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OBSERVATÓRIO

COMUNITÁRIO

HUAYRÃN RIBEIRO

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OBSERVATÓRIO COMUNITÁRIO

Uma coletânea de artigos e crônicas de autoria de Huayrãn Ribeiropublicados no Campinarte Dicas e Fatos, informativo comunitário em circu-lação no município de Duque de Caxias - RJ

Capa - Huayrãn Ribeiro / Foto de Ilustração

2012

Esta obra foi composta nas oficinas do Campinarte Dicas e Fatos emNova Campinas - Duque de Caxias - RJ.

Edição e coordenação: Huayrãn Ribeiro

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A figura do Observador Comunitário aparecepela primeira vez na capa da edição de Outubro de 1997

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ATIVIDADES DE HUAYRÃN RIBEIRO

Huayrãn Ribeiro nasceu no dia 18 de fevereiro de 1958 na Pe-nha Circular (Zona da Leopoldina) no antigo Estado da Guanabara.

No dia 27 de setembro de 1996 lança o primeiro guia comercialde Nova Campinas (Terceiro Distrito) em Duque de Caxias - CAM-PINARTE DÁ A DICA.

Em 1997, com o crescimento dessa iniciativa e atendento à pe-didos, o guia foi transformado no jornal Campinarte Dá a Dica quea partir de outubro do mesmo ano passa a se chamar CAMPINAR-TE DICAS E FATOS.

Foi em meio a esse crescimento e transformações que surgiu afigura do Observador Comunitário.

Suas poderosas lentes captaram (e continuam captando) ima-gens, sons e tudo mais que envolve nossas comunidades.

Nessa primeira edição alguns artigos que foram publicados aolongo desses anos no Campinarte Dicas e Fatos assinados pelo seufundador...

Huayrãn Ribeiro

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TEXTOS, ARTIGOS E CRÔNICAS

PRESENTE DO PASSADO SEM FUTUROLÍDER COMUNITÁRIOCIDADÃO, VOCÊ NÃO FOI DERROTADOJOAQUIM! JOAQUIM! JOAQUIM!A REALIDADE É QUE NINGUÉM GOSTA DE ÍNDIO!!!!NADA NA VIDA É PARA SER TEMIDOAS MOEDAS MÁGICAS DO REIBASTA DESSA FALSA DEMOCRACIA!O ESTADO PEDE DESCULPAS E O POVO TEM QUE ACEITARÉ ASSIM QUE O POVO DANÇANÃO CONHEÇO NADA MAIS RESISTENTE QUE O POVOREPÚBLICA COM "JEITINHO" DE MONARQUIASALVE ANTIPATIA!O SONHO ROUBADOCOISA DE CRIANÇA... CADÊ? CADÊ?

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PRESENTE DO PASSADO SEM FUTURO

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Eu trabalho

Tu recebes

Ele gasta

Nós pagamos

Vós enriqueceis

Eles... continuam no poder

Eu voto

Tu és eleito

Ele toma posse

Nós nos ferramos

Vós sonegais

Eles... continuam no poder

Eu apanho

Tu bates

Ele rebate

Nós caímos

Vós pisais

Eles... continuam no poder

Eu paro

Tu miras

Ele atira

Nós morremos

Vós filmais

Eles... continuam no poder

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O

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LÍDER COMUNITÁRIO

O Campinarte não considera líder comunitário aquele que se intitulacom tal – o verdadeiro líder comunitário tem que ser reconhecido pelasua comunidade como LÍDER.

O Campinarte não considera líder comunitário aquele que veste a camisa de umpartido político; o Campinarte não considera líder comunitário aquele que se lançacandidato ou apóia (vereador, deputado, etc.).

O verdadeiro papel do líder comunitário é orientar e organizar a sua comunida-de em relação aos seus deveres e direitos. Caso contrário esse pseudolíder passa aser uma figura nociva para a sua comunidade.

Ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Quando alguém quese apresenta como líder comunitário age dessa forma não lhe resta alternativa senão a de abandonar as causas comunitárias.

Quando alguém que se apresenta como líder age dessa forma, na verdade jáassumiu o papel de Judas. A tendência natural é a comunidade ficar a deriva, semrumo. O pior é que a comunidade só vai perceber isso quando for tarde demais.

Quando um “líder” comunitário se vende, não lhe resta outro papel se não o detrair a sua comunidade.

