei. Não há ilegalidade no atoadministrativo impugnado, havendo norma legal prevendo a possibilidade de re-moção do servidor público, por conveniência do serviço, o que inviabiliza a con-cessão da antecipação da tutela pretendida. Agravo improvido. (Agravo de Instru-mento nº 70006823884, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Angela Maria Silveira, julgado em 08/10/2003)

EMENTA: Servidor Público. Função inerente. Ao poder público é dado organizarseus serviços atento aos critérios de interesse, oportunidade e conveniência. Nãose há de dizer ilegal ou arbitrária determinação a servidor público para que exer-ça temporariamente as funções inerentes ao cargo de que é titular em outro local.Apelo não-provido. (5 fls) (Apelação Cível nº 599443223, Primeira Câmara Espe-cial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Genaro José Baroni Borges, julga-do em 17/08/2000)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Mandado de Segurança Preventivo.Fundado receio de remoção “ex-officio” a ser praticada pela administração públi-ca, baseada em expediente interno da Secretaria da Fazenda. Os servidores pú-blicos em geral não têm a garantia constitucional da inamovibilidade , podendoser removidos segundo os critérios de conveniência e oportunidade , encartadosno poder discricionário. Ato administrativo que não se consumou. Ausência deofensa ao princípio da ampla defesa em razão de não se encontrar instauradoprocedimento interno da administração para apuração dos motivos queensejariam a remoção. Segurança denegada. (5 fls.) (Mandado de Segurança nº70001056597, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 11/08/2000)

66 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

12.4 SERVIDOR PÚBLICO – REMOÇÃO – AUXÍLIO – DIREITOS – PRINCÍPIOS

EMENTA: Administrativo - Servidor Público - Remoção para outro local de traba-lho dentro do Município - Pretensão de auxílio para alimentação e transporte - Au-sência de previsão na legislação municipal amparando o pedido - Atividade de-senvolvida pelas autoras que não gera direito à inamovibilidade - Alteração reali-zada por conveniência da administração devidamente demonstrada. Apelo des-provido. (Apelação Cível nº 70005894258, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Jus-tiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 04/06/2003)

12.5 SERVIDOR PÚBLICO – REMOÇÃO – DOENÇA CRÔNICA – VAGA

EMENTA: Servidor Público - Agente penitenciária lotada no Presídio de Encruzilha-da do Sul que pretende a remoção para o Presídio Estadual de Cachoeira do Sulem razão do filho menor ser portador de doença crônica, além, também, de residirnaquele local - Indeferido o pedido na esfera administrativa em face da inexistênciade vagas - Comprovada pela administração pública a necessidade da prestação deserviço pela apelante - Ausência de legislação que contemple o pedido - Incidênciado princípio do interesse público sobre o privado - Apelo improvido. (ApelaçãoCível nº 70005142534, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 24/04/2003)

12.6 REMOÇÃO – PERÍODO ELEITORAL – TRANSFERÊNCIA – EXCEÇÕES –DIREITOS

EMENTA: Apelação e Reexame Necessário. Administrativo. Servidor Público Es-tadual. Investigador de Polícia. Processo administrativo disciplinar instaurado.Transferência para Delegacia de São Francisco de Paula. Mandado de Seguran-ça. Período eleitoral. Impossibilidade de remoção. Três meses antecedentes.Concessão da segurança. Lei eleitoral. Ressalva de hipóteses. Provimento emgrau recursal. O artigo 73, inciso V, “e” , da Lei Federal nº 9.504/97 (Lei Eleitoral)ressalva as hipóteses em que não se aplica a observância dos três meses ante-cedentes ao pleito eleitoral. Cabível, portanto, a remoção de policial civil.Inexistência de direito líquido e certo. Apelação provida. Prejudicado o ReexameNecessário. (Apelação e Reexame Necessário nº 70005975297, Quarta CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em30/04/2003)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 67

12.7 REMOÇÃO – CARGO – DIVERSIDADE – LEGALIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Remoção. Inviabilidade. Car-go. Diversidade. Classe funcional. Leis Estaduais n.s 8011/85 e 5256/66. 1. Éinviável a remoção de servidora pública estadual, que ocupa o cargo de distribui-dor-contador, para a vaga de escrivão do cartório judicial, porquanto pertencem aclasses funcionais diversas, nos termos das Leis Estaduais n:s 5256/66 e 8011/85. 2. Recurso improvido. (Recurso de Mandado de Segurança nº 8022, SextaTurma, Superior Tribunal de Justiça, Relator: Fernando Gonçalves, julgado em09/11/1999)

12.8 TRANSFERÊNCIA – REMOÇÃO – PODERES DA ADMINISTRAÇÃO –DIREITOS

EMENTA: Direito Público. Administrativo. Servidor Público Municipal, transferên-cia dentro da sede do Município. Possibilidade de remoção de um órgão para ou-tro, ambos vinculados a mesma Secretaria, constituindo organismos integrantes aárea de saúde. Poder da administração de organizar os seus serviços, em nomedo interesse público. Ausência de direito líquido e certo violado, indemonstradode plano. Sentença denegatória da Segurança confirmada. Apelo improvido, pormaioria. (Apelação Cível nº 597186584, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 06/11/1997)

CAPÍTULO XII I

DA SUBSTITUIÇÃO

13.1 FUNÇÃO GRATIFICADA – SUBSTITUIÇÃO – INCORPORAÇÃO –INADMISSIBILIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Função gratificada. Incorporação.Tem direito o servidor a remuneração do cargo em que foi regularmente investido,tão-somente, razão por que se afigura defesa a pretensão de ver computado, aoefeito de incorporação de vantagem remuneratória, período em que desempenhoufunção gratificada na condição de substituto, situação que, em verdade, caracteri-za desvio de função. Apelo desprovido. (6fls.) (Apelação Cível nº 70002817450,Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: HonórioGonçalves da Silva Neto, julgado em 05/02/2001)

EMENTA: Servidor público ferroviário inativo. Enquadramento como assessor. Oocupante de um cargo em comissão ou de uma função gratificada é sempre o seutitular, no sentido de que está titulado para o seu exercício, desde que ainvestidura tenha sido feita de forma regular e pela autoridade competente paranomear ou designar. Pode exercer o cargo ou a função interinamente, ou comosubstituto: isto não briga com a titularidade que a lei exige, na espécie, como umdos requisitos para o enquadramento como assessor. Rejeitadas as preliminares,negaram provimento. (Apelação Cível nº 22179, Segunda Câmara Especial Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wilson Alves Chagas, julgado em 01/08/1974)

EMENTA: Apelação Cível. Administrativo. Processual Civil. Servidor Público Mili-tar. Substituição temporária. Comando Regional de Polícia Ostensiva FronteiraOeste - CRPO/2, Livramento. Transferência. Indeferimento administrativo. Man-dado de Segurança. Liminar indeferida na origem. Segurança denegada. Não-pro-vimento. Nas substituições temporárias prevalece para assumir a vaga o oficial

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de maior grau hierárquico da Organização Policial Militar - OPM, ou das unidadessubordinadas. Texto e inteligência do artigo 22 da Lei n° 10.990-1997 e do 3°, §4º, do Decreto Estadual n° 35.818-1995. Apelação não provida. (Apelação Cívelnº 70006223135, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 18/06/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Brigada Militar. Gratificação em faceda substituição de posto superior. Possibilidade. Princípio da legalidade. Expres-sa previsão do benefício (§ 1º do art. 23 da Lei 10.990/97). Precedente de julga-mento. Apelo provido. (Apelação Cível nº 70005865241, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 09/04/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Diferenças salariais de cargocomissionado em razão de alegada substituição. Cargos de Corregedor e Supe-rintendente da SUSEPE. Inaplicabilidade das disposições do art. 61 e parágrafoúnico da Lei 10.098/94, em razão do comando da Superintendência pelo seu titu-lar. Configuração do desvio de função, que como ilícito administrativo não geraefeitos. Apelo provido. Sentença reformada, em Reexame Necessário. (Apelaçãoe Reexame Necessário nº 70003425980, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 13/03/2002)

CAPÍTULO XIV

DAS FÉRIAS

14.1 DEFEITOS – PAGAMENTO – FÉRIAS – DIREITO – INDENIZAÇÃO

EMENTA: Apelação e Reexame Necessário. Tributário e Fiscal. Embargos à Exe-cução Fiscal alicerçada em decisão do Tribunal de Contas. Prefeito e Vice-Prefei-to. Direito à percepção de férias. I - Nada impede ao Judiciário apreciar a decisãodo Tribunal de Contas que resultou no título em execução. É que a Corte de Con-tas não tem função jurisdicional, competência que cabe com exclusividade ao Po-der Judiciário, porque detém o monopólio da jurisdição (CF - art. 5º, XXXV). II -Ainda que remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única evedado qualquer acréscimo (CF - art. 39 - parágrafo 4º), aos membros de Poder,como Prefeito e Vice-Prefeitos, é assegurado o gozo de férias anuais remunera-das com um terço (CF- artigo 39, parágrafo 3º, c/c o artigo 7º, inciso XVII ). É queao agente político é reconhecida a condição de servidor público “latu sensu”.Esse direito não desaparece no último ano do mandato, quando embora comple-tado o período aquisitivo, não é mais possível o gozo efetivo de férias, sendo líci-to o pagamento de indenização no valor correspondente. Apelo desprovido.Mantida a sentença em Reexame, (Apelação e Reexame Necessário Nº70005266655, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Genaro José Baroni Borges, julgado em 22/10/2003)

EMENTA: Servidor Público — Ação de cobrança — Ex-Prefeito Municipal —Indenização de férias não gozadas relativas ao último ano do mandato — Direitoassegurado consoante Parecer Coletivo nº 01/96 do TCE, remetido a todos osMunicípios do Estado como diretriz a ser seguida — O fato de ter sido completadoo período aquisitivo no último ano do mandato não impede o pagamento das fériase o correspondente terço - Precedentes deste Tribunal. Apelo provido. (ApelaçãoCível nº 70003430782, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 18/04/2002)

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14.2 FÉRIAS – PERÍODO AQUISITIVO – DIREITOS – BENEFÍCIOS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Pretensão ao pagamento de férias emdobro. Documentos que comprovam a não implementação do período aquisitivo,nos termos da legislação local. Direito que não se pode deferir ante as regrasestatutárias próprias e específicas que regulam a concessão do benefício e suaeventual repercussão patrimonial. Pedido julgado improcedente. Apelo desprovi-do. (Apelação Cível nº 70005446257, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 20/03/2003)

14.3 FÉRIAS – REMUNERAÇÃO – BASE DE CÁLCULO – ATOADMINISTRATIVO – PRINCÍPIOS – LEGALIDADE

EMENTA: Ação ordinária. Administrativo e Constitucional. Servidor Público Muni-cipal. Gratificação de férias. Base de cálculo. O cálculo do terço de férias temcomo base de cálculo a remuneração do servidor no mês de sua fruição. Incorretaa utilização da média da remuneração percebida pelo servidor durante o períodoaquisitivo, que era prevista em dispositivo revogado da legislação municipal deParaíso do Sul. Legalidade do ato administrativo de estorno do pagamento feito amais e sem base legal em prestígio ao princípio da legalidade restrita (art. 37 daCF). Interpretação do art. 114 da Lei Municipal 078/91 em consonância com o dis-posto nos artigos 7º, XVII, e 39, §2º da CF, que concedem ao servidor público odireito de receber em férias a remuneração do cargo exercido na época acrescidade gratificação de um terço sobre esse montante. Apelação provida. Sentença re-formada. Reexame Necessário prejudicado. (Apelação e Reexame Necessário nº70005092564, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulode Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 13/03/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Terço de férias. Incidência sobre perí-odo de férias convertido em dinheiro. Impossibilidade. 1. O pagamento do terçode férias, devido ao servidor público ( CF, art-7, XVII, c/c art-39, par-2), será cal-culando sobre a remuneração total do servidor , não incluindo o valor relativo aconversão de parte das férias em pecúnia (art-82 da Lei Complementar n. 133/85,do Município de Porto Alegre). 2. Apelação desprovida. (4fls.) Decisãomonocrática. (Apelação Cível nº 70002017259, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 07/02/2001)

14.4 EXONERAÇÃO – PERÍODO AQUISITIVO – DIREITOS – FÉRIAS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Férias proporcionais devidas ao servi-dor exonerado sem que tenha implementado o período aquisitivo ante a existên-

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cia de provimento legislativo local prevendo o direito. Interpretação da legislaçãomunicipal que conduz ao acerto da decisão hostilizada. Pedido acolhido. Apela-ção desprovida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (Apelação eReexame Necessário nº 70003954518, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 06/06/2002)

14.5 EXONERAÇÃO – PERÍODO AQUISITIVO – DIREITOS – FÉRIAS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Exoneração a pedido. Lei local pre-vendo que o pagamento de férias necessita do implemento do período aquisitivorespectivo, não fazendo jus ao direito o servidor que pede exoneração após setemeses de vínculo com a administração pública. A execução contra a Fazenda Pú-blica não abre mão da expedição de precatório, ante a regra cogente do artigo100, da CF/88. Dívida de pequeno valor que necessita de Lei Regulamentadora,circunstância que não se verifica no caso concreto. Vencimentos não adimplidoscom o reconhecimento do dever de pagamento por parte do demandado. Gratifi-cação natalina devida ante a existência de regramento específico a respeito desua concessão. Sentença de parcial procedência do pedido. Provimento do apelodo demandado. Sentença confirmada, quanto ao mais, em Reexame Necessário.(Apelação e Reexame Necessário nº 70003885639, Terceira Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 06/06/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Comissionado. Exoneração. Direitosvencimentais. Férias e desconto partidário. Não há como deferir o pagamentoproporcional as férias sem que o servidor tenha completado o período aquisitivo,referente aos primeiros doze meses de trabalho. Inteligência do art. 107 e § únicoda Lei Municipal 011/97. Observância do princípio da legalidade (art. 37, caput,da CF). Cabe ao autor o ônus de demonstrar a não autorização para descontopartidário. Autorização que se presume, efeito da revelia que não opera. Açãoque se julga improcedente. Sentença reformada em Reexame Necessário.(Reexame Necessário nº 70001924455, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 15/03/2001)

14.6 SERVIDOR PÚBLICO – LICENÇA-PRÊMIO – PERÍODO AQUISITIVO –DIREITOS – FÉRIAS

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Servidor Público. Município de SãoMiguel das Missões. Direito a férias. O gozo de licença prêmio pelo prazo de trêsmeses, assegurado aos servidores públicos efetivos, não impede o exercício dodireito a férias relativas ao mesmo período aquisitivo em que foi gozada a licença, hajavista sua previsão constitucional. Sentença confirmada em Reexame Necessário.

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(Reexame Necessário nº 70001800168, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Perciano de Castilhos Bertoluci, julgado em 24/05/2001)

14.7 CARGO EM COMISSÃO – DIREITOS – FÉRIAS – PERÍODO AQUISITIVO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Cargo em comissão. Férias. 1. O servi-dor público, ocupante de cargo em comissão, tem direito a férias (art. 7, XVII, c/cart. 39, par. 2, da CF/88), tanto que completado o período aquisitivo. 2. Sentençareformada em parte. (Reexame Necessário nº 70000731646, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 26/04/2000)

14.8 SERVIDOR PÚBLICO – FÉRIAS – LICENÇA – PERÍODO AQUISITIVO –VENCIMENTOS

EMENTA: Servidor Público - Férias proporcionais - Natureza indenizatória - Im-possibilidade de deferi-las no período anterior ao gozo da licença para tratamentode interesse particular - Legislação Municipal de Canoas expressa ao mandarcompletar o período aquisitivo, depois do término da licença, para permitir o gozo- Décimo terceiro vencimento proporcional devido em vista das particularidadesda Legislação Municipal - Apelo parcialmente provido - Sentença de resto confir-mada em Reexame - Verbas sucumbenciais redimensionadas. (Apelação Cível nº598501815, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 11/03/1999)

14.9 SERVIDOR PÚBLICO – CARGO EM COMISSÃO – EXONERAÇÃO –VENCIMENTOS

EMENTA: Reexame Necessário. Administrativo. Processual Civil. Município deBagé. Servidor Público. Cargo em comissão. Exoneração. Ação de cobrança. Nãopagamento dos vencimentos dos meses de maio e junho a setembro/2000. Sen-tença de parcial procedência. Indevido o pagamento de 1/3 de férias não goza-das. Confirmação em grau recursal. Sentença confirmada em Reexame.(Reexame Necessário nº 70004283594, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 14/08/2002)

14.10 SERVIDOR PÚBLICO – FÉRIAS – INDENIZAÇÃO – EXONERAÇÃO

EMENTA: Reexame Necessário. Servidor Público. Férias não gozadas.Indenização. Servidor público que não goza as férias regulares por necessidade

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 75

de serviço, em caso de exoneração faz jus ao respectivo valor em pecúnia, sobpena de enriquecimento da administração as custas do servidor. O valor pagodeve ser acrescido de 1/3, segundo preceito constitucional (art. 7, XVII, CF). Sen-tença confirmada. (Reexame Necessário nº 595113457, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ulderico Ceccato, julgado em 12/03/1997)

EMENTA: Administrativo - Servidor público exonerado - Cargo em comissão - Di-reito ao recebimento em pecúnia das férias vencidas e não gozadaspresumivelmente por necessidade de serviço, sob pena de enriquecimento ilícitopor parte do Município - Precedente da Câmara sobre o tema. Apelo desprovido.Reexame não conhecido. (Apelação e Reexame Necessário nº 70007258627,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos BrancoCardoso, julgado em 30/12/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Ministério Público. Férias não goza-das por necessidade de serviço. Indenização. 1. Não há previsão legal explícitaprevendo indenização por férias não gozadas, ainda que por necessidade do ser-viço (art. 50 da Lei n. 8625/93) do membro do Ministério Público. No entanto, aodescumprir a norma que proíbe a acumulação de férias (art. 91, parágrafo único,da Lei n. 6536/73; art. 51 da Lei n. 8625/93 c/c art. 67, par. 1, da Lei Complemen-tar n. 35/79), a administração pratica ato ilícito (Modestino: “legis virtus haec est:imperare vetare permitere punire), que deve ser indenizado (art. 37, par. 6). 2.Embargos Infringentes desacolhidos. Votos vencidos. (Embargos Infringentes nº598382786, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Araken de Assis, julgado em 12/02/1999)

14.11 SERVIDOR PÚBLICO – SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS – FÉRIAS –DIREITOS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Auxiliar de enfermagem.Serviço de tomografia computadorizada. Férias. Direito a 20 dias por semestre.LCM-133 de 1985, art-81, par-5 (Porto Alegre). Embora inacumuláveis eintransferíveis, assim se entendendo a impossibilidade de o servidor deixar degozá-las em cada semestre, nada impede que elas sejam antecipadas. Acordofeito com o superior imediato. Boa-fé do servidor. Faltas que não poderiam serconsideradas como injustificadas, com o desconto dos vencimentos. Ato ilegal evelador de direito líquido e certo do servidor. Ordem concedida para determinar opagamento da importância descontada. Providência que não viola o disposto naLE-5021 de 1966, art-1, eis que a ação foi ajuizada no mesmo mês que foi feito odesconto. Sentença mantida. Apelação não provida. (Apelação Cível nº595178807, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tael JoãoSelistre, julgado em 21/12/1995)

CAPÍTULO XV

DO TEMPO DE SERVIÇO

15.1 CONTAGEM RECÍPROCA

15.1.1 SERVIDOR PÚBLICO – AVERBAÇÃO – TEMPO DE SERVIÇO RURAL –APOSENTADORIA

EMENTA: Administrativo. Servidor Municipal. Averbação de tempo de serviço ru-ral para fins de aposentadoria. Atividade estranha ao Município, procedimentoposterior a EC 20/98. O art. 202, § 2º, da CF, que estabelecia os critérios para acontagem recíproca de tempo de serviço privado, para fins de aposentadoria, re-vestia-se de auto-aplicabilidade. Presentemente, contudo, somente é possível secomprovada a efetiva contribuição, porquanto apenas esta autoriza a contagemrecíproca, permitindo a compensação dos regimes previdenciários (art. 201, § 9º,da CF, redação dada pela EC 20/98). Certidão previdenciária fornecida atenden-do decisão judicial, com a expressa consignação de não haver comprovação, quenão assegura a averbação para efeito de aposentadoria. Servidor titular do cha-mado direito formativo, que para ser exercido depende de expresso requerimento,formulado já na vigência das novas regras para a aposentadoria do servidor pú-blico. Não comprovação das condições para a aposentadoria até 15.12.98, aoefeito do resguardo do art. 3º da EC 20/98. Inexistência de direito líquido e certoviolado, por ato ilegal, a merecer correção pela via estreita da Ação de Seguran-ça. Sentença reformada em Reexame Necessário.(7fls.) (Reexame Necessário nº70003018975, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz AriAzambuja Ramos, julgado em 27/09/2001)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual que pretende averbação detempo de serviço rural prestado em regime de economia familiar. Negativa do de-mandado em proceder a anotação do respectivo lapso temporal ao argumento da

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ausência do documento emitido pela Autarquia Previdenciária Federal. Existênciade provas outras que devem ser analisadas ao efeito de que o mérito da preten-são seja apreciado. Legitimidade do demandado que se enuncia ante a atribuiçãoe competência exclusiva para o ato administrativo que foi negado ao demandante.Sentença de extinção do processo que não se ostenta possível acolher. Sentençadesconstituída. Recurso de Apelação parcialmente provido. (Apelação Cível nº70002761302, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Augusto Otávio Stern, julgado em 06/09/2001)

EMENTA: Servidor Público - Tempo de serviço como trabalhador rural - Certidãodo INSS - A Certidão do INSS, relativamente a tempo de serviço rural averbado apartir de 12 anos de idade do trabalhador, deve ser considerada para efeito deconcessão de aposentadoria, se considerar período anterior a novembro de 1991.Não são exigíveis as contribuições previdenciárias referentes ao tempo de traba-lho rural, na medida em que a Lei n. 9258/97 não alterou o art-55 § 2º da Lei nº8213/91, restando revogada a Medida Provisória nº 1523, quanto a este aspecto.Apelo provido. (Apelação Cível nº 70002235372, quarta câmara cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 15/08/2001)

15.2 SERVIDOR PÚBLICO – TEMPO DE SERVIÇO – AVERBAÇÃO –APOSENTADORIA – DISPONIBILIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Averbação de tempo de ser-viço. Averbação de tempo de serviço prestado a Empresa Pública Federal (CEF).Adesão anterior a Programa de Apoio a Demissão Voluntária (PADV), entendi-mento administrativo de não reaproveitamento de tempo já indenizado, excetopara efeito de aposentadoria e disponibilidade. Impossibilidade, porém, de outraordem, por onde se resolve, impedindo a averbação para fins de vantagens tem-porais. Não aproveitamento do período trabalhado, considerando como atividadeprivada, para efeito de percepção de gratificações e adicionais. Regras constituci-onais, interpretação. Precedentes jurisprudenciais, inexistência de direito líquidoe certo violado. Segurança denegada. (Mandado de Segurança nº 70005921267,Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz AriAzambuja Ramos, julgado em 13/06/2003)

EMENTA: Servidor Público. Ibiaçá. Aposentadoria proporcional. Cargo em comis-são. Ilegitimidade passiva do IPE. Tempo de serviço privado apropriável paraaposentadoria, desde que comprovados os descontos. Direito adquirido pela le-gislação da época. Responsabilidade do Município. Interpretação do art. 3o, pará-grafo único da Lei Municipal nº 292/94. Modificações legais posteriores que nãopodem atingir o ato jurídico perfeito. Apelo parcialmente provido. (Apelação Cível

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nº 70002170892, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: VascoDella Giustina, julgado em 12/12/2001)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Cômputo de tempo de servi-ço público federal e estadual para fins de gratificações temporais. Artigo 94 daLei Orgânica Municipal, autorizando o aproveitamento, que padece do vício deinconstitucionalidade. Possibilidade de cômputo de tempo de serviço público, es-tranho ao Município, apenas para fins de aposentadoria e disponibilidade (CF, art.40, § 3º, modificado pela EC nº 20/98). Previsão do art.37 da Constituição do Es-tado declarada inconstitucional incidentalmente. Lei do Regime Jurídico Único(Lei nº 1.225/90) também contendo previsão restritiva, tanto para a gratificaçãopor assiduidade (art. 99) como para a gratificação por tempo de serviço (art. 102).Ação improcedente. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70003506599, Ter-ceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ra-mos, julgado em 14/03/2002)

15.3 SERVIDOR PÚBLICO – PDV – TEMPO DE SERVIÇO – REINTEGRAÇÃO

EMENTA: Apelação Cível. Constitucional. Administrativo. Servidor Público Esta-dual. Adesão ao PDV - Programa de Demissão Voluntária. Contagem a menos dotempo de serviço. Alegada indução a erro. Reintegração. Incabimento. Cômputode tempo ficto. Lei 2.455/54 revogada pela Emenda nº 1 da Constituição Federalde 1967 e art. 41, par-3 da Constituição de 1988. Improcedência na origem. Não-provimento em grau recursal. Precedentes jurisprudenciais. Apelação não-provi-da. (Apelação Cível nº 70003477643, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 13/03/2002)

15.4 SERVIDOR PÚBLICO – REGIME – TEMPO – LEGALIDADE – DIREITOS

EMENTA: Apelação Cível. Constitucional. Administrativo. Servidor Público Munici-pal. Município de Júlio de Castilhos. Ação ordinária. Pretensão de enquadramentona classe ‘b’ de seu cargo. Improcedência na origem. Transposição de celetistapara estatutário. Contagem de tempo para todos os efeitos legais. Interstício decinco anos entre classes cumprido. Previsão legal (Lei n.º 1526-1997 c/c Portarian.º 69-2000). Provimento. Tendo a Portaria n.º 69-2000 feito retroagir os efeitosda transposição a 1º.12.1991, resta configurado o direito da autora de contagemde tempo de serviço para a mudança de classe, bem como para todos os efeitoslegais. Apelação provida. Ação julgada procedente. (Apelação Cível nº70002621639, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 19/09/2001)

80 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

15.5 SERVIDOR PÚBLICO – TEMPO FICTO – APOSENTADORIA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Averbação de tempo ficto. Otempo ficto, quer antes da Constituição Federal vigente, por força da EC nº 1/69,quer depois, com a revogação da Lei nº 2.455/54, reforçado pelo EC nº 20/98(art. 40, § 10º), não pode ser considerado para reduzir o tempo de serviço exigidopara a aposentadoria. Precedentes jurisprudenciais. Ação improcedente. Apela-ção desprovida. (Apelação Cível nº 70003697323, Terceira Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 02/05/2002)

EMENTA: Administrativo - Servidor Público - Aposentadoria - Interpretação doart-3, par-2, da Emenda Constitucional n. 20/98 - Tempo de serviço posterior aEmenda deve ser computado na forma por ela prevista - Lesão a direito líquido ecerto não configurada. Segurança denegada. (4 fls.) (Mandado de Segurança nº70003376860, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS,Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 08/03/2002)

EMENTA: Administrativo. Contagem de tempo ficto. Licença-prêmio adquirida antesda EC nº 20/98. Direito adquirido. Possibilidade. Sendo a licença-prêmio adquiridaem data anterior a vigência da EC nº 20/98, tem o servidor público direito adquiridoa sua conversão em tempo dobrado, nos termos do artigo 151, II, da Lei Comple-mentar nº 10.098/94. Não obstante tenha ocorrido sua publicação posterior na im-prensa oficial, existente falha administrativa que não pode prejudicar o servidor. Aconcessão da licença-prêmio se dá deforma automática, tão logo implementado operíodo aquisitivo, incorporando desde já ao patrimônio funcional do servidor. Ho-norários. Súmula 201 do STJ. Em razão do enunciado da Súmula nº 201 do STJ,convertem-se os honorários em reais pelo valor equivalente do salário mínimo fixa-do na data da sentença, incidindo a devida correção monetária. Apelação desprovi-da, e confirmada a sentença em Reexame Necessário. (Apelação e Reexame Ne-cessário nº 70003744562, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Carlos Eduardo Zietlow Duro, julgado em 19/06/2002)

15.6 SITUAÇÕES CONSIDERADAS DE EFETIVO EXERCÍCIO

15.6.1 SERVIDOR PÚBLICO – VANTAGENS – CARGO EM COMISSÃO –DIREITOS – TEMPO – EXONERAÇÃO

EMENTA: Apelação Cível em Mandado de Segurança. Direito administrativo. Ser-vidor Público Municipal. Município de Caxias do Sul. Incorporação de vantagens.Revisão de ato administrativo. O servidor público detentor de cargo de provimen-to em comissão do qual foi exonerado para ser investido em cargo público de pro-

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vimento efetivo não pode pretender incorporar aos seus vencimentos as vanta-gens provenientes da relação anterior, que foi extinta, exceto a contagem do tem-po de serviço. A administração pública tem o poder-dever de rever os seus atos,anulando-os quando eivados de vícios que os tornem ilegais. Inteligência daSúmula 473 do STF. A redação do artigo 127, caput, e seu § 1.º, da LCM n.º3.673/91, confere somente ao servidor detentor de cargo de provimento efetivo odireito de incorporar aos seus vencimentos a diferença pecuniária entre o padrãodo cargo de provimento efetivo e o do cargo em comissão. Sentença de improce-dência mantida. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70006007546, Terceira Câ-mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino,julgado em 26/06/2003)

15.6.2 SERVIDOR PÚBLICO – REVISÃO – ATO ADMINISTRATIVO –APOSENTADORIA

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. Revisão de ato administrati-vo. Contagem de tempo de serviço para aposentadoria, prestado em estágio aca-dêmico. Preliminares rejeitadas. Estágio que refugiu aos padrões da Lei 6494/77.Contrato de trabalho mascarado por tempo determinado, com uso do trabalho deestudante em outras atividades correlatas, derivando para prestação laboral.Tempo hábil ao cômputo de tempo de serviço. “Writ” concedido. (11fls - d.) (Man-dado de Segurança nº 70004419305, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 11/10/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Averbação de tempo de serviço pres-tado na condição de aluno-aprendiz. O aluno-aprendiz, diferentemente do menoraprendiz, só eventualmente é empregado. Destarte, o cômputo do período de tra-balho prestado junto as escolas técnicas, na qualidade de aluno-aprendiz, comotempo de serviço público está condicionado a dois pressupostos: vínculoempregatício e retribuição pecuniária a conta do orçamento (Súmula n-96 doTCU). Imprescindível, portanto, a comprovação do fato constitutivo do seu direito,não bastando para tanto referência a legislação, decisões judiciais e certidões detempo de serviço expedidas pela escola técnica. Denegaram a Segurança. (Man-dado de Segurança nº 596023465, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Nelson Oscar de Souza, julgado em 10/05/1996)

15.6.3 AFASTAMENTO – CONCURSO – DIREITO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Afastamento para prestar concurso.Admissibilidade. 1 - O servidor público tem direito a se afastar para prestar concurso

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(art-64, XII, da Lei n. 10098/94), sendo ilegal seu indeferimento, na considera-ção do tempo exigido pela prova. 2 - Segurança concedida. (Mandado de Segu-rança nº 597249309, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Araken de Assis, julgado em 08/05/1998)

CAPÍTULO XVI

DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO

16.1 VENCIMENTO – REMUNERAÇÃO – LEGALIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Alegação de vencimentosem valor inferior ao salário mínimo (CF, art. 7°, IV, c/c o art. 39, § 3°). Distinçãoentre vencimento básico (no singular) e remuneração (vencimentos), aí incluídastodas as vantagens do cargo. Garantia constitucional de remuneração nunca infe-rior ao salário vigente no país que se deve entender como correspondente ao to-tal da remuneração. Precedentes jurisprudenciais. Óbices legais ao deferimentoda medida. Agravo provido, por maioria. (Agravo de Instrumento nº 70006254825,Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ra-mos, julgado em 13/11/2003)

16.2 VENCIMENTOS – GRATIFICAÇÃO – REMUNERAÇÃO – DISTINÇÃO

EMENTA: Constitucional. Servidor Público. Irredutibilidade dos vencimentos. Re-dutor sobre o básico. Impossibilidade. 1. Nada impede o Mandado de Segurançapara impedir a supressão ilegal de parte dos vencimentos do servidor público. In-teligência do art -1 da Lei 5021/66. Súmulas 267 e 271 do STF. Precedentes doSTF. Preliminar rejeitada. 2. É inconstitucional o art-1, V, a, da Lei 11547/00-RS,perante o art-37, XV, da CF/88, que incorpora determinada gratificação de serviçoao vencimento e, ao mesmo tempo, aplica um percentual redutor sobre o básicodo servidor fazendário, quando for lotado em determinados lugares, de modo que,ocorrendo sua movimentação, o vencimento (básico) e, por reflexo, a própria re-muneração, reduzir-se-ão significativamente. 3. Segurança concedida. (Mandadode Segurança nº 70006341317, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 08/08/2003)

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16.3 CONTRATO BANCÁRIO – TUTELA – ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AOCRÉDITO – NOME DO DEVEDOR – VENCIMENTOS

EMENTA: Agravo de Instrumento. Ação revisional. Contrato bancário. Antecipa-ção de tutela. SERASA, Cadin, SPC ou similares. Autorização para a efetivaçãode descontos em folha de pagamento. Legalidade da cláusula autorizativa. Limita-ção do desconto a um quinto dos vencimentos do servidor público estadual (LeiComplementar n. 10.098/94). I - Deferimento de liminar, em antecipação de tute-la, do pedido de não inscrição do nome do devedor junto aos órgãos de proteçãoao crédito, quando pendente demanda judicial onde se discute a inexistência dodébito ou do “quantum debeatur” - Possibilidade. 11 - Conclusão do Centro de Es-tudos do TJRGS. Majoritária jurisprudência desta Corte de Justiça. Precedentesdo STJ. II - A jurisprudência desta Corte de Justiça tem se inclinado no sentido deque os descontos em folha de pagamento não devem corresponder a uma penho-ra antecipada da remuneração e, para tanto, há limite na Legislação Estadualpara a efetivação de tais descontos que, “in casu”, é de um quinto dos vencimen-tos, forte no art-82, da Lei Complementar n. 10.098/94. Deram parcial provimentoao Agravo de Instrumento. (fls. 12). (Agravo de Instrumento nº 70003236288, Dé-cima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Matilde ChabarMaia, julgado em 22/11/2001)

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Processual Civil. Servidor público militarinativo. Corpo Voluntário de Militares Inativos (CVMI). Redução da vantagem.Descontos em folha de pagamento. Mandado de Segurança. Liminar deferida. In-cidência do desconto. Concessão parcial da segurança. É admissível, na formado art-82 da Lei 10098/94, a administração e impor ao servidor a restituição dasvantagens pecuniárias, ilegalmente recebidas, independentemente de prévio pro-cesso administrativo. A incidência do desconto atinge apenas a gratificaçãoobjeto da restituição, não o vencimento do servidor. Segurança concedida emparte. (Decisão Monocrática - 5 fls.) (Mandado de Segurança nº 70003561784,Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 21/05/2002)

16.4 VENCIMENTOS – DÍVIDA ATIVA – INSCRIÇÃO – SERVIDOR INATIVO –ÔNUS DA PROVA

EMENTA: Apelação Cível. Administrativo. Servidor Público Municipal. Embargosdo Devedor. Execução de vencimentos pagos indevidamente. Cerceamento dedefesa inocorrente. Necessidade de expressa determinação da autoridade com-petente para o reconhecimento de cedência de servidor estatutário à entidadeeminentemente privada. Cedência-permuta que não se instrumentalizará atravésde qualquer ato administrativo do Poder Executivo local ou se registrará nos as-

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sentos funcionais da servidora a fazer devida a restituição de vencimentosindevidamente adimplidos. Possibilidade de inscrição em dívida ativa municipaldos valores pelo servidor exonerado devidos à municipalidade (art. 70). Previsãono art. 112 da Lei Municipal n.º 2.635/90 da figura da cedência apenas em favorde entidades públicas. Ônus da prova de que não se desincumbiu a embargante.Sentença mantida. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70003705589, Ter-ceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo de Tarso VieiraSanseverino, julgado em 15/04/2004)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Pedido de aposentadoria seguido delicença aguardando aposentadoria. Desistência da inativação. Pedidoexoneratório. Inscrição em dívida ativa para devolução dos valores percebidos aoerário. Possibilidade. O pedido de exoneração representa desistência da preten-são de inativação veiculada e retroage à data do requerimento desta, restandoafastada a possibilidade de considerar como tempo de efetivo serviço aquele emque a servidora esteve em licença aguardando aposentadoria, prevista no art. 40da Constituição Estadual e no art. 157 da Lei Complementar Estadual n° 10.098/94. A posterior manifestação de vontade da servidora, abandonando a intençãode se aposentar, retira o suporte fático ensejador da referida licença, restandoindevidos pelo Estado os valores que lhe foram alcançados, sob pena de afrontaao princípio da legalidade. Apelação improvida. (Apelação Cível nº 70006156962,Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Matilde Chabar Maia,julgado em 04/09/2003)

16.5 TUTELA – SUSPENSÃO – DESCONTO EM FOLHA – “PACTA SUNTSERVANDA”

EMENTA: Agravo de Instrumento. Antecipação de tutela. Desconto em folha. Le-galidade do procedimento. Autorização do servidor. Pretensão de suspensão semanuência da entidade. Descabimento. Desconto em folha autorizado pelo servidorpúblico municipal. Pretensão de suspensão que não dispensa a anuência da enti-dade beneficiada. A suspensão, operada unilateralmente, e no decorrer da execu-ção do contrato, constitui enriquecimento injustificado, e quebra do princípio deque o contrato faz lei entre as partes (“pacta sunt servanda”), princípio este que,malgrado entendimentos em contrário, ainda se observa aplicável. Negado segui-mento ao Agravo de Instrumento. Agravo Interno improvido. (Agravo nº70007530249, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: PauloAntônio Kretzmann, julgado em 27/11/2003)

EMENTA: Servidor Público. Desconto em folha. Mostra-se inviável a permanênciade desconto em folha de servidor público, relativo a parcelas de empréstimo reali-zado, quando este não mais concorda com tal incidência. Agravo improvido.

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(Agravo de Instrumento nº 70002646321, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Heleno Tregnago Saraiva, julgado em 27/04/2004)

16.6 VENCIMENTOS – RETENÇÃO – PENHORA – CLÁUSULA CONTRATUALABUSIVA – VERBA ALIMENTAR

EMENTA: Cautelar Inominada. Retenção de vencimentos de funcionário público,pelo banco, para pagar débito do correntista. O vencimento do servidor não épassível de penhora, nos termos do art-649, inc-IV, do CPC. Entende-se abusivae sem qualquer efeito cláusula contratual, inserida no contrato de abertura de cré-dito em conta-corrente, que autoriza o banco reter o saldo do servidor públicopara pagar obrigação resultante de aval, presente que o ato representa penhora eapropriação de verba alimentar. Recurso improvido. (5fls.) (Apelação Cível nº70000402602, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Claudir Fidelis Faccenda, julgado em 12/04/2000)

16.7 CARGO – REMUNERAÇÃO – LEGALIDADE – VENCIMENTOS

EMENTA: Constitucional e Administrativo. Servidor Público. Eleição para o cargode Deputado Estadual. Direito a remuneração. 1. Omisso que seja o art.38, I, daCF/88 quanto a possibilidade de o servidor público eleito Deputado Estadual optarpela remuneração de seu cargo, só contemplando seu afastamento, a regra é queo titular de cargo público tem direito a recebê-la, salvo norma em contrário, ouseja, quanto a vencimentos, “a redução ou suspensão individual só se pode verifi-car nos casos previstos em lei expressamente” (Themistocles BrandãoCavalcanti). Por isso, nada dispondo o art.80, da Lei n.10098/98, que prevê,exaustivamente, os casos de perda da remuneração, ilegal o ato que pretendecassar os vencimentos de Deputado Estadual. 2. Mandado de Segurança conce-dido. Voto vencido. (17fls.) (Mandado de Segurança nº 70000256610, SegundoGrupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis,julgado em 14/04/2000)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Pena de suspensão. Perda da remu-neração. Legalidade. 1. A pena de suspensão implica a perda do direito a remu-neração, o que se respalda no art-68, I, da Lei n. 547/90, do Município de SantoAntônio das Missões, que prevê tal perda no caso de falta ao serviço e,suspenso, o servidor não comparece ao serviço. 2. Apelação desprovida. (Apela-ção Cível nº 597210368, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Araken de Assis, julgado em 03/06/1998)

CAPÍTULO XVII

DAS INDENIZAÇÕES

17.1 AJUDA DE CUSTO

17.1.1 REMOÇÃO – AJUDA DE CUSTO – PROVA – INSTALAÇÃO

EMENTA: Apelação Cível. Administrativo. Servidor Público. Defensoria Pública doEstado do Rio Grande do Sul. Remoção. Ajuda de custo. Não-pagamento. Manda-do de Segurança. Não concessão na origem. Não comprovação da mudança einstalação na comarca determinada. Impossibilidade de efetuar o pagamento. Nãoprovimento em grau recursal. Apelação não-provida. (Apelação Cível nº70007637291, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 11/02/2004)

17.1.2 DIREITOS – AJUDA DE CUSTO – INDENIZAÇÃO – DESLOCAMENTO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Direito à ajuda de custo. Falta de au-torização. 1. O Conselheiro Municipal da Saúde, no Município de Bento Gonçal-ves, tem direito a ajuda de custo, porém só quando seu deslocamento tiver sidoautorizado pelo Chefe do Executivo (art. 3.° da Lei nº 2.153/92). Por outro lado,tratando-se de verba indenizatória, o pagamento pelo Estado exime de idênticadespesa o Município. 2. Apelação provida. (Apelação e Reexame Necessário nº70001866037, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arakende Assis, julgado em 28/02/2001)

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17.1.3 AJUDA DE CUSTO – TRANSFERÊNCIA – FREQÜÊNCIA A CURSO –VERBA – DIÁRIA

EMENTA: Servidor Público - Militar - Ajuda de custo. O policial militar transferidopor necessidade de serviço, mesmo que para simples e transitória freqüência acurso, tem direito a ajuda de custo, nos termos dos artigos 35-6 do Código deVencimentos e Vantagens da Brigada Militar (Lei Estadual n. 6196/71). Seu retor-no à sede da OPM onde foi incluído, adido a outra escola de formação, não dá di-reito as diárias. Apelo em parte provido. (Apelação Cível nº 598036937, TerceiraCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio MonteiroPacheco, julgado em 27/08/1998)

17.1.4 AJUDA DE CUSTO – CONVOCAÇÃO – DESIGNAÇÃO – TRANSFERÊNCIA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Militar. Operação Golfinho. Ajuda decusto. Não é o tempo de convocação que classifica a designação como provisóriaou definitiva, mas, sim, é o caráter de designação, temporária ou definitiva, quedá ensejo à ajuda de custo. Portanto, faz jus ao pagamento da ajuda de custo omilitar que é transferido em caráter definitivo da sua sede. Apelo improvido. (Ape-lação Cível nº 597210046, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: José Carlos Teixeira Giorgis, julgado em 30/04/1998)

17.1.5 AJUDA DE CUSTO – VALOR – EQUIVALÊNCIA – LEGALIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Ajuda de custo. Valor. 1. O valor daajuda de custo será equivalente aos vencimentos no mês do pagamento (art-96da Lei n. 8118/96). 2. Apelação parcialmente provida. (Apelação Cível nº597067560, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken deAssis, julgado em 29/04/1998)

EMENTA: Servidor Público Militar. Ajuda de custo. Incidência sobre vencimentos.Leis n° 6196/71, 7138/78 e 9862/93. A Lei n° 9862/93 determinou que o paga-mento de ajuda de custo ao policial militar deveria corresponder a dois meses deremuneração total mensal a que fizesse jus, do seu posto ou graduação, quandopossuísse dependentes. Sendo assim, considerando que a remuneraçãocorresponde a indenizações e vencimentos, e que estes, a soldo e gratificações(parágrafo 1° do art-55 da Lei n° 7138/78, alterando o art-3 da Lei n° 6196/71),inadmissível a pretensão do recorrente no sentido de que a ajuda de custo sejapaga apenas tomando por base o valor do soldo devido ao autor. Procedente,portanto, a pretensão a sua complementação. Apelação desprovida. (Apelação

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Cível nº 597058460, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Moacir Adiers, julgado em 09/10/1997)

17.2 DIÁRIAS

17.2.1 DIREITOS – DIÁRIA – REQUISIÇÃO – DESPESAS NÃO COMPROVADAS –PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

EMENTA: Apelação Cível. Administrativo. Servidor Público. Direito à percepçãode diárias pelo período em que esteve requisitado pela Justiça Eleitoral. Preten-são não amparada pela Legislação Municipal a respeito do tema. Ausência de de-monstração de despesas efetuadas a ensejar ressarcimento. Princípio da legali-dade. Negaram provimento à Apelação. (Apelação Cível nº 70006567077, Tercei-ra Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Matilde Chabar Maia, julga-do em 30/10/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Adicional de deslocamento e diárias.Servidor do DAER. As diárias estão compreendidas entre as gratificações “prolabore faciendo”, destinadas a compensar despesas do servidor pela prestação deserviço fora de sua sede. Ausência de prova do deslocamento, corroborada pelacomprovação de fornecimento de transporte pela autarquia demandada. Apelo doautor desprovido. (Apelação Cível nº 70002623221, Quarta Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 14/11/2001)

17.2.2 ADICIONAL – RISCO DE VIDA – HORAS EXTRAS – DIÁRIAS –DESPESAS – PROVA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Município de Soledade. Pre-tensão de recebimento de adicional de risco de vida, horas extras e diárias. Nãohá direito de receber adicional de risco de vida. Indemonstrada a incorreção nopagamento das horas extras trabalhadas. Indevidas diárias quando inexistem des-pesas com alimentação ou estadia passíveis de serem indenizadas. Apelaçãoimprovida. (Apelação Cível nº 70006694780, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Angela Maria Silveira, julgado em 08/10/2003)

17.2.3 DIÁRIAS – INCORPORAÇÃO – VENCIMENTOS – PRINCÍPIO DALEGALIDADE – GRATIFICAÇÕES

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Diárias. Incorporação. Inadmissibili-dade. 1. A relação estatutária baseia-se no princípio da legalidade, ao contrário

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da relação de emprego, e não é dado ao Órgão Judiciário, sob pena de ferir oprincípio da moralidade, acolher pedido de incorporação de diárias aos vencimen-tos sem lei formal neste sentido. As gratificações podem ser suprimidas, cessadaa causa do seu pagamento, sem ofensa ao princípio da irredutibilidade. Improce-dência dos pedidos de pagamento de diferenças e de reajuste monetário. 2. Ape-lação desprovida. (Apelação Cível nº 70004256087, Quarta Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 19/06/2002)

EMENTA: Administrativo. Pretensão deduzida por servidor público no sentido deque as diárias sejam incorporadas aos proventos de aposentadoria. As diáriastêm natureza jurídica indenizatória ao efeito de ressarcir o servidor em seus des-locamentos e despesas para o desempenho de suas funções, por isso que precá-rias e temporárias. Caráter “propter laborem” das diárias. Estatuto do ServidorPúblico que expressamente veda a incorporação das indenizações a remunera-ção do servidor aposentado, vedando ao Poder Judiciário operar sobre a matéria,pena de quebra do princípio da legalidade e da independência dos Poderes deEstado. A analogia somente pode ser aplicada ante a ausência de provimentolegislativo ou obscuridade da lei, nos termos do artigo 126 do CPC. Sentença deimprocedência. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70002979011, Terceira Câ-mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em01/11/2001)

17.2.4 POLICIAL MILITAR – DIÁRIAS – PAGAMENTO – OBRIGAÇÃO –ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Policial Militar. Diárias devidas porafastamento temporário da sede. Obrigação satisfeita. Diárias pagas administrati-vamente, após o ajuizamento da ação. Atualização monetária que se impõe, des-de o vencimento da obrigação inadimplida. Termo final, porém, que se completacom o efetivo pagamento. Recurso provido. Sentença parcialmente reformada,em Reexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº 70003480605,Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ra-mos, julgado em 14/03/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Autárquico. Vantagens salariais. Diári-as devidas por afastamento temporário da sede. Obrigação satisfeita. Pagamentode vencimentos a menos, direito a diferença. Faltas injustificadas ao serviço, au-torização para descontos, observado o período efetivamente não trabalhado.Correção monetária, incidência desde o vencimento da obrigação inadimplida. Ju-ros legais a contar da citação. Férias vencidas, pagamento em pecúnia indevido,falta de previsão legal. Redistribuição da sucumbência. Apelações parcialmenteprovidas. Sentença confirmada em Reexame Necessário, no mais. (Apelação e

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 91

Reexame Necessário nº 70002651800, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 16/08/2001)

17.2.5 SERVIDOR PÚBLICO – HORAS EXTRAS – DIÁRIAS – DESLOCAMENTO –INSALUBRIDADE EM GRAU MÉDIO

EMENTA: Administrativo - Servidor Público - Autor que não se desincumbiu doônus de comprovar os fatos constitutivos de seu alegado direito a horas-extras -Diárias incabíveis quando o deslocamento constituiu exigência permanente docargo - Adicional de insalubridade devido no grau médio com amparo em lei local.Apelo desprovido. Sentença explicitada e confirmada em Reexame. (Apelação eReexame Necessário nº 70003171154, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 28/11/2001)

17.2.6 POLICIAIS MILITARES – DISPONIBILIDADE – DIÁRIAS PAGAS COMATRASO – CORREÇÃO MONETÁRIA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Policiais militares a disposi-ção do DAER. Diárias pagas com atraso. Correção monetária devida. Perícia quecomprova a pretensão deduzida em juízo. Procedência na origem. Não-provimen-to. Apelação não provida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (Apela-ção Cível nº 598160620, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 28/10/1998)

17.2.7 SERVIDOR PÚBLICO MILITAR – DIÁRIAS – DESLOCAMENTO A PEDIDO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Militar. Diárias. Deslocamento de poli-cial a pedido, concedido no seu próprio interesse, não faz jus a percepção de diá-rias. Sentença mantida. Apelação improvida. (Apelação Cível nº 598042661, Ter-ceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ra-mos, julgado em 20/08/1998)

17.3 TRANSPORTE

17.3.1 GRATIFICAÇÃO DE AUXÍLIO-CONDUÇÃO – NATUREZA JURÍDICA –PRINCÍPIO – VENCIMENTOS

EMENTA: Servidor Público. Ação declaratória. Oficial de Justiça. Gratificação deauxílio-condução. Não tem ela natureza jurídica de salário ou vencimento, sendo

92 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

mera remuneração, visando a ressarcir despesas de condução, com caráterindenizatório. Leis prevendo que sobre tais gratificações não incidem vantagens,nem são elas incorporadas aos proventos de inatividade. Princípio da legalidadea reger integralmente a matéria. A lei é que define as condições em que cadavantagem é devida e calculada e estabelece as hipóteses de incorporação. Asgratificações não se incorporam, automaticamente, aos proventos dos servidoresinativos, por força do art. 40, §8º da CF/88, mas na forma da lei (art. 37, “caput”da CF/88). Apelo improvido. Sentença confirmada. (Apelação Cível nº70005303672, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: VascoDella Giustina, julgado em 18/12/2002)

17.3.2 DILIGÊNCIA – DESPESAS – DESLOCAMENTO – MORA – DIREITOS

EMENTA: Diligência superada, ante a evidência dos autos. Conhecimento de am-bos os recursos. Despesas de condução devidas. Ante deslocamento do servidorpúblico, não demonstrando Município que forneceu recursos ou meios que evitas-sem a necessidade de o funcionário utilizar-se de veículo próprio. Juros de moraincidentes apenas a contar da citação. Diárias indevidas, ante inexistência do di-reito, em face dos termos da legislação local. (Apelação Cível nº 596190355, Pri-meira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Armínio José Abreu Limada Rosa, julgado em 08/04/1998)

17.3.3 HORAS EXTRAS – INDENIZAÇÃO – GASTOS NÃO PROVADOS – VERBAHONORÁRIA

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Servidor Público. Horas extras.Indenização de transporte. 1. Ausente a prova cabal de que fora autorizada aprestação de serviço extraordinário, mostra-se inviável o acolhimento da preten-são deduzida pela servidora. 2. Reconhecida a improcedência do pedido de horasextras, restam prejudicados os pleitos recursais relativos a majoração da conde-nação, compensação da verba honorária e forma de liquidação do título executivojudicial. 3. Inexistindo norma jurídica regulamentando a indenização de transpor-te, e não tendo a autora comprovado os gastos efetivamente suportados em ra-zão dos deslocamentos realizados em serviço, impõe-se o afastamento do pedi-do. Apelação do Estado provida. Prejudicada em parte a Apelação da autora, quevai desprovida na parte remanescente. Reexame Necessário prejudicado. (Apela-ção e Reexame Necessário nº 70005734421, Primeira Câmara Especial Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rogério Gesta Leal, julgado em 29/09/2003)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 93

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Caixa Econômica Estadual. Desvio defunção. Horas extras. Indenização pela utilização de veículo particular em servi-ço. 1 - Desvio ou acúmulo de função. O servidor tem direito apenas à remunera-ção do cargo para o qual foi nomeado. O exercício de função diversa daquela docargo em que lotado, por ser uma irregularidade administrativa, não gera nenhumdireito ao servidor. 2 - Horas extras. A ausência de autorização expressa para arealização de serviço extraordinário, impede o servidor da percepção de remune-ração por serviço que alega ter prestado extraordinariamente. Princípio da legali-dade. 3 - Indenização pela utilização de veículo particular em serviço. Para a per-cepção da referida indenização é necessária a comprovação da utilização do veí-culo para o trabalho em prol da administração, bem como a existência de contratoou acordo entre o servidor e o órgão administrativo, o que inexiste no caso. Ape-lação desprovida. (Apelação Cível nº 70006549497, Quarta Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 20/08/2003)

17.3.4 CARGO EM COMISSÃO – HORAS EXTRAS – INDENIZAÇÃO –INSALUBRIDADE – ATRIBUIÇÕES DO CARGO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Cargo em Comissão. O servidor admiti-do para cargo em comissão, que não está obrigado ao controle do ponto, não fazjus a horas extraordinárias ou de sobreaviso. O uso de veículo próprio para o des-locamento do trabalho não gera direito a indenização de transporte. A previsão le-gal é para a utilização para execução de serviços externos, por força das atribui-ções do cargo. O adicional de insalubridade em grau máximo é devido ao medicoveterinário, decorrência das atividades próprias que lhe são cometidas. Apelosimprovidos. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (7 fls) (Apelação eReexame Necessário nº 70000631481, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Ana Maria Nedel Scalzilli, julgado em 05/09/2000)

CAPÍTULO XVII I

DOS AVANÇOS

18.1 SERVIDOR – AVANÇOS – TEMPO DE SERVIÇO – PRESCRIÇÃOQÜINQÜENAL

EMENTA: Administrativo e Processual Civil. Servidor público autárquico municipalinativo. Município de Pelotas. Avanço trienal. Percepção de dez avanços.Instrução que demonstra direito a onze avanços. Procedência na origem paraintegração de mais um avanço e condenação ao pagamento das diferenças, ob-servada a prescrição qüinqüenal. Não-provimento. Sentença confirmada emReexame Necessário. (04 fls) (Reexame Necessário nº 70001202431, Quarta Câ-mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julga-do em 09/08/2000)

EMENTA: Apelação Cível. Constitucional e Administrativo. Servidor Público. Poli-cial militar inativo. Graduação de soldado em atividade. Proventos de cabo.Extinção da graduação. Ação ordinária objetivando reforma na graduação de 2ºsargento. Avanço trienal. Percepção de nove avanços. Instrução que demonstradireito a dez avanços. Contribuição previdenciária suplementar, instituída pela LeiComplementar Estadual n.º 10.588/95 e alterada pela Lei Complementar Estadualn.º 11.476/00. Ilegalidade do desconto, relativamente aos proventos dainatividade, a partir da vigência da Emenda Constitucional n.º 20/98. Jurisprudên-cia do STF, STJ e desta corte. Improcedência na origem. Provimento em graurecursal. Apelação voluntária provida. Ação procedente. (Apelação Cível nº70006303408, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 13/08/2003)

96 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

18.2 PARALISAÇÃO – AVANÇOS TRIENAIS – FALTAS NÃO JUSTIFICADAS

EMENTA: Servidor Público - Paralisação - Desconto dos dias parados - Perda deavanço trienal. Constatando a administração por sindicância que houve paralisa-ção de todo o serviço prestado em Escola Pública, não tem procedência a preten-são de servidor em receber os dias descontados ao argumento de que não aderiuao movimento paredista. Sentença confirmada. Apelo improvido. (Apelação Cívelnº 598081735, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 22/10/1998)

CAPÍTULO XIX

DAS GRATIFICAÇÕES

19.1 GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE FUNÇÃO

19.1.1 INCORPORAÇÃO – GRATIFICAÇÃO – DIREÇÃO DE ESCOLA –PREVISÃO LEGAL – PROVENTOS – VENCIMENTOS – APOSENTADORIA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Santo Cristo. Magistério. In-corporação da gratificação de direção de escola aos proventos. 1. A gratificaçãopelo exercício de direção de escola decorre de expressa previsão legal, emcontraprestação pelo exercício de função de chefia, tendo o servidorimplementado todos os requisitos legais para sua incorporação aos proventos deaposentadoria, pois era detentor de cargo de provimento efetivo e exercia a fun-ção de diretor de escola quando se inativou, percebendo a gratificação pelo prazomínimo fixado em lei. 2. A taxa de juros moratórios, em se tratando de condena-ção da Fazenda Pública no pagamento de vencimentos ou vantagens devidas aservidor público é de 12% ao ano, utilizada na cobrança da dívida tributária, con-forme art. 406, do Código Civil de 2002 e ainda, considerada a natureza alimentarda vantagem. Apelação do Município improvida. Apelação do autor provida. Sen-tença confirmada quanto ao mais, em Reexame. (Apelação Cível nº70006752828, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: AngelaMaria Silveira, julgado em 24/09/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Quadro do Magistério. Incor-poração de vantagens aos proventos. O servidor tem direito a incorporar o equi-valente a 100% da gratificação de função, pelo exercício de cargo de direção deescola, nos termos do art. 70, § 4º, da lei 6.672/74, e art. 103 da Lei complemen-tar n.º 10.098/94. Incorporação que será integral para aquele que a tiver exerci-do pelo período mínimo de cinco anos consecutivos ou de dez intercalados, an-teriormente a aposentadoria. EC 20/98 que preserva as garantias do servidor,

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regulando-se a inativação pelos ditames da legislação então vigente. Direito apercepção do 8º triênio, tempo de serviço que se conta até a aposentadoria. Açãointegralmente procedente. Apelação do autor provida, improvida a do réu. Senten-ça confirmada, em Reexame Necessário, com explicitação. (Apelação e ReexameNecessário nº 70001712512, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 15/02/2001)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal, Magistério. Gratificação dedireção. Incorporação aos proventos. A gratificação de direção incorpora-se aosproventos, na razão de 1/25 do valor da respectiva função gratificada ou cargoem comissão, por cada ano de exercício efetivo no cargo. Inteligência do art-202da Lei Municipal n. 52/90, do Município de Pouso Novo. Ação parcialmente proce-dente. Sentença confirmada, em Reexame. (Reexame Necessário nº 598197192,Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ra-mos, julgado em 26/11/1998)

19.1.2 GRATIFICAÇÃO – INSALUBRIDADE – FUNÇÃO GRATIFICADA –PROVENTOS – FÉRIAS – 13º SALÁRIO – INCORPORAÇÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal inativo. Gratificação de insalu-bridade e da função gratificada de chefia. Pretensão na incorporação aos proventose no pagamento do 13º salário que fora descontado e das férias proporcionais.Ação improcedente. Embora a previsão legal do pagamento da gratificação de insa-lubridade e de o demandante ter exercido funções de coveiro por longo tempo, cir-cunstância possibilitadora de seu pagamento, quando em atividade, inexiste previ-são legal para a sua incorporação. Tendo sido utilizado o tempo de exercício dechefia exercida no momento da aposentadoria, inferior ao mínimo legal, para a in-corporação de outra função gratificada, inviável se apresenta a sua incorporação.Inexistência de prova de lei permissiva do pagamento de férias proporcionais. Ten-do recebido o salário do mês em que se aposentou como se ainda estivesse ematividade, o desconto do 13º salário sobre as gratificações recebidas, que não pu-deram ser incorporadas, está correto. Sentença de improcedência mantida. Apela-ção não provida. (Apelação Cível nº 596037937, Terceira Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Tael João Selistre, julgado em 16/05/1996)

19.1.3 FUNÇÃO GRATIFICADA – MANDATO DE CLASSE – INCOMPATIBILIDADE

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público Militar. Percepção de funçãogratificada. Eleição para mandato em associação de classe. Cancelamento do pa-

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 99

gamento. O art-1 da Lei 9073 de 15/05/90 foi parcialmente revogado pelo art-101da Lei Complementar 1098/94, que exige para a percepção da função gratificadao exercício de chefia, assistência ou assessoramento, incompatível com as novasatividades do impetrante. Parcela já incorporada, devidamente ressalvada.“mandamus” parcialmente concedido. (Mandado de Segurança nº 598032811, Se-gundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco DellaGiustina, julgado em 27/11/1998)

