AÇÃO - CONCEITOS
O direito subjetivo de pleitear ao Poder Judiciário decisão sobre uma pretensão. (Vicente Greco Filho).
O poder de estimular o exercício da jurisdição (Cândido Rangel Dinamarco).
ELEMENTOS
PARTES – Sujeito ativo e passivo que participam da relação jurídica processual contraditória (capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo e capacidade postulatória).
PEDIDO –Divide-se em imediato (tutela jurisdicional - pedido processual condenatória, constitutiva ou declaratória) e mediato (contra o réu é o pedido propriamente dito).
CAUSA DE PEDIR – Divide-se em próxima ou jurídica (fundamentos jurídicos NÃO É LEGAL PELO PRINCÍPIO DO IURA NOVIT CURIA) remota ou fática (constitutivos do pedido).
CONDIÇÕES
Requisitos para obtenção de uma sentença de mérito.
LEGITIMIDADE – Refere-se ao possível titular do direito para o autor e para o réu ser a pessoa a suportar os efeitos da sentença.
INTERESSE – Liga-se a necessidade do interessado de obter por intermédio do processo a proteção de seu interesse. “PARA OBTER O QUE PRETENDO
PRECISO DO JUDICIÁRIO?”
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – A pretensão deve estar inserida no ordenamento jurídico.
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Dados que devem existir para que processo se desenvolva regularmente.
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OFICINA DE AÇÕES
IMOBILIÁRIAS
OBJETIVOS – pedido, citação, inexistência de fato impeditivo (litispendência, coisa julgada e compromisso arbitral).
SUBJETIVOS – Juiz (jurisdição, competência), partes (capacidade de ser parte, de estar em juízo e postulatória).
CONTESTAÇÃO
Peça processual que se contrapõe a petição inicial, formal ou materialmente. Nela estão reproduzidas as defesas do réu ditas pela doutrina como processuais, de mérito e indireta de mérito.
PRINCÍPIOS
I – Concentração – Toda a matéria de defesa deve ser alegada na contestação, pena de preclusão. EXCEÇÕES ARTIGO 303 II – Eventualidade – Toda a matéria de defesa deve ser alegada na contestação, pois o juiz pode conhecer de uma sem conhecer das demais (preliminar-mérito). III – Isonomia – Todos são iguais perante a lei, não havendo distinção. IV – Impugnação especificada – Culmina na obrigatoriedade de impugnar, ponto a ponto da exordial, pois aqueles não enfrentados são tidos como verídicos – VIDE ARTIGO 302. EXCEÇÕES P. ÚNICO 302 V – Contraditório – Repousa na possibilidade real de reação. Trata-se do binômio: ciência e resistência. VIDE ARTIGO 5º LV DA CF. VI – Ampla defesa – Volta-se a oferta de meios adequados para que o réu possa se defender de forma justa à demanda proposta contra si.
PROTEÇÃO POSSESSÓRIA
As defesas possessórias recebem o nome de interditos.
Meios de proteção clássicos:
1 – ação de imissão na posse
Interdito não tratado no código atual, mas tratado no anterior, vale como referência histórica posto que confere àquele que não possuía anteriormente a coisa, promover o ingresso dela em sua esfera.
2 – Manutenção de posse
A turbação é o incomodo do possuidor de ver perdida sua posse iminentemente ou tem a posse embaraçada. A ação de manutenção de posse tem por finalidade cessar a causa do incomodo, pleitear indenização e pedir condenar o turbador pela reincidência (art 928 do CPC).
3 – Reintegração de posse
No campo do esbulho, isto é, perda efetiva da posse para terceiro. A ação pertinente é a reintegração de posse, que visa recuperar a posse da coisa. A doutrina costuma chamar a reintegração de ação de força nova espoliativa. Os
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procedimentos são os mesmos utilizados para a ação de manutenção de posse.
4 – Interdito proibitório
Meios de proteção petitórios:
5 – Nunciação de obra nova
6 – Ação de dano infecto
7 - Embargo de terceiro senhor e possuidor Ação que compete ao terceiro que não é parte no processo, que sofre turbação ou esbulho devido à penhora, depósito, arresto, seqüestro, venda judicial e outro meio de apreensão judicial, de forma a preservar a sua posse. (CPC artigos 1046 e seguintes).
USUCAPIÃO
Conceito: Meio de aquisição da propriedade por intermédio da posse continuada e demais requisitos estabelecidos em lei.