As comunidades precisam sim de bons vereadores; bons deputados estaduais,federais, de bons senadores, precisam sim de um bom governador, um bom pre-sidente – cada qual honrando o seu cargo; as comunidades precisam sim de de-mocracia plena.

Só teremos bons políticos se tivermos bons líderes comunitários.A ausência do bom e verdadeiro líder comunitário significa sinal aberto para os

oportunistas e enganadores.A ausência do bom e verdadeiro líder significa condenar uma comunidade a

perambular sem honra, sem dignidade.E como dizia Gonzaguinha: “sem a sua honra se morre se mata, não

dá pra ser feliz”.

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AA desinformação foi a responsável pela deseducação que levou à indisciplina, à

desorganização, à desdoutrinação, à desconstrução de uma sociedade inteira.Não estou falando da derrota de um simples cidadão e sim de uma so-

ciedade inteira.Cidadão, você não foi derrotado.A desinformação foi a responsável pelo extermínio da ética, da moral, da serieda-

de e da honestidade de uma sociedade inteira.Não estou falando da derrota de um simples cidadão e sim de uma so-

ciedade inteira.A desinformação foi a responsável pelo não cumprimento das leis, que levou à

corrupção, que levou à violência, que levou à morte, que levou à impunidade eque elevou uma sociedade inteira à categoria de criminosos.

Formamos uma sociedade de criminosos.Cidadão, você não foi derrotado.Fomos derrotados pelas nossas próprias ambições, pelas nossas mesquinhari-

as, pelo prazer de provocar (direta ou indiretamente) a infelicidade dos outros,fomos derrotados pela nossa própria crueldade, pelos nossos preconceitos e dis-criminações, pelas nossas crenças em tantos deuses e doutrinas e pelas nossasdevoções e fé cega em tantas ideologias.

Fomos derrotados pelas nossas próprias orações, nossas evocações, nossasdepressões, fomos derrotados pelos nossos próprios fantasmas e pelos nossospróprios demônios.

Fomos derrotados por nossas próprias mentes pequenas.Fomos derrotados pela nossa própria promiscuidade, pela nossa imo-

ralidade legalizada e por nossas perversões institucionalizadas.Cidadão, você não foi derrotado.Fomos derrotados pelo ar que nunca aprendemos a respirar...Fomos derrotados pela comida que nunca aprendemos a mastigar...Fomos derrotados pela água que nunca aprendemos a beber...Fomos derrotados pelas crianças que nunca aprendemos a criar...Fomos derrotados pelos idosos que nunca aprendemos a respeitar...Fomos derrotados, homens e mulheres, porque nunca aprendemos o significa-

do da palavra amor.Cidadão, você não foi derrotado.Não estou falando da derrota de um simples cidadão, e sim de uma

sociedade inteira.

CIDADÃO, VOCÊ NÃO FOI DERROTADO

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Hoje é dia 21 de Abril e eu gostariade escrever alguma coisa sobre umcerto Joaquim, não necessariamenteo Tiradentes, mas, um certo Joaquimque simbolizasse todos os Joaquins,Josés, Silvas e Xavieres (seria assimmesmo, Xavieres? Se não for, por fa-vor, me corrijam).

Eu gostaria de escrever sobre umcerto Joaquim que não se prendesseàs opiniões da multidão. Um Joaquimque viva a sua vida de acordo com asluzes que lhe chegam do alto porquea multidão julga o lado exterior, o ínti-mo só Deus conhece.

Eu gostaria de escrever sobre umcerto Joaquim que tivesse uma perso-nalidade própria sabedor que de nadavalerá o conhecimento de todas as ciên-cias do mundo, de tudo que está fora denós, se não conhecermos a nós mesmos.

Um certo Joaquim cuja a vida sejacercada de amor e que não tenha pre-venção contra seus semelhantes.

Eu gostaria de escrever sobre um certo Joaquim que fosse capaz de vencer asbarreiras da separação, de aproximar criaturas, de solidificar amizades.

Eu gostaria de escrever sobre um certo Joaquim desperto para as verdadessuperiores que não se iluda com as conquistas fáceis, com os prazeres transitórios,com as sensações efêmeras.

Um certo Joaquim que busque intensamente as coisas sólidas e duradouras,espalhando alegria e otimismo, bondade e amor, que são as bases firmes e eternasda felicidade que jamais termina.

Joaquim! Joaquim! Joaquim!Que coisa, onde andará esse Joaquim?