19.2 GRATIFICAÇÃO NATALINA

19.2.1 SERVIDOR FALECIDO – GRATIFICAÇÃO NATALINA – PROPORCIONALIDADE

EMENTA: Apelação Cível. Administrativo e Processual Civil. Servidor Público Es-tadual. Falecimento. Ação ordinária. Gratificação natalina proporcional. Alcanceao servidor exonerado, proporcionalmente aos meses trabalhados, bem como aoservidor falecido. Lei Complementar nº 10.098/94, artigo 105. Procedência na ori-gem. Não-provimento em grau recursal. Sentença que se mantém. Apelação nãoprovida. (Apelação Cível nº 70007893522, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Jus-tiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 10/03/2004)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Falecimento. Gratificação natalina.Condições da ação plenamente atendidas. Legitimidade de parte ativa da viúvapensionista em pleitear seus direitos sucessórios frente às parcelasremuneratórias impagas do servidor falecido independente de abertura de inven-tário. Direito ao servidor inativo da gratificação natalina (13º salário) proporcionalaos meses laborados até a data do falecimento ou exoneração. Interpretação dosarts. 104, §1º e 105 da Lei Complementar n. 10098/94. Reconhecimento à viúvada percepção da sua quota-parte. Aplicação do art. 1º da Lei 6858/80. Apelo des-provido. Recurso adesivo desprovido. Sentença confirmada em Reexame Neces-sário. (Apelação e Reexame Necessário nº 70006454698, Terceira Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgadoem 28/08/2003)

EMENTA: Constitucional e Administrativo. Servidor Público Municipal, Cargo deConfiança. Ação ordinária de cobrança. A gratificação natalina proporcional deve-rá ser alcançada ao servidor exonerado, proporcionalmente aos meses trabalha-dos. Lei Complementar n.10098/94, art.105. Comprovação do gozo de ferias.Incabimento. Procedência parcial na origem. Apelação parcialmente provida. (06fls). (Apelação Cível nº 70000137364, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 29/12/1999)

100 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

19.2.2 GRATIFICAÇÃO NATALINA – BASE DE CÁLCULO – REMUNERAÇÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Gratificação natalina. Base de cálculo.Remuneração. 1. Segundo o art. 185 da Lei 2.214/84, do Município de Canoas, abase de cálculo da gratificação natalina do servidor público é a remuneração, porsua vez compreendida como a soma de todas as vantagens pecuniárias recebi-das pelo servidor. 2. Apelação desprovida. (Apelação e Reexame Necessário nº70005637269, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arakende Assis, julgado em 05/03/2003)

19.2.3 GRATIFICAÇÃO PROPORCIONAL – LICENÇA PARA TRATAR DEINTERESSES – ATIVIDADES

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Administrativo e Processual Ci-vil. Servidor Público Estadual. Licença para tratar de interesse particular.Atividades desempenhadas até novembro de 1999. Direito a gratificação natalinaproporcional. Inteligência do artigo 104, da Lei Complementar nº 10.098/94. Pro-cedência parcial na origem. Não-provimento em grau recursal. Sentença que semantém. Apelação não provida. Sentença confirmada em Reexame Necessá-rio. (Apelação e Reexame Necessário nº 70003017316, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em17/10/2001)

EMENTA: Constitucional, Administrativo e Processual - Servidor Público Estadual- Licença para tratar de interesses particulares - Ação visando gratificação natali-na proporcional aos meses trabalhados - Procedência na origem - Não provimen-to. Apelação não provida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (Apela-ção Cível nº 598210300, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 09/09/1998)

19.2.4 GRATIFICAÇÃO NATALINA – ATRASO NO PAGAMENTO – CORREÇÃOMONETÁRIA

EMENTA: Constitucional e Administrativo. Servidor Público. Município de Canoas.Gratificação natalina. Atraso no pagamento. Correção monetária. Ação ordinária.Procedência parcial na origem. Não-provimento em grau recursal. Sentença quese mantém. Correção monetária. Devida tendo em vista se tratar de reposição dovalor aquisitivo da moeda. Apelação não provida, sentença confirmada, emReexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº 70005331897, QuartaCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, jul-gado em 11/12/2002)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 101

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Servidor Público Militar - Açãode cobrança contra o Estado - Correção monetária por atraso no pagamento degratificação natalina. Por maioria, negaram provimento a ambas as apelações,confirmando-se a sentença em Reexame Necessário. (Apelação Cível nº596123885, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: JoãoAymoré Barros Costa, julgado em 19/03/1997)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Gratificação natalina. Valores históri-cos. Correção monetária. Cabimento. Artigo 35 da Constituição Estadual.Inconstitucionalidade negada. 1. O pagamento da gratificação natalina após adata fixada no art-35 da Carta Estadual determina a incidência de correção mone-tária. 2. Orientação do Supremo Tribunal Federal. 3. Rejeitada a preliminar, nega-ram provimento ao recurso. Em Reexame, modificaram em parte a sentença.(Apelação Cível nº 596198705, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Nelson Oscar de Souza, julgado em 20/02/1997)

19.3 GRATIFICAÇÕES

19.3.1 GRATIFICAÇÕES – RISCO DE VIDA E SAÚDE – CUMULAÇÃO –IMPOSSIBILIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Gratificações por risco a vida e a saú-de. Cumulação. Impossibilidade. 1. É impossível, ante a vedação do art-107, par-1, da Lei 10098/95, cumular as gratificações por risco a vida e a saúde. 2. Embar-gos Infringentes desprovidos. (4 fls.) (Embargos Infringentes nº 70003357571,Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arakende Assis, julgado em 08/03/2002)

EMENTA: Servidor Público. Vantagens. As horas extraordinárias só são devidasse formalmente convocado o servidor. Inacumulação do adicional de pe-riculosidade com o de insalubridade. Não cabe ao Judiciário equiparar vencimen-tos. Súmula 229 do STF. Proibição do “repique” nos vencimentos. Ausência de re-dução salarial. Lei 10098/94. Princípio da legalidade estrita. Apelo improvido.(Apelação Cível nº 70007491723, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 17/12/2003)

19.3.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – REGULAMENTAÇÃO DASATIVIDADES – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

EMENTA: Servidor Público Municipal. Adicional de insalubridade. A edição de leique prove sobre pagamento de adicional de insalubridade mas que condiciona a

102 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

regulamentação das atividades insalubres, penosas e perigosas a regulamenta-ção própria, não é auto-aplicável. Princípio da legalidade. Precedentesjurisprudenciais. Apelo improvido. (05 fls). (Apelação Cível nº 70000656041, Pri-meira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana MariaNedel Scalzilli, julgado em 05/09/2000)

EMENTA: Servidor Público Municipal. Adicional de insalubridade. Inexistindo, nalegislação municipal, lei regulamentadora definindo quais as atividades penosas,insalubres ou perigosas, descabe a pretensão. Lei Municipal que regulamenta so-mente atividades eventuais. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 598419406,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina,julgado em 24/02/1999)

EMENTA: Constitucional, Administrativo e Processual - Servidor Público Munici-pal - Adicional de insalubridade devido a partir da lei definidora das atividades pe-nosas, insalubres ou perigosas - Sentença de procedência - Provimento parcial.Segunda Apelação parcialmente provida. Negado provimento a primeira,Reexame Necessário prejudicado. (Apelação Cível nº 598095917, Quarta CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em26/08/1998)

EMENTA: Apelação Cível. Ação ordinária. Servidor Público. Tribunal de Contas.Gratificação de insalubridade. Necessário, para o pagamento da gratificação pos-tulada, a existência de lei regulamentadora da matéria, o que inocorre. Apelo des-provido. Sentença de primeiro grau confirmada. (Apelação Cível nº 70003627023,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina,julgado em 28/12/2001)

19.4 GRATIFICAÇÃO POR INSALUBRIDADE

19.4.1 AÇÃO DE COBRANÇA – GRATIFICAÇÃO POR INSALUBRIDADE –LAUDO POR ESPECIALISTA – LEI JÚLIO DE CASTILHOS

EMENTA: Servidor Público - Ação de cobrança que visa ao pagamento de adicio-nal de insalubridade a servidora pública que exerce a atividade de servente esco-lar - Lei-Júlio de Castilhos nº 1.599/97 que exige a confecção de laudo pericialemitido por especialista em segurança e medicina do trabalho para o deferimentoda vantagem - Gratificação de insalubridade que deverá ser paga a contar dadata do laudo - Honorários advocatícios reduzidos para o mínimo legal com fulcronos §§ 3º e 4º do art. 20 do CPC - Apelo provido - Sentença confirmada emReexame Necessário quanto ao mais. (Apelação e Reexame Necessário nº

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 103

70005148978, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 24/04/2003)

EMENTA: Constitucional - Administrativo - Servidor Público pretensão a gratifica-ção de insalubridade - Órgão técnico estadual responsável pela verificação da in-salubridade - Desnecessidade da realização de perícia técnica - Princípio da le-galidade - Fornecimento de EPI que afasta o contato com agentes insalutíferos.Sentença improcedente. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70002658813,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos BrancoCardoso, julgado em 31/10/2001)

19.4.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – BASE DE CÁLCULO – GRATIFICAÇÃO

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor Público Municipal. Adicionalde insalubridade. Base de cálculo. A base de cálculo da gratificação por exercíciode atividades insalubres no Município de Porto Alegre é o vencimento básico doservidor municipal. Disposição do art. 61 da Lei Municipal 6309-88 em consonân-cia com os artigos 7º, XXIII, e 39, § 3º, da CF. Jurisprudência da Câmara. Senten-ça de improcedência mantida. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº70004996872, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulode Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 21/11/2002)

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Servidor Público Municipal. Adicional deinsalubridade e periculosidade. Incidência. Lei n. 6309/88. A Lei Municipal menci-onada e expressa ao referir que o adicional de insalubridade ou periculosidadeincide apenas sobre o vencimento básico do cargo que ocupa o servidor. Assim,não pode ser paga sobre demais vantagens, nem mesmo sobre o trabalho extra-ordinário ou as horas extras. Recurso acolhido, nos termos do voto vencido.(7fls.) (Embargos Infringentes nº 70001780550, Segundo Grupo de CâmarasCíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Perciano de Castilhos Bertoluci, julga-do em 14/09/2001)

19.4.3 GRATIFICAÇÃO POR INSALUBRIDADE – INCORPORAÇÃO AOSVENCIMENTOS – ATIVIDADES INSALUBRES RECONHECIDAS

EMENTA: Servidor Público. Incorporação nos proventos de gratificação por insa-lubridade em grau máximo. Tendo o servidor exercido suas atividades no cargode instalador hidrossanitário, na divisão de água, por mais de dez anos consecuti-vos; conforme laudo pericial, em 1989, reconhecido as atividades exercidas pelo

104 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

requerente como insalubres em grau máximo, e tendo ele requerido a incorpora-ção de tal vantagem em 12 de março de 1990, na esfera administrativa, faz jus,desde esta data à incorporação aos seus proventos, da gratificação pelo exercíciode atividade insalubre em grau máximo, nos termos do § 5º do art. 180 da LeiComplementar nº 133/85. Negaram provimento a Apelação e confirmaram a sen-tença em Reexame Necessário. Unânime. (Apelação e Reexame Necessário nº70000019653, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Roque Joaquim Volkweiss, julgado em 29/08/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Adicional de insalubridade. Pretensãode incorporação do adicional de insalubridade aos proventos de aposentadoria.Impossibilidade. Gratificação “propter laborem”, indenizável pelo labor em condi-ções anormais de serviço. Adicional de insalubridade igualmente não devido, antea ausência de previsão legal pelo Município demandado. Princípio da legalidadeque se impõe. Não pode o Judiciário aumentar a remuneração dos servidores.Matéria de alçada privativa do Executivo. Apelo da autora desprovida. Apelo doMunicípio provido. Sentença modificada , em parte, em Reexame. (6fls.) (Apela-ção Cível nº 598092583, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 18/04/2001)

19.4.4 GRATIFICAÇÃO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – PRINCÍPIO DALEGALIDADE – GRAU E ATIVIDADE DE RISCO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Adicional de insalubridade. Julgamen-to que determina baixa em diligência, a fim de apurar quais os períodos,efetivamente, em que o servidor recebeu o adicional. Princípio da legalidade. LeiMunicipal (Lei n. 363/93) que prevê o grau e atividade de risco, sendo a partirdesta data devido o adicional. Comprovação do pagamento em percentual abaixoda previsão legal. Complementação. Apelo parcialmente provido. (6fls.) (Apelaçãoe Reexame Necessário nº 598542066, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 08/08/2001)

19.4.5 GRATIFICAÇÃO – ATIVIDADES E AGENTES INSALUBRES –EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO

EMENTA: Servidor Público - Gratificação pelo exercício de atividades insalubres -Atividades gerais em escola pública que não ensejam o pagamento da gratifica-ção pretendida pelas apelantes - Diferenciação entre lixo doméstico e lixo urbano- Recebimento de Equipamento de Proteção Individual que elide os efeitos da in-salubridade decorrente do contato com agentes insalubres de origem química.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 105

Apelo improvido - Agravo Retido prejudicado. (10 fls.) (Apelação Cível nº70002175297, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 10/05/2001)

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público. Município de Ibiaçá . I - Adicional deinsalubridade. Operário. Lei Municipal nº 380/96 (art. 1º alíneas “a” e “b” do incisoI, alíneas “a” e “i” do inciso II e alínea “b” do inciso III) -. II - Atividade insalubrereconhecida pelo próprio poder público em perícia técnica, gerando direito à per-cepção do adicional. III - Adicional devido durante o interregno de tempo em queo servidor desempenhou as funções do cargo de operário simples, em grau máxi-mo até março de 1999 e em grau mínimo a partir de então, nos termos da prova.IV - Base de cálculo da gratificação. Adicional devido sobre o vencimento do car-go e nos percentuais originais da Lei Municipal n° 292/94 até a vigência da LeiMunicipal nº 520/98, a partir da qual passa a ser calculado sobre o valor do me-nor padrão de vencimento do Município, nos novos percentuais estabelecidos. V -fornecimento de EPI não afasta a insalubridade reconhecida, nos termos do art.4°, § 1º, da Lei Municipal n° 380/96. VI - Incidência do adicional de insalubridadesobre férias e 13º salários. Possibilidade. Expressa previsão na Lei Municipal n°292/94, art. 82, § 1°. VII - O fato de a EC nº 19/98 não ter incluído expressamentedentre os direitos dos servidores ocupantes de cargos públicos a percepção deadicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas (§3ºdo art. 39 da Constituição Federal), não excluiu a possibilidade de o EnteFederado, na esfera de sua competência, prever e regulamentar a matéria. Nega-ram provimento ao apelo. (Apelação Cível nº 70006083349, Terceira Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Matilde Chabar Maia, julgado em 14/08/2003)

19.5 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

19.5.1 ADICIONAL DEVIDO – PERÍCIA – COMPROVAÇÃO DE PERICULOSIDADE

EMENTA: Servidor Público - Ação de cobrança - Adicional de periculosidade devi-do a Engenheiro Civil do Município de Novo Hamburgo - Perícia realizada porprofissional especialista em segurança do trabalho - Amoldamento a Lei Municipalde regência - Apelo improvido e sentença parcialmente reformada em ReexameNecessário. (5fls.) (Apelação e Reexame Necessário nº 70004195558, TerceiraCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio MonteiroPacheco, julgado em 17/10/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Pagamento de adicionalde periculosidade. Perícia comprovando a periculosidade. Apelação improvida.

106 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Sentença confirmada em Reexame Necessário. (5fls.) (Apelação e Reexame Ne-cessário nº 70002126662, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Angela Maria Silveira, julgado em 16/05/2001)

19.5.2 MOTORISTA – ADICIONAL NÃO DEVIDO – PERICULOSIDADE – NÃOCOMPROVAÇÃO – GRATIFICAÇÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Motorista. Iluminação públi-ca. Adicional de periculosidade. Laudo elaborado pela administração que afasta odireito a percepção da gratificação. Desistência da prova técnica. Elementos deprova insuficientes para suportar a procedência do pedido. Recurso desprovido.(Apelação Cível nº 70003899689, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 06/06/2002)

19.5.3 PROVENTOS – APOSENTADORIA – INCORPORAÇÃO DO ADICIONAL –PROVA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Revisão dos proventos de aposenta-doria. Incorporação do adicional de periculosidade ou insalubridade. Manda-mento legal, que exige a percepção, de cinco anos consecutivos ou oito interca-lados do adicional de risco a saúde ou a vida, a fim de incorporá-lo aosproventos de aposentadoria. Não comprovação. Inexistência de direito adquiridofrente a ilegalidade. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70003709326, QuartaCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgadoem 06/03/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal aposentado. Adicional depericulosidade. Incorporação aos proventos. Direito a percepção da gratificaçãoconferida a contar da data do pedido administrativo, nos termos da Lei Comple-mentar n.º 217/90, modificando a LC 133/85 do Município de Porto Alegre. Preen-chimento do requisito temporal, considerado o período de efetivo exercício deatividade insalubre ou perigosa, independente do pagamento da correspondentegratificação. Recurso desprovido. Sentença confirmada em Reexame Necessário.(Apelação e Reexame Necessário nº 70003289394, Terceira Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 25/10/2001)

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal inativado. Adicional depericulosidade. Incorporação aos proventos. Lei Complementar nº 217/90. Com-provação do exercício da atividade periculosa por mais de cinco anosininterruptos. Servidor inativado antes da lei que permitia a incorporação. Incidên-

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cia do § 5º do artigo 180 da LC 133/88, acrescentado pela LC 217/90. Apelaçãodesprovida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (Apelação eReexame Necessário nº 70002324663, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Perciano de Castilhos Bertoluci, julgado em 23/08/2001)

19.5.4 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – HORAS EXTRAS – BASE DECÁLCULO – LEGALIDADE

EMENTA: Administrativo - Servidor Público Municipal - Horas extras não compro-vadas - Adicional de periculosidade - Base de cálculo - Vale - Reajuste de venci-mentos pelo ICV/DIEESE - Lei Municipal nº 7.428/94 alterada pela Lei nº 7.539/94cuja inconstitucionalidade foi declarada pelo egrégio STF. Ação procedente emprimeiro grau. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70003492469, Quarta Câma-ra Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgadoem 06/02/2002)

19.6 ATIVIDADES PENOSAS

19.6.1 TELEFONISTA – APOSENTADORIA ESPECIAL – ATIVIDADE PENOSA –INCORPORAÇÃO – LEGALIDADE

EMENTA: Direito Administrativo. Servidor Público Municipal. Telefonista. Aposen-tadoria especial. Atividade penosa. Incorporação horas extraordinárias.Reenquadramento. Reajuste salarial. Não faz jus, o servidor, à aposentadoria es-pecial, pelo exercício da atividade penosa no cargo de telefonista, e, tampouco àincorporação aos proventos de horas extraordinárias, por ausência de amparo le-gal. Não há possibilidade de reenquadramento de servidor, no plano de carreira,quando não for ele concursado, sendo este requisito necessário para tanto. O re-ajuste salarial concedido ao servidor ativo deve ser estendido ao inativo por forçade disposição constitucional e legal. Decisão: deram parcial provimento ao apeloda parte autora e negaram-no ao recurso do réu, confirmando, no mais, a senten-ça em Reexame Necessário. Unânime. (Apelação e Reexame Necessário nº70000018499, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Roque Joaquim Volkweiss, julgado em 31/10/2001)

EMENTA: Administrativo. Apelação Cível. Servidor Público Municipal. Telefonista.Serviço extraordinário. Adicional de penosidade. 1. A improcedência dos pedidosdecorrem da ausência da necessária regulamentação legal. 2. Negaram provi-mento. (Apelação Cível nº 596109686, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Nelson Oscar de Souza, julgado em 20/02/1997)

108 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

19.7 GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO

19.7.1 GRATIFICAÇÃO – PROVA – HORAS EXTRAS – PRINCÍPIO DALEGALIDADE – INSALUBRIDADE

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público. Erval Seco. Horas extras.Inexistência de prova de convocação para a prestação de serviço extraordinário.Princípio da legalidade. Adicional de insalubridade. Perícia administrativa que nãodemonstrou sua ocorrência. Prevalência da perícia do Município, dado que o risconão é técnico nem jurídico, mas administrativo. Sentença confirmada. Apeloimprovido. (Apelação Cível nº 70007269871, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 12/11/2003)

EMENTA: Apelação Cível. Constitucional e Administrativo. Servidor Público.Agente penitenciário. Horas extras. Ação ordinária. Improcedência na origem. LeiComplementar nº 10.098/94. Principio da legalidade. Não-comprovação da convo-cação para o serviço extraordinário. Não-provimento. O administrador públicoestá adstrito, dentre outros, ao princípio constitucional da legalidade. Por isso, aconcessão dos denominados direitos sociais aos servidores públicos não é auto-aplicável, somente podendo ser concedidos através de lei instituidora de regimejurídico próprio, na sua esfera de competência, sob pena de ser responsabilizadopelos seus atos na concessão de direitos aos quais não esta legalmente vincula-do. Precedentes da Câmara. Apelação não provida. (Apelação Cível nº70003382355, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 27/02/2002)

EMENTA: Agravo de Instrumento. Servidor Público. Horas extraordinárias. Provaoral. Indeferimento. Despicienda a produção de prova oral para comprovar horasextras laboradas, ante a ausência de comprovação documental da prévia e ne-cessária convocação para prestação do serviço extraordinário, em se tratando derelação estatutária, conforme previsão da LC 10.098/94. Agravo improvido. (Agra-vo de Instrumento nº 70002704443, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 13/12/2001)

19.7.2 COBRANÇA – HORAS EXTRAS – GRATIFICAÇÃO DE REGIME ESPECIAL –CONVOCAÇÃO

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público. Cobrança. Horas-extras. Não são de-vidas horas-extras ao servidor que percebeu e incorporou gratificação de convo-cação para o regime especial de trabalho, uma vez que ambas são devidas emfunção do mesmo fato. Ademais, sequer restou demonstrado que o servidor esta-

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 109

va regularmente convocado para prestar o serviço extraordinário, consoante dis-põe o art. 33 da Lei n.º 10.098/94. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº70005671276, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Túlio de Oliveira Martins, julgado em 25/11/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Proventos. Revisão. Horasextras, incorporação. Média mensal. Limites. Diferença apontada em laudo perici-al, porém a incorporação aos proventos da média de horas extraordinárias traba-lhadas deve observar o limite permitido em lei (LC 133/85, art. 40). Gratificaçãopor regime especial de trabalho e serviço extraordinário, vantagens que se exclu-em mutuamente (art. 118 da LC 133/85). Excepcionalidade que não se comprova.Ação improcedente. Recurso provido. Prejudicado o Reexame Necessário. (Ape-lação e Reexame Necessário nº 70003288123, Terceira Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 21/02/2002)

19.7.3 CARGO EM COMISSÃO – SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO – VEDAÇÃO –PROVA – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Cargo em comissão. Serviço extraor-dinário. Vedação. Princípio da legalidade. Salários anteriores e posteriores à no-meação. Ausência de prova. 13º salário ou gratificação natalina. Honorários. Ver-ba mantida. I - Inexistindo previsão legal que autorize remuneração por serviçoextraordinário aos ocupantes de cargo em comissão, não há falar em gratificação.II - Não provado o exercício de função após sua exoneração, descabe determinaro pagamento de remuneração relativamente a esse período, pena de ferir-se oprincípio da legalidade. III - O 13º salário ou gratificação natalina é devido ex vi

do art. 82, do Estatuto dos Servidores do Município. IV - Honorários mantidos, porbem dosados. Preliminar de nulidade rejeitada. Apelos desprovidos. Sentençaconfirmada em Reexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº70005768890, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Antônio Corrêa Palmeiro da Fontoura, julgado em 02/12/2003)

EMENTA: Administrativo - Servidor Público - Cargo em comissão - Ausência decontrole de ponto - Previsão legal de não remuneração por serviço extraordinário- Cedência à justiça eleitoral que não alterou o vínculo estatutário - Direito ao pa-gamento de horas extras que não se ostenta. Apelo desprovido. (Apelação Cívelnº 70006240584, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: JoãoCarlos Branco Cardoso, julgado em 24/09/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Serviço extraordinário. Adicionalnoturno. O exercício de cargo em comissão, não sujeito ao controle de ponto, exclui

110 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

a remuneração por serviço extraordinário. E este só poderia ocorrer com expressadeterminação de autoridade competente. O autor não comprovou ter trabalhadoapós as vinte e duas horas, logo não faz jus ao adicional noturno. Sentença im-procedente. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 598302545, Quarta CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgadoem 09/06/1999)

19.7.4 HORAS EXTRAS – PROVA – INVIABILIDADE DE ANALOGIA –LEGALIDADE

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público. Horas extras. 1. Não tendo sido com-provada a efetiva realização de serviço extraordinário, não há que se falar em pa-gamento da verba respectiva. 2. Inviabilidade de aplicação, por analogia, de crité-rios de apuração de débito utilizados na Justiça do Trabalho, em razão da legali-dade estrita de que se devem revestir os atos da administração pública. 3. Veda-da a vinculação do salário mínimo para qualquer finalidade (CF, art. 7º, IV), im-põe-se a reforma da sentença, de ofício, na fixação da verba honorária. Apelaçãodesprovida. Sentença modificada, de ofício, no que se refere aos honoráriosadvocatícios. (Apelação Cível nº 70004684031, Primeira Câmara Especial Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rogerio Gesta Leal, julgado em 25/08/2003)

EMENTA: Constitucional e Administrativo. Servidor Público. Município deFontoura Xavier. Cargo de motorista. Ação de cobrança. Adicional de insalubrida-de. Horas extras. Parcial procedência na origem. Não-provimento em graurecursal. Serviço extraordinário, ausência de prova nos autos do efetivo exercício.Improcedência. A atividade exercida pelo apelado é insalubre pela sua própria es-sência, não pelo contato diário ou eventual com os agentes químicos,descabendo alegações atinentes com a freqüência com que era exercida e é devi-da porque prevista na Lei Municipal n.º 579/95 (art. 2°, II, “h”) do Município deFontoura Xavier. Princípio da legalidade. Procedência. Honorários advocatícios.Adequadamente fixados pela origem. Apelação não provida. Sentença confirmadaem Reexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº 70005235379,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington PachecoBarros, julgado em 04/12/2002)

19.7.5 SERVIDOR ESTADUAL APOSENTADO – HORAS EXTRAS –INCORPORAÇÃO – GRATIFICAÇÃO – INADMISSIBILIDADE – PRINCÍPIODA LEGALIDADE

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor Público. Servidor Estadualaposentado que pretende incorporar a média de horas extras trabalhadas, segun-

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 111

do alega, por dez anos. Inexistência de expressa previsão legal que possibilite aincorporação da gratificação por exercício de serviço extraordinário aos proventosdo demandante. Interpretação do artigo 88 da Lei Complementar Estadual nº10.098/94. Aplicação do princípio da legalidade no meio administrativo. Preceden-tes jurisprudenciais desta Câmara. Pedido julgado improcedente no primeiro grau.Recurso de Apelação improvido.(7fls.) (Apelação Cível nº 70002394963, TerceiraCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgadoem 19/04/2001)

EMENTA: Servidor Público. Gratificação por serviço extraordinário. Exclusão deproventos. - Se inexiste previsão legal na legislação municipal de Piratini, desca-bida a incorporação da gratificação por serviço extraordinário, de natureza“propter laborem”, nos proventos do apelante. Apelação improvida. (8 fls) (Apela-ção Cível nº 70000290551, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 16/03/2000)

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Proventos. Revisão. Adicionalde insalubridade. Incorporação. Serviço extraordinário. Média mensal. Incorpora-ção. Cabimento. Limites. 1. Inteligência do artigo 2 da Lei Complementar n-217/90que alterou o art-180 da Lei Complementar n-133/85. 2. A incorporação aosproventos da média de horas extraordinárias trabalhadas deve observar o limitepermitido em lei. 3. Deram parcial provimento a primeira Apelação e negaram aoRecurso Adesivo. (Apelação Cível nº 595185174, Terceira Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Nelson Oscar de Souza, julgado em 26/09/1996)

19.8 GRATIFICAÇÃO POR SERVIÇO NOTURNO

19.8.1 SERVIÇO NOTURNO – PLANTÕES – NATUREZA INSTITUCIONAL –GRATIFICAÇÃO

EMENTA: Servidor Público. Técnicos do Tesouro do Estado em atividade em pos-tos fiscais. Horas suplementares e horas relativas ao serviço noturno. Regime detrabalho pelo sistema de plantões. Natureza institucional do vínculo mantido como Estado. Gratificação pelo exercício de serviços extraordinários paga em caráterexcepcional e ainda de modo temporário (art. 113 da LC-RS nº 10.098/94). Grati-ficação por exercício de serviço noturno indevida por corresponder à jornada nor-mal de trabalho dos servidores. Apelo improvido. (Apelação Cível nº70006460828, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 30/10/2003)

EMENTA: Apelação Cível. Constitucional e Administrativo. Servidor Público Estadual.Auxiliar de Serviços Gerais. Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do

112 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Rio Grande do Sul - DAER. Adicional noturno e horas extras. Lei Complementarn.º 10.098/94. Vigia. Horário noturno que corresponde ao horário normal de traba-lho. Princípio da legalidade. Não-comprovação da convocação para o serviço ex-traordinário. O adicional noturno não é devido quando o serviço noturnocorresponde ao horário normal de trabalho, como é o caso de vigia. O administra-dor público está adstrito, dentre outros, ao princípio constitucional da legalidade.Por isso, a concessão dos denominados direitos sociais aos servidores públicosnão é auto-aplicável, somente podendo ser concedidos através de lei instituidorade regime jurídico próprio, na sua esfera de competência, sob pena de ser res-ponsabilizado pelos seus atos na concessão de direitos aos quais não está legal-mente vinculado. Precedentes da Câmara. Apelação não provida. (Apelação Cívelnº 70006247886, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 13/08/2003)

EMENTA: Servidor Público - Pedido de pagamento do adicional noturno, repousosemanal remunerado e horas extras indeferido - Artigo 103 da LC-RS nº 10.098/94 claro ao afastar a percepção do adicional noturno pelo servidor cuja jornadanormal é prestada à noite - Falta de prova do labor em jornada extraordinária,bem como da incorreta concessão dos repousos semanais remunerados - Critériode julgamento constante no art. 333, I, do CPC que se impõe - Apelo improvido.(Apelação Cível nº 70004512455, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 19/12/2002)

19.8.2 SERVIDOR INATIVO – INCORPORAÇÃO – GRATIFICAÇÃO –REQUISITOS LEGAIS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Incorporação de vantagens. Preten-são a incorporação da gratificação por serviço noturno, sem a implementação dascondições exigidas em lei. Impossibilidade. Ação improcedente em primeiro grau.Apelo do autor desprovido. (Apelação Cível nº 598069631, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 11/11/1998)

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal inativo. Gratificação peloexercício de atividade, regime de plantão no HPS. Serviço noturno. Vale-alimen-tação. A incorporação da gratificação aos proventos de inatividade, regulada porlei especial, tem como pressuposto o exercício de atividade em regime de plantãopor tempo determinado. Interpretação legal. Horário noturno incomprovado, im-possibilidade de cumular gratificações pelo desempenho da mesma atividade. Ovale-alimentação não se integra aos vencimentos e tem caráter indenizatório, não

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 113

se estendendo aos inativos. Inteligência da Lei Municipal 7532/94. Não incidênciado art.40, par-4, da CF. Recurso principal provido. Desprovimento do Adesivo.(Apelação Cível nº 597189836, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 04/12/1997)

19.8.3 REGIME DIFERENCIADO DE PLANTÃO – HORAS EXTRAS – ADICIONALNOTURNO – DIREITO – INADMISSIBILIDADE

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público. Não possui direito a horas-extras eadicional noturno o servidor público que exerce suas funções em regime diferen-ciado de plantão. Recurso desprovido. (Apelação Cível nº 70005728035, primeiracâmara especial cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Túlio de OliveiraMartins, julgado em 25/11/2003)

19.8.4 PROVA – GRATIFICAÇÃO ADICIONAL – HORAS EXTRAS –INSALUBRIDADE – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

EMENTA: Direito Administrativo. Servidor Público Municipal. Horas extras. Adicio-nal noturno e insalubridade. Comprovado o exercício de horas extraordinárias e,inclusive, noturnas, faz jus o servidor público ao pagamento correspondente, à luzdos arts. 57 e 92 da Lei Municipal nº 11/90. Quanto ao adicional de insalubridade,inexistindo prova do fato constitutivo do direito alegado, não há como acolher opedido. Negaram provimento aos recursos, confirmando a sentença em Reexame.(Apelação e Reexame Necessário nº 70000024398, Primeira Câmara EspecialCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Roque Joaquim Volkweiss, julgado em29/04/2003)

EMENTA: Servidor Público Municipal. Motorista. Adicional noturno. Horas extraor-dinárias. Comprovação pela prova pericial contábil e pela prova testemunhal deque o autor, como motorista de ônibus escolar, ambulância e de carro oficial, tra-balhava habitualmente no período da noite sem que lhe fosse pago o correspon-dente adicional noturno. Limitação do número de horas noturnas, em face da pro-va colhida. Comprovação pela prova pericial do pagamento regular pelamunicipalidade de horas extraordinárias ao autor, não havendo evidência de ho-ras impagas. Ausência de direito à sua percepção no período em que recebia diá-rias. Reflexos remuneratórios do adicional noturno na gratificação natalina e nasférias previstos pelos artigos 82, § 1º, e 102, § 1º, da Lei Municipal 152/90 (Regi-me Jurídico Único). Honorários advocatícios do procurador do autor elevadospara 15% sobre o valor da condenação. Apelação do autor parcialmente provida.

114 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Apelação do Município desprovida. Sentença mantida, no mais, em Reexame Ne-cessário. (Apelação Cível nº 70005293998, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 17/04/2003)

19.9 GRATIFICAÇÃO DE PERMANÊNCIA EM SERVIÇO

19.9.1 GRATIFICAÇÃO DE PERMANÊNCIA – LESÃO – MOTIVAÇÃO –PRINCÍPIOS E CRITÉRIOS LEGAIS

EMENTA: Administrativo - Servidor Público - Gratificação de permanência em ser-viço - Lesão configurada ao direito do autor com a cessação do pagamento dagratificação sem observância do contraditório e do exercício da mais ampla defe-sa - Se motivado o ato de concessão da gratificação, invocados critérios de opor-tunidade, conveniência e necessidade, o mesmo se exige para a anulação do atoadministrativo, apontando-se e comprovando-se o desaparecimento das causasdeterminantes da permanência. Apelo desprovido. Reexame Necessário não co-nhecido. (Apelação e Reexame Necessário nº 70006281950, Quarta CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgadoem 05/11/2003)

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Administrativo. Servidor Públi-co. Delegado de polícia. Gratificação de permanência em serviço. Revogação.Revogação da gratificação de permanência em serviço instituída pelo art. 114 daLei Complementar Estadual nº 10.098/94. Discricionariedade concedida ao admi-nistrador estadual que deve ser entendida de modo relativo, pois o exercício des-se poder está vinculado à motivação do ato concessivo da gratificação. Motivadaa concessão da gratificação, deverá conter motivação razoável também a sua re-vogação. Aplicação da Teoria dos Motivos Determinantes. Precedentesjurisprudenciais desta corte. Sentença de procedência mantida em Reexame Ne-cessário. Apelação desprovida. (Apelação e Reexame Necessário nº70006216931, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulode Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 28/08/2003)

EMENTA: Embargos Infringentes. Servidor Público. Gratificação de permanênciaem serviço. Se motivado o ato da concessão da vantagem, importa seja motivadoo ato de seu cancelamento. Interpretação do art-114 do Estatuto dos Funcionári-os Públicos (LC 10098/94). Poder de revogar vinculado a comprovação do desa-parecimento dos motivos. Precedentes jurisprudenciais. Embargos rejeitados. (5fls.) (Embargos Infringentes nº 70003216165, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 14/12/2001)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 115

19.9.2 GRATIFICAÇÃO – PODER DISCRICIONÁRIO – VANTAGEM –INDEFERIMENTO – DIREITO

EMENTA: Servidor Público - Gratificação de permanência em serviço - Poder dis-cricionário da administração que não pode ser substituído por pronunciamento ju-dicial - Indeferimento da vantagem que não violou direito do apelante - Apeloimprovido. (Apelação Cível nº 70005213590, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 24/04/2003)

19.9.3 GRATIFICAÇÃO DE PERMANÊNCIA – INCORPORAÇÃO – PROVENTOSDE INATIVIDADE – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Servidora da Justiça. Gratificação depermanência em serviço. Incorporação. Interpretação da regra do art-114, par-único, da LCE 10098/94, com a redação dada pela LCE 10727/96. Incorporaçãoque se dá a partir do primeiro mês do quarto ano de sua percepção, e não no pri-meiro mês do quarto ano, no percentual de 4% ao ano e ate o máximo de 20%dos proventos que integrariam a inatividade. Ato administrativo que se exibe cor-reto, benefício limitado a 8%, bem adequado o período temporal. Inexistência dedireito líquido e certo violado. Segurança denegada. (Mandado de Segurança nº70005009774, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz AriAzambuja Ramos, julgado em 18/11/2002)

CAPÍTULO XX

DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO

20.1 ADICIONAL – INCIDÊNCIA DO CÁLCULO – VEDAÇÃO DE CUMULAÇÃO –PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

EMENTA: Administrativo - Servidor público inativo - Adicional de tempo de servi-ço - Incidência do cálculo somente sobre o vencimento básico do cargo - Vedaçãoconstitucional de cumulação de vantagens na base de cálculo - Ato impugnadoque adequa a remuneração dos servidores aos limites constitucionais -Inexistência de afronta a direito adquirido ou ao princípio do contraditório e daampla defesa. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70005480058, Quarta Câma-ra Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgadoem 09/04/2003)

20.2 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA – AVANÇOS – ADICIONAIS –ANULAÇÃO DO ATO – REGIME JURÍDICO PRIVADO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Cedência inválida. Anulação do ato deconcessão de avanços e de adicional por tempo de serviço. Possibilidade. 1. Oart. 76, VII, da LC 133/85-POA não autoriza a cedência de servidor público parasociedade de economia mista. A concessão de avanços e do adicional por tempode serviço exige efetivo tempo de serviço público, não podendo se basear, por-tanto, naquele tempo de exercício na sociedade de economia mista, pois o regimejurídico deste tipo de sociedade é privado (art. 173, § 1.°, II, da CF/88). Inteligên-cia dos artigos 122, 123, e 125 da LC 133/85-POA. Disciplina diversa, porém,quanto às licenças. 2. Apelação do autor desprovida e Apelação do réu providaem parte. Voto vencido. (Apelação e Reexame Necessário nº 70006793962,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julga-do em 29/10/2003)

118 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Adicionais de tempo de serviço. Con-tagem do tempo de serviço prestado em sociedade de economia mista.Inadmissibilidade. 1. O direito ao adicional por tempo de serviço é direito acessó-rio da relação principal , que o vínculo estatutário , e , portanto, se regula pela leique presidiu o nascimento deste último. 2. Apelação desprovida. (5 fls.) (Apela-ção Cível nº 70001084698, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Araken de Assis, julgado em 16/08/2000)

20.3 APOSENTADORIA PROPORCIONAL – RETIFICAÇÃO DE ATO –REQUISITO TEMPORAL – EMENDA COMPLEMENTAR Nº 20/98

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Aposentadoria proporcional.Ato de aposentadoria retificado para reduzir o percentual do adicional de tempode serviço de 25% para 15%, por entendimento do TCE. Requisito temporal de 25anos de efetivo exercício no serviço público, exigido para a obtenção do adicionalde 25%, implementado apos a EC 20/98, que traçou profundas modificações nasregras da aposentadoria do servidor público. Tempo de serviço prestado a inicia-tiva privada, averbado para fins de aposentadoria, que não se soma para efeitode gratificação temporal (LCE 10.098, art. 115). Opção de permanência no servi-ço ativo, nas condições do art. 3° da EC 20/98, regulando-se pela legislação vi-gente a época. Permanência no serviço público, para complementar o tempofaltante, que não enseja o aproveitamento para a obtenção de vantagens pesso-ais, na exegese do art. 3°, § 2°, da EC 20/98. Ação improcedente, sentença refor-mada. Recurso do Estado provido, prejudicados o da autora e o Reexame Neces-sário, por maioria. (Apelação e Reexame Necessário nº 70003571643, TerceiraCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, jul-gado em 04/04/2002)

20.4 MAGISTÉRIO ESTADUAL – READAPTAÇÃO – GRATIFICAÇÃOADICIONAL – LEI Nº 10.098/94 – INAPLICABILIDADE

EMENTA: Apelação Cível. Administrativo. Servidor público. Magistério estadual.Readaptação. Gratificação adicional por tempo de serviço. 1. A gratificação adici-onal por tempo de serviço constante da Lei n° 10.098/94, não se aplica aos inte-grantes do magistério, porque expressamente excluída pelo Estatuto do Magisté-rio. Inteligência do artigo nº 152, da Lei n° 6.672/74. Mesmo readaptado no cargode agente administrativo, continua a perceber remuneração decorrente do cargode professor, classe “c”, nível 05. 2. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº70003404043, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 13/02/2002)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 119

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público. Professora. Lei Complementarn.10795/96, art.21 e seu par-1 da Lei n.10727/96 e art.4, caput, par-1 e par-2, daLei Complementar n.10845/96 declarados inconstitucionais pelo Órgão Especialdo Tribunal de Justiça. Para integrantes do quadro do magistério estadual incideo art.152, do Estatuto do Magistério, e não a Lei n.10098/94, dado o caráter espe-cial da carreira, que possui “vantagens pecuniárias próprias, inclusive com planode carreira peculiar”. Apelação improvida. (Apelação Cível nº 598026698, QuartaCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgadoem 25/08/1999)

20.5 GRATIFICAÇÃO – FATO GERADOR – INCOMPATIBILIDADE – HORASEXTRAS – INCORPORAÇÃO AOS PROVENTOS DE INATIVIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Gratificação por triênio epromoção horizontal, origem no mesmo fato gerador, decorrente do tempo de ser-viço. Incompatibilidade, hipótese de dúplice vantagem. Precedentesjurisprudenciais. Horas-extras, média mensal incorporada aos proventos deinatividade. Procedência. Alteração, porém, marco temporal do benefício, ajustan-do-se ao limite do pedido. Sentença parcialmente reformada, em Reexame.(Reexame Necessário nº 598379113, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 10/12/1998)

20.6 CELETISTA TRANSPOSTO PARA ESTATUTÁRIO – GRATIFICAÇÕES –POSSIBILIDADE – NATUREZA DO VÍNCULO – PRINCÍPIO DALEGALIDADE

EMENTA: Servidor Público - Celetista transposto para o regime estatutário - Gra-tificações adaptadas, sem redução nominal dos vencimentos - Possibilidade - Na-tureza do vínculo - Inexistência de afronta a legislação municipal nos procedimen-tos adotados pela administração para conformar a situação da apelante aos ven-cimentos pelo exercício do cargo público de provimento efetivo - Apelação do Mu-nicípio provida - Apelação da autora e Reexame prejudicados. (Apelação Cível nº598483915, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 25/02/1999)

CAPÍTULO XXI

DO ABONO FAMILIAR

21.1 ABONO FAMILIAR – PROVA DA FILIAÇÃO – MANIFESTAÇÃO DEVONTADE – REQUISITOS LEGAIS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Abono familiar. Termo inicial da van-tagem pecuniária. 1. Fará jus o servidor ao abono familiar, a teor do art. 2.°, § 3.°,da Lei nº 6.526/73, a partir da data em que, provando a filiação do dependente,requerer tal vantagem. A concessão desta espécie de vantagem pecuniária sevincula a manifestação de vontade do servidor, que deverá provar o preenchi-mento dos requisitos legais, ao contrário dos adicionais de tempo, cuja concessãoé automática (art. 99 da Lei nº 10.098/94), motivo por que os efeitos pecuniáriossó retroagem a data do requerimento do servidor. 2. Apelação desprovida. (Ape-lação Cível nº 70002439594, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Araken de Assis, julgado em 02/05/2001)

21.2 FILHO DOENTE MENTAL – AFASTAMENTO – ABONO FAMILIAR TRIPLO –ACOMPANHAMENTO DA MÃE – LC Nº 10.098/94

EMENTA: Direito Público. Administrativo. Servidor Público Estadual. Filho doentemental. Afastamento de um turno do expediente. Abono familiar, pagamento pelotriplo. Inteligência da Lei 7868 (art. 1), de 23.12.83, e art. 127 da LC n 10098/94,permitindo o enquadramento da doença mental que, por sua excepcionalidade,necessite de permanente acompanhamento. Conclusões do laudo psiquiátrico,afirmando a existência de esquizofrenia paranóide, com a necessidade de acom-panhamento da mãe, em prol da própria sobrevivência do enfermo, não permitin-do negar a excepcionalidade contemplada em lei. Incidência, pela mesma razão,do benefício do art. 118, II e par-1, da LC 10098/94, autorizando o pagamento do

122 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

abono família pelo triplo. Embargos Infringentes desacolhidos. (EmbargosInfringentes nº 597066075, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 10/10/1997)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Filho doente mental. Afasta-mento de um turno do expediente. Abono familiar, pagamento pelo triplo. 1. Den-tro do termo excepcional, exigido pela Lei 7868/93, assim como pelo artigo 127,da Lei Complementar 10098/94, pode ser enquadrada a doença mental que pelasua excepcionalidade, necessite de um acompanhamento permanente. Tendo olaudo psiquiátrico, reconhecendo a existência de esquizofrenia paranóide, afirma-do a importância desse acompanhamento pela mãe, necessário para a própria so-brevivência da doente, que apenas aceita ser por ela alimentada, não pode sernegada a situação de excepcionalidade exigida pela lei. Conclusão que não fere oprincípio da legalidade. 2. Demonstrada a incapacidade da doente, incide o dis-posto no artigo 118, inciso II, combinado com os seus parágrafos 1 e 3, inciso II,da Lei Complementar 10098/94. Para ser deferido o pagamento do abono familiarpelo seu triplo. 3. Acolhimento dos pedidos. Sentença de procedência mantida,em Reexame Necessário. Agravo Retido, interposto contra a decisão liminarcautelar, prejudicado. Apelação não provida. (Apelação Cível nº 596072199, Ter-ceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tael João Selistre, julga-do em 19/12/1996)

21.3 SALÁRIO-FAMÍLIA – EC Nº 20/98 – TETO MÁXIMO

EMENTA: Apelação Cível. Constitucional e Administrativo. Servidor Público Muni-cipal. Município de Porto Alegre. Salário-família (Abono Familiar). Emenda Consti-tucional nº 20/98 (art. 13). Teto máximo para a percepção do benefício - Rendabruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais) que nãose aplica à hipótese. Existência de lei municipal que disciplina o acesso ao Abo-no-Família (LC nº 133/85). O art. 13, da Emenda Constitucional nº 20/98, ao tratardo salário-família (Abono Familiar), não limitou sua concessão aos servidores quepercebem renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessentareais), quando já existente lei disciplinadora do acesso ao benefício no âmbito doEnte Federativo. Caso em que não se aplica o teto máximo para a percepção dobenefício, fixado no art. 13 da Emenda Constitucional nº 20/98, porque há lei mu-nicipal disciplinando a acessão ao abono familiar. Precedentes da Corte. Deramprovimento ao apelo. (Apelação Cível nº 70006589287, Terceira Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Matilde Chabar Maia, julgado em 30/10/2003)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 123

EMENTA: Administrativo - Servidor Público - Reajuste salarial - Incidência da “LeiCamata” - Município que comprovou a impossibilidade de aplicação dos índicesprevistos na legislação relativa aos reajustes, por haver superado o percentualprevisto na Lei Complementar nº 82/95 - Salário família - Descabimento ante o li-mite estabelecido no art. 13 da Emenda Constitucional nº 20/98. Apelo desprovi-do. (Apelação Cível nº 70003587417, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 27/03/2002)

CAPÍTULO XXII

DAS CONCESSÕES

22.1 VANTAGENS AO SERVIDOR ESTUDANTE

22.1.1 ESTUDANTE DE CURSO SUPERIOR OU TÉCNICO CIENTÍFICO –DIREITO – AFASTAMENTO DO SERVIÇO – FREQÜÊNCIA OBRIGATÓRIA

EMENTA: Servidor Público estudante de curso superior ou técnico-científico. Di-reito de afastamento do serviço para assistência a aulas, com objetivo de sercumprido o número de freqüências obrigatórias. Sentido abrangente da expressãoservidor público. Lei Estadual n-2586, de 1954. Clareza insofismável do seu art-1.Regulamento expedido dezesseis anos depois (Decreto n-20275, de 1970), con-tendo restrições não previstas na lei. A posição do regulamentador. Impossibilida-de de emissão de preceitos modificativos do alcance ou objetivo da lei. Apelaçãoprovida. (Apelação Cível nº 584024764, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Antônio Vilela Amaral Braga, julgado em 14/03/1985)

22.2 FILHO EXCEPCIONAL – ASSISTÊNCIA – REDUÇÃO DA CARGAHORÁRIA

EMENTA: Licença para assistência a filho excepcional. O artigo 127, do Estatutoe Regime Único do Servidor Público Civil do Estado, autoriza a redução da cargahorária do pai ou mãe de filho excepcional; não, a acumulação de cargos, com oexercício de apenas um, o que, aliás, seria vedado pela Constituição Federal (art-37, XVI). (Mandado de Segurança nº 596023986, Segundo Grupo de CâmarasCíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Maria Rosa Tesheiner, julgadoem 09/08/1996)

126 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: Servidor Público. Magistério estadual. Professora ocupante de dois car-gos, cada qual com carga horária de vinte horas semanais. Licença para atendi-mento de filho excepcional: Lei Estadual n-7863/83. Não preenche os requisitoslegais a concessão de licença para atendimento de filho excepcional, a professo-ra que ocupa dois (02) cargos com carga horária de vinte (20) horas semanaiscada um, quando a Lei Estadual n-7863/83, vigente, exige uma carga horária dequarenta e quatro (44) horas semanais. A afastar a concessão da licença estãotambém os fatos de a autora, já então mãe de excepcional, ter exercido cargo emcomissão em regime de quarenta e quatro (44) horas semanais, sem pleitear obenefício, acrescido do fato de, quando da posse nos cargos de professora, a pa-tologia em seu filho já existia, passando a postular a licença tão logo ocupou osegundo cargo, em pleno estágio probatório. As circunstâncias de se colocarcomo existente a patologia e de ter a autora conhecimento quanto ao fato de oseu filho excepcional necessitar de um acompanhamento e atendimento maior desua parte, além de evidenciar a impossibilidade do pleno exercício de segundocargo que ia assumir, também atuam como infringência ao princípio da boa fé,numa deliberada intenção de não trabalhar em um dos cargos. Segurançadenegada. (Mandado de Segurança nº 596003491, Segundo Grupo de CâmarasCíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Moacir Adiers, julgado em 14/06/1996)

CAPÍTULO XXII I

DAS LICENÇAS

23.1 LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE

23.1.1 ATESTADO APRESENTADO DEVE CORRESPONDER ÀS FALTAS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Licença saúde que depende de préviainspeção médica realizada pelo órgão de perícia do Estado. Afastamento por perí-odo superior ao prescrito pelo médico oficial. Faltas ao serviço que correm sob aresponsabilidade exclusiva do servidor. Pedido julgado improcedente. Apelo des-provido. (Apelação Cível nº 70004954384, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 28/11/2002)

23.1.2 ATESTADO MÉDICO PARTICULAR – EXAME PERICIAL – CONCESSÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Mandado de Segurança.Atestado médico particular. Afastamento da exigência de exame pericial para con-cessão de licença saúde. Improcedência na origem. Não-provimento. Apelaçãonão provida. (Apelação Cível nº 598339364, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 10/02/1999)

23.1.3 PRORROGAÇÃO – PERÍCIA MÉDICA – BLOQUEIO DE SALÁRIO

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Servidor Público Estadual. Li-cença saúde. Prorrogação. Perícia médica estadual. Bloqueio de salário. Apela-ção do Estado intempestiva. Correto o não recebimento da apelação do Estadopor intempestividade. Manutenção da sentença em Reexame Necessário. O nãocomparecimento do servidor para perícia médica do Departamento Médico do

128 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Estado é causa para não prorrogação da licença saúde a que teria direito o servi-dor. Com isso, justificável o bloqueio do salário do servidor, em face do não com-parecimento do servidor para suas atividades laborais. Todavia, realizada períciamédica estatal e regularizada a prorrogação da licença a que teria direito, devemser pagos os salários bloqueados no período da irregularidade. Sentença mantidaem Reexame Necessário. Apelação intempestiva. (Apelação e Reexame Neces-sário nº 70005132154, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 19/12/2002)

23.1.4 CARGO EM COMISSÃO – LICENÇA-SAÚDE – DESCABIMENTO –ESTABILIDADE INEXISTENTE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Cargo em comissão. Licença saúde. Pre-tensão da remuneração desde seu afastamento até o último dia do atestado médico.Descabimento. O cargo provido em comissão é de livre nomeação e exoneração nostermos do art. 37, inc. II da CF. Não goza o servidor comissionado da estabilidadeprovisória (art. 7º c/c art. 37, II e 19 do ADCT da CF/88). Ausência de amparo jurídicoà pretensão, inocorrente a hipótese de ferimento ao art. 5º, inciso XXXV da CF/88.Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70005606942, Quarta Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 12/03/2003)

23.1.5 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – DOENÇA GRAVE – LICENÇA--SAÚDE – INCAPACIDADE NÃO ATESTADA – IRREVERSIBILIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Aposentadoria porinvalidez. Hipótese que permite, em tese, a aposentadoria por invalidez perma-nente, em razão de doença grave definida em lei (Lei nº 730/94). Condição im-posta de o servidor permanecer em licença para tratamento de saúde, quandodesde logo não atestada a incapacitação definitiva (Lei cit., art. 195, § 1°). Pres-supostos a concessão da tutela antecipada (CPC, art. 273), medida que não sereveste das características de irreversibilidade. Agravo desprovido. (Agravo deInstrumento nº 70003973336, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 25/04/2002)

23.1.6 COMPROVAÇÃO DA MOLÉSTIA – REQUISITOS LEGAIS – PERÍCIA –PROVA DOCUMENTAL

EMENTA: Servidor Público. A comprovação de moléstia ao efeito de concessão delicença para tratamento de saúde deve ser precedida da observância estrita do quedispõe a Lei Complementar nº 133/85, do Município de Porto Alegre, aplicável aos

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 129

servidores de suas autarquias. Caso concreto em que a autora não cumpriu oregramento legal, inclusive olvidando da perícia prévia obrigatória que é prevista.Prova documental no sentido de que no período em que esteve ausente não estavaa servidora incapacitada para o exercício de suas funções. A ausência de compro-vação das alegações, ônus de quem deseja provar o fato constitutivo do direito,enseja o juízo de improcedência do pedido. Demanda julgada improcedente. Apelodesprovido. (Apelação Cível nº 70003310331, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 21/03/2002)

23.1.7 CONCESSÃO – REQUISITOS – ATESTADO PARTICULAR –PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADE SINDICAL

EMENTA: Administrativo. Ação ordinária. Servidor Público. Professor. Concessãode licença saúde. A licença para tratamento de saúde somente pode ser concedi-da pelo Órgão Oficial do Estado ou, excepcionalmente , podendo se aceito atesta-do particular, mas que deverá ser validado pelo órgão competente . Inteligênciado art-75, par-único, da Lei n. 6672/74, e art-130, par-2 e par-3 da Lei Comple-mentar n. 1098/94. Participação da autora, no período, em atividade sindical forado Estado. Sentença confirmada. Apelação desprovida. (5 fls.) (Apelação Cível nº70000202192, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz AriAzambuja Ramos, julgado em 23/12/1999)

23.2 LICENÇA POR ACIDENTE DE TRABALHO – APOSENTADORIA –PROVENTOS INTEGRAIS – INCAPACIDADE

EMENTA: Proventos de aposentadoria. Tem direito a aposentadoria comproventos integrais o servidor público ferroviário incapacitado em razão de aci-dente de trabalho. Ação julgada procedente para assegurar ao autor o direito apercepção das diferenças, inclusive quanto ao tempo em que esteve em licençapara tratamento, excluídas as parcelas atingidas pela prescrição. (Apelação Cívelnº 34607, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Oscar GomesNunes, julgado em 28/05/1980)

23.3 LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DE FAMÍLIA

23.3.1 DOENÇA EM DESCENDENTE – FALTA DO CÓDIGO QUE JUSTIFIQUEAFASTAMENTO – PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E ISONOMIA

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Servidor Público. Licença para tratamen-to de descendente. Ausência de comprovação da necessidade do afastamento. Fal-

130 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ta da indicação do código da doença no atestado médico, ensejador do pedido. Prin-cípio da legalidade e isonomia. Artigo 37, “caput” da Constituição Federal de 1988.Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70001128156, Terceira Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Perciano de Castilhos Bertoluci, julgado em 23/11/2000)

23.3.2 DOENÇA EM DESCENDENTE – ATESTADO PARTICULAR DE OUTRAESPECIALIDADE – CONFIABILIDADE QUESTIONADA – PROVA

EMENTA: Servidor Público - Licença por motivo de doença de descendente -Atestado particular e firmado por médico de outra especialidade - Procedimentode investigação que se justifica - Visitas domiciliares realizadas por assistente so-cial sem confiabilidade - Quadro depressivo em adolescente que é semprepreocupante para os pais - Conjunto probatório bem avaliado na origem - Apeloimprovido - Sentença confirmada em Reexame - Presença do Estado do RioGrande do Sul no pólo passivo admitida. (Apelação Cível nº 599092848, TerceiraCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio MonteiroPacheco, julgado em 25/03/1999)

23.3.3 DOENÇA EM DESCENDENTE – COMPROVAÇÃO DA INDISPENSABILI-DADE – TENRA IDADE – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Magistério público. Licençapor motivo de doença em pessoa da família. Artigo 82, da, Lei n 6672/74. Sendoa filha da autora, então com três anos de idade, portadora de atraso no desenvol-vimento psicomotor, com deficiência de fala, necessitando, assim, de tratamentofonoaudiológico e psicológico, com dois atendimentos semanais, em cidade diver-sa, demonstrado está o requisito da indispensabilidade dessa assistência. Tendorecebido laudo favorável, ainda que opinativo, o fato de ela ter se afastado desdelogo de suas atividades não configura qualquer ilegalidade. Ficou tão evidenciadaa sua boa-fé na interpretação do dispositivo em questão que, informada doindeferimento do pedido pelo Departamento Médico Judiciário, retornou imediata-mente as suas atividades, ainda que tendo pedido reconsideração, também inde-ferida. Procedência das ações principal e cautelar. Embargos Infringentes acolhi-dos. (Embargos Infringentes nº 597087113, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tael João Selistre, julgado em 10/10/1997)

23.4 LICENÇA À ADOTANTE – LEGALIDADE – FALTA DE CRITÉRIOS

EMENTA: Servidor Público. Mandado de Segurança. Interpretação do art. 204 daLC-Caxias do Sul nº 3.673/91. Licença maternidade à mãe adotante. Legalidade

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 131

do procedimento adotado pela autoridade impetrada, uma vez que a lei municipalvigente à época da adoção não fixava critérios claros para a concessão da licen-ça. Inexistência de direito líquido e certo. Segurança denegada. Apelo provido.(Apelação e Reexame Necessário nº 70006489694, Terceira Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 18/09/2003)

EMENTA: Servidor Público - Licença gestante - Mãe adotiva - Ausência de previ-são regulamentar a licença. A licença gestante ou licença maternidade não se es-tende a mãe adotiva. Sua finalidade é apenas a de beneficiar a mãe biológica, emvista das características especiais que decorrem do parto. A eliminação constitu-cional da discriminação entre os filhos não é suficiente para estender o benefícioa mãe adotiva, ressalvada a hipótese de expressa previsão em lei local. Embar-gos Infringentes desacolhidos. Votos vencidos. (Embargos Infringentes nº597116359, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Perciano de Castilhos Bertoluci, julgado em 14/08/1998)

23.5 LICENÇA GESTANTE OU MATERNIDADE

23.5.1 CARGO EM COMISSÃO – EXONERAÇÃO – ESTABILIDADE –INDENIZAÇÃO

EMENTA: Servidor Público. Cargo provido em comissão. Exoneração. Gestante.Ausência de garantia à estabilidade. A servidora nomeada para cargo provido emcomissão pode ser exonerada no período gravídico, diante da natureza precáriada relação estabelecida com o poder público, dita institucional. Estabilidade provi-sória prevista no art. 10, II, “b”, do ADCT, CF-88, inaplicável à servidora regidapelo Estatuto. Percepção de indenização pelo período da licença gestanteindevida, máxime pela dúvida sobre o início do período de gestação, como bemapontou o Parecer Ministerial, sendo palpável que quando da exoneração a ape-lante sequer grávida estivesse, sendo certo que do quadro ciência alguma tinha aadministração. Apelo improvido. (Apelação Cível nº 70007007701, Terceira Câ-mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio MonteiroPacheco, julgado em 16/10/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Cargo em comissão. Cargode confiança, sujeito a livre nomeação e exoneração. Garantia de estabilidade so-mente aos titulares de cargos de provimento efetivo. Licença a gestante, períodode 120 dias (CF, art. 7º, XVIII) que se inicia no 1º dia após o 9º mês de gestação(Lei Municipal 202/97). Indenização que não se concede, ação improcedente.Apelo do Município provido, desprovido o da autora, prejudicado o Reexame Ne-cessário. (Apelação e Reexame Necessário nº 70002243582, Terceira Câmara