Requisitos:
a) pessoais: que o adquirente tenha capacidade civil e, ainda, qualidade para adquiri-la deste modo.
b) formais: posse e tempo c) reais: que a coisa possa ser adquirida por usucapião.
Pressupostos
I – coisa suscetível de apropriação II – posse III – decurso de tempo IV – justo título V – boa-fé
I – coisa suscetível de apropriação: O estiver dentro do comércio
II – posse: pressuposto fundamental, deste modo a lei exige certas características:
a) ânimo de possuir como sua: b) posse mansa e pacífica: c) contínua.
III - decurso de tempo: a contagem dos anos é realizada segundo o código civil, isto é, começa a fluir no dia seguinte ao da posse, contando-se o último (dies ad quem).
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IV - justo título: O possuidor tem a crença que esta em poder de título que seria hábil ao domínio.
V – boa-fé: O possuidor ignora o vício ou obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa ou do direito possuído.
Espécies de Usucapião:
1) Extraordinário (1238) 15 anos 2) Ordinário (1238) 10 anos 3) Especial ou constitucional: a) rural (pro labore) 1239
b) urbano (pro moradia ou pro-misero) 1240
c) especial de imóvel urbano (10.257/2001) 4) Usucapião Coletiva Social: As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 5) Administrativa – Lei 11.977/2009.
Dicas:
Ação de Usucapião: artigo 541 e seguintes do CPC Nome: “ação de usucapião de terras particulares” Foro: situação do imóvel MP: deve intervir em todas as ações (944) Sentença: 945 CPC Exceções
- imagens (religiosas ou de valor artístico) - templos (destinados a liturgias religiosas) - cemitérios (terreno destinado a abrigar os sepultamentos)
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EXMO. SR. DR. JUIZ DA ............................ DA COMARCA DE SÃO PAULO.
URGENTE
, vem por intermédio do seu advogado que ao final
subscreve (docs. anexos), respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor
o presente EMBARGOS DE TERCEIRO com fulcro no art. 1.046 e seguintes do
CPC em face de, consubstanciado nos motivos e fatos de direito a seguir aduzidos.
DOS FATOS
...
Dentre os bens colocados em indisponibilidade,
destacam-se:
a) Um apartamento;
b) Um apartamento.
DO MÉRITO
A Constituição Federal de 1988 estampou, de forma
insofismável, o reconhecimento da pessoa humana acima de qualquer outro instituto
de direito. Afinal, é de pouca valia o direito quando em um dos polos da relação
jurídica não se encontra a pessoa humana.
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CÁRATER DE URGÊNCIA
Esclarece a embargante que
..................................................., atingido de forma indevida em relação aos bens da
demandante.
Nessa esteira fixou como fundamento da República,
a dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III), estabeleceu o princípio da
prevalência dos direitos humanos (inciso II, art. 4º), reservou um capítulo dos direitos e
garantias individuais, e, por fim, a indenização por dano moral (inciso X, art. 5º).
A embargante enquadra-se justamente nestas
hipóteses, por tratar-se de pessoa natural que sofre constrição de seus bens,
reservados juridicamente, por ato de autoridade pública eivado de irregularidades.
Destaca-se, ainda, que os bens, notadamente
aquele destacado no item “a”, foram adquiridos pelo casal – inclusive com maior
aporte de capital por parte da requerente. (docs. anexos).
Frise-se que a embargante sempre exerceu
atividade remunerada como empresária, auferindo renda compatível com o vulto dos
negócios acima descritos (docs. anexos).
Assim, a cônjuge tem reconhecida sua meação
legal, isto é, os bens adquiridos na constância do matrimônio por título oneroso,
ainda quem em nome de um dos cônjuges entram na comunhão (art. 1660 do
Código Civil).
Nessa condição a embargante tem direito a usar da
prerrogativa prevista no artigo 1.642 do mesmo diploma civil acima citado, podendo
livremente reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados, judicial ou
extrajudicialmente, sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial.
A este terceiro de boa-fé, ora embargante, a Justiça
deve proteger, dando-lhe ganho de causa. Este é o espírito dos arts. 1048 e 1051 do
CPC. Se quem embarga não consta do título executivo, nem é sócio, ou ex-sócio, nem
adquiriu deles diretamente o bem objeto da penhora, só pode ser terceiro.
O terceiro de boa-fé deve ser amparado pela
Justiça e não condenado por ela. Ora Exa., resta, inequívoco, que os bens imóveis
pertencem a embargante em condomínio, que não possuem qualquer relação com o
objeto da ação.