JOAQUIM! JOAQUIM! JOAQUIM!

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A REALIDADE É QUE NINGUÉM GOSTA DE ÍNDIO!!!!

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Ninguém odeia mais os índiosque povo brasileiro...

Ninguém odeia mais os índios que ogoverno brasileiro...

Ninguém odeia mais os índios que amídia brasileira...

Ninguém odeia mais os índios queas denominações religiosas brasileiras edo exterior - eu disse todas...

Ninguém odeia mais os índios queas Ong's, associações e fundações bra-sileiras e do exterior....

O Brasil em relação ao cuidado comos índios é a maior farsa do mundo...

O índio é o inimigo útil número 1 dosinteresses nacionais e internacionais, sópor isso são mantidos "vivos"...

O capital nacional e o capital es-trangeiro, infelizmente (pra eles)

tem que engolir os índios porque precisam deles para explorar, roubar,desviar, internacionalizar nossas riquezas...

Já perdemos nosso território, faz tempo...Já perdemos nossos índios, faz tempo...Já perdemos a vergonha, faz tempo...

Já perdemos a moral, faz tempo...Já perdemos a ética, faz tempo...

Já perdemos a seriedade, faz tempo...Já perdemos a honestidade, faz tempo...

Já perdemos o respeito, faz tempo.Não somos um povo, somos um amontoado de carneirinhos submissos, coni-

ventes e acomodados com essa tal de democracia recheada de assistencialismo,esmola e corrupção de toda ordem...

E Deus não tem nada com isso... Graças a Tupã!

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NADA NA VIDA É PARA SER TEMIDO

Muitas pessoas têm medo de falar, de andar, de reclamar. Uns têm medo de sairde casa, outros têm medo de ficar em casa. O medo anda por aí a solta. Tambémpudera: com tanta bala perdida, tanta violência, tantas agressões, assaltos... Claroque o povo anda com medo e o medo anda com o povo. O pior é que muitaspessoas andam reprimindo todo esse medo e a conseqüência do medo reprimidoé a grande autodestruição. O medo é um ácido que é bombeado na atmosfera dealguém. Ele causa asfixia mental, moral e espiritual, e algumas vezes morte; mortepara a energia e todo crescimento. Nós não deveríamos deixar que nossos medosnos impedissem de ter nossas esperanças. Quando se cede com medo do mal,sente-se já o mal do medo. Nós precisamos entender uma coisa: É quase semprepreferível perder pela força a perder somente pelo medo da força. A melhor manei-ra de espantar o medo é enfrentando a situação de frente, é encarando o medode frente. A felicidade maior do ser humano é libertar-se do medo. Precisamosconfiar que o outro lado de todo medo é a liberdade. É nisso que temos queacreditar. Faça a coisa que receia e a morte do medo será certa. Um dos grandessegredos dessa vida é aprender a dominar o medo de cada dia.

E outro grande segredo é que nada na vida é para ser temido. Masapenas para ser entendido.

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E

AS MOEDAS MÁGICAS DO REI

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Era uma vez um lugar muito distante. Um lugar que fica muito, mas muitolonge mesmo.

Nesse lugar (que faz lembrar um samba enredo de Carnavais do passado),tudo era fantasia, tudo era ilusão, quanta alegria que fascinação. Tudo parecia real,tudo. Tudo parecia felicidade, tudo.

O rei desse lugar era ao mesmo tempo um grande mago que ao invés de umavarinha de condão, para realizar os seus truques ele se utilizava de outro instru-mento tão poderoso ou mais, as suas moedas mágicas.

Esse grande rei conseguia tudo o que ele queria com as suas moedas mágicas.Se, por exemplo, o povo começasse a reclamar que estava com fome o rei pega-va uma de suas moedas mágicas e logo, logo, todas as emissoras de televisão,jornais, revistas publicavam que o povo estava comendo mais e melhor e o povoenfeitiçado por essa magia mesmo desnutrido, fraco, debilitado parava de recla-mar e antes de morrer de fome aclamava: Viva o Rei! Viva o Rei!

O mesmo acontecia na saúde. Bastava o povo começar a reclamar dasfilas nos hospitais, da falta de médicos e do alto índice de pacientesinfectados por isso ou aquilo o rei mais que depressa pegava uma desuas moedas mágicas e os institutos de pesquisas de lá e (como sempre)toda a grande mídia apresentava dados favoráveis a política de saúde dorei e o povo enfeitiçado por essa magia mesmo desnutrido, fraco,infectado, doente, debilitado parava de reclamar e antes de morrer peloscorredores desses mesmos hospitais aclamava: Viva o Rei! Viva o Rei!