132 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em28/06/2001)

23.5.2 MAGISTÉRIO – LICENÇA GESTANTE E FÉRIAS – RECESSO NÃOCOMPROVADO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Licença gestante e gozo de férias.Magistério. Pode a autora gozar as férias adquiridas ao ano trabalhado, ainda quecoincidam com o gozo de licença gestante. As férias são garantidas na Carta Fe-deral. Alegação do Estado de que somente seriam deferidas em caso de recessoescolar, conforme calendário letivo. Descabimento. Não comprovação do períodode recesso. Sentença de procedência. Precedente da Corte. Apelo desprovido.Sentença mantida, em Reexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº70002997757, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: VascoDella Giustina, julgado em 12/09/2001)

EMENTA: Administrativo. Magistério. Licença-maternidade usufruída durante operíodo de férias escolares. Inadmissibilidade da fruição das férias durante o pe-ríodo letivo, porém não há perda do direito a férias. 1. Garantidos que estejam aoservidor público férias e licença gestante, é fixado o período de fruição desta porum imperativo biológico, não pode a professora fruir, em seguida ao término des-ta licença, as férias, durante o período letivo, pois isto infringe o art. 96, parágra-fo único, da Lei 6.671/74, à finalidade da licença gestante e ao interesse público.Porém, não há perda do direito às férias, que será concedida no prazo de umano. 2. Apelação desprovida. (Apelação e Reexame Necessário nº 70006419543,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julga-do em 13/08/2003)

23.5.3 EXTINÇÃO DE CARGO DURANTE ESTÁGIO PROBATÓRIO – NÃO TEMDIREITO À ESTABILIDADE – INDENIZAÇÃO – REQUISITOS LEGAIS

EMENTA: Servidor Público. Extinção do cargo e exoneração de professora muni-cipal em estágio probatório. Estado gravídico que não enseja a estabilidade pre-tendida. Indenização correspondente ao período de licença gestante indevida,porquanto a apelante não satisfez os requisitos postos na legislação. Gastos querealizou cobertos e não passíveis de indenização pelo poder público. Sentença deimprocedência que se impunha. Apelo improvido. (Apelação Cível nº70000101659, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 16/03/2000)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 133

EMENTA: Servidor Público. Extinção do cargo de servidora grávida, em estágioprobatório. Direito a remuneração correspondente ao período de licença-gestante,não computado, porém, para fins de aquisição de estabilidade, por não se tratarde tempo de efetivo exercício, como exigido pelo artigo 41 da Constituição. Gravi-dez não protege a servidora contra a extinção, por lei, do respectivo cargo. Apelodesprovido, confirmada a sentença reexaminada. (Apelação Cível nº 596227348,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Maria RosaTesheiner, julgado em 14/05/1997)

23.6 LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES

23.6.1 INTERRUPÇÃO – RETORNO À ATIVIDADE – ATO ILEGAL DAADMINISTRAÇÃO – DIREITO À REMUNERAÇÃO

EMENTA: Servidor Público. Município de Santa Bárbara do Sul. Lei-SBS nº 1.717/97, artigo 110, § 1º. Licença para tratar de interesses particulares. Interrupção dalicença que é direito potestativo do servidor. Retorno à atividade apenas alcança-do pela via do Mandado de Segurança. Afastamento do apelado que decorreu deato ilegal da administração, devendo receber a remuneração daquele período.Precedente do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Apelo improvido. Sentençaconfirmada em reexame. (Apelação e Reexame Necessário nº 70006101877, Ter-ceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio MonteiroPacheco, julgado em 04/12/2003)

EMENTA: Reexame Necessário. Administrativo e Processual Civil. Servidor Públi-co. Município de Inhacorá. Concessão de licença para tratar de interesse particu-lar. Interrupção da licença. Indeferimento. Mandado de Segurança. Direito do ser-vidor de interromper a qualquer tempo a licença. Inteligência do artigo 97, da Leinº 62/94. Modificação posterior da lei. Ilegalidade configurada. Segurança conce-dida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (Reexame Necessário nº70005522743, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 26/03/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Concessão de licença paratratar de interesse particular. Pedido de interrupção da licença. Mandado de Se-gurança. Direito do servidor de interromper a qualquer tempo a licença. Inteligên-cia do artigo 111, parágrafo 1º, da Lei nº 2303/91. Ilegalidade configurada. Segu-rança concedida. Sentença confirmada em Reexame. (Reexame Necessário nº70001672906, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 06/12/2000)

134 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

23.6.2 PRAZO LEGAL – IMPRORROGÁVEL ANTES DE DOIS ANOS –PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – IMPREVISÃO PARA CÔNJUGE –ABANDONO DO CARGO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. São Gabriel. Licença paratratamento de interesse particular. Prazo máximo estabelecido em lei. Impossibili-dade de prorrogação ou concessão de nova licença antes de dois anos do térmi-no da licença anterior. Lei Municipal nº 1.840/91. Princípio da legalidade. Ausên-cia de previsão legal de licença para acompanhamento de cônjuge. Impossibilida-de de aplicação analógica da legislação estadual e federal. Autonomia legislativamunicipal. Decorrido o prazo máximo para o afastamento pela licença para trata-mento de interesse particular, ainda que tal interesse seja o acompanhamento decônjuge, cujo afastamento não tem previsão legal, deveria a servidora ter voltadoao serviço público, sob pena de configuração do abandono de cargo, com a con-seqüente demissão. Aplicação do princípio da legalidade. A não-inclusão da licen-ça para acompanhamento de cônjuge na legislação municipal não configura omis-são legislativa, impedindo a aplicação analógica da legislação estadual e federalque regulam a espécie, haja vista a autonomia legislativa municipal. Apelo provi-do. Reexame Necessário não conhecido. (Apelação e Reexame Necessário nº70005079462, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: VascoDella Giustina, julgado em 06/08/2003)

23.6.3 CONCESSÃO – ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO –DESVINCULAÇÃO DE LEI ANTERIOR

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Mandado de Segurança. Li-cença para tratar de interesse particular. A concessão de licença para tratar deinteresse particular situa-se na faixa dos atos discricionários da administração. Aredução por lei superveniente do prazo da licença exige respeito ao prazo anteri-ormente concedido. Entretanto, a lei anterior não vincula a administração a reno-var a licença, ato também discricionário. Segurança denegada. Apelação despro-vida. (Apelação Cível nº 70005144514, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 19/12/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Licença para tratamento de interesseparticular. Revogação. Concessão da licença que importa ato discricionário, conso-ante a oportunidade e conveniência do ente público (art. 99 da Lei Orgânica Munici-pal de São Francisco de Paula). O ato que revoga a licença é legal, conquantoprevalente o interesse público ante o privado. Apelo provido, sentença reformada.(Apelação e Reexame Necessário nº 70003371549, Quarta Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 07/08/2002)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 135

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Mandado de Segurança.Negativa de licença para tratar de assunto particular. Ato discricionário da admi-nistração. Inexistência de direito líquido e certo. Improcedência na origem. Não-provimento. Apelação não provida. (Apelação Cível nº 598398782, Quarta Câma-ra Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgadoem 10/02/1999)

23.7 LICENÇA PARA ACOMPANHAR CÔNJUGE

23.7.4 TRANSFERÊNCIA SOLICITADA POR CÔNJUGE – LICENÇA – AUSÊNCIADE REQUISITO

EMENTA: Agravo Regimental. Agravo de Instrumento. Administrativo. ServidorPúblico. Licença para acompanhar cônjuge para fora do Estado. Ação cautelarc.c. pedido de liminar. Indeferimento na origem. Fundamento no artigo 147 da Lein.º 10098-1994. Ida do cônjuge, moto próprio, para o Estado da Bahia. Ausênciade transferência motivada por comando superior. Inexistência de suporte fático deincidência do comando legal. Indeferimento da inicial e extinção do feito. Julga-mento que se mantém. Não-provimento. Agravo Regimental não provido. (AgravoRegimental nº 70002560621, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 23/05/2001)

23.7.5 DIREITO GARANTIDO A TODOS – TRANSFERÊNCIA DE CÔNJUGE –PROTEÇÃO DO NÚCLEO FAMILIAR – PRINCÍPIO DA ISONOMIA – PENA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Licença para acompanhar ocônjuge. Direito líquido e certo violado. A melhor interpretação da norma que con-cede o direito ao servidor público de licenciar-se de suas funções, objetivandoacompanhar o cônjuge transferido para cidade diversa, e aquela que estende odireito a todos os trabalhadores, sem distinção entre o público e o privado, emnome da proteção do núcleo familiar e sob pena de violação ao princípio daisonomia. Sentença reformada, segurança concedida. Apelação provida. (Apela-ção Cível nº 70001956036, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 15/03/2001)

23.7.6 LICENÇA NÃO REMUNERADA – INTERRUPÇÃO DO TEMPO DESERVIÇO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Licença para acompanha-mento de cônjuge. A licença para acompanhamento de cônjuge, assegurada aos

136 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

servidores estáveis tem a finalidade de preservar o núcleo familiar e se sobrepõeaos interesses da administração pública, não impõe ônus aos cofres públicos esuspende a contagem de tempo de serviço, sem qualquer prejuízo ao Estado. Ar-tigo 147, parágrafos 1 e 2 da Lei n. 10.98/94. Apelo provido. (8fls.) (ApelaçãoCível nº 70000685743, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Ana Maria Nedel Scalzilli, julgado em 05/09/2000)

23.8 LICENÇA-PRÊMIO POR ASSIDUIDADE

23.8.1 IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO EM DOBRO – APENAS PARAAPOSENTADORIA – REGIME PREVIDENCIÁRIO IMPEDITIVO –PRINCÍPIOS

EMENTA: Servidor Público. Impossibilidade de conversão de licença-prêmio nãogozada em tempo de serviço em dobro (ficto) somente para fins de aposentado-ria. EC nº 20/98 que não recepcionou o art. 151, II, da LC-RS nº 10.098/94 so-mente nesta parte. Natureza da EC nº 20/98 novamente examinada. Instituição donovo regime previdenciário privilegiando o tempo efetivo de trabalho e de contri-buição que impede qualquer construção ampliativa. A proibição de contagem detempo ficto já estava constitucionalizada desde 1967, interpretação administrativaanterior tolerada em vista dos princípios da boa-fé e segurança jurídica. Possibili-dade de conversão do qüinqüênio, tão-somente, para efeitos de avanços e adicio-nais correspondentes ao tempo de serviço. Voto médio. Vencido o Relator e o Re-visor. (Apelação Cível nº 70007610967, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 18/12/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Pretensão de conversão de licenças-prêmio em tempo de serviço dobrado inviabilizada a partir da edição da EmendaConstitucional n. 20 , no sentido de que a lei não poderá estabelecer qualquerforma de contagem de tempo de contribuição fictício. Direito subjetivo líquido ecerto não caracterizado. Segurança denegada. (28 fls.) (Mandado de Segurançanº 70001608058, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 20/04/2001)

23.8.2 POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO EM TEMPO DE SERVIÇO DOBRADO –EXPECTATIVA DO DIREITO – PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA

EMENTA: Servidor Público. Município de Porto Alegre. Conversão em pecúnia delicença-prêmio. Possibilidade da conversão em tempo de serviço dobrado naexcepcionalidade do caso e de acordo com a legislação municipal de regência eainda em vista da hesitação administrativa provocada por interpretação divergen-

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 137

te na jurisprudência. Orientação administrativa que deve vincular o ente público.Criação de legítima expectativa de que seria possível a conversão que deve serhonrada pela administração. Princípio da segurança jurídica aplicado ao casoconcreto. Apelo provido. Preliminar rejeitada. Apelação provida. (Apelação Cívelnº 70007542723, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nel-son Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 19/02/2004)

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. Licença-prêmio. Possibilida-de de conversão de licença-prêmio não gozada em tempo de serviço em dobropara efeitos de avanços, adicionais e aposentadoria, correspondentes ao tempode serviço, desde que implementado o cumprimento do prazo antes da EC n° 20.Garantia insculpida no art. 50, XXXVI da Carta Federal, impedido que modifica-ções legais posteriores, instituindo causa de extinção total ou parcial do benefí-cio, não prevista na legislação anterior, possa retroagir e alcançar situação jáconsolidada sob a égide da norma então em vigor. Tratando-se de direito já inte-grado ao patrimônio funcional do impetrante, o respectivo reconhecimento efruição, de nada mais depende do que de simples solicitação. Precedentejurisprudencial do 20 Grupo Cível. “Mandamus” concedido. (Mandado de Segu-rança nº 70007521040, segundo grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 12/12/2003)

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público. Conversão de licença-prêmio emtempo de serviço. Direito adquirido. EC nº 20/98. Direito à licença-prêmiocomplementado pela autora anteriormente à vigência da EC nº 20/98, já estando,portanto, integrado a seu patrimônio. O fato de o servidor não ter postulado ogozo ou a conversão da licença-prêmio não atinge o exercício do direito já con-quistado. Precedente do STJ. A Lei Complementar Estadual nº 10.098/94, quepermite gozo ou conversão da licença-prêmio para fins de aposentadoria, avan-ços e adicionais (art. 151, inc. II), permanece vigente, bem assim os direitos ad-quiridos pelos servidores com fulcro nesta norma merecem resguardo, sob penade violação ao art. 5º, inc. XXXVI, da Constituição Federal. Negaram provimentoao apelo, confirmando, no demais, a sentença em Reexame Necessário, vencido,em parte, o Revisor. (Apelação e Reexame Necessário nº 70006596019, TerceiraCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Matilde Chabar Maia, julgadoem 11/12/2003)

23.8.3 FRUIÇÃO – GOZO – ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO

EMENTA: Apelação Cível. Administrativo. Servidor Público Estadual. Licença prê-mio. Fruição. O gozo de licença-prêmio depende da conveniência e necessidadeda administração pública, que se inserem no seu poder discricionário. Motivaçãofundada na carência de recursos humanos. Sentença mantida. Apelo desprovido.

138 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(Apelação Cível nº 70006245237, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 28/08/2003)

EMENTA: Servidor Público Estadual. Defensora Pública. Licença prêmio não go-zada. Ação de cobrança. Defensora pública aposentada que teve indeferidos, emdiferentes oportunidades, requerimentos para o gozo de período de licença-prê-mio. Improcedência do pedido de cobrança por falta de base legal e pela possibi-lidade de indeferimento do seu gozo por necessidade da administração (Ordemde Serviço 65/95). Interpretação do art. 151 da Lei Estadual 10.098/94 (Estatutodos Servidores Públicos do Estado). Jurisprudência majoritária deste Tribunal deJustiça. Apelação desprovida. Sentença mantida. (Apelação Cível nº70005159819, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulode Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 17/04/2003)

EMENTA: Servidor Público - Licença prêmio - Ausência de direito líquido e certo aogozo quando a administração invoca motivo suficiente e inserido no seu poder dis-cricionário, oportunidade e conveniência o clássico binômio que não pode ser con-trariado pelo Poder Judiciário, máxime na via estreita e excelsa do Mandado de Se-gurança, com ausência de recursos humanos como fundamento do ato administrati-vo. Preliminar de ilegitimidade passiva rejeitada - Segurança denegada. (Mandadode Segurança nº 598428951, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 12/03/1999)

23.8.4 IMPOSSÍVEL O CÔMPUTO DO TEMPO DE LICENÇA ESPECIAL PARAFINS DE LICENÇA-PRÊMIO

EMENTA: Servidor Público. Licença-prêmio. Tendo o autor interrompido seu tem-po de serviço ao se afastar por trinta dias para gozo de licença especial não re-munerada, não faz jus a averbação do tempo de serviço de três (três) meses delicença-prêmio não gozada. Impossível o computo do prazo da licença especialpara fins de licença-prêmio. Apelação improvida. (Apelação Cível nº70000209072, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 16/03/2000)

23.9 LICENÇA PARA CONCORRER A MANDATO PÚBLICO ELETIVO EEXERCÊ-LO

23.9.1 CONTRATO EMERGENCIAL

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Contrato emergencial. Licença paraconcorrer a cargo eletivo. Possibilidade. 1. O servidor contratado, emergen-

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 139

cialmente, tem direito a licença para concorrer a cargo eletivo (art-73, V, da Lei9504/97). 2. Segurança concedida. (6 fls.) (Mandado de Segurança nº70003545969, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Araken de Assis, julgado em 08/03/2002)

EMENTA: 70001508282. Mandado de Segurança. Servidor Público. Licença paraafastamento do magistério estadual, para concorrer a cargo de vereador nas elei-ções de 2000. Professor contratado emergencialmente. Lei n. 9651/92 e seguintes.Contrato precário e a prazo fixo. Resoluções n . 17966 e 18019 do TSE. Servidoressujeitos a livre exoneração, como os contratados emergencialmente não estão abri-gados pela Lei Complementar. nº 64/90. Investidura precária que pode ser rompidaa qualquer momento. Não podendo o servidor cumprir com o contrato, não pode alegislação ordinária lhe garantir um direito de permanência. Incompatibilidade coma essência da contratação temporária. “Mandamus” denegado. (6 fls.) (Mandado deSegurança nº 70001508282, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 20/10/2000)

23.9.2 DIREITO À REMUNERAÇÃO – PRINCÍPIO DA ISONOMIA

EMENTA: Administrativo - Servidor Público Fazendário - Licença remunerada paraconcorrer a cargo eletivo - Diferença de prazo em relação aos demais servidoresnão impede o recebimento da remuneração durante a licença - Princípio daisonomia - Resolução 15.506/96 do TSE inaplicável por contemplar aos servidoresdo Fisco tratamento diverso do dispensado aos demais servidores - Precedentessobre o tema. Apelo desprovido. Sentença confirmada em Reexame. (6fls.) (Apela-ção e Reexame Necessário nº 70003186574, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 05/12/2001)

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor Público Municipal. Licençapara concorrer a cargo eletivo sem prejuízo de vencimentos. Cabimento. 1. Servi-dor público licenciado para concorrer a cargo eletivo, tem assegurado o direito deperceber seus vencimentos, não afrontando a moralidade administrativa. Direitoamplamente assegurado nos ditames da Lei n-6978/82. 2. Reformada, em parte,a sentença, para exclui a vedação da inclusão de juros de mora na liquidação.(Reexame Necessário nº 596245407, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Cláudio Augusto Rosa Lopes Nunes, julgado em 10/04/1997)

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor Público. Licença para concor-rer a cargo eletivo. Remuneração. Cabimento. 1. Pedido de afastamento de suasfunções para concorrer a cargo eletivo, nos termos da lei vigente, assegura o di-reito ao funcionário público a perceber sua remuneração e demais vantagenscomo se em exercício de suas atividades habituais estivesse. 2. Improveram.

140 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(Agravo de Instrumento nº 596225367, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Nelson Oscar de Souza, julgado em 27/02/1997)

23.9.3 PEDIDO FORMULADO APÓS A POSSE – ADMISSIBILIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Licença para exercício de cargo eletivo.Requerimento formulado após a posse. Admissibilidade. 1. O servidor público, apartir da posse, tem direito a licença para concorrer e, após, para exercer cargoeletivo, nos termos do art. 155 da Lei n. 10.098/94, independentemente do prévioexercício, que só enseja direito a remuneração. 2. Segurança concedida. (6fls)(Mandado de Segurança nº 70002449858, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tri-bunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 14/09/2001)

23.9.4 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM E NÃO DA ELEITORAL –REMUNERAÇÃO COMO SE EM EXERCÍCIO ESTIVESSE – DESCONTOSINDEVIDOS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Fazendário. Licença remunerada paraconcorrer a cargo eletivo. Inépcia da inicial não caracterizada. Matéria que se in-sere na competência da justiça comum e não da eleitoral. Procedência da ação.Tendo a inicial feito um pedido claro, objetivo e juridicamente possível, não sepode cogitar da pretendida inépcia. Tratando-se de matéria de naturezaestatutária e não eleitoral, mesmo porque o que se busca e desconstituir o atoadministrativo determinante dos descontos com a alegação de direito a licença re-munerada e não discutir a resolução eleitoral, a competência e da justiça comumestadual e não da justiça eleitoral. Preliminares rejeitadas. A condição de servidorpúblico fazendário não exclui a possibilidade de afastamento remunerado de suasfunções, nos prazos estabelecidos para que possam concorrer nas eleições muni-cipais em seus domicílios eleitorais. Deve, portanto, receber a remuneração devi-da como se em exercício estivesse. Descontos indevidos. Procedência da açãosentença mantida, em Reexame Necessário. Apelação não provida. (ApelaçãoCível nº 597120898, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Tael João Selistre, julgado em 26/03/1998)

23.10 LICENÇA ESPECIAL PARA FINS DE APOSENTADORIA

23.10.1 ADMITIDA SOMENTE APÓS 30 DIAS DO PROTOCOLO DAAPOSENTADORIA

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. Licença especial para finsde aposentadoria. Enquanto a impetrante, cumprido o tempo de serviço, aguarda

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 141

o deferimento da aposentadoria, tem direito, após trinta dias do protocolo do pedi-do, a licença prevista no art-157 da Lei 10098/94, assim permanecendo até quehaja decisão da administração. Exigências burocráticas que não podem sesuperpor a determinação legal. “Mandamus” concedido. (8 fls.) (Mandado de Se-gurança nº 70003471034, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 14/12/2001)

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Professora estadual. Ação de cobran-ça. Gratificação de unidocência. Licença especial. Previsão expressa do art. 157da Lei Complementar 10.098/94 (Estatuto do Servidor Público Civil Estadual) e doart. 40 da Constituição Estadual do gozo de licença especial devidamente remu-nerada. Protocolado o pedido de inativação e extravasado o prazo pela lei esta-belecido (30 dias), passa o servidor a ter o direito a perceber integralmente a suaremuneração como se em efetivo exercício estivesse. Direito ao pagamento, in-clusive, da gratificação de unidocência, previamente incorporada ao patrimôniojurídico da parte já quando da entrada em licença especial a integrar os seus ven-cimentos nesse período. Procedência do pedido de cobrança. Sentença de proce-dência mantida em Reexame Necessário. Apelação desprovida. (Apelação eReexame Necessário nº 70006125231, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 28/08/2003)

23.10.2 CASO DE INÉRCIA DA ADMINISTRAÇÃO E NÃO NA HIPÓTESE DEINDEFERIMENTO DO PEDIDO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Aposentadoria voluntária.Tutela antecipada, afastamento das funções. Medida que esgota, em parte, o pró-prio objeto da ação, encontrando óbice legal (Lei 8437/92). Pretensão, ademais,que apenas tem lugar na forma de licença especial, no caso de inércia da admi-nistração, e não na hipótese do indeferimento do pedido de aposentação. Agravoimprovido. (Agravo de Instrumento nº 598168037, Terceira Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 12/11/1998)

23.10.3 APOSENTADORIA ESPECIAL – INDEFERIMENTO – SERVIDOR DEVEVOLTAR AO SERVIÇO

EMENTA: Agravo de Instrumento. Antecipação de tutela. Servidor Público. Delega-do de polícia. Aposentadoria especial. Indeferimento. Retorno ao serviço. Pressu-postos do art. 273 do CPC indemonstrados. Inocorrência de risco de dano de difícilreparação, pois que o agravante, em gozo de licença especial, aposentado não es-tava, de modo que o retorno ao serviço, contra o qual se rebela, sobre não se afi-gurar ilegal, nenhum prejuízo maior poderá acarretar-lhe. Verossimilhança da pre-

142 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

tensão indemonstrada. Ausência de prova inequívoca quanto ao implemento detempo de serviço, completado na vigência da EC nº 20/98. Agravo de Instrumentodesprovido. (Agravo de Instrumento nº 70005675285, Primeira Câmara EspecialCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Uhlein, julgado em 30/06/2003)

23.10.4 LICENÇA ESPECIAL ATÉ A APOSENTADORIA – DIREITO A TODAS ASGRATIFICAÇÕES COMO SE EM EXERCÍCIO ESTIVESSE

EMENTA: Apelação Cível. Reexame Necessário. Direito administrativo. ServidorPúblico. Professor. Aposentação. Licença especial para aguardo da aposentadoria.Não-pagamento da gratificação relativa ao regime especial de trabalho de 40 horassemanais neste período. Impossibilidade. Parcela da remuneração relativa ao regi-me de exceção que deve continuar a ser percebida sempre que o afastamento doexercício profissional for com vencimento. O professor em licença por força de dis-posições legal e constitucional, as quais determinam que, em face da não-aprecia-ção do pedido de aposentadoria no prazo de 30 dias após sua apresentação, temdireito o servidor a continuar percebendo a remuneração que era paga quando ematividade, faz jus a receber, nesse período, a parcela relativa ao regime especial detrabalho para o qual fora convocado. Não há falar em incidência das normas geraissobre a convocação para o regime especial, contidas na Lei Estadual nº 4.937/65,em face da exegese do art. 118 da Lei Estadual nº 6.672/74 (Estatuto do Magisté-rio), do art. 157 da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94 e, principalmente, doart. 40, parágrafo único, da Constituição Estadual, segundo os quais o tempo de li-cença é contado como de efetivo exercício para todos os efeitos legais, inclusivepara a convocação relativa ao regime especial desempenhado pelo servidor. Casoconcreto em que o autor completou os cinco anos exigidos pela legislação para quea parcela seja integrada aos proventos de inativação antes mesmo de protocolizarseu pedido de aposentadoria, tendo havido, ademais, prorrogação da convocação,via decreto do Poder Executivo, durante o período de licença especial, fazendo juso servidor à totalidade de sua remuneração, de acordo com o direito aplicável, ve-dados, portanto, os descontos procedidos. Apelação improvida, mantendo-se asentença em Reexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº70003753860, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, julgado em 24/06/2003)

23.11 LICENÇA PARA DESEMPENHAR MANDATO CLASSISTA

23.11.1 DIREITO À LICENÇA REMUNERADA NOS TERMOS DA LEI

EMENTA: Apelação em Mandado de Segurança. Superintendente da SUSEPE. Li-cença para exercício de mandato eletivo em entidade associativa. FECASP/RS.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 143

Licença remunerada para o exercício de mandato eletivo por servidor público emconfederação, federação, sindicato, entidade ou associação de classe, previstapela Lei 9073/90, que regulamentou o art. 27, II, da Constituição Estadual. Inter-pretação em consonância com as normas constitucionais acerca da liberdade sin-dical (art. 8º, I e II, da CF), especialmente o princípio da unicidade sindical, cujocontrole é efetuado pelo registro da entidade no Ministério do Trabalho. Prece-dente específico desta Câmara em conformidade com a jurisprudência do STF.Ausência de comprovação dos demais requisitos para enquadramento na Lei9073/90. Sentença mantida. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº70004437588, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulode Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 05/12/2002)

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor público municipal eleito dirigente sin-dical. Direito a licença remunerada. Decisão submetida a Reexame e confirmadapor inteiro. (Reexame Necessário nº 592030944, Terceira Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Décio Antônio Erpen, julgado em 27/05/1992)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Mandato sindical, afasta-mento das funções. Licença com direito à percepção das vantagensremuneratórias do cargo, sem a exclusão de qualquer parcela. Comando legalque ampara a pretensão deduzida (CE, art. 27, II ; LCE 10.098/94, artigos 64,XIV, f, e 150). Ação procedente, precedentes jurisprudenciais. Juros legais de 6%ao ano, a contar da citação. Recurso desprovido. Sentença reformada, em parte,em Reexame Necessário. (Apelação Cível nº 70007785017, Terceira CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em01/04/2004)

CAPÍTULO XXIV

DA APOSENTADORIA

24.1 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

24.1.1 PROVENTOS INTEGRAIS – DOENÇA ESPECIFICADA EM LEI

EMENTA: Constitucional e Administrativo. Servidor Público. Aposentadoria.Invalidez permanente. Doença grave e incurável. Especificação legal. Proventosintegrais. 1. Na aposentadoria por invalidez permanente, o servidor público so-mente tem direito a proventos integrais na hipótese de a doença grave e incurávelencontrar-se especificada em lei, consoante a remissão do art. 40, § 1.°, I, da CF/88, na redação da EC 41/03. De acordo com a prova médica, a expressão“nefropatia grave”, constante do § 1.° do art. 158 da Lei 10.098/94-RS, engloba ocaso de cirrose hepática. 2. Apelação provida. (Apelação Cível nº 70006326888,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julga-do em 11/02/2004)

EMENTA: Apelação e Reexame Necessário. Direito Administrativo. Servidor públi-co inativo. Município de Canoas. Aposentadoria por invalidez. Proventos inte-grais. Pagamento indevido. Proventos proporcionais. Descontos em folha de pa-gamento. Ação revisional de aposentadoria. Previsão legal. Percepção de 70% nomínimo do salário da ativa. Cabimento. Procedência parcial na origem. Doençanão elencada em lei. Proventos proporcionais. Sentença que se mantém. Não-provimento em grau recursal. O administrador público está adstrito, dentre outros,ao princípio constitucional da legalidade, sob pena de ser responsabilizado pelosseus atos na concessão de direitos aos quais não está legalmente vinculado.Descontos em folha de pagamento, incabimento. Inexistência do devido processolegal e do contraditório. Provimento em grau recursal. Apelação da autora provida,

146 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

em parte. Não provida apelação do Município. Prejudicado o Reexame Necessário.(Apelação e Reexame Necessário nº 70005384680, Quarta Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 14/05/2003)

24.1.2 AVALIAÇÃO PERIÓDICA – EXIGÊNCIA DO TRANSCURSO DE 24 MESESA CONTAR DO ATO – LAUDO PELA REVERSÃO

EMENTA: 70005597885. Mandado de Segurança. Servidor Público. O art-158,par-4 da Lei 10098/94, não fixa prazo para exame de confirmação de laudoincapacitante para o serviço público, apenas exige o transcurso de 24 meses con-tados do ato de aposentadoria. Conclusão do laudo apontado para reversão da si-tuação incapacitante, com determinação com a informada realização do exame eaté mesmo as conclusões do laudo. Matéria controvertida, a exigir dilaçãoprobatória incompatível com a via estreita do “Writ”, Mandado denegado. (Manda-do de Segurança nº 70005597885, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 09/05/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Aposentadoria por invalidez. Avalia-ção periódica. Desatendimento. Suspensão do pagamento dos proventos. Possi-bilidade. 1. É perfeitamente legal, aposentado o servidor por invalidez, e recusan-do-se a prestar os exames periódicos, a teor do art-159, par-4, da Lei 10098/94, asuspensão do pagamento dos proventos, conforme o disposto no art-131, par-4,do mesmo diploma. 2. Mandado de Segurança denegado. (4 fls.) (Mandado deSegurança nº 70003623709, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Jus-tiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 10/05/2002)

24.1.3 DIREITO À APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – PROVA – LAUDOMÉDICO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Invalidez permanente. Falta de prova.1. O servidor só faz jus a aposentadoria por invalidez permanente, quando com-provada, através de laudo médico, a impossibilidade de reabilitação. 2. Apelaçãodesprovida. (Apelação Cível nº 70004342531, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 12/06/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Aposentadoria porinvalidez. Incapacidade laboral comprovada. Hipótese que permite a aposentado-ria por invalidez permanente, em razão de doença grave definida em lei (Lei nº1448/93). Direito que não pode ser prejudicado por problemas administrativos doMunicípio. No caso, a situação funcional (estatutária) da autora esta comprovada

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 147

pela Lei n.º 1920/99, que define o quadro de pessoal do Município, regularizandoos servidores celetistas. Sentença confirmada em Reexame Necessário.(Reexame Necessário nº 70004518197, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 10/10/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Aposentadoria. Readaptação.Confirmada pela perícia a incapacitação física, por doença grave ocorrida após oingresso no serviço público, a aposentadoria por invalidez, com proventos inte-grais, é direito líquido e certo do servidor. Impossibilidade de readaptação. Segu-rança concedida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (Reexame Ne-cessário nº 70001665025, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 15/02/2001)

24.1.4 CARGO EM COMISSÃO – IMPLEMENTO DOS REQUISITOS –IMPOSSIBILIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Cargo em comissão. Aposentadoriapor invalidez. Falta do implemento dos requisitos. Impossibilidade. 1. É impossí-vel a aposentadoria por invalidez de servidor público nomeado em cargo em co-missão que não comprovar ser portador de qualquer uma das moléstias do § 1ºdo art. 158 da Lei nº 10.098/94. 2. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº70001808161, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arakende Assis, julgado em 13/12/2000)

EMENTA: Servidor Público Estadual. Aposentadoria. A Lei 10098/94 garante aoservidor ocupante de cargo em comissão o direito a aposentadoria por invalidezquando ocorrente uma das enfermidades nela descrita. Ausência de nexo causalentre possíveis danos sofridos pela autora e a atividade estatal. Falta de provados prejuízos alegados. Apelos desprovidos. Sentença confirmada em ReexameNecessário. (Apelação Cível nº 598541530, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgado em 23/06/1999)

24.2 APOSENTADORIA COMPULSÓRIA – OBRIGATORIEDADE

EMENTA: Administrativo. Aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade.Oficial do registro de imóveis. Obrigatoriedade. O Estado, ao determinar que o in-gresso na atividade notorial dependerá de concurso público (CF/88, art.236, par-3°), . Deixa claro que o notário ocupa cargo público e sua aposentadoria serácompulsória aos setenta anos de idade (CF/88, art.40, par-1°, II). Apelo desprovi-do. Voto vencido.(29fls.d.) (Apelação Cível nº 70004409074, Quarta Câmara

148 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardoso, julgadoem 02/10/2002)

EMENTA: Servidor Público - Apelante que, atingindo a idade para a aposentado-ria compulsória, permaneceu em atividade - Inércia do apelante que não configu-ra o dever de indenizar por parte do Município - Apelo improvido. (fls. 05). (Apela-ção Cível nº 70001727437, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 15/03/2001)

EMENTA: Servidor Público. Aposentadoria compulsória. Contagem recíproca dotempo de serviço. Agravo provido, para assegurar a agravante a percepção deproventos integrais, na pendência da lide. (Agravo nº 597017870, Quarta CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Maria Rosa Tesheiner, julgado em14/05/1997)

24.3 APOSENTADORIA ESPECIAL – VERBA HONORÁRIA REDUZIDA

EMENTA: Servidor Público - Regime especial, dito pela legislação estadual deextranumerário - Situação transitória que se perenizou - Contratação precáriapara o cargo de professor de ensino médio I, padrão M-3 que perdura já há trintaanos - Vinculação ao sistema previdenciário estadual, com contribuições recolhi-das diretamente ao IPERGS - Direito a aposentadoria especial nos termos do art-40, III, b, da CF/88 e art-38,III, b, da CE/89 - Verba honorária reduzida - Sentençaparcialmente modificada em Reexame. (Reexame Necessário nº 598045409, Ter-ceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio MonteiroPacheco, julgado em 01/10/1998)

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. Delegado de Polícia. LeiComplementar n. 51/85. Emenda Constitucional n.20/98. Nova redação do art-40,par-4, da CF/88. Aposentadoria especial com proventos integrais. Inexistência delei complementar federal dispondo sobre a matéria. Ausência de pressupostopara a concessão, qual seja a prova do exercício exclusivo de atividades especi-ais que prejudiquem a saúde ou a integridade física do servidor, definidos em leicomplementar . Segurança denegada. (Mandado de Segurança nº 70006097778,Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: JoãoCarlos Branco Cardoso, julgado em 13/06/2003)

EMENTA: Apelação Cível. Administrativo. Servidor Público. Município deEldorado do Sul. Magistério. Aposentadoria especial de professor. Negadoregistro pelo Tribunal de Contas do Estado do RS. Requisito do exercício efetivodo magistério em sala de aula. Improcedência na origem. Não-provimento em

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 149

grau recursal. Sentença que se mantém. Precedentes do STF e desta Corte. Ape-lação não provida. (Apelação Cível nº 70004850160, Quarta Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 09/10/2002)

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Administrativo e Processual Ci-vil. Servidor Público. Município de Novo Hamburgo. Professora municipal. Apo-sentadoria especial. Mandado de Segurança. Concessão parcial na origem.Inaplicabilidade do artigo 21, § 3º, da Lei Municipal n.º 184-1991. Sentença quese mantém. É assegurado ao professor com exercício do magistério por 25 anosa aposentadoria especial com proventos integrais, sem qualquer restrição. Textoe inteligência do artigo 40, III, ‘b’, da CF-1988. Inaplicabilidade do artigo 21, § 3º,da Lei Municipal n.º 184-1991. Ambas apelações não providas. Sentença confir-mada em Reexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº70000316703, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Wellington Pacheco Barros, julgado em 28/11/2001)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Aposentadoria especial. Atividade in-salubre. Falta de lei complementar. Impossibilidade. 1. A concessão de aposenta-doria especial para o servidor público, pelo exercício de atividade insalubre, de-pende de regulamentação por lei complementar (CF/88, art.40, par.1). 2. Apela-ção desprovida. (Apelação Cível nº 599353984, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 29/12/1999)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Aposentadoria especial. Policial. Faltade prova das condições especiais. Impossibilidade. 1. A aposentadoria especialdo servidor policial, prevista na LC-51/85, somente se revelará compatível com oart-40, par-4, da CF/88, se o exercício das funções ensejou risco a saúde ou avida. 2. Mandado de Segurança denegado. (Mandado de Segurança nº70005675228, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Araken de Assis, julgado em 09/05/2003)

24.4 CARGO EM COMISSÃO – APOSENTADORIA PROPORCIONAL –INEXISTÊNCIA DO TEMPO MÍNIMO

EMENTA: Servidor Público - Ocupante de cargo provido em comissão - Aposenta-doria proporcional ao tempo de serviço - Impossibilidade ditada pela regra do art.1º, parágrafo único, da Lei-RS nº 11.129/98, declarada constitucional no incidentede nº 70001179175, julgado pelo Órgão Especial na sessão de 18jun2001 - Deci-são tomada por maioria de dois terços - Força obrigatória - Inexistência de tempoapto a aposentadoria proporcional em 18fev98 - Vinculação previdenciária da

150 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

apelada com a autarquia da União a partir de 16dez98 (art. 40, § 13, da CF-88,acrescentado pela EC nº 20/98) - Tempo de serviço prestado a COHAB, socieda-de de economia mista, também vinculado ao Sistema de Previdência Social daUnião - Apelo provido. (Apelação e Reexame Necessário nº 70003007085, Tercei-ra Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio MonteiroPacheco, julgado em 02/05/2002)

EMENTA: Servidor Público - Celetista estabilizado que é aprovado em concursopúblico e nomeado para cargo de provimento efetivo na mesma área - Óbice aaposentadoria proporcional ao tempo de serviço apresentado em razão do dispo-sitivo do art-165 da LC-RS n. 10098/94, renumerado pela LC n. 11370/99, poisem estágio probatório - Óbice afastado - Precedentes deste colegiado - Seguran-ça parcialmente concedida. (6fls.) (Mandado de Segurança nº 70001816644, Se-gundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson An-tônio Monteiro Pacheco, julgado em 08/06/2001)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Cargo em comissão, aposen-tadoria proporcional ao tempo de serviço. Integralidade de proventos, benefíciodo art-162 da Lei Complementar 10098/94, permitindo que o servidor, aposentadocom proventos proporcionais, passe a percebê-los de forma contagiosa e incurá-vel, definida no art-158, par-1, do mesmo Estatuto. Constitucionalidade do dispo-sitivo da Lei Estatutária (art-162) afirmada, decisão do Órgão Especial do Tribu-nal Pleno de observância obrigatória pelos órgãos fracionária da Corte (RI/TJRS,art-211). Óbice imposto para o indeferimento que não pode subsistir, violando di-reito certo e líquido do impetrante, impondo-se arredado. Necessidade, porém, deaferição da situação de fato, da qual não pode ser privada a administração. Segu-rança em parte concedida. (6fls.) (Mandado de Segurança nº 70000481820, Se-gundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz AriAzambuja Ramos, julgado em 22/12/2000)

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor Celetista. Aposentadoria pro-porcional por tempo de serviço. Possibilidade frente aos termos da Constituição Fe-deral de 1988. Incidência da Lei Estadual 11129/98. Indenização indevida por au-sência de base fática e jurídica para seu deferimento. Sentença de procedência.Parcial provimento do recurso de Apelação. Sentença confirmada, quanto ao mais,em Reexame Necessário. (Apelação Cível nº 599253150, Terceira Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 02/09/1999)

EMENTA: Administrativo. Servidor autárquico municipal. Aposentadoria proporcio-nal a tempo de serviço por moléstia. Apelações das partes improvidas; sentençade procedência parcial confirmada em Reexame Necessário (Apelação Cível nº597128685, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: JoãoAymoré Barros Costa, julgado em 03/12/1997)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 151

24.5 APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – CONTAGEM DO TEMPO PRIVADO

EMENTA: Administrativo. Servidor Municipal. Aposentadoria voluntária. Contagemde tempo de serviço privado para fins de aposentadoria. O art-202, par-2, da Cons-tituição Federal, que estabelece os critérios para a contagem recíproca de tempode serviço privado, para fins de aposentadoria, é auto-aplicável.Inconstitucionalidade de Lei Municipal (art-120 da Lei 1357/91), reconhecida peloTribunal Pleno, exigindo tempo mínimo de serviço prestado ao Município. Decisãode aplicação obrigatória (RITJRS, art-210). Segurança concedida, sentença refor-mada. Recurso provido. (Apelação Cível nº 598065811, Terceira Câmara Cível, Tri-bunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 15/04/1999)

EMENTA: Servidor Público - Ação mandamental que visa a concessão de aposen-tadoria voluntária, nos termos do art. 8º, § 1º, da EC nº 20/98, com a incorpora-ção das horas-trabalho realizadas a título de convocação - Inteligência origináriado Tribunal de Justiça consoante dispõe o art. 95, inciso XII, alínea “b” da Consti-tuição Estadual - Inexistência de direito líquido e certo a amparar o pleito - Segu-rança extinta em relação a autoridade que não dispõe de poderes para praticar oucorrigir o ato inquinado de vício - Ordem denegada quanto ao mérito em relação aautoridade impetrada remanescente, em vista da ausência de vício no ato admi-nistrativo questionado. (7 fls.) (Mandado de Segurança nº 70004036240, SegundoGrupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson AntônioMonteiro Pacheco, julgado em 09/08/2002)

EMENTA: Mandado de Segurança. Desembargador oriundo do Quinto Constituci-onal. Aposentadoria voluntária. Exegese do inciso II do artigo 8 da Emenda Cons-titucional n.20/98. Tempo mínimo de exercício no cargo em que se dá a aposenta-doria. O cargo que os magistrados titulam, porque nele investidos, é o de juiz,desimportando a sua denominação. Caso em que o impetrante, nomeado Juiz deAlçada e posteriormente promovido a Desembargador, teve sua aposentadoriavoluntária indeferida ao fundamento que não contaria 5 anos de efetivo exercíciono cargo de Desembargador. (29 fls) (Mandado de Segurança nº 70000941021,Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Pilla da Silva, julgadoem 26/06/2000)

EMENTA: Recurso Ordinário. Mandado de Segurança. Aposentadoria voluntária.Possibilidade . Recurso provido. Inexiste o caráter de irrevogabilidade ouirreversibilidade do pedido voluntário de aposentadoria, por isso que é voluntário.Recurso provido. (Recurso de Mandado de Segurança nº 6955, Sexta Turma, Su-perior Tribunal de Justiça, Relator: Hamilton Carvalhido, julgado em 14/12/1999)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Aposentadoria voluntária. Ser-vidor público estável (art-19, ADCT/CF), investido em novo cargos por concurso,

152 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

aposentadoria voluntária no período de estágio probatório, hipótese em que nãoincide a regra proibitiva do art-165 da LEC 10098/94 (remunerado pela LC 11370/99). Precedentes jurisprudenciais. Indeferimento da aposentadoria, por tal motivo,que viola direito líquido e certo. Concessão da ordem, porém, apenas para arre-dar o óbice imposto pela administração, que não fica tolhida da análise dos de-mais pressupostos. Segurança concedida, em parte. (Mandado de Segurança nº70005227632, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 09/05/2003)

CAPÍTULO XXV

DO DIREITO DE PETIÇÃO

25.1 DIREITO DE PETIÇÃO – NÃO SE CONFIGURA EM MECANISMO DEETERNIZAÇÃO DE DEMANDAS – PRESCRIÇÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Ação de cobrança de venci-mentos impagos prescrição. Proposta ação contra a Fazenda Pública Estadual,tem-se por prescrita a pretensão de percepção de vencimentos impagos corres-pondentes a período de labor que remonta há mais de doze anos da propositurada demanda. Prazo de cinco anos previsto no art. 1º do Decreto 20.910/32 hámuito extravasado que só pode ser interrompido uma vez (art. 8º). Reconheci-mento do direito da parte, com referência ao pagamento dos vencimentos respec-tivos ocorrido ainda em 1990 a esgotar a hipótese única de interrupção. Posterioringresso com pedido administrativo para o pagamento da contra-prestação ao la-bor efetivo que não se consubstancia em nova hipótese de interrupção. Direito depetição garantido à parte que não se configura em mecanismo de eternização dedemandas. Recurso desprovido. Sentença mantida. (Apelação Cível nº70007787450, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulode Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 01/04/2004)

25.2 DIREITO DE PETIÇÃO – NÃO CONFIGURA AMPLA DEFESA,CONTRADITÓRIO E DEVIDO PROCESSO LEGAL

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Penas de suspensão. Oprincípio constitucional da ampla defesa, do contraditório e do devido processolegal (CF, art. 5, LV), norma auto-aplicável e de eficácia plena e imediata (CF,par-1 do art. 5), não se compadece com a temática da verdade sabida, da faltaprovada ou confessada. Impossibilidade de edição de norma inferior contrariando

154 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

o dispositivo constitucional. O fato de o servidor usar de seu direito de petição,após ter sido punido não configura defesa, muito menos ampla, para a qual se-quer foi aberto prazo. Tampouco configura o contraditório. Nulidade dos atos ad-ministrativos reconhecida. Apelação improvida. Confirmada a sentença emreexame. (6fls.) (Apelação Cível nº 599490554, Primeira Câmara de Férias Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, julgadoem 28/10/1999)

25.3 PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO – PRAZO PARA DECISÃO – ALEGAÇÃODE VIOLAÇÃO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. Aposentadoria indeferida navia administrativa. Pedido de reconsideração formulado com base no artigo 169,par-2, da LC-RS 10098/94. Prazo de 30 dias para decisão que não foi observadopela administração. Alegação de violação de direito líquido e certo que não proce-de. Prazo que não é peremptório. Mandado de Segurança que poderia impetradode imediato pela impetrante que preferiu aguardar o desfecho da via administrati-va. Súmula 429 do STF. Segurança denegada. (Mandado de Segurança nº70005458815, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 09/05/2003)

25.4 PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO NA VIA ADMINISTRATIVA – NÃOINTERROMPE O PRAZO DECADENCIAL – LESIVIDADE DO DIREITO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Aposentadoria.Reenquadramento. Decadência. Fluência do prazo. É de ser declarada a deca-dência quando o ato violador do suposto direito do impetrante é atacado após odecurso do prazo de 120 dias, disposto no art-18 da Lei 1533/51. A fluência doprazo decadencial dá-se a partir da ciência do ato impugnado, tornando-seoperante a lesividade do direito. Pedido de reconsideração na via administrativa,formulado após o prazo para recurso, não interrompe a decadência. Apelaçãodesprovida. (Apelação Cível nº 70000213744, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 11/11/1999)

EMENTA: Agravo de Instrumento. Servidor Público. Intempestividade. O pedidode reconsideração não suspende o curso do prazo. Recurso não conhecido.(Agravo de Instrumento nº 598112811, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 07/10/1998)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 155

25.5 REQUERIMENTO DE FÉRIAS – OBRIGAÇÃO DO SERVIDOR – INÉRCIADA ADMINISTRAÇÃO – HORAS EXTRAS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Ferias. Inércia da administração. Re-querimento pelo servidor. Obrigatoriedade. Horas-extras. Ausência de expressadeterminação da autoridade competente. Inadmissibilidade. 1. É obrigação doservidor requerer a concessão de férias, quando da inércia da administração, sobpena de perda do direito (Lei 1.286/90, arts. 104 e 106). A relação estatutária segoverna pelo princípio da legalidade (art. 37, caput, da CF/88), diversamente darelação de emprego, baseada no fato, e, por tal motivo, a remuneração das ho-ras-extras só é devida ao servidor público municipal quando realizada a jornadaextraordinária por expressa determinação da autoridade competente (Lei 1286/90,art. 59). 2. Apelação provida. (Apelação e Reexame Necessário nº 70004810586,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julga-do em 16/10/2002)

25.6 INCORPORAÇÃO DA FUNÇÃO GRATIFICADA – DEPENDE DEREQUERIMENTO DO SERVIDOR

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Magistério. Incorporação de funçãogratificada. Termo inicial dos efeitos pecuniários. 1. Os efeitos pecuniários da in-corporação de função gratificada aos proventos têm por termo inicial o requeri-mento do servidor, pois não se cuida de vantagem pecuniária passível de conces-são, “ex officio”, pela administração, vinculando-se, ao invés, a manifestação devontade do servidor. 2. Apelação desprovida. (4 fls.) (Apelação Cível nº599387602, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken deAssis, julgado em 11/08/1999)

CAPÍTULO XXVI

DAS PROIBIÇÕES

26.1 DESVIO DE FUNÇÃO – PRETENSÃO ÀS DIFERENÇASREMUNERATÓRIAS – INADMISSIBILIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Desvio de função. Pretensão a rece-ber diferenças remuneratórias. Inadmissibilidade. 1. Não faz jus o servidor a van-tagens diversas daquelas atribuídas ao cargo ocupado, quando em desvio de fun-ção, por expressa proibição legal (parágrafo único do art. 165, da Lei 3.326/91 doMunicípio de Santa Maria). 2. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº70004230678, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arakende Assis, julgado em 22/05/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Desvio de função. Pretensão a rece-ber vencimentos diversos do cargo ocupado. Inadmissibilidade. 1. Não se conhe-ce de Agravo Retido não reiterado, expressamente, nas razões ou na resposta daApelação (CPC, art-523, par-1). 2. Não faz jus o servidor a vencimentos diversosdaquele atribuído ao cargo ocupado quando em desvio de função por expressaproibição legal. (art-266 da Lei 10098/94). 3. Apelação do autor desprovida e pro-vida a Apelação do réu. Decisão monocrática.(6fls.) (Apelação e Reexame Neces-sário nº 70002494110, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Araken de Assis, julgado em 20/04/2001)

26.2 PROIBIÇÃO DE REALIZAÇÃO DE HORAS EXTRAS – PRINCÍPIO DALEGALIDADE

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Constitucional e Administrativo.Servidor público estatutário. Município de São Leopoldo. Proibição de realizaçãode horas extras. Mandado de Segurança. Previsão legal. Princípio da legalidade.

158 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Sentença de improcedência. Apelos improvidos. Sentença mantida. O administra-dor público está adstrito, dentre outros, ao princípio constitucional da legalidade.Por isso, a concessão dos denominados direitos sociais aos servidores públicosnão é auto-aplicável, somente podendo ser concedidos através de lei instituidorade regime jurídico próprio, na sua esfera de competência, sob pena de ser res-ponsabilizado pelos seus atos na concessão de direitos aos quais não está legal-mente vinculado. Litigância de má-fé. Não vislumbrado interesse da parte em de-turpar ou alterar a verdade fática, apenas equívoco no entendimento por seu pro-curador. Improvimento. Ambas Apelações não-providas. (Apelação e ReexameNecessário nº 70003672037, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 15/05/2002)

26.3 NEPOTISMO – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – PRINCÍPIOS DAMORALIDADE E DA IMPESSOALIDADE

EMENTA: Ação Civil Pública. Improbidade Administrativa. Liminar. Exigências dospressupostos as liminares em geral. Suspensão do exercício de cargo e o corres-pondente pagamento. Cargos em comissão, esfera municipal. Nomeação de côn-juge e parentes até o segundo grau. Enriquecimento ilícito e prejuízo ao erárionão identificados. Princípios da moralidade e da impessoalidade, desqualificaçãopara a função ou irregular exercício dos cargos que não se presume. Abrangênciado art. 20, § 5º, da Constituição Estadual, não incidência em respeito a autonomiamunicipal. Lei do regime jurídico único, interpretação que não se permite a formaextensiva, restringindo direitos ou criando obrigações não previstos em lei. Distin-ção entre servidor público, a quem se impõe restrições (Lei 419/90, art. 130, IX),e agente político, com autonomia para o preenchimento dos cargos de confiançana administração. Agravo desprovido. (Agravo de Instrumento nº 70003340395,Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ra-mos, julgado em 06/12/2001)

EMENTA: ADIN. Nepotismo. Vício formal. Competência reservada ao chefe doPoder Executivo. É inconstitucional a norma que proíbe a nomeação de parentesno serviço público por se tratar de matéria reservada a iniciativa do chefe do Po-der Executivo. Arts. 60, II, ‘b’, 8 e 10, CE, com vistas a preservar o princípio daindependência e harmonia entre os poderes municipais. Ação julgada procedente.(Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 70006462600, Tribunal Pleno, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Paulo Augusto Monte Lopes, julgado em 22/09/2003)

EMENTA: Servidor público - Cargo em comissão - Lei do Nepotismo - Ameaça deexoneração em face da aplicação das disposições contidas na Emenda Constitu-cional nº12/95 - Chefe de grupo da equipe de segurança do Tribunal - Nomeação

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 159

para o cargo antes da vigência da EC nº12/95 e da posse de seu cunhado comoDesembargador - Efeito retroativo que estaria a ferir princípios constitucionais -Ato jurídico perfeito e situação jurídica consolidada. Apelo desprovido. Sentençaconfirmada em Reexame. (Apelação e Reexame Necessário nº 70005120696,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos BrancoCardoso, julgado em 12/03/2003)

26.4 MANTER CÔNJUGE SOB SUA CHEFIA IMEDIATA – REMOÇÃO – FALTADE VAGA – IMPOSSIBILIDADE DE SUBMISSÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Remoção. Falta de vaga. Impossibilida-de de ficar sob as ordens do cônjuge. 1. A despeito de o art-814 da Lei 5256/66 as-segurar a remoção do servidor da justiça para acompanhar seu cônjuge, tal direitofica condicionado a existência de vaga e, de resto, não poderia se efetivar, pois oservidor ficaria sob as ordens do seu cônjuge, o que é vetado no art-155 da Lei5256/66. Ponderação dos valores constitucionais. 2. Segurança concedida. (fls.7)(Mandado de Segurança nº 70004462149, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tri-bunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 09/08/2002)

26.5 UTILIZAÇÃO DE PESSOAL OU RECURSOS MATERIAIS EM SERVIÇOSOU ATIVIDADES PARTICULARES

EMENTA: Administrativo. Improbidade. Conserto de máquina particular. 1. Consti-tui ato de improbidade administrativa realizar o conserto de máquina particular asexpensas do erário. 2. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70003340270,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julga-do em 21/11/2001)

CAPÍTULO XXVII

DOS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO

27.1 DEVER DE ASSIDUIDADE E PONTUALIDADE – ESTÁGIO PROBATÓRIO –EXONERAÇÃO OU DISPENSA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Estágio probatório. Falta de assiduida-de. Exoneração ou dispensa. Despiciendo processo administrativo. 1. Comprova-das as constantes e sucessivas faltas ao serviço de servidor em estágio probatório,a administração pública pode e deve exonerá-lo justificadamente mediante a sim-ples coleta dos dados colhidos no serviço, na forma estatutária, independentemen-te de processo administrativo. 2. A ausência constante e desautorizada pela autori-dade hierarquicamente superior constitui prova da desídia e do descumprimento dacarga horária, pressuposto suficiente, de per se, para exonerar o servidor públicoque se encontra em estágio probatório (Lei-RS n. 5256, de 2.8.1996, art.704, se-cunda pars, conjugado com o art.177, I, da LC-RS, n. 10089, de 3.2.1994). 3. Assi-duidade, que compreende o comparecimento e a permanência no local do trabalhoaté o esgotamento da carga horária em cada dia útil, e pontualidade são deveresmores do servidor público, em geral, seja efetivo, esteja em estado probatório (LC-RS n. 10089, art.177, I), e, modo especial, do servidor do Judiciário, é um dos re-quisitos apontados pela lei para a aprovação de servidor em estágio probatório(LC-RS n. 10089, art.28, v, e 29, par-1). 4. Segurança denegada, por maioria.(19fls.) (Mandado de Segurança nº 599230232, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Celeste Vicente Rovani, julgado em 27/12/1999)

27.2 DEVER DE CUMPRIR ORDENS SUPERIORES – EXONERAÇÃO –DEVIDO PROCESSO LEGAL – HORAS EXTRAS – PRECLUSÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor público estável. Exoneração. Observância dodevido processo legal. Impossibilidade de exame do mérito do ato. Horas-extras.