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O ato de constrição judicial, portanto, se reveste
de verdadeiro atentado contra a posse e o domínio da ora embargante, que não sendo
parte no feito, é terceiro estranho à lide.
Dessa forma, não se justifica a medida violenta
tomada contra os bens da embargante. A jurisprudência é clara no tocante ao assunto,
de forma a corroborar que os bens da meeira são resguardados dos atos constritivos,
vejamos:
EMBARGOS DE TERCEIRO - COMPROVAÇÃO DA
CONDIÇÃO MEEIRA - DEFERIMENTO. É de ser
resguardada a meação da agravante sobre o bem, objeto da
constrição judicial, quando devidamente comprovada a sua
condição de meeira através dos documentos acostados aos
autos”. (TRT 20ª Região, Processo n. 01.05.0635/01, Acórdão n.
2728/2001, Juíza Redatora: Ismênia Quadros, publicado no
DJ/SE em 21/01/2002)
EMBARGOS DE TERCEIROS - PENHORA SOBRE IMÓVEL
DE CASAL - RESTRIÇÃO DA PENHORA À METADE DO
BEM. Deve se restringir à metade do bem a penhora recaída
sobre imóvel de casal, considerados o direito de meação do
cônjuge embargante e a natureza divisível do objeto de
constrição, nos moldes do artigo 87 do Código Civil. (TRT 20ª
Região, Processo n. 00074-2004-920-20-00-7, Acórdão n.
1513/2004, Juíza Relatora: Maria das Graças Monteiro Melo,
publicado no DJ/SE em 18/06/2004)
EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS DE TERCEIRO
CÔNJUGE MEAÇÃO PENHORA ÔNUS PROBATÓRIO –
CREDOR RECURSO ESPECIAL PELA LETRA C NÃO-
CONHECIMENTO SÚMULA Nº 83/STJ INCIDÊNCIA “1. A
meação da mulher apenas responde pelo ilícito fiscal do marido
sócio-gerente quando ficar provado que foi beneficiada pela
infração, cabendo à parte credora o ônus da prova. 2. Deve ser
emprestada uma interpretação protetiva em toda plenitude ao
art. 3º da Lei nº 4.121/62 no sentido de que não pode constituir
presunção absoluta de que das dívidas contraídas pelo esposo,
venha advir proveito da mulher casada em qualquer tipo
societário de que este faça parte, devendo, portanto, o ônus da
prova em contrário ser imputado ao exeqüente-credor dos
possíveis créditos que tenha em face do marido executado. 3.
Acórdão recorrido confirmado. Recurso desprovido”. (STJ –
REsp 641.646/RS – 1ª T. – Rel. Min. José Delgado – DJU
21.03.2005 – p. 263)
Não bastasse o imóvel descrito no item “b” retro
mencionado, além de ter sido adquirido com maior aporte de capital por parte da
embargante.
CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR
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“FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA”
Os requisitos necessários para a concessão da
medida liminar nestes interditos encontram-se presentes no evento em foco, senão
vejamos.
O “fumus boni iuris” resulta da narrativa dos fatos e
da própria ilegalidade das constrições realizadas nos imóveis descritos nesta petição
inicial em vista da meação da embargante.
O “periculum in mora”, por sua vez, resta evidente,
ante os malefícios que o arresto causa, em especial quando se trata como é o caso,
de bens de condomínio entre a demandante e seu marido corréu e, ademais, por se
tratarem de bens de família, que merecem a devida proteção legal.
Em face do exposto, se impõe, como providência
imediata a concessão de medida liminar “inaudita altera pars” o cancelamento da
constrição até o limite da meação até o efetivo deslinde da presente demanda.