Nesse lugar muito distante. Um lugar que fica muito, mas muito longe mesmo.Nesse lugar (que faz lembrar um samba enredo de Carnavais do passado), tudoera fantasia, tudo era ilusão, quanta alegria que fascinação. Tudo parecia real,tudo. Tudo parecia felicidade, tudo.

O rei que também era um grande mago, graças as suas moedas mágicas nãoteve grandes dificuldades para seduzir e enfeitiçar uma boa parte do segmentoreligioso que movidos por uma ambição desvairada tornara-se cúmplice dessetirano que em troca exigia apenas que (esses líderes) mantivessem suas ovelhassob total controle.

E essas ovelhas submissas a esses líderes enfeitiçados pelo grande monarca esuas moedas mágicas mesmo desnutridas, fracas, infectadas, doentes, debilitadas,desinformadas, deseducadas por uma doutrina às avessas que pregava a acomo-dação e o conformismo conscientemente aclamavam: Viva o Rei! Viva o Rei!

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Esse grande monarca conseguiu ma-ravilhas graças as suas moedas mágicas.Agiu da mesma forma na educação, nasegurança, transportes, etc.

O seu reino aos olhos do mundo erarealmente o país das maravilhas.

Esse país não tinha dívida exter-na e nem tinha dívida interna, gra-ças às moedas mágicas. Viva o Rei!Viva o Rei!

O povo desse reino encantadoacreditava (mesmo) que o seu reibondoso e generoso emprestava di-nheiro ao FMI para ajudar a outrasnações que necessitassem de ajuda,graças às moedas mágicas. Viva oRei! Viva o Rei!

Esse país era soberano e seu ter-ritório não era entregue a especula-ção do empresariado, graças às mo-

edas mágicas: Viva o Rei! Viva o Rei!Esse país não era explorado por Organizações interessadas em internacionalizar

suas florestas e sua biodiversidade, graças às moedas mágicas: Viva o Rei! Viva o Rei!Nesse país maravilhoso todas as estradas (de norte a sul) mais pareciam um

tapete, graças às moedas mágicas: Viva o Rei! Viva o Rei!Tudo parecia real, tudo. Tudo parecia felicidade, tudo.Era uma vez um lugar muito distante. Um lugar que fica muito, mas

muito longe mesmo.Nesse lugar (que faz lembrar um samba enredo de Carnavais do pas-

sado), tudo era fantasia, tudo era ilusão, quanta alegria que fascinação...Graças a um Rei e suas moedas mágicas – Viva o Rei!

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BASTA DESSA FALSA DEMOCRACIA!

A grande mídia com seus boletins (des) informativos e propagandasenganosas está fazendo a festa cobrindo e encobrindo ações do terro-rista Estado Brasileiro que coloca contra a população o tráfico de dro-gas, a milícia, a polícia e as forças armadas.

Chegamos a essa situação graças a conivência de falsas lideranças co-munitárias que pela bagatela de trinta dinheiros venderam suas comuni-dades ou em troca de uma colocação na prefeitura ou no governo esta-dual e até mesmo uma boquinha no governo federal. Muitos foram além:lançaram suas próprias candidaturas à vereador, deputado estadual, fe-deral e até a senador, acredite se quiser.

O Estado pulverizou Brasil a fora uma penca de ONGs, Fun-dações, Associações e Igrejas transformando-as em verdadei-ras usinas de obras sociais de fachada porque na realidade sóservem para lavagem de dinheiro.

O Estado ainda tem um pouco de força porque de tempos em tempostemos eleições, com certeza, uma das maiores farsas brasileiras.

Está mais que provado que esse sistema está falido, está podre, nãofunciona, pelo menos para o eleitor. Essa farsa chamada eleições só be-neficia aquele que é eleito. O voto só serve para quem é eleito.

O Estado criminoso, cruel e desumano promove (sempre depois deeleito) uma série de desserviços contra aqueles que o colocaram no po-der: fecham hospitais, escolas que não instruem, transportes que nãochegam, desemprego, falta de saneamento básico e tudo mais que pos-sa desestabilizar a população, tudo que possa tirar a tranqüilidade doeleitor que só é tratado com cidadão em época de eleição.