162 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Preclusão. 1. Não há falar em cerceamento de defesa, quando o servidor, intima-do da decisão, deixou transcorrer in albis o prazo. 2. Não existindo vício formal, eincontroverso o fato de que o servidor praticou atos de indisciplina ou insubordi-nação graves, o mérito do ato que o exonera não comporta controle judiciário. Opedido de horas-extras restou precluso. 3. Apelação desprovida. (Apelação Cívelnº 70003146768, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Araken de Assis, julgado em 21/11/2001)

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor Público. Mandado de Segu-rança. Demanda que objetiva, em síntese, expurgar alegados vícios na portariade instauração do processo administrativo disciplinar. Ausência de ilegalidade aamparar a pretensão dos impetrantes, pois expressamente referido, no ato, que oprocedimento iria apurar atos de insubordinação ocorridos em data certa.Inexistência, destarte, de acusação genérica e imprecisa a afrontar os princípiosconstitucionais do devido processo legal, ampla defesa e contraditório. Ordemdenegada no primeiro grau de jurisdição. Apelo improvido. (fls. 06). (ApelaçãoCível nº 70001769892, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 21/12/2000)

27.3 DEVER DE OSTENTAR COMPORTAMENTO DIGNO – ANULAÇÃO DEATO ADMINISTRATIVO

EMENTA: Declaratória. Servidor Público. Brigada Militar. Anulação de ato admi-nistrativo de exclusão e conseqüente reintegração aos quadros. Ausência de de-feitos formais no processo administrativo. Observância do devido processo legale ausência de cerceamento de defesa. Vícios de procedimento que independemde outras provas. Militar tem o dever de ostentar comportamento digno às 24 ho-ras do dia. Apreciação do mérito do ato administrativo que refoge ao judiciário.Apelo improvido. (Apelação Cível nº 70003348711, Quarta Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 28/12/2001)

EMENTA: Processual Civil e Administrativo. Servidor Público. Delegado de Polí-cia. Medida cautelar inominada. Suspensão do processo administrativo a que estásubmetido Delegado de Polícia, tendo em vista correlata ação penal.Descabimento. Independência das instâncias penal e administrativa. O argumentode que não se trata de crime funcional cede ante a previsão de que e dever dopolicial manter conduta pública e privada, compatível com a dignidade da funçãopública, e estar prevista, entre as transgressões disciplinares, a prática de ato de-finido como infração penal, que pela natureza e configuração o incompatibilizepara a função policial. Estelionata e princípio da atipicidade no processo adminis-trativo. Interpretação da Lei 7366/80. Provimento pretendido que esgotaria o

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 163

objeto da ação. Caráter satisfativo incabível no âmbito da ação cautelar. Honorá-rios reduzidos. Apelo parcialmente provido. (Apelação Cível nº 599126349, Quar-ta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julga-do em 29/09/1999)

CAPÍTULO XXVII I

DA ACUMULAÇÃO DE CARGOS

28.1 ACUMULAÇÃO DE CARGOS – INATIVOS

28.1.1 INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO ATRAVÉS DE CONCURSO ANTESDE 15/12/98 – POSSIBILIDADE

EMENTA: Servidor Público - Acumulação de cargos. A vedação do art-37, par-10,da CF/88, não se aplica aos inativos que tenham ingressado novamente no servi-ço público por concurso de prova e títulos até 15dez98. Inteligência do art-11 daEC n. 20/98. Situação da impetrante típica da acumulação possibilitada pela regranova. Segurança concedida. (9 fls.) (Mandado de Segurança nº 70003323235,Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: NelsonAntônio Monteiro Pacheco, julgado em 08/03/2002)

28.1.2 INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO ATRAVÉS DE CONCURSO DEPOISDE 15/12/98 – IMPOSSIBILIDADE

EMENTA: Servidor Público - Acumulação de proventos e vencimentos - Vedaçãoexpressa contida no par-10 do art-37 da CF/88, introduzido pela EC n. 20/98 - Au-sência de direito adquirido ao regime previdenciário anterior, justamente por ter anomeação para o cargo público acontecido depois de 16dez98, data da vigênciada aludida Emenda Constitucional - A impetrante não se inclui dentre os destina-tários da regra do art-11 da referida EC n. 20/98 - Segurança denegada. (5 fls.)(Mandado de Segurança nº 70002427359, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em10/08/2001)

166 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

28.1.3 ACUMULAÇÃO DE CARGO NA ATIVA COM UM DE APOSENTADO –IMPOSSIBILIDADE

EMENTA: Administrativo - Servidor Público - Magistério estadual e municipal -Acumulação de proventos e vencimentos - Impossibilidade se os cargos, funçõesou empregos não puderem ser cumulados na atividade - Improcede a pretensãoda autora de acumular dois cargos de professor na ativa com um de aposentada -Aplicação do art. 37, XVI, “a”, da CF/88. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº70002802635, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: JoãoCarlos Branco Cardoso, julgado em 10/10/2001)

28.2 POSSIBILIDADES DE ACÚMULOS

28.2.1 ACUMULAÇÃO DE CARGOS NA ÁREA DA SAÚDE – SITUAÇÃOESPECIAL

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Cumulação de cargos. Situação espe-cial. 1. O art-17, par-2, do ADCT da CF/88 ressalvou, expressamente, acumulação de emprego e de cargo público na área da saúde, o que inclui os en-fermeiros. Precedentes do STJ. 2. Embargos Infringentes acolhidos. Votos venci-dos. (fls.13) (Embargos Infringentes nº 70003923455, Segundo Grupo de Câma-ras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Redator para acórdão: Araken de Assis, jul-gado em 13/09/2002)

28.2.2 ACUMULAÇÃO DE CARGOS DE MÉDICO – EXIGE COMPATIBILIDADEDE HORÁRIOS

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Cumulação de cargos. Falta de com-patibilidade dos honorários. 1. A cumulação de dois cargos de médico exige acompatibilidade dos horários (CF, art-37, XVI, c). 2. Embargos Infringentes acolhi-dos. Votos vencidos. (5 fls.) (Embargos Infringentes nº 70003111028, SegundoGrupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis,julgado em 14/12/2001)

28.3 MAGISTÉRIO

28.3.1 ACÚMULO DE CARGOS – DIREÇÃO DE ESCOLA – INCOMPATIBILIDADEDE JORNADA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Acúmulo de cargos. Função dedireção. Jornada. 1. O professor que, designado para direção de escola, acumu-

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 167

lar dois cargos de magistério (art. 37, XVI,”a”), com a jornada máxima de quarentahoras, não fará jus a convocação prevista no art. 3, da Lei n. 7597/81, que, ex-pressamente, a veta. 2. Apelação do réu provida, prejudicada a da autora.(7fls)(Apelação Cível nº 70001177229, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Araken de Assis, julgado em 16/08/2000)

28.3.2 ACUMULAÇÃO DE DOIS CARGOS DE ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO –IMPOSSIBIILIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Magistério. Nomeação paradois cargos de especialista em educação, impossibilidade de acumulação.Vedação de ordem constitucional, ressalvada apenas a cumulação entre dois car-gos de professor ou um de professor com outro de natureza técnica (CF, art.37,XVI, EC 19/98). Regra de interpretação restrita, excepcionando apenas o profes-sor e não o integrante do magistério. Atribuições de professor distintas daquelasdo especialista em educação (Lei Municipal n.2637/90), embora ambos integrem oquadro do magistério municipal. Compatibilidade de horários que não representaexceção a regra, mas condição a exceção. Ação improcedente. Sentença confir-mada. Recurso desprovido. (5fls.) (Apelação Cível nº 70000441220, Terceira Câ-mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgadoem 16/03/2000)

EMENTA: Servidor Público. Especialista de educação. Nomeação. Detentor decargo idêntico. Acumulação. Vedação constitucional. O ocupante de cargo de es-pecialista de educação, ainda que provido por transferência, não é professor, jáque não exerce atividade docente. Acumulação com outro cargo público idênticoinadmissível por expressa vedação constitucional. Inteligência do art-2, inc-III eIV, da Lei 6672/74, art-3 da Lei 7402, de 30.09.80 e art-37, inc-XVI, da Constitui-ção Federal. Segurança denegada. (Mandado de Segurança nº 594146086, Se-gundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Roberto Ex-pedito da Cunha Madrid, julgado em 09/06/1995)

28.4 ACÚMULO DE CARGO – PROVIMENTO EFETIVO E ELETIVO

EMENTA: Constitucional. Servidor Público. Cumulação de cargos. Cargo de pro-vimento efetivo e cargo eletivo (Conselheiro Tutelar). Possibilidade. 1. O art-37,par-10, da CF/88 autoriza a acumulação de proventos, recebidos em decorrênciada aposentadoria em cargo de provimento efetivo, qual o de recreacionista, e daremuneração de cargo eletivo, qual o de conselheiro tutelar, conforme a forma deprovimento prevista art-10 da Lei n. 130/90, do Município de Novo Hamburgo, nãosendo compatível, então, com a Carta Política vigente o disposto no art-34, par-2,

168 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

deste último diploma, que proíbe a acumulação. 2. Apelação desprovida. (Apela-ção Cível nº 70000796946, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Araken de Assis, julgado em 05/04/2000)

28.5 DESCONTOS DAS QUANTIAS RECEBIDAS – ACUMULAÇÃO INDEVIDADE CARGOS – DIREITO LÍQUIDO E CERTO – AUSÊNCIA

EMENTA: Administrativo e Processual Civil. Mandado de Segurança. Servidor Pú-blico Estadual. Acumulação indevida de cargos. Descontos das quantias percebi-das indevidamente. Ausência de direito líquido e certo. Segurança denegada.Restando configurado que o impetrante exercia indevida acumulação de três car-gos públicos, um de médico, um de técnico-científico e outro comissionado demédico, totalizando impossíveis 100 horas semanais, torna-se de todo pertinenteo desconto das quantias indevidamente percebidas no cargo de últimainvestidura, o que não configura ilegalidade do administrador, mas tão-só regularexercício dos princípios da legalidade e da moralidade públicos, que não carecede qualquer processo administrativo ou procedimento assemelhado, para anular oato administrativo ilegal, e manifestamente ilegal no caso concreto em exame.Inexistência de direito líquido e certo a amparar o pleito. Mandado de Segurançadenegado. (9fls.) (Mandado de Segurança nº 598575702, Segundo Grupo de Câ-maras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, jul-gado em 14/05/1999)

EMENTA: Servidor Público. Acumulação de cargos. Descontos retroativos proce-didos nos vencimentos de servidor. Inadmissibilidade. Não age licitamente oimpetrado quando, reconhecida a acumulação indevida de dois cargos públicospor parte da impetrante, passa a descontar-lhe os vencimentos que lhe foram le-galmente repassados pelos serviços efetivamente prestados. Deveria, portanto, aadministração municipal buscar ressarcir-se de tais importâncias mediante solici-tação a impetrante para que as devolvesse, eis que já devidamente integrantesde seu patrimônio, ou lançando mão de qualquer outro meio legalmente de seupermitido. Especificamente no que refere as parcelas já descontadas de seusvencimentos, em momento anterior ao ajuizamento da presente açãomandamental, incorreta a via processual eleita, para fins de obter, a impetrante, asua devolução. Ao contrário porém, deve ser admitida para obstar a administra-ção proceda a prática de tais atos, cujo provimento judicial obtido terá, então,efeitos futuros, eis que o Mandado de Segurança não é substitutivo da ação decobrança. Apelação parcialmente provida. (Apelação Cível nº 597068998, Tercei-ra Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Moacir Adiers, julgado em09/10/1997)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 169

28.6 IMPOSSIBILIDADE DO ACÚMULO

28.6.1 FUNDAÇÃO – ACUMULAÇÃO DE CARGOS – CONTROLE INDIRETOPELO PODER PÚBLICO

EMENTA: Mandado de Segurança - Servidor Público - Acumulação de cargos -Fundação - Controle indireto pelo poder público - art. 37, XVII, da CF/88 com aredação dada pela EC 19/98 - Não configuração das hipóteses previstas no art.37, XVI da CF/88. Apelo provido. (Apelação e Reexame Necessário nº70003402526, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: JoãoCarlos Branco Cardoso, julgado em 27/02/2002)

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. Acumulação de cargos naFundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social. Vedação, como regra geral. Mesmosob a égide da Carta de 67, com a Emenda de 69, se consideraram alcançadaspela proibição de acumulação as fundações com personalidade de direito público.Dúvidas quanto a desempenhar o impetrante um cargo técnico ou cientifico. A sónomenclatura não determina a natureza do cargo, exigindo-se escolaridade e co-nhecimento específico da área técnica. Ausência de direito pré-constituído e ne-cessidade de produção de provas para se aferir a exata natureza do cargo con-testado. Segurança denegada. Apelo provido. (Apelação Cível nº 70001178094,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina,julgado em 30/08/2000)

CAPÍTULO XXIX

DAS RESPONSABILIDADES

29.1 RESPONSABILIDADE CIVIL

29.1.1 ACIDENTE DE TRÂNSITO – DANO A TERCEIRO – DIREITO DEREGRESSO

EMENTA: Acidente de trânsito. Indenização pelo Estado do Rio Grande do Sul. Di-reito de regresso contra o servidor público. Comprovado nos autos que foi o servi-dor público o culpado pelo acidente, fica o Estado obrigado a indenizar a parte le-sada, sendo-lhe, no entanto, assegurado o direito de regresso contra o servidorresponsável pelo evento, conforme regra do art. 37, par-6, da Constituição Federal.Litigância de má-fé. Não se enquadrando o caso em nenhuma das hipóteseselencadas no art. 17 do CPC, incabível a aplicação da pena de litigância de má-fé.Primeira Apelação provida, em parte e segunda Apelação desprovida. (ApelaçãoCível nº 196034680, Segunda Câmara de Férias Cível, Tribunal de Alçada do RS,Relator: Vicente Barrôco de Vasconcellos, julgado em 10/07/1996)

EMENTA: Responsabilidade Civil. Morte de policial militar em serviço, por disparoprovocado por colega. Responsabilidade subjetiva do ente estatal, por atoomissivo. Direito de regresso contra o servidor que provocou o dano. Cabalmentedemonstrada a negligência da administração e a imperícia de seu agente, corretaa sentença que condenou o ente estatal ao pagamento de indenização por danosmateriais e morais a mãe da vítima, além de reconhecer o direito de regressocontra o servidor público causador do fato lesivo. Verba indenizatória e honoráriaadequadamente fixadas pela sentença. Afastada a preliminar, apelos desprovidose confirmada a sentença em Reexame Necessário. (18 fls.) (Apelação Cível nº70000001842, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: João Armando Bezerra Campos, julgado em 26/09/2000)

172 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: Ressarcimento de danos. Responsabilidade civil do Estado. Quanto aoAgravo Retido: não é obrigatória a denunciação da lide ao servidor público. Ofundamento da ação de indenização e diverso do da ação regressiva, podendoocorrer que mesmo tendo havido pagamento da indenização, não vingue a açãode regresso por não ter o funcionário obrado com dolo ou culpa. Quanto ao méri-to: ao Estado é imposta a obrigação de indenizar o dano causado a terceiros porseus agentes, independente da prova da culpa (CF, art. 37, par. 6); exsurge tão-só do nexo causal entre o dano e o fato lesivo e decorre o risco que a atividadepública gera para os administrados em geral. Provimento negado. (ApelaçãoCível nº 599015435, Primeira Câmara de Férias Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Genaro José Baroni Borges, julgado em 08/06/1999)

29.1.2 FURTO DE VEÍCULO – DANO À FAZENDA ESTADUAL – CULPA NÃOCOMPROVADA

EMENTA: Responsabilidade civil. Furto de veículo. Culpa não comprovada. A res-ponsabilidade civil de servidor público por furto de veículo oficial que detinha, por umdia, para empreender viagem a serviço no outro dia, autorizado verbalmente, depen-de de prova de culpa na guarda insuficiente do bem. Conduta regular do servidor,que fez o que lhe estava ao alcance, para proteção do veículo. Apelação improvida.(Apelação Cível nº 594038341, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Tupinambá Miguel Castro do Nascimento, julgado em 08/02/1995)

EMENTA: Responsabilidade civil de servidor público. Extravio de equipamento derádio no exercício de função de sargento do dia do policial militar demandado.Mantida a sentença de improcedência da ação. Ausência de prova inequívoca daculpa do servidor público pelo extravio do equipamento, tendo em vista que sepassaram mais de seis serviços para que fosse observada a falta do rádio, doque exsurge a possibilidade do aparelho ter sumido no turno de qualquer outro.Corroborando, o contexto probatório demonstrou a existência de falha administra-tiva do Estado na organização do serviço e guarda desse material, não se poden-do responsabilizar o servidor, sem orientação superior adequada, de como de-veria portar-se, tanto mais que o réu realizava o serviço pela primeira vez. Ape-lo improvido. (Apelação e Reexame Necessário nº 70000916304, Quinta Câma-ra Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Pilla da Silva, julgado em17/08/2000)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Responsabilidade civil por danopatrimonial causado a administração. Desconto em folha de pagamento. Admite-se o desconto em folha como forma de ressarcir os danos causados a

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 173

administração,desde que com a aquiescência do servidor. Não se tratando de fal-ta funcional, sem a concordância do servidor, o desconto é arbitrário e ilegal. Pre-liminar rejeitada. Apelação e Recurso Adesivo desprovidos. (Reexame Necessárionº 598392504, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Perciano de Castilhos Bertoluci, julgado em 11/02/1999)

29.1.3 DIFERENÇA ENTRE RESPONSABILIDADE CIVIL DO SERVIDOR E DOESTADO

EMENTA: Responsabilidade civil. Servidora pública municipal. Ofensasalegadamente irrogadas no exercício de suas funções. Legitimidade passiva. Pa-recer exarado por funcionária pública municipal, no exercício da função de assis-tente social, fazendo afirmações tidas por ofensivas ao autor. Em relação a atosilícitos atribuídos a agente público, a legitimidade passiva pertence,precipuamente, a pessoa jurídica de direito público a que está ele vinculado, porforça da norma do art-37, par-6, da CF, que estabelece a responsabilidadeobjetiva do Estado todavia, a legitimidade passiva também deve ser reconhecidapessoalmente ao agente a quem se atribui o ato ilícito, que apresenta uma res-ponsabilidade solidária perante o prejudicado por força do disposto no artigo 1518do Código Civil. A propositura da ação indenizatória pelo ato ilícito contra qual-quer um deles ou contra os dois conjuntamente e opção do lesado, em face do re-gime de solidariedade passiva entre eles reinante, que foi instituído em benefíciodo prejudicado. A diferença está apenas nos regimes diversos de responsabilida-de civil, pois a responsabilidade do Estado é objetiva (artigo 37, par-6, da CF),enquanto a responsabilidade do servidor público é subjetiva (art-159 do CC), exi-gindo a comprovação de dolo ou culpa deste pelo prejudicado. Doutrina e jurispru-dência acerca do tema. Legitimidade passiva da servidora pública reconhecida.Sentença de extinção do processo por carência de ação desconstituída. Apelaçãoprovida. (Apelação Cível nº 70002391019, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 25/04/2001)

29.2 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA – PENA – AMPLA DEFESA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Responsabilidade administrativa.Pena. Observância da ampla defesa. 1. A sanção administrativa, aplicada ao ser-vidor público, há de ser precedida das garantias do art-5, LV, da CF/88. Caso emque se observou o conteúdo mínimo dessa garantia. 2. Apelação desprovida.(Apelação Cível nº 598443406, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Araken de Assis, julgado em 10/02/1999)

174 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

29.3 INDEPENDÊNCIA ENTRE ESFERAS – RESPONSABILIDADEADMINISTRATIVA – RESPONSABILIDADE PENAL – NÃO--CONDICIONAMENTO

EMENTA: Administrativo. Demissão de servidor público municipal. Procedimentoadministrativo. Considerando-se que a responsabilidade administrativa é indepen-dente da penal, o fato de estar tramitando processo-crime não exigia que seaguardasse a solução nele dada para tomar a providência administrativa. A refe-rência feita na legislação municipal a delito contra a administração pública, nostermos da lei penal, não condiciona a demissão a prévia sentença condenatória,satisfazendo-se, assim, com a conclusão do procedimento administrativo. Proce-dimento que assegurou a ampla defesa e o contraditório. Inexistência de qualquerilegalidade e de violação a direito líquido e certo do impetrante. Sentençadenegatória confirmada. Apelação não provida. (Apelação Cível nº 596111898,Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tael João Selistre, jul-gado em 29/08/1996)

EMENTA: Servidor Público. Absolvição criminal, por insuficiência de provas, nãoimpede a aplicação de sanção administrativa. Segurança denegada. (Mandado deSegurança nº 596003962, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator:José Maria Rosa Tesheiner, julgado em 27/05/1996)

EMENTA: Administrativo. Demissão de servidor público. Prescrição. Regularidadeformal do procedimento. 1. Mostrando-se regular o procedimento, que culminoucom a aplicação da pena de demissão, em decorrência de fato grave e suscetíveldesta sanção, não há como desfazer seu desfecho. Entre a jurisdição penal e aadministrativa há independência. O prazo da prescrição ilícito administrativo fluiráda data que a autoridade competente para aplicar a pena tomar conhecimento dofato. 2. Mandado de Segurança denegado. Votos vencidos. (Mandado de Segu-rança nº 70004378451, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Araken de Assis, julgado em 04/11/2002)

CAPÍTULO XXX

DAS PENALIDADES

30.1 DEMISSÃO POR INASSIDUIDADE OU IMPONTUALIDADE –ADVERTÊNCIA

EMENTA: Reexame Necessário. Servidor Público. Demissão por inassiduidade ouimpontualidade. Ausência de prévia advertência ou suspensão. Art. 153 do Esta-tuto dos Servidores Públicos Municipais. Não observância. Não tendo sido obser-vado o comando do art. 153 do Estatuto dos Servidores Públicos Municipais deSanta Rosa no procedimento de exoneração por inassiduidade ouimpontualidade, é de ser reintegrado o autor no cargo do qual foi sumariamentedemitido sem prévia advertência ou suspensão com pagamento da remuneraçãomensal a partir da demissão. Sentença mantida em Reexame Necessário.(Reexame Necessário nº 70005714662, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Antônio Corrêa Palmeiro da Fontoura, julgado em 30/10/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Pena disciplinar. Frecurso.Inadmissibilidade. A aplicação da pena de advertência ao servidor da justiça e decompetência do Juiz de Direito (art. 756, I, c/c art. 762, III, da Lei 5256/66), ca-bendo recurso para o Juiz-Corregedor art. 762, par-3). O egrégio Conselho deMagistratura só conhecerá, em grau de recurso, nos termos do art. 762, par-4, daLei 5256/66 das decisões originárias do Corregedor-Geral ou dos Juizes-Corregedores, que são competentes para aplicar as penas previstas nos incisos IIa V do art. 756, conforme prevê o art. 762,II,e, portanto, da decisão proferida emgrau de recurso pelo Juiz Corregedor não cabe recurso administrativo para oConselho da Magistratura. Mandado de Segurança denegado. (6 fls) (Mandado deSegurança nº 70000449819, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Jus-tiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 10/03/2000)

176 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: Apelação Cível. Administrativo. Servidor Público. Município de SantoCristo. Cedência ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Lacuna naefetividade. Processo disciplinar. Pena de advertência. Ação ordinária. Improce-dência na origem. Previsão legal da punição aplicada (artigo 145, da Lei n.º1.375-1990). Princípio da legalidade. Ausência de arbítrio ou ilegalidade no atoadministrativo hostilizado. Não provimento. Sentença que se mantém. Apelaçãonão provida. (Apelação Cível nº 70002793537, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 12/09/2001)

30.2 SUSPENSÃO

30.2.1 PENALIDADE – DEVIDO PROCESSO LEGAL – NULIDADE –CONVERSÃO EM MULTA

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Administrativo. Servidor Públi-co. Penalidade. Devido processo legal. Nulidade. Penalidade aplicada (40 dias desuspensão, convertidos em multa tendo como base 50% da remuneração do ser-vidor) sem o devido processo legal, porquanto não oportunizada a ampla defesa eo contraditório em todos os atos do procedimento administrativo, afrontando a ori-entação do art. 5º, inciso LV, da CF/88. Ouvida da principal testemunha do proce-dimento administrativo sem a prévia ciência do servidor. Nulidade da pena impos-ta. Sentença mantida em Reexame Necessário. Apelação desprovida. (Apelaçãoe Reexame Necessário nº 70007090830, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Jus-tiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 13/11/2003)

EMENTA: Servidor público estadual. Servidor policial. Procedimento administrati-vo. Aplicação de pena de suspensão pelo Governador do Estado, com possibilida-de de conversão em multa, a critério de conveniência do serviço, a juízo do Se-cretário da Justiça e da Segurança. Conversão não determinada, tendo em vista agravidade da infração. Alegação de prescrição: inocorrência. Nulidade por ausên-cia de fundamentação. 1. A prescrição, existindo expressa previsão estatutária deque ela se regula por aquela prevista nas leis penais quando a infração adminis-trativa também configure ilícito penal, como se dá na espécie (= peculato, art.312, CPN), inocorreu no caso. 2. O fato de a autoridade administrativa competen-te ter, ao fixar a pena ao servidor, facultado ao Secretário de Estado, do qual ésubordinado, a conversão da pena de suspensão em multa, não lhe confere direi-to a essa conversão, ficando ela submetida a critério de conveniência e oportuni-dade, com atenção a gravidade da infração cometida. Com o aludir, como causade não realizar a conversão facultada, a gravidade das transgressões cometidas,inseriu a autoridade suficiente motivação ao ato administrativo. 3. Segurançadenegada. (Mandado de Segurança nº 597059831, segundo grupo de CâmarasCíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Moacir Adiers, julgado em 12/09/1997)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 177

30.2.2 PENA DE SUSPENSÃO – LEGALIDADE – SUSPENSÃO DAREMUNERAÇÃO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Pena de suspensão. Perda da remu-neração. Legalidade. 1. As limitações do art. 475, §§ 1.° e 2.° não se aplicam àsremessas oficiais previstas em leis extravagantes, a exemplo do Mandado de Se-gurança. Reexame conhecido. 2. A pena de suspensão implica a perda do direitoà remuneração, o que se respalda no art. 114, I e II, da Lei 2.247/01, do Municí-pio de Campo Bom, que prevê tal perda durante o período de afastamento, garan-tindo sua percepção, entretanto, caso não seja punido após o término do proces-so administrativo. 3. Apelação provida. (Apelação e Reexame Necessário nº70006615140, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arakende Assis, julgado em 13/08/2003)

EMENTA: Administrativo. Município de Coronel Bicaco. Servidor Público. Penali-dade de suspensão. Consideradas nulas as Portarias de suspensão face a ausên-cia de procedimento administrativo. Pretensão a devolução dos descontos dosvencimentos dos dias impostos na suspensão. Demonstrativo que contém o paga-mento integral dos vencimentos. Configurada a inversão dos ônus aosdemandantes, em derrubar a prova documental trazida pelo Município. Ausente aprova de fato constitutivo dos autores, e presente a do demandado. Apelo despro-vido. Sentença mantida, em Reexame Necessário.(05 fls). (Apelação Cível nº70000545780, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: VascoDella Giustina, julgado em 24/05/2000)

30.3 DEMISSÃO

30.3.1 ESTÁGIO PROBATÓRIO – INAPTIDÃO PARA O CARGO

EMENTA: Apelação. Reexame Necessário. Servidor Público. Estágio probatório.Demissão. Necessidade de asseguração de defesa, não bastando, apenas, aanálise da inaptidão para o cargo. Ausência da conditio fundamental. Impossibili-dade de remuneração pretérita, dada a inexistência de efetiva contraprestação,pena de enriquecimento ilícito. Precedentes jurisprudenciais. Apelo e RecursoAdesivo improvidos, e sentença confirmada em reexame. (Apelação Cível nº598343721, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: VascoDella Giustina, julgado em 30/12/1998)

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público. Estágio probatório. Demissão. Prece-dentes jurisprudenciais. Pressupostos de asseguração de defesa e demonstraçãode inaptidão para o cargo. Prescindibilidade de inquérito administrativo. Requisitosobservados “quantum satis” no presente caso. Discricionariedade da administração

178 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

na análise da inaptidão para o cargo. O “Mandamus” não se presta a análise daprova. Ausência de direito líquido e certo. Apelo improvido. (Apelação Cível nº597234780, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: VascoDella Giustina, julgado em 04/03/1998)

EMENTA: Servidor Público. Estágio probatório. Demissão por infração cometidaque é referida no respectivo ato. Diferença entre a demissão por falta grave eexoneração por inaptidão para as funções. Necessidade de adoção de processoadministrativo com a oportunidade do exercício da mais ampla defesa. Reintegra-ção do servidor sem o recebimento dos vencimentos e vantagens atrasados. A re-muneração pressupõe o efetivo exercício das atividades laborais. Inércia da partena busca de seus direitos não pode impor a administração a obrigação de indeni-zar longo período sem contraprestação. Apelo provido em parte. (Apelação Cívelnº 70000350264, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: JoãoCarlos Branco Cardoso, julgado em 29/03/2000)

30.3.2 INDISCIPLINA OU INSUBORDINAÇÃO GRAVE OU REITERADA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Demissão. Observância do devidoprocesso legal. Impossibilidade de exame do mérito do ato. 1. Não existindo vícioformal, e incontroverso o fato de que o servidor praticou atos de indisciplina ouinsubordinação graves ou reiterados, o mérito do ato que o demite não comportacontrole judiciário. 2. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70004289971,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julga-do em 12/06/2002)

30.3.3 ABANDONO DE CARGO – PROCESSO ADMINISTRATIVO – DISCIPLINAR

EMENTA: Administrativo. Constitucional. Servidor Público. Abandono de cargo.Demissão precedida de processo administrativo-disciplinar sem vícios.Inexistência de prova cabal em contrário. Pedido de reintegração. Sentença deimprocedência. Circunstâncias pessoais que levaram a autora a afastar-se doexercício das atividades perante o Estado por período superior ao previsto em leipara manutenção do vínculo laboral, caracterizando-se o abandono. Princípio dasupremacia do interesse público sobre o particular. Improvimento da Apelação.(Apelação Cível nº 70003332509, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 21/03/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Demissão do serviço público.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 179

Processo administrativo disciplinar. Princípio da ampla defesa observado. Obediên-cia ao rito procedimental consagrado na Lei Municipal n.º 1.557/94. Apurada a faltacometida pela servidora, em processo administrativo regular, instaurado para apu-rar o abandono de cargo, em que assegurado o contraditório e a defesa ampla,inadmissível e a sua anulação. Adicional de insalubridade definido pela Lei nº1.574/95. Não se enquadrando a atividade desenvolvida nos requisitos da leiregulamentadora, o pedido improcede. Observância do princípio da legalidade.Apelo da autora desprovido, provido o do réu, prejudicado o Reexame Necessário.(Apelação e Reexame Necessário nº 70002762086, Terceira Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 23/08/2001)

EMENTA: Servidor público estadual - Abandono do cargo - Crime permanente -Demissão - Cabimento. O crime de abandono de cargo público é delito permanen-te, só cessando com a reassunção do cargo, de modo que no período de ausên-cia não corre a prescrição.demissão cabível em face da caracterização do crime.(Resumo). (Apelação Cível nº 591049895, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Balduíno Mânica, julgado em 30/10/1991)

30.3.4 SERVIDORA ESTÁVEL – AUSÊNCIAS EXCESSIVAS AO SERVIÇO

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor Público. Ação que objetiva anu-lar processo administrativo que importou na demissão de servidora estável, bemcomo condenar o Município de Caxias do Sul ao pagamento dos vencimentos que ademandante deixou de perceber. Afastamento baseado em violação ao dever deassiduidade da servidora, que possuía mais de 60 faltas no período de um ano.Previsão legal contida no Estatuto dos Servidores Públicos locais. Processo admi-nistrativo que obedeceu aos tramites legais e respeitou os princípios da ampla de-fesa e do contraditório. Interpretação dos artigos 302 a 304 da Lei ComplementarMunicipal nº 3.763/91. Possibilidade de aplicação direta da pena de demissão emface da gravidade da conduta. Pedido julgado improcedente. Recurso de Apelaçãoimprovido. (Apelação Cível nº 70002292977, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 13/09/2001)

EMENTA: Apelação Cível. Servidor Público. Estágio probatório. Faltas funcionais.Demissão. Asseguração de ampla defesa. Critério de conveniência e oportunida-de da autoridade administrativa na aplicação da pena. Controle jurisdicional cingi-do a análise da legalidade dos atos administrativos. Apelo improvido. (ApelaçãoCível nº 597223510, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Vasco Della Giustina, julgado em 10/12/1997)

180 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

30.3.5 ESTELIONATO – CONDENAÇÃO CRIMINAL

EMENTA: Mandado de Segurança. Direito Administrativo. Aplicação da pena de de-missão a servidor público que sofreu condenação criminal pelo delito deestelionato. Infração penal que, por sua natureza e configuração, incompatibilize-opara o exercício da função policial, na forma do art. 81, inc. XXXVIII, da Lei n.7.366/80. Prescrição. Quando o ilícito administrativo também constitui crime, o pra-zo prescricional da ação disciplinar é aquele previsto na lei penal, porém sua conta-gem inicia-se a partir da data em que o superior hierárquico toma conhecimento doato. Autoridade coatora. O fato de Mandado de Segurança indicar a pessoa doatual Governador do Estado como autoridade coatora e não o seu antecessor, queocupava o cargo de chefe do Executivo na época dos fatos, não impede oprocessamento do “Writ”. Ampla defesa e contraditório. O ato administrativo de de-missão do impetrante foi praticado rigorosamente de acordo com os princípiosconstitucionais, sendo-lhe facultadas a mais ampla defesa e o contraditório, afas-tando qualquer motivo que determine sua anulação. Sindicância. A reclamadasindicância era inexigível na espécie, porque a norma legal do art. 97 da Lei n.7.366/80 indica a alternância entre a realização de sindicância, inquérito ou proces-so administrativo-disciplinar para apuração das transgressões disciplinares. Prazodo processo administrativo disciplinar. O prazo para conclusão do PAD - processoadministrativo disciplinar disposto na Lei 7.366/80 tem por finalidade assegurar oresultado útil da investigação, na tentativa de garantir a punição dos atosindisciplinares e coibir o descaso na sua apuração, portanto, seu objetivo refoge,em tese, ao interesse do impetrante, sim da administração, na procura da soluçãoadequada e no tempo que a investigação recomendar. Ausência de descrição defalta disciplinar. A resolução, de forma discriminada, pelos denominados“considerandos” revelou-se, com inegável precisão, expondo a narrativa sintéticados fatos, os motivos da instauração do processo, data e local da infração, oindiciamento e condenação do autor em processo criminal, bem como a incidênciada respectiva sanção, art. 171, do CPC, além de discorrer sobre aspectos da con-duta funcional do servidor público e sua correlação com a infração por ele cometi-da. Ilegalidade em proveito da pessoalidade e desvio de finalidade. Impossibilidadede se atacar, pela via do Mandado de Segurança, ato disciplinar, salvo quando pra-ticado por autoridade incompetente ou com inobservância de formalidade essencial(art. 5, III, da Lei n. 1.533/51), o que não ocorreu no caso em apreço. Não se podediscutir os motivos da decisão impugnada, porquanto o ato disciplinar e, por sua ín-dole, discricionário, pouco importa, outrossim, que a conduta ilícita do impetrantetenha sido praticada fora da função pública ou que na época do fato delituoso esta-va cedido a Assembléia Legislativa do Estado, quando não havia a formalizaçãodesse ato, visto que, tão grave foi a infração, que inevitavelmente teve repercussãojunto ao serviço público e a organização policial. Nexo de causalidade. Pena de de-missão. A conduta do impetrante não se refere a crime funcional, e sim a delito de

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 181

estelionato (art. 171 do CP) que implica desabono ao servidor de tal maneira que oinabilita para o exercício da função de policial, sopesando a reincidência no cometi-mento de infrações administrativas e penais e a, nada elogiável, ficha funcional doimpetrante, infração penal que, “por sua natureza e configuração, o incompatibilizepara o exercício da função policial”, na forma do art. 81, inciso XXXVIII, da Lei7.366/80. Boa-fé não configurada. Preliminares rejeitadas e denegada a Seguran-ça. (Mandado de Segurança nº 70006068977, tribunal pleno, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Paulo Augusto Monte Lopes, julgado em 16/06/2003)

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Servidor público municipal. Demissãobaseada em prática de crime, já apurado na esfera penal. Há a necessidade deprevisão da conduta ilícita em lei municipal, para caracterizar fato passível da pe-nalidade extremada de demissão, sob pena de violação do princípio da legalidadea que está adstrita toda a administração pública, salvo se a condenação penal ti-ver como um de seus efeitos a perda do cargo público (artigo 92 do CP), o quenão se deu no caso específico. Concessão da ordem em primeiro grau. Apelaçãodo impetrado desprovida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (6fl)(Apelação Cível nº 599393543, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Perciano de Castilhos Bertoluci, julgado em 09/12/1999)

30.3.6 ASSEGURADO DIREITO DE AMPLA DEFESA – DANO AO ERÁRIO

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Inquérito administrativo,pena de demissão. Cerceamento de defesa inocorrente, garantia assegurada. Ob-servância das formalidades de lei. Fato comprovado, admitido pelo servidor, cau-sando dano ao erário público. Justificativas inacolhíveis. Vantagens reclamadasindemonstradas. Ação improcedente. Sentença confirmada. Apelo improvido.(Apelação Cível nº 598307247, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 01/10/1998)

30.3.7 PEÇA INCOATIVA COMPATÍVEL – NECESSIDADE DEFUNDAMENTAÇÃO

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor Público. Processo administra-tivo. A peça incoativa de procedimento administrativo visando a demissão de ser-vidor público estável deve obedecer a simetria estabelecida no Código de Proces-so Penal para a denúncia criminal, não bastando o apontar o dispositivo legal emque houve a infração. Há de constar a especificação da conduta do indiciado, es-pecialmente quando contra ele são imputadas lesão aos cofres públicos edilapidação do patrimônio municipal. A ausência de elementos fáticos na portaria

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instauradora do procedimento acarreta sua invalidade material, matéria que deveser conhecida “ex officio” ante o princípio constitucional da ampla defesa, cujoprejuízo, na espécie, é presumido. A pena aplicada em sede administrativa, talcomo na esfera penal, deve atender ao princípio da proporcionalidade. A não-inci-dência deste postulado conduz a possibilidade de revisão judicial do mérito admi-nistrativo ao efeito de recomposição das partes em o nível de igualdade. Sentençade procedência do pedido, determinando a reintegração do servidor público.Desprovimento do recurso de Apelação. Sentença reafirmada em Reexame Neces-sário. (Apelação e Reexame Necessário nº 70002652618, Terceira Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em 02/08/2001)

EMENTA: Administrativo. São Pedro do Sul. Servidor Público. Processo adminis-trativo. Preliminar de coisa julgada desacolhida. Comissões processantes quechegam ao juízo de negativa de autoria e materialidade dos fatos ilícitos imputa-dos ao autor. Fato presenciado pelo chefe do Executivo, e a pedido deste é ins-taurado o procedimento. Irregularidades na portaria, falta de descrição do fatopraticado pelo servidor, servindo para adequada dosagem da pena. Princípio daatipicidade. Lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Apelo desprovido, sentençaconfirmada, em reexame. (Apelação Cível nº 598465987, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 08/09/1999)

30.3.8 PROCESSO ADMINISTRATIVO – DEMISSÃO – NECESSIDADE DEPREVISÃO LEGAL

EMENTA: Agravo de Instrumento. Servidor público municipal. Demissão após pro-cesso administrativo. Antecipação de tutela. Ilegalidade da decisão final de pro-cesso administrativo, que, desbordando da portaria inaugural, aplica a pena dedemissão a servidor municipal não capitulada para as infrações a ele imputadaspelo Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Santa Rosa. Além daverossimilhança de suas alegações, ocorrência de danos de difícil reparação parao agravante que enfrenta manifesta dificuldades financeiras com a decretaçãosuperveniente de sua prisão civil como devedor de alimentos. Decisão reformada.Recurso provido. (Agravo de Instrumento nº 70005302054, Terceira CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, jul-gado em 12/12/2002)

EMENTA: Administrativo. Processual civil. Município de Carlos Barbosa. ServidorPúblico. Demissão. Ação ordinária. Antecipação de tutela na origem. Reintegra-ção ao cargo. Agravo de Instrumento. Efeito suspensivo indeferido. Agravo nãoprovido (AI 599412996). Sentença de mérito pela procedência da demanda. Viola-ção do princípio da razoabilidade entre o ato infracional praticado e a penalidade

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aplicada, previsto na lei local (art. 137 da Lei n.º 682-90 - Regime Jurídico Únicodos Servidores do Município), ao qual se vincula o administrador. Sentença quese confirma. Sentença confirmada em Reexame Necessário, por maioria.(Reexame Necessário nº 70001586064, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 27/12/2000)

30.4 PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – CASSAÇÃO DEAPOSENTADORIA

EMENTA: Administrativo. Apelação Cível. Ação ordinária. Servidor público esta-dual. Processo administrativo disciplinar. Regularidade de processo administrati-vo disciplinar. Pena de cassação de aposentadoria. 1. Foi assegurado à servidorao contraditório e a ampla defesa, conforme determina o art. 5º, inciso LV, daConstituição Federal, não havendo nulidade no PAD ou na decisão que impôs apunição à servidora. 2. Não estando o servidor em atividade, por ter se aposenta-do, cabível a imposição da pena de cassação da sua aposentadoria, face a gravi-dade dos fatos, não tendo sido violados os princípios da proporcionalidade ou darazoabilidade. 3. A absolvição na esfera criminal, por insuficiência de elementosprobatórios (art. 386, inciso VI, do CPC) não inviabiliza a instauração de processoadministrativo disciplinar e, tampouco a punição da servidora, vigente noordenamento jurídico o princípio da autonomia e independência entre as instânci-as penal, administrativa e civil. 4. Apelação improvida. (Apelação Cível nº70006827547, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: AngelaMaria Silveira, julgado em 01/10/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Processo administrativo disciplinar.Demissão. Legalidade. 1. Convalidadas as irregularidades no processo adminis-trativo disciplinar, observada a correlação entre o ilícito imputado e a pena aplica-da, bem como a possibilidade de se cassar a aposentadoria do servidor públicopara aplicar-lhe a pena de demissão, não há ilegalidade ou abuso de poder passí-veis de correção via Mandado de Segurança. 2. Mandado de Segurançadenegado. (12 fls.) (Mandado de Segurança nº 70003540655, Tribunal Pleno, Tri-bunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 18/03/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Vitaliciedade. Cassação da aposenta-doria. Possibilidade. 1. No regime estatutário, o servidor público só adquire direi-tos, respeitadas as disposições da Constituição, consoante os requisitos expres-samente estabelecidos na lei de regência, em que cada pessoa jurídica de direitopúblico disporá, de forma autônoma e estanque, os direitos e deveres de seusservidores. De um lado, lícito se afigura a pena de demissão imposta ao servidor,se a norma local não descreve, como elemento de incidência, a condenação penal,

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e, de resto, nenhum relevo há na absolvição no processo-crime; de outro, é possí-vel prever a cassação da aposentadoria, em razão da autoria de ilícito passível dapena de demissão, sendo impossível, no caso, distinguir entre a relação estatutáriae a previdenciária, pois esta última não existe. Acolhimento da pretensão para de-clarar a prática de falta grave e cassar a aposentadoria de servidor da justiça vitalí-cio. 2. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70000924886, Quarta CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 02/08/2000)

30.5 DA PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DISCIPLINAR

30.5.1 SUSPENSÃO – PRESCRIÇÃO – O PRAZO COMEÇA A CONTAR DA DATADA CIÊNCIA DO FATO

EMENTA: Servidor público municipal. Infração disciplinar. Pena de suspensão.Prescrição ação disciplinar. Termo inicial. Dano moral. Servidor municipal de Por-to Alegre punido quatro anos depois por ter participado de audiência judicial,como advogado, durante o horário de expediente. Comprovação de que o afasta-mento se deu com a ciência e o consentimento da superiora hierárquica na épocado fato. Como a ação disciplinar relativa à pena de suspensão prescreve em doisanos e como o termo inicial é a data da ciência do fato pelo superior hierárquico,consumação da prescrição da ação disciplinar no caso concreto. Interpretação doart. 213 da Lei Complementar 133/85. Desacolhimento do pedido de indenizaçãopor danos morais, em face da confirmação da ocorrência da irregularidade funcio-nal. Apelação parcialmente provida. Sentença reformada. (Apelação Cível nº70005211610, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulode Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 20/03/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Prescrição da ação disciplinar. Conta-se o prazo de prescrição da data em que o superior hierárquico, competente paradeterminar o procedimento administrativo para apuração da falta e a conseqüenteaplicação da pena, toma conhecimento do fato imputado ao servidor. Mandado deSegurança denegado por maioria. (Mandado de Segurança nº 598144756, Tribu-nal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Redator para acórdão: Sérgio Pilla da Silva,julgado em 03/05/1999)

30.5.2 PRESCRIÇÃO – PROVOCAÇÃO DA PARTE – NÃO PODE SERDECRETADA ‘EX OFFICIO’

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor Público. Policial Civil que res-ponde a processo administrativo e recebe decisão final com a cassação de seusproventos de aposentadoria. Invocação de infringência a disposições da lei que

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regula o processo administrativo disciplinar e da própria Constituição Federal.Prescrição decretada “ex officio” na sentença, adentrando o Magistrado no examedas questões de fundo propriamente ditas. A prescrição somente e passível deexame quando houver a provocação da parte, especialmente como no caso con-creto onde presente evidente cunho de natureza patrimonial. Processo adminis-trativo disciplinar que cumpriu a risca os mandamentos legais e constitucionais,exaurindo a persecução da conduta ilícita administrativa e concluindo pela imposi-ção da pena respectiva. Inexistência de ilegalidade. Ação julgada improcedente.Recurso de Apelação não provido. (Apelação Cível nº 70001918184, Terceira Câ-mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julgado em15/03/2001)

30.5.3 FATO ILÍCITO – QUALIFICAÇÃO CRIMINAL – PRESCRIÇÃO – LEI PENAL

EMENTA: MS. Servidor Público. Agente penitenciário. Demissão. Fato ilícitoqualificável em tese como crime. Prescrição que se regula pela lei penal. Art.197,par-2 da Lei Estadual de n-10098, de 1994. Mandado de Segurança denegado.(Mandado de Segurança nº 597108323, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Antônio Janyr Dall’agnol Júnior, julgado em 30/11/1998)

EMENTA: Servidor Público. Penalidade administrativa de demissão. Prescriçãoda pretensão punitiva. Defeitos no procedimento administrativo disciplinar. Limitesda intervenção do Poder Judiciário. 1. A preliminar de prescrição da pretensãopunitiva do Estado merece ser rejeitada, uma vez que se regula pela penaabstratamente fixada para o delito que está relacionado à infração administrativa.Clareza da legislação estadual acerca do tema. Desclassificação pretendida peloapelante para hipótese delitiva menos gravosa impossível de ser procedida na viaadministrativa. 2. O processo administrativo disciplinar respeitou os princípios docontraditório e da ampla defesa, bem assim as fórmulas exigidas pela legislaçãode regência. Independência entre as esferas administrativa e penal a ser obser-vada na espécie, consoante a lição de Hely Lopes Meirelles. Incidência da Lei-RSnº 7.366/80. Condenação aplicada na esfera criminal que não pode ser alteradano âmbito administrativo. Limites da intervenção judicial na esfera administrativaexaminados. Apelo improvido. (Apelação Cível nº 70006351852, Terceira CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, jul-gado em 04/12/2003)

CAPÍTULO XXXI

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

31.1 NULIDADES

31.1.1 COMISSÃO PROCESSANTE

31.1.1.1 COMISSÃO INTEGRADA POR TRÊS SERVIDORES ESTÁVEIS –IMPARCIALIDADE

EMENTA: Administrativo - Servidor Público - Abandono de emprego - Processoadministrativo disciplinar - Comissão integrada por três servidores estáveis - Ex-pressa previsão legal a respeito - Inexistência de prova de haver a comissão agi-do politicamente em favor do Município - Rigorosa observância do contraditório eda ampla defesa - Penalidade aplicada que se mostra proporcional à imputação,encontrando respaldo no art. 134, II, da Lei Municipal nº 1.534/96 - Ato de demis-são devidamente fundamentado. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº70006995914, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: JoãoCarlos Branco Cardoso, julgado em 04/02/2004)

31.1.1.2 EXONERAÇÃO – NULIDADE INEXISTENTE – IGUALDADE NACOMPOSIÇÃO DAS COMISSÕES PROCESSANTE E SINDICANTE

EMENTA: Apelação Cível. Ação ordinária. Servidor público municipal. Exonera-ção. Procedimento administrativo disciplinar. Nulidade inexistente. 1. Inocorreunulidade do procedimento administrativo disciplinar, eis que observados os princí-pios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, conforme determina o art.5º, inciso LV, da Constituição Federal. 2. Inexiste nulidade por a comissãoprocessante ser integrada pelos mesmos servidores que integraram a comissão

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sindicante, eis que a legislação não estabelece qualquer impedimento oususpeição relacionado a este fato. 3. A absolvição na esfera criminal não impedea administração de instaurar processo administrativo disciplinar e exonerar o ser-vidor. Legitimidade da exoneração do servidor. Apelação improvida. (ApelaçãoCível nº 70006753354, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Angela Maria Silveira, julgado em 10/12/2003)

31.1.1.3 DESRESPEITADOS OS PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA ECONTRADITÓRIO – MEMBRO ANALFABETO – IMPOSSIBILIDADE

EMENTA: Administrativo. Constitucional. Ação ordinária. Exoneração de servidorpúblico municipal em decorrência de processo administrativo em que desrespeita-dos os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, insculpidosno artigo 5º, LV, da Carta Política. Comissão processante constituída por membroanalfabeto. Impossibilidade. Pedido julgado procedente. Apelo improvido. Senten-ça reafirmada em Reexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº70005750682, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Augusto Otávio Stern, julgado em 03/04/2003)

31.1.1.4 VIOLAÇÃO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – PRESENÇA DESERVIDOR NÃO ESTÁVEL

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Processo administrativo dis-ciplinar. Comissão processante, composição. Direito líquido e certo violado. Apresença de servidor de confiança, não detentor de estabilidade, em comissãoencarregada de apurar falta funcional, em processo administrativo, fere direito lí-quido e certo, consubstanciado na garantia do devido processo legal. Sentençaconfirmada, em Reexame. Apelação desprovida, por maioria. (8 fls) (ApelaçãoCível nº 70000029645, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 23/12/1999)

31.1.1.5 SUSPEIÇÃO – SERVIDOR QUE POSSUA INTERESSE – DIRETO OUINDIRETO

EMENTA: Apelação e Reexame Necessário. Administrativo. Servidor Público. Mu-nicípio de Engenho Velho. Processo administrativo disciplinar. Demissão do servi-dor. Comissão processante composta por parentes do Prefeito do Município. Açãoordinária. Procedência parcial na origem. Princípio da legalidade. Impossibilidadede atuar em processo administrativo o servidor que tenha interesse direto ou

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indireto na matéria. Recurso não provido em grau recursal. Sentença que se man-tém. Apelação não provida. Sentença confirmada em Reexame Necessário. (Ape-lação e Reexame Necessário nº 70004265245, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 26/06/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Processo administrativo. Pena de de-missão de servidor policial. Alegação de suspeição do Relator para atuar no feito.Procedência. Art. 254, IV do CPP, na forma do aconselhamento. Sedizente vítimaque foi acompanhada pelo futuro conselheiro na queixa contra os policiais denun-ciados e agentes dos fatos motivadores do processo administrativo, que culminouna sua posterior demissão. Suspeição que traduz nulidade absoluta, insuscetívelde convalidação e argüível a qualquer momento. Regimento do Conselho Superi-or de Polícia, que no art. 37, §1º elege o CPP como legislação suplementar. Su-jeito passivo e parte não é só o Estado, senão que o particular, vítima da exigên-cia. Lição de Damásio de Jesus. No dizer de Ruy Sodré o advogado é conselhei-ro, pois, aconselha, acalma e encoraja o cliente. Decretação de nulidade a partirdo momento em que o suspeito interveio no processo administrativo, sem prejuízoda renovação do julgamento. Apelo provido em parte. Voto vencido. (ApelaçãoCível nº 70006271555, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Araken de Assis, julgado em 17/12/2003)

31.1.2 PRAZO PARA CONCLUSÃO – NULIDADE – IMPROCEDENTE

EMENTA: Administrativo. Demissão de servidor público. Guarda Municipal deCaxias do Sul. Devido processo legal. Demissão de Guarda Municipal de Caxiasdo Sul, após regular processo administrativo, pela prática reiterada de infraçõesfuncionais consistente na troca de plantões sem autorização superior, inclusivebatendo cartão-ponto de outro servidor. O excesso de prazo do processo adminis-trativo não é causa de nulidade, especialmente tendo sido devidamente assegura-do o contraditório e a ampla defesa. Decisão administrativa suficientemente fun-damentada, tomando por base no relatório da comissão processante. Apelaçãodesprovida. Sentença de improcedência mantida. (Apelação Cível nº70005834072, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulode Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 26/06/2003)

31.1.3 FALTA DE CITAÇÃO – MERA IRREGULARIDADE – EXERCÍCIO DEAMPLA DEFESA

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor público municipal. Ação queobjetiva a declaração de nulidade de ato administrativo de demissão, com a

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reintegração ao cargo e pagamento de vencimentos. Nulidade da citação do acu-sado para responder ao processo administrativo que não se ostenta. Mera irregu-laridade que não tem o condão de viciar todo o processado, uma vez plenamenteatingida a finalidade do ato, possibilitando a participação do servidor no feito, coma apresentação de defesa. Observância dos princípios do contraditório e da am-pla defesa assegurados. Ilegalidade que não se exibe presente. Permitido ao acu-sado participar de todos os atos do processo, produzindo prova, com a assistên-cia de defensor, não há se falar em desrespeito ao processo legal. Confissão doato que ensejou a punição. Elementos probatórios suficientes para legitimar a ca-racterização da conduta praticada. Enquadramento na Lei Complementar nº 133/85 condizente com o comportamento dispensado pelo servidor. Ação improceden-te, sentença confirmada. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70007081821,Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ra-mos, julgado em 04/12/2003)

31.1.4 VÍCIO FORMAL NA CITAÇÃO E NA PORTARIA DE INSTAURAÇÃO –DEFESA PRÉVIA – IMPEDIMENTO

EMENTA: Reexame Necessário. Mandado de Segurança. Servidor Público. Proces-so administrativo. Nulidade. Anulação de processo administrativo disciplinar instau-rado contra o impetrante. Vícios formais na portaria de instauração do PAD (ausên-cia de descrição dos fatos deflagradores e dos dispositivos legais infringidos) e nacitação para a produção de defesa prévia. Correta a sentença concessiva da or-dem. Sentença concessiva da ordem mantida em Reexame Necessário. (ReexameNecessário nº 70006169833, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 28/08/2003)

31.1.5 FALTA DE NOTIFICAÇAO DE TESTEMUNHA – INEXISTENTE PROVA DEPREJUÍZO – INADMISSIBILIDADE

EMENTA: Servidor Público - Processo administrativo disciplinar, regido pela Lei-RS n. 7366/80, que não contém defeitos capazes de nulificá-lo: (a) a comissãoprocessante foi devidamente constituída (art-103 daquele estatuto); (b) aextrapolação do prazo para a conclusão do procedimento não é sancionada noplano administrativo, podendo gerar apenas pretensão indenizatória em favor deservidor que fosse lesado, o que não sucedeu na espécie, pois o apelante perma-neceu percebendo seus vencimentos e proventos durante todo o período; (c) odesrespeito as formas (notificação das testemunhas) no procedimento administra-tivo não é causa suficiente para a nulidade, mormente quando não haja prova al-guma do prejuízo ao apelante, objetivo do PAD sempre a busca da chamada ver-

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 191

dade substancial; (d) não houve alteração dos fatos imputados ao apelante, nãoservindo a eventual modificação que tenha acontecido em relação a tipificaçãodelitiva no juízo criminal para descaracterizar a incidência de sua conduta na hi-pótese prevista no art-81, XXXVIII, da Lei-RS n. 7366/80; e (e) eventual participa-ção do mesmo Procurador do Estado no julgamento realizado no Conselho Supe-rior de Policia e na fase administrativa do PAD junto a PGE não caracteriza nuli-dade. Pena de cassação da aposentadoria prevista no art-93 da Lei-RS n. 7366/80 - sua recepção pela CF/88 não infirmada - Fatos graves e suficientementecomprovados - Princípios da proporcionalidade e razoabilidade aplicados. Prescri-ção que se regula pela pena criminal abstratamente fixada - Na ação disciplinar,mesmo quando haja determinação para assimilar regras próprias do direito penal,há outros princípios que não devem ser desprezados. No caso, houve condena-ção criminal, prescrição da pretensão executória decorrente da pena concretizadaque não tem influência na esfera administrativa. Apelo improvido. (8fls.) (Apela-ção Cível nº 70000535476, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em 18/05/2000)

31.1.6 QUALQUER RESTRIÇÃO À DEFESA DO ACUSADO

31.1.6.1 REVELIA – CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO CARACTERIZADO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Processo administrativo disciplinar.Observância do processo legal. Possibilidade. 1. Não se caracteriza cerceamentode defesa se a parte, intimada, não se manifesta. 2. Segurança denegada. (Man-dado de Segurança nº 70005108329, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 06/11/2002)

31.1.6.2 NULIDADE DO ATO DE EXONERAÇÃO – NÃO OBSERVÂNCIA DA AMPLADEFESA E CONTRADITÓRIO

EMENTA: Administrativo e Constitucional. Servidor público municipal. Ação queobjetiva a declaração de nulidade do ato administrativo de exoneração, com areintegração no serviço público. Exoneração baseada em decisão do TCE. Deveser declarado nulo o ato exoneratório de servidor estável quando não precedidode regular processo administrativo, como meio de assegurar o contraditório e aampla defesa. Precedentes jurisprudenciais. Apelação desprovida. Sentença con-firmada em Reexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº70006993182, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liz AriAzambuja Ramos, julgado em 25/09/2003)

192 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Anulação de atoexoneratório e reintegração ao cargo. Processo administrativo que não asseguroua garantia da defesa ampla e do contraditório. Ação procedente, sentença confir-mada. Apelação desprovida. Sentença confirmada em Reexame Necessário.(Apelação e Reexame Necessário nº 70004968806, Terceira Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 12/12/2002)

31.1.6.3 FALTAS INJUSTIFICADAS – DEMISSÃO – OBSERVÂNCIA DA AMPLADEFESA E CONTRADITÓRIO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Processo administrativo. Ocorrênciade faltas injustificadas. Demissão do servidor. Observância dos princípios consti-tucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos no art. 5º LV da constitui-ção. Nulidade não configurada. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº70006805949, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: MárioCrespo Brum, julgado em 11/12/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Pena disciplinar. Nulidadede ato administrativo. Observância dos princípios do contraditório e da ampla de-fesa. Ilegalidade que não se ostenta. Permitido ao acusado participar de todos osatos do processo, produzindo prova, com a assistência de defensor, não há se fa-lar em desrespeito à garantia de defesa. Motivação no processo administrativosuficiente para ensejar o direito de defesa. Recurso desprovido. (Apelação Cívelnº 70004498457, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: LuizAri Azambuja Ramos, julgado em 31/10/2002)

31.1.7 ACRÉSCIMOS AO PROCESSO DEPOIS DE ELABORADO O RELATÓRIODA COMISSÃO SEM NOVA VISTA AO INDICIADO

EMENTA: Administrativo servidor público - Processo administrativo disciplinar -Juntada de parecer do Conselho Superior proveniente da comissão revisora semter sido dada vista à autora - Ato posterior ao relatório final - Ausência de previ-são de vista ao sindicado - Inexistência de lesão aos princípios da legalidade e dodevido processo legal. Apelo desprovido. (Apelação Cível nº 70005165212, Quar-ta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Carlos Branco Cardo-so, julgado em 16/04/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor público. Demissão. Contraditório e ampla defe-sa. Processo administrativo disciplinar regularmente instaurado contra servidorapública estadual por graves irregularidades praticadas. Desnecessidade de novavista à defesa do servidor indiciado após o relatório final sem a anexação de no-

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 193

vos documentos. Interpretação do art. 221, letra “f”, da lei 10098/94. Apelo des-provido. Sentença mantida. (Apelação Cível nº 70005037106, Terceira CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, jul-gado em 19/12/2002)

31.2 ABSOLVIÇÃO CRIMINAL

31.2.1 NÃO INFLUI NO PROCESSO ADMINISTRATIVO

EMENTA: Embargos de Declaração. Processual Civil. (Apelação Cível. Constituci-onal e Administrativo. Servidor público estadual. Inspetor de Polícia. Processo ad-ministrativo disciplinar. Demissão da Polícia Civil. Processo criminal. Absolviçãopor falta de provas. Ação de reintegração ao serviço público. Sentença de impro-cedência. Prescrição regulada pela lei penal. Fato constituindo crime ou contra-venção. Máximo da pena cominada. Cabimento. Absolvição na esfera criminal.Repercussão no processo administrativo. Incabimento. Independência das esfe-ras. Não-provimento em grau recursal. Precedentes). Inteligência e aplicação doartigo 557, do Código de Processo Civil (com a alteração da Lei n.º 9.756, de17.12.1998). Julgamento que se mantém. Inexistência de obscuridade, contradi-ção, omissão ou necessidade de esclarecimentos. Embargos desacolhidos. (Em-bargos de Declaração nº 70006479471, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 13/08/2003)

EMENTA: Apelação Cível. Constitucional e Administrativo. Servidor público. In-vestigador de polícia. Processo administrativo disciplinar. Crime de concussão.Infração penal. Demissão a bem do serviço público. Processo criminal instaurado.Absolvição por inimputabilidade. Ação de reintegração ao serviço público. Senten-ça de procedência. Independência das instâncias penal e administrativa. Reinte-gração incabível. Demissão. Legalidade. Provimento. Precedentes. Apelação pro-vida. Reexame Necessário prejudicado. Ação improcedente. (Apelação eReexame Necessário nº 70005229679, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 19/03/2003)

31.3 AUSÊNCIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO – DEMISSÃO – INOBSER-VÂNCIA DOS PRINCÍPIOS

EMENTA: Reexame Necessário. Constitucional. Administrativo. Processual Civil.Servidor Público. Município de Santa Vitória do Palmar. Concurso público para moto-rista. Servidor em estágio probatório. Pena de demissão. Mandado de Segurança.Liminar deferida. Sentença de procedência na origem. Não instauração de pro-cesso administrativo. Inobservância da ampla defesa, do contraditório, do devido

194 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

processo legal. Sentença confirmada. Precedentes jurisprudenciais. Sentençaconfirmada em Reexame Necessário. (Reexame Necessário nº 70004097580,Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Wellington PachecoBarros, julgado em 14/08/2002)

EMENTA: Administrativo. Mandado de Segurança. Servidor Público. Médico. Apli-cação da pena de suspensão, por 30 dias, sem a garantia do processo adminis-trativo que assegurasse a ampla defesa e o contraditório, nos termos do art. 5º,inciso LV da CF/88. Sentença de procedência, pela concessão definitiva da Segu-rança. Precedentes desta Corte. Sentença confirmada, em Reexame Necessário.(Reexame Necessário nº 70005020912, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 23/10/2002)

31.4 ANÁLISE DO JUDICIÁRIO

31.4.1 EXAME DA LEGALIDADE E NÃO DO MÉRITO – DEMISSÃO A BEM DOSERVIÇO PÚBLICO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Procedimento administrativo. Regula-ridade. 1. O controle do processo administrativo disciplinar pelo Órgão Judiciáriolimita-se ao exame da legalidade. Tabelião que, após responder processo admi-nistrativo, foi demitido, a bem do serviço público, e, ainda, condenado em proces-so crime. O fato de que a sindicância, a qual se seguiu processo administrativo,em que se produziu toda a prova necessária a aplicação da pena, se deveu a le-vantamento feito por servidor público incompetente para fiscalizar o recolhimentode tributos estaduais não tem relevo, pois a comunicação do ilícito administrativopode ser feita por qualquer pessoa do povo. Cerceamento de defesa não caracte-rizado. A condenação criminal torna indiscutível a autoria e a existência do fato.2. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70004248522, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 21/08/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Processo administrativo disciplinar.Controle da legalidade. 1. O controle judiciário de processo administrativo discipli-nar, que decidiu pela demissão de servidor, se cinge ao controle da sua legalida-de. É legítima a portaria que descreve a imputação. Admite-se prova emprestada,porque admissível em direito (art. 332 do CPC). E a aplicação da pena, desdeque prevista em lei, não pode ser alterada pelo Órgão Judiciário. 2. Apelaçãodesprovida. (Apelação Cível nº 70004524450, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 07/08/2002)