Restando pacificamente demonstrados os
requisitos e pressupostos da cautelar, tem a presente demanda por finalidade pleitear
o bom direito, articulando-se, objetivamente, os seguintes pedidos:
Posto isto, requer se digne essa D. Vara:
A) CONCEDER LIMINAR a embargante, em vista da turbação da
posse dos seus bens (art. 1051 do CPC), legitimamente adquiridos,
cancelando a constrição efetivada até o limite da meação
legal. A embargante compromete-se a se abster da prática de
qualquer ato que importe na alienação ou que comprometa o bem,
até que seja prolatada decisão final. Se for necessário provar a
posse ou a propriedade para a concessão da liminar, requer a
designação de audiência, nos termos do art. 1.050, parágrafo 1º do
Código de Processo Civil, para oitiva das testemunhas abaixo
arroladas;
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B) Suspender o curso do presente processo, ordenando o
processamento dos presentes Embargos em autos distintos,
apensos àquele, consoante previsão do artigo 1.049 do CPC;
C) Ordenar a citação do embargado, para, querendo, responder
aos termos dos presentes Embargos, no prazo de Lei (art. 1.053 do
CPC), sob pena de revelia e confissão quanto aos fatos;
D) Requer provar o alegado por todos os meios em direito
admitidos, notadamente depoimento pessoal do Embargado, pena
de confissão, oitiva de testemunhas arroladas abaixo, as quais
deverão ser intimadas etc.;
E) Por derradeiro, requer sejam, ao final, acolhidos e julgados
procedentes estes Embargos de Terceiro senhor e possuidor de
boa-fé, conforme sobejamente comprovado nestes autos, tornando
definitiva a liminar adiantada, outorgando completa proteção à
posse e propriedade dos bens do signatário, por medida de direito,
reclamo de lei e exigência de Justiça, condenando o sucumbente
nas custas e honorários advocatícios.
Dá-se à causa para fins fiscais o importe de R$
1.000,00 (um mil reais), para efeito de alçada.
Termos em que,
P. deferimento.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA DA ...............................
DISTRIBUIÇÃO URGENTE
, por seus advogados que a presente
subscrevem (doc. 01), vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, com fulcro nos artigos 1.210 e seguintes do Código Civil Brasileiro
e artigo 926 e seguintes do Código de Processo Civil, propor a presente AÇÃO
DE MANUTENÇÃO DE POSSE CUMULADA COM PERDAS E DANOS COM
PEDIDO DE LIMINAR “INAUDITA ALTERA PARS” em face à, pelos motivos
de fato e de direito que passa a relatar.
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Esclarece o autor, inicialmente, que se
encontra na iminência de sofrer distribuição de ação de despejo vazado em
denuncia vazia, a ser proposta pelo réu, conforme documento ora juntado.
(doc. 02)
Essa demanda, caso venha tramitar, causará
ao autor toda a sorte de transtornos jurídicos, políticos, econômicos e sociais,
conforme restará comprovado no corpo desta petição inicial, todas as
conseqüências de caráter irreversível.
CÁRATER DE URGÊNCIA
I - DOS FATOS
O Autor firmou com o Réu contrato de locação
de imóvel urbano não residencial em ............., pelo prazo de 12 (doze) meses
(doc. 05), imóvel este que é utilizado para ............................................... (doc.
06)
O valor atual da locação, conforme reajuste
informado pelo Réu é de R$ ........................................... mensais, sendo certo
que todas as obrigações do contrato encontram-se tempestivamente
adimplidas. (doc. 08)
Ocorre que em .............., o Autor foi notificado
pelo Réu, para desocupação por denúncia vazia (doc. 02).
Todas as tentativas tornaram-se infrutíferas,
sem sucesso. O Réu esta irredutível sem delongas e sem explicação manifesta
quer a desocupação do imóvel.
Deste modo, encerrando suas providências no
âmbito extrajudicial sem sucesso, e esgotadas as vias conciliatórias tentadas
pelo Autor junto ao Réu, não lhe resta alternativa senão a propositura do
presente interdito possessório para os fins e efeitos de direito e por ser medida
de justiça.
II - DO DIREITO
Conforme esposado, o Autor utiliza o imóvel
locado como ........................................
Durante o período da vigência do contrato o
Autor construiu no prédio locado várias benfeitorias necessárias e úteis para
................................, conforme fotos ilustrativas do local. (doc. 11)
11
Mas partindo do ponto do contrato de locação
vigente entre o Autor e o Réu em sua Cláusula Sétima assegura a
previsibilidade de:
“CLÁUSULA SÉTIMA – ... Não tendo direito a nenhum tipo de retenção ou indenização por parte quaisquer benfeitorias mesmo que úteis ou necessárias, as quais ficarão desde logo incorporadas ao imóvel, exceto aquelas que possibilitem a remoção, e jamais poderão ser feitas em desacordo com a legislação vigente...” (g.n.)
Vossa Excelência há de convir que o Autor está
sofrendo turbação por parte do Réu, indevida e ilegal, de modo que não pode
prevalecer, sob qualquer ângulo que se vislumbre.