O que temos que questionar é esse sistema eleitoral que não funcio-na, vejam: o legislativo não passa de um cabo eleitoral de luxo do exe-cutivo e mais – quem legisla é o executivo que trata a população comomarionetes cujos cordões são esses parlamentares que também nãopassam de bonecos nas mãos de prefeitos, governadores e até mes-mo do presidente (a) da república.

O Estado conta com uma poderosa rede de cúmplices para traba-lhar e manter esse sistema de coisas. Não tivemos um registro de qual-quer tipo de ação criminal durante a última campanha eleitoral. Isso é

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no mínimo muito estranho.O Estado conta com uma poderosa rede de cúmplices: grandes em-

presas nacionais e internacionais, a grande mídia, ONGs, Fundações, As-sociações, Igrejas, tráfico de drogas, a milícia, polícia e as forças arma-das... Tudo contra o povo.

Tudo contra um povo que é trabalhador, tudo contra um povo que éordeiro, tudo contra um povo que faz de tudo para andar conforme a lei.

Atenção: um dia essa massa vai se revoltar... Um dia essa massa vaireagir... Um dia essa massa vai cobrar... Um dia essa massa vai querer oque é seu de fato e de direito... Um dia essa massa vai dizer não a essesistema... Um dia essa massa vai gritar: BASTA DESSA FALSA DEMOCRA-CIA!... E esse dia parece não estar muito longe.

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O ESTADO PEDE DESCULPAS E O POVO TEM QUE ACEITAR

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O Estado desinforma e pede desculpas...O Estado deseduca e pede desculpas...O Estado desemprega e pede desculpas...O Estado debilita e pede desculpas...O Estado deprime e pede desculpas...O Estado oprime e pede desculpas...O Estado abusa e pede desculpas...O Estado negligencia e pede desculpas...O Estado corrompe e pede desculpas...O Estado frauda e pede desculpas...O Estado prostitui e pede desculpas...O Estado estupra e pede desculpas...O Estado rouba e pede desculpas...O Estado trafica drogas e pede desculpas...O Estado prende e pede desculpas...O Estado tortura e pede desculpas...O Estado humilha e pede desculpas...O Estado condena e pede desculpas...O Estado mata e pede desculpas...E o povodesinformado, deseducado, desempregado, debilitado, deprimido, oprimido,

abusado, negligenciado, corrompido, fraudado, prostituído, estuprado, roubado,drogado, preso, torturado, humilhado, condenado e morto tem que ACEITAR.

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É ASSIM QUE O POVO DANÇA

Uma rua aqui uma criança aliUma igreja lá e o sexo acoláE a mídia no meio...Uma criança aqui um traficante aliUm político lá uma igreja acoláE o sexo no meio...O sexo aqui uma ONG aliUm traficante lá e a milícia acoláE a igreja no meio...Um traficante aqui a milícia aliA polícia lá a criança acoláE o político no meio...Um político aqui um traficante aliA mídia lá e a polícia acoláE uma fundação no meio...Uma ONG aqui uma associação aliUma criança lá a mídia acoláE o traficante no meio...Uma fundação aqui um político aliUma ONG lá uma igreja acoláE a milícia no meio...Uma ONG uma associaçãoUma fundação uma igrejaUm político a mídiaO traficante a milíciaA polícia o sexoE uma criança no meio...Morta...

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NÃO CONHEÇO NADA MAIS RESISTENTE QUE O POVO

Não conheço nada nesse mundo mais resistente que o povo. Não acredito quehaja no universo alguma coisa mais resistente que o povo.

O povo não quebra (enverga), mas não quebra, o povo resiste.O povo é submetido a todas as modalidades de perversões com requintes de

crueldades e continua ali, firme e forte, resistindo.O povo é empurrado morro acima para despencar morro abaixo nas primeiras

chuvas e em meio aos cacos e trapos coberto de lama e de barro o povo ressurgeintacto, ileso, inteiro, para desespero de seus algozes.

O povo (penso eu) é imortal. O povo não quebra (enverga), mas não quebra,o povo resiste.

O povo é empurrado ladeira abaixo para ser mandado para o andar de cima etentam de tudo para exterminá-lo: susto, bala e vício, mas não adianta porque opovo resiste.

Não conheço nada mais resistente que esse tal de povo que na verdade é tãoresistente quanto teimoso.

Com o povo ninguém pode: nem trombada de trem e nem catinga de bode(não sei de onde tiraram esse ditado), mas faz sentido.