CAPÍTULO XXXII

DO AFASTAMENTO PREVENTIVO

32.1 NATUREZA CAUTELAR – AFASTAMENTO DO SERVIDOR –PREVENTIVAMENTE

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Mandado de Segurança.Magistério. Processo administrativo disciplinar. Suspensão preventiva do servi-dor. Sendo a conduta atribuída à servidora na Portaria nº 296/2002 o envio deofício contendo expressões consideradas desrespeitosas, desnecessário o afas-tamento preventivo da servidora. O afastamento não tem caráter sancionatório esim cautelar e somente se justifica se necessário para o processo administrativo.Apelação não conhecida. Sentença confirmada em Reexame. (Apelação eReexame Necessário nº 70006695498, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Angela Maria Silveira, julgado em 29/10/2003)

32.2 NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO – NULIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Afastamento preventivo. Falta de moti-vação do ato. Nulidade. 1. Em que pese o art. 2º, caput, da Lei 10.711/96, prever oafastamento do servidor policial das suas funções, nas hipóteses de recebimentode denúncia ou de instauração do processo disciplinar, tal ato há de ser motivado,exigência que decorre do art.19, caput, da CE/89. 2. Mandado de Segurança con-cedido. 10 fls. D (Mandado de Segurança nº 70005217914, Tribunal Pleno, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 23/12/2002)

196 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

32.3 PROCESSO ADMINISTRATIVO – POSSIBILIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal, Magistério. Instauração desindicância, afastamento preventivo. Possibilidade de afastamento apenas em de-corrência de processo administrativo, e não em razão de sindicância. Interpreta-ção da legislação local (Lei 5.028/96), distinção entre sindicância e processo ad-ministrativo disciplinar. Ato administrativo, expedido antes do processo disciplinar,eivado de ilegalidade, violando direito líquido e certo amparado pelo mandamus.Posterior suspensão, porém, uma vez instaurado o processo, não atingido pelaconcessão da Segurança. Apelação desprovida. Sentença confirmada emReexame Necessário, com explicitação. (Apelação e Reexame Necessário nº70003116548, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz AriAzambuja Ramos, julgado em 01/11/2001)

CAPÍTULO XXXII I

DA SINDICÂNCIA

33.1 DANO MORAL – NÃO COMPROVAÇÃO – DEVER DE INDENIZAR

EMENTA: Apelação Cível. Ação indenizatória por danos morais. Responsabilida-de civil. Preliminar rejeitada. Dano moral não comprovado. Anulação desindicância não gera por si só dever de indenizar. Apelação provida. RecursoAdesivo improvido. (Apelação e Reexame Necessário nº 70005775572, SegundaCâmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz RobertoImperatore de Assis Brasil, julgado em 16/06/2003)

EMENTA: Responsabilidade Civil. Processo administrativo. Inocorrência. Tradu-zindo-se a sindicância, assim considerada a averiguação sumária para verificarfatos que ocorreram com o servidor, em direito-dever do ente público, a tão-sóinstauração do procedimento não induz prejuízo ao sindicado. Ausência de ilegali-dade ou injustiça do ato afasta a pretensão indenizatória. Apelo improvido. Unâni-me. (Apelação Cível nº 70006131569, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, julgado em 06/11/2003)

EMENTA: Responsabilidade Civil. Danos morais e materiais. “notitia criminis”.Falsa imputação de crime. Abuso de direito. Instalação de sindicância e CPI. Ar-quivamento por falta de provas. Secretário Municipal. Máquina de propriedade doMunicípio. Empréstimo para uso em área de terras de propriedade de terceiro.Nexo causal configurado. Indenização. Montante. Sucumbência. 1 - A acusaçãode prática delituosa feita de forma leviana colore a figura do abuso de direito, nãoservindo de escusativa a afirmação do exercício regular de direito, que não se co-aduna com a falta de moderação, com a imprudência e com a temeridade. 2 - Im-putação de fato delituoso (crime de peculato) cujo inquérito resultou arquivado arequerimento do representante do Ministério Público. 3 - Instalação de sindicância

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e CPI para a apuração dos fatos relativos a uma máquina de propriedade do Mu-nicípio ter sido emprestada a título gratuito para o uso em terras de propriedadedo Secretário de Finanças. Ausência de provas que levou ao arquivamento dasmedidas investigatórias. Nexo causal configurado. 4 - Dano moral reconhecido. Ovalor da indenização pelo dano moral deve atender aos dois fins precípuos:indenização do dano sofrido e instrumento de dissuasão. 5 - Sucumbência. Naesteira do entendimento do 5º Grupo Cível, o reconhecimento do direito àindenização pelo dano moral representa a maior parte do pedido indenizatório.Em sendo deferido valor menor que o postulado pela parte autora, cabe aojulgador sopesar a grandeza e, em retribuição e atentando para o parcialdecaimento desta, arbitrar verba honorária em favor da parte que restou vencidaem maior extensão, em montante que se apresente consentâneo com opercentual de que decaiu. O mesmo rumo segue a distribuição das custas. Hono-rários - Condenação recíproca - Possibilidade de compensação - Art. 21 do CPC -Percentual de fixação - O art. 23 da Lei 8.906/94 não revogou o art. 21 do CPCquanto à possibilidade de compensação - Direito autônomo ao valor a parcelaapurada após o acertamento de valores. Por maioria, proveram parcialmente oapelo do autor, vencido o relator, em parte, que provia em maior extensão. À una-nimidade, improveram o apelo dos réus. (Apelação Cível nº 70003965373, Déci-ma Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Antônio Kretzmann,julgado em 03/04/2003)

33.2 SINDICÂNCIA – PRAZO – NÃO INDUZ À NULIDADE

EMENTA: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Administrativo. Servidor públi-co municipal. Motorista. Sindicância. Processo administrativo. Conclusão dasindicância - Prazo: a demora na conclusão da sindicância não é por si só sufici-ente para eivar de nulidade o procedimento, pois o fato de não ter sido obedecidoo prazo previsto no art. 145, § único, da Lei 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servi-dores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Fede-rais), de trinta dias para a conclusão dos trabalhos da comissão. Além dainaplicabilidade da Lei Federal a servidores municipais, o dispositivo legal invoca-do não estabelece qualquer sanção para a hipótese de se ultrapassar o prazo detrinta dias, concluindo-se que o prazo fixado na lei não se investe de caráter pe-remptório, mas, meramente ilustrativo, sugestivo. Ampla defesa e contraditório:uma vez assegurados a ampla defesa e o contraditório, incabível intervenção ju-dicial para substituir ou modificar as conclusões da comissão de sindicância.Desnecessidade de nomeação de procurador “ad hoc” em sindicância que antece-de processo administrativo. Precedentes do STF. Sentença mantida. Apelação des-provida. (Apelação Cível nº 70007910623, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Jus-tiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 29/04/2004)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 199

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Ação declaratória de nulidadede ato administrativo. Punição disciplinar. Diretora de escola que teria atestadoindevidamente efetividade de professora. Suspensão por 15 (quinze) dias.Sindicância. Prazo de prescrição administrativa da pretensão punitiva do Estadoque não se confunde com o prazo para conclusão da sindicância.Descumprimento do processo de sindicância previsto nos arts. 201 a 203 da LCEnº 10.098/94. Nulidade da pena disciplinar reconhecida. I - O prazo para a reali-zação, processamento e conclusão de sindicância, previsto no art. 201 do RegimeJurídico Único dos Servidores Civis do Estado do Rio Grande do Sul, não se con-funde com o prazo de prescrição da ação disciplinar, constante do art. 197. Esteé fixado em benefício do servidor, ao passo que aquele é estabelecido no interes-se da administração, com caráter apenas exortativo, a fim de assegurar o resulta-do útil da investigação e a aplicação da respectiva punição disciplinar. Preceden-tes do pleno do TJRGS. II - A sindicância prevista na LCE nº 10.098/94 configuraverdadeiro processo administrativo disciplinar, pois impõe a concessão de prazode defesa ao sindicato e possibilita a aplicação de pena disciplinar de suspensãonão superior a 30 (trinta) dias. Doutrina. III - Caso dos autos em que a autoridadeestadual descumpriu o processo de sindicância expressamente previsto na legis-lação de regência. Não houve abertura formal da sindicância, não foi nomeadosindicante, nem oportunizado o prazo de defesa de 3 (três) dias, preconizado noart. 202, §3º da LCE nº 10.098/94. Improveram o apelo do Estado, confirmando asentença em Reexame Necessário, por maioria. (Apelação e Reexame Necessá-rio nº 70006118285, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Matilde Chabar Maia, julgado em 02/10/2003)

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Estadual. Diretor de estabelecimentode ensino. Sindicância. Processo administrativo. Excesso de prazo no encerra-mento das investigações. Ampla defesa e contraditório. Fatos apurados pelasindicância que comprovam o descumprimento das exigências legais para o exer-cício da função de diretor de escola. A administração pública agiu em conformida-de com o art. 13, inciso II, da Lei 10.576/65, que dispõe que o servidor pode serdesconstituído da função de diretor nos casos de infringência à legislação vigen-te, descumprindo suas atribuições, deveres, obrigações, proibições e responsabi-lidades. A demora na conclusão da sindicância não é por si só suficiente paraeivar de nulidade o procedimento, pois não houve prejuízo à defesa do servidor,como dispõe o art. 5º, LV, da CF/88. Uma vez assegurados a ampla defesa e ocontraditório, incabível intervenção judicial para substituir ou modificar a penali-dade disciplinar, apesar da demora na conclusão da sindicância instaurada. Sen-tença mantida. Apelação desprovida. (Apelação Cível nº 70006118293, TerceiraCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo de Tarso VieiraSanseverino, julgado em 11/09/2003)

200 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

33.3 EXAMINA APENAS LEGALIDADE DA SINDICÂNCIA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Furto de tacógrafo. Sindicância. Apli-cação de pena de advertência. Legalidade do ato administrativo. 1. Não pode oÓrgão Judiciário controlar o mérito do ato administrativo. Se o servidor é culpadoou não pelo furto, é matéria que respeita ao mérito do ato administrativo. 2. Segu-rança denegada. (Reexame Necessário nº 70005629852, Quarta Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em 04/06/2003)

EMENTA: Servidor Público. Ação que objetiva anular o ato que determinou a re-vogação da cedência do apelante. Ao poder judiciário é dado apenas examinar alegalidade do procedimento adotado pela administração ao promover asindicância que apurou a irregularidade funcional atribuída ao apelado. Observa-dos os princípios do contraditório e da ampla defesa, nada havendo de ilegal noprocedimento, a devolução do servidor ao órgão cedente não constituiu abuso.Improcedência da pretensão que se impunha. Apelo provido, prejudicado oReexame Necessário. (Apelação Cível nº 70005303334, Terceira Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em25/09/2003)

33.4 PENALIDADE – NÃO OPORTUNIZAÇÃO DE DEFESA PRÉVIA –NULIDADE

EMENTA: Administrativo. Sindicância. Investigação. Possibilidade. Aplicação depenalidade. Inobservância da defesa prévia. Impossibilidade. 1. A autoridadecoatora não detém legitimidade recursal. Precedente do STJ. Apelações principale Adesiva não conhecidas. 2. As limitações do art. 475, §§ 1.° e 2.° não se apli-cam às remessas oficiais previstas em leis extravagantes, a exemplo do Mandadode Segurança. Reexame conhecido. 3. Na sindicância instaurada para apurar aexistência da infração disciplinar e seu autor, a teor do art. 158, I, da Lei 365/90,nenhuma pena poderá ser aplicada sem a observação da ampla defesa. 4. Sen-tença parcialmente reformada em Reexame. (Apelação e Reexame Necessário nº70006323026, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arakende Assis, julgado em 10/09/2003)

EMENTA: Apelação Cível. Ação ordinária. Servidor público. Punição. Sindicância.Ausência de contraditório e ampla defesa. Nulidade configurada. Devolução dosvencimentos descontados. O princípio constitucional da ampla defesa, do contra-ditório e do devido processo legal (CF, art. 5º, LV), norma auto-aplicável e de efi-cácia plena e imediata (CF, § 1º do art. 5º), não se compadece com a temática daverdade sabida, da falta provada ou confessada. Impossibilidade de edição denorma inferior, ou de convivência de norma subalterna anterior, contrariando o

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dispositivo constitucional. Desimporta se trata de simples sindicância ou de pro-cesso administrativo, o fato é que não pode haver punição do servidor sem préviaoportunização de ampla defesa e de contraditório. Mesmo a simples sindicância,se objetivar punir o servidor, o direito à ampla defesa e ao contraditório éinafastável. A simples ouvida do servidor, de forma inquisitorial, na sindicância,não caracteriza defesa, muito menos ampla. Nulidade da portaria de punição re-conhecida. Ademais, ainda que não houvesse nulidade, a prova dos autos de-monstra que a conduta do servidor não configura a infração que lhe foi imputada.Direito de restituição dos vencimentos descontados. Apelação provida. Açãojulgada procedente. (Apelação Cível nº 70003855582, Primeira Câmara EspecialCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Adão Sérgio do Nascimento Cassiano,julgado em 08/09/2003)

EMENTA: Administrativo. Sindicância. Investigação. Possibilidade. 1. Nasindicância instaurada para apurar a existência da infração disciplinar e seu au-tor, a teor do art. 201, I, da Lei 10.098/94, não há necessidade de assegurar am-pla defesa (CF, art. 5.°, LV), mas, em contrapartida, nenhuma pena poderá seraplicada sem a ulterior abertura do processo administrativo, no qual haverá ampladefesa. Falta de verossimilhança das alegações do professor que é investigado, efoi supervenientemente denunciado pelo Ministério Publico, porque obrigou deter-minado aluno a comer casca de banana atirada no chão, dentre outros fatos. 2.Agravo de Instrumento provido. (Agravo de Instrumento nº 70004083259, QuartaCâmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Araken de Assis, julgado em21/08/2002)

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Sindicância. A imposição dapenalidade de exige procedimento administrativo prévio, que assegure o contradi-tório e a ampla defesa. A demonstração da legalidade do procedimento competea autoridade administrativa. Insuficiência, em face do disposto no art-5, LV, daCF, da concessão de oportunidade de defesa após a imposição da penalidade. Aoportunidade de defesa deve ser anterior a decisão administrativa. Nulidade daspenas impostas. Sentença de procedência mantida. Apelação desprovida. Recur-so Adesivo para elevação dos honorários advocatícios também desprovidos.(04fls) (Apelação Cível nº 599453032, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, julgado em 18/11/1999)

33.5 COMISSÃO PROCESSANTE – IMPOSIÇÃO DE PENALIDADE –NULIDADE

EMENTA: Servidor público municipal. Imposição de penalidade. Sindicância admi-nistrativa. Nulidade. Em que pese tenham sido respeitados, a primeira vista, ostramites procedimentais previstos em legislação própria para a condução de

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sindicância administrativa, instaurada contra a impetrante para apurar falta porela supostamente cometida, inafastável a sua nulidade quando se verifica que aautoridade ofendida, no caso, o Sr. Prefeito Municipal, também fora quem, instau-rando o procedimento investigatório, nomeou os integrantes da comissão desindicância, prestou informações e, ainda, decidiu pela penalização mais gravosaa servidora, sem a fundamentação mínima necessária. Apelação provida. (Apela-ção Cível nº 597206713, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: José Carlos Teixeira Giorgis, julgado em 19/03/1998)

EMENTA: Habeas-corpus. Inexistência de constrangimento ilegal. Comissão desindicância instaurada para apuração de fatos ilícitos e irregularidades imputadosa servidores municipais. Não observância de preceito legal a determinar participa-ção de representante sindical nas comissões de sindicância e inquérito que apu-rar falta funcional. Nulidade declarada em apelação que afeta apenas a esferaadministrativa, não alcançando a criminal, não se tratando de prova ilícita. Ordemdenegada. (Habeas Corpus nº 70005078621, Sexta Câmara Criminal, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Alfredo Foerster, julgado em 14/11/2002)

33.6 DISTINÇÃO ENTRE SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO –REQUISITOS DE VALIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor público municipal. Regularidade da sindicânciae da Portaria n.º 271/2001, instauradora do processo administrativo disciplinar,tendo em vista o preenchimento de todos os requisitos necessários para a suavalidade. Distinção entre sindicância e processo administrativo disciplinar. Direitolíquido e certo do impetrante que não se ostenta. Apelação desprovida. (ApelaçãoCível nº 70005567482, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 08/05/2003)

33.7 PORTARIA DE INSTAURAÇÃO – SINDICÂNCIA – DESCRIÇÃO DO FATO –NULIDADE DECLARADA

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Constitucional. Administrativo.Processual civil. Servidor público. Município de Maquiné. Processo administrativodisciplinar. Sindicância. Mandado de segurança. Concessão na origem. Descrição dofato e dispositivo infringido. Inexistência da portaria de instauração. Nulidade declara-da. Correção da concessão da ordem. Não-provimento em grau recursal. Sentençaque se mantêm. Apelação não provida. Sentença confirmada em Reexame Necessá-rio. (Apelação e Reexame Necessário nº 70004152013, Quarta Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 26/06/2002)

CAPÍTULO XXXIV

DO PROCESSO POR ABANDONO DE CAR-GO

OU POR AUSÊNCIAS EXCESSIVAS

34.1 FALTAS EXCEDENTES A 30 DIAS – INSTAURAÇÃO DE PROCESSOADMINISTRATIVO

EMENTA: Apelação Cível. Constitucional e Administrativo. Servidor Público. Ma-gistério público estadual. Ação ordinária anulatória de ato punitivo. Improcedênciana origem. Abandono de cargo. Faltas excedentes a 30 (trinta). Processo admi-nistrativo disciplinar. Regularidade. Obediência ao devido processo legal, ao con-traditório e à ampla defesa. Sujeição à Lei Complementar nº 10.098/94. Ato admi-nistrativo legal. Vedada a análise do mérito pelo poder judiciário. Lição deDiógenes Gasparini. A falta de pedido expresso, nas razões de Apelação, de aná-lise de Agravo Retido interposto, acarreta o seu não conhecimento, na forma doartigo 523, § 1º, do Código de Processo Civil. Apelação não provida. Agravo Reti-do não conhecido. (Apelação Cível nº 70007025208, Quarta Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 22/10/2003)

EMENTA: Servidor Público - Ação anulatória de ato administrativo demissionalpraticado pelo Município de Porto Alegre com base na LC nº 133/85 - Sentençade improcedência bem lançada, pois configurado o abandono de cargo por parteda apelante em função de sua omissão bem configurada - Procedimento adminis-trativo disciplinar que atendeu aos requisitos do contraditório e da ampla defesa,nos termos do art. 5º, LV, da carta política e social - Licença para acompanharcônjuge prevista pelos arts. 141, 142 e 163 do Estatuto dos Funcionários Públicos

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Municipais que merece interpretação restritiva, mormente quando os elementosexistentes nos autos não confirmam a versão da apelante, tendo o Município,ademais, a atribuição de impor unilateralmente os direitos e deveres de seus fun-cionários - Preliminar de nulidade do processo, por cerceamento de defesa, rejei-tada - Apelo improvido. (Apelação Cível nº 70005555628, Terceira Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, julgado em05/06/2003)

34.2 AUSÊNCIA DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

EMENTA: Apelação e Reexame Necessário. Administrativo. Servidor público está-vel. Município de Santo Expedito do Sul. Licença para tratar de interesse particu-lar. Cancelamento da licença. Exoneração por abandono do cargo. Ação ordináriade reintegração e cobrança de vencimentos. Procedência na origem. Anulação doato de exoneração. Inobservância do princípio constitucional do devido processolegal. Pagamento retroativo dos vencimentos. Previsão legal. Artigo 29, da LeiMunicipal nº 006/93. Apelação não-provida. Sentença confirmada em Reexame Ne-cessário. Apelação não-provida. Sentença confirmada, em Reexame Necessário.(Apelação e Reexame Necessário nº 70004989216, Quarta Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Wellington Pacheco Barros, julgado em 13/11/2002)

34.3 CONTROLE DE FALTAS PELA CHEFIA – ADMISSÍVEL INSTAURAÇÃODE PROCESSO ADMINISTRATIVO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Processo administrativo disciplinar.Controle da legalidade. 1. O controle judiciário de processo administrativo discipli-nar, que decidiu pela demissão de servidor, se cinge ao controle da sua legalida-de. O art. 247 da Lei 10.098/94, exigindo que a chefia imediata do servidor con-trole suas faltas, não inibe a instauração ulterior do processo administrativo, anteo abandono do cargo. Não há “cedência” de fato. 2. Apelação desprovida. (Apela-ção Cível nº 70004327193, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Araken de Assis, julgado em 07/08/2002)

34.4 CARGO EM COMISSÃO – DOENÇA – FALTAS JUSTIFICADAS –EXONERAÇÃO – NULIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público Municipal. Cargo em comissão. Açãoque objetiva a declaração de nulidade do ato administrativo de exoneração, com areintegração no serviço público e o pagamento dos vencimentos. Exoneração ba-

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 205

seada em abandono de cargo, ato vinculado. Deve ser declarado nulo o atoexoneratório, uma vez restando comprovado o afastamento do servidor por doen-ça. Recurso desprovido, sentença confirmada em Reexame Necessário. (Apela-ção e Reexame Necessário nº 70003098423, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 21/03/2002)

EMENTA: Servidor Público - Exoneração por abandono de cargo - Revelia no pro-cesso administrativo - Legislação municipal que determina a nomeação de defen-sor nesse caso - Inobservância do comando legal - Violação do princípio da maisampla defesa - Nulidade absoluta do processo administrativo e do atoexoneratório. Sentença confirmada. Apelo desprovido. (4fls.) (Apelação Cível nº70000473397, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: JoãoCarlos Branco Cardoso, julgado em 29/03/2000)

34.5 PROCESSO ADMINISTRATIVO – EXONERAÇÃO VOLUNTÁRIA –ABANDONO DE CARGO

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. Exoneração voluntária deservidora no curso de processo administrativo disciplinar contra si instauradopara apurar abandono de cargo. Alegação de vício de vontade não demonstrada.Manifestação feita em audiência em que estava presente Defensora Pública. Pre-sunção de legitimidade do ato não elidida pela impetrante. Segurança denegada.(Mandado de Segurança nº 598107050, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tri-bunal de Justiça do RS, Relator: Perciano de Castilhos Bertoluci, julgado em 11/09/1998)

34.6 CARGO EM COMISSÃO – EXONERAÇÃO – RETORNO AO TRABALHO

EMENTA: Administrativo. Servidor público em estágio probatório nomeado paracargo em comissão. Não exonerado ou demitido do cargo para o qualconcursado, a ele retorna após exonerado do cargo em comissão. Açãodeclaratória julgada procedente. Sentença confirmada em Reexame Necessário.Apelação improvida. Unânime. Inexistente exoneração ou demissão da autora docargo de técnico em tributação, em que investida mediante concurso público, paraassumir a titularidade de Secretaria Municipal, ao exonerar-se do cargo em co-missão deveria reassumir as funções do cargo para o qual concursada. Havendoo ato de nomeação para o cargo em comissão mencionado a condição de funcio-nária pública da autora e o cargo por ela ocupado como concursada, de modo al-gum poderia supor a possibilidade de estar renunciando a este. Abandono de car-go exige ânimo específico, somente podendo ser declarado após oportunizada

206 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ampla defesa em procedimento administrativo, cuja inexistência e fatoincontroverso. Afastamento ilegal e arbitrário. Condenação ao pagamento devencimentos e outras vantagens a que faria jus a apelada desde o dia em que im-pedido do exercício de seu cargo, imposta como corolário do direito a reintegra-ção. Apelação improvida. Sentença confirmada em Reexame Necessário unâni-me. (Apelação Cível nº 596133611, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Cláudio Augusto Rosa Lopes Nunes, julgado em 05/06/1997)

34.7 ABANDONO DE CARGO – CRIME PERMANENTE – DEMISSÃO –CABIMENTO – PRESCRIÇÃO INADMISSÍVEL

EMENTA: Servidor público estadual - Abandono do cargo - Crime permanente -Demissão - Cabimento. O crime de abandono de cargo público é delito permanen-te, só cessando com a reassunção do cargo, de modo que no período de ausên-cia não corre a prescrição. Demissão cabível em face da caracterização do crime.(Resumo). (Apelação Cível nº 591049895, Terceira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Balduíno Mânica, julgado em 30/10/1991)

CAPÍTULO XXXV

DA REVISÃO DO PROCESSO

35.1 REVISÃO SEM EFEITO SUSPENSIVO – DEMISSÃO A BEM DO SERVIÇOPÚBLICO – INADMISSIBILIDADE

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Policial Civil. Demissão a bem do ser-viço público. Processo administrativo. Recurso de revisão, pretensão de obterefeito suspensivo. Inadmissibilidade, efeito apenas devolutivo (LCE 10.098/ 94,art. 249, par 1°) prazo de revisão que ainda se põe como razoável. Direito líquidoe certo que não se ostenta, decorrente de ato abusivo ou ilegal. Segurançadenegada. (Mandado de Segurança nº 70007067051, Tribunal Pleno, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja Ramos, julgado em 15/12/2003)

35.2 REVISÃO COM EFEITO SUSPENSIVO – DESCONTOS NOSVENCIMENTOS – AMEAÇA DE LESÃO A DIREITO LÍQUIDO E CERTO

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Mandado de Segurança objetivandoimpedir que a autoridade coatora efetue descontos nos vencimentos dasimpetrantes, enquanto tramita recurso administrativo da decisão que aplicou pe-nalidades de suspensão. Ameaça de lesão a direito líquido e certo configurada,considerando a impositividade de conferir, no caso concreto, efeito suspensivo aorecurso administrativo. Documento juntado na fase recursal que é admitido, masnão implica na perda do objeto do Mandamus. Ordem concedida no primeiro graude jurisdição. Recurso de Apelação improvido. Sentença confirmada em sede deReexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº 70002765709, Tercei-ra Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Augusto Otávio Stern, julga-do em 13/09/2001)

CAPÍTULO XXXVI

DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA

EMENTA: Administrativo. Servidor Público. Contratação temporária. Magistério.Direitos trabalhistas em face da demissão. Comprovação da contratação por tem-po determinado. O término da contratação se impõe por lei, sob pena de restarratificada a “contratação” de servidores sem a realização de concurso público.Caráter temporário, onde a permanência do contratado e instável, não assumindoa condição de titular de cargo sob o regime estatutário, de forma que o prazo desua contratação expira sem qualquer ônus para o Estado contratante. Apelo des-provido. 7 fls. (Apelação Cível nº 70003010907, Quarta Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 13/03/2002)

EMENTA: Reexame Necessário. Município. Servidor Público. Contrataçãoemergencial. Verbas rescisórias. Anotação de CTPS. FGTS. Contratação tempo-rária e emergencial, no serviço público, observa senão o regime estatutário, noque couber, nos termos do que dispôs a lei municipal que a autorizou.Inaplicabilidade do regime celetista. Descabimento, em conseqüência, de pedidosde anotação da CTPS e pagamento de FGTS. Verbas rescisórias que incluem,segundo a Lei, direito a 13º proporcional. Verba honorária que se redimensiona.Sentença parcialmente modificada em Reexame. (Reexame Necessário nº70004647400, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Eduardo Uhlein, julgado em 24/10/2002)

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Servidor público. Contrato temporário.Relação previamente estabelecida na lei que autorizou a contratação temporáriado servidor. Vantagens postuladas que não se encontram previstas na lei que deuorigem ao contrato. Violação do princípio da legalidade. Apelação do Municípionão-conhecida, por intempestiva. Apelação do demandante desprovida. (Apela-ção Cível nº 70007387897, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Vasco Della Giustina, julgado em 17/12/2003)

CAPÍTULO XXXVII

DA PREVISÃO E ASSISTÊNCIA AO SERVIDOR

37.1 AUXÍLIO FUNERAL – DIREITO À PENSÃO – PRINCÍPIO “TEMPUS REGITACTUM”

EMENTA: Previdenciário. Direito à pensão. Servidor público municipal. Cargo emcomissão. Regime Geral de Previdência. Emenda Constitucional nº 20/98. Auxíliofuneral. Lei municipal nº 39/93. 1. O direito a pensão rege-se pela lei vigente nadata do falecimento do segurado. Princípio “tempus regit actum”. 2. A contar daEmenda Constitucional nº 20/98, os servidores públicos titulares de cargo em co-missão tornaram-se segurados do Regime Geral de Previdência. Hipótese que osfamiliares de servidor municipal falecido em data posterior a Emenda 20/98 nãofazem jus ao pagamento de pensão pelo ente municipal. 3. É devido o auxílio-fu-neral a família do servidor falecido na atividade, conforme arts. 193, inciso II, alí-nea “b” e 227 da Lei nº 39/93. Recurso desprovido. Sentença confirmada emReexame Necessário. (Apelação e Reexame Necessário nº 70003280765, Segun-da Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de AzevedoSouza, julgado em 22/05/2002)

EMENTA: Previdência Pública Estadual. Servidor Público. Período de situação ir-regular. Falecimento. Pedido de pensão articulado pelos dependentes.Declaratória incidental de inexistência de relação jurídico-previdenciária. 1. Se oservidor entra em atividade , embora não regularizada sob o ponto de vista jurídi-co-administrativo a sua situação funcional, mas passa a receber contraprestaçãopelo trabalho com normal contribuição ao Instituto de Previdência e Assistência ,o qual, inclusive, em período de doença, pagou as despesas médico-hospitalarese, depois de sua morte causada por leptospirose contraída no local do trabalho,pagou auxílio-funeral, não pode a instituição negar-se ao pagamento da pensãodevida, alegando ausência de plena formalização do vínculo funcional com o

212 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Estado. 2. Apelo provido em parte e sentença confirmada em reexame. (8fls.)(Apelação e Reexame Necessário nº 70002616381, Primeira Câmara Cível, Tribu-nal de Justiça do RS, Relator: Irineu Mariani, julgado em 22/08/2001)

EMENTA: Previdência Pública. União estável. Benefício previdenciário por mortede servidor público. Auxílio funeral e pecúlio. 1. Da união estável. Preenchidos osrequisitos da Lei n. 9.278/96, vale dizer, configurada a união estável, deve oIPERGS conceder o benefício referente a pensão por morte. 2. Integralidade dapensão e inclusão das vantagens pessoais. A pensão integral corresponde ao va-lor dos vencimentos ou proventos que o ex-segurado perceberia se não ocorridoo óbito, incluídas as vantagens pessoais. Inteligência do disposto nos arts. 40,parágrafos 2 e 7 c/c o art. 37, XI, da Constituição Federal com a redação que lhesderam as ECs ns 19 e 20/98. 3. Da fonte de custeio. Sendo direito que emanadiretamente da norma auto-aplicável do artigo 40, parágrafo 3 e 4, cabe ao admi-nistrador buscar os recursos necessários. Além disso, deve o excesso correr aconta e responsabilidade do Estado e suas autarquias, na proporção das contri-buições dos respectivos servidores, devendo ser incluído no orçamento anual omontante indispensável. Inteligência do parágrafo único do artigo 44, da Lei 7672/82. 4. Da prescrição qüinqüenal. No caso dos autos não há falar em prescriçãoqüinqüenal, tendo em vista que o ex-segurado faleceu em junho de 1999. 5. Dodesconto contributivo. Em inexistindo pedido da parte autora acerca do descontocontributivo de 2%, descabida a manifestação deste relator, vez que matéria es-tranha a lide. Discussão afastada. 6. Da correção monetária. A correção monetá-ria deve ter por termo inicial as respectivas datas em que os valores deveriam tersido pagos, já que é mera reposição do poder de compra da moeda. Incidênciasobre cada parcela, individualizadamente, atualizadas pelo IGP-M, acrescidasdos juros legais, estes a contar da citação. 7. Da verba honorária. Honoráriosadvocatícios no patamar de 5% sobre o valor das parcelas vencidas, com atençãoao disposto no art. 20, parágrafo 4, do CPC, e maciço entendimento deste egré-gio. 8. Do pecúlio e auxílio funeral. Cabível o ressarcimento das despesasefetuadas em decorrência do falecimento do ex-segurado, até o limite fixado emlei. Inteligência dos arts. 12 e 30 da Lei 7.672/82 e art. 30 da lei 7.716/82. Apeloimprovido. Confirmada a sentença em Reexame. (22fls) (Apelação e ReexameNecessário nº 70002615995, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Carlos Roberto Lofego Canibal, julgado em 15/08/2001)

37.2 COMPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO – ACORDO CELEBRADO – JUROSLEGAIS

EMENTA: Direito previdenciário. Servidor público ferroviário. Complementação dapensão paga pelo INSS. Em face do acordo celebrado entre a União e o Estadodo Rio Grande do Sul e das Leis estaduais n.º 2.061/53 (art. 189) e n.º 5.255/66,

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 213

deve o IPERGS complementar o valor da pensão paga pelo INSS. Direitoprevidenciário. Juros legais. O entendimento prevalente da Câmara e do PrimeiroGrupo Cível é no sentido de que os juros legais, para pagamento de pensões ematraso, são de 6% ao ano enquanto vigente o Código Civil de 1916 (art. 1.062) e,de 1% ao mês, a partir de 11 de janeiro de 2003, data da entrada em vigor donovo Código Civil (art. 406). À unanimidade, deram parcial provimento. (ApelaçãoCível Nº 70007168065, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Roque Joaquim Volkweiss, julgado em 28/04/2004)

EMENTA: Previdência pública. IPERGS. Pensão por morte. Integralidade. Auto-aplicabilidade do artigo 40, § 7º da Constituição Federal. Totalidade dos venci-mentos e proventos percebidos pelo servidor público, incluídas as vantagens pes-soais. Entendimento pacífico do Supremo Tribunal Federal. Reexame Necessárionão conhecido. Inteligência do artigo 475, § 3º do Código de Processo Civil. De-dução do valor alcançado pela FUCAE. Entendimento consolidado do SupremoTribunal Federal, no sentido de que o pagamento do benefício da pensão pormorte deve corresponder à totalidade dos vencimentos e proventos percebidospelo ex-servidor, se vivo fosse, incluídas as vantagens pessoais. Reexame Ne-cessário não conhecido. Artigo 475, §3º, do CPC. Valor alcançado pela FUCAE,como antecipação de pensões, em processo de liquidação extrajudicial. Caráterpúblico da verba, criada como complementação à pensão previdenciária. Dedu-ção devida sob pena de pagamento além da integralidade prevista no artigo 40,§7º da CF. Decaimento mínimo do pedido do autor, em relação ao objetivo princi-pal que é a declaração do direito à integralidade. Sucumbência não aplicada.Reexame Necessário não conhecido. Recursos não providos. (Apelação eReexame Necessário Nº 70007989916, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunalde Justiça do RS, Relator: Leila Vani Pandolfo Machado, julgado Em 11/05/2004)

EMENTA: Apelação Cível e Reexame Necessário. Direito previdenciário.IPERGS. Revisão de pensão por morte de servidor público federal. Integralidade.Responsabilidade do IPERGS. Complementação da pensão prestada pelo INSS.No caso, inexiste responsabilidade do IPERGS no pagamento da integralidade dapensão pretendida pela autora, cabendo à autarquia estadual apenas acomplementação da pensão prestada pelo INSS. Juros legais. Os juros legais de-vem ser fixados a partir da citação, já que, no caso, este é o ato que constitui odevedor em mora. Até o advento do novo Código Civil, deve-se utilizar a taxa de6% ao ano e, a partir de então, como no caso, na forma do artigo 406 daquele di-ploma legal, aplica-se a taxa de 1% ao mês. Compensação de verba honorária.Impossibilidade. Na hipótese em exame, inexiste identificação entre a figura doscredores e dos devedores. Ou seja, aqueles que detêm os créditos (patronos) nãopossuem qualquer relação de débito com os devedores (partes), impossibilitada,portanto, a compensação, mormente litigando a apelada sob o benefício da justi-ça gratuita. Benefício da justiça gratuita. Incabível a concessão do benefício da

214 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

justiça gratuita ao IPERGS, mesmo diante da alegada dificuldade financeira pelaqual passa a autarquia estadual, pois, apesar da possibilidade de concessão dobenefício pretendido à pessoa jurídica, constitui ente público mantido pelo próprioEstado, razão pela qual, não pode gozar da gratuidade, considerando-se a natu-reza deste benefício. Reexame Necessário. Lei 10.532/01. Precedentes do Plená-rio do Supremo Tribunal Federal. Diante do pronunciamento expresso do Plenodo egrégio Supremo Tribunal Federal sobre a matéria relativa à integralidade depensão por morte de servidor público estadual, não merece conhecimento oReexame Necessário, a teor do que preconiza o artigo 475, § 3º, do Código de Pro-cesso Civil. Apelos desprovidos. Não-conhecido o Reexame Necessário. (Apelaçãoe Reexame Necessário Nº 70008206112, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justi-ça do RS, Relator: João Armando Bezerra Campos, julgado em 14/04/2004)

EMENTA: Reexame Necessário. Previdência Pública. IPERGS. Integralidade dapensão. Inconstitucionalidade do desconto previdenciário de 2%. Correção mone-tária pelo IGP-M a partir da data de vencimento de cada parcela. I - Como vemdecidindo há muito tempo o Supremo Tribunal Federal e, mais recentemente, esteTribunal, a pensão por morte de servidor público deve corresponder a totalidadedos proventos deste, se vivo fosse. Aplicação do § 7º, do art. 40, da ConstituiçãoFederal. II - Uma vez jubilado, o servidor não mais se enquadra na condição decontribuinte, por já estar no gozo do benefício da aposentadoria para a qual con-tribuiu, e o pensionista tampouco faz jus a qualquer outro benefício além da pen-são que recebe em decorrência da contribuição de servidor já falecido. Por isso, etendo em conta a Regime Geral da Previdência Social, afigura-se inconstitucionalo desconto previdenciário dos inativos. III - A correção monetária dos valores de-vidos deve fazer-se pelo IGP-M desde a data do vencimento de cada parcela.Sentença parcialmente reformada em Reexame Necessário. (Reexame Necessá-rio Nº 70003809639, Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Antônio Corrêa Palmeiro da Fontoura, julgado em 27/03/2002)

37.3 PREVIDÊNCIA

37.3.1 COBRANÇA DE INATIVOS – DESCABIMENTO – PROVENTOSINFERIORES AO LIMITE

EMENTA: Previdência Pública. Contribuição previdenciária cobrada de inativos.Apelação. Edição da EC nº 20/98. É descabida a cobrança sobre proventos deinativos por ofensa a dispositivo constitucional. Edição da EC Nº 41/03. O des-conto só é permitido sobre o excedente de 50% do limite máximo estabelecidopara os benefícios do regime geral da previdência social. Não admissibilidade dofenômeno da repristinação em nosso ordenamento jurídico. Superveniência da LeiComplementar Estadual nº 12.065/04, que, em seu art. 1º, autoriza o desconto

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 215

sobre o excedente do limite previsto na EC nº 41, respeitado, contudo, o prazo de90 dias prenunciado no art. 195, § 6º, da CF/88. Caso concreto. Inviabilidade dacobrança dos descontos previdenciários tendo em vista que os proventos percebi-dos pela parte autora são inferiores ao limite estabelecido pela EC nº 41/03 epela LC Estadual nº 12065/04. Juros de mora. Os juros legais são contados dadata da citação do réu, momento em que este é constituído em mora. Apeloimprovido. (Apelação Cível Nº 70008471823, Primeira Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: Luiz Felipe Silveira Difini, julgado em 16/06/2004)

EMENTA: Agravo de Instrumento. Ação declaratória cumulada com condenatória.Tutela antecipada. Direito previdenciário. Contribuição previdenciária instituídapela Lei Estadual n.º 7.672/82. Ilegalidade do desconto, a partir da vigência daEmenda Constitucional n.º 20/98, até a entrada em vigor da Lei ComplementarEstadual n.º 12.065/04, face à nova ordem constitucional introduzida pela Emen-da Constitucional nº 41/03. Concessão de tutela antecipada. Negativa de segui-mento liminar, na forma do que dispõe o art. 557, caput, do CPC. Com a ordemconstitucional vigente a partir da Emenda Constitucional n.º 20, de 15.12.98, nãomais se fez possível o desconto de qualquer contribuição previdenciária de pen-sões e proventos, tendo em vista regramento expresso, inserto nos arts. 195, II e40, § 12.º, da CF/88, introduzidos que foram pela referida Emenda Constitucional.Sendo assim, tem-se a não-recepção da Lei Estadual n.º 7.672/82, na parte quedetermina o desconto da contribuição previdenciária de 5,4% dos proventos dosinativos. Contudo, com o advento da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de de-zembro de 2003, a nova ordem constitucional, agora vigente, tornou possível acobrança do desconto previdenciário sobre os proventos e pensões, mas apenasa partir da vigência da Lei Complementar Estadual n.º 12.065/04, que se encontraem período de “vacacio legis” por força do que dispõe o art. 195, § 6º, da CF/88,Lei Complementar esta que veio regulamentar a novel disposição constitucional.Aplicação do art. 462 do CPC quanto ao “jus superveniens”. Concessão da tutelaantecipada, face à verossimilhança da alegação e do perigo de dano de difícil re-paração. Astraintes. Estado. Cabimento. Deferida a antecipação da tutela para ofim de sustar o desconto previdenciário de 5,4% , cabível a fixação de multa“astraintes” para o caso de não cumprimento da determinação judicial. Provimen-to liminar em parte, apenas para reduzir o valor da multa, de acordo com prece-dentes desta Câmara. Agravo provido liminarmente, em parte. (Agravo de Instru-mento nº 70009044835, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Henrique Osvaldo Poeta Roenick, julgado em 16/06/2004)

EMENTA: Previdência Pública. Contribuição previdenciária cobrada de inativos.Preliminar de legitimidade passiva do Estado. Litisconsórcio necessário. Acolhi-mento. Hipótese em que Estado do Rio Grande do Sul deve integrar o pólo passi-vo de ação que objetiva a cessação do desconto de contribuição pagaindevidamente, pois, muito embora seja o Instituto de Previdência do Estado o

216 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

instituidor da verba em questão, é o Estado quem desconta o percentual previstona alínea “a”, do art. 42, da Lei nº 7.672/82. Edição da EC Nº 20/98. Descabida acobrança sobre proventos de inativos por ofensa a dispositivo constitucional, cujainadmissibilidade abarca tão somente o desconto de 5,4% destinado ao Fundo deAssistência Médica. Edição da EC Nº 41/03. O desconto só é permitido sobre oexcedente de 50% do limite máximo estabelecido para os benefícios do RegimeGeral da Previdência Social. Não admissibilidade do fenômeno da repristinaçãoem nosso ordenamento jurídico. Superveniência da Lei Complementar Estadual nº12065, que, em seu art. 1º, autoriza o desconto sobre o excedente do limite pre-visto na EC nº 41, respeitado, contudo, o prazo de 90 dias prenunciado no art.195, § 6º, da CF/88. Honorários advocatícios. Redimensionamento dasucumbência. Compensação de honorários. Vedada pelo art. 23 do Estatuto daOAB. Preliminar acolhida e Apelação parcialmente provida, com explicitação.(Apelação Cível Nº 70008305005, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Luiz Felipe Silveira Difini, julgado em 09/06/2004)

EMENTA: Previdência social estadual. Inativos. Contribuição. Incidência sobreproventos. Ilegalidade. Legitimidade do Estado e do IPERGS na repetição. Juros.I - O IPERGS e a Fazenda Pública, que possui responsabilidade subsidiária paracom os débitos autárquicos, são responsáveis pela devolução da quantia descon-tada dos proventos de servidor inativo a título da contribuição prevista no art. 42,a, da Lei 7.672/82. II - O artigo 40 da C. Federal, com a redação que lhe deu aEmenda Constitucional nº 20/98, estabelece o regime previdenciário dos servido-res titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios, sem definir sua fonte de custeio; refere apenas ao regime que há deser de caráter contributivo, com o que não deixa dúvida quanto à contribuição porparte do servidor. Entretanto, não prevê a contribuição a cargo dos inativos epensionistas. III - Não havendo previsão constitucional expressa sobre a formacomo mantido o regime previdenciário do servidor, há de ser aplicado o que dis-põe o artigo 40, parágrafo 12 da C.F. introduzido pela Emenda Constitucional 20/98, segundo o qual “o regime de previdência dos servidores públicos titulares decargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o re-gime geral de previdência social”. E dentre esses, de destacar o inciso II do artigo195, que veda a incidência de contribuição sobre aposentadoria e pensão, e oinciso IV do artigo 194 que impõe a irredutibilidade do valor dos benefícios. IV - Oart. 149, § único da CF autoriza a União, Estados, Distrito Federal e Municípiosinstituir contribuição para custeio de sistemas de previdência e de assistência so-cial de seus servidores, definindo quem seja o contribuinte, não dando lugar, emface do princípio da legalidade estrita e da tipicidade fechada, a que, por atuaçãodo legislador inferior, sejam criados outros contribuintes compulsórios, como osinativos, que servidores não são. V - As contribuições previdenciárias têm nítidosentido finalístico: os servidores públicos em atividade contribuem com o fito de

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 217

se aposentarem ou, com o falecimento, proverem o sustento de seus dependen-tes. Atingido o fim com a aposentadoria ou com o falecimento, não há mais razãopara seu pagamento. Soa verdadeiro “non sense”, por isso, tanto o inativo contri-buir para custear proventos de sua própria aposentadoria, quanto concorrer parao custeio dos benefícios devidos dos que ainda não jubilados. VI - Além disso, oinativo não é servidor público, ou não é mais servidor público; com a aposentaçãoalcança outra situação jurídica em razão da qual não mais guarda vínculo de na-tureza institucional com a Administração Pública, nem lhe presta trabalho. VII -Os juros são devidos à taxa de 6% ao ano (art. 1º-F da Lei 9.494/97, introduzidopela Medida Provisória n.º 2.180-35), do trânsito em julgado (art. 167, parágrafoúnico, do CTN e Súmula 188 do STJ). Apelo parcialmente provido. (ApelaçãoCível Nº 70008343899, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRs, Relator: Genaro José Baroni Borges, julgado em 16/04/2004)

37.3.2 CARGO EM COMISSÃO – ANTERIOR À EC 20/98 – IRRETROATIVIDADE

EMENTA: Mandado de Segurança. Regime de Previdência. Cargo em comissão.Aplicação do art-40, par-13, da Constituição Federal, com a redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20/98. Competência do Tribunal de Justiça para julgara matéria, pois a autoridade dada como coatora e o Presidente da Corte Estadual.Rejeição da preliminar de inadequação do remédio usado, ou seja, o Mandado deSegurança. Lição de Cretella Junior sobre o art-1º da Lei nº 1533/51. Mérito. Exis-tência de violação a ato jurídico perfeito e a segurança jurídica das relações con-sumadas sob abrigo da lei velha. Irretroatividade da nova norma, mesmo que vei-culada por Emenda Constitucional. A concessão de efeito retroativo a EmendaConstitucional conflita com direitos fundamentais. Precedente deste Órgão Espe-cial: Mandado de Seguranca nº 70002873156. Doutrina de Maria Garcia, in revis-ta Interesse Público, 13/25. Segurança concedida. (Mandado de Segurança nº70002509065, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cacildo deAndrade Xavier, julgado em 16/12/2002)

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor Público. Revisão de ato administrati-vo emandado da Presidência do Tribunal de Justiça. Servidores do Tribunal deJustiça. Preliminar de incompetência do Tribunal. Preliminar rejeitada, dado que acompetência para julgar Mandado de Segurança se firma pela categoria da autori-dade coatora, sendo secundário o critério da matéria a ser discutida. Impetrantesque integram o quadro de cargos em comissão do Tribunal de Justiça do Estado,providos em comissão antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional20/98. Devem ser resguardados os benefícios oriundos da situação vantajosaaos impetrantes, os quais, antes da entrada em vigor da obrigatoriedade decontribuição do R.G.P.S., já haviam se integrado em definitivo aos seus

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patrimônios individuais. Preliminares rejeitadas, por unanimidade, por maioria,concederam a Segurança. 56fls. D (Mandado de Segurança nº 70002935229, Tri-bunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Redator para acórdão: João Pedro PiresFreire, julgado em 18/11/2002)

37.3.3 REMUNERAÇÃO – CESSAÇÃO – RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES –CONTINUIDADE

EMENTA: Ação anulatória de débitos cumulada com indenização por danos mate-riais e morais precedida de ação cautelar. Servidor público estadual. Contribui-ções previdenciárias. Licença para tratar de interesses particulares. Ausência deremuneração. Lei 7.276/82. Sentença de improcedência. Durante o período de li-cença não remunerada do servidor público estadual, a teor do art. 8º da Lei7.276/82, são devidas as contribuições previdenciárias pelo licenciado, que deverecolhê-las na forma estabelecida, porquanto o desconto em folha de pagamentoresta prejudicado. Negaram provimento às Apelações. Unânime. (Apelação Cívelnº 70004672051, Segunda Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Cláudia Maria Hardt, julgado em 07/08/2003)

CAPÍTULO XXXVII I

DO DIREITO À GREVE

EMENTA: MS. Servidor público civil. Adesão a greve. Inocorrência de falta grave.A só adesão a greve, direito constitucionalmente assegurado - pouco relevando aausência de regulamentação infraconstitucional - não é suficiente para tipificarconduta com aptidão a máxima medida da exoneração. Segurança concedida.(Mandado de Segurança nº 596202754, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Antônio Janyr Dall’agnol Júnior, julgado em 31/08/1998)

EMENTA: Mandado de Segurança. Servidor público civil. Adesão a greve. Ausên-cia de falta grave. A falta de integração da norma do art.9 da CF não autoriza seconsidere como falta grave a adesão a greve por servidor público civil em estágioprobatório e lhe enseje a demissão. Segurança concedida. (Mandado de Seguran-ça nº 595198466, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: CelesteVicente Rovani, julgado em 01/09/1997)

EMENTA: Constitucional e Administrativo. Servidor da Justiça. Direito de greve.Artigo 37, inciso VII, da Constituicao Federal. Paralisação no período de 13 demarço a 12 de abril de 1995. Determinação de aplicação do Estatuto dos Servido-res da Justiça, por determinação do Conselho da Magistratura, considerandocomo não justificadas as faltas e, conseqüentemente, determinando a perda dodireito as férias (artigo 736, inciso I da Lei Estadual n 5256/77). Ilegalidade ou ar-bitrariedade inexistente. Ausência de direito líquido e certo. 1. É de eficácia limi-tada a norma constitucional que estabelece o direito de greve no servidor público,sendo, assim, dependente de regulamentação por lei complementar. Enquantonão editada a lei infraconstitucional, o exercício do direito de greve será conside-rado ilegal, e como não-justificadas as faltas ao serviço. 2. Competindo, privativa-mente, aos Tribunais organizar os seus serviços, inclusive os dos juizes que lhes

220 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

forem vinculados (art. 96, inc. I, letra b, CF/88), não se mostra ilegal ou arbitráriaa decisão do Conselho da Magistratura mandando aplicar a Lei Estadual n 5256/66 - Estatuto dos Servidores da Justiça -, que, por não conflitar com a normaconstitucional, tem-se como recepcionada. 3. Segurança denegada. Voto vencido(Mandado de Segurança nº 597004464, Segundo Grupo de Câmaras Cíveis, Tribu-nal de Justiça do RS, Redator para acórdão: Moacir Adiers, julgado em 11/04/1997)

CAPÍTULO XXXIX

LEGISLAÇÃO

LEI 5.256, DE 02 DE AGOSTO DE 1966

LIVRO IVESTATUTO DOS SERVIDORES DA JUSTIÇA

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 647 - Este estatuto regula as normas peculiares aos serviços Judiciários doEstado, bem como o provimento e a vacância dos cargos e funções, os deveres eresponsabilidades, direitos e vantagens dos servidores da Justiça1 .

Art. 648 - Os servidores da Justiça ocupam cargos e funções isolados, e se clas-sificam por entrâncias, correspondentes às da Magistratura.

Art. 649 - Os servidores da Justiça formam as seguintes categorias e respectivasclasses funcionais2 :I - dos serventuários da Justiça:a) os escrivães judiciais;b) os escrivães distritais;c) os oficiais extra-judiciais;d) os tabeliães;e) os oficiais dos registros públicos;

(1) – Ver Leis nº 7.305/79, 7.356/80 e 7.778/83 (COJE), que modificarm, em parte, este es-

tatuto.

(2) – Ver art. 10 da Lei nº 7.305/79 e arts. 90 a 102 da Lei nº 7.356/80, que alteraram as

classes e categorias de servidores.

222 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

f) os oficiais dos registros especiais;g) os oficiais dos registros de imóveis;II - dos funcionários da Justiça:a) os distribuidores;b) os contadores;c) os assistentes sociais;d) os taquígrafos;e) os auxiliares-datilógrafos;f) os oficiais de justiça;g) os porteiros de auditórios;h) os comissários de menores;i) os comissários de vigilância;III - dos auxiliares da Justiça:a) os ajudantes substitutos;b) os suboficiais;c) os fiéis;IV - dos empregados da Justiça:a) os escreventes;b) os datilógrafos;c) os ficharistas;d) os seladores;e) outros admitidos mediante contrato com o titular de ofício.

Art. 650 - O Tribunal de Justiça regulará a organização administrativa da Secreta-ria do Tribunal.§ 1º - O diretor geral da Secretaria do Tribunal e os secretários do Conselho Su-perior da Magistratura e da Corregedoria Geral da Justiça, serão bacharéis em di-reito, nomeados em comissão.§ 2º - Os demais servidores da Secretaria do Tribunal, no que lhes for aplicável,terão a sua situação funcional regulada por este Código, em tudo o que não con-trariar o Regimento Interno daquele órgão.

Art. 651 - Para atender as peculiaridades do serviço, a lei poderá dar organiza-ção burocrática às varas especializadas, mediante proposta do Tribunal de Justi-ça, naquela não incluindo os servidores da Justiça que terão sua situação funcio-nal regida por este Código.Parágrafo único - A criação dos cargos administrativos de que trata este artigo, afixação dos vencimentos e vantagens, o sistema estatuário, bem como as atribui-ções estabelecidas aos respectivos ocupantes, obedecerão às normas legais apli-cáveis ao funcionalismo civil do Estado.

Art. 652 - Denominam-se serviços de justiça as tarefas desempenhadas pelosservidores, em razão de cargo.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 223

Art. 653 - Ofícios de justiça são as funções exercidas pelos serventuários.

TÍTULO IDas Situações Funcionais

CAPÍTULO IDo Provimento, Posse e Vacância

SEÇÃO INormas Gerais

Art. 654 - O ingresso na categoria de serventuários e de funcionários da Justiçafar-se-á mediante concurso público; na dos auxiliares da Justiça, através de pro-va de habilitação; e na de empregado da Justiça, por escolha do titular do ofícioou função.

Art. 655 - São requisitos mínimos para o provimento inicial dos cargos de justiça:I - ser brasileiro, com mais de dezoito anos e menos de quarenta anos, exceto osserventuários, cuja idade-limite mínima será de vinte e um anos;II - estar em dia com as obrigações militares e eleitorais;III - possuir honrada conduta;IV - possuir aptidão para o exercício do cargo;V - reunir as condições especiais prescritas para a investidura;VI - apresentar folha corrida judiciária;VII - gozar de sanidade física e mental.Parágrafo único - Os servidores da Justiça não estão sujeitos a limite de idadepara o ingresso em outro serviço da Justiça.

Art. 656 - Os serventuários da Justiça investidos no cargo de conformidade comeste Código são vitalícios e somente poderão perdê-lo por sentença judicial tran-sitada em julgado.

Art. 657 - Os funcionários da Justiça admitidos mediante concurso são considera-dos estáveis após dois anos de efetivo exercício, não podendo ser demitidos se-não através de processo administrativo ou judicial3 .

Art. 658 - REVOGADO.§ 1º - A criação ou extinção dos cargos de auxiliar da Justiça dependerá de solici-tação do titular do ofício ao Corregedor-Geral, ouvido o diretor do foro e observa-das as prescrições estabelecidas pela Corregedoria.

(3) – Ver Emenda Constitucional nº 19/98 - “após três anos de efetivo exercício”.

224 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

§ 2º - O contrato, obrigatoriamente submetido à homologação do juiz diretor doforo no prazo de dez dias contados do início da atividade do auxiliar, será feitopor escrito, em quatro vias, das quais, após homologação, uma ficará em poderdo auxiliar, outra em poder do titular do serviço, a terceira arquivada na direçãodo foro e a quarta será remetida à Corregedoria-Geral da Justiça.§ 3º - O serventuário ou funcionário que violar o prazo fixado no parágrafo anteriorficará sujeito a multa igual à remuneração do auxiliar nos dias excedentes do prazo,paga em selo inutilizado em folha do expediente de homologação do contrato.(Caput do art. 658 revogado pela Lei nº 7.785/83)

Art. 659 - Os auxiliares da Justiça ficam sujeitos ao regime funcional e disciplinarestabelecido neste Código, bem como aos deveres e responsabilidades comunsaos demais servidores da Justiça no que lhes for aplicável, garantidos os direitosassegurados no art. 218 da Constituição do Estado.

SEÇÃO IIDos Concursos

Art. 660 - Logo que seja criado cargo novo ou se verifique vaga, não preenchidade outra forma, a autoridade competente abrirá concurso para seu provimento,expedindo-se, o mais breve possível, edital de concurso, que conterá o programa,previamente elaborado pelo Conselho Superior da Magistratura, com publicação,uma vez, no Diário da Justiça, na imprensa local, onde houver, e mediante afixa-ção na sede da comarca4 .Parágrafo único - REVOGADO.(Caput do art. 660 alterado e parágrafo único revogado pela Lei nº 7.778/83)

Art. 661 - Não poderão inscrever-se os civilmente incapazes, os privados dos di-reitos políticos, os pronunciados por decisão irrecorrível, os condenados definiti-vamente por crime doloso e os demitidos a bem do serviço público.

Art. 662 - O requerimento de inscrição será dirigido ao Diretor do Foro, acompa-nhado dos documentos que comprovem as condições mínimas estabelecidas noartigo 655, bem como as especiais fixadas pelo órgão competente para cada casoParágrafo único - A autoridade que presidir o concurso poderá solicitar as infor-mações que julgar convenientes sobre a idoneidade de qualquer candidato.(Caput do art. 662 dada pela Lei nº 7.778/83)

Art. 663 -O prazo de inscrição será de trinta dias, a contar da publicação do editalno Diário da Justiça.(Artigo 663 alterado pela Lei nº 7.778/83)

(4) – Ver art. 13, § 3º da Lei nº 7.305/79

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 225

Art. 664 - REVOGADO.Parágrafo único - REVOGADO.(Artigo 664 e seu parágrafo único revogado pela Lei nº 7.778/83)

Art. 665 - REVOGADO.(Artigo 665 revogado pela Lei nº 7.778/83)

Art. 666 - O concurso será prestado perante uma comissão examinadora, que seinstalará após o encerramento das inscrições.§ 1º - Quando a vaga ocorrer na Secretaria do Tribunal de Justiça, a comissãoserá constituída na forma do Regimento Interno.§ 2º - A Comissão Examinadora será constituída, no interior, de um Juiz de Direi-to, preferentemente o Diretor do Foro, que presidirá a comissão, e de um agentedo Ministério Público e um advogado, escolhidos pelo Juiz de Direito; na Capital,de dois Juízes-Corregedores e do Juiz Diretor do Foro, sob a presidência deste.(Parágrafo 2º alterado pela Lei nº 7.778/83)

Art. 667 - Instalada a comissão examinadora, o presidente mandará à publicaçãoa lista dos candidatos, com nota de que, se alguém souber de impedimento legalou moral relativo a qualquer concorrente, o oponha por escrito, com firma reco-nhecida, até quarenta e oito horas antes da realização do concurso.Parágrafo único - A comissão apreciará secretamente, por livre convicção, asqualidades morais dos candidatos, em face dos impedimentos opostos ou dos queinvestigar de ofício, não admitindo ao concurso o que for considerado inidôneopara o exercício da função.

Art. 668 - REVOGADO(Artigo 668 revogado pela Lei nº 7.778/83)

Art. 669 - O concurso, constante de prova escrita teórica-prática e, conforme ocaso, também de datilografia, será prestado perante a Comissão Examinadora, noprazo máximo de quatro horas e nos termos de Resolução do Conselho Superiorda Magistratura.Parágrafo único - REVOGADO.(Artigo 669 alterado e parágrafo único revogado pela Lei nº 7778/83)

Art. 670 - REVOGADO.§ 1º - REVOGADO.§ 2º - REVOGADO.§ 3º - REVOGADO.§ 4º - REVOGADO.§ 5º - REVOGADO.(Artigo 670 e parágrafos de 1 a 5º revogados pela Lei nº 7.778/83)

226 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 671 - Tão logo concluída a correção das provas e conhecido o resultado dosrecursos interpostos ao Conselho de Magistratura, relativos ao julgamento dasinscrições, a comissão mandará publicar, por via de edital e nos termos do artigo660, a relação dos candidatos com as respectivas notas obtidas e a classificação.§ 1º - Desse resultado caberá recurso, ao Conselho Superior da Magistratura, noprazo de cinco dias.§ 2º - A decisão do Conselho, que alterar o julgamento da banca, será fundamen-tada.§ 3º - Em caso de provimento de recurso, será expedido edital de reclassificação,nas mesmas condições do artigo 660.(Artigo 671 e parágrafos alterados pela Lei nº 7.778/83)

Art. 672 - Findo o concurso, a comissão encaminhará ao Tribunal de Justiça a in-dicação dos candidatos a serem nomeados.(Artigo 672 e parágrafos alterados pela Lei nº 7.778/83)

Art. 673 - Será nomeado o candidato melhor classificado e, em igualdade de con-dições, terão preferência os servidores da Justiça; dentre estes, sucessivamente,os auxiliares estáveis do serviço em que houver ocorrido vaga, os servidores titu-lares de cargo da mesma classe funcional e os servidores com maior tempo deserviço prestado à Justiça; em seguimento, os candidatos com mais tempo deserviço público estadual, os que possuírem maior tempo de serviço público, osque tiverem maior idade e os que possuírem maior número de dependentes.(Artigo 673 alterado pela Lei nº 7.778/83)

Art. 674 - Os concursos para os serviços da Justiça serão válidos por dois anos,contados de sua homologação.