Como já mencionado, o Autor procurou o Réu,
para negociar a manutenção de sua posse senão pela eventual aquisição do
domínio, como para destacar direito possessório que lhe assiste, qual seja:
retenção, explicando pormenorizadamente quais as benfeitorias que seriam
levantadas pelo Autor, cuja possibilidade de remoção era positiva sem
quaisquer danos, todavia, mais uma vez sem sucesso.
De mais a mais, foram informadas ao Réu
todas as nuances dos transtornos que seriam causados pela
desocupação imediata do imóvel.
Na realidade a manutenção na posse por
parte do Autor trata-se de um ato de responsabilidade. (doc. 12)
Deste modo, encerrando suas providências no
âmbito extrajudicial sem sucesso, e esgotadas as vias conciliatórias tentadas
pelo Autor junto ao Réu, não lhe resta alternativa senão a propositura do
12
presente interdito possessório para requerer se digne V.Exa. conceder a liminar
de manutenção na posse, para os fins e efeitos de direito e por ser medida de
justiça.
Nessa esteira, o diploma civil brasileiro garante
ao possuidor o direito de ser mantido em sua posse, em caso de turbação, nos
estritos termos do artigo 1.210.
O texto é reiterado no diploma processual civil,
exatamente no artigo 926, que igualmente prevê que o possuidor tem direito a
ser mantido em sua posse no caso de turbação.
Para tanto cumpre ao Autor demonstrar a
sua posse, o que foi concretamente realizado com a juntada dos
documentos anexos à esta exordial, em especial o contrato de locação e
seus aditivos.
A turbação praticada encontra-se robustamente
comprovada com a juntada das notificações, em especial a indicativa da
propositura da ação de despejo por denúncia vazia.
A data da turbação é o do recebimento pelo
Autor da notificação datada de ............, que comprovam inequivocamente a
turbação, necessidade do ajuizamento do presente interdito.
Posto isto, estão presentes todos os requisitos
legais, para concessão do pedido possessório.
IV - DA IMPERATIVIDADE DA LIMINAR
A demanda desalojatória, que certamente virá,
causará ao Autor toda a sorte de transtornos jurídicos, políticos, econômicos e
sociais, conforme está comprovado no corpo desta petição inicial, todas as
consequências de caráter irreversível.
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Assiste ao Autor "data venia", o direito de se
manter na posse direta dos bens em litígio pela via eleita, que é apropriada,
face à turbação.
DO “FUMUS BONI JURIS” e
“PERICULUM IN MORA”
O Autor, por qualquer ângulo que se
vislumbre, tem direito líquido e certo de ser mantido na sua posse.
A manutenção dos bens móveis e imóveis na
posse do autor é medida de direito, tendo em vista não só os próprios termos
do contrato de locação como as especiais características do transporte público.
Os pressupostos da admissibilidade, em
especial no que tange à LIMINAR, decorrem dos seguintes requisitos,
visivelmente presentes na presente medida:
“O “fumus boni juris” se resume na
plausibilidade da existência do direito invocado por um dos sujeitos da
relação jurídica material, ou seja, na possibilidade de que a tese por ele
defendida venha a ser sufragada pelo Judiciário, mesmo sem o
estabelecimento do prévio contraditório, o que ocorrerá em momento
posterior no processo.
O “periculum in mora”, por sua vez,
demanda a necessidade da pronta e imediata intervenção do magistrado,
para evitar o perecimento do direito substancial a ser disputado pelas
partes.
De fato, como se pôde constatar o Autor deve
ser mantido na sua posse IMEDIATAMENTE, por força da medida possessória,
até para: a) cumprimento do contrato de locação (direito de retenção); b)
manutenção da ordem pública; c) evitar prejuízos irreparáveis; d) evitar
prejuízo econômico e social de caráter irreversível.
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Outro fator de grande relevância são os
operadores que laboram atividades no imóvel, que com a desocupação
imediata do mesmo teriam prejuízos igualmente irreparáveis, para si e
familiares.
Autor e o Réu, a manutenção na posse se daria
ao prazo estipulado que o Autor necessita para remoção dos bens que foram
investidos no imóvel, logicamente aqueles suscetíveis de remoção.
Desta feita o Autor efetuou a contratação de
um técnico na área, que de antemão forneceu um laudo que consta os
equipamentos que podem assim ser removidos e os quais ficarão agregados
ao imóvel. (doc. 15)
De acordo com o laudo do Sr. Engenheiro Civil
o prazo para remoção e instalação e montagem de capacitação técnica em um
outro imóvel de acordo com as normas exigidas pela Secretaria Municipal de
Transportes e a gestora SPTrans.