O povo resiste (inclusive) às várias tentativas de envenenamentos seja na ali-mentação ou na água e até mesmo no ar que respira, o povo é imortal.

Acidentes de trânsito, barcas, trens e aviões o povo tira de letra.Assim como nem só de pão vive o povo, também nem só com armas luta

ele, aliás, a principal arma do povo é a sua infinita sabedoria na arte da sobre-vivência. O povo enfrenta sozinho com a cara e a coragem o Estado muitobem armado com o seu exército (O exército é o partido que o povo paga earma contra si mesmo) assim como a polícia, a milícia e o tráfico de drogasque é mais uma extensão do Estado que tem o povo como o seu inimigo(útil) número 1. E mesmo assim o povo não tomba, o povo resiste, o povonão quebra (enverga), mas não quebra.

O povo vive constantemente em perigo porque é perigoso estar certo quandoo governo está errado.

O povo enverga, mas não quebra. Não acredito que haja no universo algumacoisa mais resistente que o povo.OBSERVATÓRIO COMUNITÁRIO - 18

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A nossa República tem a cara, o jeito e os trejeitos da velha Monarquia...Até o gerente do país em seus devaneios etílicos age como se fosse o

Rei do Brasil...Tem até os bobos da corte (o povo)...O Brasil tem rei pra tudo: Rei do Futebol, Rei da Jovem Guarda, o Rei dos

Pastéis...E rainha?A Rainha de Bateria, a Rainha das Padarias, a Rainha das Quadras, a Rainha

disso, a Rainha daquilo...A nossa República tem a cara, o jeito e os trejeitos da velha Monarquia...Até o gerente do país em seus devaneios etílicos age como se fosse o

Rei do Brasil...Tem até os bobos da corte (o povo)...Tem o Rei da Coca, o Rei da Cocada Branca, o Rei da Cocada Preta...Não poderiam faltar os castelos, certo?Castelo dos Sonhos, Castelo Encantado, Castelo de Cartas...A nossa República tem a cara, o jeito e os trejeitos da velha Monarquia...Tem rei, rainha, bobos e castelos para todos os gostos...Até o gerente do país em seus devaneios etílicos age como se fosse o

Rei do Brasil...O Brasil tem rei pra tudo: o Rei das Tintas, o Rei Momo, o Rei da Baixada

Fluminense...Pensando bem, o Brasil na verdade (na prática), tem uma Monarquia disfarçada

de República...Uma monarquia com algumas adaptações republicanas. Com certeza, deve ser

para não dar na pinta...Mas que no Brasil a República tem um “jeitinho” de Monarquia... Isso tem!Tem até os bobos da corte (o povo)...Até o gerente do país em seus devaneios etílicos age como se fosse o

Rei do Brasil...

REPÚBLICA COM "JEITINHO" DE MONARQUIA

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SALVE ANTIPATIA!

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Eu vejo com muita simpatia a profissão de artista. Eu sonhava em ser artista.Se houvesse uma simpatia que eu pudesse fazer para me transformar num gran-de arista, minha nossa! Seria maravilhoso! Gosto do Bem Jor quando saúda asimpatia: Salve simpatia!

Se bem que tem artista por aí precisando mesmo é de uma simpatia para setornar simpático. Nem todos os artistas são simpáticos.

Na verdade o que eu não vejo com muita simpatia são as simpatias. Se elasfuncionassem mesmo...

Simpatia não é a mesma coisa que beleza, embora seja uma beleza ser bonito esimpático. Seria juntar a fome com a vontade de comer (não sei por que eu nãoacho esse dito popular muito simpático).

Por ironia do destino, eu que sonhava ser artista (e um artista simpático) acabeime tornando uma pessoa antipática porque sempre trabalhei tentando fazer acoisa certa. Sempre trabalhei tentando de todas as formas seguir as regras, ler asbulas, observar os estatutos, cumprir as leis e pagar os meus impostos como todoe qualquer bom cidadão. Procurei (e procuro) andar no que eu chamo de “cami-nho da verdade”. Infelizmente acabei descobrindo que para o atual sistema emque vivo não existe nada mais antipático. E justo eu que sonhava em ser umartista (e um artista simpático).

Ser simpático e agradável implica necessariamente em ver ouvir e ca-lar. Sou simpático quando olho e não vejo as mazelas os desmandos adeseducação o desserviço.