SEÇÃO IIIDa Prova de Habilitação

Art. 675 - REVOGADO.§ 1º - REVOGADO.§ 2º - REVOGADO.§ 3º - REVOGADO. (Art. 675 e seus parágrafos revogados pela Lei nº 7.778/83)

SEÇÃO IVDo Provimento

Art. 676 - Os cargos e funções, nos serviços da Justiça, serão providos por:I - nomeação;II - remoção;

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 227

III - reintegração;IV - readmissão;V - reversão;VI - aproveitamento;VII - transferência;VIII - readaptação.

SUBSEÇÃO IDa Nomeação

Art. 677 - Os servidores da Secretaria do Tribunal de Justiça serão nomeados eempossados pelo Presidente, na forma do Regimento Interno daquele órgão.

Art. 678 - Os serventuários e os funcionários da Justiça serão nomeados pela au-toridade competente, mediante concurso público, e os auxiliares através de provade habilitação5 .

Art. 679 - Os servidores da Justiça investidos na função pública, por força de no-meação, prestarão compromisso de bem desempenhar suas funções e tomarãoposse perante o diretor do foro.§ 1º - Os servidores da Justiça não poderão tomar posse de seus cargos, semapresentar, para deferimento de compromisso, o título de nomeação, laudo deinspeção de saúde e prova de estar em dia com as obrigações militares e eleito-rais, dispensadas as duas últimas exigências, se tiverem sido satisfeitas por oca-siões do concurso.§ 2º - Em caso de urgência, a autoridade que nomeou poderá autorizar a posseno cargo, independentemente da exibição do título, por meio de telegrama,fonograma ou ofício.§ 3º - A posse nos cargos cujo exercício dependa de fiança, caução ou outra ga-rantia só se dará à vista da prova de ter sido a exigência efetivamente cumprida.

Art. 680 - A posse verificar-se-á até quinze dias após a publicação do ato de no-meação no Diário da Justiça.§ 1º - A autoridade competente para dar posse, por motivo justificado e a requeri-mento do interessado, poderá prorrogar o prazo por mais quinze dias.§ 2º - A nomeação será tornada sem efeito se a posse não se der dentro do prazolegal.

Art. 681 - Salvo motivo de força maior, devidamente comprovado, os servidoresdeverão entrar em exercício dentro do prazo de quinze dias, contados da posse.

(5) – Ver art. 44, XXIX, do COJE/80.

228 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SUBSEÇÃO IIDa Remoção

Art. 682 - A remoção nos serviços da Justiça é facultada, exclusivamente, aoserventuário e funcionário com mais de um ano de exercício no cargo ou funçãode que for titular.§ 1º - A remoção se operará na mesma entrância, dentro das respectivas catego-rias e para serviços da mesma natureza.§ 2º - Por motivos da mesma natureza, entendem-se os desempenhos pelos ser-vidores de uma mesma classe funcional.§ 3º - A remoção dos escrivães distritais independerá de entrância.§ 4º - Não se admitirá remoção sempre que o ajudante substituto estável reque-rer, no prazo de dez dias, a abertura de concurso.§ 5º - É permitida a permuta entre auxiliares de ofícios da mesma natureza eentrância, com anuência dos respectivos titulares.

Art. 683 - Verificada a vaga, os servidores da mesma classe e entrância, dentrodo prazo de dez dias, contados da data em que for publicada no Diário Oficial daJustiça o ato declaratório da vacância, solicitarão remoção ao Presidente do Con-selho Superior da Magistratura6 .§ 1º - Os pedidos de remoção terão preferência sobre os de aproveitamento.§ 2º - No caso de criação de serviço de justiça, o prazo previsto neste artigo co-meçará a fluir da data da publicação do respectivo ato.

Art. 684 - A remoção será assegurada ao servidor mais antigo da classe, salvopreferência por servidor de maior mérito, ou manifestação contrária da maioriaabsoluta do Conselho Superior da Magistratura, tudo com base em decisão funda-mentada em critérios objetivos.Parágrafo único - Para aferição do mérito, além das normas estabelecidas peloConselho Superior da Magistratura, tomar-se-á em conta sempre a ficha funcionaldo servidor.

Art. 685 - A remoção por permuta, também admissível entre serventuários e fun-cionários da Justiça da mesma classe e entrância, dependerá de parecer préviodo Conselho Superior da Magistratura, que apreciará o pedido em função da con-veniência do serviço.§ 1º - Não será admitida a permuta, quando a um dos interessados faltar menosde cinco anos para tempo necessário a aposentadoria voluntária ou compulsória,ou quando o exame médico revelar que qualquer dos requerentes não está apto acontinuar no exercício do cargo ou função pública.§ 2º - A remoção por permuta de escrivães distritais, independente de entrância.

(6) – Ver art. 44, XXIX, do COJE/80.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 229

Art. 686 - O servidor da Justiça terá quinze dias de trânsito, com prorrogação pormais quinze a critério do Presidente do Tribunal de Justiça, para assumir o novoserviço, sob pena de a remoção ficar sem efeito.Parágrafo único - O período de trânsito é considerado como de efetivo exercício.

Art. 687 - A remoção será feita às expensas do servidor, que receberá os livros earquivos do cartório, independentemente de qualquer indenização, mediante tom-bamento, cujo termo constará de três vias datilografadas, visadas pelo juiz de di-reito diretor do foro, dirigidas uma ao arquivo do cartório da Direção do Foro e asoutras aos interessados.

SUBSEÇÃO IIIDa Reintegração

Art. 688 - A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa ou judiciáriapassada em julgado, é o retorno do servidor ao cargo, com ressarcimento dosvencimentos e vantagens deixadas de perceber em razão do afastamento, inclusi-ve a contagem do tempo de serviço.Parágrafo único - Quando o servidor receber custas ou emolumentos, estes serãoestimados de acordo com os proventos da aposentadoria.

Art. 689 - Achando-se ocupado o cargo ao qual foi reintegrado o servidor, o ocu-pante, se vitalício, será posto em disponibilidade remunerada, com os vencimen-tos correspondentes aos proventos da aposentadoria, ou aproveitado, se estável,em outros serviços da Justiça de igual categoria, com vencimento equivalente.

Art. 690 - O reintegrante deverá ser submetido a inspeção médica e, verificada asua incapacidade para exercício do cargo, será aposentado na formaestabelecida neste Código.

SUBSEÇÃO IVDa Readmissão

Art. 691 - A readmissão é o ato pelo qual o servidor exonerado volta aos serviçosda Justiça, assegurada a contagem de tempo de serviço anterior apenas paraefeito de estabilidade, acréscimos qüinqüenais e aposentadoria7 .Parágrafo único - A readmissão ficará sujeita a parecer favorável do ConselhoSuperior da Magistratura, a existência de vaga em serviço da mesma natureza,na entrância em que era classificado o servidor, a idade não superior a quarentae cinco anos e à circunstância de não haver pedido de remoção para a função pre-tendida, nem ocorrência das hipóteses dos artigos 682 § 4º e 688 e seu parágrafo.

(7) – Ver Resolução nº 129/94 - CM.

230 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SUBSEÇÃO VDa Reversão

Art. 692 - A reversão é o retorno do servidor aposentado ao cargo, quandoinsubsistentes os motivos da aposentadoria.§ 1º - Havendo vaga, preenchível por concurso, na classe e entrância do interes-sado, a reversão far-se-á de ofício ou a pedido, mediante perecer favorável doConselho Superior da Magistratura.§ 2º - Não poderá reverter a atividade o servidor com idade superior a sessentaanos.

SUBSEÇÃO VIDo Aproveitamento

Art. 693 - O serventuário em disponibilidade remunerada, aquiescendo, poderáser aproveitado em outro cargo de Justiça, da mesma classe e entrância.Parágrafo único - No prazo de validade do concurso e na ordem da classificação,poderá ser o candidato aproveitado, a critério do Conselho Superior da Magistra-tura, em cargo ou função equivalente àquele para o qual foi concursado, emcomarca da mesma entrância.

SUBSEÇÃO VIIDa Transferência8

Art. 694 - Haverá transferência de uma para outra função de auxiliar da Justiça.§ 1º - Ocorrerá a transferência quando o auxiliar da Justiça passar para ofício deoutra classe funcional.§ 2º - A transferência dar-se-á a pedido do interessado desde que:a) haja função;b) haja acordo do titular do ofício onde houver vaga.§ 3º - O pedido de transferência será dirigido ao Conselho Superior da Magistratu-ra, acompanhado da declaração de acordo do titular do ofício onde houver vaga.

SUBSEÇÃO VIIIDa Readaptação9

Art. 695 - O Conselho Superior da Magistratura proverá a respeito das condiçõese funções passíveis de readaptação.

(8) – Ver art. 44, XXIX, do COJE/80

(9) – Idem.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 231

SEÇÃO VDa Vacância

Art. 696 - Além da remoção, a vacância ocorrerá nos casos de:I - disponibilidade;II - aposentadoria;III - exoneração;IV - demissão;V - transferência;VI - readaptação;VII - morte.

SUBSEÇÃO IDa Disponibilidade

Art. 697 - O servidor vitalício em disponibilidade será classificado em quadro àparte, com vencimentos integrais ou com vencimentos iguais aos proventos daaposentadoria.Parágrafo único - Será submetido às condições do artigo o serventuário da Justi-ça em disponibilidade por extinção de cargo.

Art. 698 - O servidor em disponibilidade continuará sujeito às proibiçõesestabelecidas nesta lei.

SUBSEÇÃO IIDa Aposentadoria10

Art. 699 - Os servidores da Justiça serão aposentados:I - compulsoriamente aos setenta anos de idade;II - a pedido, com vencimentos integrais, após trinta e cinco anos de serviço públi-co, ou após trinta anos, dos quais dez prestados em Serviço da Justiça;III - a pedido ou compulsoriamente, por invalidez ou incapacidade para o serviço,em virtude de doença ou em conseqüência de acidente ou agressão nãoprovocada, no exercício das funções, declarada a invalidez ou a incapacidadepelo Conselho Superior da Magistratura.§ 1º - Independe de qualquer formalidade a aposentadoria compulsória por limite deidade, sendo integrais os proventos se o servidor contar vinte e cinco anos de efetivoexercício da função pública, e proporcionais a vinte anos, se conter menor tempo.§ 2º - Nos casos do inciso III deste artigo, o servidor será afastado do cargo comos respectivos vencimentos, até o prazo máximo de quatro anos; findo este prazo,se perdurar a incapacidade, será aposentado com vencimentos integrais.

(10) – Ver arts. 31 a 34 da Lei nº 7.305/79

232 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 700 - A aposentadoria compulsória por defeito moral deverá ser declaradapelo Conselho Superior da Magistratura, na forma estabelecida no Regimento In-terno, assegurada a mais ampla defesa ao interessado.Parágrafo único - Na hipótese do artigo os proventos serão proporcionais ao tem-po de serviço, mas nunca inferiores a um terço dos vencimentos.

Art. 701 - Para atender os encargos de aposentadoria, deverão os servidoresconcorrer, obrigatoriamente, com a contribuição fixa de quatro por cento, calcula-dos:I - se servidor enumerado no art. 714, I, letras a) a e), sobre a própria remunera-ção ou sobre os proventos da inatividade;II - se servidor enumerado no art. 714, I, letras f) e g), sobre a própria remunera-ção, acrescida de 50% ou sobre os proventos da inatividade;III - se servidor enumerado no art. 714, II e III, letras a) a e) e j), e no art. 808, demesma categoria, sobre a remuneração calculada tendo por base o maior venci-mento atribuído a igual categoria da mesma entrância, acrescida de 50% ou sobreos proventos da inatividade;IV - se servidor enumerado no art. 714, III, letras f) a i), e no art. 808, da mesmacategoria, sobre a remuneração calculada tendo por base o maior vencimentoatribuído a igual classe da mesma entrância, acrescida de 50% ou sobre osproventos da inatividade;V - se servidor auxiliar ou empregado, sobre a própria remuneração, até o máxi-mo da contribuição do titular do ofício ou função a que se ache vinculado.Parágrafo único - As contribuições incidirão sobre as gratificações adicionais eespeciais e acréscimos qüinqüenais que integram, com o vencimento básico, a re-muneração dos servidores.

Art. 702 - As contribuições estabelecidas no artigo anterior serão descontadas emfolha ou recolhidas, mensalmente, às exatorias estaduais, até ao décimo quintodia do mês seguinte ao vencido.§ 1º - O não-pagamento das contribuições, nos prazos pré-fixados, sujeita osinfratores à multa de dez por cento sobre as quantias a recolher, mais os juros dedoze por cento ao ano.§ 2º - O servidor da Justiça que sem causa justificada e relevante deixar de fazero recolhimento das contribuições a que está obrigado, durante três meses conse-cutivos, perderá o direito às vantagens instituídas por esta lei.

Art. 703 - Os servidores da Justiça serão aposentados com os proventos sempreiguais às remunerações que servirem de base à contribuição de que trata o art. 701.Parágrafo único - Os servidores aposentados perceberão sempre proventosiguais à remuneração que em qualquer época venham a perceber os servidoresem atividade, respeitada a proporcionalidade de tempo de serviço, e calculadasegundo os critérios básicos instituídos no art. 701.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 233

SUBSEÇÃO IIIDa Exoneração

Art. 704 - A exoneração do servidor da Justiça dar-se-á a pedido ou, se funcioná-rio ou auxiliar, quando não satisfizer os requisitos do estágio probatório.Parágrafo único - O servidor que estiver respondendo a processo administrativoou judicial, somente poderá ser exonerado a pedido, depois da conclusão do pro-cesso e de reconhecida a sua inocência ou cumprida a pena que não importe emdemissão.

SUBSEÇÃO IVDa Demissão

Art. 705 - A demissão será aplicada como penalidade.Parágrafo único - A demissão simples ou a bem do serviço público, segundo anatureza da falta praticada pelo servidor, na forma do Título IV, Capítulo II, des-te livro.

CAPÍTULO IIDo Exercício e do Tempo de Serviço

SEÇÃO IDo Exercício

Art. 706 - A contar da data de entrada em exercício, durante o período de doisanos para os funcionários da Justiça, e de cinco para os auxiliares da Justiça,será apurada, respectivamente, pelo Conselho Superior da Magistratura ou peloCorregedor-Geral, a conveniência ou não da permanência do servidor no serviçoJudiciário pela verificação dos seguintes requisitos

11:

a) idoneidade moral;b) disciplina;c) contração ao trabalho;d) eficiência;e) discrição;f) fidelidade.§ 1º - O Presidente do Tribunal de Justiça, quanto à Secretaria daquele órgão, eo diretor do foro, nos demais casos, apreciarão, pelo menos três meses antes dotérmino do estágio probatório, cada um dos requisitos constantes do artigo, mani-festando-se pela permanência ou dispensa do servidor.§ 2º - Quando se tratar de auxiliar da Justiça, a apreciação dos requisitos do arti-go, para efeito de exoneração do servidor, poderá ser provocada, dentro do prazo

(11) – Ver art. 35 da Lei nº 7.305/79

234 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

respectivo, pelo titular do serviço em que exercer as funções.§ 3º - O servidor será exonerado quando o parecer for contrário à sua permanên-cia no serviço.

Art. 707 - Após dois anos de exercício, os funcionários da Justiça admitidos porconcurso, e depois de cinco, os auxiliares da Justiça admitidos por meio de provade habilitação, gozam de estabilidade e não poderão ser demitidos senão median-te decisão condenatória, proferida em processo judicial ou administrativo em quese lhes assegure ampla defesa.Parágrafo único - Os serventuários, desde a posse, só poderão ser demitidos me-diante processo judicial.

SEÇÃO IIDo Tempo de Serviço

Art. 708 - A apuração do tempo de serviço, para efeito de gratificação, aposenta-doria e outras vantagens atribuídas aos servidores, será feita em dias, converti-dos em anos, considerados estes anos de trezentos e sessenta e cinco dias.

Art. 709 - Serão considerados de efetivo exercício, para os efeitos do artigo ante-rior, os dias em que o servidor estiver afastado em virtude de:I - férias;II - licença-prêmio;III - casamento, até oito dias;IV - luto, até oito dias, por falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, so-gros ou irmãos;V - exercício de função gratificada ou de cargo de provimento em comissão noserviço judiciário;VI - desempenho de função pública eletiva;VII - licença para tratamento de saúde;VIII - licença por motivo de doença em pessoa da família;IX - convocação para o serviço militar ou outros por lei obrigatórios;X - prestação de concurso ou prova de habilitação para cargo estadual;XI - disponibilidade remunerada, nos casos deste Código;XII - trânsito.

Art. 710 - Computar-se-á para efeito de aposentadoria, como tempo de serviço, oprestado pelo servidor da Justiça, nos casos previstos nos arts. 168 e 170 do Es-tatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado e o referido na Lei nº 4.585, de14 de outubro de 1963.Parágrafo único - Para o mesmo efeito será contado em dobro o tempo de licen-ça-prêmio não gozada.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 235

Art. 711 - É vedada a acumulação de tempo de serviço concorrente ou simultane-amente prestado em dois ou mais cargos ou funções.

TÍTULO IIDos Vencimentos e Vantagens

CAPÍTULO ISEÇÃO I

Dos Vencimentos dos Serventuários e Funcionários da Justiça

Art. 712 - Os serventuários e funcionários da Justiça perceberão vencimentos oucustas ou vencimentos e custas, segundo a natureza do serviço.

Art. 713 - Os vencimentos dos servidores da Justiça, pagos pelo Estado, serão fi-xados de entrância para entrância com diferença não maior de quinze por cento,tomando-se por base os percebidos pelos servidores de 4ª entrância.§ 1º - O aumento de uma classe de servidores, em determinada entrância,corresponderá sempre aumento automático em todas as demais entrâncias eclasses.§ 2º - Os escrivães criminais da 4ª entrância não poderão perceber vencimentosinferiores ao mais alto padrão pago pelo Estado.§ 3º - Sempre que houver aumento para os demais funcionários públicos do Esta-do, serão aumentados, na mesma proporção, os servidores da Justiça.

Art. 714 - A remuneração das classes funcionais será a seguinte:I - perceberão vencimentos:a) os assistentes sociais;b) os taquígrafos;c) os auxiliares-datilógrafos;d) os comissários de menores;e) os comissários de vigilância;f) os escrivães de menores;g) os ajudantes substitutos dos oficiais judiciais e os suboficiais do Registro Civildas Pessoas Naturais.II - perceberão somente custas:a) os oficiais extrajudiciais;b) os tabeliães;c) os oficiais dos Registros Especiais;d) os oficiais do Registro de Imóveis;e) os oficiais do Registro Civil das Pessoas Jurídicas;f) os oficiais do Registro de Títulos e Documentos;g) os oficiais do Registro de Protesto de Títulos Mercantis;

236 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

h) os escrivães do Cível, da Fazenda Pública, e de Acidentes do Trabalho da Ca-pital e do Cível de Pelotas.III - perceberão vencimentos e custas:a) os escrivães do Crime, Júri, Acidentes de Trânsito, de Família e Sucessões, daProvedoria, da Direção do Foro, de Execuções Criminais e de Falências eConcordatas, da Capital;b) os escrivães do Cível e Crime da 2ª instância;c) os escrivães judiciais;d) os escrivães distritais;e) os oficiais do Registro Civil das Pessoas Naturais;f) os distribuidores;g) os contadores;h) os oficiais de justiça;i) os porteiros de auditórios;j) os oficiais dos Registros Públicos.

Art. 715 - Os porteiros e oficiais de justiça perceberão vencimentos não inferioresa 80% dos que forem pagos pelo Estado aos escrivães criminais na respectivaentrância, respeitando o salário mínimo da região.

SEÇÃO IIDa Remuneração dos Auxiliares e Empregados da Justiça

Art. 716 - Os serventuários e funcionários não poderão contratar auxiliar e em-pregado com remuneração inferior ao estabelecido na tabela abaixo, tomando porbase os índices do salário-mínimo regional:

Entrância 1ª 2ª 3ª 4ªAjudante ............................ 1,4 1,7 2 3Escrevente ........................ 1,1 1,2 1,4 2Datilógrafo ........................ 1 1,1 1,3 1,5

§ 1º - Sempre que houver alteração do salário mínimo regional será também alte-rado o salário dos servidores mencionados neste artigo, na mesma proporção.§ 2º - A cada classe funcional existente na serventia corresponderá igual salário.§ 3º - A equiparação salarial não será obrigatória se entre as pessoas considera-das houver diferença de tempo de serviço superior a dois anos, apurado em qual-quer das formas permitidas em direito.§ 4º - Não prevalecerá o disposto no art. 2º, se o titular do ofício organizar quadrode carreira englobando quantos prestem serviço não eventual à serventia, paracada classe funcional, com promoções alternadas, por merecimento e porantigüidade.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 237

§5º - REVOGADO.§6º - REVOGADO.§7º - REVOGADO.§8º - REVOGADO. § 9º - Os demais auxiliares e empregados da Justiça perceberão a remuneraçãoque convencionarem com o titular do serviço.§10 - Nenhum empregado poderá perceber remuneração inferior ao salário míni-mo regional.§ 11 - O serventuário ou funcionário pagará, obrigatoriamente, a seus auxiliares eempregados um abono de família, em quantia igual à percebida pelos servidorespúblicos do Estado.§ 12 - Para os efeitos deste artigo, compreende-se na remuneração do auxiliartanto o vencimento pago pelo Estado, como o pago pelo titular do serviço.(Parágrafos 5º a 8º revogados pela Lei nº 7.896/9)

SEÇÃO IIIDas Custas12

Art. 717 - As custas serão pagas pelas partes ao titular do ofício ou função e se-rão iguais em todas as entrâncias, respeitadas as disposições do Regimento deCustas Judiciais do Estado.§ 1º - Os escrivães e os titulares de ofício ou função darão recibo das custas re-cebidas.§ 2º - Os Juízes das varas ou comarcas e os corregedores deverão proceder àsuspensão imediata do servidor, logo à abertura do respectivo inquérito adminis-trativo, em caso de inobservância do disposto neste artigo.

Art. 718 - Os servidores não terão direito a qualquer custa ou emolumentos, nosprocessos em que o pagamento caiba à Fazenda Estadual.

CAPÍTULO IIDas Vantagens Pecuniárias

Art. 719 - Constituem vantagens pecuniárias dos servidores da Justiça:I - gratificações;II - acréscimos qüinqüenais;III - diárias;IV - abono familiar;V - auxílio funeral;VI - pensão.

(12) – Ver Lei nº 8.121/85 - Regimento de Custas Judiciais -.

238 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SEÇÃO IDas Gratificações

Art. 720 - Nos serviços da Justiça haverá gratificação adicional por tempo de ser-viço.

Art. 721 - A gratificação adicional será concedida nos termos dos artigos 110 e112 do Estatuto dos Funcionários Civis do Estado, calculada sobre os vencimen-tos básicos ou sobre os proventos de aposentadoria, acompanhando-lhes as osci-lações.Parágrafo único - No caso de serviço sujeito ao regime de percepção exclusiva-mente de custas, a gratificação adicional será calculada tomando-se por base osvencimentos dos escrivães de igual entrância.

Art. 722 - Aos escrivães distritais e aos oficiais de Justiça classificados em locali-dade de difícil provimento ou em comarcas ou varas onde a remuneração decor-rente do regime de custas for deficiente, poderá ser atribuída uma gratificação deaté 20%, calculada sobre a remuneração que perceber do Estado, mediante listaoficial organizada pelo Conselho Superior da Magistratura.

Art. 723 - Todo serventuário ou servidor da Justiça quando se aposentar, contan-do mais de quarenta e cinco anos de efetivo serviço público estadual e que não ti-ver ainda adquirido os 15% especiais de que trata a Lei nº 4.047, terá direito a in-corporar aos seus vencimentos as vantagens decorrentes da aludida Lei, a contarda data em que deveria ocorrer a incorporação, tudo após as formalidades legais.Parágrafo único - Estes direitos e vantagens se estendem aos servidores aposen-tados em qualquer época, a partir da data da aposentadoria, desde que atendamaos pressupostos enumerados na citada lei e nos termos do artigo.

Art. 724 - Aos servidores do Tribunal do Júri da Capital é atribuída uma gratifica-ção de 25%, calculada sobre a remuneração que perceberem do Estado.

SEÇÃO IIDos Acréscimos Qüinqüenais

Art. 725 - Ao servidor da Justiça é assegurado, de cinco em cinco anos do efetivoexercício, o acréscimo qüinqüenal de cinco por cento e até o máximo de trinta porcento, calculado sobre o vencimento básico.§ 1º - Na contagem do tempo de serviço para efeito de acréscimos qüinqüenaisprevistos neste estatuto, somente se computará até o máximo de um quinto deserviço público estranho ao Estado.§ 2º - Computar-se-á, no entanto, integralmente, o tempo de serviço na Força Ex-pedicionária Brasileira na última guerra mundial, bem como o tempo de serviço

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 239

prestado às autarquias do Estado e às empresas e instituições cujo patrimônio te-nha sido ou venha a ser transferido ao Estado, ou transferido para a União e ar-rendado ao Estado, desde que dita transferência tenha encontrado o funcionárioem exercício.§ 3º - Computar-se-á integralmente o tempo de serviço prestado em município doEstado que conceda idêntica vantagem ou que a concedia quando do ingresso dofuncionário no serviço estadual.

Art. 726 - O acréscimo qüinqüenal será sempre proporcional aos vencimentos ouproventos, e acompanhar-lhes-á as oscilações.

Art. 727 - No caso de acumulações remuneradas permitidas em lei, será tomadoem conta, para os efeitos de acréscimos qüinqüenais, apenas o tempo de serviçoprestado pelo serventuário em um dos cargos que exercer, calculando-se o acrés-cimo qüinqüenal sobre o maior vencimento por ele percebido.

SEÇÃO IIIDas Diárias

Art. 728 - O servidor da Justiça que se deslocar temporariamente de suacomarca, em objeto de serviço, por determinação superior, terá direito a diárias,na proporção estabelecida para os funcionários públicos civis do Estado.

SEÇÃO IVDo Abono Familiar

Art. 729 - O abono familiar será concedido ao servidor da Justiça nas mesmascondições previstas para os demais funcionários públicos civis do Estado.

SEÇÃO VDo Auxilio Funeral

Art. 730 - Ao cônjuge sobrevivente e, em sua falta, aos herdeiros necessários doservidor da Justiça, será abonada importância equivalente a um mês do venci-mento que o servidor percebia, para atender às despesas de funeral e de luto.§ 1º - Se o servidor percebia apenas custas, a importância será correspondente auma mensalidade, calculada de acordo com o pré-fixado para a sua aposentadoria.§ 2º - Na falta das pessoas enumeradas, quem houver custeado o funeral do ser-vidor, será indenizado das despesas, até a quantia referida neste artigo.§ 3º - A despesa correrá pela dotação própria do cargo, e o pagamento seráefetuado pela respectiva repartição pagadora, mediante a apresentação da certi-dão de óbito e, no caso do parágrafo anterior, mais os comprovantes da despesa.

240 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SEÇÃO VIDa Pensão

Art. 731 - Aos dependentes, viúva e filhos, do servidor que falecer, após ter con-tribuído para o Instituto de Previdência do Estado, é assegurado uma pensão nasmesmas condições previstas nos artigos 536 a 542 deste Código.

Art. 732 - A contribuição dos servidores para o Instituto de Previdência do Estadoincidirá sobre a remuneração efetivamente percebida, independentemente deteto.

CAPÍTULO IIIDas Vantagens não Pecuniárias

Art. 733 - São vantagens não pecuniárias:I - férias;II - licença para tratamento de saúde;III - licença por motivo de doença em pessoa da família;IV - licença para tratamento de interesses particulares;V - licença-prêmio.

SEÇÃO IDas Férias13

Art. 734 - Todos os servidores têm direito a trinta dias de férias individuais conce-didas durante as férias forenses.§ 1º - As férias serão concedidas pelo diretor do foro, que designará o substituo,se o servidor não tiver auxiliar de Justiça.§ 2º - As férias poderão ser fracionadas, por necessidade do serviço, ou a reque-rimento do interessado, em dois períodos iguais.§ 3º - O servidor que tiver suas férias suspensas por necessidade do serviço, po-derá reuni-las, uma vez, às do ano imediato.

Art. 735 - Ao entrar em gozo de férias o servidor comunicará ao diretor do foro,seu endereço durante as mesmas.

Art. 736 - Perderá direito às férias o servidor que, no ano antecedente ao em quedeveria gozá-las, tiver:I - incorrido em mais de cinco faltas, não justificadas, ao trabalho;II - gozado licença para tratar de interesses particulares, por mais de vinte dias.

(13) – Ver arts. 190 a 194 do COJE/80

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 241

Art. 737 - Durante as férias o servidor terá direito ao vencimento do cargo, bemcomo, quando for o caso, à metade das custas.Parágrafo único - Ao entrar em gozo de férias, o servidor terá direito a receber,adiantadamente, o seu vencimento ou remuneração.

SEÇÃO IIDa Licença para Tratamento de Saúde14

Art. 738 - A licença para tratamento de saúde será concedida ao servidor da Justi-ça, até trinta dias, pelo diretor do foro e, por maior prazo, pelo Presidente do Tribu-nal de Justiça, à vista de laudo de inspeção de saúde, expedido pela DepartamentoMédico Judiciário, na Capital, e pelas unidades sanitárias, no interior do Estado.Parágrafo único - Aplicam-se, no que couber, as normas previstas nos artigos 126a 145, inclusive, do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado.

SEÇÃO IIIDa Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família15

Art. 739 - O servidor da Justiça poderá obter licença não superior a noventa dias,com vencimentos integrais, por motivo de doença em pessoa de ascendente, des-cendente, cônjuge ou irmão, desde que indispensável sua assistência pessoal epermanente ao enfermo.Parágrafo único - Concederá a licença o diretor do foro onde estiver classificadoo servidor, à vista de laudo de inspeção de saúde.

SEÇÃO IVDa Licença para Tratamento de Interesses Particulares16

Art. 740 - Após dois anos de efetivo exercício o servidor poderá obter licença,sem vencimentos, para tratar de interesses particulares.§ 1º - A licença não poderá ultrapassar um ano e nem ser repetida dentro de doisanos seguintes ao seu término.§ 2º - O presidente do Tribunal de Justiça é competente para conhecer do pedido, àvista de parecer do diretor do foro da comarca onde estiver classificado o servidor.§ 3º - O diretor do foro, em caso de urgência, poderá conceder até trinta dias delicença, justificando a concessão perante o Presidente do Tribunal de Justiça.§ 4º - A licença poderá ser cassada pela autoridade que a concedeu, sempre queo interesse do serviço o exigir.

(14) – Ver art. 74, XV do COJE/80.

(15) – Ver art. 74, XV e XXVII do COJE/80.

(16) – Idem.

242 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 741 - A qualquer tempo o servidor poderá desistir da licença, informando porescrito ao diretor do foro.

SEÇÃO VDa Licença-Prêmio

Art. 742 - A licença-prêmio será concedida ao servidor da Justiça, nas mesmascondições previstas para os demais funcionários públicos civis do Estado.

TÍTULO IIIDos Deveres, Responsabilidades e Limitações17

CAPÍTULO IDos Deveres

Art. 743 - Além dos deveres comuns a todos os funcionários do Estado, os servi-dores da Justiça têm o dever especial de exercer com zelo e dignidade as fun-ções que lhes são atribuídas em lei, obedecendo às ordens de seus superiores hi-erárquicos, cumprindo a lei e observando fielmente o Regimento de Custas.

Art. 744 - Aos servidores, com relação aos serviços da Justiça, cumpre:I - permanecer em seus serviços todos os dias úteis durante as horas do expediente;II - exercer pessoalmente suas funções, só podendo afastar-se do cargo em gozode licença ou férias, ou para exercer tarefa de interesse público relevante;III - facilitar às autoridades competentes a inspeção de seus serviços;IV - não admitir que escreventes e demais auxiliares de seus cartórios sejam tes-temunhas instrumentais dos atos que lavraram;IV - dar às partes, independentemente de pedido, recibo discriminado de custas,e cotar, nos autos do processo, nos livros ou nos papéis que fornecer, a quantiarecebida, parcela por parcela, correspondente a cada ato ou serviço realizado.Parágrafo único - A falta de cumprimento das obrigações previstas neste artigosujeita o servidor à multa de três dias da remuneração mensal, paga em selos es-taduais, inutilizados em ofício dirigido ao diretor do foro.

CAPÍTULO IIDas Responsabilidades e Limitações

Art. 745 - O servidor da Justiça será responsável pela ação ou omissão que prati-car e, se condenado o Estado ao ressarcimento do dano, indenizará aquele à Fa-zenda do prejuízo que lhe tiver causado.

(17) – Ver art. 74, XXXII, do COJE/80.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 243

Art. 746 - Os serventuários e funcionários indicados no inciso I, e letras a) e b) doinciso II, do art. 649 poderão ter auxiliares da Justiça, competentes para, simulta-neamente com o titular, praticar todos os atos do serviço, salvo os expressamenteexcluídos por lei.Parágrafo único - Os servidores e os respectivos auxiliares são solidariamenteresponsáveis pelos atos praticados nos serviços a seu cargo.

Art. 747 - Nenhum servidor poderá exercer suas funções fora da comarca ou dis-trito designado no título de nomeação.

Art. 748 - O servidor deverá residir na comarca onde for classificado e dela nãose poderá ausentar, sem ser substituído e sem licença do diretor do foro.

Art. 749 - É dever do servidor manter discrição sobre os serviços a seu cargo,abstendo-se de comentar a matéria constante dos processos e papéis forenses,bem como o comportamento dos juízes, agentes do Ministério Público, servidores,partes e seus procuradores.

Art. 750 - Constitui obrigação do servidor tratar com atenção às partes, esclare-cendo-as sobre o andamento dos feitos; auxiliar o juiz no desempenho de suamissão; tratar e se fazer tratar com respeito; atender com urbanidade os advoga-dos e agentes do Ministério Público, zelando pelo prestígio do cargo e da Justiça.

Art. 751 - É expressamente defeso ao servidor, durante as horas de expediente enos locais de trabalho, exercer política partidária e discuti-la com outros servido-res ou com terceiros, bem como, por qualquer forma, intermediar, insinuar ou indi-car patronos às partes que os devam constituir.Parágrafo único - A contar do registro no órgão eleitoral competente, o servidorda Justiça que for candidato a qualquer função eletiva ou membro de diretório po-lítico, será posto em disponibilidade não remunerada, pelo período que durar opleito ou o mandato.

TÍTULO IVDos Órgãos Administrativos e da Ação Disciplinar

Art. 752 - A administração e a disciplina nos serviços da Justiça, quanto aos ser-vidores, serão exercidas pelo Tribunal Pleno, pelas Câmaras Reunidas, pelosgrupos cíveis, pelas câmaras separadas, pelo Conselho Superior da Magistratura,pelo Presidente e pelo Vice-Presidente do Tribunal de Justiça, pelo Corregedor-Geral e pelos juízes, nos termos da legislação federal ou pela forma prevista nes-te Código.Parágrafo único - Nenhuma representação será arquivada de plano, salvo se ma-nifestamente graciosa.

244 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 753 - A ação disciplinar visa ao regular funcionamento da Justiça, pela apli-cação da lei em geral e em especial dos dispositivos deste Código.

SEÇÃO ICompetência do Tribunal Pleno

Art. 754 - Compete ao Tribunal Pleno exercer as atribuições administrativas quelhe forem conferidas pelo Regimento Interno, com relação aos servidores da Jus-tiça da Secretaria do Tribunal, e pela legislação federal, quanto à disciplina noprocesso.

SEÇÃO IICompetência das Câmaras e Grupos Cíveis

Art. 755 - As câmaras e os grupos têm a competência disciplinar prevista na leifederal e mais a que lhes atribuir o Regimento Interno do Tribunal.

CAPÍTULO IDa Ação Disciplinar

SEÇÃO IDas Penas e sua Aplicação

Art. 756 - Os servidores da Justiça estão sujeitos às seguintes penas disciplina-res:I - advertência;II - censura;III - multa;IV - perda de vencimentos e tempo de serviço;V - suspensão até sessenta dias;VI - demissão;VII - demissão a bem do serviço público.

Art. 757- As penas do artigo anterior serão aplicadas:I - a de advertência, por escrito, nos casos de negligência;II - a de censura na falta de cumprimento dos deveres funcionais, em virtude deato reiterado de negligência ou de procedimento público incorreto ou indecoroso,desde que a infração não seja punida com pena mais grave;III - a de multa nos casos previstos neste Código e nas leis processuais;IV - a de perda de vencimentos e de tempo de serviço, pelo reiterado retardamen-to dos feitos e corresponde aos dias excedidos;V - a de suspensão quando a falta for intencional ou de natureza grave, bem

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 245

como nos casos de reincidência em falta já punida com censura, e ainda nas hi-póteses previstas nos artigos 642 e 799 do Código de Processo Penal;VI - a de demissão nos casos de:a) abandono de cargo, ou ausência do serviço, respectivamente, por mais de trin-ta dias consecutivos, ou de sessenta alternados, por ano sem licença da autorida-de competente;b) recebimento de quaisquer vantagens, em dinheiro ou não, nos feitos em quefuncionarem, além daquelas que lhes sejam devidas pelas partes;c) indisciplina ou insubordinação reiteradas;d) referência injuriosa, caluniosa ou difamatória à Justiça, autoridades públicas,às partes ou a seus advogados;e) mais de duas suspensões transitadas em julgado, no decurso de doze meses;f) violação de segredo de Justiça.VII - a de demissão a bem do serviço público nos casos de:a) procedimento irregular, condenação judicial punida com reclusão, falta graveou defeito moral, que incompatibilize o servidor para o desempenho do cargo;b) a incontinência pública escandalosa, vício de jogos proibidos ou de embriaguezhabitual;c) condenação à pena privativa de liberdade, por crime cometido com abuso depoder ou violação de dever inerente a função pública;d) condenação, por outro crime, à pena de reclusão por mais de dois anos ou dedetenção por mais de quatro.(Artigo 757, I alterado pela Lei nº 8.665/88).(Artigo 757, VI, “e” alterado pela Lei nº 8.844/89)

Art. 758 - O servidor punido com pena de suspensão perderá, durante o tempo deexecução da pena, os direitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo,exceto, metade de seus vencimentos.(Artigo 758 alterado e parágrafo único suprimido pela Lei nº 8.638/88)

Art. 759 - A pena de demissão somente será imposta com fundamento em pro-cesso administrativo, assegurados o contraditório e ampla defesa, ou em virtudede sentença judicial transitada em julgado.(Artigo 758 alterado pela Lei nº 8.844/89)

Art. 760 - Toda pena imposta a servidor deverá ser comunicada ao Conselho Su-perior da Magistratura para anotação na ficha funcional.Parágrafo único - O Conselho Superior da Magistratura procederá de ofício noscasos da letra e) VI, do art. 757.

Art. 761 - O servidor que, sem causa justa, deixar de cumprir os prazos e formali-dades legais ficará sujeito às penas dos incisos I a III do art. 756, conforme a

246 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

gravidade do prejuízo causado à Justiça, e no caso de reincidência, aplicar-se-á apunição prevista no inciso IV do mesmo artigo.

Art. 762 - São competentes para a aplicação das penas previstas no art. 756:I - O Conselho Superior da Magistratura, nos casos previstos nos incisos VI e VII;II - o Corregedor-Geral, os Juízes-Corregedores, o Diretor do Foro ou seu substi-tuto legal, nos casos dos incisos I a V;III - O titular de vara ou seu substituto legal nos casos dos incisos I e IV.§ 1º - O Conselho Superior da Magistratura só aplicará as penalidades previstasnos incisos VI e VII após o processo administrativo de que trata este Código.§ 2º - VETADO.§ 3º - O Corregedor-Geral ou os Juízes-Corregedores conhecerão, em grau de re-curso, das decisões disciplinares dos juízes de 1º instância.§ 4º - Das decisões originárias do Corregedor-Geral e dos Juízes-Corregedorescaberá recurso para o Conselho Superior da Magistratura.§ 5º - Das decisões originárias do Conselho Superior da Magistratura, caberá pe-dido de reconsideração.(Parágrafo 5º acrescentado pela Lei nº 8.638/88)(Artigo 762, II, §3º e §4º alterados pela Lei nº 8.844/89)

Art. 763 - Nos casos dos incisos I a V do art. 756, quando confessada,documentalmente provada ou manifestamente evidente a falta, a pena poderá seraplicada, independentemente de sindicância ou processo administrativo.

SEÇÃO IIDa Sindicância

Art. 764 - A sindicância é obrigatória na esfera administrativa, quando houverqualquer representação sobre a irregularidade ou falta do servidor, passível desuspensão ou, no caso do estágio probatório, de demissão.

Art. 765 - Cabe sindicância:I - como preliminar do processo administrativo, nos casos dos incisos VI e VII doart. 756, quando a falta não se revelar evidente;II - como condição da imposição das penas previstas nos incisos I a V do art. 756,excetuados os casos do art. 763.

Art. 766 - A sindicância será feita por Juiz de Direito.Parágrafo único - O sindicante verificará as circunstâncias do fato, inquirindo,sem formalidades, o autor da representação, se houver, as testemunhas e o ser-vidor, apreciará os documentos que possam esclarecer a infração, e de tudo daráconhecimento, em relatório sucinto, à autoridade que o nomeou.(Caput do artigo 766 dada pela Lei nº 8.844/89)

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 247

Art. 767 - De posse do relatório e à vista das informações, a autoridade poderádeterminar novas diligências e, afinal, decidirá ou mandará instaurar o processoadministrativo, se for o caso.

SEÇÃO IIIDo Processo Administrativo

Art. 768 - As autoridades judiciárias, advogados e os agentes do Ministério Públi-co, sempre que tiverem conhecimento de faltas funcionais, praticadas por servi-dor que possam determinar a aplicação das penas previstas no art. 756, inciso VIe VII, deverão comunicar, por escrito, ao Corregedor-Geral da Justiça.Parágrafo único - O juiz que não cumprir o disposto no artigo será punido com apena de suspensão, até sessenta dias.

Art. 769 - O Corregedor-Geral, à vista da comunicação de que trata o artigo ante-rior ou em virtude de representação, solicitará ao diretor do foro, sindicância arespeito, suspendendo ou não preventivamente, até noventa dias, ao servidorindiciado, ou, desde logo, nomeará magistrado para instaurar o processo adminis-trativo.

Art. 770 - O processo administrativo será promovido:I - obrigatoriamente, quando a falta possa determinar a aplicação das penas pre-vistas nos incisos VI e VII do artigo 756;II - facultativamente, quando for o caso de imposição de pena de suspensão atésessenta dias.

Art. 771 - O processo administrativo será realizado por um magistrado, preferen-cialmente por juiz-corregedor, designado pelo Corregedor-Geral.

Art. 772 - O Corregedor-Geral, ao baixar portaria, designará o juiz processante emencionará o motivo do processo e o tempo em que deverá ser ultimado.

Art. 773 - O juiz processante designará servidor para exercer as funções de se-cretário.

Art. 774 - O Conselho Superior da Magistratura ou o Corregedor-Geral, à vista doprocesso administrativo revelador do fato penal punível, remeterá os autos ao juizdiretor do foro da comarca de origem, para os fins convenientes.

Art. 775 - Aplicam-se no processo administrativo as disposições da legislação pe-nal, na matéria.

248 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SEÇÃO IVDos Atos e Termos do Processo Administrativo

Art. 776 - O processo administrativo será iniciado no prazo de três dias contadosdo recebimento da designação e concluído dentro de trinta dias, salvo prorroga-ção concedida pelo Corregedor-Geral.Parágrafo único - Somente por motivos excepcionais poderá ser autorizada maisuma prorrogação.

Art. 777 - Iniciando o processo, o juiz processante fará citar o indiciado, devendoconstar no respectivo mandato o resumo o fato a apurar o direito de constituir de-fensor e de arrolar testemunhas, em número não superior a cinco, bem como odia, hora e local da audiência inicial.§ 1º - Achando-se o indiciado ausente do lugar em que corre o processo, será ci-tado por via postal, em carta como aviso de recebimento, juntando-se ao proces-so o comprovante.§ 2º - Não sendo encontrado o indiciado ou ignorando-se o seu paradeiro, a cita-ção far-se-á por edital, com o prazo de dez dias, inserto duas vezes no órgão ofi-cial.§ 3º - O prazo a que se refere o § 2º será contado da primeira publicação, certifi-cando o secretário, no processo, as datas em que as publicações foram feitas.

Art. 778 - Feita a citação, sem que compareça o indiciado, o processo seguirá àsua revelia, com defensor designado pelo juiz.

Art. 779 - O indiciado tem direito de, pessoalmente ou por intermédio de defen-sor, assistir aos atos probatórios, requerendo o que julgar conveniente aos seusinteresses.Parágrafo único - O juiz denegará requerimento impertinente ou manifestamenteprotelatório ou de nenhum interesse para o esclarecimento do fato.

Art. 780 - No dia designado, o juiz ouvirá o representante e o prejudicado, sehouver, e interrogará o indiciado, passando a inquirir as testemunhas.

Art. 781 - O juiz poderá determinar o afastamento do defensor que criar embara-ços ou procurar prejudicar o andamento do processo.

Art. 782 - O indiciado dentro de dois dias, após o interrogatório, poderá requererdiligência, produzir prova documental e arrolar testemunhas.§ 1º - Havendo no processo mais de um indiciado, o número de testemunhas decada um não excederá de três.§ 2º - Não encontradas as testemunhas de defesa, e não indicando o indiciado,

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 249

no prazo de três dias, outras em substituição, prosseguir-se-á nos demais termosdo processo.

Art. 783 - A testemunha não poderá eximir-se de depor, salvo nos casos previs-tos no Código de Processo Penal.

Art. 784 - Os servidores públicos arrolados como testemunhas serão requisitadosaos respectivos chefes de serviço e os militares, ao comando a que estejam su-bordinados.

Art. 785 - Durante o processo poderá o juiz ordenar qualquer diligência que tenharequerido ou se lhe afigure necessária ao esclarecimento do fato.Parágrafo único - Havendo necessidade de concurso de técnicos ou peritos ofici-ais, a autoridade processante requisita-los-á a quem de direito.

Art. 786 - É permitido ao juiz tomar conhecimento de argüições novas que surgi-rem contra o indiciado, caso em que este poderá produzir outras provas em suadefesa.

Art. 787 - A folha de serviço do indiciado constará dos autos do processo.

Art. 788 - Encerrada a instrução o indiciado terá vista dos autos, em mãos do se-cretário, por três dias, para a apresentação de razões.

Art. 789 - Findo o prazo do artigo anterior, o juiz apresentará o seu relatório, noprazo de cinco dias.§ 1º - No relatório, o juiz apreciará as irregularidades e faltas funcionais imputa-das ao indiciado, as provas colhidas, as razões de defesa, propondo a absolviçãoou a punição e, neste caso, indicará a pena a ser aplicada.§ 2º - Poderá o juiz sugerir quaisquer outras providências que lhe parecerem ne-cessárias.§ 3º - Findo o processo, será remetido para julgamento, ao Corregedor-Geral, ouao Conselho Superior da Magistratura, conforme o caso.§ 4º - O órgão competente proferirá a decisão no prazo de dez dias.

SEÇÃO VDa Suspensão Preventiva

Art. 790 - A pedido do juiz processante ou de ofício poderá o Corregedor-Geralordenar a suspensão preventiva do servidor, até noventa dias desde que a suapermanência no cargo possa prejudicar a investigação dos atos.§ 1º - Os Juízes-Corregedores e os Juízes-Corregedores Adjuntos poderão,

250 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

também, suspender, preventivamente, servidores do exercício de suas funções,submetendo o ato de suspensão provisória à decisão definitiva do Corregedor-Geral§ 2º - A suspensão preventiva poderá ser prorrogada.(Parágrafo 1º acrescentado e parágrafo único renomeado para 2º pela Lei nº7.785/83)

Art. 791 - O servidor suspenso preventivamente terá direito a:I - contagem do tempo de serviço relativo ao período de suspensão preventiva,quando do processo não resultar punição, ou quando esta se limitar às penas deadvertência, censura ou de conversão da suspensão em multa;II - contagem de tempo de serviço correspondente ao período de afastamento queexceder o prazo de suspensão, quando esta for a pena aplicada;III - vencimentos do cargo ou função.

SEÇÃO VIDos Recursos das Penas Disciplinares

Art. 792 - Da aplicação da pena disciplinar caberá recurso à autoridade imediata-mente superior a que impôs a sanção.§ 1º - O prazo de interposição de recurso é de cinco dias, a contar da data emque o interessado tiver conhecimento da decisão.§ 2º - O recurso será interposto, mediante petição fundamentada, à autoridadejulgadora.§ 3º - Se a decisão for mantida, o recurso subirá, no prazo de cinco dias, à autori-dade competente, que o julgará dentro de dez dias.§ 4º - Os recursos previstos neste estatuto terão efeito suspensivo, podendo aautoridade, em casos especiais, recebê-los com efeito meramente devolutivo, jus-tificando, à instância administrativa superior, as razões da exceção.

TÍTULO VDo Direito de Petição e do Recurso dos Atos Administrativos

CAPÍTULO IDo Direto de Petição

Art. 793 - Ao servidor da Justiça é assegurado o direito de requerer, representar,recorrer e pedir a reconsideração de decisões, observado o disposto neste esta-tuto.

Art. 794 - Sempre que o servidor ingressar em juízo contra o Estado, deverá co-municar o fato ao Presidente do Conselho Superior da Magistratura.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 251

CAPÍTULO IIDos Recursos dos Atos Administrativos

Art. 795 - A autoridade judiciária que determinar medida administrativa é compe-tente para reconhecer e decidir do pedido de reconsideração.Parágrafo único - O pedido de reconsideração não tem efeito suspensivo e deve-rá ser apresentado até três dias depois do conhecimento do ato, para a sua deci-são no prazo de dez dias.

TÍTULO VIDisposições Finais e Transitórias

CAPÍTULO IDisposições Finais

Art. 796 - Os serventes admitidos na forma da lei, gozarão de todos os direitos evantagens previstos neste estatuto, para os servidores da Justiça, no que lhes foraplicável.

Art. 797 - Ficam os titulares de ofícios de justiça, remunerados por custas, ou porcustas e vencimentos, obrigados a filiar a Instituto de Aposentadoria e Pensões,contribuindo como empregadores, a quantos com eles mantenham contrato detrabalho, homologado ou não.Parágrafo único - Deverão ser filiados também a Instituto de Aposentadoria ePensões todos quantos prestarem serviços aos órgãos judiciários mediante con-trato de trabalho.

Art. 798 - VETADO.

Art. 799 - Enquanto os auxiliares e empregados da justiça não estiverem vincula-dos a entidade que assegure integralmente os direitos previdenciários, tais ônuscaberão aos titulares dos ofícios e funções, admitido o desconto da contribuiçãoaté o máximo permitido em lei, para entidade previdenciária e assistencial criadapelos servidores da Justiça.Parágrafo único - Ocorrendo a vinculação à entidade pública, cessará a contribui-ção de que trata o art. 701, desde que dessa mesma vinculação decorra o direitoà aposentadoria.

Art. 800 - Nos casos omissos, aplicam-se aos servidores os demais estatutosdeste Código, o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado e o Regimen-to Interno do Tribunal de Justiça.

252 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 801 - Os acréscimos qüinqüenais a que se refere o art. 725 são extensivosaos servidores já aposentados à data desta lei, sem prejuízo das demais vanta-gens concedidas por este Código.

Art. 802 - Não constitui direito adquirido a atribuição que for conferida aos titula-res de ofício e demais serviços da Justiça, os quais poderão ser anexados oudesmembrados a qualquer tempo, segundo dispuser a lei.

Art. 803 - Onde houver serviço administrativo em vara especializada, a secretariado órgão judiciário será dirigida por um funcionário nomeado em comissão, por in-dicação do juiz.

Art. 804 - Os empregados da Justiça serão considerados estáveis ao completa-rem dez anos de efetivo exercício.

Art. 805 - Os demais auxiliares da Justiça de que trata o art. 637, III, que conta-rem menos de dez anos de serviço, poderão requerer ao diretor do foro a presta-ção de prova de habilitação, passando a estáveis, uma vez aprovados, se conta-rem ou vierem a contar cinco anos de serviços judiciários.Parágrafo único - Solicitada a prestação de prova de habilitação e enquanto nãojulgada, o auxiliar da Justiça, que contar pelo menos cinco anos de exercício noofício ou função será considerado como se fôra estável, não podendo ser demiti-do senão a pedido seu e nos casos estabelecidos neste Código.

Art. 806 - As justificações de tempo de serviço, administrativas ou avulsas, pro-movidas perante juiz de direito, em qualquer época anterior à vigência deste Có-digo, são válidas para todos os efeitos18 .

Art. 807 - Mediante justificação administrativa prestada perante a Corregedoria-Geral da Justiça, poderá o servidor comprovar para todos os fins e efeitos, o tem-po de serviço judiciário anterior à nomeação ou contrato19 .Parágrafo único - A justificação estará condicionada sempre a um começo de pro-va escrita, sendo admitida supletivamente prova pericial e testemunhal.

Art. 808 - Ficam assegurados aos atuais titulares dos ofícios da Fazenda Públicae Acidentes do Trabalho da Capital vencimentos e custas, bem como ficam garan-tidos os direitos dos atuais avaliadores e depositários públicos de perceberem re-

(18) – Ver Portaria nº 539/59, da Presidência do Tribunal de Justiça e Proimento nº 7/69, da

Corregedoria-Geral da Justiça.

(19) – Idem.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 253

muneração de acordo com os critérios da legislação anterior, transformadas asgratificações em vencimentos.

Art. 809 - Os atuais ocupantes do cargo de servente, que ingressaram no Quadrodos Serviços Auxiliares do Tribunal de Justiça, por força de Lei nº 3.777, de 6 dejulho de 1959, e os contínuos são considerados efetivos no cargo, para todos osefeitos legais, ao contarem dez anos de função pública estadual, a qualquer título.

Art. 810 - As telefonistas, motoristas, contínuos e serventes do Poder Judiciário,que exerçam suas funções na primeira instância, sob regime de dois turnos, terãovencimentos iguais aos atribuídos para cargos idênticos do Poder Executivo,acrescidos de horas suplementares correspondentes à diferença de horário quese verificar na jornada de trabalho.

Art. 811 - São extensivos aos tradutores públicos que exerciam suas funções navigência da Lei nº 1.008, de 12 de abril de 1950, as vantagens da aposentadoria,nos termos deste Código.Parágrafo único - Para os efeitos deste artigo, os tradutores públicos recolherãoem selos de aposentadoria as contribuições de sete por cento calculadas sobreos proventos que lhes corresponderiam na aposentadoria durante os últimos cincoanos, passando a fazer mensalmente os recolhimentos posteriormente devidos.

Art. 812 - Respeitados os direitos das atuais domésticas, encarregadas do servi-ço de limpeza e higiene, serão expedidas as apostilas, nas quais será declaradaa estabilidade das que contarem mais de dez anos de serviço público ou cinco deefetivo exercício, quando admitidas mediante prova de habilitação.§ 1º - Os atuais ocupantes dos cargos de servente do Tribunal do Júri, se está-veis, passarão à categoria de contínuo, respeitadas as vantagens que lhe confe-riu a Lei 4.627, de 3 de setembro de 1963.§ 2º - Este direito é extensivo a todos os servidores, ainda que admitidos median-te contrato verbal, aprovado pelo diretor do foro, pagos pelos cofres públicos coma verba de “Limpeza e Higiene”, ou outra qualquer, tendo prestado serviços aJustiça, efetivamente, cumprindo os deveres funcionais sob as ordens de autori-dade judiciária.

Art. 813 - O servidor da Justiça, que perceber vencimentos pagos pelo Estado,que fizer jus à aposentadoria voluntária e permanecer no exercício de seu cargoou função, terá direito a gratificação especial de permanência em serviço, nos ter-mos da lei concessiva de tal vantagem e a partir da vigência deste Código.Parágrafo único - Os direitos e vantagens conferidos neste artigo estendem-seaos servidores aposentados em qualquer época, desde que atendam aos pressu-postos enumerados na citada lei.

254 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 814 - Será removida ou designada para a sede onde residir o marido, a funci-onária pública casada com servidor da Justiça, sem prejuízo de quaisquer direitose vantagens.Parágrafo único - Não havendo vaga nos quadros da respectiva secretaria, seráadida ou posta à disposição de qualquer serviço público estadual, e inexistindoeste, a de serviço público municipal.

Art. 815 - O diretor do foro, por portaria da qual deverá dar ciência aoCorregedor-Geral, na falta de ajudante substituto, deverá investir nessas funçõesaos auxiliares-datilógrafos20 .

Art. 816 - São proibidas nomeações interinas no serviço da Justiça ou contratospara cargo ou função de caráter permanente.

Art. 817 - Os concursos homologados na vigência da Lei nº 4.164, de 1961, cujosprazos de validade passam a ser de três anos, ficam revigorados por noventadias, contados da vigência deste Código.

Art. 818 - Ficam isentos de custas judiciais os atos, papéis ou feitos relacionadoscom as varas de menores.

Art. 819 - Servirão de recurso para atender as despesas desta lei as dotações or-çamentárias próprias.

Art. 820 - Revogam-se as disposições em contrário.

Art. 821 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO, em Porto Alegre, 2 de agosto de 1966.

(20) – Ver art. 104 do COJE/80.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 255

LEI COMPLEMENTAR N.º 10.098, DE 03 DE FEVEREIRO DE 199421

Dispõe sobre o estatuto e regime jurídico único

dos servidores públicos civis do Estado do Rio

Grande do Sul.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV da Constituiçãodo Estado, que a Assembléia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo a Leiseguinte:

TÍTULO IDas Disposições Preliminares

Art. 1º - Esta lei dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico dos servidores públi-cos civis do Estado do Rio Grande do Sul, excetuadas as categorias que, por dis-posição constitucional, devam reger-se por estatuto próprio.

Art. 2º - Para os efeitos desta lei, servidor público é a pessoa legalmenteinvestida em cargo público.

Art. 3º - Cargo público é o criado por lei, em número certo, com denominaçãoprópria, consistindo em conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas aum servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.

Art. 4º - Os cargos públicos estaduais, acessíveis a todos os brasileiros que pre-encham os requisitos legais para a investidura, são de provimento efetivo e emcomissão.§ 1º - Os cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, não serão orga-nizados em carreira.§ 2º - Os cargos em comissão, preferencialmente, e as funções gratificadas, comatribuições definidas de chefia, assistência e assessoramento, serão exercidospor servidores do quadro permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profissio-nais, nos casos e condições previstos em lei.

Art. 5º - Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, compromoções de grau a grau, mediante aplicação de critérios alternados de mereci-mento e antigüidade.Parágrafo único - Poderão ser criados cargos isolados quando o número nãocomportar a organização em carreira.

(21) – Atualizada até setembro de 2004.

256 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 6º - A investidura em cargo público de provimento efetivo dependerá de apro-vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.Parágrafo único: A investidura de que trata este artigo ocorrerá com a posse.

Art. 7º - São requisitos para ingresso no serviço público:I - possuir a nacionalidade brasileira;II - estar quite com as obrigações militares e eleitorais;III - ter idade mínima de dezoito anos;IV - possuir aptidão física e mental;V - estar em gozo dos direitos políticos;VI - ter atendido às condições prescritas para o cargo.§ 1º - De acordo com as atribuições peculiares do cargo, poderão ser exigidos ou-tros requisitos a serem estabelecidos em lei.§ 2º - A comprovação de preenchimento dos requisitos mencionados no “caput”dar-se-á por ocasião da posse.§ 3º - Para efeitos do disposto no inciso IV do “caput” deste artigo será permitidoo ingresso no serviço público estadual de candidatos portadores das doenças re-feridas no § 1º, do artigo 158 desta Lei, desde que:I - apresentem capacidade para o exercício da função pública para a qual foramselecionados, no momento da avaliação médico-pericial;II - comprovem, por ocasião da avaliação para ingresso e no curso do estágioprobatório, acompanhamento clínico e adesão ao tratamento apropriado nos pa-drões de indicação científica aprovados pelas autoridades de saúde.(Parágrafo 3º acrescentado pela LC nº 11.836/2002).