O Autor será mantido no imóvel com as
obrigações locatícias correspondentes, em especial o pagamento do
aluguel e despesas da locação, que serão pagos diretamente ao Réu, nos
termos da avença firmada pelas partes ou por intermédio de depósito
judicial, se houver resistência no recebimento dos créditos.
É crucial que a presente liminar seja
concedida, “inaudita altera pars”.
V - DAS PERDAS E DANOS
É correto afirmar que o pagamento de perdas e
danos, na esfera civil, cuida-se de reparação patrimonial, ou seja, a reposição
da diminuição/prejuízo no patrimônio da vítima.
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Considera-se dano todo o prejuízo sofrido pela
parte em decorrência de inadimplemento de obrigação ou prática de ato ilícito.
Os danos referem-se aos prejuízos causados por quem o pratica, e as perdas
referem-se àquilo que efetivamente se deixou de ganhar, como lembra Pontes
de Miranda, “perde-se o que se deixa de ganhar”. (MIRANDA, Francisco
Cavalcanti. Tratado de direito privado. 2. ed. Rio de Janeiro: Borsoi, 1958. t. 25,
p.23)
O mestre Carlos Alberto Bittar em sua obra
intitulada - Reparação Civil Por Danos Morais - Revista dos Tribunais 1992,
página 128, nos contempla com o seguinte ensinamento:
“Em termos simples, o agente faz algo que lhe não era permitido, ou deixa de realizar aquilo a que se comprometera juridicamente, atingindo a esfera alheia e causando-lhe prejuízo, seja por ações, gestos, palavras, escritos, ou por meios outros de comunicação possível”.
Pois bem Exa., como está suficientemente
clara pela exposição fática antes delineada, em decorrência das irregularidades
perpetradas pelo Réu o Autor suportou os seguintes prejuízos, bem como
investimentos:
TOTAL R$ .......................................
Nesse tom, requer se digne V. Exa. também
condenar o Réu em perdas e danos no valor acima mencionado, por ser
medida de direito e justiça.
VI - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, é a presente para requerer
a V.Exa. se digne:
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a) conceder ao Autor liminarmente “initio litis” e “inaudita
altera pars” a manutenção na posse dos bens móveis e imóveis,
decorrentes do contrato de locação, eis que presentes os
fundamentos para sua concessão pelo período remoto previsto
pelo Engenheiro técnico responsável para sua total remoção,
considerando o “fumus boni juris” e “periculum in mora;
b) expedir o respectivo MANDADO DE MANUTENÇÃO DE
POSSE;
c) e após, a citação do Réu, para querendo apresentar
contestação;
d) condenar o Réu no valor a ser calculado quanto as
adaptações efetuadas na garagem que impossibilite a remoção, em
valor a ser apurado, a título de perdas e danos, tudo com correção
monetária e juros, ocasionados pelo não cumprimento do
avençado;
e) determinar ao Réu que não contestada a presente ação
de manutenção de posse com pedido liminar, presumir-se-ão
aceitos pela mesma, como verdadeiros, os fatos narrados aqui
pelo Autor, conforme determina o Códex de Processo Civil
Brasileiro;
f) conceder os benefícios do artigo 172, parágrafo 2º, e
parágrafo 1º, do CPC;
g) no mérito julgar a presente ação totalmente
procedente, com a manutenção do autor no imóvel locado até a
remoção completa das benfeitorias que podem ser extraídas sem
danos, ou caso assim não entenda V.Exa., que seja mantida a posse
ao Autor até o cumprimento das obrigações em ambas situações o
pagamento das obrigações contratadas na locação, em especial o
aluguer será devidamente pago mensalmente, sob a forma
convencionada, em caso de resistência pela parte Réu, seja
assegurado o pagamento via depósito judicial.
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Requer, finalmente, a V.Exa. protestar pela
juntada de novos documentos, pela produção de prova documental,
testemunhal e pericial com o depoimento pessoal do representante legal do
réu, é, que desde já requer, sob pena de confesso e mais a condenação do
Réu no pagamento das custas, honorários de advogados na ordem de 20 %,
perdas e danos, com correção monetária e juros, desde o momento da
turbação e demais cominações legais, tudo pelo princípio da sucumbência.
Dá-se à causa a título de alçada o valor de R$
1.000,00 (hum mil reais).
Termos em que pede deferimento.
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