Sou simpático quando escuto e não ouço as baixarias dos políticos ou da progra-mação da televisão ou das “músicas” que tocam nas rádios e outras aberraçõespelas ruas. Sou simpático quando consinto com certos conceitos de modernidadeque ditam, por exemplo, que vale tudo para se alcançar certo objetivo.

Sou simpático quando pego a ética e a moral e mando as favas. Sou simpáticoquando dou o meu jeitinho.

Sou simpático quando promovo ou apoio essa inversão de valores. Sou simpá-tico se não for muito inteligente, culto e principalmente se não tiver bom gosto.Sou simpático a partir do momento que passe a desvalorizar o ser humano acomeçar (evidentemente) por mim.

Perdoe-me Bem Jor, mas vou saudar a antipatia.Salve antipatia!

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Prefiro saudar a todos os antipáticos que botam a boca no trombone, que nãose calam diante das injustiças e trabalham por um mundo melhor.

Salve antipatia!Salve todos os antipáticos que primam pela família pelos bons hábitos e pelos

bons costumes.Salve antipatia!Salve os antipáticos trabalhadores que com seus salários miseráveis tentam

levar uma vida digna e honrada.Salve antipatia!E saúdo todos os antipáticos que entendem que só através da educação

faremos uma grande nação. Saúdo principalmente aquele antipático que disse:“todo país que se propõe fazer da educação um meio de comércio não sepode esperar nada dele”.

Tem é gente por aí precisando mesmo é de uma simpatia para se tor-nar simpático. O que eu não vejo com muita simpatia são as simpatias.Se elas funcionassem mesmo...

Salve antipatia!

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O SONHO ROUBADO

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Um menino corria e chorava copiosamente. Entre soluços e lágrimas ele dizia -“roubaram o meu sonho, roubaram o meu sonho!”.

Um homem que passava não se conteve de curiosidade e perguntou para omenino - Roubaram o que de você? O menino respondeu - Roubaram o meusonho, moço, roubaram o meu sonho!

Mas como assim, roubaram o seu sonho? Insistiu o homem.O menino - Moço, pelo amor de Deus, o senhor ainda não entendeu? Rouba-

ram o meu sonho! O meu soooonho! Entendeu agora?Muito bem! O que é que tinha nesse seu sonho? Perguntou o homem. O meni-

no prontamente respondeu - tinha uma praça e nessa praça um coreto e nocoreto uma banda. Na praça tinha também muitos bancos e muitos casais denamorados. Tinha o moço da pipoca eu me lembro que tinha também um jardimcom muitas flores que os namorados arrancavam para dar para as suas namora-das. Eu brincava com as outras crianças no balanço, mas agora eu não tenhomais nada, moço. Roubaram o meu sonho e tudo isso estava nele. E agora? Osenhor por acaso não viu o meu sonho por aí?

O homem ficou meditando naquelas palavras e após alguns instantes olhoupara um lado e para o outro e o menino já havia desaparecido. Ele pensando emvoz alta disse - será que quem roubou o sonho voltou e roubou também o meni-no e eu nem percebi?

Estou começando achar essa cidade muito perigosa.

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COISA DE CRIANÇA... CADÊ? CADÊ?

Seu vereador... Seu prefeito... Seu deputado... Seu governador... Seusenador... Seu presidente...

Cadê o dinheiro que seria gasto no saneamento básico?Foi gasto na campanha eleitoral, menino!Cadê o dinheiro que seria gasto na saúde?Foi gasto na campanha eleitoral, menino!Cadê o dinheiro que seria gasto na educação?Foi gasto na campanha eleitoral, menino!Cadê o dinheiro que seria gasto nas contenções de encostas?Foi gasto na campanha Eleitoral, menino!Cadê o dinheiro que seria gasto na prevenção das enchentes?Foi gasto na campanha Eleitoraaaal, menino!Cadê o dinheiro que seria gasto com a limpeza e dragagem dos rios?Foi gasto na campanha Eleitoraaaaal, menino!Cadê a estrada que passava aqui?Foi encoberta pelo rio, menino!E a casa que ficava ali?Está debaixo d’água, menino!

Seu vereador... Seu prefeito... Seu deputado... Seu governador... Seusenador... Seu presidente... E a família que morava nela?

Que garoto chato! Faz cada pergunta... Eu sei lá...!

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OBSERVATÓRIO

COMUNITÁRIO

HUAYRÃN RIBEIRO