Art. 8º - Precederá sempre, ao ingresso no serviço público estadual, a inspeçãomédica realizada pelo órgão de perícia oficial.§ 1º - Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo com a natureza decada cargo, nos termos da lei.§ 2º - Os candidatos julgados temporariamente inaptos poderão requerer novainspeção médica, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data que dela tiveremciência.

Art 9º - Integrará a inspeção médica de que trata o artigo anterior, o exame psico-lógico, que terá caráter informativo.

TÍTULO IIDo Provimento, Promoção, Vacância, Remoção e Redistribuição

CAPÍTULO IDo Provimento

Art. 10 - São formas de provimento de cargo público:

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 257

I - nomeação;II - readaptação;III - reintegração;IV - reversão;V - aproveitamento;VI - recondução.

CAPÍTULO IIDo Recrutamento e Seleção

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 11 - O recrutamento é geral e destina-se a selecionar candidatos, através deconcurso público para preenchimento de vagas existentes no quadro de lotaçãode cargos dos órgãos integrantes da estrutura organizacional do Estado.

SEÇÃO IIDo Concurso Público

Art. 12 - O concurso público tem como objetivo selecionar candidatos à nomea-ção em cargos de provimento efetivo, podendo ser de provas ou de provas e títu-los, na forma do regulamento.§ 1º - As condições para realização do concurso serão fixadas em edital, que serápublicado no Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação.§ 2º - Não ficarão sujeitos a limite de idade os ocupantes de cargos públicos esta-duais de provimento efetivo.§ 3º - As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos espe-cíficos exigidos para o exercício do cargo.§ 4º - Serão considerados como títulos somente os cursos ou atividades desem-penhadas pelos candidatos, se tiverem relação direta com as atribuições do cargopleiteado, sendo que os pontos a eles correspondentes não poderão somar maisde vinte e cinco por cento do total dos pontos do concurso.§ 5º - Os componentes da banca examinadora deverão ter qualificação, no míni-mo, igual à exigida dos candidatos, e sua composição deverá ser publicada no Di-ário Oficial do Estado.

Art. 13 - O desempate entre candidatos aprovados no concurso em igualdade decondições, obedecerá aos seguintes critérios:I - maior nota nas provas de caráter eliminatório, considerando o peso respectivo;II - maior nota nas provas de caráter classificatório, se houver, prevalecendo aque tiver maior peso;

258 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

III - sorteio público, que será divulgado através de edital publicado na imprensa,com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis da sua realização.

Art. 14 - O prazo de validade do concurso será de até 2 (dois) anos, podendo serprorrogado, uma única vez, por igual período, no interesse da Administração.Parágrafo único - Enquanto houver candidatos aprovados em concurso públicocom prazo de validade não expirado, em condições de serem nomeados, não seráaberto novo concurso para o mesmo cargo.

Art. 15 - Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de concor-rer nos concursos públicos para provimento de cargos, cujas atribuições sejamcompatíveis com a deficiência de que são portadoras22 .Parágrafo único - A lei reservará percentual de cargos e definirá critérios de ad-missão das pessoas nas condições deste artigo.

CAPÍTULO IIIDa Nomeação

Art. 16 - A nomeação far-se-á:I - em caráter efetivo, quando se tratar de candidato aprovado em concurso públi-co para provimento em cargo efetivo de carreira ou isolado;II - em comissão, quando se tratar de cargo de confiança de livre exoneração.Parágrafo único - A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à or-dem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candida-to por última chamada.

CAPÍTULO IVDa Lotação

Art. 17 - Lotação é a força de trabalho qualitativa e quantitativa de cargos nos ór-gãos em que, efetivamente, devam ter exercício os servidores, observados os li-mites fixados para cada repartição ou unidade de trabalho.§ 1º - A indicação do órgão, sempre que possível, observará a relação entre asatribuições do cargo, as atividades específicas da repartição e as característicasindividuais apresentadas pelo servidor.§ 2º - Tanto a lotação como a relotação poderão ser efetivadas a pedido ou “ex-officio”, atendendo ao interesse da Administração.§ 3º - Nos casos de nomeação para cargos em comissão ou designação para fun-ções gratificadas, a lotação será compreendida no próprio ato.

(22) – Ver Lei nº 10.364/95 - Dispõe sobre servidores públicos portadores de deficiências.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 259

CAPÍTULO VDa Posse

Art. 18 - Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizado com a assinatura dotermo no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da nomeação, prorrogável por igualperíodo a pedido do interessado.§ 1º - Quando se tratar de servidor legalmente afastado do exercício do cargo, oprazo para a posse começará a fluir a partir do término do afastamento.§ 2º - A posse poderá dar-se mediante procuração específica.§ 3º - No ato da posse, o servidor deverá apresentar declaração quanto ao exer-cício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

Art. 19 - A autoridade a quem couber dar posse verificará, sob pena de responsa-bilidade, se foram cumpridas as formalidades legais prescritas para o provimentodo cargo.

Art. 20 - Se a posse não se der no prazo referido no artigo 18, será tornada semefeito a nomeação.

Art. 21 - São competentes para dar posse:I - o Governador do Estado, aos titulares de cargo de sua imediata confiança;II - os Secretários de Estado e os dirigentes de órgãos diretamente ligados aochefe do Poder Executivo, aos seus subordinados hierárquicos.

CAPÍTULO VIDo Exercício

Art. 22 - Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á noprazo de até 30 (trinta) dias contados da data da posse.§ 1º - Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não entrar em exercí-cio no prazo estabelecido neste artigo.§ 2º - Compete à chefia imediata da unidade administrativa onde for lotado o ser-vidor, dar-lhe exercício e providenciar nos elementos necessários àcomplementação de seus assentamentos individuais.§ 3º - A readaptação e a recondução, bem como a nomeação em outro cargo,com a conseqüente exoneração do anterior, não interrompem o exercício.§ 4º - O prazo de que trata este artigo, para os casos de reintegração, reversão eaproveitamento, será contado a partir da publicação do ato no Diário Oficial doEstado.

260 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 23 - O servidor removido ou redistribuído “ex-officio”, que deva ter exercícioem outra localidade, terá 15 (quinze) dias para entrar em exercício, incluído nesteprazo, o tempo necessário ao deslocamento para a nova sede.Parágrafo único - Na hipótese de o servidor encontrar-se afastado do exercício docargo, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término doafastamento.

Art. 24 - A efetividade do servidor será comunicada ao órgão competente mensal-mente, por escrito, na forma do regulamento.Parágrafo único - A aferição da freqüência do servidor, para todos os efeitos,será apurada através do ponto, nos termos do regulamento.

Art. 25 - O servidor poderá afastar-se do exercício das atribuições do seu cargo noserviço público estadual, mediante autorização do Governador, nos seguintes casos:I - colocação à disposição;II - estudo ou missão científica, cultural ou artística23 ;III - estudo ou missão especial de interesse do Estado24 .§ 1º - O servidor somente poderá ser posto à disposição de outros órgãos da ad-ministração direta, autarquias ou fundações de direito público do Estado, paraexercer função de confiança.§ 2º - O servidor somente poderá ser posto à disposição de outras entidades daadministração indireta do Estado ou de outras esferas governamentais, para oexercício de cargo ou função de confiança.§ 3º - Ficam dispensados da exigência do exercício de cargo ou função de confi-ança, prevista nos parágrafos anteriores:I - os afastamentos de servidores para o Sistema Único de Saúde;II - os afastamentos nos casos em que haja necessidade comprovada e inadiáveldo serviço, para o exercício de funções correlatas às atribuições do cargo, desdeque haja previsão em convênio.§ 4º - Do pedido de afastamento do servidor deverá constar expressamente oobjeto do mesmo, o prazo de sua duração e, conforme o caso, se é com ou semônus para a origem.(Parágrafo 3º acrescentado e antigo parágrafo 3º renumerado para 4º pela LC nº10.727/96).

Art. 26 - Salvo nos casos previstos em lei, o servidor que interromper o exercíciopor mais de 30 (trinta) dias consecutivos será demitido por abandono de cargo,com base em resultado apurado em inquérito administrativo.

Art. 27 - O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade em crime co-

(23) – Ver Decreto nº 37.665/97 - Regulamenta os incisos II e III do art. 25 da LC nº 10.098/94.

(24) – Idem.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 261

mum ou funcional será considerado afastado do exercício do cargo, observado odisposto no inciso IV do artigo 80.§ 1º - Absolvido, terá considerado este tempo como de efetivo exercício, sendo-lhe ressarcidas as diferenças pecuniárias a que fizer jus.§ 2º - No caso de condenação, e se esta não for de natureza que determine a de-missão, continuará afastado até o cumprimento total da pena.

CAPÍTULO VIIDo Estágio Probatório25

Art. 28 - Estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, no-meado em caráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificadaa conveniência ou não de sua confirmação no cargo, mediante a apuração dosseguintes requisitos26 :I - disciplina;II - eficiência;III - responsabilidade;IV - produtividade;V - assiduidade.Parágrafo único - Os requisitos estabelecidos neste artigo, os quais poderão serdesdobrados em outros, serão apurados na forma do regulamento.

Art. 29 - A aferição dos requisitos do estágio probatório processar-se-á no perío-do máximo de até 20 (vinte) meses, a qual será submetida à avaliação da autori-dade competente, servindo o período restante para aferição final, nos termos doregulamento.§ 1º - O servidor que apresente resultado insatisfatório será exonerado ou, se es-tável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no pa-rágrafo único do artigo 54.§ 2º - Antes da formalização dos atos de que trata o § 1º, será dada ao servidorvista do processo correspondente, pelo prazo de 5 (cinco) dias para, querendo,apresentar sua defesa, que será submetida, em igual prazo, à apreciação do ór-gão competente.§ 3º - Em caso de recusa do servidor em ser cientificado, a autoridade poderá va-

(25) – Ver Portaria nº 05/95 - SARH - Aprova o Regulamento que dispõe sobre a Avaliação

do Estágio Probatório dos servidores nomeados para cargos de efetivo provimento (válido

para servidores nomeados antes da EC nº 19/98).

(26) – Ver Emenda Constitucional nº 19/98 - “período de 3 (três) anos” e Portaria nº 95/2000 -

SARH - Aprova Regulamento que dispõe sobre Avaliação de Estágio Probatório de servido-

res nomeados para cargos de efetivo provimento após a publicação da EC nº 19/98.

262 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ler-se de testemunhas do próprio local de trabalho ou, em caso de inassiduidade,a cientificação poderá ser por correspondência registrada.

CAPÍTULO VIIIDa Estabilidade

Art. 30 - O servidor nomeado em virtude de concurso, na forma do artigo 12, ad-quire estabilidade no serviço público, após dois anos de efetivo exercício, cumpri-do o estágio probatório27 .

Art. 31 - O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença ju-dicial transitada em julgado, ou mediante processo administrativo em que lhe te-nha sido assegurada ampla defesa.

CAPÍTULO IXDo Regime de Trabalho28

Art. 32 - O Governador do Estado determinará, quando não discriminado em leiou regulamento, o horário de trabalho dos órgãos públicos estaduais.

Art. 33 - Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor poderá ser convocadopara cumprir serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Go-vernador29 .§ 1º - Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além dasnormais estabelecidas por jornada diária para o respectivo cargo.§ 2º - O horário extraordinário de que trata este artigo não poderá exceder a 25%(vinte e cinco por cento) da carga horária diária a que estiver sujeito o servidor.§ 3º - Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servidor terá direito à re-muneração, facultada a opção em pecúnia ou folga, nos termos da lei30 .

(27) – Ver Emenda Constitucional nº 19/98 - “período de 3 (três) anos” e Portaria nº 95/2000

- SARH - Aprova Regulamento que dispõe sobre Avaliação de Estágio Probatório de servi-

dores nomeados para cargos de efetivo provimento após a publicação da EC nº 19/98.

(28) – Ver art. 2º da LC nº 10.248/94 e Instrução Normativa nº 04/94 - SPA.

(29) – Ver LC nº 11.649/01 - Dispõe sobre a Gratificação por Exercício de Serviço Extraor-

dinário realizado pelos servidores policiais civis, servidores do Quadro do Instituto-Geral de

Perícias e servidores do Quadro da Superintendência dos Serviços Penitenciárias - e Decre-

to nº 40.987/01 que a regulamenta.

(30) – Ver art. 5º do Decreto nº 40.987/01.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 263

Art. 34 - Considera-se serviço noturno o realizado entre as 22 (vinte e duas) ho-ras de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte, observado o previsto no artigo113.Parágrafo único - A hora de trabalho noturno será computado como de cinqüentae dois minutos e trinta segundos.

CAPÍTULO XDa Promoção31

Art. 35 - Promoção é a passagem do servidor de um grau para o imediatamentesuperior, dentro da respectiva categoria funcional.

Art. 36 - As promoções de grau a grau, nos cargos organizados em carreira, obe-decerão aos critérios de merecimento e antigüidade, alternadamente, na forma dalei, que deverá assegurar critérios objetivos na avaliação do merecimento.

Art. 37 - Somente poderá concorrer à promoção o servidor que:I - preencher os requisitos estabelecidos em lei;II - não tiver sido punido nos últimos 12 (doze) meses com pena de suspensão,convertida, ou não, em multa.

Art. 38 - Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia por direito, o atoque formalizou indevidamente a promoção.Parágrafo único - O servidor a quem cabia a promoção receberá a diferença deretribuição a que tiver direito.

CAPÍTULO XIDa Readaptação

Art. 39 - Readaptação é a forma de investidura do servidor estável em cargo deatribuições e responsabilidades mais compatíveis com sua vocação ou com as li-mitações que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, podendo ser pro-cessada a pedido ou “ex-officio”.§ 1º - A readaptação será efetivada, sempre que possível, em cargo compatívelcom a aptidão do servidor, observada a habilitação e a carga horária exigida parao novo cargo.§ 2º - A verificação de que o servidor tornou-se inapto para o exercício do cargoocupado, em virtude de modificações em sua aptidão vocacional ou no seu esta-

(31) – Ver Instrução Normativa nº 03/94 - SPA - Referente aos servidores do Quadro Geral

e Técnico-Científico.

264 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

do físico ou psíquico, será realizada pelo órgão central de recursos humanos doEstado, que à vista de laudo médico, estudo social e psicológico, indicará cargoem que julgar possível a readaptação.§ 3º - Definido o cargo, serão cometidas as respectivas atribuições ao servidorem estágio experimental, pelo órgão competente, por prazo não inferior a 90 (no-venta) dias, o que poderá ser realizado na mesma repartição ou em outra, aten-dendo, sempre que possível, às peculiaridades do caso, mediante acompanha-mento sistemático.§ 4º - No caso de inexistência de vaga, serão cometidas ao servidor as atribui-ções do cargo indicado, até que se disponha deste para o regular provimento.

Art. 40 - Se o resultado da inspeção médica concluir pela incapacidade para oserviço público, será determinada a aposentadoria do readaptando.

Art. 41 - Em nenhuma hipótese poderá a readaptação acarretar aumento ou dimi-nuição da remuneração do servidor, exceto quando se tratar da percepção devantagens cuja natureza é inerente ao exercício do novo cargo.Parágrafo único - Realizando-se a readaptação em cargo de padrão de vencimen-to inferior, ficará assegurada ao servidor a remuneração correspondente à do car-go que ocupava anteriormente.

Art. 42 - Verificada a adaptabilidade do servidor no cargo e comprovada sua habi-litação será formalizada sua readaptação, por ato de autoridade competente.Parágrafo único - O órgão competente poderá indicar a delimitação de atribuiçõesno novo cargo ou no cargo anterior, apontando aquelas que podem ser exercidaspelo servidor e, se necessário, a mudança de local de trabalho.

CAPÍTULO XIIDa Reintegração

Art. 43 - Reintegração é o retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocu-pado, ou ao resultante de sua transformação, em conseqüência de decisão adminis-trativa ou judicial, com ressarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento32 .§ 1º - Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzidoao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ouposto em disponibilidade.§ 2º - Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade,observado o disposto nos artigos 51 a 53.

(32) – Ver Decreto nº 35.429 - Delega competência ao Secretário do Planejamento e da

Administração.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 265

§ 3º - O servidor reintegrado será submetido à inspeção médica e, verificada a in-capacidade para o serviço público, será aposentado.

CAPÍTULO XIIIDa Reversão

Art. 44 - Reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez,quando verificada, por junta médica oficial, a insubsistência dos motivosdeterminantes da aposentadoria33 .§ 1º - O servidor que reverter terá assegurada a retribuição correspondente à si-tuação funcional que detinha anteriormente à aposentadoria.§ 2º - Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos artigos 18 e 22, re-lativas à posse e ao exercício, respectivamente.

Art. 45 - A reversão far-se-á a pedido ou “ex-officio”, no mesmo cargo ou no re-sultante de sua transformação.

Art. 46 - O servidor com mais de 60 (sessenta) anos não poderá ter processada asua reversão.

Art. 47 - O servidor que reverter não poderá ser aposentado antes de decorridos5 (cinco) anos de efetivo exercício, salvo se sobrevier outra moléstia que o inca-pacite definitivamente ou for invalidado em conseqüência de acidente ou deagressão não-provocada no exercício de suas atribuições.Parágrafo único - Para efeito deste artigo, não será computado o tempo em que oservidor, após a reversão, tenha se licenciado em razão da mesma moléstia.

Art. 48 - O tempo em que o servidor esteve aposentado será computado, na hipó-tese de reversão, exclusivamente para fins de nova aposentadoria.

CAPÍTULO XIVDa Disponibilidade e do Aproveitamento

SEÇÃO IDa Disponibilidade

Art. 49 - A disponibilidade decorrerá da extinção do cargo ou da declaração dasua desnecessidade.Parágrafo único - O servidor estável ficará em disponibilidade até seu aproveita-mento em outro cargo.

(33) – Idem.

266 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 50 - O provento da disponibilidade será igual ao vencimento do cargo, acres-cido das vantagens permanentes.Parágrafo único - O servidor em disponibilidade será aposentado se, submetido àinspeção médica, for declarado inválido para o serviço público.

SEÇÃO IIDo Aproveitamento

Art. 51 - Aproveitamento é o retorno à atividade do servidor em disponibilidade efar-se-á, obrigatoriamente, em cargo de atribuições e vencimento compatíveiscom o anteriormente ocupado.

Art. 52 - O órgão central de recursos humanos poderá indicar o aproveitamentodo servidor em disponibilidade, em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entida-des da Administração Pública Estadual, na forma do regulamento.

Art. 53 - Salvo doença comprovada por junta médica oficial, será tornado semefeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade, se o servidor não entrar emexercício no prazo de 30 (trinta) dias.

CAPÍTULO XVDa Recondução

Art. 54 - Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocu-pado e decorrerá de34 :I - obtenção de resultado insatisfatório em estágio probatório relativo a outro car-go;II - reintegração do anterior ocupante do cargo.Parágrafo único - Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor seráaproveitado em outro, com a natureza e vencimento compatíveis com o que ocu-para, observado o disposto no artigo 52.

CAPÍTULO XVIDa Vacância

Art. 55 - A vacância do cargo decorrerá de:I - exoneração;II - demissão;

(34) – Ver Decreto nº 35.429 - Delega competência ao Secretário do Planejamento e da

Administração.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 267

III - readaptação;IV - aposentadoria;V - recondução;VI - falecimento.Parágrafo único - A abertura da vaga ocorrerá na data da publicação da lei que criaro cargo ou do ato que formalizar qualquer das hipóteses previstas neste artigo.

Art. 56 - A exoneração dar-se-á:I - a pedido do servidor35 ;II - “ex-officio”, quando:a) se tratar de cargo em comissão, a critério da autoridade competente;b) não forem satisfeitas as condições do estágio probatório.

Art. 57 - A demissão decorrerá de aplicação de pena disciplinar na forma previstaem lei.

CAPÍTULO XVIIDa Remoção e da Redistribuição

SEÇÃO IDa Remoção

Art. 58 - Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou “ex-officio”, com ousem mudança de sede:I - de uma repartição para outra;II - de uma unidade de trabalho para outra, dentro da mesma repartição.§ 1º - Deverá ser sempre comprovada por junta médica, a remoção, a pedido, pormotivo de saúde do servidor, do cônjuge deste ou dependente, mediante préviaverificação da existência de vaga.§ 2º - Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sempre que possível, a re-moção do cônjuge, que for também servidor estadual; não sendo possível, obser-var-se-á o disposto no artigo 147.

Art. 59 - A remoção por permuta será processada a pedido de ambos os interes-sados, ouvidas, previamente, as chefias envolvidas.

(35) – Ver LC nº 10.727/96 - Institui o Programa de Incentivo ao Afastamento Voluntário do

Serviço Público e à Reconversão Funcional dos Servidores Públicos Estadual. Institui licen-

ça especial anual sem remuneração.

Ver art. 6º do Decreto nº 37.665/97.

268 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SEÇÃO IIDa Redistribuição

Art. 60 - Redistribuição é o deslocamento do servidor com o respectivo cargo, deum quadro de pessoal ou entidade para outro do mesmo Poder, cujos planos decargos e vencimentos sejam idênticos.§ 1º - Dar-se-á, exclusivamente, a redistribuição, para ajustamento de quadros depessoal às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização,extinção ou criação de órgão ou entidade, na forma da lei.§ 2º - Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores estáveis quenão puderem ser redistribuídos, nos termos deste artigo, serão colocados em dis-ponibilidade, até seu aproveitamento na forma do artigo 51.§ 3º - O disposto neste artigo não se aplica aos cargos definidos em lei como delotação privativa.

CAPÍTULO XVIIIDa Substituição

Art. 61 - Os servidores investidos em cargos em comissão ou funçõesgratificadas terão substitutos, durante seus afastamentos ou impedimentos even-tuais, previamente designados pela autoridade competente

36.

Parágrafo único - O substituto fará jus ao vencimento do cargo ou função na pro-porção dos dias de efetiva substituição iguais ou superiores a 10 (dez) dias con-secutivos, computáveis para os efeitos dos artigos 102 e 103 desta lei.

TÍTULO IIIDos Direitos e Vantagens

CAPÍTULO IDo Tempo de Serviço

Art. 62 - A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão con-vertidos em anos, considerados estes como período de 365 (trezentos e sessentae cinco) dias.

Art. 63 - Os dias de efetivo exercício serão computados à vista dos comprovantesde pagamento, ou dos registros funcionais.

(36) – Ver Resolução de Mesa nº 399/98 - AL - Regulamenta, no âmbito do Poder

Legislativo, o processo de substituição previsto no art. 61 da LC nº 10.098/94.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 269

Art. 64 - São considerados de efetivo exercício os afastamentos do serviço emvirtude de:I - férias;II - casamento, até 8 (oito) dias consecutivos;III - falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, compa-nheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda oututela, até 8 (oito) dias;IV - doação de sangue, 1(um) dia por mês, mediante comprovação;V - exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimento em comissão,exceto para efeito de promoção por merecimento;VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;VII - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, exceto parapromoção por merecimento;VIII - missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou no exterior, quan-do o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Es-tado e sem prejuízo da retribuição pecuniária;IX - deslocamento para nova sede na forma do artigo 58;X - realização de provas, na forma do artigo 123;XI - assistência a filho excepcional, na forma do artigo 127;XII - prestação de prova em concurso público;XIII - participação em programas de treinamento regularmente instituído,correlacionado às atribuições do cargo;XIV - licença:a) à gestante, à adotante e à paternidade;b) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, com remuneração;c) prêmio por assiduidade;d) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada ou doença profis-sional;e) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou municipal;f) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção pormerecimento;g) para participar de cursos, congressos e similares, sem prejuízo da retribuição;XV - moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) diaspor mês, mediante pronta comunicação à chefia imediata;XVI - participação de assembléia e atividades sindicais.Parágrafo único - Constitui tempo de serviço, para todos os efeitos legais, o ante-riormente prestado ao Estado pelo servidor que tenha ingressado sob a forma decontratação, admissão, nomeação, ou qualquer outra, desde que comprovado ovínculo regular.

Art. 65 - Computar-se-á integralmente, para efeito de aposentadoria e disponibili-dade o tempo:

270 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

I - de serviço prestado pelo servidor em função ou cargo público federal, estadualou municipal;II - de serviço ativo nas forças armadas e auxiliares prestado durante a paz, com-putando-se em dobro o tempo em operação de guerra, na forma da lei;III - correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou mu-nicipal, anterior ao ingresso no serviço público estadual;IV - de serviço prestado em atividade privada, vinculada à previdência social, ob-servada a compensação financeira entre os diversos sistemas previdenciários se-gundo os critérios estabelecidos em lei;V - em que o servidor:a) esteve em disponibilidade;b) já esteve aposentado, quando se tratar de reversão.

Art. 66 - É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestadoconcomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou entidade dosPoderes da União, estados, municípios, autarquias, fundações, sociedades deeconomia mista e empresas públicas.

CAPÍTULO IIDas Férias

Art. 67 - O servidor gozará, anualmente, 30 (trinta) dias de férias.§ 1º - Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) mesesde exercício.§ 2º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.§ 3º - É facultado o gozo de férias em dois períodos, não inferiores a 10 (dez)dias consecutivos.

Art. 68 - Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente desolicitação, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do perí-odo de férias, pago antecipadamente.§ 1º - O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente aoservidor que o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3 (umterço), antes do início do referido período.§ 2º - Na hipótese de férias parceladas poderá o servidor indicar em qual dos pe-ríodos utilizará a faculdade de que trata este artigo.

Art. 69 - Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentesao cargo como se estivesse em exercício.

Art. 70 - O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou subs-tâncias radioativas, próximas a fontes de irradiação, terá direito, quando no

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 271

efetivo exercício de suas atribuições, a 20 (vinte) dias consecutivos de férias porsemestre, não acumuláveis e intransferíveis.

Art. 71 - Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em quehaja legislação específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo dedois períodos anuais.

Art. 72 - As férias somente poderão ser interrompidas por motivos de calamidadepública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou porsuperior interesse público.

Art. 73 - Se o servidor vier a falecer, quando já implementado o período de umano, que lhe assegure o direito a férias, a retribuição relativa ao período, descon-tadas as eventuais parcelas correspondentes à antecipação, será paga aos de-pendentes legalmente constituídos.

Art. 74 - O servidor exonerado fará jus ao pagamento da remuneração de fériasproporcionalmente aos meses de efetivo exercício, descontadas eventuais parce-las já fruídas.Parágrafo único - O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (umdoze avos) da remuneração a que fizer jus o servidor na forma prevista no artigo69 desta lei, relativa ao mês em que a exoneração for efetivada.

Art. 75 - O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tra-tar de interesses particulares ou para acompanhar o cônjuge, somente após umano de efetivo exercício contado da data da apresentação, fará jus a férias.

Art. 76 - Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em quedeveria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta) dias de faltas não justificadas ao serviço.

Art. 77 - O servidor readaptado, relotado, removido ou reconduzido, quando emgozo de férias, não é obrigado a apresentar-se antes de concluí-las.

CAPÍTULO IIIDo Vencimento e da Remuneração37

Art. 78 - Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efetivoexercício do cargo, correspondente ao padrão fixado em lei.

(37) – Ver art. 37, XI da CF/88 com redação dada pela EC nº 41/03.

Ver art. 21 da LC nº 10.727/96 e ADIN nº 596103739 - “A harmonia e a independência dos

poderes não admitem a intervenção e a ingerência de um poder em outro, afetando a auto

272 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Parágrafo único - Nenhum servidor receberá, a título de vencimento básico, im-portância inferior ao salário mínimo.

Art. 79 - Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das vantagenspecuniárias estabelecidas em lei.§ 1º - O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter perma-nente, é irredutível, sendo vedada vinculação ou equiparação para efeitos de re-muneração de pessoal. (Parágrafo 2º revogado pela LC nº 10.727/96).

Art. 80 - O servidor perderá:I - a remuneração relativa aos dias em que faltar ao serviço;II - a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências e saí-das antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) minutos;III - a metade da remuneração, na hipótese de conversão da pena de suspensãoem multa;IV - um terço de sua remuneração durante o afastamento do exercício do cargo,nas hipóteses previstas no artigo 27.Parágrafo único - No caso de faltas sucessivas, serão computados para efeito dedesconto os períodos de repouso intercalados.

Art. 81 - Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum descontoincidirá sobre a remuneração ou provento.Parágrafo único - Mediante autorização do servidor, poderá haver consignaçãoem folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com re-posição de custos, na forma definida em regulamento38 .

Art. 82 - As reposições e indenizações ao erário serão descontadas em parcelasmensais não excedentes à quinta parte da remuneração ou provento.

Art. 83 - Terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar eventuais débitos com oerário, o servidor que for demitido ou exonerado.

nomia administrativa e financeira, pertinente a cada um deles, especialmente quando o

executivo reduz vencimentos, através de legislação manifestamente inconstitucional, que,

no teto remuneratório, inclui também gratificações e adicionais por tempo de serviço, que

não integram os vencimentos para efeito do inciso XI, do art. 37, da Constituição Federal.

(Relator: Dês. Antônio Carlos Stangler Pereira, julgado em 30.03.1998)” - refere-se ao art.

21 e seu parágrafo 1º da Lei Complementar nº 10.727/96, sancionou a LC nº 10.795/96, que

promoveu alterações na legislação que regula a matéria.

(38) – Ver Decreto nº 43.337/04 – Regulamenta o parágrafo único do art. 81 da LC nº

10.098/94.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 273

Parágrafo único - A não-quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscri-ção na dívida ativa.

Art. 84 - O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto,seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos, resultantesde decisão judicial.

CAPÍTULO IVDas Vantagens

Art. 85 - Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vanta-gens:I - indenizações;II - avanços;III - gratificações e adicionais;IV - honorários e jetons.

Art. 86 - As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, paraefeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob omesmo título ou idêntico fundamento.

Art. 87 - Salvo os casos previstos nesta lei, o servidor não poderá receber, aqualquer título, seja qual for o motivo ou a forma de pagamento, nenhuma outravantagem pecuniária dos órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou outrasorganizações públicas, em razão de seu cargo, nas quais tenha sido mandadoservir.

Art. 88 - As vantagens de que trata o artigo 85 não são incorporadas ao venci-mento, em atividade, excetuando-se os avanços, o adicional por tempo de servi-ço, a gratificação por exercício de função, a gratificação de representação e agratificação de permanência em serviço, nos termos da lei.§ 1º - A gratificação de representação por exercício de função integra o valor des-ta para os efeitos de incorporação aos vencimentos em atividade, de incorpora-ção aos proventos de aposentadoria e para cálculo de vantagens decorrentes dotempo de serviço.§ 2º - Aos titulares de cargos de confiança optantes por gratificação por exercíciode função já incorporadas nos termos da lei, é facultada a opção pela percepção dagratificação de representação correspondente às atribuições da função titulada.§ 3º - Os servidores que incorporaram gratificação por exercício de função ematividade e os servidores inativos terão seus vencimentos e proventos revistos naforma estabelecida neste artigo.(Art. 88 e parágrafos modificados pela LC nº 10.530/95).

274 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(Art. 89 - Acrescentado pela LC nº 11.370/99, que determinou a renumeração dosartigos seguintes).39

SEÇÃO IDas Indenizações

Art. 89 - Constituem indenizações ao servidor:I - ajuda de custo;II - diárias;III - transporte.

SUBSEÇÃO IDa Ajuda de Custo40

Art. 90 - A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalações doservidor que, no interesse do serviço, passe a ter exercício em nova sede, commudança de domicílio em caráter permanente.Parágrafo único - Correm por conta da Administração as despesas de transportedo servidor e de sua família, compreendendo passagens, bagagens e bens pes-soais.

Art. 91 - A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conformese dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondentea 3 (três) meses de remuneração.

Art. 92 - Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargoou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.

Art. 93 - Será concedida ajuda de custo ao servidor efetivo do Estado que for no-meado para cargo em comissão ou designado para função gratificada, com mu-dança de domicílio.Parágrafo único - No afastamento para exercício de cargo em comissão, em outroórgão ou entidade da União, do Distrito Federal, dos estados ou dos municípios, oservidor não receberá ajuda de custo do Estado.

(39) – ADIN - Medida Liminar nº 2.300-4 - “O Tribunal por unanimidade , deferiu o pedido

de medida cautelar de suspensão dos efeitos da Lei Complementar nº 11.370/99, do Esta-

do do Rio Grande do Sul. Votou o Presidente. Ausentes, justificadamente, os senhores Mi-

nistros Nelson Jobim, Celso de Mello e Sydnney Sanchhes. Plenário, 05.10.2000. - Acór-

dão, DJ 15.12.2000”. (Supremo Tribunal Federal - www.stf.gov.br).

(40) – Ver Decreto nº 37.130/96 - Dispõe sobre a concessão e a prestação de contas de

ajuda de custos na Administração Direta e Indireta, prevista na LC nº 10.098/94.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 275

Art. 94 - O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando,injustificadamente, não se apresentar na nova sede, no prazo de 30 (trinta) dias.

SUBSEÇÃO IIDas Diárias

Art. 95 - O servidor que se afastar temporariamente da sede, em objeto de servi-ço, fará jus, além das passagens de transporte, também a diárias destinadas àindenização das despesas de alimentação e pousada.§ 1º - Entende-se por sede a localidade onde o servidor estiver em exercício emcaráter permanente.§ 2º - A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metadequando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede.§ 3º - Não serão devidas diárias nos casos de remoção a pedido, nem nas hipótesesem que o deslocamento da sede se constituir em exigência permanente do serviço.

Art. 96 - O servidor que receber diárias e, por qualquer motivo, não se afastar dasede, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.Parágrafo único - Na hipótese de o servidor retornar à sede, em prazo menor doque o previsto para o seu afastamento, deverá restituir as diárias recebidas emexcesso, no período previsto no “caput”.

Art. 97 - As diárias, que deverão ser pagas antes do deslocamento, serão calcu-ladas sobre o valor básico fixado em lei e serão percebidas pelo servidor que aelas fizer jus, na forma do regulamento.(Art. 97 modificado pela LC nº 10.530/95).

SUBSEÇÃO IIIDa Indenização de Transporte

Art. 98 - Será concedida indenização de transporte ao servidor que realizar despesascom a utilização de meio próprio de locomoção, para execução de serviços externos,por força das atribuições próprias do cargo, conforme previsto em regulamento.

SEÇÃO IIDos Avanços

Art. 99 - Por triênio de efetivo exercício no serviço público, o servidor terá conce-dido automaticamente um acréscimo de 5% (cinco por cento), denominado avan-ço, calculado na forma da lei41 .

(41) – Ver LC nº 10.795/96 - Aplicam-se, igualmente, aos servidores policias militares o dis-

posto no art. 99 da LC nº 10.098/94.

276 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

§ 1º - O servidor fará jus a tantos avanços quanto for o tempo de serviço públicoem que permanecer em atividade, computado na forma dos artigos 116 e 117.§ 2º - O disposto no “caput” e no parágrafo anterior não se aplica ao servidor cujaprimeira investidura no serviço público estadual ocorra após 30 de junho de 1995,hipótese em que será observado o disposto no parágrafo seguinte.§ 3º - Por triênio de efetivo exercício no serviço público, ao servidor será concedi-do automaticamente um acréscimo de 3% (três por cento), denominado avanço,calculado, na forma da lei.(Parágrafo único renumerado para § 1º e parágrafos 2º e 3º acrescentados pelaLC nº 10.530/95).

SEÇÃO IIIDas Gratificações e Adicionais

Art. 100 - Serão deferidos ao servidor as seguintes gratificações e adicionais portempo de serviço e outras por condições especiais de trabalho:I - gratificação por exercício de função;II - gratificação natalina;III - gratificação por regime especial de trabalho, na forma da lei;IV - gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas ou perigosas;V - gratificação por exercício de serviço extraordinário;VI - gratificação de representação, na forma da lei;VII - gratificação por serviço noturno;VIII - adicional por tempo de serviço;IX - gratificação de permanência em serviço;X - abono familiar;XI - outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do trabalho, na forma da lei.

SUBSEÇÃO IDa Gratificação por Exercício de Função

Art. 101 - A função gratificada será percebida pelo exercício de chefia, assistência ouassessoramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo.

Art. 102 - O servidor efetivo que contar com 18 (dezoito) anos de tempo de servi-ço computável à aposentadoria, se do sexo masculino ou 15 (quinze) anos, se dofeminino, e que houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma defunção gratificada, por 2 (dois) anos completos, terá incorporada, ao vencimentodo cargo, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte porcento) do valor da função gratificada, a cada 2 (dois) anos, até o limite máximo de100% (cem por cento), na forma da lei42 .

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 277

§ 1º - Quando mais de uma função gratificada ou cargo em comissão houver sidoexercido no período, será incorporado aquele de maior valor, desde que desem-penhado, no mínimo, por 1 (um) ano, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valorda função que tenha desempenhado por mais tempo43 .§ 2º - O funcionário que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado, fará jusà incorporação do valor equivalente à gratificação de representação correspon-dente, na proporção estabelecida pelo “caput”, ressalvado o período mínimo deque trata o parágrafo anterior, que será de 2 (dois) anos para esta situação

44.

§ 3º - O disposto no “caput” e nos parágrafos anteriores não se aplica ao servidorque não houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de funçãogratificada, até 30 de junho de 1995, hipótese em que será observado o dispostono parágrafo seguinte45 .§ 4º - O servidor efetivo que contar com 18 (dezoito) anos de tempo computável àaposentadoria e que houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a formade função gratificada, por 2 (dois) anos completos, terá incorporado ao vencimen-to do cargo, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte porcento) do valor da função gratificada.I - Quando mais de uma função gratificada ou cargo em comissão houver sidoexercido no período, será incorporado aquele de maior valor, desde que desem-penhado, no mínimo, por 2 (dois) anos, ou quando não ocorrer tal hipótese, o va-lor da função que tenha desempenhado por mais tempo.II - O servidor que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado fará jus à in-corporação do valor equivalente à gratificação de representação correspondente,nas condições estabelecidas neste artigo.III - A cada 2 (dois) anos completos de exercício de função gratificada, que exce-derem a dois iniciais, corresponderá novo acréscimo de 20% (vinte por cento) atéo limite de 100% (cem por cento), observada a seguinte correspondência com otempo computável à aposentadoria:a) 20 anos, máximo de 40% (quarenta por cento) do valor;b) 22 anos, máximo de 60% (sessenta por cento) do valor;

(42) – Ver art. 3º da LC nº 10.248/94.

Ver art. 5º da LC 10.530/95 - Aplicam-se as disposições do art. 102 aos servidores estáveis.

Ver LC nº 10.842/96 - Dispões sobre o exercício de cargo em comissão ou função

gratificada no serviço público estadual.

Ver LC nº 10.845/96 - Dispõe sobre a remuneração de vantagens no serviço público estadual

e dá outras providências.

(43) – Ver art. 4º da LC nº 10.248/94 - Aplicam-se aos servidores regidos pela Lei nº 7.138/78.

(44) – Ver LC nº 10.257/94 - Estende aos servidores estáveis que tenham exercido cargos

de dirigentes de Autarquias do Estado.

(45) – Ver art. 6º da LC nº 10.530/95 - Estendem-se aos servidores inativos e aos pensionistas.

278 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

c) 24 anos, máximo de 80% (oitenta por cento) do valor;d) 26 anos, 100% (cem por cento) do valor.IV - A vantagem de que trata o “caput” deste parágrafo, bem como os seusincisos anteriores, somente será paga a partir da data em que o funcionárioretornar ao exercício de cargo de provimento efetivo ou, permanecendo no cargoem comissão ou função gratificada, optar pelos vencimentos e vantagens do car-go de provimento efetivo, ou ainda, for inativado.V - O funcionário no gozo da vantagem pessoal de que trata esta Lei, investidoem cargo em comissão ou função gratificada, perderá a vantagem enquanto durara investidura, salvo se optar pelas vantagens do cargo efetivo.VI - Na hipótese do inciso anterior, ocorra ou não a percepção da vantagem, terácontinuidade o cômputo dos anos de serviço para efeito de percepção dos vintepor cento a que se refere este parágrafo.VII - O cálculo da vantagem pessoal de que trata este parágrafo terá sempre emconta os valores atualizados dos vencimentos e as gratificações adicionais e, sefor o caso, os avanços trienais e qüinqüenais.VIII - O disposto neste parágrafo aplica-se, igualmente, às gratificações previstasno artigo 3º da Lei Complementar nº 10.248, de 30 de agosto de 1994, atribuídasa servidores efetivos ou estáveis46 .(Parágrafos 3º e 4º e incisos de I a VIII acrescentados pela LC nº 10.530/95).

Art. 103 - A função gratificada será incorporada integralmente ao provento doservidor que a tiver exercido, mesmo sob forma de cargo em comissão, por umperíodo mínimo de 5 (cinco) anos consecutivos ou 10 (dez) intercalados, anterior-mente à aposentadoria, observado o disposto no § 1º do artigo anterior47 .

SUBSEÇÃO IIDa Gratificação Natalina

Art. 104 - Será concedida ao servidor que esteja no desempenho de suas fun-ções uma gratificação natalina correspondente a sua remuneração integral devidano mês de dezembro.§ 1º - A gratificação de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos)da remuneração a que fizer jus o servidor, no mês de dezembro, por mês deefetivo exercício, considerando-se as frações iguais ou superiores a 15 (quinze)dias como mês integral.

(46) – Ver art. 6º da LC nº 10.530/95 - Estendem-se aos servidores inativos e aos pensionistas.

(47) – Ver art. 3º da LC nº 10.248/94.

Ver art. 4º da LC nº 10.248/94 - Aplicam-se aos servidores regidos pela Lei nº 7.138/78.

Ver LC nº 10.842/96 - Dispões sobre o exercício de cargo em comissão ou função

gratificada no Serviço Público Estadual.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 279

§ 2º - O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o dia 20 (vinte) domês de dezembro de cada exercício.§ 3º - A gratificação natalina é devida ao servidor afastado de suas funções, semprejuízo da remuneração e demais vantagens.§ 4º - O Estado indenizará o servidor pelo eventual descumprimento do prazo depagamento das obrigações pecuniárias relativas à gratificação natalina, cuja basede cálculo será o valor desta, deduzidos os descontos legais48 .§ 5º - A indenização referida no parágrafo anterior será calculada com base navariação da Letra Financeira do Tesouro do Estado - LFTE/RS, acrescida de 1%(um por cento) ao mês e paga juntamente com o valor total ou parcial da referidagratificação, na forma estabelecida em decreto49 .(Parágrafos acrescentados pela LC nº 12.021/2003).

Art. 105 - O servidor exonerado terá direito à gratificação natalina, proporcional-mente aos meses de exercício, calculada na forma do § 1º do artigo anterior, so-bre a remuneração do mês da exoneração.

Art. 106 - É extensiva aos inativos a percepção da gratificação natalina, cujo cál-culo incidirá sobre as parcelas que compõem seu provento.

SUBSEÇÃO IIIDa Gratificação por Exercício de Atividades

Insalubres, Perigosas ou Penosas

Art. 107 - Os servidores que exerçam suas atribuições com habitualidade em lo-cais insalubres ou em contato com substâncias tóxicas radioativas ou com riscode vida, fazem jus a uma gratificação sobre o vencimento do respectivo cargo naclasse correspondente, nos termos da lei50 .§ 1º - O servidor que fizer jus às gratificações de insalubridade, periculosidade oupenosidade deverá optar por uma delas nas condições previstas em lei.§ 2º - O direito às gratificações previstas neste artigo cessa com a eliminação dascondições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

(48) – Ver Decreto nº 42.766/03 – Regulamenta os parágrafos 4º e 5º do art. 104 da LC nº

10.098/94.

(49) – Ver art. 2º da LC nº 12.021/03 - Estende aos inativos, aos pensionistas e aos servido-

res vinculados a estatutos próprios o disposto nos parágrafos 4º e 5º do art. 104 da LC nº

10.098/94.

(50) – Ver Decreto nº 43.005/04 – Delega competência ao Secretário de Estado da Adminis-

tração e dos Recursos Humanos para prática dos atos de concessão da gratificação que tra-

ta o art. 107 da LC nº 10.098/94.

280 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 108 - Haverá permanente controle da atividade de servidores em operaçõesou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.Parágrafo único - A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto dura-rem a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, pas-sando a exercer suas atividades em local salubre e em serviço compatível comsuas condições.

Art. 109 - Os locais de trabalho e os servidores que operem com Raios X ousubstâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que asdoses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legisla-ção própria.Parágrafo único - Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos aexames médicos a cada 6 (seis) meses de exercício.

SUBSEÇÃO IVDa Gratificação por Exercício

de Serviço Extraordinário

Art. 110 - O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50%(cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 111 - A gratificação de que trata o artigo anterior somente será atribuída aoservidor para atender às situações excepcionais e temporárias, respeitado o limitemáximo previsto no § 2º do artigo 33.

Art. 112 - O valor da hora de serviço extraordinário, prestado em horário noturno,será acrescido de mais 20% (vinte por cento).

SUBSEÇÃO VDa Gratificação por Serviço Noturno

Art. 113 - O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (vinte por cento),observado o disposto no artigo 34.Parágrafo único - As disposições deste artigo não se aplicam quando o serviçonoturno corresponder ao horário normal de trabalho.

SUBSEÇÃO VIDa Gratificação de Permanência em Serviço

Art. 114 - Ao servidor que adquirir direito à aposentadoria voluntária comproventos integrais e cuja permanência no desempenho de suas funções forjulgada conveniente e oportuna para o serviço público poderá ser deferida, por

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 281

ato do Governador, uma gratificação especial de 35% (trinta e cinco por cento) dovencimento básico.51

Parágrafo único - A gratificação de que trata este artigo, que tem natureza precá-ria e transitória, será deferida por período máximo de dois anos, sendo admitidasrenovações por igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do servidor ejuízo de conveniência e oportunidade do Governador52 .(Art. 114 modificado pela LC nº 11.942/03).

SUBSEÇÃO VIIDo Adicional por Tempo de Serviço

Art. 115 - O servidor, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e cinco) anos de servi-ço público, contados na forma desta lei, passará a perceber, respectivamente, oadicional de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento) calculadosna forma da lei53 .§ 1º - A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco por cento) fará cessar o de15% (quinze por cento), anteriormente concedido.§ 2º - A vantagem de que trata este artigo não será mais concedida a partir dadata de vigência desta Lei, nos percentuais de 15% ou de 25%, exceto aos quetenham implementado, até a referida data, as condições de percepção54 .§ 3º - A gratificação adicional, a partir de data referida no parágrafo anterior, seráconcedida em percentual igual ao tempo de serviço em anos, à razão de 1% aoano, computados até a data de vigência desta Lei, cabendo o pagamento somen-te ao implemento de 15 ou de 25 anos de tempo de serviço, respectivamente,considerando-se, quando for o caso, para efeitos de percentual de concessão,fração superior a seis meses como um ano completo55 .(Parágrafo único renomeado e parágrafos 2º e 3º acrescentados pela LC nº 10.795/96).

Art. 116 - Para efeito de concessão dos adicionais será computado o tempo deserviço federal, estadual ou municipal, prestado à administração direta,autarquias e fundações de direito público.

(51) – Ver arts. 2º e 3º da LC nº 11.942/03.

(52) – Ver Decreto nº 42.813/04 - Delega competência ao Secretário de Estado da Adminis-

tração e dos Recursos Humanos para atos de concessão e renovação da gratificação de

competência em serviço ao servidor que tenha adquirido direito à aposentadoria voluntária.

(53) – Ver LC nº 10.795/96 - Aplicam-se, igualmente, aos servidores policiais militares o dis-

posto no art. 115 da LC nº 10.098/94.

(54) – Ver LC nº 10.795/96 - Estendem-se aos quadros e carreiras que têm estatuto próprio

as disposições constantes dos parágrafos 2º e 3º do art. 115 da LC nº 10.098/94.

(55) – Idem.

282 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Parágrafo único - Compreende-se, também, como serviço estadual o tempo emque o servidor tiver exercido serviços transferidos para o Estado.

Art. 117 - Na acumulação remunerada, será considerado, para efeito de adicio-nal, o tempo de serviço prestado a cada cargo isoladamente.

SUBSEÇÃO VIIIDo Abono Familiar

Art. 118 - Ao servidor ativo ou ao inativo será concedido abono familiar na razãode 10% (dez por cento) do menor vencimento básico inicial do Estado, pelos se-guintes dependentes:I - filho menor de 18 (dezoito) anos;II - filho inválido ou excepcional de qualquer idade, que seja comprovadamenteincapaz;III - filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de24 (vinte e quatro) anos;IV - cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que não perceba remuneração.§ 1º - Quando se tratar de dependente inválido ou excepcional, o abono serápago pelo triplo.§ 2º - Estendem-se os benefícios deste artigo aos enteados, aos tutelados e aosmenores que, mediante autorização judicial, estejam submetidos a sua guarda.§ 3º - São condições para percepção do abono familiar que:I - os dependentes relacionados neste artigo vivam efetivamente às expensas doservidor ou inativo;II - a invalidez de que tratam os incisos II e IV do “caput” deste artigo seja com-provada mediante inspeção médica, pelo órgão competente do Estado.§ 4º - No caso de ambos os cônjuges serem servidores públicos, o direito de umnão exclui o do outro.

Art. 119 - Por cargo exercido em acúmulo no Estado, não será devido o abono familiar.

Art. 120 - A concessão do abono terá por base as declarações do servidor, sobas penas da lei.Parágrafo único - As alterações que resultem em exclusão de abono deverão sercomunicadas no prazo de 15 (quinze) dias da data da ocorrência.

SEÇÃO IVDos Honorários e Jetons

Art. 121 - O servidor fará jus a honorários quando designado para exercer, forado horário de expediente a que estiver sujeito, as funções de:

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 283

I - membro de banca de concurso;II - gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de concurso;III - treinamento de pessoal;IV - professor, em cursos legalmente instituídos.

Art. 122 - O servidor, no desempenho do encargo de membro de órgão de delibe-ração coletiva legalmente instituído, receberá jeton, a título de representação naforma da lei.

CAPÍTULO VDas Concessões

SEÇÃO IDas Vantagens ao Servidor Estudante

ou Participante de Cursos, Congressos e Similares

Art. 123 - É assegurado o afastamento do servidor efetivo, sem prejuízo de suaremuneração, nos seguintes casos:I - durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantesde ensino superior, 1º e 2º graus;II - durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso su-perior.Parágrafo único - O servidor, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, de-verá comprovar perante a chefia imediata as datas em que se realizarão as diver-sas provas e seu comparecimento.

Art. 124 - O servidor somente será indicado para participar de cursos de especia-lização ou capacitação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, comônus para o Estado, quando houver correlação direta e imediata entre o conteúdoprogramático de tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos.

Art. 125 - Ao servidor poderá ser concedida licença para freqüência a cursos, se-minários, congressos, encontros e similares, inclusive fora do Estado e no exteri-or, sem prejuízo da remuneração e demais vantagens, desde que o conteúdoprogramático esteja correlacionado às atribuições do cargo que ocupar, na formaa ser regulamentada.Parágrafo único - Fica vedada a concessão de exoneração ou licença para trata-mento de interesses particulares ao servidor beneficiado pelo disposto neste arti-go, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida antes de decorri-do período igual ao do afastamento.

284 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 126 - Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da Administração,é assegurada, na localidade da nova residência ou mais próxima, matrícula em ins-tituição congênere do Estado, em qualquer época, independentemente de vaga.Parágrafo único - O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge, aos filhos ouenteados do servidor, que vivam na sua companhia, bem como aos menores sobsua guarda, com autorização judicial.

SEÇÃO IIDa Assistência a Filho Excepcional

Art. 127 - O servidor, pai, mãe ou responsável por excepcional, físico ou mental,em tratamento, fica autorizado a se afastar do exercício do cargo, quando neces-sário, por período de até 50% (cinqüenta por cento) de sua carga horária normalcotidiana, na forma da lei.

CAPÍTULO VIDas Licenças56

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 128 - Será concedida, ao servidor, licença:I - para tratamento de saúde;II - por acidente em serviço;III - por motivo de doença em pessoa da família;IV - à gestante, à adotante e à paternidade;V - para prestação de serviço militar;VI - para tratar de interesses particulares;VII - para acompanhar o cônjuge;VIII - para desempenho de mandato classista;IX - prêmio por assiduidade;X - para concorrer a mandato público eletivo;XI - para o exercício de mandato eletivo;XII - especial, para fins de aposentadoria57 .§ 1º - O servidor não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 (vin-te e quatro) meses, salvo nos casos dos incisos VII, VIII e XI deste artigo.

(56) – Ver LC nº 10.727/96 - Institui o Programa de Incentivo ao Afastamento Voluntário do

Serviço Público e à Reconversão Funcional dos Servidores Públicos Estadual. Institui licen-

ça especial anual sem remuneração.

(57) – Ver art. 6º do Decreto nº 37.665/97 referente aos incisos VI a XII do art. 128 da LC nº

10.098/94.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 285

§ 2º - Ao servidor nomeado em comissão somente será concedida licença paratratamento de saúde, desde que haja sido submetido à inspeção médica para in-gresso e julgado apto e nos casos dos incisos II, III, IV, IX e XII.

Art. 129 - A inspeção será feita por médicos do órgão competente, nas hipótesesde licença para tratamento de saúde, por motivo de doença em pessoa da família eà gestante, e por junta oficial, constituída de 3 (três) médicos nos demais casos.

SEÇÃO IIDa Licença para Tratamento de Saúde58

Art. 130 - Será concedida, ao servidor, licença para tratamento de saúde, a pedi-do ou “ex-officio”, precedida de inspeção médica realizada pelo órgão de períciaoficial do Estado, sediada na Capital ou no interior, sem prejuízo da remuneraçãoa que fizer jus.§ 1º - Sempre que necessário, a inspeção médica poderá ser realizada na resi-dência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.§ 2º - Poderá, excepcionalmente, ser admitido atestado médico particular, quandoficar comprovada a impossibilidade absoluta de realização de exame por órgãooficial da localidade.§ 3º - O atestado referido no parágrafo anterior somente surtirá efeito após devi-damente examinado e validado pelo órgão de perícia médica competente.§ 4º - O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob pena de ser sus-tado o pagamento de sua remuneração até que seja cumprida essa formalidade.§ 5º - No caso de o laudo registrar pareceres contrários à concessão da licença,as faltas ao serviço correrão sob a responsabilidade exclusiva do servidor.§ 6º - O resultado da inspeção será comunicado imediatamente ao servidor, logoapós a sua realização, salvo se houver necessidade de exames complementares,quando então, ficará à disposição do órgão de perícia médica.

Art. 131 - Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamenteo exercício do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, salvo prorrogação oudeterminação constante do laudo.Parágrafo único - A infringência ao disposto neste artigo implicará perda da remu-neração, sujeitando o servidor à demissão, se a ausência exceder a 30 (trinta)dias, observado o disposto no artigo 26.

Art. 132 - Nas licenças por períodos prolongados, antes de se completarem 365(trezentos e sessenta e cinco) dias, deverá o órgão de perícia médica pronunciar-se

(58) – Ver art. 2º da Ordem de Serviço nº 052/1999-2002 - Dispõe sobre a vinculação dos

servidores detentores de cargo em comissão a Regime Geral de Previdência.

286 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

sobre a natureza da doença, indicando se o caso é de:I - concessão de nova licença ou de prorrogação;II - retorno ao exercício do cargo, com ou sem limitação de tarefas;III - readaptação, com ou sem limitação de tarefas.Parágrafo único - As licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

Art. 133 - O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou ànatureza da doença, devendo, porém, esta ser especificada através do respectivocódigo (CID).Parágrafo único - Para a concessão de licença a servidor acometido de moléstiaprofissional, o laudo médico deverá estabelecer sua rigorosa caracterização.

Art. 134 - O servidor em licença para tratamento de saúde deverá abster-se doexercício de atividade remunerada ou incompatível com seu estado, sob pena deimediata suspensão da mesma.

SEÇÃO IIIDa Licença por Acidente em Serviço

Art. 135 - O servidor acidentado em serviço será licenciado com remuneração in-tegral até seu total restabelecimento.

Art. 136 - Configura-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido peloservidor, desde que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuiçõesdo cargo.Parágrafo único - Equipara-se a acidente em serviço o dano:I - decorrente de agressão sofrida e não-provocada pelo servidor no exercício dasatribuições do cargo;II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Art. 137 - O servidor acidentado em serviço terá tratamento integral custeadopelo Estado.

Art. 138 - Para concessão de licença e tratamento ao servidor, em razão de aci-dente em serviço ou agressão não-provocada no exercício de suas atribuições, éindispensável a comprovação detalhada do fato, no prazo de 10 (dez) dias daocorrência, mediante processo “ex-officio”.Parágrafo único - O tratamento recomendado por junta médica não oficial consti-tui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e re-cursos necessários adequados, em instituições públicas ou por ela conveniadas.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 287

SEÇÃO IVDa Licença por Motivo de Doença

em Pessoa da Família

Art. 139 - O servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, deascendente, descendente, enteado e colateral consangüíneo, até o 2º grau, des-de que comprove ser indispensável a sua assistência e esta não possa ser pres-tada, simultaneamente, com o exercício do cargo.Parágrafo único - A doença será comprovada através de inspeção de saúde, aser procedida pelo órgão de perícia médica competente.

Art. 140 - A licença de que trata o artigo anterior será concedida:I - com a remuneração total até 90 (noventa) dias;II - com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que exceder a 90 (noventa)e não ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias;III - com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento eoitenta) e não ultrapassar a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias;IV - sem remuneração, no período que exceder a 365 (trezentos e sessenta e cin-co) até o máximo de 730 (setecentos e trinta) dias.Parágrafo único - Para os efeitos deste artigo, as licenças, pela mesma moléstia,com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

SEÇÃO VDa Licença à Gestante, à Adotante,

e à Paternidade

Art. 141 - À servidora gestante será concedida, mediante inspeção médica, licen-ça de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo da remuneração.Parágrafo único - No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, aservidora será submetida à inspeção médica e, se julgada apta, reassumirá oexercício do cargo.

Art. 142 - Ao término da licença a que se refere o artigo anterior, é assegurado àservidora lactante, durante o período de 2 (dois) meses, o direito de comparecerao serviço em um turno, quando seu regime de trabalho obedecer a dois turnos,ou a três horas consecutivas por dia, quando seu regime de trabalho obedecer aum turno único.

Art. 143 - À servidora adotante será concedida licença a partir da concessão dotermo de guarda ou da adoção, proporcional à idade do adotado:I - de zero a dois anos, 120 (cento e vinte) dias;

288 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

II - de mais de dois até quatro anos, 90 (noventa) dias;III - de mais de quatro até seis anos, 60 (sessenta) dias;IV - de mais de seis anos, desde que menor, 30 (trinta) dias.

Art. 144 - Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor terá direito à licença-pa-ternidade de 8 (oito) dias consecutivos.

SEÇÃO VIDa Licença para Prestação de Serviço Militar

Art. 145 - Ao servidor convocado para a prestação de serviço militar será conce-dida licença, nos termos da legislação específica.§ 1º - Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamente, sob penade perda de vencimento e, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, de demissãopor abandono do cargo, observado o disposto no artigo 26.§ 2º - Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do da sede, o pra-zo para apresentação será de 10 (dez) dias.

SEÇÃO VIIDa Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 146 - Ao servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, poderáser concedida licença para tratar de interesses particulares, pelo prazo de até 2(dois) anos consecutivos, sem remuneração.§ 1º - A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente aointeresse do serviço.§ 2º - O servidor deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo hi-pótese de imperiosa necessidade, devidamente comprovada à autoridade a queestiver subordinado, considerando-se como faltas os dias de ausência ao serviço,caso a licença seja negada.§ 3º - O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.§ 4º - Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 (dois) anos do térmi-no da anterior, contados desde a data em que tenha reassumido o exercício docargo.

SEÇÃO VIIIDa Licença para Acompanhar o Cônjuge

Art. 147 - O servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, terá direitoà licença, sem remuneração, para acompanhar o cônjuge, quando este for trans-ferido, independentemente de solicitação própria, para outro ponto do Estado oudo Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 289

Poderes Executivo e Legislativo federal, estadual ou municipal.§ 1º - A licença será concedida mediante pedido do servidor, devidamente instruí-do, devendo ser renovada a cada 2 (dois) anos.§ 2º - O período de licença, de que trata este artigo, não será computável comotempo de serviço para qualquer efeito.§ 3º - À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir permanecerno domicílio do cônjuge .

Art. 148 - O servidor poderá ser lotado, provisoriamente, na hipótese da transfe-rência de que trata o artigo anterior, em repartição da Administração EstadualDireta, Autárquica ou Fundacional, desde que para o exercício de atividade com-patível com seu cargo.

SEÇÃO IXDa Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 149 - É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho demandato classista em central sindical, em confederação, federação, sindicato, nú-cleos ou delegacias, associação de classe ou entidade fiscalizadora da profissão,de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo, observadoo disposto no artigo 64, inciso XIV, alínea “f”.Parágrafo único - A licença de que trata este artigo será concedida nos termosda lei.

SEÇÃO XDa Licença-Prêmio por Assiduidade

Art. 150 - O servidor que, por um qüinqüênio ininterrupto, não se houver afastadodo exercício de suas funções terá direito à concessão automática de 3 (três) me-ses de licença-prêmio por assiduidade, com todas as vantagens do cargo, comose nele estivesse em exercício.§ 1º - Para os efeitos deste artigo, não serão considerados interrupção da presta-ção de serviço os afastamentos previstos no artigo 64, incisos I a XV, desta lei.§ 2º - Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos XIV, alínea “b” e XV doartigo 64, somente serão computados, como de efetivo exercício, para os efeitosdeste artigo, um período máximo de 4 (quatro) meses, para tratamento de saúdedo servidor, de 2 (dois) meses, por motivo de doença em pessoa de sua família, ede 20 (vinte) dias, no caso de moléstia do servidor, tudo por qüinqüênio de servi-ço público prestado ao Estado.§ 3º - O servidor que à data de vigência desta Lei Complementar detinha a condi-ção de estatutário há, no mínimo, 1.095 (um mil e noventa e cinco) dias, terádesconsideradas, como interrupção do tempo de serviço público prestado ao Es-

290 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

tado, até 3 (três) faltas não justificadas verificadas no período aquisitivo limitadoa 31 de dezembro de 1993.(Parágrafo 2º modificado e parágrafo 3º acrescentado pela LC nº 10.248/94).

Art. 151 - A pedido do servidor, a licença-prêmio poderá ser:I - gozada, no todo ou em parcelas não inferiores a 1 (um) mês, com a aprovaçãoda chefia, considerada a necessidade do serviço;II - contada em dobro, como tempo de serviço para os efeitos de aposentadoria,avanços e adicionais, vedada a desconversão.Parágrafo único - Ao entrar em gozo de licença-prêmio, o servidor terá direito, apedido, a receber a sua remuneração do mês de fruição antecipadamente.

Art. 152 - A apuração do tempo de serviço normal, para efeito da formação doqüinqüênio, gerador do direito da licença-prêmio, será na forma do artigo 62 des-ta lei.

Art. 153 - O número de servidores em gozo simultâneo de licença-prêmio não po-derá ser superior a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade administrativade trabalho.

SEÇÃO XIDa Licença para Concorrer a Mandato Público

Eletivo e Exercê-lo

Art. 154 - O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado naforma da legislação eleitoral.

Art. 155 - Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da pos-se.

Art. 156 - Ao servidor investido em mandato eletivo, aplicam-se as seguintes dis-posições:I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;II - investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultadooptar pela sua remuneração;III - investido no mandato de vereador:a) havendo compatibilidade de horário perceberá as vantagens do seu cargo, semprejuízo da remuneração do cargo eletivo;b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe fa-cultado optar pela sua remuneração.§ 1º - No caso de afastamento do cargo, o servidor continuará contribuindo para oórgão da previdência e assistência do Estado, como se em exercício estivesse.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 291

§ 2º - O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removidoou redistribuído “ex-officio” para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

SEÇÃO XIIDa Licença Especial para Fins de Aposentadoria

Art. 157 - Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado o re-querimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial re-munerada, podendo afastar-se do exercício de suas atividades, salvo se antes ti-ver sido cientificado do indeferimento do pedido.§ 1º - O pedido de aposentadoria de que trata este artigo somente será conside-rado após terem sido averbados todos os tempos computáveis para esse fim.§ 2º - O período de duração desta licença será considerado como tempo deefetivo exercício para todos os efeitos legais.

CAPÍTULO VIIDa Aposentadoria59

Art. 158 - O servidor será aposentado:I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais, quando decorrente deacidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurá-vel, especificadas em lei, e proporcionais nos demais casos60 ;II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos proporcio-nais ao tempo de serviço;III - voluntariamente61 :a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) anos, semulher, com proventos integrais;b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério, se profes-sor, e 25 (vinte e cinco), se professora, com proventos integrais;c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco), se mulher,com proventos proporcionais a esse tempo;d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e aos 60 (sessenta), semulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço62 .

(59) – Ver art. 40 da CF/88 e Emendas Constitucionais nº 20/98 e 41/03.

(60) – Ver LC nº 10.364/95 - Dispõe sobre servidores públicos portadores de deficiências.

(61) – Ver LC nº 10.727/96 - Institui o Programa de Incentivo ao Afastamento Voluntário do

Serviço Público e à Reconversão Funcional dos Servidores Públicos Estadual. Institui licen-

ça especial anual sem remuneração

(62) – Ver art. 3º do Decreto nº 37.665/97 referente ao art. 158, inciso III, alíneas “a” a “d”

da LC nº 10.098/94.

292 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

§ 1º - Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refereo inciso I deste artigo, se incapacitantes para o exercício da função pública, tu-berculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueiraposterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doençade Parkison, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante,nefropatia grave, estado avançados do mal de Paget (osteíte deformante),Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outros que a lei indicar, combase na medicina especializada.§ 2º - Ao servidor aposentado em decorrência de qualquer das moléstiastipificadas no parágrafo anterior, fica vedado o exercício de outra atividade públi-ca remunerada, sob pena de cassação de sua aposentadoria.§ 3º - Nos casos de exercício de atividades previstas no artigo 107, a aposenta-doria de que trata o inciso III, alíneas “a” e “c”, observará o disposto em lei espe-cífica.§ 4º - Se o servidor for aposentado com menos de 25 (vinte e cinco) anos de ser-viço e menos de 60 (sessenta) anos de idade, a aposentadoria estará sujeita áconfirmação mediante nova inspeção de saúde após o decurso de 24 (vinte equatro) meses contados da data do ato de aposentadoria.

Art. 159 - A aposentadoria de que trata o inciso II do artigo anterior, será automá-tica e declarada por ato, com vigência a partir do dia em que o servidor atingir aidade limite de permanência no serviço ativo.

Art. 160 - A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data dapublicação do respectivo ato.§ 1º - A aposentadoria por invalidez será precedida por licença para tratamentode saúde, num período não superior a 24 (vinte e quatro) meses.§ 2º - Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir oexercício do cargo, ou de se proceder à sua readaptação, será o servidor aposen-tado.§ 3º - O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicaçãodo ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.

Art. 161 - O provento da aposentadoria será revisto na mesma proporção e namesma data em que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.Parágrafo único - São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagensposteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decor-rente da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu aaposentadoria.

Art. 162 - O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço,se acometido de qualquer das moléstias especificadas no § 1º do artigo 158, pas-sará a perceber provento integral.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 293

Art. 163 - Com prevalência do que conferir maior vantagem, quando proporcionalao tempo de serviço, o provento não será inferior:I - ao salário mínimo, observada a redução da jornada de trabalho a que estavasujeito o servidor;II - a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade nos demais casos.

Art. 164 - O servidor em estágio probatório somente terá direito à aposentadoriaquando invalidado por acidente em serviço, agressão não-provocada no exercíciode suas atribuições, acometido de moléstia profissional ou nos casos especifica-dos no § 1º do artigo 158 desta lei.

Art. 165 - As disposições relativas à aposentadoria aplicam-se ao servidor nome-ado em comissão, o qual contar com mais de 5 (cinco) anos de efetivo eininterrupto exercício em cargos de provimento dessa natureza.Parágrafo único - Aplicam-se as disposições deste artigo, independentemente detempo de serviço, ao servidor provido em comissão, quer titular de cargo de pro-vimento efetivo, quer não, quando invalidado em conseqüência das moléstiasenumeradas no § 1º do artigo 158, desde que tenha se submetido, antes do seuingresso ou retorno ao serviço público, à inspeção médica prevista nesta lei, paraprovimento de cargos públicos em geral.

Art. 166 - O servidor, vinculado à previdência social federal, que não tiver nestafeito jus ao benefício da aposentadoria, será aposentado pelo Estado, na formagarantida por esta lei, permanecendo como segurado obrigatório daquele órgãoprevidenciário, até a implementação das condições de aposentadoria, caso emque caberá ao Estado pagar somente a diferença, se houver.

CAPÍTULO VIIIDo Direito de Petição

Art. 167 - É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração,recorrer e de representar, em defesa de direito ou legítimo interesse próprio.

Art. 168 - O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo eencaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado orequerente.

Art. 169 - Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à auto-ridade que houver prolatado o despacho, proferido a primeira decisão ou pratica-do o ato.§ 1º - O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provassuscetíveis de reformar o despacho, a decisão ou o ato.

294 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

§ 2º - O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 170 - Caberá recurso, como última instância administrativa, do indeferimentodo pedido de reconsideração.§ 1º - O recurso será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão ou expe-dido o ato.§ 2º - O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiverimediatamente subordinado o requerente.§ 3º - Terá caráter de recurso, o pedido de reconsideração, quando o prolator dodespacho, decisão ou ato, houver sido o Governador.§ 4º - A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (ses-senta) dias.

Art. 171 - O prazo para interposição do pedido de reconsideração ou de recurso éde 30 (trinta) dias, contados a partir da data da publicação da decisão recorridaou da data da ciência, pelo interessado, quando o despacho não for publicado.Parágrafo único - Em caso de provimento de pedido de reconsideração ou de re-curso, o efeito da decisão retroagirá à data do ato impugnado.

Art. 172 - O direito de requerer prescreve em:I - 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e cassação de aposentadoria oude disponibilidade, ou que afetem interesses patrimoniais e créditos resultantesdas relações de trabalho;II - 120 (cento e vinte) dias nos demais casos, salvo quando, por prescrição legal,for fixado outro prazo.§ 1º - O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugna-do ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.§ 2º - O pedido de reconsideração e o de recurso, quando cabíveis, interrompema prescrição administrativa.

Art. 173 - A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela Admi-nistração.

Art. 174 - A representação será dirigida ao chefe imediato do servidor que, se asolução não for de sua alçada, a encaminhará a quem de direito.§ 1º - Se não for dado andamento à representação, dentro do prazo de 5 (cinco)dias, poderá o servidor dirigi-la direta e sucessivamente às chefias superiores.§ 2º - A representação está isenta de pagamento de taxa de expediente.

Art. 175 - Para o exercício do direito de petição é assegurada vista do processoou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 295

Art. 176 - São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste capítulo, sal-vo motivo de força maior, devidamente comprovado.Parágrafo único - Entende-se por força maior, para efeitos do artigo, a ocorrênciade fatos impeditivos da vontade do interessado ou da autoridade competente paradecidir.

TÍTULO IVDo Regime Disciplinar

CAPÍTULO IDos Deveres do Servidor

Art. 177 - São deveres do servidor:I - ser assíduo e pontual ao serviço;II - tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem preferências pessoais;III - desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos,dentro de suas atribuições;IV - ser leal às instituições a que servir;V - observar as normas legais e regulamentares;VI - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;VII - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;VIII - atender com presteza:a) o público em geral, prestando as informações requeridas que estiverem a seualcance, ressalvadas as protegidas por sigilo;b) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimentode situações de interesse pessoal;c) às requisições para defesa da Fazenda Pública.IX - representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularida-des de que tiver conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuiçõesdo seu cargo;X - zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação dopatrimônio público;XI - observar as normas de segurança e medicina do trabalho estabelecidas, bemcomo o uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual (EPI) que lhe fo-rem confiados;XII - providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual,seu endereço residencial e sua declaração de família;XIII - manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho;XIV - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.§ 1º - A representação de que trata o inciso XIV será encaminhada pela via hie-rárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada,assegurando-se ao representando ampla defesa.

296 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

§ 2º - Será considerado como co-autor o superior hierárquico que, recebendo de-núncia ou representação a respeito de irregularidades no serviço ou de falta co-metida por servidor, seu subordinado, deixar de tomar as providências necessári-as a sua apuração.

CAPÍTULO IIDas Proibições

Art. 178 - Ao servidor é proibido:I - referir-se, de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho, às au-toridades e a atos da administração pública estadual, podendo, porém, em traba-lho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do servi-ço;II - retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da autoridade competen-te, qualquer documento ou objeto existente na repartição;III - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do che-fe imediato;IV - ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou drogar-se, bemcomo apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço;V - atender pessoas na repartição para tratar de interesses particulares, em pre-juízo de suas atividades;VI - participar de atos de sabotagem contra o serviço público;VII - entregar-se a atividades político-partidárias nas horas e locais de trabalho;VIII - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ouexecução de serviço;IX - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;X - exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições diferentes das de-finidas em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados osencargos de chefia e as comissões legais;XI - celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou civil de caráter oneroso,com o Estado, por si ou como representante de outrem;XII - participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedadecivil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista oucomanditário, salvo quando se tratar de função de confiança de empresa, da qualparticipe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendocargo em comissão;XIII - exercer, mesmo fora do horário de expediente, emprego ou função em em-presa, estabelecimento ou instituição que tenha relações industriais com o Estadoem matéria que se relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado;XIV - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjugeou parente até o segundo grau civil, ressalvado o disposto no artigo 267.XV - cometer, a pessoas estranhas à repartição, fora dos casos previstos em lei,

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 297

o desempenho de encargos que competirem a si ou a seus subordinados;XVI - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profis-sional ou sindical, ou com objetivos político-partidários;XVII - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particula-res ou políticas;XVIII - praticar usura, sob qualquer de suas formas;XIX - aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de país estrangeiro;XX - valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, emdetrimento da dignidade do serviço público;XXI - atuar, como procurador, ou intermediário junto à repartição pública, salvoquando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até osegundo grau e do cônjuge;XXII - receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie,em razão de suas atribuições;XXIII - valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhasàs suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito;XXIV - proceder de forma desidiosa;XXV - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício docargo ou função e com o horário de trabalho.§ 1º - Não está compreendida na proibição dos incisos XII e XIII deste artigo aparticipação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência decooperativas e entidades de classe, ou como sócio.§ 2º - Na hipótese de violação do disposto no inciso IV, por comprovado motivode dependência, o servidor deverá, obrigatoriamente, ser encaminhado a trata-mento médico especializado.

CAPÍTULO IIIDa Acumulação

Art. 179 - É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, excetuadas ashipóteses previstas em dispositivo constitucional.

Art. 180 - A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrangeautarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundaçõesmantidas pelo Poder Público.

Art. 181 - O servidor detentor de cargo de provimento efetivo quando investidoem cargo em comissão ficará afastado do cargo efetivo, observado o disposto noartigo anterior.

Art. 182 - Verificada a acumulação indevida, o servidor será cientificado para op-tar por uma das posições ocupadas.

298 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Parágrafo único - Transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem a manifestaçãooptativa do servidor, a Administração sustará a pagamento da posição de últimainvestidura ou admissão.

CAPÍTULO IVDas Responsabilidades

Art. 183 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor responde civil,penal e administrativamente.

Art. 184 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, dolosoou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros.§ 1º - A indenização de prejuízo causado ao erário somente será liquidada na for-ma prevista no artigo 82, na falta de outros bens que assegurem a execução dodébito pela via judicial.§ 2º - Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante aFazenda Pública, em ação regressiva.§ 3º - A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas aoservidor nesta qualidade.

Art. 185 - A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo oucomissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 186 - As sanções civis, penais e administrativas poderão acumular-se, sendoumas e outras independentes entre si, assim como as instâncias civil, penal e ad-ministrativa.

CAPÍTULO VDas Penalidades63

Art. 187 - São penas disciplinares64 :I - repreensão;II - suspensão;III - demissão;IV - cassação de disponibilidade;V - cassação de aposentadoria.VI - multa;

(63) – Ver LC nº 10.981/97 - Dispõe sobre punição disciplinar de servidores da área de se-

gurança pública do Estado.

(64) – Ver LC nº 11.847/00 - Dispõe sobre assédio sexual no âmbito da administração públi-

ca estadual.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 299

§ 1º - Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza e agravidade da infração e os danos delas resultantes para o serviço público, as cir-cunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.§ 2º - Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza e reduzida gravi-dade, não demande aplicação das penas previstas neste artigo, será o servidoradvertido particular e verbalmente.(Inciso II alterado e inciso VI acrescentado pela LC nº 11.928/03).

Art. 188 - A repreensão será aplicada por escrito, na falta do cumprimento do de-ver funcional ou quando ocorrer procedimento público inconveniente.

Art. 189 - A suspensão, que não poderá exceder a 90 (noventa) dias, implicará aperda de todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e apli-car-se-á ao servidor:I - na violação das proibições consignadas nesta lei;II - nos casos de reincidência em infração já punida com repreensão;III - quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade;IV - como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista circunstância ate-nuante;V - que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir,ou receber a retribuição correspondente a trabalho não realizado;VI - que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário;VII - responsável pelo retardamento em processo sumário;VIII - que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo dis-ciplinar;IX - que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica deter-minada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vezcumprida a determinação.§ 1º - A suspensão não será aplicada enquanto o servidor estiver afastado pormotivo de gozo de férias regulamentares ou em licença por qualquer dos motivosprevistos no artigo 128.§ 2º - Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderáser convertida em multa na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de remu-neração, obrigando-se o servidor a permanecer em exercício durante o cumpri-mento da pena.§ 3º - Os efeitos da conversão da suspensão em multa não serão alterados, mes-mo que ao servidor seja assegurado afastamento legal remunerado durante o res-pectivo período.§ 4º - A multa não acarretará prejuízo na contagem do tempo de serviço, excetopara fins de concessão de avanços, gratificações adicionais de 15% (quinze porcento) e 25% (vinte e cinco por cento) e licença-prêmio.

300 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 190 - Os registros funcionais de advertência, repreensão, suspensão e multaserão automaticamente cancelados após 10 (dez) anos, desde que, neste perío-do, o servidor não tenha praticado nenhuma nova infração.Parágrafo único - O cancelamento do registro, na forma deste artigo, não geraránenhum direito para fins de concessão ou revisão de vantagens.

Art. 191 - O servidor será punido com pena de demissão nas hipóteses de:I - ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibili-dade de readaptação;II - indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;III - ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítimadefesa própria ou de terceiros;IV - abandono de cargo em decorrência de mais de 30 (trinta) faltas consecutivas;V - ausências excessivas ao serviço em número superior a 60 (sessenta) dias, in-tercalados, durante um ano;VI - improbidade administrativa;VII - transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178,considerada a sua gravidade, efeito ou reincidência;VIII - falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resul-te em lesões pessoais ou danos de monta;IX - incontinência pública e conduta escandalosa na repartição;X - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;XI - aplicação irregular de dinheiro público;XII - reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189;XIII - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;XIV - revelação de segredo, do qual se apropriou em razão do cargo, ou de fatoou informação de natureza sigilosa de que tenha conhecimento, salvo quando setratar de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo-disciplinar65 ;XV - corrupção passiva nos termos da lei penal;XVI - exercer advocacia administrativa;XVII - prática de outros crimes contra a administração pública.Parágrafo único - A demissão será aplicada, também, ao servidor que, condenadopor decisão judicial transitada em julgado, incorrer na perda da função pública naforma da lei penal.

Art. 192 - O ato que demitir o servidor mencionará sempre o dispositivo legal emque se fundamentar.

Art. 193 - Atendendo à gravidade da falta, a demissão poderá ser aplicada com anota “a bem do serviço público”, a qual constará sempre no ato de demissão fun-damentado nos incisos X a XIV do artigo 191.

(65) – Ver art. 2º, §1º da Ordem de Serviço n.º 028/1999-2002.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 301

Art. 194 - Uma vez submetido a inquérito administrativo, o servidor só poderá serexonerado, a pedido, ou aposentado voluntariamente, depois da conclusão doprocesso, no qual tenha sido reconhecida sua inocência.Parágrafo único - Excetua-se do disposto neste artigo o servidor estável proces-sado por abandono de cargo ou por ausências excessivas ao serviço.

Art. 195 - Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do servidor que:I - houver praticado, na atividade, falta punível com a pena de demissão;II - infringir a vedação prevista no § 2º do artigo 158;III - incorrer na hipótese do artigo 53.Parágrafo único - Consideradas as circunstâncias previstas no § 1º do artigo 187,a pena de cassação de aposentadoria poderá ser convertida em multa, na basede 50% (cinqüenta por cento) por dia de provento, até o máximo de 90 (noventa)dias-multa.(Parágrafo único acrescentado pela LC nº 11.928/03).

Art. 196 - Para a aplicação das penas disciplinares são competentes:I - o Governador do Estado em qualquer caso;II - os Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e fundações de direito pú-blico e os titulares de órgãos diretamente subordinados ao Governador, até a desuspensão e multa limitada ao máximo de 30 (trinta) dias;III - os titulares de órgãos diretamente subordinados aos Secretários de Estado,dirigentes de autarquias e de fundações de direito público até suspensão por 10(dez) dias;IV - os titulares de órgãos em nível de supervisão e coordenação, até suspensãopor 5 (cinco) dias;V - as demais chefias, em caso de repreensão.

Art. 197 - A aplicação das penas referidas no artigo 187 prescreve nos seguintesprazos:I - em 6 (seis) meses, a de repreensão;II - em 12 (doze) meses, as de suspensão e de multa;III - em 18 (dezoito) meses, as penas por abandono de cargo ou ausências nãojustificadas ao serviço em número superior a 60 (sessenta) dias, intercalados, du-rante um ano;IV - em 24 (vinte e quatro) meses, a de demissão, a de cassação de aposentado-ria e a de disponibilidade.§ 1º - O prazo de prescrição começa a fluir a partir da data do conhecimento dofato, por superior hierárquico.§ 2º - Para o abandono de cargo e para a inassiduidade, o prazo de prescriçãocomeça a fluir a partir da data em que o servidor reassumir as suas funções oucessarem as faltas ao serviço.

302 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

§ 3º - Quando as faltas constituírem, também, crime ou contravenção, a prescri-ção será regulada pela lei penal.§ 4º - A prescrição interrompe-se pela instauração do processo administrativo-dis-ciplinar.§ 5º - Fica suspenso o curso da prescrição:I - enquanto não resolvida, em outro processo de qualquer natureza, questão pre-judicial da qual decorra o reconhecimento de relação jurídica, da materialidade defato ou de sua autoria;II - a contar da emissão do relatório de sindicância, quando este recomendar apli-cação de penalidade, até a decisão final da autoridade competente;III - a contar da emissão, pela autoridade processante de que trata o § 4º do arti-go 206, do relatório previsto no artigo 245, até a decisão final da autoridade com-petente.(Art. 97 e parágrafos modificados pela LC nº 11.928/03).

TÍTULO VDo Processo Administrativo Disciplinar

CAPÍTULO IDas Disposições Gerais

Art. 198 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público esta-dual ou prática de infração funcional é obrigada a promover sua apuração imedia-ta, mediante meios sumários ou processo administrativo disciplinar no prazo de10 (dez) dias, sob pena de se tornar co-responsável, assegurada ampla defesaao acusado.

Art. 199 - As denúncias sobre irregularidades serão objetos de averiguação, des-de que contenham a identidade do denunciante e sejam formuladas por escrito,para fins de confirmação de autenticidade.Parágrafo único - Quando o fato narrado não configurar evidente infração discipli-nar ou ilícito penal a denúncia deverá ser arquivada por falta de objeto materialpassível de ensejar qualquer punição consignada nesta lei.

Art. 200 - As irregularidades e as infrações funcionais serão apuradas por meio de:I - sindicância, quando os dados forem insuficientes para sua determinação oupara apontar o servidor faltoso ou, sendo este determinado, não for a falta con-fessada, documentalmente provada ou manifestamente evidente;II - inquérito administrativo, quando a gravidade da ação ou omissão torne o autorpassível das penas disciplinares de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de-missão, cassação da aposentadoria ou de disponibilidade, ou ainda, quando nasindicância ficar comprovada a ocorrência de irregularidades ou falta funcionalgrave, mesmo sem indicação de autoria.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 303

CAPÍTULO IIDa Sindicância

Art. 201 - Toda autoridade estadual é competente para, no âmbito da jurisdiçãodo órgão sob sua chefia, determinar a realização de sindicância, de forma sumá-ria a qual deverá ser concluída no prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis, poden-do ser prorrogado por até igual período.§ 1º - A sindicância será sempre cometida a servidor de hierarquia igual ou supe-rior à do implicado, se houver.§ 2º - O sindicante desenvolverá encargo em tempo integral, ficando dispensávelde suas atribuições normais até a apresentação do relatório final, no prazo esta-belecido neste artigo.

Art. 202 - O sindicante efetuará diligências necessárias ao esclarecimento daocorrência e indicação do responsável, ouvido, preliminarmente, o autor da repre-sentação e o servidor implicado, se houver.§ 1º - Reunidos os elementos coletados, o sindicante traduzirá no relatório assuas conclusões gerais, indicando, se possível, o provável culpado, qual a irregu-laridade ou transgressão praticada e o seu enquadramento nas disposições da leireguladora da matéria.§ 2º - Somente poderá ser sugerida a instauração de inquérito administrativoquando, comprovadamente, os fatos apurados na sindicância a tal conduzirem, naforma do inciso II do artigo 200.§ 3º - Se a sindicância concluir pela culpabilidade do servidor, será este notifica-do para apresentar defesa, querendo, no prazo de 3 (três) dias úteis.

Art. 203 - A autoridade, de posse do relatório do sindicante, acompanhado doselementos que instruírem o processo, decidirá pelo arquivamento do processo,pela aplicação da penalidade cabível de sua competência, ou pela instauração deinquérito administrativo, se estiver na sua alçada.Parágrafo único - Quando a aplicação da penalidade ou a instauração de inquéri-to for de autoridade de outra alçada ou competência, a esta deverá ser encami-nhada a sindicância para apreciação das medidas propostas.

CAPÍTULO IIIDo Afastamento Preventivo

Art. 204 - Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir naapuração da irregularidade ou infração funcional, a autoridade instauradora doprocesso administrativo disciplinar poderá determinar o afastamento preventivodo exercício das atividades do seu cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias,sem prejuízo da remuneração.

304 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Parágrafo único - O afastamento poderá ser prorrogado por igual período, findo oqual cessarão definitivamente os seus efeitos, mesmo que o processo administra-tivo disciplinar ainda não tenha sido concluído.

CAPÍTULO IVDo Processo Administrativo Disciplinar em Espécie

Art. 205 - O processo administrativo disciplinar é o instrumento utilizado no Esta-do para apurar responsabilidade de servidor por irregularidade ou infração prati-cada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação direta com o exercí-cio do cargo em que se encontra efetivamente investido.

Art. 206 - O processo administrativo disciplinar será conduzido por comissãocomposta de 3 (três) servidores estáveis, com formação superior, sendo pelo me-nos um com titulação em Ciências Jurídicas e Sociais, designados pela autorida-de competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente.§ 1º - O presidente da comissão designará, para secretariá-la, um servidor quenão poderá ser escolhido entre os componentes da mesma.§ 2º - Os membros da comissão não deverão ser de hierarquia inferior à doindiciado, nem estarem ligados ao mesmo por qualquer vínculo de subordinação.§ 3º - Não poderá integrar a comissão, nem exercer a função de secretário, o ser-vidor que tenha feito a denúncia de que resultar o processo disciplinar, bem comoo cônjuge ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta oucolateral, até 3º grau.§ 4º - Nos casos em que a decisão final for da alçada exclusiva do Governador doEstado ou de dirigente máximo de autarquia ou fundação pública, o processo ad-ministrativo-disciplinar será conduzido por Procurador do Estado, na condição deAutoridade Processante, observando-se, no que couber, as demais normas doprocedimento.§ 5º - Na hipótese anterior, será coletivo o parecer previsto no inciso IV do artigo115 da Constituição Estadual, que deverá ser emitido também nos casos em queo processo for encaminhado à decisão final de dirigente máximo de autarquia oufundação pública.(Parágrafos 4º e 5º acrescentados pela LC nº 10.902/96).

Art. 207 - A comissão exercerá suas atividades com independência e imparciali-dade, assegurando o sigilo absoluto e necessário à elucidação do fato, ou exigidopelo interesse da Administração.Parágrafo único - As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.

Art. 208 - O servidor poderá fazer parte, simultaneamente, de mais de uma co-missão, podendo esta ser incumbida de mais de um processo disciplinar.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 305

Art. 209 - O membro da comissão ou o servidor designado para secretariá-la nãopoderá fazer parte do processo na qualidade de testemunha, tanto da acusaçãocomo da defesa.

Art. 210 - A comissão somente poderá deliberar com a presença absoluta de to-dos os seus membros.Parágrafo único - A ausência, sem motivo justificado, por mais de duas sessões,de qualquer dos membros da comissão ou de seu secretário, determinará, de ime-diato, a substituição do faltoso, sem prejuízo de ser passível de punição discipli-nar por falta de cumprimento do dever funcional.

Art. 211 - O processo administrativo-disciplinar se desenvolverá, necessariamen-te, nas seguintes fases:I - instauração, ocorrendo a partir do ato que constituir a comissão;II - processo administrativo-disciplinar, propriamente dito, compreendendo ainstrução, defesa e relatório;III - julgamento.

Art. 212 - O prazo para a conclusão do processo administrativo-disciplinar nãopoderá exceder a 60 (sessenta) dias, contados da data da publicação do ato queconstituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual período, quando ascircunstâncias de cunho excepcional assim o exigirem.§ 1º - Sempre que necessário, a comissão desenvolverá seus trabalhos em tempointegral, ficando seus membros e respectivo secretário dispensados de suasatividades normais, até a entrega do relatório final.§ 2º - As reuniões da comissão serão registradas em atas, detalhando as delibe-rações adotadas.

Art. 213 - O processo administrativo disciplinar, instaurado pela autoridade com-petente para aplicar a pena disciplinar, deverá ser iniciado no prazo de 5 (cinco)dias úteis, contados da data em que for publicada a designação dos membros dacomissão.

Art. 214 - Todos os termos lavrados pelo secretário da comissão, tais como a au-tuação, juntada, intimação, conclusão, data, vista, recebimento de certidões, com-promissos, terão formas processuais, resumindo-se tanto quanto possível.

Art. 215 - Será feita por ordem cronológica de apresentação toda e qualquer jun-tada aos autos, devendo o presidente rubricar as folhas acrescidas.

Art. 216 - Figurará sempre, nos autos do processo, a folha de antecedentes doindiciado.

306 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 217 - No processo administrativo disciplinar poderá ser argüida suspeição,que se regerá pelas normas da legislação comum.

Art. 218 - Quando ao servidor se imputar crime praticado na esfera administrati-va, a autoridade que determinar a instauração do processo administrativo-discipli-nar providenciará para que se instaure simultaneamente o inquérito policial.Parágrafo único - Idêntico procedimento compete à autoridade policial quando setratar de crime praticado fora da esfera administrativa.

Art. 219 - As autoridades administrativas e policiais se auxiliarão, mutuamente,para que ambos os inquéritos se concluam dentro dos prazos fixados nesta lei.

Art. 220 - A absolvição do processo-crime, a que for submetido o servidor, nãoimplicará na permanência ou retorno do mesmo ao serviço público se, em proces-so administrativo disciplinar regular, tiver sido demitido em virtude de prática deatos que o inabilitem moralmente para aquele serviço.

Art. 221 - Acarretarão a nulidade do processo:a) a determinação de instauração por autoridade incompetente;b) a falta de citação ou notificação, na forma determinada nesta lei;c) qualquer restrição à defesa do indiciado;d) a recusa injustificada de promover a realização de perícias ou quaisquer outrasdiligências convenientes ao esclarecimento do processo;e) os atos da comissão praticados apenas por um dos seus membros;f) acréscimos ao processo depois de elaborado o relatório da comissão sem novavista ao indiciado;g) rasuras e emendas não ressalvadas em parte substancial do processo.

Art. 222 - As irregularidades processuais que não constituírem vícios substanciaisinsanáveis, suscetíveis de influírem na apuração da verdade ou decisão do pro-cesso, não determinarão a sua nulidade.

Art. 223 - A nulidade poderá ser argüida durante ou após a formação da culpa, deven-do fundar-se a sua argüição em texto legal, sob pena de ser considerada inexistente.

CAPÍTULO VDo Inquérito Administrativo

SEÇÃO IDas Disposições Gerais

Art. 224 - O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, as-segurada ao acusado ampla defesa, com a utilização de todos os meios de prova

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 307

em direito admitidos, podendo as mesmas serem produzidas “ex-officio”, pelo de-nunciante ou pelo acusado, se houver, ou a requerimento da parte com legitimida-de para tanto.

Art. 225 - Quando o inquérito administrativo for precedido de sindicância, o rela-tório desta integrará a instrução do processo como peça informativa.Parágrafo único - Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infraçãopraticada consta capitulada como ilícito penal, a autoridade competente providen-ciará no encaminhamento de cópias dos autos ao Ministério Público, independen-temente da imediata instauração do processo disciplinar.

Art. 226 - Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos,acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de provas,recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a com-pleta elucidação dos fatos.§ 1º - A designação dos peritos deverá obedecer ao critério da capacidade técni-ca especializada, observadas as provas de habilitação estabelecidas em lei, e sópoderá recair em pessoas estranhas ao serviço público estadual, na falta de ser-vidores aptos a prestarem assessoramento técnico.§ 2º - Para os exames de laboratórios, por ventura necessários, recorrer-se-á aosestabelecimentos particulares somente quando inexistirem oficiais ou quando oslaudos forem insatisfatórios ou incompletos.

Art. 227 - É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoal-mente ou por intermédio de procurador habilitado, arrolar e reinquirir testemu-nhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar deprovas periciais.§ 1º - Só será admitida a intervenção de procurador no processo disciplinar apósa apresentação do respectivo mandato, revestido das formalidades legais.§ 2º - O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados imperti-nentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimentodos fatos.§ 3º - Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fatoindepender de conhecimentos especializados de peritos.

SEÇÃO IIDos Atos e Termos Processuais

Art. 228 - O presidente da comissão, ao instalar os trabalhos, autuará portaria edemais peças existentes e designará dia, hora e local para a audiência inicial, ci-tando o indiciado, se houver, para interrogatório e acompanhamento do processo.§ 1º - A citação do indiciado será feita, pessoalmente ou por via postal, com ante-cedência mínima de 5 (cinco) dias úteis da data marcada para audiência, e conterá

308 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

dia, hora, local, sua qualificação e a tipificação da infração que lhe é imputada.§ 2º - Caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o fato ser certifica-do, à vista de, no mínimo, 2 (duas) testemunhas.§ 3º - Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, a citação será feitapor edital, publicado no órgão oficial por 3 (três) vezes, com prazo de 15 (quinze)dias úteis contados a partir da primeira publicação, juntando-se comprovante aoprocesso.§ 4º - Quando houver fundada suspeita de ocultação do indiciado, pro-ceder-se-á à citação por hora certa, na forma dos arts. 227 a 229 do Código deProcesso Civil.§ 5º - Estando o indiciado afastado do seu domicílio e conhecido o seu endereçoem outra localidade, a citação será feita por via postal, em carta registrada, jun-tando-se ao processo o comprovante de registro e o aviso de recebimento.§ 6º - A citação pessoal, as intimações e as notificações serão feitas pelo secretá-rio da comissão, apresentado ao destinatário o instrumento correspondente emduas vias para que, retendo uma delas, passe recibo devidamente datado na ou-tra.§ 7º - Quando o indiciado comparecer voluntariamente junto à comissão, serádado como citado.§ 8º - Não havendo indiciado, a comissão intimará as pessoas, servidores, ounão, que, presumivelmente, possam esclarecer a ocorrência, objeto do inquérito.

Art. 229 - Na hipótese de a comissão entender que os elementos do processo sãoinsuficientes para bem caracterizar a ocorrência, poderá ouvir previamente a víti-ma ou o denunciante da irregularidade ou infração funcional.

Art. 230 - Feita a citação e não comparecendo o indiciado, o processo prossegui-rá à revelia, com defensor dativo designado pelo presidente da comissão, proce-dendo-se da mesma forma com relação ao que se encontre em lugar incerto enão sabido ou afastado da localidade de seu domicílio.

Art. 231 - O indiciado tem o direito, pessoalmente ou por intermédio de defensor,a assistir aos atos probatórios que se realizarem perante a comissão, requerendomedidas que julgar convenientes.Parágrafo único - O indiciado poderá requerer ao presidente da comissão a desig-nação de defensor dativo, caso não o possuir.

Art. 232 - O indiciado, dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis após o interrogató-rio, poderá requerer diligência, produzir prova documental e arrolar testemunhas,até o máximo de 8 (oito).§ 1º - Se as testemunhas de defesa não forem encontradas e o indiciado, dentrodo prazo de 3 (três) dias úteis, não indicar outras em substituição, prosseguir-se-á nos demais termos do processo.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 309

§ 2º - No caso de mais de um indiciado, cada um deles será ouvido separadamen-te, podendo ser promovida acareação, sempre que divergirem em suas declara-ções.

Art. 233 - As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedidopelo presidente da comissão, devendo apor seus cientes na segunda via, a qualserá anexada ao processo.Parágrafo único - Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandadoserá remetida ao chefe da repartição onde servir, com a indicação do dia, hora elocal em que procederá à inquirição.

Art. 234 - Serão assegurados transporte e diárias:I - ao servidor convocado para prestar depoimento, fora da sede de sua reparti-ção, na condição de denunciante, indiciado ou testemunha;II - os membros da comissão e ao secretário da mesma, quando obrigados a sedeslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao es-clarecimento dos fatos.

Art. 235 - O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendolícito à testemunha trazê-lo por escrito, sendo-lhe, porém, facultada breve consul-ta a apontamentos.§ 1º - As testemunhas serão inquiridas separadamente, se possível no mesmodia, ouvindo-se previamente, as apresentadas pelo denunciante; a seguir asindicadas pela comissão e, por último, as arroladas pelo indiciado.§ 2º - Na hipótese de depoimentos contraditórios ou divergentes entre si, proce-der-se-á à acareação dos depoentes.§ 3º - Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o nome, estadocivil, profissão, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suasrelações com qualquer delas.

Art. 236 - Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não poderão estar presen-tes, a fim de evitar-se que uma ouça o depoimento da outra.

Art. 237 - O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como àinquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respos-tas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-la, por intermédio do presidente da comis-são.

Art. 238 - A testemunha somente poderá eximir-se de depor nos casos previstosem lei penal.§ 1º - Se arrolados como testemunha, o Governador do Estado, os Secretários, osdirigentes máximos de autarquias, bem como outras autoridades federais, estaduais

310 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ou municipais de níveis hierárquicos a eles assemelhados, o depoimento será co-lhido em dia, hora e local previamente ajustados entre o presidente da comissãoe a autoridade.§ 2º - Os servidores estaduais arrolados como testemunhas serão requisitadosjunto às respectivas chefias e os federais e os municipais, bem como os militares,serão notificados por intermédio das repartições ou unidades a que servirem.§ 3º - No caso em que as pessoas estranhas ao serviço público se recusem a deporperante a comissão, o presidente poderá solicitar à autoridade policial competente,providências no sentido de serem elas ouvidas na polícia, encaminhando, para tanto,àquela autoridade, a matéria reduzida a itens, sobre à qual devam ser ouvidas.

Art. 239 - Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comis-são proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por juntamédica oficial, da qual participe, pelo menos, um médico psiquiatra.Parágrafo único - O incidente de sanidade mental será processado em autosapartados e apensos ao processo principal, após expedição do laudo pericial.

Art. 240 - O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à co-missão o local onde será encontrado.

Art. 241 - Durante o curso do processo, a comissão promoverá as diligências quese fizerem necessárias à elucidação do objeto do inquérito, podendo, inclusive,recorrer a técnicos e peritos.Parágrafo único - Os órgãos estaduais atenderão com prioridade às solicitaçõesda comissão.

Art. 242 - Compete à comissão tomar conhecimento de novas imputações quesurgirem, durante o curso do processo, contra o indiciado, caso em que este po-derá produzir novas provas objetivando sua defesa.

Art. 243 - Na formação material do processo, todos os termos lavrados pelo se-cretário terão forma sucinta e, quando possível, padronizada.§ 1º - A juntada de documentos será feita pela ordem cronológica de apresenta-ção mediante despacho do presidente da comissão.§ 2º - A cópia da ficha funcional deverá integrar o processo desde a indiciação doservidor, bem como, após despacho do presidente, o mandato, revestido das for-malidades legais que permite a intervenção de procurador, se for o caso.

Art. 244 - Ultimada a instrução do processo, intimar-se-á o indiciado, ou seu de-fensor legalmente constituído, para, no prazo de 10 (dez) dias, contados da datada intimação, apresentar defesa por escrito, sendo-lhe facultada vista aos autosna forma da lei.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 311

§ 1º - Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte)dias.§ 2º - O prazo de defesa, excepcionalmente, poderá ser suprimido, a critério dacomissão, quando esta a julgar desnecessária, face à inconteste comprovação dainocência do indiciado.

Art. 245 - Esgotado o prazo de defesa, a comissão apresentará, dentro de 10(dez) dias, minucioso relatório, resumindo as peças essenciais dos autos e menci-onando as provas principais em que se baseou para formular sua convicção.§ 1º - O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilida-de do indiciado.§ 2º - Se a defesa tiver sido dispensada ou apresentada antes da fluência do pra-zo, contar-se-á o destinado à feitura do relatório a partir do dia seguinte ao dadispensa da apresentação.§ 3º - No relatório, a comissão apreciará em relação a cada indiciado, separada-mente, as irregularidades, objeto de acusação, as provas que instruírem o pro-cesso e as razões de defesa, propondo, justificadamente, a absolvição ou a puni-ção, sugerindo, nesse caso, a pena que couber.§ 4º - Deverá, também, a comissão, em seu relatório, sugerir providências ten-dentes a evitar a reprodução de fatos semelhantes ao que originou o processo,bem como quaisquer outras que lhe pareçam de interesse do serviço público es-tadual.

Art. 246 - O relatório da comissão será encaminhado à autoridade que determi-nou a sua instauração para apreciação final no prazo de 30 (trinta) dias.§ 1º - Apresentado o relatório, a comissão ficará à disposição da autoridade quehouver instaurado o inquérito para qualquer esclarecimento ou providênciajulgada necessária.§ 2º - Quando não for da alçada da autoridade a aplicação das penalidades e dasprovidências indicadas, estas serão propostas a quem de direito competir, no pra-zo marcado para julgamento.§ 3º - Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para julgamento final será de 20(vinte) dias.§ 4º - A autoridade julgadora promoverá a publicação em órgão oficial, no prazode 8 (oito) dias, da decisão que proferir, expedirá os atos decorrentes do julga-mento e determinará as providências necessárias a sua execução.§ 5º - Cumprido o disposto no parágrafo anterior, dar-se-á ciência da solução doprocesso ao autor da representação e à comissão, procedendo-se, após, ao seuarquivamento.§ 6º - Se o processo não for encaminhado à autoridade competente no prazo de30 (trinta) dias, ou julgado no prazo determinado no § 3º, o indiciado poderáreassumir, automaticamente, o exercício do seu cargo, onde aguardará o julgamento.

312 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

CAPÍTULO VIDo Processo por Abandono de Cargo ou

por Ausências Excessivas ao Serviço

Art. 247 - É dever do chefe imediato conhecer os motivos que levam o servidor afaltar consecutiva e freqüentemente ao serviço.Parágrafo único - Constatadas as primeiras faltas, deverá o chefe imediato, sobpena de tornar-se co-responsável, comunicar o fato ao órgão de apoio administra-tivo da repartição que promoverá as diligências necessárias à apuração da ocor-rência.

Art. 248 - Quando o número de faltas não justificadas ultrapassar a 30 (trinta)consecutivas ou 60 (sessenta) intercaladas durante um ano, a repartição onde oservidor tiver em exercício promoverá sindicância e, à vista do resultado nela co-lhido, proporá:I - a solução, se ficar provada a existência de força maior, coaçãoilegal e circunstância ligada ao estado físico ou psíquico do servidor, que contri-bua para não caracterizar o abandono do cargo ou que possa determinar ajustificabilidade das faltas;II - a instauração de inquérito administrativo se inexistirem provas das situaçõesmencionadas no inciso anterior, ou existindo, forem julgadas insatisfatórias.§ 1º - No caso de ser proposta a demissão, o servidor terá o prazo de 5 (cinco)dias para apresentar defesa.§ 2º - Para aferição do número de faltas, as horas serão convertidas em dias,quando o servidor estiver sujeito a regime de plantões.§ 3º - Salvo em caso de ficar caracterizada, desde logo, a intenção do faltoso emabandonar o cargo, ser-lhe-á permitido continuar em exercício, a título precário,sem prejuízo da conclusão do processo.§ 4º - É facultado ao indiciado, por abandono de cargo ou ausência excessiva aoserviço, no decurso do correspondente processo administrativo-disciplinar, reque-rer sua exoneração, a juízo da autoridade competente.

CAPÍTULO VIIDa Revisão do Processo

Art. 249 - O processo administrativo disciplinar poderá ser revisto, uma única vez,a qualquer tempo ou “ex-officio”, quando se aduzirem fatos novos ou circunstânci-as suscetíveis de justificar a inocência ou inadequação da penalidade aplicada.§ 1º - O pedido da revisão não tem efeito suspensivo e nem permite agravação dapena.§ 2º - Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qual-quer pessoa da sua família poderá requerer revisão do processo.§ 3º - No caso de incapacidade mental, a revisão poderá ser requerida pelo res-pectivo curador.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 313

Art. 250 - No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

Art. 251 - O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Secretário deEstado ou autoridade equivalente, que, se a autorizar, encaminhará o pedido aoórgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.

Art. 252 - A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias de prazo para a conclusãodos trabalhos66 .

Art. 253 - O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade nos termosdo artigo 246, no prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo,durante o qual poderá determinar as diligências que julgar necessárias.

Art. 254 - Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidadeaplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor.

TÍTULO VIDa Previdência e Assistência ao Servidor67

Art. 255 - O Estado manterá órgão ou entidade de previdência e assistência mé-dica, odontológica e hospitalar para seus servidores e dependentes, mediantecontribuição, nos termos da lei68 .

Art. 256 - Caberá, especialmente ao Estado, a concessão dos seguintes benefíci-os, na forma prevista nesta lei:I - abono familiar;II - licença para tratamento de saúde69 ;III - licença-gestante, à adotante e licença-paternidade;IV - licença por acidente em serviço;

(66) – Ver Decreto nº 36.803/96 - Dispõe sobre a Comissão Revisora de Processo Adminis-

trativo-Disciplinar prevista no art. 252 da LC nº 10.098/94.

(67) – Ver art. 40 e parágrafos da CF/88 com redação dada pela EC nº 41/03.

Ver LC nº 12.065/04 - Dispõe sobre as contribuições mensais para o Regime Próprio de Pre-

vidência Social do Estado do Rio Grande do Sul.

Ver LC nº 12.066/04 - Dispõe sobre o Fundo de Assistência à Saúde - FAS/RS.

Ver LC nº 12.134/04 - Dispõe sobre o IPE-SAÚDE e introduz modificações a LC nº 12.066/04.

(68) – Ver Ordem de Serviço nº 052/1999-2002 - Dispõe sobre a vinculação dos servidores

detentores de cargo em comissão ao Regime Geral de Previdência.

(69) – Ver art. 2º da Ordem de Serviço nº 052/1999-2002 - Dispõe sobre a vinculação dos

servidores detentores de cargo em comissão ao Regime Geral de Previdência.

314 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

V - aposentadoria;VI - auxílio-funeral;VII - complementação de pensão.§ 1º - Além das concessões, de que trata este artigo, será devido o auxílio-trans-porte, correspondente à necessidade de deslocamento do servidor em atividadepara o seu local de trabalho e vice-versa, nos termos da lei.§ 2º - O Estado concederá o auxílio-refeição, na forma da lei.§ 3º - A lei regulará o atendimento gratuito de filhos e dependentes de servidores,de zero a seis anos, em creches e pré-escola.

Art. 257 - O auxílio-funeral é a importância devida à família do servidor falecido,ativo ou inativo, em valor equivalente:I - a um mês de remuneração ou provento que perceberia na data do óbito, consi-derados eventuais acúmulos legais;II - ao montante das despesas realizadas, respeitando o limite fixado no inciso an-terior, quando promovido por terceiros.Parágrafo único - O processo de concessão de auxílio-funeral obedecerá a ritosumário e concluir-se-á no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da prova do óbito,subordinando-se o pagamento à apresentação dos comprovantes da despesa.

Art. 258 - Em caso de falecimento de servidor ocorrido quando no desempenhode suas funções, fora do local de trabalho, inclusive em outro Estado ou no exte-rior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos do Estado,autarquia ou fundação de direito público.

Art. 259 - Ao cônjuge ou dependente do servidor falecido em conseqüência deacidente em serviço ou agressão não-provocada, no exercício de suas atribui-ções, será concedida complementação da pensão que, somada à que perceberdo órgão de Previdência do Estado, perfaça a totalidade da remuneração percebi-da pelo servidor, quando em atividade.

Art. 260 - Caberá ao Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul aconcessão de benefícios e serviços, na forma prevista em lei específica.Parágrafo único - Todo o servidor abrangido por esta lei deverá, obrigatoriamen-te, ser contribuinte do órgão previdenciário de que trata este artigo.70

TÍTULO VIIDa Contratação Temporária deExcepcional Interesse Público

Art. 261 - Para atender necessidade temporária de excepcional interesse público,a Administração Estadual poderá efetuar contratações de pessoal, por prazo de-terminado na forma da lei.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 315

Parágrafo único - Para os fins previstos neste artigo, consideram-se como neces-sidade temporária de excepcional interesse público as contratações destinadas a:I - combater surtos epidêmicos;II - atender situações de calamidade pública;III - atender a outras situações de urgência que vierem a ser definidas em lei.

TÍTULO VIIIDas Disposições Gerais, Transitórias e Finais

CAPÍTULO IDas Disposições Gerais

Art. 262 - O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor público estadual.

Art. 263 - Poderão ser conferidos, no âmbito da administração estadual, autarquiae fundações de direito público, prêmios pela apresentação de idéias, inventos outrabalhos que possibilitem o aumento da produtividade e a redução de custosoperacionais, bem como concessão de medalhas, diploma de honra ao mérito,condecoração e louvor, na forma do regulamento.

Art. 264 - Os prazos previstos nesta lei serão contados em dias corridos, excluin-do-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, parao primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.Parágrafo único - Os avanços e os adicionais de 15% (quinze por cento) e 25%(vinte e cinco por cento) serão pagos a partir do primeiro dia do mês em que forcompletado o período de concessão.

Art. 265 - Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, oservidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discrimina-ção em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 266 - Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ouregulamento, como próprio do seu cargo ou função, não decorre nenhum direitoao servidor, ressalvadas as comissões legais.

Art. 267 - É vedado às chefias manterem sob suas ordens cônjuges e parentesaté segundo grau, salvo quando se tratar de função de imediata confiança e livreescolha, não podendo, porém, exceder de dois o número de auxiliares nessascondições.

Art. 268 - Serão assegurados ao servidor público civil os direitos de associaçãoprofissional ou sindical.

316 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 269 - Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquerpessoas que vivam às suas expensas e constem no seu assentamento individual.Parágrafo único - Equipara-se ao cônjuge, a companheira ou companheiro quecomprove união estável como entidade familiar.

Art. 270 - A atribuição de qualquer direito e vantagem, cuja concessão dependa deato ou portaria do Governador do Estado, ou de outra autoridade com competênciapara tal, somente produzirá efeito a partir da data da publicação no órgão oficial.

Art. 271 - Os servidores estaduais, no exercício de suas atribuições, não estãosujeitos a sanções disciplinares por crítica irrogada em quaisquer escritos de na-tureza administrativa.Parágrafo único - A requerimento do interessado, poderá a autoridade suprimir ascríticas irrogadas.

Art. 272 - O servidor que esteja sujeito à fiscalização de órgão profissional e forsuspenso do exercício da profissão, enquanto durar a medida, não poderá de-sempenhar atividade que envolva responsabilidade técnico-profissional.

Art. 273 - O Poder Executivo regulará as condições necessárias à perfeita execu-ção desta lei, observados os princípios gerais nela consignados.

Art. 274 - O disposto nesta lei é extensivo às autarquias e às fundações de direitopúblico, respeitada, quanto à prática de atos administrativos, a competência dosrespectivos titulares.

Art. 275 - Os dirigentes máximos das autarquias e fundações de direito públicopoderão praticar atos administrativos de competência do Governador, salvo osindelegáveis, nas áreas de suas respectivas atuações.

CAPÍTULO IIDas Disposições Transitórias e Finais

Art. 276 - Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta lei, na qualidadede servidores públicos, os servidores estatutários da Administração Direta, dasautarquias e das fundações de direito público, inclusive os interinos eextranumerários, bem como os servidores estabilizados vinculados à Consolidaçãodas Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5452 de 1º de maio de 1943

71.

(70) – Ver art. 5º do Decreto nº 35.424/94.

Ver LC nº 10.776/96 - Exclui servidores do Estado da Administração Direta, Autarquias e

Fundações Públicas, vinculados à Previdência Federal, da incidência do parágrafo único do

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 317

§ 1º - Os servidores celetistas de que trata o “caput” deverão manifestar, formal-mente, no prazo de 90 (noventa) dias após a promulgação desta lei, a opção denão integrarem o regime jurídico por esta estabelecido72 .§ 2º - Os cargos ocupados pelos nomeados interinamente e as funções corres-pondentes aos extranumerários e contratados de que trata este artigo, ficamtransformados em cargos de provimento efetivo, em classe inicial, em númerocerto, operando-se automaticamente a transposição dos seus ocupantes, obser-vada a identidade de denominação e equivalência das atribuições com cargoscorrespondentes dos respectivos quadros de pessoal73 .§ 3º - Nos órgãos em que já exista sistema de promoção para servidoresceletistas, a transformação da respectiva função será para o cargo de provimentoefetivo em classe correspondente.§ 4º - Os cargos de provimento efetivo resultantes das disposições deste artigo,excetuados os providos na forma do artigo 6º, terão carreira de promoção própria,extinguindo-se à medida que vagarem, ressalvados os Quadros próprios, criadospor lei, cujos cargos são providos no sistema de carreira, indistintamente, por ser-vidores celetistas e estatutários74 .

art. 260 da LC 10.098/94.

Ver art. 40 e parágrafos da CF/88 com redação dada pela EC nº 41/03.

Ver LC nº 12.065/04 - Dispõe sobre as contribuições mensais para o Regime Próprio de Pre-

vidência Social do Estado do Rio Grande do Sul.

Ver LC nº 12.066/04 - Dispõe sobre o Fundo de Assistência à Saúde - FAS/RS.

Ver LC nº 12.134/04 - Dispõe sobre o IPE-SAÚDE e introduz modificações a LC nº 12.066/04.

(71) – Ver Decreto nº 35.424/94 - Regulamenta o art. 276 da LC nº 10.098/94.

Ver Decreto nº 35.429/94 - Delega competência ao Secretario do Planejamento e da Admi-

nistração.

Ver Instrução Normativa nº 02/94 - SPA.

Ver art. 2º e parágrafo único da LC nº 10.248/94.

Ver Resolução de Mesa nº 347/94 - Regulamenta o art. 276 no âmbito do Poder Legislativo

e Resolução de Mesa nº 411/00 - AL - Dispõe sobre os servidores de que trata o art. 276, no

âmbito do Poder Legislativo.

Ver art 4º, § 4º da LC nº 10.727/96.

(72) – Ver arts. 2º e 6º do Decreto nº 35.424/94.

(73) – Ver art. 2º da LC nº 10.248/94 e Instrução Normativa nº 04/94 - SPA.

(74) – Ver ADI nº 1.150-2 - Acórdão - “(...) Ação que se julga procedente em parte, para de-

clarar-se inconstitucional a expressão “operando-se automaticamente a transposição de

seus ocupantes” contida no artigo 276, § 2º, da Lei 10.098, de 03.02.94, do Estado do Rio Gran-

de do Sul, bem como para declarar que os §§ 3º e 4º desse mesmo artigo 276 (sendo que o últi-

mo deles na redação que lhe foi dada pela Lei 10.248, de 30.08.94) só são constitucionais com

318 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

§ 5º - Para efeitos de aplicação deste artigo, não serão consideradas as situaçõesde fato em desvio de função.§ 6º - Os contratados por prazo determinado terão seus contratos extintos, após ovencimento do prazo de vigência.§ 7º - Excepcionada a situação prevista no parágrafo 3º deste artigo, fica assegura-da ao servidor, a título de vantagem pessoal, como parcela autônoma, nominalmen-te identificável, a diferença resultante entre a remuneração básica da função anteri-ormente desempenhada sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho e a docargo da classe inicial da categoria funcional para a qual foi transposto.(Parágrafos 4º e 7º acrescentados pela LC nº 10.248/94).

Art. 277 - São considerados extintos os contratos individuais de trabalho dos ser-vidores que passarem a integrar o regime jurídico na forma do artigo 276, destalei, ficando-lhes assegurada a contagem do tempo anterior de serviço público es-tadual para todos os efeitos, exceto para os fins previstos no inciso I do artigo151, na forma da lei75 .§ 1º - O servidor que houver implementado o período aquisitivo que lhe assegureo direito a férias no regime anterior, será obrigado a gozá-las, imediatamente,aplicando-se ao período restante o disposto no § 2º deste artigo.§ 2º - Para integralizar o período aquisitivo de férias regulamentares de que tratao § 1º do artigo 67, será computado 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exer-cício no regime anterior.§ 3º - O servidor que, até 31 de dezembro de 1993, não tenha completado oqüinqüênio de que trata o artigo 150 desta Lei Complementar, terá assegurado ocômputo desse período para fins de concessão de licença-prêmio, inclusive paraos efeitos do Inciso I do artigo 151 da mesma Lei.(Parágrafo 3º acrescentado pela LC nº 10.248/94).

Art. 278 - Os saldos das contas vinculadas do Fundo de Garantia de Tempo deServiço, dos servidores celetistas que passarem a integrar o regime jurídico naforma do artigo 276, desta lei, poderão ser sacados nas hipóteses previstas pelalegislação federal vigente sobre a matéria.Parágrafo único - O saldo da conta individualizada de servidores não optantespelo FGTS, reverterá em favor do Estado ou da entidade depositante.

a interpretação que exclua da aplicação deles as funções ou os empregos relativos a servi-

dores celetistas que não se submeteram ao concurso aludido no artigo 37, II, da parte per-

manente da Constituição, ou referido no § 1º do artigo 19 do seu ADCT.” - DJ 17.04.98 -

(www.stf.gov.br).

(75) – Ver Instrução Normativa nº 02/94 - SPA.

O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 319

Art. 279 - Aplicam-se as disposições desta lei aos integrantes do Plano de Carrei-ra do Magistério Público Estadual, na forma prevista noArt. 154 da Lei nº 6.672, de 22 de abril de 1974.

Art. 280 - As disposições da Lei nº 7.366, de 29 de março de 1980, que nãoconflitarem com os princípios estabelecidos por esta lei, permanecerão em vigoraté a edição de lei complementar, prevista noArt. 134 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 281 - A exceção de que trata o artigo 1º se estende aos empregados portuá-rios e hidroviários, vinculados à entidade responsável pela administração de por-tos de qualquer natureza, hidrovias e obras de proteção e regularização, que con-tinuarão a adotar o regime da Lei nº 4.860/65, a legislação trabalhista, a legisla-ção portuária federal e a política nacional de salários, observado o quadro depessoal próprio.

Art. 282 - A diferença de proventos, instituída pelo Decreto-Lei nº 1.145/46, es-tendida às autarquias pela Lei nº 1851/52 e Ato 206/76 - DEPRC, aplica-se aopessoal contratado diretamente sob regime jurídico trabalhista do DepartamentoEstadual de Portos, Rios e Canais, vinculado à Previdência Social Federal.Parágrafo único - A diferença de proventos será concedida somente quando oempregado satisfizer os requisitos da aposentadoria pela legislação estadual emvigor e que sejam estáveis no serviço público, a teor doArt. 19 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal.

Art. 283 - Os graus relativos aos cargos organizados em carreira a que se refereesta lei, enquanto não editada a lei complementar de que trata oArt. 31 da Constituição do Estado, correspondem as atuais classes.

Art. 284 - Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Fe-deral e da Constituição Estadual, o direito à livre organização sindical e os se-guintes direitos, entre outros, dela decorrentes:a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até 01 (um) ano após o final do man-dato, exceto se a pedido;c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, ovalor das mensalidades e contribuições definidas em assembléia geral da catego-ria.

Art. 285 - No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da promulga-ção desta lei, o Poder Executivo deverá encaminhar ao Poder Legislativo, projetode lei que trate do quadro de carreira dos funcionários de escola.

320 O SERVIDOR PÚBLICO NA VISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 286 - As despesas decorrentes da aplicação desta lei, correrão à conta dedotações orçamentárias próprias.

Art. 287 - Fica o Executivo autorizado a abrir créditos suplementares necessáriosà cobertura das despesas geradas por esta lei.

Art. 288 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo seusefeito a contar de 1º de janeiro de 1994.

Art. 289 - Ressalvados os direitos adquiridos, o ato jurídico perfeito e a coisajulgada, são revogadas as disposições em contrário.PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 03 de fevereiro de 1994(DOE de 04.02.94 - partes vetadas publicadas no DOE de 08.04.94).